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Apostilas Domínio

LÍNGUA PORTUGUESA Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de


leitura: a informativa e de reconhecimento e a
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE interpretativa.
TEXTOS
A primeira deve ser feita de maneira cautelosa
Os concursos apresentam questões por ser o primeiro contato com o novo texto.
interpretativas que têm por finalidade a Desta leitura, extraem-se informações sobre o
identificação de um leitor autônomo. Portanto, o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível
candidato deve compreender os níveis de leitura. Durante a interpretação propriamente
estruturais da língua por meio da lógica, além de dita, cabe destacar palavras-chave, passagens
necessitar de um bom léxico internalizado. importantes, bem como usar uma palavra para
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este
As frases produzem significados diferentes de tipo de procedimento aguça a memória visual,
acordo com o contexto em que estão inseridas. favorecendo o entendimento.
Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
confronto entre todas as partes que compõem o Não se pode desconsiderar que, embora a
texto. interpretação seja subjetiva, há limites. A
preocupação deve ser a captação da essência
Além disso, é fundamental apreender as do texto, a fim de responder às interpretações
informações apresentadas por trás do texto e as que a banca considerou como pertinentes.
inferências a que ele remete. Este procedimento
justifica-se por um texto ser sempre produto de No caso de textos literários, é preciso conhecer
uma postura ideológica do autor diante de uma a ligação daquele texto com outras formas de
temática qualquer. cultura, outros textos e manifestações de arte da
época em que o autor viveu. Se não houver esta
Denotação e Conotação visão global dos momentos literários e dos
escritores, a interpretação pode ficar
Sabe-se que não há associação necessária comprometida. Aqui não se podem dispensar as
entre significante (expressão gráfica, palavra) e dicas que aparecem na referência bibliográfica
significado, por esta ligação representar uma da fonte e na identificação do autor.
convenção. É baseado neste conceito de signo
linguístico (significante + significado) que se A última fase da interpretação concentra-se nas
constroem as noções de denotação e perguntas e opções de resposta. Aqui são
conotação. fundamentais marcações de palavras como não,
exceto, errada, respectivamente etc. que fazem
O sentido denotativo das palavras é aquele diferença na escolha adequada. Muitas vezes,
encontrado nos dicionários, o chamado sentido em interpretação, trabalha-se com o conceito do
verdadeiro, real. "mais adequado", isto é, o que responde melhor
ao questionamento proposto. Por isso, uma
Já o uso conotativo das palavras é a atribuição resposta pode estar certa para responder à
de um sentido figurado, fantasioso e que, para pergunta, mas não ser a adotada como gabarito
sua compreensão, depende do contexto. Sendo pela banca examinadora por haver uma outra
assim, estabelece-se, numa determinada alternativa mais completa.
construção frasal, uma nova relação entre
significante e significado. Ainda cabe ressaltar que algumas questões
apresentam um fragmento do texto transcrito
Os textos literários exploram bastante as para ser a base de análise. Nunca deixe de
construções de base conotativa, numa tentativa retornar ao texto, mesmo que aparentemente
de extrapolar o espaço do texto e provocar pareça ser perda de tempo. A
reações diferenciadas em seus leitores. descontextualização de palavras ou frases,
certas vezes, são também um recurso para
Ainda com base no signo linguístico, encontra- instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase
se o conceito de polissemia (que tem muitas anterior e a posterior para ter ideia do sentido
significações). global proposto pelo autor, desta maneira a
resposta será mais consciente e segura.
Algumas palavras, dependendo do contexto,
assumem múltiplos significados, como, por Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos
exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, numa interpretação de texto. Para isso,
ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... devemos observar o seguinte:
Neste caso, não se está atribuindo um sem tido
fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua 01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão
significação através de expressões que lhe geral do assunto;
completem e esclareçam o sentido.
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não
Como Ler e Entender Bem um Texto interrompa a leitura, vá até o fim,
ininterruptamente;

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03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão
o texto pelo monos umas três vezes ou mais; dar a ele maior clareza de expressão,
aumentando-lhe ou determinando-lhe o
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas significado. Eraldo Cunegundes
entrelinhas;
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes
precisar; TEXTO NARRATIVO

06. Não permitir que prevaleçam suas ideias As personagens: São as pessoas, ou seres,
sobre as do autor; viventes ou não, forças naturais ou fatores
ambientais, que desempenham papel no
07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, desenrolar dos fatos.
partes) para melhor compreensão;
Toda narrativa tem um protagonista que é a
08. Centralizar cada questão ao pedaço figura central, o herói ou heroína, personagem
(parágrafo, parte) do texto correspondente; principal da história.

09. Verificar, com atenção e cuidado, o O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe
enunciado de cada questão; aos designos do protagonista, chama-se
antagonista, e é com ele que a personagem
10. Cuidado com os vocábulos: destoa principal contracena em primeiro plano.
(=diferente de ...), não, correta, incorreta, certa,
errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; As personagens secundárias, que são
palavras que aparecem nas perguntas e que, às chamadas também de comparsas, são os
vezes, dificultam a entender o que se perguntou figurantes de influencia menor, indireta, não
e o que se pediu; decisiva na narração.

11. Quando duas alternativas lhe parecem O narrador que está a contar a história também
corretas, procurar a mais exata ou a mais é uma personagem, pode ser o protagonista ou
completa; uma das outras personagens de menor
importância, ou ainda uma pessoa estranha à
12. Quando o autor apenas sugerir ideia, história.
procurar um fundamento de lógica objetiva;
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos
13. Cuidado com as questões voltadas para fundamentais de personagem: as planas: que
dados superficiais; são definidas por um traço característico, elas
não alteram seu comportamento durante o
14. Não se deve procurar a verdade exata desenrolar dos acontecimentos e tendem à
dentro daquela resposta, mas a opção que caricatura; as redondas: são mais complexas
melhor se enquadre no sentido do texto; tendo uma dimensão psicológica, muitas vezes,
o leitor fica surpreso com as suas reações
15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das perante os acontecimentos.
palavras denuncia a resposta;
Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a
16. Procure estabelecer quais foram as opiniões sequência dos fatos, a trama dos
expostas pelo autor, definindo o tema e a acontecimentos e das ações dos personagens.
mensagem; No enredo podemos distinguir, com maior ou
menor nitidez, três ou quatro estágios
17. O autor defende ideias e você deve progressivos: a exposição (nem sempre ocorre),
percebê-las; a complicação, o climax, o desenlace ou
desfecho.
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do
sujeito são importantíssimos na interpretação do Na exposição o narrador situa a história quanto
texto. à época, o ambiente, as personagens e certas
circunstâncias. Nem sempre esse estágio
Ex.: Ele morreu de fome. (de fome: adjunto ocorre, na maioria das vezes, principalmente
adverbial de causa, determina a causa na nos textos literários mais recentes, a história
realização do fato (= morte de "ele")). começa a ser narrada no meio dos
acontecimentos (.in média.), ou seja, no estágio
Ex.: Ele morreu faminto. (faminto: predicativo do da complicação quando ocorre e conflito,
sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava choque de interesses entre as personagens.
quando morreu.);
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o
19. As orações coordenadas não têm oração estágio de maior tensão do conflito entre as
principal, apenas as ideias estão coordenadas personagens centrais, desencadeando o
entre si; desfecho, ou seja, a conclusão da história com a
resolução dos conflitos.

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Os fatos: São os acontecimentos de que as a história está sendo contada. Como já vimos, a
personagens participam. Da natureza dos narração é feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.
acontecimentos apresentados decorre o gênero
do texto. Por exemplo o relato de um Formas de apresentação da fala das
acontecimento cotidiano constitui uma crônica, o personagens . Como já sabemos, nas histórias,
relato de um drama social é um romance social, as personagens agem e falam. Há três maneiras
e assim por diante. Em toda narrativa há um fato de comunicar as falas das personagens.
central, que estabelece o caráter do texto, e há
os fatos secundários, relacionados ao principal. Discurso Direto: É a representação da fala das
personagens através do diálogo.
Espaço: Os acontecimentos narrados
acontecem em diversos lugares, ou mesmo em Exemplo:
um só lugar. O texto narrativo precisa conter
informações sobre o espaço, onde os fatos “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O
acontecem. Muitas vezes, principalmente nos povo é dono da verdade. Vem a polícia e
textos literários, essas informações são começa a falar em ordem pública. No carnaval a
extensas, fazendo aparecer textos descritivos cidade é do povo e de ninguém mais”.
no interior dos textos narrativo.
No discurso direto é frequente o uso dos verbo
Tempo: Os fatos que compõem a narrativa de locução ou descendi: dizer, falar,
desenvolvem-se num determinado tempo, que acrescentar, responder, perguntar, mandar,
consiste na identificação do momento, dia, mês, replicar e etc.; e de travessões. Porém, quando
ano ou época em que ocorre o fato. A as falas das personagens são curtas ou rápidas
temporalidade salienta as relações os verbos de locução podem ser omitidos.
passado/presente/futuro do texto, essas
relações podem ser linear, isto é, seguindo a Discurso Indireto: Consiste em o narrador
ordem cronológica dos fatos, ou sofre inversões, transmitir, com suas próprias palavras, o
quando o narrador nos diz que antes de um fato pensamento ou a fala das personagens.
que aconteceu depois. Exemplo:

O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias
cronológico é o tempo material em que se triste e passados, os meus primeiros passos em
desenrola à ação, isto é, aquele que é medido liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele
pela natureza ou pelo relógio. O psicológico não momento, a minha literatura e os menos
é mensurável pelos padrões fixos, porque é sombrios por vir”.
aquele que ocorre no interior da personagem,
depende da sua percepção da realidade, da Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da
duração de um dado acontecimento no seu personagem se mistura à fala do narrador, ou
espírito. seja, ao fluxo normal da narração. Exemplo:

Narrador: observador e personagem: O “Os trabalhadores passavam para os partidos,


narrador, como já dissemos, é a personagem conversando alto. Quando me viram, sem cha-
que está a contar a história. A posição em que
se coloca o narrador para contar a história péu, de pijama, por aqueles lugares, deram-me
constitui o foco, o aspecto ou o ponto de vista bons-dias desconfiados. Talvez pensassem que
da narrativa, e ele pode ser caracterizado por :
estivesse doido. Como poderia andar um
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o homem àquela hora , sem fazer nada de cabeça
que diz respeito às personagens e à história, no tempo, um branco de pés no chão como
tendo uma visão panorâmica dos eles? Só sendo doido mesmo”.
acontecimentos e a narração é feita em 3a
pessoa. (José Lins do Rego)

- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa TEXTO DESCRITIVO


o centro da narrativa que é feito em 1a pessoa.
Descrever é fazer uma representação verbal
- visão “de fora”: o narrador descreve e narra dos aspectos mais característicos de um objeto,
apenas o que vê, aquilo que é observável de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
exteriormente no comportamento da
personagem, sem ter acesso a sua As perspectivas que o observador tem do objeto
interioridade, neste caso o narrador é um são muito importantes, tanto na descrição
observador e a narrativa é feita em 3a pessoa. literária quanto na descrição técnica. É esta
atitude que vai determinar a ordem na
Foco narrativo: Todo texto narrativo enumeração dos traços característicos para que
necessariamente tem de apresentar um foco o leitor possa combinar suas impressões
narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual isoladas formando uma imagem unificada.

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Uma boa descrição vai apresentando o objeto finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo
progressivamente, variando as partes de ver qualquer questão.
focalizadas e associando-as ou interligando-as
pouco a pouco. A linguagem usada é a referencial, centrada na
mensagem, enfatizando o contexto.
Podemos encontrar distinções entre uma
descrição literária e outra técnica. Passaremos a Quanto à forma, ela pode ser tripartida em :
falar um pouco sobre cada uma delas:
.Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor
Descrição Literária: A finalidade maior da os dados fundamentais do assunto que está
descrição literária é transmitir a impressão que a tratando. É a enunciação direta e objetiva da
coisa vista desperta em nossa mente através do definição do ponto de vista do autor.
sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição:
a subjetiva, que reflete o estado de espírito do . Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto,
observador, suas preferências, assim ele onde as ideias colocadas na introdução serão
descreve o que quer e o que pensa ver e não o definidas com os dados mais relevantes. Todo
que vê realmente; já a objetiva traduz a desenvolvimento deve estruturar-se em blocos
realidade do mundo objetivo, fenomênico, ela é de ideias articuladas entre si, de forma que a
exata e dimensional. sucessão deles resulte num conjunto coerente e
unitário que se encaixa na introdução e
Descrição de Personagem: É utilizada para desencadeia a conclusão.
caracterização das personagens, pela
acumulação de traços físicos e psicológicos, . Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado
pela enumeração de seus hábitos, gestos, pela síntese da ideia central. Na conclusão o
aptidões e temperamento, com a finalidade de autor reforça sua opinião, retomando a
situar personagens no contexto cultural, social e introdução e os fatos resumidos do
econômico . desenvolvimento do texto. Para haver maior
entendimento dos procedimentos que podem
Descrição de Paisagem: Neste tipo de ocorrer em um dissertação, cabe fazermos a
descrição, geralmente o observador abrange de distinção entre fatos, hipótese e opinião.
uma só vez a globalidade do panorama, para
depois aos poucos, em ordem de proximidade, - Fato: É o acontecimento ou coisa cuja
abranger as partes mais típicas desse todo. veracidade e reconhecida; é a obra ou ação que
realmente se praticou.
Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos
interiores, dos ambientes em que ocorrem as - Hipótese: É a suposição feita acerca de uma
ações, tentando dar ao leitor uma visualização coisa possível ou não, e de que se tiram
das suas particularidades, de seus traços diversas conclusões; é uma afirmação sobre o
distintivos e típicos. desconhecido, feita com base no que já é
conhecido.
Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição
movimentada, que se desenvolve - Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões
progressivamente no tempo. É a descrição de de aprovação ou desaprovação pessoal diante
um incêndio, de uma briga, de um naufrágio. de acontecimentos, pessoas e objetos descritos,
é um parecer particular, um sentimento que se
Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das tem a respeito de algo.
características gerais da literatura, com a
distinção de que nela se utiliza um vocabulário O TEXTO ARGUMENTATIVO
mais preciso, salientando-se com exatidão os
pormenores. É predominantemente denotativa Baseado em Adilson Citelli
tendo como objetivo esclarecer convencendo.
Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou A linguagem é capaz de criar e representar
mecanismos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a realidades, sendo caracterizada pela
eventos e etc. identificação de um elemento de constituição de
sentidos. Os discursos verbais podem ser
TEXTO DISSERTATIVO formados de várias maneiras, para dissertar ou
argumentar, descrever ou narrar, colocamos em
Dissertar significa discutir, expor, interpretar práticas um conjunto de referências codificadas
ideias. A dissertação consta de uma série de há muito tempo e dadas como estruturadoras do
juízos a respeito de um determinado assunto ou tipo de texto solicitado.
questão, e pressupõe um exame critico do
assunto sobre o qual se vai escrever com Para se persuadir por meio de muitos recursos
clareza, coerência e objetividade. da língua é necessário que um texto possua um
caráter argumentativo/descritivo. A construção
A dissertação pode ser argumentativa - na qual de um ponto de vista de alguma pessoa sobre
o autor tenta persuadir o leitor a respeito dos algo, varia de acordo com a sua análise e esta
seus pontos de vista ou simplesmente, ter como dar-se-á a partir do momento em que a
compreensão do conteúdo, ou daquilo que fora

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tratado seja concretado. A formação discursiva paródia, a paráfrase utiliza-se de textos já
é responsável pelo emassamento do conteúdo escritos, por alguém, e que tornam-se algo
que se deseja transmitir, ou persuadir, e nele espetacularmente incrível. A diferença é que
teremos a formação do ponto de vista do sujeito, muitas vezes a paráfrase não possui a
suas análises das coisas e necessidade de persuadir as pessoas com a
repetição de argumentos, e sim de
suas opiniões. Nelas, as opiniões o que esquematizar novas formas de textos, sendo
fazemos é soltar concepções que tendem a ser estes diferentes. A criação de um texto requer
orientadas no meio em que o indivíduo viva. bem mais do que simplesmente a junção de
Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o palavras a uma frase, requer algo mais que isto.
simples e decisivo intuito de persuadir e fazer É necessário ter na escolha das palavras e do
suas explanações renderem o convencimento vocabulário o cuidado de se requisitá-las, bem
do ponto de vista de algo/alguém. como para se adotá-las. Um texto não é
totalmente auto-explicativo, daí vem a
Na escrita, o que fazemos é buscar intenções necessidade de que o leitor tenha um emassado
de sermos entendidos e desejamos estabelecer em seu histórico uma relação interdiscursiva e
um contato verbal com os ouvintes e leitores, e intertextual.
todas as frases ou palavras articuladas
produzem significações dotadas de As metáforas, metomínias, onomatopeias ou
intencionalidade, criando assim unidades figuras de linguagem, entram em ação inseridos
textuais ou discursivas. Dentro deste contexto num texto como um conjunto de estratégias
da escrita, temos que levar em conta que a capazes de contribuir para os efeitos
coerência é de relevada importância para a persuasivos dele. A ironia também é muito
produção textual, pois nela se dará uma utilizada para causar este efeito, umas de suas
sequência das ideias e da progressão de características salientes, é que a ironia dá
argumentos a serem explanadas. Sendo a ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias,
argumentação o procedimento que tornará a valores da oposição, tudo isto em forma de
tese aceitável, a apresentação de argumentos piada.
atingirá os seus interlocutores em seus
Uma das últimas, porém não menos
objetivos; isto se dará através do convencimento importantes, formas de persuadir através de
da persuasão. Os mecanismos da coesão e da argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas
coerência serão então responsáveis pela reconhecer o dito, mais também o não-dito").
unidade da formação textual. Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou
conceitos pré estabelecidos, sem porém com
Dentro dos mecanismos coesivos, podem objetivos de forma clara e concisa. O que
realizar-se em contextos verbais mais amplos, acontece é a formação de um ambiente poético
como por jogos de elipses, por força semântica, e sugerível, capaz de evocar nos leitores algo,
por recorrências lexicais, por estratégias de digamos, uma sensação...
substituição de enunciados.
Texto Base: CITELLI, Adilson; .O Texto
Um mecanismo mais fácil de fazer a Argumentativo. São Paulo SP, Editora
comunicação entre as pessoas é a linguagem, ..Scipione, 1994 - 6ª edição.
quando ela é em forma da escrita e após a
leitura, (o que ocorre agora), podemos dizer que COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAIS
há de ter alguém que transmita algo, e outro que
o receba. Nesta brincadeira é que entra a 1. Coerência:
formação de argumentos com o intuito de
persuadir para se qualificar a comunicação; Produzimos textos porque pretendemos
nisto, estes argumentos explanados serão o informar, divertir, explicar, convencer, discordar,
germe de futuras tentativas da comunicação ser ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de
objetiva e dotada de intencionalidade, (ver significado produzida sempre com uma
Linguagem e Persuasão). determinada intenção. Assim como a frase não
é uma simples sucessão de palavras, o texto
Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e também não é uma simples sucessão de frases,
escrever; não tem em sua unidade a mono mas um todo organizado capaz de estabelecer
característica da dominação do idioma/língua, e contato com nossos interlocutores, influindo
sim o propósito de executar a interação do meio sobre eles. Quando isso ocorre, temos um texto
e cultura de cada indivíduo. As relações em que há coerência.
intertextuais são de grande valia para fazer de
um texto uma alusão à outros textos, isto A coerência é resultante da não-contradição
proporciona que a imersão que os argumentos entre os diversos segmentos textuais que
dão tornem esta produção altamente evocativa. devem estar encadeados logicamente. Cada
segmento textual é pressuposto do segmento
A paráfrase é também outro recurso bastante seguinte, que por sua vez será pressuposto
utilizado para trazer a um texto um aspecto para o que lhe estender, formando assim uma
dinâmico e com intento. Juntamente com a cadeia em que todos eles estejam

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concatenados harmonicamente. Quando há empresa J. Caetano, da cidade de Maringá
quebra nessa concatenação, ou quando um (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre
segmento atual está em contradição com um quatro sobrados da Rua Andaquara, no bairro
anterior, perde-se a coerência textual. de Jardim Marajoara, Zona Sul de São Paulo,
por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2)
A coerência é também resultante da adequação ainda atingiu mais três residências.
do que se diz ao contexto extraverbal, ou seja,
àquilo o que o texto faz referência, que precisa Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name
ser conhecido pelo receptor. Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a
prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia
Ao ler uma frase como "No verão passado, reportagem nesta página); o piloto (1) José
quando estivemos na capital do Ceará Traspadini (4), de 64 anos; o copiloto (1)
Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro
o frio era tanto que chegou a nevar", de Name Júnior (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro
percebemos que ela é incoerente em (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro
decorrência da incompatibilidade entre um Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de
conhecimento prévio que temos da realizada 31; e o marido dela (6), João Izidoro de Andrade
com o que se relata. Sabemos que, (7), de 53 anos.
considerando uma realidade "normal", em
Fortaleza não neva (ainda mais no verão!). Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8)
como um dos maiores compradores de cabeças
Claro que, inserido numa narrativa ficcional de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5)
fantástica, o exemplo acima poderia fazer era um dos sócios do Frigorífico Naviraí,
sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, empresa proprietária do bimotor (1).
o contexto seria a "anormalidade" e prevaleceria
a coerência interna da narrativa. Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1)
Rockwell Aero Commander 691, prefixo PTI-EE,
No caso de apresentar uma inadequação entre para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do
o que informa e a realidade "normal" pré- filho (7) Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32
conhecida, para guardar a coerência o texto anos, que (8) morreu ao reagir a um assalto e
deve apresentar elementos linguísticos ser baleado na noite de sexta-feira.
instruindo o receptor acerca dessa
anormalidade. O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de
sábado e pousou no aeroporto de Congonhas
Uma afirmação como "Foi um verdadeiro às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para
milagre! O menino caiu do décimo andar e não Maringá às 21h20 e, minutos depois, caiu na
sofreu nenhum arranhão." é coerente, na altura do número 375 da Rua Andaquara, uma
medida que a frase inicial ("Foi um verdadeiro espécie de vila fechada, próxima à avenida
milagre") instrui o leitor para a anormalidade do Nossa Senhora do Sabará, uma das avenidas
fato narrado. mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo.
Ainda não se conhece as causas do acidente
2. Coesão: (2). O avião (1) não tinha caixa preta e a torre
de controle também não tem informações. O
A redação deve primar, como se sabe, pela laudo técnico demora no mínimo 60 dias para
clareza, objetividade, coerência e coesão. E a ser concluído.
coesão, como o próprio nome diz (coeso
significa ligado), é a propriedade que os Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava
elementos textuais têm de estar interligados. em chamas antes de cair em cima de quatro
casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas
De um fazer referência ao outro. Do sentido de casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram
um depender da relação com o outro. Preste feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos
atenção a este texto, observando como as graves. (10) Apenas escoriações e
palavras se comunicam, como dependem uma queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62 anos, Natan
das outras. Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram
socorridos no Pronto Socorro de Santa Cecília.
São Paulo: Oito pessoas morrem em queda de
avião Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente
ao avião envolvido no acidente. Ele foi retomado
Das Agências nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
clareza e à compreensão do texto. A memória
Cinco passageiros de uma mesma família, de do leitor deve ser reavivada a cada instante. Se,
Maringá, dois tripulantes e uma mulher que viu o por exemplo, o avião fosse citado uma vez no
avião cair morreram. primeiro parágrafo e fosse retomado somente
uma vez, no último, talvez a clareza da matéria
Oito pessoas morreram (cinco passageiros de fosse comprometida.
uma mesma família e dois tripulantes, além de
uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda
de um avião (1) bimotor Aero Commander, da

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E como retomar os elementos do texto? d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas
Podemos enumerar alguns mecanismos: maneiras de se retomar um elemento já citado
ou de se referir a outro que ainda vai ser
a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido mencionado é a substituição, que é o
diversas vezes durante o texto. Pode perceber mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou
que a palavra avião foi bastante usada, grupo de palavras) no lugar de outra palavra (ou
principalmente por ele ter sido o veículo grupo de palavras). Confira os principais
envolvido no acidente, que é a notícia elementos de substituição:
propriamente dita. A repetição é um dos
principais elementos de coesão do texto Pronomes: a função gramatical do pronome é
jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve justamente substituir ou acompanhar um nome.
dispensar a releitura por parte do receptor (o Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda
leitor, no caso). A repetição pode ser a ideia contida em um parágrafo ou no texto
considerada a mais explícita ferramenta de todo. Na matéria-exemplo, são nítidos alguns
coesão. Na dissertação cobrada pelos casos de substituição pronominal: o sogro de
vestibulares, obviamente deve ser usada com Name Júnior (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5),
parcimônia, uma vez que um número elevado de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro
de repetições pode levar o leitor à exaustão. Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de
31; e o marido dela (6), João Izidoro de Andrade
b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus
nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais retoma Name Júnior (os filhos
comum mecanismo coesivo do texto jornalístico.
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de Name Júnior...); o pronome pessoal ela,
de um entrevistado - ou da vítima de um contraído com a preposição de na forma dela,
acidente, como se observa com o elemento (7), retoma Gabriela Gimenes Ribeiro (e o marido de
na última linha do segundo parágrafo e na Gabriela...). No último parágrafo, o pronome
primeira linha do terceiro -, repetir somente o(s) pessoal elas retoma as três pessoas que
seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em estavam nas casas atingidas pelo avião: Elas
questão são de celebridades (políticos, artistas, (10) não sofreram ferimentos graves.
escritores, etc.), é de praxe, durante o texto,
utilizar a nominalização por meio da qual Epítetos: são palavras ou grupos de palavras
que, ao mesmo tempo que se referem a um
são conhecidas pelo público. Exemplos: Nedson elemento do texto, qualificam-no. Essa
(para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); qualificação pode ser conhecida ou não pelo
Farage (para o candidato à prefeitura de leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de
Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes modo que fique fácil a sua relação com o
femininos costumam ser retomados pelo elemento qualificado.
primeiro nome, a não ser nos casos em que o
sobrenomes sejam, no contexto da matéria, Exemplos:
mais relevantes e as identifiquem com mais
propriedade. a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando
Henrique Cardoso. O presidente, que voltou há
c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode dois dias de Cuba, entregou-lhes um
ser facilmente deduzido pelo contexto da certificado... (o epíteto presidente retoma
matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam Fernando Henrique Cardoso; poder-se-ia usar,
no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior como exemplo, sociólogo);
(4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito de
Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José b) Edson Arantes de Nascimento gostou do
Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos
Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro dos
que não foi necessário repetir-se a palavra avião Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento;
logo após as palavras piloto e co-piloto. Numa poder-se-iam, por exemplo, usar as formas
matéria que trata de um acidente de avião, jogador do século, número um do mundo, etc.
obviamente o piloto será de aviões; o leitor
Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o
não poderia pensar que se tratasse de um piloto mesmo sentido (ou muito parecido) dos
de automóveis, por exemplo. No último elementos a serem retomados. Exemplo: O
parágrafo ocorre outro exemplo de elipse: Três prédio foi demolido às 15h. Muitos curiosos se
pessoas (10) que estavam nas casas (9) aglomeraram ao redor do edifício, para conferir
atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são
(10) não sofreram ferimentos graves. (10) sinônimos).
Apenas escoriações e queimaduras. Note que o
(10) em negrito, antes de Apenas, é uma Nomes deverbais: são derivados de verbos e
omissão de um elemento já citado: Três retomam a ação expressa por eles. Servem,
pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o ainda, como um resumo dos argumentos já
verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas utilizados. Exemplos: Uma fila de centenas de
escoriações e queimaduras. veículos paralisou o trânsito da Avenida

Língua Portuguesa 7
Apostilas Domínio
Higienópolis, como sinal de protesto contra o principalmente, primordialmente, sobretudo, a
aumentos dos impostos. A paralisação foi a priori (itálico), a posteriori (itálico).
maneira encontrada... (paralisação, que deriva
de paralisar, retoma a ação de centenas de Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão,
veículos de paralisar o trânsito da Avenida anterioridade, posterioridade): então, enfim,
Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais logo, logo depois, imediatamente, logo após, a
três residências (o nome impacto retoma e princípio, no momento em que, pouco antes,
resume o acidente de avião noticiado na pouco depois, anteriormente, posteriormente,
matéria-exemplo) em seguida, afinal, por fim, finalmente agora
atualmente, hoje, frequentemente,
Elementos classificadores e categorizadores: constantemente às vezes, eventualmente, por
referem-se a um elemento (palavra ou grupo de vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não
palavras) já mencionado ou não por meio de raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse
uma classe ou categoria a que esse elemento ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato,
pertença: Uma fila de centenas de veículos enquanto, quando, antes que, depois que, logo
paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O
protesto foi a maneira encontrada... (protesto que, sempre que, assim que, desde que, todas
retoma toda a ideia anterior - da paralisação -, as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal,
categorizando-a como um protesto); Quatro nem bem.
cães foram encontrados ao lado do corpo. Ao se
aproximarem, os peritos enfrentaram a reação Semelhança, comparação, conformidade:
dos animais (animais retoma cães, indicando igualmente, da mesma forma, assim também,
uma das possíveis classificações que se podem do mesmo modo, similarmente,
atribuir a eles). semelhantemente, analogamente, por analogia,
de maneira idêntica, de conformidade com, de
Advérbios: palavras que exprimem acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo
circunstâncias, principalmente as de lugar: Em ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como,
São Paulo, não houve problemas. Lá, os assim como, como se, bem como.
operários não aderiram... (o advérbio de lugar lá
retoma São Paulo). Exemplos de advérbios que Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.
comumente funcionam como elementos
referenciais, isto é, como elementos que se Adição, continuação: além disso, demais,
referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, ademais, outrossim, ainda mais, ainda cima, por
etc. outro lado, também, e, nem, não só ... mas
também, não só... como também, não apenas ...
Observação: É mais frequente a referência a como também, não só ... bem como, com, ou
elementos já citados no texto. Porém, é muito (quando não for excludente).
comum a utilização de palavras e expressões
que se refiram a elementos que ainda serão Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente,
utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade (7) é quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é
conhecido na região (8) como um dos maiores que.
compradores de cabeças de gado do Sul (8) do
país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente,
Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do indubitavelmente, inquestionavelmente, sem
bimotor (1). A palavra região serve como dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.
elemento classificador de Sul (A palavra Sul
indica uma região do país), que só é citada na Surpresa, imprevisto: inesperadamente,
linha seguinte. inopinadamente, de súbito, subitamente, de
repente, imprevistamente, surpreendentemente.
Conexão:
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para
Além da constante referência entre palavras do ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer,
texto, observa-se na coesão a propriedade de em outras palavras, ou por outra, a saber, ou
unir termos e orações por meio de conectivos, seja, aliás.
que são representados, na Gramática, por
inúmeras palavras e expressões. A escolha Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a
errada desses conectivos pode ocasionar a fim de, com o propósito de, com a finalidade de,
deturpação do sentido do texto. Abaixo, uma com o intuito de, para que, a fim de que, para.
lista dos principais elementos conectivos,
agrupados pelo sentido. Baseamo-nos no autor Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo
Othon Moacyr Garcia (Comunica- a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais
adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto,
ção em Prosa Moderna). esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.

Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes Resumo, recapitulação, conclusão: em suma,


de mais nada, antes de tudo, em princípio, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo,
primeiramente, acima de tudo, precipuamente, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira,

Língua Portuguesa 8
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desse modo, logo, pois (entre vírgulas), A costureira, de tão velha, não conseguia mais
dessarte, destarte, assim sendo. enfiar a linha na agulha.

Causa e consequência. Explicação: por O técnico deslocou o jogador da linha para a


consequência, por conseguinte, como resultado, defesa.
por isso, por causa de, em virtude de, assim, de
fato, com efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, As linhas de bonde foram cobertas pelo asfalto.
porque, porquanto, pois, já que, uma vez que,
visto que, como (= porque), portanto, logo, que O conferencista, apesar da agressividade da
(= porque), de tal sorte que, de tal forma que, plateia, não perdeu a linha.
haja vista.
Dessa maneira percebemos que o significado
Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contextual é fundamental para entendermos um
contrário, em contraste com, salvo, exceto, texto.
menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no
entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo A denotação é a relação existente entre o plano
que, posto que, posto, conquanto, se bem que, de expressão e o plano de conteúdo, ou seja, o
por mais que, por menos que, só que, ao passo significado denotativo é o conceito ao qual nos
que. remete certo significante.

Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, No entanto, um termo além do seu significado
ora... ora. denotativo, pode vir acrescido de outros
significados paralelos.
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
Esses novos valores constituem aquilo que
Para compreender os conceitos de denotação e denominamos sentido conotativo, ou seja, o
conotação é preciso observar que o signo acréscimo de um novo valor constitui a
linguístico é constituído de duas partes distintas, conotação, que consiste num novo plano de
embora uma não exista separada da outra. conteúdo para o signo que já tinha um
significado denotativo.
Isto quer dizer que o signo tem uma parte
perceptível (constituído de som e representado Assim duas palavras podem ter a mesma
por letra) e uma parte inteligível (constituída de denotação e conotação completamente distinta,
conceito [imagem mental por meio da qual uma vez que policial e meganha tem a mesma
representamos um objeto]). denotação, mas conotação totalmente diferente.

Essa parte perceptível é denominada O sentido conotativo varia de cultura para


significante ou plano de expressão. cultura, de classe social para classe social ou de
época para época.
Já a parte inteligível é denominada significado
ou plano de conteúdo. http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues
/sintese
Quando um plano de expressão (significante) for
suporte para mais de um plano de conteúdo PERÍFRASE
(significado) temos a polissemia.
Recurso verbal que consiste em exprimir em
Assim o significante linha pode denotar os mais palavras o que poderia ser dito em poucas.
significados: Permite conhecer um objeto por suas
qualidades ou usos e não pelo seu próprio
material para costurar ou bordar, nome. Serve para variar a expressão, sublinhar
a harmonia da frase, encobrir alusões vulgares
atacantes de futebol, ou suavizar ideias desagradáveis. Também
conhecido como circunlóquio.
trilhos de trem ou bonde,
LÉXICO E COESÃO
conduta de um indivíduo ou postura.
A escolha lexical está relacionada à
No entanto, a polissemia não deve ser vista estruturação de textos. Um texto é um .tecido.
como um problema, uma vez que será de ideias, isto é, uma rede de ideias: a uma
neutralizada pelo contexto. anterior é preciso somar uma nova (que a
explica, que se opõe a ela, que mostra uma
Pois assim que se insere no contexto a palavra consequência, etc.); a uma ideia expressa é
perde seu caráter polissêmico e ganha um preciso acrescentar mais informações; ou seja,
significado específico, passando a ser o conjunto de informações precisa .caminhar. e
denominado de significado contextual. ter uma relação tal, que o texto seja
manifestação de um raciocínio (de uma
sequência de ideias). Para o leitor, devem estar

Língua Portuguesa 9
Apostilas Domínio
claros os .laços. que se estabelecem entre o emprego de palavras fora do seu sentido
que se diz .antes. normal, por analogia. É um tipo de comparação
implícita, sem termo comparativo.
e o que se diz .depois.. Da primeira frase à
última, deve haver um encadeamento, uma Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo.
coesão tal que se perceba o desenvolvimento Encontrei a chave do problema. / "Veja bem,
das ideias. A coesão (a .amarração. entre as nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís
ideias) é fruto, entre outras características Gonzaga Junior)
(escolha de conectivos, advérbios, pronomes,
elipse), da escolha vocabular. Optar por um Obs.1.: Rocha Lima define como modalidades
sinônimo, por uma palavra de sentido mais ou de metáfora: personificação (animismo),
menos abrangente, optar por um antônimo, hipérbole, símbolo e sinestesia. ?
fazer referência a uma ideia por meio de uma Personificação - atribuição de ações, qualidades
metáfora são recursos de que o falante pode e sentimentos humanos a seres inanimados. (A
lançar mão para obter coesão textual. lua sorri aos enamorados) ? Símbolo - nome de
um ser ou coisa concreta assumindo valor
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS convencional, abstrato. (balança = justiça, D.
Quixote = idealismo, cão = fidelidade, além do
A busca por uma caracterização ou definição simbolismo universal das cores)
melhor, o desejo de evitar repetições conduzem
muitas vezes à escolha de sinônimos e Obs.2.: esta figura foi muito utilizada pelos
antônimos. Ou seja, palavras de sentido simbolistas
próximo ou de sentido oposto são uma forma de
retomar o que já foi dito. Tais empregos, no Catacrese
entanto, se feitos com atenção, não
representam mera substituição, mas um uso impróprio de uma palavra ou expressão, por
acréscimo de informação ao leitor. esquecimento ou na ausência de termo
específico.
PARÁFRASE
Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar
Um texto é um conjunto de ideias organizado e palha) / "Distrai-se um deles a enterrar o dedo
coerente. Existem dois tipos básicos de núcleo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era
textual: o tema e a figuração. Esses núcleos, em usado primitivamente para significar apenas
suas diferenças, serão estudados mais a fundo colocar na terra.
em outro momento. O importante agora é
procurarmos compreender que os dois tipos Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia
mencionados necessitam igualmente de uma e boca de forno são considerados metáforas
estrutura ordenada que permita a compreensão viciadas. Perderam valor estilístico e se
do leitor (sem o que, a comunicação não se formaram graças à semelhança de forma
estabelece). existente entre seres.

A melhor forma de testarmos nossa capacidade Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora
de conhecer o funcionamento de uma estrutura
textual e reproduzir sua organização é fazendo Metonímia
uma paráfrase. Paráfrase é um texto feito a
partir das ideias de outro texto, mantendo sua substituição de um nome por outro em virtude
essência, mas utilizando outras palavras. Para de haver entre eles associação de significado.
fazer uma paráfrase, é preciso entender todas
as ideias que o autor do texto original quis Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir
transmitir, em todos os seus detalhes. Veja um ao barbeiro (o possuidor pelo possuído, ou vice-
exemplo de paráfrase de apenas uma sentença: versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite
(continente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo
"Todas as pessoas, em todos os países, adoram da turma. (indivíduo pala classe - culpado) /
ter momentos de lazer." Completou dez primaveras (parte pelo todo -
anos) / O brasileiro é malandro (sing. pelo plural
Paráfrase: Todo o mundo gosta demais de - brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela
desfrutar dos períodos de descanso. obra - copos).

VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS: AS DIVERSAS Antonomásia, perífrase


MODALIDADES DO USO DA LÍNGUA
substituição de um nome de pessoa ou lugar por
FIGURAS DE PALAVRAS OU TROPOS outro ou por uma expressão que facilmente o
identifique.
(Para Bechara alterações semânticas)
Fusão entre nome e seu aposto.
Metáfora

Língua Portuguesa 10
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Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = outros não estudam. / "O meu pai era paulista /
Paris, O rei das selvas = o leão, Escritor Maldito Meu avô, pernambucano / O meu bisavô,
= Lima Barreto mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico
Buarque) - omissão de era
Obs.: Rocha Lima considera como uma variação
da metonímia Hipérbato

Sinestesia alteração ou inversão da ordem direta dos


termos na oração, ou das orações no período.
interpenetração sensorial, fundindo-se dois São determinadas por ênfase e podem até gerar
sentidos ou mais (olfato, visão, audição, anacolutos.
gustação e tato).
Ex: Morreu o presidente, por: O presidente
Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O morreu.
som da tua voz deliciava ... / Na dolência velada
das sonatas / Como um perfume a tudo Obs.1.: Bechara denomina esta figura
perfumava. / Era um som feito luz, eram volatas antecipação.
/ Em lânguida espiral que iluminava / Brancas
sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia Obs.2.: Se a inversão for violenta,
melancolizava." (Cruz e Souza) comprometendo o sentido drasticamente, Rocha
Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma
modalidade de metáfora Obs.3.: RL considera anástrofe um tipo de
hipérbato
Anadiplose
Anástrofe
é a repetição de palavra ou expressão de fim de
um membro de frase no começo de outro anteposição, em expressões nominais, do termo
membro de frase. regido de preposição ao termo regente.

Ex: "Todo pranto é um comentário. Um Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a
comentário que amargamente condena os todos.", por: O manto lutuoso da morte vos
motivos dados." cobre a todos.

FIGURAS DE SINTAXE Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato

Elipse Pleonasmo

omissão de um termo ou expressão facilmente repetição de um termo já expresso, com objetivo


subentendida. Casos mais comuns: de enfatizar a ideia.

a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso
implícito: iremos depois, compraríeis a casa? e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu
contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre
b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja não lhe devo (OI pleonástico)
catedral; Maracanã, no ligar de o estádio
Maracanã Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre
da ignorância, perdendo o caráter enfático
c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as (hemorragia de sangue, descer para baixo)
calças rasgadas, no lugar de: estar bêbado, com
a camisa rota, com as calças rasgadas. Assíndeto

d) conjunção - espero você me entenda, no ausência de conectivos de ligação, assim atribui


lugar de: espero que você me entenda. maior rapidez ao texto. Ocorre muito nas or.
coordenadas.
e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no
lugar de: queria mais o filho que queria à filha. Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas;
Em especial o verbo dizer em diálogos - E o não murmuram os rios."
rapaz: - Não sei de nada !, em vez de E o rapaz
disse: Polissíndeto

Zeugma repetição de conectivos na ligação entre


elementos da frase ou do período.
omissão (elipse) de um termo que já apareceu
antes. Se for verbo, pode necessitar adaptações Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e
de número e pessoa verbais. Utilizada, grita, e maltrata. "E sob as ondas ritmadas / e
sobretudo, nas or. comparativas. Ex: Alguns sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e
estudam, outros não, por: alguns estudam,

Língua Portuguesa 11
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sob o sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só
(Carlos Drummond de Andrade) pensamento, proposição de Rocha Lima ("dor
que desatina sem doer" Camões)
Anacoluto
Eufemismo
termo solto na frase, quebrando a estruturação
lógica. Normalmente, inicia-se uma determinada consiste em "suavizar" alguma ideia
construção sintática e depois se opta por outra. desagradável

Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou),
tudo não passa de alguns anos sem importância Você não foi feliz nos exames. (foi reprovado)
(sujeito sem predicado) / Quem ama o feio,
bonito lhe parece (alteraram-se as relações Obs.: Rocha Lima propõe uma variação
entre termos da oração) chamada litote - afirma-se algo pela negação do
contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego;
Anáfora Não sou moço, em vez de Sou velho). Para
Bechara, alteração semântica.
repetição de uma mesma palavra no início de
versos ou frases. Hipérbole

Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que exagero de uma ideia com finalidade expressiva
salta / Olha a gota que falta / Pro desfecho que
falta / Por favor." (Chico Buarque) Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede),
Ela é louca pelos filhos (gosta muito dos filhos)
Obs.: repetição em final de versos ou frases é
epístrofe; repetição no início e no fim será Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades
símploce. Classificações propostas por Rocha de metáfora.
Lima.
Ironia
Silepse
utilização de termo com sentido oposto ao
é a concordância com a ideia, e não com a original, obtendo-se, assim, valor irônico.
palavra escrita. Existem três tipos:
Obs.: Rocha Lima designa como antífrase
a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua
poluída (= a cidade de São Paulo). V. Sª é Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta.
lisonjeiro
Gradação
b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a
Guerra de Canudos (= o livro de Euclides da apresentação de ideias em progressão
Cunha). O casal não veio, estavam ocupados. ascendente (clímax) ou descendente
(anticlímax)
c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª
pess - os brasileiros, mas quem fala ou escreve Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que
também participa do processo verbal) eu não saiba, que eu não veja, que eu não
conheça perfeitamente."
Antecipação
Prosopopeia, personificação, animismo
antecipação de termo ou expressão, como
recurso enfático. Pode gerar anacoluto. é a atribuição de qualidades e sentimentos
humanos a seres irracionais e inanimados.
Ex.: Joana creio que veio aqui hoje.
Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um
O tempo parece que vai piorar brilho de aluguel ..." (João Bosco / Aldir Blanc)

Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse. Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de
metáfora. http://www.graudez.com.br

FIGURAS DE PENSAMENTO
FIGURAS SONORAS
Antítese
Aliteração
aproximação de termos ou frases que se opõem
pelo sentido. repetição de sons consonantais (consoantes).

Ex: "Neste momento todos os bares estão


repletos de homens vazios" (Vinicius de Moraes)

Língua Portuguesa 12
Apostilas Domínio
Cruz e Souza é o melhor exemplo deste apreendem o potencial de expressividade dos
recurso. Uma das características marcantes do sons e que deles extraem um uso mais refinado.
Simbolismo, assim como a sinestesia.
Reconhecendo que a fonologia expressiva ainda
Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / estava por ser iniciada, quando já tinha os
Volúpias dos violões, vozes veladas / Vagam materiais básicos prontos, em vista do avanço
nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, da fonologia linguística, Bally faz essa
vãs, vulcanizadas." (fragmento de Violões que ponderação:
choram. Cruz e Souza)
Não há dúvida de que na matéria fônica se
Assonância escondem possibilidades expressivas.Deve-se
entender como tal tudo que produza sensações
repetição dos mesmos sons vocálicos. musculares e acústicas:sons articulados e suas
combinações, jogos de timbres vocálicos,
Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato melodia, intensidade, duração dos sons,
mulato democrático do litoral." (Caetano Veloso) repetição, assonância e aliterações, silêncios,
etc.Na linguagem, estas impressões fônicas
(E, O) - "O que o vago e incógnito desejo de ser permanecem em estado latente enquanto o
eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando significado e o matiz afetivos das palavras em
Pessoa) que figuram sejam indiferentes ou apostos a
esses valores, mas brotam quando há
Paranomásia concordância.Assim, junto à fonologia
propriamente dita há lugar para uma fonologia
o emprego de palavras parônimas (sons expressiva, que pode trazer
parecidos).
muita luz à primeira analisando o que nos diz o
Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva- instinto:que há uma correspondência entre os
nos às primícias" (Padre Antonio Vieira) sentimentos e os efeitos sensoriais produzidos
pela linguagem. (Bally, Charles.Estilística y
Onomatopeia linguística general, p.101)

criação de uma palavra para imitar um som A insistência de sons de valor expressivo

Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / A expressividade dos fonemas poderia passar
Que andava aborrecida / Pois dava a sua vida / despercebida, se os poetas não os repetissem,
Para falar com alguém. / E estava sempre em a fim de chamar a atenção para a sua
casa / A boa velhinha, / Resmungando sozinha: correspondência com o que exprimem.Muitas
/ Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Cecília vezes, a repetição deles pode não ser de
Meireles) natureza simbólica ou onomatopéica, mas ter
outras funções como realçar determinadas
ESTILÍSTICA DO SOM palavras, reforçar o liame entre dois ou mais
termos, ou ainda contribuir para a unidade de
Também chamada Fonoestilística, trata dos um texto ou parte dele.Pode ser ainda um
valores expressivos de natureza sonora processo lúdico que crie harmonia e seja
observáveis nas palavras e nos agradável ao ouvido.
enunciados.Fonemas e prosodemas (acento,
entonação, altura e ritmo) constituem um As repetições fônicas podem apresentar
complexo sonoro de extraordinária importância diferentes tipos, sendo um pouco variável a sua
na função emotiva e poética. classificação.Trataremos da aliteração,
assonância e da anonimação em especial,
Além de permitir a oposição de duas palavras - destacando trechos dos textos que escolhemos
função distintiva - a matéria fônica desempenha como referência.
uma função expressiva que se deve a
particularidades da articulação dos fonemas, às Aliteração e Assonância
suas qualidades de timbre, altura, duração,
intensidade.Os sons da língua - como outros Aliteração é a repetição insistente dos mesmos
sons dos seres - podem provocar-nos uma sons consonantais, podendo ser eles iniciais, ou
sensação de agrado ou desagrado e ainda integrantes da sílaba tônica, ou distribuídos
sugerir ideias, impressões.O modo como o mais irregularmente em vocábulos próximos.Há
locutor profere as palavras da língua podem quem inclua na aliteração a repetição de vogais
também denunciar essas impressões, estados na sílaba inicial de duas ou mais palavras.A
de espírito ou traços de sua repetição vocálica em sílabas tônicas é a
personalidade.Evidentemente, essas sugestões assonância; mas a mesma vogal pode aparecer
e impressões oferecidas pela matéria fônica são não acentuada, prolongando a insistência.
recebidas de maneira diversa conforme as
pessoas. São os artistas que trabalham com a
palavra, poetas e atores, os que melhor

Língua Portuguesa 13
Apostilas Domínio
“Nem soneto nem sonata vou curtir um som norma culta. De fato, aquele que, num momento
dissonante dos sonidos som ressonante de íntimo do discurso, diz: .Ninguém deixou ele
sibildos...” falar., não comete propriamente erro; na
verdade, transgride a norma culta.
Andréa Cristina Portella Loss
Um repórter, ao cometer uma transgressão em
LÍNGUA (USOS CULTO, COLOQUIAL E sua fala, transgride tanto quanto um indivíduo
POPULAR - GÍRIA) que comparece a um banquete trajando xortes
ou quanto um banhista, numa praia, vestido de
*Luiz Antonio Sacconi fraque e cartola.

A língua é um código de que se serve o homem Releva considerar, assim, o momento do


para elaborar mensagens, para se comunicar. discurso, que pode ser íntimo, neutro ou solene.
Existem basicamente duas modalidades de
língua, ou seja, duas línguas funcionais: O momento íntimo é o das liberdades da fala.
No recesso do lar, na fala entre amigos,
1) a língua funcional de modalidade culta, língua parentes, namorados, etc., portanto, são
culta ou língua-padrão, que compreende a consideradas perfeitamente normais
língua literária, tem por base a norma culta, construções do tipo:
forma linguística utilizada pelo segmento mais
culto e influente de uma sociedade. Constitui, Eu não vi ela hoje.
em suma, a língua utilizada pelos veículos de
comunicação de massa (emissoras de rádio e Ninguém deixou ele falar.
televisão, jornais, revistas, painéis, anúncios,
etc.), cuja função é a de serem aliados da Deixe eu ver isso!
escola, prestando serviço à sociedade,
colaboran- Eu te amo, sim, mas não abuse!

do na educação, e não justamente o contrário; Não assisti o filme nem vou assisti-lo.

2) a língua funcional de modalidade popular; Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
língua popular ou língua cotidiana, que
apresenta gradações as mais diversas, tem o Nesse momento, a informalidade prevalece
seu limite na gíria e no calão. sobre a norma culta, deixando mais livres os
interlocutores.
Norma culta
O momento neutro é o do uso da língua-padrão,
A norma culta, forma linguística que todo povo que é a língua da Nação. Como forma de
civilizado possui, é a que assegura a unidade da respeito, tomam-se por base aqui as normas
língua nacional. E justamente em nome dessa estabelecidas na gramática, ou seja, a norma
unidade, tão importante do ponto de vista culta. Assim, aquelas mesmas construções se
político-cultural, que é ensinada nas escolas e alteram:
difundida nas gramáticas.
Eu não a vi hoje.
Sendo mais espontânea e criativa, a língua
popular se afigura mais expressiva e dinâmica. Ninguém o deixou falar.
Temos, assim, à guisa de exempliflcação:
Deixe-me ver isso!
Estou preocupado. (norma culta)
Eu te amo, sim, mas não abuses!
Tô preocupado. (língua popular)
Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular)
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
Não basta conhecer apenas uma modalidade de
língua; urge conhecer a língua popular, Considera-se momento neutro o utilizado nos
captando-lhe a espontaneidade, expressividade veículos de comunicação de massa (rádio,
e enorme criatividade, para viver; urge conhecer televisão, jornal, revista, etc.).
a língua culta para conviver.
Daí o fato de não se admitirem deslizes ou
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo transgressões da norma culta na pena ou na
das normas da língua culta. boca de jornalistas, quando no exercício do
trabalho, que deve refletir serviço à causa do
O conceito de erro em língua ensino, e não o contrário.

Em rigor, ninguém comete erro em língua, O momento solene, acessível a poucos, é o da


exceto nos casos de ortografia. O que arte poética, caracterizado por construções de
normalmente se comete são transgressões da rara beleza.

Língua Portuguesa 14
Apostilas Domínio
Vale lembrar, finalmente, que a língua é um modalidade mais expressiva, mais criativa, mais
costume. Como tal, qualquer transgressão, ou espontânea e natural, estando, por isso mesmo,
chamado erro, deixa de sê-lo no exato instante mais sujeita a transformações e a evoluções.
em que a maioria absoluta o comete, passando,
assim, a constituir fato linguístico registro de Nenhuma, porém, se sobrepõe a outra em
linguagem definitivamente consagrado pelo uso, importância. Nas escolas principalmente,
ainda que não tenha amparo gramatical. Ex.: costuma se ensinar a língua falada com base na
língua escrita, considerada superior. Decorrem
Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!) daí as correções, as retificações, as emendas, a
que os professores sempre estão atentos.
Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos
reunir.) Ao professor cabe ensinar as duas
modalidades, mostrando as características e as
Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vantagens de uma e outra, sem deixar
vamos dispersar e Não vamos dispersar-nos.) transparecer nenhum caráter de superioridade
ou inferioridade, que em verdade inexiste.
Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu:
Tenho de sair daqui bem depressa.) Isso não implica dizer que se deve admitir tudo
na língua falada. A nenhum povo interessa a
O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado multiplicação de línguas. A nenhuma nação
está no seu posto.) convém o surgimento de dialetos, consequência
natural do enorme distanciamento entre uma
Têxtil, que significa rigorosamente que se pode modalidade e outra.
tecer, em virtude do seu significado, não poderia
ser adjetivo associado a indústria, já que não Com propriedade, afirma o Prof. Sebastião
existe indústria que se pode tecer. Hoje, porém, Expedito Ignacio, da UNESP (Universidade
temos não só como também o operário têxtil, Estadual de São Paulo): .O fato de que é o povo
em vez da indústria de fibra têxtil e do operário que faz a língua não quer dizer que se deva
da indústria de fibra têxtil. aceitar tudo o que venha a ser criado pelo povo.
A língua pressupõe também cultura e, às vezes,
As formas impeço, despeço e desimpeço, dos o próprio povo se encarrega de repelir uma
verbos impedir, despedir e desimpedir, criação que não se enquadre dentro do espírito
respectivamente, são exemplos também de da língua como evolução natural...
transgressões ou .erros. que se tornaram fatos
linguísticos, já que só correm hoje porque a A língua escrita é, foi e sempre será mais bem
maioria viu tais verbos como derivados de pedir, elaborada que a língua falada, porque é a
que tem, início, na sua conjugação, com peço. modalidade que mantém a unidade linguística
Tanto bastou para se arcaizarem as formas de um povo, além de ser a que faz o
então legítimas impido, despido e desimpido, pensamento atravessar o espaço e o tempo.
que hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais
tem coragem de usar. detida será possível sem a língua escrita, cujas
transformações, por isso mesmo, se processam
Observação: lentamente e em número consideravelmente
menor, quando cotejada com a modalidade
Em vista do exposto, será útil eliminar do falada.
vocabulário escolar palavras como corrigir e
correto, quando nos referimos a frases. “Corrija Importante é fazer o educando perceber que o
estas frases” é uma expressão que deve dar nível da linguagem, a norma linguística, deve
lugar a esta, por exemplo: “Converta estas variar de acordo com a situação em que se
frases da língua popular para a língua culta”. desenvolve o discurso.

Uma frase correta não é aquela que se O ambiente sociocultural determina o nível da
contrapõe a uma frase “errada”; é, na verdade, linguagem a ser empregado. O vocabulário, a
uma frase elaborada conforme as normas sintaxe, a pronúncia e até a entoação variam
gramaticais; em suma, conforme a norma culta. segundo esse nível. Um padre não fala com
uma criança como se estivesse dizendo missa,
Língua escrita e língua falada. Nível de assim como uma criança não fala como um
linguagem adulto. Um engenheiro não usará um mesmo
discurso, ou um mesmo nível de fala, para
A língua escrita, estática, mais elaborada e colegas e para pedreiros, assim como nenhum
menos econômica, não dispõe dos recursos professor utiliza o mesmo nível de fala no
próprios da língua falada. recesso do lar e na sala de aula.

A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a Existem, portanto, vários níveis de linguagem e,


entoação (melodia da frase), as pausas entre esses níveis, se destacam em importância
(intervalos significativos no decorrer do o culto e o cotidiano, a que já fizemos
discurso), além da possibilidade de gestos, referência.
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a

Língua Portuguesa 15
Apostilas Domínio
A gíria de recursos da língua para produzir efeitos de
sentido de forma adequada a cada situação
Ao contrário do que muitos pensam, a gíria não específica de interação humana.
constitui um flagelo da linguagem. Quem, um
dia, já não usou bacana, dica, cara, chato, cuca, Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o
esculacho, estrilar? trabalho com textos na escola a partir da
abordagem do Gênero Textual Marcuschi não
O mal maior da gíria reside na sua adoção como demonstra favorabilidade ao trabalho com a
forma permanente de comunicação, Tipologia Textual, uma vez que, para ele, o
desencadeando um processo não só de trabalho fica limitado, trazendo para o ensino
esquecimento, como de desprezo do alguns problemas, uma vez que não é possível,
vocabulário oficial. Usada no momento certo, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque,
porém, a gíria é um elemento de linguagem que embora possamos classificar vários textos como
denota expressividade e revela grande sendo narrativos, eles se concretizam em
criatividade, desde que, naturalmente, formas diferentes – gêneros – que possuem
adequada à mensagem, ao meio e ao receptor. diferenças específicas.
Note, porém, que estamos falando em gíria, e
não em calão. Por outro lado, autores como Luiz Carlos
Travaglia (UFUberlândia/MG) defendem o
Ainda que criativa e expressiva, a gíria só é trabalho com a Tipologia Textual.
admitida na língua falada. A língua escrita não a
tolera, a não ser na reprodução da fala de Para o autor, sendo os textos de diferentes
determinado meio ou época, com a visível tipos, eles se instauram devido à existência de
intenção de documentar o fato, ou em casos diferentes modos de interação ou interlocução.
especiais de comunicação entre amigos, O trabalho com o texto e com os diferentes tipos
familiares, namorados, etc., caracterizada pela de texto é fundamental para o desenvolvimento
linguagem informal. da competência comunicativa. De acordo com
as ideias do autor, cada tipo de texto é
in Nossa Gramática – Teoria e Prática. Editora apropriado para um tipo de interação específica.
Atual, 1994. Deixar o aluno restrito a apenas alguns tipos de
texto é fazer com que ele só tenha recursos
GÊNEROS TEXTUAIS para atuar comunicativamente em alguns casos,
tornando-se incapaz, ou pouco capaz, em
Gêneros textuais são tipos específicos de textos outros. Certamente, o professor teria que fazer
de qualquer natureza, literários ou não. uma espécie de levantamento de quais tipos
Modalidades discursivas constituem as seriam mais necessários para os alunos, para, a
estruturas e as funções sociais (narrativas, partir daí, iniciar o trabalho com
dissertativas, argumentativas, procedimentais e
exortativas), utilizadas como formas de esses tipos mais necessários.
organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser
considerados exemplos de gêneros textuais: Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem,
anúncios, convites, atas, avisos, programas de de maneira equivocada, o termo tipo de texto.
auditórios, bulas, cartas, comédias, contos de Na verdade, para ele, não se trata de tipo de
fadas, convênios, crônicas, editoriais, ementas, texto, mas de gênero de texto. O autor diz que
ensaios, entrevistas, circulares, contratos, não é correto afirmar que a carta pessoal, por
decretos, discursos políticos. exemplo, é um tipo de texto como fazem os
livros. Ele atesta que a carta pessoal é um
A diferença entre Gênero Textual e Tipologia Gênero Textual.
Textual é, no meu entender, importante para
direcionar o trabalho do professor de língua na O autor diz que em todos os gêneros os tipos se
leitura, compreensão e produção de textos1. O realizam, ocorrendo, muitas das vezes, o
que pretendemos neste pequeno ensaio é mesmo gênero sendo realizado em dois ou mais
apresentar algumas considerações sobre tipos. Ele apresenta uma carta pessoal3 como
Gênero Textual e Tipologia Textual, usando, exemplo, e comenta que ela pode apresentar as
para isso, as considerações feitas por Marcuschi tipologias descrição, injunção, exposição,
(2002) e Travaglia (2002), que faz narração e argumentação. Ele chama essa
apontamentos questionáveis para o termo miscelânea de tipos presentes em um gênero de
Tipologia Textual. No final, apresento minhas heterogeneidade tipológica.
considerações a respeito de minha escolha pelo
gênero ou pela tipologia. Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica.
Para ele, dificilmente são encontrados tipos
Convém afirmar que acredito que o trabalho puros. Realmente é raro um tipo puro. Num
com a leitura, compreensão e a produção texto como a bula de remédio, por exemplo, que
escrita em Língua Materna deve ter como meta para Fávero & Koch (1987) é um texto injuntivo,
primordial o desenvolvimento no aluno de tem-se a presença de várias tipologias, como a
habilidades que façam com que ele tenha descrição, a injunção e a predição4. Travaglia
capacidade de usar um número sempre maior afirma que um texto se define como de um tipo

Língua Portuguesa 16
Apostilas Domínio
por uma questão de dominância, em função do injunção (Swales, 1990; Adam, 1990; Bronckart,
tipo de interlocução que se pretende estabelecer 1999). Segundo ele, o termo Tipologia Textual é
e que se estabelece, e não em função do usado para designar uma espécie de sequência
espaço ocupado por um tipo na constituição teoricamente definida pela natureza linguística
desse texto. de sua composição (aspectos lexicais,
sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p.
Quando acontece o fenômeno de um texto ter 22).
aspecto de um gênero mas ter sido construído
em outro, Marcuschi dá o nome de Gênero Textual é definido pelo autor como uma
intertextualidade intergêneros. Ele explica noção vaga para os textos materializados
dizendo que isso acontece porque ocorreu no encontrados no dia-a-dia e que apresentam
texto a configuração de uma estrutura características sócio-comunicativas definidas
intergêneros de natureza altamente híbrida, pelos conteúdos, propriedades funcionais, estilo
sendo que um gênero assume a função de e composição característica.
outro.
Travaglia define Tipologia Textual como aquilo
Travaglia não fala de intertextualidade que pode instaurar um modo de interação, uma
intergêneros, mas fala de um intercâmbio de maneira de interlocução, segundo perspectivas
tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode que podem variar. Essas perspectivas podem,
ser usado no lugar de outro tipo, criando segundo o autor, estar ligadas ao produtor do
determinados efeitos de sentido impossíveis, na texto em relação ao objeto do dizer quanto ao
opinião do autor, com outro dado tipo. Para fazer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à
exemplificar, ele fala de descrições e inserção destes no tempo e/ou no espaço. Pode
comentários dissertativos feitos por meio da ser possível a perspectiva do produtor do texto
narração. dada pela imagem que o mesmo faz do receptor
como alguém que concorda ou não com o que
Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a ele diz. Surge, assim, o discurso da
seguinte configuração teórica: transformação, quando o produtor vê o receptor
como alguém que não concorda com ele. Se o
. intertextualidade intergêneros = um gênero produtor vir o receptor como alguém que
com a função de outro concorda com ele, surge o discurso da
cumplicidade. Tem-se ainda, na opinião de
. heterogeneidade tipológica = um gênero com a Travaglia, uma perspectiva em que o produtor
presença de vários tipos do texto faz uma antecipação no dizer. Da
mesma forma, é possível encontrar a
Travaglia mostra o seguinte: perspectiva dada pela atitude comunicativa de
comprometimento ou não. Resumindo, cada
. conjugação tipológica = um texto apresenta uma das perspectivas apresentadas pelo autor
vários tipos gerará um tipo de texto. Assim, a primeira
perspectiva faz surgir os tipos descrição,
. intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar dissertação, injunção e narração. A segunda
de outro perspectiva faz com que surja o tipo
argumentativo stricto sensu6 e não
Aspecto interessante a se observar é que argumentativo stricto sensu. A perspectiva da
Marcuschi afirma que os gêneros não são antecipação faz surgir o tipo preditivo. A do
entidades naturais, mas artefatos culturais comprometimento dá origem a textos do mundo
construídos historicamente pelo ser humano. comentado (comprometimento) e do mundo
Um gênero, para ele, pode não ter uma narrado (não comprometimento) (Weirinch,
determinada propriedade e ainda continuar 1968). Os textos do mundo narrado seriam
sendo aquele gênero. Para exemplificar, o autor enquadrados, de maneira geral, no tipo
fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo narração. Já os do mundo comentado ficariam
que o autor da carta não tenha assinado o nome no tipo dissertação.
no final, ela continuará sendo carta, graças as
suas propriedades necessárias e suficientes Travaglia diz que o Gênero Textual se
.Ele diz, ainda, que uma publicidade pode ter o caracteriza por exercer uma função social
formato de um poema ou de uma lista de específica. Para ele, estas funções sociais são
produtos em oferta. O que importa é que esteja pressentidas e vivenciadas pelos usuários. Isso
fazendo divulgação de produtos, estimulando a equivale dizer que, intuitivamente, sabemos que
compra por parte de clientes ou usuários gênero usar em momentos específicos de
daquele produto. interação, de acordo com a função social dele.
Quando vamos escrever um e-mail, sabemos
Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que ele pode apresentar características que
que deve ser usado para designar uma espécie farão com que ele .funcione. de maneira
de sequência teoricamente definida pela diferente. Assim, escrever um e-mail para um
natureza linguística de sua composição. Em amigo não é o mesmo que escrever um e-mail
geral, os tipos textuais abrangem as categorias para uma universidade, pedindo informações
narração, argumentação, exposição, descrição e sobre um concurso público, por exemplo.

Língua Portuguesa 17
Apostilas Domínio
Observamos que Travaglia dá ao gênero uma quantos e quais são os gêneros textuais
função social. Parece que ele diferencia existentes.
Tipologia Textual de Gênero Textual a partir
dessa .qualidade. que o gênero possui. Mas Se em Travaglia nota-se uma discussão teórica
todo texto, independente de seu gênero ou tipo, não percebida em Marcuschi, o oposto também
não exerce uma função social qualquer? acontece. Este autor discute o conceito de
Domínio Discursivo. Ele diz que os domínios
Marcuschi apresenta alguns exemplos de discursivos são as grandes esferas da atividade
gêneros, mas não ressalta sua função social. Os humana em que os textos circulam (p. 24).
exemplos que ele traz são telefonema, sermão, Segundo informa, esses domínios não seriam
romance, bilhete, aula expositiva, reunião de nem textos nem discursos, mas dariam origem a
condomínio, etc. discursos muito específicos. Constituiriam
práticas discursivas dentro das quais seria
Já Travaglia, não só traz alguns exemplos de possível a identificação de um conjunto de
gêneros como mostra o que, na sua opinião, gêneros que às vezes lhes são próprios como
seria a função social básica comum a cada um: práticas ou rotinas comunicativas
aviso, comunicado, edital, informação, informe, institucionalizadas.
citação (todos com a função social de dar
conhecimento de algo a alguém). Certamente a Como exemplo, ele fala do discurso jornalístico,
carta e o e-mail entrariam nessa lista, levando discurso jurídico e discurso religioso. Cada uma
em consideração que o aviso pode ser dado sob dessas atividades, jornalística, jurídica e
a forma de uma carta, e-mail ou ofício. Ele religiosa, não abrange gêneros em particular,
continua exemplificando apresentando a mas origina vários deles.
petição, o memorial, o requerimento, o abaixo
assinado (com a função social de pedir, Travaglia até fala do discurso jurídico e
solicitar). Continuo colocando a carta, o e-mail e religioso, mas não como Marcuschi. Ele cita
o ofício aqui. esses discursos quando discute o que é para
ele tipologia de discurso. Assim, ele fala dos
Nota promissória, termo de compromisso e voto discursos citados mostrando que as tipologias
são exemplos com a função de prometer. Para de discurso usarão critérios ligados às
mim o voto não teria essa função de prometer. condições de produção dos discursos e às
Mas a função de confirmar a promessa de dar o diversas formações discursivas em que podem
voto a alguém. Quando alguém vota, não estar inseridos (Koch & Fávero, 1987, p. 3).
promete nada, confirma a promessa de votar Citando Koch & Fávero, o autor fala que uma
que pode ter sido feita a um candidato. tipologia de discurso usaria critérios ligados à
referência (institucional (discurso político,
Ele apresenta outros exemplos, mas por religioso, jurídico), ideológica (discurso petista,
questão de espaço não colocarei todos. É bom de direita, de esquerda, cristão, etc), a domínios
notar que os exemplos dados por ele, mesmo os de saber (discurso médico, linguístico, filosófico,
que não foram mostrados aqui, apresentam etc), à inter-relação entre elementos da
função social formal, rígida. Ele não apresenta exterioridade
exemplos de gêneros que tenham uma função
social menos rígida, como o bilhete. (discurso autoritário, polêmico, lúdico)).
Marcuschi não faz alusão a uma tipologia do
Uma discussão vista em Travaglia e não discurso.
encontrada em Marcuschi7 é a de Espécie. Para
ele, Espécie se define e se caracteriza por Semelhante opinião entre os dois autores
aspectos formais de estrutura e de superfície citados é notada quando falam que texto e
linguística e/ou aspectos de conteúdo. Ele discurso não devem ser encarados como iguais.
exemplifica Espécie dizendo que existem duas Marcuschi considera o texto como uma entidade
pertencentes ao tipo narrativo: a história e a concreta realizada materialmente e corporificada
não-história. Ainda do tipo narrativo, ele em algum Gênero Textual [grifo meu] (p. 24).
apresenta as Espécies narrativa em prosa e Discurso para ele é aquilo que um texto produz
narrativa em verso. No tipo descritivo ele mostra ao se manifestar em alguma instância
as Espécies distintas objetiva x subjetiva, discursiva. O discurso se realiza nos textos (p.
estática x dinâmica e comentadora x narradora. 24). Travaglia considera o discurso como a
Mudando para gênero, ele apresenta a própria atividade comunicativa, a própria
correspondência com as Espécies carta, atividade produtora de sentidos para a interação
telegrama, bilhete, ofício, etc. No gênero comunicativa, regulada por uma exterioridade
romance, ele mostra as Espécies romance sócio-histórica-ideológica (p. 03). Texto é o
histórico, regionalista, fantástico, de ficção resultado dessa atividade comunicativa. O texto,
científica, policial, erótico, etc. Não sei até que para ele, é visto como uma unidade linguística
ponto a Espécie daria conta de todos os concreta que é tomada pelos usuários da língua
Gêneros Textuais existentes. Será que é em uma situação de interação comunicativa
possível especificar todas elas? Talvez seja específica, como uma unidade de sentido e
difícil até mesmo porque não é fácil dizer como preenchendo uma função comunicativa

Língua Portuguesa 18
Apostilas Domínio
reconhecível e reconhecida, independentemente conta uma série de fatores, porém dois são mais
de sua extensão (p. 03). pertinentes:

Travaglia afirma que distingue texto de discurso a) O trabalho com os tipos deveria preparar o
levando em conta que sua preocupação é com a aluno para a composição de quaisquer outros
tipologia de textos, e não de discursos. textos (não sei ao certo se isso é possível. Pode
Marcuschi afirma que a definição que traz de ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo
texto e discurso é muito mais operacional do não dê ao aluno o preparo ideal para lidar com o
que formal. tipo dissertativo, e vice-versa. Um aluno que
pára de estudar na 5ª série e não volta mais à
Travaglia faz uma .tipologização. dos termos escola teria convivido muito mais com o tipo
Gênero Textual, Tipologia Textual e Espécie. narrativo, sendo esse o mais trabalhado nessa
Ele chama esses elementos de Tipelementos. série. Será que ele estaria preparado para
Justifica a escolha pelo termo por considerar produzir, quando necessário, outros tipos
que os elementos tipológicos (Gênero Textual, textuais? Ao lidar somente com o tipo narrativo,
Tipologia Textual e Espécie) são básicos na por exemplo, o aluno, de certa forma, não deixa
construção das tipologias e talvez dos textos, de trabalhar com os outros tipos?);
numa espécie de analogia com os elementos
químicos que compõem as substâncias b) A utilização prática que o aluno fará de cada
encontradas na natureza. tipo em sua vida.

Para concluir, acredito que vale a pena Acho que vale a pena dizer que sou favorável
considerar que as discussões feitas por ao trabalho com o Gênero Textual na escola,
Marcuschi, em defesa da abordagem textual a embora saiba que todo gênero realiza
partir dos Gêneros Textuais, estão diretamente necessariamente uma ou mais sequências
ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho tipológicas e que todos os tipos inserem-se em
com o gênero é uma grande oportunidade de se algum gênero textual.
lidar com a língua em seus mais diversos usos
autênticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo Até recentemente, o ensino de produção de
que ele apresenta a ideia básica de que um textos (ou de redação) era feito como um
maior conhecimento do funcionamento dos procedimento único e global, como se todos os
Gêneros Textuais é importante para a produção tipos de texto fossem iguais e não
e para a compreensão de textos. Travaglia não apresentassem determinadas dificuldades e, por
faz abordagens específicas ligadas à questão isso, não exigissem aprendizagens específicas.
do ensino no seu tratamento à Tipologia A fórmula de ensino de redação, ainda hoje
Textual. muito praticada nas escolas brasileiras – que
consiste fundamentalmente na trilogia narração,
O que Travaglia mostra é uma extrema descrição e dissertação – tem por base uma
preferência pelo uso da Tipologia Textual, concepção voltada essencialmente para duas
independente de estar ligada ao ensino. Sua finalidades: a formação de escritores literários
abordagem parece ser mais taxionômica. Ele (caso o aluno se aprimore nas duas primeiras
chega a afirmar que são os tipos que entram na modalidades textuais) ou a formação de
composição da grande maioria dos textos. Para cientistas (caso da terceira modalidade)
ele, a questão dos elementos tipológicos e suas (Antunes, 2004). Além disso, essa concepção
implicações com o ensino/aprendizagem guarda em si uma visão equivocada de que
merece maiores discussões. narrar e descrever seriam ações mais .fáceis. do
que dissertar, ou mais adequadas à faixa etária,
Marcuschi diz que não acredita na existência de razão pela qual esta última tenha sido reservada
Gêneros Textuais ideais para o ensino de às séries terminais - tanto no ensino
língua. Ele afirma que é possível a identificação fundamental quanto no ensino médio.
de gêneros com dificuldades progressivas, do
nível menos formal ao mais formal, do mais O ensino-aprendizagem de leitura,
privado ao mais público e assim por diante. Os compreensão e produção de texto pela
gêneros devem passar por um processo de perspectiva dos gêneros reposiciona o
progressão, conforme sugerem Schneuwly & verdadeiro papel do professor de Língua
Dolz (2004). Materna hoje, não mais visto aqui como um
especialista em textos literários ou científicos,
Travaglia, como afirmei, não faz considerações distantes da realidade e da prática textual do
sobre o trabalho com a Tipologia Textual e o aluno, mas como um especialista nas diferentes
ensino. Acredito que um trabalho com a modalidades textuais, orais e escritas, de uso
tipologia teria que, no mínimo, levar em conta a social. Assim, o espaço da sala de aula é
questão de com quais tipos de texto deve-se transformado numa verdadeira oficina de textos
trabalhar na escola, a quais será dada maior de ação social, o que é viabilizado e
atenção e com quais será feito um trabalho mais concretizado pela adoção de algumas
detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja estratégias, como enviar uma carta para um
considerada a ideia de Travaglia, deve levar em aluno de outra classe, fazer um cartão e ofertar
a alguém, enviar uma carta de solicitação a um

Língua Portuguesa 19
Apostlas Domínio
secretário da prefeitura, realizar uma entrevista, Por Paula Perin dos Santos
etc. Essas atividades, além de diversificar e
concretizar os leitores das produções (que O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as
agora deixam de ser apenas .leitores visuais.), regras ortográficas da Língua Portuguesa e
permitem também a participação direta de todos aumentar o prestígio social da língua no cenário
os alunos e eventualmente de pessoas que internacional. Sua implementação no Brasil
fazem parte de suas relações familiares e segue os seguintes parâmetros: 2009 – vigência
sociais. A avaliação dessas produções ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação
abandona os critérios quase que completa dos livros didáticos às novas regras; e
exclusivamente literários ou gramaticais e a partir de 2013 – vigência obrigatória em todo o
desloca seu foco para outro ponto: o bom texto território nacional. Cabe lembrar que esse .Novo
não é aquele que apresenta, ou só apresenta, Acordo Ortográfico. já se encontrava assinado
características literárias, mas aquele que é desde 1990 por oito países que falam a língua
adequado à situação comunicacional para a portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora
qual foi produzido, ou seja, se a escolha do é que teve sua implementação.
gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o
nível de língua estão adequados ao interlocutor É equívoco afirmar que este acordo visa
e podem cumprir a finalidade do texto. uniformizar a língua, já que uma língua não
existe apenas em função de sua ortografia. Vale
Acredito que abordando os gêneros a escola lembrar que a ortografia é apenas um aspecto
estaria dando ao aluno a oportunidade de se superficial da escrita da língua, e que as
apropriar devidamente de diferentes Gêneros diferenças entre o Português falado nos
Textuais socialmente utilizados, sabendo diversos países lusófonos subsistirão em
movimentar-se no dia-a-dia da interação questões referentes à pronúncia, vocabulário e
humana, percebendo que o exercício da gramática. Uma língua muda em função de seus
linguagem será o lugar da sua constituição falantes e do tempo, não por meio de Leis ou
como sujeito. A atividade com a língua, assim, Acordos.
favoreceria o exercício da interação humana, da
participação social dentro de uma sociedade A queixa de muitos estudantes e usuários da
letrada. língua escrita é que, depois de internalizada
uma regra, é difícil .desaprendê-la.. Então, cabe
1 - Penso que quando o professor não opta pelo aqui uma dica: quando se tiver uma dúvida
trabalho com o gênero ou com o tipo ele acaba sobre a escrita de alguma palavra, o ideal é
não tendo uma maneira muito clara para consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em
selecionar os textos com os quais trabalhará. fácil acesso) ou, na melhor das hipóteses, use
um sinônimo para referir-se a tal palavra.
2 - Outra discussão poderia ser feita se se
optasse por tratar um pouco a diferença entre Mostraremos nessa série de artigos o Novo
Gênero Textual e Gênero Discursivo. Acordo de uma maneira descomplicada,
apontando como é que fica estabelecido de hoje
3 - Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser em diante a Ortografia Oficial do Português
exclusivamente descritiva, ou dissertativa, ou falado no Brasil.
injuntiva, ou narrativa, ou argumentativa. Acho
meio difícil alguém conseguir escrever um texto, Alfabeto
caracterizado como carta, apenas com
descrições, ou apenas com injunções. Por outro A influência do inglês no nosso idioma agora é
lado, meio que contrariando o que acabara de oficial. Há muito tempo as letras .k., .w. e .y.
afirmar, ele diz desconhecer um gênero faziam parte do nosso idioma, isto não é
necessariamente descritivo. nenhuma novidade. Elas já apareciam em
unidades de medidas, nomes próprios e
4 - Termo usado pelas autoras citadas para os palavras importadas do idioma inglês, como:
textos que fazem previsão, como o boletim
meteorológico e o horóscopo. km – quilômetro,

5 - Necessárias para a carta, e suficientes para kg – quilograma


que o texto seja uma carta.
Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre
6 - Segundo Travaglia (1991), texto outros.
argumentativo stricto sensu é o que faz
argumentação explícita. Trema

7 - Pelo menos nos textos aos quais tive Não se usa mais o trema em palavras do
acesso. Sílvio Ribeiro da Silva português. Quem digita muito textos científicos
no computador sabe o quanto dava trabalho
escrever linguística, frequência. Ele só vai
permanecer em nomes próprios e seus
ORTOGRAFIA OFICIAL derivados, de origem estrangeira. Por exemplo,
Gisele Bündchen não vai deixar de usar o trema

Língua Portuguesa 20
Apostilas Domínio
em seu nome, pois é de origem alemã. (neste réis (moeda)
caso, o .ü. lê-se .i.)
Véu
QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA
dói
1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em .A”,
“E”, “O”, seguidas ou não de .S”, inclusive as méis
formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou
“LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas céu
terminadas em ditongos abertos, como “ÉI”,
“ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S” mói

Ex. pastéis

Chá Chapéus

Mês anzóis

nós ninguém

Gás parabéns

Sapé Jerusalém

cipó

Dará Resumindo:

Café Só não acentuamos oxítonas terminadas em .I.


ou .U., a não ser que seja um caso de hiato. Por
avós exemplo: as palavras .baú., .aí., .Esaú. e .atraí-
lo. são acentuadas porque as semivogais .i. e
Pará .u. estão tônicas nestas palavras.

Vocês 2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando


terminadas em:
compôs
. L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
vatapá
. N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
pontapés
. R – câncer, caráter, néctar, repórter.

. X – tórax, látex, ônix, fênix.
Aliás
. PS – fórceps, Quéops, bíceps.
português
. Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
robô
. ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
dá-lo
. I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
vê-lo
. ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
avó
. UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
recuperá-los
. US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
Conhecê-los
Também acentuamos as paroxítonas
pô-los terminadas em ditongos crescentes
(semivogal+vogal):
guardá-la
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia,
Fé residência, férias, lírio.

compô-los 3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.

Língua Portuguesa 21
Apostilas Domínio
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, Às pessoas, na rua, foi sugerida uma questão.
pálido, sândalo, crisântemo, público, pároco, Pediu-se que colocassem vírgulas no seguinte
proparoxítona. texto:

QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS "O diretor de Recursos Humanos da Empresa


ENCONTROS VOCÁLICOS Brasileira de Correios e Telégrafos declarou que
não haverá demissões neste mês."
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos,
quando: A maioria acertou. Não há vírgula.

. Formarem sílabas sozinhos ou com “S” "O diretor de Recursos Humanos da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos" é o sujeito
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e- do verbo declarar. Foi ele, o diretor, que
go-ís-ta. declarou.

IMPORTANTE Entre sujeito e verbo não há vírgula.

Por que não acentuamos .ba-i-nha., .fei-u-ra., Depois, " ...que não haverá demissões neste
.ru-im., .ca-ir., .Ra-ul., se todos são .i. e .u. mês."
tônicas, portanto hiatos?
Como a sequência está na ordem direta, não há
Porque o .i. tônico de .bainha. vem seguido de por que colocar vírgula.
NH. O .u. e o .i. tônicos de .ruim., .cair. e .Raul.
formam sílabas com .m., .r. e .l. Mas, às vezes, vírgula pode decidir o sentido do
respectivamente. Essas consoantes já soam texto.
forte por natureza, tornando naturalmente a
sílaba .tônica., sem precisar de acento que O professor Pasquale fala da sua participação
reforce isso. no Programa Jô Soares, quando pediu a ele que
escrevesse um telegrama.
5. Trema
Irás voltarás não morrerás
Não se usa mais o trema em palavras da língua
portuguesa. Ele só vai permanecer em nomes Dependendo do sentido que se quer dar, ocorre
próprios e seus derivados, de origem a pontuação.
estrangeira, como Bündchen, Müller, mülleriano
(neste caso, o .ü. lê-se .i.) Irás. Voltarás. Não morrerás.

6. Acento Diferencial Irás. Voltarás? Não. Morrerás.

O acento diferencial permanece nas palavras: Resumo.

pôde (passado), pode (presente) No primeiro caso não há por que usar a vírgula.
O texto está na ordem direta e em sequências
pôr (verbo), por (preposição) diretas não se usa pontuação. No caso do
telegrama pontua-se de acordo com aquilo que
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se quer dizer. A pontuação decide o sentido.
se a 3ª pessoa do verbo está no singular ou
plural: O PONTO

SINGULAR PLURAL Pausa máxima, o ponto encerra o período.

Ele tem Ele têm "Terceiro dia de aula. A professora é um amor.


Na sala, estampas coloridas mostram animais
Ele vem Eles vêm de todos os tipos. É preciso querer bem a eles,
diz a professora, com um sorriso que envolve
toda a fauna, protegendo-a .

Essa regra se aplica a todos os verbos Eles têm direito à vida, como nós, e além disso
derivados de .ter. e .vir., como: conter, manter, são muito úteis. Cachorro faz muita falta. Mas
intervir, deter, sobrevir, reter, etc. não é só ele não.

A galinha, o peixe, a vaca... Todos


PONTUAÇÃO
ajudam."(Rubem Braga)
A VÍRGULA No texto acima, o ponto foi um eficiente recurso
estilístico de descrição. Ajudou a compor frases
A vírgula depende da estrutura sintática da curtas, misturadas a outras, mais longas, em
oração. que se usou vírgula. Repare na força que as

Língua Portuguesa 22
Apostilas Domínio
orações pausadas, curtas, todas pontuadas, Travessão serve para:
exercem no seguinte texto: "Dezembro. Solão
em brasa. O verde mais verde. As ruas repletas Principalmente, indicar com que pessoa do
de pessoas que passam minimamente vestidas. discurso está a fala.
Muita alegria. Muita cor."
Isolar palavras ou frases - usa-se travessão
O PONTO-E-VÍRGULA duplo.

Ele marca uma pausa intermediária entre o Isolar a parte final de um enunciado.
ponto e a vírgula. Geralmente, separa orações
coordenadas quando uma delas já tiver vírgula, Exemplos:
ou quando tiverem sentido oposto: "As mulheres
choravam de medo; os homens zombavam de - Bom dia, nhá Benta.
tudo."
- Bom dia, meu filho.
OS DOIS-PONTOS
Um mundo todo vivo tem grande força - a força
Eles introduzem citações, enumerações ou um de um inferno. (Clarice Lispector).
esclarecimento.
O HÍFEN
A velhinha simpática conclamou a todos:
Prefixos que exigem hífen diante de qualquer
- Venham tomar chá! letra: além, aquém, bem, co, ex, nuper, pára,
pós, pré, pró, recém, sem, sota, soto e vice.
Aristides costumava fechar questão em três Fonte - http://www.spiner.com.br
pontos: honra, dinheiro e mulheres.
CRASE
Não gostava que mexessem nas gavetas: ficava
possesso. Crase é a fusão da preposição A com outro A.

Só quero uma coisa: paz. (J. C. Carvalho). Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem.

AS RETICÊNCIAS EMPREGO DA CRASE

Elas têm a função de indicar que a frase foi • em locuções adverbiais:


suspensa ou seccionada. Podem também
indicar que houve dúvida, hesitação ou à vezes, às pressas, à toa...
surpresa.
• em locuções prepositivas:
"A verdade não me faz sentido... É por isso que
eu a temia e a temo... Sinto que uma primeira em frente à, à procura de...
liberdade está pouco a pouco me tomando..."
(Clarice Lispector) • em locuções conjuntivas:

"A Genilda? Bom... não sei... acho que ela nem à medida que, à proporção que...
chegou ainda..."(Rubem Braga).
• pronomes demonstrativos: aquele, aquela,
AS ASPAS aqueles, aquelas, aquilo, a, as

A função das aspas é, principalmente, isolar do Fui ontem àquele restaurante.


contexto frases ou palavras alheias, no início e
no fim de uma citação, ou então evidenciar Falamos apenas àquelas pessoas que estavam
determinados temos (gírias, arcaísmos, no salão:
estrangeirismos etc.).
Refiro-me àquilo e não a isto.
Meu "flamboyant" na primavera, que bonito que
ele era. (Roberto Carlos). A CRASE É FACULTATIVA

OS PARÊNTESES • diante de pronomes possessivos femininos:

São usados para intercalar, num texto, qualquer Entreguei o livro a(à) sua secretária .
indicação acessória (uma explicação, uma
circunstância incidental, uma nota emocional). • diante de substantivos próprios femininos:

Deus (ou foi talvez o diabo?) deu-me este amor Dei o livro à(a) Sônia.
maduro... (Carlos D. de Andrade)
CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
O TRAVESSÃO

Língua Portuguesa 23
Apostilas Domínio
• Antes dos nomes de localidades, quando tais • A QUE - À QUE
nomes admitirem o artigo A:
Se, com antecedente masculino ocorrer AO
Viajaremos à Colômbia. QUE, com o feminino ocorrerá crase:

(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Houve um palpite anterior ao que você deu.
Colômbia)
Houve uma sugestão anterior à que você deu.
• Nem todos os nomes de localidades aceitam o
artigo: Curitiba, Brasília, Fortaleza, Goiás, Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE,
Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, com o feminino não ocorrerá crase.
Veneza, etc.
Não gostei do filme a que você se referia.
Viajaremos a Curitiba.
Não gostei da peça a que você se referia.
(Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho
de Curitiba). O mesmo fenômeno de crase (preposição A) -
pronome demonstrativo A que ocorre antes do
• Haverá crase se o substantivo vier QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do
acompanhado de adjunto que o modifique. de:

Ela se referiu à saudosa Lisboa. Meu palpite é igual ao de todos

Vou à Curitiba dos meus sonhos. Minha opinião é igual à de todos.

• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", NÃO OCORRE CRASE


mesmo subentendida:
• antes de nomes masculinos:
Às 8 e 15 o despertador soou.
Andei a pé.
• Antes de substantivo, quando se puder
subentender as palavras .moda. ou "maneira": Andamos a cavalo.

Aos domingos, trajava-se à inglesa. • antes de verbos:

Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo. Ela começa a chorar.

• Antes da palavra casa, se estiver determinada: Cheguei a escrever um poema.

Referia-se à Casa Gebara. • em expressões formadas por palavras


repetidas:
• Não há crase quando a palavra "casa" se
refere ao próprio lar. Estamos cara a cara.

Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. • antes de pronomes de tratamento, exceto
(Venho de casa). senhora, senhorita e dona:

• Antes da palavra "terra", se esta não for Dirigiu-se a V. Sa com aspereza.


antônima de bordo.
Escrevi a Vossa Excelência.
Voltou à terra onde nascera.
Dirigiu-se gentilmente à senhora.
Chegamos à terra dos nossos ancestrais.
• quando um A (sem o S de plural) preceder um
Mas: nome plural:

Os marinheiros vieram a terra. Não falo a pessoas estranhas.

O comandante desceu a terra. Jamais vamos a festas.

• Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS


feminina que aceite o artigo, poderá ou não
ocorrer a crase, indiferentemente: Quanto à significação, as palavras podem ser:

Vou até a (á ) chácara. Sinônimas - quando apresentam sentidos


semelhantes: falecer e morrer, belo e bonito;
Cheguei até a(à) muralha longe e distante, etc.

Língua Portuguesa 24
Apostilas Domínio
Antônimas - quando têm significação oposta: A denotação é a propriedade que possui uma
triste e alegre, bondade e maldade, riqueza e palavra de limitar-se a seu próprio conceito, de
pobreza. trazer apenas o seu significado primitivo,
original.
Homônimas - quando são escritas ou
pronunciadas de modo idêntico mas são A conotação é a propriedade que possui uma
diferentes quanto ao significado. palavra de ampliar-se no seu campo semântico,
dentro de um contexto, podendo causar várias
Os homônimos podem ser: interpretações.

a) perfeitos - quando possuem a mesma grafia Observe os exemplos:


(homógrafos) e a mesma pronúncia
(homófonos): Denotação

cura (padre) - cura (do v. curar) As estrelas do céu.

verão (estação) - verão (verbo ver) Vesti-me de verde.

são (sadio) - são (verbo ser) O fogo do isqueiro.

b) imperfeitos - quando têm a mesma grafia mas Conotação


pronúncia diferente (homógrafos) ou a mesma
pronúncia mas grafia diferente (homófonos). As estrelas do cinema.
Exemplos: selo (substantivo) - selo (verbo selar)
/ ele (pronome) - ele (letra) O jardim vestiu-se de flores.

Parônimas - quando se assemelham na forma O fogo da paixão.


mas têm significados diferentes.
SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO
Exemplos: descriminar (inocentar) - discriminar
(distinguir) / discente (relativo a alunos) - As palavras podem ser empregadas no sentido
docente (relativo a professores) próprio ou no sentido figurado:

Polissemia é o nome que se dá quando uma Construí um muro de pedra - sentido próprio
palavra pode ter mais de uma significação:
Maria tem um coração de pedra – sentido
figurado.

. mangueira: tudo de borracha ou de plástico A água pingava lentamente – sentido próprio.


para regar as plantas ou apagar incêndios;
árvore frutífera; grande curral de gado. SEMÂNTICA

. pena: pluma; peça de metal para escrever; (do grego semantiké, i. é, téchne semantiké
punição; dó. =arte da significação‘)

. velar: cobrir com véu; ocultar; vigiar; cuidar; A semântica estudo o sentido das palavras,
relativo ao véu do paladar. expressões, frases e unidades maiores da
comunicação verbal, os significados que lhe são
. pregar: (um sermão) - pregar: (pregar uma atribuídos. Ao considerarmos o significado de
bainha da roupa) - pregar: (um prego) determinada palavra, levamos em conta sua
história, sua estrutura (radical, prefixos, sufixos
. manga: (de camisa ou de candeeiro) - manga: que participam da sua forma) e, por fim, do
(fruto) - manga: (bando, ajuntamento) contexto em que se apresenta.

. cabo: (cabeça, extremidade, posto na Quando analisamos o sentido das palavras na


hierarquia militar) - cabo: (parte de instrumento redação oficial, ressaltam como fundamentais a
por onde esse se impunha ou utiliza: cabo da história da palavra e, obviamente, os contextos
faca). em que elas ocorrem.

Ambiguidade ou anfibologia - defeito da frase A história da palavra, em sentido amplo, vem a


que apresenta duplo sentido. Exemplos: ser a respectiva origem e as alterações sofridas
Convence, enfim, o pai o filho amado, [quem no correr do tempo, ou seja, a maneira como
convence?] evoluiu desde um sentido original para um
sentido mais abrangente ou mais específico. Em
- Jacinto, vi a Célia passeando com sua irmã. sentido restrito, diz respeito à tradição no uso de
[sua: de quem? determinado vocábulo ou expressão.

DENOTAÇAO E CONOTAÇAO

Língua Portuguesa 25
Apostilas Domínio
São esses dois aspectos que devem ser estrangeirismo de forma consciente, buscar o
considerados na escolha deste ou daquele equivalente português quando houver, ou
vocábulo. conformar a palavra estrangeira ao espírito da
língua portuguesa.
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais
de todo texto oficial, deve-se atentar para a O problema do abuso de estrangeirismos inúteis
tradição no emprego de determinada expressão ou empregados em contextos em que não
com determinado sentido. O emprego de cabem, é em geral causado ou pelo
expressões ditas "de uso consagrado" confere desconhecimento da riqueza vocabular de
uniformidade e transparência ao sentido do nossa língua, ou pela incorporação acrítica do
texto. Mas isto não quer dizer que os textos estrangeirismo.
oficiais devam limitar-se à repetição de chavões
e clichês. Homônimos e Parônimos

Verifique sempre o contexto em que as palavras Muitas vezes temos dúvidas no uso de
estão sendo utilizadas. Certifique-se de que não vocábulos distintos provocadas pela
há repetições desnecessárias ou redundâncias. semelhança ou mesmo pela igualdade de
Procure sinônimos ou termos mais precisos pronúncia ou de grafia entre eles. É o caso dos
para as palavras repetidas; mas se sua fenômenos designados como homonímia e
substituição for comprometer o sentido do texto, paronímia.
tornando-o ambíguo ou menos claro, não hesite
em deixar o texto como está. A homonímia é a designação geral para os
casos em que palavras de sentidos diferentes
É importante lembrar que o idioma está em têm a mesma grafia (os homônimos
constante mutação. A própria evolução dos homógrafos) ou a mesma pronúncia (os
costumes, das ideias, das ciências, da política, homônimos homófonos).
enfim da vida social em geral, impõe a criação
de novas palavras e formas de dizer. Na Os homógrafos podem coincidir ou não na
definição de Serafim da Silva Neto, a língua: pronúncia, como nos exemplos: quarto
(aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) e
"(...) é um produto social, é uma atividade do manga (de camisa), em que temos pronúncia
espírito humano. Não é, assim, independente da idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com e aberto,
vontade do homem, porque o homem não é 1a pess. do sing do pres. do ind. do verbo
uma folha seca ao sabor dos ventos veementes apelar), consolo (alívio) e consolo (com o
de uma fatalidade desconhecida e cega. Não aberto, 1a pess. do sing. do pres. do ind. do
está obrigada a prosseguir na sua trajetória, de verbo consolar), com pronúncia diferente.
acordo com leis determinadas, porque as
línguas seguem o destino dos que as falam, são Os homógrafos de idêntica pronúncia
o que delas fazem as sociedades que as diferenciam-se pelo contexto em que são
empregam." empregados. Não há dúvida, por exemplo,
quanto ao emprego da palavra são nos três
Assim, continuamente, novas palavras são sentidos:
criadas (os neologismos) como produto da
dinâmica social, e incorporados ao idioma a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres.,
inúmeros vocábulos de origem estrangeira (os
estrangeirismos), que vêm para designar ou b) saudável e
exprimir realidades não contempladas no
repertório anterior da língua portuguesa. c) santo.

A redação oficial não pode alhear-se dessas Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual
transformações, nem incorporá-las (homófonos) geram dúvidas ortográficas. Caso,
acriticamente. Quanto às novidades por exemplo, de acento/assento, coser/cozer,
vocabulares, elas devem sempre ser usadas dos prefixos ante-/anti-, etc. Aqui o contexto não
com critério, evitando-se aquelas que podem ser é suficiente para resolver o problema, pois
substituídas por vocábulos já de uso sabemos o sentido, a dúvida é de letra(s).
consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes sempre que houver incerteza, consulte a lista
quer dar. adiante, algum dicionário ou manual de
ortografia.
De outro lado, não se concebe que, em nome
de suposto purismo, a linguagem das Já o termo paronímia designa o fenômeno que
comunicações oficiais fique imune às criações ocorre com palavras semelhantes (mas não
vocabulares ou a empréstimos de outras idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia. É
línguas. A rapidez do desenvolvimento fonte de muitas dúvidas, como entre descrição
tecnológico, por exemplo, impõe a criação de (=ato de descrever‘) e discrição (=qualidade do
inúmeros novos conceitos e termos, ditando de que é discreto‘), retificar (=corrigir‘) e ratificar
certa forma a velocidade com que a língua deve (confirmar).
incorporá-los. O importante é usar o

Língua Portuguesa 26
Apostilas Domínio
Como não interessa aqui aprofundar a . Aleatório: casual, fortuito, acidental.
discussão teórica da matéria, restringimo-nos a
uma lista de palavras que costumam suscitar . Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou
dúvidas de grafia ou sentido. Procuramos incluir perturba.
palavras que com mais frequência provocam
dúvidas na elaboração de textos oficiais, com o . Amoral: desprovido de moral, sem senso de
cuidado de agregá-las em pares ou pequenos moral.
grupos formais.
. Imoral: contrário à moral, aos bons costumes,
. Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: devasso, indecente.
O júri absolveu o réu.
. Ante (preposição): diante de, perante: Ante tal
. Absorver: embeber em si, esgotar: O solo situação, não teve alternativa.
absorveu lentamente a água da chuva.
. Ante- (prefixo): expressa anterioridade:
. Acender: atear (fogo), inflamar. antepor, antever, anteprojeto ante-diluviano.

. Ascender: subir, elevar-se. . Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra:


anticientífico, antibiótico, anti-higiênico, anti-
. Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: Vocábulo Marx.
sem acento.
. Ao encontro de: para junto de; favorável a: Foi
. Assento: banco, cadeira: Tomar assento num ao encontro dos colegas. O projeto salarial veio
cargo. ao encontro dos anseios dos trabalhadores.

. Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o . De encontro a: contra; em prejuízo de: O carro
Presidente falou acerca de seus planos. foi de encontro a um muro. O governo não
apoiou a medida, pois vinha de encontro aos
. A cerca de: a uma distância aproximada de: O interesses dos menores.
anexo fica a cerca de trinta metros do prédio
principal. . Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de
demitir dez funcionários, a empresa contratou
Estamos a cerca de um mês ou (ano) das mais vinte. (Inaceitável o cruzamento *ao em
eleições. vez de.)

. Há cerca de: faz aproximadamente (tanto . Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez
tempo): Há cerca de um ano, tratamos de caso funcionário, a empresa demitiu vinte.
idêntico; existem aproximadamente: Há cerca
de mil títulos no catálogo. . A par: informado, ao corrente, ciente: O
Ministro está a par (var.: ao par) do assunto; ao
. Acidente: acontecimento casual; desastre: A lado, junto; além de.
derrota foi um acidente na sua vida profissional.
O súbito temporal provocou terrível acidente no . Ao par: de acordo com a convenção legal: Fez
parque. a troca de mil dólares ao par.

. Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O . Aparte: interrupção, comentário à margem: O
incidente da demissão já foi superado. deputado concedeu ao colega um aparte em
seu pronunciamento.
. Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em
prática. . À parte: em separado, isoladamente, de lado:
O anexo ao projeto foi encaminhado por
. Dotar: dar em doação, beneficiar. expediente à parte.

. Afim: que apresenta afinidade, semelhança, . Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou
relação (de parentesco): Se o assunto era afim, irrisoriamente o imóvel.
por que não foi tratado no mesmo parágrafo?
. Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o
. A fim de: para, com a finalidade de, com o fito andamento das obras não for apressado, não
de: O projeto foi encaminhado com quinze dias será cumprido o cronograma.
de antecedência a fim de permitir a necessária
reflexão sobre sua pertinência. . Área: superfície delimitada, região.

. Alto: de grande extensão vertical; elevado, . Ária: canto, melodia.


grande.
. Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste
. Auto: ato público, registro escrito de um ato, caso, o aresto é irrecorrível.
peça processual.

Língua Portuguesa 27
Apostilas Domínio
. Arresto: apreensão judicial, embargo: Os bens . Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo
do traficante preso foram todos arrestados. município tornou possível a realização da obra.

. Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito. . Seção: setor, subdivisão de um todo,
repartição, divisão: Em qual seção do ministério
. Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo. ele trabalha?

. Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho. . Sessão: espaço de tempo que dura uma
reunião, um congresso; reunião; espaço de
. Az (p. us.): esquadrão, ala do exército. tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A
próxima sessão legislativa será iniciada em 1o
. Atuar: agir, pôr em ação; pressionar. de agosto.

. Autuar: lavrar um auto; processar. . Chá: planta, infusão.

. Auferir: obter, receber: Auferir lucros, . Xá: antigo soberano persa.


vantagens.
. Cheque: ordem de pagamento à vista.
. Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir
valores, resultados. . Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.)
perigo (pôr em xeque).
. Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O
Presidente augurou sucesso ao seu par . Círio: vela de cera.
americano.
. Sírio: da Síria.
. Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no
mau sentido): Os técnicos agouram desastre na . Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis.
colheita.
. Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí
. Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si civilidade); não militar nem, eclesiástico.
competências de outrem.
. Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova
. Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso o proposta colide frontalmente com o
começo de sua carreira. entendimento havido.

. Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao . Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram
final do discurso, invocou a ajuda de Deus. coligidas pelo Ministério da Justiça.

. Caçar: perseguir, procurar, apanhar . Comprimento: medida, tamanho, extensão,


(geralmente animais). altura.

. Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, . Cumprimento: ato de cumprir, execução
invalidar. completa; saudação.

. Carear: atrair, ganhar, granjear. . Concelho: circunscrição administrativa ou


município (em Portugal).
. Cariar: criar cárie.
. Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado.
. Carrear: conduzir em carro, carregar.
. Concerto: acerto, combinação, composição,
. Casual: fortuito, aleatório, ocasional. harmonização (cp. concertar): O concerto das
nações... O concerto de Guarnieri...
. Causal: causativo, relativo a causa.
. Conserto: reparo, remendo, restauração (cp.
. Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano. consertar): Certos problemas crônicos
aparentemente não têm conserto.
. Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre.
. Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião.
. Censo: alistamento, recenseamento,
contagem. . Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião,
circunstância.
. Senso: entendimento, juízo, tino.
. Contravenção: transgressão ou infração a
. Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar. normas estabelecidas.

. Serrar: cortar com serra, separar, dividir. . Contraversão: versão contrária, inversão.

. Coser: costurar, ligar, unir.

Língua Portuguesa 28
Apostilas Domínio
. Cozer: cozinhar, preparar. . Destratar: insultar, maltratar com palavras.

. Costear: navegar junto à costa, contornar. A . Distratar: desfazer um trato, anular.


fragata costeou inúmeras praias do litoral baiano
antes de partir para alto-mar. . Distensão: ato ou efeito de distender, torção
violenta dos ligamentos de uma articulação.
. Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar.
Qual a empresa disposta a custear tal projeto? . Distinção: elegância, nobreza, boa educação:
Todos devem portar-se com distinção.
. Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto
custa o projeto? Custa-me crer que funcionará. . Dissensão: desavença, diferença de opiniões
ou interesses: A dissensão sobre a matéria
. Deferir: consentir, atender, despachar impossibilitou o acordo.
favoravelmente, conceder.
. Elidir: suprimir, eliminar.
. Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar,
dilatar. . Ilidir: contestar, refutar, desmentir.

. Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, . Emenda: correção de falta ou defeito,


rebaixar. regeneração, remendo: ao torná-lo mais claro e
objetivo, a emenda melhorou o projeto.
. Degredar: impor pena de degredo, desterrar,
banir. . Ementa: apontamento, súmula de decisão
judicial ou do objeto de uma lei. Procuro uma lei
. Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou cuja ementa é "dispõe sobre a propriedade
delito, acusar: Os traficantes foram delatados industrial".
por membro de quadrilha rival.
. Emergir: vir à tona, manifestar-se.
. Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar,
diferir: A dilação do prazo de entrega das . Imergir: mergulhar, afundar submergir), entrar.
declarações depende de decisão do Diretor da
Receita Federal. . Emigrar: deixar o país para residir em outro.

. Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), . Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele
anular. viver.

. Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar. . Eminente (eminência): alto, elevado, sublime.

. Descrição: ato de descrever, representação, . Iminente (iminência): que está prestes a


definição. acontecer, pendente, próximo.

. Discrição: discernimento, reserva, prudência, . Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar.


recato.
. Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir.
. Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa
de. . Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça.

. Discriminar: diferençar, separar, discernir. . Empossar: dar posse a, tomar posse,


apoderar-se.
. Despensa: local em que se guardam
mantimentos, depósito de provisões. . Encrostar: criar crosta.

. Dispensa: licença ou permissão para deixar de . Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir,
fazer algo a que se estava obrigado; demissão. prender-se, arraigar-se.

. Despercebido: que não se notou, para o que . Entender: compreender, perceber, deduzir.
não se atentou: Apesar de sua importância, o
projeto passou despercebido. . Intender: (p. us): exercer vigilância,
superintender.
. Desapercebido: desprevenido, desacautelado:
Embarcou para a missão na Amazônia . Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar.
totalmente desapercebido dos desafios que lhe
aguardavam. . Inúmero: inumerável, sem conta, sem número.

. Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco. . Espectador: aquele que assiste qualquer ato
ou espetáculo, testemunha.
. Dissecar: analisar minuciosamente, dividir
anatomicamente. . Expectador: que tem expectativa, que espera.

Língua Portuguesa 29
Apostilas Domínio
. Esperto: inteligente, vivo, ativo. . Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão
exagerada de moeda, aumento persistente de
. Experto: perito, especialista. preços.

. Espiar: espreitar, observar secretamente, . Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma
olhar. norma.

. Expiar: cumprir pena, pagar, purgar. . Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo,
repreensão, derrota): O juiz infligiu pesada pena
. Estada: ato de estar, permanência: Nossa ao réu.
estada em São Paulo foi muito agradável.
. Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei,
. Estadia: prazo para carga e descarga de navio regulamento, etc.) (cp. infração): A condenação
ancorado em porto: O "Rio de Janeiro" foi decorreu de ter ele infringido um sem número de
autorizado a uma estadia de três dias. artigos do Código Penal.

. Estância: lugar onde se está, morada, recinto. . Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar.

. Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, . Inquirir: procurar informações sobre, indagar,
jurisdição, juízo. investigar, interrogar.

. Estrato: cada camada das rochas . Intercessão: ato de interceder.


estratificadas.
. Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar;
. Extrato: coisa que se extraiu de outra; ponto em que se encontram duas linhas ou
pagamento, resumo, cópia; perfume. superfícies.

. Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato . Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada
que a pessoa é surpreendida a praticar em locuções: inter alia (entre outros), inter pares
(flagrante delito). (entre iguais).

. Fragrante: que tem fragrância ou perfume; . Intra- (prefixo): interior, dentro de.
cheiroso.
. Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou
. Florescente: que floresce, próspero, viçoso. que perante ele se realiza.

. Fluorescente: que tem a propriedade da . Judiciário: relativo ao direito processual ou à


fluorescência. organização da Justiça.

. Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, . Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou
revestir lâminas. obrigação.

. Folhear: percorrer as folhas de um livro, . Libertação: ato de libertar ou libertar-se.


compulsar, consultar.
. Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra.
. Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso,
variável. . Listra: risca de cor diferente num tecido (var.
pop. de lista).
. Inserto: introduzido, incluído, inserido.
. Locador: que dá de aluguel, senhorio,
. Incipiente: iniciante, principiante. arrendador.

. Insipiente: ignorante, insensato. . Locatário: alugador, inquilino: O locador


reajustou o aluguel sem a concordância do
. Incontinente: imoderado, que não se contém, locatário.
descontrolado.
. Lustre: brilho, glória, fama; abajur.
. Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo,
sem interrupção. . Lustro: quinquênio; polimento.

. Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: O . Magistrado: juiz, desembargador, ministro.


réu declarou que havia sido induzido a cometer
o delito. . Magistral: relativo a mestre (latim: magister);
perfeito, completo; exemplar.
. Aduzir: expor, apresentar: A defesa, então,
aduziu novas provas. . Mandado: garantia constitucional para proteger
direito individual líquido e certo; ato de mandar;
ordem escrita expedida por autoridade judicial

Língua Portuguesa 30
Apostilas Domínio
ou administrativa: um mandado de segurança, . Preposição: ato de prepor, preferência; palavra
mandado de prisão. invariável que liga constituintes da frase.

. Mandato: autorização que alguém confere a . Proposição: ato de propor, proposta; máxima,
outrem para praticar atos em seu nome; sentença; afirmativa, asserção.
procuração; delegação: o mandato de um
deputado, senador, do Presidente. . Presar: capturar, agarrar, apresar.

. Mandante: que manda; aquele que outorga um . Prezar: respeitar, estimar muito, acatar.
mandato.
. Prescrever: fixar limites, ordenar de modo
. Mandatário: aquele que recebe um mandato, explícito, determinar; ficar sem efeito, anular-se:
executor de mandato, representante, O prazo para entrada do processo prescreveu
procurador. há dois meses.

. Mandatório: obrigatório. . Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar;


desterrar. O uso de várias substâncias
. Obcecação: ato ou efeito de obcecar, teimosia, psicotrópicas foi proscrito por recente portaria
cegueira. do Ministro.

. Obsessão: impertinência, perseguição, ideia . Prever: ver antecipadamente, profetizar;


fixa. calcular: A assessoria previu acertadamente o
desfecho do caso.
. Ordinal: numeral que indica ordem ou série
(primeiro, segundo, milésimo, etc.). . Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear
para cargo: O chefe do departamento de
. Ordinário: comum, frequente, trivial, vulgar. pessoal proveu os cargos vacantes.

. Original: com caráter próprio; inicial, primordial. . Provir: originar-se, proceder; resultar: A dúvida
provém (Os erros provêm) da falta de leitura.
. Originário: que provém de, oriundo; inicial,
primitivo. . Prolatar: proferir sentença, promulgar.

. Paço: palácio real ou imperial; a corte. . Protelar: adiar, prorrogar.

. Passo: ato de avançar ou recuar um pé para . Ratificar: validar, confirmar, comprovar.


andar; caminho, etapa.
. Retificar: corrigir, emendar, alterar: A diretoria
. Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, ratificou a decisão após o texto ter sido
discussão: O pleito por mais escolas na região retificado em suas passagens ambíguas.
foi muito bem formulado.
. Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegrar.
. Preito: sujeição, respeito, homenagem: Os
alunos renderam preito ao antigo reitor. . Recriar: criar de novo.

. Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, . Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir.
adiantar-se.
. Rescindir: dissolver, invalidar, romper,
. Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a desfazer: Como ele reincidiu no erro, o contrato
efeito, executar. de trabalho foi rescindido.

. Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás . Remição: ato de remir, resgate, quitação.
de, após: pós-moderno, pós-operatório.
. Remissão: ato de remitir, intermissão,
. Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente intervalo; perdão, expiação.
de, antes de: pré-modernista, pré-primário.
. Repressão: ato de reprimir, contenção,
. Pró (advérbio): em favor de, em defesa de. A impedimento, proibição.
maioria manifestou-se contra, mas dei meu
parecer pró. . Repreensão: ato de repreender, enérgica
admoestação, censura, advertência.
. Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre,
distinto. . Ruço: grisalho, desbotado.

. Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima . Russo: referente à Rússia, nascido naquele
do que o circunda. país; língua falada na Rússia.

Língua Portuguesa 31
Apostilas Domínio
. Sanção: confirmação, aprovação; pena . Vestuário: as roupas que se vestem, traje.
imposta pela lei ou por contrato para punir sua
infração. . Vultoso: de grande vulto, volumoso.

. Sansão: nome de personagem bíblico; certo . Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade
tipo de guindaste. (congestão da face).

. Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.:


sedente).
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS
. Cedente: que cede, que dá. PALAVRAS.

. Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir. As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser


decompostas em vários elementos chamados
. Subscritar: assinar, subscrever. elementos mórficos ou elementos de estrutura
das palavras.
. Sortir: variar, combinar, misturar.
Exs.:
. Surtir: causar, originar, produzir (efeito).
cinzeiro = cinza + eiro
. Subentender: perceber o que não estava
claramente exposto; supor. endoidecer = en + doido + ecer

. Subintender: exercer função de subintendente, predizer = pre + dizer


dirigir.
Os principais elementos móficos são :
. Subtender: estender por baixo.
RADICAL
. Sustar: interromper, suspender; parar,
interromper-se (sustar-se). É o elemento mórfico em que está a ideia
principal da palavra.
. Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter.
Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
. Tacha: pequeno prego; mancha, defeito,
pecha. enterrar = en + terra + ar

. Taxa: espécie de tributo, tarifa. pronome = pro + nome

. Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar PREFIXO


alguém (tachá-lo) de subversivo.
É o elemento mórfico que vem antes do radical.
. Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar
mercadorias. Exs.: anti - herói in - feliz

. Tapar: fechar, cobrir, abafar. SUFIXO

. Tampar: pôr tampa em. É o elemento mórfico que vem depois do


radical.
. Tenção: intenção, plano (deriv.: tencionar);
assunto, tema. Exs.: med - onho cear – ense

. Tensão: estado de tenso, rigidez (deriv.: FORMAÇÃO DAS PALAVRAS


tensionar); diferencial elétrico.
A Língua Portuguesa, como qualquer língua
. Tráfego: trânsito de veículos, percurso, viva, está sempre criando novas palavras. Para
transporte. criar suas novas palavras, a língua recorre a
vários meios chamados processos de formação
. Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação. de palavras.

. Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em Os principais processos de formação das
locuções: de trás, por trás). palavras são:

. Traz: 3a pessoa do singular do presente do DERIVAÇÃO


indicativo do verbo trazer.
É a formação de uma nova palavra mediante o
. Vestiário: guarda-roupa; local em que se acréscimo de elementos à palavra já existente:
trocam roupas.
a) Por sufixação:

Língua Portuguesa 32
Apostilas Domínio
Acréscimo de um sufixo. Exs.: dent - ista , bel - a) os nomes de coisas, pessoas, animais e
íssimo. lugares: livro, cadeira, cachorra, Valéria, Talita,
Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
b) Por prefixação :
b) os nomes de ações, estados ou qualidades,
Acréscimo de um prefixo. Exs.: ab - jurar, ex - tomados como seres: trabalho, corrida, tristeza
diretor. beleza altura.

c) Por parassíntese: CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS

Acréscimo de um prefixo e um sufixo. Exs.: en- a) COMUM - quando designa genericamente


fur-ecer, en-tard-ecer. qualquer elemento da espécie: rio, cidade, pais,
menino, aluno
d) Derivação imprópria:
b) PRÓPRIO - quando designa especificamente
Mudança das classes gramaticais das palavras. um determinado elemento. Os substantivos
próprios são sempre grafados com inicial
Exs.: andar (verbo) - o andar (substantivo). maiúscula: Tocantins, Porto Alegre, Brasil,
Martini, Nair.
contra (preposição) - o contra (substantivo).
c) CONCRETO - quando designa os seres de
fantasma (substantivo) - o homem fantasma existência real ou não, propriamente ditos, tais
(adjetivo). como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc.
Verifique que é sempre possível visualizar em
oliveira (subst. comum) - Maria de Oliveira nossa mente o substantivo concreto, mesmo
(subst. próprio). que ele não possua existência real: casa,
cadeira, caneta, fada, bruxa, saci.
COMPOSIÇÃO
d) ABSTRATO - quando designa as coisas que
É a formação de uma nova palavra, unindo-se não existem por si, isto é, só existem em nossa
palavras que já existem na língua: consciência, como fruto de uma abstração,
sendo, pois, impossível visualizá-lo como um
a) Por justaposição : ser. Os substantivos abstratos vão, portanto,
designar ações, estados ou qualidades,
Nenhuma das palavras formadoras perde letra. tomados como seres: trabalho, corrida, estudo,
altura, largura, beleza.
Exs.: passatempo (= passa + tempo); tenente-
coronel = tenente + coronel). Os substantivos abstratos, via de regra, são
derivados de verbos ou adjetivos
b) Por aglutinação:
trabalhar - trabalho
Pelo menos uma das palavras perde letra.
correr - corrida
Exs.: fidalgo (= filho + de + algo); embora (= em
+ boa + hora). alto - altura
HIBRIDISMO belo - beleza
É a criação de uma nova palavra mediante a FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
união de palavras de origens diferentes.
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra
Exs.: abreugrafia (português e grego), televisão palavra existente na língua portuguesa: flor,
(grego e latim), zincografia (alemão e grego). pedra, ferro, casa, jornal.

b) DERIVADO: quando provem de outra palavra


da língua portuguesa: florista, pedreiro, ferreiro,
CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, casebre, jornaleiro.
ADJETIVO, PRONOME, VERBO, ARTIGO,
NUMERAL, ADVÉRBIO, c) SIMPLES: quando é formado por um só
CONJUNÇÃO,INTERJEIÇÃO, PREPOSIÇÃO radical: água, pé, couve, ódio, tempo, sol.

SUBSTANTIVOS d) COMPOSTO: quando é formado por mais de


um radical: água-de-colônia, pé-de-moleque,
Substantivo é a palavra variável em gênero, couve-flor, amor-perfeito, girassol.
número e grau, que dá nome aos seres em
geral. COLETIVOS

São, portanto, substantivos.

Língua Portuguesa 33
Apostilas Domínio
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo constelação - de estrelas
singular, designa um grupo de seres da mesma
espécie. corja - de vadios

Veja alguns coletivos que merecem destaque: elenco - de artistas

alavão - de ovelhas leiteiras enxame - de abelhas

alcateia - de lobos enxoval - de roupas

álbum - de fotografias, de selos esquadra - de navios de guerra

antologia - de trechos literários escolhidos esquadrilha - de aviões

armada - de navios de guerra falange - de soldados, de anjos

armento - de gado grande (búfalo, elefantes, farândola - de maltrapilhos


etc)
fato - de cabras
arquipélago - de ilhas
fauna - de animais de uma região
assembleia - de parlamentares, de membros de
associações feixe - de lenha, de raios luminosos

atilho - de espigas de milho flora - de vegetais de uma região

atlas - de cartas geográficas, de mapas frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus

banca - de examinadores girândola - de fogos de artifício

bandeira - de garimpeiros, de exploradores de horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros


minérios
junta - de bois, médicos, de examinadores
bando - de aves, de pessoal em geral
júri - de jurados
cabido - de cônegos
legião - de anjos, de soldados, de demônios
cacho - de uvas, de bananas
malta - de desordeiros
cáfila - de camelos
manada - de bois, de elefantes
cambada - de ladrões, de caranguejos, de
chaves matilha - de cães de caça

cancioneiro - de poemas, de canções ninhada - de pintos

caravana - de viajantes nuvem - de gafanhotos, de fumaça

cardume - de peixes panapaná - de borboletas

clero - de sacerdotes pelotão - de soldados

colmeia - de abelhas penca - de bananas, de chaves

concílio - de bispos pinacoteca - de pinturas

conclave - de cardeais em reunião para eleger o plantel - de animais de raça, de atletas


papa
quadrilha - de ladrões, de bandidos
congregação - de professores, de religiosos
ramalhete - de flores
congresso - de parlamentares, de cientistas
réstia - de alhos, de cebolas
conselho - de ministros
récua - de animais de carga
consistório - de cardeais sob a presidência do
papa romanceiro - de poesias populares

Língua Portuguesa 34
Apostilas Domínio
resma - de papel uma criança do sexo masculino / o cônjuge do
sexo feminino.
revoada - de pássaros
AIguns substantivos que apresentam problema
súcia - de pessoas desonestas quanto ao Gênero:

vara - de porcos São São


MASCULINOS FEMININOS
vocabulário - de palavras
o anátema a abusão
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS o telefonema a aluvião
o teorema a análise
Como já assinalamos, os substantivos variam o trema a cal
de gênero, número e grau.
o edema a cataplasma
o eclipse a dinamite
Gênero
O lança-perfume a comichão
Em Português, o substantivo pode ser do O estratagema a aguardente
gênero masculino ou feminino: o lápis, o o proclama a derme
caderno, a borracha, a caneta. o fibroma a omoplata
o grama a usucapião
Podemos classificar os substantivos em: (unidade de
peso)
a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que o dó (pena, a bacanal
apresentam duas formas, uma para o compaixão)
masculino, outra para o feminino: o ágape a líbido
o caudal a sentinela
aluno/aluna homem/mulher o champanha a hélice
o alvará
menino /menina carneiro/ovelha o formicida
o guaraná
Quando a mudança de gênero não é marcada o plasma
pela desinência, mas pela alteração do radical,
o clã
o substantivo denomina-se heterônimo:

padrinho/madrinha bode/cabra
Mudança de Gênero com mudança de sentido
cavaleiro/amazona pai/mãe
Alguns substantivos, quando mudam de gênero,
mudam de sentido.
b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que
apresentam uma única forma, tanto para o
Veja alguns exemplos:
masculino como para o feminino. Subdividem-se
em:
o cabeça (o chefe, o a cabeça (parte do
líder) corpo)
1. Substantivos epicenos: são substantivos
uniformes, que designam animais: onça, jacaré, o capital (dinheiro, a capital (cidade
tigre, borboleta, foca. bens) principal)
o rádio (aparelho a rádio (estação
Caso se queira fazer a distinção entre o receptor) transmissor)
masculino e o feminino, devemos acrescentar o moral (ânimo) a moral (parte da
as palavras macho ou fêmea: onça macho, Filosofia, conclusão)
jacaré fêmea o lotação (veículo) a lotação (capacidade)
o lente (o professor) a lente (vidro de
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são aumento)
substantivos uniformes que designam pessoas.
Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo
artigo, ou outro determinante qualquer: o artista, Plural dos Nomes Simples
a artista, o estudante, a estudante, este dentista.
1. Aos substantivos terminados em vogal ou
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos ditongo acrescenta-se S: casa, casas; pai, pais;
uniformes que designam pessoas. Neste caso, a imã, imãs; mãe, mães.
diferença de gênero não é especificada por
artigos ou outros determinantes, que serão 2. Os substantivos terminados em ÃO formam o
invariáveis: a criança, o cônjuge, a pessoa, a plural em:
criatura.
a) ÕES (a maioria deles e todos os
Caso se queira especificar o gênero, procede-se aumentativos): balcão, balcões; coração,
assim: corações; grandalhão, grandalhões.

Língua Portuguesa 35
Apostilas Domínio
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; confins
capitão, capitães; guardião, guardiães.
férias
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno
número de oxítonos): cristão, cristãos; irmão, núpcias
irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos.
olheiras
Muitos substantivos com esta terminação
apresentam mais de uma forma de plural: viveres
aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão,
charlatões ou charlatães; ermitão, ermitãos ou anais
ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc.
belas-artes
3. Os substantivos terminados em M mudam o
M para NS. armazém, armazéns; harém, condolências
haréns; jejum, jejuns.
exéquias
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N
acrescenta-se-lhes ES: lar, lares; xadrez, fezes
xadrezes; abdômen, abdomens (ou
abdômenes); hífen, hífens (ou hífenes). óculos

Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; pêsames


cânon, cânones.
copas, espadas, ouros e paus (naipes)
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e
UL o l por is: animal, animais; papel, papéis;
anzol, anzóis; paul, pauis.
Plural dos Nomes Compostos
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul,
cônsules. 1. Somente o último elemento varia:

6. Os substantivos paroxítonos terminados em a) nos compostos grafados sem hífen:


IL fazem o plural em: fóssil, fósseis; réptil, aguardente, aguardentes; claraboia, claraboias;
répteis. malmequer, malme-queres; vaivém, vaivéns;

Os substantivos oxítonos terminados em IL b) nos compostos com os prefixos grão, grã e


mudam o l para S: barril, barris; fuzil, fuzis; bel: grão-mestre, grão-mestres; grã-cruz, grã-
projétil, projéteis. cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;

7. Os substantivos terminados em S são c) nos compostos de verbo ou palavra invariável


invariáveis, quando paroxítonos: o pires, os seguida de substantivo ou adjetivo: beija-flor,
pires; o lápis, os lápis. beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda-
comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-
Quando oxítonas ou monossílabos tônicos, reitores; sempre-viva, sempre-vivas. Nos
junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, compostos de palavras repetidas mela-mela,
português, portugueses; burguês, burgueses; mela-melas; recoreco, recorecos; tique-tique, ti-
mês, meses; ás, ases. que-tiques)

São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. 2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
São invariáveis, também, os substantivos
terminados em X com valor de KS: o tórax, os a) nos compostos ligados por preposição: copo-
tórax; o ônix, os ônix. de-leite, copos-de-leite; pinho-de-riga, pinhos-
de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o rabo, burros-sem-rabo;
plural flexionando-se o substantivo primitivo e o
sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo b) nos compostos de dois substantivos, o
primitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, segundo indicando finalidade ou limitando a
papeizinhos; cãozinho, cãezitos. significação do primeiro: pombo-correio,
pombos-correio; navio-escola, navios-escola;
Substantivos só usados no plural peixe-espada, peixes-espada; banana-maçã,
bananas-maçã.
afazeres
A tendência moderna é de pluralizar os dois
arredores elementos: pombos-correios, homens-rãs,
navios-escolas, etc.
cãs
3. Ambos os elementos são flexionados:

Língua Portuguesa 36
Apostilas Domínio
a) nos compostos de substantivo + substantivo: Principais sufixos aumentativos
couve-flor, couves-flores; redator-chefe,
redatores-chefes; carta-compromisso, cartas- AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA,
compromissos. ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A
barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil,
b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou caldeirão, povaréu, bocarra, homenzarrão,
vice-versa): amor-perfeito, amores-perfeitos; poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentuça.
gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida,
caras-pálidas. Principais Sufixos Diminutivos

São invariáveis: ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE,


ETO, ICO, TIM, ZINHO, ISCO, ITO, OLA, OTE,
a) os compostos de verbo + advérbio: o fala- UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.:
pouco, os fala-pouco; o pisa-mansinho, os pisa- lobacho, montículo, casebre, livresco, arejo,
mansinho; o colatudo, os cola-tudo; viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim,
pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito,
b) as expressões substantivas: o chove-não- bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo,
molha, os chove-não-molha; o não-bebe-nem- homúncula, apícula, velhusco.
desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-desocupa-
o-copo; Observações:

c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e- • Alguns aumentativos e diminutivos, em


traz, os leva-e-traz; o perde-ganha, os perde- determinados contextos, adquirem valor
ganha. pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco,
mulherzinha, etc. Outros associam o valor
Obs: Alguns compostos admitem mais de um aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc.
plural, como é o caso por exemplo, de: fruta-
pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda-marinha, • É usual o emprego dos sufixos diminutivos
guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre- dando às palavras valor afetivo: Joãozinho,
nosso, padres-nossos ou padre-nossos; salvo- amorzinho, etc.
conduto, salvos-condutos ou salvo-condutos;
xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate. • Há casos em que o sufixo aumentativo ou
diminutivo é meramente formal, pois não dão à
Adjetivos Compostos palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz,
ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc.
Nos adjetivos compostos, apenas o último
elemento se flexiona. Ex.:histórico-geográfico, • Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os
histórico-geográficos; latino-americanos, latino- graus aumentativo e diminutivo, quase sempre
americanos; cívico-militar, cívico-militares. de maneira afetiva: bonitinho, grandinho,
bonzinho, pequenito.
1) Os adjetivos compostos referentes a cores
são invariáveis, quando o segundo elemento é Apresentamos alguns substantivos heterônimos
um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos ou desconexos. Em lugar de indicarem o gênero
amarelo-ouro, paredes azul-piscina. pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais
diferentes para designar o sexo:
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois
elementos variam: surdos-mudos > surdas- bode - cabra
mudas.
burro - besta
3) O composto azul-marinho é invariável:
gravatas azul-marinho. carneiro - ovelha

Graus do substantivo cão - cadela

Dois são os graus do substantivo - o cavalheiro - dama


aumentativo e o diminutivo, os quais podem ser:
sintéticos ou analíticos. compadre - comadre

Analítico frade - freira

Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou frei – soror


a diminuição do tamanho: boca pequena, prédio
imenso, livro grande. genro - nora

Sintético padre - madre

Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais padrasto - madrasta


aqui apresentados.

Língua Portuguesa 37
Apostilas Domínio
padrinho - madrinha acordo luso-franco-brasileiros

pai - mãe lente côncavo-convexa

veado - cerva lentes côncavo-convexas

zangão - abelha camisa verde-clara

etc. camisas verde-claras

ADJETIVOS sapato marrom-escuro

FLEXÃO DOS ADJETIVOS sapatos marrom-escuros

Gênero Observações:

Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: 1) Se o último elemento for substantivo, o


adjetivo composto fica invariável:
a) Uniforme: quando apresenta uma única forma
para os dois gêneros: homem inteligente - camisa verde-abacate camisas verde-abacate
mulher inteligente; homem simples - mulher
simples; aluno feliz - aluna feliz. sapato marrom-café sapatos marrom-café

b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
para o masculino, outra para o feminino: homem
simpático / mulher simpática / homem alto / 2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-
mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa celeste ficam invariáveis:

Observação: no que se refere ao gênero, a blusa azul-marinho blusas azul-marinho


flexão dos adjetivos é semelhante a dos
substantivos. camisa azul-celeste camisas azul-celeste

Número 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-


mudo, ambos os elementos variam:
a) Adjetivo simples
menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
Os adjetivos simples formam o plural da mesma
maneira que os substantivos simples: menina surda-muda meninas surdas-mudas

pessoa honesta pessoas honestas Graus do Adjetivo

regra fácil regras fáceis As variações de intensidade significativa dos


adjetivos podem ser expressas em dois graus:
homem feliz homens felizes
- o comparativo
Observação: os substantivos empregados como
adjetivos ficam invariáveis: - o superlativo

blusa vinho blusas vinho Comparativo

camisa rosa camisas rosa Ao compararmos a qualidade de um ser com a


de outro, ou com uma outra qualidade que o
b) Adjetivos compostos próprio ser possui, podemos concluir que ela é
igual, superior ou inferior. Daí os três tipos de
Como regra geral, nos adjetivos compostos comparativo:
somente o último elemento varia, tanto em
gênero quanto em número: - Comparativo de igualdade:

acordos sócio-político-econômico O espelho é tão valioso como (ou quanto) o


vitral.
acordos sócio-político-econômicos
Pedro é tão saudável como (ou quanto)
causa sócio-político-econômica inteligente.

causas sócio-político-econômicas - Comparativo de superioridade:

acordo luso-franco-brasileiro O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.

Língua Portuguesa 38
Apostilas Domínio
Este automóvel é mais confortável que (ou do amigo - amicíssimo
que) econômico.
áspero - aspérrimo
- Comparativo de inferioridade:
audaz - audacíssimo
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
benévolo - benevolentíssimo
Este automóvel é menos econômico que (ou do
que) confortável. célebre - celebérrimo

Ao expressarmos uma qualidade no seu mais cruel - crudelíssimo


elevado grau de intensidade, usamos o
superlativo, que pode ser absoluto ou relativo: eficaz - eficacíssimo

- Superlativo absoluto fiel - fidelíssimo

Neste caso não comparamos a qualidade com a frio - frigidíssimo


de outro ser:
incrível - incredibilíssimo
Esta cidade é poluidíssima.
íntegro - integérrimo
Esta cidade é muito poluída.
livre - libérrimo
- Superlativo relativo
magro - macérrimo
Consideramos o elevado grau de uma
qualidade, relacionando-a a outros seres: manso - mansuetíssimo

Este rio é o mais poluído de todos. negro - nigérrimo (negríssimo)

Este rio é o menos poluído de todos. pessoal - personalíssimo

Observe que o superlativo absoluto pode ser possível - possibilíssimo


sintético ou analítico:
próspero - prospérrimo
- Analítico: expresso com o auxílio de um
advérbio de intensidade - muito trabalhador, público - publicíssimo
excessivamente frágil, etc.
sábio - sapientíssimo
- Sintético: expresso por uma só palavra
(adjetivo + sufixo) – antiquíssimo: cristianíssimo, salubre - salubérrimo
sapientíssimo, etc.
simples – simplicíssimo
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno
possuem, para o comparativo e o superlativo, as terrível - terribilíssimo
seguintes formas especiais:
velho - vetérrimo
NORMAL COM. SUPERLATIVO
SUP. ABSOLUTO voraz - voracíssimo
RELATIVO
bom melhor ótimo ágil - agílimo

mau pior péssimo agudo - acutíssimo

amável - amabilíssimo
grande maior máximo
antigo - antiquíssimo
pequeno menor mínimo
atroz - atrocíssimo

benéfico - beneficentíssimo
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos
sintéticos: capaz - capacíssimo
acre - acérrimo cristão - cristianíssimo
agradável - agradabilíssimo doce - dulcíssimo
amargo - amaríssimo

Língua Portuguesa 39
Apostilas Domínio
feroz - ferocíssimo Equador - equatoriano

frágil - fragilíssimo Filipinas - filipino

humilde - humílimo (humildíssimo) Florianópolis - florianopolitano

inimigo - inimicíssimo Fortaleza - fortalezense

jovem - juveníssimo Gabão - gabonês

magnífico - magnificentíssimo Genebra - genebrino

maléfico - maleficentíssimo Goiânia - goianense

miúdo - minutíssimo Groenlândia - groenlandês

nobre - nobilíssimo Guiné - guinéu, guineense

pobre - paupérrimo (pobríssimo) Himalaia - himalaico

preguiçoso - pigérrimo Hungria - húngaro, magiar

provável - probabilíssimo Iraque - iraquiano

pudico - pudicíssimo Bagdá - bagdali

sagrado - sacratíssimo Bogotá - bogotano

sensível - sensibilíssimo Braga - bracarense

tenro - tenerissimo Brasília - brasiliense

tétrico - tetérrimo Buenos Aires - portenho, buenairense

visível - visibilíssimo Campos - campista

vulnerável - vuInerabilíssimo Caracas - caraquenho

Ceilão - cingalês

Adjetivos Gentílicos e Pátrios Chipre - cipriota

Argélia – argelino Córdova - cordovês

Bizâncio - bizantino Creta - cretense

Bóston - bostoniano Cuiabá - cuiabano

Bragança - bragantino EI Salvador - salvadorenho

Bucareste - bucarestino, bucarestense Espírito Santo - espírito-santense, capixaba

Cairo - cairota Évora - eborense

Canaã - cananeu Finlândia - finlandês

Catalunha - catalão Formosa - formosano

Chicago - chicaguense Foz do lguaçu - iguaçuense

Coimbra - coimbrão, conimbricense Galiza - galego

Córsega - corso Gibraltar - gibraltarino

Croácia - croata Granada - granadino

Egito - egípcio Guatemala - guatemalteco

Língua Portuguesa 40
Apostilas Domínio
Haiti - haitiano Rio de Janeiro (Est.) - fluminense

Honduras - hondurenho Rio de Janeiro (cid.) - carioca

Ilhéus - ilheense Rio Grande do Norte - potiguar

Jerusalém - hierosolimita Salvador – salvadorenho, soteropolitano

Juiz de Fora - juiz-forense Toledo - toledano

Lima - limenho Rio Grande do Sul - gaúcho

Macau - macaense Varsóvia - varsoviano

João Pessoa - pessoense Vitória - vitoriense

La Paz - pacense, pacenho Locuções Adjetivas

Macapá - macapaense As expressões de valor adjetivo, formadas de


preposições mais substantivos, chamam-se
Maceió - maceioense LOCUÇÕES AD-JETIVAS. Estas, geralmente,
podem ser substituídas por um adjetivo
Madri - madrileno correspondente.

Marajó - marajoara PRONOMES

Moçambique - moçambicano Pronome é a palavra variável em gênero,


número e pessoa, que representa ou
Montevidéu - montevideano acompanha o substantivo, indicando-o como
pessoa do discurso. Quando o pronome
Normândia - normando representa o substantivo, dizemos tratar-se de
pronome substantivo.
Pequim - pequinês
• Ele chegou. (ele)
Porto - portuense
• Convidei-o. (o)
Quito - quitenho
Quando o pronome vem determinando o
Santiago - santiaguense substantivo, restringindo a extensão de seu
significado, dizemos tratar-se de pronome
São Paulo (Est.) - paulista adjetivo.

São Paulo (cid.) - paulistano • Esta casa é antiga. (esta)

Terra do Fogo - fueguino • Meu livro é antigo. (meu)

Três Corações - tricordiano Classificação dos Pronomes

Tripoli - tripolitano Há, em Português, seis espécies de pronomes:

Veneza - veneziano • pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e


as formas oblíquas de tratamento:
Madagáscar - malgaxe
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu
Manaus - manauense e flexões;

Minho - minhoto • demonstrativos: este, esse, aquele e flexões;


isto, isso, aquilo;
Mônaco - monegasco
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que,
Natal - natalense quem, onde;
Nova lguaçu - iguaçuano • indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito,
certo, pouco, vários, tanto quanto, qualquer e
Pisa - pisano flexões; alguém, ninguém, tudo, outrem, nada,
cada, algo.
Póvoa do Varzim - poveiro

Língua Portuguesa 41
Apostilas Domínio
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-
empregados em frases interrogativas. se os pronomes de tratamento. Referem-se à
pessoa a quem se fala, embora a concordância
PRONOMES PESSOAIS deva ser feita com a terceira pessoa. Convém
notar que, exceção feita a você, esses
Pronomes pessoais são aqueles que pronomes são empregados no tratamento
representam as pessoas do discurso: cerimonioso.

1ª pessoa: quem fala, o emissor. Veja, a seguir, alguns desses pronomes:

Eu sai (eu) PRONOME ABREV. EMPREGO

Nós saímos (nós) Vossa Alteza V. A. príncipes, duques

Convidaram-me (me) Vossa Eminência V .Ema cardeais

Convidaram-nos (nós) Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em


geral Vossa Magnificência V. Mag a reitores de
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor. universidades

Tu saíste (tu) Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes


em geral
Vós saístes (vós)
Vossa Santidade V.S. papas
Convidaram-te (te)
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados
Convidaram-vos (vós)
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o
referente. São também pronomes de tratamento: o senhor,
a senhora, você, vocês.
Ele saiu (ele)
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS
Eles sairam (eles)
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU,
Convidei-o (o) ELE/ELA, NÓS, VÓS, ELES/ELAS) devem ser
empregados na função sintática de sujeito.
Convidei-os (os) Considera-se errado seu emprego como
complemento:
Os pronomes pessoais são os seguintes:
Convidaram ELE para a festa (errado)
NÚMERO PESSOA CASO CASO
RETO OBLIQUO Receberam NÓS com atenção (errado)
singular 1ª eu me, mim,
comigo EU cheguei atrasado (certo)

2ª tu te, ti, ELE compareceu à festa (certo)


contigo
2. Na função de complemento, usam-se os
3ª ele, ela se, si, pronomes oblíquos e não os pronomes retos:
consigo, o,
a, lhe Convidei ELE (errado)

plural 1ª nós nós, Chamaram NÓS (errado)


conosco
Convidei-o. (certo)
2ª vós vós,
convosco Chamaram-NOS. (certo)

3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando


3ª eles, se, si,
antecipados de preposição, passam a funcionar
elas consigo,
como oblíquos. Neste caso, considera-se
os, as, lhes
correto seu emprego como complemento:

Informaram a ELE os reais motivos.


PRONOMES DE TRATAMENTO
Emprestaram a NÓS os livros.

Língua Portuguesa 42
Apostilas Domínio
Eles gostam muito de NÓS. reforço, tais pronomes devem ser substituídos
pela forma analítica:
4. As formas EU e TU só podem funcionar como
sujeito. Considera-se errado seu emprego como Queriam falar conosco = Queriam falar com nós
complemento: dois

Nunca houve desentendimento entre eu e tu. Queriam conversar convosco = Queriam


(errado) conversar com vós próprios.

Nunca houve desentendimento entre mim e ti. 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer
(certo) combinados entre si. As combinações possíveis
são as seguintes:
Como regra prática, podemos propor o seguinte:
quando precedidas de preposição, não se usam me+o=mo
as formas retas EU e TU, mas as formas
oblíquas MIM e TI: te+o=to

Ninguém irá sem EU. (errado) lhe+o=lho

Nunca houve discussões entre EU e TU. nos + o = no-lo


(errado)
vos + o = vo-lo
Ninguém irá sem MIM. (certo)
lhes + o = lho
Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
me + os = mos
Há, no entanto, um caso em que se empregam
as formas retas EU e TU mesmo precedidas por te + os = tos
preposição: quando essas formas funcionam
como sujeito de um verbo no infinitivo. lhe + os = lhos

Deram o livro para EU ler (ler: sujeito) nos + os = no-los

Deram o livro para TU leres (leres: sujeito) vos + os = vo-los

Verifique que, neste caso, o emprego das lhes + os = lhos


formas retas EU e TU é obrigatório, na medida
em que tais pronomes exercem a função A combinação também é possível com os
sintática de sujeito. pronomes oblíquos femininos a, as.

5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO me+a=ma me + as = mas


devem ser empregados somente como
reflexivos. Considera-se errada qualquer te+a=ta te + as = tas
construção em que os referidos pronomes não
sejam reflexivos: - Você pagou o livro ao livreiro?

Querida, gosto muito de SI. (errado) - Sim, paguei-LHO.

Preciso muito falar CONSIGO. (errado) Verifique que a forma combinada LHO resulta
da fusão de LHE (que representa o livreiro) com
Querida, gosto muito de você. (certo) O (que representa o livro).

Preciso muito falar com você. (certo) 8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre
empregadas como complemento de verbos
Observe que nos exemplos que seguem não há transitivos diretos, ao passo que as formas LHE,
erro algum, pois os pronomes SE, SI, LHES são empregadas como complemento de
CONSIGO, foram empregados como reflexivos: verbos transitivos indiretos:

Ele feriu-se O menino convidou-a. (V.T.D )

Cada um faça por si mesmo a redação O filho obedece-lhe. (V.T. l )

O professor trouxe as provas consigo Consideram-se erradas construções em que o


pronome O (e flexões) aparece como
6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e complemento de verbos transitivos indiretos,
CONVOSCO são utilizados normalmente em assim como as construções em que o nome
sua forma sintética. Caso haja palavra de LHE (LHES) aparece como complemento de
verbos transitivos diretos:

Língua Portuguesa 43
Apostilas Domínio
Eu lhe vi ontem. (errado) 14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento
(VOSSA MAJESTADE, VOSSA ALTEZA)
Nunca o obedeci. (errado) embora se refiram à pessoa com quem falamos
(2ª pessoa, portanto), do ponto de vista
Eu o vi ontem. (certo) gramatical, comportam-se como pronomes de
terceira pessoa:
Nunca lhe obedeci. (certo)
Você trouxe seus documentos?
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome
oblíquo pode funcionar como sujeito. Isto ocorre Vossa Excelência não precisa incomodar-se
com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar, com seus problemas.
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome
oblíquo será sujeito desse infinitivo: COLOCAÇÃO DE PRONOMES

Deixei-o sair. Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME,


TE, SE, LHE, O, A, NÓS, VÓS, LHES, OS, AS)
Vi-o chegar. podem ocupar três posições:

Sofia deixou-se estar à janela. 1. Antes do verbo - próclise

É fácil perceber a função do sujeito dos Eu te observo há dias.


pronomes oblíquos, desenvolvendo as orações
reduzidas de infinitivo: 2. Depois do verbo - ênclise

Deixei-o sair = Deixei que ele saísse. Observo-te há dias.

10. Não se considera errada a repetição de 3. No interior do verbo - mesóclise


pronomes oblíquos:
Observar-te-ei sempre.
A mim, ninguém me engana.
Ênclise
A ti tocou-te a máquina mercante.
Na linguagem culta, a colocação que pode ser
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo considerada normal é a ênclise: o pronome
não constitui pleonasmo vicioso e sim ênfase. depois do verbo, funcionando como seu
complemento direto ou indireto.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos
equivalem a pronomes possessivo, exercendo O pai esperava-o na estação agitada.
função sintática de adjunto adnominal:
Expliquei-lhe o motivo das férias.
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro.
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os de estilo cuidadoso, a ênclise é a colocação
seus conselhos. recomendada nos seguintes casos:

12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser 1. Quando o verbo iniciar a oração:
empregadas para representar uma única pessoa
(singular), adquirindo valor cerimonioso ou de Voltei-me em seguida para o céu límpido.
modéstia:
2. Quando o verbo iniciar a oração principal
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o precedida de pausa:
problema das enchentes.
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
Vós sois minha salvação, meu Deus!
3. Com o imperativo afirmativo:
13. Os pronomes de tratamento devem vir
precedidos de VOSSA, quando nos dirigimos à Companheiros, escutai-me.
pessoa representada pelo pronome, e por SUA,
quando falamos dessa pessoa: 4. Com o infinitivo impessoal:

Ao encontrar o governador, perguntou-lhe: A menina não entendera que engorda-las seria


apressar-lhes um destino na mesa.
Vossa Excelência já aprovou os projetos?
5. Com o gerúndio, não precedido da
Sua Excelência, o governador, deverá estar preposição EM:
presente na inauguração.
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou
comigo.

Língua Portuguesa 44
Apostilas Domínio
6. Com o verbo que inicia a coordenada Com essas formas verbais a ênclise é
assindética. inadmissível:

A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma Lembrarei-me (!?)


pequena moeda de meio franco.
Diria-se (!?)
Próclise
O Pronome Átono nas Locuções Verbais
Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome
1. Quando o verbo estiver precedido de pode vir proclítico ou enclítico ao auxiliar, ou
pronomes relativos, indefinidos, interrogativos e depois do verbo principal.
conjunções.
Podemos contar-lhe o ocorrido.
As crianças que me serviram durante anos eram
bichos. Podemos-lhe contar o ocorrido.

Tudo me parecia que ia ser comida de avião. Não lhes podemos contar o ocorrido.

Quem lhe ensinou esses modos? O menino foi-se descontraindo.

Quem os ouvia, não os amou. O menino foi descontraindo-se.

Que lhes importa a eles a recompensa? O menino não se foi descontraindo.

Emília tinha quatorze anos quando a vi pela 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome
primeira vez. deve vir enclítico ou proclítico ao auxiliar, mas
nunca enclítico ao particípio.
2. Nas orações optativas (que exprimem
desejo): "Outro mérito do positivismo em relação a mim
foi ter-me levado a Descartes ."
Papai do céu o abençoe.
Tenho-me levantado cedo.
A terra lhes seja leve.
Não me tenho levantado cedo.
3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e
Em se animando, começa a contagiar-nos. o infinitivo, ou entre o auxiliar e o gerúndio, já
está generalizado, mesmo na linguagem culta.
Bromil era o suco em se tratando de combater a Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem
tosse. coloquial e popular, é o da colocação do
pronome no início da oração, o que se deve
4. Com advérbios pronunciados juntamente com evitar na linguagem escrita.
o verbo, sem que haja pausa entre eles.
PRONOMES POSSESSIVOS
Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
Os pronomes possessivos referem-se às
Antes, falava-se tão-somente na aguardente da pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de
terra. alguma coisa.

Mesóclise Quando digo, por exemplo, .meu livro., a palavra


.meu. informa que o livro pertence a 1ª pessoa
Usa-se o pronome no interior das formas (eu)
verbais do futuro do presente e do futuro do
pretérito do indicativo, desde que estes verbos Eis as formas dos pronomes possessivos:
não estejam precedidos de palavras que
reclamem a próclise. 1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS,
MINHAS.
Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS.
Dir-se-ia vir do oco da terra.
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
Mas:
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS,
Não me lembrarei de alguns belos dias em NOSSAS.
Paris.
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS,
Jamais se diria vir do oco da terra. VOSSAS.

Língua Portuguesa 45
Apostilas Domínio
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. Podem os possessivos ser modificados por um
advérbio de intensidade.
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem
referir-se à 3ª pessoa (seu pai = o pai dele), Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele
como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai gesto tão seu, quando não sabia o que dizer.
de você).
PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Por isso, toda vez que os ditos possessivos
derem margem a ambiguidade, devem ser São aqueles que determinam, no tempo ou no
substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). espaço, a posição da coisa designada em
relação à pessoa gramatical.
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião
dele. Quando digo .este livro., estou afirmando que o
livro se encontra perto de mim a pessoa que
A opinião dela era que Camilo devia tornar à fala. Por outro lado, .esse livro. indica que o livro
casa deles. está longe da pessoa que fala e próximo da que
ouve; .aquele livro. indica que o livro está longe
Eles batizaram com o nome delas as águas de ambas as pessoas.
deste rio.
Os pronomes demonstrativos são estes:
Os possessivos devem ser usados com critério.
Substituí-los pelos pronomes oblíquos comunica ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa
á frase desenvoltura e elegância.
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido
(em vez de: beijou as suas mãos). AQUELE (e variações), próprio (e variações)

Não me respeitava a adolescência. MESMO (e variações), próprio (e variações)

A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da SEMELHANTE (e variação), tal (e variação)


face.
Emprego dos Demonstrativos
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos.
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se:
Além da ideia de posse, podem ainda os
pronomes exprimir: a) Para indicar o que está próximo ou junto da
1ª pessoa (aquela que fala).
1. Cálculo aproximado, estimativa:
Este documento que tenho nas mãos não é
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos meu.

2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á Isto que carregamos pesa 5 kg.


personagem de uma história
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos
O nosso homem não se deu por vencido. abrange fisicamente:

Chama-se Falcão o meu homem Este coração não pode me trair.

3. O mesmo que os indefinidos certo, algum Esta alma não traz pecados.

Eu cá tenho minhas dúvidas Tudo se fez por este país..

Cornélio teve suas horas amargas c) Para indicar o momento em que falamos:

4. Afetividade, cortesia Neste instante estou tranquilo.

Como vai, meu menino? Deste minuto em diante vou modificar-me.

Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo
passado, mas próximo do momento em que
No plural usam-se os possessivos falamos:
substantivados no sentido de parentes de
família. Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile.

É assim que um moço deve zelar o nome dos Esta noite (= a noite que passou) não dormi
seus? bem.

Um dia destes estive em Porto Alegre.

Língua Portuguesa 46
Apostilas Domínio
e) Para indicar que o período de tempo é mais Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia
ou menos extenso e no qual se inclui o não está muito distante.
momento em que falamos:
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
Nesta semana não choveu.
a) Para indicar o que está longe das duas
Neste mês a inflação foi maior. primeiras pessoas e refere-se á 3ª.

Este ano será bom para nós. Aquele documento que lá está é teu?

Este século terminará breve. Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.

f) Para indicar aquilo de que estamos tratando: b) Para indicar tempo passado mais ou menos
distante.
Este assunto já foi discutido ontem.
Naquele instante estava preocupado.
Tudo isto que estou dizendo já é velho.
Daquele instante em diante modifiquei-me.
g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês,
Só posso lhe dizer isto: nada somos. aquele ano, aquele século, para exprimir que o
tempo já decorreu.
Os tipos de artigo são estes: definidos e
indefinidos. 4. Quando se faz referência a duas pessoas ou
coisas já mencionadas, usa-se este (ou
2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se: variações) para a última pessoa ou coisa e
aquele (ou variações) para a primeira:
a) Para indicar o que está próximo ou junto da
2ª pessoa (aquela com quem se fala): Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este
se encontrava nervoso e aquela tranquila.
Esse documento que tens na mão é teu?
5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos
Isso que carregas pesa 5 kg. pela preposição DE, pospostos a substantivos,
usam-se apenas no plural:
b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que
a abrange fisicamente: Você teria coragem de proferir um palavrão
desses, Rose?
Esse teu coração me traiu.
Com um frio destes não se pode sair de casa.
Essa alma traz inúmeros pecados.
Nunca vi uma coisa daquelas.
Quantos vivem nesse pais?
6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e
c) Para indicar o que se encontra distante de número quando têm caráter reforçativo:
nós, ou aquilo de que desejamos distância:
Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
O povo já não confia nesses políticos.
Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam
Não quero mais pensar nisso. suas camas.

d) Para indicar aquilo que já foi mencionado 7. O (e variações) é pronome demonstrativo


pela 2ª pessoa: quando equivale a AQUILO, ISSO ou AQUELE
(e variações).
Nessa tua pergunta muita matreirice se
esconde. Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.

O que você quer dizer com isso? O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos
mestres.
e) Para indicar tempo passado, não muito
próximo do momento em que falamos: Das meninas, Jeni a (aquela) que mais
sobressaiu nos exames.
Um dia desses estive em Porto Alegre.
A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de
Comi naquele restaurante dia desses. fato, ela não ama os homens superiores.

f) Para indicar aquilo que já mencionamos: 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO,
no mesmo instante:
Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.

Língua Portuguesa 47
Apostilas Domínio
A menina ia cair, nisto, o pai a segurou VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
Masculino Feminino Quem
9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado o qual os quais Que
na acepção DE ESTE, ISTO, ESSE, ISSO, a qual as quais Onde
AQUELE, AQUILO. cujo cujos cuja cujas
quanto quanta
Tal era a situação do país. quantos quantas
Não disse tal.

Tal não pôde comparecer.


Observações:
Pronome adjetivo quando acompanha
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a
substantivo ou pronome (atitudes tais merecem
pessoas, tem antecedente, vem sempre
cadeia, esses tais merecem cadeia), quando
antecedido de preposição, e equivale a O
acompanha QUE, formando a expressão que
QUAL.
tal? (? que lhe parece?) em frases como Que tal
minha filha? Que tais minhas filhas? e quando
O médico de quem falo é meu conterrâneo.
correlativo DE QUAL ou OUTRO TAL:
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do
Suas manias eram tais quais as minhas.
qual, da qual, e precedem sempre um
substantivo sem artigo.
A mãe era tal quais as filhas.
Qual será o animal cujo nome a autora não quis
Os filhos são tais qual o pai.
revelar?
Tal pai, tal filho.
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes
relativos quando precedidos de um dos
É pronome substantivo em frases como:
pronomes indefinidos: tudo, tanto(s), tanta(s),
todos, todas.
Não encontrarei tal (= tal coisa).
Tenho tudo quanto quero.
Não creio em tal (= tal coisa)
Leve tantos quantos precisar.
PRONOMES RELATIVOS
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se
Veja este exemplo:
quebrou.
Armando comprou a casa QUE lhe convinha.
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre
A palavra que representa o nome casa, antecedente e equivale a EM QUE.
relacionando-se com o termo casa é um
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.
pronome relativo.
PRONOMES INDEFINIDOS
PRONOMES RELATIVOS são palavras que
representam nomes já referidos, com os quais
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do
estão relacionados. Daí denominarem-se
discurso, designando-a de modo vago,
relativos.
impreciso, indeterminado.
A palavra que o pronome relativo representa
1. São pronomes indefinidos substantivos:
chama-se antecedente. No exemplo dado, o
ALGO, ALGUÉM, FULANO, SICRANO,
antecedente é casa.
BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM,
QUEM, TUDO
Outros exemplos de pronomes relativos:
Exemplos:
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.
Algo o incomoda?
O lugar onde paramos era deserto.
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano
Traga tudo quanto lhe pertence.
escreve.
Leve tantos ingressos quantos quiser.
Não faças a outrem o que não queres que te
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) façam.
desistiu do concurso?
Quem avisa amigo é.
Eis o quadro dos pronomes relativos:
Encontrei quem me pode ajudar.

Língua Portuguesa 48
Apostilas Domínio
Ele gosta de quem o elogia. Chove. O céu dorme.

2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, VERBO é a palavra variável que exprime ação,
CERTO, CERTOS, CERTA CERTAS. estado, mudança de estado e fenômeno,
situando-se no tempo.
Cada povo tem seus costumes.
FLEXÕES
Certas pessoas exercem várias profissões.
O verbo é a classe de palavras que apresenta o
Certo dia apareceu em casa um repórter maior número de flexões na língua portuguesa.
famoso. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em
si diversas informações. A forma
PRONOMES INTERROGATIVOS CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:

Aparecem em frases interrogativas. Como os • a ação de cantar.


indefinidos, referem-se de modo impreciso à 3ª
pessoa do discurso. • a pessoa gramatical que pratica essa ação
(nós).
Exemplos:
• o número gramatical (plural).
Que há?
• o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
Que dia é hoje?
• o modo como é encarada a ação: um fato
Reagir contra quê? realmente acontecido no passado (indicativo).

Por que motivo não veio? • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).

Quem foi? Portanto, o verbo flexiona-se em número,


pessoa, modo, tempo e voz.
Qual será?
1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
Quantos vêm?
O menino olhou para o animal com olhos
Quantas irmãs tens? alegres. (singular).

VERBO Os meninos olharam para o animal com olhos


alegres. (plural).
CONCEITO
2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três
.As palavras em destaque no texto abaixo pessoas gramaticais:
exprimem ações, situando-as no tempo.
1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me
a queixa. Deu-me a receita de como matá-las. a) do singular - corresponde ao pronome
Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o
gesso esturricaria dentro elas. Assim fiz. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal
Morreram.. NÓS. Ex.: Nós adormecemos.

(Clarice Lispector) 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser

Essas palavras são verbos. O verbo também a) do singular - corresponde ao pronome


pode exprimir: pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.

a) Estado: b) do plural - corresponde ao pronome pessoal


VÓS. Ex.:Vós adormeceis.
Não sou alegre nem sou triste.
3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
Sou poeta.
a) do singular - corresponde aos pronomes
b) Mudança de estado: pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela adormece.

Meu avô foi buscar ouro. b) do plural - corresponde aos pronomes


pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles adormecem.
Mas o ouro virou terra.

c) Fenômeno:

Língua Portuguesa 49
Apostilas Domínio
3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de Infinitivo impessoal (falar)
indicar a atitude do falante em relação ao fato
que comunica. Pessoal (falar eu, falares tu, etc.)

Há três modos em português. FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando)

a) indicativo: a atitude do falante é de certeza Particípio (falado)


diante do fato.
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser:
A cachorra Baleia corria na frente.
a) agente do fato expresso.
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida
diante do fato. O carroceiro disse um palavrão.

Talvez a cachorra Baleia corra na frente . (sujeito agente)

c) imperativo: o fato é enunciado como uma O verbo está na voz ativa.


ordem, um conselho, um pedido
b) paciente do fato expresso:

Corra na frente, Baleia. Um palavrão foi dito pelo carroceiro.

4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de (sujeito paciente)


localizar o fato no tempo, em relação ao
momento em que se fala. Os três tempos O verbo está na voz passiva.
básicos são:
c) agente e paciente do fato expresso:
a) presente: a ação ocorre no momento em que
se fala: O carroceiro machucou-se.

Fecho os olhos, agito a cabeça. (sujeito agente e paciente)

b) pretérito (passado): a ação transcorreu num O verbo está na voz reflexiva.


momento anterior àquele em que se fala:
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E
Fechei os olhos, agitei a cabeça. ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de rizotônica
à forma verbal cujo acento tônico está no
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o radical.
momento em que se fala:
Falo - Estudam.
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o cujo acento tônico está fora do radical.
que não ocorre com o presente.
Falamos - Estudarei.
Veja o esquema dos tempos simples em
português: 7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos
classificam-se em:
Presente (falo)
a) regulares - são aqueles que possuem as
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) desinências normais de sua conjugação e cuja
flexão não provoca alterações no radical: canto -
Imperfeito (falava) Mais- que-perfeito (falara) cantei - cantarei – cantava - cantasse.

Futuro do presente (falarei) b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca


alterações no radical ou nas desinências: faço -
do pretérito (falaria) fiz - farei - fizesse.

Presente (fale) c) defectivos - são aqueles que não apresentam


conjugação completa, como por exemplo, os
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse) verbos falir, abolir e os verbos que indicam
fenômenos naturais, como CHOVER,
Futuro (falar) TROVEJAR, etc.

Há ainda três formas que não exprimem d) abundantes - são aqueles que possuem mais
exatamente o tempo em que se dá o fato de uma forma com o mesmo valor. Geralmente,
expresso. São as formas nominais, que essa característica ocorre no particípio: matado
completam o esquema dos tempos simples. - morto - enxugado - enxuto.

Língua Portuguesa 50
Apostilas Domínio
e) anômalos - são aqueles que incluem mais de Naquele presídio havia frequentes rebeliões de
um radical em sua conjugação. presos.

verbo ser: sou - fui 3) DECORRER, FAZER, com referência ao


tempo passado:
verbo ir: vou - ia
Há meses que não o vejo.
QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO
SUJEITO Haverá nove dias que ele nos visitou.

1. Pessoais: são aqueles que se referem a Havia já duas semanas que Marcos não
qualquer sujeito implícito ou explícito. Quase trabalhava.
todos os verbos são pessoais.
O fato aconteceu há cerca de oito meses.
O Nino apareceu na porta.
Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo
2. Impessoais: são aqueles que não se referem HAVER concorda no pretérito imperfeito, e não
a qualquer sujeito implícito ou explícito. São no presente:
utilizados sempre na 3ª pessoa. São
impessoais: Havia (e não HÁ) meses que a escola estava
fechada.
a) verbos que indicam fenômenos
meteorológicos: chover, nevar, ventar, etc. Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.

Garoava na madrugada roxa. Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco
tempo.
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer,
acontecer: Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o
procurava.
Houve um espetáculo ontem.
4) REALIZAR-SE
Há alunos na sala.
Houve festas e jogos.
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais
Anica com seus olhos claros. Se não chovesse, teria havido outros
espetáculos.
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou
fenômeno meteorológico. Todas as noites havia ensaios das escolas de
samba.
Fazia dois anos que eu estava casado.
5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo
Faz muito frio nesta região? (em frases negativas e seguido de infinitivo):

O VERBO HAVER (empregado Em pontos de ciência não há transigir.


impessoalmente)
Não há contê-lo, então, no ímpeto.
O verbo haver é impessoal - sendo, portanto,
usado invariavelmente na 3ª pessoa do singular Não havia descrer na sinceridade de ambos.
- quando significa:
Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas
1) EXISTIR afeiçõezinhas.

Há pessoas que nos querem bem. E não houve convencê-lo do contrário.

Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá. Não havia por que ficar ali a recriminar-se.

Brigavam à toa, sem que houvesse motivos Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a
sérios. locução adverbial de há muito (= desde muito
tempo, há muito tempo):
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram
leitores. De há muito que esta árvore não dá frutos.

2) ACONTECER, SUCEDER De há muito não o vejo.

Houve casos difíceis na minha profissão de O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade
médico. aos verbos que com ele formam locução, os
quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª
Não haja desavenças entre vós. pessoa do singular:

Língua Portuguesa 51
Apostilas Domínio
Vai haver eleições em outubro. - um fato que ocorre no momento em que se
fala.
Começou a haver reclamações.
Eles estudam silenciosamente.
Não pode haver umas sem as outras.
Eles estão estudando silenciosamente.
Parecia haver mais curiosos do que
interessados. - uma ação habitual.

Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. Corra todas as manhãs.

A expressão correta é HAJA VISTA, e não - uma verdade universal (ou tida como tal):
HAJA VISTO. Pode ser construída de três
modos: O homem é mortal.

Hajam vista os livros desse autor. A mulher ama ou odeia, não há outra
alternativa.
Haja vista os livros desse autor.
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar
Haja vista aos livros desse autor. do pretérito para dar maior realce à narrativa.

CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA Em 1748, Montesquieu publica a obra "O


Espírito das Leis".
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem
alterar substancialmente o sentido da frase. É o chamado presente histórico ou narrativo.

Exemplo: - fatos futuros não muito distantes, ou mesmo


incertos:
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
Amanhã vou à escola.
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz
passiva) Qualquer dia eu te telefono.

Observe que o objeto direto será o sujeito da b) Pretérito Imperfeito


passiva, o sujeito da ativa passará a agente da
passiva e o verbo assumirá a forma passiva, Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo
conservando o mesmo tempo. para designar:

Outros exemplos: - um fato passado contínuo, habitual,


permanente:
Os calores intensos provocam as chuvas.
Ele andava à toa.
As chuvas são provocadas pelos calores
intensos. Nós vendíamos sempre fiado.

Eu o acompanharei. - um fato passado, mas de incerta localização


no tempo. É o que ocorre por exemplo, no inicio
Ele será acompanhado por mim. das fábulas, lendas, histórias infantis.

Todos te louvariam. Era uma vez...

Serias louvado por todos. - um fato presente em relação a outro fato


passado.
Prejudicaram-me.
Eu lia quando ele chegou.
Fui prejudicado.
c) Pretérito Perfeito
Condenar-te-iam.
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo
Serias condenado. para referir um fato já ocorrido, concluído.

EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS Estudei a noite inteira.

a) Presente Usa-se a forma composta para indicar uma ação


que se prolonga até o momento presente.
Emprega-se o presente do indicativo para
assinalar: Tenho estudado todas as noites.

Língua Portuguesa 52
Apostilas Domínio
d) Pretérito mais-que-perfeito Que tenha estudado bastante é o que espero.

Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o


ação passada em relação a outro fato passado pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo para
(ou seja, é o passado do passado): indicar um fato passado em relação a outro fato
passado, sempre de acordo com as regras
A bola já ultrapassara a linha quando o jogador típicas do modo subjuntivo:
a alcançou.
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos
e) Futuro do Presente terminado a prova tranquilamente.

Emprega-se o futuro do presente do indicativo e) Futuro


para apontar um fato futuro em relação ao
momento em que se fala. Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar
um fato futuro já concluído em relação a outro
Irei à escola. fato futuro.

f) Futuro do Pretérito Quando eu voltar, saberei o que fazer.

Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo VERBOS IRREGULARES


para assinalar:
DAR
- um fato futuro, em relação a outro fato
passado. Presente do indicativo dou, dás, dá, damos,
dais, dão
- Eu jogaria se não tivesse chovido.
Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes,
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto. deram

- Seria realmente agradável ter de sair? Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera,
déramos, déreis, deram
Um fato presente: nesse caso, o futuro do
pretérito indica polidez e às vezes, ironia. Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis,
dêem
- Daria para fazer silêncio?!
Imperfeito do subjuntivodesse, desses, desse,
Modo Subjuntivo déssemos, désseis, dessem

a) Presente Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos,


derdes, derem
Emprega-se o presente do subjuntivo para
mostrar: MOBILIAR

- um fato presente, mas duvidoso, incerto. Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília,
mobiliamos, mobiliais, mobiliam
Talvez eles estudem... não sei.
Presente do subjuntivo mobilie, mobilies,
- um desejo, uma vontade: mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem

Que eles estudem, este é o desejo dos pais e Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos,
dos professores. mobiliai, mobiliem

b) Pretérito Imperfeito AGUAR

Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo Presente do indicativo águo, águas, água,


para indicar uma hipótese, uma condição. aguamos, aguais, águam

Se eu estudasse, a história seria outra. Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou,


aguamos, aguastes, aguaram
Nós combinamos que se chovesse não haveria
jogo. Presente do subjuntivo águe, agues, ague,
aguemos, agueis, águem
e) Pretérito Perfeito
MAGOAR
Emprega-se o pretérito perfeito composto do
subjuntivo para apontar um fato passado, mas Presente do indicativo magoo, magoas, magoa,
incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as magoamos, magoais, magoam
características do modo subjuntivo).

Língua Portuguesa 53
Apostilas Domínio
Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras,
magoamos, magoastes, magoaram copiara, copiáramos, copiáreis, copiaram

Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, Presente do subjuntivo copie, copies, copie,
magoemos, magoeis, magoem copiemos, copieis, copiem

Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos,
caçoar, voar e perdoar copiai, copiem

APIEDAR-SE ODIAR

Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, Presente do indicativo odeio, odeias, odeia,


apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-vos, odiamos, odiais, odeiam
apiadam-se Presente do subjuntivo apiade-me,
apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei- Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava,
vos, apiedem-se Nas formas rizotônicas, o E do odiávamos, odiáveis, odiavam
radical é substituído por A
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos,
MOSCAR odiastes, odiaram

Presente do indicativo musco, muscas, musca, Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras,


moscamos, moscais, muscam odiara, odiáramos, odiáreis, odiaram

Presente do subjuntivo musque, musques, Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie,


musque, mosquemos, mosqueis, musquem odiemos, odieis, odeiem

Nas formas rizotônicas, o O do radical é Conjugam-se como odiar, mediar, remediar,


substituído por U incendiar, ansiar

RESFOLEGAR CABER

Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, Presente do indicativo caibo, cabes, cabe,


resfolga, resfolegamos, resfolegais, resfolgam cabemos, cabeis, cabem

Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, Pretérito perfeito coube, coubeste, coube,


resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, coubemos, coubestes, couberam
resfolguem
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas,
Nas formas rizotônicas, o E do radical coubera, coubéramos, coubéreis, couberam
desaparece
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba,
NOMEAR caibamos, caibais, caibam

Presente da indicativo nomeio, nomeias, Imperfeito do subjuntivocoubesse, coubesses,


nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam coubesse, coubéssemos, coubésseis,
coubessem
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas,
nomeava, nomeávamos, nomeáveis, nomeavam Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber,
coubermos, couberdes, couberem
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou,
nomeamos, nomeastes, nomearam O verbo CABER não se apresenta conjugado
nem no imperativo afirmativo nem no imperativo
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, negativo
nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem
CRER
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie,
nomeemos, nomeai, nomeiem Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos,
credes, crêem
Conjugam-se como nomear, cear, hastear,
peritear, recear, passear Presente do subjuntivo creia, creias, creia,
creiamos, creiais, creiam
COPIAR
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede,
Presente do indicativo copio, copias, copia, creiam
copiamos, copiais, copiam
Conjugam-se como crer, ler e descrer
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou,
copiamos, copiastes, copiaram DIZER

Língua Portuguesa 54
Apostilas Domínio
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, Imperativo afirmativo perde, perca, percamos,
dizeis, dizem perdei, percam

Pretérito perfeito disse, disseste, disse, PODER


dissemos, dissestes, disseram
Presente do Indicativo posso, podes, pode,
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, podemos, podeis, podem
dissera, disséramos, disséreis, disseram
Pretérito Imperfeito podia, podias, podia,
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, podíamos, podíeis, podiam
direis, dirão
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde,
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, pudemos, pudestes, puderam
diríeis, diriam
Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas,
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam
digamos, digais, digam
Presente do subjuntivo possa, possas, possa,
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, possamos, possais, possam
dissesse, disséssemos, dissésseis, dissesse
Pretérito imperfeito pudesse, pudesses,
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem
disserdes, disserem
Futuro puder, puderes, puder, pudermos,
Particípio dito puderdes, puderem

Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, Infinitivo pessoal pode, poderes, poder,
predizer, maldizer podermos, poderdes, poderem

FAZER Gerúndio podendo

Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, Particípio podido


fazeis, fazem
O verbo PODER não se apresenta conjugado
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos nem no imperativo afirmativo nem no imperativo
fizestes, fizeram negativo

Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, PROVER


fizéramos, fizéreis, fizeram
Presente do indicativo provejo, provês, provê,
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, provemos, provedes, provêem
fareis, farão
Pretérito imperfeito provia, provias, provia,
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, províamos, províeis, proviam
faríeis, fariam
Pretérito perfeito provi, proveste, proveu,
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, provemos, provestes, proveram
façam
Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras,
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, provera, provêramos, provêreis, proveram
façamos, façais, façam
Futuro do presente proverei, proverás, proverá,
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, proveremos, provereis, proverão
fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem
Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria,
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, proveríamos, proveríeis, proveriam
fizermos, fizerdes, fizerem
Imperativo provê, proveja, provejamos, provede,
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer provejam
satisfazer
Presente do subjuntivo proveja, provejas,
PERDER proveja, provejamos, provejais. provejam

Presente do indicativo perco, perdes, perde, Pretérito imperfeito provesse, provesses,


perdemos, perdeis, perdem provesse, provêssemos, provêsseis, provessem

Presente do subjuntivo perca, percas, perca, Futuro prover, proveres, prover, provermos,
percamos, percais. percam proverdes, proverem

Língua Portuguesa 55
Apostilas Domínio
Gerúndio provendo Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve,
reouvemos, reouvestes, reouveram
Particípio provido
Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras,
QUERER reouvera, reouvéramos, reouvéreis, reouveram

Presente do indicativo quero, queres, quer, Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse,


queremos, quereis, querem reouvesses, reouvesse, reouvéssemos,
reouvésseis, reouvessem
Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos,
quisestes, quiseram Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos,
reouverdes, reouverem
Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras,
quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas
só nas formas em que esse apresenta a letra v
Presente do subjuntivo queira, queiras, queira,
queiramos, queirais, queiram SABER

Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, Presente do indicativo sei, sabes, sabe,


quisesse, quiséssemos quisésseis, quisessem sabemos, sabeis, sabem

Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, Pretérito perfeito soube, soubeste, soube,
quiserdes, quiserem soubemos, soubestes, souberam

REQUERER Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas,


soubera, soubéramos, soubéreis, souberam
Presente do indicativo requeiro, requeres,
requer, requeremos, requereis. requerem Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia,
sabíamos, sabíeis, sabiam
Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu,
requeremos, requereste, requereram Presente do subjuntivo soubesse, soubesses,
soubesse, soubéssemos, soubésseis,
Pretérito mais-que-perfeito requerera, soubessem
requereras, requerera, requereramos,
requerereis, requereram Futuro souber, souberes, souber, soubermos,
souberdes, souberem
Futuro do presente requererei, requererás
requererá, requereremos, requerereis, VALER
requererão
Presente do indicativo valho, vales, vale,
Futuro do pretérito requereria, requererias, valemos, valeis, valem
requereria, requereríamos, requereríeis,
requereriam Presente do subjuntivo valha, valhas, valha,
valhamos, valhais, valham
Imperativo requere, requeira, requeiramos,
requerer, requeiram Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos,
valei, valham
Presente do subjuntivo requeira, requeiras,
requeira, requeiramos, requeirais, requeiram TRAZER

Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, Presente do indicativo trago, trazes, traz,


requeresse, requerêssemos, requerêsseis, trazemos, trazeis, trazem
requeressem,
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia,
Futuro requerer, requereres, requerer, trazíamos, trazíeis, traziam
requerermos, requererdes, requerem
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe,
Gerúndio requerendo trouxemos, trouxestes, trouxeram

Particípio requerido Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras,


trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram
O verbo REQUERER não se conjuga como
querer. Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos,
trareis, trarão
REAVER
Futuro do pretérito traria, trarias, traria,
Presente do indicativo reavemos, reaveis traríamos, traríeis, trariam

Língua Portuguesa 56
Apostilas Domínio
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos,
abolirdes, abolirem
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga,
tragamos, tragais, tragam Imperativo afirmativo abole, aboli

Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, Imperativo negativo não há


trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis,
trouxessem Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir,
abolirmos, abolirdes, abolirem
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos,
trouxerdes, trouxerem Infinitivo impessoal abolir

Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, Gerúndio abolindo


trazermos, trazerdes, trazerem
Particípio abolido
Gerúndio trazendo
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em
Particípio trazido que depois do L do radical há E ou I.

VER AGREDIR

Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, Presente do indicativo agrido, agrides, agride,
vedes, vêem agredimos, agredis, agridem

Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida,
viram agridamos, agridais, agridam

Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi,
viramos, vireis, viram agridam

Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR
vós, vejam vocês apresenta o E do radical substituído por I.

Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, COBRIR


vejamos, vejais, vejam
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre,
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, cobrimos, cobris, cobrem
víssemos, vísseis, vissem
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra,
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem cubramos, cubrais, cubram

Particípio visto Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri,


cubram
ABOLIR
Particípio coberto
Presente do indicativo aboles, abole abolimos,
abolis, abolem Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir,
descobrir, engolir
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia,
abolíamos, abolíeis, aboliam FALIR

Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, Presente do indicativo falimos, falis


abolimos, abolistes, aboliram
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos,
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, falíeis, faliam
abolira, abolíramos, abolíreis, aboliram
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira,
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, falíramos, falireis, faliram
aboliremos, abolireis, abolirão
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos,
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, falistes, faliram
aboliríamos, aboliríeis, aboliriam
Futuro do presente falirei, falirás, falirá,
Presente do subjuntivo não há faliremos, falireis, falirão

Presente imperfeito abolisse, abolisses, Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria,


abolisse, abolíssemos, abolísseis, abolissem faliríamos, faliríeis, faliriam

Língua Portuguesa 57
Apotilas Domínio
Presente do subjuntivo não há Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis,
iriam
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse,
falíssemos, falísseis, falissem Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão

Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Imperativo negativo não vão, não vá, não
vamos, não vades, não vão
Imperativo afirmativo fali (vós)
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos,
Imperativo negativo não há vades, vão

Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse,
falirdes, falirem fôssemos, fôsseis, fossem

Gerúndio falindo Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem

Particípio falido Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem

FERIR Gerúndio indo

Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, Particípio ido


feris, ferem
OUVIR
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos,
firais, firam Presente do indicativo ouço, ouves, ouve,
ouvimos, ouvis, ouvem
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir,
inserir e seus derivados. Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça,
ouçamos, ouçais, ouçam
MENTIR
Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Presente do indicativo minto, mentes, mente,
mentimos, mentis, mentem Particípio ouvido

Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, PEDIR


mintamos, mintais, mintam
Presente do indicativo peço, pedes, pede,
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, pedimos, pedis, pedem
mintam
Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos,
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, pedistes, pediram
competir, consentir, pressentir.
Presente do subjuntivo peça, peças, peça,
FUGIR peçamos, peçais, peçam

Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
fugis, fogem
Conjugam-se como pedir: medir, despedir,
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam impedir, expedir

Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, POLIR


fujais, fujam
Presente do indicativo pulo, pules, pule,
IR polimos, polis, pulem

Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, Presente do subjuntivo pula, pulas, pula,
ides, vão pulamos, pulais, pulam

Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam

Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, REMIR


foram
Presente do indicativo redimo, redimes, redime,
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, redimimos, redimis, redimem
fôramos, fôreis, foram
Presente do subjuntivo redima, redimas, redima,
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, redimamos, redimais, redimam
irão

Língua Portuguesa 58
Apostilas Domínio
RIR Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes,
virem
Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides,
riem Gerúndio vindo

Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, Particípio vindo


riam
Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir,
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram provir, sobrevir

Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, SUMIR


ríramos, rireis, riram
Presente do indicativo sumo, somes, some,
Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, sumimos, sumis, somem
rireis, rirão
Presente do subjuntivo suma, sumas, suma,
Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, sumamos, sumais, sumam
riríeis, ririam
Imperativo some, suma, sumamos, sumi,
Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam sumam

Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir,
riam escapulir, fugir, consumir, cuspir

Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, ADVÉRBIO


rísseis, rissem
Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem adjetivo ou o próprio advérbio, exprimindo uma
circunstância.
Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes,
rirem Os advérbios dividem-se em:

Gerúndio rindo 1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém,
além, algures, alhures, nenhures, atrás, fora,
Particípio rido dentro, perto, longe, adiante, diante, onde,
avante, através, defronte, aonde, etc.
Conjuga-se como rir: sorrir
2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora,
VIR anteontem, sempre, nunca, já, cedo, logo, tarde,
ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, brevemente, entrementes, raramente,
vindes, vêm imediatamente, etc.

Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, 3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar,
vínhamos, vínheis, vinham como, debalde, pior, melhor, suavemente,
tenazmente, comumente, etc.
Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos,
viestes, vieram 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais,
menos, tão, bastante, demasiado, meio,
Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, completamente, profundamente, quanto, quão,
viéramos, viéreis, vieram tanto, bem, mal, quase, apenas, etc.

Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, 5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente,
vireis, virão realmente, efefivamente, etc.

Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, 6) NEGAÇÃO: não.


viríeis, viriam
7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura,
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, possivelmente, quiçá, decerto, provavelmente,
vinde, venham etc.

Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, Há Muitas Locuções Adverbiais


venhamos, venhais, venham
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à
Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, distância, à frente, à entrada, à saída, ao lado,
viéssemos, viésseis, viessem ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.

Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem

Língua Portuguesa 59
Apostilas Domínio
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia,
de tarde, à tarde, à noite, às ave-marias, ao
entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, NUMERAL
de repente, de vez em quando, de longe em
longe, etc. Numeral é a palavra que indica quantidade,
ordem, múltiplo ou fração.
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a
contento, a esmo, de bom grado, de cor, de O numeral classifica-se em:
mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em
geral, a cada passo, às avessas, ao invés, às - cardinal - quando indica quantidade.
claras, a pique, a olhos vistos, de propósito, de
súbito, por um triz, etc. - ordinal - quando indica ordem.

4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a - multiplicativo - quando indica multiplicação.


cavalo, a martelo, a máquina, a tinta, a paulada,
a mão, a facadas, a picareta, etc. - fracionário - quando indica fracionamento.

5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, Exemplos:


etc.
Silvia comprou dois livros.
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo
nenhum, em hipótese alguma, etc. Antônio marcou o primeiro gol.

7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, Na semana seguinte, o anel custará o dobro do
etc. preço.

Advérbios Interrogativos O galinheiro ocupava um quarto da quintal.

Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?,


como?

Palavras Denotativas

Certas palavras, por não se poderem enquadrar


entre os advérbios, terão classificação à parte.
São palavras que denotam exclusão, inclusão,
situação, designação, realce, retificação,
afetividade, etc.

1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão,


etc.

2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo,


inclusive, etc.

3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal,


etc.

4) DE DESIGNAÇÃO - eis.

5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor,


ou antes, etc.

6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas,


etc.

Você lá sabe o que está dizendo, homem...

Mas que olhos lindos!

Veja só que maravilha!

QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS

Língua Portuguesa 60
Apostilas Domínio
Algarismos Numerais
Leão Xlll (treze)
Romanos Arábicos Cardinais Ordinários Multiplicativos Fracionários ano Xl (onze)
I 1 Um Primeiro Simples -
Pio Xll (doze)
II 2 Dois Segundo Duplo Meio século XVI
Dobro (dezesseis)
III 3 Três Terceiro Tríplice Terço
Luis XV
IV 4 Quatro Quarto Quádruplo Quarto (quinze)
V 5 Cinco Quinto Quíntuplo Quinto capitulo XX
VI 6 Seis Sexto Sêxtuplo Sexto (vinte)
VII 7 Sete Sétimo Sétuplo Sétimo Se o numeral
VIII 8 Oito Oitavo Óctuplo Oitavo aparece antes,
IX 9 Nove Nono Nônuplo Nono é lido como
ordinal.
X 10 Dez Décimo Décuplo Décimo
XI 11 Onze Décimo primeiro - Onze avos XX Salão do
XII 12 Doze Décimo segundo - Doze avos Automóvel
(vigésimo)
XIII 13 Treze Décimo terceiro - Treze avos
XIV 14 Quatorze Décimo quarto - Quatorze avos VI Festival da
XV 15 Quinze Décimo quinto - Quinze avos Canção (sexto)

XVI 16 Dezesseis Décimo sexto - Dezesseis avos lV Bienal do


XVII 17 Dezessete Décimo sétimo - Dezessete avos Livro (quarta)
XVIII 18 Dezoito Décimo oitavo - Dezoito avos
XVI capítulo da
XIX 19 Dezenove Décimo nono - Dezenove avos telenovela
XX 20 Vinte Vigésimo - Vinte avos (décimo sexto)
XXX 30 Trinta Trigésimo - Trinta avos
Quando se
XL 40 Quarenta Quadragésimo - Quarenta avos trata do
L 50 Cinquenta Quinquagésimo - Cinquenta avos primeiro dia do
mês, deve-se
LX 60 Sessenta Sexagésima - Sessenta avos
dar preferência
LXX 70 Setenta Septuagésima - Setenta avos ao emprego do
LXXX 80 Oitenta Octogésimo - Oitenta avos ordinal.
XC 90 Noventa Nonagésimo - Noventa avos Hoje é primeiro
C 100 Cem Centésimo - Centésimo de setembro
CC 200 Duzentos Ducentésimo - Ducentésimo
Não é
CCC 300 Trezentos Trecentésimo - Trecentésimo aconselhável
CD 400 Quatrocentos Quadringentésimo - Quadringentésimo iniciar período
D 500 Quinhentos Quingentésimo - Quingentésimo com algarismos
DC 600 Seiscentos Sexcentésimo - Sexcentésimo 16 anos tinha
DCC 700 Setecentos Septingentésimo - Septingentésimo Patrícia =
DCCC 800 Oitocentos Octingentésimo - Octingentésimo Dezesseis anos
tinha Patrícia
CM 900 Novecentos Nogentésimo - Nogentésimo
M 1000 Mil Milésimo - Milésimo A título de
brevidade,
Emprego do Numeral
usamos constantemente os cardinais pelos
ordinais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos,
primeira casa), página trinta e dois (= a
séculos, capítulos, etc. empregam-se de 1 a 10
trigésima segunda página). Os cardinais um e
os ordinais.
dois não variam nesse caso porque está
subentendida a palavra número. Casa número
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro)
vinte e um, página número trinta e dois. Por
isso, deve-se dizer e escrever também: a folha
Luis X (décimo) ano I (primeiro)
vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem
Pio lX (nono) século lV (quarto) forense, vemos o numeral flexionado: a folhas
vinte e uma a folhas trinta e duas.
De 11 em diante, empregam-se os cardinais:

Língua Portuguesa 61
Apostilas Domínio
ARTIGO 7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.

Artigo é uma palavra que antepomos aos 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que,
substantivos para determiná-los. Indica-lhes, ao tamanho... que, de sorte que, de forma que, de
mesmo tempo, o gênero e o número. modo que, etc.

Dividem-se em 9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à


medida que, quanto... tanto mais, etc.
• definidos: O, A, OS, AS
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que,
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. depois que, etc.

Os definidos determinam os substantivos de VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS


modo preciso, particular. CONJUNÇÕES

Viajei com o médico. (Um médico referido, Examinemos estes exemplos:


conhecido, determinado).
1º) Tristeza e alegria não moram juntas.
Os indefinidos determinam os substantivos de
modo vago, impreciso, geral. 2º) Os livros ensinam e divertem.

Viajei com um médico. (Um médico não referido, 3º) Saímos de casa quando amanhecia.
desconhecido, indeterminado).
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas
lsoladamente, os artigos são palavras de todo palavras da mesma oração: é uma conjunção.
vazias de sentido.
No segundo a terceiro exemplos, as palavras E
CONJUNÇÃO e QUANDO estão ligando orações: são também
conjunções.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais
orações. Conjunção é uma palavra invariável que liga
orações ou palavras da mesma oração.
Coniunções Coordenativas
No 2º exemplo, a conjunção liga as orações
1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, sem fazer que uma dependa da outra, sem que
etc. a segunda complete o sentido da primeira: por
isso, a conjunção E é coordenativa.
2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo,
todavia, entretanto, senão, no entanto, etc. No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações
que se completam uma à outra e faz com que a
3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... segunda dependa da primeira: por isso, a
já, quer, quer, etc. conjunção QUANDO é subordinativa.

4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por As conjunções, portanto, dividem-se em


conseguinte, por consequência. coordenativas e subordinativas.

5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, CONJUNÇÕES COORDENATIVAS


que, porque, pois, etc.
As conjunções coordenativas podem ser:
Conjunções Subordinativas
1) Aditivas, que dão ideia de adição,
1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto acrescentamento: e, nem, mas também, mas
que, uma vez que, etc. ainda, senão também, como também, bem
como.
2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que,
pois, porquanto, etc. O agricultor colheu o trigo e o vendeu.

3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal Não aprovo nem permitirei essas coisas.
qual, tal como, mais que, etc.
Os livros não só instruem mas também
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, divertem.
consoante, como, etc.
As abelhas não apenas produzem mel e cera
5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo mas ainda polinizam as flores.
que, posto que, se bem que, etc.
2) Adversativas, que exprimem oposição,
6) INTEGRANTES: que, se, etc. contraste, ressalva, compensação: mas, porém,
todavia, contudo, entretanto, sendo, ao passo

Língua Portuguesa 62
Apostilas Domínio
que, antes (= pelo contrário), no entanto, não Sofrem duras privações a [= mas] não se
obstante, apesar disso, em todo caso. queixam.

Querem ter dinheiro, mas não trabalham. "Quis dizer mais alguma coisa a não pôde."

Ela não era bonita, contudo cativava pela (Jorge Amado)


simpatia.
Conjunções subordinativas
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela
cresce. As conjunções subordinativas ligam duas
orações, subordinando uma à outra. Com
A culpa não a atribuo a vós, senão a ele. exceção das integrantes, essas conjunções
iniciam orações que traduzem circunstâncias
O professor não proíbe, antes estimula as (causa, comparação, concessão, condição ou
perguntas em aula. hipótese, conformidade, consequência,
finalidade, proporção, tempo). Abrangem as
O exército do rei parecia invencível, não seguintes classes:
obstante, foi derrotado.
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto,
Você já sabe bastante, porém deve estudar visto que, visto como, já que, uma vez que,
mais. desde que.

Eu sou pobre, ao passo que ele é rico. O tambor soa porque é oco. (porque é oco:
causa; o tambor soa: efeito).
Hoje não atendo, em todo caso, entre.
Como estivesse de luto, não nos recebeu.
3) Alternativas, que exprimem alternativa,
alternância ou, ou ... ou, ora ... ora, já ... já, quer Desde que é impossível, não insistirei.
... quer, etc.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual,
Os sequestradores deviam render-se ou seriam assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como,
mortos. (mais) que ou do que, (menos) que ou do que,
(tanto) quanto, que nem, feito (= como, do
Ou você estuda ou arruma um emprego. mesmo modo que), o mesmo que (= como).

Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo
vento.
Quer reagisse, quer se calasse, sempre
acabava apanhando. O exército avançava pela planície qual uma
serpente imensa.
"Já chora, já se ri, já se enfurece."
"Os cães, tal qual os homens, podem participar
(Luís de Camões) das três categorias."

4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: (Paulo Mendes Campos)


logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto
ao verbo), por isso. "Sou o mesmo que um cisco em minha própria
casa."
As árvores balançam, logo está ventando.
(Antônio Olavo Pereira)
Você é o proprietário do carro, portanto é o
responsável. "E pia tal a qual a caça procurada."

O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te. (Amadeu de Queirós)

5) Explicativas, que precedem uma explicação, "Por que ficou me olhando assim feito boba?"
um motivo: que, porque, porquanto, pois
(anteposto ao verbo). (Carlos Drummond de Andrade)

Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem
porquanto) podem causar incêndios. formigas apressadas.

Choveu durante a noite, porque as ruas estão Nada nos anima tanto como (ou quanto) um
molhadas. elogio sincero.

Observação: A conjunção A pode apresentar-se Os governantes realizam menos do que


com sentido adversativo: prometem.

Língua Portuguesa 63
Apostilas Domínio
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para
que, mesmo que, ainda quando, mesmo que).
quando, posto que, por mais que, por muito que,
por menos que, se bem que, em que (pese), Afastou-se depressa para que não o víssemos.
nem que, dado que, sem que (= embora não).
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. ofendesse.

A vida tem um sentido, por mais absurda que Fiz-lhe sinal que se calasse.
possa parecer.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida
Beba, nem que seja um pouco. que, ao passo que, quanto mais... (tanto mais),
quanto mais... (tanto menos), quanto menos...
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito (tanto mais), quanto mais... (mais), (tanto)...
tempo. quanto.

Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. À medida que se vive, mais se aprende.

Em que pese à autoridade deste cientista, não À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais
podemos aceitar suas afirmações. leve.

Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não Quanto mais as cidades crescem, mais
dirigiria de noite. problemas vão tendo.

4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde Os soldados respondiam, à medida que eram
que, salvo se, sem que (= se não), a não ser chamados.
que, a menos que, dado que.
Observação:
Ficaremos sentidos, se você não vier.
São incorretas as locuções proporcionais à
Comprarei o quadro, desde que não seja caro. medida em que, na medida que e na medida em
que. A forma correta é à medida que:
Não sairás daqui sem que antes me confesses
tudo. "À medida que os anos passam, as minhas
possibilidades diminuem."
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente
sobre a areia, a menos que os mosquitos se (Maria José de Queirós)
opusessem."
9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal
(Ferreira de Castro) (= logo que), sempre que, assim que, desde
que, antes que, depois que, até que, agora que,
5) Conformativas: como, conforme, segundo, etc.
consoante. As coisas não são como (ou
conforme) dizem. Venha quando você quiser.

"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi Não fale enquanto come.
narrar."
Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
(Machado de Assis)
Desde que o mundo existe, sempre houve
6) Consecutivas: que (precedido dos termos guerras.
intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes
subentendidos), de sorte que, de modo que, de Agora que o tempo esquentou, podemos ir à
forma que, de maneira que, sem que, que (não). praia.

Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse."
(Carlos Povina Cavalcânti)
Falou com uma calma que todos ficaram
atônitos. 10) Integrantes: que, se.

Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo Sabemos que a vida é breve.
que) não saí.
Veja se falta alguma coisa.
Não podem ver um cachorro na rua sem que o
persigam. Observação:

Não podem ver um brinquedo que não o Em frases como Sairás sem que te vejam,
queiram comprar. Morreu sem que ninguém o chorasse,

Língua Portuguesa 64
Apostilas Domínio
consideramos sem que conjunção subordinativa 2) Condicional: Ninguém será bom cientista,
modal. A NGB, porém, não consigna esta sem que estude muito. (sem que = se não,caso
espécie de conjunção. não)

Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que
desde que, se bem que, por mais que, ainda voltem cansados. (sem que = que não)
quando, à medida que, logo que, a rim de que,
etc. 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que =
de modo que não)
Muitas conjunções não têm classificação única,
imutável, devendo, portanto, ser classificadas de Conjunção é a palavra que une duas ou mais
acordo com o sentido que apresentam no orações.
contexto. Assim, a conjunção que pode ser:
PREPOSIÇÃO
1) Aditiva (= e):
Preposições são palavras que estabelecem um
Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai. vínculo entre dois termos de uma oração. O
primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
A nós que não a eles, compete fazê-lo. segundo, um subordinado ou consequente.

2) Explicativa (= pois, porque): Exemplos:

Apressemo-nos, que chove. Chegaram a Porto Alegre.

3) Integrante: Discorda de você.

Diga-lhe que não irei. Fui até a esquina.

4) Consecutiva: Casa de Paulo.

Tanto se esforçou que conseguiu vencer. Preposições Essenciais e Acidentais

Não vão a uma festa que não voltem cansados. As preposições essenciais são: A, ANTE,
APÓS, ATÉ, COM, CONTRA, DE, DESDE, EM,
Onde estavas, que não te vi? ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB,
SOBRE e ATRÁS.
5) Comparativa (= do que, como):
Certas palavras ora aparecem como
A luz é mais veloz que o som. preposições, ora pertencem a outras classes,
sendo chamadas, por isso, de preposições
Ficou vermelho que nem brasa. acidentais: afora, conforme, consoante, durante,
exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
6) Concessiva (= embora, ainda que): segundo, senão, tirante, visto, etc.

Alguns minutos que fossem, ainda assim seria INTERJEIÇÃO


muito tempo.
Interjeição é a palavra que comunica emoção.
Beba, um pouco que seja. As interjeições podem ser:

7) Temporal (= depois que, logo que): - alegria: ahl oh! oba! eh!

Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel. - animação: coragem! avante! eia!

8) Final (= pare que): - admiração: puxa! ih! oh! nossa!

Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. - aplauso: bravo! viva! bis!

9) Causal (= porque, visto que): - desejo: tomara! oxalá!

"Velho que sou, apenas conheço as flores do - dor: aí! ui!


meu tempo." (Vivaldo Coaraci)
- silêncio: psiu! silêncio!
A locução conjuntiva sem que, pode ser,
conforme a frase: - suspensão: alto! basta!

1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de


comida, sem que ele pedisse. (sem que = palavras que têm o mesmo valor de uma
embora não) interjeição.

Língua Portuguesa 65
Apostilas Domínio
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas;
livre! Raios te partam! núcleo: rosas)

Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de - composto: quando tem mais de um núcleo
mim!
O burro e o cavalo saíram em disparada.

(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)


SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO.
- oculto: (ou elíptico ou implícito na desinência
verbal)

FRASE Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu)

Frase é um conjunto de palavras que têm - indeterminado: quando não se indica o agente
sentido completo. da ação verbal

O tempo está nublado. Come-se bem naquele restaurante.

Socorro! - Inexistente: quando a oração não tem sujeito.

Que calor! Choveu ontem. Há plantas venenosas.

PREDICADO

ORAÇÃO Predicado é o termo da oração que declara


alguma coisa do sujeito.
Oração é a frase que apresenta verbo ou
locução verbal. O predicado classifica-se em:

A fanfarra desfilou na avenida. 1. - nominal: é aquele que se constitui de verbo


de ligação mais predicativo do sujeito.
As festas juninas estão chegando.
Nosso colega está doente.

Principais verbos de ligação: ser, estar, parecer,


PERÍODO permanecer, etc.

Período é a frase estruturada em oração ou Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o


orações. verbo de ligação a comunicar estado ou
qualidade do sujeito.
O período pode ser:
Nosso colega está doente.
- simples - aquele constituído por uma só oração
(oração absoluta). A moça permaneceu sentada.

Fui à livraria ontem. 2. - predicado verbal é aquele que se constitui


de verbo intransitivo ou transitivo.
- composto - quando constituído por mais de
uma oração. O avião sobrevoou a praia.

Fui à livraria ontem e comprei um livro. Verbo intransitivo é aquele que não necessita de
complemento.
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
O sabiá voou alto.
São dois os termos essenciais da oração:
Verbo transitivo é aquele que necessita de
SUJEITO complemento.

Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz - Transitivo direto: é o verbo que necessita de
alguma coisa. complemento sem auxílio de proposição.

Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito Minha equipe venceu a partida.


= bandeirantes)
- Transitivo indireto: é o verbo que necessita de
O sujeito pode ser : complemento com auxílio de preposição.

- simples: quanto tem um só núcleo Ele precisa de um esparadrapo.

Língua Portuguesa 66
Apostilas Domínio
- Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o Agente da passiva é o termo da oração que
verbo que necessita ao mesmo tempo de pratica a ação do verbo na voz passiva.
complemento sem auxílio de preposição e de
complemento com auxilio de preposição. A mãe é amada pelo filho.

Damos uma simples colaboração a vocês. O cantor foi aplaudido pela multidão.

- predicado verbo nominal: é aquele que se Os melhores alunos foram premiados pela
constitui de verbo intransitivo mais predicativo direção.
do sujeito ou de verbo transitivo mais predicativo
do sujeito. TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

Os rapazes voltaram vitoriosos. TERMOS ACESSÓRIOS são os que


desempenham na oração uma função
- Predicativo do sujeito: é o termo que, no secundária, limitando o sentido dos substantivos
predicado verbo-nominal, ajuda o verbo ou exprimindo alguma circunstância.
intransitivo a comunicar estado ou qualidade do
sujeito. São termos acessórios da oração:

Ele morreu rico. 1. ADJUNTO ADNOMINAL

- predicativo do objeto é o termo que, que no Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou
predicado verbo-nominal, ajuda o verbo determina os substantivos. Pode ser expresso:
transitivo a comunicar estado ou qualidade do
objeto direto ou indireto. - pelos adjetivos: água fresca,

Elegemos o nosso candidato vereador. - pelos artigos: o mundo, as ruas

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO - pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas


coisas
Chama-se TERMOS INTEGRANTES DA
ORAÇÃO os que completam a significação - pelos numerais : três garotos; sexto ano
transitiva dos verbos e dos nomes. São
indispensáveis à compreensão do enunciado. - pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem
sem escrúpulos
1. OBJETO DIRETO
2. ADJUNTO ADVERBIAL
Objeto direto é o termo da oração que completa
o sentido do verbo transitivo direto. Adjunto adverbial é o termo que exprime uma
circunstância (de tempo, lugar, modo etc.),
Mamãe comprou peixe. modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou
advérbio.
2. OBJETO INDIRETO
Cheguei cedo.
Objeto indireto é o termo da oração que
completa o sentido do verbo transitivo indireto. José reside em São Paulo.

As crianças precisam de carinho. 3. APOSTO

3. COMPLEMENTO NOMINAL Aposto é uma palavra ou expressão que explica


ou esclarece, desenvolve ou resume outro
Complemento nominal é o termo da oração que termo da oração.
completa o sentido de um nome com auxílio de
preposição. Dr. João, cirurgião-dentista,

Esse nome pode ser representado por um Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
Toda criança tem amor aos pais. - amor
(substantivo) 4. VOCATIVO

O menino estava cheio de vontade. - cheio Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado
(adjetivo) para chamar ou interpelar alguém ou alguma
coisa.
Nós agíamos favoravelmente às discussões. -
favoravelmente (advérbio). Tem compaixão de nós, ó Cristo.

4. AGENTE DA PASSIVA Professor, o sinal tocou.

Língua Portuguesa 67
Apostilas Domínio
Rapazes, a prova é na próxima semana. 2. ADVERSATIVA: ligam orações, dando-lhes
uma ideia de compensação ou de contraste
PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES (mas,

No período simples há apenas uma oração, a porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no
qual se diz absoluta. entanto, etc.

Fui ao cinema. A espada vence MAS NÃO CONVENCE.

O pássaro voou. O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO


POR DENTRO.
PERÍODO COMPOSTO
Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A
No período composto há mais de uma oração. TEMPO.

[Não sabem] [que nos calores do verão a terra 3. ALTERNATIVAS : (ligam palavras ou orações
dorme] [e os homens folgam]. de sentido separado, uma excluindo a outra)

Período composto por coordenação - apresenta (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc.)
orações independentes.
Mudou o natal OU MUDEI EU?
[Fui à cidade], [comprei alguns remédios] [e
voltei cedo. ] OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel,

Período composto por subordinação - apresenta OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva! ( C.
orações dependentes. Meireles)

[É bom) [que você estude]. 4. CONCLUSIVAS: ligam uma oração a outra


que exprime conclusão (logo, pois, portanto, por
Período composto por coordenação e
subordinação - apresenta tanto orações conseguinte, por isto, assim, de modo que, etc.
dependentes como independentes. Este período
é também conhecido como misto. Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVA
DO.
[Ele disse] [que viria logo], [mas não pôde].
Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ.
SINTAXE: COORDENAÇÃO E
SUBORDINAÇÃO 5. EXPLICATIVAS: ligam a uma oração,
geralmente com o verbo no imperativo, outro
ORAÇÃO COORDENADA que a

Oração coordenada é aquela que é explica, dando um motivo (pois, porque,


independente. portanto, que, etc.)

As orações coordenadas podem ser: Alegra-te, POIS AQUI ESTOU. Não mintas,
PORQUE É PIOR.
- sindética: aquela que é independente e é
introduzida por uma conjunção coordenativa. Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8
HORAS.
Viajo amanhã, mas volto logo.

- assindética: aquela que é independente e


aparece separada por uma vírgula ou ponto e ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE
vírgula.
É aquela que vem entre os termos de uma outra
Chegou, olhou, partiu. oração.

A oração coordenada sindética pode ser: O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.

1. ADITIVA: expressa adição, sequência de A oração intercalada ou interferente aparece


pensamento. (e, nem (=e não), mas, também: com os verbos: continuar, dizer, exclamar, falar
etc.
Ele falava E EU FICAVA OUVINDO.

Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM.


ORAÇÃO PRINCIPAL
A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.

Língua Portuguesa 68
Apostilas Domínio
Oração principal é a mais importante do período Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE.
e não é introduzida por um conectivo.
Não sou QUEM VOCÊ PENSA.
ELES DISSERAM que voltarão logo.
6) APOSITIVAS (servem de aposto)
ELE AFIRMOU que não virá.
Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES =
PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma) (A SUA FELICIDADE)

Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME.

ORAÇÃO SUBORDINADA 7) AGENTE DA PASSIVA:

Oração subordinada é a oração dependente que O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (
normalmente é introduzida por um conectivo PELO SEU A TOR)

subordinativo. Note que a oração principal nem A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM.
sempre é a primeira do período.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Quando ele voltar, eu saio de férias.
Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o
Oração principal; EU SAIO DE FÉRIAS valor e a função de um adjetivo.

Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR Há dois tipos de orações subordinadas


adjetivas:
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
1) EXPLICATIVAS: explicam ou esclarecem, à
Oração subordinada substantiva é aquela que maneira de aposto, o termo antecedente,
tem o valor e a função de um substantivo. atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente
ou acrescentando-lhe uma informação.
Por terem as funções do substantivo, as
orações subordinadas substantivas classificam- Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará.
se em:
Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria.
1) SUBJETIVA (sujeito)
2) RESTRITIVAS: restringem ou limitam a
Convém que você estude mais. significação do termo antecedente, sendo
indispensáveis ao sentido da frase:
Importa que saibas isso bem. .
Pedra QUE ROLA não cria limo.
É necessário que você colabore. (SUA
COLABOR ÇÃO) é necessária. As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE
sorriem.
2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto)
Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não
Desejo QUE VENHAM TODOS. está mais aqui.

Pergunto QUEM ESTÁ Aí.

3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS. Oração subordinada adverbial é aquela que tem
o valor e a função de um advérbio.
Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE.
As orações subordinadas adverbiais classificam-
Daremos o prêmio A QUEM O MERECER. se em:

4) COMPLETIVA NOMINAL (complemento 1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão:


nominal)
Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE.
Ser grato A QUEM TE ENSINA.
O tambor soa PORQUE É OCO.
Sou favorável A QUE O PRENDAM.
2) COMPARATIVAS: representam o segundo
5) PREDICATIVA (predicativo) termo de uma comparação.

Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio O som é menos veloz QUE A LUZ.
era (A CHUVA)

Língua Portuguesa 69
Apostilas Domínio
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM ORAÇÕES REDUZIDAS
GUIA.
Oração reduzida é aquela que tem o verbo
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se numa das formas nominais: gerúndio, infinitivo e
concede, que se admite: particípio.

POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram. Exemplos:

Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE
ouvidos com agrado. ESTOU PREPARADO.

CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE
faltava. ESTIVERAM LÁ.

4) CONDICIONAIS: exprimem condição, FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES


hipótese: ASSIM, conseguirás.

SE O CONHECESSES, não o condenarias. É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE


FIQUEMOS A TENTOS.
Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO?
AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou SOUBE DISSO, entristeceu-se.
conformidade de um fato com outro:
É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante
Fiz tudo COMO ME DISSERAM. QUE ESTUDES MAIS.

Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI. SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR
DAQUI, procure-me.
6) CONSECUTIVAS: exprimem uma
consequência, um resultado:

A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.
OS OLHOS.
O correto emprego das normas de concordância
Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA! é indispensável à eficiência e beleza da frase.
Seu desconhecimento favorece a imprecisão, dá
Tenho medo disso QUE ME PÉLO! lugar a repetições desnecessárias e impede
uma redação elegante e objetiva.
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto:
Sintaxe de concordância é o capítulo da
Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE. gramática em que se cuida da acomodação
flexional de uma palavra em relação a outra ou
Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE outras na frase. Diz-se que a concordância é
MELHOR. nominal quando determinada pelo nome, isto é,
pelo substantivo ou pelo pronome que esteja em
8) PROPORCIONAIS: denotam
seu lugar, e verbal quando trata da flexão do
proporcionalidade:
verbo em sua relação com o sujeito.
À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende.
Concordância nominal
QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o
O adjetivo concorda em gênero e número com o
tombo.
termo a que se refere (substantivo ou pronome),
quer exerça a função de adjunto adnominal
9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se
(Comprei um bom livro), quer a de predicativo
realiza o fato expresso na oração principal:
(O livro é bom).
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam.
Adjunto adnominal. Referindo-se a mais de um
substantivo ou pronome, o adjunto adnominal a
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se
estes antepostos concorda em gênero e número
levantam.
com o mais próximo (O professor exigiu
completo silêncio e disciplina.
10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
Galoparam por estreitas estradas e caminhos);
Entrou na sala SEM QUE NOS
sendo nomes próprios ou de parentesco os
CUMPRIMENTASSE.
termos modificados pelo adjunto, este vai para o
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE plural (os dedicados Pedro e Paulo; os
INCOMODE. estudiosos João e Maria).

Língua Portuguesa 70
Apostilas Domínio
Se o adjunto adnominal está posposto a mais de Concordância verbal
um substantivo ou pronome, pode concordar em
gênero com o termo mais próximo a que se O verbo concorda com o sujeito em número e
refira, ou adotar a flexão masculina, se os pessoa: Eu sei (sei: 1a pessoa do singular,
termos modificados tiverem gêneros diferentes; concordando com o sujeito eu).
e pode concordar em número com o termo mais
próximo a que se refira, ou ir para o plural. Havendo mais de um sujeito, o verbo vai para o
plural: (1) na 1a pessoa (nós), se entre os
Exemplos (a concordância mais rara está entre sujeitos houver um da 1a pessoa (Eu, tu e ele
parênteses): (1) livro e caderno encapado (ou saímos); (2) na 2a pessoa (vós), se, não
encapados); (2) livro e caderneta encapada (ou existindo sujeito da 1a pessoa, houver um da 2a
encapados); (3) livros e caderno encapados (ou (Tu e ele saístes); (3) na 3a pessoa (eles ou
encapado); (4) livros e cadernetas encapadas elas), se os sujeitos forem todos da 3a pessoa
(ou encapados). (João, Carlos e seus irmãos saíram). A
concordância do verbo na 2a pessoa do plural
Predicativo. As normas de concordância do (vós), na linguagem corrente do Brasil, é de uso
predicativo com o sujeito composto são raro, não sendo poucos os exemplos literários
idênticas às que se aplicam ao adjunto em que o verbo com sujeito tu e ele aparece na
adnominal, com as seguintes ressalvas: (1) 3a pessoa do plural.
Sendo do mesmo gênero os termos que
compõem o sujeito, o predicativo conserva esse Casos particulares (com um só sujeito).
gênero e, de preferência, vai para o plural (O Havendo um só sujeito, ocorrem, entre outros,
livro e o caderno estão encapados); (2) se os os seguintes casos particulares de concordância
gêneros dos termos que compõem o sujeito verbal:
forem diversos, o predicativo vai, normalmente,
para o masculino plural (O livro e a caderneta (1) Verbo no singular: (a) Mais de um aluno não
estão encapados). resolveu essa questão (sujeito = mais de um +
substantivo);
A concordância do predicativo do objeto segue,
em geral, as mesmas normas que se aplicam à (b) Qualquer de nós (ou de vós) se
concordância do predicativo do sujeito. apresentará? (sujeito = pronome interrogativo
singular, seguido de de nós, de vós, dentre nós
Se o sujeito for uma oração, o predicativo fica ou dentre vós); (c) Algum (nenhum, qualquer) de
no masculino singular (É vantajoso saber-se nós (ou de vós) se apresentará (sujeito =
uma língua estrangeira = É vantajoso que se pronome indefinido singular, seguido de de nós,
saiba uma língua estrangeira). de vós, dentre nós, dentre vós).

Concordância dos pronomes pessoais o, a, os, (2) Verbo no plural: (a) Aproximaram-se cerca
as. Os pronomes o (lo) e a (la) substituem, de vinte pessoas (sujeito = cerca de +
respectivamente, um nome masculino singular substantivo plural); (b) Ele era um dos que
ou um nome feminino singular (Encontrei João = sabiam a resposta (sujeito = um dos que, um
Encontrei-o. Vou encontrar João = Vou daqueles que); (c) Quais (quantos) de vós
encontrá-lo. Encontrei Maria = Encontrei-a. Vou sabeis a resposta? Quais (quantos) de nós
encontrar Maria = Vou encontrá-la); o pronome teremos tempo para isso? (sujeito = quais?
os (los) substitui um nome masculino plural ou quantos? + de nós ou de vós; (d) Alguns
mais de um nome de gêneros diferentes (muitos, vários, poucos, quaisquer) de nós
(Encontrei meus amigos, ou meu amigo e minha sabemos o que ocorreu. Quaisquer de vós
amiga = Encontrei-os. Vou encontrar meus sabeis (sujeito = indefinido plural + de nós, ou
amigos, ou meus amigos e minhas amigas = de vós); (e) Os Estados Unidos se empenharam
na solução desse problema (sujeito = nomes de
Vou encontrá-los); o pronome as (las) substitui lugar com forma plural, precedidos de artigo); (f)
um nome feminino plural ou mais de um nome As Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos,
feminino (Encontrei minhas amigas, ou são de publicação póstuma (sujeito = títulos de
encontrei Maria e Júlia = Encontrei-as. Vou obras com forma plural, com artigo); (g) Deram
encontrar minhas amigas, ou vou encontrar (bateram, soaram) sete horas (verbos dar, bater,
Maria e Júlia = Vou encontrá-las). soar e sinônimos, empregados com referência
às horas do dia: concordam com o número que
Concordância dos pronomes possessivos. Os indica as horas); (h) Disseram que você não
pronomes possessivos concordam em gênero e viria (sujeito indeterminado, sem a partícula se).
número com o substantivo designativo do objeto
possuído, e em pessoa com o possuidor desse (3) Verbo no singular ou no plural: (a) Parte (o
objeto: João vendeu sua casa (sua = dele, João, grosso, o resto, a metade) dos espectadores
3a pessoa; sua = feminino singular, protestaram ou protestou (a concordância no
concordando com casa). Referindo-se a mais de plural evidencia os elementos componentes do
um substantivo, o possessivo concorda com o todo; o verbo no singular realça o conjunto como
que estiver mais próximo: Teu juízo e unidade); (b) João foi um dos competidores que
serenidade... mais se destacaram ou que mais se destacou (o

Língua Portuguesa 71
Apostilas Domínio
singular põe em realce o sujeito dentro do grupo pessoa que tiver precedência na ordem das
em relação ao qual está sendo referido). pessoas gramaticais); (8) Um ou outro (um ou
outro aluno) haverá de acertar. Nem um nem
(4) Sujeito pronome relativo "que": (a) Sou eu outro (nem um nem outro aluno) haverá de
que quero; (b) Fomos nós os que resolvemos; acertar (sujeito um ou outro, nem um nem outro,
(c) Sereis vós aqueles que tereis de resolver (o como pronomes substantivos ou como
verbo concorda em número e pessoa com o pronomes adjetivos: verbo no singular); (9) Um
pronome pessoal antecedente imediato ou e outro são competentes (ou é competente)
mediato do relativo). para isso (locução um e outro: admite verbo no
plural ou no singular; (10) O menino com seu
(5) Sujeito pronome relativo "quem". O verbo amigo brincavam à beira do lago. César, com
com sujeito pronome relativo "quem", vai para a suas legiões, levou o inimigo de vencida
3a pessoa do singular (Sou eu quem tem de (sujeitos unidos pela partícula com: verbo no
resolver) ou concorda com o pronome pessoal plural, quando não houver realce de nenhum
sujeito da oração anterior (Sou eu quem tenho dos sujeitos; no singular, quando o primeiro
de resolver). sujeito estiver sendo realçado); (11) Você, como
eu, parece ter jeito para música. Você como eu
(6) Verbo "ser" com o predicativo plural: (a) Que temos jeito para música (sujeitos ligados pelas
são três dias? Quem és tu? (oração iniciada conjunções comparativas como, assim como,
pelos interrogativos que? e quem?; (b) Eram bem como etc.; verbo no singular, quando se
quatro horas (orações impessoais); (c) Tudo quer dar destaque ao primeiro sujeito; no plural,
(isto, isso, aquilo, o = aquilo, o resto, o mais) sem esse destaque).
são mentiras (sujeito um dos pronomes tudo,
isto, isso, aquilo, o = aquilo, ou expressão de Concordância figurada (silepse). Concordância
sentido coletivo, como o resto, o mais); (d) que se faz com o sentido ou ideia que as
Minha vida são eles, os meus filhos (substantivo palavras exprimem, não com sua forma
como primeiro termo da oração; pronome gramatical. A silepse pode ser: (a) de número
pessoal como segundo). (Era uma gente [coletivo] difícil de lidar: não
sabiam o que queriam. Vós [referindo-se a uma
(7) Outros casos de concordância do verbo única pessoa] fostes injusto; (b) de gênero
"ser": (a) Três semanas é pouco (sujeito = (Vossa Senhoria [referindo-se a pessoa do sexo
expressão numérica considerada como um todo; masculino] foi bem tratado?); (c) de pessoa
(b) da Vinci era muitos artistas num só gênio (Estávamos presentes [incluída a pessoa que
(sujeito nome de pessoa singular; o verbo deixa fala, ou 1a pessoa] uns dez
de concordar com o predicativo plural; (c) Ele interessados).©Encyclopédia Britannica do
era todo ouvidos (sujeito pronome pessoal; o Brasil Publicações Ltda.
verbo deixa de concordar com o predicativo
plural; (d) Nós é que decidimos partir (frases REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL.
construídas com a locução invariável de realce é
que; o verbo concorda normalmente com o Para que possam formar um todo significativo e
sujeito). contribuir para a clareza dos enunciados, as
palavras de uma oração, sejam substantivos,
Casos particulares (com sujeito composto). Com adjetivos ou verbos, precisam estar
sujeito composto, o verbo pode concordar com o corretamente relacionadas com seus
sujeito mais próximo, em casos como os que se complementos.
seguem: (1) Imperava a violência, o crime, o
desrespeito à pessoa humana (sujeitos Regência é a relação de subordinação, isto é,
pospostos); (2) Minha casa, minha pátria é aqui de dependência dos termos uns dos outros, seja
(sujeitos sinônimos ou quase sinônimos; (3) Um quanto às preposições, partículas invariáveis
grito, uma palavra, um olhar bastava (sujeito que servem para estabelecer a relação entre os
com enumeração gradativa); (4) Castigos, nomes (substantivos) ou os adjetivos e seus
conselhos, nada o corrigia (sujeito resumido por complementos, seja no que se refere à
um pronome indefinido: nada, tudo, ninguém); tendência de cada verbo para com seus
(5) Nem luz de vela, nem luz de lampião lhe complementos. Essa relação necessária entre
iluminavam o quarto. Jamais um grito ou uma duas palavras, uma das quais serve de
palavra áspera lhe saíram dos lábios complemento a outra, é o que se chama
(substantivos no singular ligados por nem ou ou, regência; a palavra dependente denomina-se
podendo o fato expresso pelo verbo ser regida ou regime, e o termo a que se subordina,
atribuído a todos os sujeitos); (6) Nem Pedro regente ou subordinante.
nem Antônio conseguirá eleger-se. Fui devagar,
mas ou o pé ou o espelho traiu-me (composição Regência nominal. Quando se refere à relação
do sujeito idêntica à anterior, só se podendo, entre substantivos ou adjetivos e seus
todavia, atribuir o fato expresso pelo verbo a um complementos, a regência denomina-se
dos sujeitos); (7) Ou eu ou ela iremos à festa. nominal, como nos seguintes exemplos:
Nem eu nem ela iremos à festa (sujeitos de acostumado a, ou acostumado com; adido a;
pessoas gramaticais diferentes, ligados por ou assíduo em; atenção a, ou atenção para; chute
ou nem: o verbo concorda, no plural, com a a; consulta a; curioso de; deputado por;

Língua Portuguesa 72
Apostilas Domínio
desacostumado a, ou desacostumado com; falta Atender pode ser transitivo direto ou indireto,
a; grudado a; invasão de; liderança sobre; indiferentemente, quando o complemento é
morador em; ódio a, ou ódio contra; palpite pessoa: o presidente não atendeu o/ao
sobre; preferência por; presente a, ou presente banqueiro, o diretor atenderá todos/a todos os
em; pressão sobre; residente em; sito em; pais de alunos; quando o complemento é coisa,
situado em. é apenas transitivo indireto: a secretária atende
ao telefone, ele atendeu à campainha.
Regência verbal. Quanto à predicação, os
verbos se dividem em transitivos e intransitivos. Chamar pode ser transitivo direto ou indireto,
Estes últimos são os que expressam uma ideia indiferentemente, no sentido de considerar:
completa, como nos exemplos: fulano saiu, o chameio-o palhaço, ou chamei-lhe palhaço;
cavalo galopava, o pássaro voou, o navio partiu transitivo direto e indireto no sentido de
etc. Os verbos transitivos, mais numerosos, repreender: chamei-o à atenção; transitivo direto
exigem sempre o acompanhamento de uma no sentido de fazer vir, convocar: o professor
palavra de valor substantivo (objeto direto ou chamou-me à frente da classe.
indireto) para integrar-lhes o sentido. Exemplos:
recebemos tuas lembranças, Mário gosta de Compartilhar só pode ser transitivo direto:
flores, João entregou a carta ao destinatário. compartilho a dor do meu vizinho, não
compartilhamos essa opinião, queremos
A ligação do verbo com seu complemento, ou compartilhar sua alegria.
seja, a regência verbal, pode ser estabelecida
diretamente, sem uma preposição intermédia, Comunicar é transitivo direto e indireto, sendo
quando o complemento ou objeto é direto. No que o objeto direto é sempre coisa, e o indireto
caso, o verbo é transitivo direto. é sempre pessoa: os vizinhos comunicaram o
roubo à polícia, o ministro comunicou sua
Será estabelecida indiretamente, mediante decisão ao presidente.
emprego de preposição, quando o complemento
ou objeto é indireto. Nesse caso, o verbo é dito Implicar é transitivo direto no sentido de
transitivo. O verbo que admite mais de uma acarretar: toda ação implica uma reação, esse
regência denomina-se transitivo direto e indireto. gesto implicou sua demissão; transitivo indireto
no sentido de envolver-se, sempre pronominal:
Os exemplos seguintes se referem à regência implicou-se em tráfico de drogas; e transitivo
de alguns verbos importantes, segundo a norma indireto quando significa ter implicância: o
culta: professor implicou comigo.

Agradar é verbo transitivo direto quando Lembrar é transitivo direto -- não lembro seu
significa fazer carinhos, mimar, acariciar: nome -- ou indireto -- não me lembro de seu
agradar filhos, agradar fregueses; é transitivo nome --, mas no segundo caso é sempre
indireto no sentido de satisfazer: o espetáculo pronominal; no sentido de fazer recordar, é
não agradou ao público; a anedota não agradou sempre transitivo direto: esse rapaz lembra o
à plateia. O antônimo desagradar é sempre pai; quando significa advertir, é transitivo direto
transitivo indireto: desagradar ao público; e indireto: lembrei ao pessoal que já era tarde.
desagradar à plateia.
Namorar é sempre transitivo direto e não
Agradecer é exemplo de verbo transitivo direto e admite, portanto, preposição alguma: namoro
indireto, sendo que o objeto direto é sempre fulana, você está namorando alguém?
coisa e o indireto é sempre pessoa: o
comerciante agradeceu a preferência aos Obedecer e desobedecer são transitivos
fregueses; agradeci o enorme favor à moça. indiretos em todos os casos: obedecer ao
regulamento, bons filhos não desobedecem aos
Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, pais.
inalar: aspirar o ar do campo; aspirar um
perfume, aspirar o pó do tapete; é transitivo Pedir é transitivo direto e indireto, mas com a
indireto no sentido de almejar, ambicionar: ele preposição a: pedi um presente a ela, peça ao
sempre aspirou a esse emprego; nunca aspirei governo que o indenize; pedir para, só quando
a nenhum cargo público. há ideia de licença, permissão: o aluno pediu
para sair.
Assistir é transitivo direto no sentido de prestar
assistência, socorrer: assistir um doente, assistir Precisar é transitivo direto no sentido de indicar
o réu; quando se refere à ação do espectador, é com exatidão: o piloto precisou o local do
transitivo indireto: não assisto a esse programa ataque e apertou o botão; no sentido de
de televisão, ele assistiu ao jogo; no sentido de necessitar, é transitivo direto e indireto: não
caber, é também transitivo indireto: esse é um precisamos de ajuda.
direito que assiste ao diretor, esse é um direito
que lhe assiste. Puxar é transitivo indireto tanto no sentido de
sair semelhante quando no de coxear: o filho
puxou ao pai, o rapaz puxava de uma perna.

Língua Portuguesa 73
Apostilas Domínio
Querer é transitivo direto no sentido de desejar: (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão da
o menino queria balas, mas transitivo indireto no Providência!); (6) nas que têm o verbo na
sentido de estimar, amar: o menino queria muito passiva pronominal (Eliminaram-se de vez as
ao pai. esperanças); (7) nas que começam por adjunto
adverbial (No profundo do céu luzia uma
Reparar é transitivo direto no sentido de estrela), predicativo (Esta é a vontade de Deus)
consertar: o marceneiro reparou a porta; mas ou objeto (Aos conselhos sucederam as
transitivo indireto no sentido de observar, ameaças); (8) nas construídas com verbos
acompanhado da preposição em: repare no intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se
exemplo de seus pais, não repare na casa. normalmente depois do verbo da oração
principal as orações subordinadas substantivas:
Servir é transitivo direto no sentido de prestar é claro que ele se arrependeu.
serviço, ou de pôr sobre a mesa: o assessor
serve bem o diretor, a cozinheira não serviu o Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre
almoço; é transitivo indireto no sentido de ser outros, nos seguintes casos: (1) nas orações
útil: essa máquina não serve ao meu escritório. interrogativas (Que espécie de homem é ele?);
(2) nas exclamativas (Que bonito é esse lugar!).
Sobressair é transitivo indireto, mas nunca
pronominal: o jogador que mais sobressaiu nos Colocação do adjetivo como adjunto adnominal.
jogos do campeonato; nunca sobressaí em A posposição do adjunto adnominal ao
matemática. substantivo é a sequência que predomina no
enunciado lógico (livro bom, problema fácil),
Usufruir é transitivo direto, como desfrutar, mas não é rara a inversão dessa ordem: (Uma
nunca com preposição: vou usufruir o verão, simples advertência [anteposição do adjetivo
não pude desfrutar o descanso. simples, no sentido de mero]. O menor descuido
porá tudo a perder [anteposição dos
Visar é transitivo direto no sentido de pôr o visto, superlativos relativos: o melhor, o pior, o maior,
apontar para: já visei o cheque, visei o alvo e o menor]). A anteposição do adjetivo, em alguns
atirei; transitivo indireto no sentido de desejar casos, empresta-lhe sentido figurado: meu rico
muito, almejar: todos os partidos políticos visam filho, um grande homem, um pobre rapaz).
ao poder, os governadores deveriam somente
visar ao bem-estar da população. Colocação dos pronomes átonos. O pronome
©Encyclopaedia Britannica do Brasil átono pode vir antes do verbo (próclise,
Publicações Ltda. pronome proclítico:

COLOCAÇÃO PRONOMINAL Não o vejo), depois do verbo (ênclise, pronome


enclítico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que só
Palavras fora do lugar podem prejudicar e até ocorre com formas do futuro do presente (Vê-lo-
impedir a compreensão de uma ideia. Cada ei) ou do futuro do pretérito (Vê-lo-ia).
palavra deve ser posta na posição
funcionalmente correta em relação às outras, Verifica-se próclise, normalmente nos seguintes
assim como convém dispor com clareza as casos: (1) depois de palavras negativas
orações no período e os períodos no discurso. (Ninguém me preveniu), de pronomes
interrogativos (Quem me chamou?), de
Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática pronomes relativos (O livro que me deram...), de
em que se cuida da ordem ou disposição das advérbios interrogativos (Quando me
palavras na construção das frases. Os termos procurarás); (2) em orações optativas (Deus lhe
da oração, em português, geralmente são pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero
colocados na ordem direta (sujeito + verbo + que te comportes); (4) com gerúndio regido de
objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo em (Em se aproximando...); (5) com infinitivo
+ predicativo). As inversões dessa ordem ou são regido da preposição a, sendo o pronome uma
de natureza estilística (realce do termo cuja das formas lo, la, los, las (Fiquei a observá-la);
posição natural se altera: Corajoso é ele! (6) com verbo antecedido de advérbio, sem
Medonho foi o espetáculo), ou de pura natureza pausa (Logo nos entendemos), do numeral
gramatical, sem intenção especial de realce, ambos (Ambos o acompanharam) ou de
obedecendo-se, apenas a hábitos da língua que pronomes indefinidos (Todos a estimam).
se fizeram tradicionais.
Ocorre a ênclise, normalmente, nos seguintes
Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, casos: (1) quando o verbo inicia a oração
nos seguintes casos: (1) nas orações (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim,
intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas contaram-me que...), (3) com locuções verbais
interrogativas, não sendo o sujeito pronome cujo verbo principal esteja no infinitivo (Não quis
interrogativo (Que espera você?); (3) nas incomodar-se).
reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de
particípio (Por ser ele quem é... Sendo ele quem Estando o verbo no futuro do presente ou no
é... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas futuro do pretérito, a mesóclise é de regra, no
(Faze tu o que for possível); (5) nas optativas início da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o

Língua Portuguesa 74
Apostilas Domínio
verbo estiver antecedido de palavra com força lançou-se na gelada areia" (= Lançou-se na
atrativa sobre o pronome, haverá próclise (Não gelada areia do mar); (3) prolepse --
o chamarei. Não o chamaria). Nesses casos, a transposição, para a oração principal, de termo
língua moderna rejeita a ênclise e evita a da oração subordinada: "A nossa Corte, não
mesóclise, por ser muito formal. digo que possa competir com Paris ou
Londres..." (= Não digo que a nossa Corte
Pronomes com o verbo no particípio. Com o possa competir com Paris ou Londres...); (4)
particípio desacompanhado de auxiliar não se sínquise -- alteração excessiva da ordem natural
verificará nem próclise nem ênclise: usa-se a das palavras, que dificulta a compreensão do
forma oblíqua do pronome, com preposição. (O sentido: "No tempo que do reino a rédea leve,
emprego oferecido a mim...). João, filho de Pedro, moderava" (= No tempo
[em] que João, filho de Pedro, moderava a
Havendo verbo auxiliar, o pronome virá rédea leve do reino). ©Encyclopaedia Britannica
proclítico ou enclítico a este. (Por que o têm do Brasil Publicações Ltda.
perseguido? A criança tinha-se aproximado.)
REDAÇÃO OFICIAL
Pronomes átonos com o verbo no gerúndio. O
pronome átono costuma vir enclítico ao gerúndio 1. O que é Redação Oficial
(João, afastando-se um pouco, observou...).
Nas locuções verbais, virá enclítico ao auxiliar Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial
(João foi-se afastando), salvo quando este é a maneira pela qual o Poder Público redige
estiver antecedido de expressão que, de regra, atos normativos e comunicações. Interessa-nos
exerça força atrativa sobre o pronome (palavras tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo.
negativas, pronomes relativos, conjunções etc.)
Exemplo: À medida que se foram afastando. A redação oficial deve caracterizar-se pela
impessoalidade, uso do padrão culto de
Colocação dos possessivos. Os pronomes linguagem, clareza, concisão, formalidade e
adjetivos possessivos precedem os substantivos uniformidade. Fundamentalmente esses
por eles determinados (Chegou a minha vez), atributos decorrem da Constituição, que dispõe,
salvo quando vêm sem artigo definido (Guardei no artigo 37: "A administração pública direta,
boas lembranças suas); quando há ênfase (Não, indireta ou fundacional, de qualquer dos
amigos meus!); quando determinam substantivo Poderes da União, dos Estados, do Distrito
já determinado por artigo indefinido (Receba um Federal e dos Municípios obedecerá aos
abraço meu), por um numeral (Recebeu três princípios de legalidade, impessoalidade,
cartas minhas), por um demonstrativo (Receba moralidade, publicidade e eficiência (...)". Sendo
esta lembrança minha) ou por um indefinido a publicidade e a impessoalidade princípios
(Aceite alguns conselhos meus). fundamentais de toda administração pública,
claro está que devem igualmente nortear a
Colocação dos demonstrativos. Os elaboração dos atos e comunicações oficiais.
demonstrativos, quando pronomes adjetivos,
precedem normalmente o substantivo Não se concebe que um ato normativo de
(Compreendo esses problemas). A posposição qualquer natureza seja redigido de forma
do demonstrativo é obrigatória em algumas obscura, que dificulte ou impossibilite sua
formas em que se procura especificar melhor o compreensão. A transparência do sentido dos
que se disse anteriormente: "Ouvi tuas razões, atos normativos, bem como sua inteligibilidade,
razões essas que não chegaram a convencer- são requisitos do próprio Estado de Direito: é
me." inaceitável que um texto legal não seja
entendido pelos cidadãos. A publicidade implica,
Colocação dos advérbios. Os advérbios que pois, necessariamente, clareza e concisão.
modificam um adjetivo, um particípio isolado ou
outro advérbio vêm, em regra, antepostos a Além de atender à disposição constitucional, a
essas palavras (mais azedo, mal conservado; forma dos atos normativos obedece a certa
muito perto). Quando modificam o verbo, os tradição. Há normas para sua elaboração que
advérbios de modo costumam vir pospostos a remontam ao período de nossa história imperial,
este (Cantou admiravelmente. Discursou bem. como, por exemplo, a obrigatoriedade –
Falou claro.). Anteposto ao verbo, o adjunto estabelecida por decreto imperial de 10 de
adverbial fica naturalmente em realce: "Lá longe dezembro de 1822 – de que se aponha, ao final
a gaivota voava rente ao mar." desses atos, o número de anos transcorridos
desde a Independência. Essa prática foi mantida
Figuras de sintaxe. No tocante à colocação dos no período republicano.
termos na frase, salientem-se as seguintes
figuras de sinta-xe: (1) hipérbato -- intercalação Esses mesmos princípios (impessoalidade,
de um termo entre dois outros que se clareza, uniformidade, concisão e uso de
relacionam: "O das águas gigante cauda-loso" linguagem formal) aplicam-se às comunicações
(= O gigante caudaloso das águas); (2) oficiais: elas devem sempre permitir uma única
anástrofe -- inversão da ordem normal de interpretação e ser estritamente impessoais e
termos sintaticamente relacionados: "Do mar

Língua Portuguesa 75
Apostilas Domínio
uniformes, o que exige o uso de certo nível de órgão público, do Executivo ou dos outros
linguagem. Poderes da União.

Nesse quadro, fica claro também que as Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal
comunicações oficiais são necessariamente que deve ser dado aos assuntos que constam
uniformes, pois há sempre um único das comunicações oficiais decorre:
comunicador (o Serviço Público) e o receptor
dessas comunicações ou é o próprio Serviço a) da ausência de impressões individuais de
Público (no caso de expedientes dirigidos por quem comunica: embora se trate, por exemplo,
um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos de um expediente assinado por Chefe de
ou instituições tratados de forma homogênea (o determinada Seção, é sempre em nome do
público). Serviço Público que é feita a comunicação.
Obtém-se, assim, uma desejável padronização,
Outros procedimentos rotineiros na redação de que permite que comunicações elaboradas em
comunicações oficiais foram incorporados ao diferentes setores da Administração guardem
longo do tempo, como as formas de tratamento entre si certa uniformidade;
e de cortesia, certos clichês de redação, a
estrutura dos expedientes, etc. Mencione-se, b) da impessoalidade de quem recebe a
por exemplo, a fixação dos fechos para comunicação, com duas possibilidades: ela
comunicações oficiais, regulados pela Portaria pode ser dirigida a um cidadão, sempre
no 1 do Ministro de Estado da Justiça, de 8 de concebido como público, ou a outro órgão
público. Nos dois casos, temos um destinatário
julho de 1937, que, após mais de meio século concebido de forma homogênea e impessoal;
de vigência, foi revogado pelo Decreto que
aprovou a primeira edição deste Manual. c) do caráter impessoal do próprio assunto
tratado: se o universo temático das
Acrescente-se, por fim, que a identificação que comunicações oficiais se restringe a questões
se buscou fazer das características específicas que dizem respeito ao interesse público, é
da forma oficial de redigir não deve ensejar o natural que não cabe qualquer tom particular ou
entendimento de que se proponha a criação – pessoal.
ou se aceite a existência – de uma forma
específica de linguagem administrativa, o que Desta forma, não há lugar na redação oficial
coloquialmente e pejorativamente se chama para impressões pessoais, como as que, por
burocratês. Este é antes uma distorção do que exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou
deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de
abuso de expressões e clichês do jargão um texto literário. A redação oficial deve ser
burocrático e de formas arcaicas de construção isenta da interferência da individualidade que a
de frases. elabora.

A redação oficial não é, portanto, A concisão, a clareza, a objetividade e a


necessariamente árida e infensa à evolução da formalidade de que nos valemos para elaborar
língua. É que sua finalidade básica – comunicar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para
com impessoalidade e máxima clareza – impõe que seja alcançada a necessária
certos parâmetros ao uso que se faz da língua, impessoalidade.
de maneira diversa daquele da literatura, do
texto jornalístico, da correspondência particular, A Linguagem dos Atos e Comunicações
etc. Oficiais

Apresentadas essas características A necessidade de empregar determinado nível


fundamentais da redação oficial, passemos à de linguagem nos atos e expedientes oficiais
análise pormenorizada de cada uma delas. decorre, de um lado, do próprio caráter público
desses atos e comunicações; de outro, de sua
A Impessoalidade finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos
como atos de caráter normativo, ou
A finalidade da língua é comunicar, quer pela estabelecem regras para a conduta dos
fala, quer pela escrita. Para que haja cidadãos, ou regulam o funcionamento dos
comunicação, são necessários: a)alguém que órgãos públicos, o que só é alcançado se em
comunique, b) algo a ser comunicado, e c) sua elaboração for empregada a linguagem
alguém que receba essa comunicação. No caso adequada. O mesmo se dá com os expedientes
da redação oficial, quem comunica é sempre o oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar
Serviço Público (este ou aquele Ministério, com clareza e objetividade.
Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço,
Seção); o que se comunica é sempre algum As comunicações que partem dos órgãos
assunto relativo às atribuições do órgão que públicos federais devem ser compreendidas por
comunica; o destinatário dessa comunicação ou todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir
é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro esse objetivo, há que evitar o uso de uma
linguagem restrita a determinados grupos. Não

Língua Portuguesa 76
Apostilas Domínio
há dúvida que um texto marcado por jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua
expressões de circulação restrita, como a gíria, compreensão limitada.
os regionalismos vocabulares ou o jargão
técnico, tem sua compreensão dificultada. A linguagem técnica deve ser empregada
apenas em situações que a exijam, sendo de
Ressalte-se que há necessariamente uma evitar o seu uso indiscriminado. Certos
distância entre a língua falada e a escrita. rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o
Aquela é extremamente dinâmica, reflete de vocabulário próprio a determinada área, são de
forma imediata qualquer alteração de costumes, difícil entendimento por quem não esteja com
e pode eventualmente contar com outros eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado,
elementos que auxiliem a sua compreensão, portanto, de explicitá-los em comunicações
como os gestos, a entoação, etc., para encaminhadas a outros órgãos da administração
mencionar apenas alguns dos fatores e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
responsáveis por essa distância. Já a língua
escrita incorpora mais lentamente as Outras questões sobre a linguagem, como o
transformações, tem maior vocação para a emprego de neologismo e estrangeirismo, são
permanência, e vale-se apenas de si mesma tratadas em detalhe em 9.3.
para comunicar.
Semântica
A língua escrita, como a falada, compreende
diferentes níveis, de acordo com o uso que dela 1.3. Formalidade e Padronização
se faça. Por exemplo, em uma carta a um
amigo, podemos nos valer de determinado As comunicações oficiais devem ser sempre
padrão de linguagem que incorpore expressões formais, isto é, obedecem a certas regras de
extremamente pessoais ou coloquiais; em um forma: além das já mencionadas exigências de
parecer jurídico, não se há de estranhar a impessoalidade e uso do padrão culto de
presença do vocabulário técnico linguagem, é imperativo, ainda, certa
correspondente. formalidade de tratamento. Não se trata
somente da eterna dúvida quanto ao correto
Nos dois casos, há um padrão de linguagem emprego deste ou daquele pronome de
que atende ao uso que se faz da língua, a tratamento para uma autoridade de certo nível
finalidade com que a empregamos. O mesmo (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos
ocorre com os textos oficiais: por seu caráter Pronomes de Tratamento); mais do que isso, a
impessoal, por sua finalidade de informar com o formalidade diz respeito à polidez, à civilidade
máximo de clareza e concisão, eles requerem o no próprio enfoque dado ao assunto do qual
uso do padrão culto da língua. Há consenso de cuida a comunicação.
que o padrão culto é aquele em que a) se
observam as regras da gramática formal, e b) se A formalidade de tratamento vincula-se,
emprega um vocabulário comum ao conjunto também, à necessária uniformidade das
dos usuários do idioma. É importante ressaltar comunicações. Ora, se a administração federal
que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na é una, é natural que as comunicações que
redação oficial decorre do fato de que ele está expede sigam um mesmo padrão. O
acima das diferenças lexicais, morfológicas ou estabelecimento desse padrão, uma das metas
sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, deste Manual, exige que se atente para todas as
das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por características da redação oficial e que se cuide,
essa razão, que se atinja a pretendida ainda, da apresentação dos textos.
compreensão por todos os cidadãos.
A clareza datilográfica, o uso de papéis
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra uniformes para o texto definitivo e a correta
a simplicidade de expressão, desde que não diagramação do texto são indispensáveis para a
seja confundida com pobreza de expressão. De padronização. Consulte o Capítulo II, As
nenhuma forma o uso do padrão culto implica Comunicações Oficiais, a respeito de normas
emprego de linguagem rebuscada, nem dos específicas para cada tipo de expediente.
contorcionismos sintáticos e figuras de
linguagem próprios da língua literária. 1.4. Concisão e Clareza

Pode-se concluir, então, que não existe A concisão é antes uma qualidade do que uma
propriamente um "padrão oficial de linguagem"; característica do texto oficial. Conciso é o texto
o que há é o uso do padrão culto nos atos e que consegue transmitir um máximo de
comunicações oficiais. É claro que haverá informações com um mínimo de palavras. Para
preferência pelo uso de determinadas que se redija com essa qualidade, é
expressões, ou será obedecida certa tradição no fundamental que se tenha, além de
emprego das formas sintáticas, mas isso não conhecimento do assunto sobre o qual se
implica, necessariamente, que se consagre a escreve, o necessário tempo para revisar o texto
utilização de uma forma de linguagem depois de pronto. É nessa releitura que muitas
burocrática. O jargão burocrático, como todo vezes se percebem eventuais redundâncias ou
repetições desnecessárias de ideias.

Língua Portuguesa 77
Apostilas Domínio
O esforço de sermos concisos atende, A revisão atenta exige, necessariamente,
basicamente ao princípio de economia tempo. A pressa com que são elaboradas certas
linguística, à mencionada fórmula de empregar comunicações quase sempre compromete sua
o mínimo de palavras para informar o máximo. clareza. Não se deve proceder à redação de um
Não se deve de forma alguma entendê-la como texto que não seja seguida por sua revisão.
economia de pensamento, isto é, não se devem "Não há assuntos urgentes, há assuntos
eliminar passagens substanciais do texto no afã atrasados", diz a máxima. Evite-se, pois, o
de reduzi-lo em tamanho. Trata-se atraso, com sua indesejável repercussão no
exclusivamente de cortar palavras inúteis, redigir.
redundâncias, passagens que nada
acrescentem ao que já foi dito. Por fim, como exemplo de texto obscuro, que
deve ser evitado em todas as comunicações
Procure perceber certa hierarquia de ideias que oficiais, transcrevemos a seguir um pitoresco
existe em todo texto de alguma complexidade: quadro, constante de obra de Adriano da Gama
ideias fundamentais e ideias secundárias. Estas Kury , a partir do qual podem ser feitas inúmeras
últimas podem esclarecer o sentido daquelas, frases, combinando-se as expressões das
detalhá-las, exemplificá-las; mas existem várias colunas em qualquer ordem, com uma
também ideias secundárias que não característica comum: nenhuma delas tem
acrescentam informação alguma ao texto, nem sentido!
têm maior relação com as fundamentais,
podendo, por isso, ser dispensadas. A clareza AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
deve ser a qualidade básica de todo texto oficial,
conforme já sublinhado na introdução deste 2. Introdução
capítulo. Pode-se definir como claro aquele
texto que possibilita imediata compreensão pelo A redação das comunicações oficiais deve,
leitor. No entanto a clareza não é algo que se antes de tudo, seguir os preceitos explicitados
atinja por si só: ela depende estritamente das no Capítulo I, Aspectos Gerais da Redação
demais características da redação oficial. Para Oficial. Além disso, há características
ela concorrem: específicas de cada tipo de expediente, que
serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de de passarmos à sua análise, vejamos outros
interpretações que poderia decorrer de um aspectos comuns a quase todas as modalidades
tratamento personalista dado ao texto; de comunicação oficial: o emprego dos
pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a
b) o uso do padrão culto de linguagem, em identificação do signatário.
princípio, de entendimento geral e por definição
avesso a vocábulos de circulação restrita, como 2.1. Pronomes de Tratamento
a gíria e o jargão;
2.1.1. Breve História dos Pronomes de
c) a formalidade e a padronização, que Tratamento
possibilitam a imprescindível uniformidade dos
textos; O uso de pronomes e locuções pronominais de
tratamento tem larga tradição na língua
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os portuguesa. De acordo com Said Ali, após
excessos linguísticos que nada lhe serem incorporados ao português os pronomes
acrescentam. latinos tu e vos, "como tratamento direto da
pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra",
É pela correta observação dessas passou-se a empregar, como expediente
características que se redige com clareza. linguístico de distinção e de respeito, a segunda
Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de pessoa do plural no tratamento de pessoas de
todo texto redigido. A ocorrência, em textos hierarquia superior. Prossegue o autor:
oficiais, de trechos obscuros e de erros
gramaticais provém principalmente da falta da "Outro modo de tratamento indireto consistiu em
releitura que torna possível sua correção. fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou
qualidade eminente da pessoa de categoria
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, superior, e não a ela própria. Assim
ainda, se ele será de fácil compreensão por seu aproximavam-se os vassalos de seu rei com o
destinatário. O que nos parece óbvio pode ser tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...);
desconhecido por terceiros. O domínio que assim usou-se o tratamento ducal de vossa
adquirimos sobre certos assuntos em excelência e adotaram-se na hierarquia
decorrência de nossa experiência profissional eclesiástica vossa reverência, vossa
muitas vezes faz com que os tomemos como de paternidade, vossa eminência, vossa
conhecimento geral, o que nem sempre é santidade."
verdade. Explicite, desenvolva, esclareça,
precise os termos técnicos, o significado das A partir do final do século XVI, esse modo de
siglas e abreviações e os conceitos específicos tratamento indireto já estava em voga também
que não possam ser dispensados. para os ocupantes de certos cargos públicos.

Língua Portuguesa 78
Apostilas Domínio
Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e depois . Secretários de Estado dos Governos
para o coloquial você. E o pronome vós, com o Estaduais;
tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que
provém o atual emprego de pronomes de . Prefeitos Municipais.
tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos
às autoridades civis, militares e eclesiásticas. b) do Poder Legislativo:

2.1.2. Concordância com os Pronomes de . Deputados Federais e Senadores;


Tratamento
. Ministro do Tribunal de Contas da União;
Os pronomes de tratamento (ou de segunda
pessoa indireta) apresentam certas . Deputados Estaduais e Distritais;
peculiaridades quanto à concordância verbal,
nominal e pronominal. Embora se refiram à . Conselheiros dos Tribunais de Contas
segunda pessoa gramatical (à pessoa com Estaduais;
quem se fala, ou a quem se dirige a
comunicação), levam a concordância para a . Presidentes das Câmaras Legislativas
terceira pessoa. É que o verbo concorda com o Municipais.
substantivo que integra a locução como seu
núcleo sintático: "Vossa Senhoria nomeará o c) do Poder Judiciário:
substituto"; "Vossa Excelência conhece o
assunto". . Ministros dos Tribunais Superiores;

Da mesma forma, os pronomes possessivos . Membros de Tribunais;


referidos a pronomes de tratamento são sempre
os da terceira pessoa: . Juízes;

"Vossa Senhoria nomeará seu substituto" (e não . Auditores da Justiça Militar.


"Vossa ... vosso...").
. O vocativo a ser empregado em comunicações
Já quanto aos adjetivos referidos a esses dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo
pronomes, o gênero gramatical deve coincidir Senhor, seguido do cargo respectivo:
com o sexo da pessoa a que se refere, e não
com o substantivo que compõe a locução. . Excelentíssimo Senhor Presidente da
Assim, se nosso interlocutor for homem, o República,
correto é "Vossa Excelência está atarefado",
"Vossa Senhoria deve estar satisfeito"; se for . Excelentíssimo Senhor Presidente do
mulher, "Vossa Excelência está atarefada", Congresso Nacional,
"Vossa Senhoria deve estar satisfeita".
. Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo
2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento Tribunal Federal.

Como visto, o emprego dos pronomes de As demais autoridades serão tratadas com o
tratamento obedece a secular tradição. São de vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:
uso consagrado:
Senhor Senador,
Vossa Excelência, para as seguintes
autoridades: Senhor Juiz,

a) do Poder Executivo; Senhor Ministro,

. Presidente da República; Senhor Governador,

. Vice-Presidente da República; No envelope, o endereçamento das


comunicações dirigidas às autoridades tratadas
. Ministros de Estado; por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:

. Governadores e Vice-Governadores de Estado A Sua Excelência o Senhor


e do Distrito Federal;
Fulano de Tal
. Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Ministro de Estado da Justiça
. Embaixadores;
70.064-900 – Brasília. DF
. Secretários-Executivos de Ministérios e demais
ocupantes de cargos de natureza especial;
A Sua Excelência o Senhor

Língua Portuguesa 79
Apostilas Domínio
Senador Fulano de Tal (...)

Senado Federal Os pronomes de tratamento para religiosos, de


acordo com a hierarquia eclesiástica, são:
70.165-900 – Brasília. DF
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao
Papa. O vocativo correspondente é:

A Sua Excelência o Senhor Santíssimo Padre,

Fulano de Tal (...)

Juiz de Direito da 10a Vara Cível Vossa Eminência ou Vossa Eminência


Reverendíssima, em comunicações aos
Rua ABC, no 123 Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:

01.010-000 – São Paulo. SP Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou

Em comunicações oficiais, está abolido o uso do Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor


tratamento digníssimo (DD), às autoridades Cardeal,
arroladas na lista anterior. A dignidade é
pressuposto para que se ocupe qualquer cargo (...)
público, sendo desnecessária sua repetida
evocação. Vossa Excelência Reverendíssima é usado em
comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos;
Vossa Senhoria é empregado para as demais Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria
autoridades e para particulares. O vocativo Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e
adequado é: superiores religiosos. Vossa Reverência é
empregado para sacerdotes, clérigos e demais
Senhor Fulano de Tal, religiosos.

(...) 2.2. Fechos para Comunicações

No envelope, deve constar do endereçamento: O fecho das comunicações oficiais possui, além
da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de
Ao Senhor saudar o destinatário. Os modelos para fecho
que vinham sendo utilizados foram regulados
Fulano de Tal pela Portaria no 1 do Ministério da Justiça, de
1937, que estabelecia quinze padrões. Com o
Rua ABC, no 123 fito de simplificá-los e uniformizá-los, este
Manual estabelece o emprego de somente dois
70.123 – Curitiba. PR fechos diferentes para todas as modalidades de
comunicação oficial:
Como se depreende do exemplo acima, fica
dispensado o emprego do superlativo a) para autoridades superiores, inclusive o
ilustríssimo para as autoridades que recebem o Presidente da República:
tratamento de Vossa Senhoria e para
particulares. É suficiente o uso do pronome de Respeitosamente,
tratamento Senhor.
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de
Acrescente-se que doutor não é forma de hierarquia inferior:
tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
indiscriminadamente. Como regra geral, Atenciosamente,
empregue-o apenas em comunicações dirigidas
a pessoas que tenham tal grau por terem Ficam excluídas dessa fórmula as
concluído curso universitário de doutorado. É comunicações dirigidas a autoridades
costume designar por doutor os bacharéis, estrangeiras, que atendem a rito e tradição
especialmente os bacharéis em Direito e em próprios, devidamente disciplinados no Manual
Medicina. Nos demais casos, o tratamento de Redação do Ministério das Relações
Senhor confere a desejada formalidade às Exteriores.
comunicações.
2.3. Identificação do Signatário
Mencionemos, ainda, a forma Vossa
Magnificência, empregada por força da tradição, Excluídas as comunicações assinadas pelo
em comunicações dirigidas a reitores de Presidente da República, todas as demais
universidade. Corresponde-lhe o vocativo: comunicações oficiais devem trazer o nome e o
cargo da autoridade que as expede, abaixo do
Magnífico Reitor,

Língua Portuguesa 80
Apostilas Domínio
local de sua assinatura. A forma da identificação – introdução, que se confunde com o parágrafo
deve ser a seguinte: de abertura, na qual é apresentado o assunto
que motiva a comunicação. Evite o uso das
(espaço para assinatura) formas: "Tenho a honra de", "Tenho o prazer
de", "Cumpre-me informar que", empregue a
Nome forma direta;

Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da – desenvolvimento, no qual o assunto é


República detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia
sobre o assunto, elas devem ser tratadas em
(espaço para assinatura) parágrafos distintos, o que confere maior
clareza à exposição;
Nome
– conclusão, em que é reafirmada ou
Ministro de Estado da Justiça simplesmente reapresentada a posição
recomendada sobre o assunto.
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar
a assinatura em página isolada do expediente. Os parágrafos do texto devem ser numerados,
Transfira para essa página ao menos a última exceto nos casos em que estes estejam
frase anterior ao fecho. organizados em itens ou títulos e subtítulos. Já
quando se tratar de mero encaminhamento de
3. O Padrão Ofício documentos a estrutura é a seguinte:

Há três tipos de expedientes que se diferenciam – introdução: deve iniciar com referência ao
antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, expediente que solicitou o encaminhamento. Se
o aviso e o memorando. Com o fito de a remessa do documento não tiver sido
uniformizá-los, pode-se adotar uma solicitada, deve iniciar com a informação do
diagramação única, que siga o que chamamos motivo da comunicação, que é encaminhar,
de padrão ofício. As peculiaridades de cada um indicando a seguir os dados completos do
serão tratadas adiante; por ora busquemos as documento encaminhado (tipo, data, origem ou
suas semelhanças. signatário, e assunto de que trata), e a razão
pela qual está sendo encaminhado, segundo a
3.1. Partes do documento no Padrão Ofício seguinte fórmula:

O aviso, o ofício e o memorando devem conter "Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro
as seguintes partes: de 1991, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº
34, de 3 de abril de 1990, do Departamento
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla Geral de Administração, que trata da requisição
do órgão que o expede: do servidor Fulano de Tal."
Exemplos: ou
Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. "Encaminho, para exame e pronunciamento, a
123/2002-MME anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de
fevereiro de 1991, do Presidente da
b) local e data em que foi assinado, por extenso, Confederação Nacional de Agricultura, a
com alinhamento à direita: respeito de projeto de modernização de técnicas
agrícolas na região Nordeste."
Exemplo:
– desenvolvimento: se o autor da comunicação
Brasília, 15 de março de 1991. desejar fazer algum comentário a respeito do
documento que encaminha, poderá acrescentar
c) assunto: resumo do teor do documento parágrafos de desenvolvimento; em caso
contrário, não há parágrafos de
Exemplos: desenvolvimento em aviso ou ofício de mero
encaminhamento.
Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
Assunto: Necessidade de aquisição de novos
computadores. g) assinatura do autor da comunicação; e
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a h) identificação do signatário (v. 2.3.
quem é dirigida a comunicação. No caso do Identificação do Signatário).
ofício deve ser incluído também o endereço.
3.2. Forma de diagramação
e) texto: nos casos em que não for de mero
encaminhamento de documentos, o expediente Os documentos do Padrão Ofício devem
deve conter a seguinte estrutura: obedecer à seguinte forma de apresentação:

Língua Portuguesa 81
Apostilas Domínio
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Uma ata refere-se ao resumo dos fatos de uma
Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas reunião de pessoas ou assembléia para um
citações, e 10 nas notas de rodapé; determinado fim já divulgado.

b) para símbolos não existentes na fonte Times 1.2 – Modelo


New Roman poder-se-á utilizar as fontes
Symbol e Wingdings; Uma ata deverá conter um cabeçalho
constituído do número, da ata e do nome dos
c) é obrigatória constar a partir da segunda participantes do grupo que se encontram
página o número da página; reunidos, uma abertura indicando, por extenso,
dia, mês, ano, hora, local da reunião e nome de
d) os ofícios, memorandos e anexos destes quem a preside, bem como a finalidade de tal
poderão ser impressos em ambas as faces do evento, transcrita da ordem do dia que consta
papel. Neste caso, as margens esquerda e da convocação. Seguindo estes itens, virá um
direta terão as distâncias invertidas nas páginas pronunciamento referindo-se aos participantes
pares ("margem espelho"); e, a partir disso, a declaração de abertura da
seção. Acompanhando estes elementos, virá
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter uma relação nominal identificando os presentes,
2,5 cm de distância da margem esquerda; a aprovação da ata anterior, a declaração
objetiva e sintética dos fatos a serem tratados
f) o campo destinado à margem lateral esquerda no evento e, por último, um fechamento com as
terá, no mínimo, 3,0 cm de largura; considerações finais.

g) o campo destinado à margem lateral direita Conforme segue, vejamos um exemplo:


terá 1,5 cm;
Ata da 1a reunião dos formandos de Letras
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre 2002 da FURG
as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo,
ou, se o editor de texto utilizado não comportar Aos dezessete dias do mês de julho, de dois mil
tal recurso, de uma linha em branco; e um, às dezenove horas e trinta minutos, na
sala B, no Campus Carreiros, sob a presidência
i) não deve haver abuso no uso de negrito, da Comissão de Formatura, formada pelos
itálico, sublinhado, letras maiúsculas, alunos Fulano de tal, Beltrano e Ciclano,
sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer reuniram-se os formandos interessados na
outra forma de formatação que afete a elegância organização da formatura. Após constatada a
e a sobriedade do documento; presença de todos os alunos e feita a
identificação do empenho de formatura, a
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor comissão presidente declarou aberta a reunião.
preta em papel branco. A impressão colorida A reunião iniciou-se com a solicitação que a
deve ser usada apenas para gráficos e partir de dezessete de agosto fossem
ilustrações; viabilizados os processos de arrecadação de
valores para a formatura. A comissão informou
l) todos os tipos de documentos do Padrão que o valor a ser arrecadado será de R$
Ofício devem ser impressos em papel de 12.000,00. Para tanto, pediu-se o afinco de
tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; todos os presentes na seção. Por fim, estando
os presentes de acordo com o que foi
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o deliberado, os Srs. presidentes encerraram a
formato de arquivo Rich Text nos documentos reunião, da qual eu, Maria da Silva, secretária
de texto; designada, lavrei a presente ata, após lida e
aprovada será assinada por mim e pelos
n) dentro do possível, todos os documentos presentes.
elaborados devem ter o arquivo de texto
preservado para consulta posterior ou Rio Grande, dezessete de julho de dois mil.
aproveitamento de trechos para casos análogos;
(seguem as assinaturas)
o) para facilitar a localização, os nomes dos
arquivos devem ser formados da seguinte ATESTADO
maneira: tipo do documento + número do
documento + palavras-chaves do conteúdo 1 – Conceito

Ex.: "Of. 123 - relatório produtividade ano 2002" Um atestado constitui-se de uma declaração
feita por uma pessoa a favor de outra,
CORRESPONDÊNCIA procurando atestar uma verdade em que se
acredita.
ATA
1.2 - Modelo
1 – Conceito

Língua Portuguesa 82
Apostilas Domínio
O presente documento deverá conter em sua Concurso Vestibular 2001
estrutura um timbre, localizado no alto, um título
(ATESTADO) escrito em fonte maiúscula, A Comissão Permanente do Vestibular
abaixo do timbre, no centro da folha, e com (Coperve), da FURG, solicita que os fiscais
espaço de 10 linhas entre o nome e o timbre. Na estejam em seus prédios 1(uma) hora antes do
seqüência deverá apresentar-se um texto início das provas.
constituído de um parágrafo e localizado três
espaços abaixo do título, localidade e data Rio Grande, 22 de outubro de 2000
centralizados à direita da página, dois espaços
abaixo do texto e, por fim, a assinatura disposta Rose da Silva
a quatro espaços abaixo da data, acima do
nome datilografado somente com as iniciais Presidente da Comissão
maiúsculas.
CARTA OFICIAL
Vejamos um exemplo:
1 - Conceito
Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Uma carta oficial consiste num meio de
Departamento de Letras e Artes comunicação de caráter oficial decorrente do
cargo ou da função públicos.
COMCUR-LETRAS
1.2 – Modelo
ATESTADO
Uma carta oficial deve ser estruturada de
Atesto, para os devidos fins, que o aluno Pedro maneira que contenha um timbre, local e data
de Aguiar está regularmente matriculado no por extenso e número, antecedido por "c", que é
segundo ano do curso de Letras/ Português, um indicativo de carta. Acompanhando estes
cursando as disciplinas de Língua Portuguesa II, elementos devem estar o endereçamento, o
Lingüística II, Teoria da Literatura II, Filologia vocativo, o texto, fecho e, por último, a
Românica, Estrutura e Funcionamento do assinatura, nome do remetente.
Ensino de Primeiro e Segundo Graus, Didática
Geral/ Letras e Ficção Portuguesa Vejamos o exemplo que segue:
Contemporânea.
Rio Grande, 01 de abril de 2000 C.n° 023/00
Rio Grande, 22 de outubro de 2000.
À
Maria Souza
Divisão de Letras
Chefe do DRA
COMCUR
AVISO
Av. Itália, 1500
1. Conceito
05523 - 210 Rio Grande – RS
Um aviso constitui-se em um tipo de
comunicação, direta ou indireta, afixada em Prezados Senhores,
local público ou privado, com características
amplas e variadas. Gostaria de convidá-los a participar do evento
que integrará os alunos do curso de Letras
1.2 – Modelo Português. Tal evento proporcionará debates
acerca do ensino de gramática na escola, nos
Um aviso deve apresentar um timbre e um dias atuais.
símbolo referentes à instituição que o utiliza,
seguidos de um número que identifique o Atenciosamente,
documento e de um título. O texto deve ser
estruturado em forma de parágrafo, o local e a Marcos Pereira
data devem estar localizados à direita, alinhados
com o texto e, por último, devem vir a assinatura Reitor
e o cargo do responsável pelo aviso, ambos
centralizados na página. CERTIDÃO

Vejamos o seguinte exemplo: 1 – Conceito

Símbolo da FURG A certidão é revestida de formalidades legais,


através da qual se certifica algo retirado de um
Fundação Universidade Federal do Rio Grande outro documento ou livro.

Aviso N° 10223/00 1.2 – Modelo

Língua Portuguesa 83
Apostilas Domínio
A estrutura da certidão constitui-se de um timbre comunicante e o texto com as informações a
e, três linhas abaixo, a palavra certidão em serem comunicadas. Pode conter, de acordo
letras maiúsculas, seguida de um número. com o que cada comunicante desejar, o nome
Acompanhando estes elementos, virá um texto do responsável, juntamente com o seu cargo na
exposto três espaços abaixo do título, um fecho, entidade e a data.
local e data por extenso e, por último, a
assinatura. Já a comunicação interna, além desses itens,
deve conter Comunicado Interno, uma
CIRCULAR identificação e o número do documento,
juntamente com o ano e por fim as assinaturas.
1 – Conceito
Seguem abaixo os exemplos de ambos os tipos
Uma circular é uma forma multidirecional que de comunicado.
possibilita uma instituição dirigir-se, ao mesmo
tempo, a várias repartições ou pessoas. 1.2.1) Comunicado Externo

1.2 - Modelo COMUNICADO

Uma circular constitui-se do nome do órgão ou VISCONDE DE SABUGOSA INFORMÁTICA


empresa e da data localizada à direita da folha. LTDA
Seguindo estes elementos vêm o número
precedido de CIRCULAR, o assunto, o texto, a Comunica a seus clientes e amigos a
assinatura, o cargo e, por último, a data de transferência de suas instalações para o Sítio do
publicação. Este documento não deve conter Pica-Pau Amarelo na avenida Fernando Osório,
nem destinatário, pois não é unidirecional, tão 20; com prestação de serviços e manutenção
pouco endereçamento. em equipamentos e Software.

Vejamos um exemplo: 1.2.2) Comunicação Interna

COPERV COMUNICAÇÃO

COMISSÃO PERMANENTE DO VESTIBULAR FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO


RIO GRANDE
Pelotas, 03 de setembro de 2000
FURG
CIRCULAR GERAL Nº. 23
Comunicado Interno 55/00
Prorroga o prazo para a entrega da inscrição
para o Vestibular UFPel/2000 De: Direção

O PRESIDENTE DA COPERV, no uso de suas Para: Professores e Alunos


atribuições, transmite a seguinte instrução:
Comunicamos que, a partir do ano de 2001, o
Os funcionários da COPERV devem receber as período especial de provas não mais existirá,
inscrições para o processo seletivo de 2002 até ficando portanto a marcação do dia das provas
o dia 21 de novembro de 2001 e não até o dia aos cuidados dos professores.
11 de novembro, como havia sido pré-
estabelecido. Pedro Moraes

Pinto Martins Reitor

Presidente DECLARAÇÃO

Publicado no D.P. de 21/08/00 1 - Conceito

COMUNICADO Uma declaração constitui-se num documento


semelhante ao atestado, porém não é expedido
1 – Conceito por instituições públicas.

Um comunicado, também chamado de 2 – Modelo


comunicação, constitui-se num aviso que pode
ter caráter externo ou interno. Este documento deve conter em sua elaboração
uma evidência de declaração, escrita com letra
1.2 – Modelo maiúscula (DECLARO), seguida do texto de
declaração, local e data, evidenciando dia, mês
Um comunicado de caráter externo deve ser e ano e, por fim, a assinatura do(s) declarante(s)
dotado de um título que indique tratar-se de uma e o cargo do(s) mesmo(s).
comunicação, o nome da instituição

Língua Portuguesa 84
Apostilas Domínio
Vejamos dois exemplos: Um memorando constitui-se em um meio de
comunicação eminentemente interno, utilizado
EX.1 entre unidades administrativas de um mesmo
órgão, independentemente de nível hierárquico.
DECLARAMOS que o Senhor José Saramago
atuou neste Gabinete no período de 25 de 1.2 – Modelo
janeiro de 1999 a 30 de dezembro de 1999,
recebendo mensalmente um salário mínimo. O memorando deve ser estruturado de forma
que contenha o número e a sigla de
Rio Grande, 28 de março de 2000 . identificação de sua origem, antecedido pela
expressão "memorando" e a data, não
José de Arimatéia precedida do nome da localidade, mas grafada
na mesma linha do número e da sigla. Seguindo
Chefe de Gabinete do Vereador João Ferreira estes elementos, virão o nome do destinatário
do memorando acompanhado do cargo que
EX.2 ocupa, o assunto sintetizado e um texto que
deve iniciar-se a 4 espaços duplos abaixo do
DECLARO, para fins de comprovação junto à item anterior. Por último, virá o fecho
Comissão de Curso de Direito, que Maria (atenciosamente ou respeitosamente) que deve
Madalena, matrícula nº 123456, graduanda do estar centrado à direita, 1 espaço duplo abaixo
curso de Direito, participou do IV Seminário de do texto, e o nome e cargo do emitente: estes
Direito Penal, desta Instituição. dados devem ser escritos a 4 espaços duplos
do fecho, alinhados verticalmente em relação ao
Rio Grande, 26 de junho de 2000. texto que os antecede.

Marcos da Silva Vejamos um exemplo:

Presidente do Diretório Acadêmico de Direito Memorando n° 15/ Comcur Letras Em 04 de


maio de 2001
EDITAL
À SUPGRAD
1 – Conceito
Assunto: solicitação para que continue em vigor
O edital é um meio de notificação direcionado o período especial de provas.
ao público, que se afixa em local de acesso dos
interessados ou se publica na imprensa. Solicitamos de Vossa Magnificência que o
período especial de provas continue vigorando,
1.2 – Modelo uma vez que do contrário, os alunos que fazem
prova no último horário serão prejudicados,
O edital constitui-se de um título (Edital de dada a insuficiência de meios de transporte no
Convocação), do cargo da autoridade, da Campus Carreiros.
indicação de quem está sendo convocado e do
tipo de reunião, da lista dos assuntos, do local, Atenciosamente,
da data e da assinatura da autoridade.
José Firmino
Vejamos um modelo:
Presidente do DA-Letras
EDITAL CONVOCAÇÃO
OFÍCIO
Os alunos do Curso de Letras da Universidade
Federal de Pelotas convocam os formandos a 1 – Conceito
seguir para a reunião de sábado à tarde.
Um ofício é um documento utilizado por órgãos
1- Cecília Meireles do governo ou autarquias para correspondência
externa e que tem por finalidade tratar de
2- Érico Veríssimo assuntos oficiais.
Pelotas, 03 de julho de 2000 1.2 – Modelo
(assinatura) Um ofício deve conter em sua estrutura um
timbre representado por um símbolo e o nome
João da Silva da unidade impressa no alto da folha e a
numeração, dentro do ano, que o ofício recebe,
MEMORANDO em ordem cronológica de feitura, seguido da
sigla de indicação do órgão eminente. Este, por
1 – Conceito sua vez, faz-se anteceder o nome da
correspondência escrito por extenso ou
abreviado. Acompanhando estes elementos virá

Língua Portuguesa 85
Apostilas Domínio
o local e data (dia, mês e ano) que devem ser 1 – Conceito
escritos a sete espaços duplos ou a 6,5cm. da
borda superior. O mês é escrito por extenso. Uma ordem de serviço é um documento oficial e
interdepartamental, com numeração própria e,
Entre o espaço e a centena se deixa um às vezes, apresenta características de circular.
algarismo do ano, deve ser feito o ponto final e o Refere-se ao ato de expedir determinações que
término da data deve coincidir com a margem serão executadas por instituições de caráter
direita, que é de cinco espaços duplos ou de social e por servidores desses órgãos.
5cm. A seguir virá o vocativo que deve ser
escrito a dez espaços duplos ou 10cm da borda 1.2 - Modelo
superior, na linha do parágrafo, a dez espaços
ou 2,5cm da margem e, por fim, um texto, em Uma ordem de serviço deve ser estruturada de
forma de parágrafo expondo o assunto, que maneira que contenha o nome do órgão emissor
inicia-se a 1,5cm do vocativo. Os parágrafos são da ordem de serviço, o número do documento e
enumerados rente a margem, com exceção do o ano. Deverá conter um título referindo-se ao
1º e do fecho. SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, um texto, a
data e, por fim, a assinatura do supervisor
A apresentação do ofício é feita no primeiro administrativo e a explicitação de quem executa
parágrafo. No decorrer do texto aprecia-se e se tal cargo.
ilustra o assunto com os devidos
esclarecimentos e informações pertinentes. Na Vejamos o exemplo:
conclusão se faz a reafirmação da posição
recomendada pelo emitente do ofício sobre o ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
assunto.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
Quanto ao fecho este deve estar localizado a
um espaço duplo (ou 1cm) do último parágrafo SUPERVISÃO DE APOIO ADMINISTRATIVO
do texto, centrado à direita e seguido de vírgula.
Seguindo este elemento virá o nome do ORDEM DE SERVIÇO Nº5 / 99/ SUA
signatário datilografado em maiúsculas, do
cargo só com as iniciais maiúsculas, escritas O SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, no uso de
sob o nome, a assinatura que deverá ser feita suas atribuições,
imediatamente acima do nome.
Considerando o fiel cumprimento da Lei nº1234,
Estes dados devem estar centralizados à direita de 12 de outubro de 1972, que regula prazos e
na direção vertical do fecho, a três espaços o andamento dos expedientes administrativos.
duplos ou 2,5cm. deste .
Considerando que, para apreciação de qualquer
A identificação do destinatário deverá conter um tipo de requerimento ou petição, deve o mesmo
pronome de tratamento, acima da designação estar acompanhado de todos os dados
da função exercida pelo mesmo, seguido do imprescindíveis á sua análise.
nome deste e, após, o endereço. Caso o ofício
seja constituído por mais de uma folha, o Considerando que, em número substancial, há
endereço do destinatário deve constar da necessidade de se comunicar com o signatário
primeira. da petição inicial, não só em seu interesse,
como no da administração.
Na diagramação dos dados, o último deve estar
a dois espaços duplos ou 2cm. da borda inferior DETERMINA
do papel, e todas as linhas devem coincidir com
o texto, rentes à margem esquerda. 1º Todos os órgãos desta secretaria, antes de
darem andamento a qualquer expediente,
Entre os parágrafos do ofício deve ser deixado deverão verificar se constam no mesmo os
um espaço duplo ou 1cm. O espaço entre as elementos informativos e se a documentação
linhas também é duplo; nas transcrições e exigida para a sua apreciação foi devidamente
citações é um ou um e meio; estes, anexada.
preferencialmente, devem vir salientados por
aspas e, se ultrapassarem cinco linhas, devem 2º O endereço do peticionário deverá
distar cinco espaços da margem esquerda. obrigatoriamente ser anexado, em todos os
formulários, modelos, requerimentos, petições e
Se o ofício tem por objetivo transmitir um solicitações.
assunto do interesse de diversos setores, é
necessário que sejam tiradas tantas cópias Rio Grande, 08 de maio de 1999
forem preciso. Nesse caso, o ofício passará a se
chamar de ofício circular, grafado com inicial SUPERVISOR ADMINISTRATIVO
maiúscula, antes do número de ordem.
Apostila
ORDEM DE SERVIÇO

Língua Portuguesa 86
Apostilas Domínio
Para os estudantes significa uma publicação No livro de Elisa Guimarães, A Articulação do
avulsa com objetivos didáticos, geralmente Texto, a autora procura esclarecer as dúvidas
datilografada e mimeografada e de utilização referentes à formação e à compreensão de um
restrita. texto e do seu contexto.

Em sentido oficial, significa breve nota, Formado por unidades coordenadas, ou seja,
adicionamento à margem de uma escritura. É interligadas entre si, o texto constitui, portanto,
um ato pelo qual se acrescenta informações a uma unidade comunicativa para os membros de
um documento público ou ato administrativo uma comunidade; nele, existe um conjunto de
anterior a fim de esclarecê-lo, interpretálo ou fatores indispensáveis para a sua construção,
completá-lo. É um documento complementar de como .as intenções do falante (emissor), o jogo
um ato. de imagens conceituais, mentais que o emissor
e destinatário executam..(Manuel P. Ribeiro,
Indica a nota ou aditamento feito à margem de 2004, p.397). Somado à isso, um texto não pode
qualquer documento público, a fim de existir de forma única e sozinha, pois depende
acrescentar algo que faltava ao texto. Expressa dos outros tanto sintaticamente quanto
também um ato pelo qual o documento é semanticamente para que haja um
anotado, após ser registrado ou averbado. entendimento e uma compreensão deste.
Dentro de um texto, as partes que o formam se
Dessa forma, apostila-se o diploma ou título de integram e se explicam de forma recíproca.
nomeação, de sorte que o indivíduo diplomado
ou nomeado venha a exercer sua profissão ou Completando o processo de formação de um
cargo. texto, a autora nos esclarece que a economia de
linguagem facilita a compreensão dele, sendo
Ordem de Serviço indispensável uma ligação entre as partes,
mesmo havendo um corte de trechos
É instrução dada a um servidor ou a um órgão considerados não essenciais.
administrativo. Encerra orientações a serem
tomadas pela chefia para execução de serviços Quando o tema é a .situação comunicativa.
ou desempenho de encargos. É o documento, é (p.7), a autora nos esclarece a relação texto X
o ato pelo qual se determinam providências a contexto, onde um é essencial para
serem cumpridas por órgãos subordinados. esclarecermos o outro, utilizando-se de palavras
que recebem diferentes significados conforme
Portaria são inseridas em um determinado contexto; nos
levando ao entendimento de que não podemos
Documento oficial que baixa de qualquer dos considerar isoladamente os seus conceitos e
ministérios a uma repartição ou a um indivíduo e sim analisá-los de acordo com o contexto
é assinado pelo ministro em nome do chefe do semântico ao qual está inserida.
Estado ou por um diretor da repartição. Em
linguagem de Direito Administrativo significa Segundo Elisa Guimarães, o sentido da palavra
todo documento emanado de uma autoridade, texto estende-se a uma enorme vastidão,
através do qual possa transmitir a seus podendo designar .um enunciado qualquer, oral
subordinados as ordens de serviço de sua ou escrito, longo ou breve, antigo ou moderno.
competência. Na administração pública é um ato (p.14) e ao contrário do que muitos podem
pelo qual o Ministro de Estado ou outra pensar, um texto pode ser caracterizado como
autoridade competente estabelece normas um fragmento, uma frase, um verbo ect e não
administrativas, baixa instruções para aplicação apenas na reunião destes com mais algumas
de leis e decretos ou define situações, como outras formas de enunciação; procurando
dispensa, remoção, lotação. Muitas vezes as sempre uma objetividade para que a sua
portarias são empregadas para nomeações, compreensão seja feita de forma fácil e clara.
demissões, suspensões e reintegrações de
funcionários. As portarias em geral são atos de Esta economia textual facilita no caminho de
Ministros de Estado, e suas funções e transmissão entre o enunciador e o receptor do
importâncias restringem-se à competência da texto que procura condensar as informações
autoridade administrativa que as expediu. recebidas a fim de se deter ao .núcleo
informativo. (p.17), este sim, primordial a
ARTICULAÇÃO DO TEXTO: PRONOMES E qualquer informação.
EXPRESSÕES REFERENCIAIS, NEXOS,
OPERADORES SEQUENCIAIS. A autora também apresenta diversas formas de
classificação do discurso e do texto, porém,
Resenha Critica de Articulação do Texto detenhamo-nos na divisão de texto informativo e
Amanda Alves Martins de um texto literário ou ficcional.

Analisando um texto, é possível percebermos


Resenha Crítica do livro A Articulação do Texto, que a repetição de um nome/lexema, nos induz
da autora Elisa Guimarães à lembrar de fatos já abordados, estimula a
nossa biblioteca mental e a informa da

Língua Portuguesa 87
Apostilas Domínio
importância de tal nome, que dentro de um Ao abordar os conceitos de coesão e coerência,
contexto qualquer, ou seja que não fosse de um a autora procura primeiramente retomar a noção
texto informacional, seria apenas caracterizado de que a construção do texto é feita através de
como uma redundância desnecessária. Essa .referentes linguísticos. (p.38) que geram um
repetição é normalmente dada através de conjunto de frases que irão constituir uma
sinônimos ou .sinônimos perfeitos. .microestrutura do texto. (p.38) que se articula
com a estrutura semântica geral. Porém, a
(p.30) que permitem a permutação destes dificuldade de se separar a coesão da coerência
nomes durante o texto sem que o sentido está no fato daquela está inserida nesta,
original e desejado seja modificado. formando uma linha de raciocínio de fácil
compreensão, no entanto, quando ocorre uma
Esta relação semântica presente nos textos incoerência textual, decorrente da
ocorre devido às interpretações feitas da incompatibilidade e não exatidão do que foi
realidade pelo interlocutor, que utiliza a escrito, o leitor também é capaz de entender
chamada .semântica referencial. (p.31) para devido a sua fácil compreensão apesar da má
causar esta busca mental no receptor através articulação do texto.
de palavras semanticamente semelhantes à que
fora enunciada, porém, existe ainda o que a A coerência de um texto não é dada apenas
autora denominou de .inexistência de sinônimo pela boa interligação entre as suas frases, mas
perfeito. (p.30) que são sinônimos porém também porque entre estas existe a influência
quando posto em substituição um ao outro não da coerência textual, o que nos ajuda a concluir
geram uma coerência adequada ao que a coesão, na verdade, é efeito da
entendimento. coerência. Como observamos em Nova
Gramática Aplicada da Língua Portuguesa de
Nesta relação de substituição por sinônimos, Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed):
devemos ter cautela quando formos usar os
.hiperônimos. A coesão e a coerência trazem a característica
de promover a inter-relação semântica entre os
(p.32), ou até mesmo a .hiponímia. (p.32) onde elementos do discurso, respondendo pelo que
substitui-se a parte pelo todo, pois neste chamamos de conectividade textual. .A
emaranhado de substituições pode-se causar coerência diz respeito ao nexo entre os
desajustes e o resultado final não fazer com que conceitos; e a coesão, à expressão desse nexo
a imagem mental do leitor seja ativada de forma no plano linguístico. (VAL, Maria das Graças
corretamente, e outra assimilação, errônea, Costa. Redação e textualidade, 1991, p.7)
pode ser utilizada.
No capítulo que diz respeito às noções de
Seguindo ainda neste linear das substituições, estrutura, Elisa Guimarães, busca ressaltar o
existem ainda as .nominações. e a .elipse., onde nível sintático representado pelas coordenações
na primeira, o sentido inicialmente expresso por e subordinações que fixam relações de
um verbo é substituído por um nome, ou seja, .equivalência. ou .hierarquia. respectivamente.
um substantivo; e, enquanto na segunda, ou
seja, na elipse, o substituto é nulo e marcado Um fato importante dentro do livro A Articulação
pela flexão verbal; como podemos perceber no do Texto, é o valor atribuído às estruturas
seguinte exemplo retirado do livro de Elisa integrantes do texto, como o título, o parágrafo,
Guimarães: as inter e intrapartes, o início e o fim e também,
as superestruturas.
.Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a
sua presença suave. Mil deles não causam o O título funciona como estratégica de
incômodo de dez cearenses. articulação do texto podendo desempenhar
papéis que resumam os seus pontos
__Não grita, ___ não empurram< ___ não primordiais, como também, podem ser
seguram o braço da gente, ___ não impõem desvendados no decorrer da leitura do texto.
suas opiniões. Para os importunos inventaram
eles uma palavra maravilhosamente definidora e Os parágrafos esquematizam o raciocínio do
que traduz bem a sua antipatia para essa casta escritos, como enuncia Othon Moacir Garcia:
de gente (...). (Rachel de Queiroz. Mineiros. In:
Cem crônicas escolhidas. Rio de Janeiros, José .O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar
Olympio, 1958, p.82). e depois ajustar convenientemente as ideias
principais da sua composição, permitindo ao
Porém é preciso especificar que para que haja a leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos
elipse o termo elíptico deve estar perfeitamente seus diferentes estágios.. É bom relembrar, que
claro no contexto. Este conceito e os demais já dentro do parágrafo encontraremos o chamado
ditos anteriormente são primordiais para a tópico frasal, que resumirá a principal ideia do
compreensão e produção textual, uma vez que parágrafo no qual esta inserido; e também
contribuem para a economia de linguagem, fator encontraremos, segundo a autora, dez
de grande valor para tais feitos. diferentes tipos de parágrafo, cada qual com um
ponto de vista específico.

Língua Portuguesa 88
Apostilas Domínio
No que diz respeito ao tópico Inicio e fim, Elisa partes do todo, como formadoras de uma cadeia
Guimarães preferiu abordá-los de forma mútua de sentido capaz de apresentar e desenvolver
já que um é consequência ou decorrência do um tema ou as unidades de um texto.
outro; ficando a organização da narrativa com Construída com os mecanismos gramaticais e
uma forma de estrutura clássica e seguindo uma lexicais, confere unidade formal ao texto.
linha sequencial já esperada pelo leitor, onde o
início alimenta a esperança de como virá a ser o 1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada
texto, enquanto que o fim exercer uma função no léxico. Ela pode dar-se pela reiteração, pela
de dar um destaque maior ao fechamento do substituição e pela associação.
texto, o que também, alimenta a imaginação
tanto do leito, quanto do próprio autor. É garantida com o emprego de:

No geral, o que diz respeito ao livro A . enlaces semânticos de frases por meio da
Articulação do Texto de Elisa Guimarães, ele repetição. A mensagem-tema do texto apoiada
nos trás um grande número de informações e na conexão de elementos léxicos sucessivos
novos conceitos em relação à produção e pode dar-se por simples iteração (repetição).
compreensão textual, no entanto, essa grande Cabe, nesse caso, fazer-se a diferenciação
leva de informações muitas vezes se tornam entre a simples redundância resultado da
confusas e acabam por desprenderem-se uma pobreza de vocabulário e o emprego de
das outras, quebrando a linearidade de todo o repetições como recurso estilístico, com
texto e dificultando o entendimento teórico. intenção articulatória. Ex.: .As contas do patrão
eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o
A REFERENCIAÇÃO / OS REFERENTES / vaqueiro, mas Fabiano sabia que elas estavam
COERÊNCIA E COESÃO erradas e o patrão queria enganá-lo.Enganava..
Vidas secas, p. 143);
A fala e também o texto escrito constituem-se
não apenas numa sequência de palavras ou de . substituição léxica, que se dá tanto pelo
frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas emprego de sinônimos como de palavras quase
forma uma cadeia que vai muito além da sinônimas.
simples sequencialidade: há um entrelaçamento
significativo que aproxima as partes formadoras Considerem-se aqui além das palavras
do texto falado ou escrito. Os mecanismos sinônimas, aquelas resultantes de famílias
linguísticos que estabelecem a conectividade e ideológicas e do campo associativo, como, por
a retomada e garantem a coesão são os exemplo, esvoaçar, revoar, voar;
referentes textuais.
. hipônimos (relações de um termo específico
Cada uma das coisas ditas estabelece relações com um termo de sentido geral, ex.: gato, felino)
de sentido e significado tanto com os elementos e hiperônimos (relações de um termo de sentido
que a antecedem como com os que a sucedem, mais amplo com outros de sentido mais
construindo uma cadeia textual significativa. específico, ex.: felino, gato);
Essa coesão, que dá unidade ao texto, vai
sendo construída e se evidencia pelo emprego . nominalizações (quando um fato, uma
de diferentes procedimentos, tanto no campo do ocorrência, aparece em forma de verbo e, mais
léxico, como no da gramática. (Não adiante, reaparece como substantivo, ex.:
esqueçamos que, num texto, não existem ou consertar, o conserto; viajar, a viagem). É
não deveriam existir elementos dispensáveis. preciso distinguir-se entre nominalização estrita
Os elementos constitutivos vão construindo o e. generalizações (ex.: o cão < o animal) e
texto, e são as articulações entre vocábulos, especificações (ex.: planta > árvore > palmeira);
entre as partes de uma oração, entre as orações
e entre os parágrafos que determinam a . substitutos universais (ex.: João trabalha
referenciação, os contatos e conexões e muito. Também o faço. O verbo fazer em
estabelecem sentido ao todo.) substituição ao verbo trabalhar);

Atenção especial concentram os procedimentos . enunciados que estabelecem a recapitulação


que garantem ao texto coesão e coerência. São da ideia global. Ex.: O curral deserto, o chiqueiro
esses procedimentos que desenvolvem a das cabras arruinado e também deserto, a casa
dinâmica articuladora e garantem a progressão do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono
textual. (Vidas Secas, p.11). Esse enunciado é chamado
de anáfora conceptual. Todo um enunciado
A coesão é a manifestação linguística da anterior e a ideia global que ele refere são
coerência e se realiza nas relações entre retomados por outro enunciado que os resume
elementos sucessivos (artigos, pronomes e/ou interpreta. Com esse recurso, evitam-se as
adjetivos, adjetivos em relação aos repetições e faz-se o discurso avançar,
substantivos; formas verbais em relação aos mantendo-se sua unidade.
sujeitos; tempos verbais nas relações espaço-
temporais constitutivas do texto etc.), na 2. A coesão apoiada na gramática dá-se no uso
organização de períodos, de parágrafos, das de:

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. certos pronomes (pessoais, adjetivos ou comunicação se faz por meio de uma coesão
substantivos). Destacam-se aqui os pronomes implícita, apoiada no conhecimento mútuo
pessoais de terceira pessoa, empregados como anterior que os participantes do processo
substitutos de elementos anteriormente comunicativo têm da língua.
presentes no texto, diferentemente dos
pronomes de 1ª e 2ª pessoa que se referem à A ligação lógica das ideias
pessoa que fala e com quem esta fala.
Uma das características do texto é a
. certos advérbios e expressões adverbiais; organização sequencial dos elementos
linguísticos que o compõem, isto é, as relações
. artigos; de sentido que se estabelecem entre as frases e
os parágrafos que compõem um texto, fazendo
. conjunções; com que a interpretação de um elemento
linguístico qualquer seja dependente da de
. numerais; outro(s). Os principais fatores que determinam
esse encadeamento lógico são: a articulação, a
. elipses. A elipse se justifica quando, ao referência, a substituição vocabular e a elipse.
remeter a um enunciado anterior, a palavra
elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem ARTICULAÇÃO
recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de
todas as suas forças. O termo o jovem deixa de
ser repetido e, assim, estabelece a relação entre
as duas orações.). É a própria ausência do Os articuladores (também chamados nexos ou
termo que marca a inter-relação. A identificação conectores) são conjunções, advérbios e
pode dar-se com o próprio enunciado, como no preposições responsáveis pela ligação entre si
exemplo anterior, ou com elementos dos fatos denotados num texto, Eles exprimem
extraverbais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os diferentes tipos de interdependência de
os avisos em lugares públicos (ex.: Perigo!) e as sentido das frases no processo de
frases exclamativas, que remetem a uma sequencialização textual. As ideias ou
situação não-verbal. Nesse caso, a articulação proposições podem se relacionar indicando
se dá entre texto e contexto (extratextual); causa, consequência, finalidade, etc.

. as concordâncias; Ingressei na Faculdade a fim de ascender


socialmente.
. a correlação entre os tempos verbais.
Ingressei na Faculdade porque pretendo ser
Os dêiticos exercem, por excelência, essa biólogo.
função de progressão textual, dada sua
característica: são elementos que não Ingressei na Faculdade depois de ter-me
significam, apenas indicam, remetem aos casado.
componentes da situação comunicativa. Já os
componentes concentram em si a significação. É possível observar que os articuladores
Referem os participantes do ato de relacionam os argumentos diferentemente.
comunicação, o momento e o lugar da Podemos, inclusive, agrupá-los, conforme a
enunciação. relação que estabelecem.

Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos: Relações de:

Os pronomes pessoais e as desinências verbais adição: os conectores articula sequencialmente


indicam os participantes do ato do discurso. Os frases cujos conteúdos se adicionam a favor de
pronomes demonstrativos, certas locuções uma mesma conclusão: e, também, não
prepositivas e adverbiais, bem como os só...como também, tanto...como, além de, além
advérbios de tempo, referenciam o momento da disso, ainda, nem.
enunciação, podendo indicar simultaneidade,
anterioridade ou posterioridade. Assim: este, Na maioria dos casos, as frases somadas não
agora, hoje, neste momento (presente); são permutáveis, isto é, a ordem em que
ultimamente, recentemente, ontem, há alguns ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada.
dias, antes de (pretérito); de agora em diante,
no próximo ano, depois de (futuro). Ele entrou, dirigiu-se à escrivaninha e sentou-
se.
Maria da Graça Costa Val lembra que .esses
recursos expressam relações não só entre os alternância: os conteúdos alternativos das
elementos no interior de uma frase, mas frases são articulados por conectores como ou,
também entre frases e sequências de frases ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode
dentro de um texto.. expressar inclusão ou exclusão.

Não só a coesão explícita possibilita a Ele não sabe se conclui o curso ou abandona a
compreensão de um texto. Muitas vezes a Faculdade.

Língua Portuguesa 90
Apostilas Domínio
oposição: os conectores articulam articuladores principais são: para, afim de, para
sequencialmente frases cujos conteúdos se que.
opõem. São articuladores de oposição: mas,
porém, todavia, entretanto, no entanto, não Utilizo o automóvel a fim de facilitar minha vida.
obstante, embora, apesar de (que), ainda que,
se bem que, mesmo que, etc. conformidade: essa relação expressa-se por
meio de duas proposições, em que se mostra a
O candidato foi aprovado, mas não fez a conformidade de conteúdo de uma delas em
matrícula. relação a algo afirmado na outra.

condicionalidade: essa relação é expressa O aluno realizou a prova conforme o professor


pela combinação de duas proposições: uma solicitara.
introduzida pelo articulador se ou caso e outra
por então (consequente), que pode vir implícito. segundo
Estabelece-se uma relação entre o antecedente
e o consequente, isto é, sendo o antecedente consoante
verdadeiro ou possível, o consequente também
o será. como

Na relação de condicionalidade, estabelece-se, de acordo com a solicitação...


muitas vezes, uma condição hipotética, isto é,,
cria-se na proposição introduzida pelo temporalidade: é a relação por meio da qual se
articulador se/caso uma hipótese que localizam no tempo ações, eventos ou estados
condicionará o que será dito na proposição de coisas do mundo real, expressas por meio de
seguinte. Em geral, a proposição situa-se num duas proposições.
tempo futuro.
Quando
Caso tenha férias, (então) viajarei para Buenos
Aires. Mal

causalidade: é expressa pela combinação de Logo que terminei o colégio, matriculei-me aqui.
duas proposições, uma das quais encerra a
causa que acarreta a consequência expressa na Assim que
outra. Tal relação pode ser veiculada de
diferentes formas: Depois que

Passei no vestibular porque estudei muito No momento em que

visto que Nem bem

já que a) concomitância de fatos: Enquanto todos se


divertiam, ele estudava com afinco.
uma vez que
Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos
_________________ _____________________ descritos em cada uma das proposições.

consequência causa b) um tempo progressivo:

Estudei tanto que passei no vestibular. À proporção que os alunos terminavam a prova,
iam se retirando.
Estudei muito por isso passei no vestibular
. bar enchia de frequentadores à medida que a
_________________ ____________________ noite caía.

causa consequência Conclusão: um enunciado introduzido por


articuladores como portanto, logo, pois, então,
Como estudei passei no vestibular por conseguinte, estabelece uma conclusão em
relação a algo dito no enunciado anterior:
Por ter estudado muito passei no vestibular
Assistiu a todas as aulas e realizou com êxito
___________________ ___________________ todos os exercícios. Portanto tem condições de
se sair bem na prova.
causa consequência
É importante salientar que os articuladores
finalidade: uma das proposições do período conclusivos não se limitam a articular frases.
explicita o(s) meio(s) para se atingir Eles podem articular parágrafos, capítulos.
determinado fim expresso na outra. Os

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Apostilas Domínio
Comparação: é estabelecida por articuladores : Agostinho Dias Carneiro em seu livro Redação
tanto (tão)...como, tanto (tal)...como, tão em Construção* descreve seis critérios de
...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que, adequação vocabular, listados a seguir:
assim como.
1. A adequação ao referente
Ele é tão competente quanto Alberto.
Esse critério baseia-se na utilização de
Explicação ou justificativa: os articuladores do vocábulos gerais frente a vocábulos específicos.
tipo pois, que, porque introduzem uma O exemplo que o autor dá é a palavra ver, que
justificativa ou explicação a algo já tem emprego mais amplo que observar,
anteriormente referido. contemplar, distinguir, espiar, fitar etc.

Não se preocupe que eu voltarei Se eu disser, por exemplo, Pedro estava muito
triste com a separação. Por isso, foi à praia,
pois sentou-se na areia e viu o sol, certamente
causará estranhamento no interlocutor. Ao
porque passo que se eu disser Pedro estava muito triste
com a separação. Por isso, foi à praia, sentou-
As pausas se na areia e contemplou o sol, não haverá
nenhum problema na comunicação, pois houve
Os articuladores são, muitas vezes, substituídos adequação quanto ao uso do vocábulo.
por .pausas. (marcadas por dois pontos, vírgula,
ponto final na escrita). Que podem assinalar 2. Adequação ao ponto de vista
tipos de relações diferentes.
Aqui serão levados em consideração os
Compramos tudo pela manhã: à tarde vocábulos positivos, neutros e negativos.
pretendemos viajar. (causalidade)
Em Você me deu um café gelado, a palavra
Não fique triste. As coisas se resolverão. gelado assume valor negativo, entretanto,
(justificativa) assume valor positivo em Depois do trabalho
vamos tomar uma cerveja gelada?
Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos
à flor da pele. ( oposição) 3. Adequação aos interlocutore

Não estive presente à cerimônia. Não posso Há, nesse critério, quatro tipos de seleção
descrevê-la. (conclusão) vocabular: quanto à atividade profissional com o
uso dos jargões; quanto à imagem social de um
http://www.seaac.com.br/ dos interlocutores, ou seja, um chefe de Estado
se expressa como o que se espera de alguém
A análise de expressões referenciais é que ocupa tal cargo; quanto à idade com o uso
fundamental na interpretação do discurso. A de vocábulos modernos (luminária) ou antigos
identificação de expressões correferentes é (abajur) ou quanto à origem dos interlocutores
importante em diversas aplicações de com emprego do vocábulo regional (piá –
Processamento da Linguagem Natural. criança).
Expressões referenciais podem ser usadas para
introduzir entidades em um discurso ou podem 4. Adequação à situação de comunicação
fazer referência a entidades já
mencionadas,podendo fazer uso de redução Refere-se, esse critério, ao uso de vocábulos
lexical. formais ou informais e ainda aos
estrangeirismos.
Interpretar e produzir textos de qualidade são
tarefas muito importantes na formação do aluno. Lembrando que palavras estrangeiras devem
Para realizá-las de modo satisfatório, é ser grafadas entre aspas nas redações e só
essencial saber identificar e utilizar os devem ser usadas quando necessárias, ou seja,
operadores sequenciais e argumentativos do quando forem importantes para o entendimento;
discurso. A linguagem é um ato intencional, o em uma situação de estilo ou quando não
indivíduo faz escolhas quando se pronuncia houver palavra equivalente na Língua
oralmente ou quando escreve. Para dar suporte Portuguesa.
a essas escolhas, de modo a fazer com que
suas opiniões sejam aceitas ou respeitadas, é 5. Adequação ao código
fundamental lançar mão dos operadores que
estabelecem ligações (espécies de costuras) É relevante para esse critério a correção não só
entre os diferentes elementos do discurso. ortográfica, mas também semântica,
respeitando os significados dicionarizados.
ADEQUAÇÃO VOCABULAR
Agostinho ressalta que os empregos .de moda.
devem evitados, pois .em nada contribuem para
o real enriquecimento de um idioma. e dá um

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Apostilas Domínio
exemplo: colocar em lugar de apresentar e promoção do papai no novo emprego. “Estou
assumir em lugar de responsabilizar-se: fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim
acerta a mão numa velha receita. Mas quero
- Vou colocar aqui um problema… chegar logo ao ponto, e convidar o leitor a
refletir sobre o sentido dessa palavra, que
- Se der errado, eu assumo… sempre pareceu abrir todas as portas para uma
vida melhor.
Somam-se a esse caso, os parônimos e os Quando, muitos anos atrás, num daqueles
homônimos (homógrafos e homófonos), já documentários de cinema, via-se uma floresta
tratados em outra aula. sendo derrubada para dar lugar a algum
empreendimento, ninguém tinha dúvida em
6. Adequação ao contexto dizer ou pensar: é o progresso. Uma represa
monumental era progresso. Cada novo produto
As situações textuais revelam-se nas relações químico era um progresso. As coisas não
desenvolvidas entre as palavras do texto. Por mudaram tanto: continuamos a usar
exemplo, se há relação de indiscriminadamente a palavrinha mágica. Mas
não deixaram de mudar um pouco: desde que a
causa e efeito – tropeçar / cair; se há relação de Ecologia saiu das academias, divulgou-se,
finalidade – livro / estudar; se há relação de popularizou-se e tornou-se, efetivamente, um
parte e todo – rei / xadrez; se conjunto de iniciativas em favor da preservação
ambiental e da melhoria das condições da vida
há relação de sinonímia – aroma / perfume; se em nosso pequenino planeta.
há relação de antonímia – entrar / sair; se há Para isso, foi preciso determinar muito bem o
relação de unidade e coletivo – livro / biblioteca; sentido de progresso. Do ponto de vista
se há relação de objeto e ação – cadeira / material, considera-se ganho humano apenas
sentar e se há relação simbólica – pomba / paz. aquilo que concorre para equilibrar a ação
transformadora do homem sobre a natureza e a
O uso do vocábulo fora de um desses critérios e integridade da vida natural. Desenvolvimento,
até mesmo em critério inadequado à situação sim, mas sustentável: o adjetivo exprime uma
será erro. Cuidado! condição, para cercear as iniciativas
predatórias. Cada novidade tecnológica há de
* CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em ser investigada quanto a seus efeitos sobre o
Construção. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2001. homem e o meio em que vive. Cada intervenção
na natureza há de adequar-se a um
por: Claudia Simionato planejamento que considere a qualidade e a
extensão dos efeitos.
A análise sintática, assim como as outras Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo,
referentes à língua, é um exercício muito uma avaliação ética e política de todas as
próximo da matemática, pois envolve um formas de progresso que afetam nossa relação
raciocínio lógico do tipo: "se você encontrar tal com o mundo e, portanto, a qualidade da nossa
elemento, então admita que esse elemento é vida. Não é pouco, mas ainda não é suficiente.
um objeto tal". Promover esse tipo de raciocínio Aos cientistas, aos administradores, aos
no estudo das sentenças é desenvolver uma empresários, aos industriais e a todos nós –
análise formal, porque as categorias sintáticas cidadãos comuns – cabe a tarefa cotidiana de
são formas que não dependem do conteúdo que zelarmos por nossas ações que inflectem sobre
expressam. Em outros níveis de análise - a qualquer aspecto da qualidade de vida. A tarefa
análise semântica, a análise discursiva e análise começa em nossa casa, em nossa cozinha e
estilística - esse tipo de raciocínio lógico é banheiro, em nosso quintal e jardim – e se
bastante complicado, porque envolve elementos estende à preocupação com a rua, com o bairro,
cuja representação e estrutura não são fixas. com a cidade.
Em todo caso, grande parte das correções “Meu coração não é maior do que o mundo”,
gramaticais se aplica ao nível de adequação dizia o poeta. Mas um mundo que merece a
sintática do texto, por isso a chamada revisão atenção do nosso coração e da nossa
gramatical. inteligência é, certamente, melhor do que este
em que estamos vivendo.
EXERCÍCIOS Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz
progresso, o sentido preciso – talvez oculto - da
PROVA SIMULADA I palavra mágica empregada. (Alaor Adauto de
Mello)
Atenção: As questões de números 1 a 10 1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de
referem-se ao texto que segue. progresso, segundo a qual este deve ser
(A) equacionado como uma forma de equilíbrio
No coração do progresso entre as atividades humanas e o respeito ao
Há séculos a civilização ocidental vem correndo mundo natural.
atrás de tudo o que classifica como progresso. (B) identificado como aprimoramento
Essa palavra mágica aplica-se tanto à invenção tecnológico que resulte em atividade
do aeroplano ou à descoberta do DNA como à economicamente viável.

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(C) caracterizado como uma atividade que (E) Começam pelas preocupações com nossa
redunde em maiores lucros para todos os casa, com nossa rua, com nossa cidade a tarefa
indivíduos de uma comunidade. de zelarmos por uma boa qualidade da vida.
(D) definido como um atributo da natureza que 6. Está correto o emprego de ambas as
induz os homens a aproveitarem apenas o que expressões sublinhadas na frase:
é oferecido em sua forma natural. (A) De tudo aquilo que classificamos como
(E) aceito como um processo civilizatório que progresso costumamos atribuir o sentido de um
implique melhor distribuição de renda entre tipo de ganho ao qual não queremos abrir mão.
todos os agentes dos setores produtivos. (B) É preferível deixar intacta a mata selvagem
2. Considere as seguintes afirmações: do que destruí-la em nome de um benefício em
I. A banalização do uso da palavra progresso é que quase ninguém desfrutará.
uma consequência do fato de que a Ecologia (C) A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha
deixou de ser um assunto acadêmico. receita, não hesitou em ver como progresso a
II. A expressão desenvolvimento sustentável operação à qual foi bem sucedida.
pressupõe que haja formas de desenvolvimento (D) A precisão da qual se pretende identificar o
nocivas e predatórias. sentido de uma palavra depende muito do valor
III. Entende o autor do texto que a magia da de contexto a que lhe atribuímos.
palavra progresso advém do uso consciente e (E)) As inovações tecnológicas de cujo benefício
responsável que a maioria das pessoas vem todos se aproveitam representam, efetivamente,
fazendo dela. o avanço a que se costuma chamar progresso.
Em relação ao texto está correto APENAS que 7. Considere as seguintes afirmações, relativas
se afirma em a aspectos da construção ou da expressividade
(A) I. do texto:
(B) II. I. No contexto do segundo parágrafo, a forma
(C) III. plural não mudaram tanto atende à
(D) I e II. concordância com academias.
(E) II e III. II. No contexto do terceiro parágrafo, a
3. Considerando-se o contexto, traduz-se expressão há de adequar-se exprime um dever
corretamente uma frase do texto em: imperioso, uma necessidade premente.
(A) Mas quero chegar logo ao ponto = devo me III. A expressão Em suma, tal como empregada
antecipar a qualquer conclusão. no quarto parágrafo, anuncia a abertura de uma
(B) continuamos a usar indiscriminadamente a linha de argumentação ainda inexplorada no
palavrinha mágica = seguimos chamando de texto.
mágico tudo o que julgamos sem preconceito. Está correto APENAS o que se afirma em
(C) para cercear as iniciativas predatórias = para (A) I.
ir ao encontro das ações voluntariosas. (B)) II.
(D) ações que inflectem sobre qualquer aspecto (C) III.
da qualidade da vida = práticas alheias ao que (D) I e II.
diz respeito às condições de vida. (E) II e III.
(E)) há de adequar-se a um planejamento = 8. A palavra progresso frequenta todas as
deve ir ao encontro do que está planificado. bocas, todas pronunciam a palavra progresso,
4. Cada intervenção na natureza há de adequar- todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos
se a um planejamento pelo qual se garanta que que elevam essa palavra ao patamar dos nomes
a qualidade da vida seja preservada. miraculosos.
Os tempos e os modos verbais da frase acima Evitam-se as repetições viciosas da frase acima
continuarão corretamente articulados caso se substituindo-se os elementos sublinhados, na
substituam as formas sublinhadas, na ordem em ordem dada, por:
que surgem, por (A)) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam
(A) houve - garantiria - é (B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na
(B) haveria - garantiu - teria sido (C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe
(C) haveria - garantisse - fosse (D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe
(D) haverá - garantisse - e elevam
(E) havia - garantiu - é (E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam
5. As normas de concordância verbal estão 9. Está clara e correta a redação da seguinte
plenamente respeitadas na frase: frase:
(A) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo (A) Caso não se determine bem o sentido da
à palavra progresso algumas conotações palavra progresso, pois que é usada
mágicas. indiscriminadamente, ainda assim se faria
(B) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras necessário que reflitamos sobre seu verdadeiro
sem conhecer seu sentido real muitos sentido.
equívocos ideológicos. (B) Ao dizer o poeta que seu coração não é
(C) Muitas coisas a que associamos o sentido maior do que o mundo, devemos nos inspirar
de progresso não chega a representarem, de para que se estabeleça entre este e o nosso
fato, qualquer avanço significativo. coração os compromissos que se reflitam numa
(D) Se muitas novidades tecnológicas houvesse vida melhor.
de ser investigadas a fundo, veríamos que são (C) Nada é desprezível no espaço do mundo,
irrelevantes para a melhoria da vida. que não mereça nossa atenção quanto ao fato

Língua Portuguesa 94
Apostilas Domínio
de que sejamos responsáveis por sua melhoria, públicos, a título de reparação. O direito à livre
seja o nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se manifestação está previsto na Constituição. No
esteja. entanto, tal direito não anula a
(D)) Todo desenvolvimento definido como responsabilização civil e criminal em caso de
sustentável exige, para fazer jus a esse adjetivo, danos provocados pelos protestos.
cuidados especiais com o meio ambiente, para O poder público deveria definir, de preferência
que não venham a ser nocivos seus efeitos em negociação com as categorias que
imediatos ou futuros. costumam realizar protestos na capital, horários
(E) Tem muita ciência que, se saísse das e locais vedados às passeatas. Práticas
limitações acadêmicas, acabariam por se corriqueiras, como a paralisia de aveni-das
revelarem mais úteis e mais populares, em vista essenciais para o tráfego na capital nos horários
da Ecologia, cujas consequências se sente de maior fluxo, deveriam ser abolidas.
mesmo no âmbito da vida prática. (Folha de S.Paulo, 29.09.07. Adaptado)
10. Está inteiramente correta a pontuação do 11. De acordo com o texto, é correto afirmar que
seguinte período: (A) a Companhia de Engenharia de Tráfego não
(A) Toda vez que é pronunciada, a palavra sabe mensurar o custo dos protestos ocorridos
progresso, parece abrir a porta para um mundo, nos últimos anos.
mágico de prosperidade garantida. (B) os prejuízos da ordem de R$ 3 milhões em
(B)) Por mínimas que pareçam, há providências razão dos engarrafamentos já foram pagos
inadiáveis, ações aparentemente irrisórias, cuja pelos manifestantes.
execução cotidiana é, no entanto, (C) os protestos de rua fazem parte de uma
importantíssima. sociedade democrática e são permitidos pela
(C) O prestígio da palavra progresso, deve-se Carta de 1988.
em grande parte ao modo irrefletido, com que (D) após a multa, os líderes de sindicato
usamos e abusamos, dessa palavrinha mágica. resolveram organizar protestos de rua em
(D) Ainda que traga muitos benefícios, a horários e locais predeterminados.
construção de enormes represas, costuma (E) o Ministério Público envia com frequência
trazer também uma série de consequências estudos sobre os custos das manifestações
ambientais que, nem sempre, foram avaliadas. feitas de forma abusiva.
(E) Não há dúvida, de que o autor do texto 12. No primeiro parágrafo, afirma-se que não há
aderiu a teses ambientalistas segundo as quais, fórmula perfeita para solucionar o conflito entre
o conceito de progresso está sujeito a uma manifestantes e os prejuízos causados ao
permanente avaliação. restante da população. A saída estaria
Leia o texto a seguir para responder às principalmente na
questões de números 11 a 24. (A) sensatez.
De um lado estão os prejuízos e a restrição de (B) Carta de 1998.
direitos causados pelos protestos que param as (C) Justiça.
ruas de São Paulo. De outro está o direito à livre (D) Companhia de Engenharia de Tráfego.
manifestação, assegurado pela Carta de 1988. (E) na adoção de medidas amplas e profundas.
Como não há fórmula perfeita de arbitrar esse 13. De acordo com o segundo parágrafo do
choque entre garantias democráticas texto, os protestos que param as ruas de São
fundamentais, cabe lançar mão de medidas Paulo representam um custo para a população
pontuais – e sobretudo de bom senso. da cidade. O cálculo desses custos é feito a
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) partir
estima em R$ 3 milhões o custo para a (A) das multas aplicadas pela Companhia de
população dos protestos ocorridos nos últimos Engenharia de Tráfego (CET).
três anos na capital paulista. O cálculo leva em (B) dos gastos de combustível e das horas de
conta o combustível consumido e as horas trabalho desperdiçadas em engarrafamentos.
perdidas de trabalho durante os (C) da distância a ser percorrida entre as
engarrafamentos causados por protestos. Os cidades de São Paulo e São Carlos.
carros enfileirados por conta de manifestações (D) da quantidade de carros existentes entre a
nesses três anos praticamente cobririam os 231 capital de São Paulo e São Carlos.
km que separam São Paulo de São Carlos. (E) do número de usuários de automóveis
A Justiça é o meio mais promissor, em longo particulares da cidade de São Paulo.
prazo, para desestimular os protestos abusivos 14. A quantidade de carros parados nos
que param o trânsito nos horários mais engarrafamentos, em razão das manifestações
inconvenientes e acarretam variados transtornos na cidade de São Paulo nos últimos três anos, é
a milhões de pessoas. É adequada a atitude da equiparada, no texto,
CET de enviar sistematicamente ao Ministério (A) a R$ 3,3 milhões.
Público relatórios com os prejuízos causados (B) ao total de usuários da cidade de São
em cada manifestação feita fora de horários e Carlos.
locais sugeridos pela agência ou sem (C) ao total de usuários da cidade de São Paulo.
comunicação prévia. (D) ao total de combustível economizado.
Com base num documento da CET, por (E) a uma distância de 231 km.
exemplo, a Procuradoria acionou um líder de 15. No terceiro parágrafo, a respeito do poder
sindicato, o qual foi condenado em primeira da Justiça em coibir os protestos abusivos, o
instância a pagar R$ 3,3 milhões aos cofres texto assume um posicionamento de

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(A) indiferença, porque diz que a decisão não (B) oposição.
cabe à Justiça. (C) comparação.
(B) entusiasmo, porque acredita que o órgão já (D) condição.
tem poder para impedir protestos abusivos. (E) explicação.
(C) decepção, porque não vê nenhum exemplo 21. .Não há fórmula perfeita de arbitrar esse
concreto do órgão para impedir protestos em choque.. Nessa frase, a palavra arbitrar é um
horários de pico. sinônimo de
(D) confiança, porque acredita que, no futuro, (A) julgar.
será uma forma bem-sucedida de desestimular (B) almejar.
protestos abusivos. (C) condenar.
(E) satisfação, porque cita casos em que a (D) corroborar.
Justiça já teve êxito em impedir protestos em (E) descriminar.
horários inconvenientes e em avenidas 22. No trecho – A Justiça é o meio mais
movimentadas. promissor para desestimular os protestos
16. De acordo com o texto, a atitude da abusivos – a preposição para estabelece entre
Companhia de Engenharia de Tráfego de enviar os termos uma relação de
periodicamente relatórios sobre os prejuízos (A) tempo.
causados em cada manifestação é (B) posse.
(A) pertinente. (C) causa.
(B) indiferente. (D) origem.
(C) irrelevante. (E) finalidade.
(D) onerosa. 23. Na frase – O poder público deveria definir
(E) inofensiva. horários e locais –, substituindo-se o verbo
17. No quarto parágrafo, o fato de a definir por obedecer, obtém-se, segundo as
Procuradoria condenar um líder sindical regras de regência verbal, a seguinte frase:
(A) é ilegal e fere os preceitos da Carta de 1998. (A) O poder público deveria obedecer para
(B) deve ser comemorada, ainda que viole a horários e locais.
Constituição. (B) O poder público deveria obedecer a horários
(C) é legal, porque o direito à livre manifestação e locais.
não isenta o manifestante da responsabilidade (C) O poder público deveria obedecer horários e
pelos danos causados. locais.
(D) é nula, porque, segundo o direito à livre (D) O poder público deveria obedecer com
manifestação, o acusado poderá entrar com horários e locais.
recurso. (E) O poder público deveria obedecer os
(E) é inédita, porque, pela primeira vez, apesar horários e locais.
dos direitos assegurados, um manifestante será 24. Transpondo para a voz passiva a frase – A
punido. Procuradoria acionou um líder de sindicato –
18. Dentre as soluções apontadas, no último obtém-se:
parágrafo, para resolver o conflito, destaca-se (A) Um líder de sindicato foi acionado pela
(A) multa a líderes sindicais. Procuradoria.
(B) fiscalização mais rígida por parte da (B) Acionaram um líder de sindicato pela
Companhia de Engenharia de Tráfego. Procuradoria.
(C) o fim dos protestos em qualquer via pública. (C) Acionaram-se um líder de sindicato pela
(D) fixar horários e locais proibidos para os Procuradoria.
protestos de rua. (D) Um líder de sindicato será acionado pela
(E) negociar com diferentes categorias para que Procuradoria.
não façam mais manifestações. (E) A Procuradoria foi acionada por um líder de
19. No trecho – É adequada a atitude da CET sindicato.
de enviar relatórios –, substituindo-se o termo Leia o texto para responder às questões de
atitude por comportamentos, obtém-se, de números 25 a 34
acordo com as regras gramaticais, a seguinte Diploma e monopólio
frase: Faz quase dois séculos que foram fundadas
(A) É adequada comportamentos da CET de escolas de direito e medicina no Brasil. É
enviar relatórios. embaraçoso verificar que ainda não foram
(B) É adequado comportamentos da CET de resolvidos os enguiços entre diplomas e
enviar relatórios. carreiras. Falta-nos descobrir que a
(C) São adequado os comportamentos da CET concorrência (sob um bom marco regulatório)
de enviar relatórios. promove o interesse da sociedade e que o
(D) São adequadas os comportamentos da CET monopólio só é bom para quem o detém. Não
de enviar relatórios. fora essa ignorância, como explicar a avalanche
(E) São adequados os comportamentos da CET de leis que protegem monopólios espúrios para
de enviar relatórios. o exercício profissional?
20. No trecho – No entanto, tal direito não anula Desde a criação dos primeiros cursos de direito,
a responsabilização civil e criminal em caso de os graduados apenas ocasionalmente exercem
danos provocados pelos protestos –, a locução a profissão. Em sua maioria, sempre ocuparam
conjuntiva no entanto indica uma relação de postos de destaque na política e no mundo dos
(A) causa e efeito. negócios. Nos dias de hoje, nem 20% advogam.

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Mas continua havendo boas razões para (C) o retém / obtêem sucesso / se apropriaram
estudar direito, pois esse é um curso no qual se os postos de destaque na política e no mundo
exercita lógica rigorosa, se lê e se escreve dos negócios
bastante. Torna os graduados mais cultos e (D) o retêm / obtém sucesso / sempre se
socialmente mais produtivos do que se não apropriaram de postos de destaque na política e
houvessem feito o curso. Se aprendem pouco, no mundo dos negócios
paciência, a culpa é mais da fragilidade do (E) o retem / obtêem sucesso / se apropriaram
ensino básico do que das faculdades. Diante de postos de destaque na política e no mundo
dessa polivalência do curso de direito, os dos negócios
exames da OAB são uma solução brilhante. 27. Assinale a alternativa em que se repete o
Aqueles que defenderão clientes nos tribunais tipo de oração introduzida pela conjunção se,
devem demonstrar nessa prova um mínimo de empregado na frase – Questionamos também
conhecimento. Mas, como os cursos são se uma corporação profissional deve ter carta-
também úteis para quem não fez o exame da branca para determinar a dificuldade das
Ordem ou não foi bem sucedido na prova, abrir provas, ...
ou fechar cursos de .formação geral. é assunto (A) A sociedade não chega a saber se os
do MEC, não da OAB. A interferência das advogados são muito corporativos.
corporações não passa de uma prática (B) Se os advogados aprendem pouco, a culpa
monopolista e ilegal em outros ramos da é da fragilidade do ensino básico.
economia. Questionamos também se uma (C) O advogado afirma que se trata de uma
corporação profissional deve ter carta-branca questão secundária.
para determinar a dificuldade das provas, pois (D) É um curso no qual se exercita lógica
essa é também uma forma de limitar a rigorosa.
concorrência – mas trata-se aí de uma questão (E) No curso de direito, lê-se bastante.
secundária. (...) 28. Assinale a alternativa em que se admite a
(Veja, 07.03.2007. Adaptado) concordância verbal tanto no singular como no
25. Assinale a alternativa que reescreve, com plural como em: A maioria dos advogados
correção gramatical, as frases: Faz quase dois ocupam postos de destaque na política e no
séculos que foram fundadas escolas de direito e mundo dos negócios.
medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que (A) Como o direito, a medicina é uma carreira
ainda não foram resolvidos os enguiços entre estritamente profissional.
diplomas e carreiras. (B) Os Estados Unidos e a Alemanha não
(A) Faz quase dois séculos que se fundou oferecem cursos de administração em nível de
escolas de direito e medicina no Brasil. / É bacharelado.
embaraçoso verificar que ainda não se resolveu (C) Metade dos cursos superiores carecem de
os enguiços entre diplomas e carreiras. boa qualificação.
(B) Faz quase dois séculos que se fundava (D) As melhores universidades do país
escolas de direito e medicina no Brasil. / É abastecem o mercado de trabalho com bons
embaraçoso verificar que ainda não se profissionais.
resolveram os enguiços entre diplomas e (E) A abertura de novos cursos tem de ser
carreiras. controlada por órgãos oficiais.
(C) Faz quase dois séculos que se fundaria 29. Assinale a alternativa que apresenta correta
escolas de direito e medicina no Brasil. / É correlação de tempo verbal entre as orações.
embaraçoso verificar que ainda não se resolveu (A) Se os advogados demonstrarem um mínimo
os enguiços entre diplomas e carreiras. de conhecimento, poderiam defender bem seus
(D) Faz quase dois séculos que se fundara clientes.
escolas de direito e medicina no Brasil. / É (B) Embora tivessem cursado uma faculdade,
embaraçoso verificar que ainda não se resolvera não se desenvolveram intelectualmente.
os enguiços entre diplomas e carreiras. (C) É possível que os novos cursos passam a
(E) Faz quase dois séculos que se fundaram ter fiscalização mais severa.
escolas de direito e medicina no Brasil. / É (D) Se não fosse tanto desconhecimento, o
embaraçoso verificar que ainda não se desempenho poderá ser melhor.
resolveram os enguiços entre diplomas e (E) Seria desejável que os enguiços entre
carreiras. diplomas e carreiras se resolvem brevemente.
26. Assinale a alternativa que completa, correta 30. A substituição das expressões em destaque
e respectivamente, de acordo com a norma por um pronome pessoal está correta, nas duas
culta, as frases: O monopólio só é bom para frases, de acordo com a norma culta, em:
aqueles que ____________. / Nos dias de hoje, (A) I. A concorrência promove o interesse da
nem 20% advogam, e apenas 1% sociedade. / A concorrência promove-o. II.
____________. / Em sua maioria, os advogados Aqueles que defenderão clientes. / Aqueles que
sempre ____________. lhes defenderão.
(A) o retêem / obtem sucesso / se apropriaram (B) I. O governo fundou escolas de direito e de
os postos de destaque na política e no mundo medicina. / O governo fundou elas. II. Os
dos negócios graduados apenas ocasionalmente exercem a
(B) o retém / obtém sucesso / se apropriaram profissão. / Os graduados apenas
aos postos de destaque na política e no mundo ocasionalmente exercem-la.
dos negócios

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(C) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna- 34. Na frase – Se aprendem pouco, paciência, a
os mais cultos. II. É preciso mencionar os culpa é mais da fragilidade do ensino básico do
cursos de administração. / É preciso mencionar- que das faculdades. – a palavra paciência vem
lhes. entre vírgulas para, no contexto,
(D) I. Os advogados devem demonstrar muitos (A) garantir a atenção do leitor.
conhecimentos. Os advogados devem (B) separar o sujeito do predicado.
demonstrá-los. II. As associações mostram à (C) intercalar uma reflexão do autor.
sociedade o seu papel. / As associações (D) corrigir uma afirmação indevida.
mostram-lhe o seu papel. (E) retificar a ordem dos termos.
(E) I. As leis protegem os monopólios espúrios. / Atenção: As questões de números 35 a 42
As leis protegem-os. II. As corporações deviam referem-se ao texto abaixo.
fiscalizar a prática profissional. / As corporações Sobre Ética
deviam fiscalizá-la. A palavra Ética é empregada nos meios
31. Assinale a alternativa em que as palavras acadêmicos em três acepções. Numa, faz-se
em destaque exercem, respectivamente, a referência a teorias que têm como objeto de
mesma função sintática das expressões estudo o comportamento moral, ou seja, como
assinaladas em: Os graduados apenas entende Adolfo Sanchez Vasquez, “a teoria que
ocasionalmente exercem a profissão. pretende explicar a natureza, fundamentos e
(A) Se aprendem pouco, a culpa é da fragilidade condições da moral, relacionando-a com
do ensino básico. necessidades sociais humanas.” Teríamos,
(B) A interferência das corporações não passa assim, nessa acepção, o entendimento de que o
de uma prática monopolista. fenômeno moral pode ser estudado racional e
(C) Abrir e fechar cursos de .formação geral. é cientificamente por uma disciplina que se
assunto do MEC. propõe a descrever as normas morais ou
(D) O estudante de direito exercita mesmo, com o auxílio de outras ciências, ser
preferencialmente uma lógica rigorosa. capaz de explicar valorações comportamentais.
(E) Boas razões existirão sempre para o Um segundo emprego dessa palavra é
advogado buscar conhecimento. considerá-la uma categoria filosófica e mesmo
32. Assinale a alternativa que reescreve a frase parte da Filosofia, da qual se constituiria em
de acordo com a norma culta. núcleo especulativo e reflexivo sobre a
(A) Os graduados apenas ocasionalmente complexa fenomenologia da moral na
exercem a profissão. / Os graduados apenas convivência humana. A Ética, como parte da
ocasionalmente se dedicam a profissão. Filosofia, teria por objeto refletir sobre os
(B) Os advogados devem demonstrar nessa fundamentos da moral na busca de explicação
prova um mínimo de conhecimento. / Os dos fatos morais.
advogados devem primar nessa prova por um Numa terceira acepção, a Ética já não é
mínimo de conhecimento. entendida como objeto descritível de uma
(C) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não Ciência, tampouco como fenômeno
procedeu o exame da OAB. especulativo. Trata-se agora da conduta
(D) As corporações deviam promover o esperada pela aplicação de regras morais no
interesse da sociedade. / As corporações comportamento social, o que se pode resumir
deviam almejar do interesse da sociedade. como qualificação do comportamento do homem
(E) Essa é uma forma de limitar a concorrência. como ser em situação. É esse caráter normativo
/ Essa é uma forma de restringir à concorrência. de Ética que a colocará em íntima conexão com
33. Assinale a alternativa em que o período o Direito. Nesta visão, os valores morais dariam
formado com as frases I, II e III estabelece as o balizamento do agir e a Ética seria assim a
relações de condição entre I e II e de adição moral em realização, pelo reconhecimento do
entre I e III. outro como ser de direito, especialmente de
I. O advogado é aprovado na OAB. dignidade. Como se vê, a compreensão do
II. O advogado raciocina com lógica. fenômeno Ética não mais surgiria
III. O advogado defende o cliente no tribunal. metodologicamente dos resultados de uma
(A) Se o advogado raciocinar com lógica, ele descrição ou reflexão, mas sim, objetivamente,
será aprovado na OAB e defenderá o cliente no de um agir, de um comportamento
tribunal com sucesso. consequencial, capaz de tornar possível e
(B) O advogado defenderá o cliente no tribunal correta a convivência. (Adaptado do site
com sucesso, mas terá de raciocinar com lógica Doutrina Jus Navigandi)
e ser aprovado na OAB. 35. As diferentes acepções de Ética devem-se,
(C) Como raciocinou com lógica, o advogado conforme se depreende da leitura do texto,
será aprovado na OAB e defenderá o cliente no (A) aos usos informais que o senso comum faz
tribunal com sucesso. desse termo.
(D) O advogado defenderá o cliente no tribunal (B) às considerações sobre a etimologia dessa
com sucesso porque raciocinou com lógica e foi palavra.
aprovado na OAB. (C) aos métodos com que as ciências sociais a
(E) Uma vez que o advogado raciocinou com analisam.
lógica e foi aprovado na OAB, ele poderá (D) às íntimas conexões que ela mantém com o
defender o cliente no tribunal com sucesso. Direito.

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(E) às perspectivas em que é considerada pelos (C) Costuma ocorrer muitas vezes não ser fácil
acadêmicos. distinguir Ética ou Moral, haja vista que tanto
36. A concepção de ética atribuída a Adolfo uma quanto outra pretendem ajuizar à situação
Sanchez Vasquez é retomada na seguinte do homem.
expressão do texto: (D) Ainda que se torne por consenso um valor
(A) núcleo especulativo e reflexivo. do comportamento humano, a Ética varia
(B) objeto descritível de uma Ciência. conforme a perspectiva de atribuição do mesmo.
(C) explicação dos fatos morais. (E) Os saberes humanos aplicados, do
(D) parte da Filosofia. conhecimento da Ética, costumam apresentar
(E) comportamento consequencial divergências de enfoques, em que pese a
37. No texto, a terceira acepção da palavra ética metodologia usada.
deve ser entendida como aquela em que se 42. Transpondo-se para a voz passiva a frase
considera, sobre tudo, Nesta visão, os valores morais dariam o
(A) o valor desejável da ação humana. balizamento do agir, a forma verbal resultante
(B) o fundamento filosófico da moral. deverá ser:
(C) o rigor do método de análise. (A) seria dado.
(D) a lucidez de quem investiga o fato moral. (B) teriam dado.
(E) o rigoroso legado da jurisprudência. (C) seriam dados.
38. Dá-se uma íntima conexão entre a Ética e o (D) teriam sido dados.
Direito quando ambos revelam, em relação aos (E) fora dado.
valores morais da conduta, uma preocupação Atenção: As questões de números 43 a 48
(A) filosófica. referem-se ao texto abaixo.
(B) descritiva. O homem moral e o moralizador
(C) prescritiva. Depois de um bom século de psicologia e
(D) contestatária. psiquiatria dinâmicas, estamos certos disto: o
(E) tradicionalista. moralizador e o homem moral são figuras
39. Considerando-se o contexto do último diferentes, se não opostas. O homem moral se
parágrafo, o elemento sublinhado pode ser impõe padrões de conduta e tenta respeitá-los;
corretamente substituído pelo que está entre o moralizador quer impor ferozmente aos outros
parênteses, sem prejuízo para o sentido, no os padrões que ele não consegue respeitar.
seguinte caso: A distinção entre ambos tem alguns corolários
(A) (...) a colocará em íntima conexão com o relevantes.
Direito. (inclusão) Primeiro, o moralizador é um homem moral
(B) (...) os valores morais dariam o balizamento falido: se soubesse respeitar o padrão moral
do agir (...) (arremate) que ele impõe, ele não precisaria punir suas
(C) (...) qualificação do comportamento do imperfeições nos outros. Segundo, é possível e
homem como ser em situação. (provisório) compreensível que um homem moral tenha um
(D) (...) nem tampouco como fenômeno espírito missionário: ele pode agir para levar os
especulativo. (nem, ainda) outros a adotar um padrão parecido com o seu.
(E) (...) de um agir, de um comportamento Mas a imposição forçada de um padrão moral
consequencial... (concessivo) não é nunca o ato de um homem moral, é
40. As normas de concordância estão sempre o ato de um moralizador. Em geral, as
plenamente observadas na frase: sociedades em que as normas morais ganham
(A) Costumam-se especular, nos meios força de lei (os Estados confessionais, por
acadêmicos, em torno de três acepções de exemplo) não são regradas por uma moral
Ética. comum, nem pelas aspirações de poucos e
(B) As referências que se faz à natureza da escolhidos homens exemplares,mas por
ética consideram-na, com muita frequência, moralizadores que tentam remir suas próprias
associada aos valores morais. falhas morais pela brutalidade do controle que
(C) Não coubessem aos juristas aproximar-se eles exercem sobre os outros. A pior barbárie do
da ética, as leis deixariam de ter a dignidade mundo é isto: um mundo em que todos pagam
humana como balizamento. pelos pecados de hipócritas que não se
(D) Não derivam das teorias, mas das práticas aguentam. (Contardo Calligaris, Folha de S.
humanas, o efetivo valor de que se impregna a Paulo, 20/03/2008)
conduta dos indivíduos. 43. Atente para as afirmações abaixo.
(E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer I. Diferentemente do homem moral, o homem
que sejam as circunstâncias, atentar para a moralizador não se preocupa com os padrões
observância dos valores éticos. morais de conduta.
41. Está clara, correta e coerente a redação do II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido
seguinte comentário sobre o texto: padrão de conduta, o homem moral acaba por
(A) Dentre as três acepções de Ética que se impô-lo à conduta alheia.
menciona no texto, uma apenas diz respeito à III. O moralizador, hipocritamente, age como se
uma área em que conflui com o Direito. de fato respeitasse os padrões de conduta que
(B) O balizamento da conduta humana é uma ele cobra dos outros.
atividade em que, cada um em seu campo, se Em relação ao texto, é correto o que se afirma
empenham o jurista e o filósofo. APENAS em
(A) I.

Língua Portuguesa 99
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(B) II. (B) Um homem moral empenha-se numa
(C) III. conduta cujo o padrão moral ele não costuma
(D) I e II. impingir na dos outros.
(E) II e III. (C) Os pecados aos quais insiste reincidir o
44. No contexto do primeiro parágrafo, a moralizador são os mesmos em que ele acusa
afirmação de que já decorreu um bom século de seus semelhantes.
psicologia e psiquiatria dinâmicas indica um (D) Respeitar um padrão moral das ações é
fator determinante para que uma qualidade da qual não abrem mão os
(A) concluamos que o homem moderno já não homens a quem não se pode acusar de
dispõe de rigorosos padrões morais para avaliar hipócritas.
sua conduta. (E) Quando um moralizador julga os outros
(B) consideremos cada vez mais difícil a segundo um padrão moral de cujo ele próprio
discriminação entre o homem moral e o homem não respeita, demonstra toda a hipocrisia em
moralizador. que é capaz.
(C) reconheçamos como bastante remota a Atenção: As questões de números 49 a 54
possibilidade de se caracterizar um homem referem-se ao texto abaixo.
moralizador. Fim de feira
(D) identifiquemos divergências profundas entre Quando os feirantes já se dispõem a desarmar
o comportamento de um homem moral e o de as barracas, começam a chegar os que querem
um moralizador. pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou
(E) divisemos as contradições internas que mesmo nada, pelo que ameaça estragar.
costumam ocorrer nas atitudes tomadas pelo Chegam com suas sacolas cheias de
homem moral. esperança. Alguns não perdem tempo e passam
45. O autor do texto refere-se aos Estados a recolher o que está pelo chão: um
confessionais para exemplificar uma sociedade mamãozinho amolecido, umas folhas de couve
na qual amarelas, a metade de um abacaxi, que serviu
(A) normas morais não têm qualquer peso na de chamariz para os fregueses compradores.
conduta dos cidadãos. Há uns que se aventuram até mesmo nas
(B) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a cercanias da barraca de pescados, onde pode
conduta de todos. haver alguma suspeita sardinha oculta entre
(C) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos jornais, ou uma ponta de cação obviamente
valores de uma moral comum. desprezada.
(D) a situação de barbárie impede a formulação Há feirantes que facilitam o trabalho dessas
de qualquer regra moral. pessoas: oferecem-lhes o que, de qualquer
(E) eventuais falhas de conduta são atribuídas à modo, eles iriam jogar fora. Mas outros parecem
fraqueza das leis. ciumentos do teimoso aproveitamento dos
46. Na frase A distinção entre ambos tem alguns refugos, e chegam a recolhê-los para não os
corolários relevantes, o sentido da expressão verem coletados. Agem para salvaguardar não o
sublinhada está corretamente traduzido em: lucro possível, mas o princípio mesmo do
(A) significativos desdobramentos dela. comércio. Parecem temer que a fome seja
(B) determinados antecedentes dela. debelada sem que alguém pague por isso. E
(C) reconhecidos fatores que a causam. não admitem ser acusados de egoístas: somos
(D) consequentes aspectos que a relativizam. comerciantes, não assistentes sociais, alegam.
(E) valores comuns que ela propicia. Finda a feira, esvaziada a rua, chega o
47. Está correta a articulação entre os tempos e caminhão da limpeza e os funcionários da
os modos verbais na frase: prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e
(A) Se o moralizador vier a respeitar o padrão gritos. O trânsito é liberado, os carros
moral que ele impusera, já não podia ser atravancam a rua e, não fosse o persistente
considerado um hipócrita. cheiro de peixe, a ninguém ocorreria que ali
(B) Os moralizadores sempre haveriam de houve uma feira, frequentada por tão diversas
desrespeitar os valores morais que eles imporão espécies de seres humanos. (Joel Rubinato,
aos outros. inédito)
(C) A pior barbárie terá sido aquela em que o 49. Nas frases parecem ciumentos do teimoso
rigor dos hipócritas servisse de controle dos aproveitamento dos refugos e não admitem ser
demais cidadãos. acusados de egoístas, o narrador do texto
(D) Desde que haja a imposição forçada de um (A) mostra-se imparcial diante de atitudes
padrão moral, caracterizava-se um ato típico do opostas dos feirantes.
moralizador. (B) revela uma perspectiva crítica diante da
(E) Não é justo que os hipócritas sempre atitude de certos feirantes.
venham a impor padrões morais que eles (C) demonstra não reconhecer qualquer proveito
próprios não respeitam. nesse tipo de coleta.
48. Está correto o emprego de ambos os (D) assume-se como um cronista a quem não
elementos sublinhados na frase: cabe emitir julgamentos.
(A) O moralizador está carregado de (E) insinua sua indignação contra o lucro
imperfeições de que ele não costuma acusar em excessivo dos feirantes.
si mesmo.

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50. Considerando-se o contexto, traduz-se (E) Não ...... (caber) aos leitores, por força do
corretamente o sentido de um segmento do texto, criticar o lucro razoável de alguns
texto em: feirantes, mas sim, a inaceitável impiedade de
(A) serviu de chamariz ...respondeu ao outros.
chamado. 54. A supressão da vírgula altera o sentido da
(B) alguma suspeita sardinha ..possivelmente seguinte frase:
uma sardinha. (A) Fica-se indignado com os feirantes, que não
(C) teimoso aproveitamento = .persistente compreendem a carência dos mais pobres.
utilização. (B) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel
(D) o princípio mesmo do comércio = possível da tradicional coleta de um fim de feira.
.preâmbulo da operação comercial. (C) A todo momento, dá-se o triste espetáculo
(E) Agem para salvaguardar = .relutam em de pobreza centralizado nessa narrativa.
admitir. (D) Certamente, o leitor não deixará de observar
51. Atente para as afirmações abaixo. a preocupação do autor em distinguir os
I. Os riscos do consumo de uma sardinha diferentes caracteres humanos.
suspeita ou da ponta de um cação que foi (E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira,
desprezada justificam o emprego de se ocorrerá também a humilde coleta de que trata a
aventuram, no primeiro parágrafo. crônica.
II. O emprego de alegam, no segundo Instruções: Para responder às questões de
parágrafo, deixa entrever que o autor não números 55 a 64, considere o texto a seguir.
compactua com a justificativa dos feirantes. Jornalismo e universo jurídico
III. No último parágrafo, o autor faz ver que o fim É frequente, na grande mídia, a divulgação de
da feira traz a superação de tudo o que informações ligadas a temas jurídicos, muitas
determina a existência de diversas espécies de vezes essenciais para a conscientização do
seres humanos. cidadão a respeito de seus direitos. Para esse
Em relação ao texto, é correto o que se afirma gênero de informação alcançar adequadamente
APENAS em o público leitor leigo, não versado nos temas
(A) I. jurídicos, o papel do jornalista se torna
(B) II. indispensável, pois cabe a ele transformar
(C) III. informações originadas de meios especializados
(D) I e II. em notícia assimilável pelo leitor.
(E) II e III. Para que consiga atingir o grande público, ao
52. Está INCORRETA a seguinte afirmação elaborar uma notícia ou reportagem ligada a
sobre um recurso de construção do texto: no temas jurídicos, o jornalista precisa buscar
contexto do conhecimento complementar. Não se trata de
(A) primeiro parágrafo, a forma ou mesmo nada uma tarefa fácil, visto que a compreensão do
faz subentender a expressão verbal querem universo jurídico exige conhecimento
pagar. especializado. A todo instante veem-se nos
(B) primeiro parágrafo, a expressão fregueses meios de comunicação informações sobre fatos
compradores faz subentender a existência de complexos relacionados ao mundo da Justiça:
.fregueses. que não compram nada. reforma processual, controle externo do
(C) segundo parágrafo, a expressão de qualquer Judiciário, julgamento de crimes de improbidade
modo está empregada com o sentido de de toda administrativa, súmula vinculante, entre tantos
maneira. outros.
(D) segundo parágrafo, a expressão para Ao mesmo tempo que se observa na mídia um
salvaguardar está empregada com o sentido de grande número de matérias atinentes às Cortes
a fim de resguardar. de Justiça, às reformas na legislação e aos
(E) terceiro parágrafo, a expressão não fosse direitos legais do cidadão, verifica-se o
tem sentido equivalente ao de mesmo não desconhecimento de muitos jornalistas ao lidar
sendo. com tais temas.
53. O verbo indicado entre parênteses deverá O campo jurídico é tão complexo como alguns
flexionar-se no plural para preencher de modo outros assuntos enfocados em segmentos
correto a lacuna da frase: especializados, como a economia, a informática
(A) Frutas e verduras, mesmo quando ou a medicina, campos que também possuem
desprezadas, não ...... (deixar) de as recolher linguagens próprias. Ao embrenhar-se no
quem não pode pagar pelas boas e bonitas. intrincado mundo jurídico, o jornalista arrisca-se
(B) ......-se (dever) aos ruidosos funcionários da a cometer uma série de incorreções e
limpeza pública a providência que fará esquecer imprecisões linguísticas e técnicas na forma
que ali funcionou uma feira. como as notícias são veiculadas. Uma das
(C) Não ...... (aludir) aos feirantes mais razões para esse risco é lembrada por Leão
generosos, que oferecem as sobras de seus Serva:
produtos, a observação do autor sobre o Um procedimento essencial ao jornalismo, que
egoísmo humano. necessariamente induz à incompreensão dos
(D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar fatos que narra, é a redução das notícias a
os penosos detalhes da coleta, a que o narrador paradigmas que lhes são alheios, mas que
deu ênfase em seu texto. permitem um certo nível imediato de
compreensão pelo autor ou por aquele que ele

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supõe ser o seu leitor. Por conta desse uma matéria específica a paradigmas de outra
procedimento, noticiários confusos aparecerão área.
simplificados para o leitor, reduzindo, 58. Ainda no trecho de Leão Serva, a expressão
consequentemente, sua capacidade real de Por conta desse procedimento pode ser
compreensão da totalidade do significado da substituída, sem prejuízo para a correção e o
notícia. (Adaptado de Tomás Eon Barreiros e sentido da passagem, por:
Sergio Paulo França de Almeida. (A) Tendo por alvitre o mesmo procedimento.
http://jus2.uol.com.br.doutrina/texto.asp?id=100 (B) No influxo de tal procedimento.
6) (C) Em que pese a esse procedimento.
55. Uma das razões para a dificuldade de se (D) Conquanto seja considerado o
veicularem notícias atinentes ao campo jurídico procedimento.
está (E) A par deste procedimento.
(A) na improbidade de jornalistas que se 59. As normas de concordância verbal estão
dispõem a pontificar em assuntos que lhes são plenamente atendidas na frase:
inteiramente alheios. (A) Cabe aos jornalistas transformar
(B) na inexistência de técnicas de comunicação informações especializadas em notícias
adequadas à abordagem de temas que exigem assimiláveis pelo grande público.
conhecimento especializado. (B) Restam-lhes traduzir assuntos
(C) no baixo interesse que os temas desse especializados em palavras que os leigos
campo do conhecimento costumam despertar possam compreender já à primeira leitura.
no público leigo. (C) Exigem-se dos jornalistas que mostrem
(D) na problemática tradução da linguagem do competência e flexibilidade na passagem de
mundo da Justiça para uma linguagem que o uma linguagem para outra.
leigo venha a compreender. (D) Não são fáceis de traduzir em palavras
(E) no frequente equívoco de considerar um simples um universo linguístico tão
assunto eminentemente técnico como questão especializado como o de certas áreas técnicas.
de interesse público. (E) Sempre haverá de ocorrer deslizes, ao se
56. Considere as seguintes afirmações: transpor para a linguagem do dia-a-dia o
I. A expressão buscar conhecimento vocabulário de um campo técnico.
complementar sugere, no contexto do 2o 60. Ao mesmo tempo que se observa na mídia
parágrafo, a necessidade de atribuir aos juristas um grande número de matérias atinentes às
mais eminentes a tarefa de divulgar notícias do Cortes de Justiça, às reformas na legislação (...)
mundo jurídico. NÃO se mantém o emprego de às, no segmento
II. No segmento que também possuem acima, caso se substitua atinentes por
linguagens próprias (parágrafo 3o), a palavra (A) alusivas.
sublinhada assinala que a imprensa dispõe, (B) concernentes.
como outros campos da mídia, de uma (C) referentes.
linguagem específica. (D) relativas.
III. Na expressão ao embrenhar-se no intrincado (E) pautadas.
mundo jurídico (parágrafo 3o), os dois termos 61. Traduz-se de modo claro, coerente e correto
sublinhados dão ênfase ao risco de desnorteio uma ideia do texto em:
que oferece uma matéria específica ao jornalista (A) A complexidade do universo jurídico é de tal
que pretende simplificá-la. ordem, tendo em vista a alta especialização de
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o seu vocabulário, razão pela qual um jornalista
que se afirma em vê-se em apuros ao traduzir-lhe.
(A) I. (B) Não apenas o campo jurídico: também
(B) II. outras áreas, como a economia ou a medicina,
(C) III. onde se dispõem de termos específicos,
(D) I e II. suscitam sérios desafios à linguagem
(E) II e III. jornalística.
57. O trecho citado de Leão Serva ressalta o (C) Há matérias especializadas que exigem dos
fato de que jornalistas uma formação complementar, para
(A) a profissão de jornalista leva o homem de que possam traduzir com fidelidade os
imprensa a se familiarizar com paradigmas que paradigmas dessas áreas.
norteiam outros campos de atuação. (D) Sem mais nem porque, alguns jornalistas
(B) a investigação de assuntos muito passam a considerar-se aptos na abordagem de
específicos faz com que o jornalista descure dos assuntos especializados, daí advindo de que
paradigmas de seu próprio campo de atuação. muitas de suas matérias desvirtuam a
(C) os jornalistas são levados à incompreensão especificidade original.
de muitos fatos quando se limitam aos (E) Em sua citação, Leão Serva propõe que a
paradigmas próprios do universo desses fatos. incompreensibilidade de muitas matérias
(D) a inobservância dos paradigmas da jurídicas na imprensa deve-se ao procedimento
imprensa leva muitos jornalistas a simplificarem redutor que leva um jornalista a incapacitar-se
excessivamente a complexidade da matéria de para aprender a totalidade da notícia.
que tratam. 62. Transpondo-se para a voz passiva o
(E) as características do jornalismo levam segmento Para esse gênero de informação
muitos profissionais da imprensa a submeter

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alcançar adequadamente o público leitor leigo, a d) Com o fim do rodízio no trânsito, espera-se
forma verbal resultante será que ele aumente, voltando a terem problemas
(A) tenha alcançado. de congestionamento justamente quando todos
(B) fosse alcançado. saem ou voltam para casa.
(C) tenha sido alcançado. 66) Indique a sequência que preenche
(D) ser alcançado. corretamente as lacunas:
(E) vier a alcançar. 1. Ainda _____ pouco exultava, o que agora
63. Atente para as seguintes afirmações: chora.
I. Haverá alteração de sentido caso se 2. Conversarei contigo daqui ___ pouco, disse-
suprimam as vírgulas do segmento Um lhe.
procedimento essencial ao jornalismo, que 3. Diz-se que os milionários portugueses, ____
necessariamente induz à incompreensão dos muitos residentes no Brasil, sentem saudades
fatos que narra, é a redução das notícias (...). de Portugal.
II. Ainda que opcional, seria desejável a 4. O sábio francês Adhémar, que viveu _____
colocação de uma vírgula depois da expressão mais de cem anos, formulou a teoria dos
Ao mesmo tempo, na abertura do 3o parágrafo. Períodos Glaciários.
III. Na frase Não se trata de uma tarefa fácil, a) há - há - há - há
visto que a compreensão do universo jurídico b) há - a - há - há
exige conhecimento especializado, pode-se, c) a - há - há - há
sem prejuízo para o sentido, substituir o d) há -a - a - há
segmento sublinhado por fácil: a compreensão. 67) Marque o conjunto de palavras que
Está correto o que se afirma em preenche as lacunas do texto, com correção
(A) I, II e III. gramatical e adequação à modalidade padrão
(B) I e III, somente. da língua:
(C) I e II, somente. "Como profissional de comunicação, com
(D) II e III, somente. alguma experiência em seu uso na política,
(E) I, somente. tenho dificuldade em compreender o que
64. A flexão dos verbos e a correlação entre pretendem os candidatos. Enganar-nos? Creio
seus tempos e modos estão plenamente que é isso. Não ________ basta nada
adequadas em: ________. Dizem ________. Uns, ________, de
(A) Seria preciso que certos jornalistas fato, nada têm a propor ou oferecer. Outros,
conviessem em aprofundar seus conhecimentos ________ sabem falar." (S. Farhat)
na área jurídica, para que não seguissem a) lhes - terem a dizer - mal - porquê - mal
incorrendo em equívocos de informação. b) lhes - ter a dizer - mal - porque - mal
(B) Se um jornalista decidir pautar-se pela c) nos - termos a dizer - mau - porque - mal
correção das informações e se dispor a buscar d) lhos - ter a dizerem - mau - porquê - mau
conhecimento complementar, terá prestado 68) A alternativa em que a pontuação está
inestimável serviço ao público leitor. CORRETA é:
(C) Todo equívoco que sobrevir à precária a) O padrão culto do idioma, além de ser uma
informação sobre um assunto jurídico espécie de marca de identidade, constitui
constituiria um desserviço aos que desejarem recurso imprescindível para uma boa
esclarecer-se pelo noticiário da imprensa. argumentação. Ou seja: em situações em que a
(D) As imprecisões técnicas que costumam norma culta se impõe, transgressões podem
marcar notícias sobre o mundo jurídico desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo
deveriam-se ao fato de que muitos jornalistas desacreditar o autor.
não se deteram suficientemente na b) O padrão culto do idioma - além de ser uma
especificidade da matéria. espécie de marca de identidade -, constitui
(E) Leão Serva não hesitou em identificar um recurso, imprescindível, para uma boa
procedimento habitual do jornalismo, a .redução argumentação. Ou seja: em situações, em que a
das notícias., como tendo sido o responsável norma culta se impõe, transgressões podem
por equívocos que vierem a tolher a desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo
compreensão da matéria. desacreditar o autor.
65) Indique o período cuja redação está c) O padrão culto do idioma, além de ser uma
inteiramente clara e correta. espécie de marca de identidade, constitui
a) Resultou frustrada a nossa expectativa de recurso imprescindível para uma boa
adquirir bons livros, já que, na tão decantada argumentação, ou seja, em situações em que a
liquidação daquela grande livraria, só havia norma culta, se impõe transgressões, podem
títulos inexpressivos. desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo
b) Os incentivos fiscais constituem uma questão desacreditar o autor.
complicada, pois segundo alguns, a iniciativa d) O padrão culto do idioma, além de ser uma
privada recebe benefícios onde a contrapartida espécie de marca de identidade constitui
em criação de empregos é insuficiente. recurso imprescindível para uma boa
c) Naquele editorial da revista não ficou claro a argumentação; ou seja: em situações em que a
posição do mesmo, seja porque o editorialista norma culta se impõe, transgressões podem
de fato não o desejasse, ou então porque a desqualificar o conteúdo exposto e, até mesmo,
redação dele não o permitiu. desacreditar o autor...

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69) Assinale a única alternativa em que a (E) intensidade e modo.
expressão "porque" deve vir separada: 73. Assinale a alternativa em que os termos em
a) Em breve compreenderás porque tanta luta destaque, na frase a seguir, estão corretamente
por um motivo tão simples. substituídos pelo pronome.
b) Não compareci à reunião porque estava O dono da farmácia deverá sofrer um processo
viajando. por incitar os consumidores a beber.
c) Se o Brasil precisa do trabalho de todos é (A) sofrê-lo ... incitá-los
porque precisamos de um nacionalismo (B) sofrê-lo ... incitar-lhes
produtivo. (C) sofrer-lo ... incitar-los
d) Ainda não se descobriu o porquê de tantos (D) sofrer-lhe ... incitá-los
desentendimentos. (E) sofrer-lhe ... incitar-lhes
70) Assinale a opção correta quanto à 74. Em – ... um remédio aparentemente capaz
pontuação: de mascarar os efeitos do álcool... – os termos
a) De tempos em tempos práticas criadas para em destaque constituem uma locução adjetiva.
reduzir a degradação do meio ambiente, Indique a alternativa cuja frase também
ganham notoriedade especial. apresenta uma locução desse tipo.
b) De tempos em tempos, práticas criadas para (A) A família viajou de avião à Argentina.
reduzir a degradação do meio ambiente ganham (B) A energia produzida pela força dos ventos é
notoriedade especial. chamada de eólica.
c) De tempos em tempos práticas, criadas para (C) Ele resolveu de imediato todas as questões
reduzir a degradação do meio ambiente ganham pendentes.
notoriedade especial. (D) A secretária gosta de chantili em seu café.
d) De tempos em tempos práticas criadas, para (E) No fórum, as salas estavam cheias de gente.
reduzir a degradação do meio ambiente ganham 75. No texto, as palavras gaúcha e alcoolismo
notoriedade especial possuem hiato.
Considere o texto para responder às questões Indique a alternativa em que as duas palavras
de números 71 a 76. também possuem esse encontro vocálico.
O antibafômetro (A) Quadrado e caatinga.
O Conselho Regional de Farmácia autuou uma (B) Guaraná e leopardo.
drogaria da capital gaúcha que anunciava a (C) Toalha e saguão.
venda de um remédio aparentemente capaz de (D) Violeta e teatro.
mascarar os efeitos do álcool e enganar o (E) Moeda e guindaste.
bafômetro. Cartazes no interior da farmácia 76. Em – ... destinado a pacientes de
faziam a propaganda do medicamento. alcoolismo... – o substantivo em destaque é
Originalmente destinado a pacientes de comum de dois gêneros.
alcoolismo crônico, ele não produz os efeitos Assinale a alternativa que apresenta dois
anunciados. O dono da farmácia deverá substantivos que também são comuns de dois
responder ainda a um processo por incitar os gêneros.
consumidores a beber e dirigir, crime previsto no (A) Mártir e monstro.
Código Penal. (Revista Época, 06.10.2008. (B) Carrasco e sósia.
Adaptado) (C) Xereta e intérprete.
71. Em – Cartazes no interior da farmácia (D) Criatura e piloto.
faziam a propaganda do medicamento – o verbo (E) Ídolo e cônjuge.
em destaque está conjugado no 77. Assinale a frase correta quanto ao emprego
(A) pretérito perfeito, pois apresenta um fato do gênero dos substantivos.
inesperado e incomum, ocorrido uma única vez. (A) A perda das esperanças provocou uma
(B) pretérito imperfeito, pois se refere a um fato profunda dó na personagem.
que era habitual no passado. (B) O advogado não deu o ênfase necessário às
(C) pretérito mais-que-perfeito, pois indica fatos milhares de solicitações.
que aconteceram repentinamente num passado (C) Ele vestiu o pijama e sentou-se para beber
remoto. uma champanha gelada.
(D) imperfeito do subjuntivo, pois apresenta um (D) O omelete e o couve foram acompanhados
fato provável, mas dependente de algumas por doses do melhor aguardente.
circunstâncias. (E) O beliche não coube na quitinete recém-
(E) futuro do pretérito, pois se refere a um fato comprada pelos estudantes.
de futuro incerto e duvidoso. 78. Considere as frases:
72. Considere os trechos: Esta escada tem degrau irregular.
... de um remédio aparentemente capaz de O troféu vem adornado com ouro.
mascarar os efeitos do álcool... Elas estão corretamente escritas no plural na
... por incitar os consumidores a beber e dirigir, alternativa:
crime previsto no Código Penal. (A) Estas escadas têm degraus irregulares. Os
Os termos em destaque expressam, troféus vêm adornados com ouro.
respectivamente, as circunstâncias de (B) Estas escadas têm degrais irregulares. Os
(A) afirmação e meio. troféis vêm adornados com ouro.
(B) afirmação e lugar. (C) Estas escadas tem degraus irregulares. Os
(C) modo e lugar. troféus vem adornados com ouro.
(D) modo e meio.

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(D) Estas escadas tem degrais irregulares. Os IV. Em – ... que trabalha em nosso
troféis vem adornados com ouro. departamento... – o pronome em destaque é
(E) Estas escadas têm degrais irregulares. Os relativo e se refere a Marcelo.
troféus vem adornados com ouro. É correto o que se afirma em
79. Assinale a alternativa correta quanto ao (A) I e III, apenas.
emprego do gênero e do número das palavras. (B) II e III, apenas.
(A) Os portas-retratos estavam espalhados (C) III e IV, apenas.
sobre o baú. (D) I, II e IV, apenas.
(B) Toalhas laranja deverão recobrir as mesas (E) I, II, III e IV.
usadas na próxima convenção. 84. Assinale a alternativa cujos verbos
(C) A empresa escolheu os uniformes na cor preenchem, correta e respectivamente, as
azul-marinha. frases a seguir.
(D) Os assaltantes, munidos de pés-de-cabras, Se o motor do veículo .................a temperatura
invadiram o banco. alta, leve-o à oficina mecânica.
(E) As folhas de sulfite para a impressão dos Quando você .......................o motorista,
convites eram bege. informe-lhe os novos endereços do Tribunal de
80. Indique a alternativa cujas palavras Justiça.
preenchem, correta e respectivamente, as (A) manter ... ver
frases a seguir: (B) manter ... vir
............................o motorista chegou, já havia (C) manter ... viu
uma série de tarefas para ele realizar. (D) mantiver ... ver
Aquele que .......................... é caráter não (E) mantiver ... vir
progride na carreira profissional. 85. Considere as frases:
Como ele se saiu ...............................na prova I. Recomendou que era para mim esperá-lo à
prática, não conseguiu a colocação esperada. porta do cinema.
(A) Mau ... mau ... mal II. Entre mim e a sua família sempre houve
(B) Mau ... mal ... mau entrosamento.
(C) Mal ... mau ... mau III. Estes relatórios devem ser conferidos por
(D) Mal ... mau ... mal mim e por vocês.
(E) Mal ... mal ... mau O emprego do pronome mim está correto em
81. Indique a alternativa que completa a frase a (A) III, apenas.
seguir, respectivamente, com as circunstâncias (B) I e II, apenas.
de intensidade e de modo. (C) I e III, apenas.
Após o telefonema, o motorista partiu.................. (D) II e III, apenas.
(A) às 18 h com o veículo. (E) I, II e III.
(B) rapidamente ao meio-dia. Leia o texto para responder às questões de
(C) bastante alerta. números 86 e 87.
(D) apressadamente com o caminhão. Nova lei torna airbag frontal obrigatório
(E) agora calmamente. O projeto de lei que torna o airbag frontal para
82. A alternativa em que o termo em destaque motorista e passageiro item de segurança
exerce a função de substantivo é: obrigatório em carros, camionetes e picapes,
(A) Respondeu à pergunta com um sorriso aprovado pela Câmara no mês passado, foi
amarelo. sancionado pelo presidente da República e
(B) Estava pálida, e seu rosto apresentava tons publicado ontem no .Diário Oficial” da União.
amarelos. A estimativa é que hoje de 15% a 25% dos
(C) As cortinas amarelas combinavam com o veículos vendidos no país tenham o airbag,
ambiente. índice que é menor entre os populares (5%).
(D) Marque com um traço amarelo as ruas do (Folha de S.Paulo, 20.03.2009)
mapa. 86. Entre os termos em destaque no texto, os
(E) Os amarelos de Van Gogh tornaram suas que exercem a função de adjetivo são
telas famosas. (A) frontal, passado e Oficial.
83. Considere as frases e as observações sobre (B) frontal, item e passado.
elas: (C) Oficial, ontem e índice.
Marcelo, que trabalha em nosso departamento, (D) Oficial, item e passado.
declara-se um solteirão convicto. (E) item, ontem e índice.
O avô disse à neta: Você é minha princesinha! 87. Supondo-se que um cidadão resolva
Para dona Salete, todos da vizinhança escrever ao presidente da República para
pertencem à gentalha. elogiá-lo pela sanção desse projeto, esse
I. Nos termos em destaque, o emprego do cidadão deve se dirigir ao presidente tratando-o
aumentativo e do diminutivo expressa a ideia de por
tamanho. (A) Vossa Senhoria.
II. Você é um pronome pessoal do caso reto. (B) Vossa Excelência.
III. Todos classifica-se como pronome (C) Vossa Magnificência.
indefinido, pois se refere aos seres de maneira (D) Vossa Reverendíssima.
vaga e imprecisa. (E) Vossa Eminência.

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88. Um dos pronomes de tratamento com que 11 Diante desse quadro, o médico tem o dever
as pessoas devem se dirigir a juízes de direito é de alertar a
Vossa Meritíssima. 12 população para os perigos ocultos em cada
Em sua composição, o pronome Meritíssima é remédio, sem que
um 13 necessariamente faça junto com essas
(A) adjetivo empregado em seu comparativo de advertências uma sugestão
superioridade. 14 para que os entusiastas da automedicação
(B) adjetivo empregado no superlativo relativo. passem a gastar mais
(C) adjetivo empregado no superlativo absoluto. 15 em consultas médicas. Acredito que a
(D) substantivo empregado no grau aumentativo maioria das pessoas se
sintético. 16 automedica por sugestão de amigos, leitura,
(E) substantivo empregado no grau aumentativo fascinação pelo
analítico. 17 mundo maravilhoso das drogas ''novas'' ou
89) Considerando-se o significado com que foi simplesmente para
empregada a palavra MESMO no trecho 18 tentar manter a juventude. Qualquer que seja
"Mesmo depois de pronto, o barco de esporte e a causa, os
lazer continua a gerar trabalho em marinas", 19 resultados podem ser danosos.
pode-se afirmar que ela foi empregada com 20 É comum, por exemplo, que um simples
idêntico significado na frase: resfriado ou uma
a) Um passeio de barco é agradável, mesmo 21 gripe banal leve um brasileiro a ingerir doses
com tempo chuvoso. insuficientes ou
b) A Receita Federal mesma é que vetou a 22 inadequadas de antibióticos fortíssimos,
diminuição da carga tributária. reservados para
c) Mesmo que o mar esteja agitado, o esportista 23 infecções graves e com indicação precisa.
não deixa de sair com seu barco. Quem age assim está
d) Apenas um barco chegou ao mesmo local 24 ensinando bactérias a se tornarem
onde estivera antes. resistentes a antibióticos. Um
90. Assinale a alternativa cujos verbos 25 dia, quando realmente precisar de remédio,
preenchem, correta e respectivamente, a este não funcionará.
recomendação a seguir, afixada em seção de 26 E quem não conhece aquele tipo de gripado
determinado fórum. que chega a uma
Prezados Senhores 27 farmácia e pede ao rapaz do balcão que lhe
Nós temos ...................a situações aplique uma
constrangedoras por conta do uso indevido do 28 ''bomba'' na veia, para cortar a gripe pela
celular. raiz? Com isso, poderá
Se os senhores não se .....................a agir com 29 receber na corrente sanguínea soluções de
educação e respeitar o outro, desligando o glicose, cálcio,
aparelho quando necessário, a Direção 30 vitamina C, produtos aromáticos - tudo sem
....................... tomando medidas drásticas. saber dos riscos que
Contamos com a colaboração de todos! 31 corre pela entrada súbita destes produtos na
(A) chego ... predispuserem ... interverá sua circulação.
(B) chego ... predisporem ... intervirá Dr. Geraldo Medeiros - Veja - 1995
(C) chegado ... predisporem ... interverá 91 Sobre o título dado ao texto - um arriscado
(D) chegado ... predispuserem ... intervirá esporte nacional -, a única afirmação correta é:
(E) chegado ... predisporem ... intervirá A) mostra que a automedicação é tratada como
Um arriscado esporte nacional um esporte sem riscos;
01 Os leigos sempre se medicaram por conta B) indica quais são os riscos enfrentados por
própria, já que de aqueles que se automedicam;
02 médico e louco todos temos um pouco, mas C) denuncia que a atividade esportiva favorece
esse problema jamais a automedicação;
03 adquiriu contornos tão preocupantes no D) condena a pouca seriedade daqueles que
Brasil como atualmente. consomem remédio por conta própria;
04 Qualquer farmácia conta hoje com um E) assinala que o principal motivo da
arsenal de armas de automedicação é a tentativa de manter-se a
05 guerra para combater doenças de fazer juventude.
inveja à própria indústria 92 Os leigos sempre se medicaram por conta
06 de material bélico nacional. Cerca de 40% própria,... Esta frase inicial do texto só NÃO
das vendas realizadas equivale semanticamente a:
07 pelas farmácias nas metrópoles brasileiras A) Os leigos, por conta própria, sempre se
destinam-se a pessoas medicaram;
08 que se automedicam. A indústria B) Por conta própria os leigos sempre se
farmacêutica de menor porte e medicaram;
09 importância retira 80% de seu faturamento C) Os leigos se medicaram sempre por conta
da venda ''livre'' de própria;
10 seus produtos, isto é, das vendas realizadas D) Sempre se medicaram os leigos por conta
sem receita médica. própria;

Língua Portuguesa 106


Apostilas Domínio
E) Sempre os leigos, por conta própria, se D) ...fascinação pelo mundo...;
medicaram. E) ...fazer inveja à indústria.....
93 O motivo que levou o Dr. Geraldo Medeiros a 100 Ao indicar as prováveis razões pelas quais
abordar o tema da automedicação, segundo o os brasileiros se automedicam, o Dr. Geraldo
que declara no primeiro parágrafo do texto, foi: Medeiros utiliza um argumento baseado em
A) a tradição que sempre tiveram os brasileiros opinião e não numa certeza; o segmento que
de automedicar-se; comprova essa afirmação é:
B) os lucros imensos obtidos pela indústria A) É comum...(l.20);
farmacêutica com a venda ''livre'' de remédios; B) Acredito...(l.15);
C) a maior gravidade atingida hoje pelo hábito C) ...por exemplo...(l.20);
brasileiro da automedicação; D) Com isso...(l.28);
D) a preocupação com o elevado número de E) Qualquer que...(l.18).
óbitos decorrente da automedicação; As questões de números 101 a 105 referem-se
E) aumentar o lucro dos médicos, incentivando ao texto que segue.
as consultas. Várias famílias percorrem dez ou mais
94 Um grupo de vocábulos do texto possui quilômetros com destino à Serra da Cantareira,
componentes sublinhados cuja significação é mais precisamente à Chácara do Frade, com
indicada a seguir; o único item em que essa seus dezessete hectares tomados por alface,
indicação está ERRADA é: rúcula, pepino, cenoura e dezenas de outras
A) bélico - guerra; hortaliças. As pessoas caminham entre os
B) metrópoles - cidade; canteiros, trocam informações sobre o plantio,
C) antibióticos - vida; escolhem o que comprar e levam produtos
D) glicose - açúcar; fresquinhos, jamais "batizados" por agrotóxicos.
E) cálcio - osso. Cada vez mais hortas instaladas perto da capital
95 O item em que o segmento sublinhado tem estão abrindo suas portas aos visitantes. O
forma equivalente corretamente indicada é: proprietário, José Frade, lucra com a venda
A) ...já que de médico e louco todos temos um direta. O consumidor, por sua vez, garante a
pouco. - uma vez que; qualidade do que está comendo. Na Europa,
B) ...vendas realizadas pelas farmácias... - entre isso é muito comum. Desde a Idade Média,
as; durante a época da colheita, as plantações dos
C) ...sem que necessariamente faça junto com vilarejos vizinhos às cidades se transformam em
essas advertências... - embora; verdadeiras feiras livres. Por aqui, a onda está
D) ...para que os entusiastas da apenas começando. Num raio de cem
automedicação... - afim; quilômetros da capital já existem pelo menos
E) Quem age assim está ensinando bactérias... nove sítios e chácaras que trabalham nesse
- mal. sistema.
96 ...jamais adquiriu contornos tão preocupantes 101. Considere as seguintes afirmações:
no Brasil como atualmente; ...sem que I. Muitos consumidores das cercanias de São
necessariamente faça junto com essas Paulo passaram a cultivar hortas domésticas,
advertências...; ...quando realmente precisar de em que podem colher verduras não
remédio...; os advérbios sublinhados indicam, contaminadas.
respectivamente: II. Um hábito da Idade Média inspirou várias
A) tempo, modo, afirmação; famílias que, morando nas cercanias da Serra
B) tempo, modo, tempo; da Cantareira, resolveram fazer das hortas
C) tempo, tempo, tempo; comunitárias autênticas feiras livres
D) modo, tempo, modo; III. A venda de hortaliças diretamente do
E) modo, modo, afirmação. produtor para o consumidor traz, para aquele,
97 O item em que o par de palavras NÃO está vantagens financeiras e, para este, a garantia
acentuado em função da mesma regra de produtos mais saudáveis.
ortográfica é: Em relação ao texto, está correto SOMENTE o
A) própria / advertências; que se afirma em
B) farmácia / bactérias; (A) I.
C) indústria / cálcio; (B) II.
D) importância / raízes; (C) III.
E) remédio / circunstância. (D) I e II.
98 Palavra que NÃO pertence ao mesmo campo (E) II e III.
semântico das demais é: 102. São grandes as vantagens que ....., da
A) arsenal; compra direta de hortaliças (ou dos ...... , em
B) armas; geral); sabem disso aqueles que já se ...... e
C) guerra; pensaram nos males dos agrotóxicos.
D) combater; Completam corretamente as lacunas do período
E) inveja. acima:
99 Termo sublinhado que exerce função (A) adviriam - hortifrutigranjeiros - detiveram
diferente dos demais é: (B) adveriam - hortifrutigranjeiros - detiveram
A) ...venda de seus produtos...; (C) adviriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram
B) ...dever de alertar...; (D) adveriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram
C) ...sugestão de amigos...; (E) adviriam - hortifrutigranjeiros - deteram

Língua Portuguesa 107


Apostilas Domínio
103. A frase corretamente construída é: 107. Indique o período cuja pontuação está
(A) Alface, rúcula, pepino e outros legumes inteiramente correta.
espalham-se, aos dezessete hectares na (A) Há muito, vêm caindo os salários dos
Chácara do Frade. professores das universidades públicas, estes
(B) As pessoas preferem os legumes de cujo desanimados fazem greve ou, as trocam pelas
risco de agrotóxicos seja evitado. instituições privadas.
(C) Foi na Idade Média onde começou a surgir a (B) Há muito vêm caindo os salários, dos
venda direta do plantio ao consumidor. professores das universidades públicas estes
(D) Os agrotóxicos, com que estão desanimados, fazem greve ou as trocam, pelas
contaminados os legumes nos supermercados, instituições privadas.
são evitados pelo produtor José Frade. (C) Há muito, vêm caindo, os salários dos
(E) Comprar hortaliças do próprio produtor é professores das universidades públicas; estes
uma providência de que muitas pessoas já desanimados fazem greve, ou as trocam pelas
começaram a se habituar. instituições privadas.
104. Transpondo para a voz passiva a frase (D) Há muito vêm caindo os salários dos
"Estão abrindo suas portas aos visitantes", a professores das universidades públicas; estes,
forma verbal resultante será ..... . desanimados, fazem greve ou as trocam pelas
(A) serão abertas instituições privadas.
(B) são abertas (E) Há muito vêm caindo, os salários dos
(C) têm sido abertas professores, das universidades públicas; estes,
(D) têm aberto desanimados, fazem greve, ou: as trocam pelas
(E) estão sendo abertas instituições privadas.
105. Na Chácara do Frade, as pessoas olham As questões de números 108 a 112 referem-se
os canteiros e percorrem os canteiros ao texto que segue.
informando-se sobre o que está plantado nos Os velhos das cidadezinhas do interior parecem
canteiros. muito mais plenamente velhos que os das
Eliminam-se as repetições viciosas da frase metrópoles. Não se trata da idade real de uns e
acima substituindo-se corretamente os termos outros, que pode até ser e mesma, mas dos
sublinhados por: tempos distintos que eles parecem habitar Na
(A) percorrem eles - lhes está plantado agitação dos grandes centros, até mesmo a
(B) os percorrem - neles está plantado velhice parece ainda estar integrada na correria,
(C) percorrem-lhes - neles está plantado os velhos guardam alguma ansiedade no olhar,
(D) os percorrem - está plantado-lhes nos modos, na lentidão aflita de quem se sente
(E) percorrem-lhes - lhes está plantado fora do compasso. Na calmaria das cidades
As questões de números 106 e 107 referem-se pequeninas, é como se a velhice de cada um
ao texto que segue. reafirmasse a que vem das montanhas e dos
É grave o quadro anual do ensino superior. A horizontes, velhice quase eterna, pousada no
greve de professores paralisa boa parte das tempo.
universidades federais. As universidades Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos:
públicas estão amargando uma espécie de aquele chapéu de feltro manchado, aquelas
êxodo de seus melhores profissionais. Têm largas calças de brim cáqui incontavelmente
cada vez menos condições de competir com os lavadas. aquele puído dos punhos de camisas já
salários pagos pelas instituições privadas. sem cor . tudo combina admiravelmente com a
106. Indique o período que resume, de forma enorme jaqueira do quintal, com a generosa
clara e exata, as informações do texto, e que figueira da praça, com as teias no campanário
não apresenta incorreção gramatical alguma. da igreja. E os hábitos? Pica-se o fumo de
(A) Devido a pagarem mal os professores, estão corda, lentamente, com um canivete herdado do
havendo greves nas universidades federais, em século passado, enquanto a conversa mole se
que os melhores profissionais procuram as desenrola sem pressa e sem destino.
instituições privadas. Na cidade grande. há um quadro que se repete
(B) Os professores do ensino superior oficial mil vezes ao dia, e que talvez já diga tudo: o
estão fazendo greve, ou mesmo êxodo para as velhinho, no cruzamento perigoso, decide-se,
particulares, já que seus salários não são enfim, a atravessar a avenida, e o faz com
competitivos. aflição, um braço estendido em sinal de pare
(C) Como os salários que pagam estão cada aos motoristas apressados, enquanto amiúda o
vez mais baixos, as universidades públicas que pode o próprio passo. Parece suplicar ao
estão sofrendo greves e o êxodo de seus tempo que diminua seu ritmo, que lhe dê a
melhores professores. oportunidade de contemplar mais
(D) As universidades particulares atraem os demoradamente os ponteiros invisíveis dos dias
professores das oficiais, em virtude dos salários passados, e de sondar com calma, nas nuvens
que pagam, e que chegam a provocarem mais altas, o sentido de sua própria história.
greves. Há, pois, velhices e velhices . até que chegue o
(E) Há êxodo ou greve dos professores das dia em que ninguém mais tenha tempo para de
universidades federais para as particulares, fato envelhecer. Celso de Oliveira
onde os salários as tornam muito mais 108. A frase "Os velhos das cidadezinhas do
competitivas. interior parecem muito mais plenamente velhos
que os das metrópoles" constitui uma

Língua Portuguesa 108


Apostilas Domínio
(A) impressão que o autor sustenta ao longo do (C) "fora do compasso" = num distinto
texto, por meio de comparações. andamento.
(B) impressão passageira, que o autor relativiza (D) "a conversa mole se desenrola" = a
ao longo do texto. explanação é detalhada.
(C) falsa hipótese, que a argumentação do autor (E) "amiúda o que pode o próprio passo" = deve
demolirá. desacelerar suas passadas.
(D) previsão feita pelo autor, a partir de As questões de números 113 a 125 referem-se
observações feitas nas grandes e nas pequenas ao texto que segue.
cidades. No inicio do século XX a afeição pelo campo era
(E) opinião do autor, para quem a velhice é mais uma característica comum a muitos ingleses. Já
opressiva nas cidadezinhas que nas metrópoles. no final do século XVIII, dera origem ao
109. Considere as seguintes afirmações: sentimento de saudade de casa tão
I. Também nas roupas dos velhinhos característico dos viajantes ingleses no exterior,
interioranos as marcas do tempo parecem mais como William Beckford, no leito de seu quarto
antigas. de hotel português, em 1787, "assediado a noite
II. Na cidade grande, a velhice parece toda por ideias rurais da Inglaterra." À medida
indiferente à agitação geral. que as fábricas se multiplicavam, a nostalgia do
III. O autor interpreta de modo simbólico o gesto morador da cidade refletia-se em seu pequeno
que fazem os velhinhos nos cruzamentos. jardim, nos animais de estimação, nas férias
Em relação ao texto, está carreta o que se passadas na Escócia, ou no Distrito dos Lagos,
afirma SOMENTE em no gosto pelas flores silvestres e a observação
(A) I. de pássaros, e no sonho com um chalé de fim
(B) II. de semana no campo. Hoje em dia, ela pode ser
(C) III. observada na popularidade que se conserva
(D) I e III. daqueles autores conscientemente "rurais" que,
(E) II e III. do século XVII ao XX, sustentaram o mito de
110. Indique a afirmação INCORRETA em uma arcádia campestre.
relação ao texto. Em alguns ingleses, no historiador G.M.
(A) Roupas, canivetes, árvores e campanário Trevelyan, por exemplo, o amor pela natureza
são aqui utilizados como marcas da velhice. selvagem foi muito além desses anseios
(B) O autor julga que, nas cidadezinhas vagamente rurais. Lamentava, em um dos seus
interioranas, a vida é bem mais longa que nos textos mais eloquentes, de 1931, a destruição
grandes centros. da Inglaterra rural e proclamava a importância
(C) Hábitos como o de picar fumo de corda do cenário da natureza para a vida espiritual do
denotam relações com o tempo que já não homem. Sustentava que até o final do século
existem nas metrópoles. XVIII as obras do homem apenas se somavam
(D) O que um velhinho da cidade grande parece às belezas da natureza; depois, dizia, tinha sido
suplicar é que lhe seja concedido um ritmo de rápida a deterioração. A beleza não mais era
vida compatível com sua idade. produzida pelas circunstâncias econômicas
(E) O autor sugere que, nas cidadezinhas comuns e só restava, como esperança, a
interioranas, a velhice parece harmonizar-se conservação do que ainda não fora destruído.
com a própria natureza. Defendia que as terras adquiridas pelo
111. O sentido do último parágrafo do texto Patrimônio Nacional, a maioria completamente
deve ser assim entendido. inculta, deveriam ser mantidas assim.
(A) Do jeito que as coisas estão, os velhos Há apenas poucos séculos, a mera ideia de
parecem não ter qualquer importância. resistir à agricultura, ao invés de estimulá-la,
(B) Tudo leva a crer que os velhos serão cada pareceria ininteligível. Como teria progredido a
vez mais escassos, dado o atropelo da vida civilização sem a limpeza das florestas, o cultivo
moderna. do solo e a conversão da paisagem agreste em
(C) O prestígio do que é novo é tão grande que terra colonizada pelo homem? A tarefa do
já ninguém repara na existência dos velhos. homem, nas palavras do Gênesis, era "encher a
terra e submetê-la". A agricultura estava para a
(D) A velhice nas cidadezinhas do interior é tão terra como o cozimento para a carne crua.
harmoniosa que um dia ninguém mais sentirá o Convertia natureza em cultura. Terra não
próprio envelhecimento. cultivada significava homens incultos. E quando
(E) No ritmo em que as coisas vão, a própria os ingleses seiscentistas mudaram-se para
velhice talvez não venha a ter tempo para tomar Massachusetts, parte de sua argumentação em
consciência de si mesma. defesa da ocupação dos territórios indígenas foi
112. Indique a alternativa em que se traduz que aqueles que por si mesmos não submetiam
corretamente o sentido de uma expressão do e cultivavam a terra não tinham direito de
texto, considerado o contexto impedir que outros o fizessem.
(A) "parecem muito mais plenamente velhos" = 113. Ao mencionar, no primeiro parágrafo do
dão a impressão de se ressentirem mais dos texto, a inclinação dos ingleses pelo espaço
males da velhice. rural, o autor
(B) "guardam alguma ansiedade no olhar = seus (A) busca enfatizar o que ocorre no século XX,
olhos revelam poucas expectativas. em que a afeição pelo campo lhe parece ser
realmente mais genuína.

Língua Portuguesa 109


Apostilas Domínio
(B) a caracteriza em diferentes momentos (A) Infere-se do texto que as palavras do
históricos, tomando como referência distintas Gênesis foram entendidas por muitos como
situações em que ela se manifesta. estímulo a derrubar matas, lavrar o solo,
(C) cita costumes do povo inglês destruídos pela eliminar predadores, matar insetos nocivos,
aceleração do crescimento das fábricas, causa arrancar parasitas, drenar pântanos.
de sua impossibilidade de volta periódica ao (B) O paralelo estabelecido entre o cultivo da
campo. terra e o cozimento dos alimentos é feito para se
(D) refere autores que procuraram pôr em evidência a ação do homem sobre a
conscientemente manter sua popularidade natureza.
explorando temas "rurais" para mostrar como se (C) O texto mostra que o amor pela natureza
criou o mito de um paraíso campestre. selvagem está na base da relação que se
(E) particulariza o espaço estrangeiro visitado estabelece entre cultivo da terra e civilização.
pelos ingleses - Portugal - para esclarecer o que (D) O texto mostra que o amor à natureza
os indivíduos buscavam e não podia ser selvagem, considerado como barbárie, permitiu
encontrado na sua pátria. que certos povos se dessem o direito de
114. Leia com atenção as afirmações abaixo apoderar-se dela.
sobre o segundo parágrafo do texto. (E) O Gênesis foi citado no texto porque o
I. Em confronto com o primeiro parágrafo, o crédito dado às palavras bíblicas explicaria o
autor apresenta um outro matiz da relação do desejo humano de transformar a natureza
espírito inglês com o espaço rural. selvagem pensando no bem-estar do homem.
II. O autor assinala os pontos mais relevantes 118. Assinale a alternativa que apresenta ERRO
referidos por G.M. Trevelyan para comprovar a de concordância.
ideia universalmente aceita de que o contato (A) Não que os esteja considerando inválido,
com a natureza é importante para o espírito. mas o professor gostaria de conhecer os
III. O historiador inglês revela pessimismo, a estudos de que se retirou os dados
cujos fundamentos ele não faz nenhuma mencionados no texto.
referência no texto. (B) Segundo alguns teóricos, deve ser evitada, o
São corretas: mais possível, a agricultura em regiões de
(A) I, somente. floresta; são áreas tidas como adequadas à
(B) III, somente. preservação de espécies em vias de extinção.
(C) I e III, somente. (C) Existem com certeza, ainda hoje, pessoas
(D) II e III, somente. que defendem o cultivo incondicional da terra,
(E) I, II e III. assim como deve haver muitos que condenam
115. As indagações presentes no terceiro qualquer alteração da paisagem natural, por
parágrafo representam, no texto, menor que seja.
(A) pontos relevantes sobre os quais a (D) Nem sempre são suficientes dados
humanidade ainda não refletiu. estatisticamente comprovados para que as
(B) perguntas que historiadores faziam, ás pessoas se convençam da necessidade de
pessoas para convence-las da importância do repensarem suas convicções, trate-se de
culto a natureza assuntos polêmicos ou não.
(C) os pontos mais discutidos quando se falava (E) Faz séculos que filósofos discutem as
do progresso na Inglaterra, terra da afeição pelo relações ideais entre os homens e a natureza,
campo. questão que nem sempre lhes parece passível
(D) questões possivelmente levantadas pelos de consenso.
que procurassem entender a razão de muitas 119. Assinale a alternativa que NÃO apresenta
pessoas não considerarem a agricultura um erro algum de concordância.
bem em si. (A) Já há muito tempo tinha sido feito por
(E) aspectos importantes sobre a relação entre importante estudioso previsões pessimistas
a natureza e o homem, úteis como argumentos quanto ao destino das áreas rurais na Inglaterra,
a favor da ideia defendida por Trevelyan. mas muitos não as consideraram.
116. No último parágrafo do texto, o comentário (B) Às vazes não basta alguns comentários
sobre os ingleses seiscentistas foi feito como sobre a importância do cenário da natureza para
(A) denúncia dos falsos argumentos utilizados a vida espiritual do homem no sentido de que se
por aqueles que ocupam territórios indígenas tentem evitar mais prejuízos ao meio ambiente.
(B) exemplo do caráter pioneiro dos ingleses na (C) Certos argumentos de G.M. Trevelyan
tarefa de colonização do território americano. tornaram vulnerável certas visões acerca do
(C) maneira de evidenciar a árdua tarefa dos modo como deveriam ser tratadas terras
que acreditavam na força da agricultura para o incultas.
progresso da civilização. (D) Segundo o que se diz no texto, os ingleses
(D) confirmação de que terras incultas são havia de terem se preocupado com a
entraves que, há séculos, subtraem ao homem legitimação de sua tarefa de ocupação dos
o direito de progredir. territórios indígenas.
(E) comprovação de que, há poucos séculos, o (E) Quaisquer que sejam os rumos das cidades
cultivo da terra era entendido como sinônimo de contemporâneas, sempre haverá os que
civilização. lamentarão a perda da vida em contato direto
117. Assinale a afirmação INCORRETA. com a natureza.

Língua Portuguesa 110


Apostilas Domínio
120. Assinale a alternativa em que há regência (B) Muitos escritores ingleses, cujos textos são
INCORRETA. até hoje bastante populares, sustentaram-lhe
(A) O empenho com que G.M. Trevelyan também durante séculos.
dedicou-se à sua causa foi reconhecido por (C) Muitos escritores ingleses, cujos os textos
outros, principalmente pelo autor do texto. são até hoje bastante populares, sustentaram-
(B) A crise em que passa a civilização no também durante séculos.
contemporânea é visível em muitos aspectos, (D) Muitos escritores ingleses, cujos textos são
inclusive na relação do homem com a natureza até hoje bastante populares, sustentaram-no
selvagem. também durante séculos.
(C) O homem sempre esteve disposto a dialogar (E) Muitos escritores ingleses, que os textos
com a natureza, mas esse diálogo nem sempre deles são até hoje bastante populares,
se deu segundo os mesmos interesses ao longo sustentaram-lhe também durante séculos.
dos séculos. 124. Leia com atenção as frases que se
(D) Muitos consideram ofensivo à natureza seguem.
considerá-la como algo à disposição das I. Iniciou-se a luta pela conservação da natureza
necessidades humanas. ainda não deteriorada pelo homem.
(E) Acompanhar a relação do ser humano com o II. Durante séculos a atividade humana
campo através dos séculos propicia ao complementou as belezas naturais.
estudioso observar situações de que o homem III. Chegou o tempo em que a atividade humana
nem sempre pode orgulhar-se. começou a degradar as belezas naturais.
121. Assinale a alternativa em que há ERRO de Assinale a alternativa em que as frases acima
flexão verbal e/ou nominal estão em correta relação lógica, de acordo com
(A) Receemos pelo futuro, dizem alguns o texto.
especialistas, pois, afirmam eles, se os cidadãos (A) Chegou o tempo em que a atividade humana
não detiverem a deterioração ambiental, a começou a degradar as belezas naturais,
humanidade corre sérios riscos. mesmo tendo acontecido de, antes,
(B) Crêem certos estudiosos que convém complementá-las, logo que se iniciou a luta pela
estudar profunda e seriamente o progresso da conservação da natureza ainda não deteriorada
civilização quando ele implica destruir o que a pelo homem.
natureza levou milhões de anos para (B) Iniciou-se a luta pela conservação da
sedimentar. natureza ainda não deteriorada pelo homem,
(C) Quando, na década de 30, o historiador quando ocorreu o tempo de a atividade humana
inglês interviu na discussão sobre o tratamento começar a degradar as belezas naturais, visto
dispensado às terras adquiridas pelo Patrimônio que, durante séculos, a atividade humana
Nacional, muitos não contiveram seu complementou as belezas naturais.
desagrado. (C) Assim que chegou o tempo de a atividade
(D) Dizem alguns observadores que, quando as humana começar a degradar as belezas
pessoas virem o que resta da natureza sem as naturais, iniciou-se a luta pela conservação da
marcas predatórias do homem, elas próprias natureza ainda não deteriorada pelo homem, à
buscarão frear as atividades consideradas proporção que, durante séculos, a atividade
negativas para o meio ambiente. humana complementou as belezas naturais.
(E) Elementos da natureza são verdadeiros (D) Iniciou-se a luta pela conservação da
artesãos de obras-primas; se os homens as natureza ainda não deteriorada pelo homem,
desfizerem, estarão cometendo crime contra a embora a atividade humana tivesse, durante
humanidade. séculos, complementado as belezas naturais,
122. No segundo período do primeiro parágrafo, quando chegou o tempo de degradá-las.
a forma verbal "dera" pode ser substituída pela (E) Apesar de, durante séculos, a atividade
forma correspondente humana ter complementado as belezas naturais,
(A) haveria dado. chegou o tempo em que ela começou a
(B) havia dado. degradá-las, por isso iniciou-se a luta pela
(C) teria dado. conservação da natureza ainda não deteriorada
(D) havia sido dado. pelo homem.
(E) tinha sido dado. 125. As frases abaixo, tiradas do texto,
123. Do século XVII ao XXX circulou na Europa, apresentam alterações em sua pontuação
com bastante intensidade, o mito de uma original. Assinale a alternativa em que a
arcádia campestre. alteração acarretou frase pontuada de maneira
Muitos escritores ingleses sustentaram também INCORRETA.
esse mito durante séculos; os textos desses (A) Hoje em dia ela pode ser observada na
autores ingleses são até hoje bastante popularidade, que se conserva daqueles autores
populares. conscientemente "rurais" que do século XVII ao
Reescrevendo-se o segundo período e XX, sustentaram o mito de uma arcádia
substituindo-se os termos grifados acima por campestre.
pronomes correspondentes, obtém-se (B) Em alguns ingleses . no historiador G.M.
corretamente: Trevelyan, por exemplo ., o amor pela natureza
(A) Muitos escritores ingleses, os quais textos selvagem foi muito além desses anseios
são até hoje bastante populares, o sustentaram vagamente rurais.
também durante séculos.

Língua Portuguesa 111


Apostilas Domínio
(C) Sustentava que, até o final do século XVIII, (E)) Ou seja, teoricamente, quem está abaixo da
as obras do homem apenas se somavam às linha de indigência não conseguiria sequer
belezas da natureza; depois, dizia, tinha sido sobreviver por vale dizer.
rápida a deterioração. 129. Justificam-se inteiramente ambas as
(D) A beleza não mais era produzida pelas ocorrências do sinal de crase em:
circunstâncias econômicas comuns e só restava (A) Os que têm pleno acesso àquilo que oferece
como esperança a conservação do que ainda a cesta de bens e serviços devem considerar-se
não fora destruído. à margem da pobreza.
(E) E quando os ingleses seiscentistas (B) Quem atribui um valor monetário à essa
mudaram-se para Massachusetts, parte de sua cesta de bens e serviços está-se habilitando à
argumentação em defesa da ocupação dos definir uma linha de pobreza.
territórios indígenas foi que aqueles que, por si (C) Não falta, à maioria das pessoas, uma
mesmos, não submetiam e cultivavam a terra definição de pobreza; o que falta à uma boa
não tinham direito de impedir que outros o definição é o rigor de um bom critério.
fizessem. (D) Há quem recrimine à cultura da
126. A cesta de bens inclui, nesse caso, apenas subsistência, imputando-lhe à responsabilidade
os alimentos mínimos necessários para que a pelo mascaramento da real situação de miséria
pessoa permaneça viva, de acordo com os de muitos brasileiros.
padrões da Organização Mundial da Saúde. (E) Os que têm proventos inferiores à quantia
A redação desse período do texto deve ser necessária para a aquisição dessa cesta deixam
aprimorada, pois de atender à todas as suas necessidades
I. a expressão nesse caso tem sentido obscuro, básicas.
já que o contexto do último parágrafo não 130. Estão corretamente grafadas todas as
permite saber de que caso se trata. palavras da frase:
II. a expressão de acordo com os padrões da (A) Não devem prevalescer nossas intuições ou
Organização Mundial da Saúde tem dupla percepções mais imediatas, mas apenas os
leitura, pois tanto pode se referir a permaneça critérios mais objetivos, quando se trata de
viva quanto a alimentos mínimos necessários. formular alguma precisa definição.
III. A proximidade entre termos inclui e apenas (B)) A todos os que apenas subsistem, como é o
gera uma contradição que prejudica o sentido caso de quem vive da mendicância, negam-se
da frase. os direitos da cidadania, ao passo que para uns
É correto SOMENTE o que se afirma em poucos reservam-se todos os privilégios.
(A) I. (C) Não se constitue uma sociedade
(B)) II. verdadeiramente democrática enquanto não
(C) III. venham a incluir-se nela aqueles que, já a
(D) I e II. séculos, vivem mais do sistema de favor que de
(E) II e III. um trabalho digno.
127. Estão corretos o emprego e a flexão dos (D) Os que alferem lucros excessivos na
verbos na seguinte frase: exploração do trabalho alheio também devem
(A) Quando eles virem a receber o suficiente ser responsabilizados pelo contingente de
para a aquisição desses bens e serviços, situar- infelizes que estão abaixo da linha de pobreza.
se-ão acima da linha de pobreza. (E) Deve-se à inépsia ou à má fé de sucessivos
(B) Quem se provém apenas do estritamente governos, que descuraram a implementação de
necessário para não morrer de fome inclui-se na medidas de caráter social, o fato de que
chamada linha de indigência. continua crescendo o número de pobres e
(C) Se alguém se contrapor a esse método de indigentes em nosso país.
quantificação dos pobres, os acadêmicos Leia o texto e responda às questões de
refutarão demonstrando o rigor de seus critérios. números 131 a 140
(D)) Caso tal metodologia não conviesse aos As vendas de produtos piratas no Brasil em
acadêmicos, eles tê-la-iam abandonado e 2007 significaram uma perda de R$ 18,6 bilhões
substituído por outra. em impostos nos 12 meses encerrados em
(E) Os acadêmicos há muito comporam uma setembro de 2008, levando-se em conta apenas
cesta de bens e serviços em cujo valor sete setores da indústria nacional.
monetário se baseiam para fixar a linha de As estimativas são da pesquisa .O impacto da
pobreza. pirataria no setor de consumo no Brasil.,
128. Pode-se, corretamente, e sem prejuízo divulgada pela Associação Nacional para
para o sentido do contexto, substituir o elemento Garantia dos Direitos Intelectuais (Angardi) e
sublinhado na frase pelo Conselho Empresarial Brasil - Estados
(A) Para que a discussão possa ser feita em Unidos.
bases mais sólidas por desde que. .Discutíamos em 2007 R$ 40 bilhões da CPMF.
(B) Embora suficientes para conversas informais Só essa perda significa metade do que se
sobre o assunto por uma vez. estimava para a CPMF em 2008. É um número
(C) A cesta de bens inclui, nesse caso, apenas muito grande., frisou Solange Mata Machado,
os alimentos necessários para que a pessoa representante no Brasil do Conselho
permaneça viva por mesmo assim. Empresarial Brasil - Estados Unidos.
(D) A maioria diria que os pobres são aqueles Além da menor arrecadação de impostos, há
que ganham mal por os mesmos. também a perda de receita da indústria, que

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chegou a R$ 62,4 bilhões considerando apenas (D) Conforme
os setores de tênis, roupas e brinquedos. (E) Embora
Quando entram na conta relógios, perfumes e 134. No trecho do último parágrafo – Em
cosméticos, jogos eletrônicos e peças para contrapartida, os argumentos de que o comércio
motos, as perdas podem ter atingido R$ 93,1 ilegal pode fomentar a violência e o crime
bilhões. organizado costumam, segundo a enquete,
A despeito da significativa perda de arrecadação contribuir para que os brasileiros deixem de
e do prejuízo estimado para a indústria, a comprar produtos piratas. – o verbo fomentar
estimativa é de que em 2008 o consumo de tem sentido equivalente a
produtos piratas nas três categorias (A) aferir.
pesquisadas (tênis, roupas e brinquedos) seja (B) delatar.
de R$ 15,609 bilhões, contra R$ 25,175 bilhões (C) arrefecer.
no ano anterior. (D) defraudar.
Para Solange, isso é reflexo direto da ação do (E) fustigar.
governo contra a pirataria e o contrabando. Em 135. No penúltimo parágrafo – Além disso, a
2008, segundo a enquete, foram apreendidos pesquisa salienta que houve também uma
mais de R$ 1 bilhão em mercadorias, recorde na mudança de rumo nos hábitos da população,
história do país. Além disso, a pesquisa salienta principalmente de baixa renda, que consumiu
que houve também uma mudança de rumo nos menos produtos piratas. – a expressão em
hábitos da população, principalmente de baixa destaque pode ser substituída, sem alterar o
renda, que consumiu menos produtos piratas. sentido do trecho, por
Em termos da demanda, Solange explica que o (A) inversão de valores.
público não é sensível às perdas de (B) troca de papéis.
arrecadação, aos prejuízos da indústria ou ao (C) retratação pública.
potencial de corrupção existente no sistema de (D) nova orientação.
distribuição e vendas de produtos piratas ou (E) revolução dogmática.
contrabandeados. Em contrapartida, os 136. Atendo-se apenas às regras de regência
argumentos de que o comércio ilegal pode verbal e/ou nominal, a expressão em destaque
fomentar a violência e o crime organizado no trecho – Em termos da demanda, Solange
costumam, segundo a enquete, contribuir para explica que o público não é sensível às perdas
que os brasileiros deixem de comprar produtos de arrecadação, aos prejuízos da indústria ou
piratas. (Rafael Rosas, Valor Online, ao potencial de corrupção existente no sistema
10.11.2008. Adaptado) de distribuição e vendas de produtos piratas ou
131. De acordo com o texto, contrabandeados. – pode ser corretamente
(A) estima-se um crescimento do impacto da substituída, sem alteração do restante da
pirataria sobre a economia brasileira. estrutura da frase, por
(B) o governo brasileiro adotou medidas mais (A) despreza.
eficazes no combate à pirataria em 2008. (B) desconsidera.
(C) o aumento da violência em 2008 está (C) é alienado.
diretamente ligado ao aumento da pirataria. (D) é indiferente.
(D) o impacto da pirataria na arrecadação de (E) é desinteressado.
2007 foi inferior ao que se esperava. 137. Assinale a frase correta quanto ao
(E) o prejuízo da pirataria sobre as finanças emprego do acento indicador de crase.
públicas excedeu ao impacto no setor privado. (A) O título atribuído à esta pesquisa foi .O
132. Conforme o texto, pode-se inferir que os impacto da pirataria no setor de consumo no
brasileiros tendem a se convencer do caráter Brasil..
negativo da pirataria (B) As vendas de produtos piratas equivaleram
(A) quando se apela para seu senso de ética e à uma perda de R$ 18,6 bilhões em impostos.
justiça. (C) A pesquisa vincula-se à Associação
(B) ao refletirem sobre seu impacto na Nacional para Garantia dos Direitos Intelectuais
economia. (Angardi).
(C) ao se sentirem ameaçados por suas (D) As somas se elevam à aproximadamente R$
ramificações. 93 bilhões se considerarmos outros setores da
(D) quando se sentem explorados por indústria.
vendedores corruptos. (E) Alguns argumentos tendem à funcionar mais
(E) pois entendem que os danos ao governo que outros para dissuadir os brasileiros da
afetam a população. compra de produtos piratas.
133. Observe o trecho do segundo parágrafo: – 138. Considerando as regras de concordância
Discutíamos em 2007 R$ 40 bilhões da CPMF. na voz passiva, assinale a frase correta.
Só essa perda significa metade do que se (A) Divulgou-se, recentemente, a análise de
estimava para a CPMF em 2008. ......................é alguns números relacionados ao impacto da
um número muito grande. – A conjunção pirataria no Brasil.
adequada para estabelecer a relação entre as (B) Uma perda de R$ 18,6 bilhões em impostos
idéias das frases é: foram causados pelas vendas de produtos
(A) Contudo piratas no Brasil.
(B) Portanto
(C) Todavia

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(C) Também deve ser levado em conta, além da Essa contradição é uma das marcas da vida
menor arrecadação de impostos, a perda de nacional – e provavelmente se verifica, em
receita da indústria. graus variados, em outros países. Cabe à lei o
(D) Se for considerado apenas os setores de papel de conter as inclinações pessoais.
tênis, roupas e brinquedos, a perda da indústria Deixadas à vontade, elas corroem a
chega a R$ 62,4 bilhões. possibilidade de uma nação percorrer o longo
(E) Consumiu-se menos produtos piratas em caminho civilizatório. (Folha de S.Paulo,
2008. 06.11.2008)
139. Assinale a frase em que o pronome está 141. De acordo com o autor, os resultados da
posicionado corretamente. pesquisa sobre ética não são animadores
(A) Muitos não preocupam-se com a pirataria no porque
Brasil. (A) os valores éticos têm atingido os cidadãos
(B) A verdade é que tornou-se um hábito para comuns e não os servidores públicos.
muitos. (B) poucos não sabem o que seja ética, e
(C) Ainda espera-se reduzir a pirataria no Brasil. muitos a têm nas suas práticas cotidianas.
(D) O governo tem mostrado-se atento ao (C) há uma quantidade significativa de cidadãos
problema. que não se atêm aos valores éticos.
(E) Naturalmente, a pirataria tornou-se comum (D) a quantidade de cidadãos éticos é bem
nas classes populares. menor do que a de cidadãos não-éticos.
140. Observe a pontuação nas frases: (E) o sentido do conceito é muito comum,
I. As vendas de produtos piratas no Brasil, em porque falta a sua devida divulgação.
2007, significaram uma perda de R$ 18,6 142. Entende-se por nepotismo a
bilhões em impostos nos 12 meses encerrados (A) investidura de cidadãos comuns em cargos
em setembro de 2008. públicos por meio de concurso.
II. A estimativa é de que, em 2008, o consumo (B) aprovação de parentes e amigos em
de produtos piratas nestas categorias, seja de concurso público sem favorecimento.
R$ 15,609 bilhões. (C) eliminação de parentes e amigos de
III. Além disso, a pesquisa salienta que houve empregos e de concursos públicos.
também, uma mudança de rumo nos hábitos da (D) realização de concurso público para os
população. cidadãos tornarem-se servidores.
A pontuação está correta apenas em (E) obtenção de emprego público por meio da
(A) I. indicação de parentes.
(B) II. 143. Quando se trata de nepotismo, a
(C) III. população parece
(D) I e II. (A) aceitar na vida pessoal o que condena no
(E) II e III. âmbito da vida pública.
Vícios tolerados (B) rejeitar para a vida pessoal qualquer forma
Ficam longe de animadores os resultados de de favorecimento.
uma pesquisa de opinião sobre ética realizada (C) ser coerente, pois condena para a vida
pela Universidade de Brasília entre cidadãos de pessoal o que condena para a pública.
todo o país e também com servidores públicos (D) acreditar que a ajuda pessoal deva ser
de sete unidades federativas. Só 59% dos coibida, mas não na vida pública.
entrevistados na população geral disseram ser (E) aprovar plenamente essa prática, seja na
éticos; 26% declararam que não, e outros 13%, vida pessoal seja na pública.
às vezes. Entre servidores públicos, variam as 144. De acordo com o autor, pode-se até
cifras, mas não o panorama: 51% .éticos., 19% compreender que 32% dos servidores avaliem a
.não-éticos. e 22%, às vezes. Pode-se prática como permissível. Isso quer dizer que
argumentar, com razão, que o conceito comum ele
sobre ética é vago, quase vazio. Um terço dos (A) acredita que o nepotismo é uma forma
que já ouviram falar disso alegam não saber do legítima nas práticas sociais de um país.
que se trata. (B) entende por que os servidores aceitam o
Abstrações à parte, a consulta abrangeu nepotismo, mas não concorda com essa prática.
também situações muito presentes, como o (C) justifica a opção dos servidores pelo
nepotismo. No plano sociológico, pode-se até nepotismo, declarando-a adequada e honesta.
compreender que 32% dos servidores avaliem a (D) condena os servidores que se valem do
prática como permissível. Afinal, são seus nepotismo, embora o utilizasse em seu
maiores beneficiários: 37% obtiveram o benefício.
emprego público por indicação de parentes, (E) define o nepotismo como uma prática
políticos ou amigos, e menos da metade por necessária à organização de uma sociedade.
concurso (44%). 145. Para o autor, a popularidade do nepotismo
Bem mais inquietante é a popularidade do entre cidadãos comuns é bem mais inquietante.
nepotismo entre cidadãos comuns. Metade dos Portanto, tal situação
ouvidos afirmou que contrataria parentes para (A) é apreendida com indiferença por ele.
um cargo público, se tivessem oportunidade. A (B) aplaca a sua ansiedade.
população parece inclinar-se por chancelar, na (C) lhe traz certo desassossego.
esfera privada, o que condena na vida pública. (D) leva-o à ignorância dos fatos.
(E) sublima seu sentimento de impotência.

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146. O título – Vícios tolerados – pode ser 153. Marque o verbo que na 2ª pessoa do
entendido, quanto à ética, como uma singular, do presente do indicativo, muda para
.................... , segundo o ponto de vista "e" o "i" que apresenta na penúltima sílaba?
expresso pelo autor. a ( ) imprimir
Segundo as informações textuais, o espaço da b ( ) exprimir
frase deve ser preenchido com c ( ) tingir
(A) necessidade para a civilidade do país d ( ) frigir
(B) rotina moralmente adequada e ( ) erigir
(C) mudança comportamental aceitável 154. Indique onde há erro:
(D) transformação social inevitável a ( ) os puros-sangues simílimos
(E) permissividade social indesejável b ( ) os navios-escola utílimos
147. O sinônimo do termo chancelar, em c ( ) os guardas-mores agílimos
destaque no 3.º parágrafo, é d ( ) as águas-vivas aspérrimas
(A) evitar. e ( ) as oitavas-de-final antiqüíssimas
(B) aprovar. 155. Marque a alternativa verdadeira:
(C) recusar. a ( ) o plural de mau-caráter é maus-caráteres;
(D) engrandecer. b ( ) chamam-se epicenos os substantivos que
(E) superar. têm um só gênero gramatical para designar
Para responder às questões de números 148 e pessoas de ambos os sexos;
149, considere a informação que inicia o último c ( ) todos os substantivos terminados em -ão
parágrafo: Essa contradição é uma das marcas formam o feminino mudando o final em -ã ou -
da vida nacional... ona;
148. A expressão Essa contradição diz respeito d ( ) os substantivos terminados em -a sempre
(A) ao comportamento dos cidadãos comuns. são femininos;
(B) às formas de atuação dos servidores e ( ) são comuns de dois gêneros todos os
públicos. substantivos ou adjetivos substantivados
(C) à falta de lei para inibir as inclinações terminados em -ista.
pessoais. 156. Identifique onde há erro de regência verbal:
(D) à impossibilidade de uma nação se civilizar. a ( ) Não faça nada que seja contrário dos bons
(E) ao descaso da população com a vida princípios.
pública. b ( ) Esse produto é nocivo à saúde.
149. O antônimo de contradição é c ( ) Este livro é preferível àquele.
(A) incoerência. d ( ) Ele era suspeito de ter roubado a loja.
(B) desacordo. e ( ) Ele mostrou-se insensível a meus apelos.
(C) contestação. 157. Abaixo, há uma frase onde a regência
(D) consenso. nominal não foi obedecida. Ache-a:
(E) autenticidade. a ( ) Éramos assíduos às festas da escola.
150. O pronome elas, em destaque no último b ( ) Os diretores estavam ausentes à reunião.
parágrafo do texto, refere-se às c ( ) O jogador deu um empurrão ao árbitro.
(A) pessoas comuns. d ( ) Nossa casa ficava rente do rio.
(B) leis. e ( ) A entrega é feita no domicílio.
(C) marcas da vida nacional. 158. Marque a afirmativa incorreta sobre o uso
(D) inclinações pessoais. da vírgula:
(E) nações. a ( ) usa-se a vírgula para separar o adjunto
151. Ache o verbo que está erradamente adverbial anteposto;
conjugado no presente do subjuntivo: b ( ) a vírgula muitas vezes pode substituir a
a ( ) requera ; requeras ; requera ; requeiramos ; conjunção e;
requeirais ; requeram c ( ) a vírgula é obrigatória quando o objeto
b ( ) saúde ; saúdes ; saúde ; saudemos ; pleonástico for representado por pronome
saudeis ; saúdem oblíquo tônico;
c ( ) dê ; dês ; dê ; demos ; deis ; dêem d ( ) a presença da vírgula não implica pausa na
d ( ) pula ; pulas ; pula ; pulamos ; pulais ; pulam fala;
e ( ) frija ; frijas ; frija ; frijamos ; frijais ; frijam e ( ) nunca se deve usar a vírgula entre o sujeito
152. Assinale a alternativa falsa: e o verbo.
a ( ) o presente do subjuntivo, o imperativo 159. Marque onde há apenas um vocábulo
afirmativo e o imperativo negativo são tempos erradamente escrito:
derivados do presente do indicativo; a ( ) abóboda ; idôneo ; mantegueira ; eu quiz
b ( ) os verbos progredir e regredir são b ( ) viço ; sócio-econômico ; pexote ; hidravião
conjugados pelo modelo agredir; c ( ) hilariedade ; caçoar ; alforje ; apasiguar
c ( ) o verbo prover segue ver em todos os d ( ) alizar ; aterrizar ; óbulo ; teribintina
tempos; e ( ) chale ; umedescer ; páteo ; obceno
d ( ) a 3.ª pessoa do singular do verbo aguar, no 160. Identifique onde não ocorre a crase:
presente do subjuntivo é : ágüe ou agúe; a ( ) Não agrade às girafas com comida, diz o
e ( ) os verbos prever e rever seguem o modelo cartaz.
ver. b ( ) Isso não atende às exigências da firma.
c ( ) Sempre obedeço à sinalização.
d ( ) Só visamos à alegria.

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e ( ) Comuniquei à diretoria a minha decisão. a ( ) as orações subordinadas ou são adjetivas
161. Assinale onde não ocorre a concordância ou adverbiais;
nominal: b ( ) a preposição que introduz uma oração
a ( ) As salas ficarão tão cheias quanto possível. subordinada nunca pode ser omitida;
b ( ) Tenho bastante dúvidas. c ( ) duas orações subordinadas podem estar
c ( ) Eles leram o primeiro e segundo volumes. coordenadas entre si;
d ( ) Um e outro candidato virá. d ( ) uma oração se denomina principal porque
e ( ) Não leu nem um nem outro livro policiais. vem primeiro que as outras;
162. Marque onde o termo em destaque está e ( ) o período composto por subordinação só
erradamente empregado: pode ter duas orações.
a ( ) Elas ficaram todas machucadas. 169. Enumere a segunda coluna de acordo com
b ( ) Fiquei quite com a mensalidade. a abreviatura da forma de tratamento adequada:
c ( ) Os policiais estão alerta. ( 1 ) V.Ex.ª Rev.ma ( ) reitor de universidade
d ( ) As cartas foram entregues em mãos. ( 2 ) V.Mag.ª ( ) papa
e ( ) Neste ano, não terei férias nenhumas. ( 3 ) V.Em.ª ( ) bispo e arcebispo
163. Analise sintaticamente o termo em ( 4 ) V.S. ( ) cardeal
destaque: a()1;4;3;2d()4;2;3;1
"A marcha alegre se espalhou na avenida..." b()2;4;1;3e()2;4;3;1
a ( ) predicado c()3;4;2;1
b ( ) agente da passiva 170. Onde o pronome está erradamente
c ( ) objeto direto empregado?
d ( ) adjunto adverbial a ( ) fez + o = fê - lo
e ( ) adjunto adnominal b ( ) diríamos = di - lo - íamos
164. Marque onde o termo em destaque não c ( ) pondes + o = ponde - lo
representa a função sintática ao lado: d ( ) tem + o = tem - no
a ( ) João acordou doente. (predicado verbo- e ( ) diríeis + o = diríei – lo
nominal) 171. Que nome se dá ao termo que determina
b ( ) Mataram os meus dois gatos. (adjuntos ou indetermina o substantivo a que se refere?
adnominais) a ( ) advérbio
c ( ) Eis a encomenda que Maria enviou. b ( ) adjetivo
(adjunto adverbial) c ( ) substantivo próprio
d ( ) Vendem-se livros velhos. (sujeito) d ( ) artigo
e ( ) A idéia de José foi exposta por mim a Rosa. e ( ) pronome
(objeto indireto) 172. Marque a classificação possível dos
165. Ache a afirmativa falsa: substantivos abaixo:
a ( ) usam-se os parênteses nas indicações Europa - ferro - livraria - ramalhete
bibliográficas; a ( ) concreto - primitivo - derivado - coletivo
b ( ) usam-se as reticências para marcar, nos b ( ) abstrato - coletivo - derivado - coletivo
diálogos, a mudança de interlocutor; c ( ) comum - próprio - coletivo - primitivo
c ( ) usa-se o ponto-e-vírgula para separar d ( ) coletivo - abstrato - próprio - concreto
orações coordenadas assindéticas de maior e ( ) primitivo - próprio - comum - abstrato
extensão; 173. Indique a classificação incorreta do
d ( ) usa-se a vírgula para separar uma advérbio ou locução adverbial em destaque:
conjunção colocada no meio da oração; a ( ) Não havia ninguém por perto. (lugar)
e ( ) usa-se o travessão para isolar palavras ou b ( ) O filme, sem dúvida, será um sucesso.
frases, destacando-as. (afirmação)
166. Identifique o termo acessório da oração: c ( ) Ela caminhou depressa para o quintal.
a ( ) adjunto adverbial (intensidade)
b ( ) objeto indireto d ( ) Ele chegará mais tarde. (tempo)
c ( ) sujeito e ( ) Ela nunca saía aos sábados. (negação)
d ( ) predicado 174. Complete a frase com o adjetivo adequado:
e ( ) agente da passiva O que tem a forma de elipse é ________ .
167. Qual a afirmativa falsa sobre orações a ( ) elipsal
coordenadas? b ( ) elipsilar
a ( ) as coordenadas quando separadas por c ( ) elipsilal
vírgula, se ligam pelo sentido geral do período; d ( ) elipérico
b ( ) uma oração coordenada muitas vezes é e ( ) elíptico
sujeito ou complemento de outra; 175. Na frase: "Toda a escola poderá
c ( ) as coordenadas sindéticas subdividem-se comparecer à festa.", é verdadeiro dizer que:
de acordo com o sentido e com as conjunções a ( ) o uso ou não do artigo, antes de "escola" é
que as ligam; indiferente com relação ao sentido da frase;
d ( ) as coordenadas conclusivas encerram a b ( ) o artigo que aparece na frase é indefinido;
dedução ou conclusão de um raciocínio; c ( ) o artigo que aparece antes de "escola"
e ( ) no período composto por coordenação, as poderia ser substituído por um outro,
orações são independentes entre si quanto ao indiferentemente;
relacionamento sintático. d ( ) a frase só ficará correta quando for iniciada
168. Identifique a afirmativa verdadeira: pelo artigo da frase;

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e ( ) o artigo dá sentido de totalidade à frase. (= d ( ) saiu = verbo irregular, na 3.ª pessoa do
A escola inteira poderá comparecer à festa.) singular do pretérito perfeito do indicativo.
176. Assinale a única alternativa em que a e ( ) rapidamente = advérbio de modo.
concordância está feita segundo a norma culta: 184. Ache onde o modo da forma verbal em
a ( ) Tu e teu irmão devem partir amanhã. destaque está incorreto:
b ( ) Um de vocês deverão ficar sem vaga. a ( ) Não saia da sala! (imperativo)
c ( ) Muito me indignou sua indiferença e pouco b ( ) Espero que ele venha à reunião.
caso. (subjuntivo)
d ( ) Qual de nós sabem a direção a tomar? c ( ) Quem lhe deu essa notícia? (indicativo)
e ( ) Cada uma delas trouxeram sua d ( ) Diga-nos a sua opinião. (subjuntivo)
colaboração. e ( ) Gostaria que ele ficasse aqui. (indicativo)
177. Indique a alternativa correta quanto ao 185. Marque a alternativa onde o verbo em
emprego do pronome: destaque não se encontra no tempo e modo
a ( ) O diretor conversou com nós dois. indicados ao lado:
b ( ) Vou consigo ao teatro hoje à noite. a ( ) Se ele souber a verdade, ficará furioso.
c ( ) Esta pesquisa é para mim fazer até o final (futuro do subjuntivo)
da semana. b ( ) Não sejamos otimistas. (imperativo
d ( ) Nada de sério houve entre eu e você. negativo)
e ( ) Informa a todos que Vossa Santidade está c ( ) Espero que dessa atitude não advenha
doente. nenhuma desgraça. (presente do subjuntivo)
178. Classifique corretamente os encontros d ( ) Tenho falado muito desse assunto.
vocálicos das palavras abaixo: (gerúndio)
irmão ; saúde ; queijo ; Paraguai e ( ) Ele já estudara as lições quando os amigos
a ( ) ditongo ; ditongo ; tritongo ; tritongo chegaram. (pretérito mais-que-perfeito do
b ( ) ditongo ; hiato ; ditongo ; tritongo indicativo)
c ( ) hiato ; ditongo ; tritongo ; ditongo 186. Marque a afirmativa falsa:
d ( ) ditongo ; hiato ; tritongo ; tritongo a ( ) o infinitivo é impessoal quando não se
e ( ) hiato ; hiato ; ditongo ; ditongo refere a nenhum sujeito;
179. Ache a afirmativa falsa: b ( ) os tempos compostos são formados pelos
a ( ) num encontro consonantal, cada letra verbos auxiliares e o particípio do verbo
representa um fonema; principal;
b ( ) na palavra "creme" há um encontro c ( ) o verbo pôr e derivados pertencem à
consonantal; segunda conjugação;
c ( ) dígrafo e encontro consonantal são a d ( ) o modo indicativo expressa ordem,
mesma coisa; advertência ou pedido;
d ( ) os dígrafos podem representar consoantes e ( ) "entregado" é o particípio regular do verbo
ou vogais; "entregar".
e ( ) nem sempre ocorre a separação nos 187. Indique o erro:
encontros consonantais. a ( ) enxame é o coletivo de peixes.
180. Qual a palavra abaixo cuja formação não b ( ) alma é o substantivo concreto.
se deu por derivação prefixal? c ( ) viuvez é substantivo abstrato.
a ( ) antebraço d ( ) país é substantivo comum.
b ( ) infeliz e ( ) pianista é substantivo sobrecomum.
c ( ) renascer 188. Ache o único substantivo feminino:
d ( ) somente a ( ) guaraná d ( ) teorema
e ( ) repor b ( ) cal e ( ) trema
181. Qual o significado do radical "cefalo" da c ( ) telefonema
palavra "cefaléia"? 189. Indique onde há erro no grau dos adjetivos
a ( ) cavalo em destaque:
b ( ) cabeça a ( ) Ele revelou-se um ótimo ator. (superlativo
c ( ) célula absoluto irregular)
d ( ) sofrimento b ( ) Ele é tão inseguro quanto o irmão.
e ( ) origem (comparativo de igualdade).
182. Encontre o vocábulo erradamente c ( ) Dizia-se o melhor de todos. (superlativo
separado em sílabas: absoluto regular)
a ( ) pneu - má - ti - co d ( ) Pedro é bastante rápido. (superlativo
b ( ) ap - to absoluto analítico)
c ( ) coi - sas e ( ) Ela é a menos esperta do grupo.
d ( ) a – ve – ri – guou (superlativo relativo de inferioridade)
e ( ) egíp – cios 190. Ache a palavra erradamente grafada:
183. Indique o termo erradamente classificado: a ( ) esculpir ; borburinho
O belo viajante saiu rapidamente. b ( ) regresso ; louça
a ( ) O = artigo definido, masculino, singular. c ( ) ameixa ; agachar
b ( ) belo = adjetivo uniforme, singular. d ( ) sujeito ; magistral
c ( ) viajante = substantivo simples, comum, e ( ) obsceno ; mansidão
derivado, concreto, masculino singular. 191. Quem se intromete faz uma ...
a ( ) intromição d ( ) intromissão

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b ( ) intromisção e ( ) intromicção pouquíssimos seletos, seres privilegiados... E
c ( ) intromisão cinco? Cinco celulares, um para cada dia da
192. Ache a palavra que foi incorretamente semana laboral. O celular da segunda, para
grafada sem hífen: marcar reuniões. O da terça, para cancelá-las.
a ( ) autopeça d ( ) subdiretor O da quarta, para discussões. O da quinta, para
b ( ) contragolpe e ( ) ultramar reconciliações. O da sexta, para planejar a
c ( ) contrasenso semana que vem.
193. Encontre a palavra que não tem relação Quem dá mais?! No meio da multidão, um
com as outras: homem levanta os braços, grita, alega ter seis
a ( ) livreco d ( ) florzinha celulares. Com um deles, o mais sofisticado,
b ( ) lugarejo e ( ) mulherona mantém longas conversas com o próprio Deus,
c ( ) saleta ligação caríssima, mas vale a pena. Para que
194. Marque onde o termo em destaque não é lançar mão da oração gratuita se é possível ter
um artigo: certeza de que o Interlocutor está realmente nos
a ( ) Os alunos compraram o livro. ouvindo e respondendo?
b ( ) Eu li a revista e a deixei sobre a mesa. Tenho um celular só, modelo simples,
c ( ) Ela pegou uns jornais e os entregou ao instrumento necessário na Idade Mídia. Mas se
dono. alguém quiser me dar de presente um segundo
d ( ) Nós recebemos o dinheiro que estava no bichinho desses... Obrigado, um já é demais.
banco. 196. Um traço característico da crônica lida é:
e ( ) O dono da festa falou calorosamente. A) temática atual
195. Qual o pronome de tratamento adequado a B) prosa poética
um sacerdote? C) estrofação regular
a ( ) Vossa Santidade D) método indutivo
b ( ) Vossa Magnificência E) exposição imparcial
c ( ) Vossa Eminência 197. Pode-se afirmar que o autor do texto:
d ( ) Vossa Reverendíssima A) almeja ter mais de um celular
e ( ) Vossa Excelência Reverendíssima B) apóia quem opta por ter vários celulares
A MULTIPLICAÇÃO DOS CELULARES C) acha que pessoas superiores têm mais de
Gabriel Perissé um celular
Telefone celular deixou de ser novidade. Deixou D) satiriza os excessos praticados pelos
de ser luxo. Deixou de ser sonho. Virou objeto usuários de celular
corriqueiro, que vive de boca em boca, de E) compreende que tudo deve ser feito para
orelha em orelha. Tornou-se artigo de primeira facilitar a comunicação
necessidade, instrumento de trabalho 198. “Tecnômades do século XXI.”
imprescindível e barato, espaço social .Tecnômades. é um(a):
concentrado na palma da mão. A) palavra inglesa
Normal (talvez apenas comum...) ver todo tipo B) neologismo
de gente andando pelas ruas e falando com o C) galicismo
além... Ou com alguém. Todos recebendo D) termo corrente na informática
informações e tomando decisões e trocando E) vocábulo latino
idéias e falando, falando. Ou marcando 199. “Telefone celular deixou de ser novidade.
encontros. Ou discutindo seriamente os destinos Deixou de ser luxo. Deixou de ser sonho.”
da nação. Tecnômades do século XXI. Gente No trecho acima destacado há:
pobre e gente rica. Celulares pululando Brasil A) duas orações absolutas
afora, mundo afora. B) três orações coordenadas sindéticas
Mas não se fica por aí, como quem tivesse um C) duas orações sem paralelismo semântico
relógio de pulso e o fato de saber as horas o D) um período composto por coordenação
satisfizesse. Comunicação é outra história. Há E) três períodos sintaticamente paralelos
pessoas com dois celulares. Um para os 200. .Um ilustre comentador de TV declarou....
contatos profissionais, outro para falar com a A palavra comentador é formada por:
família e os amigos. A) prefixação
Conheço chefe de empresa que dá de presente B) composição
ao funcionário de confiança um celular para C) sufixação
contato exclusivo. E o celular, linha direta com o D) aglutinação
dever, pode tocar música animada em pleno E) redução
domingo à tarde. E há os que carregam três TEXTO 1
celulares, pessoas importantíssimas, o dia Nordeste: mito e realidade
inteiro procuradas por todos. Um ilustre De modo geral, quase todos os problemas do
comentador de TV declarou, faz alguns meses, Nordeste são atribuídos às adversidades
sem nenhum pudor, que possui três! Três climáticas, à ausência ou à escassez das
oportunidades de ouvir e ser ouvido. Conversas chuvas. É comum ouvirmos dizer que as secas
nacionais, internacionais e siderais. assolam, maltratam os nordestinos. Mas será
Haverá alguém com quatro celulares? Não que é isso mesmo o que acontece? Ou será que
duvido. Um celular para falar com os de sempre. é só isso mesmo?
Outro para falar com os novos. Outro para falar Não se podem negar os graves efeitos sociais e
com os estranhos. Outro para falar com econômicos causados pela seca. Quando ela

Língua Portuguesa 118


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ocorre, o sertanejo observa, impotente, sua A) .De modo geral, quase todos os problemas
lavoura morrer, seu gado minguar, os pequenos do Nordeste são atribuídos às adversidades
rios secarem, ocasião em que sua .tragédia. é climáticas, à ausência ou à escassez das
exibida para todo o Brasil e até mesmo para chuvas..
outros países pelos meios de comunicação. B) .A cada nova catástrofe, a cada nova
Os poderes públicos, então, se manifestam =calamidade pública‘ esse procedimento se
anunciando, nos mesmos órgãos de imprensa, repete..
medidas que serão tomadas para combater a C) .Na próxima seca prolongada, tudo será igual
seca, projetos que serão executados a médio e ou pior, dependendo da sua intensidade e
longo prazos e a liberação de verbas que serão duração..
destinadas à distribuição de alimentos, água, D) .A seca existe, sim. A pobreza no Nordeste,
remédios etc. também. No entanto, não é possível estabelecer
A cada nova catástrofe, a cada nova uma relação direta entre seca e pobreza”.
.calamidade pública. esse procedimento se E) .Para entendermos a problemática da região,
repete. Mas essas medidas não solucionam o é preciso que deixemos de lado as aparências..
problema. Na próxima seca prolongada, tudo 203. De acordo com o texto, a justificativa maior
será igual ou pior, dependendo da sua para os problemas sociais e econômicos do
intensidade e duração. Nordeste encontra-se:
Acontece que os fenômenos naturais – que A) nas secas que regularmente castigam a
ocorrem independentemente da vontade dos região e provocam a morte das lavouras.
homens – não justificam todo o peso que lhes é B) nas muitas adversidades climáticas que
atribuído. A seca existe, sim. A pobreza no acontecem periodicamente.
Nordeste, também. No entanto, não é possível C) nas inegáveis vantagens econômicas e
estabelecer uma relação direta entre seca e políticas que a seca traz para alguns setores.
pobreza. D) nos meios de comunicação que somente se
Os problemas do Nordeste não se resumem à manifestam durante as calamidades.
seca, fator tão divulgado e explorado, graças ao E) na rede fluvial da região, que é pequena e
interesse de uma minoria preocupada apenas não atende à demanda da agropecuária.
em tirar proveito de uma situação 204. Observe: .A cada nova catástrofe, a cada
.aparentemente. criada pela natureza. Para nova =calamidade pública‘ esse procedimento
entendermos a problemática da região, é se repete.. A repetição do segmento sublinhado
preciso que deixemos de lado as aparências e expressa uma função textual de:
investiguemos as reais causas que produziram A) correção.
e produzem um Nordeste tão pobre, tão B) contraste.
maltratado e com tantas injustiças e C) paráfrase.
desigualdades sociais. D) ênfase.
Ao colocarmos a seca como sua causa E) reformulação.
principal, estaremos deixando de lado as 205. Os usos formais da língua ditam certas
inegáveis vantagens econômicas e políticas que normas para a concordância entre o verbo e o
ela traz para alguns setores e estaremos sujeito. Identifique a alternativa que está de
reduzindo à mera fatalidade climática o acordo com essas normas.
subdesenvolvimento e a opressão. A seca A) Qual das grandes secas do Nordeste não
apenas acentua uma situação de injustiça deixaram grandes marcas de destruição?
historicamente criada. (Yná Andrighetti. B) Cada um dos grandes rios do Nordeste
Nordeste: mito e realidade. São Paulo: poderiam suprir a escassez de água necessária
Moderna, 1998, pp. 7-10. Adaptado.) à lavoura.
201. Considerando as ideias expressas no C) Nenhuma das grandes secas do Nordeste
Texto 1, podemos reconhecer que se trata: pode ser apontada como a causa principal de
A) de uma narrativa em que se conta a história suas dificuldades econômicas.
das secas do Nordeste, com seus cenários e D) Além da falta de chuva, foi constatado vários
personagens. tipos de problemas no Nordeste.
B) de uma descrição das condições climáticas E) O resultado das últimas grandes secas
do Nordeste e dos efeitos sociais e econômicos deixaram grandes prejuízos sociais e
causados pelas secas prolongadas. econômicos.
C) de uma reflexão pela qual se põe em dúvida 206. Leia o trecho seguinte: .O Nordeste, em
a explicação que costuma ser dada para os decorrência das estiagens prolongadas a que
problemas do Nordeste. tem sido submetido, apresenta grandes
D) de uma exposição didática, para apresentar problemas econômicos e sociais..
as principais medidas que serão tomadas pelo Observe o emprego da preposição antes do
Governo para combater a seca. pronome relativo – que se deve à regência do
E) de um texto para orientação dos projetos que verbo. Na mesma perspectiva, analise os
serão executados, a médio e longo prazos, em enunciados seguintes e assinale aquele que
favor do Nordeste. também está correto quanto às normas da
202. Pela compreensão global do texto, pode-se regência verbal.
perceber que a argumentação do autor, a certa A) O Nordeste, apesar das estiagens
altura do texto, assume uma direção contrária. prolongadas de que têm sido atribuídas,
Isso fica evidente na alternativa: apresenta grandes projetos de superação.

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B) O Nordeste, apesar das secas – das quais expansão dos meios de comunicação de massa,
têm resultado grandes problemas econômicos – sabe-se, atua a favor de uma unidade
crê nas possibilidades de superação. linguística, com programas de TV (algumas
C) O Nordeste, por causa das secas – a cujas novelas, por exemplo), que suprimem as
soluções não se pode abrir mão – ainda sofre nuances autênticas dos falantes e compõem
sérias discriminações. .personagens regionais., com um modo de falar
D) O Nordeste, por causa das secas – as quais que pretende ser .típico. mas acaba por ser
a imprensa tem feito referências constantes – irreal.
espera por melhores soluções. Os linguistas avaliam, no entanto, que nem a
E) O Nordeste, por causa das políticas força da mídia nem o prestígio do padrão
assistenciais – as quais não podemos confiar – idiomático têm sido capazes de conter a
viveu grandes problemas. diversidade do falar brasileiro. Apesar de
207. Observe a colocação pronominal no reforçar preconceitos e distorcer dialetos
seguinte fragmento: .Não se pode negar os regionais, a mídia não chega a produzir uma
graves efeitos sociais e econômicos causados homogeneidade nos falares nacionais.
pela seca.. O uso do pronome também estaria Falar uma única língua num território de
correto na alternativa: dimensões continentais faz parte do imaginário
A) Não poderiam-se negar os graves efeitos de nossa identidade nacional. Mas até que
sociais e econômicos causados pela seca. ponto resiste essa unidade linguística brasileira?
B) Poderiam-se negar os graves efeitos sociais É certo que o português falado no Norte seja
e econômicos causados pela seca. compreendido no Sudeste, mas a diversidade
C) Tinham podido-se negar os graves efeitos de sotaques mostra que, se falamos o mesmo
sociais e econômicos causados pela seca. idioma, nós o falamos diferentemente.
D) Ninguém poderia negar-se a reconhecer os De onde vêm essas diferenças? Historicamente,
efeitos econômicos causados pela seca. as variações de pronúncia, entonação e ritmo
E) Os graves efeitos sociais e econômicos observadas no Brasil espelham a expansão
causados pela seca, um dia, poderão-se negar. heterogênea do português desde a colonização
208. O texto fala em: .inegáveis vantagens.. O do país. Tupi-guarani, iorubá, banto, castelhano,
prefixo que aparece na palavra sublinhada tem holandês, francês, árabe, italiano, inglês são
o mesmo sentido daqueles que aparecem em: alguns dos idiomas que influenciaram a variação
A) inefável; inapto; incremento. existente no português daqui. Herdeiros de uma
B) inábil; injetável; ineficaz. sociedade estratificada, como a portuguesa,
C) inflamável, imberbe, incrustado. teríamos herdado também o juízo de valor sobre
D) ímprobo, inalação, inglório. a linguagem. Muitas maneiras de falar seriam
E) indubitável, inepto, incruento. estigmatizadas ou discriminadas por denunciar
209. O verbo, no seguinte trecho, está na voz procedência social e nível cultural do falante.
passiva: Muitos problemas do Nordeste foram É assim que, muitas vezes, o falar alheio causa
provocados pelos interesses de uma minoria estranhamento ou é considerado .inferior., .feio.,
corrupta. Caso o autor tivesse optado pela voz .pior.. Na verdade, muita pesquisa precisa ser
ativa, deveria escrever: feita antes que se possa dizer algo de definitivo
A) Os interesses de uma minoria corrupta sobre os diferentes falares do Brasil. (Isadora
provocam muitos problemas do Nordeste. Marques. Revista Língua Portuguesa. Junho de
B) Os interesses de uma minoria corrupta 2007, pp. 22-28. Adaptado).
provocavam muitos problemas do Nordeste. 211. O tema desenvolvido no Texto 2 gira em
C) Os interesses de uma minoria corrupta torno da seguinte questão:
provocaram muitos problemas do Nordeste. A) A língua que se fala no Brasil, dada a sua
D) Os interesses de uma minoria corrupta heterogeneidade, corre risco de extinção.
provocariam muitos problemas do Nordeste. B) O prestígio do padrão idiomático brasileiro
E) Os interesses de uma minoria corrupta tem sido cada vez mais atuante.
provocarão muitos problemas do Nordeste. C) As dimensões continentais de nosso território
210. Pelo título do texto – Nordeste: mito e afetam nossa identidade nacional.
realidade – já se pode inferir que o tema será D) A diversidade do falar brasileiro é, por muitas
tratado numa perspectiva: razões, uma realidade inabalável.
A) monolítica. E) A mídia tem um grande papel na manutenção
B) hipotética. do padrão idiomático de prestígio.
C) unilateral. 212. Outro título que confirmaria a totalidade do
D) lúdica. Texto 2 seria:
E) divergente. A) A homogeneidade dos dialetos regionais
TEXTO 2 brasileiros.
Sotaques da resistência B) O estranhamento do falar brasileiro
A TV e o rádio bem que forçam, o preconceito considerado .inferior., .feio., .pior..
regional não dá folga, mas a variedade de C) Uma única norma linguística num território de
sotaques no Brasil está longe de correr risco de dimensões continentais.
extinção. Quem garante são os especialistas em D) Frustradas as pressões a favor da
linguagem. O falar brasileiro sofre, é verdade, a uniformidade do português falado no Brasil.
pressão imposta pelas normas prestigiadas do E) A expansão linguística no período da
idioma, de caráter conservador e uniforme. A colonização portuguesa.

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213. De acordo com o Texto 2, podemos afirmar diferenças linguísticas do português que
que as línguas: conhecemos foi deixada pelos colonizadores”,
A) são autônomas em relação às influências de podemos afirmar que também seria correto
outras línguas. dizer:
B) devem objetivar a homogeneidade, para não 1) Grande parte das diferenças linguísticas do
serem discriminadas. português que conhecemos foram deixada pelos
C) estão expostas a fatores históricos que colonizadores.
repercutem sobre elas. 2) Grande parte das diferenças linguísticas do
D) tendem a ser .piores., ou .mais feias. em português que conhecemos foram deixadas
decorrência de suas variações. pelos colonizadores.
E) se faladas num território de dimensões 3) Grande parte das diferenças linguísticas do
continentais, sofrem risco de extinção. português que conhecemos foi deixadas pelos
214. Releia o início do texto: .A TV e o rádio colonizador.
bem que forçam, o preconceito regional não dá Está(ão) correta(s):
folga, mas a variedade de sotaques no Brasil A) 1, 2, 3
está longe de correr risco de extinção. Quem B) 1 apenas
garante são os especialistas em linguagem.. Na C) 2 apenas
verdade, o que é que os especialistas em D) 3 apenas
linguagem garantem? E) 1 e 2 apenas
1) Existem preconceitos regionais em atuação. 219. Observe a concordância do verbo =haver‘
2) A TV e o rádio têm sido fortes aliados. em: Há muitas maneiras de falar que são
3) A variedade de sotaques não vai acabar. estigmatizadas ou discriminadas. De acordo
4) A TV e o rádio reforçam os preconceitos. com as regras da normapadrão, o verbo haver
Está(ão) correta(s): adota uma concordância especial. Identifique,
A) 1 apenas dentre as alternativas abaixo, aquela que está
B) 3 apenas correta, de acordo com tais regras.
C) 2 e 3 apenas A) Segundo a história, no período da
D) 1, 2 e 4 apenas colonização, haviam muitas línguas em contato.
E) 1, 2, 3 e 4 B) Devido à pluralidade linguística da colônia,
215. Pode-se reconhecer um sentido de houveram muitos choques culturais entre os
causalidade no seguinte fragmento: falantes.
A) .a variedade de sotaques no Brasil está longe C) Devem haver choques culturais entre os
de correr risco de extinção.. falantes desde que haja diferenças em contato.
B) .Mas até que ponto resiste essa unidade D) Se houvessem menos diferenças culturais, o
linguística brasileira?. português seria hoje mais homogêneo.
C) .Falar uma única língua num território de E) Em algumas comunidades, as diferenças
dimensões continentais faz parte do imaginário linguísticas haviam sido incorporadas aos
de nossa identidade nacional.. padrões gerais.
D) .Herdeiros de uma sociedade estratificada, 220. Do ponto de vista da sintaxe do português,
como a portuguesa, teríamos herdado também está bem formado o seguinte enunciado:
o juízo de valor sobre a linguagem.. A) A variedade de sotaques brasileiros estão
E) .a diversidade de sotaques mostra que, se longe de correr risco de extinção.
falamos o mesmo idioma, nós o falamos B) A força de tantos meios sociais não
diferentemente.. conseguiu conter a diversidade do falar
216. Observe a pontuação do trecho: .Tupi- brasileiro.
guarani, iorubá, banto, castelhano, holandês, C) De onde veio tantas diferenças linguísticas?
francês, árabe, italiano, inglês são alguns dos D) A mídia não chega à produzir uma
idiomas que influenciaram a variação existente homogeneidade nos falares nacionais.
no português daqui.. As vírgulas desse trecho E) As variações de pronúncia e entonação
devem-se ao fato de que se trata: espelha a heterogeneidade do português.
A) de uma explicação. RESPOSTAS
B) de uma paráfrase.
C) de uma reformulação. 1 A 11 C 21 A 31 E 41 B
D) de uma enumeração. 2 B 12 A 22 E 32 B 42 A
E) de uma justificativa. 3 E 13 B 23 B 33 A 43 C
217. No fragmento seguinte: .Apesar de reforçar
4 C 14 E 24 A 34 C 44 D
preconceitos e distorcer dialetos regionais, a
5 A 15 D 25 E 35 E 45 B
mídia não chega a produzir uma
6 E 16 A 26 D 36 B 46 A
homogeneidade nos falares nacionais., a
locução sublinhada expressa um sentido de: 7 B 17 C 27 A 37 A 47 E
A) concessão. 8 A 18 D 28 C 38 C 48 D
B) conclusão. 9 D 19 E 29 B 39 D 49 B
C) causalidade. 10 B 20 B 30 D 40 E 50 C
D) finalidade. 51 D 61 C 71 B 81 C 91 D
E) condição. 52 E 62 D 72 C 82 E 92 D
218. A propósito da concordância verbo-nominal 53 D 63 B 73 A 83 C 93 C
no seguinte trecho: .Grande parte das 54 A 64 A 74 B 84 E 94 E

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55 D 65 A 75 D 85 D 95 A 153 D 163 D 173 C 183 B 193 E
56 C 66 B 76 C 86 A 96 A 154 B 164 C 174 E 184 D 194 B
57 E 67 B 77 E 87 B 97 D 155 E 165 B 175 E 185 D 195 C
58 B 68 A 78 A 88 C 98 E 156 A 166 A 176 C 186 D 196 A
59 A 69 A 79 B 89 A 99 C 157 A 167 B 177 A 187 A 197 D
60 E 70 B 80 D 90 D 100 B 158 C 168 C 178 B 188 B 198 B
159 B 169 B 179 C 189 C 199 E
101 C 111 E 121 C 131 B 141 C 160 A 170 E 180 D 190 A 200 C
102 A 112 C 122 B 132 C 142 E
103 D 113 B 123 D 133 B 143 A 201 C 211 D
104 E 114 A 124 E 134 E 144 B 202 D 212 D
105 B 115 D 125 A 135 D 145 C 203 C 213 C
106 C 116 E 126 B 136 D 146 E 204 D 214 B
107 D 117 C 127 D 137 C 147 B 205 C 215 D
108 A 118 A 128 E 138 A 148 A 206 B 216 D
109 D 119 E 129 A 139 E 149 D 207 D 217 A
110 B 120 B 130 B 140 A 150 D 208 E 218 C
209 C 219 E
151 A 161 B 171 D 181 B 191 D 210 E 220 B
152 C 162 D 172 A 182 E 192 C
(D) I e II.
(E) II e III.
PROVA SIMULADA II 2. São grandes as vantagens que ....., da
As questões de números 1 a 5 referem-se ao compra direta de hortaliças (ou dos ...... , em
texto que segue. geral); sabem disso aqueles que já se ...... e
pensaram nos males dos agrotóxicos.
Várias famílias percorrem dez ou mais Completam corretamente as lacunas do período
quilômetros com destino à Serra da Cantareira, acima:
mais precisamente à Chácara do Frade, com (A) adviriam - hortifrutigranjeiros - detiveram
seus dezessete hectares tomados por alface, (B) adveriam - hortifrutigranjeiros - detiveram
rúcula, pepino, cenoura e dezenas de outras (C) adviriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram
hortaliças. As pessoas caminham entre os (D) adveriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram
canteiros, trocam informações sobre o plantio, (E) adviriam - hortifrutigranjeiros - deteram
escolhem o que comprar e levam produtos 3. A frase corretamente construída é:
fresquinhos, jamais "batizados" por agrotóxicos. (A) Alface, rúcula, pepino e outros legumes
Cada vez mais hortas instaladas perto da capital espalham-se, aos dezessete hectares na
estão abrindo suas portas aos visitantes. O Chácara do Frade.
proprietário, José Frade, lucra com a venda (B) As pessoas preferem os legumes de cujo
direta. O consumidor, por sua vez, garante a risco de agrotóxicos seja evitado.
qualidade do que está comendo. Na Europa, (C) Foi na Idade Média onde começou a surgir a
isso é muito comum. Desde a Idade Média, venda direta do plantio ao consumidor.
durante a época da colheita, as plantações dos (D) Os agrotóxicos, com que estão
vilarejos vizinhos às cidades se transformam em contaminados os legumes nos supermercados,
verdadeiras feiras livres. Por aqui, a onda está são evitados pelo produtor José Frade.
apenas começando. Num raio de cem (E) Comprar hortaliças do próprio produtor é
quilômetros da capital já existem pelo menos uma providência de que muitas pessoas já
nove sítios e chácaras que trabalham nesse começaram a se habituar.
sistema. 4. Transpondo para a voz passiva a frase
l. Considere as seguintes afirmações: "Estão abrindo suas portas aos visitantes", a
I. Muitos consumidores das cercanias de São forma verbal resultante será ..... .
Paulo passaram a cultivar hortas domésticas, (A) serão abertas
em que podem colher verduras não (B) são abertas
contaminadas. (C) têm sido abertas
II. Um hábito da Idade Média inspirou várias (D) têm aberto
famílias que, morando nas cercanias da Serra (E) estão sendo abertas
da Cantareira, resolveram fazer das hortas 5. Na Chácara do Frade, as pessoas olham os
comunitárias autênticas feiras livres canteiros e percorrem os canteiros informando-
III. A venda de hortaliças diretamente do se sobre o que está plantado nos canteiros.
produtor para o consumidor traz, para aquele, Eliminam-se as repetições viciosas da frase
vantagens financeiras e, para este, a garantia acima substituindo-se corretamente os termos
de produtos mais saudáveis. sublinhados por:
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o (A) percorrem eles - lhes está plantado
que se afirma em (B) os percorrem - neles está plantado
(A) I. (C) percorrem-lhes - neles está plantado
(B) II. (D) os percorrem - está plantado-lhes
(C) III. (E) percorrem-lhes - lhes está plantado

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As questões de números 6 e 7 referem-se ao nos modos, na lentidão aflita de quem se sente


texto que segue. fora do compasso. Na calmaria das cidades
É grave o quadro anual do ensino superior. A pequeninas, é como se a velhice de cada um
greve de professores paralisa boa parte das reafirmasse a que vem das montanhas e dos
universidades federais. As universidades horizontes, velhice quase eterna, pousada no
públicas estão amargando uma espécie de tempo.
êxodo de seus melhores profissionais. Têm Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos:
cada vez menos condições de competir com os aquele chapéu de feltro manchado, aquelas
salários pagos pelas instituições privadas. largas calças de brim cáqui incontavelmente
6. Indique o período que resume, de forma clara lavadas. aquele puído dos punhos de camisas já
e exata, as informações do texto, e que não sem cor . tudo combina admiravelmente com a
apresenta incorreção gramatical a1guma. enorme jaqueira do quintal, com a generosa
(A) Devido a pagarem mal os professores, estão figueira da praça, com as teias no campanário
havendo greves nas universidades federais, em da igreja. E os hábitos? Pica-se o fumo de
que os melhores profissionais procuram as corda, lentamente, com um canivete herdado do
instituições privadas. século passado, enquanto a conversa mole se
(B) Os professores do ensino superior oficial desenrola sem pressa e sem destino.
estão fazendo greve, ou mesmo êxodo para as Na cidade grande. há um quadro que se repete
particulares, já que seus salários não são mil vezes ao dia, e que talvez já diga tudo: o
competitivos. velhinho, no cruzamento perigoso, decide-se,
(C) Como os salários que pagam estão cada enfim, a atravessar a avenida, e o faz com
vez mais baixos, as universidades públicas aflição, um braço estendido em sinal de pare
estão sofrendo greves e o êxodo de seus aos motoristas apressados, enquanto amiúda o
melhores professores. que pode o próprio passo. Parece suplicar ao
(D) As universidades particulares atraem os tempo que diminua seu ritmo, que lhe dê a
professores das oficiais, em virtude dos salários oportunidade de contemplar mais
que pagam, e que chegam a provocarem demoradamente os ponteiros invisíveis dos dias
greves. passados, e de sondar com calma, nas nuvens
(E) Há êxodo ou greve dos professores das mais altas, o sentido de sua própria história. Há,
universidades federais para as particulares, pois, velhices e velhices . até que chegue o dia
onde os salários as tornam muito mais em que ninguém mais tenha tempo para de fato
competitivas. envelhecer. Celso de Oliveira
7. Indique o período cuja pontuação está 8. A frase "Os velhos das cidadezinhas do
inteiramente correta. interior parecem muito mais plenamente velhos
(A) Há muito, vêm caindo os salários dos que os das metrópoles" constitui uma
professores das universidades públicas, estes (A) impressão que o autor sustenta ao longo do
desanimados fazem greve ou, as trocam pelas texto, por meio de comparações.
instituições privadas. (B) impressão passageira, que o autor relativiza
(B) Há muito vêm caindo os salários, dos ao longo do texto.
professores das universidades públicas estes (C) falsa hipótese, que a argumentação do autor
desanimados, fazem greve ou as trocam, pelas demolirá.
instituições privadas. (D) previsão feita pelo autor, a partir de
(C) Há muito, vêm caindo, os salários dos observações feitas nas grandes e nas pequenas
professores das universidades públicas; estes cidades.
desanimados fazem greve, ou as trocam pelas (E) opinião do autor, para quem a velhice é mais
instituições privadas. opressiva nas cidadezinhas que nas metrópoles.
(D) Há muito vêm caindo os salários dos 9. Considere as seguintes afirmações:
professores das universidades públicas; estes, I. Também nas roupas dos velhinhos
desanimados, fazem greve ou as trocam pelas interioranos as marcas do tempo parecem mais
instituições privadas. antigas.
(E) Há muito vêm caindo, os salários dos II. Na cidade grande, a velhice parece
professores, das universidades públicas; estes, indiferente à agitação geral.
desanimados, fazem greve, ou: as trocam pelas III. O autor interpreta de modo simbólico o gesto
instituições privadas. que fazem os velhinhos nos cruzamentos.
As questões de números 8 a 12 referem-se ao Em relação ao texto, está carreta o que se
texto . que segue. afirma SOMENTE em
Os velhos das cidadezinhas do interior parecem (A) I.
muito mais plenamente velhos que os das (B) II.
metrópoles. Não se trata da idade real de uns e (C) III.
outros, que pode até ser e mesma, mas dos (D) I e III.
tempos distintos que eles parecem habitar Na (E) II e III.
agitação dos grandes centros, até mesmo a 10. Indique a afirmação INCORRETA em
velhice parece ainda estar integrada na correria, relação ao texto.
os velhos guardam alguma ansiedade no olhar,

Língua Portuguesa 123


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(A) Roupas, canivetes, árvores e campanário Em alguns ingleses, no historiador G.M.


são aqui utilizados como marcas da velhice. Trevelyan, por exemplo, o amor pela natureza
(B) O autor julga que, nas cidadezinhas selvagem foi muito além desses anseios
interioranas, a vida é bem mais longa que nos vagamente rurais. Lamentava, em um dos seus
grandes centros. textos mais eloqüentes, de l931, a destruição da
(C) Hábitos como o de picar fumo de corda Inglaterra rural e proclamava a importância do
denotam relações com o tempo que já não cenário da natureza para a vida espiritual do
existem nas metrópoles. homem. Sustentava que até o final do século
(D) O que um velhinho da cidade grande parece XVIII as obras do homem apenas se somavam
suplicar é que lhe seja concedido um ritmo de às belezas da natureza; depois, dizia, tinha sido
vida compatível com sua idade. rápida a deterioração. A beleza não mais era
(E) O autor sugere que, nas cidadezinhas produzida pelas circunstâncias econômicas
interioranas, a velhice parece harmonizar-se comuns e só restava, como esperança, a
com a própria natureza. conservação do que ainda não fora destruído.
11. O sentido do último parágrafo do texto deve Defendia que as terras adquiridas pelo
ser assim entendido. Patrimônio Nacional, a maioria completamente
(A) Do jeito que as coisas estão, os velhos inculta, deveriam ser mantidas assim.
parecem não ter qualquer importância. Há apenas poucos séculos, a mera idéia de
(B) Tudo leva a crer que os velhos serão cada resistir à agricultura, ao invés de estimulá-la,
vez mais escassos, dado o atropelo da vida pareceria ininteligível. Como teria progredido a
moderna. civilização sem a limpeza das florestas, o cultivo
(C) O prestígio do que é novo é tão grande que do solo e a conversão da paisagem agreste em
já ninguém repara na existência dos velhos. terra colonizada pelo homem? A tarefa do
(D) A velhice nas cidadezinhas do interior é tão homem, nas palavras do Gênesis, era "encher a
harmoniosa que um dia ninguém mais sentirá o terra e submetê-la". A agricultura estava para a
próprio envelhecimento. terra como o cozimento para a carne crua.
(E) No ritmo em que as coisas vão, a própria Convertia natureza em cultura. Terra não
velhice talvez não venha a ter tempo para tomar cultivada significava homens incultos. E quando
consciência de si mesma. os ingleses seiscentistas mudaram-se para
12. Indique a alternativa em que se traduz Massachusetts, parte de sua argumentação em
corretamente o sentido de uma expressão do defesa da ocupação dos territórios indígenas foi
texto, considerado o contexto que aqueles que por si mesmos não submetiam
(A) "parecem muito mais plenamente velhos" = e cultivavam a terra não tinham direito de
dão a impressão de se ressentirem mais dos impedir que outros o fizessem.
males da velhice. 13. Ao mencionar, no primeiro parágrafo do
(B) "guardam alguma ansiedade no olhar = seus texto, a inclinação dos ingleses pelo espaço
olhos revelam poucas expectativas. rural, o autor
(C) "fora do compasso" = num distinto (A) busca enfatizar o que ocorre no século XX,
andamento. em que a afeição pelo campo lhe parece ser
(D) "a conversa mole se desenrola" = a realmente mais genuína.
explanação é detalhada. (B) a caracteriza em diferentes momentos
(E) "amiúda o que pode o próprio passo" = deve históricos, tomando como referência distintas
desacelerar suas passadas. situações em que ela se manifesta.
As questões de números 13 a 25 referem-se ao (C) cita costumes do povo inglês destruídos pela
texto que segue. aceleração do crescimento das fábricas, causa
No inicio do século XX a afeição pelo campo era de sua impossibilidade de volta periódica ao
uma característica comum a muitos ingleses. Já campo.
no final do século XVIII, dera origem ao (D) refere autores que procuraram
sentimento de saudade de casa tão conscientemente manter sua popularidade
característico dos viajantes ingleses no exterior, explorando temas "rurais" para mostrar como se
como William Beckford, no leito de seu quarto criou o mito de um paraíso campestre.
de hotel português, em 1787, "assediado a noite (E) particulariza o espaço estrangeiro visitado
toda por idéias rurais da Inglaterra." À medida pelos ingleses - Portugal - para esclarecer o que
que as fábricas se multiplicavam, a nostalgia do os indivíduos buscavam e não podia ser
morador da cidade refletia-se em seu pequeno encontrado na sua pátria.
jardim, nos animais de estimação, nas férias 14. Leia com atenção as afirmações abaixo
passadas na Escócia, ou no Distrito dos Lagos, sobre o segundo parágrafo do texto.
no gosto pelas flores silvestres e a observação I. Em confronto com o primeiro parágrafo, o
de pássaros, e no sonho com um chalé de fim autor apresenta um outro matiz da relação do
de semana no campo. Hoje em dia, ela pode ser espírito inglês com o espaço rural.
observada na popularidade que se conserva II. O autor assinala os pontos mais relevantes
daqueles autores conscientemente "rurais" que, referidos por G.M. Trevelyan para comprovar a
do século XVII ao XX, sustentaram o mito de idéia universalmente aceita de que o contato
uma arcádia campestre. com a natureza é importante para o espírito.

Língua Portuguesa 124


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III. O historiador inglês revela pessimismo, a (A) Não que os esteja considerando inválido,
cujos fundamentos ele não faz nenhuma mas o professor gostaria de conhecer os
referência no texto. estudos de que se retirou os dados
São corretas: mencionados no texto.
(A) I, somente. (B) Segundo alguns teóricos, deve ser evitada, o
(B) III, somente. mais possível, a agricultura em regiões de
(C) I e III, somente. floresta; são áreas tidas como adequadas à
(D) II e III, somente. preservação de espécies em vias de extinção.
(E) I, II e III. (C) Existem com certeza, ainda hoje, pessoas
15. As indagações presentes no terceiro que defendem o cultivo incondicional da terra,
parágrafo representam, no texto, assim como deve haver muitos que condenam
(A) pontos relevantes sobre os quais a qualquer alteração da paisagem natural, por
humanidade ainda não refletiu. menor que seja.
(B) perguntas que historiadores faziam, ás (D) Nem sempre são suficientes dados
pessoas para convence-las da importância do estatisticamente comprovados para que as
culto a natureza pessoas se convençam da necessidade de
(C) os pontos mais discutidos quando se falava repensarem suas convicções, trate-se de
do progresso na Inglaterra, terra da afeição pelo assuntos polêmicos ou não.
campo. (E) Faz séculos que filósofos discutem as
(D) questões possivelmente levantadas pelos relações ideais entre os homens e a natureza,
que procurassem entender a razão de muitas questão que nem sempre lhes parece passível
pessoas não considerarem a agricultura um de consenso.
bem em si. 19. Assinale a alternativa que NÃO apresenta
(E) aspectos importantes sobre a relação entre erro algum de concordância.
a natureza e o homem, úteis como argumentos (A) Já há muito tempo tinha sido feito por
a favor da idéia defendida por Trevelyan. importante estudioso previsões pessimistas
16. No último parágrafo do texto, o comentário quanto ao destino das áreas rurais na Inglaterra,
sobre os ingleses seiscentistas foi feito como mas muitos não as consideraram.
(A) denúncia dos falsos argumentos utilizados (B) Às vazes não basta alguns comentários
por aqueles que ocupam territórios indígenas sobre a importância do cenário da natureza para
(B) exemplo do caráter pioneiro dos ingleses na a vida espiritual do homem no sentido de que se
tarefa de colonização do território americano. tentem evitar mais prejuízos ao meio ambiente.
(C) maneira de evidenciar a árdua tarefa dos (C) Certos argumentos de G.M. Trevelyan
que acreditavam na força da agricultura para o tornaram vulnerável certas visões acerca do
progresso da civilização. modo como deveriam ser tratadas terras
(D) confirmação de que terras incultas são incultas.
entraves que, há séculos, subtraem ao homem (D) Segundo o que se diz no texto, os ingleses
o direito de progredir. havia de terem se preocupado com a
(E) comprovação de que, há poucos séculos, o legitimação de sua tarefa de ocupação dos
cultivo da terra era entendido como sinônimo de territórios indígenas.
civilização. (E) Quaisquer que sejam os rumos das cidades
17. Assinale a afirmação INCORRETA. contemporâneas, sempre haverá os que
(A) Infere-se do texto que as palavras do lamentarão a perda da vida em contato direto
Gênesis foram entendidas por muitos como com a natureza.
estímulo a derrubar matas, lavrar o solo, 20. Assinale a alternativa em que há regência
eliminar predadores, matar insetos nocivos, INCORRETA.
arrancar parasitas, drenar pântanos. (A) O empenho com que G.M. Trevelyan
(B) O paralelo estabelecido entre o cultivo da dedicou-se à sua causa foi reconhecido por
terra e o cozimento dos alimentos é feito para se outros, principalmente pelo autor do texto.
pôr em evidência a ação do homem sobre a (B) A crise em que passa a civilização
natureza. contemporânea é visível em muitos aspectos,
(C) O texto mostra que o amor pela natureza inclusive na relação do homem com a natureza
selvagem está na base da relação que se selvagem.
estabelece entre cultivo da terra e civilização. (C) O homem sempre esteve disposto a dialogar
(D) O texto mostra que o amor à natureza com a natureza, mas esse diálogo nem sempre
selvagem, considerado como barbárie, permitiu se deu segundo os mesmos interesses ao longo
que certos povos se dessem o direito de dos séculos.
apoderar-se dela. (D) Muitos consideram ofensivo à natureza
(E) O Gênesis foi citado no texto porque o considerá-la como algo à disposição das
crédito dado às palavras bíblicas explicaria o necessidades humanas.
desejo humano de transformar a natureza (E) Acompanhar a relação do ser humano com o
selvagem pensando no bem-estar do homem. campo através dos séculos propicia ao
18. Assinale a alternativa que apresenta ERRO estudioso observar situações de que o homem
de concordância. nem sempre pode orgulhar-se.

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21. Assinale a alternativa em que há ERRO de III. Chegou o tempo em que a atividade humana
flexão verbal e/ou nominal começou a degradar as belezas naturais.
(A) Receemos pelo futuro, dizem alguns Assinale a alternativa em que as frases acima
especialistas, pois, afirmam eles, se os cidadãos estão em correta relação lógica, de acordo com
não detiverem a deterioração ambiental, a o texto.
humanidade corre sérios riscos. (A) Chegou o tempo em que a atividade humana
(B) Crêem certos estudiosos que convém começou a degradar as belezas naturais,
estudar profunda e seriamente o progresso da mesmo tendo acontecido de, antes,
civilização quando ele implica destruir o que a complementá-las, logo que se iniciou a luta pela
natureza levou milhões de anos para conservação da natureza ainda não deteriorada
sedimentar. pelo homem.
(C) Quando, na década de 30, o historiador (B) Iniciou-se a luta pela conservação da
inglês interviu na discussão sobre o tratamento natureza ainda não deteriorada pelo homem,
dispensado às terras adquiridas pelo Patrimônio quando ocorreu o tempo de a atividade humana
Nacional, muitos não contiveram seu começar a degradar as belezas naturais, visto
desagrado. que, durante séculos, a atividade humana
(D) Dizem alguns observadores que, quando as complementou as belezas naturais.
pessoas virem o que resta da natureza sem as (C) Assim que chegou o tempo de a atividade
marcas predatórias do homem, elas próprias humana começar a degradar as belezas
buscarão frear as atividades consideradas naturais, iniciou-se a luta pela conservação da
negativas para o meio ambiente. natureza ainda não deteriorada pelo homem, à
(E) Elementos da natureza são verdadeiros proporção que, durante séculos, a atividade
artesãos de obras-primas; se os homens as humana complementou as belezas naturais.
desfizerem, estarão cometendo crime contra a (D) Iniciou-se a luta pela conservação da
humanidade. natureza ainda não deteriorada pelo homem,
22. No segundo período do primeiro parágrafo, embora a atividade humana tivesse, durante
a forma verbal "dera" pode ser substituída pela séculos, complementado as belezas naturais,
forma correspondente quando chegou o tempo de degradá-las.
(A) haveria dado. (E) Apesar de, durante séculos, a atividade
(B) havia dado. humana ter complementado as belezas naturais,
(C) teria dado. chegou o tempo em que ela começou a
(D) havia sido dado. degradá-las, por isso iniciou-se a luta pela
(E) tinha sido dado. conservação da natureza ainda não deteriorada
23. Do século XVII ao XXX circulou na Europa, pelo homem.
com bastante intensidade, o mito de uma 25. As frases abaixo, tiradas do texto,
arcádia campestre. Muitos escritores ingleses apresentam alterações em sua pontuação
sustentaram também esse mito durante séculos; original. Assinale a alternativa em que a
os textos desses autores ingleses são até hoje alteração acarretou frase pontuada de maneira
bastante populares. INCORRETA.
Reescrevendo-se o segundo período e (A) Hoje em dia ela pode ser observada na
substituindo-se os termos grifados acima por popularidade, que se conserva daqueles autores
pronomes correspondentes, obtém-se conscientemente "rurais" que do século XVII ao
corretamente: XX, sustentaram o mito de uma arcádia
(A) Muitos escritores ingleses, os quais textos campestre.
são até hoje bastante populares, o sustentaram (B) Em alguns ingleses . no historiador G.M.
também durante séculos. Trevelyan, por exemplo ., o amor pela natureza
(B) Muitos escritores ingleses, cujos textos são selvagem foi muito além desses anseios
até hoje bastante populares, sustentaram-lhe vagamente rurais.
também durante séculos. (C) Sustentava que, até o final do século XVIII,
(C) Muitos escritores ingleses, cujos os textos as obras do homem apenas se somavam às
são até hoje bastante populares, sustentaram- belezas da natureza; depois, dizia, tinha sido
no também durante séculos. rápida a deterioração.
(D) Muitos escritores ing1eses, cujos textos são (D) A beleza não mais era produzida pelas
até hoje bastante populares, sustentaram-no circunstâncias econômicas comuns e só restava
também durante séculos. como esperança a conservação do que ainda
(E) Muitos escritores ingleses, que os textos não fora destruído.
deles são até hoje bastante populares, (E) E quando os ingleses seiscentistas
sustentaram-lhe também durante séculos. mudaram-se para Massachusetts, parte de sua
24. Leia com atenção as frases que se seguem. argumentação em defesa da ocupação dos
I. Iniciou-se a luta pela conservação da natureza territórios indígenas foi que aqueles que, por si
ainda não deteriorada pelo homem. mesmos, não submetiam e cultivavam a terra
II. Durante séculos a atividade humana não tinham direito de impedir que outros o
complementou as belezas naturais. fizessem.
RESPOSTAS

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1 C 14 A e ( ) as oitavas-de-final antiqüíssimas
05. Marque a alternativa verdadeira:
2 A 15 D a ( ) o plural de mau-caráter é maus-caráteres;
b ( ) chamam-se epicenos os substantivos que
3 D 16 E têm um só gênero gramatical para designar
pessoas de ambos os sexos;
4 E 17 C c ( ) todos os substantivos terminados em -ão
formam o feminino mudando o final em -ã ou -
5 B 18 A ona;
d ( ) os substantivos terminados em -a sempre
6 C 19 E são femininos;
e ( ) são comuns de dois gêneros todos os
7 D 20 B substantivos ou adjetivos substantivados
terminados em -ista.
8 A 21 C 06. Identifique onde há erro de regência verbal:
a ( ) Não faça nada que seja contrário dos bons
9 D 22 B princípios.
b ( ) Esse produto é nocivo à saúde.
10 B 23 D c ( ) Este livro é preferível àquele.
d ( ) Ele era suspeito de ter roubado a loja.
11 E 24 E e ( ) Ele mostrou-se insensível a meus apelos.
07. Abaixo, há uma frase onde a regência
12 C 25 A nominal não foi obedecida. Ache-a:
a ( ) Éramos assíduos às festas da escola.
13 B b ( ) Os diretores estavam ausentes à reunião.
c ( ) O jogador deu um empurrão ao árbitro.
d ( ) Nossa casa ficava rente do rio.
e ( ) A entrega é feita no domicílio.
PROVA SIMULADA III 08. Marque a afirmativa incorreta sobre o uso da
vírgula:
01. Ache o verbo que está erradamente a ( ) usa-se a vírgula para separar o adjunto
conjugado no presente do subjuntivo: adverbial anteposto;
a ( ) requera ; requeras ; requera ; requeiramos ; b ( ) a vírgula muitas vezes pode substituir a
requeirais ; requeram conjunção e;
b ( ) saúde ; saúdes ; saúde ; saudemos ; c ( ) a vírgula é obrigatória quando o objeto
saudeis ; saúdem pleonástico for representado por pronome
c ( ) dê ; dês ; dê ; demos ; deis ; dêem oblíquo tônico;
d ( ) pule ; pules ; pule ; pulamos ; pulais ; pulem d ( ) a presença da vírgula não implica pausa na
e ( ) frija ; frijas ; frija ; frijamos ; frijais ; frijam fala;
02. Assinale a alternativa falsa: e ( ) nunca se deve usar a vírgula entre o sujeito
a ( ) o presente do subjuntivo, o imperativo e o verbo.
afirmativo e o imperativo negativo são tempos 09. Marque onde há apenas um vocábulo
derivados do presente do indicativo; erradamente escrito:
b ( ) os verbos progredir e regredir são a ( ) abóboda ; idôneo ; mantegueira ; eu quiz
conjugados pelo modelo agredir; b ( ) viço ; sócio-econômico ; pexote ; hidravião
c ( ) o verbo prover segue ver em todos os c ( ) hilariedade ; caçoar ; alforje ; apasiguar
tempos; d ( ) alizar ; aterrizar ; óbulo ; teribintina
d ( ) a 3.ª pessoa do singular do verbo aguar, no e ( ) chale ; umedescer ; páteo ; obceno
presente do subjuntivo é : ágüe ou agúe; 10. Identifique onde não ocorre a crase:
e ( ) os verbos prever e rever seguem o modelo a ( ) Não agrade às girafas com comida, diz o
ver. cartaz.
03. Marque o verbo que na 2ª pessoa do b ( ) Isso não atende às exigências da firma.
singular, do presente do indicativo, muda para c ( ) Sempre obedeço à sinalização.
"e" o "i" que apresenta na penúltima sílaba? d ( ) Só visamos à alegria.
a ( ) imprimir e ( ) Comuniquei à diretoria a minha decisão.
b ( ) exprimir 11. Assinale onde não ocorre a concordância
c ( ) tingir nominal:
d ( ) frigir a ( ) As salas ficarão tão cheias quanto possível.
e ( ) erigir b ( ) Tenho bastante dúvidas.
04. Indique onde há erro: c ( ) Eles leram o primeiro e segundo volumes.
a ( ) os puros-sangues simílimos d ( ) Um e outro candidato virá.
b ( ) os navios-escola utílimos e ( ) Não leu nem um nem outro livro policiais.
c ( ) os guardas-mores agílimos 12. Marque onde o termo em destaque está
d ( ) as águas-vivas aspérrimas erradamente empregado:

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a ( ) Elas ficaram todas machucadas. d ( ) uma oração se denomina principal porque


b ( ) Fiquei quite com a mensalidade. vem primeiro que as outras;
c ( ) Os policiais estão alerta. e ( ) o período composto por subordinação só
d ( ) As cartas foram entregues em mãos. pode ter duas orações.
e ( ) Neste ano, não terei férias nenhumas. 19. Enumere a segunda coluna de acordo com a
13. Analise sintaticamente o termo em abreviatura da forma de tratamento adequada:
destaque: ( 1 ) V.Ex.ª Rev.ma ( ) reitor de universidade
"A marcha alegre se espalhou na avenida..." ( 2 ) V.Mag.ª ( ) papa
a ( ) predicado ( 3 ) V.Em.ª ( ) bispo e arcebispo
b ( ) agente da passiva ( 4 ) V.S. ( ) cardeal
c ( ) objeto direto a()1;4;3;2d()4;2;3;1
d ( ) adjunto adverbial b()2;4;1;3e()2;4;3;1
e ( ) adjunto adnominal c()3;4;2;1
14. Marque onde o termo em destaque não 20. Onde o pronome está erradamente
representa a função sintática ao lado: empregado?
a ( ) João acordou doente. (predicado verbo- a ( ) fez + o = fê - lo
nominal) b ( ) diríamos = di - lo - íamos
b ( ) Mataram os meus dois gatos. (adjuntos c ( ) pondes + o = ponde - lo
adnominais) d ( ) tem + o = tem - no
c ( ) Eis a encomenda que Maria enviou. e ( ) diríeis + o = diríei – lo
(adjunto adverbial)
d ( ) Vendem-se livros velhos. (sujeito) RESPOSTAS
e ( ) A idéia de José foi exposta por mim a Rosa.
(objeto indireto) 1 A 11 B
15. Ache a afirmativa falsa:
a ( ) usam-se os parênteses nas indicações 2 C 12 D
bibliográficas;
b ( ) usam-se as reticências para marcar, nos 3 D 13 D
diálogos, a mudança de interlocutor;
c ( ) usa-se o ponto-e-vírgula para separar 4 B 14 C
orações coordenadas assindéticas de maior
extensão; 5 E 15 B
d ( ) usa-se a vírgula para separar uma
conjunção colocada no meio da oração; 6 A 16 A
e ( ) usa-se o travessão para isolar palavras ou
frases, destacando-as. 7 A 17 B
16. Identifique o termo acessório da oração:
a ( ) adjunto adverbial 8 C 18 C
b ( ) objeto indireto
c ( ) sujeito 9 B 19 B
d ( ) predicado
e ( ) agente da passiva 10 A 20 E
17. Qual a afirmativa falsa sobre orações
coordenadas?
a ( ) as coordenadas quando separadas por
vírgula, se ligam pelo sentido geral do período;
b ( ) uma oração coordenada muitas vezes é
sujeito ou complemento de outra;
c ( ) as coordenadas sindéticas subdividem-se
de acordo com o sentido e com as conjunções
que as ligam;
d ( ) as coordenadas conclusivas encerram a
dedução ou conclusão de um raciocínio;
e ( ) no período composto por coordenação, as
orações são independentes entre si quanto ao
relacionamento sintático.
18. Identifique a afirmativa verdadeira:
a ( ) as orações subordinadas ou são adjetivas
ou adverbiais;
b ( ) a preposição que introduz uma oração
subordinada nunca pode ser omitida;
c ( ) duas orações subordinadas podem estar
coordenadas entre si;

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