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de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira


cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra-
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça
a memória visual, favorecendo o entendimento.

Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva,


há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim
de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.

No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto


com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da
época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-
tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui
não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica
da fonte e na identificação do autor.

A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de


resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exce-
to, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequa-
da. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais
adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por
isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não
ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
alternativa mais completa.

Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento


LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE VA- do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
RIADOS GÊNEROS DISCURSIVOS. texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de será mais consciente e segura.
necessitar de um bom léxico internalizado.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
confronto entre todas as partes que compõem o texto.
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por
até o fim, ininterruptamente;
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-
03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor
umas três vezes ou mais;
diante de uma temática qualquer.
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
Denotação e Conotação
06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres-
07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con-
ensão;
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi-
08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação.
respondente;
09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários,
10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a
incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão,
aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada
perguntou e o que se pediu;
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado.
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
exata ou a mais completa;
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota-
12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações
lógica objetiva;
diferenciadas em seus leitores.
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis-
mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do
15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra
resposta;
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste
16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim
definindo o tema e a mensagem;
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e
17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
esclareçam o sentido.
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
simos na interpretação do texto.
Como Ler e Entender Bem um Texto
Ex.: Ele morreu de fome.
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e

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de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos,
do fato (= morte de "ele"). ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa-
Ex.: Ele morreu faminto. to que aconteceu depois.
faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
quando morreu.; O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo
19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei- material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela
as estão coordenadas entre si; natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da
de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu
Cunegundes espírito.

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS  Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis-


TEXTO NARRATIVO semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em
 As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for- que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o
ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-
dos fatos. zado por :
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon-
heroína, personagem principal da história. tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra-
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota- tiva que é feito em 1a pessoa.
gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal - visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê,
contracena em primeiro plano. aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per-
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-
As personagens secundárias, que são chamadas também de compar- dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.
sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra-  Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a-
ção. presentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual
a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita
O narrador que está a contar a história também é uma personagem, em 1a pessoa ou 3a pessoa.
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
tância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Formas de apresentação da fala das personagens
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso- três maneiras de comunicar as falas das personagens.
nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e  Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra-
tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen- vés do diálogo.
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações Exemplo:
perante os acontecimentos. “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da
verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna-
 Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a val a cidade é do povo e de ninguém mais”.
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po-
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
desenlace ou desfecho. travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
os verbos de locução podem ser omitidos.
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre,  Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou xemplo:
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
resses entre as personagens. dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- nos sombrios por vir”.
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos.  Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
 Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- Exemplo:
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela
cionados ao principal. hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés
 Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter (José Lins do Rego)
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são TEXTO DESCRITIVO
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
narrativo. terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
 Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que

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o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so-
unificada. bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido.
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou
Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari- desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje-
ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a
pouco. respeito de algo.

Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc- O TEXTO ARGUMENTATIVO
nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
Baseado em Adilson Citelli
 Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-
através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje- rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os
tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên- discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar
cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti- referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do
vo, fenomênico, ela é exata e dimensional. tipo de texto solicitado.
 Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário
pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen- que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de
to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so- um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua
cial e econômico . análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do
 Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursi-
observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir,
para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas
partes mais típicas desse todo. análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é
 Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo
ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo
visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento
típicos. do ponto de vista de algo/alguém.
 Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada,
que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e
um incêndio, de uma briga, de um naufrágio. desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e
 Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge- todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de
rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu- intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro
lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de
predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma se-
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- quência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas.
mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a
apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objeti-
TEXTO DISSERTATIVO vos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons- da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da for-
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques- mação textual.
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever
com clareza, coerência e objetividade. Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos
verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados.
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a
linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro
do o contexto. que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos
com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em : argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunica-
 Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda- ção ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob- são).
jetiva da definição do ponto de vista do autor.
 Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
sencadeia a conclusão. dão tornem esta produção altamente evocativa.
 Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não
e opinião. possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-
a obra ou ação que realmente se praticou. rentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter
na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,

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bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo, texto, mas de gênero de texto. O autor diz que não é correto afirmar que a
daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico carta pessoal, por exemplo, é um tipo de texto como fazem os livros. Ele
uma relação interdiscursiva e intertextual. atesta que a carta pessoal é um Gênero Textual.

As metáforas, metomínias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en- O autor diz que em todos os gêneros os tipos se realizam, ocorrendo,
tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa- muitas das vezes, o mesmo gênero sendo realizado em dois ou mais tipos.
zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode
utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argu-
que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da mentação. Ele chama essa miscelânea de tipos presentes em um gênero
oposição, tudo isto em forma de piada. de heterogeneidade tipológica.

Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica. Para ele, dificilmente
através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito, são encontrados tipos puros. Realmente é raro um tipo puro. Num texto
mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou como a bula de remédio, por exemplo, que para Fávero & Koch (1987) é
conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e um texto injuntivo, tem-se a presença de várias tipologias, como a descri-
concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível, ção, a injunção e a predição4. Travaglia afirma que um texto se define como
capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação... de um tipo por uma questão de dominância, em função do tipo de interlocu-
ção que se pretende estabelecer e que se estabelece, e não em função do
Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP, espaço ocupado por um tipo na constituição desse texto.
Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição.
Quando acontece o fenômeno de um texto ter aspecto de um gênero
GÊNEROS TEXTUAIS mas ter sido construído em outro, Marcuschi dá o nome de intertextuali-
dade intergêneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu
Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza, no texto a configuração de uma estrutura intergêneros de natureza altamen-
literários ou não. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as te híbrida, sendo que um gênero assume a função de outro.
funções sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e
exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa Travaglia não fala de intertextualidade intergêneros, mas fala de um
forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais: anúncios, intercâmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado
convites, atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comédias, no lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossíveis,
contos de fadas, convênios, crônicas, editoriais, ementas, ensaios, entrevis- na opinião do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de
tas, circulares, contratos, decretos, discursos políticos descrições e comentários dissertativos feitos por meio da narração.

A diferença entre Gênero Textual e Tipologia Textual é, no meu en- Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configuração teórica:
tender, importante para direcionar o trabalho do professor de língua na  intertextualidade intergêneros = um gênero com a função de outro
leitura, compreensão e produção de textos1. O que pretendemos neste  heterogeneidade tipológica = um gênero com a presença de vários
pequeno ensaio é apresentar algumas considerações sobre Gênero Tex- tipos
tual e Tipologia Textual, usando, para isso, as considerações feitas por Travaglia mostra o seguinte:
Marcuschi (2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionáveis  conjugação tipológica = um texto apresenta vários tipos
para o termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas considerações  intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro
a respeito de minha escolha pelo gênero ou pela tipologia.
Aspecto interessante a se observar é que Marcuschi afirma que os gê-
Convém afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen- neros não são entidades naturais, mas artefatos culturais construídos
são e a produção escrita em Língua Materna deve ter como meta primordial historicamente pelo ser humano. Um gênero, para ele, pode não ter uma
o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam com que ele tenha determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Para
capacidade de usar um número sempre maior de recursos da língua para exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o
produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situação específica autor da carta não tenha assinado o nome no final, ela continuará sendo
de interação humana. carta, graças as suas propriedades necessárias e suficientes5.Ele diz,
ainda, que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma
Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na esco- lista de produtos em oferta. O que importa é que esteja fazendo divulgação
la a partir da abordagem do Gênero Textual Marcuschi não demonstra de produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usuários da-
favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele, quele produto.
o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez
que não é possível, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embo- Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado pa-
ra possamos classificar vários textos como sendo narrativos, eles se con- ra designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza
cretizam em formas diferentes – gêneros – que possuem diferenças especí- linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as
ficas. categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção (Swa-
les, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipologia
Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG) Textual é usado para designar uma espécie de sequência teoricamente
defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais,
textos de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferen- sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22).
tes modos de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os
diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da compe- Gênero Textual é definido pelo autor como uma noção vaga para os
tência comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto é textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caracte-
apropriado para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a rísticas sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades
apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só tenha recursos para funcionais, estilo e composição característica.
atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco
capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um
levantamento de quais tipos seriam mais necessários para os alunos, para, modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas
a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessários. que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar
ligadas ao produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao fa-
Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem, de maneira equivoca- zer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção destes no tempo
da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, não se trata de tipo de

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e/ou no espaço. Pode ser possível a perspectiva do produtor do texto dada


pela imagem que o mesmo faz do receptor como alguém que concorda ou Se em Travaglia nota-se uma discussão teórica não percebida em Mar-
não com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformação, quando cuschi, o oposto também acontece. Este autor discute o conceito de Domí-
o produtor vê o receptor como alguém que não concorda com ele. Se o nio Discursivo. Ele diz que os domínios discursivos são as grandes esfe-
produtor vir o receptor como alguém que concorda com ele, surge o discur- ras da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo infor-
so da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinião de Travaglia, uma perspecti- ma, esses domínios não seriam nem textos nem discursos, mas dariam
va em que o produtor do texto faz uma antecipação no dizer. Da mesma origem a discursos muito específicos. Constituiriam práticas discursivas
forma, é possível encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa de dentro das quais seria possível a identificação de um conjunto de gêneros
comprometimento ou não. Resumindo, cada uma das perspectivas apre- que às vezes lhes são próprios como práticas ou rotinas comunicativas
sentadas pelo autor gerará um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva institucionalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalístico, discur-
faz surgir os tipos descrição, dissertação, injunção e narração. A segun- so jurídico e discurso religioso. Cada uma dessas atividades, jornalística,
da perspectiva faz com que surja o tipo argumentativo stricto sensu6 e jurídica e religiosa, não abrange gêneros em particular, mas origina vários
não argumentativo stricto sensu. A perspectiva da antecipação faz surgir deles.
o tipo preditivo. A do comprometimento dá origem a textos do mundo
comentado (comprometimento) e do mundo narrado (não comprometi- Travaglia até fala do discurso jurídico e religioso, mas não como Mar-
mento) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados, cuschi. Ele cita esses discursos quando discute o que é para ele tipologia
de maneira geral, no tipo narração. Já os do mundo comentado ficariam no de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipolo-
tipo dissertação. gias de discurso usarão critérios ligados às condições de produção dos
discursos e às diversas formações discursivas em que podem estar inseri-
Travaglia diz que o Gênero Textual se caracteriza por exercer uma dos (Koch & Fávero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fávero, o autor fala que
função social específica. Para ele, estas funções sociais são pressentidas e uma tipologia de discurso usaria critérios ligados à referência (institucional
vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabe- (discurso político, religioso, jurídico), ideológica (discurso petista, de direita,
mos que gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo de esquerda, cristão, etc), a domínios de saber (discurso médico, linguísti-
com a função social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que co, filosófico, etc), à inter-relação entre elementos da exterioridade (discur-
ele pode apresentar características que farão com que ele “funcione” de so autoritário, polêmico, lúdico)). Marcuschi não faz alusão a uma tipologia
maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo não é o do discurso.
mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informa-
ções sobre um concurso público, por exemplo. Semelhante opinião entre os dois autores citados é notada quando fa-
lam que texto e discurso não devem ser encarados como iguais. Marcus-
Observamos que Travaglia dá ao gênero uma função social. Parece chi considera o texto como uma entidade concreta realizada materialmente
que ele diferencia Tipologia Textual de Gênero Textual a partir dessa e corporificada em algum Gênero Textual [grifo meu] (p. 24). Discurso
“qualidade” que o gênero possui. Mas todo texto, independente de seu para ele é aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instân-
gênero ou tipo, não exerce uma função social qualquer? cia discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera
o discurso como a própria atividade comunicativa, a própria atividade
Marcuschi apresenta alguns exemplos de gêneros, mas não ressalta produtora de sentidos para a interação comunicativa, regulada por uma
sua função social. Os exemplos que ele traz são telefonema, sermão, exterioridade sócio-histórica-ideológica (p. 03). Texto é o resultado dessa
romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, etc. atividade comunicativa. O texto, para ele, é visto como
uma unidade linguística concreta que é tomada pelos usuários da lín-
Já Travaglia, não só traz alguns exemplos de gêneros como mostra o
gua em uma situação de interação comunicativa específica, como uma
que, na sua opinião, seria a função social básica comum a cada um: aviso,
unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reco-
comunicado, edital, informação, informe, citação (todos com a função social
nhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão (p. 03).
de dar conhecimento de algo a alguém). Certamente a carta e o e-mail
entrariam nessa lista, levando em consideração que o aviso pode ser dado
sob a forma de uma carta, e-mail ou ofício. Ele continua exemplificando Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que
apresentando a petição, o memorial, o requerimento, o abaixo assinado sua preocupação é com a tipologia de textos, e não de discursos. Marcus-
(com a função social de pedir, solicitar). Continuo colocando a carta, o e- chi afirma que a definição que traz de texto e discurso é muito mais opera-
mail e o ofício aqui. Nota promissória, termo de compromisso e voto são cional do que formal.
exemplos com a função de prometer. Para mim o voto não teria essa fun- Travaglia faz uma “tipologização” dos termos Gênero Textual, Tipolo-
ção de prometer. Mas a função de confirmar a promessa de dar o voto a gia Textual e Espécie. Ele chama esses elementos de Tipelementos.
alguém. Quando alguém vota, não promete nada, confirma a promessa de Justifica a escolha pelo termo por considerar que os elementos tipológicos
votar que pode ter sido feita a um candidato. (Gênero Textual, Tipologia Textual e Espécie) são básicos na construção
das tipologias e talvez dos textos, numa espécie de analogia com os ele-
Ele apresenta outros exemplos, mas por questão de espaço não colo- mentos químicos que compõem as substâncias encontradas na natureza.
carei todos. É bom notar que os exemplos dados por ele, mesmo os que
não foram mostrados aqui, apresentam função social formal, rígida. Ele não Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discussões
apresenta exemplos de gêneros que tenham uma função social menos feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gêneros
rígida, como o bilhete. Textuais, estão diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho
com o gênero é uma grande oportunidade de se lidar com a língua em seus
Uma discussão vista em Travaglia e não encontrada em Marcuschi7 é a mais diversos usos autênticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que ele
de Espécie. Para ele, Espécie se define e se caracteriza por aspectos apresenta a ideia básica de que um maior conhecimento do funcionamento
formais de estrutura e de superfície linguística e/ou aspectos de conteúdo. dos Gêneros Textuais é importante para a produção e para a compreen-
Ele exemplifica Espécie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo são de textos. Travaglia não faz abordagens específicas ligadas à questão
narrativo: a história e a não-história. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta do ensino no seu tratamento à Tipologia Textual.
as Espécies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele
mostra as Espécies distintas objetiva x subjetiva, estática x dinâmica e O que Travaglia mostra é uma extrema preferência pelo uso da Tipo-
comentadora x narradora. Mudando para gênero, ele apresenta a corres- logia Textual, independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem
pondência com as Espécies carta, telegrama, bilhete, ofício, etc. No gênero parece ser mais taxionômica. Ele chega a afirmar que são os tipos que
romance, ele mostra as Espécies romance histórico, regionalista, fantásti- entram na composição da grande maioria dos textos. Para ele, a questão
co, de ficção científica, policial, erótico, etc. Não sei até que ponto a Espé- dos elementos tipológicos e suas implicações com o ensino/aprendizagem
cie daria conta de todos os Gêneros Textuais existentes. Será que é merece maiores discussões.
possível especificar todas elas? Talvez seja difícil até mesmo porque não é
fácil dizer quantos e quais são os gêneros textuais existentes. Marcuschi diz que não acredita na existência de Gêneros Textuais i-

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deais para o ensino de língua. Ele afirma que é possível a identificação de exercício da interação humana, da participação social dentro de uma socie-
gêneros com dificuldades progressivas, do nível menos formal ao mais dade letrada.
formal, do mais privado ao mais público e assim por diante. Os gêneros 1 - Penso que quando o professor não opta pelo trabalho com o gêne-
devem passar por um processo de progressão, conforme sugerem Sch- ro ou com o tipo ele acaba não tendo uma maneira muito clara pa-
neuwly & Dolz (2004). ra selecionar os textos com os quais trabalhará.
2 - Outra discussão poderia ser feita se se optasse por tratar um pou-
Travaglia, como afirmei, não faz considerações sobre o trabalho com a co a diferença entre Gênero Textual e Gênero Discursivo.
Tipologia Textual e o ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia 3 - Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente des-
teria que, no mínimo, levar em conta a questão de com quais tipos de texto critiva, ou dissertativa, ou injuntiva, ou narrativa, ou argumentativa.
deve-se trabalhar na escola, a quais será dada maior atenção e com quais Acho meio difícil alguém conseguir escrever um texto, caracteriza-
será feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja do como carta, apenas com descrições, ou apenas com injunções.
considerada a ideia de Travaglia, deve levar em conta uma série de fatores, Por outro lado, meio que contrariando o que acabara de afirmar,
porém dois são mais pertinentes: ele diz desconhecer um gênero necessariamente descritivo.
a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composi- 4 - Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem pre-
ção de quaisquer outros textos (não sei ao certo se isso é possível. visão, como o boletim meteorológico e o horóscopo.
Pode ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo não dê ao alu- 5 - Necessárias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma
no o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice-versa. carta.
Um aluno que pára de estudar na 5ª série e não volta mais à escola 6 - Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu é o
teria convivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais que faz argumentação explícita.
trabalhado nessa série. Será que ele estaria preparado para produ- 7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso. Sílvio Ribeiro da Sil-
zir, quando necessário, outros tipos textuais? Ao lidar somente com va.
o tipo narrativo, por exemplo, o aluno, de certa forma, não deixa de
trabalhar com os outros tipos?); Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor que também é
b) A utilização prática que o aluno fará de cada tipo em sua vida. transmitida através de figuras, impregnado de subjetivismo. Ex: um ro-
mance, um conto, uma poesia...
Acho que vale a pena dizer que sou favorável ao trabalho com o Gêne- Texto não-literário: preocupa-se em transmitir uma mensagem da
ro Textual na escola, embora saiba que todo gênero realiza necessaria- forma mais clara e objetiva possível. Ex: uma notícia de jornal, uma bula
mente uma ou mais sequências tipológicas e que todos os tipos inserem-se de medicamento.
em algum gênero textual.
Linguagem Verbal - Existem várias formas de comunicação. Quando o
Até recentemente, o ensino de produção de textos (ou de redação) era homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou escrita,dizemos
feito como um procedimento único e global, como se todos os tipos de texto que ele está utilizando uma linguagem verbal, pois o código usado é a
fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por isso, palavra. Tal código está presente, quando falamos com alguém, quando
não exigissem aprendizagens específicas. A fórmula de ensino de redação, lemos, quando escrevemos. A linguagem verbal é a forma de comunicação
ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras – que consiste funda- mais presente em nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ou escrita,
mentalmente na trilogia narração, descrição e dissertação – tem por base expomos aos outros as nossas idéias e pensamentos, comunicando-nos
uma concepção voltada essencialmente para duas finalidades: a formação por meio desse código verbal imprescindível em nossas vidas. ela está
de escritores literários (caso o aluno se aprimore nas duas primeiras moda- presente em textos em propagandas;
lidades textuais) ou a formação de cientistas (caso da terceira modalidade)
em reportagens (jornais, revistas, etc.);
(Antunes, 2004). Além disso, essa concepção guarda em si uma visão
em obras literárias e científicas;
equivocada de que narrar e descrever seriam ações mais “fáceis” do que
na comunicação entre as pessoas;
dissertar, ou mais adequadas à faixa etária, razão pela qual esta última
em discursos (Presidente da República, representantes de classe,
tenha sido reservada às séries terminais - tanto no ensino fundamental
candidatos a cargos públicos, etc.);
quanto no ensino médio.
e em várias outras situações.
O ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto Linguagem Não Verbal
pela perspectiva dos gêneros reposiciona o verdadeiro papel do professor
de Língua Materna hoje, não mais visto aqui como um especialista em
textos literários ou científicos, distantes da realidade e da prática textual do
aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais
e escritas, de uso social. Assim, o espaço da sala de aula é transformado
numa verdadeira oficina de textos de ação social, o que é viabilizado e
concretizado pela adoção de algumas estratégias, como enviar uma carta
para um aluno de outra classe, fazer um cartão e ofertar a alguém, enviar
uma carta de solicitação a um secretário da prefeitura, realizar uma entre-
vista, etc. Essas atividades, além de diversificar e concretizar os leitores
das produções (que agora deixam de ser apenas “leitores visuais”), permi- Observe a figura abaixo, este sinal demonstra que é proibido fumar em
tem também a participação direta de todos os alunos e eventualmente de um determinado local. A linguagem utilizada é a não-verbal pois não utiliza
pessoas que fazem parte de suas relações familiares e sociais. A avaliação do código "língua portuguesa" para transmitir que é proibido fumar. Na
dessas produções abandona os critérios quase que exclusivamente literá- figura abaixo, percebemos que o semáforo, nos transmite a idéia de
rios ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto não é atenção, de acordo com a cor apresentada no semáforo, podemos saber se
aquele que apresenta, ou só apresenta, características literárias, mas é permitido seguir em frente (verde), se é para ter atenção (amarelo) ou se
aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzi- é proibido seguir em frente (vermelho) naquele instante.
do, ou seja, se a escolha do gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o
nível de língua estão adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalida-
de do texto.

Acredito que abordando os gêneros a escola estaria dando ao aluno a


oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gêneros Textuais
socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interação
humana, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua
constituição como sujeito. A atividade com a língua, assim, favoreceria o

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Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das


personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os
travessões, para indicar a mudança de interlocutor).
A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a linha
temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na apre-
sentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao futuro).
A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os
contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de
temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...".
Como você percebeu, todas as imagens podem ser facilmente
decodificadas. Você notou que em nenhuma delas existe a presença da Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção e na
palavra? O que está presente é outro tipo de código. Apesar de haver interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predominam
ausência da palavra, nós temos uma linguagem, pois podemos decifrar na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descrições e nos
mensagens a partir das imagens. O tipo de linguagem, cujo código não é a diálogos.
palavra, denomina-se linguagem não-verbal, isto é, usam-se outros códigos O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência chega
(o desenho, a dança, os sons, os gestos, a expressão fisionômica, as ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu pretendente,
cores) Fonte: www.graudez.com.br enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a história
familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no passa-
TIPOLOGIA TEXTUAL
do: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou sua
filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala".
A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilidade:
verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um artigo
intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo definido,
interlocutores. por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou apressa-
Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um damente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém impaci-
texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo entemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos anos 40."
falamos sozinhos. O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que
É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz
travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos
existem tipos textuais e gêneros textuais. na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa
que não intervém nem como ator nem como testemunha.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado
ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pontos
ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que as
retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver. personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fazem,
pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes acon-
É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os tecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes.
nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e
Dissertação. A Novela

Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de
um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As
assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá-
prosa. rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por
converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes.
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se
conceituam como gêneros textuais as diversas situações A Obra Teatral
sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas, tragé-
exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma dias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvolvendo
monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se- diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens, quer
iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes nas
do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico. situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído pelo
Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos, mas
extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos das
gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando personagens.
mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encontrar
O Conto neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espontânea
das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações da
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos perfeita- sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e tempo.
mente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilíbrio; Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem para
segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, que moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem os
dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse conflito turnos de palavras.
que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido.
As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da representa-
Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem entre ção cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor e os
si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de recheio atores orientam sua interpretação.
(secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. Tanto os
núcleos como as ações secundárias colocam em cena personagens que as Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão
cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresentação das temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada conta-
características destes personagens, assim como para as indicações de to apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determi-
lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos.

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nadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes qua- A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o
dros, que correspondem a mudanças de cenografias. tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto
da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abor-
Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as chama- dado.
das notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos atores
sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes cenografias Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns são
que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação. Estas notações as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as crôni-
apresentam com frequência orações unimembres e/ou bimembres de cas, as resenhas de espetáculos.
predicado não verbal.
A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à medida
O Poema que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publicitários
aparecem não só nos periódicos como também em outros meios ampla-
Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição espacial mente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos referire-
muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão rele- mos a eles em outro momento.
vância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com uma
silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos misteriosos Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de suas
labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para captar seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os quais
o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pretende destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação cuida-
extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo poeta, quer da, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informação
seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua versão da linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as explica-
realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo, relatar ções do texto.
epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apresentar
ensinamentos morais (como nas fábulas). É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na publica-
ção para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, a
O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sonoro primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos
das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte essen- jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização
cial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses
métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que textos.
compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicali-
dade depende desta distribuição. O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre a
posição adotada pela redação.
Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à
distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas A Notícia
diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chama- Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou
das licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas pessoas.
sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constitu-
em um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que
palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor-
h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo,
incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paro- não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de
xítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações
sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma. similares.

A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos, pois É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa pelo
existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequente na fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três partes
poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento. O
últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin- título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a atenção
cidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal El País,
assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze palavras. A
acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até de- introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser um resumo
zesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento, de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que não
são considerados dissílabos. aparecem na introdução.

As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas diferentes A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à mar-
combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à progressão gem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da primeira
temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade informativa pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir o eu ou o
vinculada ao tema central. nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo, não se
referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como nosso
Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos mecanismos país ou minha cidade).
de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a criação
de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábulos, Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracidade:
metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue comprovar
estilísticos que dão ambiguidade ao poema. de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a certas
fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descartado
TEXTOS JORNALÍSTICOS que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte, recorre ao
Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu portador ( discurso direto, como, por exemplo:
jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da função O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara dos
informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em Deputados durante a próxima semana .
que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da atualidade,
condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as novidades O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal.
produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas. Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: infor- enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das
mação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é
economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela

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polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, realizada
por um patrulheiro. com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As
perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para
A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê? divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador.
quem? como? quando? por quê e para quê?.
A Entrevista
O Artigo de Opinião
Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente mediante
Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atualida- uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido com
de que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, uma
considerado, ou merece ser, objeto de debate. vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas
Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesquisa e detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve
as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu-
posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia, dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com
enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas
seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações
divergentes e até antagônicas em uma mesma página. sobre as declarações do entrevistado.
Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessariamente
organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifica- incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a conversa-
ção do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e ção possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas destas
que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas deri-
tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar vados.
esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe uma
início do texto. garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez de
A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo de
argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas propostas e de réplicas.
para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA
seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações,
as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ciências
distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-se tanto
e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - deta- nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais.
lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa
estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas
informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas
argumentos usados na validade da tese. suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos,
as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem
A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de temas sintática canônica (sujeito-verbo-predicado).
derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus respectivos
comentários. Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semântica,
e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido das
Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresentam palavras.
uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam, com
frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama argumen- O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábulos a
tativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor da infor- que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é, evitam
mação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer o leitor os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem medi-
a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes artigos, ante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao termo
opta-se por orações complexas que incluem proposições causais para as polissêmico nesse contexto.
fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, concessivas e A Definição
condicionais.
Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que
Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura ideológica do determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenci-
autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que ais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração
circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta. de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir
Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar através de um processo de sinonímia.
estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados
do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por
entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas
dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do
Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias men- termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence,
cionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um texto "animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que
de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor aceite nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal.
ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, cenas e
opiniões como positivas ou negativas. Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores mais
qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se referem:
A Reportagem Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou parte do
É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, para Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente antes de
informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma figura- terminar o inverno.
chave para o conhecimento deste tópico. Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La Real
A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a publica- Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou
ção e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a aten- introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus
ção dos leitores. traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações
unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exem-
plo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um subs-

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tantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas categorias:
Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação medi- uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, isto é, ao
ante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemen- registro da situação de experimentação; a outra, ao processo observado.
te antes de terminar o inverno".
Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que começam
As definições contêm, também, informações complementares relacionadas, com se (condicionais) e com quando (condicional temporal):
por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se inclui o
termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo ("do lat. Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a
piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc. planta crescerá mais rápido.

Essas informações complementares contêm frequentemente abreviaturas, Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a mostrar
cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário: Lat., Latim; manchas marrons devido ao excesso de umidade.
Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc. Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável tempo
O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias básicas da aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é possível
estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos quais observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos ...; de
diferentes informações costumam ser codificadas através de tipografias advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no mesmo
diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologias, momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente essen-
etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco mediante cial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apresenta
barras paralelas e /ou números. as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma das
etapas do processo.
Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma
coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado em
continuar em exercício; adiar o término de. um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira
pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser-
A Nota de Enciclopédia vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo
observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente
Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa,
descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela ampli- do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos.
tude desta expansão.
A Monografia
A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de
temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem- Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um
se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu- determinado tema é recolhida em diferentes fontes.
los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os
temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia, Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados com
população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc. base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como
fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemunhos
Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos qualificados ou de especialistas no tema.
quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por
exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra- As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coerente
dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie- dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem como
dades: terrestres e aquáticos. indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por exem-
plo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os
Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da lingua- aspectos positivos da gestão governamental de um determinado persona-
gem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que gem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negativos,
responde às exigências de concisão e de precisão. teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que
esta valorização fique explícita.
As características inerentes aos objetos apresentados aparecem através de
adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas pretas Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o tema
no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos muito a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que, conjugan-
juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa do seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará as primei-
dos substantivos e, como é possível observar em nosso exemplo, agregam ras antecipações sobre a informação que espera encontrar e formulará as
qualidades próprias daquilo a que se referem. hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o tema, estes
textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o que cada uma
O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais estarão listadas
predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de nas referências bibliográficas, de acordo com as normas que regem a
ligação - ser, estar, parecer, etc. apresentação da bibliografia.
O Relato de Experimentos O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do texto
Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em manipular o que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de cons-
ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos que truções de discurso direto ou de discurso indireto.
descrevem experimentos. Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modificações,
O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mas tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da economia
que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é neces- dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda tramitação
sário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações para referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam a palavra
concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para constatar o de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que incluem o
que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições uma nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida - declara
planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se colocar Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos sinais que
suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições de distinguem frequentemente o discurso direto.
luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por outro,
fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos subordi-
circunstâncias obtém-se um melhor crescimento. nadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações, pronomes
pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais auxiliares,
etc.

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Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría - amplamente difundidos os modelos de regulamentos de co-propriedade;
nutrem-se do liberalismo’ então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um texto deste
tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identificação para
Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu pensamento introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos direitos e
nutriam -se do liberalismo' deveres das partes envolvidas.
Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instrucio-
(dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os nais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de alimen-
enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do tos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir uma
emissor. dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes textos
Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o autor incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego frequente e
recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classifi- sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de abordagem e de
cação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as instru-
consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os ções.
dados apresentados e o princípio de classificação adotado. As Receitas e as Instruções
Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipótese, Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções para
sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das fontes organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato, fabricar
consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência estabe- um móvel, consertar um objeto, etc.
lecida entre os fatos e a conclusão.
Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da
Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista
problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos. de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen-
Os conectores lógicos oracionais e extra-oracionais são marcas linguísticas to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.),
relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem entre os a outra, desenvolve as instruções.
dados e para avaliar sua coerência. As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitual-
A Biografia mente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acompa-
nhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos).
É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s).
Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia. As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, com
verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou orações
Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresentar unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo (misturar a
ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens cuja farinha com o açúcar).
ação foi qualificada como relevante na história.
Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as
Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado que construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem
a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em sua acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que
construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conectivi- expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa-
dade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial (Seus re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as
cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua cidade claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados
natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições tempo- visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote
rais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos da em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até
novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realidade), que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre-
etc. quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo:
A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta-se Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste
nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apresen- momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui
tados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de pode intervir outro membro da equipe.
apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação TEXTOS EPISTOLARES
simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados
pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo com a Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por escrito
importância que a eles atribui. com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeçalho.
Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de uma
Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não autorizadas" empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos desig-
de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma característica que nados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora).
parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de revelar a
personagem através de uma profusa acumulação de aspectos negativos, Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de
especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios altamente forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo
reprovados pela opinião pública. das características contidas no texto.
TEXTOS INSTRUCIONAIS Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organização
espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabelece
Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais diversas o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de
atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou animais tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto
domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. Dentro em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação
desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culinárias até e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de
os complexos manuais de instrução para montar o motor de um avião. familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta
Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de receitas e a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, opta-
manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, etc. Mas se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido
todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da função ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em
apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama descritiva relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo
para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendida. formal.
A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencionais
cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, estão

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A Carta Variação (linguística)


As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e argu-
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
mentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa,
expressiva e apelativa). A variação de uma língua é o modo pelo qual ela se diferencia,
sistemática e coerentemente, de acordo com o contexto histórico,
Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto é,
geográfico e sócio-cultural no qual os falantes dessa língua se manifestam
aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um
verbalmente.
amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimen-
tos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o Conceito
receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido
afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a Variedade é um conceito maior do que estilo de prosa ou estilo de
dimensão expressiva da mensagem. linguagem. Alguns escritores de sociolinguística usam o termo leto,
aparentemente um processo de criação de palavras para termos
Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor conheci- específicos, são exemplos dessas variações:
do, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transparecer
marcas da oraljdade: frases inconclusas, nas quais as reticências habilitam  dialetos (variação diatópica), isto é, variações faladas por
múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las; perguntas comunidades geograficamente definidas.
que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que encerram o idioma é um termo intermediário na distinção dialeto-linguagem e é
em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de exclamação usado para se referir ao sistema comunicativo estudado (que poderia ser
que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas expressões que chamado tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua condição em
refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas. relação a esta distinção é irrelevante (sendo, portanto, um sinônimo para
Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enunciati- linguagem num sentido mais geral);
vas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as
dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a
 socioletos, isto é, variações faladas por comunidades
subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de socialmente definidas
diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati-  linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da
vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições. comunicação pública e da educação
A Solicitação
 idioletos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa
É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida
pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a  registros (ou diátipos), isto é, o vocabulário especializado e/ou a
possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um gramática de certas atividades ou profissões
emprego, uma vaga em uma escola, etc.  etnoletos, para um grupo étnico
Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ceder ou
 ecoletes, um idioleto adotado por uma casa
não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que recorre
ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente para a Variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distinguidos
abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e conside- não apenas por seu vocabulário, mas também por diferenças na gramática,
ração . . . / despeço-me de vós respeitosamente . ../ Saúdo-vos com o na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais
maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se estes nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um outro
textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado, exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes socioletos variam em
Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto seu grau de adaptação à fonologia básica da linguagem.
Politécnico a fim de solicitar-lhe...)
Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma
As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do variação na gramática da linguagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou
singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor advogados ingleses frequentemente usam modos gramaticais, como o
através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identi- modo subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros
ficam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige- falantes. Muitos registros são simplesmente um conjunto especializado de
se a...). termos (veja jargão).
A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o primei- É uma questão de definição se gíria e calão podem ser considerados
ro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições que como incluídos no conceito de variação ou de estilo. Coloquialismos e
reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados por expressões idiomáticas geralmente são limitadas como variações do léxico,
frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos em e de, portanto, estilo.
algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condições;
por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua Espécies de variação
apelação. Variação histórica
Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram um Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser
amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão tanto identificada ao se comparar dois estados de uma língua Portuguêsa. O
de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem desen- processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um
volver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como de grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos
construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o socioeconomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda
solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes
os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e
enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido). finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças
A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal maneira podem ser de grafia ou de significado.
que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de solicita- Variação geográfica
ção de bolsas de estudo, etc.
Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura
Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se
Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS. comunidades linguísticas menores em torno de centros polarizadores ,
política e economia, que acabam por definir os padrões linguísticos

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utilizados na região de sua influência e as diferenças linguísticas entre as A língua é um poderoso instrumento de ação social. Ela pode tanto
regiões são graduais, nem sempre coincidindo. facilitar quanto dificultar o nosso relacionamento com as pessoas e com a
sociedade em geral.
Variação social
Língua culta na escola
Agrupa alguns fatores de diversidade:o nível sócio-econômico,
determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; O ensino da língua culta, na escola, não tem a finalidade de condenar
a idade e o gênero. A variação social não compromete a compreensão ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou em nossa
entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de comunidade. Ao contrário, o domínio da língua culta, somado ao domínio
certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, de outras variedades lingüísticas, torna-nos mais preparados para nos
e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido comunicarmos. Saber usar bem uma língua equivale a saber empregá-la de
atingir o padrão de maior prestígio. modo adequado às mais diferentes situações sociais de que participamos.
Variação estilística Graus de formalismo
Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de As variações entre os níveis formal e informal da língua são chamadas
comunicação: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de de registros, que dependem do grau de formalismo existente na situação de
intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar comunicação; do modo de expressão, isto é, se se trata de um registro
em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois limites formal ou escrito; da sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos
extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do como graus de cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de um
indivíduo sobre as normas linguísticas, utilizado nas conversações vocabulário específico de algum campo científico, por exemplo).
imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão é máximo,
utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais O registro coloquial caracteriza-se por não ter planejamento prévio,
elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e informal com construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases curtas e
língua escrita e falada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de conectores simples. O registro informal, pelo uso de ortografia simplificada,
comunicação. de construções simples. Este último é geralmente usado entre membros de
uma mesma família ou entre amigos.
As diferentes modalidades de variação linguística não existem
isoladamente, havendo um inter-relacionamento entre elas: uma variante A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitin-
geográfica pode ser vista como uma variante social, considerando-se a do-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimentos,
migração entre regiões do país. Observa-se que o meio rural, por ser expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano,
menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.
antigas. O conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de
mobilidade social para um indivíduo pertencente a uma classe menos E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala,
favorecida. que são basicamente dois: O nível de formalidade e o de informalidade.

Bibliografia O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restrin-


gindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela qual
CAMACHO, R. (1988). A variação linguística. In: Subsídios à proposta nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi
curricular de Língua Portuguesa para o 1º e 2º graus. Secretaria da determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania
Educação do Estado de São Paulo, p. 29-41. sobre as demais.
Norma culta
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o estilo conside-
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. rado “de menor prestígio”, e isto tem gerado controvérsias entre os
estudos da língua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa que
Norma culta é o conjunto de práticas linguísticas pertencentes ao lugar
fala ou escreve de maneira errônea é considerada “inculta”, tornando-
ou à classe social de maior prestígio num determinado país. Segundo o
se desta forma um estigma.
Instituto Camões, a norma culta do português europeu é "o dialeto da
região que abrange Lisboa e Coimbra", enquanto que a do português
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas
brasileiro é "a fala do Rio e de S. Paulo".
variedades linguísticas, as quais representam as variações de acordo
A noção de norma com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é
utilizada. Dentre elas destacam-se:
Chama-se norma um determinado agrupamento de variantes
linguísticas de uma mesma língua. Variantes ou variedades linguísticas são Variações históricas:
as diferentes formas de se falar dentro de uma mesma língua, que
dependem das condições sociais, culturais, regionais e históricas de seus Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações
falantes. Dentre estas variantes, temos a norma chamada culta ou padrão, ao longo do tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão da
que adquiriu maior prestígio social por ser a variante vigente no lugar ou na ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez que a
classe social mais prestigiosa do país. Ela é a variedade lingüística mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas,
ensinada na escola, contida na maior parte dos livros, revistas, textos a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos.
científicos e em alguns programas de televisão. As demais variantes, como
a regional, a gíria, o jargão de grupos ou profissões (a linguagem dos Analisemos, pois, o fragmento exposto:
policiais, dos jogadores de futebol, dos metaleiros, dos surfistas), chamam-
se, genericamente, de dialeto popular ou linguagem popular. Antigamente
Propósito da língua “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas
mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primave-
A língua que utilizamos não transmite apenas nossas idéias, transmite ras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes
também um conjunto de informações sobre nós mesmos. Certas palavras e pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do
construções que empregamos acabam denunciando quem somos balaio." Carlos Drummond de Andrade
socialmente, ou seja, em que região do país nascemos, qual nosso nível
social e escolar, nossa formação e, às vezes, até nossos valores, círculo de Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.
amizades e hobbies, como skate, rock, surfe, etc. O uso da língua também
pode informar nossa timidez, sobre nossa capacidade de nos adaptarmos e Variações regionais:
situações novas, nossa insegurança, etc.
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a

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diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar sugestões de aplica-
certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e ção na prática docente quotidiana das teorias da pragmática linguística no
aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às campo da coerência textual, tendo em conta as conclusões avançadas no
características orais da linguagem. referido seminário.

Variações sociais ou culturais: Será, no entanto, necessário reter que esta pequena reflexão aqui a-
presentada encerra em si uma minúscula partícula de conhecimento no
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e vastíssimo universo que é, hoje em dia, a teoria da pragmática linguística e
também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas reflexões
citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. no sentido de auxiliar o docente no ensino da língua materna, já terá cum-
prido honestamente o seu papel.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os
surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros. Coesão e Coerência Textual
Qualquer falante sabe que a comunicação verbal não se faz geralmen-
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um te através de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto
linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos, em que são produzidas. Ou seja, uma qualquer sequência de palavras não
advogados, profissionais da área de informática, dentre outros. constitui forçosamente uma frase.

Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor Para que uma sequência de morfemas seja admitida como frase, torna-
sobre o assunto: se necessário que respeite uma certa ordem combinatória, ou seja, é
preciso que essa sequência seja construÍda tendo em conta o sistema da
Vício na fala língua.
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió Tal como um qualquer conjunto de palavras não forma uma frase, tam-
Para pior pió bém um qualquer conjunto de frases não forma, forçosamente, um texto.
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, é um objeto materia-
E vão fazendo telhados. lizado numa dada língua natural, produzido numa situação concreta e
Oswald de Andrade pressupondo os participantes locutor e alocutário, fabricado pelo locutor
através de uma seleção feita sobre tudo o que é dizível por esse locutor,
numa determinada situação, a um determinado alocutário1.
CHOPIS CENTIS
Eu “di” um beijo nela Assim, materialidade linguística, isto é, a língua natural em uso, os có-
E chamei pra passear. digos simbólicos, os processos cognitivos e as pressuposições do locutor
A gente fomos no shopping sobre o saber que ele e o alocutário partilham acerca do mundo são ingre-
Pra “mode” a gente lanchar. dientes indispensáveis ao objeto texto.
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas
aipim. por todos os membros de uma comunidade linguística. Este sistema de
Quanta gente, regras de base constitui a competência textual dos sujeitos, competência
Quanta alegria, essa que uma gramática do texto se propõe modelizar.
A minha felicidade é um crediário nas
Casas Bahia. Uma tal gramática fornece, dentro de um quadro formal, determinadas
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho. regras para a boa formação textual. Destas regras podemos fazer derivar
Pra levar a namorada e dar uns certos julgamentos de coerência textual.
“rolezinho”,
Quando eu estou no trabalho, Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a coerência
Não vejo a hora de descer dos andaime. nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigação concluem que as
Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger intervenções do professor a nível de incorreções detectadas na estrutura da
E também o Van Damme. frase são precisamente localizadas e assinaladas com marcas convencio-
(Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.) nais; são designadas com recurso a expressões técnicas (construção,
conjugação) e fornecem pretexto para pôr em prática exercícios de corre-
Por Vânia Duarte ção, tendo em conta uma eliminação duradoura das incorreções observa-
das.
COESÃO E COERÊNCIA
Pelo contrário, as intervenções dos professores no quadro das incorre-
Diogo Maria De Matos Polónio ções a nível da estrutura do texto, permite-nos concluir que essas incorre-
ções não são designadas através de vocabulário técnico, traduzindo, na
Introdução maior parte das vezes, uma impressão global da leitura (incompreensível;
Este trabalho foi realizado no âmbito do Seminário Pedagógico sobre não quer dizer nada).
Pragmática Linguística e Os Novos Programas de Língua Portuguesa, sob
orientação da Professora-Doutora Ana Cristina Macário Lopes, que decor- Para além disso, verificam-se práticas de correção algo brutais (refazer;
reu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exercícios de recupe-
ração.
Procurou-se, no referido seminário, refletir, de uma forma geral, sobre a
incidência das teorias da Pragmática Linguística nos programas oficiais de Esta situação é pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor
Língua Portuguesa, tendo em vista um esclarecimento teórico sobre deter- desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a
minados conceitos necessários a um ensino qualitativamente mais válido e, fazer respeitar uma ordem sobre a qual não tem nenhum controle.
simultaneamente, uma vertente prática pedagógica que tem necessaria-
mente presente a aplicação destes conhecimentos na situação real da sala Antes de passarmos à apresentação e ao estudo dos quatro princípios
de aula. de coerência textual, há que esclarecer a problemática criada pela dicoto-
mia coerência/coesão que se encontra diretamente relacionada com a

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dicotomia coerência macro-estrutural/coerência micro-estrutural. Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilização da catáfora, pa-
ra nos precavermos de enunciados como este:
Mira Mateus considera pertinente a existência de uma diferenciação Ele sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com o António.
entre coerência textual e coesão textual.
Num enunciado como este, não há qualquer possibilidade de identificar
Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos ele com António. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpretação:
linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente ele dirá respeito a um sujeito que não será nem o João nem o António, mas
entre sequências textuais: que fará parte do conhecimento simultâneo do emissor e do receptor.
Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro.
Para que tal aconteça, torna-se necessário reformular esse enunciado:
Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos O António sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com ele.
mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências
textuais: As situações de ambiguidade referencial são frequentes nos textos dos
Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe. alunos.
Ex.: O Pedro e o meu irmão banhavam-se num rio.
Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de Um homem estava também a banhar-se.
sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não Como ele sabia nadar, ensinou-o.
hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só
propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade se-
transforme num texto: a conetividade2. quencial, existem disfunções que introduzem zonas de incerteza no texto:
ele sabia nadar(quem?),
Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer ele ensinou-o (quem?; a quem?)
uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna
difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que b)-Expressões Definidas: tal como as pronominalizações, as expres-
orientam a formação do discurso. sões definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um
elemento de uma frase numa outra frase ou até numa outra sequência
Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerência textual.
são as mesmas que orientam a macro-coerência textual. Efetivamente, Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim.
quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras Os gatos vão sempre conosco.
de coerência que foram usadas para a construção do texto original.
Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas
Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito às relações aparecem quando o nome que se repete é imediatamente vizinho daquele
de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textual, que o precede.
enquanto que macro-estrutura textual diz respeito às relações de coerência Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido é colorido e muito ele-
existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo: gante.
 Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório
mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas. Neste caso, o problema resolve-se com a aplicação de deíticos contex-
 Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com ami- tuais.
gos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele é colorido e muito elegante.
de teatro.
Pode também resolver-se a situação virtualmente utilizando a elipse.
Como micro-estruturas temos a sequência 1 ou a sequência 2, enquan- Ex.: A Margarida comprou um vestido. É colorido e muito elegante. Ou
to que o conjunto das duas sequências forma uma macro-estrutura. ainda:
A Margarida comprou um vestido que é colorido e muito elegante.
Vamos agora abordar os princípios de coerência textual3:
1. Princípio da Recorrência4: para que um texto seja coerente, torna-se c)-Substituições Lexicais: o uso de expressões definidas e de deíticos
necessário que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de contextuais é muitas vezes acompanhado de substituições lexicais. Este
recorrência restrita. processo evita as repetições de lexemas, permitindo uma retoma do ele-
mento linguístico.
Para assegurar essa recorrência a língua dispõe de vários recursos: Ex.: Deu-se um crime, em Lisboa, ontem à noite: estrangularam uma
- pronominalizações, senhora. Este assassinato é odioso.
- expressões definidas5,
- substituições lexicais, Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário
- retomas de inferências. respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu
representante mais específico.
Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma sequência a Ex.: O piloto alemão venceu ontem o grande prêmio da Alemanha. S-
uma outra que se encontre próxima em termos de estrutura de texto, reto- chumacher festejou euforicamente junto da sua equipa.
mando num elemento de uma sequência um elemento presente numa
sequência anterior: Se se inverterem os substantivos, a relação entre os elementos linguís-
ticos torna-se mais clara, favorecendo a coerência textual. Assim, Schuma-
a)-Pronominalizações: a utilização de um pronome torna possível a re- cher, como termo mais específico, deveria preceder o piloto alemão.
petição, à distância, de um sintagma ou até de uma frase inteira.
No entanto, a substituição de um lexema acompanhado por um deter-
O caso mais frequente é o da anáfora, em que o referente antecipa o minante, pode não ser suficiente para estabelecer uma coerência restrita.
pronome. Atentemos no seguinte exemplo:
Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangu-
lada no seu quarto. Picasso morreu há alguns anos. O autor da "Sagração da Primavera"
doou toda a sua coleção particular ao Museu de Barcelona.
No caso mais raro da catáfora, o pronome antecipa o seu referente.
Ex.: Deixe-me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ain- A presença do determinante definido não é suficiente para considerar
da: Não me importo de o confessar: este crime impressionou-me. que Picasso e o autor da referida peça sejam a mesma pessoa, uma vez
que sabemos que não foi Picasso mas Stravinski que compôs a referida

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peça. cios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo


ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno
Neste caso, mais do que o conhecimento normativo teórico, ou lexico- recriar o quotidiano de um multi-milionário,senhor de um grande império
enciclopédico, são importantes o conhecimento e as convicções dos parti- industrial, que vive numa luxuosa vila.
cipantes no ato de comunicação, sendo assim impossível traçar uma fron-
teira entre a semântica e a pragmática. 2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se
necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma infor-
Há também que ter em conta que a substituição lexical se pode efetuar mação semântica constantemente renovada.
por
- Sinonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que
parte dos traços semânticos idêntica: A criança caiu. O miúdo nun- um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição
ca mais aprende a cair! constante da própria matéria.
- Antonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
parte dos traços semânticos oposta: Disseste a verdade? Isso Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro
cheira-me a mentira! estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vestimenta
- Hiperonímia-a primeira expressão mantém com a segunda uma re- preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna. Todos
lação classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Então lagosta, os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. A
adoro! bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda em
- Hiponímia- a primeira expressão mantém com a segunda uma re- baixo e batia com o martelo na bigorna.
lação elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de
um felino? Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não
será incoerente, será até coerente demais.
d)-Retomas de Inferências: neste caso, a relação é feita com base em
conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passava No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um tex-
com os processos de recorrência anteriormente tratados. to coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continui-
dade temática e progressão semântica.
Vejamos:
P - A Maria comeu a bolacha? Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois prin-
R1 - Não, ela deixou-a cair no chão. cípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação
R2 - Não, ela comeu um morango. não se pode processar de qualquer maneira.
R3 - Não, ela despenteou-se.
Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências a-
As sequências P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais coerentes do companhar a ordenação temporal dos fatos descritos.
que a sequência P+R3. Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei).

No entanto, todas as sequências são asseguradas pela repetição do O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das su-
pronome na 3ª pessoa. as sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados de
coisas descritos.
Podemos afirmar, neste caso, que a repetição do pronome não é sufi- Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque cho-
ciente para garantir coerência a uma sequência textual. veu).

Assim, a diferença de avaliação que fazemos ao analisar as várias hi- Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepção dos esta-
póteses de respostas que vimos anteriormente sustenta-se no fato de R1 e dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequências
R2 retomarem inferências presentes em P: textuais.
- aconteceu alguma coisa à bolacha da Maria, Ex.: A praça era enorme. No meio, havia uma coluna; à volta, árvores e
- a Maria comeu qualquer coisa. canteiros com flores.

Já R3 não retoma nenhuma inferência potencialmente dedutível de P. Neste caso, notamos que a percepção se dirige do geral para o particu-
lar.
Conclui-se, então, que a retoma de inferências ou de pressuposições 3.Princípio da Não- Contradição: para que um texto seja coerente, tor-
garante uma fortificação da coerência textual. na-se necessário que o seu desenvolvimento não introduza nenhum ele-
mento semântico que contradiga um conteúdo apresentado ou pressuposto
Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (con- por uma ocorrência anterior ou dedutível por inferência.
tinuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são
levados a veicular certas informações pressupostas pelos professores. Ou seja, este princípio estipula simplesmente que é inadmissível que
uma mesma proposição seja conjuntamente verdadeira e não verdadeira.
Por exemplo, quando se apresenta um início de um texto do tipo: Três
crianças passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vão eles Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das con-
fazer? tradições inferenciais e pressuposicionais6.

A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão real- Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição po-
mente fazer qualquer coisa. demos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresenta-
do ou dedutível.
Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam en- Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso.
quanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado
uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada. As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na se-
gunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase.
No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências
ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas pro-
mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos. fundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais,
uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o
Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercí- pretérito para suprimir as contradições.

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nho, 19923, p.134;


As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às infe- 1- M. H. Mira Mateus, op. cit., pp.134-148;
renciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um conte- 3- "Méta-regles de cohérence", segundo Charolles, Introduction aux
údo pressuposto que se encontra contradito. problèmes de la cohérence des textes, in Langue Française, 1978;
Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe per- 4- "Méta-regle de répétition", segundo Charolles (op. cit.);
feitamente fiel. 5- "Les déficitivisations et les référentiations déictiques contextuelles",
segundo Charolles (op. cit.);
Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio, 6- Charolles aponta igualmente as contradições enunciativas. No en-
enquanto a primeira pressupõe o inverso. tanto, vamos debruçar-nos apenas sobre as contradições inferen-
ciais e pressuposicionais, uma vez que foi sobre este tipo de con-
É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição pre- tradições que efetuamos exercícios em situação de prática peda-
sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no gógica.
entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contradi- 7- Charolles refere inclusivamente a existência de uma "relation de
ção, assume-a, anula-a e toma partido dela. congruence" entre o que é enunciado na sequência textual e o
Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a parti- mundo a que essa sequência faz referência;
da para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença. 8- Para um esclarecimento sobre este princípio, ver O. Ducrot, Dire et
ne pas dire, Paris, Herman, 1972 e também D. Gordon e G. Lakoff,
4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se ne- Postulates de conservation, Langages nº 30, Paris, Didier-
cessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apre- Larousse, 1973.
sentem diretamente relacionados.
1. Coerência:
Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, con-
como coerente7, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam vencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado
congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto. produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não
é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples
Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato
1 - A Silvia foi estudar. com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos
2 - A Silvia vai fazer um exame. um texto em que há coerência.
3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1.
A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmen-
A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais tos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento
congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3. textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressu-
posto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos
Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa
parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti- concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um
camente. anterior, perde-se a coerência textual.
Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Sil-
via vai fazer um exame portanto foi estudar. A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao con-
A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui texto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa
um bom teste para descobrir uma incongruência. ser conhecido pelo receptor.
Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos
de Fórmula 1. Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capi-
tal do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto
O conhecimento destes princípios de coerência, por parte dos profes- que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da
sores, permite uma nova apreciação dos textos produzidos pelos alunos, incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada
garantindo uma melhor correção dos seus trabalhos, evitando encontrar com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal",
incoerências em textos perfeitamente coerentes, bem como permite a em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!).
dinamização de estratégias de correção.
Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima
Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba de cen- poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto
trais termo-nucleares nada lhe parecerá mais incoerente do que um tratado seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.
técnico sobre centrais termo-nucleares.
No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a reali-
No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes. dade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apre-
Pelo contrário, os receptores dão ao emissor o crédito da coerência, admi- sentar elementos linguísticos instruindo o receptor acerca dessa anormali-
tindo que o emissor terá razões para apresentar os textos daquela maneira. dade.

Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pen- Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do
samento que conduza a uma estrutura coerente. décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a
frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalida-
Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa- de do fato narrado.
mento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (com-
parável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja qual 2. Coesão:
for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência própria, A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coe-
uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por si rência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa
mesmo. ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interliga-
dos. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da rela-
É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os ção com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as palavras
textos dos nossos alunos. se comunicam, como dependem uma das outras.

Anotações: SÃO PAULO: OITO PESSOAS MORREM EM QUEDA DE AVIÃO


1- M. H. Mira Mateus, Gramática da Língua Portuguesa, Ed. Cami- Das Agências

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femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos
Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevan-
e uma mulher que viu o avião cair morreram tes e as identifiquem com mais propriedade.
c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido
Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião
dois tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a
de um avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de
cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba
sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de que não foi necessário repetir-se a palavra avião logo após as palavras
São Paulo, por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu piloto e co-piloto. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obvia-
mais três residências. mente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse
de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro
Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas
que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reporta- pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves.
gem nesta página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (10) Apenas escoriações e queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes
(1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), de Apenas, é uma omissão de um elemento já citado: Três pessoas. Na
Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas
Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), escoriações e queimaduras.
João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um
elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a
Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo
compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os
um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). principais elementos de substituição:
Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander
691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7) Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou
Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a
assalto e ser baleado na noite de sexta-feira. ideia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são
nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior
O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeropor- (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha
to de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela
21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus
uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela,
uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes
não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal
preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião:
demora no mínimo 60 dias para ser concluído. Elas (10) não sofreram ferimentos graves.

Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de ca- Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo
ir em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação
(9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimen- pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida
tos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62 de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.
anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto
Socorro de Santa Cecília. Exemplos:
a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O pre-
Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no sidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certifi-
acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à cado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso;
clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo);
a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil.
parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro
da matéria fosse comprometida. dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam,
por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns mundo, etc.
mecanismos:
a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou
texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi
por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamen- demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para
te dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).
jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por
parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expres-
mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vestibu- sa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.
lares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um núme- Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida
ro elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão. Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A
b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repe- paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de parali-
tição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. sar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o
vítima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na última nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-
linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente exemplo)
o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebrida-
des (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um ele-
a nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos: mento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de
Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de cente-
candidato à prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes nas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi

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a maneira encontrada... (protesto retoma toda a ideia anterior - da paralisa-


ção -, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de,
ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa,
animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.
que se podem atribuir a eles).
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclu-
Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as são, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse
de lugar: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderi- modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo.
ram... (o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios
que comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguin-
elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc. te, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com
efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez
Observação: É mais frequente a referência a elementos já citados no que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte
texto. Porém, é muito comum a utilização de palavras e expressões que se que, de tal forma que, haja vista.
refiram a elementos que ainda serão utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade
(7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabe- Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste
ças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto,
Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A palavra região embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se
serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma região bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.
do país), que só é citada na linha seguinte.
Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.
Conexão: Níveis De Significado Dos Textos:
Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na Significado Implícito E Explícito
coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que Observe a seguinte frase:
são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.
escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido
do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita:
pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicação a) que ele frequentou um curso superior;
em Prosa Moderna). b) que ele aprendeu algumas coisas.

Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes Ao ligar essas duas informações com um “mas” comunica também de
de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, princi- modo implícito sua critica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa
palmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico). a transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende nada.

Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterio- Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação
ridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princí- de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das
pio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, poste- informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam suben-
riormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje, tendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve
frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes, captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos.
ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simulta-
neamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quan- Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso con-
do, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, trário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou
todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem. — o que é pior — pode concordar com coisas que rejeitaria se as perce-
besse.
Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma
forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e
analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos.
acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual,
tanto quanto, como, assim como, como se, bem como. Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira
explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou
Condição, hipótese: se, caso, eventualmente. expressões contidas na frase.

Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda Assim, quando se diz “O tempo continua chuvoso”, comunica-se de
mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao
não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem mesmo tempo, o verbo “continuar” deixa perceber a informação implícita de
como, com, ou (quando não for excludente). que antes o tempo já estava chuvoso.

Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é Na frase “Pedro deixou de fumar” diz-se explicitamente que, no mo-
provável, não é certo, se é que. mento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a
informação implícita de que Pedro fumava antes.
Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, in-
questionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou
não concordar com ela. Os pressupostos, no entanto, têm que ser verdadei-
Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, ros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles que
subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente. se constróem as informações explícitas. Se o pressuposto é falso, a infor-
mação explícita não tem cabimento. No exemplo acima, se Pedro não
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para e- fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar.
xemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou
seja, aliás. Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os
pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados
Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propó- com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que está sendo comuni-
sito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para. cado. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante trans-

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forma o ou vinte em cúmplice, urna vez que essa ideia não é posta em
discussão e todos os argumentos subsequentes só contribuem para confir- d) os adjetivos
má -la. Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil.

Por isso pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao siste- Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil.
ma de pensamento montado pelo falante.
Os subentendidos
A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas “verda- Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma a-
des” incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso firmação. Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta: Você tem
político. fogo?, acharia muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe acendes-
se o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta subentende-se: Acenda-me
Tomemos como exemplo a seguinte frase: o cigarro por favor.
Ë preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um
ataque soviético. O subentendido difere do pressuposto num aspecto importante: o pres-
suposto é um dado posto como indiscutível para o falante e para o ouvinte,
O conteúdo explícito afirma: não é para ser contestado; o subentendido é de responsabilidade do ouvin-
— a necessidade da construção de mísseis, te, pois o falante, ao subentender, esconde-se por trás do sentido literal das
— com a finalidade de defesa contra o ataque soviético. palavras e pode dizer que não estava querendo dizer o que o ouvinte
depreendeu.
O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é: os sovi-
éticos pretendem atacar o Ocidente. O subentendido, muitas vezes, serve para o falante proteger-se diante
de uma informação que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer
Os argumentos contra o que foi informado explicitamente nessa frase com ela.
podem ser:
— os mísseis não são eficientes para conter o ataque soviético; Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com
— uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os a manipulação dos subentendidos, imaginemos a seguinte situação: um
soviéticos; funcionário público do partido de oposição lamenta, diante dos colegas
— a negociação com os soviéticos é o único meio de dissuadi-los de reunidos em assembleia, que um colega de seção, do partido do governo,
um ataque ao Ocidente. além de ter sido agraciado com uma promoção, conseguiu um empréstimo
muito favorável do banco estadual, ao passo que ele, com mais tempo de
Como se pode notar, os argumentos são contrários ao que está dito serviço, continuava no mesmo posto e não conseguia o empréstimo solici-
explicitamente, mas todos eles confirmam o pressuposto, isto é, todos os tado muito antes que o referido colega.
argumentos aceitam que os soviéticos pretendem atacar o Ocidente.
Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do
A aceitação do pressuposto é o que permite levar à frente o debate. Se governo para com os seus adeptos, o funcionário reclamante defende-se
o ouvinte disser que os soviéticos não têm intenção nenhuma de atacar o prontamente, alegando não ter falado em favoritismo e que isso era dedu-
Ocidente, estará negando o pressuposto lançado pelo falante e então a ção de quem ouvira o seu discurso.
possibilidade de diálogo fica comprometida irreparavelmente. Qualquer
argumento entre os citados não teria nenhuma razão de ser. Isso quer dizer Na verdade, ele não falou em favoritismo mas deu a entender, deixou
que, com pressupostos distintos, não é possível o diálogo ou não tem ele subentendido para não se comprometer com o que disse. Fez a denúncia
sentido algum. Pode-se contornar esse problema tornando os pressupostos sem denunciar explicitamente. A frase sugere, mas não diz.
afirmações explícitas, que então podem ser discutidas.
A distinção entre pressupostos e subentendidos em certos casos é
Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indica- bastante sutil. Não vamos aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar
dores linguísticos, como, por exemplo: esses conceitos como instrumentos úteis para uma compreensão mais
eficiente do texto.
a) certos advérbios
Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.
Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado. EXERCÍCIOS – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
ou
Os resultados vão chegar mais tarde. Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que se-
gue.
b) certos verbos
O caso do contrabando tornou-se público. No coração do progresso
Pressuposto: O caso não era público antes. Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo o que
classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se tanto à invenção
c) as orações adjetivas do aeroplano ou à descoberta do DNA como à promoção do papai no novo
Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não emprego. “Estou fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim acerta a
pensam no povo. mão numa velha receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e convidar o
leitor a refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre pareceu abrir
Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais. todas as portas para uma vida melhor.
Mas a mesma frase poderia ser redigida assim: Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de cinema,
Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendi-
pensam no povo. mento, ninguém tinha dúvida em dizer ou pensar: é o progresso. Uma
represa monumental era progresso. Cada novo produto químico era um
No caso, o pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a prefeito progresso. As coisas não mudaram tanto: continuamos a usar indiscrimina-
têm interesses individuais. damente a palavrinha mágica. Mas não deixaram de mudar um pouco:
desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restritiva. As tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preserva-
explicativas pressupõem que o que elas expressam refere-se a todos os ção ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino
elementos de um dado conjunto; as restritivas, que o que elas dizem con- planeta.
cerne a parte dos elementos de um dado conjunto. Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso.

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Do ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo que (B) haveria - garantiu - teria sido
concorre para equilibrar a ação transformadora do homem sobre a natureza (C) haveria - garantisse - fosse
e a integridade da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas sustentável: o (D) haverá - garantisse - e
adjetivo exprime uma condição, para cercear as iniciativas predatórias. (E) havia - garantiu - é
Cada novidade tecnológica há de ser investigada quanto a seus efeitos
sobre o homem e o meio em que vive. Cada intervenção na natureza há de 5. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na
adequar-se a um planejamento que considere a qualidade e a extensão dos frase:
efeitos. (A)) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso
Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e algumas conotações mágicas.
política de todas as formas de progresso que afetam nossa relação com o (B) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu
mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida. Não é pouco, mas ainda não sentido real muitos equívocos ideológicos.
é suficiente. Aos cientistas, aos administradores, aos empresários, aos (C) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega a
industriais e a todos nós – cidadãos comuns – cabe a tarefa cotidiana de representarem, de fato, qualquer avanço significativo.
zelarmos por nossas ações que inflectem sobre qualquer aspecto da quali- (D) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a
dade de vida. A tarefa começa em nossa casa, em nossa cozinha e banhei- fundo, veríamos que são irrelevantes para a melhoria da vida.
ro, em nosso quintal e jardim – e se estende à preocupação com a rua, com (E) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua, com
o bairro, com a cidade. nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da vida.
“Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia o poeta. Mas um
mundo que merece a atenção do nosso coração e da nossa inteligência é, 6. Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na
certamente, melhor do que este em que estamos vivendo. frase:
Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o sentido (A) De tudo aquilo que classificamos como progresso costumamos
preciso – talvez oculto - da palavra mágica empregada. (Alaor Adauto de atribuir o sentido de um tipo de ganho ao qual não queremos abrir
Mello) mão.
(B) É preferível deixar intacta a mata selvagem do que destruí-la em
1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a nome de um benefício em que quase ninguém desfrutará.
qual este deve ser (C) A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha receita, não hesitou em
(A)) equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades ver como progresso a operação à qual foi bem sucedida.
humanas e o respeito ao mundo natural. (D) A precisão da qual se pretende identificar o sentido de uma palavra
(B) identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em ativida- depende muito do valor de contexto a que lhe atribuímos.
de economicamente viável. (E)) As inovações tecnológicas de cujo benefício todos se aproveitam
(C) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros representam, efetivamente, o avanço a que se costuma chamar pro-
para todos os indivíduos de uma comunidade. gresso.
(D) definido como um atributo da natureza que induz os homens a apro-
veitarem apenas o que é oferecido em sua forma natural. 7. Considere as seguintes afirmações, relativas a aspectos da constru-
(E) aceito como um processo civilizatório que implique melhor distribui- ção ou da expressividade do texto:
ção de renda entre todos os agentes dos setores produtivos. I. No contexto do segundo parágrafo, a forma plural não mudaram
tanto atende à concordância com academias.
2. Considere as seguintes afirmações: II. No contexto do terceiro parágrafo, a expressão há de adequar-se
I. A banalização do uso da palavra progresso é uma consequência do exprime um dever imperioso, uma necessidade premente.
fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadêmico. III. A expressão Em suma, tal como empregada no quarto parágrafo,
II. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe que haja anuncia a abertura de uma linha de argumentação ainda inexplorada
formas de desenvolvimento nocivas e predatórias. no texto.
III. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advém Está correto APENAS o que se afirma em
do uso consciente e responsável que a maioria das pessoas vem fa- (A) I.
zendo dela. (B)) II.
Em relação ao texto está correto APENAS que se afirma em (C) III.
(A) I. (D) I e II.
(B)) II. (E) II e III.
(C) III.
(D) I e II. 8. A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a
(E) II e III. palavra progresso, todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos
que elevam essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos.
3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente uma frase do Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se os
texto em: elementos sublinhados, na ordem dada, por:
(A) Mas quero chegar logo ao ponto = devo me antecipar a qualquer (A)) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam
conclusão. (B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na
(B) continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica = (C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe
seguimos chamando de mágico tudo o que julgamos sem preconcei- (D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam
to. (E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam
(C) para cercear as iniciativas predatórias = para ir ao encontro das
ações voluntariosas. 9. Está clara e correta a redação da seguinte frase:
(D) ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade da vida = (A) Caso não se determine bem o sentido da palavra progresso, pois que
práticas alheias ao que diz respeito às condições de vida. é usada indiscriminadamente, ainda assim se faria necessário que
(E)) há de adequar-se a um planejamento = deve ir ao encontro do que reflitamos sobre seu verdadeiro sentido.
está planificado. (B) Ao dizer o poeta que seu coração não é maior do que o mundo,
devemos nos inspirar para que se estabeleça entre este e o nosso
4. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento coração os compromissos que se reflitam numa vida melhor.
pelo qual se garanta que a qualidade da vida seja preservada. (C) Nada é desprezível no espaço do mundo, que não mereça nossa
Os tempos e os modos verbais da frase acima continuarão correta- atenção quanto ao fato de que sejamos responsáveis por sua melho-
mente articulados caso se substituam as formas sublinhadas, na or- ria, seja o nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se esteja.
dem em que surgem, por (D)) Todo desenvolvimento definido como sustentável exige, para fazer
(A) houve - garantiria - é jus a esse adjetivo, cuidados especiais com o meio ambiente, para

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que não venham a ser nocivos seus efeitos imediatos ou futuros. (D) Companhia de Engenharia de Tráfego.
(E) Tem muita ciência que, se saísse das limitações acadêmicas, acaba- (E) na adoção de medidas amplas e profundas.
riam por se revelarem mais úteis e mais populares, em vista da Eco-
logia, cujas consequências se sente mesmo no âmbito da vida práti- 13. De acordo com o segundo parágrafo do texto, os protestos que
ca. param as ruas de São Paulo representam um custo para a população
da cidade. O cálculo desses custos é feito a partir
10. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período: (A) das multas aplicadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego
(A) Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a (CET).
porta para um mundo, mágico de prosperidade garantida. (B) dos gastos de combustível e das horas de trabalho desperdiçadas
(B)) Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis, ações apa- em engarrafamentos.
rentemente irrisórias, cuja execução cotidiana é, no entanto, impor- (C) da distância a ser percorrida entre as cidades de São Paulo e São
tantíssima. Carlos.
(C) O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao modo (D) da quantidade de carros existentes entre a capital de São Paulo e
irrefletido, com que usamos e abusamos, dessa palavrinha mágica. São Carlos.
(D) Ainda que traga muitos benefícios, a construção de enormes repre- (E) do número de usuários de automóveis particulares da cidade de São
sas, costuma trazer também uma série de consequências ambientais Paulo.
que, nem sempre, foram avaliadas.
(E) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses ambientalistas 14. A quantidade de carros parados nos engarrafamentos, em razão das
segundo as quais, o conceito de progresso está sujeito a uma per- manifestações na cidade de São Paulo nos últimos três anos, é equi-
manente avaliação. parada, no texto,
(A) a R$ 3,3 milhões.
Leia o texto a seguir para responder às questões de números 11 a 24. (B) ao total de usuários da cidade de São Carlos.
(C) ao total de usuários da cidade de São Paulo.
De um lado estão os prejuízos e a restrição de direitos causados pelos (D) ao total de combustível economizado.
protestos que param as ruas de São Paulo. De outro está o direito à livre (E) a uma distância de 231 km.
manifestação, assegurado pela Carta de 1988. Como não há fórmula
perfeita de arbitrar esse choque entre garantias democráticas fundamen- 15. No terceiro parágrafo, a respeito do poder da Justiça em coibir os
tais, cabe lançar mão de medidas pontuais – e sobretudo de bom senso. protestos abusivos, o texto assume um posicionamento de
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima em R$ 3 milhões (A) indiferença, porque diz que a decisão não cabe à Justiça.
o custo para a população dos protestos ocorridos nos últimos três anos na (B) entusiasmo, porque acredita que o órgão já tem poder para impedir
capital paulista. O cálculo leva em conta o combustível consumido e as protestos abusivos.
horas perdidas de trabalho durante os engarrafamentos causados por (C) decepção, porque não vê nenhum exemplo concreto do órgão para
protestos. Os carros enfileirados por conta de manifestações nesses três impedir protestos em horários de pico.
anos praticamente cobririam os 231 km que separam São Paulo de São (D) confiança, porque acredita que, no futuro, será uma forma bem-
Carlos. sucedida de desestimular protestos abusivos.
A Justiça é o meio mais promissor, em longo prazo, para desestimular (E) satisfação, porque cita casos em que a Justiça já teve êxito em
os protestos abusivos que param o trânsito nos horários mais inconvenien- impedir protestos em horários inconvenientes e em avenidas movi-
tes e acarretam variados transtornos a milhões de pessoas. É adequada a mentadas.
atitude da CET de enviar sistematicamente ao Ministério Público relatórios
com os prejuízos causados em cada manifestação feita fora de horários e 16. De acordo com o texto, a atitude da Companhia de Engenharia de
locais sugeridos pela agência ou sem comunicação prévia. Tráfego de enviar periodicamente relatórios sobre os prejuízos cau-
Com base num documento da CET, por exemplo, a Procuradoria acio- sados em cada manifestação é
nou um líder de sindicato, o qual foi condenado em primeira instância a (A) pertinente.
pagar R$ 3,3 milhões aos cofres públicos, a título de reparação. O direito à (B) indiferente.
livre manifestação está previsto na Constituição. No entanto, tal direito não (C) irrelevante.
anula a responsabilização civil e criminal em caso de danos provocados (D) onerosa.
pelos protestos. (E) inofensiva.
O poder público deveria definir, de preferência em negociação com as
categorias que costumam realizar protestos na capital, horários e locais 17. No quarto parágrafo, o fato de a Procuradoria condenar um líder
vedados às passeatas. Práticas corriqueiras, como a paralisia de avenidas sindical
essenciais para o tráfego na capital nos horários de maior fluxo, deveriam (A) é ilegal e fere os preceitos da Carta de 1998.
ser abolidas. (B) deve ser comemorada, ainda que viole a Constituição.
(Folha de S.Paulo, 29.09.07. Adaptado) (C) é legal, porque o direito à livre manifestação não isenta o manifestan-
te da responsabilidade pelos danos causados.
11. De acordo com o texto, é correto afirmar que (D) é nula, porque, segundo o direito à livre manifestação, o acusado
(A) a Companhia de Engenharia de Tráfego não sabe mensurar o custo poderá entrar com recurso.
dos protestos ocorridos nos últimos anos. (E) é inédita, porque, pela primeira vez, apesar dos direitos assegurados,
(B) os prejuízos da ordem de R$ 3 milhões em razão dos engarrafamen- um manifestante será punido.
tos já foram pagos pelos manifestantes.
(C) os protestos de rua fazem parte de uma sociedade democrática e 18. Dentre as soluções apontadas, no último parágrafo, para resolver o
são permitidos pela Carta de 1988. conflito, destaca-se
(D) após a multa, os líderes de sindicato resolveram organizar protestos (A) multa a líderes sindicais.
de rua em horários e locais predeterminados. (B) fiscalização mais rígida por parte da Companhia de Engenharia de
(E) o Ministério Público envia com frequência estudos sobre os custos Tráfego.
das manifestações feitas de forma abusiva. (C) o fim dos protestos em qualquer via pública.
(D) fixar horários e locais proibidos para os protestos de rua.
12. No primeiro parágrafo, afirma-se que não há fórmula perfeita para (E) negociar com diferentes categorias para que não façam mais mani-
solucionar o conflito entre manifestantes e os prejuízos causados ao festações.
restante da população. A saída estaria principalmente na
(A) sensatez. 19. No trecho – É adequada a atitude da CET de enviar relatórios –,
(B) Carta de 1998. substituindo-se o termo atitude por comportamentos, obtém-se, de
(C) Justiça. acordo com as regras gramaticais, a seguinte frase:

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(A) É adequada comportamentos da CET de enviar relatórios. nessa prova um mínimo de conhecimento. Mas, como os cursos são tam-
(B) É adequado comportamentos da CET de enviar relatórios. bém úteis para quem não fez o exame da Ordem ou não foi bem sucedido
(C) São adequado os comportamentos da CET de enviar relatórios. na prova, abrir ou fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC,
(D) São adequadas os comportamentos da CET de enviar relatórios. não da OAB. A interferência das corporações não passa de uma prática
(E) São adequados os comportamentos da CET de enviar relatórios. monopolista e ilegal em outros ramos da economia. Questionamos também
se uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a
20. No trecho – No entanto, tal direito não anula a responsabilização civil dificuldade das provas, pois essa é também uma forma de limitar a concor-
e criminal em caso de danos provocados pelos protestos –, a locução rência – mas trata-se aí de uma questão secundária. (...)
conjuntiva no entanto indica uma relação de (Veja, 07.03.2007. Adaptado)
(A) causa e efeito.
(B) oposição. 25. Assinale a alternativa que reescreve, com correção gramatical, as
(C) comparação. frases: Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direi-
(D) condição. to e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não foram
(E) explicação. resolvidos os enguiços entre diplomas e carreiras.
(A) Faz quase dois séculos que se fundou escolas de direito e medicina
21. “Não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque.” Nessa frase, a no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os en-
palavra arbitrar é um sinônimo de guiços entre diplomas e carreiras.
(A) julgar. (B) Faz quase dois séculos que se fundava escolas de direito e medicina
(B) almejar. no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os
(C) condenar. enguiços entre diplomas e carreiras.
(D) corroborar. (C) Faz quase dois séculos que se fundaria escolas de direito e medicina
(E) descriminar. no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os en-
guiços entre diplomas e carreiras.
22. No trecho – A Justiça é o meio mais promissor para desestimular os (D) Faz quase dois séculos que se fundara escolas de direito e medicina
protestos abusivos – a preposição para estabelece entre os termos no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolvera os en-
uma relação de guiços entre diplomas e carreiras.
(A) tempo. (E) Faz quase dois séculos que se fundaram escolas de direito e medici-
(B) posse. na no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram
(C) causa. os enguiços entre diplomas e carreiras.
(D) origem.
(E) finalidade. 26. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, de
acordo com a norma culta, as frases: O monopólio só é bom para
23. Na frase – O poder público deveria definir horários e locais –, substi- aqueles que ____________. / Nos dias de hoje, nem 20% advogam,
tuindo-se o verbo definir por obedecer, obtém-se, segundo as regras e apenas 1% ____________. / Em sua maioria, os advogados sem-
de regência verbal, a seguinte frase: pre ____________.
(A) O poder público deveria obedecer para horários e locais. (A) o retêem / obtem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na
(B) O poder público deveria obedecer a horários e locais. política e no mundo dos negócios
(C) O poder público deveria obedecer horários e locais. (B) o retém / obtém sucesso / se apropriaram aos postos de destaque na
(D) O poder público deveria obedecer com horários e locais. política e no mundo dos negócios
(E) O poder público deveria obedecer os horários e locais. (C) o retém / obtêem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na
política e no mundo dos negócios
24. Transpondo para a voz passiva a frase – A Procuradoria acionou um (D) o retêm / obtém sucesso / sempre se apropriaram de postos de
líder de sindicato – obtém-se: destaque na política e no mundo dos negócios
(A) Um líder de sindicato foi acionado pela Procuradoria. (E) o retem / obtêem sucesso / se apropriaram de postos de destaque na
(B) Acionaram um líder de sindicato pela Procuradoria. política e no mundo dos negócios
(C) Acionaram-se um líder de sindicato pela Procuradoria.
(D) Um líder de sindicato será acionado pela Procuradoria. 27. Assinale a alternativa em que se repete o tipo de oração introduzida
(E) A Procuradoria foi acionada por um líder de sindicato. pela conjunção se, empregado na frase – Questionamos também se
uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a
Leia o texto para responder às questões de números 25 a 34. dificuldade das provas, ...
(A) A sociedade não chega a saber se os advogados são muito corpora-
DIPLOMA E MONOPÓLIO tivos.
Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medi- (B) Se os advogados aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do
cina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os ensino básico.
enguiços entre diplomas e carreiras. Falta-nos descobrir que a concorrência (C) O advogado afirma que se trata de uma questão secundária.
(sob um bom marco regulatório) promove o interesse da sociedade e que o (D) É um curso no qual se exercita lógica rigorosa.
monopólio só é bom para quem o detém. Não fora essa ignorância, como (E) No curso de direito, lê-se bastante.
explicar a avalanche de leis que protegem monopólios espúrios para o
exercício profissional? 28. Assinale a alternativa em que se admite a concordância verbal tanto
no singular como no plural como em: A maioria dos advogados ocu-
Desde a criação dos primeiros cursos de direito, os graduados apenas pam postos de destaque na política e no mundo dos negócios.
ocasionalmente exercem a profissão. Em sua maioria, sempre ocuparam (A) Como o direito, a medicina é uma carreira estritamente profissional.
postos de destaque na política e no mundo dos negócios. Nos dias de hoje, (B) Os Estados Unidos e a Alemanha não oferecem cursos de adminis-
nem 20% advogam. tração em nível de bacharelado.
(C) Metade dos cursos superiores carecem de boa qualificação.
Mas continua havendo boas razões para estudar direito, pois esse é (D) As melhores universidades do país abastecem o mercado de traba-
um curso no qual se exercita lógica rigorosa, se lê e se escreve bastante. lho com bons profissionais.
Torna os graduados mais cultos e socialmente mais produtivos do que se (E) A abertura de novos cursos tem de ser controlada por órgãos oficiais.
não houvessem feito o curso. Se aprendem pouco, paciência, a culpa é
mais da fragilidade do ensino básico do que das faculdades. Diante dessa 29. Assinale a alternativa que apresenta correta correlação de tempo
polivalência do curso de direito, os exames da OAB são uma solução verbal entre as orações.
brilhante. Aqueles que defenderão clientes nos tribunais devem demonstrar (A) Se os advogados demonstrarem um mínimo de conhecimento,

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poderiam defender bem seus clientes. (C) intercalar uma reflexão do autor.
(B) Embora tivessem cursado uma faculdade, não se desenvolveram (D) corrigir uma afirmação indevida.
intelectualmente. (E) retificar a ordem dos termos.
(C) É possível que os novos cursos passam a ter fiscalização mais
severa. Atenção: As questões de números 35 a 42 referem-se ao texto abaixo.
(D) Se não fosse tanto desconhecimento, o desempenho poderá ser
melhor. SOBRE ÉTICA
(E) Seria desejável que os enguiços entre diplomas e carreiras se resol- A palavra Ética é empregada nos meios acadêmicos em três acepções.
vem brevemente. Numa, faz-se referência a teorias que têm como objeto de estudo o com-
portamento moral, ou seja, como entende Adolfo Sanchez Vasquez, “a
30. A substituição das expressões em destaque por um pronome pessoal teoria que pretende explicar a natureza, fundamentos e condições da moral,
está correta, nas duas frases, de acordo com a norma culta, em: relacionando-a com necessidades sociais humanas.” Teríamos, assim,
(A) I. A concorrência promove o interesse da sociedade. / A concorrência nessa acepção, o entendimento de que o fenômeno moral pode ser estu-
promove-o. II. Aqueles que defenderão clientes. / Aqueles que lhes dado racional e cientificamente por uma disciplina que se propõe a descre-
defenderão. ver as normas morais ou mesmo, com o auxílio de outras ciências, ser
(B) I. O governo fundou escolas de direito e de medicina. / O governo capaz de explicar valorações comportamentais.
fundou elas. II. Os graduados apenas ocasionalmente exercem a
profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente exercem-la. Um segundo emprego dessa palavra é considerá-la uma categoria filo-
(C) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna-os mais cultos. II. É sófica e mesmo parte da Filosofia, da qual se constituiria em núcleo espe-
preciso mencionar os cursos de administração. / É preciso mencio- culativo e reflexivo sobre a complexa fenomenologia da moral na convivên-
nar-lhes. cia humana. A Ética, como parte da Filosofia, teria por objeto refletir sobre
(D) I. Os advogados devem demonstrar muitos conhecimentos. Os os fundamentos da moral na busca de explicação dos fatos morais.
advogados devem demonstrá-los. II. As associações mostram à so-
ciedade o seu papel. / As associações mostram-lhe o seu papel. Numa terceira acepção, a Ética já não é entendida como objeto descri-
(E) I. As leis protegem os monopólios espúrios. / As leis protegem-os. II. tível de uma Ciência, tampouco como fenômeno especulativo. Trata-se
As corporações deviam fiscalizar a prática profissional. / As corpora- agora da conduta esperada pela aplicação de regras morais no comporta-
ções deviam fiscalizá-la. mento social, o que se pode resumir como qualificação do comportamento
do homem como ser em situação. É esse caráter normativo de Ética que a
31. Assinale a alternativa em que as palavras em destaque exercem, colocará em íntima conexão com o Direito. Nesta visão, os valores morais
respectivamente, a mesma função sintática das expressões assinala- dariam o balizamento do agir e a Ética seria assim a moral em realização,
das em: Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. pelo reconhecimento do outro como ser de direito, especialmente de digni-
(A) Se aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino básico. dade. Como se vê, a compreensão do fenômeno Ética não mais surgiria
(B) A interferência das corporações não passa de uma prática monopolista. metodologicamente dos resultados de uma descrição ou reflexão, mas sim,
(C) Abrir e fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC. objetivamente, de um agir, de um comportamento consequencial, capaz de
(D) O estudante de direito exercita preferencialmente uma lógica rigorosa. tornar possível e correta a convivência. (Adaptado do site Doutrina Jus
(E) Boas razões existirão sempre para o advogado buscar conhecimento. Navigandi)

32. Assinale a alternativa que reescreve a frase de acordo com a norma 35. As diferentes acepções de Ética devem-se, conforme se depreende
culta. da leitura do texto,
(A) Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. / Os (A) aos usos informais que o senso comum faz desse termo.
graduados apenas ocasionalmente se dedicam a profissão. (B) às considerações sobre a etimologia dessa palavra.
(B) Os advogados devem demonstrar nessa prova um mínimo de conhe- (C) aos métodos com que as ciências sociais a analisam.
cimento. / Os advogados devem primar nessa prova por um mínimo (D) às íntimas conexões que ela mantém com o Direito.
de conhecimento. (E) às perspectivas em que é considerada pelos acadêmicos.
(C) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não procedeu o exame da OAB.
(D) As corporações deviam promover o interesse da sociedade. / As 36. A concepção de ética atribuída a Adolfo Sanchez Vasquez é retoma-
corporações deviam almejar do interesse da sociedade. da na seguinte expressão do texto:
(E) Essa é uma forma de limitar a concorrência. / Essa é uma forma de (A) núcleo especulativo e reflexivo.
restringir à concorrência. (B) objeto descritível de uma Ciência.
(C) explicação dos fatos morais.
33. Assinale a alternativa em que o período formado com as frases I, II e (D) parte da Filosofia.
III estabelece as relações de condição entre I e II e de adição entre I (E) comportamento consequencial.
e III.
I. O advogado é aprovado na OAB. 37. No texto, a terceira acepção da palavra ética deve ser entendida
II. O advogado raciocina com lógica. como aquela em que se considera, sobretudo,
III. O advogado defende o cliente no tribunal. (A) o valor desejável da ação humana.
(A) Se o advogado raciocinar com lógica, ele será aprovado na OAB e (B) o fundamento filosófico da moral.
defenderá o cliente no tribunal com sucesso. (C) o rigor do método de análise.
(B) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso, mas terá (D) a lucidez de quem investiga o fato moral.
de raciocinar com lógica e ser aprovado na OAB. (E) o rigoroso legado da jurisprudência.
(C) Como raciocinou com lógica, o advogado será aprovado na OAB e
defenderá o cliente no tribunal com sucesso. 38. Dá-se uma íntima conexão entre a Ética e o Direito quando ambos
(D) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso porque revelam, em relação aos valores morais da conduta, uma preocupa-
raciocinou com lógica e foi aprovado na OAB. ção
(E) Uma vez que o advogado raciocinou com lógica e foi aprovado na (A) filosófica.
OAB, ele poderá defender o cliente no tribunal com sucesso. (B) descritiva.
(C) prescritiva.
34. Na frase – Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragili- (D) contestatária.
dade do ensino básico do que das faculdades. – a palavra paciência (E) tradicionalista.
vem entre vírgulas para, no contexto,
(A) garantir a atenção do leitor. 39. Considerando-se o contexto do último parágrafo, o elemento subli-
(B) separar o sujeito do predicado. nhado pode ser corretamente substituído pelo que está entre parên-

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teses, sem prejuízo para o sentido, no seguinte caso: II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de conduta, o ho-
(A) (...) a colocará em íntima conexão com o Direito. (inclusão) mem moral acaba por impô-lo à conduta alheia.
(B) (...) os valores morais dariam o balizamento do agir (...) (arremate) III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respeitasse os
(C) (...) qualificação do comportamento do homem como ser em situa- padrões de conduta que ele cobra dos outros.
ção. (provisório) Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em
(D) (...) nem tampouco como fenômeno especulativo. (nem, ainda) (A) I.
(E) (...) de um agir, de um comportamento consequencial... (concessi- (B) II.
vo) (C) III.
(D) I e II.
40. As normas de concordância estão plenamente observadas na frase: (E) II e III.
(A) Costumam-se especular, nos meios acadêmicos, em torno de três
acepções de Ética. 44. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já decorreu
(B) As referências que se faz à natureza da ética consideram-na, com um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas indica um fator
muita frequência, associada aos valores morais. determinante para que
(C) Não coubessem aos juristas aproximar-se da ética, as leis deixariam (A) concluamos que o homem moderno já não dispõe de rigorosos
de ter a dignidade humana como balizamento. padrões morais para avaliar sua conduta.
(D) Não derivam das teorias, mas das práticas humanas, o efetivo valor (B) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o homem
de que se impregna a conduta dos indivíduos. moral e o homem moralizador.
(E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as circunstân- (C) reconheçamos como bastante remota a possibilidade de se caracte-
cias, atentar para a observância dos valores éticos. rizar um homem moralizador.
(D) identifiquemos divergências profundas entre o comportamento de um
41. Está clara, correta e coerente a redação do seguinte comentário homem moral e o de um moralizador.
sobre o texto: (E) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer nas atitu-
(A) Dentre as três acepções de Ética que se menciona no texto, uma des tomadas pelo homem moral.
apenas diz respeito à uma área em que conflui com o Direito.
(B) O balizamento da conduta humana é uma atividade em que, cada um 45. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para exemplifi-
em seu campo, se empenham o jurista e o filósofo. car uma sociedade na qual
(C) Costuma ocorrer muitas vezes não ser fácil distinguir Ética ou Moral, (A) normas morais não têm qualquer peso na conduta dos cidadãos.
haja vista que tanto uma quanto outra pretendem ajuizar à situação (B) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a conduta de todos.
do homem. (C) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos valores de uma moral
(D) Ainda que se torne por consenso um valor do comportamento huma- comum.
no, a Ética varia conforme a perspectiva de atribuição do mesmo. (D) a situação de barbárie impede a formulação de qualquer regra moral.
(E) Os saberes humanos aplicados, do conhecimento da Ética, costu- (E) eventuais falhas de conduta são atribuídas à fraqueza das leis.
mam apresentar divergências de enfoques, em que pese a metodo- 46. Na frase A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes,
logia usada. o sentido da expressão sublinhada está corretamente traduzido em:
(A) significativos desdobramentos dela.
42. Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, os valores (B) determinados antecedentes dela.
morais dariam o balizamento do agir, a forma verbal resultante deve- (C) reconhecidos fatores que a causam.
rá ser: (D) consequentes aspectos que a relativizam.
(A) seria dado. (E) valores comuns que ela propicia.
(B) teriam dado.
(C) seriam dados. 47. Está correta a articulação entre os tempos e os modos verbais na
(D) teriam sido dados. frase:
(E) fora dado. (A) Se o moralizador vier a respeitar o padrão moral que ele impusera, já
não podia ser considerado um hipócrita.
Atenção: As questões de números 43 a 48 referem-se ao texto abaixo. (B) Os moralizadores sempre haveriam de desrespeitar os valores
morais que eles imporão aos outros.
O HOMEM MORAL E O MORALIZADOR (C) A pior barbárie terá sido aquela em que o rigor dos hipócritas servis-
Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas, esta- se de controle dos demais cidadãos.
mos certos disto: o moralizador e o homem moral são figuras diferentes, se (D) Desde que haja a imposição forçada de um padrão moral, caracteri-
não opostas. O homem moral se impõe padrões de conduta e tenta respei- zava-se um ato típico do moralizador.
tá-los; o moralizador quer impor ferozmente aos outros os padrões que ele (E) Não é justo que os hipócritas sempre venham a impor padrões
não consegue respeitar. morais que eles próprios não respeitam.
A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes.
Primeiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse respei- 48. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na
tar o padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir suas imperfei- frase:
ções nos outros. Segundo, é possível e compreensível que um homem (A) O moralizador está carregado de imperfeições de que ele não cos-
moral tenha um espírito missionário: ele pode agir para levar os outros a tuma acusar em si mesmo.
adotar um padrão parecido com o seu. Mas a imposição forçada de um (B) Um homem moral empenha-se numa conduta cujo o padrão moral
padrão moral não é nunca o ato de um homem moral, é sempre o ato de ele não costuma impingir na dos outros.
um moralizador. Em geral, as sociedades em que as normas morais ga- (C) Os pecados aos quais insiste reincidir o moralizador são os mesmos
nham força de lei (os Estados confessionais, por exemplo) não são regra- em que ele acusa seus semelhantes.
das por uma moral comum, nem pelas aspirações de poucos e escolhidos (D) Respeitar um padrão moral das ações é uma qualidade da qual não
homens exemplares,mas por moralizadores que tentam remir suas próprias abrem mão os homens a quem não se pode acusar de hipócritas.
falhas morais pela brutalidade do controle que eles exercem sobre os (E) Quando um moralizador julga os outros segundo um padrão moral de
outros. A pior barbárie do mundo é isto: um mundo em que todos pagam cujo ele próprio não respeita, demonstra toda a hipocrisia em que é
pelos pecados de hipócritas que não se aguentam. (Contardo Calligaris, capaz.
Folha de S. Paulo, 20/03/2008)
Atenção: As questões de números 49 a 54 referem-se ao texto abaixo.
43. Atente para as afirmações abaixo.
I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador não se FIM DE FEIRA
preocupa com os padrões morais de conduta. Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas, começam

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a chegar os que querem pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou (B) ......-se (dever) aos ruidosos funcionários da limpeza pública a provi-
mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Chegam com suas sacolas cheias dência que fará esquecer que ali funcionou uma feira.
de esperança. Alguns não perdem tempo e passam a recolher o que está (C) Não ...... (aludir) aos feirantes mais generosos, que oferecem as
pelo chão: um mamãozinho amolecido, umas folhas de couve amarelas, a sobras de seus produtos, a observação do autor sobre o egoísmo
metade de um abacaxi, que serviu de chamariz para os fregueses compra- humano.
dores. Há uns que se aventuram até mesmo nas cercanias da barraca de (D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar os penosos detalhes da
pescados, onde pode haver alguma suspeita sardinha oculta entre jornais, coleta, a que o narrador deu ênfase em seu texto.
ou uma ponta de cação obviamente desprezada. (E) Não ...... (caber) aos leitores, por força do texto, criticar o lucro
Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pessoas: oferecem-lhes o razoável de alguns feirantes, mas sim, a inaceitável impiedade de ou-
que, de qualquer modo, eles iriam jogar fora. tros.
Mas outros parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refu-
gos, e chegam a recolhê-los para não os verem coletados. Agem para 54. A supressão da vírgula altera o sentido da seguinte frase:
salvaguardar não o lucro possível, mas o princípio mesmo do comércio. (A) Fica-se indignado com os feirantes, que não compreendem a carên-
Parecem temer que a fome seja debelada sem que alguém pague por isso. cia dos mais pobres.
E não admitem ser acusados de egoístas: somos comerciantes, não assis- (B) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel possível da tradicional
tentes sociais, alegam. coleta de um fim de feira.
(C) A todo momento, dá-se o triste espetáculo de pobreza centralizado
Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão da limpeza e os fun- nessa narrativa.
cionários da prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsito é (D) Certamente, o leitor não deixará de observar a preocupação do autor
liberado, os carros atravancam a rua e, não fosse o persistente cheiro de em distinguir os diferentes caracteres humanos.
peixe, a ninguém ocorreria que ali houve uma feira, frequentada por tão (E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, ocorrerá também a humil-
diversas espécies de seres humanos. (Joel Rubinato, inédito) de coleta de que trata a crônica.

49. Nas frases parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos RESPOSTAS


refugos e não admitem ser acusados de egoístas, o narrador do texto 01. A 11. C 21. A 31. E 41. B 51. D
(A) mostra-se imparcial diante de atitudes opostas dos feirantes. 02. B 12. A 22. E 32. B 42. A 52. E
(B) revela uma perspectiva crítica diante da atitude de certos feirantes. 03. E 13. B 23. B 33. A 43. C 53. D
(C) demonstra não reconhecer qualquer proveito nesse tipo de coleta. 04. C 14. E 24. A 34. C 44. D 54. A
(D) assume-se como um cronista a quem não cabe emitir julgamentos. 05. A 15. D 25. E 35. E 45. B
(E) insinua sua indignação contra o lucro excessivo dos feirantes. 06. E 16. A 26. D 36. B 46. A
07. B 17. C 27. A 37. A 47. E
50. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um 08. A 18. D 28. C 38. C 48. D
segmento do texto em: 09. D 19. E 29. B 39. D 49. B
(A) serviu de chamariz 10. B 20. B 30. D 40. E 50. C
(B) alguma suspeita sardinha sardinha.
(C) teimoso aproveitamento FONÉTICA E FONOLOGIA
(D) o princípio mesmo do comércio rcial.
(E) Agem para salvaguardar
Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fo-
51. Atente para as afirmações abaixo. nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os
I. Os riscos do consumo de uma sardinha suspeita ou da ponta de um quais caracterizam a oposição entre os vocábulos.
cação que foi desprezada justificam o emprego de se aventuram, no
primeiro parágrafo. Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre
II. O emprego de alegam, no segundo parágrafo, deixa entrever que o si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA.
autor não compactua com a justificativa dos feirantes.
III. No último parágrafo, o autor faz ver que o fim da feira traz a supera- Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e
ção de tudo o que determina a existência de diversas espécies de seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais
seres humanos. fonemas.
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fo-
(A) I. nemas.
(B) II.
(C) III. É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o
(D) I e II. sinal gráfico que representa o som.
(E) II e III.
Vejamos alguns exemplos:
52. Está INCORRETA a seguinte afirmação sobre um recurso de cons- Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã
trução do texto: no contexto do Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i
(A) primeiro parágrafo, a forma ou mesmo nada faz subentender a Corre – letras: 5: fonemas: 4
expressão verbal querem pagar. Hora – letras: 4: fonemas: 3
(B) primeiro parágrafo, a expressão fregueses compradores faz suben- Aquela – letras: 6: fonemas: 5
tender a existência de “fregueses” que não compram nada. Guerra – letras: 6: fonemas: 4
(C) segundo parágrafo, a expressão de qualquer modo está empregada Fixo – letras: 4: fonemas: 5
com o sentido de de toda maneira. Hoje – 4 letras e 3 fonemas
(D) segundo parágrafo, a expressão para salvaguardar está empregada Canto – 5 letras e 4 fonemas
com o sentido de a fim de resguardar. Tempo – 5 letras e 4 fonemas
(E) terceiro parágrafo, a expressão não fosse tem sentido equivalente ao Campo – 5 letras e 4 fonemas
de mesmo não sendo. Chuva – 5 letras e 4 fonemas

53. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um
preencher de modo correto a lacuna da frase: determinado som.
(A) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não ...... (deixar) de
as recolher quem não pode pagar pelas boas e bonitas. CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS

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Há os seguintes dígrafos:
VOGAIS 1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh.
Exs.: chave, malha, ninho.
a, e, i, o, u
2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e
ss.
SEMIVOGAIS Exs. : carro, pássaro.
Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal numa 3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs.
mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra, te- Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir.
sou-ro, Pa-ra-guai. 4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encer-
rando a sílaba em uma palavra.
CONSOANTES Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to.
b, c, d, f, g, h, j, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z NOTAÇÕES LÉXICAS
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes
ENCONTROS VOCÁLICOS dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras.
A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de
encontro vocálico. São os seguintes:
Ex.: cooperativa 1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas;
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, ânco-
Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato ra;
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade;
DITONGO 4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã;
É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa. 5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude;
Dividem-se em: 6) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho;
- orais: pai, fui o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno.
- nasais: mãe, bem, pão
- decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói ORTOGRAFIA OFICIAL
- crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo

TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal) As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas
Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de
modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua.
HIATO
Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du- Eis algumas observações úteis:
as diferentes emissões de voz.
Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-í- DISTINÇÃO ENTRE J E G
zo 1. Escrevem-se com J:
a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste,
SÍLABA canjerê, pajé, etc.
Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije-
numa só emissão de voz. cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc.
c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei,
Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em: despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis.
• Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol. d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc.
• Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo. e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais
• Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta. mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.
• Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta-
li-da-de. 2. Escrevem-se com G:
a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem,
TONICIDADE ferrugem, etc.
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:
pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica. estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc.
Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá, c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.
pá.
DISTINÇÃO ENTRE S E Z
Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras
1. Escrevem-se com S:
em:
a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
• Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do-
b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
mi-nó.
ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
• Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá-
guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
ter, a-má-vel, qua-dro.
burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.
• Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do,
c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc.
cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma.
d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege-
ENCONTROS CONSONANTAIS
se análise, trombose, etc.
É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo.
e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa,
Ex.: atleta, brado, creme, digno etc.
causa.
f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina
DÍGRAFOS
em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia com-
g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; preten-
posta para um som simples.
der: pretensão; repreender: repreensão, etc.

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2. Escrevem-se em Z. vale sempre a PARA ONDE.


a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o AONDE você vai?
mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização, AONDE nos leva com tal rapidez?
organizado; realizar: realização, realizado, etc.
b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de “movimento” empre-
de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc. ga-se ONDE
c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro, ONDE estão os livros?
chapeuzinho, cãozito, etc. Não sei ONDE te encontrar.

DISTINÇÃO ENTRE X E CH: MAU - MAL


MAU é adjetivo (seu antônimo é bom).
1. Escrevem-se com X
Escolheu um MAU momento.
a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote,
Era um MAU aluno.
feixe, etc.
c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc.
MAL pode ser:
d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de
a) advérbio de modo (antônimo de bem).
árvore que produz o látex).
Ele se comportou MAL.
e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, en-
Seu argumento está MAL estruturado
chapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafa-
b) conjunção temporal (equivale a assim que).
das com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja,
MAL chegou, saiu
pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en-
c) substantivo:
cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en +
O MAL não tem remédio,
radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar:
Ela foi atacada por um MAL incurável.
en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço).
CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO
2. Escrevem-se com CH:
CESSÃO significa o ato de ceder.
a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre-
Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais.
buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal-
A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou a todos os
sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim-
torcedores.
bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi-
la, piche, pichar, tchau.
SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião:
b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que
Assistimos a uma SESSÃO de cinema.
possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se
Reuniram-se em SESSÃO extraordinária.
distingue pelo contraste entre o x e o ch.
Exemplos:
SECÇÃO (ou SEÇÃO) significa parte de um todo, subdivisão:
• brocha (pequeno prego)
Lemos a noticia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes.
• broxa (pincel para caiação de paredes)
Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de brinquedos.
• chá (planta para preparo de bebida)
• xá (título do antigo soberano do Irã)
HÁ / A
• chalé (casa campestre de estilo suíço)
Na indicação de tempo, emprega-se:
• xale (cobertura para os ombros)
HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz):
• chácara (propriedade rural)
HÁ dois meses que ele não aparece.
• xácara (narrativa popular em versos)
Ele chegou da Europa HÁ um ano.
• cheque (ordem de pagamento)
A para indicar tempo futuro:
• xeque (jogada do xadrez)
Daqui A dois meses ele aparecerá.
• cocho (vasilha para alimentar animais)
Ela voltará daqui A um ano.
• coxo (capenga, imperfeito)
FORMAS VARIANTES
DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C
Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer
Observe o quadro das correlações:
uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos.
Correlações Exemplos
aluguel ou aluguer hem? ou hein?
t-c ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial
ter-tenção abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia
- detenção; reter - retenção amídala ou amígdala infarto ou enfarte
rg - rs aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submer- assobiar ou assoviar laje ou lajem
rt - rs são; assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula
pel - puls inverter - inversão; divertir - diversão azaléa ou azaleia nenê ou nenen
corr - curs impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu
sent - sens correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão bílis ou bile quatorze ou catorze
ced - cess sentir - senso, sensível, consenso
cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar
ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - inter-
gred - gress cessão. carroçaria ou carroceria taramela ou tramela
exceder - excessivo (exceto exceção) chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear
prim - press agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão - debulhar ou desbulhar ou relampar
tir - ssão progresso - progressivo fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem
imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repres-
são.
admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão.
(re)percutir - (re)percussão EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS

Escrevem-se com letra inicial maiúscula:


PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES 1) a primeira palavra de período ou citação.
Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua."
ONDE-AONDE No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de movimento. Equi- letra maiúscula.

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2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes vogal com que se inicia o segundo elemento.
sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil, Exemplos:
Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via- aeroespacial
Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc. agroindustrial
O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno. anteontem
3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas antiaéreo
religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência antieducativo
do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc. autoaprendizagem
4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República, autoescola
etc. autoestrada
5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação, autoinstrução
Estado, Pátria, União, República, etc. coautor
6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações, coedição
órgãos públicos, etc.: extraescolar
Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco infraestrutura
do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc. plurianual
7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e semiaberto
científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os semianalfabeto
Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da semiesférico
Manhã, Manchete, etc. semiopaco
8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento,
Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc. mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar,
9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
Oriente, o falar do Norte.
Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste. 3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo
10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos:
Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc. anteprojeto
antipedagógico
Escrevem-se com letra inicial minúscula: autopeça
1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos, autoproteção
nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval, coprodução
ingleses, ave-maria, um havana, etc. geopolítica
2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando microcomputador
empregados em sentido geral: pseudoprofessor
São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria. semicírculo
3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio semideus
Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc. seminovo
4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta: ultramoderno
"Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis) Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-
"Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, rei, vice-almirante etc.
mirra." (Manuel Bandeira)
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo
USO DO HÍFEN elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exem-
plos:
Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. antirrábico
Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, antirracismo
para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das antirreligioso
regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim antirrugas
como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo. antissocial
biorritmo
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras for- contrarregra
madas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, contrassenso
como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, cosseno
eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, infrassom
mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, microssistema
sub, super, supra, tele, ultra, vice etc. minissaia
multissecular
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por neorrealismo
h. neossimbolista
Exemplos: semirreta
anti-higiênico ultrarresistente.
anti-histórico ultrassom
co-herdeiro
macro-história 5. Quando o prefi xo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo e-
mini-hotel lemento começar pela mesma vogal.
proto-história Exemplos:
sobre-humano anti-ibérico
super-homem anti-imperialista
ultra-humano anti-infl acionário
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h). anti-infl amatório
auto-observação
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da contra-almirante

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contra-atacar mandachuva
contra-ataque paraquedas
micro-ondas paraquedista
micro-ônibus pontapé
semi-internato
semi-interno 12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra
ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segun- linha seguinte. Exemplos:
do elemento começar pela mesma consoante. Na cidade, conta-se que ele foi viajar.
Exemplos: O diretor recebeu os ex-alunos.
hiper-requintado
inter-racial ACENTUAÇÃO GRÁFICA
inter-regional
sub-bibliotecário
super-racista ORTOGRAFIA OFICIAL
super-reacionário Por Paula Perin dos Santos
super-resistente
super-romântico O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da
Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário
Atenção: internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros:
• Nos demais casos não se usa o hífen. 2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, super- dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató-
proteção. ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra inici- Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que
ada por r: sub-região, sub-raça etc. falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra i- sua implementação.
niciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que
7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o se- uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar
gundo elemento começar por vogal. Exemplos: que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que
hiperacidez as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos
hiperativo subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática.
interescolar Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de
interestadual Leis ou Acordos.
interestelar
interestudantil A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, de-
superamigo pois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui
superaquecimento uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o
supereconômico ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na
superexigente melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra.
superinteressante
superotimismo
Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira
8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante
sempre o hífen. Exemplos: a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil.
além-mar
além-túmulo Alfabeto
aquém-mar A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo
ex-aluno as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma
ex-diretor novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e
ex-hospedeiro palavras importadas do idioma inglês, como:
ex-prefeito km – quilômetro,
ex-presidente kg – quilograma
pós-graduação Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
pré-história
pré-vestibular Trema
pró-europeu Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito
recém-casado textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever
recém-nascido linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
sem-terra derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai
deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso,
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, o “ü” lê-se “i”)
guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasio-
nalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas enca-
deamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo. 1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou
não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou
11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a no- “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos
ção de composição. Exemplos: abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”
girassol
madressilva Ex.

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Chá Mês nós


6. Acento Diferencial
Gás Sapé cipó
Dará Café avós O acento diferencial permanece nas palavras:
Pará Vocês compôs pôde (passado), pode (presente)
vatapá pontapés só pôr (verbo), por (preposição)
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do
Aliás português robô
verbo está no singular ou plural:
dá-lo vê-lo avó
recuperá-los Conhecê-los pô-los SIN-
PLURAL
guardá-la Fé compô-los GULAR
réis (moeda) Véu dói Ele
Eles têm
méis céu mói tem
pastéis Chapéus anzóis Ele
Eles vêm
ninguém parabéns Jerusalém vem

Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como:


Resumindo: conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.

Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que DIVISÃO SILÁBICA
seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-
lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas
palavras. Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU,
GU.
2- chave: cha-ve
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
aquele: a-que-le
palha: pa-lha
 L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. manhã: ma-nhã
 N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen. guizo: gui-zo
 R – câncer, caráter, néctar, repórter.
Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam
 X – tórax, látex, ônix, fênix.
a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R
 PS – fórceps, Quéops, bíceps. 2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço
 Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs. reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar
 ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão. flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma
 I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis. globo: glo-bo fraco: fra-co
 ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon. implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so
 UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
prato: pra-to
 US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC.
Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescen- 3- correr: cor-rer desçam: des-çam
tes (semivogal+vogal): passar: pas-sar exceto: ex-ce-to
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio. fascinar: fas-ci-nar

3. Todas as proparoxítonas são acentuadas. Não se separam as letras que representam um ditongo.
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisân- 4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro
temo, público, pároco, proparoxítona. cárie: cá-rie

QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS Separam-se as letras que representam um hiato.
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando: rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o

Não se separam as letras que representam um tritongo.


 Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
6- Paraguai: Pa-ra-guai
saguão: sa-guão
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba
IMPORTANTE que a antecede.
Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, 7- torna: tor-na núpcias: núp-cias
se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos? técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter
absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos
de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba
Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a que a segue
sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso. 8- pneumático: pneu-má-ti-co
gnomo: gno-mo
5. Trema psicologia: psi-co-lo-gia
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai
permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,
como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”) mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em

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sílabas separadas. RETICÊNCIAS


9- sublingual: sub-lin-gual • São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
sublinhar: sub-li-nhar Não me disseste que era teu pai que ...
sublocar: sub-lo-car • Para realçar uma palavra ou expressão.
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome...
Preste atenção nas seguintes palavras: • Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento.
trei-no so-cie-da-de Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...
gai-o-la ba-lei-a
des-mai-a-do im-bui-a PONTO E VÍRGULA
ra-diou-vin-te ca-o-lho
• Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém
te-a-tro co-e-lho
alguma simetria entre si.
du-e-lo ví-a-mos
"Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe-
a-mné-sia gno-mo
cido, guardando consigo a ponta farpada. "
co-lhei-ta quei-jo
• Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu
pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co
interior.
dig-no e-nig-ma
Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais
e-clip-se Is-ra-el
calmo, resolveu o problema sozinho.
mag-nó-lia
DOIS PONTOS
SINAIS DE PONTUAÇÃO • Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas?
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as • Para indicar uma citação alheia:
pausas da linguagem oral. Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de
passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-
que".
PONTO • Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri-
O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla- or:
rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
comuns ele é chamado de simples. • Enumeração após os apostos:
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).
TRAVESSÃO
PONTO DE INTERROGAÇÃO Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar
É usado para indicar pergunta direta. palavras ou frases
Onde está seu irmão? – "Quais são os símbolos da pátria?
– Que pátria?
Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação. – Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos).
A mim ?! Que ideia! – "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra
vez.
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma
PONTO DE EXCLAMAÇÃO coisa". (M. Palmério).
É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas. • Usa-se para separar orações do tipo:
Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória! – Avante!- Gritou o general.
Ó jovens! Lutemos! – A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta.

VÍRGULA Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam
A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau- uma cadeia de frase:
sa na fala. Emprega-se a vírgula: • A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
• Nas datas e nos endereços: • A ponte Rio – Niterói.
São Paulo, 17 de setembro de 1989. • A linha aérea São Paulo – Porto Alegre.
Largo do Paissandu, 128.
• No vocativo e no aposto: ASPAS
Meninos, prestem atenção! São usadas para:
Termópilas, o meu amigo, é escritor. • Indicar citações textuais de outra autoria.
• Nos termos independentes entre si: "A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles)
O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões. • Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se
• Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares:
caso é usado o duplo emprego da vírgula: Há quem goste de “jazz-band”.
Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa- Não achei nada "legal" aquela aula de inglês.
droeira. • Para enfatizar palavras ou expressões:
• Após alguns adjuntos adverbiais: Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite.
No dia seguinte, viajamos para o litoral. • Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc.
• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego "Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro.
da vírgula: • Em casos de ironia:
Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor. A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente.
• Após a primeira parte de um provérbio. Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão.
O que os olhos não vêem, o coração não sente.
• Em alguns casos de termos oclusos:
Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.
PARÊNTESES
Empregamos os parênteses:
• Nas indicações bibliográficas.

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"Sede assim qualquer coisa. da” ou "maneira":


serena, isenta, fiel". Aos domingos, trajava-se à inglesa.
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais: • Antes da palavra casa, se estiver determinada:
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos Referia-se à Casa Gebara.
fora das órbitas. Amália se volta)". • Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar.
(G. Figueiredo) Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa).
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória: • Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo.
"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de Voltou à terra onde nascera.
fome." Chegamos à terra dos nossos ancestrais.
(C. Lispector) Mas:
• Para isolar orações intercaladas: Os marinheiros vieram a terra.
"Estou certo que eu (se lhe ponho O comandante desceu a terra.
Minha mão na testa alçada) • Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o
Sou eu para ela." artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente:
(M. Bandeira) Vou até a (á ) chácara.
Cheguei até a(à) muralha
COLCHETES [ ] • A QUE - À QUE
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica.
ocorrerá crase:
Houve um palpite anterior ao que você deu.
ASTERISCO Houve uma sugestão anterior à que você deu.
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não
alguma nota (observação). ocorrerá crase.
Não gostei do filme a que você se referia.
BARRA Não gostei da peça a que você se referia.
A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo
abreviaturas. A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do
de:
Meu palpite é igual ao de todos
CRASE Minha opinião é igual à de todos.

Crase é a fusão da preposição A com outro A. NÃO OCORRE CRASE


Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem. • antes de nomes masculinos:
Andei a pé.
EMPREGO DA CRASE Andamos a cavalo.
• em locuções adverbiais: • antes de verbos:
à vezes, às pressas, à toa... Ela começa a chorar.
• em locuções prepositivas: Cheguei a escrever um poema.
em frente à, à procura de... • em expressões formadas por palavras repetidas:
• em locuções conjuntivas: Estamos cara a cara.
à medida que, à proporção que... • antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona:
• pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a, Dirigiu-se a V. Sa com aspereza.
as Escrevi a Vossa Excelência.
Fui ontem àquele restaurante. Dirigiu-se gentilmente à senhora.
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão: • quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural:
Refiro-me àquilo e não a isto. Não falo a pessoas estranhas.
Jamais vamos a festas.
A CRASE É FACULTATIVA
• diante de pronomes possessivos femininos: SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO
Entreguei o livro a(à) sua secretária . E FIGURADO DAS PALAVRAS.
• diante de substantivos próprios femininos:
Dei o livro à(a) Sônia. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE


• Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo Semântica
A:
Viajaremos à Colômbia. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia)
• Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília,
Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve-
neza, etc.
Viajaremos a Curitiba.
(Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba).
• Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o
modifique.
Ela se referiu à saudosa Lisboa.
Vou à Curitiba dos meus sonhos.
• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida:
Às 8 e 15 o despertador soou.
• Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “mo-

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 Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do


original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.
Semântica (do grego σημαντικός, sēmantiká, plural neutro
de sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide  Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original.
sobre a relação entre significantes, tais Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.
como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a
sua denotação. Sinônimo

A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico
para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro.
incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal, O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem
e semiótica. repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem
enfadonhos.
A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a
primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça
Eufemismo
sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo
Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,
é expresso(por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção
normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem
de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica
conhecida como eufemismo).
formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica
Exemplos:
cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.
 gordo - obeso
Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em  morrer - falecer
consideração:
Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos
que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos.
Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, Sinônimos Perfeitos
remoto. Se o significado é idêntico.
Exemplos:
Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais  avaro – avarento,
que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos:  léxico – vocabulário,
Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.
 falecer – morrer,
Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de  escarradeira – cuspideira,
possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica,  língua – idioma
ou seja, os homônimos:
 catorze - quatorze
As homônimas podem ser:
Sinônimos Imperfeitos
 Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Se os signIficados são próximos, porém não idênticos.
Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso
indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa
singular presente indicativo do verbo consertar); Antônimo
 Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário
Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão (também oposto ou inverso) à outra.
(substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo); O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso
estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que
 Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: chame atenção do leitor ou do ouvinte.
cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo Pala-
(verbo) - cedo (advérbio); Antônimo
vra
 Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais aberto fechado
palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na alto baixo
pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro - bem mal
cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura
(atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação bom mau
decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar bonito feio
(diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas de-
de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido de menos
mais
(desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir
(soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor doce salgado
(que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, forte fraco
assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / gordo magro
onicolor - unicolor.
salga-
insosso
 Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de do
apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na amor ódio
empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de seco molhado
graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.
grosso fino
 Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e duro mole
origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) -
São (santo) doce amargo
grande pequeno
Conotação e Denotação:
sober-
humildade
ba

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louvar censurar palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados
diferentes.
bendi-
maldizer O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a
zer
pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas
ativo inativo são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida.
simpá- Exemplos
antipático
tico Veja alguns exemplos de palavras parônimas:
pro- acender. verbo - ascender. subir
regredir acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se
gredir
cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa
rápido lento comprimento. extensão - cumprimento. saudação
sair entrar coro (cantores) - couro (pele de animal)
sozi- acompa- deferimento. concessão - diferimento. adiamento
nho nhado delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender
descrição. representação - discrição. reserva
con-
discórdia descriminar. inocentar - discriminar. distinguir
córdia
despensa. compartimento - dispensa. desobriga
pesa- destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato)
leve
do emergir. vir à tona - imergir. mergulhar
quente frio eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência
pre- emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar
ausente enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar
sente
enformar. meter em fôrma - informar. avisar
escuro claro entender. compreender - intender. exercer vigilância
inveja admiração lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções
migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para
morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro
Homógrafo peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo
Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na recrear. divertir - recriar. criar de novo
pronúncia. se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo
Exemplos vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa
 rego (subst.) e rego (verbo); venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho
vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular
 colher (verbo) e colher (subst.);
 jogo (subst.) e jogo (verbo); DENOTAÇAO E CONOTAÇAO
 Sede: lugar e Sede: avidez;
 Seca: pôr a secar e Seca: falta de água. A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a
Homófono seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original.
Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois
tipos de palavras homófonas, que são: A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se
 Homófonas heterográficas no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias
 Homófonas homográficas interpretações.
Homófonas heterográficas
Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas Observe os exemplos
heterográficas (diferentes na escrita). Denotação
Exemplos As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro.
cozer / coser;
cozido / cosido; Conotação
censo / senso As estrelas do cinema.
consertar / concertar O jardim vestiu-se de flores
conselho / concelho O fogo da paixão
paço / passo
noz / nós SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO
hera / era
ouve / houve As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido
voz / vós figurado:
cem / sem Construí um muro de pedra - sentido próprio
acento / assento Maria tem um coração de pedra – sentido figurado.
Homófonas homográficas A água pingava lentamente – sentido próprio.
Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e
homográficas (iguais na escrita). SEMÂNTICA
Exemplos (do grego semantiké, i. é, téchne semantiké ‘arte da significação’)
Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso,
janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que A semântica estudo o sentido das palavras, expressões, frases e uni-
deriva do substantivo jantar, e está classificado como dades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe são atribuí-
neologismo. dos. Ao considerarmos o significado de determinada palavra, levamos em
Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito conta sua história, sua estrutura (radical, prefixos, sufixos que participam da
(substantivo). sua forma) e, por fim, do contexto em que se apresenta.

Parônimo Quando analisamos o sentido das palavras na redação oficial, ressal-


Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma tam como fundamentais a história da palavra e, obviamente, os contextos
semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas em que elas ocorrem.

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aberto, 1a pess. do sing do pres. do ind. do verbo apelar), consolo (alívio) e


A história da palavra, em sentido amplo, vem a ser a respectiva origem consolo (com o aberto, 1a pess. do sing. do pres. do ind. do verbo conso-
e as alterações sofridas no correr do tempo, ou seja, a maneira como lar), com pronúncia diferente.
evoluiu desde um sentido original para um sentido mais abrangente ou mais
específico. Em sentido restrito, diz respeito à tradição no uso de determina- Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto em
do vocábulo ou expressão. que são empregados. Não há dúvida, por exemplo, quanto ao emprego da
palavra são nos três sentidos: a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres., b)
São esses dois aspectos que devem ser considerados na escolha des- saudável e c) santo.
te ou daquele vocábulo.
Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (homófonos) geram
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto oficial, dúvidas ortográficas. Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer,
deve-se atentar para a tradição no emprego de determinada expressão com dos prefixos ante-/anti-, etc. Aqui o contexto não é suficiente para resolver o
determinado sentido. O emprego de expressões ditas "de uso consagrado" problema, pois sabemos o sentido, a dúvida é de letra(s). sempre que
confere uniformidade e transparência ao sentido do texto. Mas isto não quer houver incerteza, consulte a lista adiante, algum dicionário ou manual de
dizer que os textos oficiais devam limitar-se à repetição de chavões e ortografia.
clichês.
Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com palavras
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo utiliza- semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia. É fonte de
das. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias ou redundân- muitas dúvidas, como entre descrição (‘ato de descrever’) e discrição
cias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para as palavras repeti- (‘qualidade do que é discreto’), retificar (‘corrigir’) e ratificar (confirmar).
das; mas se sua substituição for comprometer o sentido do texto, tornando-
o ambíguo ou menos claro, não hesite em deixar o texto como está. Como não interessa aqui aprofundar a discussão teórica da matéria,
restringimo-nos a uma lista de palavras que costumam suscitar dúvidas de
É importante lembrar que o idioma está em constante mutação. A pró- grafia ou sentido. Procuramos incluir palavras que com mais frequência
pria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da política, enfim da provocam dúvidas na elaboração de textos oficiais, com o cuidado de
vida social em geral, impõe a criação de novas palavras e formas de dizer. agregá-las em pares ou pequenos grupos formais.
Na definição de Serafim da Silva Neto, a língua:  Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: O júri absolveu o
"(...) é um produto social, é uma atividade do espírito humano. Não é, réu.
assim, independente da vontade do homem, porque o homem não é uma  Absorver: embeber em si, esgotar: O solo absorveu lentamente a
folha seca ao sabor dos ventos veementes de uma fatalidade desconhecida água da chuva.
e cega. Não está obrigada a prosseguir na sua trajetória, de acordo com  Acender: atear (fogo), inflamar.
leis determinadas, porque as línguas seguem o destino dos que as falam,  Ascender: subir, elevar-se.
são o que delas fazem as sociedades que as empregam."  Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: Vocábulo sem acento.
 Assento: banco, cadeira: Tomar assento num cargo.
Assim, continuamente, novas palavras são criadas (os neologismos)  Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o Presidente falou
como produto da dinâmica social, e incorporados ao idioma inúmeros acerca de seus planos.
vocábulos de origem estrangeira (os estrangeirismos), que vêm para desig-
 A cerca de: a uma distância aproximada de: O anexo fica a cerca
nar ou exprimir realidades não contempladas no repertório anterior da
de trinta metros do prédio principal. Estamos a cerca de um mês
língua portuguesa.
ou (ano) das eleições.
 Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo): Há cerca de um
A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações, nem in-
ano, tratamos de caso idêntico; existem aproximadamente: Há cer-
corporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabulares, elas devem
ca de mil títulos no catálogo.
sempre ser usadas com critério, evitando-se aquelas que podem ser substi-
tuídas por vocábulos já de uso consolidado sem prejuízo do sentido que se  Acidente: acontecimento casual; desastre: A derrota foi um aci-
lhes quer dar. dente na sua vida profissional. O súbito temporal provocou terrível
acidente no parque.
De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto purismo, a  Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O incidente da demis-
linguagem das comunicações oficiais fique imune às criações vocabulares são já foi superado.
ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez do desenvolvimento tecno-  Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática.
lógico, por exemplo, impõe a criação de inúmeros novos conceitos e ter-  Dotar: dar em doação, beneficiar.
mos, ditando de certa forma a velocidade com que a língua deve incorporá-  Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de parentes-
los. O importante é usar o estrangeirismo de forma consciente, buscar o co): Se o assunto era afim, por que não foi tratado no mesmo pa-
equivalente português quando houver, ou conformar a palavra estrangeira rágrafo?
ao espírito da língua portuguesa.  A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de: O projeto foi en-
caminhado com quinze dias de antecedência a fim de permitir a
O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou empregados em necessária reflexão sobre sua pertinência.
contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo desconhecimen-  Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande.
to da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela incorporação acrítica do  Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça processual.
estrangeirismo.  Aleatório: casual, fortuito, acidental.
 Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba.
Homônimos e Parônimos  Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral.
Muitas vezes temos dúvidas no uso de vocábulos distintos provocadas  Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso, indecente.
pela semelhança ou mesmo pela igualdade de pronúncia ou de grafia entre  Ante (preposição): diante de, perante: Ante tal situação, não teve
eles. É o caso dos fenômenos designados como homonímia e paronímia. alternativa.
 Ante- (prefixo): expressa anterioridade: antepor, antever, antepro-
A homonímia é a designação geral para os casos em que palavras de jeto ante-diluviano.
sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos homógrafos) ou a  Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra: anticientífico, anti-
mesma pronúncia (os homônimos homófonos). biótico, anti-higiênico, anti-Marx.
 Ao encontro de: para junto de; favorável a: Foi ao encontro dos
Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como nos exem-
colegas. O projeto salarial veio ao encontro dos anseios dos traba-
plos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) e manga (de cami-
lhadores.
sa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com e
 De encontro a: contra; em prejuízo de: O carro foi de encontro a

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um muro. O governo não apoiou a medida, pois vinha de encontro  Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis.
aos interesses dos menores.  Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não militar
 Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de demitir dez funcionários, nem, eclesiástico.
a empresa contratou mais vinte. (Inaceitável o cruzamento *ao em  Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova proposta colide fron-
vez de.) talmente com o entendimento havido.
 Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez funcionário, a em-  Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram coligidas pelo Mi-
presa demitiu vinte. nistério da Justiça.
 A par: informado, ao corrente, ciente: O Ministro está a par (var.:  Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura.
ao par) do assunto; ao lado, junto; além de.  Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; saudação.
 Ao par: de acordo com a convenção legal: Fez a troca de mil dóla-  Concelho: circunscrição administrativa ou município (em Portu-
res ao par. gal).
 Aparte: interrupção, comentário à margem: O deputado concedeu  Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado.
ao colega um aparte em seu pronunciamento.  Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização (cp.
 À parte: em separado, isoladamente, de lado: O anexo ao projeto concertar): O concerto das nações... O concerto de Guarnieri...
foi encaminhado por expediente à parte.  Conserto: reparo, remendo, restauração (cp. consertar): Certos
 Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou irrisoriamente o imó- problemas crônicos aparentemente não têm conserto.
vel.  Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião.
 Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o andamento das obras não  Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância.
for apressado, não será cumprido o cronograma.  Contravenção: transgressão ou infração a normas estabelecidas.
 Área: superfície delimitada, região.  Contraversão: versão contrária, inversão.
 Ária: canto, melodia.  Coser: costurar, ligar, unir.
 Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste caso, o aresto é irre-  Cozer: cozinhar, preparar.
corrível.  Costear: navegar junto à costa, contornar. A fragata costeou inú-
 Arresto: apreensão judicial, embargo: Os bens do traficante preso meras praias do litoral baiano antes de partir para alto-mar.
foram todos arrestados.  Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. Qual a empresa dis-
 Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito. posta a custear tal projeto?
 Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo.  Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto custa o projeto?
 Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho. Custa-me crer que funcionará.
 Az (p. us.): esquadrão, ala do exército.  Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder.
 Atuar: agir, pôr em ação; pressionar.  Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar.
 Autuar: lavrar um auto; processar.  Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar.
 Auferir: obter, receber: Auferir lucros, vantagens.  Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir.
 Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir valores, resultados.  Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar: Os
 Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O Presidente augurou traficantes foram delatados por membro de quadrilha rival.
sucesso ao seu par americano.  Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir: A dilação do pra-
 Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido): Os zo de entrega das declarações depende de decisão do Diretor da
técnicos agouram desastre na colheita. Receita Federal.
 Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si competências de outrem.  Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular.
 Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso o começo de sua  Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar.
carreira.  Descrição: ato de descrever, representação, definição.
 Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao final do discurso,  Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato.
invocou a ajuda de Deus.  Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de.
 Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais).  Discriminar: diferençar, separar, discernir.
 Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar.  Despensa: local em que se guardam mantimentos, depósito de
 Carear: atrair, ganhar, granjear. provisões.
 Cariar: criar cárie.  Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer algo a que se
 Carrear: conduzir em carro, carregar. estava obrigado; demissão.
 Casual: fortuito, aleatório, ocasional.  Despercebido: que não se notou, para o que não se atentou: A-
 Causal: causativo, relativo a causa. pesar de sua importância, o projeto passou despercebido.
 Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano.  Desapercebido: desprevenido, desacautelado: Embarcou para a
 Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre. missão na Amazônia totalmente desapercebido dos desafios que
 Censo: alistamento, recenseamento, contagem. lhe aguardavam.
 Senso: entendimento, juízo, tino.  Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco.
 Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar.  Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomicamente.
 Serrar: cortar com serra, separar, dividir.  Destratar: insultar, maltratar com palavras.
 Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo município tornou  Distratar: desfazer um trato, anular.
possível a realização da obra.  Distensão: ato ou efeito de distender, torção violenta dos ligamen-
 Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: Em qual tos de uma articulação.
seção do ministério ele trabalha?  Distinção: elegância, nobreza, boa educação: Todos devem por-
 Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso; tar-se com distinção.
reunião; espaço de tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A  Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou interesses: A
próxima sessão legislativa será iniciada em 1o de agosto. dissensão sobre a matéria impossibilitou o acordo.
 Chá: planta, infusão.  Elidir: suprimir, eliminar.
 Xá: antigo soberano persa.  Ilidir: contestar, refutar, desmentir.
 Cheque: ordem de pagamento à vista.  Emenda: correção de falta ou defeito, regeneração, remendo: ao
 Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.) perigo (pôr em xe- torná-lo mais claro e objetivo, a emenda melhorou o projeto.
que).  Ementa: apontamento, súmula de decisão judicial ou do objeto de
 Círio: vela de cera. uma lei. Procuro uma lei cuja ementa é "dispõe sobre a proprieda-
 Sírio: da Síria. de industrial".

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 Emergir: vir à tona, manifestar-se.  Judiciário: relativo ao direito processual ou à organização da Jus-
 Imergir: mergulhar, afundar submergir), entrar. tiça.
 Emigrar: deixar o país para residir em outro.  Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou obrigação.
 Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver.  Libertação: ato de libertar ou libertar-se.
 Eminente (eminência): alto, elevado, sublime.  Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra.
 Iminente (iminência): que está prestes a acontecer, pendente,  Listra: risca de cor diferente num tecido (var. pop. de lista).
próximo.  Locador: que dá de aluguel, senhorio, arrendador.
 Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar.  Locatário: alugador, inquilino: O locador reajustou o aluguel sem a
 Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir. concordância do locatário.
 Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça.  Lustre: brilho, glória, fama; abajur.
 Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se.  Lustro: quinquênio; polimento.
 Encrostar: criar crosta.  Magistrado: juiz, desembargador, ministro.
 Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir, prender-se, arraigar-  Magistral: relativo a mestre (latim: magister); perfeito, completo;
se. exemplar.
 Entender: compreender, perceber, deduzir.  Mandado: garantia constitucional para proteger direito individual
 Intender: (p. us): exercer vigilância, superintender. líquido e certo; ato de mandar; ordem escrita expedida por autori-
 Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar. dade judicial ou administrativa: um mandado de segurança, man-
 Inúmero: inumerável, sem conta, sem número. dado de prisão.
 Espectador: aquele que assiste qualquer ato ou espetáculo, tes-  Mandato: autorização que alguém confere a outrem para praticar
temunha. atos em seu nome; procuração; delegação: o mandato de um de-
 Expectador: que tem expectativa, que espera. putado, senador, do Presidente.
 Esperto: inteligente, vivo, ativo.  Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato.
 Experto: perito, especialista.  Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor de manda-
 Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar. to, representante, procurador.
 Expiar: cumprir pena, pagar, purgar.  Mandatório: obrigatório.
 Estada: ato de estar, permanência: Nossa estada em São Paulo  Obcecação: ato ou efeito de obcecar, teimosia, cegueira.
foi muito agradável.  Obsessão: impertinência, perseguição, ideia fixa.
 Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em porto:  Ordinal: numeral que indica ordem ou série (primeiro, segundo,
O "Rio de Janeiro" foi autorizado a uma estadia de três dias. milésimo, etc.).
 Estância: lugar onde se está, morada, recinto.  Ordinário: comum, frequente, trivial, vulgar.
 Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juízo.  Original: com caráter próprio; inicial, primordial.
 Estrato: cada camada das rochas estratificadas.  Originário: que provém de, oriundo; inicial, primitivo.
 Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, cópia;  Paço: palácio real ou imperial; a corte.
perfume.  Passo: ato de avançar ou recuar um pé para andar; caminho, eta-
 Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pessoa é sur- pa.
preendida a praticar (flagrante delito).  Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, discussão: O pleito por
 Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso. mais escolas na região foi muito bem formulado.
 Florescente: que floresce, próspero, viçoso.  Preito: sujeição, respeito, homenagem: Os alunos renderam preito
 Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência. ao antigo reitor.
 Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir lâminas.  Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se.
 Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar, consultar.  Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a efeito, executar.
 Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável.  Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás de, após: pós-
 Inserto: introduzido, incluído, inserido. moderno, pós-operatório.
 Incipiente: iniciante, principiante.  Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente de, antes de: pré-
modernista, pré-primário.
 Insipiente: ignorante, insensato.
 Pró (advérbio): em favor de, em defesa de. A maioria manifestou-
 Incontinente: imoderado, que não se contém, descontrolado.
se contra, mas dei meu parecer pró.
 Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo, sem interrupção.
 Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto.
 Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: O réu declarou que
 Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o circunda.
havia sido induzido a cometer o delito.
 Preposição: ato de prepor, preferência; palavra invariável que liga
 Aduzir: expor, apresentar: A defesa, então, aduziu novas provas.
constituintes da frase.
 Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de moeda,
 Proposição: ato de propor, proposta; máxima, sentença; afirmati-
aumento persistente de preços.
va, asserção.
 Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma.
 Presar: capturar, agarrar, apresar.
 Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, derrota): O ju-
 Prezar: respeitar, estimar muito, acatar.
iz infligiu pesada pena ao réu.
 Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, determinar; fi-
 Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regulamento, etc.)
car sem efeito, anular-se: O prazo para entrada do processo pres-
(cp. infração): A condenação decorreu de ter ele infringido um sem
creveu há dois meses.
número de artigos do Código Penal.
 Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar. O uso de
 Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar.
várias substâncias psicotrópicas foi proscrito por recente portaria
 Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investigar, interro-
do Ministro.
gar.
 Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular: A assessoria
 Intercessão: ato de interceder.
previu acertadamente o desfecho do caso.
 Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em que se en-
 Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo: O che-
contram duas linhas ou superfícies.
fe do departamento de pessoal proveu os cargos vacantes.
 Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada em locuções: inter
 Provir: originar-se, proceder; resultar: A dúvida provém (Os erros
alia (entre outros), inter pares (entre iguais).
provêm) da falta de leitura.
 Intra- (prefixo): interior, dentro de.
 Prolatar: proferir sentença, promulgar.
 Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou que perante ele
 Protelar: adiar, prorrogar.
se realiza.

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 Ratificar: validar, confirmar, comprovar. pronome = pro + nome


 Retificar: corrigir, emendar, alterar: A diretoria ratificou a decisão
após o texto ter sido retificado em suas passagens ambíguas. PREFIXO
 Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegrar. É o elemento mórfico que vem antes do radical.
 Recriar: criar de novo. Exs.: anti - herói in - feliz
 Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir.
 Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer: Como ele reinci- SUFIXO
diu no erro, o contrato de trabalho foi rescindido. É o elemento mórfico que vem depois do radical.
 Remição: ato de remir, resgate, quitação. Exs.: med - onho cear – ense
 Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão, expiação.
 Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento, proibição.
 Repreensão: ato de repreender, enérgica admoestação, censura,
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
advertência.
 Ruço: grisalho, desbotado. As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a
 Russo: referente à Rússia, nascido naquele país; língua falada na língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocá-
Rússia. bulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologis-
 Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei ou por mos) e outros mudam de significado com o passar do tempo.
contrato para punir sua infração.
 Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de guindaste. Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das pala-
 Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.: sedente). vras encontramos a seguinte divisão:
 Cedente: que cede, que dá.  palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor)
 Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir.
 Subscritar: assinar, subscrever.  palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha)
 Sortir: variar, combinar, misturar.
 Surtir: causar, originar, produzir (efeito).  palavras simples - só possuem um radical (couve, flor)
 Subentender: perceber o que não estava claramente exposto; su-  palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor,
por. aguardente)
 Subintender: exercer função de subintendente, dirigir.
 Subtender: estender por baixo. Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conheci-
 Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se (sustar-se). mento dos seguintes processos de formação:
 Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter. Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radi-
 Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha. cais. São dois tipos de composição.
 Taxa: espécie de tributo, tarifa.
 Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar alguém (tachá-lo) de  justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol,
subversivo. sexta-feira);
 Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar mercadorias.  aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de e-
 Tapar: fechar, cobrir, abafar. lementos (pernalta, de perna + alta).
 Tampar: pôr tampa em.
 Tenção: intenção, plano (deriv.: tencionar); assunto, tema. Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o a-
 Tensão: estado de tenso, rigidez (deriv.: tensionar); diferencial elé- créscimo de afixos. São cinco tipos de derivação.
trico.
 prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil);
 Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte.
 Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação.  sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente);
 Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em locuções: de trás, por
trás).  parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo
 Traz: 3a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo tra- e sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável
zer. pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva;
 Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas.  regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se
 Vestuário: as roupas que se vestem, traje. substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda /
 Vultoso: de grande vulto, volumoso. de ajudar);
 Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade (congestão da face).
 imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS. ("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio
a comum).
As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros
elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das processos para formação de palavras, como:
palavras.
 Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas
Exs.: por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo,
cinzeiro = cinza + eiro grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, alco-
endoidecer = en + doido + ecer ômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino
predizer = pre + dizer / sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego);

Os principais elementos móficos são :  Onomatopéia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zun-
zum, miau);
RADICAL  Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua
É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra. compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.)
Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
enterrar = en + terra + ar

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 Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma se- atilho - de espigas de milho
quência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de atlas - de cartas geográficas, de mapas
siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista) banca - de examinadores
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios
 Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas pala- bando - de aves, de pessoal em geral
vras, ou para palavras que adquirem um novo significado. pciconcursos cabido - de cônegos
cacho - de uvas, de bananas
cáfila - de camelos
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves
ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PRE- cancioneiro - de poemas, de canções
POSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE caravana - de viajantes
IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES). cardume - de peixes
clero - de sacerdotes
colmeia - de abelhas
SUBSTANTIVOS concílio - de bispos
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no- congregação - de professores, de religiosos
me aos seres em geral. congresso - de parlamentares, de cientistas
conselho - de ministros
São, portanto, substantivos. consistório - de cardeais sob a presidência do papa
a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra, constelação - de estrelas
Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado. corja - de vadios
b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba- elenco - de artistas
lho, corrida, tristeza beleza altura. enxame - de abelhas
enxoval - de roupas
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS esquadra - de navios de guerra
a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie: esquadrilha - de aviões
rio, cidade, pais, menino, aluno falange - de soldados, de anjos
b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento. farândola - de maltrapilhos
Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To- fato - de cabras
cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair. fauna - de animais de uma região
c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro- feixe - de lenha, de raios luminosos
priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi- flora - de vegetais de uma região
que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con- frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus
creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta, girândola - de fogos de artifício
fada, bruxa, saci. horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros
d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só junta - de bois, médicos, de examinadores
existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, júri - de jurados
pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão, legião - de anjos, de soldados, de demônios
portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres: malta - de desordeiros
trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza. manada - de bois, de elefantes
Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje- matilha - de cães de caça
tivos ninhada - de pintos
trabalhar - trabalho nuvem - de gafanhotos, de fumaça
correr - corrida panapaná - de borboletas
alto - altura pelotão - de soldados
belo - beleza penca - de bananas, de chaves
pinacoteca - de pinturas
plantel - de animais de raça, de atletas
FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
quadrilha - de ladrões, de bandidos
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua
ramalhete - de flores
portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal.
réstia - de alhos, de cebolas
b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa:
récua - de animais de carga
florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro.
romanceiro - de poesias populares
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio,
resma - de papel
tempo, sol.
revoada - de pássaros
d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de-
súcia - de pessoas desonestas
colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol.
vara - de porcos
vocabulário - de palavras
COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
de seres da mesma espécie. Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e
grau.
Veja alguns coletivos que merecem destaque:
alavão - de ovelhas leiteiras
alcateia - de lobos Gênero
álbum - de fotografias, de selos Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini-
antologia - de trechos literários escolhidos no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta.
armada - de navios de guerra
armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc) Podemos classificar os substantivos em:
arquipélago - de ilhas a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma
assembleia - de parlamentares, de membros de associações para o masculino, outra para o feminino:

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aluno/aluna homem/mulher Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules.
menino /menina carneiro/ovelha 6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas fósseis; réptil, répteis.
pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo: Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar-
padrinho/madrinha bode/cabra ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis.
cavaleiro/amazona pai/mãe 7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o
pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni-
b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses;
forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases.
em: São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os
1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix,
animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca. os ônix.
Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve- 8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê- tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo pri-
mea mitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezi-
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que tos.
designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a Substantivos só usados no plural
estudante, este dentista. afazeres anais
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam arredores belas-artes
pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar- cãs condolências
tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn- confins exéquias
juge, a pessoa, a criatura. férias fezes
Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim: núpcias óculos
uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino. olheiras pêsames
viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)
AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:
Plural dos Nomes Compostos
São masculinos São femininos
o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme
o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata
1. Somente o último elemento varia:
o teorema o ágape a análise a usucapião a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara-
o trema o caudal a cal a bacanal boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns;
o edema o champanha a cataplasma a líbido b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão-
o eclipse o alvará a dinamite a sentinela
o lança-perfume o formicida a comichão a hélice mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;
o fibroma o guaraná a aguardente c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo
o estratagema o plasma ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda-
o proclama o clã
comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem-
pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela-
Mudança de Gênero com mudança de sentido melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
Veja alguns exemplos: a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;
o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo) pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal)
rabo, burros-sem-rabo;
o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora)
o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão) b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade
o lotação (veículo) a lotação (capacidade) ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
o lente (o professor) a lente (vidro de aumento) correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
banana-maçã, bananas-maçã.
Plural dos Nomes Simples A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa, correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: 3. Ambos os elementos são flexionados:
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração, a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
corações; grandalhão, grandalhões. flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião, compromissos.
guardiães. b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão, perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida,
cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos. caras-pálidas.

Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma São invariáveis:
de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães; a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém, molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. desocupa-o-copo;
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar, c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí- perde-ganha, os perde-ganha.
fens (ou hífenes). Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones. por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda-
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani- marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa-
mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis. dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou

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salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate. ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu-
lher simples; aluno feliz - aluna feliz.
Adjetivos Compostos b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou-
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona. tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem
Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino- alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa
americanos; cívico-militar, cívico-militares.
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se-
segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos melhante a dos substantivos.
amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur- Número
dos-mudos > surdas-mudas. a) Adjetivo simples
3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho. Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples:
Graus do substantivo pessoa honesta pessoas honestas
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais regra fácil regras fáceis
podem ser: sintéticos ou analíticos. homem feliz homens felizes
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in-
variáveis:
Analítico blusa vinho blusas vinho
Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama- camisa rosa camisas rosa
nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. b) Adjetivos compostos
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele-
Sintético mento varia, tanto em gênero quanto em número:
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. acordos sócio-político-econômico
acordos sócio-político-econômicos
causa sócio-político-econômica
Principais sufixos aumentativos causas sócio-político-econômicas
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, acordo luso-franco-brasileiro
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, acordo luso-franco-brasileiros
lente côncavo-convexa
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu-
lentes côncavo-convexas
ça. camisa verde-clara
camisas verde-claras
Principais Sufixos Diminutivos sapato marrom-escuro
ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, sapatos marrom-escuros
ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, Observações:
1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável:
montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim,
camisa verde-abacate camisas verde-abacate
pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo, sapato marrom-café sapatos marrom-café
homúncula, apícula, velhusco. blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis:
blusa azul-marinho blusas azul-marinho
Observações:
camisa azul-celeste camisas azul-celeste
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui- 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc. variam:
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc. menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe- menina surda-muda meninas surdas-mudas
tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
• Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for- Graus do Adjetivo
mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz, As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex-
ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc. pressas em dois graus:
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di- - o comparativo
minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon- - o superlativo
zinho, pequenito.

Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu- Comparativo


gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma
diferentes para designar o sexo: outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual,
bode - cabra genro - nora superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:
burro - besta padre - madre - Comparativo de igualdade:
carneiro - ovelha padrasto - madrasta O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral.
cão - cadela padrinho - madrinha Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente.
cavalheiro - dama pai - mãe - Comparativo de superioridade:
compadre - comadre veado - cerva O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.
frade - freira zangão - abelha Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico.
frei – soror etc. - Comparativo de inferioridade:
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável.
ADJETIVOS
Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi-
FLEXÃO DOS ADJETIVOS dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo:
- Superlativo absoluto
Gênero Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser:
Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: Esta cidade é poluidíssima.
a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne- Esta cidade é muito poluída.

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- Superlativo relativo Equador - equatoriano Évora - eborense


Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a Filipinas - filipino Finlândia - finlandês
outros seres: Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano
Este rio é o mais poluído de todos. Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense
Este rio é o menos poluído de todos. Gabão - gabonês Galiza - galego
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino
Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico: Goiânia - goianense Granada - granadino
- Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade - Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano
- Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti- Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho
quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc. Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense
Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara- João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense
tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais: La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO Macapá - macapaense Macau - macaense
ABSOLUTO Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe
RELATIVO Madri - madrileno Manaus - manauense
bom melhor ótimo Marajó - marajoara Minho - minhoto
melhor Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco
mau pior péssimo Montevidéu - montevideano Natal - natalense
pior Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
grande maior máximo Pequim - pequinês Pisa - pisano
maior Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro
pequeno menor mínimo Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense
menor Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano
acre - acérrimo ágil - agílimo Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo Veneza - veneziano Vitória - vitoriense
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo Locuções Adjetivas
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-
célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem
cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo ser substituídas por um adjetivo correspondente.
eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo PRONOMES
frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre-
íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo
senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.
livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo
Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome
magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo
substantivo.
manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo
• Ele chegou. (ele)
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
• Convidei-o. (o)
pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex-
próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo.
público - publicíssimo pudico - pudicíssimo
• Esta casa é antiga. (esta)
sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo
• Meu livro é antigo. (meu)
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
Classificação dos Pronomes
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo
Há, em Português, seis espécies de pronomes:
velho - vetérrimo visível - visibilíssimo
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas
voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo
de tratamento:
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões;
Adjetivos Gentílicos e Pátrios
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo;
Argélia – argelino Bagdá - bagdali
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde;
Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá-
Bóston - bostoniano Braga - bracarense
rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-
Bragança - bragantino Brasília - brasiliense
trem, nada, cada, algo.
Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in-
bucarestense Campos - campista
terrogativas.
Cairo - cairota Caracas - caraquenho
Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
PRONOMES PESSOAIS
Catalunha - catalão Chipre - cipriota
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis-
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês
curso:
Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense
1ª pessoa: quem fala, o emissor.
bricense Cuiabá - cuiabano
Eu sai (eu)
Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho
Nós saímos (nós)
Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense,
Convidaram-me (me)
Egito - egípcio capixaba

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Convidaram-nos (nós) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)


2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Tu saíste (tu) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
Vós saístes (vós) TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
Convidaram-te (te) como sujeito de um verbo no infinitivo.
Convidaram-vos (vós) Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
Ele saiu (ele)
Eles sairam (eles) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
Convidei-o (o) gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
Convidei-os (os) sujeito.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
Os pronomes pessoais são os seguintes: somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO Querida, gosto muito de SI. (errado)
singular 1ª eu me, mim, comigo Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
2ª tu te, ti, contigo Querida, gosto muito de você. (certo)
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe Preciso muito falar com você. (certo)
plural 1ª nós nós, conosco
2ª vós vós, convosco Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Ele feriu-se
PRONOMES DE TRATAMENTO Cada um faça por si mesmo a redação
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- O professor trouxe as provas consigo
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
PRONOME ABREV. EMPREGO Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V .Ema cardeais 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com-
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa
binações possíveis são as seguintes:
Magnificência V. Mag a reitores de universidades
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral me+o=mo me + os = mos
Vossa Santidade V.S. papas te+o=to te + os = tos
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados lhe+o=lho lhe + os = lhos
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores nos + o = no-lo nos + os = no-los
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo- lhes + o = lho lhes + os = lhos
cês.
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS a, as.
me+a=ma me + as = mas
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
te+a=ta te + as = tas
ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
- Você pagou o livro ao livreiro?
Considera-se errado seu emprego como complemento:
- Sim, paguei-LHO.
Convidaram ELE para a festa (errado)
Receberam NÓS com atenção (errado)
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que
EU cheguei atrasado (certo)
representa o livreiro) com O (que representa o livro).
ELE compareceu à festa (certo)
2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
pronomes retos:
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
Convidei ELE (errado)
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
Chamaram NÓS (errado)
indiretos:
Convidei-o. (certo)
O menino convidou-a. (V.T.D )
Chamaram-NOS. (certo)
O filho obedece-lhe. (V.T. l )
3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões)
reto seu emprego como complemento:
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as
Informaram a ELE os reais motivos.
construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de
Emprestaram a NÓS os livros.
verbos transitivos diretos:
Eles gostam muito de NÓS.
Eu lhe vi ontem. (errado)
4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
Nunca o obedeci. (errado)
errado seu emprego como complemento:
Eu o vi ontem. (certo)
Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Nunca lhe obedeci. (certo)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
MIM e TI:
finitivo:
Ninguém irá sem EU. (errado)
Deixei-o sair.
Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
Vi-o chegar.
Ninguém irá sem MIM. (certo)

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Sofia deixou-se estar à janela. Na linguagem culta, a próclise é recomendada:


1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol- interrogativos e conjunções.
vendo as orações reduzidas de infinitivo: As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse. Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos: Quem lhe ensinou esses modos?
A mim, ninguém me engana. Quem os ouvia, não os amou.
A ti tocou-te a máquina mercante. Que lhes importa a eles a recompensa?
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas- 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
mo vicioso e sim ênfase. Papai do céu o abençoe.
A terra lhes seja leve.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo, 3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
exercendo função sintática de adjunto adnominal: Em se animando, começa a contagiar-nos.
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos. 4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
pausa entre eles.
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo- Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
déstia:
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes. Mesóclise
Vós sois minha salvação, meu Deus! Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando precedidos de palavras que reclamem a próclise.
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
falamos dessa pessoa: Dir-se-ia vir do oco da terra.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
Vossa Excelência já aprovou os projetos? Mas:
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
Jamais se diria vir do oco da terra.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª Lembrarei-me (!?)
pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como Diria-se (!?)
pronomes de terceira pessoa:
Você trouxe seus documentos?
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
O Pronome Átono nas Locuções Verbais
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
COLOCAÇÃO DE PRONOMES Podemos contar-lhe o ocorrido.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A, Podemos-lhe contar o ocorrido.
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: Não lhes podemos contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise O menino foi-se descontraindo.
Eu te observo há dias. O menino foi descontraindo-se.
2. Depois do verbo - ênclise O menino não se foi descontraindo.
Observo-te há dias. 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico
3. No interior do verbo - mesóclise ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio.
Observar-te-ei sempre. "Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des-
cartes ."
Ênclise Tenho-me levantado cedo.
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a Não me tenho levantado cedo.
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
direto ou indireto. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o
O pai esperava-o na estação agitada. auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
Expliquei-lhe o motivo das férias. Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua-
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a gem escrita.
ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração:
PRONOMES POSSESSIVOS
Voltei-me em seguida para o céu límpido.
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu-
2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
indo-lhes a posse de alguma coisa.
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
3. Com o imperativo afirmativo:
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o
Companheiros, escutai-me.
livro pertence a 1ª pessoa (eu)
4. Com o infinitivo impessoal:
A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Eis as formas dos pronomes possessivos:
destino na mesa.
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS.
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS.
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS.
A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS.
franco.
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
Próclise

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Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem.
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de Um dia destes estive em Porto Alegre.
você). e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no
qual se inclui o momento em que falamos:
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui- Nesta semana não choveu.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). Neste mês a inflação foi maior.
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. Este ano será bom para nós.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Este século terminará breve.
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
Este assunto já foi discutido ontem.
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro- Tudo isto que estou dizendo já é velho.
nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as Só posso lhe dizer isto: nada somos.
suas mãos). Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.
Não me respeitava a adolescência. 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se:
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. quem se fala):
Esse documento que tens na mão é teu?
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: Isso que carregas pesa 5 kg.
1. Cálculo aproximado, estimativa: b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos Esse teu coração me traiu.
2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história Essa alma traz inúmeros pecados.
O nosso homem não se deu por vencido. Quantos vivem nesse pais?
Chama-se Falcão o meu homem c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese-
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum jamos distância:
Eu cá tenho minhas dúvidas O povo já não confia nesses políticos.
Cornélio teve suas horas amargas Não quero mais pensar nisso.
4. Afetividade, cortesia d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
Como vai, meu menino? Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo O que você quer dizer com isso?
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren- falamos:
tes de família. Um dia desses estive em Porto Alegre.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Comi naquele restaurante dia desses.
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida- f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
de. Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan-
não sabia o que dizer. te.
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
PRONOMES DEMONSTRATIVOS a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á
3ª.
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da
Aquele documento que lá está é teu?
coisa designada em relação à pessoa gramatical.
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
Naquele instante estava preocupado.
de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está
Daquele instante em diante modifiquei-me.
longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele
livro está longe de ambas as pessoas.
século, para exprimir que o tempo já decorreu.
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas,
Os pronomes demonstrativos são estes: usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa variações) para a primeira:
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso
AQUELE (e variações), próprio (e variações) e aquela tranquila.
MESMO (e variações), próprio (e variações) 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE,
SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose?
Emprego dos Demonstrativos Com um frio destes não se pode sair de casa.
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: Nunca vi uma coisa daquelas.
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter
fala). reforçativo:
Este documento que tenho nas mãos não é meu. Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Isto que carregamos pesa 5 kg. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
Este coração não pode me trair. ISSO ou AQUELE (e variações).
Esta alma não traz pecados. Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.
Tudo se fez por este país.. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres.
c) Para indicar o momento em que falamos: Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames.
Neste instante estou tranquilo. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os
Deste minuto em diante vou modificar-me. homens superiores.
d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante:
momento em que falamos: A menina ia cair, nisto, o pai a segurou
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. 9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE,

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ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO. Quem avisa amigo é.


Tal era a situação do país. Encontrei quem me pode ajudar.
Não disse tal. Ele gosta de quem o elogia.
Tal não pôde comparecer. 2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA
CERTAS.
Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu- Cada povo tem seus costumes.
des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha Certas pessoas exercem várias profissões.
QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como Certo dia apareceu em casa um repórter famoso.
Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
ou OUTRO TAL: PRONOMES INTERROGATIVOS
Suas manias eram tais quais as minhas. Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de
A mãe era tal quais as filhas. modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.
Os filhos são tais qual o pai. Exemplos:
Tal pai, tal filho. Que há?
É pronome substantivo em frases como: Que dia é hoje?
Não encontrarei tal (= tal coisa). Reagir contra quê?
Não creio em tal (= tal coisa) Por que motivo não veio?
Quem foi?
PRONOMES RELATIVOS Qual será?
Veja este exemplo: Quantos vêm?
Armando comprou a casa QUE lhe convinha. Quantas irmãs tens?

A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo VERBO


casa é um pronome relativo.

PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re- CONCEITO


feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. “As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando-
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. as no tempo.
No exemplo dado, o antecedente é casa. Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re-
Outros exemplos de pronomes relativos: ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas.
O lugar onde paramos era deserto. Assim fiz. Morreram.”
Traga tudo quanto lhe pertence. (Clarice Lispector)
Leve tantos ingressos quantos quiser.
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
a) Estado:
Eis o quadro dos pronomes relativos: Não sou alegre nem sou triste.
Sou poeta.
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS b) Mudança de estado:
Meu avô foi buscar ouro.
Masculino Feminino
Mas o ouro virou terra.
o qual a qual quem
c) Fenômeno:
os quais as quais
Chove. O céu dorme.
cujo cujos cuja cujas que
quanto quanta quantas onde
VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
quantos
estado e fenômeno, situando-se no tempo.
Observações:
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, FLEXÕES
vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
O médico de quem falo é meu conterrâneo. xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:
sempre um substantivo sem artigo. • a ação de cantar.
Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós).
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos • o número gramatical (plural).
de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. • o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
Tenho tudo quanto quero. • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no
Leve tantos quantos precisar. passado (indicativo).
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
EM QUE. Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
PRONOMES INDEFINIDOS 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
modo vago, impreciso, indeterminado. a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme-
SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO cemos.
Exemplos: 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser
Algo o incomoda? a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis.
Não faças a outrem o que não queres que te façam. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser

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a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma-
adormece. tado - morto - enxugado - enxuto.
b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-
adormecem. gação.
3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante verbo ser: sou - fui
em relação ao fato que comunica. Há três modos em português. verbo ir: vou - ia
a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
A cachorra Baleia corria na frente. QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato.
1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um
O Nino apareceu na porta.
pedido
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci-
Corra na frente, Baleia.
to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais:
4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar,
em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são:
etc.
a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
Garoava na madrugada roxa.
Fecho os olhos, agito a cabeça.
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele
Houve um espetáculo ontem.
em que se fala:
Há alunos na sala.
Fechei os olhos, agitei a cabeça.
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala:
claros.
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o
Fazia dois anos que eu estava casado.
presente.
Faz muito frio nesta região?
Veja o esquema dos tempos simples em português:
Presente (falo) O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
Imperfeito (falava) 3ª pessoa do singular - quando significa:
Mais- que-perfeito (falara) 1) EXISTIR
Futuro do presente (falarei) Há pessoas que nos querem bem.
do pretérito (falaria) Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Presente (fale) Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse) Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
Futuro (falar) 2) ACONTECER, SUCEDER
Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que Não haja desavenças entre vós.
se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
dos tempos simples. 3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
Infinitivo impessoal (falar) Há meses que não o vejo.
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) Haverá nove dias que ele nos visitou.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando) Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
Particípio (falado) O fato aconteceu há cerca de oito meses.
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
a) agente do fato expresso. pretérito imperfeito, e não no presente:
O carroceiro disse um palavrão. Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
(sujeito agente) Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
O verbo está na voz ativa. Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
b) paciente do fato expresso: Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
Um palavrão foi dito pelo carroceiro. 4) REALIZAR-SE
(sujeito paciente) Houve festas e jogos.
O verbo está na voz passiva. Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
c) agente e paciente do fato expresso: Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
O carroceiro machucou-se. 5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
(sujeito agente e paciente) seguido de infinitivo):
O verbo está na voz reflexiva. Em pontos de ciência não há transigir.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de Não há contê-lo, então, no ímpeto.
rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical. Não havia descrer na sinceridade de ambos.
Falo - Estudam. Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está E não houve convencê-lo do contrário.
fora do radical. Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
Falamos - Estudarei.
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - De há muito que esta árvore não dá frutos.
cantei - cantarei – cantava - cantasse. De há muito não o vejo.
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse. O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª
como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe- pessoa do singular:
nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc. Vai haver eleições em outubro.
d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o Começou a haver reclamações.

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Não pode haver umas sem as outras. e) Futuro do Presente


Parecia haver mais curiosos do que interessados. Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato
Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. futuro em relação ao momento em que se fala.
Irei à escola.
A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser f) Futuro do Pretérito
construída de três modos: Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar:
Hajam vista os livros desse autor. - um fato futuro, em relação a outro fato passado.
Haja vista os livros desse autor. - Eu jogaria se não tivesse chovido.
Haja vista aos livros desse autor. - um fato futuro, mas duvidoso, incerto.
- Seria realmente agradável ter de sair?
CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às
vezes, ironia.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
- Daria para fazer silêncio?!
sentido da frase.
Exemplo:
Modo Subjuntivo
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
a) Presente
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar:
- um fato presente, mas duvidoso, incerto.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
Talvez eles estudem... não sei.
passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-
- um desejo, uma vontade:
vando o mesmo tempo.
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores.
b) Pretérito Imperfeito
Outros exemplos:
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma
Os calores intensos provocam as chuvas.
hipótese, uma condição.
As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Se eu estudasse, a história seria outra.
Eu o acompanharei.
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
Ele será acompanhado por mim.
e) Pretérito Perfeito
Todos te louvariam.
Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar
Serias louvado por todos.
um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as
Prejudicaram-me.
características do modo subjuntivo).
Fui prejudicado.
Que tenha estudado bastante é o que espero.
Condenar-te-iam.
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito
Serias condenado.
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato
passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo:
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui-
a) Presente
lamente.
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
e) Futuro
- um fato que ocorre no momento em que se fala.
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu-
Eles estudam silenciosamente.
ído em relação a outro fato futuro.
Eles estão estudando silenciosamente.
Quando eu voltar, saberei o que fazer.
- uma ação habitual.
Corra todas as manhãs.
- uma verdade universal (ou tida como tal): VERBOS AUXILIARES
O homem é mortal. INDICATIVO
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa.
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar SER ESTAR TER HAVER
maior realce à narrativa. PRESENTE
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". sou estou tenho hei
É o chamado presente histórico ou narrativo. és estás tens hás
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: é está tem há
Amanhã vou à escola. somos estamos temos havemos
Qualquer dia eu te telefono. sois estais tendes haveis
b) Pretérito Imperfeito são estão têm hão
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: PRETÉRITO PERFEITO
- um fato passado contínuo, habitual, permanente: era estava tinha havia
Ele andava à toa. eras estavas tinhas havias
Nós vendíamos sempre fiado. era estava tinha havia
- um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre éramos estávamos tínhamos havíamos
éreis estáveis tínheis havíes
por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis.
eram estavam tinham haviam
Era uma vez...
PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
- um fato presente em relação a outro fato passado. fui estive tive houve
Eu lia quando ele chegou. foste estiveste tiveste houveste
c) Pretérito Perfeito foi esteve teve houve
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já fomos estivemos tivemos houvemos
ocorrido, concluído. fostes estivestes tivestes houvestes
Estudei a noite inteira. foram estiveram tiveram houveram
Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
momento presente. tenho sido tenho estado tenho tido tenho havido
Tenho estudado todas as noites. tens sido tens estado tens tido tens havido
d) Pretérito mais-que-perfeito tem sido tem estado tem tido tem havido
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em temos sido temos estado temos tido temos havido
relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado): tendes sido tendes estado tendes tido tendes havido
A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou. têm sido têm estado têm tido têm havido

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PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES Ter sido ter estado ter tido ter havido
fora estivera tivera houvera PESSOAL
foras estiveras tiveras houveras ser estar ter haver
fora estivera tivera houvera seres estares teres haveres
fôramos estivéramos tivéramos houvéramos ser estar ter haver
fôreis estivéreis tivéreis houvéreis sermos estarmos termos havermos
foram estiveram tiveram houveram serdes estardes terdes haverdes
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO serem estarem terem haverem
tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+sido, estado, tido , havido) SIMPLES GERÚNDIO
FUTURO DO PRESENTE SIMPLES sendo estando tendo havendo
serei estarei terei haverei COMPOSTO
serás estarás terás haverá tendo sido tendo estado tendo tido tendo havido
será estará terá haverá PARTICÍPIO
seremos estaremos teremos haveremos sido estado tido havido
sereis estareis tereis havereis
serão estarão terão haverão CONJUGAÇÕES VERBAIS
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
terei, terás, terá, teremos, tereis, terão, (+sido, estado, tido, havido)
FUTURO DO INDICATIVO
PRETÉRITO PRESENTE
SIMPLES canto vendo parto
seria estaria teria haveria cantas vendes partes
serias estarias terias haverias canta vende parte
seria estaria teria haveria cantamos vendemos partimos
seríamos estaríamos teríamos haveríamos cantais vendeis partis
serieis estaríeis teríeis haveríeis cantam vendem partem
seriam estariam teriam haveriam PRETÉRITO IMPERFEITO
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO cantava vendia partia
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ sido, estado, tido, havido) cantavas vendias partias
PRESENTE SUBJUNTIVO cantava vendia partia
seja esteja tenha haja cantávamos vendíamos partíamos
sejas estejas tenhas hajas cantáveis vendíeis partíeis
seja esteja tenha haja cantavam vendiam partiam
sejamos estejamos tenhamos hajamos PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
sejais estejais tenhais hajais cantei vendi parti
sejam estejam tenham hajam cantaste vendeste partiste
PRETÉRITO IMPERFEITO SIMPLES cantou vendeu partiu
fosse estivesse tivesse houvesse cantamos vendemos partimos
fosses estivesses tivesses houvesses cantastes vendestes partistes
fosse estivesse tivesse houvesse cantaram venderam partiram
fôssemos estivéssemos tivéssemos houvéssemos PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
fôsseis estivésseis tivésseis houvésseis tenho, tens, tem, temos, tendes, têm (+ cantado, vendido, partido)
fossem estivessem tivessem houvessem PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO cantara vendera partira
tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ sido, estado, tido, havido) cantaras venderas partiras
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO cantara vendera partira
tivesse, tivesses, tivesses, tivéssemos, tivésseis, tivessem ( + sido, estado, cantáramos vendêramos partíramos
tido, havido) cantáreis vendêreis partíreis
FUTURO SIMPLES cantaram venderam partiram
se eu for se eu estiver se eu tiver se eu houver PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
se tu fores se tu estiveres se tu tiveres se tu houveres tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+ cantando, vendido, partido)
se ele for se ele estiver se ele tiver se ele houver Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver.
se nós formos se nós estiver- se nós tivermos se nós houver- FUTURO DO PRESENTE SIMPLES
mos mos cantarei venderei partirei
se vós fordes se vós estiver- se vós tiverdes se vós houver- cantarás venderás partirás
des des cantará venderá partirá
se eles forem se eles estive- se eles tiverem se eles houve- cantaremos venderemos partiremos
rem rem cantareis vendereis partireis
FUTURO COMPOSTO cantarão venderão partirão
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+sido, estado, tido, havido) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
AFIRMATIVO IMPERATIVO terei, terás, terá, teremos, tereis, terão (+ cantado, vendido, partido)
sê tu está tu tem tu há tu Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver.
seja você esteja você tenha você haja você FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES
sejamos nós estejamos nós tenhamos nós hajamos nós cantaria venderia partiria
sede vós estai vós tende vós havei vós cantarias venderias partirias
sejam vocês estejam vocês tenham vocês hajam vocês cantaria venderia partiria
NEGATIVO cantaríamos venderíamos partiríamos
não sejas tu não estejas tu não tenhas tu não hajas tu cantaríeis venderíeis partiríeis
não seja você não esteja você não tenha você não haja você cantariam venderiam partiriam
não sejamos nós não estejamos não tenhamos não hajamos FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
nós nós nós teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ cantado, vendido, partido)
não sejais vós não estejais vós não tenhais vós não hajais vós FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
não sejam vocês não estejam não tenham não hajam vocês teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam, (+ cantado, vendido, partido)
vocês vocês Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
IMPESSOAL INFINITIVO PRESENTE SUBJUNTIVO
ser estar ter haver cante venda parta
IMPESSOAL COMPOSTO cantes vendas partas

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cante venda parta tem cantado tem vendido tem partido


cantemos vendamos partamos temos cantado temos vendido temos partido
canteis vendais partais tendes cantado tendes vendido tendes partido
cantem vendam partam têm cantado têm vendido têm partido
PRETÉRITO IMPERFEITO
cantasse vendesse partisse 2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO. Formado do IMPER-
cantasses vendesses partisses FEITO DO INDICATIVO do verbo ter. (ou haver) com o PARTICÍPIO do
cantasse vendesse partisse verbo principal:
cantássemos vendêssemos partíssemos
tinha cantado tinha vendido tinha partido
cantásseis vendêsseis partísseis
tinhas cantado tinhas vendido tinhas .partido
cantassem vendessem partissem
tinha cantado tinha vendido tinha partido
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO tínhamos cantado tínhamos vendido tínhamos partido
tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ cantado, vendido, parti- tínheis cantado tínheis vendido tínheis partido
do) tinham cantado tinham vendido tinham partido
Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
FUTURO SIMPLES 3) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO. Formado do FUTURO DO
cantar vender partir PRESENTE SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do
cantares venderes partires verbo principal:
cantar vender partir
cantarmos vendermos partimos terei cantado terei vendido terei partido
cantardes venderdes partirdes terás cantado terás vendido terás, partido
cantarem venderem partirem terá cantado terá vendido terá partido
teremos cantado teremos vendido teremos partido
FUTURO COMPOSTO
tereis cantado tereis vendido tereis , partido
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+ cantado, vendido, partido)
terão cantado terão vendido terão partido
AFIRMATIVO IMPERATIVO
canta vende parte 4) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO. Formado do FUTURO DO
cante venda parta PRETÉRITO SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do
cantemos vendamos partamos verbo principal:
cantai vendei parti
cantem vendam partam teria cantado teria vendido teria partido
NEGATIVO terias cantado terias vendido terias partido
não cantes não vendas não partas teria cantado teria vendido teria partido
não cante não venda não parta teríamos cantado teríamos vendido teríamos partido
não cantemos não vendamos não partamos teríeis cantado teríeis vendido teríeis partido
teriam cantado teriam vendido teriam partido
não canteis não vendais não partais
não cantem não vendam não partam MODO SUBJUNTIVO

1) PRETÉRITO PERFEITO. Formado do PRESENTE DO SUBJUNTIVO


INFINITIVO IMPESSOAL SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:

tenha cantado tenha vendido tenha


PRESENTE
tenhas cantado tenhas vendido tenhas partido
cantar vender partir
tenha cantado tenha vendido tenha partido
INFINITIVO PESSOAL SIMPLES - PRESENTE FLEXIONADO tenhamos cantado tenhamos vendido tenhamos partido
cantar vender partir tenhais cantado tenhais vendido tenhais partido
cantares venderes partires tenham cantado vendido tenham partido
cantar vender partir
cantarmos vendermos partirmos 2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO. Formado do IMPERFEITO DO
cantardes venderdes partirdes SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo
cantarem venderem partirem principal:
INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO IMPESSOAL
ter (ou haver), cantado, vendido, partido tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido
INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO PESSOAL tivesses cantado tivesses vendido tivesses partido
tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido
ter, teres, ter, termos, terdes, terem (+ cantado, vendido, partido)
tivéssemos cantado tivéssemos vendido tivéssemos partido
GERÚNDIO SIMPLES - PRESENTE
tivésseis cantado tivésseis vendido tivésseis partido
cantando vendendo partindo tivessem cantado tivessem vendido tivessem partido
GERÚNDIO COMPOSTO - PRETÉRITO
tendo (ou havendo), cantado, vendido, partido 3) FUTURO COMPOSTO. Formado do FUTURO SIMPLES DO SUBJUN-
PARTICÍPIO TIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
cantado vendido partido
tiver cantado tiver vendido tiver partido
tiveres cantado tiveres vendido tiveres partido
Formação dos tempos compostos tiver cantado tiver vendido tiver partido
tivermos cantado tivermos vendido tivermos partido
Com os verbos ter ou haver tiverdes cantado tiverdes vendido tiverdes partido
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação tiverem cantado tiverem vendido tiverem partido
Entre os tempos compostos da voz ativa merecem realce particular aque- FORMAS NOMINAIS
les que são constituídos de formas do verbo ter (ou, mais raramente, haver)
com o particípio do verbo que se quer conjugar, porque é costume incluí-los 1) INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO (PRETÉRITO IMPESSOAL).
nos próprios paradigmas de conjugação: Formado do INFINITIVO IMPESSOAL do verbo ter (ou haver) com o
PARTICÍPIO do verbo principal:

MODO INDICATIVO ter cantado ter vendido ter partido

1) PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO. Formado do PRESENTE DO 2) INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO (OU PRETÉRITO PESSOAL).
INDICATIVO do verbo ter com o PARTICÍPIO do verbo principal: Formado do INFINITIVO PESSOAL do verbo ter (ou haver) com o
PARTICÍPIO do verbo principal:
tenho cantado tenho vendido tenho partido
tens cantado tens vendido tens partido

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ter cantado ter vendido ter partido ODIAR


teres cantado teres vendido teres partido Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam
ter cantado ter vendido ter partido Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam
termos cantado termos vendido termos partido Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram
terdes cantado terdes vendido terdes partido Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis,
terem cantado terem vendido terem partido odiaram
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem
3) GERÚNDIO COMPOSTO (PRETÉRITO). Formado do GERÚNDIO do Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar
verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
CABER
tendo cantado tendo vendido tendo partido Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem
Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam
Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo, Celso Cunha e Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos,
Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição, 29ª impressão. coubéreis, couberam
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis,
VERBOS IRREGULARES coubessem
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem
DAR O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão imperativo negativo
Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram CRER
Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem
Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam
Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam
Conjugam-se como crer, ler e descrer
MOBILIAR
Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam DIZER
Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem
Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis,
AGUAR disseram
Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão
Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam
Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis,
MAGOAR dissesse
Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem
Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa- Particípio dito
ram Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer
Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar FAZER
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem
APIEDAR-SE Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram
Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais- Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram
vos, apiadam-se Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão
Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei- Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam
vos, apiedem-se Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam
Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis,
MOSCAR fizessem
Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem
Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus- Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer
quem
Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U PERDER
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem
RESFOLEGAR Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam
Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais, Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam
resfolgam
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, PODER
resfolguem Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem
Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam
NOMEAR Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis,
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam puderam
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam
nomeavam Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis,
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea- pudessem
ram Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem Gerúndio podendo
Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear Particípio podido
O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
COPIAR imperativo negativo
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram PROVER
Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá- Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem
reis, copiaram Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provê-
reis, proveram

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Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão trouxessem
Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, prove- Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe-
riam rem
Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem
Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam Gerúndio trazendo
Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, Particípio trazido
provessem
Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem VER
Gerúndio provendo Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem
Particípio provido Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram
QUERER Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês
Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam
Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem
Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé- Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
reis, quiseram Particípio visto
Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis, ABOLIR
quisessem Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem
Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram
REQUERER Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis,
Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem aboliram
Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste, Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão
requereram Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam
Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos, Presente do subjuntivo não há
requerereis, requereram Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis,
Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis, abolissem
requererão Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere- Imperativo afirmativo abole, aboli
ríeis, requereriam Imperativo negativo não há
Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, Infinitivo impessoal abolir
requeiram Gerúndio abolindo
Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, Particípio abolido
requerêsseis, requeressem, O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I.
Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
requerem AGREDIR
Gerúndio requerendo Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Particípio requerido Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam
O verbo REQUERER não se conjuga como querer. Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I.
REAVER
Presente do indicativo reavemos, reaveis COBRIR
Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve- Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem
ram Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram
Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis, Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram
reouveram Particípio coberto
Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reou- Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir
vésseis, reouvessem
Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes, FALIR
reouverem Presente do indicativo falimos, falis
O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresen- Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam
ta a letra v Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
SABER Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão
Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam
Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam Presente do subjuntivo não há
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos, Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem
soubéreis, souberam Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam Imperativo afirmativo fali (vós)
Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis, Imperativo negativo não há
soubessem Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem Gerúndio falindo
Particípio falido
VALER
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem FERIR
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
TRAZER
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem MENTIR
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
trouxéreis, trouxeram Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam FUGIR
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam

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vérbio, exprimindo uma circunstância.


IR
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão Os advérbios dividem-se em:
Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures,
Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan-
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão te, através, defronte, aonde, etc.
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam 2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão 3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema-
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Gerúndio indo siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem,
Particípio ido mal, quase, apenas, etc.
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
OUVIR 6) NEGAÇÃO: não.
Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem 7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto,
Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam provavelmente, etc.
Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Particípio ouvido
Há Muitas Locuções Adverbiais
PEDIR 1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra-
Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.
Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram 2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite,
Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de
Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam repente, de vez em quando, de longe em longe, etc.
Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir 3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom
grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge-
POLIR
ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis-
Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc.
Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam 4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui-
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc.
REMIR 5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc.
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem 6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma,
Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam etc.
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc.
RIR
Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam Advérbios Interrogativos
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como?
Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão Palavras Denotativas
Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te-
Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão,
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc.
Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc.
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem 2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc.
Gerúndio rindo 3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc.
Particípio rido 4) DE DESIGNAÇÃO - eis.
Conjuga-se como rir: sorrir 5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc.
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc.
VIR Você lá sabe o que está dizendo, homem...
Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm Mas que olhos lindos!
Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Veja só que maravilha!
Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão NUMERAL
Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração.
Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem O numeral classifica-se em:
Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem - cardinal - quando indica quantidade.
Gerúndio vindo
- ordinal - quando indica ordem.
Particípio vindo
Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir - multiplicativo - quando indica multiplicação.
- fracionário - quando indica fracionamento.
SUMIR
Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem Exemplos:
Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam Silvia comprou dois livros.
Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam Antônio marcou o primeiro gol.
Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço.
O galinheiro ocupava um quarto da quintal.
ADVÉRBIO

Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-

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QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS


De 11 em diante, empregam-se os cardinais:
Leão Xlll (treze) ano Xl (onze)
Algarismos Numerais
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
Roma- Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte)
nos cos tivos
I 1 um primeiro simples - Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
II 2 dois segundo duplo meio XX Salão do Automóvel (vigésimo)
dobro VI Festival da Canção (sexto)
III 3 três terceiro tríplice terço lV Bienal do Livro (quarta)
IV 4 quatro quarto quádruplo quarto XVI capítulo da telenovela (décimo sexto)
V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao
VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo emprego do ordinal.
VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo Hoje é primeiro de setembro
IX 9 nove nono nônuplo nono Não é aconselhável iniciar período com algarismos
X 10 dez décimo décuplo décimo 16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia
XI 11 onze décimo onze avos
primeiro A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi-
XII 12 doze décimo doze avos nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois
segundo (= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse
XIII 13 treze décimo treze avos caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um,
terceiro página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a
XIV 14 quatorze décimo quatorze folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o
quarto avos numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.
XV 15 quinze décimo quinze avos
quinto ARTIGO
XVI 16 dezesseis décimo dezesseis
sexto avos
XVII 17 dezessete décimo dezessete Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-
sétimo avos los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número.
XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos
Dividem-se em
oitavo
• definidos: O, A, OS, AS
XIX 19 dezenove décimo nono dezenove
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS.
avos
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular.
XX 20 vinte vigésimo vinte avos
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado).
XXX 30 trinta trigésimo trinta avos
XL 40 quarenta quadragé- quarenta Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso,
simo avos geral.
L 50 cinquenta quinquagé- cinquenta Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde-
simo avos terminado).
LX 60 sessenta sexagésimo sessenta
avos lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido.
LXX 70 setenta septuagési- setenta avos
mo
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos CONJUNÇÃO
XC 90 noventa nonagésimo noventa
avos Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
C 100 cem centésimo centésimo
CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo Coniunções Coordenativas
CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo 1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc.
CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen- 2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
tos tésimo tésimo senão, no entanto, etc.
D 500 quinhen- quingenté- quingenté- 3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer,
tos simo simo etc.
DC 600 seiscentos sexcentési- sexcentési- 4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por
mo mo consequência.
DCC 700 setecen- septingenté- septingenté- 5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque,
tos simo simo pois, etc.
DCCC 800 oitocentos octingenté- octingenté-
simo simo Conjunções Subordinativas
1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc.
CM 900 novecen- nongentési- nongentési-
2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc.
tos mo mo
3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc.
M 1000 mil milésimo milésimo
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc.
5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
Emprego do Numeral etc.
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc. 6) INTEGRANTES: que, se, etc.
empregam-se de 1 a 10 os ordinais. 7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro) 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
Luis X (décimo) ano I (primeiro) forma que, de modo que, etc.
Pio lX (nono) século lV (quarto)

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9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais, Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa-
etc. tivo:
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc. Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam.
"Quis dizer mais alguma coisa a não pôde."
VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES (Jorge Amado)

Conjunções subordinativas
Examinemos estes exemplos: As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à
1º) Tristeza e alegria não moram juntas. outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que
2º) Os livros ensinam e divertem. traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou
3º) Saímos de casa quando amanhecia. hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo).
Abrangem as seguintes classes:
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é 1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
uma conjunção. que, uma vez que, desde que.
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa:
No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando efeito).
orações: são também conjunções. Como estivesse de luto, não nos recebeu.
Desde que é impossível, não insistirei.
Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da 2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão
mesma oração. ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto)
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que
No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa (= como).
da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento.
conjunção E é coordenativa. O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias."
No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à (Paulo Mendes Campos)
outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção "Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
QUANDO é subordinativa. (Antônio Olavo Pereira)
"E pia tal a qual a caça procurada."
As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas. (Amadeu de Queirós)
"Por que ficou me olhando assim feito boba?"
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS (Carlos Drummond de Andrade)
As conjunções coordenativas podem ser: Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero.
também, mas ainda, senão também, como também, bem como. Os governantes realizam menos do que prometem.
O agricultor colheu o trigo e o vendeu. 3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda
Não aprovo nem permitirei essas coisas. quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por
Os livros não só instruem mas também divertem. menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que
As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam (= embora não).
as flores. Célia vestia-se bem, embora fosse pobre.
2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com- A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer.
pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao Beba, nem que seja um pouco.
passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape- Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo.
sar disso, em todo caso. Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse.
Querem ter dinheiro, mas não trabalham. Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas
Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia. afirmações.
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce. Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite.
A culpa não a atribuo a vós, senão a ele. 4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que
O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula. (= se não), a não ser que, a menos que, dado que.
O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado. Ficaremos sentidos, se você não vier.
Você já sabe bastante, porém deve estudar mais. Comprarei o quadro, desde que não seja caro.
Eu sou pobre, ao passo que ele é rico. Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo.
Hoje não atendo, em todo caso, entre. "Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou, que os mosquitos se opusessem."
ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc. (Ferreira de Castro)
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos. 5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não
Ou você estuda ou arruma um emprego. são como (ou conforme) dizem.
Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. "Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar."
Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando. (Machado de Assis)
"Já chora, já se ri, já se enfurece." 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,
(Luís de Camões) tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con- forma que, de maneira que, sem que, que (não).
seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso. Minha mão tremia tanto que mal podia escrever.
As árvores balançam, logo está ventando. Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.
Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável. Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí.
O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te. Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por- Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar.
que, porquanto, pois (anteposto ao verbo). 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que).
Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem Afastou-se depressa para que não o víssemos.
causar incêndios. Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse.
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto

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mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto. PREPOSIÇÃO
À medida que se vive, mais se aprende.
À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo. Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados. mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
segundo, um subordinado ou consequente.
Observação:
São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida Exemplos:
que e na medida em que. A forma correta é à medida que: Chegaram a Porto Alegre.
"À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem." Discorda de você.
(Maria José de Queirós) Fui até a esquina.
Casa de Paulo.
9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, Preposições Essenciais e Acidentais
etc. As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,
Venha quando você quiser. DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e
Não fale enquanto come. ATRÁS.
Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
Desde que o mundo existe, sempre houve guerras. Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou-
Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia. tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora,
"Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval- conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
cânti) segundo, senão, tirante, visto, etc.
10) Integrantes: que, se.
Sabemos que a vida é breve. INTERJEIÇÃO
Veja se falta alguma coisa.
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem
Observação: ser:
Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o - alegria: ahl oh! oba! eh!
chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB, - animação: coragem! avante! eia!
porém, não consigna esta espécie de conjunção. - admiração: puxa! ih! oh! nossa!
- aplauso: bravo! viva! bis!
Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que, - desejo: tomara! oxalá!
por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc. - dor: aí! ui!
- silêncio: psiu! silêncio!
Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por- - suspensão: alto! basta!
tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
to. Assim, a conjunção que pode ser: LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo
1) Aditiva (= e): valor de uma interjeição.
Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai. Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam!
A nós que não a eles, compete fazê-lo. Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim!
2) Explicativa (= pois, porque):
Apressemo-nos, que chove.
3) Integrante: SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Diga-lhe que não irei.
4) Consecutiva: FRASE
Tanto se esforçou que conseguiu vencer. Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo.
Não vão a uma festa que não voltem cansados. O tempo está nublado.
Onde estavas, que não te vi? Socorro!
5) Comparativa (= do que, como): Que calor!
A luz é mais veloz que o som.
Ficou vermelho que nem brasa. ORAÇÃO
6) Concessiva (= embora, ainda que): Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal.
Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo. A fanfarra desfilou na avenida.
Beba, um pouco que seja. As festas juninas estão chegando.
7) Temporal (= depois que, logo que):
Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel. PERÍODO
8) Final (= pare que): Período é a frase estruturada em oração ou orações.
Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. O período pode ser:
9) Causal (= porque, visto que): • simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
"Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo Fui à livraria ontem.
Coaraci) • composto - quando constituído por mais de uma oração.
A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase: Fui à livraria ontem e comprei um livro.
1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe-
disse. (sem que = embora não)
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito.
São dois os termos essenciais da oração:
(sem que = se não,caso não)
3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
(sem que = que não) SUJEITO
4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não) Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.

Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes)

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Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de


O sujeito pode ser : um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por
- simples: quando tem um só núcleo um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas; Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo)
núcleo: rosas) O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo)
- composto: quando tem mais de um núcleo Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE
O burro e o cavalo saíram em disparada. (advérbio).
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
- oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal 4. AGENTE DA PASSIVA
Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu) Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na
- indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal voz passiva.
Come-se bem naquele restaurante. A mãe é amada PELO FILHO.
- Inexistente: quando a oração não tem sujeito O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO.
Choveu ontem. Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO.
Há plantas venenosas.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
PREDICADO
TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma
Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito.
função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo
O predicado classifica-se em:
alguma circunstância.
1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo
do sujeito.
São termos acessórios da oração:
Nosso colega está doente.
1. ADJUNTO ADNOMINAL
Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER,
Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os
PERMANECER, etc.
substantivos. Pode ser expresso:
Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a
• pelos adjetivos: água fresca,
comunicar estado ou qualidade do sujeito.
• pelos artigos: o mundo, as ruas
Nosso colega está doente.
• pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas
A moça permaneceu sentada.
• pelos numerais : três garotos; sexto ano
2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou
• pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos
transitivo.
O avião sobrevoou a praia.
Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento. 2. ADJUNTO ADVERBIAL
O sabiá voou alto. Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo,
Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento. lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio.
• Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio Cheguei cedo.
de proposição. José reside em São Paulo.
Minha equipe venceu a partida.
• Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com 3. APOSTO
auxílio de preposição. Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece,
Ele precisa de um esparadrapo. desenvolve ou resume outro termo da oração.
• Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao Dr. João, cirurgião-dentista,
mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
complemento com auxilio de preposição. O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
Damos uma simples colaboração a vocês. 4. VOCATIVO
3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou
intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais interpelar alguém ou alguma coisa.
predicativo do sujeito. Tem compaixão de nós, ó Cristo.
Os rapazes voltaram vitoriosos. Professor, o sinal tocou.
• Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal, Rapazes, a prova é na próxima semana.
ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Ele morreu rico. PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES
• Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,
ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta.
direto ou indireto. Fui ao cinema.
Elegemos o nosso candidato vereador. O pássaro voou.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Chama-se termos integrantes da oração os que completam a PERÍODO COMPOSTO
significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à No período composto há mais de uma oração.
compreensão do enunciado. (Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens
folgam.)
1. OBJETO DIRETO
Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo Período composto por coordenação
transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE. Apresenta orações independentes.
(Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.)
2. OBJETO INDIRETO
Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo Período composto por subordinação
transitivo indireto. Apresenta orações dependentes.
As crianças precisam de CARINHO. (É bom) (que você estude.)

3. COMPLEMENTO NOMINAL Período composto por coordenação e subordinação


Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este

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período é também conhecido como misto. Quando ele voltar, eu saio de férias.
(Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.) Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS
Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR
ORAÇÃO COORDENADA
Oração coordenada é aquela que é independente. ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função
As orações coordenadas podem ser: de um substantivo.
- Sindética: Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas
Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção substantivas classificam-se em:
coordenativa.
Viajo amanhã, mas volto logo. 1) SUBJETIVA (sujeito)
- Assindética: Convém que você estude mais.
Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou Importa que saibas isso bem. .
ponto e vírgula. É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária.
Chegou, olhou, partiu.
A oração coordenada sindética pode ser: 2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto)
Desejo QUE VENHAM TODOS.
1. ADITIVA: Pergunto QUEM ESTÁ AI.
Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas,
também: 3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto)
Ele falava E EU FICAVA OUVINDO. Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS.
Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM. Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE.
A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ. Daremos o prêmio A QUEM O MERECER.

2. ADVERSATIVA: 4) COMPLETIVA NOMINAL


Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste Complemento nominal.
(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc). Ser grato A QUEM TE ENSINA.
A espada vence MAS NÃO CONVENCE. Sou favorável A QUE O PRENDAM.
O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO.
Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO. 5) PREDICATIVA (predicativo)
Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA)
3. ALTERNATIVAS: Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE.
Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra Não sou QUEM VOCÊ PENSA.
(ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc).
Mudou o natal OU MUDEI EU? 6) APOSITIVAS (servem de aposto)
“OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel, Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE)
OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!” Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME.
(C. Meireles)

4. CONCLUSIVAS: 7) AGENTE DA PASSIVA


O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR)
Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,
A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM.
PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE,
etc).
Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ. Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de
um adjetivo.
5. EXPLICATIVAS: Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas:
Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que
a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.) 1) EXPLICATIVAS:
Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR. Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente,
Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS. atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma
informação.
ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará.
Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria.
É aquela que vem entre os termos de uma outra oração.
O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.
2) RESTRITIVAS:
A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos: Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo
CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc. indispensáveis ao sentido da frase:
Pedra QUE ROLA não cria limo.
As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem.
ORAÇÃO PRINCIPAL
Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui.
Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida
por um conectivo.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
ELES DISSERAM que voltarão logo.
Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de
ELE AFIRMOU que não virá.
um advérbio.
PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma)
As orações subordinadas adverbiais classificam-se em:
ORAÇÃO SUBORDINADA 1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão:
Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE.
introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal O tambor soa PORQUE É OCO.
nem sempre é a primeira do período.

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2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma 3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai
comparação. para o masculino plural.
O som é menos veloz QUE A LUZ. Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios.
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA. 4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais
próximo:
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite: Trouxe livros e revista especializada.
POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram. 5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi-
Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado. mo.
CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava. Dedico esta música à querida tia e sobrinhos.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o
4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese: sujeito.
SE O CONHECESSES, não o condenarias. Meus amigos estão atrapalhados.
Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO? 7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica-
tivo no gênero da pessoa a quem se refere.
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato Sua excelência, o Governador, foi compreensivo.
com outro: 8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo
Fiz tudo COMO ME DISSERAM. vão para o singular ou para o plural.
Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI. Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros).
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier
6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado: precedido de artigo e o segundo não vão para o plural.
A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS. Já estudei o primeiro e segundo livros.
Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA! 10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural.
Tenho medo disso QUE ME PÉLO! Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro.
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto: 11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a
Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE. que se referem.
Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR. Ela mesma veio até aqui.
Eles chegaram sós.
8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade: Eles próprios escreveram.
À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende. 12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere.
QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo. Muito obrigado. (masculino singular)
Muito obrigada. (feminino singular).
9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na 13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica
oração principal: invariável quando é advérbio.
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam. Quero meio quilo de café.
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam. Minha mãe está meio exausta.
É meio-dia e meia. (hora)
10) MODAIS: exprimem modo, maneira: 14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan-
Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE. tivo a que se referem.
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE. Trouxe anexas as fotografias que você me pediu.
A expressão em anexo é invariável.
ORAÇÕES REDUZIDAS Trouxe em anexo estas fotos.
Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais: 15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu-
gerúndio, infinitivo e particípio. em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis.
Vocês falaram alto demais.
Exemplos: O combustível custava barato.
• Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO. Você leu confuso.
• Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ. Ela jura falso.
• FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM,
conseguirás. 16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos,
• É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS sofrem variação normalmente.
ATENTOS. Esses pneus custam caro.
• AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO, Conversei bastante com eles.
entristeceu-se. Conversei com bastantes pessoas.
• É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES Estas crianças moram longe.
MAIS. Conheci longes terras.
• SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-
me. CONCORDÂNCIA VERBAL

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL CASOS GERAIS

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL


Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante 1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões. O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular.
Principais Casos de Concordância Nominal O pessoal ainda não chegou.
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em A turma não gostou disso.
gênero e número com o substantivo. Um bando de pássaros pousou na árvore.
As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico. 3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural.
normalmente para o plural. Os Estados Unidos são um grande país.
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio. Os Lusíadas imortalizaram Camões.

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Os Alpes vivem cobertos de neve. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.


Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular.
Flores já não leva acento. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
O Amazonas deságua no Atlântico. fica no singular.
Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. Três batalhões é muito pouco.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen-
temente. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. Maria era as flores da casa.
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). O homem é cinzas.
5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o
sujeito paciente. 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER
Vende-se um apartamento. concorda com o predicativo.
Vendem-se alguns apartamentos. Dançar e cantar é a sua atividade.
6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
verbo para a 3ª pessoa do singular.
Precisa-se de funcionários. 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no concorda com o pronome.
singular e o verbo no singular ou no plural. A ciência, mestres, sois vós.
Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) Em minha turma, o líder sou eu.
8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul. 8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo,
9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular. apenas um deles deve ser flexionado.
Mais de um jurado fez justiça à minha música. Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
no singular. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
sujeito. Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati-
Deu uma hora. calmente do outro.
Deram três horas.
Bateram cinco horas. A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e
Naquele relógio já soaram duas horas. adjetivos).
12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito. Exemplos:
Ela é que faz as bolas.
Eu é que escrevo os programas. - acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM
13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR
um pronome relativo. PARA = passagem
Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
Fui eu que fiz a lição A regência verbal trata dos complementos do verbo.
Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí-
veis.
ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA
• que: Fui eu que fiz a lição.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
• quem: Fui eu quem fez a lição.
• pretender (transitivo indireto)
• o que: Fui eu o que fez a lição.
No sítio, aspiro o ar puro da montanha.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
2. OBEDECER - transitivo indireto
terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
Devemos obedecer aos sinais de trânsito.
este sua impessoalidade.
3. PAGAR - transitivo direto e indireto
Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
Já paguei um jantar a você.
Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER 5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
Prefiro Comunicação à Matemática.
1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA- 6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
RECER concordam com o predicativo. Informei-lhe o problema.
Tudo são esperanças.
Aquilo parecem ilusões. 7. ASSISTIR - morar, residir:
Aquilo é ilusão. Assisto em Porto Alegre.
• amparar, socorrer, objeto direto
2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con- O médico assistiu o doente.
corda sempre com o nome ou pronome que vier depois. • PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
Que são florestas equatoriais? Assistimos a um belo espetáculo.
Quem eram aqueles homens? • SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
Assiste-lhe o direito.
3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com
a expressão numérica. 8. ATENDER - dar atenção
São oito horas. Atendi ao pedido do aluno.
Hoje são 19 de setembro. • CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto

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Atenderam o freguês com simpatia. Funções da Linguagem


Função referencial ou denotativa: transmite uma informação objetiva,
9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto expõe dados da realidade de modo objetivo, não faz comentários, nem
A moça queria um vestido novo. avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular
• GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja,
O professor queria muito a seus alunos. não há possibilidades de outra interpretação além da que está exposta.
Em alguns textos é mais predominante essa função, como: científicos,
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto jornalísticos, técnicos, didáticos ou em correspondências comerciais.
Todos visamos a um futuro melhor.
• APONTAR, MIRAR - objeto direto Por exemplo: “Bancos terão novas regras para acesso de deficientes”. O
O artilheiro visou a meta quando fez o gol. Popular, 16 out. 2008.
• pör o sinal de visto - objeto direto
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia. Função emotiva ou expressiva: o objetivo do emissor é transmitir suas
emoções e anseios. A realidade é transmitida sob o ponto de vista do
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto,
Devemos obedecer aos superiores. apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação,
Desobedeceram às leis do trânsito. interrogação e reticências) é uma característica da função emotiva, pois
transmite a subjetividade da mensagem e reforça a entonação emotiva.
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE Essa função é comum em poemas ou narrativas de teor dramático ou
• exigem na sua regência a preposição EM romântico.
O armazém está situado na Farrapos.
Ele estabeleceu-se na Avenida São João. Por exemplo: “Porém meus olhos não perguntam nada./ O homem atrás do
bigode é sério, simples e forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros
13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo. amigos/o homem atrás dos óculos e do bigode.” (Poema de sete faces,
Essas tuas justificativas não procedem. Carlos Drummond de Andrade)
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se
com a preposição DE. Função conativa ou apelativa: O objetivo é de influenciar, convencer o
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani receptor de alguma coisa por meio de uma ordem (uso de vocativos),
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A. sugestão, convite ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam
O secretário procedeu à leitura da carta. estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa
(Você não pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de
14. ESQUECER E LEMBRAR função é muito comum em textos publicitários, em discursos políticos ou de
• quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto: autoridade.
Esqueci o nome desta aluna.
Lembrei o recado, assim que o vi. Por exemplo: Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos!
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
Esqueceram-se da reunião de hoje. Função metalinguística: Essa função refere-se à metalinguagem, que é
Lembrei-me da sua fisionomia. quando o emissor explica um código usando o próprio código. Quando um
poema fala da própria ação de se fazer um poema, por exemplo. Veja:
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos. “Pegue um jornal
• pagar - Pago o 13° aos professores. Pegue a tesoura.
• dar - Daremos esmolas ao pobre. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega. Recorte o artigo.”
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
• agradecer - Agradeço as graças a Deus. Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema dadaísta” utiliza o
• pedir - Pedi um favor ao colega. código (poema) para explicar o próprio ato de fazer um poema.

16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto: Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o
O amor implica renúncia. emissor, um contato para verificar se a mensagem está sendo transmitida
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição ou para dilatar a conversa.
COM: Quando estamos em um diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso recep-
O professor implicava com os alunos tor “Está entendendo?”, estamos utilizando este tipo de função ou quando
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi- atendemos o celular e dizemos “Oi” ou “Alô”.
ção EM:
Implicou-se na briga e saiu ferido Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos
através de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A: palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de
Ele foi a São Paulo para resolver negócios. combinações dos signos lingüísticos. É presente em textos literários, publi-
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: citários e em letras de música.
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
como sujeito: Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de Paulo Paes faz uma
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª combinação de palavras que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro,
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di- de acordo com o poeta.
ficuldade, será objeto indireto. Por Sabrina Vilarinho
Custou-me confiar nele novamente.
Custar-te-á aceitá-la como nora.
EMPREGO DO QUE E DO SE

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A palavra que em português pode ser: conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que recebe o nome da
oração que introduz. Por exemplo:
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa.
Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa explicativa)
Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de exclamação. Usa-se Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa consecutiva)
também a variação o quê! A palavra que não exerce função sintática
quando funciona como interjeição. Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a palavra que recebe o
nome de conjunção subordinativa integrante.
Quê! Você ainda não está pronto?
O quê! Quem sumiu? Desejo que você venha logo.

Substantivo: equivale a alguma coisa.


A palavra se
Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro determinante, e
A palavra se, em português, pode ser:
receberá acento por ser monossílabo tônico terminado em e. Como subs-
tantivo, designa também a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce
que for substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa classe
função sintática. Como conjunção, a palavra se pode ser:
de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, etc.)

Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função de núcleo do objeto * conjunção subordinativa integrante: inicia uma oração subordinada subs-
direto) tantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal em que o auxiliar é o
verbo ter. * conjunção subordinativa condicional: inicia uma oração adverbial condi-
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não exerce função cional (equivale a caso).
sintática. Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.

Tenho que sair agora. Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase sem prejuízo
Ele tem que dar o dinheiro hoje. algum para o sentido. Nesse caso, a palavra se não exerce função sintáti-
ca. Como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce.
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase, sem prejuízo Passavam-se os dias e nada acontecia.
algum para o sentido.
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos verbos pronominais.
Nesse caso, a palavra que não exerce função sintática; como o próprio Nesse caso, o se não exerce função sintática.
nome indica, é usada apenas para dar realce. Como partícula expletiva, Ele arrependeu-se do que fez.
aparece também na expressão é que.
Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede objeto direto, caracteriza
Quase que não consigo chegar a tempo. as orações que estão na voz passiva sintética. É também chamada de
Elas é que conseguiram chegar. pronome apassivador. Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel
é apenas apassivar o verbo.
Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. Equivale a quão. Quando
funciona como advérbio, a palavra que exerce a função sintática de adjunto Vendem-se casas.
adverbial; no caso, de intensidade. Aluga-se carro.
Compram-se joias.
Que lindas flores!
Que barato! Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a um verbo que não é
transitivo direto, tornando o sujeito indeterminado. Não exerce propriamente
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: uma função sintática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se de
que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa do singular.
• pronome relativo: retoma um termo da oração antecedente, projetando-o
na oração consequente. Equivale a o qual e flexões. Trabalha-se de dia.
Não encontramos as pessoas que saíram. Precisa-se de vendedores.

Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome pessoal, ela deverá


• pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substanti-
estar sempre na mesma pessoa do sujeito da oração de que faz parte. Por
vo ou pronome adjetivo.
isso o pronome oblíquo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mes-
mo), podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando for pronome substan-
tivo, a palavra que exercerá as funções próprias do substantivo (sujeito, * objeto direto
objeto direto, objeto indireto, etc.) Ele cortou-se com o facão.
Que aconteceu com você?
* objeto indireto
• pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso, exerce a função
Ele se atribui muito valor.
sintática de adjunto adnominal.

Que vida é essa? * sujeito de um infinitivo


“Sofia deixou-se estar à janela.”
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce
função sintática. Como conjunção, a palavra que pode relacionar tanto Por Marina Cabral
orações coordenadas quanto subordinadas, daí classificar-se como conjun-
ção coordenativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como

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D) Vou consigo ao teatro hoje à noite.


CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES E) Nada de sério houve entre você e eu.
CORRETAS E INCORRETAS Alternativa A

Que frase apresenta uso inadequado do pronome demonstrativo?


O reconhecimento de frases corretas e incorretas abrange praticamente A) Esta aliança não sai do meu dedo.
toda a gramática. B) Foi preso em 1964 e só saiu neste ano.
Os principais tópicos que podem aparecer numa frase correta ou incorreta C) Casaram-se Tânia e José; essa contente, este apreensivo.
são: D) Romário foi o maior artilheiro daquele jogo.
- ortografia E) Vencer depende destes fatores: rapidez e segurança.
- acentuação gráfica Alternativa C
- concordância
- regência
- plural e singular de substantivos e adjetivos COLOCAÇÃO PRONOMINAL
- verbos
- etc. Palavras fora do lugar podem prejudicar e até impedir a compreensão
de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na posição funcionalmente
Daremos a seguir alguns exemplos: correta em relação às outras, assim como convém dispor com clareza as
orações no período e os períodos no discurso.
Encontre o termo em destaque que está erradamente empregado:
Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática em que se cuida da or-
A) Senão chover, irei às compras.
dem ou disposição das palavras na construção das frases. Os termos da
B) Olharam-se de alto a baixo.
oração, em português, geralmente são colocados na ordem direta (sujeito +
C) Saiu a fim de divertir-se
verbo + objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As
D) Não suportava o dia-a-dia no convento.
inversões dessa ordem ou são de natureza estilística (realce do termo cuja
E) Quando está cansado, briga à toa.
posição natural se altera: Corajoso é ele! Medonho foi o espetáculo), ou de
Alternativa A
pura natureza gramatical, sem intenção especial de realce, obedecendo-se,
apenas a hábitos da língua que se fizeram tradicionais.
Ache a palavra com erro de grafia:
A) cabeleireiro ; manteigueira Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos:
B) caranguejo ; beneficência (1) nas orações intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogativas,
C) prazeirosamente ; adivinhar não sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera você?); (3) nas
D) perturbar ; concupiscência reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio (Por ser ele quem é...
E) berinjela ; meritíssimo Sendo ele quem é... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas (Faze tu o
Alternativa C que for possível); (5) nas optativas (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão
da Providência!); (6) nas que têm o verbo na passiva pronominal (Elimina-
Identifique o termo que está inadequadamente empregado: ram-se de vez as esperanças); (7) nas que começam por adjunto adverbial
A) O juiz infligiu-lhe dura punição. (No profundo do céu luzia uma estrela), predicativo (Esta é a vontade de
B) Assustou-se ao receber o mandato de prisão. Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as ameaças); (8) nas construí-
C) Rui Barbosa foi escritor preeminente de nossas letras. das com verbos intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se normalmente
D) Com ela, pude fruir os melhores momentos de minha vida. depois do verbo da oração principal as orações subordinadas substantivas:
E) A polícia pegou o ladrão em flagrante. é claro que ele se arrependeu.
Alternativa B
Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes ca-
O acento grave, indicador de crase, está empregado CORRETAMENTE sos: (1) nas orações interrogativas (Que espécie de homem é ele?); (2) nas
em: exclamativas (Que bonito é esse lugar!).
A) Encaminhamos os pareceres à Vossa Senhoria e não tivemos respos- Colocação do adjetivo como adjunto adnominal. A posposição do ad-
ta. junto adnominal ao substantivo é a sequência que predomina no enunciado
B) A nossa reação foi deixá-los admirar à belíssima paisagem. lógico (livro bom, problema fácil), mas não é rara a inversão dessa ordem:
C) Rapidamente, encaminhamos o produto à firma especializada. (Uma simples advertência [anteposição do adjetivo simples, no sentido de
D) Todos estávamos dispostos à aceitar o seu convite. mero]. O menor descuido porá tudo a perder [anteposição dos superlativos
Alternativa C relativos: o melhor, o pior, o maior, o menor]). A anteposição do adjetivo,
em alguns casos, empresta-lhe sentido figurado: meu rico filho, um grande
Assinale a alternativa cuja concordância nominal não está de acordo com o homem, um pobre rapaz).
padrão culto:
A) Anexa à carta vão os documentos. Colocação dos pronomes átonos. O pronome átono pode vir antes do
B) Anexos à carta vão os documentos. verbo (próclise, pronome proclítico: Não o vejo), depois do verbo (ênclise,
C) Anexo à carta vai o documento. pronome enclítico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que só ocorre com
D) Em anexo, vão os documentos. formas do futuro do presente (Vê-lo-ei) ou do futuro do pretérito (Vê-lo-ia).
Alternativa A Verifica-se próclise, normalmente nos seguintes casos: (1) depois de
palavras negativas (Ninguém me preveniu), de pronomes interrogativos
Identifique a única frase onde o verbo está conjugado corretamente: (Quem me chamou?), de pronomes relativos (O livro que me deram...), de
A) Os professores revêm as provas. advérbios interrogativos (Quando me procurarás); (2) em orações optativas
B) Quando puder, vem à minha casa. (Deus lhe pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero que te comportes);
C) Não digas nada e voltes para sua sala. (4) com gerúndio regido de em (Em se aproximando...); (5) com infinitivo
D) Se pretendeis destruir a cidade, atacais à noite. regido da preposição a, sendo o pronome uma das formas lo, la, los, las
E) Ela se precaveu do perigo. (Fiquei a observá-la); (6) com verbo antecedido de advérbio, sem pausa
Alternativa E (Logo nos entendemos), do numeral ambos (Ambos o acompanharam) ou
de pronomes indefinidos (Todos a estimam).
Encontre a alternativa onde não há erro no emprego do pronome:
A) A criança é tal quais os pais. Ocorre a ênclise, normalmente, nos seguintes casos: (1) quando o ver-
B) Esta tarefa é para mim fazer até domingo. bo inicia a oração (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim, conta-
C) O diretor conversou com nós.

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ram-me que...), (3) com locuções verbais cujo verbo principal esteja no - Nada me perturba.
infinitivo (Não quis incomodar-se). - Ninguém se mexeu.
- De modo algum me afastarei daqui.
Estando o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito, a me- - Ela nem se importou com meus problemas.
sóclise é de regra, no início da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o
verbo estiver antecedido de palavra com força atrativa sobre o pronome, (2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme,
haverá próclise (Não o chamarei. Não o chamaria). Nesses casos, a língua embora, logo, que.
moderna rejeita a ênclise e evita a mesóclise, por ser muito formal.
- Quando se trata de comida, ele é um “expert”.
Pronomes com o verbo no particípio. Com o particípio desacompanha- - É necessário que a deixe na escola.
do de auxiliar não se verificará nem próclise nem ênclise: usa-se a forma - Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.
oblíqua do pronome, com preposição. (O emprego oferecido a mim...).
Havendo verbo auxiliar, o pronome virá proclítico ou enclítico a este. (Por (3) Advérbios
que o têm perseguido? A criança tinha-se aproximado.) - Aqui se tem paz.
Pronomes átonos com o verbo no gerúndio. O pronome átono costuma - Sempre me dediquei aos estudos.
vir enclítico ao gerúndio (João, afastando-se um pouco, observou...). Nas - Talvez o veja na escola.
locuções verbais, virá enclítico ao auxiliar (João foi-se afastando), salvo OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de
quando este estiver antecedido de expressão que, de regra, exerça força atrair o pronome.
atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes relativos, conjun-
ções etc.) Exemplo: À medida que se foram afastando. - Aqui, trabalha-se.
(4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.
Colocação dos possessivos. Os pronomes adjetivos possessivos pre- - Alguém me ligou? (indefinido)
cedem os substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo - A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
quando vêm sem artigo definido (Guardei boas lembranças suas); quando - Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
há ênfase (Não, amigos meus!); quando determinam substantivo já deter- (5) Em frases interrogativas.
minado por artigo indefinido (Receba um abraço meu), por um numeral - Quanto me cobrará pela tradução?
(Recebeu três cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lem- (6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).
brança minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus). - Deus o abençoe!
Colocação dos demonstrativos. Os demonstrativos, quando pronomes - Macacos me mordam!
adjetivos, precedem normalmente o substantivo (Compreendo esses pro- - Deus te abençoe, meu filho!
blemas). A posposição do demonstrativo é obrigatória em algumas formas (7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.
em que se procura especificar melhor o que se disse anteriormente: "Ouvi - Em se plantando tudo dá.
tuas razões, razões essas que não chegaram a convencer-me." - Em se tratando de beleza, ele é campeão.
(8) Com formas verbais proparoxítonas
Colocação dos advérbios. Os advérbios que modificam um adjetivo, um - Nós o censurávamos.
particípio isolado ou outro advérbio vêm, em regra, antepostos a essas
palavras (mais azedo, mal conservado; muito perto). Quando modificam o MESÓCLISE
verbo, os advérbios de modo costumam vir pospostos a este (Cantou Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – ama-
admiravelmente. Discursou bem. Falou claro.). Anteposto ao verbo, o rei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu –
adjunto adverbial fica naturalmente em realce: "Lá longe a gaivota voava amaria, amarias, …)
rente ao mar."
- Convidar-me-ão para a festa.
Figuras de sintaxe. No tocante à colocação dos termos na frase, salien- - Convidar-me-iam para a festa.
tem-se as seguintes figuras de sintaxe: (1) hipérbato -- intercalação de um
termo entre dois outros que se relacionam: "O das águas gigante caudalo- Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
so" (= O gigante caudaloso das águas); (2) anástrofe -- inversão da ordem - Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.
normal de termos sintaticamente relacionados: "Do mar lançou-se na gela-
da areia" (= Lançou-se na gelada areia do mar); (3) prolepse -- transposi- ÊNCLISE
ção, para a oração principal, de termo da oração subordinada: "A nossa
Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada.
Corte, não digo que possa competir com Paris ou Londres..." (= Não digo
que a nossa Corte possa competir com Paris ou Londres...); (4) sínquise -- - Tornarei-me……. (errada)
alteração excessiva da ordem natural das palavras, que dificulta a compre- - Tinha entregado-nos……….(errada)
ensão do sentido: "No tempo que do reino a rédea leve, João, filho de
Pedro, moderava" (= No tempo [em] que João, filho de Pedro, moderava a Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa.
rédea leve do reino). ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. - Entregar-lhe (correta)
- Não posso recebê-lo. (correta)
Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise)
Outros casos:
Por Cristiana Gomes - Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas.
- Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se.
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a,
- Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes.
lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
- Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo.
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise),
OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa,
no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
ocorrerá a próclise:
Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia.
- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.
PRÓCLISE - Saiu do escritório, não nos revelando os motivos.
Usamos a próclise nos seguintes casos: COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS
(1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio
ninguém, nem, de modo algum. ou particípio.

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AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas.
houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar. d) conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me
entenda.
- Havia-lhe contado a verdade. e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho
- Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade. que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não
AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o sei de nada !, em vez de E o rapaz disse:
pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal. Zeugma
Infinitivo omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode
- Quero-lhe dizer o que aconteceu. necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo,
- Quero dizer-lhe o que aconteceu. nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros não, por: alguns estu-
Gerúndio dam, outros não estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambu-
- Ia-lhe dizendo o que aconteceu. cano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) -
- Ia dizendo-lhe o que aconteceu. omissão de era
Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar Hipérbato
ou depois do verbo principal. alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das ora-
Infinitivo ções no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolu-
- Não lhe quero dizer o que aconteceu. tos.
- Não quero dizer-lhe o que aconteceu. Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu.
Gerúndio Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação.
- Não lhe ia dizendo a verdade. Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente,
- Não ia dizendo-lhe a verdade. Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise
Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato
Anástrofe
Figuras de Linguagem
anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao
Figuras sonoras termo regente.
Aliteração Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutuoso da
morte vos cobre a todos.
repetição de sons consonantais (consoantes).
Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato
Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características
marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia. Pleonasmo
Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia.
veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs,
vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza) Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao
seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre não lhe
Assonância devo (OI pleonástico)
repetição dos mesmos sons vocálicos. Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorância, perdendo o
caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo)
Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do
litoral." (Caetano Veloso) Assíndeto
(E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me
deu." (Fernando Pessoa) ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao texto.
Ocorre muito nas or. coordenadas.
Paranomásia
Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios."
o emprego de palavras parônimas (sons parecidos).
Polissíndeto
Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre
Antonio Vieira) repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período.

Onomatopeia Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as
ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o
criação de uma palavra para imitar um som sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade)
Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois Anacoluto
dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A
boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, inicia-
(Cecília Meireles) se uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de alguns
Linguagem figurada anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito
Elipse lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração)

omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais Anáfora


comuns: repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois, Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta
compraríeis a casa? / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque)
b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar
de o estádio Maracanã Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no início
c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima.

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Silepse Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava /
Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava."
é a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem três (Cruz e Souza)
tipos:
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora
a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (= a cidade de São
Paulo). V. Sª é lisonjeiro Anadiplose
b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro
de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados. é a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no
c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os brasileiros, mas começo de outro membro de frase.
quem fala ou escreve também participa do processo verbal) Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente
Antecipação condena os motivos dados."

antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar Figuras de pensamento
anacoluto. Antítese
Ex.: Joana creio que veio aqui hoje.
O tempo parece que vai piorar aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido.
Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse. Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios"
(Vinicius de Moraes)
Figuras de palavras ou tropos Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só pensamento, proposição de
(Para Bechara alterações semânticas) Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões)
Eufemismo
Metáfora consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável
Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos exa-
emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de mes. (foi reprovado)
comparação implícita, sem termo comparativo. Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote - afirma-se algo
Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. / pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou
"Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior) moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica.
Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personificação
(animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação - atribuição de Hipérbole
ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri exagero de uma ideia com finalidade expressiva
aos enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa concreta assumin- Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca pelos filhos
do valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D. Quixote = idealismo, (gosta muito dos filhos)
cão = fidelidade, além do simbolismo universal das cores) Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de metáfora.
Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas
Ironia
Catacrese
utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor
uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na irônico.
ausência de termo específico.
Obs.: Rocha Lima designa como antífrase
Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a
enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primiti- Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta.
vamente para significar apenas colocar na terra.
Gradação
Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de forno são consi-
derados metáforas viciadas. Perderam valor estilístico e se formaram apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descenden-
graças à semelhança de forma existente entre seres. te (anticlímax)
Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não
Metonímia veja, que eu não conheça perfeitamente."

substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associa- Prosopopeia, personificação, animismo
ção de significado. é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e
Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor inanimados.
pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (conti- Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jõao
nente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pala classe - Bosco / Aldir Blanc)
culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro
é malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de metáfora.
obra - copos).
Antonomásia, perífrase GUIA PRÁTICO DA NOVA ORTOGRAFIA

substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expres- Saiba o que mudou na ortografia brasileira
são que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto. Douglas Tufano
Acordo Ortográfico
Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leão,
O objetivo deste guia é expor ao leitor, de maneira objetiva, as alterações
Escritor Maldito = Lima Barreto
introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da
Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por
Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Sinestesia Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste. No Brasil, o Acordo foi
interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão, aprovado pelo Decreto Legislativo no 54, de 18 de abril de 1995.
audição, gustação e tato). Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à língua
escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina
Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ... todas as diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua
/ Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. /

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portuguesa como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida celulóide celuloide
unificação ortográfica desses países. clarabóia claraboia
Como o documento oficial do Acordo não é claro em vários aspectos, colméia colmeia
elaboramos um roteiro com o que foi possível estabelecer objetivamente Coréia Coreia
sobre as novas regras. Esperamos debilóide debiloide
que este guia sirva de orientação básica para aqueles que desejam resolver epopéia epopeia
rapidamente suas dúvidas sobre as mudanças introduzidas na ortografia estóico estoico
brasileira, sem preocupação com questões teóricas. estréia estreia
estréio (verbo estrear) estreio
Mudanças no alfabeto
geléia geleia
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
heróico heroico
O alfabeto completo passa a ser:
idéia ideia
A B C D E F G H I
jibóia jiboia
jóia joia
J K L M N O P Q R
odisséia odisseia
paranóia paranoia
S T U V W X Y Z paranóico paranoico
platéia plateia
tramóia tramoia
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos
dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo: Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim,
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu,
(quilograma), W (watt); éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show,
playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, 2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos
kafkiano. quando vierem depois de um ditongo.

Trema Como era Como fica


Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que baiúca baiuca
ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui. bocaiúva bocaiuva
Como era Como fica cauíla cauila
feiúra feiura
agüentar aguentar
argüir arguir Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição fi nal
bilíngüe bilíngue (ou seguidos de s), o acento permanece.
Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
cinqüenta cinquenta
delinqüente delinquente 3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).
Como era Como fica
eloqüente eloquente abençôo abençoo
ensangüentado ensanguentado crêem (verbo crer) creem
dêem (verbo dar) deem
eqüestre equestre
dôo (verbo doar) doo
freqüente frequente enjôo enjoo
lingüeta lingueta lêem (verbo ler) leem
magôo (verbo magoar) magoo
lingüiça linguiça perdôo (verbo perdoar) perdoo
qüinqüênio quinquênio povôo (verbo povoar) povoo
sagüi sagui vêem (verbo ver) veem
vôos voos
seqüência sequência zôo zoo
seqüestro sequestro
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, pé-
tranqüilo tranquilo la(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas Como era Como fica
derivadas. Ele pára o carro. Ele para o carro.
Exemplos: Müller, mülleriano.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Mudanças nas regras de acentuação Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras
Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos.
paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).
Como era Como fica Comi uma pêra. Comi uma pera.
alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia Atenção:
andróide androide • Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passa-
apóia (verbo apoiar) apoia do do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3a pessoa do singu-
apóio (verbo apoiar) apoio lar.
asteróide asteroide Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singular.
bóia boia Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.

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• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposi- 2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal
ção. com que se inicia o segundo elemento.
Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim. Exemplos:
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos aeroespacial
ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, agroindustrial
convir, intervir, advir etc.). Exemplos: anteontem
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros. antiaéreo
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba. antieducativo
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra. autoaprendizagem
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes. autoescola
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder. autoestrada
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas. autoinstrução
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras coautor
forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. coedição
Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo? extraescolar
infraestrutura
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) plurianual
argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redar- semiaberto
guir. semianalfabeto
semiesférico
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e semiopaco
quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento,
delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar,
do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperati- cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
vo.
Veja: 3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos:
acentuadas. anteprojeto
Exemplos: antipedagógico
verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxá- autopeça
gues, enxáguem. autoproteção
verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delín- coprodução
quas, delínquam. geopolítica
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acen- microcomputador
tuadas. pseudoprofessor
Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais semicírculo
fortemente que as outras): semideus
verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, seminovo
enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem. ultramoderno
verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delin- Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei,
quas, delinquam. vice-almirante etc.

Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e 4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo
i tônicos. elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exem-
plos:
Uso do hífen antirrábico
Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, antirracismo
como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para antirreligioso
facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras antirrugas
que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as antissocial
novas orientações estabelecidas pelo Acordo. biorritmo
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas contrarregra
por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: contrassenso
aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, cosseno
entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, infrassom
multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, microssistema
super, supra, tele, ultra, vice etc. minissaia
multissecular
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. neorrealismo
Exemplos: neossimbolista
anti-higiênico semirreta
anti-histórico ultrarresistente.
co-herdeiro ultrassom
macro-história
mini-hotel 5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo ele-
proto-história mento começar pela mesma vogal.
sobre-humano Exemplos:
super-homem anti-ibérico
ultra-humano anti-imperialista
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h). anti-inflacionário
anti-inflamatório
auto-observação

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contra-almirante paraquedas
contra-atacar paraquedista
contra-ataque pontapé
micro-ondas
micro-ônibus 12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou
semi-internato combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na
semi-interno linha seguinte. Exemplos:
Na cidade, conta-se que ele foi viajar.
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo O diretor recebeu os ex-alunos.
elemento começar pela mesma consoante.
Exemplos: Resumo
hiper-requintado Emprego do hífen com prefixos
inter-racial Regra básica
inter-regional Sempre se usa o hífen diante de h:
sub-bibliotecário anti-higiênico, super-homem.
super-racista
super-reacionário Outros casos
super-resistente
super-romântico 1. Prefixo terminado em vogal:
Atenção: • Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
• Nos demais casos não se usa o hífen. • Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírcu-
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção. lo.
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por • Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas
r: sub-região, sub-raça etc.
letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada
• Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.
por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.

7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segun- 2. Prefixo terminado em consoante:
do elemento começar por vogal. Exemplos: • Com hífen diante de mesma consoante:
hiperacidez inter-regional, sub-bibliotecário.
hiperativo • Sem hífen diante de consoante diferente:
interescolar intermunicipal, supersônico.
interestadual • Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
interestelar
interestudantil Observações
superamigo
superaquecimento 1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por
supereconômico r sub-região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e
superexigente juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
superinteressante 2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada
superotimismo por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo
8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação,
sempre o hífen. Exemplos: cooptar, coocupante etc.
além-mar 4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.
além-túmulo 5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de
aquém-mar composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraque-
ex-aluno das, paraquedista etc.
ex-diretor 6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se
ex-hospedeiro sempre o hífen:
ex-prefeito ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação,
ex-presidente pré-vestibular, pró-europeu.
pós-graduação
pré-história PROVA SIMULADA I
pré-vestibular
pró-europeu 01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras.
recém-casado (A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
recém-nascido (B) O chefe deferia da opinião dos subordinados.
sem-terra (C) O processo foi julgado em segunda estância.
(D) O problema passou despercebido na votação.
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu (E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio.
e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é:
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasional- (A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz.
mente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encade- (B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido.
amentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo. (C) A colega não se contera diante da situação.
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente.
11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de (E) Quando você vir estudar, traga seus livros.
composição. Exemplos:
girassol 03. O particípio verbal está corretamente empregado em:
madressilva (A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos.
mandachuva (B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas.

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(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime. (C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol-
(D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos. vendo projetos na área médica.
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda. (D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre-
sentadas pelos economistas.
04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em (E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no
conformidade com a norma culta. litoral ou aproveitam férias ali.
Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do
interior da concha de moluscos reúne outras características interes- 11. A frase correta de acordo com o padrão culto é:
santes, como resistência e flexibilidade. (A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às
(A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de chuvas.
componentes para a indústria. (B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla-
(B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de mações.
componentes para a indústria. (C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à
(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de com- cultura.
ponentes para a indústria. (D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da
(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de culpa.
componentes para a indústria. (E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria.
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
componentes para a indústria. 12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó-
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele-
para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação
ele está empregado conforme o padrão culto. aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido-
(A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem. res.
(B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje. (Texto adaptado)
(C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha. Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir
(D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro. as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi-
(E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa. dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente:
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está (B) delas ... a elas ... lhes ... deles
correta em: (C) seus ... nas ... los ... deles
(A) As características do solo são as mais variadas possível. (D) delas ... a elas ... lhes ... seu
(B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente. (E) seus ... lhes ... eles ... neles
(C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
(D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações. 13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo
(E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo. com o padrão culto.
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações.
07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de (B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente.
flexão de grau. (C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido.
(A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo. (D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada.
(B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran- (E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris.
te as férias.
(C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos. 14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto
(D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim. direto e indireto em:
(E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade. (A) Apresentou-se agora uma boa ocasião.
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo.
Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala- (C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa.
vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas. (D) A conta, deixamo-la para ser revisada.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder.
08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento
estatal ciência e tecnologia. 15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo.
(A) à ... sobre o ... do ... para Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos
(B) a ... ao ... do ... para respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é:
(C) à ... do ... sobre o ... a (A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção.
(D) à ... ao ... sobre o ... à (B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(E) a ... do ... sobre o ... à (C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção.
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção.
09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a (E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo.
franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois
eles devem estar aptos comercializar seus produtos. 16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação
(A) ao ... a ... à do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração
(B) àquele ... à ... à de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo
(C) àquele...à ... a Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima
(D) ao ... à ... à urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex-
(E) àquele ... a ... a celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve-
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das
10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se
norma culta. programar e participar do referido evento.
(A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso Atenciosamente,
trarão grandes benefícios às pesquisas. ZZZ
(B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando Assistente de Gabinete.
com o meio ambiente. De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas

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são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos to, a alternativa correta é:
(B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
(E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.
17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
respeitam as regras de pontuação. 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci-
(A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou, dos galhos da velha árvore.
que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre
(B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (A) Quem podou? e Quando podou?
(C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê?
Policial, confessou sua participação no referido furto. (C) Que jardineiro? e Podou o quê?
(D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste (D) Que vizinho? e Que galhos?
funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia. (E) Quando podou? e Podou o quê?
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados. 24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia.
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili-
18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento
predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen- correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua-
te, apenas a: ção em:
(A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral. (A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas.
(B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período. (B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas.
(C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas. (C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia.
(D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo. (D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas.
(E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames. (E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas.

Leia o período para responder às questões de números 19 e 20. 25. Felizmente, ninguém se machucou.
Lentamente, o navio foi se afastando da costa.
O livro de registro do processo que você procurava era o que estava Considere:
sobre o balcão. I. felizmente completa o sentido do verbo machucar;
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de
19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem modo;
a III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do
(A) processo e livro. fato;
(B) livro do processo. IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar;
(C) processos e processo. V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos.
(D) livro de registro. Está correto o contido apenas em
(E) registro e processo. (A) I, II e III.
(B) I, II e IV.
20. Analise as proposições de números I a IV com base no período (C) I, III e IV.
acima: (D) II, III e IV.
I. há, no período, duas orações; (E) III, IV e V.
II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; 26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro...,
IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. indicando concessão, é:
Está correto o contido apenas em (A) para poder trabalhar fora.
(A) II e IV. (B) como havia programado.
(B) III e IV. (C) assim que recebeu o prêmio.
(C) I, II e III. (D) porque conseguiu um desconto.
(D) I, II e IV. (E) apesar do preço muito elevado.
(E) I, III e IV.
27. É importante que todos participem da reunião.
21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do O segmento que todos participem da reunião, em relação a
acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho: É importante, é uma oração subordinada
I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas; (A) adjetiva com valor restritivo.
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura (B) substantiva com a função de sujeito.
pelo Juiz; (C) substantiva com a função de objeto direto.
III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen- (D) adverbial com valor condicional.
te ao da palavra mas; (E) substantiva com a função de predicativo.
IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar. 28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe-
Está correto o contido apenas em lecida pelo termo como é de
(A) II e IV. (A) comparatividade.
(B) III e IV. (B) adição.
(C) I, II e III. (C) conformidade.
(D) I, III e IV. (D) explicação.
(E) II, III e IV. (E) consequência.

22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais. 29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de

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franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão para a classe dominante;
contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di- D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com a
versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos de outros indicadores sociais;
possíveis franqueados. E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas
A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e décadas.
relaciona corretamente as ideias do texto, é:
(A) digo ... portanto ... mas 34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é:
(B) como ... pois ... mas A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros
(C) ou seja ... embora ... pois indicadores sociais melhoraram;
(D) ou seja ... mas ... portanto B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se
(E) isto é ... mas ... como mantém onipresente;
C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos
30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos incompetentes;
investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados. D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas áreas,
A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí- a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo;
rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi- E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da
da, sem alterar o sentido da frase, é: miséria que leva à criminalidade.
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...
(B) Concluído o processo de seleção dos investidores ... 35. As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na
(C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ... quantidade, exceto:
(D) Se concluído do processo de seleção dos investidores... A) frequência escolar;
(E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ... B) liderança diplomática;
C) mortalidade infantil;
A MISÉRIA É DE TODOS NÓS D) analfabetismo;
Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social E) desempenho econômico.
que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas
décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tama- 36. ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com
nho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil:
em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro A) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança
período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil na América Latina;
também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmen- B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos;
te. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo. C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no
No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando cenário exterior;
uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficien-
tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte temente forte para tornar-se líder;
oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos. E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior.

Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste. 37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora:
Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural, A) apareça algumas vezes nas grandes cidades;
esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem B) se manifeste de formas distintas;
posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cida- C) esteja escondida dos olhos de alguns;
des, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social profundo e D) seja combatida pelas autoridades;
se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações E) se torne mais disseminada e cruel.
é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente
em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da 38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma em-
pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada sim- preitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma
ples. INCORRETA é:
Veja, ed. 1735 A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial;
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica;
31. O título dado ao texto se justifica porque: C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante;
A) a miséria abrange grande parte de nossa população; D) não é um problema universal = é um problema particular;
B) a miséria é culpa da classe dominante; E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida.
C) todos os governantes colaboraram para a miséria comum;
D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós; 39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse
E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos. segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria:
A) mantiver; B) manter; C)manterá; D)manteria;
32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no E) mantenha.
Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da coloniza-
ção?'': 40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos
A) tem sua resposta dada no último parágrafo; abaixo é:
B) representa o tema central de todo o texto; A) ''Como entender a resistência da miséria...'';
C) é só uma motivação para a leitura do texto; B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta; C) ''...desde que se passou a registrá-las...'';
E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta. D) ''...começa a exercitar seus músculos.'';
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''.
33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil
que ela: PROTESTO TÍMIDO
A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam
outras áreas; dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o
B) tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma
cidades; trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era
C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam um menino.

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Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, bra- 44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a
ços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os seguir:
gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esbura- I- Daqui há pouco vou sair.
cada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia I- Está no Rio há duas semanas.
estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de III - Não almoço há cerca de três dias.
sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino.
mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abando- As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver
nado. são:
A) I - II
Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de B) I - III
sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns C) II - IV
mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatru- D) I - IV
lha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém E) II - III
tomava conhecimento da existência do menino.
45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do
Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões texto é:
no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acor- A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados
dasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu na crônica;
problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social? B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino
(....) C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é
a sujeira;
Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imagina- D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o
ção não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem texto;
onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica.
imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a
ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e 46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma
lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos forma que:
desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos A) salvo-conduto;
disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não) para B) abaixo-assinado;
nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que C) salário-família;
sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas esta- D) banana-prata;
mos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, con- E) alto-falante.
quistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o menor
abandonado não chateie, isto é problema para o juizado de menores. 47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo do
Mesmo porque são todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é
terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte. que o autor:
A) se utiliza de comparações depreciativas;
Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua, B) lança mão de vocábulo animalizador;
exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino;
com um monte de lixo. D) mostra precisão em todos os dados fornecidos;
Fernando Sabino E) usa grande número de termos adjetivadores.

41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor 48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto
definição: significa que:
A) registro de fatos históricos em ordem cronológica; A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava
B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano; morto;
C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado; B) a posição do menino era idêntica à de um morto;
D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bas- C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou
tante variados; morto;
E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais. D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava
dormindo ou morto;
42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito - E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino.
vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfei-
to - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem: 49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos
A) do passado para o presente; históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é:
B) da descrição para a narração; A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...'';
C) do impessoal para o pessoal; B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte'';
D) do geral para o específico; C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens'';
E) do positivo para o negativo. D) ''...isto é problema para o juizado de menores'';
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.
43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que
me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se 50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento
deve a que: do texto é uma:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa; A) metonímia;
B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste B) comparação ou símile;
inútil; C) metáfora;
C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino; D) prosopopeia;
D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo; E) personificação.
E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pesso-
as. RESPOSTAS – PROVA I

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01. D 11. B 21. B 31. D 41. D b ( ) a vírgula muitas vezes pode substituir a conjunção e;
02. A 12. A 22. A 32. B 42. B c ( ) a vírgula é obrigatória quando o objeto pleonástico for representado por
03. C 13. C 23. C 33. A 43. C pronome oblíquo tônico;
04. E 14. E 24. E 34. A 44. E d ( ) a presença da vírgula não implica pausa na fala;
05. A 15. C 25. D 35. B 45. A e ( ) nunca se deve usar a vírgula entre o sujeito e o verbo.
06. B 16. A 26. E 36. C 46. A
07. D 17. B 27. B 37. C 47. D 09. Marque onde há apenas um vocábulo erradamente escrito:
08. E 18. E 28. C 38. A 48. C a ( ) abóboda ; idôneo ; mantegueira ; eu quiz
09. C 19. D 29. D 39. A 49. B b ( ) viço ; sócio-econômico ; pexote ; hidravião
10. D 20. A 30. B 40. B 50. C c ( ) hilariedade ; caçoar ; alforje ; apasiguar
d ( ) alizar ; aterrizar ; óbulo ; teribintina
PROVA SIMULADA II e ( ) chale ; umedescer ; páteo ; obceno

01. Ache o verbo que está erradamente conjugado no presente do subjunti- 10. Identifique onde não ocorre a crase:
vo: a ( ) Não agrade às girafas com comida, diz o cartaz.
a ( ) requera ; requeras ; requera ; requeiramos ; requeirais ; requeram b ( ) Isso não atende às exigências da firma.
b ( ) saúde ; saúdes ; saúde ; saudemos ; saudeis ; saúdem c ( ) Sempre obedeço à sinalização.
c ( ) dê ; dês ; dê ; demos ; deis ; dêem d ( ) Só visamos à alegria.
d ( ) pule ; pules ; pule ; pulamos ; pulais ; pulem e ( ) Comuniquei à diretoria a minha decisão.
e ( ) frija ; frijas ; frija ; frijamos ; frijais ; frijam
11. Assinale onde não ocorre a concordância nominal:
02. Assinale a alternativa falsa: a ( ) As salas ficarão tão cheias quanto possível.
a ( ) o presente do subjuntivo, o imperativo afirmativo e o imperativo negati- b ( ) Tenho bastante dúvidas.
vo são tempos derivados do presente do indicativo; c ( ) Eles leram o primeiro e segundo volumes.
b ( ) os verbos progredir e regredir são conjugados pelo modelo agredir; d ( ) Um e outro candidato virá.
c ( ) o verbo prover segue ver em todos os tempos; e ( ) Não leu nem um nem outro livro policiais.
d ( ) a 3.ª pessoa do singular do verbo aguar, no presente do subjuntivo é :
águe ou ague; 12. Marque onde o termo em destaque está erradamente empregado:
e ( ) os verbos prever e rever seguem o modelo ver. a ( ) Elas ficaram todas machucadas.
b ( ) Fiquei quite com a mensalidade.
03. Marque o verbo que na 2ª pessoa do singular, do presente do indicati- c ( ) Os policiais estão alerta.
vo, muda para "e" o "i" que apresenta na penúltima sílaba? d ( ) As cartas foram entregues em mãos.
a ( ) imprimir e ( ) Neste ano, não terei férias nenhumas.
b ( ) exprimir
c ( ) tingir 13. Analise sintaticamente o termo em destaque:
d ( ) frigir "A marcha alegre se espalhou na avenida..."
e ( ) erigir a ( ) predicado
b ( ) agente da passiva
04. Indique onde há erro: c ( ) objeto direto
a ( ) os puros-sangues simílimos d ( ) adjunto adverbial
b ( ) os navios-escola utílimos e ( ) adjunto adnominal
c ( ) os guardas-mores agílimos
d ( ) as águas-vivas aspérrimas 14. Marque onde o termo em destaque não representa a função sintática ao
e ( ) as oitavas-de-final antiquíssimas lado:
a ( ) João acordou doente. (predicado verbo-nominal)
05. Marque a alternativa verdadeira: b ( ) Mataram os meus dois gatos. (adjuntos adnominais)
a ( ) o plural de mau-caráter é maus-caráteres; c ( ) Eis a encomenda que Maria enviou. (adjunto adverbial)
b ( ) chamam-se epicenos os substantivos que têm um só gênero gramati- d ( ) Vendem-se livros velhos. (sujeito)
cal para designar pessoas de ambos os sexos; e ( ) A ideia de José foi exposta por mim a Rosa. (objeto indireto)
c ( ) todos os substantivos terminados em -ão formam o feminino mudando
o final em -ã ou -ona; 15. Ache a afirmativa falsa:
d ( ) os substantivos terminados em -a sempre são femininos; a ( ) usam-se os parênteses nas indicações bibliográficas;
e ( ) são comuns de dois gêneros todos os substantivos ou adjetivos subs- b ( ) usam-se as reticências para marcar, nos diálogos, a mudança de
tantivados terminados em -ista. interlocutor;
c ( ) usa-se o ponto-e-vírgula para separar orações coordenadas assindéti-
06. Identifique onde há erro de regência verbal: cas de maior extensão;
a ( ) Não faça nada que seja contrário dos bons princípios. d ( ) usa-se a vírgula para separar uma conjunção colocada no meio da
b ( ) Esse produto é nocivo à saúde. oração;
c ( ) Este livro é preferível àquele. e ( ) usa-se o travessão para isolar palavras ou frases, destacando-as.
d ( ) Ele era suspeito de ter roubado a loja.
e ( ) Ele mostrou-se insensível a meus apelos. 16. Identifique o termo acessório da oração:
a ( ) adjunto adverbial
07. Abaixo, há uma frase onde a regência nominal não foi obedecida. Ache- b ( ) objeto indireto
a: c ( ) sujeito
a ( ) Éramos assíduos às festas da escola. d ( ) predicado
b ( ) Os diretores estavam ausentes à reunião. e ( ) agente da passiva
c ( ) O jogador deu um empurrão ao árbitro.
d ( ) Nossa casa ficava rente do rio. 17. Qual a afirmativa falsa sobre orações coordenadas?
e ( ) A entrega é feita no domicílio. a ( ) as coordenadas quando separadas por vírgula, se ligam pelo sentido
geral do período;
08. Marque a afirmativa incorreta sobre o uso da vírgula: b ( ) uma oração coordenada muitas vezes é sujeito ou complemento de
a ( ) usa-se a vírgula para separar o adjunto adverbial anteposto; outra;

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c ( ) as coordenadas sindéticas subdividem-se de acordo com o sentido e _______________________________________________________


com as conjunções que as ligam;
d ( ) as coordenadas conclusivas encerram a dedução ou conclusão de um ______________________________________________________
raciocínio; _______________________________________________________
e ( ) no período composto por coordenação, as orações são independentes
entre si quanto ao relacionamento sintático. _______________________________________________________
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RESPOSTAS _______________________________________________________
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01. A 06. A 11. B 16. A
02. C 07. A 12. D 17. B _______________________________________________________
03. D 08. C 13. D
04. B 09. B 14. C _______________________________________________________
05. E 10. A 15. B _______________________________________________________
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