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“A pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos

aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado


pelo povo.”
Olavo Bilac

Profª. Adrianamar

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Língua - É o conjunto de sinais (palavras) e de leis combinatórias por meio do qual as pessoas se
comunicam.
A língua pertence a todos os membros de uma comunidade, por isso, faz parte do patrimônio social
e cultural de cada coletividade. Como ela é resultado histórico de uma convenção, um único indivíduo,
isoladamente, não é capaz de criá-la ou modificá-la.
Linguagem - é um processo comunicativo, por meio do qual as pessoas interagem.

Linguagem Verbal e Não Verbal

Linguagem verbal- é aquela que tem como unidade básica a palavra: falada ou escrita.
Linguagem não verbal- é aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são as palavras,
dentre eles estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a
expressão facial, um gesto, música, pintura, fotografia, etc.
Linguagem mista: é o uso simultâneo da linguagem verbal e da linguagem não verbal. Por exemplo:
histórias em quadrinhos, cinema, teatro, programas de tv entre outros que podem reunir diferentes
linguagens.
Linguagem digital- recentemente, com o aparecimento da informática, surgiu também a linguagem digital,
que permite armazenar e transmitir informações em meios eletrônicos.
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Comunicação

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A palavra comunicação derivada do latim, o termo comunicação (“communicare”) significa “partilhar,
participar de algo, tornar comum”, sendo, portanto, um elemento imprescindível para interação social
humana.
A comunicação ocorre quando interagimos com outras pessoas, utilizando a linguagem. A
comunicação representa a transmissão de mensagens entre um emissor e um receptor.
Nenhum ato comunicativo acontece sem a presença de alguns elementos nucleares denominados
elementos da comunicação, que permitem que a mensagem transite entre emissor e receptor, conforme
demostra o e esquema abaixo:

• Emissor: chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele que emite a mensagem para um ou
mais receptores, por exemplo, uma pessoa, um grupo de indivíduos, uma empresa, dentre outros.
• Receptor: denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem recebe a mensagem emitida pelo
emissor.
• Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa o conteúdo, o conjunto de
informações transmitidas pelo locutor, por isso.
• Código: representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem
• Canal de Comunicação: corresponde ao local (meio) onde a mensagem será transmitida, por exemplo,
jornal, livro, revista, televisão, telefone, dentre outros.
• Contexto: Também chamado de referente, trata-se da situação comunicativa em que estão inseridos o
emissor e receptor.
• Ruído na Comunicação: ele ocorre quando a mensagem não é decodificada de forma correta pelo
interlocutor, por exemplo, o código utilizado pelo locutor é desconhecido pelo interlocutor; barulho do local;
voz baixa; dentre outros.
A comunicação somente será efetivada se o receptor decodificar a mensagem transmitida pelo
emissor. Em outras palavras, a comunicação ocorre a partir do momento que o interlocutor atinge o
entendimento da mensagem transmitida. Nesse caso, podemos pensar em duas pessoas de países
diferentes e que não conhecem a língua utilizada por elas (russo e mandarim). Sendo assim, o código
utilizado por elas é desconhecido e, portanto, a mensagem não será inteligível para ambas, impossibilitando
o processo comunicacional.

Signo linguístico
Para que possamos entender melhor o processo comunicativo, torna-se necessário analisar mais
criteriosamente a natureza daquilo que, na comunicação, o emissor procura transmitir ao receptor, ou seja
é preciso estabelecer uma relação psíquica que une por um vínculo de associação a palavra
CONCEITO/SIGNIFICADO (abstrato) a uma IMAGEM ACÚSTICA/SIGNIFICANTE (impressão psíquica do
som) que é a representação que os nossos sentidos dão ao som imagem acústica.

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Linguagem acústica

Conceito

Nota-se que o que circula entre o emissor e o receptor é o significante. O significado (conceito mental)
que o emissor atribui a esse significante continua no interior do emissor. O significante suscita no interior
do receptor um outro significado semelhante, mas nunca idêntico, ao do emissor. Esta questão é importante,
ainda que fique provisoriamente em aberto, e permite perceber melhor a diferença que há entre a linguagem
técnico-científica e a linguagem literária.

Importância da Comunicação

O ato de comunicar-se é essencial tanto para os seres humanos e os animais, uma vez que através
da comunicação partilhamos informações e adquirimos conhecimentos.
Note que somos seres sociais e culturais. Ou seja, vivemos em sociedade e criamos culturas as
quais são construídas através do conjunto de conhecimentos que adquirimos por meio da linguagem,
explorada nos atos de comunicação.
Quando pensamos nos seres humanos e nos animais, fica claro que algo essencial nos distingue
deles: a linguagem verbal.
A criação da linguagem verbal e não verbal entre os seres humanos foi essencial para o
desenvolvimento das sociedades, bem como para a criação de culturas.
Os animais, por sua vez, agem por extinto e não pelas mensagens verbais que são lhes são
transmitidas durante a vida. Isso porque eles não desenvolveram uma língua (código) e por isso, não criaram
uma cultura.
Independentemente de qualquer contexto é importante ter considerar que para o desenvolvimento
de uma boa comunicação é imprescindível:

• Falar de forma simples e objetiva, pois assim permitirá a transmissão de informações claras;
• Retificar com o seu interlocutor se este compreendeu aquilo que quis dizer. Pode pedir-lhe até para
ele resumir por palavras suas aquilo que você lhe disse;
• Ser espontâneo.
• “Ser objetivo”. Conseguir dizer o que pretende no menor tempo possível, de forma pausada e calma
irá fazer com que o seu interlocutor se foque apenas na mensagem essencial;
• Preparar-se para dizer aquilo que quer comunicar, pois assim estará mais seguro durante o processo
de comunicação e conseguirá fazer com que o seu pensamento flua melhor;
• Prestar atenção a sua linguagem não verbal bem como à do seu interlocutor, a fim de poder modificar
a intensidade do seu discurso;
• Ter vocabulário e ser compreensivo com o seu interlocutor caso seja interrompido;
• Procurar colocar-se no lugar do outro, pois ao fazê-lo irá conseguir compreender qual o
enquadramento mental do seu interlocutor, permitindo-lhe apelar a determinados sentimentos e/ou
racionalidade;
• Adequar o seu discurso ao seu receptor;
• Aceitar feedbacks da sua comunicação dos mais variados interlocutores. Aceite as observações que
achar pertinentes e conseguirá, da próxima vez que comunicar, uma comunicação mais eficiente.

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A comunicação é verdadeiramente um elemento fundamental da nossa vivência e por isso mesmo
se torna essencial compreender quais as melhores formas de pô-la em prática. Ela é quem nos liga ao nosso
semelhante através de uma empatia que vai além de qualquer simbolismo ou metáfora comunicada. É,
também, através dela que conseguimos aprender e evoluir como povo e espécie, pois permite a integração
de conteúdos de outros que como nós comunicam, apesar de, por vezes, o fazerem em outras línguas, outras
culturas, ou diferentes rituais.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM
De acordo com a visão clássica, para que haja comunicação é necessário que os interlocutores
(remetente e destinatário de uma dada mensagem) utilizem um sistema de sinais
– o código - devidamente organizado e comum a ambos. A mensagem a ser transmitida refere-se a
um contexto e para que chegue ao destinatário necessita de um canal, um meio físico concreto de contato.
Veja o esquema a seguir: Esquema clássico da comunicação Segundo a Teoria da Comunicação
proposta por Roman Jakobson em 1969, toda mensagem tem uma finalidade predominante que pode ser
a transmissão de informação, o estabelecimento puro e simples de uma relação comunicativa, a
expressão de emoções, e assim por diante.

O conjunto dessas finalidades tem sido entendido sob o rótulo geral de funções da linguagem. As
seis funções são: contato função fática código função metalinguística destinatário função conativa função
poética mensagem função referencial contexto remetente função emotiva:
1. Função referencial (ou denotativa) É aquela centralizada no referente, pois o emissor oferece
informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a terceira pessoa do singular. Essa
linguagem é usada na ciência, na arte realista, no jornal, no “campo” do referente e das notícias de
jornal e livros científicos.
Ex: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã verde, uma
maçã vermelha e uma pera.
2. Função emotiva (ou expressiva) É aquela centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua
emoção.Nela prevalece a primeira pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das
biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor.
Ex: Muito obrigada, não esperava surpresa tão boa assim! Não,... não estou triste, mas também não
quero comentar o assunto.
3. Função apelativa (ou conativa) É aquela que se centraliza no receptor; o emissor procura influenciar o
comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o
nome da pessoa, além de vocativos e imperativos. É usada nos discursos, sermões e propagandas que
se dirigem diretamente ao consumidor.
Ex:Textos publicitários (propaganda) e campanhas políticas.
4. Função Fática É aquela centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o
receptor, ou testar a eficiência do canal.
Ex: - Olá, como vai, tudo bem? - Alô, quem está falando?

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5. Função poética É aquela centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo
emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações.
É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música e em algumas propagandas.
Ex: Tecendo a manhã (João Cabral de Melo Neto) “Um galo sozinho não tece uma manhã:/ele precisará
sempre se outros galos[...]”
6. Função metalinguística É aquela centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma.
A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente
os dicionários são repositórios de metalinguagem.
Ex: - Não entendi o que é metalinguagem, você poderia explicar novamente, por favor? - Metalinguagem
é usar os recursos da língua para explicar alguma teoria, um conceito, um filme, um relato, etc.
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Quadro resumo das funções da linguagem

FUNÇÃO OBJETIVO DA MENSAGEM


REFERENCIAL OU DENOTATIVA Transmitir informação
EMOTIVA OU EXPRESSIVA Expressar as emoções, atitudes, estados de espírito do
emissor com relação ao que fala
CONATIVA OU APELATIVA Persuadir o destinatário, influenciando em seu
comportamento
POÉTICA Provocar algum efeito de sentido no receptor
METALINGUÍSTICA Falar sobre a própria linguagem

Atividades
1- O conceito de língua pode ser apresentado como:
a) um conjunto de signos convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a
possibilidade de uma comunicação;
b) uma união de símbolos verbais ou não usados para a comunicação;
c) signos unidos não-convencionais que facilitam a comunicação entre os membros de uma
comunidade;
d) um conjunto de significantes convencionais que faculta aos membros de uma comunidade a
possibilidade de uma comunicação;
e) uma união de signos convencionais ou não que possibilita a comunicação entre os membros
de uma comunidade.

2 - Pode-se definir a linguagem como:


a) a utilização individual da l íngua;
b) a ação ou a faculdade de utilização da l íngua;
c) a marca própria, individual, que recebe o nome de estilo;
d) a representação do pensamento humano através de sinais que garantem a comunicação e
a interação entre as pessoas;
e) um código formado por palavras e combinações de leis por meio do qual as pessoas se
comunicam entre si.

3-A fala tem por definição:


a) a comunicação coletiva por meio de palavras e combinações de leis;
b) a ação ou a faculdade de utilização da língua;
c) o estilo de cada um;
d) é a representação do pensamento humano;
e) um conjunto de sinais que permitem a comunicação.
Trecho para responder à questão 4.
As palavras nunca estão sozinhas. E qualquer discussão sobre a linguagem, seu sentido e sua
natureza deverá, obrigatoriamente, discutir também as condições reais em que ela existe.
(Faraco & Cristóvão Tezza)
4)Baseado no trecho acima, podemos afirmar que:
a) Os conceitos de erro e acerto não são relativos.
b) A diversidade linguística da oralidade está inegavelmente associada à ignorância do falante.
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c) A linguagem é uma realidade exclusivamente escrita.
d) Toda língua é um conjunto de variedades que devem ser consideradas.
e) Não há diferença entre a língua falada e a língua escrita.

5 -São exemplos de linguagem verbal:


a) gestos e cores das bandeiras;
b) discursos políticos;
c) desenhos que distinguem os banheiros femininos dos masculinos;
d) cartões apresentados pelo juiz durante uma partida de futebol a um jogador que tenha
cometido uma infração;
e) discursos políticos e cores das bandeiras.
6 - São exemplos de linguagem não verbal:
a) sinais de trânsito e uma conversa informal entre alunos e professores;
b) cores das bandeiras e sinais de trânsito;
c) cantigas infantis;
d) discursos políticos;
e) apitos e discursos políticos.

7 - Pode-se dizer que:


a) há dicotomia entre língua e fala;
b) não há dicotomia entre língua e fala;
c) tanto a língua quanto a fala são bens públicos e individuais;
d) todas as afirmativas anteriores são corretas;
e) todas as afirmativas anteriores são incorretas.

Texto para responder às questões 8 e 9:

Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito – como não imaginar que, sem querer, feri alguém?
Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidade surda, ou uma reticência de mágoas.
Imprudente ofício é este, de viver em voz alta.
Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou
alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma
vontade de fazer alguma coisa boa.
Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém.
Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com
naturalidade porque senti no momento – e depois esqueci.
Alguma coisa que eu disse distraído – talvez palavras de algum poeta antigo – foi despertar melodias:
esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se a gente soubesse que de repente, num reino muito
distante, uma princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao coração do povo; iluminasse um
pouco as suas pobres choupanas e as suas remotas esperanças.
(Rubem Braga)

8- A linguagem possui um papel de grande importância como forma de “transmitir” informações do emissor
ao receptor. O texto nos fala ainda de um outro “poder” que tem a palavra. Que “poder” é esse?
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9 - Na frase “deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse com naturalidade porque senti
no momento”, que características da fala foram destacadas? Explique.
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10 – Com relação ao conceito de signo linguístico, NÃO é correto afirmar que:


a) É um conceito binário já que se compõe de dois elementos: o significante e o significado.
b) A imagem acústica é o significado da palavra.
c) A imagem psíquica corresponde ao significado da palavra.
d) /m/e/z/a/ corresponde ao significante fônico da palavra mesa.
e) A palavra “mesa” corresponde ao significado da palavra.

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11 – Signo = representação material (Significante) + conceito mental (Significado). É claro que
um mesmo significante pode nos remeter a vários significados. Esse fato linguístico chama-se:
a) sinônimo.
b) antônimo.
c) semântica.
d) denotação.
e) polissemia
12- O pai conversa com a filha ao telefone e diz que vai chegar atrasado para o jantar. Nesta situação,
podemos dizer que o canal é:

a) o pai
b) a filha
c) fios de telefone
d) o código
e) a fala

13- Assinale a alternativa incorreta:

a) Só existe comunicação quando a pessoa que recebe a mensagem entende o seu significado.
b) Para entender o significado de uma mensagem, não é preciso conhecer o código.
c) As mensagens podem ser elaboradas com vários códigos, formados de palavras, desenhos, números
etc.
d) Para entender bem um código, é necessário conhecer suas regras.
e) Conhecendo os elementos e regras de um código, podemos combiná-los de várias maneiras, criando
novas mensagens.
14-Uma pessoa é convidada a dar uma palestra em Espanhol. A pessoa não aceita o convite, pois não sabia
falar com fluência a língua Espanhola. Se esta pessoa tivesse aceitado fazer esta palestra seria um fracasso
porque:
a) não conhecia a mensagem
b) não dominava o código
c) não conhecia o referente
d) não conhecia o receptor

16-Um guarda de trânsito percebe que o motorista de um carro está em alta velocidade. Faz um gesto
pedindo para ele parar. Neste trecho o gesto que o guarda faz para o motorista parar, podemos dizer que é:

a) o código que ele utiliza


b) o canal que ele utiliza
c) quem recebe a mensagem
d) quem envia a mensagem
e) o assunto da mensagem
17- A mãe de Felipe sacode-o levemente e o chama: “Felipe, está na hora de acordar”. O que está
destacado é:
a) o emissor
b) o código
c) o canal
d) a mensagem
e) o referente

18-Reconheça nos textos a seguir, as funções da linguagem predominante :

a) "O risco maior que as instituições republicanas hoje correm não é o de se romperem, ou serem rompidas,
mas o de não funcionarem e de desmoralizarem de vez, paralisadas pela sem-vergonhice, pelo hábito
covarde de acomodação e da complacência. Diante do povo, diante do mundo e diante de nós mesmos, o
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que é preciso agora é fazer funcionar corajosamente as instituições para lhes devolver a credibilidade
desgastada. O que é preciso (e já não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar ainda mais o
conceito que o Brasil faz de si mesmo) é apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a quem doer." (O Estado
de São Paulo)

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b) O verbo infinitivo Ser criado, gerar-se, transformar O amor em carne e a carne em amor; nascer Respirar,
e chorar, e adormecer E se nutrir para poder chorar Para poder nutrir-se; e despertar Um dia à luz e ver, ao
mundo e ouvir E começar a amar e então ouvir E então sorrir para poder chorar. E crescer, e saber, e ser,
e haver E perder, e sofrer, e ter horror De ser e amar, e se sentir maldito E esquecer tudo ao vir um novo
amor E viver esse amor até morrer E ir conjugar o verbo no infinito... (Vinícius de Morais)

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c) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pré-históricos, de sons a que se dá o
nome genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmões no fenômeno vital da
respiração, quando, de uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até a parte exterior da boca."
(Matoso Câmara Jr.)

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d) " - Que coisa, né? - É. Puxa vida! - Ora, droga! - Bolas! - Que troço! - Coisa de louco! - É!"

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e) "Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra Lights."

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f) "Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer
acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria tudo ilusão?
Findei a tarefa, ergui-me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata. Seria tudo ilusão?...
Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento embaralhar-se longe daquelas
porcarias. Senti uma sede horrível...Quis ver-me no espelho. Tive preguiça, fiquei pregado à janela, olhando
as pernas dos transeuntes." (Graciliano Ramos)
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g) " - Que quer dizer pitosga?

- Pitosga significa míope.


- E o que é míope?
- Míope é o que vê pouco."
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h) "Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao coração de Marcela, não já cavalgando o corcel do cego
desejo, mas o asno da paciência, a um tempo manhoso e teimoso. Que, em verdade, há dois meios de
granjear a vontade das mulheres: o violento, como o touro da Europa, e o insinuativo, como o cisne de Leda
e a chuva de ouro de Dânae, três inventos do padre Zeus, que, por estarem fora de moda, aí ficam trocados
no cavalo e no asno." (Machado de Assis)
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i)"O homem letrado e a criança eletrônica não mais têm linguagem comum." (Rose-Marie Muraro)
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j) "O discurso comporta duas partes, pois necessariamente importa indicar o assunto de que se trata, e em
seguida a demonstração. (...) A primeira destas operações é a exposição; a segunda, a prova." (Aristóteles)

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k) "Amigo Americano é um filme que conta a história de um casal que vive feliz com o seu filho até o dia em
que o marido suspeita estar sofrendo de câncer."

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l) "Se um dia você for embora

Ria se teu coração pedir


Chore se teu coração mandar."
(Danilo Caymmi & Ana Terra)
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m) "- Olá, como vai?

-Eu vou indo e você, tudo bem?


-Tudo bem, eu vou indo em busca de pegar um lugar no futuro e você?
-Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranquilo..." (Paulinho da Viola)
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n)Poética

Que é poesia?
uma ilha cercada
de palavras
por todos os lados.
Que é um poeta?
um homem
que trabalha um poema
com o suor do seu rosto
Um homem que tem fome como qualquer outro
homem.
(Cassiano Ricardo)
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Fala e escrita
A língua falada e a língua escrita, embora sejam expressões de um mesmo idioma, apresentam
características que nos permite a identificação de suas particularidades. Apesar da divisão (de cunho
didático), as duas modalidades formam um contínuo linguístico, que é bastante visível em determinados
gêneros textuais, como o chat ou bate-papo pela internet ou por mensagens telefônicas. As diferenças
entre a fala e a escrita são:
FALA ESCRITA
contextualizada descontextualizada
dependente autônoma
implícita explícita
redundante condensada
não planejada planejada
imprecisa precisa
não normatizada normatizada
fragmentária completa

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Falo de um modo, mas escrevo de outro?!
De fato, falamos de um modo, mas escrevemos de outro, pois língua escrita e língua falada são
duas modalidades diferentes de comunicação, tendo cada uma delas suas características próprias.
Quando falamos, além das palavras, utilizamos outros elementos como os gestos, os olhares, a
expressão do rosto e, principalmente, algo chamado entoação da frase. Pela entoação distinguimos uma
frase afirmativa de uma interrogativa, uma frase dita com seriedade de outra dita com ironia, por exemplo.
Quando escrevemos, entretanto, não há mais gestos, nem olhares, nem entoação. Sobram apenas
as palavras. É por isso que, ao redigirmos relatórios, documentos, resenhas ou quaisquer outros tipos de
texto escrito, devemos ter cuidado especial com a pontuação, a ortografia, a concordância e a colocação
das palavras. Do contrário, corremos o risco de não sermos devidamente interpretados; nosso texto ficará
confuso, comprometendo, assim, a comunicação.
É válido ressaltar, também, que a língua escrita não é nem mais nem menos importante que a língua
falada. Não existe "superioridade" de uma ou outra. São apenas modalidades diferentes que se realizam em
situações diferentes.

Variação linguística

A variação de uma língua é a forma pela qual ela difere de outras formas da linguagem sistemática
e coerentemente. Uma nação apresenta diversos traços de identificação, e um deles é a língua. Esta pode
variar de acordo com alguns fatores, tais como o tempo, o espaço, o nível cultural e a situação em que um
indivíduo se manifesta verbalmente. Existem diversas formas de se dizer a mesma coisa em um mesmo
contexto e com o mesmo valor de verdade. (LABOV, 1972).
É importante observar que toda variação linguística é adequada para atender às necessidades
comunicativas e cognitivas do falante. Assim, quando julgamos errada determinada variedade, estamos
emitindo um juízo de valor sobre os seus falantes e, portanto, agindo com preconceito linguístico.
Variedade padrão, língua padrão ou norma culta: baseada no “modo de falar e escrever” dos grupos de
maior prestígio cultural, político e econômico; caracteriza-se pelo uso de estruturas frasais mais
complexas, pelo vocabulário mais elaborado e pela observância às regras da gramática normativa.
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Variedade não padrão, língua não padrão: mais espontânea, empregada em situações informais do
cotidiano e caracterizada pelo emprego de frases de estrutura simples, pela pouca (ou nenhuma)
observância às regras da gramática normativa, pelo vocabulário mais comum e pela presença de frases
feitas, expressões populares e gírias.
Dentre as diversas variações pode-se dizer que a oposição mais importante se dá entre a chamada
linguagem culta (ou padrão) e a linguagem popular, coloquial.

Espécies de variação
Variação Histórica -Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se
comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada
por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeconomicamente mais expressivo.
A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes
convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso
na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado.

http://1.bp.blogspot.com/-2dXYJmxaq0g/Ul3WAzUzVVI/AAAAAAAABts/7px5EsqRN54/s1600/01_Blog+Diogo.JPG. Acesso em 03/07/2018

Variação Geográfica- Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre
regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em torno
de centros polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os padrões linguísticos
utilizados na região de sua influência. As diferenças linguísticas entre as regiões são graduais, nem sempre
coincidindo com as fronteiras geográficas. É a variedade que possui diferenças em nível lexical. Ex:
mandioca /aipim.

Agora, veja um quadro comparativo de algumas variações de expressões utilizadas nas regiões Nordeste,
Norte e Sul:

Região Nordeste Região Sul Região Norte


Racha – pelada, jogo de futebol Campo Santo – cemitério Miudinho – pequeno
Alçar a perna – montar a
Jerimum – abóbora Umborimbora? – Vamos embora?
cavalo
Guacho – animal que foi criado
Sustança – energia dos alimentos Levou o farelo – morreu
sem mãe

Variação Social- Agrupa alguns fatores de diversidade: o nível socioeconômico, determinado pelo meio
social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o sexo. A variação social não compromete a
compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de certas variantes pode
indicar qual o nível socioeconômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo
menos favorecido atingir o padrão de maior prestígio.  Variação Estilística Considera um mesmo indivíduo
em diferentes circunstâncias de comunicação: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de
intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar em conta as graduações
intermediárias, é possível identificar dois limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de

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reflexão do indivíduo sobre as normas linguísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o
formal, em que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo
conteúdo é mais elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escrita
e falada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de comunicação. São variedades que possuem
diferenças em nível fonológico ou morfossintático. Veja:

Fonológicos - “prantar” em vez de “plantar”; “bão” em vez de “bom”; “pobrema” em vez de “problema”;
“bicicreta” em vez de “bicicleta”.
Morfossintáticos - “dez real” em vez de “dez reais”; “eu vi ela” em vez de “eu a vi”; “eu truci” em vez de “eu
trouxe”; “a gente fumo” em vez de “nós fomos”.

Disponível em: http://www.taquiprati.com.br/images/Norma%20culta%20charge-surfista.jpg. Acesso em 05/08/2018

As diferentes modalidades de variação linguística não existem isoladamente, havendo um inter-


relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser vista como uma variante social, considerando-
se a migração entre regiões do país. Observa-se que o meio rural, por ser menos influenciado pelas
mudanças da sociedade, preserva variantes antigas. O conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator
de mobilidade social para um indivíduo pertencente a uma classe menos favorecida.

Gírias- linguagem informal usado por determinado grupo social com vocabulário rico em expressões
metafóricas, jocosas, elípticas e mais efêmeras que as da língua tradicional. Seu processo de formação
inclui acréscimo de sons ou sílabas, uso de certos códigos etc.

https://www.google.com.br/search?q=girias&source. Acesso. 10/08/2018

Jargão -é o modo de falar específico de um grupo, geralmente ligado à profissão. Existe, por exemplo, o
jargão dos médicos, o jargão dos especialistas em informática, etc. Imagine que você foi a um hospital e
ouviu um médico conversando com outro. A certa altura, um deles disse: "Em relação à dona Fabiana, o
prognóstico é favorável no caso de pronta-suspensão do remédio.

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https://www.google.com.br/search?q=jargão&hl; Acesso: 05/08/2018
Empregamos a variedade não padrão quando nos comunicamos de maneira mais informal e
espontânea com nossos familiares, vizinhos, colegas e amigos.
A noção de certo e errado está ligada ao prestígio que a variedade culta adquiriu na sociedade. No
entanto, todas as demais variedades são legítimas e devem ser respeitadas, combatendo o preconceito
linguístico. A variedade culta é difundida principalmente pela escola e pelos meios de comunicação e está
relacionada a um grupo de pessoas de maior prestígio social.
A linguagem não é uniforme, sofrendo variação de acordo com o assunto, interlocutor, ambiente e
intencionalidade – fatores que se referem à adequação linguística.

Fixação

Texto para responder às questões 1,2 e 3.


SEU DOTOR ME CONHECE

Seu dotô, só me parece


Que o sinhô não me conhece
Nunca sôbe quem sou eu
Nunca viu minha paioça,
Minha muié, minha roça,
E os fio que Deus me deu.

Se não sabe, escute agora,


Que eu vô contá minha história,
Tenha a bondade de ouvi:
Eu sou da crasse matuta,
Da crasse que não desfruta
Das riqueza do Brasil
Patativa de Assaré., 1932

1-Identifique os exemplos de variação linguística no poema e defina o nível da variação.


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14
2-Caso o poema fosse redigido na variedade culta da língua portuguesa, o que se perderia no que tange
ao objetivo do poema?
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3- Que palavras empregadas no texto aproxima-o da fala?
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Texto para responder à questões 4

Vício da fala

Para dizerem milho dizem mio


Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade

4-Sobre o poema de Oswald de Andrade, um dos principais representantes da primeira geração do


modernismo brasileiro, é correto afirmar:
a)Oswald, como os demais modernistas da primeira fase, defendia o uso da coloquialidade nos textos
escritos como maneira de alcançar uma linguagem genuinamente brasileira, linguagem que levasse em
consideração os diferentes registros da língua portuguesa.
b) O poema de Oswald tece uma crítica sobre o emprego da coloquialidade nos textos da literatura brasileira.
De acordo com o poema, essa coloquialidade subverte a norma culta da língua, único registro capaz de
representar adequadamente a linguagem poética.
c)O título “Vício da fala” remete à falha dos brasileiros ao reproduzir erradamente fonemas complexos. Essa
simplificação das palavras é prejudicial para o idioma, já que pode vulgarizar a língua portuguesa.
d)Aqueles que subvertem a norma culta ao falar “mio”, em vez de milho, “mió” em vez de melhor, “pió” em
vez de pior, “teiado” em vez de telhado estão prejudicando o entendimento da mensagem, anulando a
comunicação, sua principal finalidade.

Texto para responder à questão 5

“Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e subsistemas adequados


às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos
sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas diversas
modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por exemplo, embora seja uma entre as muitas
variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como ideal
linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as outras
variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à variação."
Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado.
5-A partir da leitura do texto, podemos inferir que uma língua é:
a) o conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e passa a ser
considerada exemplar.
b) sistema que não admite nenhum tipo de variação linguística, sob pena de empobrecimento do léxico.
c) a modalidade oral alcança maior prestígio social, pois é o resultado das adaptações linguísticas
produzidas pelos falantes.
d) A língua padrão deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificação é prejudicial a
um sistema linguístico.

15
Texto para responder às questões 6 e 7.

AULA DE PORTUGUÊS

A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.

A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.

Figuras de gramática, equipáticas,


atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esquecia língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério

Carlos Drummond de Andrade

6- No poema, o falante revela uma relação ambígua com a língua que fala: o português, chegando mesmo
a afirmar que "o português são dois...". Explique em que consiste essa ambiguidade e quais são esses dois
"português". ____________________________________________________________________
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7-O autor escolheu o adjetivo esquipáticas, que significa "esquisitas", para caracterizar as figuras
de gramática. Por que ele teria preferido esquipáticas a esquisitas?

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EFEITOS DE SENTIDO

Sentido literal é aquele que pode ser tomado como o sentido “básico, usual” da palavra ou expressão, esse
pode ser compreendido sem ajuda do contexto.
Quando uma palavra ou enunciado se apresenta em seu sentido usual, adquire valor denotativo.
Ex. Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.

Sentido figurado é o que as palavras ou expressões adquirem em situações particulares de uso. A palavra
tem valor conotativo quando seu significado é ampliado ou alterado no contexto em que é empregada,
sugerindo ideias que vão além de seu sentido mais usual.
Ex: Você tem um coração de pedra.

FIXAÇÃO

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1- “Minha memória não se desgrudava daquela cena e meu olhar apagava a paisagem ao meu redor.”
Escreva a seguir as palavras dessa frase que têm sentido conotativo. Explique.

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2-A frase em que o termo sublinhado está empregado no sentido denotativo é:

a) “Além dos ganhos econômicos, a nova realidade rendeu frutos políticos.”

b) “...com percentuais capazes de causar inveja ao presidente.”

c) “Os genéricos estão abrindo as portas do mercado...”

d) “...a indústria disparou gordos investimentos.”

e) “Colheu uma revelação surpreendente:...”

Texto para responder à questão 3.

O filme Cazuza - O tempo não para me deixou numa espécie de felicidade pensativa. Tento explicar por
quê. Cazuza mordeu a vida com todos os dentes. A doença e a morte parecem ter-se vingado de sua paixão
exagerada de viver. É impossível sair da sala de cinema sem se perguntar mais uma vez: o que vale mais,
a preservação de nossas forças, que garantiria uma vida mais longa, ou a livre procura da máxima
intensidade e variedade de experiências? Digo que a pergunta se apresenta “mais uma vez” porque a
questão é hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutória. (...) Obedecemos a uma proliferação de regras que
são ditadas pelos progressos da prevenção. Ninguém imagina que comer, fumar, tomar pinga, transar sem
camisinha e combinar, sei lá, nitratos com Viagra seja uma boa ideia. De fato não é. À primeira vista, parece
lógico que concordemos sem hesitação sobre o seguinte: não há ou não deveria haver prazeres que valham
um risco de vida ou, simplesmente, que valham o risco de encurtar a vida. De que adiantaria um prazer que,
por assim dizer, cortasse o galho sobre o qual estou sentado? Os jovens têm uma razão básica para
desconfiar de uma moral prudente e um pouco avara que sugere que escolhamos sempre os tempos
suplementares. É que a morte lhes parece distante, uma coisa com a qual a gente se preocupará mais tarde,
muito mais tarde. Mas sua vontade de caminhar na corda bamba e sem rede não é apenas a inconsciência
de quem pode esquecer que “o tempo não para”. É também (e talvez sobretudo) um questionamento que
nos desafia: para disciplinar a experiência, será que temos outras razões que não sejam só a decisão de
durar um pouco mais? (Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo)

Considere as seguintes afirmações:

I. Os trechos “mordeu a vida com todos os dentes” e “caminhar na corda bamba e sem rede” podem ser
compreendidos tanto no sentido figurado quanto no sentido literal.

II. Na frase “De que adiantaria um prazer que (...) cortasse o galho sobre o qual estou sentado”, o sentido
da expressão sublinhada corresponde ao de “se está sentado”.

III. Em “mais uma vez”, no início do terceiro parágrafo, o autor empregou aspas para indicar a precisa
retomada de uma expressão do texto.

Está correto o que se afirma em:

a) I, somente b) I e II, somente c) II, somente


d) II e III, somente e) I, II e III

17
O TEXTO

Na era da informação tudo é texto. Um slogan político ou publicitário, um anúncio visual sem
nenhuma palavra, uma canção, um filme, um gráfico, um discurso oral que nunca foi escrito, enfim, os mais
variados arranjos organizados para informar, comunicar, veicular sentidos são texto. O texto não é, pois,
exclusivamente da palavra. . Irene A. Machado

Textum, i, subst. n. Sentido próprio: 1) Tecido, pano. Por extensão: 2) Obra formada de partes
reunidas, contextura. Sentido figurado: 3) Contextura, (do estilo).
Texto, em Português, assim como em Latim, quer dizer “tecido”, entrelaçamento de “fios”. Assim,
produzir um texto é entrelaçar suas várias partes a fim de obter um todo encadeado logicamente, o que
resulta numa rede de relações que garantem a sua unidade e coesão. A essa rede de relações, dá-se o
nome de tessitura textual.

Elementos estruturais de um texto


Três são os elementos indispensáveis a qualquer tipo de texto: estrutura, conteúdo, expressão.
A estrutura abrange três elementos:
a) unidade (ou não-contradição): num texto, deve-se desenvolver um único assunto ou núcleo
temático;
b) organicidade (ou relação): o texto coerente e coeso apresenta um inter-relacionamento de todas
as suas partes, o que resulta num todo articulado;
c) forma: o tipo de composição escolhido, segundo a finalidade: descrição (detalhar algo), narração
(contar uma história), dissertação (elaborar um raciocínio);
O conteúdo requer coerência, coesão e clareza.
a) coerência: estruturação lógico-semântica de um texto – a articulação de ideias que faz com que
numa situação discursiva palavras e frases componham um todo significativo para os interlocutors.
É a escolha de ideias que devem ligar-se ao assunto proposto (para que não se fuja do assunto);
b) coesão: conexões gramaticais existentes entre palavras, orações, frases, parágrafos e partes
maiores de um texto. (conjunções, pronomes e preposição).
A coesão ocorre quando não há ambiguidades e regências incorretas.
Ex.: Achei a obra na biblioteca estragada.
O fazendeiro vinha com um bezerro e a mãe dele.
Alguns recursos de coesão textual
1.Epíteto- é a palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa.
Ex:Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha
morrido tão cedo.
2.Nominalizações- Ocorre nominalização quando se emprega um substantivo que remete a um verbo
enunciado anteriormente.
Ex:Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho não era válido por serem
parentes do assassino.

Obs.Pode também ocorrer o contrário: um verbo retomar um substantivo já enunciado.


Ex:Ele não suportou a desfeita diante de seu próprio filho. Desfeitear um homem de bem não era coisa para
se deixar passar em branco.
3.Palavras ou expressões sinônimas ou quase sinônimas
Ex:Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que serviram até de porta
de galinheiro.
18
4.Repetição de uma palavra- Podemos repetir uma palavra (com ou sem determinante) quando não for
possível substituí-la por outra.
A propaganda, seja ela comercial ou ideológica, está sempre ligada aos objetivos e aos interesses da classe
dominante. Essa ligação, no entanto, é ocultada por uma inversão: a propaganda sempre mostra que quem
sai ganhando com o consumo de tal ou qual produto ou ideia não é dono da empresa, nem os representantes
do sistema, mas, sim, o consumidor. Assim, a propaganda é mais um veículo da ideologia dominante.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
Introdução à filosofia. São Paulo, Moderna, 1993. p. 50.
5. Um termo-síntese- O País é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um sem-número de
papéis. Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o importador.
Ex.A palavra limitações sintetiza o que foi dito antes.
6. Pronomes
▪ Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso.
▪ O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito com a educação integral.
▪ Aquele político deve ter um discurso muito convincente. Ele já foi eleito seis vezes.
▪ Há uma grande diferença entre Paulo e Maurício. Este guarda rancor de todos, enquanto aquele tende
a perdoar.
7. Numerais
▪ Não se pode dizer que toda a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos parece estar
dominando o assunto.
▪ Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua chegada; o segundo dizia justamente o
contrário.
8.Advérbios pronominais (aqui, ali, lá, aí)
▪ Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a obra-prima de Leonardo da Vinci: a “Monalisa”.
9.Elipse
▪ O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele) Abriu a sessão às oito em ponto e (ele) fez então seu discurso
emocionado.
10. Repetição do nome próprio (ou parte dele)
▪ Manuel da Silva Peixoto foi um dos ganhadores do maior prêmio da loto. Peixoto disse que ia gastar
todo o dinheiro na compra de uma fazenda e em viagens ao exterior.
▪ Lygia Fagundes Telles é uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lygia é autora “Antes
do baile verde”, um dos melhores livros de contos de nossa literatura.
11. Metonímia- Metonímia é o processo de substituição de uma palavra por outra, fundamentada numa
relação de contiguidade semântica.
▪ O governo tem-se preocupado com os índices de inflação. O Planalto diz que não aceita qualquer
remarcação de preço.
▪ Santos Dumont chamou a atenção de toda Paris. O Sena curvou-se diante de sua invenção.
12.Associação-Na associação, uma palavra retoma outra porque mantém com ela, em determinado
contexto, vínculos precisos de significação.
▪ São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o trânsito,
provocando engarrafamentos de até 200 quilômetros.
A palavra alagamentos surgiu por estar associada a enchentes. Mas poderia ter sido usada uma outra
como transtornos, acidentes, transbordamento do Tietê etc.
13. Clareza: é a utilização de construções que não sejam ambíguas ou mal estruturadas, de modo a
facilitar o entendimento.

19
A expressão está diretamente ligada ao domínio da estrutura da língua e do léxico. Estes dois
últimos tópicos são resultados de um plano previamente elaborado e de uma revisão apurada do texto .

FIXAÇÃO
1 – A partir de um "texto básico" dado, onde não está ainda realizada a coesão, você deverá substituir os termos
repetidos por sinônimos ou expressões adequadas, dando uma nova versão ao texto, utilizando os mecanismos de
coesão que julgar convenientes
a)Todos os anos dezenas de baleias encalham nas praias do mundo e até há pouco nenhum oceanógrafo
ou biólogo era capaz de explicar por que as baleias encalham. Segundo uma hipótese corrente, as baleias
se suicidariam ao pressentir a morte, em razão de uma doença grave ou da própria idade, ou seja, as baleias
praticariam uma espécie de eutanásia instintiva. Segundo outra, as baleias se desorientariam por influência
de tempestades magnéticas ou de correntes marinhas. Agora, dois pesquisadores do Departamento de
História Natural do Museu Britânico, com sede em Londres, encontraram uma resposta científica para o
suicídio das baleias. De acordo com Katharine Parry e Michael Moore, as baleias são desorientadas de suas
rotas em alto-mar para as águas rasas do litoral por ação de um minúsculo verme de apenas 2,5 centímetros
de comprimento.

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b)Muita gente votou, nas últim as eleições Muita gente pensava q ue as coisas iriam mudar
radicalmente, mas muita gente estava enganada. O Brasil parece q ue levara ainda um tempo muito
grande p ara amadurecer. O que o Brasil precisa, entretanto, para chegar a Mear maduro, é manter
arejada e viva a democracia.
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2-Identifique os conectores usados no texto e indique a que elementos(s) fazem referência.
“A corrosão é um processo espontâneo e nenhum material conhecido é totalmente imune a ele, nem mesmo
o aço chamado inoxidável. Esse tipo de aço é, na verdade, mais resistente à corrosão em meios oxidantes
e se degrada numa velocidade menor. Esta maior resistência deve-se à composição química do aço
inoxidável. Ele é de uma família de ligas à base de ferro que contém, dentre outros elementos, de 12% a
30% de crômio e até 22% de níquel em massa. A resistência dos aços inoxidáveis à corrosão se deve à
existência de um filme de óxido de crômio na superfície da liga.” (Globo Ciência, abril 1998)

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3-Transcreva do texto as palavras ou expressões a que os termos grifados se referem.


Bernardo tem 5 anos e gosta de saber tudo sobre lugares e países. Eu sou um pai coruja! Assim, na primeira
oportunidade, comprei-lhe um desses globos terrestres modernos. No entanto, o garoto não lhe deu muita
importância, quando apontei nele o Japão, o Brasil e muitos outros países. Limitou-se a fazê-lo girar
doidamente. Parece que a novidade não o atraiu. Girou tanto o tal do globo que o desprendeu do suporte
de metal. Logo se dispôs a sair jogando futebol com ele, mas não permiti tal coisa. Consegui convencê-lo
a ir destruir outro brinquedo: o barulhento secador da mãe! E assim que me vi só, tranquei-me lá, no meu
escritório, para apreciar aquela nova e preciosa aquisição! (Fernando Sabino – Adaptação)

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4-No texto abaixo, há fragmentos que apresentam algum tipo de incoerência. Tente identificar e explicar o
essas incoerências.
Conheci Sheng no primeiro colegial e aí começou um namoro apaixonado que dura até hoje e talvez
para sempre. Mas não gosto de sua família: repressora, preconceituosa, preocupada em manter as
milenares tradições chinesas. O pior é que sou brasileira, detesto comida chinesa e não sei comer com
pauzinhos. Em casa, só falam chinês e de chinês eu só sei o nome do Sheng.
No dia do seu aniversário, já fazia dois anos de namoro, ele ganhou coragem e me convidou para
jantar em sua casa. Eu não podia recusar e fui. Fiquei conhecendo os velhos, conversei com eles, ouvi
muitas histórias da família e da China, comi tantas coisas diferentes que nem sei. Depois fomos ao cinema
eu e o Sheng.
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Texto para responder às questões 5,6,7,8,9,10, 11 e 12.


PULO DO GATO

21
O grande perigo do jornalista que começa é o de cair na presunção sociológica. É claro que, tratando
da sociedade, o jornalismo é também um pouco de sociologia – mas a sociologia deve ir para o lugar próprio,
os artigos elaborados com mais tempo, os editoriais e tópicos e, bem digerida em fluído, a reportagem.
Jornalismo é a razão e emoção. O texto apenas racional é frio, e só comunica aos que se encontrem
diretamente interessados no assunto. O texto deve saber dosar emoção e razão, e é nesse equilíbrio que
está o chamado “pulo do gato”. Muitos jornalistas acreditam que o adjetivo emociona. Enganam-se. Quanto
mais despida uma frase, mais cortante o seu efeito.
“E amolou o machado, preparou um toco para servir de cepo, chamou o menino, amarrou-lhe as
mãos, fez-lhe um sinal para que ficasse calado, e rachou o seu corpo em sete pedaços. O menino P., de
cinco anos, não era seu filho e F. descobrira isso poucos minutos antes, quando discutia com a mulher.”
Leads como esse são sempre possíveis na reportagem de polícia: não necessitam de adjetivos. As
tragédias, como os cantores famosos, dispensam apresentações.
SANTAYANA, Mauro. Imprensa: Jornalismo e Comunicação. Ano 1. 11: 34. São Paulo. Feeling Editorial, 1988.

Nota: Lead é palavra inglesa, usada no jornalismo para indicar um pequeno texto de apresentação de um texto maior.

Questão 5
a) Qual é o antecedente a que se refere o pronome relativo que na linha 1?________________________

b) Na frase “O grande perigo jornalista que começa é o de cair na presunção sociológica”, o o em destaque
é um pronome demonstrativo. A que elemento do texto ele se refere?____________________________

Questão 6- O autor afirma que “o jornalismo é também um pouco de sociologia”.O uso da palavra também
faz pressupor algum outro significado além do que está explícito no texto?
______________________________________________________________________________
Questão 7- O emprego do conectivo mas - linha 2- manifesta uma relação de contradição entre dois
enunciados. Como se explica essa contradição?
______________________________________________________________________________
Questão 8-Na linha 4, ao dizer que o texto apenas racional é frio, o que pretende dizer o autor com o uso
do vocábulo apenas?
______________________________________________________________________________
Questão 9-Nas linhas 6 e 7, a expressão quanto mais manifesta uma relação proporcional entre dois
termos. Quais são os dois termos dessa relação proporcional?
Questão 10-Na linha 8, a quem se refere o lhe que ocorre em “amarrou-lhe as mãos” e “fez-lhe um sinal”.
______________________________________________________________________________
Questão 11-Na linha, está dito: “e rachou o seu corpo”; na linha 11 afirma-se: “não era seu filho”. A que
termo se refere o pronome possessivo seu em cada caso?
______________________________________________________________________________

Questão 12- Na linha 10, afirma-se: “F. descobriu isso poucos minutos antes...”
a) O pronome isso faz referência a que elemento do texto?_______________________________
b) O advérbio antes reporta a que tempo? ____________________________________________

22
Tipologia textual
Um mesmo texto pode apresentar características da descrição, narração e dissertação. Entretanto, o
texto será enquadrado em um dos três tipos de composição conforme o predomínio da forma e linguagem
utilizadas.

1-O TEXTO DESCRITIVO

A descrição consiste em retratar um objeto em seus pormenores característicos. É tipo de texto no


qual o autor apresenta uma série de detalhes, de pormenores, características sobre um objeto. Nesse
forma de composição, o autor usa demasiadamente a percepção, através dos órgãos dos sentidos (visão,
audição, olfato, paladar e tato).
A descrição é um texto marcado pela estaticidade. O objeto é descrito como se o tempo estivesse
parado, não havendo, com isso, transformações. Em função dessa estaticidade, é possível, na descrição,
alterar a sequência dos fatos sem haver prejuízo ao significado do texto.

O formato da descrição se assemelha a uma ampulheta (objeto com forma de dois vasos cônicos
que se comunicam, nos vértices, por um pequeno orifício) , já que se começa a descrever os aspectos
mais gerais do objeto, passando-se aos mais detalhados e, no final, retomam-se as características mais
superficiais, que foram inicialmente apresentadas.

Estrutura básica do texto descritivo

1a PARTE: Primeira Impressão ou Aspectos Gerais - descrição das características mais perceptíveis e
superficiais do objeto. Começa-se o texto apresentando aquilo que é mais marcante em relação ao que se
descreve.
2a PARTE: Aspectos Específicos - são as características mais aprofundadas, mais detalhadas do objeto.
3a PARTE: Retomada da Primeira Impressão - é a reafirmação, com outras palavras, daquela descrição
superficial feita a respeito do objeto

2- O TEXTO NARRATIVO
A Narração é a apresentação de uma história cujos fatos estão ordenados em uma sequência lógica
e temporal. É um tipo de composição textual marcado, sobretudo, pelas mudanças de estado que ocorrem
entre as partes do texto.
Fazer uma narração consiste, basicamente, em saber contar uma história, a qual pode ser verídica
ou fictícia. Para isso, operam-se alguns componentes necessários à história, que são a temática (o fato em
si), as personagens (planas ou redondas), o espaço (físico ou abstrato), o tempo (cronológico ou
psicológico), o enredo (linear ou alinear), o foco narrativo (narrador-personagem ou narrador-observador)
e a linguagem (objetiva ou subjetiva).

O tempo será um elemento fundamental no texto narrativo, pois é ele quem é responsável pela
presença mais nítida das relações de anterioridade e de posterioridade que há entre os acontecimentos
da história. Com isso, é comum na narração a ocorrência acentuada de adjuntos adverbias de tempo.

Estrutura básica do texto narrativo


a
1 PARTE: Complicação - consiste no relato inicial do que se vai contar, apresentando os seis elementos
participantes da história, que são o fato, o local, o tempo, as personagens, a causa e o modo. Esses
elementos podem ser obtidos a partir de uma fórmula que resume as seis perguntas básicas a que uma
narração deve satisfazer: 3Q + O + P + C.

QUE? (fato)
23
QUEM? (personagens)

QUANDO? (tempo)

ONDE? (local)

POR QUÊ? (causa)

COMO? (modo)

2a PARTE: Enredo - são todas as transformações pelas quais os elementos narrativos passam ao longo da
história.

3a PARTE: Desfecho - é o término da história, o qual pode ser fechado (a história realmente finaliza com a
última linha do texto), ou aberto (a continuidade da história fica por conta da imaginação do leitor.

3-O TEXTO DISSERTATIVO

A dissertação é um discurso lógico que apresenta uma argumentação acerca de um assunto.É um


texto no qual o autor expõe ou argumenta ideias a respeito de um dado qualquer de sua realidade.
No texto dissertativo, o autor pode defender ou refutar uma posição. O que importa é que a sua opinião
seja evidenciada. Isso é indispensável e o mais fundamental de tudo.
Essa opinião a ser tomada por quem produz o texto pode estar no início dele ou reservada ao final da
dissertação. Contudo, em qualquer das hipóteses, não pode faltar.
O autor, se quiser, apresenta fatores positivos e negativos referentes à ideia-núcleo, desde que
manifeste a sua decisão favorável ou não ao assunto discutido ou conceito exposto.
Estrutura básica do texto dissertativo

D
TEMA OU TÓPICO FRASAL + ARGUMENTO 1
I ARGUMENTO 2
S
ARGUMENTO 3
APROFUNDAMENTO DO ARGUMENTO
S 1
APROFUNDAMENTO DO ARGUMENTO
E 2
APROFUNDAMENTO DO ARGUMENTO
R 3
T
REAFIRMAÇÃO DO TEMA

* A quantidade de argumentos pode variar, inclusive, não ser apresentada na introdução, deixando-se
o seu emprego somente para o desenvolvimento.

ASPECTOS FORMAIS E TÉCNICOS DE UMA REDAÇÃO


•• Produza um texto cuja estrutura formal esteja de acordo com o tipo de composição adequado ao assunto:
dissertação, narração ou descrição;
•• É fundamental a fidelidade ao assunto sugerido. Fale apenas sobre o que o comando da redação pede;
•• O texto deve apresentar um título quando solicitado, o qual deve estar no centro da linha, destacado com
uma única sublinha e sem estar separado por uma linha em relação ao texto;
•• Não é necessário atingir o total de linhas, cuja extensão é de 15, no mínimo, e de 30, no máximo;
•• Na dissertação, os parágrafos devem ter tamanhos relativamente proporcionais;
•• Conserve um espaço proporcional também entre as palavras;
24
•• Não utilize forma ou tamanho de letras diferentes;
•• Cuidado com a ortografia. Se não tiver certeza da escrita correta, evite usar uma palavra. Utilize
sinônimos;
•• Não repita palavras ou expressões. Utilize também sinônimos, construções equivalentes ou termos de
coesão;
•• Evite ultrapassar as margens direita e esquerda. Utilize a translineação silábica, se for necessária;
•• Em relação à caligrafia, a única exigência é de que ela seja compreensível;
•• Na medida do possível, não se esqueça da acentuação gráfica das palavras, que, muitas vezes, pode
gerar diferenças de sentido;
•• Se houver no texto neologismos, estrangeirismos, linguagem coloquial ou ênfase a palav ras ou
expressões, destaque-os com aspas;
•• Não é necessário utilizar vocabulário erudito. O importante é expressar claramente o pensamento;
•• Utilize frases breves, sobretudo em dissertação, para a maior clareza do pensamento e maior espaço para
o conteúdo;
•• É necessária uma boa pontuação. Além disso, há três aspectos fundamentais a um texto: clareza,
transposição compreensível do pensamento ao papel; coesão, uso adequado de termos que ligam as
partes do texto entre si; coerência, formulação de frases lógicas;
•• Você pode usar o rascunho e posteriormente passar o texto para o formulário final, sendo assim possível
revisar a redação antes de sua versão definitiva;
•• Lembre-se de que fazer uma redação não implica sempre a criação de ideias. Significa simplesmente
transpor o que você já sabe sobre um assunto de modo organizado à escrita. Confie em sua capacidade
de produzir um texto em sua língua;
•• As duas palavras que melhor definem uma redação são espontaneidade e criatividade;
•• Os textos motivadores sempre terão em comum o mesmo assunto. Apesar de eles servirem de subsídio
para montar o seu texto, é preferível não "colar" as ideias deles, uma vez que isso demonstraria falta de
criatividade do candidato. Portanto não fuja do assunto e monte suas próprias ideias;
•• A expressão em prosa indica que você fará um texto que tem parágrafos, períodos e frases. Não faça
jamais texto em verso, posto que a sua redação seria invalidada por isso.

ASSUNTO, TEMA E TÍTULO


Assunto é o fato concreto da realidade ou dado fictício sobre o qual se falará no texto. É apresentado
durante o comando de um exercício ou prova de Redação.
Tema ou ideia-núcleo ou tópico-frasal consiste em uma frase verbal introdutória que delimita o
assunto a ser dissertado. O tema é peculiar aos textos dissertativos.
Título é o nome escolhido ao texto que se fez. Qualquer que seja o texto deve apresentar um título. O
conveniente é escolher o título depois de o texto estar terminado.

FIXAÇÃO

1-Preencha os parênteses com os números correspondentes; em seguida, assinale a alternativa que


indica a correspondência correta.

1. Narrar
2. Argumentar
3. Expor
4. Descrever
5. Prescrever

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( ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos e indicações de como realizar ações,
com emprego abundante de verbos no modo imperativo.

( ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias sobre determinado assunto, assim como
explicações, avaliações e reflexões. Faz-se uso de linguagem clara, objetiva e impessoal.

( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou não, acontecido num determinado espaço
e tempo, envolvendo personagens e ações. A temporalidade é fator importante nesse tipo de texto.

( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou subjetiva, um lugar, uma pessoa, um
objeto etc., com abundância do uso de adjetivos. Não há relação de temporalidade.

( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e exposição de ideias, cuja preocupação é a


defesa de um ponto de vista. Sua estrutura básica é: apresentação de ideia principal, argumentos e
conclusão.

a) 3, 5, 1, 2, 4

b) 5, 3, 1, 4, 2

c) 4, 2, 3, 1, 5

d) 5, 3, 4, 1, 2

e) 2, 3, 1, 4, 5

Texto para responder à questão 2.

Internet e a importância da imprensa


Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes
sociais empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet:
o empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande rede.
É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de
expressão, escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica está
virtualmente acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as
relações sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, notícias antes
censuradas são agora publicadas na rede, etc. Há um novo cenário democrático mais aberto, mais
participativo, mais livre.
E o que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem
provocado um novo fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e conversar) com
pessoas que pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim,
por mais minoritária que seja a minha posição.
O risco está em que é muito fácil aderir ao seu clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir se
encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que
desemboca no fanatismo e no extremismo.
Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem
enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um
instrumento de pressão, o que é legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se
configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim...A internet, como espaço de liberdade, não
garante por si só a criação de consensos nem o estabelecimento de uma base comum para o debate.
Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse fenômeno
dos novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o que se
pública, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos poderiam ver como

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uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um espaço de discussão num contexto de civilidade
democrática, no qual o outro lado também é ouvido.
A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que
configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um
determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais
de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede.
Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a todos.
No entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse
simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma ponderação
serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte.
O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso,
todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo
contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, de
outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um monopólio.
(CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.)

2-Pelas características da organização do discurso, a respeito do texto pode-se afirmar que se trata de uma:
a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com intenção de
informar ou esclarecer.
b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens,
numa relação temporal de anterioridade e posterioridade.
c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa
progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão.
d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso expressivo
de adjetivos.
e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem simples e objetiva, com
verbos no modo imperativo.

3-Analise os fragmentos a seguir e assinale a alternativa que indique as tipologias textuais às quais eles
pertencem :

a)Texto I

“Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o
passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda
úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se
não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de
branco, sugeriu que devia sofrer de ataque (...)”. (Dalton Trevisan – Uma vela para Dario).

_______________________________________________

b)Texto II

“Era um homem alto, robusto, muito forte, que caminhava lentamente, como se precisasse fazer esforço
para movimentar seu corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma cara de menino, que a expressão
alegre acentuava ainda mais.”

______________________________________

c)Texto III

Novas tecnologias

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Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, principalmente aquelas
ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já chegou”, “maravilhas
tecnológicas” e “conexão total com o mundo” “fetichizam”novos produtos, transformando-os em objetos do
desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro”
tão festejado.
Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou de um aparelho
capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de dúvida. Entretanto,
desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência mútua com os veículos de comunicação, que se
estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de
entretenimento.
Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por
espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual tanto controlamos
quanto somos controlados.
SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 1 mar. 2013 (adaptado).

________________________________________
4-São características do gênero narrativo:
a) No gênero narrativo, há sempre um eu que se expressa, elemento que é responsável pelo subjetivismo
atribuído a esse tipo de composição.
b) O gênero narrativo é marcado pela afetividade e pela emotividade do clima lírico, sempre relacionado
com o íntimo e a introspecção.
c) O gênero narrativo apresenta um enredo, no qual existe uma situação inicial, a modificação da situação
inicial, um conflito, o clímax e o epílogo. Os elementos que compõem o gênero narrativo são narrador,
tempo, lugar, enredo ou situação e as personagens.
d) O gênero narrativo faz referência à narrativa feita em forma de versos, contando histórias e fatos
grandiosos e heroicos sobre a história de um povo. O narrador fala do passado, o que justifica os verbos
sempre empregados no tempo pretérito.

O trecho abaixo foi extraído da obra Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.
Analise-o para responder à questão 5.

BOTAFOGO ETC.

Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol. Losangos
tênues de ouro bandeira nacionalizavam os verdes montes interiores. No outro lado azul da baía a Serra
dos Órgãos serrava. Barcos. E o passado voltava na brisa de baforadas gostosas. Rolah ia vinha derrapava
em túneis.
Copacabana era um veludo arrepiado na luminosa noite varada pelas frestas da cidade.

5-Didaticamente, costuma-se dizer que, em relação à sua organização, os textos podem ser compostos de
descrição, narração e dissertação; no entanto, é difícil encontrar um trecho que seja só descritivo, apenas
narrativo, somente dissertativo. Levando-se em conta tal afirmação, selecione uma das alternativas abaixo
para classificar o texto de Oswald de Andrade:
a) Narrativo-descritivo, com predominância do descritivo.
b) Dissertativo-descritivo, com predominância do dissertativo.
c) Descritivo-narrativo, com predominância do narrativo.
d) Descritivo-dissertativo, com predominância do dissertativo.
e) Narrativo-dissertativo, com predominância do narrativo.
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6-Sobre um texto do tipo descritivo, é correto afirmar:
a) Sua principal característica é narrar um fato fictício ou não, com tempo e espaço bem definidos e
personagens que executam as ações que movimentam o enredo.
b) Sua principal característica é explicar um assunto e discorrer sobre ele. Tem como intenção expor um
argumento e defendê-lo.
c) Sua principal característica é completar os elementos da narrativa com a caracterização de personagem
e de ambiente para transmitir ao leitor dados significativos sobre as personagens.
d) Sua principal característica é indicar como realizar uma ação, com linguagem simples e objetiva e
predomínio do modo imperativo.
e) Sua principal característica é fazer uma defesa de ideias ou de um ponto de vista do autor do texto. A
linguagem é predominantemente persuasiva e denotativa.

Leia o fragmento do conto “A causa secreta”, de Machado de Assis para responder à questão 7.
“Garcia estava atônito. Olhou para ele, viu-o sentar-se tranquilamente, estirar as pernas, meter as mãos nas
algibeiras das calças, e fitar os olhos no ferido. Os olhos eram claros, cor de chumbo, moviam-se devagar,
e tinham a expressão dura, seca e fria. Cara magra e pálida; uma tira estreita de barba, por baixo do queixo,
e de uma têmpora a outra, curta, ruiva e rara. Teria quarenta anos. De quando em quando, voltava-se para
o estudante, e perguntava alguma coisa acerca do ferido; mas tornava logo a olhar para ele, enquanto o
rapaz lhe dava a resposta. A sensação que o estudante recebia era de repulsa ao mesmo tempo que de
curiosidade; não podia negar que estava assistindo a um ato de rara dedicação, e se era desinteressado
como parecia, não havia mais que aceitar o coração humano como um poço de mistérios”.
(MACHADO DE ASSIS. A causa secreta. In: Machado de Assis – obra completa. v.2. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 513.)

7-A partir da análise do trecho do conto, podemos dizer que o texto classifica-se como
a) Um texto de relato, pois transmite os fatos acontecidos com foco no acontecimento;
b) Um texto narrativo, seu material é o fato e a ação que envolve os personagens;
c) Um texto dissertativo, cuja principal intenção é a exposição de opiniões com a intenção de persuadir o
leitor;
d) Um texto narrativo-descritivo, pois é predominantemente narrativo com passagens descritivas;

8)Sobre o texto dissertativo, é correto afirmar que:

a) Trata-se de um tipo de texto que descreve com palavras o que se viu e se observou. Tipo textual
desprovido de ação, em que o ser, o objeto ou o ambiente são mais importantes. Valorização do
substantivo e do adjetivo, que ocupam lugar de destaque na frase.

b) Tem como principal objetivo contar uma história, seja ela real ou fictícia e até mesmo mesclando dados
reais e imaginários. Apresenta uma evolução de acontecimentos, ainda que sem linearidade ou relação
com o tempo real.
c) Tipo de redação escrita em prosa sobre determinado tema, sobre o qual deverão ser apresentados
argumentos, provas e exemplos a fim de que se chegue a uma conclusão para os fatos abordados.

d) Tipo de texto que indica para o leitor os procedimentos a serem realizados. Nesse tipo de texto, as
frases, geralmente, estão no modo imperativo.

Texto para responder à questão 9

É comum, no Brasil, a prática de tortura contra presos. A tortura é imoral e constitui crime.
Embora não exista ainda na leis penais a definição do 'crime de tortura', torturar um preso ou detido
é abuso de autoridade somado à agressão e lesões corporais, podendo qualificar-se como homicídio,
quando a vítima da tortura vem a morrer. Como tem sido denunciado com grande frequência, policiais
incompetentes, incapazes de realizar uma investigação séria, usam a tortura para obrigar o preso a

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confessar um crime. Além de ser um procedimento covarde, que ofende a dignidade humana, essa prática
é legalmente condenada.
A confissão obtida mediante tortura não tem valor legal e o torturador comete crime, ficando sujeito
a severas punições."
(Dalmo de Abreu Dallan)

9-Pode-se afirmar que esse trecho é uma dissertação:


a) que apresenta, em todos os períodos, personagens individualizadas, movimentando-se num espaço e
num tempo terríveis, denunciados pelo narrador, bem como a predominância de orações
subordinadas, que expressam sequência dos acontecimentos;
b) que apresenta, em todos os períodos, substantivos abstratos, que representam as ideias discutidas, bem
como a predominância de orações subordinadas, que expressam o encadeamento lógico da denúncia;
c) que apresenta uma organização temporal em função do pretérito, jogando os acontecimentos
denunciados para longe do momento em que fala, bem como a predominância de orações subordinadas,
que expressam o prolongamento da ideias repudiadas;
d) que consegue fazer uma denúncia contundente, usando, entre outros recursos, a ênfase, por meio da
repetição de um substantivo abstrato em todos os períodos, bem como a predominância de orações
coordenadas sindéticas, que expressam o prolongamento das ideias repudiadas;
e) que consegue construir um protesto persuasivo com uma linguagem conotativa, construída sobre
metáforas e metonímias esparsas, bem como com a predominância de orações subordinadas, próprias de
uma linguagem formal, natural para esse contexto.

Texto para responder à questão 10

Não somos tão especiais


Todas as características tidas como exclusivas dos humanos são compartilhadas por outros animais,
ainda que em menor grau.
INTELIGÊNCIA-A ideia de que somos os únicos animais racionais tem sido destruída desde os anos
40. A maioria das aves e mamíferos tem algum tipo de raciocínio.
AMOR-O amor, tido como o mais elevado dos sentimentos, é parecido em várias espécies, como os
corvos, que também criam laços duradouros, se preocupam com o ente querido e ficam de luto depois de
sua morte.
CONSCIÊNCIA-Chimpanzés se reconhecem no espelho. Orangotangos observam e enganam
humanos distraídos. Sinais de que sabem quem são e se distinguem dos outros. Ou seja, são conscientes.
CULTURA-O primatologista Frans de Waal juntou vários exemplos de cetáceos e primatas que são
capazes de aprender novos hábitos e de transmiti-los para as gerações seguintes. O que é cultura se não
isso?
BURGIERMAN, D. Superinteressante, n.º 190, jul. 2003 .

10-O título do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta supremacia dos humanos em relação aos
outros animais. As estratégias argumentativas utilizadas para sustentar esse ponto de vista são:
a) definição e hierarquia.
b) exemplificação e comparação.
c) causa e consequência.
d) finalidade e meios.
e) autoridade e modelo.

As estruturas e várias possibilidades de leitura de um texto

O texto admite três planos distintos na sua estrutura:

1) Uma estrutura superficial, onde afloram os significados mais concretos e diversificados. É nesse nível
que se instalam no texto o narrador, os personagens, os cenários, o tempo e as ações concretas;

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2) Uma estrutura intermediária, onde se definem basicamente os valores com que os diferentes sujeitos
entram em acordo ou desacordo;
3) Uma estrutura profunda, onde ocorrem os significados mais abstratos e mais simples. É nesse nível que
se podem postular dois significados abstratos que se opõem entre si e garantem a unidade do texto inteiro

São muitas e variadas as classificações de leitura, porém, nos deteremos em dois tipos: a leitura
interpretativa e a leitura crítica.
Leitura interpretativa- A leitura interpretativa procura obter uma visão geral do texto. O leitor realiza uma
leitura dos títulos, subtítulos e parágrafos, buscando encontrar a essência do que está lendo.
Nesse tipo de leitura, estão envolvidas: a compreensão, capacidade de entendimento literal da
mensagem; análise, capacidade de verificar as partes constitutivas do texto; síntese, capacidade de
apreender as ideias essenciais do texto; avaliação, capacidade de emissão de um juízo valorativo e
aplicação, capacidade de projeção de novas ideias e obtenção de novos resultados. (MEDEIROS, 2011).

Leitura crítica- A leitura crítica exige do leitor um conhecimento prévio do assunto, exige reflexão e
entendimento de significados. O leitor crítico deve perceber a consistência das ideias apresentadas, a
coerência e a harmonia do texto, para isso, deve (MEDEIROS, 2011):

• separar ideias principais das secundárias;


• relacionar ideias paralelas e ideias opostas;
• reconhecer as orações coordenadas e subordinadas que constituem um texto;
• ordenar a sequência de ideias;
• analisar os nexos lógico

Níveis de leitura de um texto

Ler é uma atividade complexa que exige do indivíduo a capacidade de interpretar os códigos, símbolos,
gráficos, imagens, ou seja, analisar o material lido, a fim de compará-lo e incorporá-lo à sua bagagem
pessoal.
Ao entrar em contato com um texto, de uma maneira geral, a leitura passa por diferentes níveis até
que ocorra o aproveitamento do que está sendo lido.
De acordo com Platão e Fiorin (2002, p.37), os três níveis que compõem a estrutura do texto são:
- nível mais superficial: estrutura discursiva;
- nível intermediário: estrutura narrativa;
- nível mais profundo: estrutura profunda.
Em cada um dos níveis, podemos estruturar o que foi lido em planos que vão do concreto ao
abstrato. Dessa maneira temos:
- primeiro nível – nível concreto
- segundo nível – nível concreto para o abstrato
- terceiro nível – nível mais abstrato
No entanto, é preciso destacar que o significado de um nível de leitura não é autônomo, mas se
relaciona com os outros níveis, a partir de uma combinação geradora de sentido e não da simples soma de
suas partes.
31
Muitas vezes, ao ler um texto, num primeiro momento temos a impressão de que os elementos
identificados no primeiro nível, mais concreto, estão dispersos e caóticos, porém, é na estrutura profunda
do texto que identificamos a unidade fundamental que dá sentido ao aparente caos.
Para alcançar a estrutura profunda de um texto, o nível mais abstrato, é preciso agrupar os sentidos
e significados que têm algo em comum. A partir do agrupamento e confronto da oposição semântica que vai
sendo identificada ao longo do texto, conseguimos chegar à sua estrutura profunda que é marcada pelo
encadeamento da negação de um termo e afirmação de outro.
Um texto organiza-se em torno de oposições de sentido. Para identificar a oposição ou oposições
presentes em um texto, devemos listar os elementos que nele estão em oposição, encontrar um
denominador semântico comum para eles e perceber como esses elementos estão encadeados em um
texto. A oposição regula os sentidos superficiais e explica como se encadeiam os seus significados que dão
sentido ao todo que é o texto.
Para exemplificar cada um dos níveis de leitura, vamos analisar um anúncio publicitário.

Depois de ler o anúncio apresentado, podemos depreender os seguintes significados:

Primeiro nível de leitura – nível mais superficial

• identificamos uma parte verbal e outra não-verbal;


• na parte não-verbal há a imagem de um homem com nariz de porco segurando o volante de um automóvel;
• na parte verbal temos três períodos. Um dos períodos apresenta letras bem maiores do que os outros dois;
• no canto inferior direito aparece o logotipo e o nome da empresa responsável pela campanha veiculada no
anúncio.

Segundo nível de leitura – nível intermediário

• a fisionomia do homem traduz a partir da imagem o que está escrito no primeiro período da parte verbal,
reforçando a ideia de que tem gente virando porco;
• a expressão “virar bicho”, que aparece no terceiro período, foi utilizada com o sentido de não refletir sobre
as ações e cometer atitudes inadequadas como a de jogar lixo pela janela do automóvel.

Terceiro nível de leitura – nível mais profundo

• a propaganda constitui-se de uma oposição: o racional versus o irracional;


• o homem é dotado de racionalidade, porém, quando joga lixo nas estradas torna-se um animal irracional.
• nega a irracionalidade e afirma a racionalidade.
• a propaganda apresenta a mensagem de que as pessoas que dirigem automóveis (motoristas) não devem
jogar lixo nas estradas.

32
Fixação

Texto para responder às questões 1,2 e 3

O GALO QUE LOGROU A RAPOSA

Um velho galo matreiro, percebendo a aproximação da raposa, empoleirou-se numa árvore. A


raposa, desapontada, murmurou consigo: “Deixe estar, seu malandro, que já te curo!...” E em voz alta:
― Amigo, venho contar uma grande novidade: acabou-se a guerra entre os animais. Lobo e cordeiro,
gavião e pinto, onça e veado, raposa e galinhas, todos os bichos andam agora aos beijos, como namorados.
Desça desse poleiro e venha receber o meu abraço de paz e amor
― Muito bem! ― exclama o galo. Não imagina como tal notícia me alegra! Que beleza vai ficar o
mundo, limpo de guerras, crueldades e traições! Vou já descer para abraçar a amiga raposa, mas... Como
lá vêm vindo três cachorros, acho bom esperá-los, para que também eles tomem parte na confraternização.
Ao ouvir falar em cachorro, Dona Raposa não quis saber de histórias, e tratou de pôr-se ao fresco,
dizendo:
― Infelizmente, amigo Co-ri-có-có, tenho pressa e não posso esperar pelos amigos cães. Fica para
outra vez a festa, sim? Até logo.E rapou-se.
Contra esperteza, esperteza e meia.

(LOBATO, Monteiro, Fábulas, 19. ed. São Paulo. Brasiliense, s. d. p. 47)

1-Indique quatro informações observadas no texto a partir da leitura em primeiro nível.


_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

2-Indique três informações observadas no texto a partir do segundo nível de leitura

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

3-Indique quatro informações observadas no texto a partir do terceiro nível de leitura

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
Leia os textos I e II para responder às questões 4, 5 e 6.

Texto I

Cinquenta camundongos, alguns dos quais clones de clones, derrubaram os obstáculos técnicos à
clonagem. Eles foram produzidos por dois cientistas da Universidade do Havaí num estudo considerado
revolucionário pela revista britânica "Nature", uma das mais importantes do mundo. (...) A notícia de que
cientistas da Universidade do Havaí desenvolveram uma técnica eficiente de clonagem fez muitos
pesquisadores temerem o uso do método para clonar seres humanos.
O Globo. Caderno Ciências e Vida. 23 jul. 1998, p. 36.

Texto II

33
Cientistas dos EUA anunciaram a clonagem de 50 ratos a partir de células de animais adultos, inclusive de
alguns já clonados. Seriam os primeiros clones de clones, segundo estudos publicados na edição de hoje
da revista "Nature". A técnica empregada na pesquisa teria um aproveitamento de embriões — da fertilização
ao nascimento — três vezes maior que a técnica utilizada por pesquisadores britânicos para gerar a ovelha
Dolly.
Folha de S.Paulo. 1º caderno - Mundo. 03 jul. 1998, p. 16.

4-Qual é o tema do texto I?

_____________________________________________________________________________________

5-Qual é o tema do texto II?

_____________________________________________________________________________________

6-Os dois textos tratam do mesmo tema. Qual aspecto desse tema é tratado apenas no texto I?

a) A divulgação da clonagem de 50 ratos.

b) A referência à eficácia da nova técnica de clonagem.

c) O temor de que seres humanos sejam clonados.

d) A informação acerca dos pesquisadores envolvidos no experimento

Texto para responder às questões 7, 8 e 9

Durante dezenas de milhares de anos, as sociedades baseadas na caça e pesca dependeram do


mundo natural ao seu redor para obter alimentos. Hoje em dia, alguns povos indígenas ainda vivem dessa
forma e consomem elementos da vida selvagem de uma maneira sustentável. Seria uma idiotice da parte
deles destruírem as florestas e as planícies que lhes proporcionam víveres.

Mas, ironicamente, na nossa sociedade “avançada”, fazemos exatamente isso. No mar, cada vez
mais são empregadas técnicas de pesca indiscriminadas, negligentes e completamente insustentáveis.
Essas técnicas destroem os habitats que produzem e reabastecem os recursos. A pesca comercial tem
causado danos significativos a ecossistemas marítimos em grande parte desconhecidos, exaurido inúmeras
espécies de peixes, pássaros e mamíferos marinhos e condenado muitas outras à extinção.

Com o esgotamento de reservas pesqueiras costeiras no mundo inteiro, como a pesca do bacalhau
no nordeste dos Estados Unidos, a indústria da pesca se transferiu para os altos-mares – os 64% do oceano
que se estendem além das jurisdições nacionais. Imensas redes de arrasto presas a traineiras indicam a
escala colossal do ataque e o dano infligido. Redes instaladas em maciços roletes são arrastadas através
do leito do mar, varrendo tudo em seu percurso, deixando um deserto submarino estéril e desolado.

Um relatório da ONU, divulgado há pouco, analisa medidas para proteger os altos-mares e observa
que o uso de redes de arrasto é de particular preocupação, por danificar ecossistemas vulneráveis. Na
preservação, muitas vezes a ação só vem depois que ocorreu a destruição.

Nesse caso, a ONU está numa posição privilegiada para atuar antes que danos irreparáveis sejam
feitos. Com essa decisão, podemos prevenir a extinção de incontáveis espécies e ecossistemas que
somente agora começam a ser descobertos e que ainda não são compreendidos.
Fonte: Agente de Protocolo e Tramitação- TCU –PB/2006 – FCC

7-A afirmativa correta, de acordo com o texto, é:

34
a) Nos Estados Unidos a pesca transferiu-se para o alto-mar para evitar a destruição das reservas costeiras,
como a do bacalhau, no mundo todo.

b) Hábitos de consumo de alguns povos indígenas levaram à destruição de florestas que lhes of ereceriam
alimentos, comprometendo sua sobrevivência.

c) A única maneira de preservar as reservas pesqueiras em todo o mundo é interrompendo as atividades de


pesca, mesmo as que se desenvolvem de modo sustentável.

d) A ONU mostra-se preocupada com a preservação do ecossistema marinho atualmente em risco devido a
práticas como o uso de redes de arrasto no fundo do mar.

e) A pesca comercial, atualmente, tem-se desenvolvido de forma a preservar o ecossistema marinho, apesar
de retirar dele grande quantidade de recursos naturais.

8-Mas, ironicamente, na nossa sociedade “avançada”, fazemos exatamente isso (início do 2º parágrafo).
De acordo com o texto, o segmento grifado acima significa, em outras palavras:

a) Estamos destruindo os recursos naturais que nos proporcionam alimentos.

b) Dependemos do mundo natural para sobreviver, pois nele encontramos alimento;

c) Ficamos mais preocupados com os possíveis danos causados ao ambiente marinho.

d) Desenvolvemos técnicas mais seguras de exploração sustentável do meio ambiente.

e) Vivemos hoje em dia como os povos indígenas, que conservam elementos da vida selvagem.

9-O uso das aspas na palavra “avançada” (início do 2º parágrafo).

a) Indica utilização de palavras de origem estrangeira no contexto.

b) Aponta emprego de gíria no contexto redigido em norma culta.

c) Assinala reprodução fiel de uma opinião alheia ao contexto.

d) Reforça o sentido próprio da palavra, referente ao mundo moderno.

e) Assinala no contexto o sentido irônico atribuído a ela.

10-A frase inteiramente clara e correta é:

a) Com espécies que ainda não está bem conhecida, é o extermínio feito em seu ecossistema pelas redes
de arrasto da pesca comercial no mar profundo.

b) Provoca-se muitos danos no ecossistema do mar profundo, pelas espécies que não se conhece bem
ainda, feito com redes de arrasto usadas na pesca comercial.

c) As redes de arrasto que se utiliza na pesca comercial do mar profundo, acaba com espécies que ainda
nem bem se conhecem, causando danos.

d) A pesca comercial, feita com imensas redes de arrasto, provoca danos colossais ao ecossistema do mar
profundo, exterminando espécies ainda nem bem conhecidas.

e) Com o extermínio das espécies do mar profundo, que ainda não está bem conhecida, temos a pesca
comercial que são feitas com redes de arrasto.

35
Particularidades da língua

Classificação Regra Terminação Observação


Monossílabos Graficamente, acentuam-se todos -a(s): chá, pá... No entanto, os monossílabos:
tônicos os monossílabos terminados em -e(s): pé, ré,... tu, noz, vez, par, quis, etc.,
-o(s): dó, nó... não são acentuados
. Os monossílabos tônicos formados -éis- réis
por ditongos abertos recebem o -éu-véu
acento: -ói- dói

No caso dos verbos monossilábicos Ele vê – Diferentemente ocorre com os


terminados em “-ê”, tem-se que a Eles veem verbos monossilábicos
terceira pessoa do plural termina Ele crê – terminados em “-em”, haja
em “-eem”, forma verbal que antes Eles creem vista que a terceira pessoa
era acentuada, agora não leva Ele lê – termina em “-êm”,
acento Eles leem permanecendo acentuada.
Ele tem – Eles têm
Ela vem – Elas vêm
Oxítonas -Acentuam-se todas as oxítonas Cajá
terminadas em “a”, “e”, “o” e “em”, Até
seguidas ou não de “s”. jiló armazém
parabéns
-São acentuadas as palavras
oxítonas terminadas em;–éu, -ói e chapéu , herói
éis: - fiéis.
Paroxítonas: Acentuam-se todos os vocábulos
terminados em: Afável...
-l: Caráter...
-r: hífen,próton... -Quando grafadas no plural,
-n: látex, tórax... não recebem acento: polens,
-x: fórceps... ímã, hifens...
-p órfãs...
-ã(s) sótão(s),
-ão(s) bênção(s)...
-um(s) fórum, álbum...
-on(s) elétron,
-i(s) próton...
-u(s): táxi, júri...
-ei(s): Vênus, ônus...
-ditongo oral (crescente ou pônei, jóquei. -As palavras paroxítonas cuja
decrescente), seguido ou não de história, série, sílaba tônica for constituída
“s”: água, ditongos:–ei e –oi, não são
mágoa.... mais acentuadas: heroico,
ideia, jiboia, asteroide..

Proparoxítona Toda proparoxítona é acentuada: pétala, médico,


triângulo...
Hiato São acentuados o “i” e “u” tônico - Não serão acentuados o “i” e
dos hiatos quando estiver; “u” tônicos quando suceder

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-sozinho Piauí – Itaú um ditongo. Ex. feiura,
-seguido de s Luís... boiuna...
- Não serão acentuados o “i” e
“u” tônicos dos hiatos se
estiver acompanhados de
letras diferente de “s”. Ex:
Raul, Luiz..
- Não serão acentuados o “i” e
“u” tônicos quando anteceder
nh. Ex. rainha, bainha...

Emprego do acento indicativo de crase

CRASE: é uma palavra de origem grega e significa "mistura", "fusão". Nos estudos de Língua
Portuguesa, é o nome dado à fusão ou contração de duas letras "a" em uma só. A crase é indicada pelo
acento grave (`) sobre o "a". Crase, portanto, NÃO é o nome do acento, mas do fenômeno (junção a +
a) representado através do acento grave.
A crase pode ser a fusão da preposição a com:
1) o artigo feminino definido a (ou as): Fomos à cidade e assistimos às festas.
2) o pronome demonstrativo a (ou as): Irei à (loja) do centro.
3) os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Refiro-me àquele fato.
4) o a dos pronomes relativos a qual e as quais: Há cidades brasileiras às quais não é
possível enviar correspondência.
Observe que a ocorrência da crase depende da verificação da existência de duas
vogais "a" (preposição + artigo ou preposição + pronome) no contexto sintático.

Regras Práticas
1 - Substitua a palavra feminina por uma masculina, de mesma natureza. Se aparecer a combinação ao,
é certo que OCORRERÁ crase antes do termo feminino:
Amanhã iremos ao colégio / à escola.
Prefiro o futebol ao voleibol / à natação.
Resolvi o problema / a questão.
Vou ao campo / à praia.
Eles foram ao parque / à praça.
2 - Substitua o termo regente da preposição a por outro que exija uma preposição diferente
(de, em, por). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem as
formas da(s), na(s) ou pela(s), não haverá crase:
Refiro-me a você. (sem crase) - Gosto de você / Penso em você / Apaixonei-me por você.
Refiro-me à menina. (com crase) - Gosto da menina / Penso na menina / Apaixonei-me pela
menina.
Começou a gritar. (sem crase) - Gosta de gritar / Insiste em gritar / Optou por gritar.
3 - Substitua verbos que transmitem a ideia de movimento (ir, voltar, vir, chegar etc.) pelo verbo voltar.
Ocorrendo a preposição "de", NÃO haverá crase. E se ocorrer a preposição "da", HAVERÁ crase:
Vou a Roma. / Voltei de Roma.
Vou à Roma dos Césares. / Voltei da Roma dos Césares.

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Voltarei a Paris e à Suíça. / Voltarei de Paris e da Suíça.
Ocorrendo a preposição "de", NÃO haverá crase. E se ocorrer a preposição "da", HAVERÁ
crase:
Vou a Brasília. / Voltei de Brasília.
Vou à Brasília de Juscelino. / Voltei da Brasília de Juscelino .
Voltarei a Paris e à Suíça. / Voltarei de Paris e da Suíça.
4 - A crase deve ser usada no caso de locuções, ou seja, reunião de palavras que equivalem a uma só
ideia. Se a locução começar por preposição e se o núcleo da locução for palavra feminina, então haverá
crase:
Gente à toa.
Vire à direita.
Tudo às claras.
Hoje à noite.
Navio à deriva.
Tudo às avessas.
No caso da locução "à moda de", a expressão "moda de" pode vir subentendida, deixando
apenas o "à" expresso, como nos exemplos que seguem:
Sapatos à Luiz XV.
Relógios à Santos Dummont.
Filé à milanesa.
Churrasco à gaúcha.
No caso de locuções relativas a horários, somente no caso de horas definidas e especificadas ocorrerá
a crase:
À meia-noite.
À uma hora.
À duas horas.
Às três e quarenta
.
Casos Especiais e Dicas
1 - Nome próprio geográfico
Em se tratando de nomes de lugar (cidade, estado, país, continente, planeta), o fenômeno da crase
acontece quando a palavra admite artigo "a".
Nestes casos, (nomes próprios geográficos), substitui-se o verbo da frase pelo verbo "voltar" e caso
resulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase. Observe os 2 (dois) exemplos abaixo:
I. Nestas férias, viajaremos à (preposição + artigo) Grécia.
II. Nestas férias, viajaremos a (artigo) Roma.
Façamos a reescrita da frase com a substituição do verbo "viajar" pelo verbo "voltar", conforme
proposto:
I. Voltamos DA Grécia há duas semanas.
II. Voltamos DE Roma há duas semanas.
Façamos a reescrita da frase com a substituição do verbo "viajar" pelo verbo "voltar", conforme
proposto:
I. Voltamos DA Grécia há duas semanas.
II. Voltamos DE Roma há duas semanas.
Atenção:
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A crase estará confirmada nas situações em que o nome geográfico apresentar-se modificado por um
adjunto adnominal. Veja o exemplo abaixo:
Nestas férias, viajaremos à (preposição + artigo) Roma histórica.
Dizemos: "Voltamos DE Roma" e "Voltamos DA Roma histórica".
2. Nomes de mulher

Para usar (ou não) crase com nome de mulher, temos que considerar três situações:

a) Quando chamamos a pessoa (mulher) pelo "primeiro nome" o uso da crase é facultativo, com adiante
se demonstra:

Exemplo 1-Contei a Magali o que falei a Ana. ou Contei à Magali o que falei à Ana.
b) Antes de nomes de mulheres consideradas célebres, por não admitir artigo, NÃO admite crase. Veja
exemplos: O filme faz referência a Joana D’Arc. ( Retratou a Joana D’Arc como santa...)
c) Pessoa não-especificada - Admite artigo facultativamente; por isso, o uso da crase também é
facultativo.
3. Números Cardinais
Antes de números cardinais NÃO se utiliza crase.
Exemplo: Vou embora daqui a quinze minutos.
4. Antes de pronomes possessivos
O uso da crase é facultativo. Neste caso, o melhor é aplicar a regra geral de substituir
o "feminino" pelo "masculino". Ao substituir um pronome possessivo feminino por um pronome
possessivo masculino encontramos a resposta quanto a ocorrência ou não de crase. Veja a frase:
Dei férias a / à minha equipe.
Primeiramente vamos substituir o substantivo feminino equipe por um substantivo masculino
equivalente.
Dei férias a meu grupo OU Dei férias ao meu grupo.
Segue daí que: se no masculino, posso dizer a ou ao, então a crase é facultativa no
feminino.

Portanto, estão corretas as seguintes frases:

Dei férias a minha equipe.


Dei férias à minha equipe.

Colocação Pronominal
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as,
lhes) em relação ao verbo.
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições:
1-antes do verbo (próclise)
2- no meio do verbo (mesóclise)
3-depois do verbo (ênclise).
Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia.
Próclise
Usamos a próclise nos seguintes casos:
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1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo algum.
- Nada me perturba. - Ninguém se mexeu. - De modo algum me afastarei daqui. - Ela nem se importou
com meus problemas.
2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo, que. - Quando
se trata de comida, ele é um “expert”. - É necessário que a deixe na escola. - Fazia a lista de convidados,
conforme me lembrava dos amigos sinceros
3) Advérbios - Aqui se tem paz. - Sempre me dediquei aos estudos. - Talvez o veja na escola.
OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de atrair o pronome. - Aqui,
trabalha-se.
4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos. - Alguém me ligou? (indefinido) - A pessoa
que me ligou era minha amiga. (relativo) - Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
5) Em frases interrogativas. - Quanto me cobrará pela tradução?
6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo). - Deus o abençoe! - Macacos me
mordam! - Deus te abençoe, meu filho!
7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM. - Em se plantando tudo dá. - Em se
tratando de beleza, ele é campeão.
8) Com formas verbais proparoxítonas - Nós o censurávamos.

Mesóclise
Usada quando o verbo estiver;
1- no futuro do presente (vai acontecer – amarei, amarás, ...)
2- no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – amaria, amarias, ...) - Convidar-me-
ão para a festa. - Convidar-me-iam para a festa.
3- Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória. –
Ex.Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.

ÊNCLISE

A ênclise ocorre :
1- verbo no infinitivo.
- Entregar-lhe
- Não posso recebê-lo.

2- Com o verbo no início da frase:


Entregaram-me as camisas.
3-Com o verbo no imperativo afirmativo:
Alunos, comportem-se.
4-Com o verbo no gerúndio:
Saiu deixando-nos por instantes.
5-Com o verbo no infinitivo impessoal:
Convém contar-lhe tudo.

OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa, ocorrerá a próclise:


- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.
- Saiu do escritório, não nos revelando os motivos.
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS
Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio ou particípio.
1- AUX + PARTICÍPIO- o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar.
a) Se houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar.
Ex. Havia-lhe contado a verdade.
Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.
2)AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO- se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois
do verbo auxiliar ou do verbo principal.
a) Infinitivo
Ex. Quero-lhe dizer o que aconteceu.
Quero dizer-lhe o que aconteceu.
b)Gerúndio
Ex.Ia-lhe dizendo o que aconteceu.
Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
OBS:Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar ou depois do verbo
principal.

a)Infinitivo
Ex. Não lhe quero dizer o que aconteceu
Não quero dizer-lhe o que aconteceu.
b)Gerúndio
Ex. Não lhe ia dizendo a verdade
Não ia dizendo-lhe a verdade.

Emprego de Algumas Palavras e Expressões

I-Emprego de porque, porquê, por que e por quê.

1-Porque - É uma conjunção:


a)explicativa (equivale a pois).
A moça chorou, porque o namorado foi embora (pois)
b) causal- quando indica causa (equivale a já que),
A moça chorou porque os olhos estão vermelhos (já que) c)
final quando indica finalidade ( equivale a para que)
Fiz-lhe sinal porque se calasse. (para que)
2.-Porquê - Representa um substantivo. Significa causa, razão, motivo
Gostaria de entender o porquê de tanta discussão.
3-Por que - Apresenta as seguintes formas:
a)A sequência preposição + pronome interrogativo, equivalente a por qual razão.
“Não sei por que você se foi, quantas saudades eu senti”
b)A sequência preposição + pronome relativo, equivalente a pelo qual.
“A terra por que me apaixonei continua bela.”
c)Depois de EIS e DAÍ
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“Eis por que estamos próximos.”
“Daí por que dizermos que nem tudo são flores.”
4- Por quê - Usa-se no final de frases interrogativas.
“Não entendi, por quê"
II-MAL/MAU
1-MAL-é antônimo de bem. Pode ser empregado como advérbio, substantivo ou conjunção.
a) (advérbio)-O candidato foi mal recebido na cidade onde nasceu
b) (substantivo)-O mal nem sempre vence o bem/ Há males que vem para o bem.
c) (conjunção temporal) Mal você saiu, ele entrou.
2- Mau- é o antônimo do bom. Emprega-se como adjetivo.
a)Não era mau rapaz apenas um pouco preguiçoso.
b)Não estavam maus os trabalhos dos alunos.
c) Teve má criação, mas tornou-se um excelente homem.
III-A / HÁ Indicando tempo
1)Há - O verbo haver é usado em expressões que indicam tempo já transcorrido.
“Há dois anos estive na França, foi minha melhor viagem.”
• A - A preposição a indica ideia de futuro.
“A dois anos estarei em Roma para certificar-me de que continua como antes.”
IV-SE NÃO / SENÃO
1-Se não - Surge em orações condicionais. Equivale a caso não.
“Se não houver empenho, não obteremos nenhum resultado.”
2-Senão - Equivale a caso contrário ou a não ser, mas, exceto.
“Não faz nada senão reclamar.”
“Produza um bom texto senão poderá ser reprovada.”
“E agora as entregueis desta maneira não a pastores, senão a lobos.”
“ Todos da turma foram convidados para festa, senão ele, que certamente não aceitaria.”

V-ONDE / AONDE / DE ONDE (DONDE) / POR ONDE / PARA ONDE


1-Onde - Usa-se quando indica o lugar em que se está ou em que se passa algum fato. ( = em que lugar).
Refere-se a verbos que exprimem estado ou permanência.
“A cidade onde estou traz-me muitas alegrias.”
2- Aonde - Usa-se quando indica ideia de movimento. Refere-se a verbos de movimento. (a que lugar)
a)ir- “Todo artista tem de ir aonde o povo está.”
b)chegar – Sei bem aonde você quer chegar.
c)dirigir-se a- Não sei aonde dirigir-me para obter o documento.

3-De onde (donde) – Na construção VERBO + DE


“Venha de onde vier...”
4-Para onde – Na construção VERBO + PARA

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“Viajarei para onde ninguém me encontrará”

VI- ACERCA DE / HÁ CERCA DE/ A CERCA DE


1-Acerca de - Significa sobre, a respeito de. Indica assunto.
“Neste momento, não deveremos comentar acerca de política.”
2-Há cerca de - Indica um período aproximado de tempo transcorrido. Indica em torno de.
“Esses acontecimentos ocorreram há cerca de dez anos.”
3-A cerca de – Usa-se quando se indica proximidade.
“Fiquei a cerca de alguns metros do ocorrido.”

VII- A FIM / AFIM


1-A fim - Surge na locução a fim de que ou a fim de . Significa para e indica finalidade.
“A fim de conseguirmos o nosso objetivo, resolvemos participar do concurso.”
2-Afim - É um adjetivo que significa igual, semelhante. Relaciona-se com a ideia de afinidade.
“Certamente, nossas ideias são afins.”.
VIII- EM VEZ DE / AO INVÉS DE
1-Em vez de – Indica troca. No lugar de.
“Tá lá um corpo estendido no chão
Em vez de rosto, uma foto de um gol
2-Ao invés de – Indica oposição.
Ao invés de se alegrar com o retorno do marido, Amanda desatou a chorar.

IX- AO ENCONTRO DE/ DE ENCONTRO A


• Ao encontro de – tem dois significados:
a)aproximar-se de:
Assim que chegou, foi ao encontro dele.
b)ser favorável
Somos parecidos, suas ideias vem sempre de encontro das minhas

• De encontro a – também tem dois significados


a)Colisão choque
A criança veio de encontro à porta e machucou a cabeça.

b)ser contrário
Somos muito diferentes, suas ideias vem de encontro às minhas.
X- DEMAIS/ DE MAIS
1-DEMAIS – classifica-se como advérbio ou pronome
a)advérbio de intensidade(= muito)
Não se deve comer demais.

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b)pronome indefinido (= outros)
Sai da reunião antes que os demais membros tivessem chegado.
2-DE MAIS – é o contrário de menos.
Não vi nada de mais nas suas perguntas.
XI- A PRINCIPIO/ EM PRINCÍPIO
1-Em princípio – significa teoricamente.
Em princípio, sua sugestão é muito boa.
2-A princípio- significa no começo, inicialmente
A princípio, queremos dar-lhes boas vindas.
XI- EU/ MIM
1-Eu – pronome pessoal do caso reto – Sujeito
Este bolo eu para eu preparar
2-Mim –pronome pessoal do caso obliquo (objeto)
Esse bolo é para mim
XII- MEIO/ MEIA
1-Meio - Pode funcionar como adjetivo ou advérbio.
a- adjetivo, concorda com o substantivo a que se refere (= metade).
Já se passava de meio-dia e meia quando chegaram ao sítio.
b- advérbio, fica invariável(= um pouco).
As atrapalhadas do Fisco estão meio evidentes

XIII- BASTENTE/BASTANTES
1-Bastante - Pode funcionar como adjetivo ou advérbio.
a- adjetivo, concorda com o substantivo a que se refere.
Ainda havia bastantes crianças no parque de diversões.
Vocês acham bastantes dificuldades para a realização de uma simples tarefa.
b- advérbio, fica invariável.
A verdade é que todos estavam bastante preocupados com o que lhes poderia acontecer.

XIV- é necessário / é bom / é preciso / é proibido / é permitido


1-Ficam invariáveis quando o substantivo estiver indeterminado.
Para que se tenha uma vida mais sabia, é necessário dieta à base de frutas e verduras.
Todos afirmaram : - É proibido entrada de pessoas mesquinhas.
2-Ficam variáveis quando o substantivo estiver determinado.
Para que se tenha uma vida mais sabia, é necessária uma dieta à base de frutas e verduras.
Todos afirmaram: -É proibida a entrada de pessoas mesquinhas.

XV- ANEXO/INCLUSO / EM ANEXO


a)Anexo / Incluso - São adjetivos, concordam com o substantivo a que se referem.
Todas as poesias estavam anexas às cartas enviadas.
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As apostilas estão inclusas ao pagamento da mensalidade.
O meu endereço pode ser anexo ao comprovante de renda.
Inclusas aos exercícios seguem as questões.
b) A expressão em anexo fica invariável.
Foram colocados, em anexo, os documentos solicitados.

XVI- Nome Próprio no Plural


Quando o sujeito é representado por nome próprio de forma plural:
a)precedido de artigo no plural, o verbo aparece no plural.
As Pedras Altas ilustram a beleza do campo
Os Lusíadas contribuíram para a historiografia portuguesa
b) Não precedido de artigo no plural, o verbo fica no singular.
Minas Gerais produz o melhor queijo.
XVII- . Obrigado - Mesmo - Próprio - Quite

Essas palavras adjetivas concordam em gênero e número com o substantivo ou pronome a que se
referem.
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Muito obrigadas, disseram as senhoras, nós mesmas faremos isso.
Seguem inclusos os papéis solicitados.
Já lhe paguei o que estava devendo: estamos quites.

XVIII- Caro - Barato – Longe

Essas palavras são invariáveis quando funcionam como advérbios. Concordam com o nome a que se
referem quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais.

Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)


As casas estão caras. (adjetivo)
Achei barato este casaco.(advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
"Vais ficando longe de mim como o sono, nas alvoradas." (Cecília Meireles) (advérbio)
"Levai-me a esses longes verdes, cavalos de vento!" (Cecília Meireles). (adjetivo)

XIX-Alerta – Menos

Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem sempre invariáveis.

Por Exemplo:

Os escoteiros estão sempre alerta.


Carolina tem menos bonecas que sua amiga.

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Referências Bibliográficas

ARRAIS, Diogo. Português: nível médio & superior. São Paulo: Saraiva, 2012.
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua portuguesa. 42. ed. São Paulo: Saraiva,
1998. CEREJA, William Roberto. Gramática reflexiva: texto, semântica e interação. São Paulo: Atual,
1999.

MEDEIROS, João Bosco; TOMASI, Carolina. Novo acordo ortográfico da língua portuguesa. São Paulo:
Atlas, 2009.
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas, 11. ed. São
Paulo: Atlas, 2009.

MENDONÇA, Julieta. Manual do texto dissertativo: modo de escrita da redação científica. Foz do Iguaçu,
PR: Associação
internacional Editares, 2011.
MUSSALIM, Fernanda (Org.). Introdução a linguística - v. 1: domínios e fronteiras. 9. ed. São
Paulo: Cortez, 2011.

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