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3ª SÉRIE / CURSO TURMA: DATA: 13 / 04 / 2015

Professor: Adriano Alves Disciplina: Literatura


Romantismo - Poesia (séc. XIX, no BR) Gerações Nomes Principais poetas Principais temas
Abreu, Junqueira tristeza, solidão, tédio,
“Metamos o martelo nas teorias, nas poéticas e nos sistemas. Freire e melancolia,
Abaixo este velho reboco que mascara a fachada da arte!” --Victor Fagundes Varela subjetivismo,
Hugo idealização da mulher.
Na Europa, a partir da metade do século XVIII, surgem autores
que, libertando-se parcialmente dos limites traçados pela poética Castro Alves,
3ª Condoreira ou Sentimentos liberais e
neoclássica, apresentam novas concepções literárias. Em suas obras, Sousândrade,
Geração Social abolicionistas
eles expressam sentimentos inspirados nas tradições nacionais, falam Tobias Barreto
de amor e saudade num tom pessoal, realizando uma poesia mais  Indianismo - uma das formas mais significativas do
comunicativa e espontânea do que a neoclássica. Era o nascimento do nacionalismo romântico. O índio é um ser idealizado (nobre,
Romantismo que foi desenvolvendo-se e enriquecendo-se à medida valoroso, fiel), apesar disso demonstra a valorização das
que se expandia. Assim, acabou adquirindo características tão variadas origens da nacionalidade.
que se torna impossível descrevê-lo em todas as suas dimensões.  Mal do Século - voltando-se inteiramente para dentro de si
No Brasil, percebe-se o desejo de criação de uma literatura mesmos, esses poetas expressaram em seus versos
nacional. Assim representou a primeira tentativa consciente de se pessimistas um profundo desencanto pela vida. Muitos
produzir literatura verdadeiramente brasileira. Abandonou aos poucos marcados pela tuberculose, mal que deu nome à fase
o tom lusitano, a fim de dar lugar a um estilo mais próximo da fala  Condoreirismo - poesia social e libertária que reflete as lutas
brasileira. internas da Segunda metade do reinado de D. Pedro II.

Referências históricas Autores


Contexto sócio-político da época (início do Romantismo no Brasil): Gonçalves de Magalhães
 1808 - chegada ao Brasil de D. João VI e da família Real Domingos José Gonçalves de Magalhães nasceu no Rio de Janeiro,
 1808/1821 - abertura dos portos às nações amigas; em 1811. Viveu na Europa, onde teve contato com a poesia romântica.
instalações de bibliotecas e escolas de nível superior; início A obra Suspiros Poéticos e Saudades foi considerada a obra inaugural
da atividade editorial. do Romantismo no Brasil. O autor procurou criar e consolidar uma
 1822 - Proclamação da Independência. Daí nasce o desejo de literatura nacional para o país. Morreu em Roma, em 1882. Seu poema
uma literatura autenticamente brasileira. de destaque foi Noite tempestuosa do livro Urânias.
Obras: Suspiros Poéticos e Saudades (1836); Urânias (1862);
 1831 - abdicação de D. Pedro I e início do Período de
Cânticos Fúnebres (1864) e outros
Regência, que vai até 1840 (maioridade de D. Pedro II);
fundação da Companhia Dramática Nacional; início da Guerra Gonçalves Dias
do Paraguai até 1840) Primeiro grande poeta do Romantismo brasileiro. A temática
indianista que caracteriza sua obra apresenta forte colorido e ritmo.
Características Seu grande poema indianista Os Timbiras ficou incompleto, pois
Podem-se apontar, no amplo e diversificado movimento durante o naufrágio em que o poeta morreu perderam-se também os
romântico, algumas tendências básicas: textos. Além da vertente indianista, também se destaca a lírica
 a exaltação dos sentimentos pessoais, muitas vezes até auto amorosa, mas não apresenta passionalidade. Aqui a mulher é sempre
piedade um anjo, idealizada, numa ótica platônica.
 exaltação de seu “eu” - subjetivismo Obras Principais:
 a expressão dos estados da alma, das paixões e emoções, da  "I Juca Pirama", "Canção do Tamoio", “Os Timbiras” -
fé, dos ideais religiosos sentimento de honra e valentia do índio
 apoiam-se em valores nacionais e populares  "Leito de folhas verdes", "Se se morre de amor", "Como? És
 desejo de liberdade, de igualdade e de reformas sociais; e a tu?", "Ainda uma vez - adeus!", "Seus olhos" - sentimento
valorização da Natureza, que é vista como exemplo de amoroso
manifestação do poder de Deus e como refúgio acolhedor  "Canção do Exílio" - solidão, exílio, amor à pátria, retomada
para o homem que foge dos vícios e corrupções da vida em por muitos modernistas
sociedade  "O mar", "A noite", "A tarde" - poesias impregnadas de
 em alguns casos, fuga da realidade através da arte (direção religiosidade sobre a majestade da natureza
histórica e nacionalista ou direção idílica e saudosista)  Livros - Primeiros Cantos (1846), Segundos Cantos (1848),
A linguagem sofreu transformações: em lugar da bem cuidada Sextilhas de Frei Antão (1848), Últimos Cantos (1851), Os
sintaxe clássica e das composições de metro fixo, os românticos Timbiras, Cantos (1857).
preferiram uma linguagem mais coloquial, comunicativa e simples,
criando ritmos novos e variando as formas métricas. Essa liberdade de "Minha terra tem palmeiras,
expressão é uma das características típicas do Romantismo e constitui Onde canta o Sabiá;
um aspecto importante para a evolução da literatura ocidental. O As aves, que aqui gorjeiam,
espírito de renovação linguística é uma contribuição importante do Não gorjeiam como lá."
Romantismo e foi retomado, no século XX, pelos modernistas. --Canção do Exílio
Na poesia, distinguem-se três fases, as chamadas Gerações
"Por onde quer que fordes de fugida
Românticas:
Vai o fero Itajuba perseguir-vos
Gerações Nomes Principais poetas Principais temas Por água ou terra, ou campos, ou florestas;
Gonçalves de Exaltação da natureza, Tremei!..." Os Timbiras
Magalhães, excesso de "Eu vi o brioso no largo terreiro,
1ª Nacionalista ou
Gonçalves Dias e sentimentalismo, amor Cantar prisioneiro
Geração Indianista
Araújo Porto indianista, ufanismo Seu canto de morte, que nunca esqueci:
Alegre (exaltação da pátria) Valente como era, chorou sem ter pejo;
Ultrarromântica Álvares de Egocentrismo, Parece que o vejo,
2ª Que o tenho nest'hora diante de mi."
ou Mal do Azevedo, sentimentalismo
Geração --I-Juca Pirama
Século Casimiro de exagerado, morte,

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Álvares de Azevedo Obras Principais:
Poeta que melhor representou a estética ultra-romântica.  Camões e o Jau (teatro)
Tendência aos aspectos mórbidos e depressivos da existência,  Carolina (romance)
degeneração dos sentimentos, decadentismo e até satanismo. A  Camila (memórias)
escolha vocabular reflete essa tendência: "pálpebra demente",
 A Virgem Loura (prosa)
"matéria impura", "fúnebre clarão", "boca maldita", entre outros. Esta
linguagem, acrescida de termos científicos, voltará no Simbolismo com  Primaveras (poesia)
Augusto dos Anjos. "Oh! Que saudades que tenho
Morreu tuberculoso aos 20 anos de idade, não sendo reunida em Da aurora da minha vida,
livro sua obra. da minha infância querida
Obras Principais: Que os anos não trazem mais!"
--Meus oito anos
 "Liras dos vinte anos" - livro-síntese dessa geração pois revela
a força lírica e a v ironia romântico-macabra
Fagundes Varela
 "Macário" - composição livre, meio diálogo, meio narração Poeta romântico boêmio inspirado pelo byronismo. A morte
 "O Conde Lopo" marca sua vida pessoal com a perda do filho de três meses e da
 "Poema do Frade" ex-esposa. Por sua amizade com Castro Alves, fez a ponte da poesia
 "Pedro Ivo" (poemetos) pessimista à poesia social. Falece, alcoólatra e mentalmente
 "Noite na Taverna" - prosa narrativa fala da boemia desequilibrado tornando-se o protótipo do poeta maldito brasileiro.
estudantil da época, que era uma forma de protesto e fuga Obras Principais:
"Mas essa dor da vida que devora  Noturnas (1861), O Estandarte Auriverde (1863), Vozes da
A ânsia de glória, o dolorido afã... América (1864), Cantos e Fantasias (1865), Cantos
A dor no peito emudecera ao menos Meridionais (1869), Cantos do Ermo e da Cidade (1869),
Se eu morresse amanhã!" Anchieta ou Evangelho na Selva (1875), Diário de Lázaro
" Quando falo contigo, no meu peito (1880), Cantos Religiosos (1878) - poesias
esquece-me esta dor que me consome:  Ruínas da Glória, Ester, Ina, Cora - prosa
Talvez corre o prazer nas fibras d'alma: "Eras na vida a pomba predileta
E eu ouso ainda murmurar teu nome!" Que sobre um mar de angústia conduzia
--Lira dos Vinte Anos O ramo da esperança. - Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
"Pois bem, dir-vos-ei uma história. Mas quanto a essa, podeis Apontando o caminho ao pergueiro."
tremer a gosto, podeis suar a frio da fronte grossas bagas de terror. --Cântico do Calvário
Não é um conto, é uma lembrança do passado."
--Noite na Taverna Castro Alves
"A mulher recuava... Recuava. O moço tomou-a nos braços, Porta-voz das ânsias coletivas tem na poesia abolicionista sua
pregou os lábios nos dela... Ela deu um grito, e caiu-lhe das mãos. Era melhor realização na linha social ("Navio Negreiro" e "Vozes d'África).
horrível de ver-se. O moço tomou o punhal, fechou os olhos, apertou- Em suas obras, atribui ao poeta a missão de denunciar as injustiças
os no peito, e caiu sobre ela. Dois gemidos sufocaram-se no estrondo sociais e de clamar pela liberdade ("Adeus, meu canto").
do baque de um corpo…" Esse tipo de poesia se realiza num estilo vibrante, em que
--Noite na Taverna predominam as comparações, metáforas, antíteses, hipérboles,
"Mais claro que o dia. Se chamas o amor a troca de duas apóstrofes, empregadas quase sempre em função de elementos
temperaturas, o aperto de dois sexos, a convulsão de dois peitos que grandiosos da natureza, que sugerem imensidão, força, majestade,
arquejam, o beijo de duas bocas que tremem, de duas vidas que se como: montanhas, cordilheiras, oceanos, tempestades, furacões,
fundem tenho amado muito e sempre! Se chamas o amor o astros, cachoeiras, configurando assim o estilo chamado
sentimento casto e poro que faz cismar o pensativo, que faz chorar o Condoreirismo.
amante na relva onde passou a beleza, que adivinha o perfume dela na Sua poesia amorosa é bem mais sensual do que se fazia na época.
brisa, que pergunta às aves, à manhã, à noite, às harmonias da música, Nela, a mulher, diante das vagas idealizações ultra-românticas, aparece
que melodia é mais doce que sua voz, e ao seu coração, que formosura em toda sua beleza física e envolvida por um clima de erotismo e
há mais divina que a dela—eu nunca amei. Ainda não achei uma paixão.
mulher assim. Entre um charuto e uma chávena de café lembro-me às Como a maioria dos poetas românticos morre cedo, aos 24 anos
vezes de alguma forma divina, morena, branca, loira, de cabelos de idade.
castanhos ou negros. Obras Principais:
Tenho-as visto que fazem empalidecer—e meu peito parece sufocar  "Espumas Flutuantes" (1870)
meus lábios se gelam, minha mão se esfria…"  "A Cachoeira de Paulo Afonso" (1876)
--Macário
 "Os escravos" (1883)
"Esse amor foi uma desgraça. Foi uma sina terrível. Ó meu pai! ó  além das poesias escreveu para o teatro “Gonzaga ou a
minha segunda mãe! ó meus anjos! meu céu! minhas campinas! É tão Revolução de Minas” (1876)
triste morrer!" "Eras um sono dantesco... O tombadilho,
--Macário Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar,
Junqueira Freire Tinir de ferros... Estalar do açoite...
Luís Junqueira Freire nasceu em 1832, em Salvador. Formou-se Legiões de homens negros como a noite
professor aos 20 anos. Morreu em 1855, logo após a publicação das Horrendos a dançar"
Inspirações do Claustro. Seu poema em destaque foi Meu filho no --Os Escravos
claustro.
Obras Principais: Sinopse
Marco inicial = publicação do livro Suspiros Poéticos e Saudades,
 Inspirações do claustro (1855)
de Gonçalves de Magalhães (1836). esta obra promoveu, de modo
 Contradições poéticas (data incerta) sistemático, os ideais românticos (nacionalismo + religiosidade) e o
repúdio aos padrões clássicos externos (mitologia pagã).
Casimiro de Abreu Marco final = publicação de O Mulato (Aluísio Azevedo) e de
Poeta que representa a sensibilidade brasileira espontânea. Levou Memórias Póstumas de Brás Cubas (M. de Assis) em 1881
vida boemia e morreu de tuberculose Sua poesia não foi muito
inovadora, sendo considerado mais ingênuo dos românticos.
Conhecido como "poeta da infância", fala muito da inocência perdida
Trabalha também temas do chamado “romantismo descabelado”:
exílio e lirismo amoroso.

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Textos Os romances tematizavam a descrição dos costumes urbanos ou
Prefácio de Suspiros Poéticos e Saudades das amenidades das zonas rurais e correspondiam às projeções dos
conflitos emocionais dos leitores. Os personagens são idealizados e
“E um livro de poesias escritas segundo as impressões dos com os quais os leitores, principalmente jovens e mulheres,
lugares; ora assentando entre ruínas da antiga Roma, meditando sobre identificavam-se. Algumas obras fugiram um pouco desse esquema
a sorte dos impérios, ora no cimo dos Alpes, a imaginação vagando no geral: Memórias de um Sargento de Milícias e Inocência.
infinito como um átomo no espaço; ora na gótica catedral, admirando
a grandeza de Deus e os prodígios do Cristianismo; ora entre ciprestes Temas da ficção romântica
que espalham sua sombra sobre os túmulos; ora refletindo sobre a  passadista e colonial - O Guarani e As Minas de Prata de
sorte da Pátria, sobre as paixões dos homens, sobre o nada da vida. Alencar, As Mulheres de Mantilha e O Rio do Quarto de
São poesias de um peregrino, variadas como cenas da Natureza, Macedo, Maurício e O Bandido do Rio das Mortes de
diversas como as fases da vida, mas que se harmonizam pela unidade Guimarães...
do pensamento, e se ligam como os anéis de uma cadeia; poesias  indianista - Iracema e Ubirajara de Alencar, O Índio Afonso de
d’alma e do coração, e que só pela alma e o coração devem ser Guimarães
julgadas.”  sertaneja - O Sertanejo e O Gaúcho de Alencar, O Garimpeiro
--Gonçalves de Magalhães de Guimarães, Inocência de Taunay, O Cabeleira e o Matuto
de Távora
Canção do Exílio
 urbanos ou de costumes - várias obras de Alencar como as
Minha terra tem palmeiras,
três mulheres: Diva, Lucíola e Senhora; além de Cinco
Onde canta o Sabiá;
Minutos, A Viuvinha, Sonhos D’Ouro e Encarnação
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorgeiam como lá.  documento do Rio do tempo de D. João - Memórias de um
sargento de Milícias
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores Autores
Nossos bosques têm mais vida, Joaquim Manuel de Macedo
Nossa vida mais amores. Atravessou todo o movimento romântico e nota-se em sua obra
um progresso na técnica literária. Era o autor mais lido no Brasil até o
Em cismar, sozinho, à noite, final da década de 40 com O Guarani de Alencar.
Mais prazer encontro eu lá; São temáticas comuns ás suas obras: namoro difícil ou impossível,
Minha terra tem palmeiras, presença de jovens casadoiras e estudantes, mistérios de identidade de
Onde canta o Sabiá. personagens e identificação final, conflito entre dever e paixão, alguma
Minha terra tem primores, comicidade, espécie de documento de costumes da época. A
Que tais não encontro eu cá; linguagem é simples com tramas fáceis, amor e mistério culminando
Em cismar, sozinho, à noite com um final feliz.
mais prazer encontro eu lá; Obras:
Minha terra tem palmeiras,  Romance - A Moreninha (1844), O Moço Loiro (1845), Os Dois
Onde canta o Sabiá Amores (1848), Rosa (1849), Vicentina (1853), O Forasteiro
(1856), O Culto do Dever (1865), A Luneta Mágica (1869), As
Não permita Deus que eu morra. Vítimas Algozes (1869), O Rio do Quarto (1869), As Mulheres
Sem que volte para lá de mantilha 91870), A Namoradeira (1870).
Sem que desfrute dos primores  Várias peças de teatro, a poesia A Nebulosa (1857) e outros
Que não encontro por cá; escritos
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. Manuel Antônio de Almeida
--Gonçalves Dias (Primeiros Cantos) Publica em folhetins Memórias de um Sargento de Milícias, obra
totalmente inovadora para a sua época. Pode ser considerado o
Minha Terra verdadeiro romance de costumes do Romantismo brasileiro, por não
estar vinculado à visão burguesa. Retrata o povo em toda a sua
Não, não tem, que Deus fadou-a simplicidade, malícia, humor e sátira. Sua descrição não se resume ao
Dentre todas — a primeira: ambiente, mas introduz juízos de valor e crítica. Apresenta um anti-
Deu-lhe esses campos bordados, herói picaresco, que desde sua origem já está ligado ao real e ao
Deu-lhe os leques das palmeiras. humor. É considerado por muitos como um precursor do Realismo.
E a borboleta que adeja. Caracterizam a obra o estilo frouxo, linguagem por vezes até
Sobre as flores que ela beija. descuidada e um final feliz.
Quando o vento rumoreja Obras:
Nas folhagens da mangueira.  Romance - Memórias de um sargento de Milícias (1852-53)
É um país majestoso
Essa terra de Tupã, José de Alencar
Desd’o Amazonas ao Prata, Consolidador do romance, um ficcionista que cai no gosto
Do Rio Grande ao Pará! popular. Sua obra é um retrato fiel de suas posições políticas e sociais:
— Tem serranias gigantes grande proprietário rural, político conservador, monarquista,
E tem bosques verdejantes escravocrata, burguês. Pode-se perceber o medievalismo no
Que repetem incessantes personagem de O Guarani, Peri (bom selvagem) que deveria respeitar a
Os cantos do sabiá. realidade social de que ao senhor de tudo deve-se obediência, respeito
--Casimiro de Abreu e lealdade.
Defende o “casamento” entre o nativo e o colonizador numa
Romantismo - Prosa troca de favores (temática presente em O Guarani - Ceci e família e Peri
“O índio vestido de senador do Império. Ou figurando nas óperas e em Iracema com Moacir, filho de Iracema e Martim. Tudo isso
de Alencar cheio de bons sentimentos burgueses” --Oswald de Andrade traduzido numa linguagem coloquial, diálogos bem feitos por sua
No Brasil, há uma urbanização do Rio de Janeiro, transformado formação de professor de Português.
em Corte, e cria-se uma sociedade consumidora em busca de Sua vasta obra conta com romances urbanos, históricos, regionais
entretenimento. Busca da “cor local”, com o espírito nacionalista em e rurais, além dos indianistas. Iracema é uma obra que denota as
alta. Jornalismo tem grande impulso e surgem os folhetins, grandes características de Alencar: paisagista e pintor de perfis
acompanhados pela sociedade carioca, notadamente as mulheres, com femininos.
avidez.

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Obras: Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em 1897,
 Romances: Cinco Minutos (1856), O Guarani (1857), Viuvinha recebe o título de presidente perpétuo desta instituição. Morre em
(1860), Lucíola (1862), As Minas de Prata (1862), Diva (1864), 1908, consagrado e rodeado de amigos.
Iracema (1865), O Gaúcho (1870), A Pata da Gazela (1870), O Dedicatória do seu livro Relíquias da Casa Velha (1906) uma
Tronco do Ipê (1871), Sonhos D’Ouro (1872), Til (1872), homenagem à companheira com o soneto:
Alfarrábios (1873), A Guerra dos Mascates (1873), Ubirajara
(1874), Senhora (1875), O Sertanejo (1875), Encarnação
(1893). À Carolina
 Algumas peças de teatro, crônicas e autobiografia, crítica e a Querida, ao pé do leito derradeiro
poesia inacabada O Filho de Tupã Em que descansas desta longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Visconde de Taunay Trazer-te o coração do companheiro.
Autor de Inocência, romance regionalista de tom sóbrio e
detalhista quanto á paisagem. Obra de pouca fantasia, mas com as Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
relações entre paisagem e o meio bem definidas. Alguns aproximam Que, a despeito de toda humana lida,
este romance de um estilo mais realista-naturalista. Fez a nossa existência apetecida
Obras: E num recanto pôs o mundo inteiro.
 Romance: A Mocidade de Trajano (1872), Lágrimas do Trago-te flores, - restos arrancados
Coração (1873) Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa separados.
 Narrativas: Histórias Brasileiras (1874)
 Comédia: De mão à Boca se Perde a Sopa (1874) Que eu, se tenho nos olhos mal feridos
 Drama: Narrativas Militares. Cenas e Tipos (1878), Quadros Pensamentos de vida formulados,
da natureza (1882), Fantasias (1882), Amélia Smith (1886) São pensamentos idos e vividos.

Franklin Távora A grande fase que se inicia com Memórias Póstumas de Brás
Produz uma obra regionalista num tom de manifesto, mas sem Cubas, romance que inaugura fase Realista de Machado de Assis, é
muita repercussão da temática nordestina em O Cabeleira. Temática considerada a 2ª fase da obra machadiana.
voltada para o banditismo como efeito da miséria, latifúndio, secas e Observação:
migrações. A obra machadiana, pelo caráter universal que assume,
Obras: independentemente do tempo e do espaço, requer uma classificação
 Contos - A Trindade maldita (1861) mais apurada e refletida. Vale notar que todo grande escritor
 Romance - Os Índios do Jaguaribe (1862), A Casa de Palha transborda, por assim dizer, a escola literária na qual é didaticamente
(1866), O Cabeleira (1876), O Mulato (1878), Lourenço (1881) inserido, sendo passível de outras leituras.
 Novela - Um Casamento no Arrebalde (1869) Características principais:
 Humor e ironia, uso da função metalinguística: quando das
Martins Pena interrupções do narrador para uma conversa com o leitor e
Ligado ao teatro, inaugura a comédia de costumes com uma sutil quando das digressões sobre variados assuntos.
sátira social. Por isso sua obra foi aproximada de Memórias de um  Pessimismo niilista: influência de Shopenhauer (Filos.
Sargento de Milícias. Autor com profundo grau de observação, Doutrina segundo a qual nada existe de absoluto)
trazendo à cena personagens típicos da sociedade da época.  Tema da miséria humana (egoísmo, adultério, corrupção,
interesse, etc.
Sinopse "[O homem] é uma errata pensante... Cada estação da vida é
Marco inicial = A Moreninha de Joaquim Manuel de Macedo em uma edição que corrige a anterior, e que será corrigida
1844, apesar de não ter sido o primeiro em publicação, mas sim em também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos
importância. O primeiro romance brasileiro foi O Filho do Pescador de vermes."
Teixeira de Sousa (1843), mas ele não possui as linhas gerais dos  Universalismo: os temas abordados por Machado
romances românticos. independem do tempo e do espaço porque se constituem em
Marco final = publicação de O Mulato (Aluísio Azevedo) e de atitude essencialmente humanas.
Memórias Póstumas de Brás Cubas (M. de Assis) em 1881 - mesma da Análise psicológica das personagens: metalinguagem, tema da
poesia. miséria humana, ironia e sutileza acabam por aprofundar personagens
cíclicas e complexas que o autor cria com habilidade e grandiosidade.
Romantismo - Transição para o Realismo Por tudo isso, Machado de Assis é considerado um dos maiores
escritores da língua portuguesa.
Realismo no Brasil - transição por Machado de Assis Segundo Alfredo Bosi: "O ponto mais alto e mais equilibrado da
Este movimento é iniciado, no Brasil, pelos escritores sertanistas prosa realista brasileira acha-se na ficção de Machado de Assis."
românticos e pela poesia social de Castro Alves e Sousândrade. Estes Obras Machadianas: Desencantos (1861), Crisálidas (1864),
apresentavam produções bastante próximas dos pressupostos Contos Fluminenses (1870), Ressurreição (1872), Teatro (1863), Falenas
estéticos e ideológicos do Realismo que dão origem à literatura realista (1870), Histórias da Meia-Noite (1873), A Mão e a Luva (1874), Quase
brasileira. Ministro (1864), Americanas (1875), Helena (1876), Poesias Completas
O período de dominância da literatura realista-naturalista iniciou- (1901), Papéis Avulsos (1822), Memórias Póstumas de Brás Cubas
se com a publicação do primeiro romance realista: Memórias Póstumas (1881), Páginas Recolhidas (1899), História Sem Data (1884), Dom
de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis, e do primeiro romance Casmurro (1900), Relíquias da Casa Velha (1906), Várias Histórias
naturalista, O Mulato, de Aluísio Azevedo em (1881). Com a publicação (1895), Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908)
de Canaã (1902), de Graça Aranha, ocorreram rupturas com os padrões
do Naturalismo. No final do séc XIX, o declínio do Realismo-
Naturalismo chega fazendo com que outras influências ganhem
importância no meio artístico.

Machado de Assis - elemento de transição


Machado começa a trabalhar corrigindo originais, revendo textos
e vendendo livros, mais tarde, colaborou assiduamente em jornais e
revistas com contos, crônicas, críticas teatrais e comentários políticos.
Em 1867 ingressa no funcionalismo, permanecendo até o fim de sua
vida nesse setor, chegando ao cargo de Diretor da Secretaria
Ministerial da Viação. No mesmo ano, casa-se com Carolina Augusta
Xavier de Novais.

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