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FICHAMENTO
A proposta de sua obra em parte, é apresentar os conflitos dos métodos da história literária,
com isto o autor inicia abordando seu pensamento acerca do assunto, segundo Coutinho
(1988, p. 7) “O que caracteriza o estado atual da questão não é a fuga ao método, porém a
crise de métodos.” Revelando o quão delicado é tratar dos métodos da história literária.
Adiante, o livro vai mostrar que essa temática já vem sendo debatida há décadas por alguns
autores em diversos países ao redor do mundo.
Coutinho (1988, p. 9-10) afirma que em relação ao método histórico ou erudito, cujo período
áureo foi entre 1860 e 1890, opõe-se o método estético ou crítico. Discorre ainda sobre as
características de composição da metódica histórica, concebendo a literatura a partir de fatores
externos como meio, raça e momento de Taine. Esse método por sua vez, se apropria ainda de
técnicas de pesquisas e arrolamento de fatos, de minúcias sobre as vidas, as fontes, as
influências e etc. aliado a um fatualismo e antiquarismo ou falsa acepção e idolatria do
passado pelo passado. A partir do “positivismo” compreende-se duas linhas paralelas: a escola
histórica e a escola positivista. A primeira, de matriz alemã considerava os produtos do
espírito como oriundos do “gênio do povo”, evidenciando o interesse pela poesia popular,
pelos saberes populares e pelas origens místicas ou divinas daqueles produtos; a segunda, de
matriz francesa buscou apoio nas ciências naturais, explicando os fatos do espírito “(...) pelas
leis gerais da evolução histórica, da gênese sociológica e das características psicológicas,
acentuando o papel da herança biológica (...)”.
A partir daí o texto revelará outras perspectivas do método histórico. Mais precisamente cinco
vertentes que derivam do historicismo literário.
Visto que no século XX os autores e críticos da época que tomavam cada vez mais
conhecimento da esteticidade e da arte, começaram então a ir de contra o método histórico.
Esse embate contra o historicismo é discriminado pelos seguintes pontos:
Ao decorrer do texto o autor vai afirmar que não o cabe substituição do método histórico mas
a apresentação de outros métodos e pensamentos acerca de tais. Como exemplo, o método
psico-histórico, o método estético-crítico, o método filosófico, biológico e moral, a escola
alemã do Geisteswissenschaftler e outras escolas que interpretam a obra de arte como
produtos da raça. Ainda cita correntes que se baseiam na forma e no estilo, como a escola
estruturalista e a escola estilística.
Observamos que o autor tenta não se desfazer do método histórico, ao ponto de avaliar
problemáticas na metódica estética. Portanto, Coutinho (1988, p. 14) prossegue:
Coutinho (1988, p. 15) afirma que: “A história literária era mais história do que literária.”
Completa dizendo que: “O que interessava sobretudo era o extrínseco e não o intrínseco.” E
ao longo do texto ele vai definir muitas vezes o conceito, a forma e caracterítica desse
método, como também mostrar os pontos fracos mas sem deixar de citar os pontos fortes.
Coutinho (1988, p. 16) ainda vai citar “os tipos de história literária havidos desde o
Renascimento: 1) história literária como catálogo de livros; 2) história intelectual; 3) história
de civilizações ou espíritos nacionais; 4) método sociológico ou genético; 5) conceito do
relativismo histórico (a obra como simples reflexo do tempo); 6) história literária como a
história do desenvolvimento da arte (...)”.
Coutinho (1988, p.17) conclui “Assim concebidas a natureza e a tarefa da história literária,
fica evidenciado que a sua finalidade, o objeto de seu estudo é a própria obra literária, na sua
estrutura e desenvolvimento.” Não deixando de lado outros aprendizados que: “São
conhecimentos secundários, subsidiários, auxiliares, mas que não se podem omitir.”
(COUTINHO, 1988, p. 18)
Completa Coutinho (1988, p. 18) “ A literatura está para os outros fenômenos da vida em
posição de relação, não de dependência ou submissão.” Configurando como saber singular e
necessário para a sociedade em geral se relacionando e assim contruibuindo.