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LITERATURA – 2° ano

Profª. Waleska
Escolas Literárias e seus autores (Resumo).

1. ROMANTISMO
O Romantismo nasceu na Alemanha e na Inglaterra, chegou à França e em seguida espalhou-se por toda a Europa.
Características gerais:
- Subjetivismo, sentimentalismo, emocionalismo;
- Individualismo, egocentrismo;
- Pessimismo (atitudes negativas em relação à vida);
- Escapismo – (tédio de viver “Mal do Século”, fuga da realidade);
- Nacionalismo, (exalta os valores e os heróis nacionais/passado histórico – volta ao medieval);
- Crítica Social – (autores assumem posição combativa, opondo-se aos valores burgueses e denunciando as injustiças
sociais – última fase do Romantismo);
 Primeira Geração – Romântica Portuguesa (1820 e 1830):
Os primeiros autores românticos conservavam características clássicas, sobretudo no que se refere às regras da criação
literária.
o Temas: os temas nessa fase estão ligados ao nacionalismo em Portugal, o romance histórico e o medievalismo; e
no Brasil – o indianismo
o Autor/obras:
- Almeida Garret: em busca das raízes nacionais
Poesia: “Camões”, “Dona Branca”, Flores sem fruto”, “Folhas caídas”
Prosa: “O Arco de Santana”; ”Viagens na minha terra”
- Alexandre Herculano: prosador – historiador medievalista
Prosa: “Eurico, o presbítero” / “O Monge de Cister”
 Segunda Geração – Romântica Portuguesa (1840 e 1850):
o Ultrarromatismo,
o Mal do século – (tédio, melancolia, desespero, inadaptação social, desejo da morte).
o Excessos do subjetivismo e do emocionalismo românticos;
o Irracionalismo;
o Escapismo; fantasia;
o Pessimismo.
o Autor/obras:
- Camilo Castelo Branco: novela passional
Obras: Amor de Perdição/Amor de Salvação/ Arco de Santana (novela)
 Terceira Geração romântica Portuguesa (1860):
Os autores da terceira geração já abaixaram o tom emocional e, embora mantendo ainda o subjetivismo romântico,
prenunciam, em muitos aspectos o Realismo
o Características: Diluição das características românticas; Pré-Realismo.
o Autor/obras:
- Júlio Dinis: “As pupilas do senhor reitor”

1.1 O Romantismo no Brasil

O Romantismo é a escola literária do Brasil - Império. Iniciou-se na segunda década após a independência e vigorou até
as vésperas da República. Sua história está intimamente ligada às transformações políticas e sociais desse período.

1.1.1 A poesia romântica


A evolução da poesia romântica foi marcada pela sucessão de três gerações de poetas:
 Primeira geração: dedicada aos temas nacionalistas – indianismo
o Autor/obras:
- Gonçalves Dias: Poemas: “Juca Pirama”, “Os Timbiras”.
- Gonçalves de Magalhães: “Suspiros Poéticos e Saudade” (considerado o marco inicial do Romantismo no
Brasil).
 Segunda geração romântica brasileira
A segunda geração dos poetas românticos brasileira é acometida pela mesma crise existencial da geração ultra-
romântica portuguesa. O pessimismo, o escapismo, o culto da morte (mal do século)
o Autor/obras:
- Junqueira Freire: Inspirações do Claustro; Contradições poéticas
- Cassimiro de Abreu:
Temas: saudades, infância, família, o amor platônico e o medo do amor
Obra: “Primaveras” (poesias reunidas)
- Álvares de Azevedo:
Luz dos Vinte anos/ Noite na Taberna/ Conde Lopo, Macário (teatro)

 Terceira geração romântica brasileira (1860 e 1890)


o Pré Realismo
o Condoreirismo
o Temas sociais e políticos
o Liberdade
o Tom retórico e exaltado
Os poetas dessa geração envolvem-se em questões sociais e políticas e engajam sua poesia nas polêmicas campanhas
da época; a campanha republicana e, sobretudo, a campanha abolicionista
o Autor/obras:
- Fagundes Varela – “Cântico do Calvário”
- “Castro Alves (o poeta dos escravos) “O Navio Negreiro” (poema – épico dramático),”
Vozes da África”

1.1.2 A Prosa Romântica Brasileira


Na literatura brasileira a prosa de ficção só tem início no Romantismo. Os prosadores românticos assumem a produção
literária com a missão de preencher os vazios da representação simbólica da identidade nacional.
o Autor/obras:
- Joaquim Manuel de Macedo:
“A moreninha” (primeiro romance da literatura brasileira)
“O moço loiro” / “A luneta mágica”
- José de Alencar:
Fase indianista: “Iracema” / “Ubirajara” / “O Guarani”
Fase histórica: “O Guarani”/ Minas de Prata “/ Guerra dos Mascates”
Fase de romances urbanos (pré-realistas): “Lucíola” / “Senhora” / “Diva” /
“A pata da gazela” / “A viuvinha”.
- Manoel Antonio de Almeida: “Memórias de um sargento de milícias”

1.1.3 Romances Regionalistas Românticos Brasileiros


o Autor/obras:
- Bernardo Guimarães - “O Seminarista” e “Escrava Isaura”
- Alfredo Taunay – “Inocência”
- Franklin Távora – “O Cabeleira”

1.1.4 Teatro romântico


o Autor/obras:
- Martins Pena: “O Juiz de paz na roça” / “O noviço” / “O Judas em sábado de aleluia”.

2. O Realismo / Naturalismo Português


Nascidos na França, ambos os estilos, estão ligados à Consolidação do poder burguês, graças a um avanço
industrial e científico vertiginoso (implementação do capitalismo).
Em Portugal, o declínio do Romantismo e a ascensão do Realismo deflagrado pela Questão Coimbrã e pelas
Conferências do Cassino Lisbonense, reivindicavam avanços específicos, como denúncia do atraso econômico e cultural
do país em relação ao cenário europeu.
Positivismo: de Augusto Comte - só devem ser considerados como relevantes os fatos positivos, aqueles passíveis de
análise científica.
Determinismo: comportamento humano é determinado por três fatores: meio, raça e momento histórico.
Evolucionismo: de Charles Darwin - no processo de evolução das espécies, há uma seleção natural que leva os mais
fortes derrotarem os mais fracos.

2.1 Poesia realista portuguesa


o Autor/obras:
- Antero de Quental: ao lado de Camões e Bocage, Antero de Quental é um dos mais importantes poetas
portugueses. A obra de Antero de Quental pode ser dividida em duas fases:
* Primeira fase: “Primaveras românticas” (lirismo amoroso, erotismo e religiosidade)
* Segunda fase: “Odes Modernas” (motivaram os acontecimentos da Questão
Coimbra) poesia realista, engajamento político, filosófico, de ação social e
irreverência.
Nos últimos anos de vida a obra Sonetos traz reflexão metafísica e pessimismo.
- Guerra Junqueira
- Cesário Verde: enfoca o cotidiano das grandes cidades

2.2 A Prosa no Realismo Naturalismo Portuguesa


Os grandes líderes da prosa do Realismo-Naturalismo português foram Eça de Queirós, Teófilo Braga e Ramalho
Ortigão (preocupação fundamental desses escritores era a reforma da sociedade portuguesa, que através da prosa
literária criticavam as instituições sociais a classe burguesa)
o Autor/obras:
- Eça de Queirós: é o criador de uma obra que pode ser dividida em três fases:
*Primeira fase: impregnada de romantismo social
“O mistério de Sintia”; “Prosas bárbaras”; “As farpas”
* Segunda fase: Adesão ao Naturalismo
“O crime do padre Amaro” (a igreja); “Os Maias” (a aristocracia)
“O primo Basílio” (a burguesia);
* Terceira fase: meditação filosófica, valores humanos e espirituais
“A ilustre casa de Ramires”; “As Cidades e as Serras”; “Os Maias”
- Antero de Quental: “Raios de instinta luz”; “Primaveras românticas”; “Odes Modernas”
(motivaram a Questão Coimbrã); “Sonetos” (poesias metafísicas e pessimistas)
Obs.: Autores faziam parte da “Questão Coimbrã” (Antero de Quental/Teófilo Braga/ Ramalho Ortigão)

2.3 Realismo/Naturalismo e Parnasianismo no Brasil


Marco inicial do Realismo/Naturalismo no Brasil as obras: “Memórias Póstumas de Brás Cubas” de machado de
Assis(Realista) e o “Mulato” Anísio Azevedo (Naturalista), Com essas obras o romance ultrapassa a função de
entretenimento para assumir a vocação de desvendar as contradições sociais do país.
o Autor/obras:
- Aluísio Azevedo: maior escritor naturalista brasileiro - Obras: “O mulato”; “O cortiço”
- Raul Pompéia: dimensão autobiográfica - “O cortiço (Crônica de saudades)
- Machado de Assis: maior escritor brasileiro de todos os tempos (escreveu prosa de
ficção – romance/conto e teatro)
* Principais características literárias de Machado de Assis:
- Enredo não linear;
- Presença constante de digressões
- Diálogos com o leitor;
- Análise psicológica dos personagens;
- Ironia fina e corrosiva e Visão metafórica realista dos valores humanos
(pessimismo)
* Obras: Poesia – “Crisálidas”; “Falenas”; “Americanas”; “Poesias completas”
- Fase romântica: “Ressurreição”; “A mão e a luva”; “Helena”; Iaiá Garcia
- Fase realista: “Memórias Póstumas de Brás Cubas”; “Dom Casmurro”; “Esaú e
Jacó; “Memorial de Aires”

3. Parnasianismo
Surge na França como reação a poesia romântica. Características:
- Busca pela perfeição formal (métrica, rima e versificação) versos decassílabos e alexandrinos;
- Vocabulário culto;
- Gosto pelo soneto - forma fixa: dois quartetos e dois tercetos;
- Rimas raras e fechamento com chave de ouro;
- Gosto pelas descrições: objetos de arte, esculturas gregas
- Linguagem objetiva: busca a contenção dos sentimentos e a perfeição formal;
- Racionalismo, Contenção das emoções;
- Universalismo: natureza, tempo, amor (mais sensual), objetos de arte e principalmente a própria poesia.
- Apego à tradição clássica: o parnasianismo associa-se ao Parnaso Grego, uma montanha na Grécia, segundo a lenda,
consagrado a Apolo e às musas (referências a personagens da mitologia)
- Arte pela Arte X Arte sobre a Arte.
o Autor/obras:
Raimundo Correia; Olavo Bilac e Alberto de Oliveira forma a chamada tríade parnasiana.
- Olavo Bilac: O ourives da linguagem. Seus poemas, principalmente soneto,
apresentam uma perfeita elaboração formal.
“Profissão de Fé” “Via Láctea”, “Sarças de Fogo”; “Caçador de Esmeraldas”.
- Raimundo Correia: pesquisa sobre a linguagem (musicalidade e sinestesia). Passou por
três fases: romântica; parnasiana e pré-simbolista.
“Primeiros Sonhos”; “Versos e versões”; “As pombas”
- Alberto de Oliveira: poesia descritiva exalta a forma e a antiguidade clássica.
“Canções românticas”; “Meridionais”; “Sonetos e poemas”; “Versos e rimas”; “Poesias”.

4. O Simbolismo
A virada de século XIX para o século XX
- crise do racionalismo burguês.
- Declínio das doutrinas positivistas e deterministas.
- Novas descobertas científicas e filosóficas: a física relativista de Einstein, a psicanálise de Freud (revelação da
importância dos sonhos, do imaginário e do inconsciente) e as teorias filosóficas de Schopenhauer e Nietzsche.
- desgaste das disputas colonialistas da burguesia industrial.
- Emergência da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
- Anúncios da Revolução Russa de 1917.

Característica da poesia Simbolista:


- Sugere em vez de descrever; simboliza em vez de nomear.
- Redescobre a subjetividade, o sentimento, a imaginação, a sensualidade e a espiritualidade.
- Explora o subconsciente e o inconsciente.
- Usa predominantemente imagens sensoriais e metafísicas.
- Prioriza a musicalidade, com alterações, assonâncias, paralelismos, repetições.
- Prefere as sinestesias, metáforas, prosopopéias e analogias como figuras de linguagem.
- utiliza letras maiúsculas em substantivos comuns, para torná-los absolutos.
- expressa uma religiosidade não convencional. Pelo desregramento dos sentidos, da sexualidade, das emoções, de
delírios e alucinações.
- Busca o misterioso, o oculto, o vago, o caótico, o alógico, o anárquico, o indefinível e o inexprimível.
- considera o poeta como vidente de realidades transcendentais e a poesia como expressão de vidência mediúnica.
- Anuncia o Modernismo, em sua busca da Poesia: uma realidade tecida apenas de palavras.

4.1 O Simbolismo em Portugal


O simbolismo instalou-se em Portugal na última década do século XIX, quando a geração realista demonstrava seu
profundo desencanto em relação a situação do país.
O simbolismo português teve início com a publicação da obra “Oaristos” (diálogo íntimo), de Eugênio de Castro.
Outros poetas e obras:
- Antônio nobre – Só
- Guerra Junqueiro – Os Simples
- Camilo Pessanha – Clepsidra (relógio antigo movido a água)

4.2 Simbolismo no Brasil


O Simbolismo constitui-se na Europa, especialmente na França e na Bélgica, nas últimas duas décadas do século 19,
como um movimento literário em relação ao Naturalismo e ao Realismo. Isto porque os simbolistas irão reivindicar
uma expressão que privilegie os estados da alma e das subjetividades humanas, contra uma lógica materialista e
científica até então fortemente realçada pelo Positivismo.
No Brasil, o Simbolismo o surge no período marcado por conflitos políticos e sociais. O país encontra-se em plena
transição do regime escravocrata para o assalariado. A virada do século traz expectativas por um “novo mundo”, mas
ainda são muitas as frustrações e angústias de um país em que não atingiu a consolidação dos ideais republicanos.
Apesar da Proclamação da República, em 1889, os brasileiros viam-se ainda imersos num mundo de práticas sociais
excludentes, onde inexistem valores como a cidadania e os direitos que dela advêm. Assim, o Simbolismo literário
brasileiro ganha matizes muito particulares, acentuados por escritores que sse ocuparam em defender as causas das
liberdades civis
Subjetivismo e angústia
Neste contexto, o autor mais expressivo chama-se Cruz e Souza: são de sua autoria as obras que melhor representam
o cenário político e social brasileiro desta época. Além disso, atribui-se a este escritor o início do simbolismo no Brasil,
com a publicação, em 1893, de “Missal” (prosa) e “Broquéis” (poesia)
Cruz e Souza defende uma estética simbolista apoiada no subjetivismo e na angústia, inicialmente voltada para as
agruras vivenciadas pelos negros (possivelmente pela sua carga identitária, uma vez que era filho de escravos) e,
posteriormente, fundamentada nos sofrimentos universais.
Outro expoente desta vertente literária é Alphonsus de Guimaraens (ele utiliza poeticamente a forma latinizada de
seu nome). O amor, a morte e a religiosidade formam a tríade temática privilegiada por este autor, também
possivelmente compreendida pelas suas
Alphonsus de Guimaraens acolhe esses temas em sua obra sob um misticismo evidente, que o faz ser reconhecido até
hoje como um dos mais místicos (senão “o mais místicos”) dos poetas brasileiros.
Tanto Cruz e Souza como Alphonsus de Guimaraens incorporam a estética simbolista na literatura brasileira e, apesar
de suas obras inscreverem-se em campos de ação bastante particulares para um e outro, ambos inserem-se no
contexto de tratamento de uma escrita harmonizada com os fenômenos existenciais da natureza humana.

Queridos Alunos:

“Aquilo que você pode fazer, ou sonha que pode, comece a fazer;
a audácia tem em si gênio, poder e magia”. (Goethe)

Um grande abraço,
Prof°. Waleska
(novembro/2011)

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