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Grupo I
Parte A
Lê o texto. Se necessário, consulta a nota.
1 Explicita o significado dos três primeiros versos, tendo em conta a globalidade do poema.
Letras em dia, Português, 12 .° ano Testes por sequência • Teste 1
3 Considerando a tensão sentir/pensar, comenta a relação entre a «flor» e a «gente» estabelecidas nas
segunda e terceira estrofes.
4 Demonstra a relevância do dístico final do poema, enquanto conclusão das reflexões do sujeito
poético.
Parte B
Lê o texto.
Despondency
Deixá-la ir, a ave, a quem roubaram
Ninho e filhos e tudo, sem piedade...
Que a leve o ar sem fim da soledade
Onde as asas partidas a levaram...
QUENTAL, Antero de, 2016. Os Sonetos Completos. Porto: Porto Editora (p. 71)
5 Destaca a expressividade da repetição «Deixá-la ir», no início de cada uma das estrofes,
relacionando-a com as quatro imagens-símbolo referidas ao longo do poema.
6 Demonstra que o desalento do sujeito poético se intensifica ao longo do poema, refletindo a sua
angústia existencial.
Letras em dia, Português, 12 .° ano Testes por sequência • Teste 1
Parte C
7 Nos poemas ortónimos de Fernando Pessoa, o «eu» revela-se incapaz de conciliar opostos.
Escreve uma breve exposição sobre a tensão sentir/pensar na poesia ortónima de Fernando
Pessoa.
A tua exposição deve incluir:
– uma introdução ao tema;
– um desenvolvimento no qual explicites a dicotomia sentir/pensar na poesia ortónima,
fundamentando as características apresentadas com, pelo menos, dois exemplos significativos;
– uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
LDIA12DP © Porto Editora
Letras em dia, Português, 12 .° ano Testes por sequência • Teste 1
Lê o texto.
A vida quotidiana
Valoriza-se pouco a vida quotidiana. Sentimo-nos aprisionados pelas rotinas, num rame-rame
monocórdico capaz de nos fazer hibernar a nós e ao universo. Ou vemo-nos então num vórtice
ofegante de tarefas para as quais só temos esforço, aceleração e cansaço, e não respostas.
O quotidiano muitas vezes se parece a um campo fechado, a uma arena baça onde travamos, a
5 custo, a luta pela sobrevivência (e apenas essa), no meio dos obstáculos e contrastes que o tempo
(esse lutador mais exímio do que nós) nos vai lançando. «Quando penso no quotidiano, o infinito
parece-me uma coisa mais distante» – confidenciou-me, um dia, uma amiga. E ela queixava-se de
como o dia a dia pode ser disfuncional, ensurdecedor, áspero e dissonante; de como, sendo nossa, a
existência diária também nos despersonaliza e torna maquinais mesmo aqueles gestos onde
10 quereríamos tanto estar inteiros. É comum ouvir testemunhos desta dilaceração, como se
estivéssemos condenados a descobrir o quotidiano como um domicílio afinal estranho e equívoco,
uma porta familiar que nos resiste, e que as nossas chaves abrirão sempre com maior dificuldade.
Ou, pior ainda, quando dos nossos quotidianos passamos a anotar, com ressentimento, só o
cinzentismo uniforme e nervoso, o pulsar descontente, a energia medíocre e incompleta, o que nos
15 parece ser a sua insuportável banalidade, o seu embotamento penoso, uma gaguez não de palavras,
mas de entusiasmo e de amor.
E, contudo, sem desmentir esta exigência que é também real, sem negar o seu peso que
amiúde nos vence, precisamos de nos reconciliar com o quotidiano. Pois, na sua forma
vulnerável e até contraditória, ele é o lugar das aprendizagens mais amplas, dos encontros mais
20 decisivos, das experiências mais profundas e iluminantes. A vida, se olharmos bem, não é igual
todos os dias. Os dias, se os abraçarmos bem, não são uma antologia de momentos opacos e
quebradiços. Os instantes não são lampejos ocasionais sem sentido, nos quais não devemos
confiar. O quotidiano é o barco e a viagem. É o barro e a obra a construir. É o espelho turvo, de
que São Paulo fala no célebre hino da Carta aos Coríntios, mas é também o lugar onde a
25 promessa da visão nítida se tateia. Por isso, em vez de sonolência, ele pede-nos que abramos
verdadeiramente os olhos. Em vez de indiferença e recusa, ele espera de nós empenho,
fidelidade e esperança.
MENDONÇA, José Tolentino, 2019. «A vida quotidiana». E (Expresso), n.º 2452, 26 de outubro de 2019 (p. 92)
4 No contexto em que ocorre, a expressão «É o espelho turvo [...] mas é também o lugar onde a
promessa da visão nítida se tateia.» (ll. 23-25) constitui
(A) uma antítese associada às possibilidades proporcionadas pelo quotidiano.
(B) uma metáfora associada à importância da transparência.
(C) uma hipérbole associada à ideia de entorpecimento humano.
(D) uma metonímia associada à complexidade do quotidiano.
7 Classifica a oração «que abramos verdadeiramente os olhos» (ll. 25-26) e refere a função sintática que
desempenha.
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Letras em dia, Português, 12 .° ano Testes por sequência • Teste 1
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2023/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.
Cotações
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 104
16 8 16 16 16 16 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 40
Total 200
Letras em dia, Português, 12 .° ano Testes por sequência • Teste 1
Parte C
Escrita • Escrever uma exposição,
respeitando as marcas de género.
7. 16 pontos
• Explicitar o conhecimento
6. 8 pontos
gramatical relacionado com a
articulação entre constituintes
7. 8 pontos e entre frases (frase complexa).