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Síntese da

Camões Lírico
Unidade 4
Síntese da Unidade 4
Luís de Camões
(c. 1525 – 1579/80)

RIMAS
Renascimento, Humanismo e Classicismo
 nova conceção do Homem e do Mundo;
 privilégio da razão e da experiência;
 sobreposição do antropocentrismo ao teocentrismo medieval;
 crença no saber do Homem e na sua experiência;
 recuperação dos clássicos por influência de Dante e Petrarca (nos temas, nas
formas e na mitologia);
 coexistência de formas medievais e renascentistas na literatura.
Síntese da Unidade 4

Medida velha Medida nova


 Designação atribuída à Poesia  Dolce stilo nuovo
tradicional existente nos
cancioneiros peninsulares ao longo Corresponde à introdução de
de todo o século XV e grande parte novidades, concretamente «o
do século XVI. abraçar os ideais do humanismo,
 Vilancetes e cantigas e endechas. a redescoberta dos Antigos, a
cultura do renascimento, em
suma».
SONETOS
Síntese da Unidade 4

Soneto

 Pertence à medida nova.

 Tem uma forma fixa: 14 versos: 2 quadras e 2 tercetos em versos


decassilábicos.

 Privilegia a expressão lírica da experiência vivencial de um emissor em que


coincidem as entidades do sujeito do enunciado e da enunciação.
Síntese da Unidade 4

Petrarquismo em Camões
Influência e originalidade
 Petrarca impõe-se aos poetas quinhentistas como
modelo a imitar.

 O ideal de beleza petrarquista inspira Luís de Camões.


 A figura feminina: pele muito clara, os olhos claros, o
cabelo louro, o «honesto riso» no rosto desenhado,
sem referência a cor.

 Camões rompe com o modelo de Petrarca quando


pinta uma mulher de tez negra.

(Ex.: «Endechas», p. 180)


Temáticas da poesia de Luís de Camões

A representação da amada
A figura feminina surge como exemplo de
perfeição física e espiritual (influência
petrarquista).

Cabelos de ouro;
pele neve;
pestanas ébano;
lágrimas pérola;
faces rosas;
lábios coral;
olhos de luz . O nascimento de Venus, 1483-85,
Sandro Botticelli (1445-1510), Galeria Uffizi, Florenca.
(Ex.: «Ondados fios d’ouro reluzente», p. 174;
«Um mover d’olhos brando e piadoso», p. 176)
Temáticas da poesia de Luís de Camões

A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor

 O amor idealizado permite contemplar uma realidade extraterrena.


 Este amor pode iluminar a realidade inteligível.
 O amor ou a contemplação da mulher amada enobrece a alma.
 Em Camões, o amor assume uma vertente dialética:
• razão/sentidos
• material/metafísico
• amor espiritual/amor carnal
• mulher que admira/mulher que deseja
(Ex.: «Tanto de meu estado me acho incerto», p. 185;
«Pede-me o desejo, Dama, que vos veja», p. 186)
Tensão amorosa em Camões

 Em Camões, ao contrário de Petrarca, encontramos a omissão da identidade


da amada. Poder-se-á dever ao caráter autobiográfico dos seus poemas ou à
tentativa de apresentação da fenomenologia do amor.

 O amor é o tema que está na base do processo da escrita.

 Verifica-se uma desproporcionalidade de sentimentos vividos pelo amador e


pela amada, provocando uma experiência de amor dolorosa.
A representação da natureza

Locus amoenus
Paisagem ideal e paraíso terrestre.
Campo fresco e verdejante; vasto arvoredo e flores coloridas, cujo doce
odor se espalha com a brisa; vegetação densa e renovada; terreno fértil;
suave som da água; borboletas e aves diversas no céu azul.

Esta natureza é conducente ao amor, ao encantamento sensorial e


espiritual do Homem.
(Ex.: «Alegres campos, verdes arvoredos», pág. 190)

Locus horridus/horrendus

Em Camões, não é apenas uma antítese do locus amoenus. É um espelho


da artificialidade e precariedade daquela paisagem.
A reflexão sobre a vida pessoal

 Luís de Camões viveu num século de partidas e de viagens, nas quais


participou ativamente.

 Torna-se herdeiro do lirismo medieval (saudade; amor ausente).

 Torna-se o primeiro grande imitador de Ovídio (mal da ausência).

 O sofrimento advém da crueldade do Destino, dos erros que cometeu


e do amor fracassado.

(Ex.: «O dia em que eu nasci, moura e pereça», pág. 193;


«Erros meus, má fortuna, amor ardente», pág. 196)
Tema da mudança e do desconcerto

Mundo desconcertado
 Os bons são castigados e os maus recompensados.

 Crescente interesse dos homens por valores materiais.

 Remissão do poeta para o isolamento, manifestando desânimo.

 O poeta sofre como vítima de um Destino cruel e fatal.

 A mudança surge associada à irreversibilidade do tempo.

(Ex.: «Correm turvas as águas deste rio», pág. 200;


«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.», pág. 201)
Síntese da Unidade 4

Poesia tradicional de Camões

Tópicos de circunstância.

Desconcerto do mundo.

Desengano.

Amor.
Gramática

Funções sintáticas
Predicativo do complemento direto

Função sintática desempenhada por um constituinte selecionado por um


verbo transitivo- predicativo (achar; julgar; nomear, etc.)

Pode ser constituído por um grupo nominal, um grupo adjetival ou um


grupo preposicional.

Ex.: Os portugueses consideram Camões um grande escritor.


Gramática

Complemento do nome

Função sintática desempenhada por um constituinte selecionado pelo


nome, situado à sua direita.

Pode ser constituído por um grupo adjetival, um grupo


preposicional oracional ou um grupo preposicional não oracional.

Ex.: A hipótese de ir à visita de estudo agrada-me mais.


Gramática

Complemento do adjetivo

Função sintática desempenhada por um constituinte selecionado pelo


adjetivo.

Pode ser constituído por um grupo preposicional oracional ou um


grupo preposicional não oracional.

Ex.: A Madalena ficou satisfeita com os resultados.

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