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A Teoria Empirista

Todo o conhecimento se baseia ou deriva da experiência sensível.


Nada está na razão que não tenha estado previamente nos sentidos.
Despossuída de qualquer ideia nata.
Todos os conhecimentos que um ser humano possui são exclusivamente fruto de
aprendizagem, através da experiência.
A experiência sensível é o critério para o conhecimento e a sua justificação.
Alguns empiristas negam a existência de qualquer conhecimento a priori,
afirmando que todo o conhecimento, sem exceção é a posteriori.

Exemplo:
O juízo “a água ferve a 100ºC” ou o juízo “David Hume nasceu em 1711” têm na
experiência a base da sua justificação. O pensamento puro nada pode dizer sobre a sua
verdade ou falsidade. Os juízos não são validos a priori, mas a posteriori.

David Hume

Frequentemente apresentado como empirista e também como cético, Hume, é, antes de


mais, um naturalista, pois o seu objetivo central foi mostrar que fazemos parte da ordem
natural.

Hume afirmou que:


 Todo o conhecimento deriva da experiência.
 A mente é, à partida, uma tábua rasa.
 Não existem ideias natas.

De onde provém o conhecimento?


 Todo o conhecimento provém da experiência.
Os primeiros dados do conhecimento são impressões sensíveis sob a forma de perceções
ou representações. As perceções correspondem a qualquer conteúdo da experiência e
ocorrem quando o individuo sente, recorda, imagina. Segundo Hume, existem dois tipos
de perceções: as impressões (sensações) e as ideias (imagens ou cópias).

Impressões:
 Sentir;
 Sensações externas (auditivas, visuais, olfativas, tactáveis, gustativas);
 Sensações internas (emoções e desejo);
 Correspondem a experiências;
 São mais vividas, mais fortes do que as ideias, isto é, mais claras e mais
pormenorizadas.

Ideias:
 Pensar;
 Memórias de impressões;
 São cópias das impressões, representações e imagens das impressões;
 São menos vividas, menos fortes, são as imagens enfraquecidas das impressões
no pensamento e no raciocínio.

Hume afirma a existência de ideias simples e ideias complexas.


 As ideias simples são ideias que não podem ser decompostas, como a ideia de
cor ou de forma, derivam de impressões simples.
 As ideias complexas são combinações de ideias simples. A ideia de uma
montanha dourada, por exemplo, é uma ideia complexa, pois é composta pelas
ideias simples de montanha e de dourado.

Mesmo as nossas ideias mais abstratas encontram a sua origem e justificação nas
impressões.
Hume considera, assim, que não há qualquer razão para defender que as nossas
crenças básicas têm um carácter a priori, como defendia Descartes.

Como procede o espírito ao raciocinar e construir o conhecimento?


 O nosso raciocínio funciona por associação de ideias.
Segundo Hume, quando pensamos, fazemo-lo associando ideias,

Conceitos:

Semelhança: se dois objetos se assemelham, então a ideia de um conduz o pensamento


ao outro.

Contiguidade no espaço e/ou tempo: se dois objetos são contíguos no espaço e/ou
tempo, a ideia de um facilmente leva à ideia de outro.

Causa ou efeito: pensamos nos objetos em função da relação de um com o outro. A


causa traz-nos ao pensamento o efeito. O efeito transporta o pensamento para a causa.

Que tipo de conhecimento podemos obter?


Podemos obter dois tipos de conhecimento de ideias (sobre relações de facto) e
conhecimento de factos (sobre questões de facto).

Conhecimento de ideias (ou relações de ideias):


 É um conhecimento a priori e consiste em estabelecer relações entre as
ideias que constituem cada uma das proposições.
 A sua verdade pode ser conhecida pela mera inspeção lógica do que
afirmam. São verdades necessárias baseadas exclusivamente no princípio
da não contradição.
 As verdades da lógica ou da matemática são deste tipo e podem ser
conhecidas sem recurso às impressões.
 Diríamos que são verdades analíticas e, como tal, nada nos dizem sobre o
que existe e acontece no mundo.

Conhecimento de questões de facto (ou conhecimento de factos):


 O seu valor de verdade está dependente do teste empírico. É um
conhecimento a posteriori.
 Diríamos que estamos perante verdades sintéticas, que nos dizem
qualquer coisa sobre o que acontece e se passa no mundo e que não está
presente nos elementos relacionados.

As questões de facto assentam sobre a relação de causa e efeito, que é uma conexão
especialmente importante.

Hume defende que a crença na regularidade causal do mundo é um produto do costume


do hábito. É pelo costume ou hábito que somos levados a acreditar na relação causal
entre fenómenos. Habituamo-nos a ter a experiência de sequências naturais que se
repetem. É a experiência repetida desta conjugação que nos leva a esperar que um
suceda a outro.

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