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PSICOPATOLOGIA E EEM
RESIDENCIA MÉDICA PSIQUAITRIA HCSL
Como conhecimento que visa ser científico, a psicopatologia não inclui critérios de
valor, não aceita dogmas ou verdades a priori. Ao se estudar e praticar a psicopatologia não
se julga moralmente aquilo que se estuda; busca-se apenas observar, identificar e
compreender os diversos elementos do transtorno mental. Conhecendo-se e descrevendo os
fenômenos psicopatológicos para compreensão do psiquismo humano.
O exame físico também é de extrema importância visto que paciente com transtornos
mentais graves (TMG) apresentam doenças físicas com maior frequência do que a população
em geral. Isso ocorre em associação ao enfrentamento de múltiplas barreiras para o acesso
ao cuidado apropriado. Essa combinação tem como consequência a mortalidade precoce.
Esses indivíduos têm uma expectativa de vida reduzida em 15 a 20 anos. Sendo as
comorbidades físicas mais frequentes: DM II e resistência a insulina; dislipidemia; DCV;
neoplasias malignas; HIV/AIDS; hepatite C; osteoporose; hiperprolactinemia; obesidade;
tabagismo; uso de álcool e outras substâncias; efeitos colaterais dos psicofármacos.
É de boa prática que entreviste primeiro, e a sós, o paciente. Que evite escrever
durante a entrevista; que ouça mais do que fale; que procure ser ameno e franco com atitude
firme, mas não ameaçador; tranquilo, mas nunca indiferente ao relato. As perguntas devem
evitar sugestões e alternativas, p.ex. “dorme bem, não é? // dorme bem ou mal?” devem
também ser claras e objetivas em linguagem simples.
Queixa principal/motivo da consulta: tem importância não só pelo seu conteúdo, mas
também por avaliar a crítica do mesmo quanto ao seu estado. Observar se a consulta é feita
por vontade e iniciativa própria ou se vem trazido por familiares e contra sua vontade. “O
neurótico procura o médico, o psicótico é levado ao médico.”
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História social: etilismo, tabagismo, uso SPA. Atividade física. Hábitos alimentares.
APARÊNCIA
INSIGHT
JUÍZO CRÍTICO ATITUDE
PRAGMATISMO COMPORTAMENTO
11 12 1 ORIENTAÇÃO
INTELIGÊNCIA
10 2
ATENÇÃO
MEMÓRIA
9 3 CONSCIÊNCIA
8 4
VOLIÇÃO + IMPULSO FALA
+ INSTINTO 7 5 LINGUAGEM
+ PSICOMOTRICIDADE
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PSICOSES PENSAMENTO
DELIRIOS + C+F+C
SENSOPERCEPÇÃO +
CONSCIÊNCIA DO EU AFETIVIDADE
H+A
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1. Aparência
Como esta sua aparência, descrevê-la caso algo chame a atenção e se mostre relevante.
2. Atitude/ comportamento
3. Orientação
*O primeiro sentido perdido é o tempo, depois espaço e por último desorientação do próprio
eu.
4. Atenção e consciência
CONSCIÊNCIA
É a capacidade de dar-se conta de si mesmo e do mundo externo. É a capacidade do
individuo entender o que está acontecendo dentro e fora de si mesmo. É referida como a zona
clara da vida psíquica.
Fazendo uma analogia, podemos comparar a consciência com a luz incidindo sobre um
palco: sua intensidade seria o nível de consciência ou lucidez. A área iluminada o campo
de consciência. Os atores iluminados dentro deste campo, os conteúdos da consciência
(pensamentos, afetos, representações) dos quais se toma conhecimento neste momento (por
isso estão claros e iluminados). A região da penumbra imediatamente próxima ao campo
iluminado, seria o pré consciente ou subconsciente, reunindo atores que poderão entrar
em cena a qualquer momento (são lembranças ou representações não recentes, mas com a
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possibilidade de o ser, convocadas por interesse ou sentimento). A obscuridade área mais
distante da iluminada é o inconsciente (atividade psíquica da qual não nos damos conta, mas
capaz de influenciar na atividade psíquica consciente) – como nos teatros no qual funcionários
invisíveis ao publico influenciam na peça.
Em uma noite normal de sono, as fases não REM e REM se repetem de forma cíclica
a cada 70 a 110 minutos, com 4 a 6 ciclos completos por noite. O sono se inicia com o tipo
não REM, havendo a sucessão dos estágios. O primeiro período REM, que geralmente é bem
curto, ocorre cerca de 70 a 120 minutos após o indivíduo adormecer. Têm a duração e a
intensidade dos períodos afetados por mecanismos de regulação homeostático como por
experiências ocorridas durante a vigília. Seus efeitos restauradores e transformadores
otimizam as funções neurocomportamentais da vigília.
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Þ Alterações quantitativa da consciência (rebaixamento do nível de consciência-RNC):
neurofisiologicamente a consciência é diretamente dependente da integridade do SNC e
em especial do funcionamento da formação reticular ascendente, no tronco cerebral que
multiplica, amplia e envia ao córtex cerebral estímulos trazidos pelas vias sensitivas e
sensoriais. Seus distúrbios são:
• 1ª grau - Obnubilação: diminuição branda da consciência neurológica com queda da
atenção e sensopercepção. Pequeno grau de sonolência ou perplexidade além de
certa desorientação. A produtividade psíquica e a capacidade de iniciativa são muito
pobres. No geral, o individuo diminui a atenção para as solicitações externas, dirigindo-
se para a sonolência;
• 2ª grau - Torpor/Estupor: rebaixamento global mais acentuado do nível de consciência
neurológica no qual são necessário estímulos intensos para obter apenas reações
primitivas (gemer ou balbuciar). Incapacidade de ação espontânea com grande inibição
da psicomotricidade e vontade;
• 3º grau - Sopor: é um estado de marcante e profunda turvação da consciência, de
sonolência intensa, no qual o indivíduo pode ser despertado apenas por um tempo
muito curto e por estímulos muito enérgicos do nível de uma dor intensa. O paciente
pode revelar fácies de dor e ter alguma gesticulação de defesa. Retornando
rapidamente à quase ausência de atividade consciente. Ele se apresenta intensamente
sonolento, quase em coma. A psicomotricidade encontra-se mais inibida do que nos
estados de obnubilação e de torpor;
• 4º grau - Coma: abolição total da interação entre individuo e meio, perda completa da
consciência, grau mais profundo de rebaixamento. Incapacidade total da atividade
voluntaria. Alguns sinais neurológicos podem ser verificados: movimentos oculares
errantes com desvios lentos e aleatórios, nistagmo, transtornos do olhar conjugado,
ausência do reflexo de acomodação, etc;
• Perdas abruptas da consciência: podem ser causadas por fatores emocionais,
neurofuncionais ou orgânicos de diversas naturezas. São elas:
- Lipotimia: se caracteriza por perda parcial e rápida da consciência (dura apenas
segundos), geralmente com visão borrada, palidez da face, suor frio, vertigens e perda
parcial e momentânea do tônus muscular dos membros, com ou sem queda do corpo
ao chão;
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- Sincope: designa um colapso súbito, com perda abrupta e completa da consciência,
perda total do tônus muscular, com queda completa ao chão. O mecanismo básico é a
instalação rápida de irrigação cerebral insuficiente por causas diversas.
Existem outras síndromes psicopatológicas associadas ao rebaixamento prolongado do
nível de consciência: o dellirium e o estado onírico. Dellirium: é um quadro que pode ser
descrito como rebaixamento leve a moderado da consciência acompanhado de desorientação
temporo-espacial, dificuldade de concentração, perplexidade, ansiedade em graus variáveis,
agitação ou lentificação psicomotora, discurso ilógico e confuso associado a ilusões e/ou
alucinações, quase sempre, visuais.
É um estado que oscila muito ao longo do dia. Geralmente, o paciente está com o sensório
claro pela manhã, e, no início da tarde, o nível de consciência “afunda”, piorando no fim da
tarde e à noite. Podem surgir, então, ilusões e alucinações visuais, bem como intensificar-se
a desorientação e a confusão do pensamento e do discurso, com a possibilidade de haver
agitação psicomotora e sudorese.
Já o termo estado onírico ou oniroide (dream-like state) é utilizado para designar uma
alteração da consciência na qual, paralelamente à turvação da consciência, o indivíduo entra
em um estado semelhante a um sonho muito vívido. Predomina a atividade alucinatória visual
intensa com caráter cênico e fantástico. A pessoa vê cenas complexas, ricas em detalhes,
com lutas, matanças, fogo, assaltos, sangue, etc. Cuja carga emocional é marcante (angústia,
terror ou pavor). Há geralmente amnésia lacunar do período. Frequentemente associado a
psicoses tóxicas, síndromes de abstinência de substâncias (delirium tremens) e quadros febris
tóxico-infecciosos.
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representações de importância particular para o sujeito acometido), com a conservação
de uma atividade psicomotora global mais ou menos coordenada, permitindo a
ocorrência dos chamados atos automáticos. Caracteriza-se por surgir e desaparecer
de forma abrupta e ter duração variável, de poucos minutos ou horas a algumas
semanas. Durante esse estado, ocorrem, com certa frequência, atos explosivos
violentos e episódios de descontrole emocional (podendo haver implicações legais de
interesse à psicologia e à psiquiatria forense). Os estados crepusculares foram
descritos classicamente como associados à epilepsia, mas também podem ocorrer em
intoxicações por álcool ou outras substâncias, após traumatismo craniano, em quadros
dissociativos histéricos agudos e, eventualmente, após choques emocionais intensos;
• Estado segundo: estado patológico transitório semelhante ao estado crepuscular,
caracterizado por uma atividade psicomotora coordenada porem estranha à
personalidade do sujeito acometido e que não se integra a ela.
Com certa frequência, alguns autores utilizam os termos “estado segundo” e “estado
crepuscular” de forma indistinta ou intercambiável. Em geral, atribui-se, ao estado segundo
uma natureza mais psicogenética, sendo produzido por fatores emocionais (choques
emocionais intensos). Já ao estado crepuscular, são conferidas causas mais frequentemente
orgânicas (confusão pós-ictal, intoxicações, traumatismo craniano, etc.);
Alguns pacientes têm crises ou estados dissociativos agudos que se iniciam com queda
ao chão, abalos musculares e movimentação do corpo semelhante à crise convulsiva (da
epilepsia). Nesses casos, designa-se tal crise como crise pseudoepiléptica (crise conversiva).
A dissociação da consciência pode ocorrer também em quadros de ansiedade intensa,
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independentemente de se tratar de paciente com personalidade histriônica ou traços
histéricos, sendo a dissociação, então, vista como uma estratégia defensiva inconsciente para
lidar com a ansiedade muito intensa, é como se o indivíduo se desligasse da realidade para
parar de sofrer. Podem ocorrer em transtornos da personalidade borderline.
• Transe: semelhante a sonhar acordado, diferindo disso, porém, pela presença em geral
de atividade motora automática e estereotipada acompanhada de suspensão parcial
dos movimentos voluntários. O estado de transe ocorre sobretudo em contextos
religiosos e culturais;
• Estado hipnótico: É um estado de consciência reduzida e estreitada e de atenção
concentrada, que pode ser induzido por outra pessoa (hipnotizador). Trata-se de um
estado de consciência semelhante ao transe, no qual a sugestionabilidade do indivíduo
está aumentada e sua atenção concentrada no hipnotizador. Nesse estado, podem ser
lembradas cenas e fatos esquecidos e podem ser induzidos fenômenos como
anestesia, paralisias, rigidez muscular e alterações vasomotoras. Não há nada de
místico ou paranormal na hipnose. É apenas uma técnica refinada de concentração da
atenção e de alteração induzida do estado da consciência.
ATENÇÃO
Processo psíquico que concentra a atividade mental sobre determinado objeto traduzindo
um esforço mental e atividade deliberada e consciente do individuo. Desta maneira a atenção
depende diretamente da consciência. Toda alteração da consciência gera alteração da
atenção. Existe a atenção voluntaria e a atenção espontânea.
Þ Atenção espontânea ou vigilância: consiste na capacidade de destacar, por exemplo,
sons, atos, fatos, pensamentos ou sentimentos momentâneos. É a capacidade de parar
de ler o livro para focar em algum barulho que aconteceu no momento. Os distúrbios da
vigilância se caracterizam por aumento ou diminuição, são eles:
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• Hipervigilância: paciente está a cada instante atento a um fato, saltando para outro com
grande rapidez. Pode ser observado em quadros maníacos, excitação psíquica e
intoxicações por euforizantes;
• Hipovigilância: menor capacidade de estar atento ao mundo circundante. Pode ocorrer
na fadiga intensa, quadros melancólicos e obnubilação;
• Normovigil.
Þ Atenção voluntaria ou tenacidade: é aquela que depende da vontade e pode ser dirigida.
É ativa e intencional. Também se caracterizam por aumento ou diminuição:
• Hipotenaz
• Hipertenaz
• Normotenaz
Usamos o sufixo prosexia para caracterizar o estado completo da atenção, ou seja, a soma
da atenção espontânea com a atenção voluntária:
VIGILÂNCIA HIPOVIGILANCIA
HIPOTENACIDADE
HIPERVIGILÂNCIA
HIPERTENACIDADE
HIPOTENACIDADE
5. Fala e linguagem
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1ª etapa: conceitualização/ macroplanejamento. É o planejamento do conteúdo, busca de
conceitos;
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- Afasia de Broca: comprometimento da expressão da linguagem oral e escrita. Comum
da sequela do AVC do lado direito;
- Afasia global: perda total da capacidade de articular palavras com impossibilidade de
expressão e compreensão. Ocorrem devido a lesões cerebrais que atingem a zona
motora;
- Afasia nominativa: dificuldade de encontrar o nome correto de um objeto, também
chamada de afasia mnésica;
- Afasia sintática: incapacidade de agrupar as palavras em sequencias apropriadas.
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• Logoclonia e Palilalia: repetição do próprio discurso. Quando ocorre a repetição da
última silaba denomina-se logoclonia já a repetição da última palavra, palilalia;
• Verbigeração: repetição de palavras ou frases durante um período prolongado (meses,
semanas ou dias) de maneira monótona e sem parar;
• Mussitação: alteração em que predomina o murmúrio somado ao tom baixo da fala, de
maneira repetitiva e com pouco movimento lábia;
• Neologismo: alteração caracterizada pelo uso de palavras novas ou já conhecidas no
qual o sujeito cria seu próprio significado, o que as tornam sem sentido para quem as
ouve;
• Jargonofasia: consiste na incoerência total da fala na qual palavras identificáveis, com
articulação correta, são caoticamente emitidas, geralmente misturadas com
neologismos. “SALADA DE PALAVRAS”;
• Glossolalia: consiste na emissão de sons que nos parece outra língua, no qual os
fonemas são ininteligíveis, porém assemelhando-se a uma fala normal. Individuo
“inventa” uma língua nova com presença de afeto na fala.
• Para-resposta: respostas completamente disparatadas em relação as perguntas.
6. Pensamento
Se estende a toda atividade psíquica desde o ato da percepção ate o da linguagem.
Entende-se pensamento como o trabalho mental que emprega os materiais coletados pela
atenção, percepção, memoria e consciência, organizando-os por meio das associações e da
imaginação, influenciado pela inteligência e pela afetividade, visando ajustar-se a realidade.
Sua constituição é resultado da agregação de: IDEIA/CONCEITO (representação mental
dos caracteres essenciais de um objeto. Por intermédio dos conceitos é que apreendemos o
significado das coisas) + JUÍZO (síntese mental que nos permite chegar à relação dos
diferentes conceitos) + RACIOCÍNIO (relação entre os juízos). Exemplificando: Neve (ideia/
conceito); a neve é fria (juízo); a neve queima a pele, preciso me proteger dela (raciocínio).
A expressão do pensamento é dada pela linguagem então no exercício clínico do dia a dia
avaliamos o pensamento pelo que o paciente fala. E, a partir daí, percebemos os distúrbios
formais quanto ao seu curso, formato e conteúdo.
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NEUROFISIOLOGIA DO PENSAMENTO
1º Córtex pré frontal dorsolateral: recebe as informações pelas vias aferentes que são
captadas pelo sistema sensorial. As informações novas são comparadas com as já existentes
que estão armazenadas (memoria). Esse processo é indispensável ao curso do raciocínio, é
tarefa da memoria operacional;
2º Córtex cingulado anterior: as informações obtidas na etapa anterior são aí processadas,
entretanto entra em cena o raciocínio lógico para resolver problemas e tomar decisões. A
atenção é focalizada para as informações que entram, fixando objetos e planejando ações;
3º Córtex pré frontal ventromedial: nesta localização os comportamentos são planejados
utilizando os ajustes necessários (ordenação temporal, circunstâncias sociais, objetivos) para
concretizá-los.
Þ Alterações da forma
• Fuga de ideias: a velocidade do curso está tão acelerada que ocorre um
“atropelamento” das ideias sem que qualquer uma seja concluída. Antes de terminar a
exposição de um pensamento já lhe surgiu outro;
• Intercepção ou bloqueio: súbita interrupção das associações e intenções contidas num
determinado pensamento. Paciente cessa o que vinha dizendo no meio da frase;
• Prolixidade: detalhismo, minuciosidade e apego a insignificâncias levando ao
abandono inicial do tema. Distúrbio típico do epilético;
• Perseveração: repetição involuntária, passiva, automática e obstinada de temas, frases
e palavras;
• Arborização: perda da direcionalidade sem conclusão do raciocínio (comum nos
episódios maníacos);
• Circunstancialidade: dá voltas em torno do tema sem atingi-lo;
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• Dissociação: pensamentos com dificuldade na articulação de juízos tornando-se
desorganizado e incoerente com repercussões evidentes na memoria, na consciência
neurológica ou na identidade pessoal;
• Descarrilhamento: desvio súbito ou gradual do curso do pensamento com idas e vindas
para assuntos irrelevantes, sem bloqueio e retornando ao seu curso original. Parece
saltar a cada instante de um trilho para outro tornando ininteligível o que é expressado.
àDistingue-se da fuga de ideias. Pois nesta há logorréia, taquipsiquismo e euforia (quadro
maníaco). Não observados no descarrilhamento que é próprio das esquizofrenias.
• Desagregação: quebra dos laços associativos ou de estranhos desarranjos de relação
entre resíduos de pensamentos, sem laços entre si, que são configurados de momento,
sem estruturação racionalsem logica finalidade.
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• Pensamento obsessivo: caracteriza-se por ser repetitivo, inadequado e intrusivo. É
reconhecido pelo paciente como dele próprio, mas ao mesmo tempo considerado como
absurdo e que contra ele luta;
• Pensamento derreísta: conteúdo completamente ligado as necessidades afetivas do
individuo com grande distorção da realidade e a favor unicamente dos propósitos do
mesmo.
7. Afetividade
Paixão: a intensidade do estado afetivo pode ser tal que o afeto domina o psiquismo
do individuo como um todo. Se este estado afetivo estiver direcionado a um único objeto que
detém o foco da atenção, do interesse e do desejo do sujeito chamamos de paixão. Nesse
caso a capacidade de raciocínio logico e de fazer julgamentos pode ser afetada, inclinada em
favor do objeto apaixonante;
HUMOR
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É responsável por fornecer um sentido particular a percepção de mundo da pessoa. É
o estado de animo, disposição afetiva de fundo, que penetra em toda a experiência psíquica
do individuo. É o tônus afetivo, resultado de uma combinação de fatores psíquicos e
somáticos. Pode apresentar modificações diante de circunstâncias internas e/ou externas
(alterações do humor), porem o tônus do humor sempre permanece ou retorna a seu estado
básico.
*Evitar usar a palavra hipotímico pois esse adjetivo não mostra a intensidade.
à É importante obter informações do paciente que apresenta essa alteração com outras
pessoas, já que este experimenta o estado de maneira agradável, podendo por isso negá-lo.
AFETO
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São elementos vivenciados sob a forma de emoções e sentimentos. É o tônus
emocional que acompanha uma ideia ou representação mental - “é aquilo que te afeta”.
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Sistema Límbico
Circuitos são um conjunto de regiões neurais conectadas de forma circular – córtex cingulado,
hipocampo, hipotálamo e os núcleos anteriores do tálamo - que estão envolvidas com vários
aspectos das emoções (o sentimento, as reações comportamentais e os ajustes fisiológicos).
Þ Córtex cingulado: recebe projeções de diversas outras regiões corticais associativas e com
elas fornece a base para a experiência subjetiva;
Þ Hipocampo: consolida a memória do conteúdo emocional;
Þ Amigdala: recebe as informações sensoriais e interiores provenientes do córtex e do
tálamo, avalia sua natureza emocional e comanda as regiões responsáveis pelos
comportamentos e ajustes fisiológicos adequados (no hipotálamo e no tronco encefálico);
Þ Hipotálamo: controla as manifestações fisiológicas que acompanham as emoções,
realizando essa tarefa através do sistema nervoso autônomo e do sistema endócrino.
SENSOPERCEPÇÃO
Define-se sensação como o fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos
ou biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo, que produzem alterações nos
órgãos receptores, estimulando-os. Os estímulos sensoriais fornecem a alimentação sensorial
aos sistemas de informação do organismo.
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Em outras palavras a sensação seria um fenômeno passivo no qual estímulos físicos ou
químicos atuam sobre sistemas de recepção do organismo. Ao passo que a percepção seria
um fenômeno ativo: o sistema nervoso e a mente do sujeito constroem um percepto por meio
da síntese dos estímulos sensoriais, confrontados com experiências passadas registradas na
memoria e com o contexto sociocultural em que vive o individuo e que atribui significado as
experiências. Suas alterações podem ser quantitativas ou qualitativas:
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- Cenestésica e proprioceptivas: paciente não identifica partes do seu corpo ou daquilo
que o circunda. Também chamada de assomatognosia ou síndrome da indiferença (lesões
de córtex parietal posterior).
• Ilusão: percepção deformada/alterada de um objeto real e presente. Na ilusão há sempre
um objeto externo real gerador do processo. Podem ocorrer em estados de rebaixamento
do nível de consciência, estados de fadiga grave e em alguns estados afetivos de
acentuada intensidade (ilusões catatímicas):
- Pareidolia: imagem criada a partir de estímulos imprecisos ou de figuras abstratas
(projeções). “Individuo vê animais nas nuvens” // “vê são Jorge na superfície da lua” //
“interpretação de quadros da arte moderna”.
• Alucinações: percepção clara, definida e convicta de um objeto sem a presença do objeto
estimulante real, ou seja, sem o estímulo sensorial respectivo. Estas percepções são
vivenciadas como fenômenos próprios do mundo do sujeito:
- AUDITIVAS: são o tipo mais frequente nos transtornos mentais. Geralmente são
imperativas (comandam) ou de conteúdo depreciativo e de perseguição, são vozes que
ameaçam ou insultam. Podem ser:
a. Alucinação auditiva simples: audição de ruídos primários, sensação subjetiva de
ouvir ruídos – tinnitus;
b. Alucinações auditivas complexas: alucinação audioverbal na qual o paciente escuta
vozes sem qualquer estímulo real.
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e. Zoopsias: visões de bichos assustadores no delirium tremens, atenuam-se com o
aumento de outros estímulos como luz e som;
f. Ictais: alucinações simples e repetitivas estão presentes na epilepsia cercando as
crises convulsivas, tem duração breve e conteúdo formado pelo material da
memoria;
g. Extracampinas: ocorrem fora do campo sensorial, presentes na esquizofrenia.
à Sd. de Cottard: sente que seu corpo esta sem vida, suas vísceras não mais funcionam e o
seu corpo está desaparecendo. A interpretação que acompanha este fenômeno
sensoperceptivo denomina-se delírio de negação de órgãos ou niilista.
à Sd. do membro fantasma: ocorre em indivíduos que sofreram amputação de algum membro
e continuaram suas percepções e ações dentro do esquema corporal anterior a perda sofrida,
sentem o membro e lhes dão realidade espacial ao se movimentar.
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- HIPNAGÓGICAS: alucinações ao adormecer.
São percepções alteradas durante a passagem do ciclo sono – vigília. Por exemplo
sensação de estar despencando de um precipício, além de algumas visões.
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estranheza do fenômeno. É frequente em quadros psicoorgânicos, intoxicação por
substâncias alucinógenas. Pode ser do tipo:
- ALUCINOSE ALCOÓLICA: vozes que tratam o paciente na 3ª pessoa, existe
preservação da critica e nível normal de consciência;
- ALUCINOSE VISUAL: encontrada em patologias e tumores neurológicos (pedúnculo
e tronco cerebral), abuso de drogas alucinógenas e sd. Charles Bonnet.
Sd. de Charles Bonnet: ocorre com mais frequência em pessoas com graus variáveis de
déficits visuais (catarata, lesões de córnea ou retina ou das vias neurais visuais, degeneração
macular). Nessa síndrome as alucinações visuais complexas chamam a atenção pois podem
apresentar cenas vívidas envolvendo imagens de animais, flores, pessoas, faces, arvores,
imagens em miniaturas, etc. Os pacientes geralmente (em mais de 90% dos casos) têm
insight sobre o caráter anormal da experiência alucinatória, tem a inteligência e as funções
cognitivas mantidas e não apresentam alucinações de outros tipos. A síndrome ocorre mais
em pessoas idosas, que são as que mais tem problemas visuais, mas pode ocorrer em
qualquer idade.
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o grau de realismo e convicção da alucinação verificando se ele consegue distingui-las das
percepções normais.
DELÍRIO
A palavra delírio tem sua origem semântica na junção entre os termos desvios +
trilhas/caminhos. Corresponde a uma alteração do conteúdo do pensamento. É um juízo
patologicamente falso da realidade. Com convicção intima e irremovível, contra a qual não há
argumento. Existe um tripé que o caracteriza:
• Ideia delirante: delírio verdadeiro, é primario e ocorre com lucidez de consciência. Não é
consequência de qualquer outro fenômeno. São agrupadas em temas típicos:
CONSCIÊNCIA DO EU
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Se refere a consciência dos seus próprios atos psíquicos. É a percepção do seu eu. Como
o sujeito aprende sua personalidade. É uma atividade de grande complexidade que envolve
todas as funções mentais e é completamente enraizada na consciência neurológica.
Freud chegou à conclusão, ao longo de suas investigações, de que existem duas classes
de inconsciente: o verdadeiro e o inconsciente pré-consciente. O primeiro é
fundamentalmente incapaz de consciência. Já o pré-consciente é composto por
representações, ideias e sentimentos suscetíveis de recuperação por meio de esforço
voluntario. São os fatos, lembranças e ideias que esquecemos ou deixamos de lado, mas que
podemos, qualquer hora, evocar voluntariamente.
Freud vai além, para ele o inconsciente é bem mais do que um simples estado mental fora
da consciência. É, embora obscuro, a estrutura mental mais importante para o psiquismo
humano. Sendo que este sistema funciona regido pelo princípio do prazer por meio do
processo primário em forma de condensação e deslocamento. É também isento de
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contradições mútuas e não apresenta referência ao tempo. É dinâmico na medida em que
exerce uma ação permanente sobre a vida psíquica.
Para Jaspers o inconsciente é “aquilo como de modo algum se sente como existindo
interiormente, que não se vivencia em absoluto; aquilo que não se conhece como objeto, que
não se nota (que por isso, no entanto, vem a ser mais tarde, percebido ou recordado);
finalmente, é aquilo de que não se veio a saber”.
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esta presente nos quadros esquizofrênicos. Paciente vivencia “ser um” e continuar “sendo
um”, mas não o “mesmo um” de antes: agora é outro.
Þ Consciência do eu em oposição ao mundo externo: é a clara noção de oposição do
mundo exterior. A noção de limites entre o mundo exterior passando a fazer parte do “eu”.
Por exemplo: “senti o latido do cão como um contato doloroso no meu corpo”. Também se
enquadram as vivencias de supressão dos limites entre “eu” e o ambiente, algo que ate
então era somente do “eu” passa a ser do mundo dos outros – “o mundo inteiro sabe os
meus pensamentos”.
O fato da consciência do eu apresentar quatro características não significa que suas
alterações sejam únicas, pelo contrário, o mais comum é que se associem dois ou mais
distúrbios, somando-se ou gerando outros. Na maioria das vezes indicam psicoses do grupo
das esquizofrenias. Mas podem fazer parte também dos quadros de intoxicações e psicoses
orgânicas.
INSTINTO
Também podem ser chamados de tendências vitais que respondem aos reflexos
incondicionados e condicionados. São de organização genética e constitucional, é inato ao
individuo e referente a cada espécie, visando a sua sobrevivência. Sua manifestação é no
sentido de descarga de tensões para o restabelecimento do estado neurofisiológico não
tensional (homeostasia). Por exemplo: fome, sede, termorregulação, sono e sexo. A
psicanálise os denomina como pulsões. São:
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As perturbações dos instintos são mais encontradas nos casos de lesão cerebral e
consequente deterioração mental. O instinto de auto conservação poderá alterar-se nas
depressões e psicoses de toda ordem, originando tendência ao suicídio ou a automutilação.
Englobam:
Þ Alterações dos instintos alimentares: falta, perda, aversão, exagero ou perversão da
ingesta de alimentos. Presente na anorexia nervosa, bulimia, hiperfagia, coprofagia
(ingesta de excrementos) e personalidade borderline.
Þ Alteração do sono
• Dissonias: perturbação predominante na quantidade, qualidade ou regulação do sono.
Presente nos quadros de insônia, hipersonia ou transtorno do ciclo sono-vigília;
• Parassonias: eventos episódicos que ocorrem durante o sono como: sonambulismo,
terror noturno, pesadelo e narcolepsia (ataque irresistível de sono com a presença de
alucinações hipnagógicas, hipnopômpicas ou paralisia).
Þ Alterações da resposta sexual: incapacidade do individuo participar de um
relacionamento sexual da forma que gostaria devido a alteração do desejo ou da resposta
genital e ejaculatória durante o ato sexual. Pode ser observado nas aversões sexuais,
ejaculação precoce, vaginismo, disfunção orgásmica, dispareunia, falta ou perda do
desejo, dentre outros.
• Identidade sexual
Na maioria dos casos a etiologia dos transtornos da resposta sexual são decorrentes de
conflitos psíquicos como ansiedade excessiva, exigência elevada, baixa auto estima,
preocupação excessiva com o desempenho sexual, desconhecimento do próprio corpo,
dificuldade de comunicação sexual e/ou falta de intimidade sexual.
IMPULSO
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• Piromania: impulso a atear fogo (epiléticos, psicopatas e oligofrênicos);
• Frangofilia: rasgar as vestes ou quebrar objetos. Deixar em frangalhos;
• Impulso hetero ou autoagressivo;
• Dromamania: tendência a fugas e andar sem destino a ermo;
• Dipsomania: individuo ingere grandes quantidades de líquidos, inclusive álcool (lesão
hipofisária, melancólicos e esquizofrênicos);
• Cleptomania: impulso em se apropriar de objetos alheios. É mais frequente no sexo
feminino e em personalidades imaturas;
• Toxicomanias: tendência ao uso de substâncias que alterem o funcionamento do SNC.
Mais prevalente naqueles com personalidade imatura e instáveis, manifestações
neuróticas e alterações patológicas do humor.
Þ Ato impulsivo: algo súbito, incoercível e incontrolável, desprovido de finalidade
consciente. As etapas de deliberação e decisão são ignoradas.
Þ Ato compulsivo: individuo se sente compelido/obrigado a realizar aquela ação. Ao
contrário do ato impulsivo, nesta situação a execução não se da de imediato, ela acontece
somente após deliberação do consciente. Existindo, como consequência, luta e resistência
contra sua execução. Nem sempre levam a uma sensação de prazer, por vezes produz
alívio temporário para vivência disfórica. É comum em quadros de TOC, toxicofilia,
sibomania (jogo patológico) e aniomania (compulsão por compras).
VONTADE//VOLIÇÃO
Þ Alterações da vontade/conação
• Abulia: ausência de vontade seja quanto a decisão, seja quanto a execução;
• Hipobulia: diminuição e/ou incapacidade do potencial volitivo, especialmente na
passagem do pensamento para a ação, geralmente consequente ao automatismo das
ações. Presente nas depressões graves, epilepsia, psicoses orgânicas, lesões
cerebrais e abuso de drogas;
• Estupor: imobilização da vontade acompanhada de acinesia, pode ocorrer nos
histéricos e melancólicos, letárgicos e catatônicos;
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• Hiperbulia: exacerbação do impulso volitivo. Utilização de um esforço voluntario
desmedido, exagerado ou socialmente inadequado para realizar uma atividade
qualquer. Comum nos quadros maníacos, intoxicação aguda ou crônica por
anfetaminas ou outros psicoestimulantes, formas expansivas da demência senil e
estados de agitação geral;
• Negativismo: forma anormal de comportamento na qual o paciente tende a fazer
oposição aquilo que lhe é pedido. Pode estar presente nas esquizofrenias
(principalmente a catatônica), depressão grave, quadros dissociativos e transtornos de
personalidade. É dividido em:
- Negativismo Passivo: sujeito simplesmente se abstém de colaborar;
- Negativismo Ativo: tende a fazer o contrário do que se espera ou se deseja dele.
à Entre as manifestações do negativismo encontra-se o mutismo e a sitiofobia (recusa
sistemática de alimentos).
• Apragmatismo: capacidade prejudicada de realizar atividades volitivas e psicomotoras
simples como higiene pessoal e cuidados de limpeza; apesar da função neurológica
estar intacta. Esta alteração pode ser encontrada nas psicoses crônicas, estados
depressivos, quadros catatônicos e estados de esgotamento.
PSICOMOTRICIDADE
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É a execução de movimentos (voluntários e involuntários) organizados e integrados.
Constituem uma síntese psíquica e motora, que permite a adaptação do individuo ao meio.
Para as teorias psicanalíticas o corpo não é apenas o organismo é também linguagem. Visto
isso, por meio da motricidade e dos gestos é possível realizar uma leitura simbólica do dizer
corporal do individuo. Suas alterações são:
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• Estereotipia motora: são movimentos voluntários, repetitivos, estereotipados, não
funcionais com frequência rítmica. Ex: balançar o corpo ou a cabeça, alisar cabelo ou
fazer sinal da cruz;
• Ecopraxia: imitação de um comportamento sem proposito, gestos, atitudes;
• Discinesia: movimentos musculares involuntários e repetitivos anormais, tais como:
torcer os dedos, torcer o tronco ou respirar emitindo grunhidos;
• Marcha bizarra: marcha com maneirismo e estereotipias motoras variadas.
Þ Psicomotricidade conversiva: Entende-se por psicomotricidade conversiva aquelas
manifestações motoras que sugerem um transtorno físico, mas que são resultantes de um
conflito psíquico e fatores estressores, de natureza emocional inconsciente e transitória.
• Convulsão de conversão: são manifestações motoras com estreitamento da
consciência cuja natureza é emocional e transitória.
Þ Psicomotricidade neurológica: são aquelas decorrentes de lesões cerebrais especificas
ou do uso de medicações antipsicóticas ou doenças neurológicas.
• Decorrente do uso de medicações antipsicóticas (neurolépticos):
- Parkinsonismo: diminuição dos impulsos, lentidão da marcha, rigidez corporal, tremor,
sialorréia, faces inexpressivas e sinal de roda denteada;
- Discinesia tardia: composta por espasmos peribucais dolorosos e protrusão
involuntária da língua. É de difícil reversibilidade. Ocorre com o uso de neurolepticos
por pelo menos 3 meses;
- Acatisia: inquietação muscular com incapacidade para sentar-se, ou balanço com
apoio alternado nos pés enquanto está de pé. *metoclopramida – plasil;
- Síndrome do coelho: movimentos rápidos de mascar;
- Síndrome neuroléptica maligna: complicação geralmente fatal causada pelo uso de
neurolépticos. Caracteriza-se por rigidez muscular + febre + diaforese + delirium +
alterações da PA.
Þ Tiques: são vocalizações ou movimentos involuntários, súbitos, rápidos, recorrentes,
rítmicos e estereotipados, que variam quanto a localização, frequência e vigor. Tendem a
surgir paroxismos. Suas características principais são a inoportunidade e a manifestação
intempestiva. É considerada por alguns autores como a expressão motora de conflitos
psíquicos.
10. MEMÓRIA
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Memória é a função psíquica que permite conservar os dados vividos e os aprendidos. É
a capacidade de fixar, armazenar (ou conservar), recordar (ou evocar), reconhecer e localizar
no tempo e no espaço vivencias e conhecimentos. A memória de fixação ocorre em duas
etapas: 1. Fixação imediata ou de curto prazo (memoria recente) – acontecimentos dos
últimos dois ou três dias. Tem relativa precisão, pois ainda não se ligaram as vivencias do
individuo. 2. Fixação definitiva ou de longo prazo (memoria remota) – quando o registro dos
dados se integra a vivência do individuo, fazendo parte do passado.
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- Amnésia retro-anterograda: refere-se aos fatos ocorridos antes e depois da causa
determinante do distúrbio. Comum em TCE;
- Dismnésia: termo utilizado para referir-se a um grau menor de distúrbios amnésicos
(esquecimento de nomes, números, fatos isolados). Observado com frequência em
indivíduos saudáveis.
Þ Alterações qualitativas da memoria
• Paramnésia: deformação do processo de evocação de conteúdos mnêmicos
previamente fixados. A lembrança não corresponde a sensopercepçao original. As
distorções evolvem a inclusão de detalhes, significados ou emoções falsas aos fatos.
Além das relações entre o real e o imaginário, as distorções da memoria englobam
também a misturando do presente com o passado.
- Ilusões mnêmicas: lembranças verdadeiras ou reais com acréscimo de elementos
falsos ao núcleo da imagem mnêmica. É a forma mais frequente;
- Alucinações mnêmicas: criações imaginativas com aparência de reminiscências que
não correspondem a nenhuma lembrança verdadeira;
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11. INTELIGÊNCIA
Pode ser definida como a aptidão geral da pessoa para colocar, conscientemente, seu
pensamento de acordo com as novas necessidades. Ou seja, a capacidade geral de adaptar-
se a novas situações mediante emprego adequado de meios ideativos. É o conjunto de todas
as capacidades mentais que são utilizadas para adaptação as tarefas vitais. Funciona através
de esquemas complexos e moveis, em conformidade com um plano logico, para solução de
problemas.
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em todos os indivíduos, porém em diferentes níveis. Sendo que algumas habilidades podem
se desenvolver mais que outras. São elas:
a) Inteligência linguística/verbal; d) Inteligência corporal;
b) Inteligência logico/matemática; e) Inteligência interpessoal;
c) Inteligência musical/rítmica; f) Inteligência intrapessoal.
Daniel Goleman (1995) falou sobre a inteligência emocional. Sua teoria ressalta a
importância do papel das emoções nas respostas dos indivíduos e a necessidade de
aquisição de algumas habilidades para que se alcance sucesso na vida. Destaca cinco áreas
de habilidade emocional diretamente relacionadas ao funcionamento intelectivo:
CLASSIFICAÇÃO FAIXA DE QI
Retardamento mental profundo Abaixo de 20-25
Retardamento mental grave 20-25 a 35-40
Retardamento mental moderado 50-55 a 70
Fronteiriço 70 a 79
Normal inferior 80 a 90
Normal 90 a 110
Normal superior 110 a 120
Superior 120 a 130
Muito superior Acima de 130
Classificação de inteligência pela faixa de QI de acordo com o DSM V
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Þ Alterações quantitativas da inteligência - Retardo mental
O retardo mental pode ter sua origem em diferentes fontes: genéticos; físicos como
problemas durante a gestação, doenças, traumatismo sofrido antes, durante ou após o parto;
psicossociais como ambiente empobrecido em termos de estimulação e nutrição. Estes
indivíduos apresentam menor expectativa de vida e o seu diagnostico deve ser feito
independente de possuir outro transtorno físico ou mental. A linha entre a normalidade e o
retardo nem sempre é tão clara. O mesmo ocorre entre os níveis.
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• Esse grupo constitui o maior percentual de retardos mentais. Associa-se ao autismo,
epilepsia e outros transtornos de conduta ou incapacidade física;
• Nível de independência baixo, necessitando constantes orientações situacionais.
Durante os anos pré escolares pacientes com este tipo de alteração frequentemente
não são diferenciados das outras crianças podendo haver somente um prejuízo mínimo na
função sensoriomotora.
Þ Retardo mental moderado: QI entre 35-40 a 50-55 à idade mental adulta de 6 a 9 anos.
• Fácil reconhecimento;
• Raramente ultrapassa o primeiro grau escolar;
• Só conseguem participar de conversas simples. Dificuldades da fala;
• Parecem alheios as necessidades da vida em sociedade e tem dificuldades de cuidar
de si mesmos, embora consigam comunicar suas necessidades básicas;
• Quase nunca conseguem independência na vida adulta;
• Representam aproximadamente 10% da população com retardo mental. E são mais
frequentes as etiologias orgânicas.
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O exame dos pacientes com deficiência intelectiva deve ser realizado com maior
frequência na presença dos pais ou responsáveis. Pesquisando:
a) Antecedentes familiares;
b) Fatores hereditários;
c) Predisposições maternas: RH, DM, desnutrição, drogas à álcool principalmente, idade
materna <16 ou > 35, prematuridade; multiparidade ou condições emocionais traumáticas;
d) Condições da gestação: radiação, enfermidades infecciosas (sarampo, toxoplasmose,
rubéola) hemorragias, substâncias toxicas, distúrbios placentários (PP, DPP), desnutrição,
eclampsia;
e) Condições perinatais: APGAR (anóxia), hiperbilirrubinemia, prematuridade,
tocotraumatismo, peso ao nascer (<2,5kg ou >4,5kg), tipo e duração do parto;
f) Condições pós natais: infecções (meningites, encefalites e abscessos), desnutrição, falta
da mãe, fatores socioeconômicos, intoxicação por chumbo, deficiência de iodo, alterações
hormonais, TCE.
Deve ser investigada também a história atual. Pesquisando sobre o desempenho nas
atividades cotidianas como cuidados com a própria higiene, comunicação com familiares e
estranhos, rendimento escolar, uso de componentes e instrumentos domiciliares, trabalhos
diferenciados e participação em jogos e brincadeiras.
JUIZO CRÍTICO
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ou mais áreas, como dinheiro ou sexualidade, mantendo as demais adequadas. Entende-se
que o juízo crítico da realidade está alterado, por exemplo, quando as decisões do paciente
são determinadas por delírios ou alucinações.
INSIGHT
PRAGMATISMO
Analisa-se se o paciente exerce atividades práticas como comer, cuidar de sua aparência,
dormir, ter autopreservação, trabalhar, conseguir realizar o que se propõe e adequar-se à
vida. Dizemos que algo é pragmático quando é relativo aos atos que se devem praticar,
quando é referente às aplicações práticas, voltado para a ação. Por exemplo conseguir
colocar em prática a proposta terapêutica.
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