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Psiquiatria

O que é Psiquiatria?
Medicina – Fisiologia – Fisiopatologia Cirurgia – Anatomia - Anatomopatologia
Diagnóstico médico à Sinais e sintomas à Estrutura ou função anómala
(Doença).
▪ É um ramo da medicina, que estuda isto. Psicologia estuda o
comportamento humano, e estuda os processos na mente que leva ao
comportamento humano, a psiquiatria vai estudar as anomalias que leva
ao comportamento humano.
Psiquiatria – Psicologia – Psicopatologia

No passado
Diagnóstico Psiquiátrico – “Mental” ≠ “Físico” – Diagnóstico Médico

Dualismo Mente-Corpo (Descartes) – Sobresimplificação. Não existem


condições puramente fisicas ou psicológicas.

Hoje
Diagnóstico Psiquiátrico – “Físico”+ “Mental”

Pensamento dualista é simplista


▪ Base neural para perturbações mentais
▪ Perturbações mentais alteram outcomes em doenças “médicas” como
enfarte e cancro
Psiquiatria – Psicologia – Psicopatologia
Ramo da medicina que lida com experiências psicológicas mórbidas.
▪ Perturbações emocionais minor – reações significativas a stress pessoal
ou ambiental
▪ Mudanças Psíquicas profundas, não antecedidas por stressores
▪ Perturbações da Personalidade com influência pervasiva no
comportamento, que traz sofrimento ao doente e aos que o rodeiam
▪ Mudanças Psíquicas que resultam de mudanças cerebrais demonstráveis
▪ Consequências comportamentais do uso de substâncias

Psicopatologia
Estudo da experiência, comportamento ou pensamento anormal “O estudo
dos produtos de uma mente desordenada”

Compreensiva – Explicações para os Descritiva - Descrição, categorização


fenómenos tendo por base teorias e definição de experiências anormais.
prévias (Psicanálise, existencial, etc). Tal como são contadas pelo doente e
observadas no seu comportamento.

Descritiva - Descrição, categorização e definição de experiências anormais


Tal como são contadas pelo doente e observadas no seu comportamento.

Não pretende explicar os fenómenos ou a sua causa, apenas observar e


descrever.

Ouvir e observar com atenção


Compreender os fenómenos através da empatia para compreender, tanto
quanto possível, a experiência do outro.
Selecionar, delimitar, diferenciar e descrever fenómenos experienciados

Fundação da prática psiquiátrica clínica


Mais do que entrevistar ou ouvir o paciente: EMPATIA e COMPREENSÃO e
OBSERVAÇÃO ATENTA DOS SINAIS EXTERNOS OBSERVÁVEIS.
▪ Aspeto
▪ Orientação
▪ Postura durante a entrevista
▪ Atenção
▪ Contacto
▪ Humor e Afeto
▪ Discurso
▪ Conteúdo do pensamento
▪ Fenómenos perceptivos
▪ Juízo critico

Empatia - Sentir-se “como se estivesse no lugar do outro”. Tomar a perspetiva


do outro. “Molhar-me sem entrar na água com o outro”

Instrumento Clínico
Permite medir o estado subjetivo do outro usando a experiência própria
como âncora.
Requer interesse genuíno na vida interior do outro, com questionamentos que
visam recriar a sua experiência subjetiva para a compreender e recriar na
minha mente.

Como vamos compreender estes fenómenos, vamos usar o que é verbal e


o não verbal. Porque na psicologia não há valores, não há exames que digam
concretamente o que é. O nosso instrumento é a relação terapêutica e aquilo
que nós vemos.
As nossas armas são: os órgãos sensoriais, a nossa maquinaria é a forma
de interpretar.

Com as nossas vivências vamos tentar interpretar aquilo que o outro está
a dizer. Quando a experiência do outro, não se verificou na nossa vida, nós
nunca passamos por isso, mas nós conseguimos empatizar na mesma, devido ao
genuíno interesse pelo outro.
Antes dizia-se que o corpo desassociado da mente, depois outro disse que não
havia doenças mentais, há medida que o tempo foi avançando descobrimos que
a doença mental existe, doença mental é alguma alteração que ocorre no bem-
estar, todas as alterações que tragam sofrimento.
Há varios componentes que interagem na saude mental … a cultura e o
meio que estamos inseridos vai mudar muita coisa (ex. No tempo dos nossos
pais tinha de se casar virgens e as pessoas que casassem não virgem era
anómalo, atualmente é anómalo casar virgem, logo as coisas mudam, e é isso
que temos de fazer)
Temos de ter suprimento. Ter ansiedade e tristeza não é doença, mas se
esta ansiedade e a tristeza impedir-nos de fazer a nossa vida isso pode ser
preocupante.

É através da empatia que COMPREENDO a experiência do outro,


e o seu estado mental.
*Exemplo : Determinar que um paciente está deprimido
1. Sou capaz de sentir tristeza, culpa, depressão e sei como essas
experiências são “em mim”
2. Se me sentisse da forma que vejo como o paciente se sente, sentia me
triste, deprimido e infeliz
3. Então, determino que o humor do paciente é de alguém que está
deprimido
Quando, através da empatia, a experiência do outro não me é de
todo acessível, é uma experiência incompreensível

Doença
Modelo Médico – A doença acompanha-se de uma alteração demonstrável, a
nível anatómico, independentemente do observador, ou existe uma
compreensão de como o agente causador resulta nas alterações típicas
observadas.
▪ Szasz (1960) – “Não existe doença mental, apenas desvios
comportamentais e julgamentos morais ou sociais. A doença cerebral
existe, mas a doença mental é um mito, não é observável.”
▪ Scadding (1967), Kendell (1975), etc..
o Desvio estatístico e desvantagem biológica
o Condição que interfere com qualquer função do organismo
necessária para a sua sobrevivência e reprodução.
o Estado indesejável
o Sintomas são valorizados negativamente (causam sofrimento)
OMS – Saúde – Completo bem estar físico, mental e social
Saúde Mental – Vários componentes que interagem. A saúde mental é
Dinâmica:
▪ Individuais : Determinantes biológicos, autonomia, autoestima,
vitalidade, resiliência, sentido de pertença, orientação para a realidade e
capacidade de modulação de emoções
▪ Interpessoais/relacionais : Comunicação eficaz, capacidade de
intimidade, equilíbrio relacional
▪ Socioculturais : Sentido de comunidade, acesso a recursos, visão positiva
(e realista) do mundo, apoio à diversidade.

Doença Mental
APA – “Condições que envolvem mudanças nas emoções, pensamento ou
comportamento, associando-se a sofrimento e/ou problemas no funcionamento
social, laboral ou familiar” “... associado ao aumento do risco de morte, de dor,
de incapacidade ou a perda de liberdade” (2000).

Aumenta risco de morte, compromete a segurança do próprio ou


terceiros, Causa sofrimento subjetivo, limita a autonomia e
funcionalidade

Normal
Normal: 4 definições
▪ Normal-valor – “O normal é o ideal” – “é normal ter um six pack”, mas a
maioria das pessoas tem algum desvio desta norma
▪ Normal-estatístico – “O normal é o mais frequente” – Uso mais corrente.
Se é normal ter 1,75m, então tudo o resto é anormal.
▪ Normal-individual – “O normal é o que sempre foi” – Normal é o nível
consistente de funcionamento de um individuo ao longo do tempo.
▪ Normal-Tipológico – Normal pelas outras definições, mas ainda assim
anómalo. A busca de magreza por modelos e bailarinos ou bailarinas na
nossa sociedade é um exemplo.

Anómalo
Considerar a que referencial de normal nos referimos, e sobretudo à
experiência subjetiva do doente acerca da sua condição, às suas queixas e, em
alguns casos, às consequências previsíveis da sua condição sobre o próprio.

Avaliação do Discurso e da Linguagem


Do ponto de vista psicopatológico o discurso e a linguagem são a forma que
permite a expressão do pensamento, estas constituem um elo dos processos
psíquicos que se iniciam na perceção e terminam com a expressão da língua
falada ou escrita (Paim, 1980).
É óbvio que as funções de pensamento e da linguagem se sobrepõem e não
podem ser facilmente separadas uma da outra; ao mesmo tempo, são
claramente diferentes.

A linguagem é constituida com base num conjunto de elementos:


▪ Os fonemas são os sons mais elementares que estão disponíveis para
serem utilizados pela linguagem, e qualquer língua em particular, como o
Inglês, utiliza apenas um reportório limitado de fonemas.
▪ A sintaxe (gramática) trata as combinações admissíveis de palavras em
frases e parágrafos, incluindo as regras que determinam a ordem das
palavras. Agramatismo e Paragramatismo.
▪ A semântica trata dos significados que correspondem às palavras, assim
como o significado de todas as frases possíveis.
▪ A prosódia refere-se à modulação da entoação vocal que influência a
pronuncia e também os significados literais e emocionais das palavras e
frases.

Alterações do Discurso e da Linguagem


As alterações do discurso e da linguagem podem ser divididas:
1. Perturbações orgânicas – em que há lesões orgânicas localizadas;
doença
2. Perturbações funcionais – em que não existem lesões orgânicas
claramente identificáveis; doenças psiquiátricas primárias, vamos testar
se aquelas alterações não são devido a outras doenças e se isso não
ocorrer podeos inferir que se trata de alguma coisa psiquiátrica.
Delírio
Delírio (Ideia Delirante)
Tem 3 componentes:
− é uma crença inabalável, irredutível perante argumentos racionais ou
evidências e que não está em consonância com o fundo cultural,
religioso e social do doente; Vai contrastar com a pessoa, se ela nunca
acreditou a bruxedos e diz que está a ser vítima de um bruxedo.
− Uma ideia defendida
− Podem ter um efeito marcado nas acções e sentimentos do indivíduo.

Tipo de delírio de acordo com o tema:


▪ Delírio Persecutório: o conteúdo mais comum. Pessoas ou
organizações tentam prejudicar o doente, muitas vezes menosprezando-o,
ignorando-o ou enganando-o. Por vezes, experiencia a perseguição como
uma influência vaga, sem a identificação de um responsável; que está a
ser perseguido, que A e B lhe querem fazer mal
▪ Delírio de Referência: As pessoas, objectos ou eventos que não têm
relação com o doente, têm um significado pessoal para ele; tem haver
com ele, está a ser observado na rua, nas tv estão a falar dele, tudo o que
está a volta adquire um significado pessoal.
▪ Delírio de Grandiosidade: Há grande variabilidade na extensão da
grandiosidade, podem ser Deus, a Rainha de Inglaterra, ter um dom
especial, eu consigo voar, ter um dom especial, de um gato ver um leão.
▪ Delírio de controlo: As acções, impulsos, ou pensamentos são
controlados por um agente externo; acredita que coisas que lhe
acontecem são condicionadas por pessoas externas, muito indicativo da
esquizofrenia.
▪ Delírio Erotomaníaco: O doente convence-se que alguém, geralmente
com destaque social, está apaixonado por ele; crença que alguém de um
estatuto socioeconómico superior está apaixonada por ele.
▪ Delírio de infidelidade/ciúme: Convicção de ser traído pelo
parceiro; crença de que o marido está a ser infiel; convicção de ser traído
pelo parceiro.
▪ Delírios de Ruína Tudo está arruinado, condenado à miséria, o doente
e a família vão ficar desamparados.
▪ Delírio Niilista/Negação: Nega a existência do próprio corpo, da sua
mente, dos seus entes queridos e do mundo à sua volta; acredita que está
tudo perdido, nega a sua própria existencia, acha que está a morrer, ou
que está morta.
▪ Delírio de infestação: Síndrome de Ekbom A pessoa acredita que
está infestado com parasitas.

Perturbações do conteúdo do Pensamento


▪ Ideia Sobrevalorizada: É uma ideia compreensível e possível que é
levada além da racionalidade. Pode preocupar e dominar a vida do
indivíduo durante muitos anos e afetar as suas acções.
A ideia sobrevalorizada distingue-se do delírio porque:
▪ O conteúdo é geralmente compreensível quando se conhece a história
pessoal (os delírios e a sua explicação tende a ser bizarra);
▪ O tema tende a ser culturalmente comum e aceitável;
▪ Há um ligeiro grau de insight e de boa vontade para, pelo menos,
considerar alternativas, apesar disto não ser permanente e o indivíduo
sempre voltar e manter as suas crenças.
A ideia sobrevalorizada distingue-se da obsessão porque:
▪ Não é um pensamento intrusivo ou sem sentido, nem há resistência a
este. Não há critica total.

Alterações Sensório-Percetivas
Sensação:
Estímulos físicos, químicos ou biológicos, originados fora ou dentro do
organismo
O sistema sensorial compreende as vias:
1. Visuais
2. Auditivas
3. Táteis
4. Olfativas
5. Gustativas
6. Cinestésicas
7. Propriocetivas

Perceção:
Conhecimento do mundo, do meio ambiente e do próprio, a partir dos dados
sensoriais

A perceção é um processo que compreende 3 fases:


1. A existência de um evento sensorial
2. A captação sensorial pelos órgãos dos sentidos
3. Significação da perceção sensorial – atribuição de significado -> por ex: a
noção de que se está a ouvir uma música.

Perceção visual – Occipitais do córtex


Tato – Lobos parietais
Audição – Lobos temporais
Perceção fina – Hemisfério esquerdo
Perceção grosseira – Hemisfério direito

Apenas uma fração de 1% do Sistema Nervoso é


utilizada para estabelecer relações com o meio o
meio externo, o restante é para processamento da
informação e a integração e percetiva

Perceção -> processo ativo


Imagens Mentais e Representação
Imagens mentais são as representações mentais internas do mundo, sublinha a
nossa capacidade para atividades cognitivas como: aritmética mental, leitura de
mapas, visualizar e recordar lugares previamente visitados e discursos falados.

Segundo Jaspers (1962) as imagens mentais são:


a) formais e têm um carácter de subjetividade
b) aparecem no espaço subjetivo interno
c) não são claramente delineadas e surgem-nos incompletas
d) embora os elementos sensoriais sejam individualmente correspondentes
aos da perceção, na sua maioria são insuficientes
e) as imagens dissipam-se e têm de ser recreadas
f) as imagens são ativamente criadas e estão dependentes da nossa vontade

Perceção e Representação
1. as Perceções possuem carácter de objetividade, enquanto as
Representações têm a natureza de imagens mentais (possuem carácter
de subjetividade)
2. as Percepções aparecem no espaço objetivo externo, enquanto as
Representações aparecem no espaço subjectivo interno
3. as Percepções possuem desenho determinado e apresentam-se diante de
nós, completas e com todos os detalhes; as Representações têm desenho
indeterminado e apresentam-se, incompletas e apenas com alguns
detalhes
4. nas Perceções, os diversos elementos da sensação apresentam toda a
frescura sensorial; por exemplo, o brilho das cores; nas Representações,
só ocasionalmente alguns elementos sensoriais são adequados aos
elementos da percepção; a maioria dos elementos não são adequados;
muitas pessoas representam, opticamente, tudo de cor parda.
5. as Perceções são constantes e podem ser facilmente retidas, enquanto as
Representações esvoaçam e esboroam-se, tendo que ser criadas sempre
de novo.
6. as Perceções são independentes da vontade, não podem ser evocadas nem
modificadas arbitrariamente. São aceites com a sensação de passividade;
as Representações dependem da vontade, podem ser evocadas e
modificadas arbitrariamente; são produzidas com uma sensação de
atividade.

Sensação, Perceção, Representação e


Realidade

Podemos distinguir as Sensações das Perceções, sendo que as primeiras


resultam da atribuição de um significado às segundas. Podemos igualmente
distinguir a Perceção, que tem um caráter objectivo, com origem externa e
independente da vontade da Representação, que tem um caráter subjetivo, com
origem interna e dependente da vontade.

Real é, na linha de uma definição operacional, o que é percetível e sobre o


qual estão livremente de acordo os indivíduos sãos e sem preconceitos; a
perceção é um compromisso entre uma função fáctica (objectiva) e uma visão
subjectiva (própria da personalidade); para o homem não existe uma visão
“pura” da realidade; o extremo é representado por uma conceção autístico-
desreal do mundo, no delírio e nas alucinações.

Percepção anormal
A) Distorções sensoriais: são alterações na intensidade, qualidade ou forma
espacial de um objecto real. Existe uma percepção do estimulo real, mas
este é interpretado de forma incorrecta, podem ser subdivididas tendo
em conta qual o parâmetro que se encontra alterado.
B) Falsa perceção:
▪ ilusões, os estímulos de um objecto são percecionados e
combinados com uma imagem mental de modo a produzir uma
percepção falsa, diz-se que é uma perceção incorreta de um
estímulo externo.
▪ alucinações, perceção sem objeto que ocorre na mente.
▪ pseudo-alucinações

Distorções da Perceção
▪ Forma, também designadas Dismorfopsias, em que os objectos perdem a
sua relação habitual;
▪ Qualidade, os estímulos são percebidos como sendo desagradáveis,
podendo existir:
o Desrealização¸ em que existe um reconhecer da realidade onde se
encontra, no entanto a existe a sensação de que algo está diferente,
a pessoa sente-o de forma diferente;
o Despersonalização, existe uma sensação de irrealidade perante os
outros, o próprio ou até mesmo partes de si, sendo que a pessoa se
sente desligada

Falsas Percepções

Ilusões
Perceção normal, mas o estado emocional ou outras circunstâncias vão
transformar esta percepção.
Este tipo de alteração pode ocorrer em quatro circunstâncias:
▪ Nível de Estimulação Sensorial Baixo;
▪ Atenção Não-Focada na Modalidade Sensorial;
▪ Nível de Consciência Reduzido;
▪ Estado Intenso de Emoção.
Existem dois tipos particulares de Ilusões que
importa referir:
• Pareidolias, a pessoa cria imagens sobre
perceções reais incompletas, existindo
crítica, e como tal estas perceções não são
tidas como reais;
• Imagens Eidéticas, derivam da presença
continuada de uma imagem após o objecto que originou estímulo ter sido
retirado. É uma situação frequente com estímulo luminosos, não tendo
por isso grande significado psicopatológico. Corresponde também à
evocação, de forma voluntária, de imagens guardadas na memória

Alucinações

É uma percepção experienciada na ausência de um estímulo externo no órgão


sensorial correspondente. Ocorrem de imediato como na perceção verdadeira,
só que provêm de dentro, embora o sujeito reaja como se fosse uma perceção
verdadeira vinda de fora. As alucinações são caracterizadas como uma perceção
verdadeira:
− Nitidez e corporeidade;
− Estabilidade
− Extrojeção -> localização no espaço externo;
− Realidade -> não consegue alterar a imagem
− Completitude -> todos os detalhes
No seio das Alucinações podemos distinguir:
▪ Alucinações Psico-Sensoriais ou Verdadeiras, que possuem todas as
características referidas;
▪ Alucinações Psíquicas ou Pseudoalucinações, não são percebidas como
reais. Semelhantes à representação, mas mais vividas e independentes da
vontade, característica principal é a dúvida. (Por Ex: vultos, vozes
ininteligíveis, ruídos)
▪ Alucinoses, estas distinguem-se das anteriores porque existe uma crítica
direta à alucinação.

Podem existir alucinações do tipo:


− Auditivas;
− Visuais;
− Olfativas;
− Gustativas;
− Tácteis.

No que toca às Alucinações Auditivas, sendo as mais frequentes, estas


podem ser:
▪ Elementares, correspondendo a ruídos;
▪ Parcialmente Organizadas, formando padrões de música ou melodias;
▪ Completamente Organizadas, correspondendo a vozes. Estas vozes
podem ser imperativas/comando, comentarem ou falarem entre si, e
ainda, corresponderem a sonorização do pensamento/eco do
pensamento;

Nas Alucinações Visuais, podemos ter:


▪ Elementares, corresponde a flashes ou pontos luminosos;
▪ Parcialmente Organizadas, formando padrões, rectas, formas ou
contornos;
▪ Completamente Organizadas, correspondem à visualização de pessoas.
No caso destas alucinações podemos ter algumas formas particulares:
▪ Gulliverianas, vendo tudo num mundo gigante;
▪ Lilliputianas, vendo tudo em miniatura;
▪ Zoopsias, correspondendo a pequenos insectos;
▪ Autoscópsias, sendo raras, a pessoas vê-se a si própria, não sendo uma
imagem em espelho.

Nas Alucinações Somáticas ou Tácteis podemos ter:


▪ Táteis, em que existem alterações ao nível do tato. Por ex: espetadas,
insectos, etc na pele.
▪ Cenestésicas ou Viscerais, sensações profundas dos órgãos internos ou
de alteração da posição dos mesmos. Sensação que órgãos estão a
encolher ou a desfazerem-se (S. Cotard).
▪ Cinestésicas, relacionadas com movimento dos músculos e articulações;

As Alucinações Olfativas são muito raras, correspondendo habitualmente a


patologia orgânica, ou no caso particular das Depressões Graves, em que pode
existir a sensação constante de cheiro a podre oriundo do próprio.

As Alucinações Gustativas são de difícil interpretação, surgindo na base de


distorções da perceções na maior parte dos casos.

Por fim, podem existir alguns tipos especiais de alucinações, dos quais
destacamos:
▪ Alucinações Reflexas ou Sinestesia, uma determinada estímulo
sensorial origina uma sensação de outro sentido;
▪ Alucinações Extra-Câmpicas, surgem fora do campo visual. Sensação de
uma presença.
▪ Alucinações Autoscópicas, ou seja, a pessoa visualiza-se a si própria,
mas não como na imagem em espelho (Fenómeno do Duplo).
▪ Alucinações hipnagógicas e hipnopômpicas, ocorrem na transição
entre o sono e a vigília.

Enfermagem em Saúde Mental


▪ Linda Richards 1873 “a pessoa com doença mental tem de ser tratada
tão bem como o fisicamente doente”
▪ 1882 – Primeiro curso de enfermagem em saude mental – MA, EUA.

Ênfase no acompanhamento, nutrição, higiene e atividade

Anos 30 do séc XX
− Choques insulinicos, Psicocirurgia, Eletroconvulsivoterapia
− Competências médico-cirurgicas em exibição

June Mellow
1968 – Nursing Therapy – “Abordagem centrada nas necessidades e nos aspetos
positivos e psicossociais do doente”. Enfermeiro de saúde mental como
terapeuta, apto ao trabalho diário, no aqui e agora, em casos de doença mental
grave.

American Nurses Association (ANA) – Pontos de interesse em


enfermagem de saude mental e psiquiatria (2014):

▪ Promoção de Saúde mental e fisica e prevenção da doença mental


▪ Impacto funcional devido a sofrimento psiquico ou fisiológico
▪ Alterações do pensamento, perceção ou comunicação devidas a doença
mental
▪ Comportamentos/estados mentais potencialmente perigosos para o
próprio e/ou terceiros
▪ Sofrimento emocional devido a doença, dor, incapacidade ou perda
▪ Controlo de sintomas, efeitos laterais ou toxicidade associados a
fármacos ou tratamentos
▪ Barreiras à recuperação devidas a abuso de substâncias
▪ Mudanças no auto conceito, imagem corporal, processos de vida e final
de vida
▪ Sintomas fiscios por condição psicologica alterada
▪ Sintomas psicológicos por condição fisica alterada
▪ Fenómenos sociais, interpessoais ou organizacionais com impacto no bem
estar mental e emocional do indivíduo ou do grupo
▪ Elementos de recuperação (manutenção de habitação, emprego, apoio
social)
▪ Fatores sociais como violência, pobreza e
▪ abuso de substâncias

Em Internamento
− Administração de Medicação
− Vigilância de Sinais Vitais e Parâmetros Clínicos
− Gestão de Comportamento
− Supervisão da Evolução Clínica
− Partilha de informação com a equipa médica

Na Comunidade

− Visitas domiciliárias
− Trabalho com o doente, a familia e o seu contexto
− Monitorização da evolução clínica
− Administração de medicação
− Cumprimento e supervisão de planos terapeuticos
− Colaboração com a restante equipa

Outros Contextos
Serviços de tratamento dirigido a dependências
Serviços de Reabilitação
Serviços de Psicogeriatria
Serviços de Cuidados Continuados de Saúde Mental

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