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São Lourenço - MG - CEP: 37470-000
MATERIAL DO CURSO
FORMAÇÃO BÁSICA EM CUIDADO
COM A SAÚDE

APOSTILA
CUIDADORES PARA PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA FÍSICA
INTRODUÇÃO

Veremos nesse estudo:

• Conceituando cuidado;
• Conceituando autocuidado;
• Conceituando cuidador;
• O cuidador e a pessoa cuidada;
• O cuidador e a equipe de saúde;
• Cuidador e a família;
• Orientações gerais e específicas para o cuidado com paciente amputado, lesado
medular, com lesão encefálica adquiridas e malformações adulto e infantil.

Boa Leitura!
CONCEITUANDO CUIDADO

Cuidado significa atenção, precaução, cautela, dedicação, carinho, encargo e


responsabilidade. Cuidar é servir, é oferecer ao outro, em forma de serviço, o
resultado de seus talentos, preparo e escolhas; é praticar o cuidado. (BRASIL,
2008, p. 7)

Ainda segundo o autor, cuidar é também perceber a outra pessoa como ela é, e como se
mostra, seus gestos e falas, sua dor e limitação. Percebendo isso, o autor acrescenta,
dizendo:

O cuidador tem condições de prestar o cuidado de forma individualizada, a partir


de suas ideias, conhecimentos e criatividade, levando em consideração as
particularidades e necessidades da pessoa a ser cuidada. (BRASIL, 2008, p. 7)

Esse cuidado deve ir além dos cuidados com o corpo físico, pois além do sofrimento
físico decorrente de uma doença ou limitação, há que se levar em conta as questões
emocionais, a história de vida, os sentimentos e emoções da pessoa a ser cuidada.

CONCEITUANDO AUTOCUIDADO

Parafraseando BOFF (1999),

Tudo que existe e vive precisa ser cuidado para continuar existindo. Uma planta,
uma criança, um idoso, o planeta Terra. Tudo o que vive precisa ser alimentado.
Assim, o cuidado, a essência da vida humana, precisa ser continuamente
alimentado. O cuidado vive do amor, da ternura, da carícia e da convivência.

Segundo Brasil (2008), autocuidado significa cuidar de si próprio, são as atitudes, os


comportamentos que a pessoa tem em seu próprio benefício, com a finalidade de promover
a saúde, preservar, assegurar e manter a vida. Nesse sentido, a autora acrescenta dizendo
que, o cuidar do outro representa a essência da cidadania, do desprendimento, da doação
e do amor. Já o autocuidado ou cuidar de si representa a essência da existência humana.
A pessoa acamada ou com limitações, mesmo necessitando da ajuda do cuidador, pode e
deve realizar atividades de autocuidado sempre que possível.
Ainda para Brasil (2008),

O bom cuidador é aquele que observa e identifica o que a pessoa pode fazer por
si, avalia as condições e ajuda a pessoa a fazer as atividades. Cuidar não é fazer
pelo outro, mas ajudar o outro quando ele necessita, estimulando a pessoa cuidada
a conquistar sua autonomia, mesmo que seja em pequenas tarefas. Isso requer
paciência e tempo. O autocuidado não se refere somente àquilo que a pessoa a
ser cuidada pode fazer por si. Refere-se também aos cuidados que o cuidador deve
ter consigo com a finalidade de preservar a sua saúde e melhorar a qualidade de
vida.
CONCEITUANDO CUIDADOR

Cuidador é um ser humano de qualidades especiais, expressas pelo forte traço de


amor à humanidade, de solidariedade e de doação. É a pessoa, da família ou da
comunidade, que presta cuidados à outra pessoa de qualquer idade, que esteja
necessitando de cuidados por estar acamada, com limitações físicas ou mentais,
com ou sem remuneração. (BRASIL, 2008, p. 8)

A função do cuidador é acompanhar e auxiliar a pessoa a se cuidar, fazendo por ela


somente as atividades que não consiga fazer sozinha.
Ressaltando sempre que não fazem parte da rotina do cuidador técnicas e procedimentos
identificados com profissões legalmente estabelecidas, particularmente, na área de
enfermagem.
Cabe ressaltar que nem sempre se pode escolher ser cuidador, principalmente quando a
pessoa cuidada é um familiar ou amigo. É fundamental termos a compreensão de se tratar
de tarefa nobre, porém complexa, permeada por sentimentos diversos e contraditórios.
A seguir, algumas tarefas que fazem parte da rotina do cuidador:

• Atuar como elo entre a pessoa cuidada, a família e a equipe de saúde;


• Escutar, estar atento e ser solidário com a pessoa cuidada;
• Ajudar nos cuidados de higiene;
• Estimular e ajudar na alimentação;
• Ajudar na locomoção e atividades físicas, tais como: andar, tomar sol e
exercícios físicos;
• Estimular atividades de lazer e ocupacionais;
• Realizar mudanças de posição na cama e na cadeira, e massagens de
conforto;
• Administrar as medicações, conforme a prescrição e orientação da equipe de
saúde;
• Comunicar à equipe de saúde sobre mudanças no estado de saúde da
pessoa cuidada;
Outras situações que se fizerem necessárias para a melhoria da qualidade de
vida e recuperação da saúde dessa pessoa. (BRASIL, 2008, p. 8)

O CUIDADOR E A PESSOA CUIDADA

O ato de cuidar é complexo, segundo Brasil (2008),

O cuidador e a pessoa a ser cuidada podem apresentar sentimentos diversos e


contraditórios, tais como: raiva, culpa, medo, angústia, confusão, cansaço,
estresse, tristeza, nervosismo, irritação, choro, medo da morte e da invalidez.

Esses sentimentos podem aparecer todos juntos na mesma pessoa (bastante normal
nessa situação). Necessitam serem compreendidos, pois fazem parte da relação do
cuidador com a pessoa cuidada. É extremamente importante que o cuidador perceba as
reações e os sentimentos que afloram, para que possa cuidar da pessoa da melhor
maneira possível.

O cuidador deve compreender que a pessoa cuidada tem reações e


comportamentos que podem dificultar o cuidado prestado, como quando o cuidador
vai alimentar a pessoa e essa se nega a comer ou não quer tomar banho. É
importante que o cuidador reconheça as dificuldades em prestar o cuidado quando
a pessoa cuidada não se disponibiliza para o cuidado e trabalhe seus sentimentos
de frustação sem culpar-se. O estresse pessoal e emocional do cuidador imediato
é enorme. Esse cuidador necessita manter sua integridade física e emocional para
planejar maneiras de convivência. (BRASIL, 2008, p. 9)

Entender os próprios sentimentos e aceitá-los, como um processo normal de crescimento


psicológico, talvez seja o primeiro passo para a manutenção de uma boa qualidade de vida.
É importante que o cuidador, a família e a pessoa a ser cuidada façam alguns acordos de
modo a garantir uma certa independência tanto a quem cuida como para quem é cuidado.
A ocupação de cuidador integra a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, sob o
código 5162, que define o cuidador como alguém que cuida a partir dos objetivos
estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-
estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa
assistida. (BRASIL, 2008)

O CUIDADOR E A EQUIPE DE SAÚDE

O cuidador é a pessoa designada pela família para o cuidado com o outro, quando isto for
requerido.

O ato de cuidar não caracteriza o cuidador como um profissional de saúde, portanto


o cuidador não deve executar procedimentos técnicos que sejam de competência
dos profissionais de saúde, tais como:

• Aplicações de injeção no músculo ou na veia;


• Curativos complexos;
• Instalação de soro e colocação de sondas, etc.

As atividades que o cuidador, devem ser planejadas junto aos profissionais de


saúde e dos familiares. Essa parceria possibilita sistematizar as tarefas a serem
realizadas no próprio domicílio, promovendo a saúde, à prevenção de
incapacidades e à manutenção da capacidade funcional da pessoa cuidada e do
seu cuidador, evitando-se assim, na medida do possível, hospitalização e outras
formas de segregação e isolamento. (BRASIL, 2008)
CUIDADOR E A FAMÍLIA

A carência das instituições sociais no amparo às pessoas que precisam de


cuidados faz com que a responsabilidade máxima recaia sobre a família e, mesmo
assim, é geralmente sobre um elemento da família. (BRASIL, 2008)

Muitas vezes a doença ou a limitação física ou mental em uma pessoa, provoca mudanças
na vida de todos os outros membros da família, que precisam fazer alterações em suas
funções, tais como:

• A filha que passa a cuidar da mãe ou do pai ou do irmão (ã);


• A esposa que além de todas as tarefas agora cuida do marido acamado;
• O marido que tem que assumir as tarefas domésticas e o cuidado com os filhos,
porque a esposa se encontra incapacitada;
• O irmão que precisa cuidar de outro irmão;
• A família se mobiliza inteira para cuidar de um filho ou neto, entre outras.
(BRASIL, 2008)

Todas essas mudanças, geraram insegurança, muitas das vezes, até desentendimentos.
Por essa razão, o cuidador e a equipe de saúde devem planejar as ações do cuidado
domiciliar.
Por exemplo:

Uma pessoa com limitação física e financeira é a que mais sofre, tendo que
depender da ajuda de outras pessoas, em geral familiares, fazendo com que seu
poder de decisão fique reduzido, dificultando o desenvolvimento de outros vínculos
com o meio social. Para oferecer uma vida mais satisfatória, é necessário o trabalho
em conjunto entre o Estado, a comunidade e a família. (BRASIL, 2008)

ORIENTAÇÕES GERAIS

É imprescindível, que tenhamos uma certa conduta como Cuidadores. Para isso, seguem
algumas dicas:

• Procure não tocar no assunto em um primeiro momento;


• Permita a expressão de sentimentos (não dá pra fazer de conta que não está
vendo ou não ocorreu);
• Faça o paciente ocupar seu tempo (ler, tocar um instrumento musical, se
distrair, voltar a estudar...);
• Caso o paciente não possa, leia para ele, coloque música para ouvir, leve-o
para passear, etc.;
• Orientar na adequação do vestuário a nova condição física, primar por conforto,
comodidade, praticidade;
• Desencoraje o uso das mantas/cobertores de bebê em adultos (idosos) – use
somente se for necessário;
• Estimule uso de calça comprida no inverno (amputados, lesados medulares) e
uso de bermuda no verão (vestuário conforme a estação);
• Esteja preparado para confidências sobre vida sexual;
• Tentar agir com naturalidade nunca com diferenciação (levar mimos, agrados,
gracinhas, passar a mão na cabeça, oferecer frequentemente a comida
que mais gosta...);
• Não responda por ela;
• Uma pessoa com deficiência quer o “direito a igualdade. Não o direito de ser
igual, mas a possibilidade de, sendo diferente, ter acesso aos mesmos direitos”
– respeito isso;
• O paciente também tem o direito de tomar suas próprias decisões;
• Promover a integração – deixe que ela mesma se defenda às vezes - saia de
perto quando as condições forem favoráveis à integração social;
• Ajudar a pensar questões de acessibilidade (redistribuir mobiliários, louças,
roupas, material de higiene, altura de cama/colchão – transferência, lençóis
bem esticados...);
• Processo de enfrentamento é muito doloroso – dê tempo ao tempo;
• Dispense sentimentos de dó, encoraje;
• Não agir como “mãezona” ou “paizão”;
• Fomentar a independência desde o início;
• Habilidades devem ser aprendidas;
• Estimule o convívio com outros deficientes; é encorajador;
• Estimule o retorno à prática de cuidados com a beleza (pintar o cabelo, as
unhas, fazer a barba, cortar cabelo...);
• Tentar transmitir a ideia de higiene vinculada a saúde;
• Crie um ambiente que favoreça a participação social em casa - sair da cama,
receber visitas na sala, desestimular uso da cama hospitalar, etc.;
• Cadeira do papai nem sempre é o melhor;
• Não isolar a pessoa com deficiência na casa;
• É esperado alguma resistência a reinserção social;
• Oriente as pessoas a se sentarem quando conversar com um cadeirante;
• Planeje os momentos sociais com algum intervalo (para cateterismo, por
exemplo);
• Desencoraje a comparação (do presente com passado, da sua marcha com a
dos outros pacientes, do desempenho);
• Não precisa dar resposta a todas as questões;
• Alinhar o cuidado prestado com os objetivos da reabilitação;
• Não subestime a capacidade do paciente nem superestime as dificuldades;
• Oferecer ajuda é melhor do que intervir, pergunte e espere que ele responda.
Se ele aceitar ajuda pergunte como você pode fazê-lo;
• Haja com naturalidade se ocorrer situações imprevistas (com delicadeza, com
sensibilidade);
• Dê a devida importância ao sucedido nem demais nem de menos;
• Bom humor é um ótimo recurso.

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS AO PACIENTE AMPUTADO

• Dar uma perspectiva esperançosa, mas realista, nunca otimista demais;


• Fale acerca do profissional de psicologia, psiquiatria;
• Não repreenda os sonhos e devaneios do paciente quando estes não
contemplam a amputação;
• Quando a realidade da perda é assimilada assegure-se de que o paciente não
fique só nesta fase;
• Não subestime o sofrimento que advém em se perder uma parte do corpo
• Oriente a família a não menosprezar esse sofrimento;
• Podem existir sentimento de revolta sobretudo em situações de descuido,
negligência, imprudência ou ato maldoso;
• Fique atento aos sinais de depressão nestas situações;
• Transtornos mentais mistos são frequentes;
• Permita ao paciente ajudar ativamente na administração do dia, da casa, da
rotina;
• Dor fantasma não é fantasia;
• Transmita a ideia de que nem tudo paciente poderá fazer da forma como fazia
antes;
• Desencoraje o isolamento social;
• Contribua para uma representação social da Cadeira de rodas mais positiva;
• Protetização não é uma certeza para o paciente amputado;
• Adeque as expectativas;
• Paciente oscila no humor ao longo da reabilitação (fases otimistas e
pessimistas);
• ESPERANÇA - é a palavra-chave;
• Pode haver projeção de sentimentos negativos sobre os outros, incluindo você;
• Conscientize o paciente acerca da necessidade de intensificar os cuidados com
o corpo;
• Levá-lo a compreender que muitas das suas reações emocionais são normais;
• Focar pontos fortes do paciente;
• Desencorajar a dependência;
• No início ajudar na resolução de aspectos práticos;
• Ajudar em uma formulação realística de planos;
• Sinalizar sentimentos de vitimização ou diminuição do controle pessoal;
• Percepção de controle sobre eventos de vida e sentido da vida;
• Levá-lo a ter uma atitude ativa na resolução de problemas;
• Incentivar a confrontação com evento representativo do trauma;
• Identificar os resultados positivos, melhoras;
• Você pode ajudar na identificação de fatores desencadeadores de ansiedade,
reações esperadas;
• Incentive-o a planejar-se e ser proativo;

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS AO PACIENTE LESADO MEDULAR

• Respeite o paciente, sobretudo numa fase recente;


• Sinalize aos poucos o comportamento agressivo;
• Estimule a participação do paciente (presença de sentimentos de inutilidade);
• O paciente precisa muito de informações corretas;
• Negativas devem ser dadas com muita delicadeza;
• Desencoraje uma vinculação muito forte;
• Estimule a participação do paciente no processo decisório;
• Faça o que puder para que ele sinta que está no controle de sua vida -
proporcione estes momentos;
• Incentive-o a ser o mais independente possível (tentar, testar, treinar);
• Não pressuponha que dificuldade de mobilidade é o mesmo que falta de
autonomia;
• Tenha paciência – rever objetivos demanda tempo necessário;
• Estimular a proatividade;
• Transmitir a ideia de flexibilidade como recurso importante para melhor
ajustamento;
• Treinar habilidades sociais e de comunicação ajudam;
• “O suporte social tem sido o fator mais fortemente relacionado ao
enfrentamento bem-sucedido à lesão medular” encoraje-o a engajar-se em
atividades sociais;
• Sensibilize-o para retomar seus papéis sociais, em casa e na sociedade;
• Ajude-o a reorganizar sua rotina (dia X noite);
• Estimule-o a pensar na possibilidade de trabalhar um dia, ou assumir
determinadas situações.

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS AO LESADO MEDULAR NA ESFERA


SEXUAL

• As confidências na esfera sexual devem ser acolhidas, ouça-o não mude de


assunto;
• Aja com naturalidade, sem fazer brincadeiras;
• Pode ajudá-lo com perguntas que o leve a pensar;
• Apresente a figura do urologista como especialidade em disfunção sexual e
existência de tratamentos;
• Situe o lugar da reabilitação sexual no processo de reabilitação (UP, controle
dos esfíncteres, espasticidade, dor);
• Encoraje o paciente a conversar com parceira sobre isso;
• Desfaça os mitos;
• Estimule mudanças em relação a atitude com seu corpo já que não pode mudar
seu corpo;
• Incentivá-lo a usar os recursos de personalidade de que dispõe;
• Lembrá-lo de que leva tempo para desenvolvimento de segurança interior;
• Lembre-o de que não vai agradar a todos;
• Estimule-o a ser criativo, planejar o encontro, adequar expectativas em relação
aos encontros;
• Existem questões que não tem a haver com a lesão medular;
• lembrá-lo de que muitas pessoas tem problemas nesta área;
• Desafiá-lo a desfrutar de mais interações sociais, de lazer, se inserir em outras
atividades;
• Lembrá-lo de que o desejo e frequência das relações sexuais dependem de
estímulos e situações que variam ao longo da vida;
• Relembrar sempre o direito do outro na relação.

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS AO PACIENTE COM LESÃO ENCEFÁLICA


ADQUIRIDAS

• Considerar que o paciente atendido não seja exatamente o mesmo


referido pela família;
• Adequar expectativas da família quanto à recuperação;
• Favorecer a participação social, nas tarefas doa dia-a-dia;
• Dinâmica familiar é profundamente afetada, o clima pode ser
estressante
• Considere a possibilidade de existir sequelas cognitivas e/ou
comportamentais.

DIANTE DE SEQUELAS COGNITIVAS

• Leve-o a executar tarefas em ambientes calmos;


• Uma atividade por vez;
• Tempo de execução da tarefa reduzido;
• Evitar outros estímulos no ambiente da estimulação cognitiva
• Treino de repetição;
• Uso de estratégias auxiliares de memória (despertador, celular, agenda,
caderno de notas);
• Fale devagar, não fale alto;
• Dê uma informação por vez;
• Avise quando mudar o assunto;
• Espere o paciente falar;
• Peça para repetir quando não entender;
• Faça perguntas dissertativas não do tipo sim ou não apenas;
• Estimule a iniciativa não dê tudo na mão;
• Ajude no planejamento, na organização dos passos, direcione a
realização efetiva, e o auto monitoramento;
• Considere a possibilidade de o paciente não perceber seus déficits;
• Considere a possibilidade de heminegligência, permaneça neste campo
para estimular o paciente a se voltar para esse lado;
• Dê tempo ao paciente, organize horários de maneira que ele tenha
tempo para se vestir, comer, etc.;
• Evitar fazer pelo paciente o que ele consegue fazer mesmo que precise
treinar habilidades para isso;
• Não recrimine atos como deixar comida cair, sujar a mesa, sujar a
roupa... no treino de habilidades;
• Nunca se esqueça de que o paciente tem sentimentos;
• Não desista do paciente!

ASPECTOS CLÍNICOS INFANTIS

Paralisia Cerebral – PC
Conceito: Refere-se ao grupo de desordens motoras não progressivas, no entanto,
sujeitas a mudanças, resultante de lesão do cérebro nos primeiros estágios do seu
desenvolvimento. As alterações motoras são frequentemente acompanhadas por
distúrbios sensoriais, cognição, percepção, comunicação, comportamento, epilepsia e
problemas musculoesqueléticos secundários.
Incidência:

• RN < 1000g: possibilidade de um distúrbio neurológico próximo a 50%;


• RN < 1500g: a incidência é 25 a 31 vezes menor que entre os nascidos
a termo.
Etiologia:

• Pré-natal (genética, vascular, infecciosa, tóxico-metabólica, traumática,


por irradiação, etc.);
• Peri-natal (prematuridade, anóxia, kernicterus);
• Pós-natal ( infecciosas, traumáticas, anóxicas, tumorais ).

Classificação:
Por localização anatômica das regiões afetadas:

• Tetraparesia – comprometimento nos membros superiores e membros


inferiores;
• Triparesia – comprometimento predominante de três membros;
• Diparesia – o comprometimento dos membros inferiores é maior do que
dos membros superiores;
• Hemiparesia – é o lado direito ou esquerdo do corpo comprometido.

Problemas Associados:

• Retardo no Desenvolvimento Neuro Psicomotor – RDNPM – atrasos


no desenvolvimento da criança;
• Espasticidade – alteração no tônus muscular;
• Movimentação involuntária;
• Deformidades;
• Dor (luxação quadril);
• Déficits Mental / Visual / Auditivo;
• Convulsões;
• Estrabismo / Baixa Acuidade Visual;
• Disfagia e alterações nutricionais – a dificuldade de engolir (deglutir)
influencia o estado nutricional (desnutrição), pode causar problemas
respiratórios, engasgos;
• Alterações respiratórias – pneumonia por repetição -Alterações da fala;
• Problemas odontológicos – geralmente acontecem por consequência do
tônus aumentado dos músculos responsáveis pela mastigação e
deglutição (exemplo: más oclusões);
• Incontinência esfincteriana.
Recursos no processo de reabilitação:

Comunicação Suplementar Alternativa (C.S.A.) – para crianças com alterações da fala.


Seu objetivo é compensar e ampliar as possibilidades de comunicação. Utiliza-se símbolos,
recursos tecnológicos, estratégias e técnicas (pastas ou álbuns, comunicadores com voz
sintetizada, computadores portáteis...)
Órteses e Acessórios – dispositivos que auxiliam na postura do membro e/ou favorecem
a função da criança.

Resumo do acompanhamento: o diagnóstico precoce é importante.

A avaliação e a indicação do tratamento da equipe multiprofissional são essenciais. O


tratamento pode englobar: terapias, medicamentos e cirurgias. O acompanhamento deve
ser periódico, de acordo com as necessidades do dia a dia da criança.
Na paralisia cerebral não há tratamento de cura!

AMPUTAÇÕES E MALFORMAÇÕES (M.F.C.)

Amputações - causas:

• Traumáticas (acidentes de trabalho, automobilístico e motociclístico,


fogos de artificio);
• Alterações vasculares;
• Tumores;
• Queimaduras.

Cuidados com o coto:

• Higiene local;
• Observar pontos por pressão ou feridas;
• Quando orientado – manter o uso adequado do enfaixamento do coto.

Malformações - Conceito:
Defeito morfológico de um órgão ou parte dele, resultante de um processo intrinsicamente
anormal. Quando possível a correção é cirúrgica. Exemplo: fenda labial.

Causas:

• Maternas: Diabetes, endocrinopatias, deficiências nutricionais, uso de


drogas, álcool, tabagismo, etc.;
• Infecções maternas: rubéola, toxoplasmose, sífilis, herpes, varicela;
• Agentes químicos, medicamentos, irradiação, hipertermia;
• Alterações genéticas;
• Causas desconhecidas.

As M.F.C. mais frequentes:

• Artrogripose;
• Osteogênese Imperfeita;
• Deficiência congênita do fêmur;
• Bridas Amnióticas;
• Gigantismo / hipoplasias;
• Hemimelias/ Amelias;
• Duplicação.

Osteogênese Imperfeita – conceito:


Consiste de um grupo de distúrbios genéticos que afetam os tecidos conjuntivos de forma
generalizada e a manifestação clínica predominante é a maior susceptibilidade para
fraturas generalizadas.

Deficiência Congênita do Fêmur – conceito:


Presença de deformidade e deficiência do fêmur (osso da coxa) presente no nascimento.

Artrogripose Múltipla Congênita – conceito:


Consiste de uma síndrome clínica caracterizada por diversas contraturas articulares
presente ao nascimento (mais de 3 articulações).

Doenças Musculares – Miopatias


Alterações motoras: progressivas

Distrofia Muscular Progressiva – Duchenne - conceito:


Doença genética que afeta musculatura genética e cardíaca.

• somente acomete meninos. O início das manifestações fica evidente por


volta de 3 a 5 anos de idade;
• Incidência de 1:4000 nascimentos masculinos;
• Marcha miopática – perda da marcha por volta dos 13 anos.

Distrofia Muscular Progressiva – Becker - conceito:


Doença genética que afeta musculatura genética e cardíaca – somente acomete meninos.

• A distrofia de Becker manifesta-se mais tardiamente, depois de 5 anos


de idade);
• Semelhante a DMP de Duchenne;
• Mais rara: 1: 30 000;
• Inteligência preservada;
• Óbito na vida adulta.
Strumpell Lorrain – Paraparesia espástica familiar - conceito:
Presença de espasticidade e fraqueza progressiva dos membros inferiores. Nas formas
mais complexas outras manifestações podem aparecer.

• Herança variada;
• Dificuldade progressiva na marcha;
• Incoordenação e disartria (dificuldade motora da fala).

Doenças do Sistema Nervoso


Lesões Encefálicas Adquiridas – TCE - conceito:
É uma lesão encefálica que ocorre após o nascimento. As alterações congênitas, doenças
degenerativas e trauma de parto devem ser excluídas do grupo de lesões encefálicas
adquiridas. Brain Injury Association – USA (1997)

Alterações:

Motoras:
Paresia (diminuição da movimentação voluntária em determinado segmento do corpo).
Podemos também observar:

• Espasticidade;
• Rigidez;
• Hipotonia.

Cognitivas:

• Dificuldade para abstração;


• Raciocínio lógico;
• Déficit de atenção;
• Dificuldade de memória.

Sensitivas:
Alterações da sensibilidade.

Sensoriais:
• deficiência visual;
• auditiva.

Outras alterações:

• Percepção e dificuldade de organizar as informações do ambiente ou de


si mesmo;
• Sistema vestibular (equilíbrio).
Causas:
Traumáticas:
• Acidentes automobilísticos;
• Atropelamentos;
• Quedas (laje, escada, beliche, etc.);
• Violência (ferimentos por arma de fogo, agressões físicas).

Não Traumáticas:

• Hipóxia;
• Acidente Vascular Encefálico (AVC, “derrame”);
• Tumores;
• Encefalites;
• Meningites;
• Mal convulsivo.

Hipóxia:

• Afogamento (piscina, lagoa, rio, balde, etc);


• Choque elétrico;
• Aspiração de corpo estranho (semente de fruta, brinquedo miúdo, etc.);
• Sufocação (saco plástico), etc.

Fatores de risco para Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH) / Isquêmico


(AVCI):

• Malformações vasculares intracranianas;


• Aneurismas arteriais;
• Doenças Cardíacas;
• Vasculites;
• Anemia Falciforme;
• Coagulopatias (hipercoagulabilidade).

TCE em crianças:
Responsável por 50% das mortes em crianças nos EUA – 2.
Picos de Incidência: Crianças menores de 5 anos de idade e adolescência.

Possíveis consequências pós L.E.I.A.:

Alterações Comportamentais:

• Apatia;
• Impulsividade;
• Irritabilidade;
• depressão, etc.;
• Disartria – dificuldade motora da fala.

Problemas de linguagem:

• Dificuldade para nomear objetos;


• Organizar pensamentos;
• Respostas lentas;
• Dificuldade para entender múltiplos comandos;
• Abstrair.

ATENÇÃO: Pode não ser notado em crianças pequenas.

Sequelas Cognitivas:

• Impacto para o prognóstico social;


• Educacional e vocacional;
• Falta de atenção;
• Concentração;
• Alteração de memória;
• Dificuldade em raciocínio lógico.
Alterações motoras:

• espasticidade;
• distonia;
• paresias;
• apraxia;
• ataxia.

Obs. Com o tempo, a melhora motora geralmente é muito melhor que a cognitiva.

Lesão Medular - conceito:


É uma lesão na coluna do indivíduo podendo apresentar alterações: motoras, sensitivas,
vesicais, intestinais, vesicais e autonômicas. Alterações da função sexual podem estar
presentes.

Incidência:
40 pessoas / milhão / ano Predominante no adulto jovem do sexo masculino.

Causas:

• Traumática = 80 % (Ferimento por arma de fogo, acidentes de trânsito,


quedas, mergulho);
• Não traumática = 20 % (tumores, infecciosas).
Prevenção de Traumatismos:

• Respeite as campanhas de segurança no trânsito use sempre o cinto de


segurança. Não dirija após consumir álcool ou drogas. Não ultrapasse os
limites de velocidade permitida. Não use armas

CUIDADO AO MERGULHAR

• Antes, verifique a profundidade do local;


• Não consuma álcool/drogas antes de mergulhar;
• Não mergulhe em locais desconhecidos;
• Não mergulhe em águas turvas;
• Não brinque de empurrar para dentro das águas.

Alterações:

Motoras:

• Paraplegia (comprometimento dos membros inferiores);


• Tetraplegia (comprometimento dos membros inferiores e superiores).

Sensitivas:
Diminuição ou ausência da sensibilidade.

Autonômicas:
hipotensão ortostática:

• Mudanças bruscas de postura levam a hipotensão gerando quadro de mal


estar;
• Palidez;
• Desmaio;

Crise autonômica hipertensiva:

• Bexiga ou intestino cheio;


• Roupas ou órteses apertadas;
• Qualquer outro estímulo ruim abaixo do nível da lesão pode desencadear rubor;
• Sudorese facial;
• Taquicardia;
• Dor de cabeça;
• Pressão alta.

Níveis de Lesão:

Segmentos: Cervicais - Tetraplegia


Torácicos, Lombares e Sacrais - Paraplegia
Mielomeningocele - conceito:
É um Defeito do Fechamento do Tubo Neural (DFTN) - falta fusão arcos, displasia medular,
com ou sem protrusão.
O defeito acontece durante a 3ª e 5ª semana da gestação e ao nascimento, a criança
apresenta comprometimento funcional de vários órgãos e sistemas.
A Mielomeningocele é a alteração mais frequente de DFTN. Outras formas de DFTN:

• Mielocele;
• Spina Bifida Oculta;
• Lipomeningocele;
• Agenesia;
• Lombossacro;
• Meningocele.

Alterações:
Motoras – paraplegia (comprometimento dos membros inferiores) ou tetraplegia
(comprometimento dos membros inferiores e superiores)
Sensitivas – diminuição ou ausência da sensibilidade.

Problemas associados:

• Urológicos: Incontinência, Infecções, Refluxo, Cálculos;


• Sexualidade;
• Neurológicos: hidrocefalia (necessidade de uso de válvula, podendo acontecer
trocas ocasionais desta válvula), infecções;
• Úlceras por pressão (fatores que favorecem o surgimento das úlceras: Pele
anestésica & Apoio prolongado, Saliências Ósseas, Higiene Precária).

Obs.: Pacientes deambuladores que possuem deformidades nos pés e alteração da


sensibilidade, podem desenvolver Mal Perfurante Plantar.
Alergia ao Látex - Incidência população geral < 1%
Causa: Imaturidade mecanismo defesa das mucosas quando do início de exposição ao
alérgeno.
CUIDADO: O quadro clínico é variável: urticária, asma, rinite, conjuntivite, diarreia e até
choque anafilático podendo ir a óbito. O paciente não deve ter contato com equipamentos/
produtos que tenham látex.
Obesidade: a hidrocefalia pode causar uma disfunção do centro da fome, causando um
apetite insaciável; problemas emocionais também podem conduzir a uma alimentação
exagerada.

Nível Funcional: (HOFFER ET AL, 1973)


• TORÁCICO – não apresenta movimentação ativa de membros inferiores,
prognóstico de marcha ruim.
• LOMBAR ALTO – poucos músculos dos membros inferiores presentes,
prognóstico de marcha reservado.
• LOMBAR BAIXO – presença de vários músculos dos membros inferiores,
prognóstico de marcha bom.
• SACRAL – o prognóstico de ambulação é o melhor possível.

Particularidades das patologias neurológicas - lesão encefálica adquirida:

Ocorre uma lesão no encéfalo, pode ter como causa:

• Acidente Vascular Encefálico (Hemorrágico ou Isquêmico);


• Traumatismo Crânio Encefálico (TCE);
• Neuro infecções ou Encefalites;
• Encefalopatia Anóxica;
• Tumores Cerebrais;
• Doença de Parkinson.

Resultam na maioria das vezes, em alterações:

• Motoras;
• Sensórias;
• Cognitivas;
• Comportamentais.

Sua manifestação normalmente com paralisia ou paresia em lado ou ambos os lados do


corpo. Dependem da localização e extensão.
Suas principais manifestações são:

• Alterações do tônus muscular;


• Sensibilidade;
• Déficit na contração muscular;
• Desequilíbrio na ação dos músculos;
• Imobilidade;
• Aprendizado do não uso e o desenvolvimento de alterações secundárias.

Lesão Medular - conceito:


A Lesão Medular (LM) caracteriza- se pelo acometimento da medula espinhal e suas raízes
nervosas, pode ocorrer por etiologia traumática ou não traumática como as tumorais ou
infecciosas. Acarreta alterações da motricidade, sensibilidade, distúrbios neurovegetativos
e alterações esfincterianas. A lesão poderá ser completa ou incompleta.
A fisioterapia na LM atuará de acordo com o nível da lesão e terá ainda a presença de
fatores que interferiram no tratamento, tais como:

• Espasticidade;
• Automatismos;
• dor central;
• alterações osteomioarticulares.

Visará maior independência possível de acordo com o potencial residual e para evitar as
complicações secundarias.

Poliomielite - Conceito:
É uma doença infecciosa aguda, causada por vírus, acomete o corno anterior da medula
espinhal e como consequência uma paralisia flácida. Comprometimento puramente motor,
ou seja, a sensibilidade totalmente preservada. Quadro clínico de paralisia flácida parcial
ou total dos músculos. Acometimento é irregular e por isso é importante identificar quais
os grupos musculares foram comprometidos. Com esta identificação é que iremos trabalhar
para minimizar as complicações secundárias.

Amputações de Membros Inferiores:


A amputação de um membro ocorre após todas as tentativas de salvar este seguimento
serem esgotadas. As causas podem ser:

• Vascular;
• Traumática;
• Tumoral;
• Infecção.

Como principal etiologia a doença vascular acomete na sua grande maioria a população
idosa. Já a amputação traumática é mais comum em indivíduos mais jovens e, portanto o
tratamento será diferente.
O Tratamento fisioterapêutico deverá levar em consideração alguns aspectos como:

• Nível da amputação;
• Comprimento do seguimento amputado (coto);
• Forma do coto;
• Cicatriz;
• Presença de dor;
• Neuroma doloroso.

O Tratamento não constitui apenas da fase protética, que é a fase de confecção e treino
com a prótese, mas também da fase pré-protética onde o paciente será trabalhado para
receber sua prótese e para ter maior independência e minimizar as complicações
secundárias.
Doenças Neuromusculares - Conceito:
Grupo de desordens, hereditárias ou adquiridas, que afetam a unidade motora. Pode
ocorrer lesão no corpo do neurônio motor no corno anterior da medula espinhal, ao longo
do nervo periférico, na junção neuromuscular e no tecido muscular. Também as doenças
que afetam o trato cortiço - espinhal na medula espinhal, no cerebelo e nas vias
espinocerebelares.
Todas com comprometimento motor e característica progressiva. É muito importante o
diagnóstico da doença, conhecimento da doença, reconhecer fatores externos que possam
interferir no tratamento e minimizar a progressão da doença e suas possíveis
complicações.

Complicações Secundárias a Lesão Neurológica

• Encurtamentos musculares;
• Retrações Tendineas;
• Deformidades articulares;
• Ossificação Heterotópica;
• Ulceras de Pressão;
• Complicações Respiratórias;
• Complicações Circulatórias;
• Complicações Cardíacas;
• Dor;
• Atitudes Antálgicas;
• Alterações da Biomecânica;
• Alterações do tônus/ espasticidade;
• Desequilíbrio muscular;
• Alteração do equilíbrio.

Para alcançar os objetivos propostos na reabilitação é fundamental a participação do


paciente, dos profissionais de reabilitação e dos familiares e/ou cuidadores.

ASPECTOS - Paciente:
Participação e colaboração

Cuidados de enfermagem - queda – impacto no cuidar:


É definida como o evento não planejado que levou a pessoa ao chão, com ou sem lesão.
Existem riscos podem facilitar ou predispor uma pessoa à queda, como:

Riscos Externos:

• Piso Molhado e escorregadio;


• Desnível do piso;
• Tapetes de tecido;
• Tipos de calçados;
• Roupas inadequadas;
• Corrimão;
• Grades de proteção;
• Transferências.

Riscos Internos:

• Distúrbios Neurológicos (crise convulsiva, mal de Parkinson hemiplegias);


• Pacientes diabéticos;
• Lesão Medular;
• Doenças degenerativas.

O que Fazer em caso de queda?


Verificar o nível de consciência – Caso a pessoa esteja acordada:

• Sinalizar onde dói;


• Verificar se apresenta movimentos;
• Verificar possíveis ferimentos;
• Se for necessário mantenha a pessoa imobilizada;
• Encaminhá-lo ao Serviço de saúde e em caso de impossibilidade de
movimentação chamar atendimento de emergência.

Verificar o nível de consciência – Caso a pessoa esteja desmaiada:

• Chamar, verificar pulso e respiração


• Não movimentar
• Solicitar o Serviço de Emergência

Crise convulsiva ou epilepsia - conceito:


Convulsão é um distúrbio que se caracteriza pela contratura muscular involuntária de todo
o corpo ou de parte dele, provocada por aumento excessivo da atividade elétrica em
determinadas áreas cerebrais.
As convulsões podem ser de dois tipos:

• Parciais ou focais: quando apenas uma parte do hemisfério cerebral é atingida


por uma descarga de impulsos elétricos desorganizados;
• Generalizadas: quando os dois hemisférios cerebrais são afetados.

Possíveis gatilhos:

• Emoções intensas;
• Exercícios vigorosos;
• Determinados ruídos;
• Músicas;
• Odores;
• Luzes fortes podem funcionar como gatilhos das crises.
Outras condições:

• Febre alta;
• Falta de sono;
• Menstruação;
• Estresse – também podem facilitar a instalação de convulsões, mas não são
consideradas gatilhos.

Causa:
Em alguns casos, não é possível identificar a causa da convulsão. Nos outros, entre as
causas prováveis, podemos destacar:

• Febre alta em crianças com menos de cinco anos;


• Doenças como: meningites, encefalites, tétano, tumores cerebrais, infecção
pelo HIV, epilepsia, etc.;
• Traumas cranianos;
• Abstinência após uso prolongado de álcool e de outras drogas, ou efeito
colateral de alguns medicamentos;
• Distúrbios metabólicos, como hipoglicemia, diabetes, insuficiência renal, etc.;
• Falta de oxigenação no cérebro.

Sinais e sintomas:
Os sinais e sintomas dependem do tipo de convulsão, da região do cérebro envolvida e da
função que ela desempenha no organismo.

Convulsões parciais:
Podem ou não ocorrer alterações do nível de consciência, como:

• Movimentos involuntários em alguma parte do corpo;


• Comprometimento das sensações de paladar, olfato, visão, audição e da fala;
• Alucinações;
• Vertigens;
• Delírios, etc.

Algumas vezes, essas manifestações são leves e podem ser atribuídas a problemas
psiquiátricos.

Convulsões generalizadas:
Existem diversos tipos de convulsões generalizadas. Os dois mais frequentes são a crise
de ausência, ou pequeno mal, e a convulsão tônico - clônica, ou grande mal.
No primeiro grupo, incluem-se as pessoas que, durante alguns segundos, ficam com o
olhar perdido, como se estivessem no mundo da lua, e não respondem quando chamadas.
Quando a ausência dura mais de dez segundos, o paciente pode manifestar movimentos
automáticos, como piscar de olhos e tremor dos lábios, por exemplo. Essas crises chegam
a ser tão breves que, às vezes, ele nem sequer se dá conta do que aconteceu.
Já as convulsões tônico - clônicas estão associadas à perda súbita da consciência. O
quadro dura poucos minutos. Na fase tônica, todos os músculos dos braços, pernas e
tronco ficam endurecidos, contraídos e estendidos e a face adquire coloração azulada. Em
seguida, a pessoa entra na fase clônica e começa a sofrer contrações rítmicas, repetitivas
e incontroláveis. Em ambas as situações, a saliva pode ser abundante e ficar espumosa.
Mordida pelos dentes, a língua pode sangrar.

Tratamento:
O risco de novas crises diminui nos pacientes com convulsões provocadas por álcool,
drogas, pelo efeito colateral de alguns medicamentos e por distúrbios metabólicos, quando
são retiradas essas substâncias ou corrigido o problema orgânico. Nos outros casos,
existem vários medicamentos que devem ser indicados de acordo com o tipo de convulsão
para evitar a recorrência e assegurar o controle das crises.

Recomendações:
Diante de um quadro de convulsão:

• Deite a pessoa de lado para que não engasgue com a própria saliva ou vômito;
• Remova todos os objetos ao redor que ofereçam risco de machucá-la;
• Afrouxe-lhe as roupas;
• Erga o queixo para facilitar a passagem do ar;
• Não introduza nenhum objeto na boca nem tente puxar a língua para fora;
• Leve a pessoa a um serviço de saúde tão logo a convulsão tenha passado.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
Convulsão não é sinônimo de epilepsia. Epilepsia é uma doença específica, que predispõe
a pessoa a convulsões, mesmo na ausência de problemas como febre alta, pancadas na
cabeça, derrames ou tumores cerebrais.

Banho:
Banho é um momento de prazer, bem estar, que o Cuidador pode proporcionar.

Higiene íntima:
É a prática de higiene das regiões genital do homem e da mulher com finalidade de
proporcionar conforto e segurança, prevenir infecções e manter a boa imagem corporal.

Higiene íntima masculina:

• Levantar delicadamente e segurar o pênis;


• Retrair o prepúcio e lavar com água e sabonete;
• Enxaguar e secar bem;
• Voltar o prepúcio a posição natural;
• Limpar o períneo na região do ânus;
• Após enxaguar e secar bem;
• Utilizar luvas de procedimento;
• Colocar fraldas após a higiene caso o paciente necessite.

Higiene íntima feminina:

• Umedecer os pelos pubianos;


• Lavar os grandes lábios em direção do períneo para o ânus (frente para trás);
• Separar e lavar os pequenos lábios;
• Meato uretral;
• Enxaguar e secar muito bem;
• Utilizar luvas de procedimento;
• Colocar fraldas após a higiene caso o paciente necessite.

Banho no leito:
O banho no leito é necessário nos casos de pessoas acamadas que estejam
impossibilitadas de irem até o banheiro ou sentarem em cadeira de banho.
Material utilizado:

• Panos de banho;
• Toalha de banho;
• Material para higiene oral;
• Pente;
• Sabonete;
• Comadre e/ou papagaio do próprio paciente;
• Roupa para o paciente (pijama ou camisola);
• Roupa de cama (02 lençóis, 01 cobertor S/N, 01 toalha de banho, 01
para fralda S/N, 01 forro S/N);
• Luvas de procedimento, bacia, balde, etc.

Procedimento:

• Lavar as mãos e calcar as luvas de procedimentos;


• Explicar para a pessoa o que vai ser feito;
• Fechar as portas e janelas;
• Proteger a unidade do paciente com biombos;
• Oferecer comadre ou papagaio ao paciente e procurar saber se tem
clister prescrito;
• Se houver, fazê-lo em primeiro lugar;
• Desprender a roupa de cama, iniciando do lado oposto onde
permanecer;
• Fazer higiene oral do paciente e lavar a cabeça, se necessário;
• Trocar a água do banho, obrigatoriamente, após a lavagem da cabeça;
• Lavar os olhos, limpando o canto interno para o externo, usando gaze;
• Lavar, enxaguar e enxugar o rosto, orelhas e pescoço;
• Remover a camisola ou camisa do pijama, mantendo o tórax protegido
com o lençol, descansando os braços sobre o mesmo;
• Lavar e enxugar os braços e mãos do lado oposto ao que se está
trabalhando, depois o mais próximo, com movimentos longos e firmes,
do punho a axila; trocar a água;
• Lavar e enxugar o tórax e abdome, com movimentos circulares, ativando
a circulação, observando as condições da pele e mamas;
• Cobrir o tórax com lençol limpo, abaixando o lençol em uso, até a região
genital; Lavar, enxaguar e enxugar as pernas e coxas, do tornozelo até
a raiz da coxa, do lado oposto ao que se está trabalhando, depois o mais
próximo;
• Colocar bacia sob os pés e lava-la, principalmente nos Inter dígitos,
observando as condições dos mesmos e enxugar bem;
• Trocar a água da bacia e a luva de pano, obrigatoriamente;
• Encaixar a comadre no paciente;
• Fazer higiene intima do paciente, de acordo com a técnica;
• Trocar, obrigatoriamente, a água da bacia e a luva de banho, retirando
a comadre, deixando-a ao lado do leito;
• Virar o paciente em decúbito lateral, colocando a toalha sob as costas e
nádegas, mantendo esta posição com o auxílio de outra pessoa;
• Lavar e enxugar as costas, massageando-as, incluindo nádegas e
cóccix do paciente;
• Deixar o paciente em decúbito lateral, empurrando a roupa úmida para
o meio do leito, enxugando o colchão;
• Trocar de luvas;
• Proceder a arrumação do leito, com o paciente em decúbito lateral;
• Virar o paciente sobre o lado pronto do leito;
• Retirar a roupa suja e despreza-la no hamper;
• Calcar outras luvas;
• Fazer os cantos da cama: cabeceira e pés;
• Vestir o paciente;
• Pentear os cabelos do paciente;
• Trocar a fronha;
• Utilizar travesseiros para ajeitar o paciente no decúbito mais adequado;
• Limpar balde, bacia, comadre com água e sabão;
• Recompor a unidade do paciente, colocando tudo no lugar;
• Retirar as luvas e lavar as mãos;

Queimaduras - conceito:
É uma lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo e causada por agentes
térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação etc. A queimadura pode ser a mais
simples lesão de pele, como também pode envolver estruturas abaixo da pele, incluindo
músculos, ossos, nervos e vasos sanguíneos.

Tipos de queimadura:

• 1º grau - Superficiais ou epidérmicas;


• 2º grau - Comprometimento parcial ou reticular da derme;
• 3º grau - Comprometimento de toda a espessura da derme e parte do
subcutâneo.

Cuidados:
Queimadura de 1º grau:

• Aplicar água corrente fria sobre a área afetada por 15 minutos;


• Não aplicar nada no local;
• Procurar o serviço de saúde.

Queimadura de 2º grau:

• Aplicar água corrente fria por 15 minutos;


• Não fure as bolhas;
• Cubra com gaze ou pano limpo umedecido com água fria;
• Procure o serviço de saúde.

Queimadura de 3º grau:

• Coloque a lesão sobre água fria corrente por 15 minutos;


• Não passe nada no local;
• Cubra com gaze ou pano limpo umedecido;
• Encaminhe com urgência ao serviço de saúde.

Queimadura - NUNCA APLICAR:

• Pasta de dente
• Manteiga ou Margarina
• Pomadas
• Outras substâncias de conhecimento popular

Traqueostomias - conceito:
Traqueostomia é uma pequena abertura feita na traqueia, que fica na parte anterior do
pescoço, onde é introduzido um tubo de metal (chamado cânula traqueal) para facilitar a
entrada de ar.

Cuidados:

• Higienizar as mãos;
• Utilizar luva de procedimento;
• Retirar a fixação e remover o conjunto da traqueostomia;
• Lavar com água e sabão neutro, esfregando por dentro e por fora utilizando
uma esponja;
• Enxague com água corrente para retirar todo o resíduo do sabão;
• Limpe o intermediário 3 vezes ao dia para evitar obstrução;
• Mantenha uma boa higiene na área ao redor da traqueostomia, limpando-a
cuidadosamente com água e sabonete neutro, 3 vezes ao dia;
• Conserve a região ao redor da traqueostomia com a pele bem hidratada;
• Utilize um acolchoado (com duas gazes dobradas) entre a cânula e a pele;
• Use material macio para o cadarço e não o coloque muito apertado, de forma
que não o machuque.

Gastrostomia - conceito:
Gastrostomia é uma cirurgia realizada para existir a comunicação do estômago com parede
abdominal, por onde é inserida uma sonda com a finalidade de alimentar o paciente sem
que o mesmo tenha que passar pelos processos de mastigação e deglutição, podendo ser
temporária ou definitiva.

Cuidados:

• Higienizar as mãos;
• Troca diária do curativo;
• Realizar movimento de rotação e anti-horário;
• Observar aspecto da pele ao redor da gastro;
• Observar a fixação da sonda/botom;
• Higienizar a conexão da sonda/botom;
• Puxar o resíduo gástrico com uma seringa antes da administração da dieta;
• Manter sentado ou cabeceira elevada durante administração da dieta e
medicação.
• Administrar medicamentos separadamente um a um;
• Dissolver de forma adequada comprimidos;
• Instalar dieta gota a gota ou utilizar a seringa, porém administrar lentamente;
• Lavar a sonda/botom após dieta e medicação com água filtrada;
• Não deixar a extensão acessível;
• Parar administração da dieta em caso de vômito, desconforto, distensão
abdominal;
• Procurar o serviço de saúde.

Sonda Nasoenteral - conceito:


A sonda nasoenteral é um tubo de silicone usado para alimentação quando o alimento não
pode passar pelo trajeto normal é instalado por via nasal ou oral (nariz ou boca) e chega
até o intestino.

Cuidados:

• Higienizar as mãos;
• Verificar fixação da sonda e trocá-la sempre que necessário;
• Não deixar acessível;
• Não reintroduzir em caso de exteriorização;
• Observar sinais de lesão na pele;
• Aspirar para verificar resíduo gástrico;
• Sentar ou manter cabeceira elevada 30º grau durante dieta e medicação;
• Lavar com água filtrada após dietas e medicações;
• Atenção durante a manipulação.
Parar a administração da dieta em caso de vômito, distensão ou desconforto abdominal,
procurar o serviço de saúde. Em caso de obstrução lavar com água filtrada morna.
IMPORTANTE: A troca é feita somente por profissional capacitado (Enfermeiro).

Sonda Vesical de alívio e demora (Cateterismo vesical) - conceito:


É a introdução de uma sonda até a bexiga a fim de retirar a urina.

Indicações:
Quando o paciente está impossibilitado de urinar, coleta de urina asséptica, exames,
preparo pré-parto, pré-operatório, incontinência urinária.
Para o cateterismo vesical de alívio existe a técnica estéril usada em ambientes
hospitalares e a técnica limpa utilizada em ambiente domiciliar.

Cuidados:

• Higienização das mãos a manipulação;


• Higienização da região genital;
• Fixação correta;
• Manter bolsa coletora sempre abaixo do nível da cintura;
• Estimular a hidratação se não houver contra indicação médica;
• Troca a cada 30 dias ou conforme indicação médica em um Serviço de Saúde.

Cateterismo de alívio - Técnica Limpa:

• Higienizar as mãos;
• Separar o material necessário: (sonda, xylocaína, lenço umedecido, recipiente
próprio);
• Higienizar a genitália, destacando a limpeza entre os lábios nas mulheres e na
glande nos homens;
• Pegar a sonda e fechar na extremidade que contém o orifício de drenagem;
• Na ponta da sonda passar um pouco de xylocaína gel;
• Posicionar a pessoa de forma confortável e realizar a introdução do cateter no
meato urinário;
• Após o esvaziamento completo da bexiga em um recipiente próprio, retire a
sonda;
• Jogue fora a sonda e a gaze que foi utilizada, higienizar o recipiente que foi
colocado a urina e esterilizar com água fervente;
• Guarde a xilocaína e o recipiente em local apropriado para o próximo horário
do procedimento.

Curativo:
É um procedimento utilizado para a limpeza, proteção e tratamento das lesões. Existem
vários tipos de lesões e a forma de realização do curativo pode mudar dependendo da
lesão.

Finalidades principais do curativo:


• Remover corpos estranhos;
• Limpar a lesão;
• Evitar o aparecimento de infecções;
• Manter a umidade da superfície da ferida;
• Fornecer isolamento térmico;
• Proteger e isolar a ferida do meio externo e contra trauma mecânico.
• Favorecer a cicatrização da ferida;
• Proporcionar maior conforto físico e psicológico aos clientes;
• Diminuir a intensidade da dor.

OBS.: A limpeza deverá ser realizada sempre da área mais limpa para a área mais
contaminada.

Prevenção de lesões de pele e úlceras por pressão - conceito:


A úlcera de pressão pode ser definida como uma lesão de pele causada pela interrupção
sanguínea em uma determinada área, que se desenvolve devido a uma pressão
aumentada por um período prolongado, ou seja, quando a pessoa fica muito tempo em
uma mesma posição.

Prevenção:

• Observar integridade da pele;


• Hidratar a pele com hidratante a base de óleos graxos;
• Estimular se possível ingesta hídrica e alimentar;
• Mudança de decúbito (Mudança de posição) a cada 2 horas, verificar tolerância
de cada pessoa;
• Manter roupa de cama limpa e seca;
• Lençóis esticados;
• Observar sinais de hiperemia (vermelhidão na pele);
• Manter proeminências ósseas livres, calcanhares e regiões ósseas que ficam
em contato com a cama ou cadeira;
• Posicionamento adequado (Posicionar de uma forma que a pessoa se sinta
confortável e que não aumente a pressão na posição).

FISIOTERAPIA APLICADA AOS CUIDADOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA –


MÓDULO INFANTIL
Manutenção das estruturas músculo - esqueléticas:

Alongamento muscular:
Alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade do músculo. Quanto
mais alongado um músculo, maior será o movimento desta articulação e isso pode tornar
mais fácil a execução das funções. Portanto, realizar os alongamentos alguns dias na
semana ajuda:

• Relaxar o corpo;
• Proporciona maior consciência corporal;
• Deixa os movimentos mais soltos e leves;
• Previne lesões;
• Ativa a circulação.

Fortalecimento muscular:
O fortalecimento muscular melhora a capacidade de geração de força e é importante para:

• As transferências;
• Marcha;
• Atividades de vida diária;
• Algumas patologias melhora o desempenho funcional sem aumento da
espasticidade (condição patológica do músculo ser mais tenso que o normal).

Muitas vezes o paciente não é capaz sozinho de realizar os exercícios tanto de


alongamento quanto de fortalecimento em sua totalidade e o cuidador necessita auxiliá-los
em maior ou menor grau.

Posicionamento - conceito:
O posicionamento correto do paciente é um importante aliado para preservar a integridade
muscular e articular. Para isso, em alguns casos se faz necessário o uso de mobiliários e
equipamentos específicos considerando as necessidades do paciente e a capacidade
funcional.
A postura correta continua o tratamento, facilita as atividades diárias e melhora a interação
do paciente com o meio em que vive.

Órteses/Próteses - conceito:
Órteses são dispositivos externos que aplicados a algum segmento do corpo coloca este
segmento em uma postura mais adequada possível e auxilia na função.
As próteses são dispositivos que substituem um membro ou uma parte do corpo.
Alguns pacientes conseguem realizar certas funções somente com uso das
órteses/próteses, por isso a necessidade de uma correta avaliação para que o potencial do
paciente não seja subutilizado. A colocação e utilização erradas das órteses/próteses
podem ser tão ruins quanto uma indicação incorreta.
O encaixe de ambas, precisa ser correto para que haja uma adequada função e não
machuque.

Equipamentos:
O equipamento pode ser entendido como um objeto que é inserido no dia a dia do paciente
com o objetivo de melhorar a postura e facilitar uma função específica. Ele pode facilitar, o
sentar, o ortostatismo, o deslocamento, etc.
Deslocamento:
A locomoção é a capacidade de se mover de um ponto até outro. E a marcha que o
deslocamento rítmico de partes do corpo é a locomoção comumente realizada pelo
humano. Porém, alguns indivíduos realizam os deslocamentos de outras formas, com
auxílio de aditamentos para marcha e/ou uso de equipamentos.

Transferência:
A mudança do paciente entre superfícies deve ser estimulada da maneira mais
independente possível. O paciente é treinado a realizar as transferências entre cadeira de
rodas e leito, vaso sanitário, carro, tablado, etc, sozinho ou com o mínimo de ajuda
possível. Em alguns casos se faz necessário o uso de facilitador ou mesmo adaptações no
ambiente para que a transferência seja eficiente e segura.

Transporte:
O transporte do paciente está relacionado com o movimento do mesmo entre locais. As
crianças na maioria das vezes são transportadas no colo e isto demanda de um desgaste
do cuidador. É preferível que o transporte seja realizado com cadeira de rodas adaptada
ou outro equipamento, porém, nem sempre isso é possível. Por isso, o carregar precisa ser
o mais ergonômico possível para preservar a integridade física do cuidador e a criança não
seja privada de se relacionar com o meio durante o transporte.

Desenvolvimento motor:
A aquisição das etapas motoras de uma criança acontece respeitando uma ordem
cronológica, emocional, maturacional e psicológica. De uma maneira simplificada um bebê
inicia o sentar por volta de 6 meses, o engatinhar por volta de 9 meses e inicia a troca de
passos por volta de 1 ano de idade aproximadamente. A depender da deficiência da criança
algumas etapas motoras podem acontecer de maneira diferente do habitual, podem não
aparecer no momento cronológico esperado e infelizmente em alguns casos não
acontecem.
Existe uma expectativa alta entre os familiares, cuidadores e até mesmo os terapeutas
envolvidos na reabilitação para que estas crianças atinjam o mais rápido possível o andar
como forma de deslocamento. Porém, às vezes, ao estimular o andar há um prejuízo
funcional desta criança que ainda não está pronta para a função e recrutam de musculatura
não habitual para desempenhá-la e isso contribui na aquisição de vícios de posturas e
deformidades.

Considerações importantes:
A cadeira de rodas é um equipamento muito difícil de ser aceito. Muitas vezes os familiares
interpretam a cadeira de rodas como uma condenação, uma incapacidade permanente de
andar. Porém, quando a criança não possui uma cadeira de rodas, adaptada, a postura
sentada é inadequada o que traz consequências ruins e atrapalha na sequência do
tratamento.
Associado as alterações motoras é comum encontrar outros distúrbios em crianças com
Paralisia Cerebral como:

• Visuais;
• Auditivos;
• Cognitivos;
• Oftalmológicos;
• Perceptuais;
• Comunicação;
• Comportamento;
• Epilepsia.

Todas essas alterações devem ser investigadas e abordadas para que a criança tenha
todo o seu potencial alcançado.
As deformidades ortopédicas em coluna e membros são frequentes e precisam ser
acompanhados para que seja tratado no momento certo.
A subluxação/luxação de quadril é monitorada pelo médico com o Raio-X de bacia.
O uso do parapodium ou qualquer outro recurso para ortostatismo nas crianças a partir de
aproximadamente 1 ano de vida deve ser considerado.
No tratamento da discrepância dos membros, em alguns casos, é utilizado o fixador externo
que é um aparelho que parte dele aparece por fora do membro e parte dele está fixado no
osso. É um aparelho do tipo “gaiola de ferro”. São necessários cuidados especiais de
higiene e seguimento rigoroso das orientações médicas quanto à manipulação do mesmo.
As fraturas na osteogênese imperfeita fazem parte da patologia interrompem
momentaneamente a reabilitação por causa da imobilização e são fontes de grandes
preocupações. Porém, é uma condição inerente e imutável. É preciso encontrar um
equilíbrio entre o proteger e o permitir. As escolas devem estar bem orientadas a respeito
da possibilidade de fratura, mas sem pânico para não privar a criança do convívio saudável
com seus colegas e amigos.
As recidivas de deformidades pós-cirúrgicas na artrogripose múltipla congênita são muito
frequentes é necessário seguir rigorosamente todas as orientações de alongamentos,
posicionamento e nunca retirar as órteses nem mesmo para dormir.
Crianças com distrofias neuromusculares na grande maioria das vezes necessitam de um
cuidado especial na parte respiratória. Devido a fraqueza muscular global esta área é bem
atingida levando a complicações. A procura de profissional especializado se faz
necessário. Outro aspecto importante a ser considerados são as transferências.
Normalmente os cuidadores/familiares carregam, pois, estas crianças não tem força
suficiente nos braços para ajudar. Para facilitar é necessário que a cadeira de rodas tenha
braços e pés removíveis, que as superfícies de transferências tenham alturas semelhantes,
que segura a criança em pontos específicos do corpo, ou usem lençóis, pranchas e em
alguns casos equipamentos como o “lift” (elevadores). Por fim, nunca puxar estes pacientes
pelos braços para não causar lesões sérias em ombro devido a fraqueza da musculatura
nesta região.
A sensibilidade nas crianças com Mielomeningocele é alterada em algum grau, portanto as
escaras (úlceras de pressão) devem sem monitoradas observando áreas avermelhadas
em especial no bumbum e pés. Para evitar escaras no bumbum orientar que paciente faça
de tempos em tempos na cadeira de rodas o “push up” (suspender o bumbum apoiando as
mãos no apoio de braço da cadeira). Quando a criança estiver no chão permanecer sempre
de roupa (calça, meia e goteiras) para que não se machuque ao arrastar.
O uso das órteses tornozelo-pé é essencial para não machucar os pés principalmente para
os pacientes que andam, pois não é incomum pacientes com mielomeningocele sofrer
amputações de membros inferiores devidos complicações de machucados. Caso haja
machucado (escaras) nos pés precisa parar de andar até que cicatrize.
Uso do enfaixamento em “8” para posicionar membros inferiores e evitar deformidades e
fraturas é importante para pacientes com nível de lesão torácico.
Cuidado com a parte urinária, pois estes pacientes não controlam corretamente o
esvaziamento da bexiga e apresentam infecções urinárias de repetição podendo evoluir
para complicações mais sérias. Na grande maioria dos casos usarão fralda sempre e em
alguns casos o médico orientará a sondagem. Revezar a postura sentada na cadeira com
a postura deitada de barriga para baixo é muito importante para evitar escara no bumbum
e alongar a musculatura flexora de quadril prevenindo deformidades. Estes pacientes
fazem uso de válvula de derivação que é um tratamento utilizado para a hidrocefalia.
Observar mudanças de humor, comportamento, agitação, sonolência, dor de cabeça
persistente, vômito em jato e caso ocorra um desses sintomas se dirigir à um posto de
atendimento de emergência. É comum que estas crianças tenham queimaduras graves,
devido à falta de sensibilidade. Portanto, cuidado com prato de comida quente, aparelhos
eletrônicos (computadores, jogos, etc.), água de chuveiro, etc.).
Os cuidadores e familiares das crianças com lesão encefálica adquirida precisam passar
por um processo de desconstrução deste indivíduo que em algum momento da vida não
apresentava a lesão. Esta criança não é mais aquela de antes do incidente. E este é um
passo importante para a reabilitação. Estas crianças frequentemente apresentam
inadequação no comportamento (agressividade, irritação, não aceitação dos manuseios,
etc.) o que dificulta o tratamento. As atitudes não são frutos de deboche, falta de interesse
ou o que quer que seja. É um problema comportamental e às vezes dificuldade de atenção.
O tempo de resposta é muito mais lento. A conversa precisa ser “olho no olho” trazer a
atenção da criança para a atividade o tempo todo. É preciso paciência e a escola, precisa
ser orientada quanto a este aspecto.
Por fim, acima de qualquer patologia, alteração, etc... são crianças... e crianças brincam...

FISIOTERAPIA APLICADA AOS CUIDADOS DA PESSOA ADULTA COM DEFICIÊNCIA

A Fisioterapia na Reabilitação de pacientes com lesões de origem neurológica tem como


objetivo o desenvolvimento de habilidades funcionais, proporcionar maior independência,
bem estar e Inclusão social.
Promover maior independência possível de acordo com o potencial de cada paciente.
O potencial dependerá:

• Patologia
• Tipo de lesão
• Extensão da lesão
• Intervenção precoce/ tempo de lesão
• Idade e sexo
• Comorbidade ou doença de base
• Fator sócio- econômico
• Alteração da sensibilidade
• Alterações comportamentais
• Alterações visuais e auditivas
• Alterações cognitivas
• Complicações secundárias à lesão

Tratamento Fisioterapêutico:
Posicionamentos:

• Prevenir deformidades articulares


• Diminuir espasticidade
• Melhorar o retorno venoso
• Aliviar a pressão

Mobilizações articulares:
Devem ser feitos sempre de forma lenta e respeitando a amplitude de movimento da
articulação.

Para que serve?

• Prevenir deformidades articulares


• Diminuir espasticidade
• Auxiliar no retorno venoso

Alongamentos musculares:
Devem ser feitos sempre de forma lenta e respeitando a amplitude de movimento da
articulação.

Para que serve?

• Prevenir deformidades articulares


• Ganhar maior mobilidade
• Diminuir espasticidade
Treino de equilíbrio de tronco:
Melhorar o desempenho em atividades como:

• Tocar a cadeira de rodas;


• Transferências;
• Atividades de autocuidado;
• Dirigir;
• Praticar esportes;
• Melhorar o padrão de marcha.

Push-up – conceito:
É o ato do paciente se suspender da sua cadeira. Para que serve?

• Aliviar as áreas de pressão


• Facilitar as transferências
• Fortalecer o músculo tríceps

Atividades motoras:

• Rolar: Independência nas mudanças de decúbito e trocas posturais;


• Sentar: Execução das atividades de vida diária;
• Ortostatismo ou posição em pé;
• Execução quando possível de atividades do dia a dia e transferência de peso para
• MMII;
• Atividades de vida diária;
• Tocar a Cadeira de Rodas.

Transferências tipos:

• Transferência totalmente dependente;


• Transferência semi-independente: tábua + acompanhante;
• Transferência independente com tábua;
• Transferência independente.

Mobiliário e Acessórios

São todos os matérias ou recursos utilizados para facilitar e favorecer uma função da
melhor forma possível e com maior segurança e qualidade.
Envolve o uso da Cadeira de Rodas (CR), cadeira de banho, tábua de transferência,
andadores, muletas ou bengalas para facilitar a marcha.
O uso de almofadas e colchões próprios para evitar ulcera de pressão, orteses para
posicionamento ou que facilitem uma função.
Equipamentos de tecnologia para facilitar maior independência do individuo com alguma
dificuldade motora.
Adaptação do Ambiente
A adaptação do ambiente facilitará a independência, participação e inclusão do indivíduo
acometido por qualquer patologia. Um ambiente adequado favorecerá a acessibilidade,
conforto, higiene e segurança. É para nós da reabilitação um ponto fundamental e sempre
buscamos adequar e orientar para que seja um ponto a favor no processo de reabilitação.
Quando pensamos na adaptação do ambiente levamos em consideração a segurança, a
estimulação do quadro, mas sabemos que alguns aspectos interferem para que esse
ambiente seja o mais adequado, tais como o econômico. Nesta adaptação pensamos no
posicionamento do leito para receber maior estimulo do ambiente ou facilitar o acesso da
CR ou de Banho, retirada de tapetes que podem levar a quedas frente à marcha ou
dificultar o deslocamento de cadeiras rodas ou de banho.
Também na colocação de barras pra facilitar a realização de algumas atividades funcionais,
tais como: transferências ou a marcha. Na iluminação, o uso de dispositivo que acedem
com sensor ou sonoros para que se perceba a movimentação do indivíduo caso este tenha
dificuldade para falar e ou risco de realizar alguma tarefa sem a presença de alguém para
supervisionar ou dar apoio.
Um ambiente adaptado oferece oportunidade para que o indivíduo com alguma dificuldade
motora possa ser mais atuante, é um agente facilitador do aprendizado e também mais
motivador.

TERAPIA OCUPACIONAL

Antes de começar com as orientações sobre os cuidados, podemos pensar e nos


questionar:

• De quem estamos cuidando?


• Quem é esta pessoa e quais são seus sonhos (prévios e futuros)?
• Como podemos facilitar e tentar deixar o cotidiano mais normal possível?

A doença e/ou o aumento da idade podem trazer dificuldades na compreensão e na


execução das atividades diárias. Para incluir este indivíduo em sua própria rotina é
importante:

Antes de realizar as tarefas, explicar o que e o porquê realizá-las;


Usar palavras e comandos simples pode facilitar;
Realizar o estímulo para maior participação do paciente;
aguardar sua resposta;
estimular novamente (se necessário);
mostrar como ele pode realizar esperar.

A manutenção de uma rotina é importante para maior participação.


Atividades da Vida Diária:

Banheiro:
Escovar os Dentes:

• Estimular a organizar os objetos necessários e usar cada um corretamente (pasta,


escova e toalha);
• Verificar se há possibilidade para realizar em pé. Caso demonstre ser perigoso,
realizar sentado;
• Apoiar os braços na pia pode facilitar a realização;
• Uma dica pode ser o uso de escova de dente elétrica e no momento do
• enxágue, podemos levar a água à boca com o auxílio de um copo;
• Se a dificuldade estiver em segurar o cabo da escova de dente, podemos pensar em
engrossar o cabo com E.V.A., ou algum outro tipo de adaptação.

OBS.: Lembrar de sempre estimular o paciente para realizar de forma independente, mas
com segurança.
Em caso de crianças a escovação deve ser monitorada e/ou refeita pelo cuidador, visto
que ainda podem não apresentar coordenação motora e noção de higiene adequadas para
realização desta atividade.
Paciente que faz uso de prótese dentária: retirar a prótese e escovar separadamente.
Se o paciente estiver acamado e não responsivo, DEVEMOS verificar junto com a
Fonoaudiologia e com a Odontologia a maneira mais adequada para a escovação, evitando
assim qualquer tipo de complicação clínica (ex.: engasgo).

Banho:
O momento do banho NÃO é para fazer Exercícios! O banheiro pode ser um local muito
perigoso! Devemos estimular a participação do paciente, mas SEMPRE com Segurança!
Para que possamos estimular a participação, quem sabe começar o banho antes do horário
programado ajude. Dessa forma não precisamos ter pressa para que ele realize logo.

Se houver a possibilidade, estimular para que o próprio sujeito tire a roupa.


Podemos apenas dar o comando verbal (falar) para que ele possa lembrar a ordem,
até conseguir memorizá-la;
Ensaboar as partes do corpo sempre na mesma ordem pode facilitar para que ele
decore e depois consiga realizar;
Enxaguar, estimular a perceber se falta alguma parte do corpo;
Secar-se, estimular a perceber se falta alguma parte do corpo;
Em alguns momentos a participação do paciente está em escolher qual sabonete
quer usar, o shampoo de sua preferência. Ou então, segurar o chuveirinho.

Dicas para facilitar e ter mais segurança durante o banho:


• Barras de apoio no banheiro;
• Tapete antiderrapante;
• Não tomar banho com sandálias abertas na parte de trás (calcanhar);
• Realizar sentado, com supervisão se necessário;
• Para evitar queda do sabonete podemos utilizar sabonete líquido na esponja;
• Ou então podemos colocar o sabonete dentro de uma meia calça e amarrá-la
no registro da torneira do chuveiro, caso o sabonete escorregue da mão fica
fácil puxá-lo;
• Podemos utilizar escova de cabo longo para lavar as costas, pernas e/ou pés;
• Esponja com alça, para deixar presa no braço;
• Cuidado ao entrar e ao sair do box;
• Para realizar sentado podemos utilizar cadeira de banho, cadeira de plástico
com apoio de braços. Evitar que o paciente tome banho sentado no chão. Em
caso de cadeira plástica infantil, é importante colocar peso nos pés da
cadeira, pois existe o risco da criança virá-la.
• Outro recurso que também pode ajudar é o uso de flutuador de piscina como
cinto e/ou apoio de cabeça.

Temos que lembrar que o banho é um momento de muita intimidade. Nem sempre a
pessoa que está sendo cuidada, se sente à vontade com o cuidador. Coloque-se no lugar
dela: como será que iríamos nos sentir se outra pessoa tivesse que nos dar banho?

Uso do Vaso Sanitário, Fralda e Asseio:


Para aqueles pacientes que ainda estão utilizando fralda, mas que estamos tentando tirá-
la aos poucos, podemos organizar horários fixos durante o dia para levá-lo ao banheiro. E
regularmente seguir os horários estipulados. Além disso, no caso das crianças, podemos
fazer uso dos tapetes absorventes para forrar o carrinho do carro e/ou o bebê conforto.
Também podemos estimulá-los para que nos diga o momento de trocar a fralda. Para que
comece a se conscientizar. Ou caso ele consiga sentir que vai ao banheiro, solicitar que
avise. Assim conseguimos estimular o uso do papagaio/comadre ou levá-lo ao banheiro.
É importante que o paciente esteja bem posicionado/sentado no vaso sanitário com
segurança.
Para isso podemos sentá-lo na cadeira de banho e posicioná-la sobre o vaso sanitário. Ou
também existem assentos para a privada com apoio de braços para que ele possa segurar.
Ou até mesmo podemos pensar nas barras fixas de apoio do banheiro para esse momento.
O apoio dos pés em algo fixo irá ajudá-lo.
Para os pequenos, o uso do penico e/ou redutor de assento também é indicado,
ressaltando que é muito importante que os pés da criança estejam apoiados neste
momento.
Se houver possibilidade por parte do paciente, estimular o auxílio durante a limpeza.
Enrolar o papel higiênico em sua mão, para que ele não se suje pode ser uma alternativa.
Até que consiga realizar da melhor forma. O uso do lenço umedecido e/ou ducha higiênica
também facilitam o asseio.
Auto cuidado:
Barba:

Se o paciente tem a possibilidade de auxiliar para a realização, podemos fazer juntos, com
Segurança.
Realizar sentado pode ser uma maneira mais segura.
Podemos treinar antes de começar a realizar de verdade. Pedindo para ele passar o creme
de barbear no rosto. Colocando por exemplo uma fita crepe na lâmina e realizando os
movimentos junto com ele, para treino, evitando assim qualquer ferimento na pele. Até que
ele consiga realizar da melhor forma.

Depilação:
Para as mulheres que tem possibilidade motora para realizar, podemos usar o exemplo da
“barba” para treino. Também sentada e com segurança.

Maquiagem:
Estimule para que ela tente te contar o que gostava de usar, passar no rosto, em qual
ordem, quais cores mais gosta.
Se houver a possibilidade motora também pode tentar realizar com ela. Lembrando que
sentada e com os braços apoiados pode ser mais fácil.

Cozinha:
Na cozinha podemos pensar em algumas etapas:

• Desde a preparação da comida;


• Organização dos objetos na mesa;
• Colocar a comida no prato;
• O momento da refeição;
• Lavar a louça.

Tudo é importante:

• Dizer quais alimentos são necessários para fazer algum tipo de comida;
• Quais alimentos estão faltando no armário;
• Fazer uma lista de supermercado;
• Pensar no cardápio da semana.

Podemos estimular o paciente em todas as etapas e tarefas na cozinha. Podendo ele


participar falando ou então fazendo junto.
O momento da refeição é um momento social, em que as pessoas sentam juntas à mesa,
comem, conversam, contam do dia. Então, sempre que possível, temos que estimular para
que o paciente participe.
O que você percebe que para ele é mais difícil durante a alimentação? Levar o alimento à
boca? Cortar? Ou então ele não consegue segurar o garfo/colher?
Temos que tentar entender o que está difícil para pensarmos em estratégias para a
realização.

Dicas simples podem nos ajudar:

• Usar um tapete antiderrapante embaixo do prato;


• Apoiar os cotovelos na mesa pode facilitar levar a comida à boca;
• Engrossar o cabo dos talheres para ficar mais fácil para segurar;
• Tábua adaptada para cortar os alimentos;
• Se é difícil colocar os alimentos no garfo, podemos tentar começar “espetando”
alimentos sólidos, e ir gradualmente para outros tipos de alimentos;
• Tentar outras alternativas para cortar os alimentos.

OBS.: Algumas marcas vendem aparador de Comida em diversos materiais.


Na cozinha temos que ficar atentos para não colocarmos nosso paciente em risco.
CUIDADO com:

• Objetos pontiagudos;
• Queimaduras;
• objetos que quebram (vidro) e com o uso destes;

Além disso, se o paciente faz acompanhamento com um fonoaudiólogo é de extrema


importância verificar quais os tipos e consistência de alimentos que são indicados.
Lembrar que a alimentação tem que ser um momento prazeroso para todos.

Vestuário:
Se houver possibilidade de participação do paciente, devemos estimulá-lo desde o
momento da escolha da roupa.
Se ele não tem como ir até o armário para pegar e escolher entre as roupas, podemos
selecionar uns 2 ou 3 pares de roupas para que ele opte por qual utilizar naquele dia.
Se houver possibilidade motora, podemos estimular para uma maior participação ativa,
visando sempre sua independência, mesmo que com supervisão.
Vestir e despir sempre na mesma ordem pode ser uma dica para que ele consiga
memorizar as etapas!
Realizar o vestuário sentado é a forma mais segura para a execução.
Evite fazer esta atividade com pressa, para que o paciente consiga participar e
desempenhar as etapas com calma e sucesso. Muitas vezes deixamos para última hora e,
fica mais difícil para ele participar.

Brincar:
A principal ocupação da criança é o brincar, e este é extremamente importante para que a
criança se desenvolva tanto motoramente como intelectualmente. Para isso é fundamental
ofertar brinquedos e brincadeiras adequadas a idade.
• Até 02 anos: descobrem o mundo através dos sentidos, portanto eles adoram
brinquedos, sonoros, coloridos, com texturas e formas diferentes. O primeiro
brinquedo da criança é o próprio corpo, então é importante incentivar que ela
segure os pés, que os levem a boca, que role e se arraste. Vale ressaltar que
inicialmente a criança conhece o brinquedo colocando-o a boca, portanto
cuidado com objetos pequenos e que possam soltar peças.
• A partir dos 4 meses: as brincadeiras começam a ficar mais ricas, pois a criança
começa a perceber que sua ação causa uma reação no objeto, ex.: eles adoram
jogar os brinquedos longe, gostam de empurrar bolas e de puxar o lençol para
aproximar o brinquedo que está mais distante.
• Entre os 6 e 10 meses: as crianças gostam de cubos de empilhar, de
brinquedos com encaixes simples, livrinhos com poucas figuras, de ver fotos,
entre outros.
• Depois dos 10 meses: quando a criança começa a engatinhar, as brincadeiras
mais apreciadas quase sempre envolvem movimentos, como por exemplo,
fazer gestos e dançar com músicas, de serem colocados e empurrados dentro
de caixas de papelão, gostam de entrar e sair de pequenos locais.

CUIDADO com:

• a tampa do forno do fogão;


• móveis com vidro;
• prateleira da geladeira;
• baldes com água (pois são lugares que geram grande risco a criança).

• Entre 1 e 2 anos, as crianças estão mais interessadas em se deslocar, gostam


de empurrar algo (caminhão, carinho de boneca), de brinquedos que
promovam seu deslocamento (triciclo, cavalinho com rodinhas, etc.). Nesta
fase também há maior aprendizado quanto ao peso e tamanho dos objetos.
Também começam a fazer representações das atividades cotidianas, por
exemplo, imitam que estão dando comida a boneca, que dirigem um carro,
fingem que estão fazendo o boneco dormir.
• A partir dos 2 anos, as brincadeiras de montar e desmontar são bem legais,
incluindo quebra-cabeças com pouca peças e de formato maior. As
brincadeiras de faz de conta também começam a ficar mais elaboradas e a
imaginação começa a aparecer.
• As crianças de 3 a 4 anos adoram brincadeiras com massinha, areia, de colorir
desenhos. É a fase de contar histórias com fantoche e de usar
fantasias/máscaras. A partir daí as brincadeiras vão ficando cada vez mais
elaboradas, as imitações se tornam mais ricas e detalhadas, elas usam mais a
imaginação nas brincadeiras de faz de conta e começam os jogos interativos.

Mas o mais importante de tudo isso, é que o brincar tem que ser divertido, interessante e
espontâneo!

FONOAUDIOLOGIA:
Disfagia – conceito:
Existem patologias (doenças) que podem afetar a sensibilidade ou a coordenação dos
músculos responsáveis pelos movimentos da deglutição (o ato de engolir). O problema
pode ocorrer desde a introdução de alimento na boca até a entrada do estômago. Esta
alteração ao deglutir é o que chamamos de DISFAGIA. A dificuldade para engolir pode
aparecer apenas com alguns alimentos como líquidos ou sólidos, ou estar presente com
todos eles.

Causas:
É necessário reconhecer que a disfagia é um sintoma comum resultado de uma doença de
base. Muitas doenças e distúrbios podem produzir a disfagia. Além disso, ela pode ocorrer
em qualquer idade.

Causas comuns:

Desordens neurológicas:

• Avc;
• Tumores cerebrais;
• Demências;
• Doenças degenerativas (esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica);
• Tce;
• Parkinson;
• Alzheimer;
• Paralisia cerebral;
• Lesões encefálicas adquiridas, entre outros.

Desordens mecânicas:

• Câncer de cabeça e pescoço;


• Malformações congênitas e ferimentos (nestes casos ocorre alteração nas
estruturas envolvidas durante o processo de deglutição).

Desordens de origem psicogênicas:

• Alterações emocionais;
• De boca seca; (por uso de medicamentos);
• Desordens do envelhecimento (flacidez da musculatura);
• Xerostomia (sensação), entre outros.

Sinais e sintomas:
O problema para deglutir apresenta vários sinais/ sintomas, que na maioria das vezes
podem passar despercebidos pelos familiares e/ou cuidadores. Desta forma devemos ficar
atentos, pois as dificuldades podem ocorrer antes, durante ou após o ato de engolir.

Sintomas - disfagia:

• Tosse ou engasgo com alimento ou saliva;


• Febre sem causa aparente;
• Pneumonias de repetição;
• Hipersecretividade (“pulmão cheio”) e o uso frequente de antibióticos;
• Recusa alimentar;
• Modificação do nível de consciência devido desidratação;
• Perda de peso e desnutrição por causa da dificuldade de engolir;
• Sensação de bolo parada na garganta;
• Sonolência durante as refeições;
• Rouquidão ou mudança de voz após as refeições (voz molhada);
• Aspiração de alimentos, ou seja, estes podem seguir um caminho errado e
acabar nas vias respiratórias acarretando complicações respiratórias
importantes.

Sinais - paciente disfágico:

• Dificuldades para reter o alimento na boca;


• Deglutição demorada ou deglutir várias vezes o mesmo bolo;
• Dificuldades para mastigação;
• Retorno do alimento para a boca ou nariz;
• Permanência de restos de alimentos na boca;
• Baba excessiva após refeição;
• Cansaço após alimentar-se;
• Engasgos frequentes para qualquer consistência;
• Alteração de voz e respiração após a refeição;
• Insegurança, ansiedade no momento da refeição.

Consequências da disfagia:
A disfagia pode levar a desnutrição, desidratação e pneumonias de repetição, além de
alterações psicossociais como depressão, ansiedade, medo e frustrações. E em casos
mais graves quando não diagnosticada e tratada a tempo pode levar o paciente a óbito.

Procedimento:
O auxílio ao paciente disfágico envolve diversos profissionais da saúde.
O profissional responsável pela avaliação e reabilitação dos distúrbios da deglutição é o
fonoaudiólogo.
O diagnóstico é realizado através da anamnese (levantamento do histórico clínico e
queixas durante as refeições) e a avaliação fonoaudiológica. Também são sugeridos/
indicados exames complementares para avaliar de maneira objetiva a dinâmica da
deglutição (videodeglutograma e nasofibrolaringoscopia), além do direcionamento e
encaminhamento do caso junto à equipe interdisciplinar.
Exemplo de profissionais que atuam nesta equipe interdisciplinar:

• Nutricionista;
• Fisioterapeuta respiratória e motora;
• Terapeuta ocupacional;
• Psicóloga;
• Dentista;
• Pneumologista;
• Gastroenterologista;
• ORL;
• Pediatra;
• Geriatra;
• Neurologista;
• Fisiatra, entre outros.

Objetivos Fonoaudiológicos:

• Orientar a adequação de consistência alimentar para a oferta de alimentação


pela boca. Exemplos de consistências: pastosos, líquidos, líquidos
engrossados, semi-sólidos e sólidos;
• Orientar o modo de dar a alimentação e o uso do utensílio mais indicado para
cada consistência; o controle de volume durante a alimentação, para evitar
engasgos e favorecer a deglutição;
• Trabalhar em terapia manobras de deglutição que irão auxiliar no ato de engolir
com mais segurança. Estas manobras serão orientadas para os cuidadores e
devem ser realizadas em todas as refeições;
• O posicionamento para alimentação durante as refeições;
• Promover maior eficiência na dinâmica da deglutição;
• Verificar se a via de alimentação utilizada pelo paciente está segura e eficiente;
• Favorecer a rotina de alimentação;
• Diminuir os riscos de aspiração traqueal proporcionando melhora na qualidade
de vida do paciente e familiar.
• Favorecer a manutenção do prazer oral quando o paciente disfágico já utilizar
uma sonda para alimentação.

COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
Crianças e adultos com alterações neuromotoras podem apresentar problemas
relacionados à voz, fala, linguagem e comunicação. Por este motivo é importante conhecer
e diferenciar estes termos.
A comunicação é essencial para a inserção social, as trocas afetivas e obtenção de
informações, formando laços sociais e culturais.
O homem precisa se relacionar com o mundo e isso acontece através da comunicação.
Através dela as pessoas compartilham experiências, ideias e sentimentos.
A voz é o som produzido pelas pregas vocais que se localizam na laringe.
A fala é a expressão verbal da linguagem. Ela inclui a articulação (forma como os sons são
produzidos).
A linguagem possibilita a comunicação com o mundo, dá significado ao que desejamos e
sentimos além de ser uma forma de expressar ideias e pensamentos. Existem várias
formas de linguagem, como a oral, a escrita e a gestual.

Estimulando a linguagem na criança:


A comunicação e a linguagem devem ser estimuladas desde o nascimento. Aproveite as
rotinas diárias para estimular a linguagem: hora do banho, do vestuário, da alimentação e
da brincadeira.
Seguem abaixo algumas sugestões importantes:

• Fale devagar e de maneira tranquila;


• Posicione-se de frente e na mesma altura da criança. Isso favorece o contato
visual;
• Mostre interesse ao que a criança está tentando comunicar;
• Interprete os sinais comunicativos da criança: o olhar, o choro, o riso, as
vocalizações, o apontar;
• Observe o que motiva a criança;
• Espere pelas respostas, dê um tempo maior;
• Não fale pela criança;
• Não antecipe as necessidades da criança;
• Não tente adivinhar o que a criança quer;
• Estimule-a e tente que ela se expresse por qualquer meio de comunicação;
• Não deixe que ele se isole, desista ou se acomode frente a dificuldade de
comunicação;
• Atividades com música e arte são excelentes momentos para estimular a
linguagem e a comunicação das crianças;
• Leia histórias;
• Usar palavras novas, explicando o seu significado através de exemplos que a
criança entenda;
• Aproveite para falar tudo o que rodeia a criança, a pessoas, as coisas;
• Conte o que se está fazendo no dia-a-dia, conversando e interagindo com ela;
• Isso ajuda a aumentar o vocabulário;
• Elogie as respostas e assume uma atitude de interesse, motivação e
entusiasmo pelas respostas da criança;
• Fale normalmente com a criança e não de forma muito infantilizada. Fale as
palavras corretamente. Ex: “carrinho” ao invés de “bi-bi”;
• Se a criança falar “errado”, não a repreenda, diga apenas o correto. Ex: Se a
criança disser “bobô” apontando para uma borboleta, o adulto pode dizer: -
Você viu... é uma borboleta, uma linda borboleta!;
• Repita várias vezes a “palavra chave” da sentença.

Estimulando a linguagem no adulto:


Entre os problemas de fala, linguagem e comunicação apresentados por pacientes com
lesões encefálicas adquiridas encontramos a afasia e a disartrofonia.

Afasia – conceito:
A afasia é um transtorno de linguagem que afeta a comunicação do paciente em diferentes
níveis decorrente de lesão neurológica. A compreensão da linguagem também pode estar
comprometida.

Alterações – paciente com afasia:

• Dificuldade em dizer o nome das coisas;


• Diminuição da fala espontânea, porém o paciente pode conseguir dizer os
números em sequência, meses do ano, cantar, entre outros;
• Alteração da melodia da fala.
• Falar a mesma palavra por outras várias vezes.
• Fala incompreensível.
• Substituição de uma palavra por outra (Ex: mesa ao invés de cadeira).
• Falar palavras que não existem (Ex: nepeto ).
• Dificuldade em expressar o que deseja através de gestos e/ou desenhos.
• Dificuldade de compreender significado e interpretar
• Dificuldade em ler e/ou escrever

Facilitando a comunicação em pacientes com Afasia:

• Proporcione um ambiente calmo e tranquilo para conversarem;


• Olhe para o paciente, dirigindo-se a ele da forma mais clara e possível;
• Simplifique a conversação, evitando frases longas e assuntos complicados;
• Evite questões abertas (ao invés de “onde você quer ir?” diga: “Quer ir ao
shopping ? ”);
• Ofereça alternativas;
• Espere pelas respostas do paciente, não o interrompa;
• Dê um tempo maior;
• Não termine palavras ou frases iniciadas por ele;
• Evite a mudança de assunto rapidamente;
• Apresente uma ideia de cada vez;
• Converse sobre algo que seja de interesse do paciente;
• Enriqueça sua fala com gestos, entonação e expressões faciais;
• Mude a forma de falar se suspeitar que o paciente não entendeu o que foi dito;
• Quando não compreender o que foi dito pelo paciente, não “finja” que entendeu,
seja honesto;
• Utilize outras formas de comunicação (desenhos, gestos, sons ou material
escrito);
• Não converse com outras pessoas como se o paciente não estivesse presente;
• Alguns pacientes mesmos não conseguindo falar podem compreender o que
está s endo falado e o que está acontecendo;
• Tenha calma e paciência;
• O paciente não está falando porque não consegue e não porque é preguiçoso;
• Entenda que há dias em o paciente está melhor e em outros, pior;
• Reconheça o esforço do paciente para falar, não expondo-o;
• A comunicação deve ser a mais prazerosa possível.

Disartria ou Disartrofonia – conceito:


É uma alteração na expressão verbal causada por uma alteração no controle muscular dos
mecanismos da fala. Compreende as disfunções motoras de respiração, fonação,
ressonância, articulação e prosódia.

Queixas – pacientes com disartria:

• Voz “fanhosa”;
• Falta de ar ou dificuldade de respirar durante a fala;
• Dificuldade em falar baixo, alto ou manter o controle do volume da voz;
• Piora ou perda da voz por determinado período após o uso;
• Velocidade de fala aumentada ou diminuída;
• Dificuldade de movimentar os lábios, língua e bochechas, o que atrapalha a
fala;
• Dificuldade em realizar movimentos faciais.

Procedimento:

• Não peça para o paciente fazer exercícios por conta própria, sem indicação de
um profissional;
• Não faça o paciente forçar sua voz;
• Ajude o paciente a evitar o hábito de pigarrear.

Adultos e crianças com deficiência podem apresentar dificuldades para falar e escrever, e
para isso, precisamos pensar em alternativas que possibilitem uma melhor participação
social destas crianças.

Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) – conceito:


CSA é um termo utilizado para definir outras formas de comunicação como o uso de gestos,
língua de sinais, expressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto ou de símbolos gráficos,
até o uso de sistemas sofisticados de computador com voz sintetizada. (Glennen, 1997).

Pranchas de Comunicação – conceito:

As pranchas de comunicação são superfícies onde são colocados os símbolos


gráficos. Essas superfícies podem ser de madeira, acrílico, cartolina, plástico, etc.
São colocadas a frente da pessoa para que possa indicar o símbolo desejado. (Soro
– Camats, 2003, p.30)

As pranchas de comunicação podem ser construídas pelo fonoaudiólogo utilizandose


objetos ou símbolos, letras, palavras ou números. São sempre individuais e devem levar
em consideração as possibilidades linguísticas, cognitivas, visuais e motoras do usuário.
O uso pode ser temporário ou permanente e não prejudica o desenvolvimento da fala.

Indicação:
Indicamos o uso de Sistemas Suplementares e Alternativos de Comunicação (SSAC) a
pessoas que apresentam dificuldades de comunicação, devido à inteligibilidade de fala.
Podemos citar casos de pessoas com: paralisia cerebral, autismo, afasia, esclerose lateral
amiotrófica, Parkinson, síndromes com déficit cognitivo associado e lesões encefálicas
adquiridas.

Cuidados respiratórios básicos:


A adequada função respiratória é fundamental para sobrevivência e bem estar do paciente.
Por este motivo é de extrema importância favorecer a ventilação pulmonar e prevenir
complicações respiratórias.
A função respiratória é “divida” em três etapas: Ventilação (mobilização de ar no sistema
respiratório), difusão (troca gasosa) e perfusão (presença de fluxo sanguíneo). Através dos
cuidados básicos adequados, conseguimos interferir na função respiratória facilitando a
ventilação pulmonar.
O Sistema respiratório é divido em:

Vias Aéreas Superiores:

• Nariz;
• Boca;
• Faringe;
• Laringe.

Vias Aéreas Inferiores:

• Traqueia;
• Brônquios;
• Bronquíolos;
• Alvéolos.

A estrutura responsável pela proteção do sistema respiratório é a caixa torácica e o


principal músculo responsável pela função respiratória é o diafragama.
Estas estruturas podem apresentar deformidades que podem interferir na eficiência da
função respiratória e acarretar em desconforto e maior gasto energético do paciente.

Posicionamento correto:
O posicionamento incorreto do paciente, na cadeira de rodas ou no leito, também pode
trazer desconforto respiratório, pois pode não favorecer a biomecânica da musculatura
respiratória e assim diminuir sua eficiência.
Por este motivo é de extrema importância à manutenção da postura correta do paciente
para favorecer a atividade respiratória e prevenir o agravamento ou aparecimento de
deformidades.
Posicionamento adequado sentado na cadeira comum ou cadeira de rodas (CR), sendo
que pode ser necessário uso de coxins, almofadas ou adaptações na própria CR.
Posicionamento adequado deitado: Tapete antiderrapante.
O posicionamento correto além de prevenir deformidades e favorecer a dinâmica
respiratória, também pode prevenir episódios de broncoaspiração e consequentemente
infecções pulmonares, pois favorece a liberação das vias aéreas superiores mesmo
durante o sono.

Higienização das Vias aéreas:


Para o adequado funcionamento do sistema respiratório e prevenção de infecções
pulmonares é importante que as vias aéreas permaneçam permeáveis e livres de
secreções. Alguns pacientes estão traqueostomizados ou apresentam tosse ineficaz e por
este motivo necessitam de auxílio para adequada higiene brônquico. Existem
procedimentos que auxiliam na limpeza das vias aéreas, todos eles devem ser realizados
após orientação de profissional especializado e não oferecer riscos para o paciente, são
eles:

Aspiração de secreção (nasotraqueal, orotraqueal, endotraqueal) – Procedimento


utilizado para retirar secreções do trato respiratório superior e ou cavidade oral
através de sucção por cateter. É a retirada passiva das secreções, com técnica
asséptica, por um cateter conectado a um sistema de vácuo. (J. bras. pneumol.
vol.33 suppl.2 São Paulo July 2007)

Drenagem postural – é quando o corpo do paciente é posicionado, de modo que o


segmento pulmonar a ser drenado seja favorecido pela ação da gravidade.
Auxílio manual a tosse – é a pressão externa exercida sobre o tórax do paciente, de modo
que favoreça o aumento do fluxo expiratório facilitando a tosse e a eliminação das
secreções.
Estes são alguns cuidados básicos e iniciais que devemos ter com os pacientes que
necessitam de uma atenção especial a questão respiratória, porém existem diversos outros
recursos que dispomos e podem ser utilizados após avaliação individualizada, abordando
a necessidade de cada paciente.

NUTRIÇÃO E SAÚDE – IMPORTÂNCIA DA BOA ALIMENTAÇÃO

Nutrição – conceito:
Nutrição é a combinação de processos através dos quais o organismo recebe e utiliza
material necessário para obtenção de energia para manutenção de suas funções e para a
formação e regeneração de tecidos.

A importância entre o equilíbrio dos alimentos consumidos e a saúde já era


conhecida desde a época de Hipócrates, por volta de 480 a.C.: “Que tua comida
seja teu remédio.”

Desde o início do século passado, muitas pesquisas em Nutrição vêm sendo realizadas,
as quais demonstram com grande relevância o elo existente entre Nutrição e Saúde, o
quanto é importante a ingestão de uma alimentação equilibrada na promoção do
crescimento e desenvolvimento normais ao indivíduo.
Uma alimentação normal é composta de uma série de diferentes alimentos, mas que
deverá fornecer os nutrientes necessários à promoção e manutenção da saúde nos
diferentes períodos do ciclo da vida do ser humano.
A má alimentação desencadeia um estado nutricional inadequado, ou seja, a quantidade
insuficiente de alimentos conduz a perda de peso corpóreo e déficits nutricionais,
desencadeando diversas patologias, pois a desnutrição contribui para a diminuição da
capacidade para o trabalho físico e intelectual.
Por outro lado, a ingestão alimentar excessiva incorreta pode levar à obesidade,
aumentando o risco de doenças crônicas como doenças cardiovasculares e Diabetes
Mellitus.
A alimentação deve ser variada, conter alimentos de diferentes grupos alimentares, para
isso pode usar a Pirâmide Alimentar como guia na orientação.
Porém, o portador de necessidade especial algumas vezes necessitará de mudanças na
sua alimentação:

• Consistência da dieta;
• Controle energético (desnutrição, obesidade)
• Via alternativa de alimentação

Em relação, a consistência da dieta ele pode apresentar dificuldades relacionadas à


mastigação e/ ou deglutição, para isso é necessário adequar a consistência da dieta, ou
seja, facilitar esse processo.

Podemos ofertar a dieta:

• Na consistência branda – alimentos cozidos, sem alimentos crus;


• Na consistência pastosa heterogênea – alimentos bem cozidos (papa,
caldos), com pedaços pequenos e bem macios.
• Na consistência pastosa homogênea ou cremosa – alimentos bem cozidos,
batidos no liquidificador.

Qualquer que seja a necessidade do paciente em relação a suas dificuldades motoras, a


dieta deve ser variada em alimentos e nutrientes.
Evitar a monotonia alimentar, procurar ofertar dieta com cores e sabores agradáveis ao
paladar do paciente.
Algumas vezes é necessário aumentar o aporte energético da alimentação, usando
alimentos/ preparações mais calóricas; e, até mesmo uso de suplementação energética
industrializada para atingirmos a necessidade diária de calorias, para evitar ou corrigir a
desnutrição.
A água é outro ponto importante quando falamos de alimentação, ela vai colaborar para o
bom metabolismo do nosso organismo.
É necessário ter uma ingestão hídrica de 1 a 2 litros/dia.
Porém, os pacientes com dificuldades motoras podem ter dificuldades com líquidos muito
ralos como a água, neste caso será indicado o uso de espessantes para líquidos, e a
ingestão de líquidos grossos (como suco de frutas).
Muitas vezes a alimentação via oral é interrompida devido dificuldades excessivas em
relação à alimentação (engasgos, broncoaspiração e desnutrição grave), nestes casos o
paciente deverá usar uma Via Alternativa de Alimentação (Sondas), que podem ser:
Nasogástricas ou por Ostomias. A alimentação deverá ser introduzida via sonda.
A dieta poderá ser artesanal ou caseira (sopas liquidificadas, leites com engrossantes ou
frutas, sucos de frutas), ou industrializada – esta indicada por nutricionista.
Os pacientes portadores de necessidades especiais podem apresentar excesso de peso,
devido ao baixo gasto energético (dificuldades de locomoção e práticas de atividades
físicas). É importante orientar o paciente em relação ao controle de quantidades da dieta,
o fracionamento e a variedade da alimentação.
Quanto mais saudável for a dieta, ou seja, quanto mais alimentos naturais tiver uma
alimentação, melhor será a saúde e a prevenção de doenças como: dislipidemias, diabetes,
etc.
Devido a pouca movimentação física alguns portadores de necessidades especiais podem
apresentar quadro de constipação intestinal, é importante aumentar a ingestão de
alimentos ricos em fibras (hortaliças, alimentos integrais) e água.
O importante da alimentação é ofertar os nutrientes necessários com ajuste para as
dificuldades de cada portador de necessidade especial.
CONCLUINDO

Vimos nesse estudo:

• Conceituando cuidado;
• Conceituando autocuidado;
• Conceituando cuidador;
• O cuidador e a pessoa cuidada;
• O cuidador e a equipe de saúde;
• Cuidador e a família;
• Orientações gerais e específicas para o cuidado com paciente amputado, lesado
medular, com lesão encefálica adquiridas e malformações adulto e infantil.

Bons estudos!
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Gestão


do Trabalho e da Educação na Saúde. Guia prático do cuidador / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na
Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto do Idoso / Ministério da Saúde - 3. ed., 2.


reimpr. - Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

GOV, Estatuto da Pessoa Idosa assegura direitos às pessoas com 60 anos ou mais.
Brasília: Casa Civil, publicado em 19/07/2022, atualizado em 31/10/2022. Disponível
em: https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2022/julho/estatuto-da-
pessoa-idosa-assegura-direitos-as-pessoas-com-60-anos-ou-mais. Acessado em
29/11/2022.
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