Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
APOSTILA
CUIDADORES PARA PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA FÍSICA
INTRODUÇÃO
• Conceituando cuidado;
• Conceituando autocuidado;
• Conceituando cuidador;
• O cuidador e a pessoa cuidada;
• O cuidador e a equipe de saúde;
• Cuidador e a família;
• Orientações gerais e específicas para o cuidado com paciente amputado, lesado
medular, com lesão encefálica adquiridas e malformações adulto e infantil.
Boa Leitura!
CONCEITUANDO CUIDADO
Ainda segundo o autor, cuidar é também perceber a outra pessoa como ela é, e como se
mostra, seus gestos e falas, sua dor e limitação. Percebendo isso, o autor acrescenta,
dizendo:
Esse cuidado deve ir além dos cuidados com o corpo físico, pois além do sofrimento
físico decorrente de uma doença ou limitação, há que se levar em conta as questões
emocionais, a história de vida, os sentimentos e emoções da pessoa a ser cuidada.
CONCEITUANDO AUTOCUIDADO
Tudo que existe e vive precisa ser cuidado para continuar existindo. Uma planta,
uma criança, um idoso, o planeta Terra. Tudo o que vive precisa ser alimentado.
Assim, o cuidado, a essência da vida humana, precisa ser continuamente
alimentado. O cuidado vive do amor, da ternura, da carícia e da convivência.
O bom cuidador é aquele que observa e identifica o que a pessoa pode fazer por
si, avalia as condições e ajuda a pessoa a fazer as atividades. Cuidar não é fazer
pelo outro, mas ajudar o outro quando ele necessita, estimulando a pessoa cuidada
a conquistar sua autonomia, mesmo que seja em pequenas tarefas. Isso requer
paciência e tempo. O autocuidado não se refere somente àquilo que a pessoa a
ser cuidada pode fazer por si. Refere-se também aos cuidados que o cuidador deve
ter consigo com a finalidade de preservar a sua saúde e melhorar a qualidade de
vida.
CONCEITUANDO CUIDADOR
Esses sentimentos podem aparecer todos juntos na mesma pessoa (bastante normal
nessa situação). Necessitam serem compreendidos, pois fazem parte da relação do
cuidador com a pessoa cuidada. É extremamente importante que o cuidador perceba as
reações e os sentimentos que afloram, para que possa cuidar da pessoa da melhor
maneira possível.
O cuidador é a pessoa designada pela família para o cuidado com o outro, quando isto for
requerido.
Muitas vezes a doença ou a limitação física ou mental em uma pessoa, provoca mudanças
na vida de todos os outros membros da família, que precisam fazer alterações em suas
funções, tais como:
Todas essas mudanças, geraram insegurança, muitas das vezes, até desentendimentos.
Por essa razão, o cuidador e a equipe de saúde devem planejar as ações do cuidado
domiciliar.
Por exemplo:
Uma pessoa com limitação física e financeira é a que mais sofre, tendo que
depender da ajuda de outras pessoas, em geral familiares, fazendo com que seu
poder de decisão fique reduzido, dificultando o desenvolvimento de outros vínculos
com o meio social. Para oferecer uma vida mais satisfatória, é necessário o trabalho
em conjunto entre o Estado, a comunidade e a família. (BRASIL, 2008)
ORIENTAÇÕES GERAIS
É imprescindível, que tenhamos uma certa conduta como Cuidadores. Para isso, seguem
algumas dicas:
Paralisia Cerebral – PC
Conceito: Refere-se ao grupo de desordens motoras não progressivas, no entanto,
sujeitas a mudanças, resultante de lesão do cérebro nos primeiros estágios do seu
desenvolvimento. As alterações motoras são frequentemente acompanhadas por
distúrbios sensoriais, cognição, percepção, comunicação, comportamento, epilepsia e
problemas musculoesqueléticos secundários.
Incidência:
Classificação:
Por localização anatômica das regiões afetadas:
Problemas Associados:
Amputações - causas:
• Higiene local;
• Observar pontos por pressão ou feridas;
• Quando orientado – manter o uso adequado do enfaixamento do coto.
Malformações - Conceito:
Defeito morfológico de um órgão ou parte dele, resultante de um processo intrinsicamente
anormal. Quando possível a correção é cirúrgica. Exemplo: fenda labial.
Causas:
• Artrogripose;
• Osteogênese Imperfeita;
• Deficiência congênita do fêmur;
• Bridas Amnióticas;
• Gigantismo / hipoplasias;
• Hemimelias/ Amelias;
• Duplicação.
• Herança variada;
• Dificuldade progressiva na marcha;
• Incoordenação e disartria (dificuldade motora da fala).
Alterações:
Motoras:
Paresia (diminuição da movimentação voluntária em determinado segmento do corpo).
Podemos também observar:
• Espasticidade;
• Rigidez;
• Hipotonia.
Cognitivas:
Sensitivas:
Alterações da sensibilidade.
Sensoriais:
• deficiência visual;
• auditiva.
Outras alterações:
Não Traumáticas:
• Hipóxia;
• Acidente Vascular Encefálico (AVC, “derrame”);
• Tumores;
• Encefalites;
• Meningites;
• Mal convulsivo.
Hipóxia:
TCE em crianças:
Responsável por 50% das mortes em crianças nos EUA – 2.
Picos de Incidência: Crianças menores de 5 anos de idade e adolescência.
Alterações Comportamentais:
• Apatia;
• Impulsividade;
• Irritabilidade;
• depressão, etc.;
• Disartria – dificuldade motora da fala.
Problemas de linguagem:
Sequelas Cognitivas:
• espasticidade;
• distonia;
• paresias;
• apraxia;
• ataxia.
Obs. Com o tempo, a melhora motora geralmente é muito melhor que a cognitiva.
Incidência:
40 pessoas / milhão / ano Predominante no adulto jovem do sexo masculino.
Causas:
CUIDADO AO MERGULHAR
Alterações:
Motoras:
Sensitivas:
Diminuição ou ausência da sensibilidade.
Autonômicas:
hipotensão ortostática:
Níveis de Lesão:
• Mielocele;
• Spina Bifida Oculta;
• Lipomeningocele;
• Agenesia;
• Lombossacro;
• Meningocele.
Alterações:
Motoras – paraplegia (comprometimento dos membros inferiores) ou tetraplegia
(comprometimento dos membros inferiores e superiores)
Sensitivas – diminuição ou ausência da sensibilidade.
Problemas associados:
• Motoras;
• Sensórias;
• Cognitivas;
• Comportamentais.
• Espasticidade;
• Automatismos;
• dor central;
• alterações osteomioarticulares.
Visará maior independência possível de acordo com o potencial residual e para evitar as
complicações secundarias.
Poliomielite - Conceito:
É uma doença infecciosa aguda, causada por vírus, acomete o corno anterior da medula
espinhal e como consequência uma paralisia flácida. Comprometimento puramente motor,
ou seja, a sensibilidade totalmente preservada. Quadro clínico de paralisia flácida parcial
ou total dos músculos. Acometimento é irregular e por isso é importante identificar quais
os grupos musculares foram comprometidos. Com esta identificação é que iremos trabalhar
para minimizar as complicações secundárias.
• Vascular;
• Traumática;
• Tumoral;
• Infecção.
Como principal etiologia a doença vascular acomete na sua grande maioria a população
idosa. Já a amputação traumática é mais comum em indivíduos mais jovens e, portanto o
tratamento será diferente.
O Tratamento fisioterapêutico deverá levar em consideração alguns aspectos como:
• Nível da amputação;
• Comprimento do seguimento amputado (coto);
• Forma do coto;
• Cicatriz;
• Presença de dor;
• Neuroma doloroso.
O Tratamento não constitui apenas da fase protética, que é a fase de confecção e treino
com a prótese, mas também da fase pré-protética onde o paciente será trabalhado para
receber sua prótese e para ter maior independência e minimizar as complicações
secundárias.
Doenças Neuromusculares - Conceito:
Grupo de desordens, hereditárias ou adquiridas, que afetam a unidade motora. Pode
ocorrer lesão no corpo do neurônio motor no corno anterior da medula espinhal, ao longo
do nervo periférico, na junção neuromuscular e no tecido muscular. Também as doenças
que afetam o trato cortiço - espinhal na medula espinhal, no cerebelo e nas vias
espinocerebelares.
Todas com comprometimento motor e característica progressiva. É muito importante o
diagnóstico da doença, conhecimento da doença, reconhecer fatores externos que possam
interferir no tratamento e minimizar a progressão da doença e suas possíveis
complicações.
• Encurtamentos musculares;
• Retrações Tendineas;
• Deformidades articulares;
• Ossificação Heterotópica;
• Ulceras de Pressão;
• Complicações Respiratórias;
• Complicações Circulatórias;
• Complicações Cardíacas;
• Dor;
• Atitudes Antálgicas;
• Alterações da Biomecânica;
• Alterações do tônus/ espasticidade;
• Desequilíbrio muscular;
• Alteração do equilíbrio.
ASPECTOS - Paciente:
Participação e colaboração
Riscos Externos:
Riscos Internos:
Possíveis gatilhos:
• Emoções intensas;
• Exercícios vigorosos;
• Determinados ruídos;
• Músicas;
• Odores;
• Luzes fortes podem funcionar como gatilhos das crises.
Outras condições:
• Febre alta;
• Falta de sono;
• Menstruação;
• Estresse – também podem facilitar a instalação de convulsões, mas não são
consideradas gatilhos.
Causa:
Em alguns casos, não é possível identificar a causa da convulsão. Nos outros, entre as
causas prováveis, podemos destacar:
Sinais e sintomas:
Os sinais e sintomas dependem do tipo de convulsão, da região do cérebro envolvida e da
função que ela desempenha no organismo.
Convulsões parciais:
Podem ou não ocorrer alterações do nível de consciência, como:
Algumas vezes, essas manifestações são leves e podem ser atribuídas a problemas
psiquiátricos.
Convulsões generalizadas:
Existem diversos tipos de convulsões generalizadas. Os dois mais frequentes são a crise
de ausência, ou pequeno mal, e a convulsão tônico - clônica, ou grande mal.
No primeiro grupo, incluem-se as pessoas que, durante alguns segundos, ficam com o
olhar perdido, como se estivessem no mundo da lua, e não respondem quando chamadas.
Quando a ausência dura mais de dez segundos, o paciente pode manifestar movimentos
automáticos, como piscar de olhos e tremor dos lábios, por exemplo. Essas crises chegam
a ser tão breves que, às vezes, ele nem sequer se dá conta do que aconteceu.
Já as convulsões tônico - clônicas estão associadas à perda súbita da consciência. O
quadro dura poucos minutos. Na fase tônica, todos os músculos dos braços, pernas e
tronco ficam endurecidos, contraídos e estendidos e a face adquire coloração azulada. Em
seguida, a pessoa entra na fase clônica e começa a sofrer contrações rítmicas, repetitivas
e incontroláveis. Em ambas as situações, a saliva pode ser abundante e ficar espumosa.
Mordida pelos dentes, a língua pode sangrar.
Tratamento:
O risco de novas crises diminui nos pacientes com convulsões provocadas por álcool,
drogas, pelo efeito colateral de alguns medicamentos e por distúrbios metabólicos, quando
são retiradas essas substâncias ou corrigido o problema orgânico. Nos outros casos,
existem vários medicamentos que devem ser indicados de acordo com o tipo de convulsão
para evitar a recorrência e assegurar o controle das crises.
Recomendações:
Diante de um quadro de convulsão:
• Deite a pessoa de lado para que não engasgue com a própria saliva ou vômito;
• Remova todos os objetos ao redor que ofereçam risco de machucá-la;
• Afrouxe-lhe as roupas;
• Erga o queixo para facilitar a passagem do ar;
• Não introduza nenhum objeto na boca nem tente puxar a língua para fora;
• Leve a pessoa a um serviço de saúde tão logo a convulsão tenha passado.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
Convulsão não é sinônimo de epilepsia. Epilepsia é uma doença específica, que predispõe
a pessoa a convulsões, mesmo na ausência de problemas como febre alta, pancadas na
cabeça, derrames ou tumores cerebrais.
Banho:
Banho é um momento de prazer, bem estar, que o Cuidador pode proporcionar.
Higiene íntima:
É a prática de higiene das regiões genital do homem e da mulher com finalidade de
proporcionar conforto e segurança, prevenir infecções e manter a boa imagem corporal.
Banho no leito:
O banho no leito é necessário nos casos de pessoas acamadas que estejam
impossibilitadas de irem até o banheiro ou sentarem em cadeira de banho.
Material utilizado:
• Panos de banho;
• Toalha de banho;
• Material para higiene oral;
• Pente;
• Sabonete;
• Comadre e/ou papagaio do próprio paciente;
• Roupa para o paciente (pijama ou camisola);
• Roupa de cama (02 lençóis, 01 cobertor S/N, 01 toalha de banho, 01
para fralda S/N, 01 forro S/N);
• Luvas de procedimento, bacia, balde, etc.
Procedimento:
Queimaduras - conceito:
É uma lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo e causada por agentes
térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação etc. A queimadura pode ser a mais
simples lesão de pele, como também pode envolver estruturas abaixo da pele, incluindo
músculos, ossos, nervos e vasos sanguíneos.
Tipos de queimadura:
Cuidados:
Queimadura de 1º grau:
Queimadura de 2º grau:
Queimadura de 3º grau:
• Pasta de dente
• Manteiga ou Margarina
• Pomadas
• Outras substâncias de conhecimento popular
Traqueostomias - conceito:
Traqueostomia é uma pequena abertura feita na traqueia, que fica na parte anterior do
pescoço, onde é introduzido um tubo de metal (chamado cânula traqueal) para facilitar a
entrada de ar.
Cuidados:
• Higienizar as mãos;
• Utilizar luva de procedimento;
• Retirar a fixação e remover o conjunto da traqueostomia;
• Lavar com água e sabão neutro, esfregando por dentro e por fora utilizando
uma esponja;
• Enxague com água corrente para retirar todo o resíduo do sabão;
• Limpe o intermediário 3 vezes ao dia para evitar obstrução;
• Mantenha uma boa higiene na área ao redor da traqueostomia, limpando-a
cuidadosamente com água e sabonete neutro, 3 vezes ao dia;
• Conserve a região ao redor da traqueostomia com a pele bem hidratada;
• Utilize um acolchoado (com duas gazes dobradas) entre a cânula e a pele;
• Use material macio para o cadarço e não o coloque muito apertado, de forma
que não o machuque.
Gastrostomia - conceito:
Gastrostomia é uma cirurgia realizada para existir a comunicação do estômago com parede
abdominal, por onde é inserida uma sonda com a finalidade de alimentar o paciente sem
que o mesmo tenha que passar pelos processos de mastigação e deglutição, podendo ser
temporária ou definitiva.
Cuidados:
• Higienizar as mãos;
• Troca diária do curativo;
• Realizar movimento de rotação e anti-horário;
• Observar aspecto da pele ao redor da gastro;
• Observar a fixação da sonda/botom;
• Higienizar a conexão da sonda/botom;
• Puxar o resíduo gástrico com uma seringa antes da administração da dieta;
• Manter sentado ou cabeceira elevada durante administração da dieta e
medicação.
• Administrar medicamentos separadamente um a um;
• Dissolver de forma adequada comprimidos;
• Instalar dieta gota a gota ou utilizar a seringa, porém administrar lentamente;
• Lavar a sonda/botom após dieta e medicação com água filtrada;
• Não deixar a extensão acessível;
• Parar administração da dieta em caso de vômito, desconforto, distensão
abdominal;
• Procurar o serviço de saúde.
Cuidados:
• Higienizar as mãos;
• Verificar fixação da sonda e trocá-la sempre que necessário;
• Não deixar acessível;
• Não reintroduzir em caso de exteriorização;
• Observar sinais de lesão na pele;
• Aspirar para verificar resíduo gástrico;
• Sentar ou manter cabeceira elevada 30º grau durante dieta e medicação;
• Lavar com água filtrada após dietas e medicações;
• Atenção durante a manipulação.
Parar a administração da dieta em caso de vômito, distensão ou desconforto abdominal,
procurar o serviço de saúde. Em caso de obstrução lavar com água filtrada morna.
IMPORTANTE: A troca é feita somente por profissional capacitado (Enfermeiro).
Indicações:
Quando o paciente está impossibilitado de urinar, coleta de urina asséptica, exames,
preparo pré-parto, pré-operatório, incontinência urinária.
Para o cateterismo vesical de alívio existe a técnica estéril usada em ambientes
hospitalares e a técnica limpa utilizada em ambiente domiciliar.
Cuidados:
• Higienizar as mãos;
• Separar o material necessário: (sonda, xylocaína, lenço umedecido, recipiente
próprio);
• Higienizar a genitália, destacando a limpeza entre os lábios nas mulheres e na
glande nos homens;
• Pegar a sonda e fechar na extremidade que contém o orifício de drenagem;
• Na ponta da sonda passar um pouco de xylocaína gel;
• Posicionar a pessoa de forma confortável e realizar a introdução do cateter no
meato urinário;
• Após o esvaziamento completo da bexiga em um recipiente próprio, retire a
sonda;
• Jogue fora a sonda e a gaze que foi utilizada, higienizar o recipiente que foi
colocado a urina e esterilizar com água fervente;
• Guarde a xilocaína e o recipiente em local apropriado para o próximo horário
do procedimento.
Curativo:
É um procedimento utilizado para a limpeza, proteção e tratamento das lesões. Existem
vários tipos de lesões e a forma de realização do curativo pode mudar dependendo da
lesão.
OBS.: A limpeza deverá ser realizada sempre da área mais limpa para a área mais
contaminada.
Prevenção:
Alongamento muscular:
Alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade do músculo. Quanto
mais alongado um músculo, maior será o movimento desta articulação e isso pode tornar
mais fácil a execução das funções. Portanto, realizar os alongamentos alguns dias na
semana ajuda:
• Relaxar o corpo;
• Proporciona maior consciência corporal;
• Deixa os movimentos mais soltos e leves;
• Previne lesões;
• Ativa a circulação.
Fortalecimento muscular:
O fortalecimento muscular melhora a capacidade de geração de força e é importante para:
• As transferências;
• Marcha;
• Atividades de vida diária;
• Algumas patologias melhora o desempenho funcional sem aumento da
espasticidade (condição patológica do músculo ser mais tenso que o normal).
Posicionamento - conceito:
O posicionamento correto do paciente é um importante aliado para preservar a integridade
muscular e articular. Para isso, em alguns casos se faz necessário o uso de mobiliários e
equipamentos específicos considerando as necessidades do paciente e a capacidade
funcional.
A postura correta continua o tratamento, facilita as atividades diárias e melhora a interação
do paciente com o meio em que vive.
Órteses/Próteses - conceito:
Órteses são dispositivos externos que aplicados a algum segmento do corpo coloca este
segmento em uma postura mais adequada possível e auxilia na função.
As próteses são dispositivos que substituem um membro ou uma parte do corpo.
Alguns pacientes conseguem realizar certas funções somente com uso das
órteses/próteses, por isso a necessidade de uma correta avaliação para que o potencial do
paciente não seja subutilizado. A colocação e utilização erradas das órteses/próteses
podem ser tão ruins quanto uma indicação incorreta.
O encaixe de ambas, precisa ser correto para que haja uma adequada função e não
machuque.
Equipamentos:
O equipamento pode ser entendido como um objeto que é inserido no dia a dia do paciente
com o objetivo de melhorar a postura e facilitar uma função específica. Ele pode facilitar, o
sentar, o ortostatismo, o deslocamento, etc.
Deslocamento:
A locomoção é a capacidade de se mover de um ponto até outro. E a marcha que o
deslocamento rítmico de partes do corpo é a locomoção comumente realizada pelo
humano. Porém, alguns indivíduos realizam os deslocamentos de outras formas, com
auxílio de aditamentos para marcha e/ou uso de equipamentos.
Transferência:
A mudança do paciente entre superfícies deve ser estimulada da maneira mais
independente possível. O paciente é treinado a realizar as transferências entre cadeira de
rodas e leito, vaso sanitário, carro, tablado, etc, sozinho ou com o mínimo de ajuda
possível. Em alguns casos se faz necessário o uso de facilitador ou mesmo adaptações no
ambiente para que a transferência seja eficiente e segura.
Transporte:
O transporte do paciente está relacionado com o movimento do mesmo entre locais. As
crianças na maioria das vezes são transportadas no colo e isto demanda de um desgaste
do cuidador. É preferível que o transporte seja realizado com cadeira de rodas adaptada
ou outro equipamento, porém, nem sempre isso é possível. Por isso, o carregar precisa ser
o mais ergonômico possível para preservar a integridade física do cuidador e a criança não
seja privada de se relacionar com o meio durante o transporte.
Desenvolvimento motor:
A aquisição das etapas motoras de uma criança acontece respeitando uma ordem
cronológica, emocional, maturacional e psicológica. De uma maneira simplificada um bebê
inicia o sentar por volta de 6 meses, o engatinhar por volta de 9 meses e inicia a troca de
passos por volta de 1 ano de idade aproximadamente. A depender da deficiência da criança
algumas etapas motoras podem acontecer de maneira diferente do habitual, podem não
aparecer no momento cronológico esperado e infelizmente em alguns casos não
acontecem.
Existe uma expectativa alta entre os familiares, cuidadores e até mesmo os terapeutas
envolvidos na reabilitação para que estas crianças atinjam o mais rápido possível o andar
como forma de deslocamento. Porém, às vezes, ao estimular o andar há um prejuízo
funcional desta criança que ainda não está pronta para a função e recrutam de musculatura
não habitual para desempenhá-la e isso contribui na aquisição de vícios de posturas e
deformidades.
Considerações importantes:
A cadeira de rodas é um equipamento muito difícil de ser aceito. Muitas vezes os familiares
interpretam a cadeira de rodas como uma condenação, uma incapacidade permanente de
andar. Porém, quando a criança não possui uma cadeira de rodas, adaptada, a postura
sentada é inadequada o que traz consequências ruins e atrapalha na sequência do
tratamento.
Associado as alterações motoras é comum encontrar outros distúrbios em crianças com
Paralisia Cerebral como:
• Visuais;
• Auditivos;
• Cognitivos;
• Oftalmológicos;
• Perceptuais;
• Comunicação;
• Comportamento;
• Epilepsia.
Todas essas alterações devem ser investigadas e abordadas para que a criança tenha
todo o seu potencial alcançado.
As deformidades ortopédicas em coluna e membros são frequentes e precisam ser
acompanhados para que seja tratado no momento certo.
A subluxação/luxação de quadril é monitorada pelo médico com o Raio-X de bacia.
O uso do parapodium ou qualquer outro recurso para ortostatismo nas crianças a partir de
aproximadamente 1 ano de vida deve ser considerado.
No tratamento da discrepância dos membros, em alguns casos, é utilizado o fixador externo
que é um aparelho que parte dele aparece por fora do membro e parte dele está fixado no
osso. É um aparelho do tipo “gaiola de ferro”. São necessários cuidados especiais de
higiene e seguimento rigoroso das orientações médicas quanto à manipulação do mesmo.
As fraturas na osteogênese imperfeita fazem parte da patologia interrompem
momentaneamente a reabilitação por causa da imobilização e são fontes de grandes
preocupações. Porém, é uma condição inerente e imutável. É preciso encontrar um
equilíbrio entre o proteger e o permitir. As escolas devem estar bem orientadas a respeito
da possibilidade de fratura, mas sem pânico para não privar a criança do convívio saudável
com seus colegas e amigos.
As recidivas de deformidades pós-cirúrgicas na artrogripose múltipla congênita são muito
frequentes é necessário seguir rigorosamente todas as orientações de alongamentos,
posicionamento e nunca retirar as órteses nem mesmo para dormir.
Crianças com distrofias neuromusculares na grande maioria das vezes necessitam de um
cuidado especial na parte respiratória. Devido a fraqueza muscular global esta área é bem
atingida levando a complicações. A procura de profissional especializado se faz
necessário. Outro aspecto importante a ser considerados são as transferências.
Normalmente os cuidadores/familiares carregam, pois, estas crianças não tem força
suficiente nos braços para ajudar. Para facilitar é necessário que a cadeira de rodas tenha
braços e pés removíveis, que as superfícies de transferências tenham alturas semelhantes,
que segura a criança em pontos específicos do corpo, ou usem lençóis, pranchas e em
alguns casos equipamentos como o “lift” (elevadores). Por fim, nunca puxar estes pacientes
pelos braços para não causar lesões sérias em ombro devido a fraqueza da musculatura
nesta região.
A sensibilidade nas crianças com Mielomeningocele é alterada em algum grau, portanto as
escaras (úlceras de pressão) devem sem monitoradas observando áreas avermelhadas
em especial no bumbum e pés. Para evitar escaras no bumbum orientar que paciente faça
de tempos em tempos na cadeira de rodas o “push up” (suspender o bumbum apoiando as
mãos no apoio de braço da cadeira). Quando a criança estiver no chão permanecer sempre
de roupa (calça, meia e goteiras) para que não se machuque ao arrastar.
O uso das órteses tornozelo-pé é essencial para não machucar os pés principalmente para
os pacientes que andam, pois não é incomum pacientes com mielomeningocele sofrer
amputações de membros inferiores devidos complicações de machucados. Caso haja
machucado (escaras) nos pés precisa parar de andar até que cicatrize.
Uso do enfaixamento em “8” para posicionar membros inferiores e evitar deformidades e
fraturas é importante para pacientes com nível de lesão torácico.
Cuidado com a parte urinária, pois estes pacientes não controlam corretamente o
esvaziamento da bexiga e apresentam infecções urinárias de repetição podendo evoluir
para complicações mais sérias. Na grande maioria dos casos usarão fralda sempre e em
alguns casos o médico orientará a sondagem. Revezar a postura sentada na cadeira com
a postura deitada de barriga para baixo é muito importante para evitar escara no bumbum
e alongar a musculatura flexora de quadril prevenindo deformidades. Estes pacientes
fazem uso de válvula de derivação que é um tratamento utilizado para a hidrocefalia.
Observar mudanças de humor, comportamento, agitação, sonolência, dor de cabeça
persistente, vômito em jato e caso ocorra um desses sintomas se dirigir à um posto de
atendimento de emergência. É comum que estas crianças tenham queimaduras graves,
devido à falta de sensibilidade. Portanto, cuidado com prato de comida quente, aparelhos
eletrônicos (computadores, jogos, etc.), água de chuveiro, etc.).
Os cuidadores e familiares das crianças com lesão encefálica adquirida precisam passar
por um processo de desconstrução deste indivíduo que em algum momento da vida não
apresentava a lesão. Esta criança não é mais aquela de antes do incidente. E este é um
passo importante para a reabilitação. Estas crianças frequentemente apresentam
inadequação no comportamento (agressividade, irritação, não aceitação dos manuseios,
etc.) o que dificulta o tratamento. As atitudes não são frutos de deboche, falta de interesse
ou o que quer que seja. É um problema comportamental e às vezes dificuldade de atenção.
O tempo de resposta é muito mais lento. A conversa precisa ser “olho no olho” trazer a
atenção da criança para a atividade o tempo todo. É preciso paciência e a escola, precisa
ser orientada quanto a este aspecto.
Por fim, acima de qualquer patologia, alteração, etc... são crianças... e crianças brincam...
• Patologia
• Tipo de lesão
• Extensão da lesão
• Intervenção precoce/ tempo de lesão
• Idade e sexo
• Comorbidade ou doença de base
• Fator sócio- econômico
• Alteração da sensibilidade
• Alterações comportamentais
• Alterações visuais e auditivas
• Alterações cognitivas
• Complicações secundárias à lesão
Tratamento Fisioterapêutico:
Posicionamentos:
Mobilizações articulares:
Devem ser feitos sempre de forma lenta e respeitando a amplitude de movimento da
articulação.
Alongamentos musculares:
Devem ser feitos sempre de forma lenta e respeitando a amplitude de movimento da
articulação.
Push-up – conceito:
É o ato do paciente se suspender da sua cadeira. Para que serve?
Atividades motoras:
Transferências tipos:
Mobiliário e Acessórios
São todos os matérias ou recursos utilizados para facilitar e favorecer uma função da
melhor forma possível e com maior segurança e qualidade.
Envolve o uso da Cadeira de Rodas (CR), cadeira de banho, tábua de transferência,
andadores, muletas ou bengalas para facilitar a marcha.
O uso de almofadas e colchões próprios para evitar ulcera de pressão, orteses para
posicionamento ou que facilitem uma função.
Equipamentos de tecnologia para facilitar maior independência do individuo com alguma
dificuldade motora.
Adaptação do Ambiente
A adaptação do ambiente facilitará a independência, participação e inclusão do indivíduo
acometido por qualquer patologia. Um ambiente adequado favorecerá a acessibilidade,
conforto, higiene e segurança. É para nós da reabilitação um ponto fundamental e sempre
buscamos adequar e orientar para que seja um ponto a favor no processo de reabilitação.
Quando pensamos na adaptação do ambiente levamos em consideração a segurança, a
estimulação do quadro, mas sabemos que alguns aspectos interferem para que esse
ambiente seja o mais adequado, tais como o econômico. Nesta adaptação pensamos no
posicionamento do leito para receber maior estimulo do ambiente ou facilitar o acesso da
CR ou de Banho, retirada de tapetes que podem levar a quedas frente à marcha ou
dificultar o deslocamento de cadeiras rodas ou de banho.
Também na colocação de barras pra facilitar a realização de algumas atividades funcionais,
tais como: transferências ou a marcha. Na iluminação, o uso de dispositivo que acedem
com sensor ou sonoros para que se perceba a movimentação do indivíduo caso este tenha
dificuldade para falar e ou risco de realizar alguma tarefa sem a presença de alguém para
supervisionar ou dar apoio.
Um ambiente adaptado oferece oportunidade para que o indivíduo com alguma dificuldade
motora possa ser mais atuante, é um agente facilitador do aprendizado e também mais
motivador.
TERAPIA OCUPACIONAL
Banheiro:
Escovar os Dentes:
OBS.: Lembrar de sempre estimular o paciente para realizar de forma independente, mas
com segurança.
Em caso de crianças a escovação deve ser monitorada e/ou refeita pelo cuidador, visto
que ainda podem não apresentar coordenação motora e noção de higiene adequadas para
realização desta atividade.
Paciente que faz uso de prótese dentária: retirar a prótese e escovar separadamente.
Se o paciente estiver acamado e não responsivo, DEVEMOS verificar junto com a
Fonoaudiologia e com a Odontologia a maneira mais adequada para a escovação, evitando
assim qualquer tipo de complicação clínica (ex.: engasgo).
Banho:
O momento do banho NÃO é para fazer Exercícios! O banheiro pode ser um local muito
perigoso! Devemos estimular a participação do paciente, mas SEMPRE com Segurança!
Para que possamos estimular a participação, quem sabe começar o banho antes do horário
programado ajude. Dessa forma não precisamos ter pressa para que ele realize logo.
Temos que lembrar que o banho é um momento de muita intimidade. Nem sempre a
pessoa que está sendo cuidada, se sente à vontade com o cuidador. Coloque-se no lugar
dela: como será que iríamos nos sentir se outra pessoa tivesse que nos dar banho?
Se o paciente tem a possibilidade de auxiliar para a realização, podemos fazer juntos, com
Segurança.
Realizar sentado pode ser uma maneira mais segura.
Podemos treinar antes de começar a realizar de verdade. Pedindo para ele passar o creme
de barbear no rosto. Colocando por exemplo uma fita crepe na lâmina e realizando os
movimentos junto com ele, para treino, evitando assim qualquer ferimento na pele. Até que
ele consiga realizar da melhor forma.
Depilação:
Para as mulheres que tem possibilidade motora para realizar, podemos usar o exemplo da
“barba” para treino. Também sentada e com segurança.
Maquiagem:
Estimule para que ela tente te contar o que gostava de usar, passar no rosto, em qual
ordem, quais cores mais gosta.
Se houver a possibilidade motora também pode tentar realizar com ela. Lembrando que
sentada e com os braços apoiados pode ser mais fácil.
Cozinha:
Na cozinha podemos pensar em algumas etapas:
Tudo é importante:
• Dizer quais alimentos são necessários para fazer algum tipo de comida;
• Quais alimentos estão faltando no armário;
• Fazer uma lista de supermercado;
• Pensar no cardápio da semana.
• Objetos pontiagudos;
• Queimaduras;
• objetos que quebram (vidro) e com o uso destes;
Vestuário:
Se houver possibilidade de participação do paciente, devemos estimulá-lo desde o
momento da escolha da roupa.
Se ele não tem como ir até o armário para pegar e escolher entre as roupas, podemos
selecionar uns 2 ou 3 pares de roupas para que ele opte por qual utilizar naquele dia.
Se houver possibilidade motora, podemos estimular para uma maior participação ativa,
visando sempre sua independência, mesmo que com supervisão.
Vestir e despir sempre na mesma ordem pode ser uma dica para que ele consiga
memorizar as etapas!
Realizar o vestuário sentado é a forma mais segura para a execução.
Evite fazer esta atividade com pressa, para que o paciente consiga participar e
desempenhar as etapas com calma e sucesso. Muitas vezes deixamos para última hora e,
fica mais difícil para ele participar.
Brincar:
A principal ocupação da criança é o brincar, e este é extremamente importante para que a
criança se desenvolva tanto motoramente como intelectualmente. Para isso é fundamental
ofertar brinquedos e brincadeiras adequadas a idade.
• Até 02 anos: descobrem o mundo através dos sentidos, portanto eles adoram
brinquedos, sonoros, coloridos, com texturas e formas diferentes. O primeiro
brinquedo da criança é o próprio corpo, então é importante incentivar que ela
segure os pés, que os levem a boca, que role e se arraste. Vale ressaltar que
inicialmente a criança conhece o brinquedo colocando-o a boca, portanto
cuidado com objetos pequenos e que possam soltar peças.
• A partir dos 4 meses: as brincadeiras começam a ficar mais ricas, pois a criança
começa a perceber que sua ação causa uma reação no objeto, ex.: eles adoram
jogar os brinquedos longe, gostam de empurrar bolas e de puxar o lençol para
aproximar o brinquedo que está mais distante.
• Entre os 6 e 10 meses: as crianças gostam de cubos de empilhar, de
brinquedos com encaixes simples, livrinhos com poucas figuras, de ver fotos,
entre outros.
• Depois dos 10 meses: quando a criança começa a engatinhar, as brincadeiras
mais apreciadas quase sempre envolvem movimentos, como por exemplo,
fazer gestos e dançar com músicas, de serem colocados e empurrados dentro
de caixas de papelão, gostam de entrar e sair de pequenos locais.
CUIDADO com:
Mas o mais importante de tudo isso, é que o brincar tem que ser divertido, interessante e
espontâneo!
FONOAUDIOLOGIA:
Disfagia – conceito:
Existem patologias (doenças) que podem afetar a sensibilidade ou a coordenação dos
músculos responsáveis pelos movimentos da deglutição (o ato de engolir). O problema
pode ocorrer desde a introdução de alimento na boca até a entrada do estômago. Esta
alteração ao deglutir é o que chamamos de DISFAGIA. A dificuldade para engolir pode
aparecer apenas com alguns alimentos como líquidos ou sólidos, ou estar presente com
todos eles.
Causas:
É necessário reconhecer que a disfagia é um sintoma comum resultado de uma doença de
base. Muitas doenças e distúrbios podem produzir a disfagia. Além disso, ela pode ocorrer
em qualquer idade.
Causas comuns:
Desordens neurológicas:
• Avc;
• Tumores cerebrais;
• Demências;
• Doenças degenerativas (esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica);
• Tce;
• Parkinson;
• Alzheimer;
• Paralisia cerebral;
• Lesões encefálicas adquiridas, entre outros.
Desordens mecânicas:
• Alterações emocionais;
• De boca seca; (por uso de medicamentos);
• Desordens do envelhecimento (flacidez da musculatura);
• Xerostomia (sensação), entre outros.
Sinais e sintomas:
O problema para deglutir apresenta vários sinais/ sintomas, que na maioria das vezes
podem passar despercebidos pelos familiares e/ou cuidadores. Desta forma devemos ficar
atentos, pois as dificuldades podem ocorrer antes, durante ou após o ato de engolir.
Sintomas - disfagia:
Consequências da disfagia:
A disfagia pode levar a desnutrição, desidratação e pneumonias de repetição, além de
alterações psicossociais como depressão, ansiedade, medo e frustrações. E em casos
mais graves quando não diagnosticada e tratada a tempo pode levar o paciente a óbito.
Procedimento:
O auxílio ao paciente disfágico envolve diversos profissionais da saúde.
O profissional responsável pela avaliação e reabilitação dos distúrbios da deglutição é o
fonoaudiólogo.
O diagnóstico é realizado através da anamnese (levantamento do histórico clínico e
queixas durante as refeições) e a avaliação fonoaudiológica. Também são sugeridos/
indicados exames complementares para avaliar de maneira objetiva a dinâmica da
deglutição (videodeglutograma e nasofibrolaringoscopia), além do direcionamento e
encaminhamento do caso junto à equipe interdisciplinar.
Exemplo de profissionais que atuam nesta equipe interdisciplinar:
• Nutricionista;
• Fisioterapeuta respiratória e motora;
• Terapeuta ocupacional;
• Psicóloga;
• Dentista;
• Pneumologista;
• Gastroenterologista;
• ORL;
• Pediatra;
• Geriatra;
• Neurologista;
• Fisiatra, entre outros.
Objetivos Fonoaudiológicos:
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
Crianças e adultos com alterações neuromotoras podem apresentar problemas
relacionados à voz, fala, linguagem e comunicação. Por este motivo é importante conhecer
e diferenciar estes termos.
A comunicação é essencial para a inserção social, as trocas afetivas e obtenção de
informações, formando laços sociais e culturais.
O homem precisa se relacionar com o mundo e isso acontece através da comunicação.
Através dela as pessoas compartilham experiências, ideias e sentimentos.
A voz é o som produzido pelas pregas vocais que se localizam na laringe.
A fala é a expressão verbal da linguagem. Ela inclui a articulação (forma como os sons são
produzidos).
A linguagem possibilita a comunicação com o mundo, dá significado ao que desejamos e
sentimos além de ser uma forma de expressar ideias e pensamentos. Existem várias
formas de linguagem, como a oral, a escrita e a gestual.
Afasia – conceito:
A afasia é um transtorno de linguagem que afeta a comunicação do paciente em diferentes
níveis decorrente de lesão neurológica. A compreensão da linguagem também pode estar
comprometida.
• Voz “fanhosa”;
• Falta de ar ou dificuldade de respirar durante a fala;
• Dificuldade em falar baixo, alto ou manter o controle do volume da voz;
• Piora ou perda da voz por determinado período após o uso;
• Velocidade de fala aumentada ou diminuída;
• Dificuldade de movimentar os lábios, língua e bochechas, o que atrapalha a
fala;
• Dificuldade em realizar movimentos faciais.
Procedimento:
• Não peça para o paciente fazer exercícios por conta própria, sem indicação de
um profissional;
• Não faça o paciente forçar sua voz;
• Ajude o paciente a evitar o hábito de pigarrear.
Adultos e crianças com deficiência podem apresentar dificuldades para falar e escrever, e
para isso, precisamos pensar em alternativas que possibilitem uma melhor participação
social destas crianças.
Indicação:
Indicamos o uso de Sistemas Suplementares e Alternativos de Comunicação (SSAC) a
pessoas que apresentam dificuldades de comunicação, devido à inteligibilidade de fala.
Podemos citar casos de pessoas com: paralisia cerebral, autismo, afasia, esclerose lateral
amiotrófica, Parkinson, síndromes com déficit cognitivo associado e lesões encefálicas
adquiridas.
• Nariz;
• Boca;
• Faringe;
• Laringe.
• Traqueia;
• Brônquios;
• Bronquíolos;
• Alvéolos.
Posicionamento correto:
O posicionamento incorreto do paciente, na cadeira de rodas ou no leito, também pode
trazer desconforto respiratório, pois pode não favorecer a biomecânica da musculatura
respiratória e assim diminuir sua eficiência.
Por este motivo é de extrema importância à manutenção da postura correta do paciente
para favorecer a atividade respiratória e prevenir o agravamento ou aparecimento de
deformidades.
Posicionamento adequado sentado na cadeira comum ou cadeira de rodas (CR), sendo
que pode ser necessário uso de coxins, almofadas ou adaptações na própria CR.
Posicionamento adequado deitado: Tapete antiderrapante.
O posicionamento correto além de prevenir deformidades e favorecer a dinâmica
respiratória, também pode prevenir episódios de broncoaspiração e consequentemente
infecções pulmonares, pois favorece a liberação das vias aéreas superiores mesmo
durante o sono.
Nutrição – conceito:
Nutrição é a combinação de processos através dos quais o organismo recebe e utiliza
material necessário para obtenção de energia para manutenção de suas funções e para a
formação e regeneração de tecidos.
Desde o início do século passado, muitas pesquisas em Nutrição vêm sendo realizadas,
as quais demonstram com grande relevância o elo existente entre Nutrição e Saúde, o
quanto é importante a ingestão de uma alimentação equilibrada na promoção do
crescimento e desenvolvimento normais ao indivíduo.
Uma alimentação normal é composta de uma série de diferentes alimentos, mas que
deverá fornecer os nutrientes necessários à promoção e manutenção da saúde nos
diferentes períodos do ciclo da vida do ser humano.
A má alimentação desencadeia um estado nutricional inadequado, ou seja, a quantidade
insuficiente de alimentos conduz a perda de peso corpóreo e déficits nutricionais,
desencadeando diversas patologias, pois a desnutrição contribui para a diminuição da
capacidade para o trabalho físico e intelectual.
Por outro lado, a ingestão alimentar excessiva incorreta pode levar à obesidade,
aumentando o risco de doenças crônicas como doenças cardiovasculares e Diabetes
Mellitus.
A alimentação deve ser variada, conter alimentos de diferentes grupos alimentares, para
isso pode usar a Pirâmide Alimentar como guia na orientação.
Porém, o portador de necessidade especial algumas vezes necessitará de mudanças na
sua alimentação:
• Consistência da dieta;
• Controle energético (desnutrição, obesidade)
• Via alternativa de alimentação
• Conceituando cuidado;
• Conceituando autocuidado;
• Conceituando cuidador;
• O cuidador e a pessoa cuidada;
• O cuidador e a equipe de saúde;
• Cuidador e a família;
• Orientações gerais e específicas para o cuidado com paciente amputado, lesado
medular, com lesão encefálica adquiridas e malformações adulto e infantil.
Bons estudos!
REFERÊNCIAS
GOV, Estatuto da Pessoa Idosa assegura direitos às pessoas com 60 anos ou mais.
Brasília: Casa Civil, publicado em 19/07/2022, atualizado em 31/10/2022. Disponível
em: https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias/2022/julho/estatuto-da-
pessoa-idosa-assegura-direitos-as-pessoas-com-60-anos-ou-mais. Acessado em
29/11/2022.
Produção, Edição, Elaboração e Revisão de Texto:
ESCON - Escola de Cursos Online
Proibida a reprodução total ou parcial sem permissão expressa da ESCON. (Lei
9.610/98)