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Cuidador de idosos

O QUE NOS MOVE É MAIS QUE CURSOS,


É TRANSFORMAÇÃO!

CURSO EAD
CURSO LIVRE DE ATUALIZAÇÃO

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS
CONHEÇA ALGUMAS DAS NOSSAS
CARACTERÍSTICAS

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Cuidador de idosos

Conteúdo
Introdução
Reflexão
Cuide de si mesmo
Higiene Pessoal
Cuidando da Pele
Higiene Oral
Alimentação
Nutrição
Hidratação
Cuidando da Roupa
A Identidade do Idoso Brasileiro
Saúde na Terceira Idade
Incontinência Urinária
Medicamentos e Envelhecimento
Atividade Física
Exercícios para Treinar o Equilíbrio
Exercícios para Treinar a Força
Fundamentos de Treinamento (Resistência)
Exercícios para Treinar a Resistência Aeróbia
Fundamentos de Treinamento (Flexibilidade)
Exercícios para Treinar a Flexibilidade
Prevenção e Manejo de Quedas no Idoso
“Guidelines” para Prevenção de Quedas em Idosos
Transtornos Mentais em Idosos
Demência

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Esquizofrenia
Transtornos depressivos
Transtorno Bipolar (Transtornos do Humor)
Transtorno Delirante
Transtornos de Ansiedade
Transtornos Somatoformes
Transtornos por Uso de Álcool e Outras Substâncias
Depressão
Doença de Alzheimer
Artigos de Interesse
Testamento e Inventário
Dieta para Envelhecer Bem e com Saúde
Cuidar do Idoso Doente no Domicílio
A Razão dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa
A Aids na Terceira Idade na Perspectiva dos Idosos, Cuidadores e
Profissionais de saúde
Aumentanto o Grau de Segurança no Ambiente da Pessoa Idosa
Aspectos Clínicos da Demência Senil em Instituições Asilares
Cartilha do Idoso
Bibliografia/Links Recomendados
Anexo: Nutrição para Idosos

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Introdução
1. Introdução

O cuidador de idosos

O treinamento de pessoas para o cuidado faz-se necessário, face


à situação de desamparo em que se encontram os idosos, no
sentido de facilitar o atendimento imediato às suas necessidades
básicas quando doentes fragilizados.

Tendo em vista o aumento progressivo da população idosa, o


resgate do papel dos "cuidadores" é uma questão a ser pensada.
Entretanto, em razão da complexidade cada vez maior na
organização das sociedades, enfatiza-se a necessidade de
preparo e aprendizado específicos para exercer o papel de
"cuidador".

Para cuidar de idosos, espera-se que haja alguém capaz de


desenvolver ações de ajuda naquilo que estes não podem mais
fazer por si só; essa pessoa assume a responsabilidade de dar
apoio e ajuda para satisfazer às suas necessidades, visando a
melhoria da condição de vida.

Não se pode esquecer que, em muitas situações, o "cuidador"


nem sempre é um ente da família, e que introduzir pessoas
externas ao contexto familiar implica em reconhecer valores de
respeito e discrição, para não interferir na dinâmica familiar.

1.1. Princípios orientadores


O preparo de cuidadores exige a definição de uma base
conceitual norte adora dos valores e princípios filosóficos, que
podem ser reconhecidos pelos pressupostos de Gonçalves e col
(1997):

1. O cuidado humano ou "cuidar de si" representa a essência do


viver humano; assim, exercer o autocuidado é uma condição
humana. E ainda "cuidar do outro" sempre representa uma
condição temporária e circunstancial, na medida em que o "outro"
está impossibilitado de se cuidar .

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2. O "cuidador" é uma pessoa, envolvida no processo de "cuidar


do outro" - o idoso, com quem vivência uma experiência contínua
de aprendizagem e que resulta na descoberta de potencialidades
mútuas: É nesta relação íntima e humana que se revelam
potenciais, muitas vezes encobertos, do idoso e do cuidador. O
idoso se sentirá capaz de se cuidar e reconhecerá suas reais
capacidades;

3. O cuidador é um ser humano de qualidades especiais,


expressas pelo forte traço de amor à humanidade, de
solidariedade e de doação. Costuma doar-se ou voluntariar-se
para as áreas de sua vocação ou inclinação. Seus préstimos têm
sempre um cunho de ajuda e apoio humanos, com relações
afetivas e compromissos positivos.

Funções - Ajudar nas atividades da vida diária; administrar


medicamentos por via oral prescritos pelo especialista; auxiliar na
deambulação e mobilidade; cuidados com a organização do
ambiente protetor e seguro, acesso a dispositivos de ajuda (
equipamentos ) para a atenção ao idoso; propiciar conforto físico
e psíquico; estimular o relacionamento e contato com a realidade
e levar o idoso a participar de atividades recreativas e sociais.
Conferir sinais vitais, reconhecer sinais de alterações (alerta) e
prestar socorro em situações de urgência (os primeiros).

1.2. Cuidador Profissional


Conceito - O cuidador profissional é a pessoa que possui
educação formal com diploma conferido por instituição de ensino
reconhecida em organismos oficiais, e que presta assistência
profissional ao idoso, família e comunidade.

Perfil - Ter cursado Ensino Médio ou Superior e tido treinamento


específico em cuidado do idoso, em instituições oficialmente
reconhecidas.

Destacam-se as habilidades e qualidades pessoais para o


cuidado.

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Funções - Os cuidadores profissionais seguem funções


específicas em conformidade com as legislações das categorias
profissionais.

Os cuidadores "informais" e "formais" devem desenvolver


algumas habilidades e qualidades para prestar cuidado,
especificadas a seguir:

Habilidades técnicas: É o conjunto de conhecimentos teóricos e


práticos, adquiridos por meio da orientação de profissionais
especializados. Esses conhecimentos irão preparar o cuidador
para prestar atenção e cuidados ao idoso (descritas nas funções).

Qualidades éticas e morais: São atributos necessários para


permitir relações de confiança, dignidade, respeito e ser capaz de
assumir responsabilidades com iniciativa. Quando não for
parente, deve procurar adaptar-se aos hábitos familiares,
respeitar a intimidade, a organização e crenças da família,
evitando interferência.

Qualidades emocionais: Deve possuir domínio e equilíbrio


emocional, facilidade de relacionamento humano, capacidade de
compreender os momentos difíceis vividos pelo idoso, adaptação
às mudanças sofridas por ele e família, tolerância ante situações
de frustração pessoal.

Qualidades físicas e intelectuais: Deve possuir saúde física,


incluindo força e energia, condições essenciais nas situações em
que há necessidade de carregar o idoso ou dar apoio para vestir-
se e cuidar da higiene pessoal. Ser capaz de avaliar e administrar
situações que envolvem ações e tomada de decisões.

Motivação: É condição fundamental a empatia por idosos.


Valorizá-los como grupo social, considerando que o "cuidado"
deve ser um compromisso prioritário, pessoal e também da
sociedade.

O cuidador de idosos dependentes deve organizar suas tarefas


de cuidado de modo a ter oportunidades de se autocuidar. Muitas
vezes, o cuidador se sobrecarrega nas suas atividades e se
esquece de que é uma pessoa que também necessita de
cuidados. A família deve avaliar esse trabalho, em conjunto com

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profissionais e planejar atividades para idosos e cuidadores.


Cursos são necessários, visando a orientação aos cuidadores do
cuidado com o outro e consigo mesmo.

Fonte: BRASIL, Presidência Social. Idosos: Problemas e


cuidados básicos. Brasília: MPAS/SAS, 1999.

1.3. O cuidado, com freqüência, começa em forma gradual.


Provavelmente você já esta ajudando a alguém a:

Levar ao Médico;
Fazer as compras no supermercado;
Pagar as contas;
Lavar a roupa ou limpar a casa ou
Cozinhar.

Com o tempo, você poderia oferecer maiores cuidados. Quem


sabe compartilhe a responsabilidade com outros membros da
família ou com amigos, ou quem sabe se encarregue de tudo
você mesmo, inclusive ate dedicar às 24 horas do dia ao cuidado
dessa pessoa. É provável que o cuidado de outra pessoa
compreenda:

Alimentá-la ou dar-lhe banho;


Ajudá-la a usar o banheiro;
Supervisionar o horário de tomar as medicações;
Contratar a outras pessoas que a cuidem;
Programar todo o atendimento médico ou;
Administrar todos os seus assuntos econômicos e legais.

SE VOCÊ REALIZA ALGUMA DESTAS TAREFAS POR


OUTRA PESSOA, ENTÃO VOCÊ É UM CUIDADOR!

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Reflexão
2. REFLEXÃO

2.1. Respeito e Dignidade

Antes de começar a realização deste curso, vamos nos deter


alguns minutos para considerar seu papel especial como
ajudador. A diferença de um cuidador profissional, você conhece
na pessoa que cuida. Conhece a pessoa por completo, o que ela
gosta e o que ela não gosta também, suas fortalezas e suas
fraquezas individuais, além de seus desejos e necessidades.

É muito fácil cair numa atitude “protetora” quando se cuida de


outra pessoa, especialmente se tratar de um membro da família.
Mas precisamos compreender que a não ser que a pessoa esteja
passando por um transtorno cognitivo (Distúrbio cerebral devido a
um derrame cerebral, demência ou outro problema de saúde),
ELE, entretanto toma as decisões sobre sua vida. Às vezes, a
pessoa poderia tomar decisões que você não tomaria, mas é sua
decisão. Isto pode ser difícil para você, como cuidador, mas deve
ter cuidado e estar alerta para não cair na superproteção.

Uma das necessidades humanas mais importantes é o respeito e


a dignidade e essa necessidade não muda quando a pessoa
adoece e fica incapacitada, de fato, esta poderia inclusive
acentuar-se mais.

Existem muitas coisas que você pode fazer para se assegurar


que a pessoa sob seus cuidados receba respeito e dignidade,
direito básicos de todo ser humano.

2.2. Respeitar sua privacidade física e emocional.

Fechar a porta quando o ajuda a vestir-se ou usar o banheiro;


Bater a porta antes de entrar;
Não comentar informação privada com outras pessoas, mesmo
que estas sejam membros da família, sem sua permissão.

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2.3. Respeitar seu direito de escolher.

Ao tomar decisões, sentimos certo controle sobre nossa vida.


Por exemplo, se a pessoa pode fazê-lo, permita que decida o
que e quando comer;
Se a pessoa tem problemas cognoscitivos, ofereça-
lhe opções sobre o que comer, quando comer e o que usar.
Se a pessoa insiste em usar a mesma camisa todos os dias,
use uma toalha como proteção quando coma e lave a roupa de
noite.
Se pensar que é uma decisão boba ou de pouca importância,
trate de ver porque isso é importante para a pessoa.
Se a pessoa se nega a tomar seus medicamentos ou toma
decisões que possam ser perigosas, trate de negociar uma
possível solução. Ofereça-lhe os comprimidos com seu suco
favorito (se a receita permite), aceite dar-lhe banho com a
freqüência absolutamente necessária, planeje tempo para que
alguém a leve a caminhar com ele se não é seguro que o faça
sozinho.

2.4. Trate-o com dignidade.

Ouça suas preocupações;


Peça sua opinião e faça-o saber que esta e importante para
você;
Faça-o participar de tantas decisões quanto possível;
Inclua-o na conversação. Não fale dele como se não tivesse
presente.

Converse com ele como um adulto, mesmo que você não esteja
certo do quanto ele entende.

2.5. Filosofia de vida independente

A filosofia de vida independente é um conceito que tem surgido


do desejo natural que as pessoas incapacitadas têm de exercer o
controle sobre sua vida. Em uma visão mais abrangente, esta

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filosofia afirma que todos, incapacitados ou não, tem direito e


oportunidade de seguir um curso de ação em particular e isto
implica na liberdade de aprender de nossas experiências,
incluindo nossos erros.

Cuide de si mesmo
3. Cuide de si mesmo

Cuidar de outra pessoa e a responsabilidade mais difícil que terá


na sua vida. Se bem que cuidar de uma pessoa traz muitas
satisfações, mas existem sacrifícios e exigências que poderiam
chegar a ser muito fortes.
Dado ao fato que cuidar de outra pessoa pode ser exaustivo, é
importante que se controle. No geral, é difícil saber por quanto
tempo deverá cuidar desta pessoa ou se sua tarefa se tornará
mais exigente ao longo do tempo e deve-se levar em conta que
esse trabalho não vem com uma descrição trabalhista!
Cuidar de suas próprias necessidades é tão importante como
cuidar de outra pessoa.

Se você adoece ou tem estafa emocional ou física, não


poderá cuidar dos outros.

Agora veja a apresentação a seguir sobre como fazer!

3.1. A Importância de fazer exercício

Ninguém pode estar tão fora de forma, tão cansado ou ocupado


como para não se beneficiar com um programa regular de
exercícios. O que ouvimos geralmente são os benefícios...

Se você tem desculpas do tipo: “Eu nunca fiz exercícios antes”,


“Meus joelhos e meus pés doem muito” ou “Não tenho tempo”,
faça a você mesmo um favor: com tão somente 10 minutos por
dia e em pelo menos 3 dias por semana, o exercício correto te

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ajudará a sentir-se melhor, a reduzir o estresse e a gozar mais da


vida.

3.2. Algumas observações importantes para quando você


fizer exercício:

Programe uma hora específica cada dia para fazer exercício;


Seja constante. Para obter benefícios de qualquer programa de
exercício, deves fazê-lo de forma regular;
Faça exercícios de alongamento e de relaxamento antes e
depois de teu exercício;
Comeces com uns 10 minutos de exercício ao dia e aumente
gradualmente ate 30 minutos para obter o máximo benefício;
Faça o teste do falar/cantar para saber se estás fazendo o
exercício de forma demasiadamente forte ou não o suficiente,
utilize este simples teste. Se não pode falar ao fazer exercício
ao mesmo tempo, está se extenuando. Se você pode cantar e
fazer exercício, não está se esforçando o suficiente;
Sempre comece lentamente a atividade durante os primeiros 5
minutos e diminua o ritmo durante os 5 últimos minutos em vez
de parar abruptamente.

3.3. Exercícios recomendados.

Nota de advertência: Sempre consulte seu médico antes de


começar qualquer programa de exercícios.

3.4. Dê um passeio diário.

Procure um amigo com quem caminhar. Motivar-se-ão


mutuamente quando estiverem tentados há ter o dia livre sem o
exercício.

3.5. Veja um vídeo de exercícios.

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Procure vídeos para principiantes. Evite começar com programas


que incluam saltar ou dobrar-se. Melhor ainda, use vídeos para
fazer alongamento, tonificação muscular e relaxamento.

3.6. Informe-se sobre aulas oferecidas através dos centros


comunitários, ginásios e centros para idosos.

Consulte sobre Yoga, tai-chi ou outros programas de exercícios


não tradicionais. Estes são uma forma excelente de melhorar a
flexibilidade, tonificar os músculos e relaxar. Veja se tem
disponível piscina comunitária e consulte sobre horário de
natação para idosos ou aulas de hidroginástica. Muitas piscinas
oferecem aulas só para idosos ou para pessoas que desejem um
ritmo mais lento.

3.7. Dance, para ter uma saúde melhor.

Os bailes de São João, de salão ou tradicionais são uma


excelente forma de incrementar sua resistência e melhorar seu
equilíbrio.

Se você necessita ajuda para encontrar um programa de


exercícios adequado, consulte seu médico.

3.8. Consulte sobre programas sociais em sua


comunidade.

Os centros de cuidado diurno podem proporcionar um


descanso programado com regularidade.

Disponíveis em muitas comunidades, estes centros proporcionam


programas sociais e comidas. Alguns proporcionam transporte
para aqueles idosos que necessitam atividade sob supervisão.

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Os participantes podem freqüentar 1 ou 2 vezes por semana ou


todos os dias, dependendo do programa individual.

3.9. Também poderia conseguir programas noturnos.

Alguns lugares de repouso, lar de idosos e comunidades de


aluguel com ajuda oferecem estadias de até duas semanas.

3.10. Consulte sobre atenção domiciliar.

Se a pessoa não puder freqüentar um centro de atendimento


diurno, poderia haver a possibilidade que assistentes capacitados
possam proporcionar cuidado em turnos na sua casa.

3.11. Convivendo com o estresse

Estabeleça limites e faça-os saber.

3.12. Assegure-se de ter metas e expectativas realistas.

Não espere ter a casa perfeita ou ter uma vida social como a que
tinha antes de assumir o papel de cuidador. Provavelmente
tenha que simplificar as folgas nos feriados ou repartir as
responsabilidades com outros membros da família.

3.13. O Bom Humor é geralmente o melhor remédio.

Loque um filme ou olhe programas de televisão que o façam


sorrir. Leia um livro de piadas. O humor pode fazer milagres para
reduzir o estresse.

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3.14. Busque apoio.

Através de amigos compreensivos, grupos de apoio ou um


conselheiro profissional. Participe também das comunidades na
internet sobre esse tema.

3.15. Evite pessoas difíceis.

Como por exemplo, amigos que o criticam o tempo todo.

3.16. Descubra o que lhe ajuda a aliviar o estresse.

Algumas idéias poderiam ser exercícios de respiração, yoga,


meditação, escrever um diário de vida ou sair para caminhar.
Feche os olhos e se imagine em um lugar bonito, rodeado por
suas coisas favoritas.

3.17. Faça uma lista das coisas que aliviam o seu estresse.

E depois o mantenha a mão e utilize!

3.18. Como saber se você precisa de ajuda profissional?


(cuidador).

Alguns sinais de advertências poderiam ser:

Uso abusivo de bebidas alcoólicas ou de medicamentos como


pílulas para dormir;
Perda ou aumento considerável de apetite;
Depressão, perda das esperanças, sentimento de alienação;
Pensamentos suicidas;
Perda do controle físico e emocional;

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Tratar mal outras pessoas ou ignorá-las.

Se apresentar quaisquer destes sintomas, você está levando uma


carga demasiadamente grande. Consulte um conselheiro ou
converse com seu médico sobre seus sentimentos. Seu médico
poderá recomendar-lhe um conselheiro ou você poderia se por
em contato com um hospital local ou secretaria de saúde.

Higiene Pessoal
4. Higiene Pessoal

4.1. BANHO

Tomar banho pode ser uma atividade agradável durante o dia.


Depois do banho nos sentimos bem, limpos e relaxados. Se você
cuida de alguém que precisa de ajuda para tomar banho, faça
com que a ocasião seja a mais agradável possível. Depois,
ambos se sentirão melhor.

Quando tomar banho for um problema...

Tentar identificar a(s) causa (as) da recusa é um bom começo.

O idoso pode estar com dificuldade para caminhar, ter medo da


água, medo de cair, pode estar deprimido; com infecções que
geram mal-estar, dor, tontura ou mesmo sentir-se envergonhado
por expor seu corpo diante de um cuidador estranho,
especialmente se for do sexo oposto.

4.1.1. ADAPTANDO O AMBIENTE

Todas as adaptações deverão ser feitas mediante o grau de


dependência apresentado;
Mantenha o piso seco e no interior do Box utilize tapetes
antiderrapantes (emborrachados) para evitar quedas;
A colocação de barras de segurança na parede (semelhante
àquelas utilizadas em academias de balé) é de grande ajuda,

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pois permitem que o paciente se apóie nelas durante o banho,


fazendo-o sentir-se mais seguro;
Se for difícil para ele manter-se em pé por muito tempo, pense
que talvez uma cadeira de banho vá auxiliá-lo e permitir maior
conforto.

4.1.2. RESPEITE SEUS HÁBITOS

Os que apresentam dependência leve devem ter seus hábitos


de higiene respeitados como: horário do banho, marca do
sabonete, xampu, etc.
Não há razão para se “obrigar” o paciente a banhar-se pela
manha se é seu hábito fazê-lo à tarde;
É interessante se criar uma rotina para aqueles que
apresentam dependências severas, isto facilita o trabalho do
cuidador e cria um hábito para o paciente;
Mesmo os acamados devem ser levados ao banheiro para que
seja realizado o banho de chuveiro, esta é uma ótima
oportunidade de mobilização;
Banhos no leito devem ser evitados, sendo indicados apenas
para aqueles pacientes com prescrição de repouso rigoroso no
leito.

4.1.3. INDO PARA O BANHEIRO

Prepare o banheiro previamente e leve para lá todos os objetos


necessários à higiene;
Elimine correntes de ar fechando portas e janelas;
Separe as roupas pessoais antecipadamente;
Regule a temperatura da água que deve ser morna;
Se possível, o paciente deve ser despido no quarto e
conduzido ao banheiro protegido por um roupão, neste
momento, evite fixar os olhos em seu corpo (isto pode
constrangê-lo), observe-o sutilmente.

4.1.4. O BANHO PROPRIAMENTE DITO

Oriente-o para iniciar o banho e auxilie-o, se necessário;

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Não faça por ele. Estimule, oriente, supervisione, auxilie.


Apenas nos estágios mais avançados da doença o cuidador
deve assumir a responsabilidade de dar o banho;
Aproveite a oportunidade para massagear suavemente a sua
pele, isto favorece a circulação sanguínea e produz grande
conforto;
Não utilize buchas de banho, lembre-se que a pele é muito
sensível e você pode provocar lesões;
Lave a cabeça no mínimo 3 X por semana, utilize xampu
neutro, observe se há lesões no couro cabeludo. Mantenha se
possível, os cabelos curtos;
Observe se há necessidade de cortar as unhas das mãos e dos
pés, em caso positivo, posteriormente, corte-as retas com todo
cuidado especialmente nos pacientes diabéticos;
Após o banho, seque bem o corpo, principalmente as regiões
de genitais, articulares (dobra de joelho, cotovelos, axilas) e
interdigitais (entre os dedos).

Cuidando da Pele
5. CUIDANDO DA PELE

A pele merece atenção especial e o momento do banho é o mais


apropriado para se observar a presença de hematomas
(manchas roxas), hiperemia (vermelhidão), pruridos (coceiras),
assaduras ou qualquer outro tipo de lesão, as quais se tratadas
adequadamente e a tempo evitam complicações e previnem a
ocorrência de úlceras por pressão (escaras).

Manter a higiene da pele é de suma importância, pois se trata


de uma barreira natural de que dispõe o organismo contra
infecções, portanto, trabalhe para manter sua integridade;
Idosos apresentam fragilidade de vasos capilares, que se
rompe com facilidade, causando manchas avermelhadas na
pele. Aumente a oferta de alimentos ricos em vitamina C , ela
melhora a resistência dos vasos capilares;
Ao segurar o paciente pelos braços ou mãos, não exerça
demasiada pressão, lembre-se, a sua pele é frágil, e muitas
vezes, rompe-se com uma simples pressão;

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Manter a pele hidratada é de fundamental importância, existem


no mercado bons cremes hidratantes, de perfume suave, que
umidificam adequadamente, evitando seu ressecamento;
Mantenha o paciente hidratado, ofereça líquidos à vontade;
Evite a exposição à luz solar após as 9 horas da manhã (10 no
horário de verão);
Pruridos (coceiras) podem ser causados por vestuário
confeccionado com tecidos sintéticos, dê preferência às roupas
de algodão ou tecidos antialérgicos;
Assaduras podem surgir devido a má higienização ou a longa
permanência com fraldas molhadas;
Após eliminações urinárias ou intestinais, deve-se providenciar
uma higiene íntima;
Pacientes incontinentes devem ter suas fraldas trocadas de 3/3
horas ou antes se necessário;
Evite cosméticos com perfume forte, eles costumam produzir
alergias respiratórias;
Não use talcos, se aspirados inadvertidamente podem produzir
alergias respiratórias;
Evite banhos muito quentes, eles provocam o ressecamento,
além de causar queimaduras em peles muito sensíveis.

Higiene Oral
6. HIGIENE ORAL

A Higiene Oral é um hábito saudável e agradável que deve ser


mantido ao longo de toda a vida.

Alterações da mucosa oral, perda de dentes, próteses mal


ajustadas, gengivites (inflamação das gengivas), diminuição do
fluxo salivar, são fatores que podem ocasionar infecções na
cavidade oral.

A Higiene Oral deve ser realizada após cada refeição ou num


mínimo de 3 X ao dia;
A boca deve ser inspecionada imediatamente após cada
refeição, para que dessa forma, possa ser removido todo e
qualquer resíduo alimentar;

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Utilizar escovas de dentes de cerdas macias, massageando as


gengivas verticalmente com suavidade;
Pode-se utilizar após cada escovação antissépticos orais,
mantendo assim um hálito agradável;
Algumas vezes é muito difícil fazer com que o paciente abra a
boca para se fazer a higiene oral. Tente introduzir
delicadamente uma espátula entre os dentes e faça um
movimento rotatório, caso não seja possível, utilize o próprio
dedo indicador envolto em gaze para que seja possível a
higienização.

6.1. A LÍNGUA

A Língua deve ser massageada com escova macia, para


remoção de sujidades.

Em caso de haver presença de uma crosta branca sobre a língua


– saburra – removê-la utilizando uma solução de bicarbonato de
sódio, na proporção de 1 colher de café de bicarbonato em 1
copo d água. Para executar a limpeza da língua, molhar na
solução a escova de dentes, ou uma espátula envolvida em gaze,
ou mesmo o próprio dedo indicador envolto em gaze e proceder a
limpeza. Esta deve ser feita com movimentos suaves, sem
esfregar.

O QUE OBSERVAR

Deve-se observar cuidadosamente a presença de lesões na


cavidade oral – manchas brancas, vermelhas, pequenos
ferimentos que sangram e não cicatrizam – e nesse caso, alertar
o médico responsável.

CUIDE BEM DAS PRÓTESES

Deve-se ter maior atenção para a higiene oral naqueles


pacientes que usam próteses dentárias. Estas devem ser

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retiradas após cada refeição, higienizadas fora da boca, e após


limpeza da cavidade oral, recolocadas;
Pacientes muito confusos devem ter suas próteses retiradas à
noite, colocadas em solução antisséptica, e após higienização,
recolocadas pela manhã;
Observar a estabilidade da prótese na boca do paciente,
lembrar que com o envelhecimento ocorre perda de massa
óssea, fazendo com que as próteses fiquem frouxas e se
desestabilizem. É conveniente, neste caso, aconselhar-se com
um dentista;
Observar a presença de cáries ou dentes quebrados que
causam dor. Existem equipes de profissionais (dentistas), que
atendem no domicílio aqueles pacientes que se encontram
impossibilitados de comparecer ao consultório;
Muitas vezes, a recusa do paciente em alimentar-se ou sua
agitação no horário de refeições deve-se ao fato de próteses
mal ajustadas ou significar simplesmente uma dor de dentes.

Alimentação
7. ALIMENTAÇÃO

Nem sempre alimentar o portador da doença de Alzheimer é


tarefa fácil. Horários regulares, ambiente tranquilo, especialmente
muita calma e paciência, da parte do cuidador, são fatores
imprescindíveis para que a alimentação seja bem aceita pelo
paciente.

O paciente deverá estar sentado confortavelmente para


receber a alimentação;
O ambiente deverá ser calmo, livre de ruídos;
Jamais ofereça alimentos ao paciente quando este estiver
deitado;
Os pacientes que ainda conservam a independência para
alimentarem-se sozinhos devem continuar a receber estímulos
para esta ação, não importando o tempo que levem para fazê-
lo;
O Cuidador nunca deverá criticar ou apressar o paciente
durante as refeições.

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As instruções passadas ao paciente deverão ser claras e o


comando suave;
Para aqueles pacientes que demoram a alimentar-se, o uso de
baixelas térmicas, que mantém o alimento aquecido por mais
tempo, é bastante útil.
Independentemente da apresentação da dieta – sólida, pastosa
ou líquida – deve-se, sempre que possível, respeitar as
preferências do paciente. Uma pessoa que sempre gostou de
comer carne, mas que já não consegue deglutir pequenos
pedaços deve ter a carne liquidificada e servida em
consistência de purê. O mesmo artifício deve ser utilizado para
os outros alimentos.
O convívio com a família é de extrema importância. Sempre
que possível, deve-se permitir que o paciente alimente-se em
companhia de seus familiares.
A vida social deve ser mantida enquanto possível. Se for
hábito do paciente almoçar fora, os restaurantes devem ser
selecionados e a opção por um local tranquilo é a ideal.
Os utensílios utilizados durante a refeição devem ser
preferencialmente lisos e claros. As estampas – de pratos, por
exemplo – podem distraí-lo e reduzir sua concentração naquilo
que lhe é explicado no momento (mastigação e deglutição).
Aqueles que apresentam dependência severa devem ser
alimentados com colheres, em lugar de garfos.
Os alimentos crus e secos devem ser evitados, pois o perigo
de engasgamento é maior.
Doces e salgados serão permitidos, desde que não haja
restrição médica. Os temperos devem ser suaves e os molhos
picantes evitados.
Caso haja engasgamento, mantenha a calma, coloque-se
imediatamente atrás do paciente e abraçando-o com as duas
mãos juntas, comprima o abdome, fazendo pressão sobre o
diafragma.
Após cada refeição, a higiene oral é indispensável e deve ser
realizada uma inspeção cuidadosa da boca, a fim de que possa
ser removido todo e qualquer resíduo alimentar.

Nutrição
8. NUTRIÇÃO

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Nutrição não deve ser confundida com alimentação, na maioria


dos casos as pessoas bem alimentadas estão mal nutridas.

Os idosos podem necessitar de uma maior oferta de proteínas


(carnes brancas, como peixes e aves; carnes vermelhas, desde
que sem gordura; leite desnatado; queijo fresco etc.); além de
carboidratos (açúcares, massas) e reguladores, fontes de
vitaminas e minerais (vegetais, frutas e legumes).

No entanto, a nutrição adequada a cada paciente deve ser


orientada por profissional competente, uma nutricionista.

Lembrar que o suprimento das necessidades nutricionais é um


fator que deve ser analisado clinicamente, considerando-se
hábitos e gasto energético individuais, sendo que esses fatores
variam de indivíduo a indivíduo.
As refeições devem conter pelo menos um alimento de cada
grupo, a saber: construtores (proteínas), energéticos
(carboidratos) e reguladores (frutas, legumes e vegetais).
É importante analisar hábitos antigos do paciente e mantê-los,
desde que não haja prejuizo nutricional para ele.
Alguns pacientes mudam seus hábitos alimentares com a
evolução da doença, dando preferência a pequenos lanchinhos
ou guloseimas que alimentam, porém não nutrem. Tente
incrementar estes lanches garantindo que ele receba
quantidades adequadas de proteínas, carboidratos e
reguladores.
É importante chamar a atenção do cuidador para que as
informações de como nutrir o paciente deve advir de
profissionais capacitados (nutricionista), que após avaliação
terão condições de prescrever uma dieta adequada a cada
paciente individualmente.
Rotineiramente o paciente deve (sob orientação médica),
realizar exames laboratoriais para que seja analisado seu
estado nutricional. A freqüência destes exames irá variar de
acordo com o quadro clínico apresentado.
A presença de edemas (inchaços) pode, em alguns casos,
significar desnutrição. É conveniente consultar um médico.

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Cuidador de idosos

Atenção para perda de apetite pode estar relacionada a várias


causas que devem ser investigadas e tratadas. Lesão da boca,
infecções, doenças crônicas ou refeições que não estejam do
agrado do paciente são alguns exemplos.
Deve-se aumentar a oferta de nutrientes como proteínas,
vitaminas e minerais, quando em presença de infecções,
permitindo assim, uma reabilitação precoce.
O controle do peso corporal deve ser feito mensalmente,
alterações súbitas (ganho ou perda ponderal), merecem
investigação clínica.

Hidratação
9.1. HIDRATAÇÃO

Queixas de hipotensão (pressão baixa), acúmulo de secreções


bronco-pulmonares (catarro), obstipação intestinal (prisão de
ventre), são algumas das complicações que na maioria das vezes
estão relacionadas a quadros de desidratação, que nos pacientes
idosos pode dar origem a complicações clínicas sérias e de difícil
manejo.

Oferecer líquidos é de extrema importância, não


se deve esquecer que eles colaboram para o
equilíbrio de todos os sistemas orgânicos.
Deve-se oferecer uma quantidade de líquidos
equivalente a 2 litros por dia, na forma de água,
chás, sucos, vitaminas etc.
O volume indicado deve ser fracionado em
pequenoas doses que ao fim do dia devem somar
2000 ml.

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Deve-se garantir que a quantidade de líquidos


ingerida seja mais ou menos igual às perdas (urina,
suor, lágrimas, saliva).
Oferecer copos cheios de água causa uma
sensação de plenitude gástrica desconfortável para
o paciente, ofereça pequenas quantidades, várias
vezes ao dia.
Lembrar que a maioria dos idosos ingere pouca
quantidade de água pura. Colocar sabor na água
como os sucos, refrescos etc. é uma estratégia
eficaz.
A ingestão adequada de líquidos também é de
extrema importância para a manutenção do
adequado turgor cutâneo (elasticidade da pele),
melhorando conseqüentemente a resistência da
pele.
Pacientes diabéticos devem receber líquidos
adoçados artificialmente.
Aqueles que possuem restrição de líquidos
prescrita por médico devem respeitá-la com rigor.
Idosos acumulam facilmente secreções bronco-
pulmonares, a oferta adequada de líquidos
possibilita uma expectoração mais rápida,
prevenindo infecções.
Nas fases mais avançadas, devem ser servidos
sucos espessos – como vitaminas, ou engrossados
com gelatina, por exemplo – eles reduzem os riscos
de engasgamentos.

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Jamais ofereça líquidos com o paciente deitado,


este deve estar em posição sentada ou recostada
em travesseiros. Esta medida reduz o risco de
aspirações e otites (dor de ouvido).
Atenção! Quedas de pressão arterial, diurese
concentrada (urina escura) e baixo débito urinário
(pouco volume de urina) podem estar associados à
baixa ingestão de líquidos.
A obstipação intestinal (intestino preso) é outra
queixa comum que também pode estar associada a
baixa ingesta de líquidos, imobilidade e dieta
inadequada.
Lembre-se de que o coração (assim como uma
bomba d’água) necessita de volume para trabalhar
adequadamente. A falta de líquidos pode trazer
conseqüências graves para o paciente.
Pacientes que apresentam dificuldade para
digerir alimentos (disfagia) devem receber
alimentação específica, orientadas por profissionais
especializados (fonoaudiólogos e nutricionistas).
Em determinados momentos da evolução da doença pode haver
necessidade da colocação de sondas para alimentação e
especialmente para hidratação.

Cuidando da Roupa
CUIDANDO DA ROUPA

Manter um vestuário simples e confortável, criando sempre que


possível a oportunidade de escolha pelo próprio paciente é de
fundamental importância; essa rotina permite a preservação da
personalidade elevando a autoestima e a independência.

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Estimular a independência é fundamental;


As roupas devem ser simples, confeccionadas
com tecidos próprios ao clima;
O paciente pode ter perdido a capacidade de
expressar sensações de frio ou calor, dessa forma,
nunca esquecer de tirar ou colocar agasalhos,
conforme a variação da temperatura;
O cuidador deve, ao falar com o paciente,
colocar-se no seu campo visual, ou seja, diante dele,
orientando-o calmamente e gesticulando, se
necessário;
Deve-se estimular o ato de vestir-se sozinho,
dando instruções com palavras fáceis de serem
entendidas;
Dê a ele a oportunidade de optar pelo tipo de
vestuário e as cores que mais lhe agradem. Apenas
supervisione, pois pode ser que haja necessidade de
auxiliá-lo na combinação de cores;
Tenha calma e paciência, não o apresse
enquanto ele executa sua rotina de vestir-se;
Para que ele mesmo possa procurar suas
roupas, nos armários, cole fotos de peças e ou
objetos pessoais na parte externa da gaveta ou
guarda-roupas. Isso o ajudará a encontrar
rapidamente o que procura;

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Roupas como blusas, camisas ou suéteres,


deverão ser preferencialmente abertas na parte da
frente, para facilitar a colocação ou retirada;
Evite roupas com botões, zíperes e presilhas,
elas dificultam o trabalho do paciente para abri-los
ou fechá-los. De preferência às roupas com elástico
ou velcro;
Nas fases mais avançadas da doença, deve-se
dar preferência aos conjuntos do tipo moletom, em
função de sua praticidade;
Pacientes limitados à cadeira de rodas ou
poltronas, o critério para a escolha do vestuário é
ainda mais rigoroso. Deve-se optar por roupas
confortáveis, largas, especialmente nos quadris;
O uso de objetos pessoais (acessórios), pode
ser mantido, porém, com a evolução da doença, as
jóias deverão ser substituídas por bijuterias;
Na medida do possível, deve-se providenciar
um roupão, para que o paciente possa se despir no
quarto e, protegido, ser conduzido ao banho;
Deve-se evitar o uso de chinelos, pois eles
facilitam as quedas;
Todos os tipos de sapatos devem ser providos
por solados antiderrapantes, os mais indicados são
aqueles que possuem elástico na parte superior,
pois além de serem fáceis de tirar e colocar, evitam
que o paciente tropece e caia, caso o cadarço se
desamarre.

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A Identidade do Idoso Brasileiro


A Identidade do Idoso Brasileiro

O conceito de identidade é demasiadamente complexo. Na


verdade, a identidade é relacional, ou seja, a identidade se
constrói e reconstrói naquelas identidades já existentes, por isso
elas são abertas a mudanças. Elas se formam a partir de três
questões principais: a escolha de uma ocupação; a adoção de
valores os quais acreditar e viver; e o desenvolvimento de
uma identidade sexual satisfatória.
No começo do século XXI, com a crescente globalização, as
tecnologias disponíveis à população, possibilitaram melhor
qualidade de vida para as pessoas de modo que essas foram
envelhecendo de maneira mais segura e saudável. No âmbito de
alcançar a velhice bem sucedida, as pessoas freqüentemente
planejam novas ocupações para suas vidas pós-aposentadoria.
Essa nova busca proporciona uma transição para uma identidade
diferente daquelas visadas há alguns anos atrás.

Preconceitos sobre o envelhecimento

Em nosso país, hoje em dia, vivemos um período de muitas


conturbações. São vários os problemas econômicos e sociais que
envolvem os campos da saúde, mercado de trabalho e
educacional. Dentre todos esses problemas, a questão do idoso
brasileiro é um de difícil solução, o qual vem sendo um grande
desafio.
O envelhecimento pode ser entendido como um processo
múltiplo e complexo de contínuas mudanças ao longo do curso
da vida, influenciado pela integração de fatores sociais e
comportamentais. A idéia pré-concebida sobre a velhice aponta
para uma etapa da vida que pode ser caracterizada, entre outros
aspectos, pela decadência física e ausência de papéis sociais.
Cada vez o brasileiro está vivendo mais, pois hoje, no país, os
idosos ultrapassam o número de 15 milhões, correspondendo a
8,6% da população total do país. Segundo projeções
demográficas, iremos ser a sexta população mundial de idosos, e
isso é alentador. Muitas vezes o idoso é visto

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pela sociedade como um indivíduo “inútil” e “fraco” para compor


a força de trabalho, que por valores sociais impedem a
participação do mesmo em vários cenários da sociedade.
De acordo com Mercadante (1996), na nossa sociedade, ser
velho significa na maioria das vezes estar excluído de vários
lugares sociais. Um desses lugares densamente valorizado é
aquele relativo ao mundo produtivo, o mundo do trabalho.

A nova imagem do idoso


A imagem que possuímos dos idosos vem mudando devido ao
avanço das tecnologias na área da saúde proporcionando uma
elevação da expectativa de vida, o “novo idoso” é influenciado por
hábitos saudáveis. Não é apenas com a saúde física que o idoso
do século XXI está mais cuidadoso. Ciente de que o corpo e a
mente estão muitos associados, eles buscam manter ambos em
atividade, como voltar a estudar, fazer cursos de informática,
hidroginástica, teatro, jardinagem, etc.

Os chamados “programas para a Terceira Idade”, oferecem


diferentes propostas para o lazer e ocupação do tempo livre, são
espaços nos quais o convívio e a interação com e entre os idosos
permitem a construção de laços simbólicos de identificação, e
onde é possível partilhar e negociar os significados da velhice,
construindo novosmodelos, paradigmas de envelhecimento e
construção de novas identidades sociais.
Mercadante (1996) afirma ainda que, (...) a identidade de idosos
se constrói pela contraposição a identidades dejovens, como
conseqüências, se têm também a contraposição das
qualidades: atividade, força, memória,beleza, potência e pro
dutividade como características típicas e geralmente imputadas
aos jovens e as qualidades opostas a esta última, presentes nos
idosos.

Os direitos do idoso

Conforme o Estatuto do idoso, que entrou em vigor no dia


primeiro de outubro de dois mil e três:

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Art. 10 § 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade


da integridade física, psíquica e moralabrangendo a
preservação da imagem, da identidade, da autonomia,
de valores, idéias e crenças, dos espaços e
dos objetivos pessoais.
Os direitos do idoso são garantidos por lei federal e cabe a cada
um de nós também poder dar sua contribuição, incentivando-os e
apoiando-os sem qualquer distinção deste.
Idosos, criativos, produtivos, estimados, ...

São inúmeros os exemplos de pessoas que continuam a ter uma


vida produtiva e criadora mesmo após terem entrado no estágio
da vida em que são consideradas idosas. Em muitos casos, é
neste período que se dá a sua contribuição mais significativa para
a sociedade.

São exemplos que mobilizam uma mudança da visão do idoso


em nossa sociedade !!!

Conferir entre outras algumas destas biografias: Cora


Coralina; Dalai Lama; Fernanda Montenegro; Jorge Luis
Borges; Liu Pai Lin; Madre Teresa de Calcutá; Oscar
Niemeyer; Pablo Picasso; Paulo Autran; e tantos outros...

Saúde na Terceira Idade


Geriatria

Cuidados com o aparelho locomotor

O aparelho locomotor é formado por ossos, articulações e


músculos, sendo responsável pela sustentação e pela
movimentação do corpo. Divide-se em:

tronco;
pernas e pés (membros inferiores);
braços e mãos (membros superiores).
A locomoção é fundamental para a saúde de todo ser humano, e
principalmente para o paciente geriátrico. A falta de locomoção
pode causar:

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aumento da osteoporose;
úlceras de pressão — feridas de atrito, por passar muito tempo
na mesma posição;
prisão de ventre;
problemas urinários e respiratórios;
redução da força e do tônus muscular;
aumento do risco de infecções e embolias.
A prevenção de problemas no aparelho locomotor deve garantir a
movimentação apropriada e manter a postura sempre correta,
evitando assim danos à coluna vertebral.

Como orientar a correta movimentação do idoso

Os idosos em repouso tendem a se movimentar pouco na cama,


mas é recomendável que sejam incentivados a fazer rotações e
mudar de posição, para evitar sérios problemas de saúde. O
processo de rotação é bastante simples de ser orientado, mas,
para facilitá-lo, o cuidador deve colocar uma tábua por baixo caso
o colchão seja muito mole. Siga as instruções para cada
movimento específico:

Mover-se na cama Levantar da cama


Sentar Ficar de pé
Levantar Andar

Mover-se na cama
Os pacientes que ainda se movem sozinhos podem fazer estes
movimentos sem auxílio:

1. flexionar os joelhos, apoiando os pés sobre a cama e virando


as pernas para o lado que se pretende girar;

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2. entrelaçar as mãos e levantá-las, esticando os cotovelos


simultaneamente.
3. finalmente, rodar a cabeça para este mesmo lado.
Se o paciente for incapaz de realizar este exercício sozinho, o
profissional ou o cuidador deve ajudá-lo, ficando a seu lado e
seguindo as instruções do item acima. Para dar continuidade:

1. segurar com firmeza o paciente, colocando as mãos sobre o


lado do corpo que ficará para cima após o movimento;
2. apoiar uma mão na altura do ombro e a outra nos quadris;
3. depois, mover com delicadeza o paciente para o lado desejado,
solicitando que ele olhe para as mãos, para que mova a
cabeça ao mesmo tempo.

Sentar
A maioria dos idosos, mesmo tendo boa saúde e independência
para locomover-se, sofre de problemas nas articulações e no
sistema circulatório, de falta de vigor muscular e coordenação
motora, principalmente para a sustentação do tronco.

Reunimos algumas recomendações importantes sobre os tipos


de assento aconselháveis:

os apoios para os braços são essenciais, para


a maior comodidade e para facilitar os movimentos
de levantar e sentar;
o encosto deve proporcionar um bom apoio para
as costas, os ombros e a cabeça, deixando o idoso
realmente confortável;
o material do estofado do assento deve ser
firme, para facilitar a movimentação do idoso, e de
fácil lavagem.

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Realizando o movimento
se o paciente estiver muito incapacitado, o
cuidador, ao sentá-lo, deve usar seus próprios pés e
joelhos para firmar os do paciente;
o idoso precisa aproximar-se o suficiente do
assento até encostar nele com a parte de trás dos
joelhos;
a seguir, deve colocar as mãos sobre os braços
da poltrona e inclinar-se para frente, flexionando os
joelhos até se sentar.
Caso o idoso seja incapaz de se sentar sozinho, e para que não
escorregue no assento, o cuidador deve pegá-lo por debaixo das
axilas, até que toque com toda a parte das costas o encosto da
poltrona.

Postura correta do idoso sentado

apoiar completamente os pés no chão, evitando


que eles fiquem pendurados. Caso seja preciso,
colocar um suporte, como um banquinho ou
almofada;
distribuir o peso do corpo, para que o idoso se
sente com a postura correta;
manter as costas completamente apoiadas no
encosto;
manter quadris, joelhos e pés formando um
ângulo de 90°.

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Levantar

Em muitos casos, os idosos necessitam usar bengalas ou se


apoiar em qualquer outro objeto para se levantarem do assento.
Isto pode ser muito perigoso, além de difícil e incômodo. Então
leia esta seção abaixo e saiba como ajudar nestes casos:

o idoso deve ir até a beirada da cama, inclinar a


cabeça e o tronco para frente com os pés apoiados
no chão e ligeiramente separados, segurar os
braços de apoio do assento com as mãos e dar
impulso;
caso o paciente não seja capaz de se levantar
sozinho, o cuidador deve segurá-lo pelas costas,
usar seus próprios joelhos e pés para firmar os do
paciente e colocar uma das pernas entre as dele,
com o mesmo intuito;
quando o idoso tiver alguma deficiência em um
dos braços, é recomendável que apóie o braço
saudável no braço do assento, e dê um impulso
sobre a perna mais hábil;
não é aconselhável superproteger o idoso
quando for auxiliá-lo, tanto no sentar como no
levantar. O cuidador deve prestar a ajuda mínima
necessária para motivá-lo a fazer por si próprio.

Levantar da cama

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O idoso com dificuldade, porém com movimentação


independente, deve:

1. colocar as pernas para a beirada da cama;


2. apoiar os cotovelos e as mãos, e erguer a cabeça;
3. baixar os pés ao chão, sentando na cama.

Caso o paciente precise de auxílio, o cuidador deve:

1. posicionar-se de frente para ele, com os joelhos flexionados


junto aos dele e usando os pés para firmar os do paciente;
2. abraçando o idoso, por baixo das axilas, motivá-lo a se
levantar, ao mesmo tempo que é puxado para cima até que
fique de pé;
Para sentar o paciente quando estiver deitado, pode-se usar uma
escada de corda, graduando-a de acordo com a necessidade, ou
também trapézios que auxiliam no levantar.

Ficar de pé

A maioria dos idosos tendem a ficar curvados quando estão em


pé. Por isso, deve-se sempre policiá-los e conscientizá-los da
importância de manter a postura ereta. Ou seja:

1. colocar os pés afastados, com um ligeiramente à frente do


outro;
2. posicionar os quadris paralelos ao tronco ereto, ainda que com
uma ligeira flexão, e os pés apoiados no chão.

Andar

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O andar nos idosos pode ser dificultado por diversos fatores,


como doenças físicas ou psíquicas e o próprio envelhecimento,
entre outros.

Caso o idoso precise de ajuda para andar


O cuidador deve caminhar ao seu lado, segurando-o pela mão
para que ele sinta mais segurança, mas mesmo assim deixando
que ele faça esforço; desta forma, o idoso não irá se acostumar
mal.

Caso o idoso precise de meio auxiliar para andar


Em muitos casos o paciente deve usar bengalas e muletas como
auxílio para caminhar, o que requer muito cuidado e alguns
conhecimentos básicos. Os meios auxiliares mais usados pelos
idosos são:

Tripé e bengala de quatro pés: São recomendados para


pessoas com idade mais avançada e com muita instabilidade, e
são considerados muito estáveis;

Muletas: São consideradas de uso simples, mas em muitos


casos não oferecem a estabilidade necessária, e por isso alguns
idosos não se adaptam a elas. É fundamental que se faça o uso
correto das muletas: o paciente deve colocar o braço na
braçadeira de apoio e a mão no punho;

Bengala: é o meio mais utilizado. Deve ser usada do lado oposto


ao lado lesado, e funciona como uma extensão do braço: deve-se
posicioná-la pouco à frente do corpo e paralela a ele, a fim de
melhorar a sustentação. É necessário atentar para o peso e a
altura do paciente, além de conferir se a bengala possui uma
ponteira com borracha antiderrapante;

Andadores: eles podem ou não possuir rodas. Para que seu uso
seja correto, é necessário fazer pressão com as mãos, segurar
nos punhos e posicionar o aparelho próximo ao corpo. Isto
porque o idoso, em muitos casos, fica longe do andador, o que
favorece o risco de quedas e acidentes. Os andadores são

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recomendados em situações mais graves, quando o grau de


instabilidade é alto.

Caso o idoso não precise de ajuda para andar


Mesmo que o idoso consiga caminhar sozinho, ainda precisa de
orientação sobre sua postura ao andar, que deve ser ereta e
acompanhada do balançar dos braços. É preciso sempre lembrá-
lo de que deve levantar os pés para andar, colocando primeiro o
calcanhar e depois a ponta do pé.

Incontinência Urinária
A incontinência urinária é a perda incontrolável de urina.

A incontinência urinária pode ocorrer e ocorre em qualquer idade,


mas as suas causas tendem a ser diferentes entre as faixas
etárias. A incidência global da incontinência urinária aumenta
progressivamente com a idade.

Aproximadamente um em cada três indivíduos idosos apresenta


algum problema com o controle da bexiga. As mulheres
apresentam o dobro de probabilidade que os homens de serem
afetadas. Mais de 50% dos residentes de asilos de velhos
apresentam incontinência. A incontinência urinária pode ser um
motivo de internação de indivíduos idosos e contribui para o
desenvolvimento de úlceras de decúbito, de infecções vesicais e
da depressão. A incontinência urinária também produz situações
embaraçosas e é frustrante.

Os rins produzem urina constantemente, a qual flui através de


dois longos tubos (os ureteres) até a bexiga, onde ela é
armazenada. A parte mais baixa da bexiga (o colo) está
circundada por um músculo (o esfíncter urinário) que permanece
contraído para manter fechado o canal que leva a urina para fora
do corpo (a uretra), de modo que a urina fica retida no interior da
bexiga até que ela encha. Quando a bexiga enche, estímulos são
transmitidos ao longo de certos nervos que ligam a bexiga à
medula espinhal e, em seguida, são enviados ao cérebro e o
indivíduo toma consciência da necessidade de urinar. Ele pode
então, de modo consciente e voluntário, decidir se irá urinar ou

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Cuidador de idosos

não. Quando a decisão tomada é a de urinar, o músculo do esfíncter


relaxa, permitindo que a urina flua através da uretra ao mesmo
tempo em que os músculos da bexiga contraem para empurrar a
urina para fora. Esta força de expulsão pode ser aumentada com a
contração dos músculos da parede abdominal e do assoalho pélvico
para aumentar a pressão sobre a bexiga.

Os tipos de incontinência urinária são classificados de acordo com


o modo e o momento do início da incontinência: incontinência
recente e repentina e incontinência de início gradual e persistente.
A incontinência urinária de início súbito frequentemente indica um
problema de bexiga. A cistite (infecção da bexiga) é a causa mais
comum. Outras causas incluem os efeitos colaterais de
medicamentos, os distúrbios que afetam a mobilidade ou causam
confusão mental, o consumo excessivo de bebidas que contêm
cafeína ou de álcool e as condições que irritam a bexiga ou a uretra
(p.ex., vaginite atrófica, constipação grave). A incontinência urinária
persistente (crônica) pode ser decorrente de alterações cerebrais,
alterações vesicais ou uretrais ou problemas dos nervos que
inervam a bexiga. Essas alterações são particularmente comuns em
idosos e mulheres na pós-menopausa.

O Que Causa Incontinência?


Incapacidade de postergar a micção por mais que alguns minutos após
sentir a necessidade de urinar.

Algumas Causas
Tipo Descrição
Possíveis
É a perda involuntária de
urina associada a uma Infecção do trato
forte vontade de urinar urinário; Bexiga
Incontinência de denominada “urgência”. hiperativa; Obstrução
urgência Ocorre quando alguém do fluxo urinário;
sente uma forte vontade Cálculos e tumores na
de urinar, mas não bexiga; Medicamentos,
consegue controlar a

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Cuidador de idosos
saída da urina antes de especialmente os
chegar à casa de diuréticos
banho.

Fraqueza do esfíncter
urinário (o músculo que
controla o fluxo urinário
da bexiga); Nas
mulheres, diminuição
Escape de urina, da resistência ao fluxo
habitualmente em urinário através da
pequenos jatos, uretra; comumente
causado pelo aumento causada pela deficiência
Incontinência por
da pressão abdominal, o de estrogênio;
esforço
qual ocorre quando o Alterações anatômicas
indivíduo tosse, ri, faz causadas por múltiplos
força, espirra ou levanta partos ou por uma
um objeto pesado cirurgia pélvica; Nos
homens, remoção da
próstata ou uma lesão
da parte superior da
uretra ou do colo da
bexiga.
Obstrução do fluxo
Acúmulo de urina na
urinário, usualmente
bexiga que se torna
causada pelo aumento
muito grande para que
benigno ou pelo câncer
o esfíncter urinário
de próstata nos homens
Incontinência por consiga reter e,
e pela estenose uretral
transbordamento consequentemente, a
(defeito congênito) nas
urina escapa
crianças. Musculatura
intermitentemente,
da bexiga enfraquecida;
frequentemente sem
Disfunção nervosa;
sensação da bexiga
Medicamentos;

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Cuidador de idosos

Defeito congênito;
Escape contínuo, pois o
Lesão do colo da bexiga
Incontinência total esfíncter urinário não
(p.ex., durante uma
fecha
cirurgia)

Incontinência Perda de controle por Distúrbios emocionais


psicogênica razões psicológicas (p.ex., depressão)

Combinação dos
problemas acima (p.ex.,
muitas mulheres
Combinação das causas
Incontinência mista apresentam
acima
incontinência mista, isto
é, por esforço e de
urgência)

A incontinência urinária também é classificada de acordo com a


sintomatologia. Ela pode ser de urgência, de esforço, de
transbordamento ou total.

1.1. Causas e Tipos


A incontinência de urgência é um desejo urgente de urinar seguido
pela perda incontrolável de urina. Normalmente, os indivíduos
conseguem conter a urina durante algum tempo após a primeira
sensação de que a bexiga está cheia. Em contraste, os indivíduos
com incontinência de urgência normalmente têm pouco tempo para
chegar ao banheiro. Uma mulher pode apresentar esta condição
isoladamente ou concomitante com um grau variado de
incontinência por esforço (incontinência mista).
A causa aguda mais comum é a infecção do trato urinário. No
entanto, a incontinência de urgência não acompanhada por uma
infecção é o tipo mais comum de incontinência em indivíduos idosos
e, frequentemente, não apresenta uma causa evidente. As causas
comuns de incontinência de urgência em indivíduos

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Cuidador de idosos

idosos são a hiperatividade da bexiga e distúrbios neurológicos


(p.ex., acidente vascular e demência), os quais interferem na
capacidade do cérebro de inibir a bexiga. A incontinência urinária
de urgência torna-se um problema especial quando uma doença
ou uma lesão impede que o indivíduo consiga chegar
rapidamente ao banheiro.

A incontinência por esforço é a perda incontrolável de urina


durante a tosse, o esforço, o espirro, o levantamento de objetos
pesados ou qualquer manobra que aumente a pressão intra-
abdominal. A incontinência urinária por esforço é o tipo mais
comum de incontinência entre as mulheres. Ela pode ser causada
por um enfraquecimento do esfíncter urinário.
Algumas vezes, a causa são alterações uretrais resultantes do
trabalho de parto ou de uma cirurgia pélvica. Nas mulheres que
se encontram na pós-menopausa, a incontinência por esforço
ocorre devido ao fato da carência de estrogênio (um hormônio)
contribuir para o enfraquecimento da uretra e,
conseqüentemente, reduzindo a resistência ao fluxo urinário
através desse canal.

Nos homens, a incontinência por esforço pode ocorrer após uma


cirurgia de remoção da próstata (prostatectomia, ressecção
transuretral da próstata) durante a qual ocorreu uma lesão da
parte superior da bexiga ou do colo da bexiga.

A incontinência por transbordamento (ou paradoxal) é o escape


incontrolável de pequenas quantidades de urina de uma bexiga
cheia. O escape ocorre quando a bexiga torna-se dilatada e
insensível devido à retenção crônica de urina. A pressão na
bexiga aumenta tanto que ocorre um gotejamento de pequenas
quantidades de urina. Ao exame físico, o médico freqüentemente
consegue apalpar a bexiga cheia.

Em última instância, o indivíduo pode tornar-se incapaz de urinar


porque o fluxo encontra-se bloqueado ou porque os músculos da
parede da bexiga não conseguem mais contrair. Nas crianças, a
obstrução do trato urinário inferior pode ser causada pela
estenose da extremidade da uretra ou do colo da bexiga. Nos
adultos do sexo masculino, a obstrução da saída da bexiga (a

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abertura da bexiga para a uretra) é normalmente causada por um


aumento benigno da próstata ou pelo câncer prostático.
Menos comumente, a obstrução pode ser causada pela estenose
do colo da bexiga ou da uretra, a qual pode ocorrer após uma
cirurgia prostática. Mesmo a constipação pode causar
incontinência por transbordamento, pois quando as fezes enchem
o reto, o colo da bexiga e a uretra são pressionados. Diversos
medicamentos que afetam o cérebro ou a medula espinhal ou
que interferem na transmissão nervosa (p.ex., drogas
anticolinérgicos e narcóticos) podem comprometer a capacidade
de contração da bexiga, acarretando distensão da bexiga e
incontinência por transbordamento.

A disfunção nervosa que acarreta a bexiga neurogênica também


pode causar incontinência por transbordamento. A bexiga
neurogênica pode ser decorrente de várias causas como, por
exemplo, uma lesão medular, uma lesão nervosa causada pela
esclerose múltipla, o diabetes, traumatismos, alcoolismo e
intoxicação medicamentosa.

A incontinência total é a condição na qual a urina escapa


constantemente da uretra, dia e noite. Ela ocorre quando o
esfíncter urinário não fecha adequadamente. Algumas crianças
apresentam esse tipo de incontinência devido a um defeito
congênito no qual a uretra não se fecha como um tubo. Nas
mulheres, a incontinência total normalmente é causada por uma
lesão do colo da bexiga e da uretra ocorrida durante o trabalho de
parto. Nos homens, a causa mais comum é uma lesão do colo da
bexiga e da uretra resultante de uma cirurgia, principalmente a
prostatectomia devido a um câncer.

A incontinência psicogênica é a incontinência decorrente de


causas emocionais e não de causas físicas. Este tipo ocorre
ocasionalmente em crianças e mesmo em adultos que
apresentam problemas emocionais. A enurese (ato de urinar na
cama) persistente pode ser um exemplo. O médico pode
suspeitar de uma causa psicológica quando o sofrimento
emocional ou a depressão é evidente e as outras causas de
incontinência foram descartadas.

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Algumas vezes, ocorrem tipos mistos de incontinência. Por


exemplo, uma criança pode apresentar uma incontinência
decorrente tanto de uma disfunção nervosa quanto de fatores
psicológicos. Um homem pode apresentar uma incontinência por
transbordamento devido ao aumento da próstata juntamente com
uma incontinência de esforço devido a um acidente vascular
cerebral. As mulheres idosas freqüentemente apresentam um
misto de incontinência de urgência e por esforço.
1.2. Diagnóstico
Comumente, os indivíduos tendem a conviver com a
incontinência sem buscar auxílio profissional por terem medo ou
por sentirem-se embaraçados para discutir o problema com o
médico ou porque eles acreditam equivocadamente que a
incontinência faz parte do processo de envelhecimento normal.
No entanto, muitos casos de incontinência podem ser curados ou
controlados, especialmente quanto o tratamento é iniciado
precocemente.

Normalmente, a causa pode ser descoberta e um plano


terapêutico pode ser elaborado após a realização de uma
anamnese (história clínica) e de um exame físico. Deve ser
realizado um exame de urina para se verificar a presença de
infecção. A quantidade de urina que permanece na bexiga após a
micção (urina residual) é freqüentemente mensurada com o a
auxílio da ultra-sonografia ou da sondagem vesical (colocação de
um pequeno tubo, denominado sonda ou cateter, no interior da
bexiga). Um grande volume de urina residual indica uma
obstrução ou algum problema dos nervos ou da musculatura da
bexiga.

Algumas vezes, pode ser necessária a realização da avaliação


urodinâmica (exames especiais realizados durante a micção).
Esses exames mensuram a pressão da bexiga em repouso e
quando ela enche, sendo particularmente úteis nos casos de
incontinência crônica. É realizada a passagem de uma sonda
vesical e, enquanto a bexiga é cheia com água através da sonda,
é realizada a mensuração da pressão no seu interior.
Normalmente, a pressão aumenta lentamente. Em alguns
indivíduos, a pressão aumenta em espasmos súbitos ou aumenta
muito rapidamente antes da bexiga estar completamente cheia. O
registro das alterações da pressão ajuda o médico a determinar o

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mecanismo da incontinência e o melhor tratamento.

Outro exame mensura a velocidade do fluxo urinário. Este exame


pode ajudar a determinar se o fluxo urinário encontra-se
obstruído e se os músculos da bexiga conseguem contrair com
uma força suficiente para expulsar a urina.

A incontinência por esforço é diagnosticada através da história


clínica do problema, do exame vaginal nas mulheres e da
observação da perda de urina durante a tosse ou durante a
realização de um esforço. O exame ginecológico também ajuda a
determinar se o revestimento uretral ou vaginal sofreu um
adelgaçamento devido à falta de estrogênio.
1.3. Tratamento
O tratamento ideal depende da análise minuciosa do problema de
forma individualizada e varia de acordo com a natureza
específica do problema. A maioria dos indivíduos com
insuficiência urinária pode ser curada ou podem ser ajudados
consideravelmente.

Freqüentemente, o tratamento exige apenas a instituição de


medidas simples para mudar o comportamento. Muitos indivíduos
podem recuperar o controle vesical através de técnicas de
modificação comportamental como, por exemplo, urinar em
intervalos regulares (a cada 2 a 3 horas) para manter a bexiga
relativamente vazia. Evitar irritantes da bexiga (p.ex., bebidas que
contêm cafeína) e a ingestão de uma quantidade de líquido (6 a 8
copos de 240 ml por dia) para evitar que a urina se torne
concentrada (o que pode irritar a bexiga) pode ser medidas úteis.
Freqüentemente, o uso de medicações que afetam a função da
bexiga de modo adverso pode ser interrompido.
Tratamentos específicos (descritos a seguir) devem ser tentados.
Quando é impossível controlar totalmente a incontinência urinária
com tratamentos específicos, absorventes e roupas de baixo
especialmente projetadas para incontinência urinária podem
proteger a pele, permitindo que os indivíduos permaneçam secos,
confortáveis e socialmente ativos. Esses dispositivos são
discretos e podem ser facilmente adquiridos.

Os episódios de incontinência de urgência freqüentemente


podem ser evitados através da micção em intervalos regulares,

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antes do surgimento da urgência miccional. As técnicas de


treinamento vesical, os quais incluem os exercícios da
musculatura pélvica e o biofeedback, podem ser muito úteis.
Alguns medicamentos que relaxam a bexiga (p.ex., propantelina,
imipramina, hiosciamina, oxibutinina e diciclomina) também
podem ser úteis. Apesar de muitas das drogas disponíveis
poderem ser muito úteis, cada uma atua de forma diferente e
pode causar efeitos adversos. Por exemplo, um medicamento
que relaxa a bexiga pode reduzir a irritabilidade desse órgão e a
forte urgência para urinar, mas pode causar ressecamento da
boca ou uma retenção excessiva de urina. Algumas vezes, os
outros efeitos do medicamento podem ser utilizados de modo
vantajoso. Por exemplo, a imipramina é um antidepressivo eficaz
e pode ser particularmente útil no tratamento de um indivíduo que
apresenta incontinência urinária e depressão. Às vezes, as
combinações de medicamentos podem ajudar. O tratamento
medicamentoso deve ser controlado e ajustado segundo as
necessidades individuais.

Em muitas mulheres com incontinência por esforço, o problema


pode ser aliviado com a aplicação de um creme vaginal de
estrogênio ou o uso oral de comprimidos de estrogênio. Os
adesivos cutâneos de estrogênio ainda não foram estudados para
o tratamento da incontinência. Outros medicamentos que ajudam
a contrair o esfíncter (p.ex., fenilpro-panolamina, pseudo-
efedrina) devem ser concomitantemente com o estrogênio. Para
as mulheres com fraqueza da musculatura pélvica, os exercícios
(de Kegel) que reforçam essa musculatura podem ser úteis. O
auto-aprendizado dessas técnicas de contração muscular não é
fácil e, por essa razão, são freqüentemente utilizados
mecanismos de biofeedback para ajudar no treinamento. Os
enfermeiros ou os fisioterapeutas podem auxiliar no ensino
desses exercícios. Os exercícios implicam na contração repetida
da musculatura, várias vezes ao dia, para desenvolver a
resistência e aprender a utilização adequada da musculatura, nas
situações que provocam incontinência (p.ex., tosse). Podem ser
utilizados absorventes para reter as pequenas quantidades de
urina que geralmente escapam durante os exercícios.
Os casos mais graves, os quais não respondem aos tratamentos
não-cirúrgicos, podem ser corrigidos cirurgicamente através da
utilização de qualquer um dos vários procedimentos de

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levantamento da bexiga e do fortalecimento do fluxo urinário de


saída. Em alguns casos, a injeção de colágeno em torno da
uretra é eficaz.

Para a incontinência por transbordamento causada pelo aumento


da próstata ou por uma outra obstrução, a cirurgia normalmente é
necessária. Existem disponíveis vários procedimentos de
remoção parcial ou total da próstata. O medicamento finasterida
freqüentemente consegue reduzir o tamanho da próstata ou
interromper o seu crescimento, de modo que a cirurgia pode ser
evitada ou postergada. As drogas que relaxam o esfíncter (p.ex.,
terazosina) também são freqüentemente úteis.

Quando a causa é a contração fraca da musculatura da bexiga,


os medicamentos que aumentam a contração vesical (p.ex.,
betanecol) podem ser úteis. A aplicação de uma leve pressão
através da compressão da região abdominal inferior com as
mãos, logo acima da bexiga, também pode ser útil,
especialmente para os indivíduos que conseguem esvaziar a
bexiga, mas apresentam dificuldade para esvaziá-la
completamente. Em alguns casos, é necessária a sondagem
(cateterização) vesical pra drenar a bexiga e prevenir
complicações (p.ex., infecções recorrentes e lesão renal). A
sonda pode ser mantida de modo permanente ou pode ser
inserida e removida de acordo com a necessidade.

A incontinência urinária total pode ser tratada através de diversos


procedimentos cirúrgicos. Por exemplo, um esfíncter urinário que
não fecha adequadamente pode ser substituído por um esfíncter
artificial.

O tratamento da incontinência psicogênica consiste de


psicoterapia, normalmente coordenada com a modificação
comportamental e o uso dos dispositivos que despertam a
criança quando a enurese começa ou com o uso de
medicamentos que inibem as contrações da bexiga. O indivíduo
com incontinência e depressão pode ser beneficiado com o uso
de medicamentos antidepressivos.

Medicamentos e Envelhecimento

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Medicamentos e Envelhecimento

Com o envelhecimento, aumenta a probabilidade de ocorrência


de doenças crônicas; por isso, as pessoas idosas em geral
tomam mais medicamento que os adultos jovens. Em média, uma
pessoa idosa toma quatro ou cinco medicamentos de receita
obrigatória e dois de venda livre. Os idosos são duas vezes mais
suscetíveis a reações medicamentosas adversas que os adultos
jovens. Também a probabilidade de reações adversas serem
mais severas é maior para os idosos.
À medida que as pessoas vão envelhecendo, a quantidade de
água no organismo diminui. Como muitas drogas se dissolvem na
água e há menos água disponível para sua dissolução, essas
drogas atingem níveis mais elevados de concentração nas
pessoas idosas. Além disso, os rins tornam-se menos capazes de
excretar as drogas na urina, e o fígado, menos capaz de
metabolizar muitas delas. Por essas razões, muitos
medicamentos tendem a permanecer no corpo das pessoas
idosas durante um tempo muito maior do que ocorreria no
organismo de uma pessoa mais jovem.

Em decorrência disso, os médicos devem prescrever doses


menores de muitos medicamentos para pacientes idosos ou um
menor número de doses diárias. O organismo do idoso também é
mais sensível aos efeitos de muitos medicamentos. Por exemplo,
as pessoas idosas tendem a ficar mais sonolentas e apresentam
maior possibilidade de ficar confusas ao tomar drogas ansiolíticas
ou indutores do sono.

Medicamentos que baixam a pressão arterial por meio do


relaxamento das artérias e de redução da tensão sobre o coração
tendem a baixar a pressão de forma muito mais acentuada nos
idosos que nas pessoas jovens. Cérebro, olhos, coração, vasos
sangüíneos, bexiga e intestinos tornam-se consideravelmente
mais sensíveis aos efeitos colaterais anticolinérgicos de alguns
medicamentos de uso freqüente. As drogas com efeitos
anticolinérgicos bloqueiam a ação normal da parte do sistema
nervoso, denominada sistema nervoso colinérgico.

Certos medicamentos tendem a causar reações adversas com


mais freqüência e intensidade nos idosos, devendo por isso ser
evitados. Em quase todos os casos, existem substitutos mais

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seguros à disposição. Pode ser arriscado não seguir as


orientações do médico em relação ao uso de medicamentos. No
entanto, a não adesão às orientações clínicas não é mais comum
entre idosos do que entre pessoas mais jovens. Não tomar um
remédio, ou tomá-lo em doses erradas, pode causar problemas;
por exemplo, provocando o surgimento de outra doença ou
levando o médico a mudar o tratamento por acreditar que o
remédio não funcionou. Uma pessoa idosa que não deseja seguir
as orientações clínicas deve discutir a situação com seu médico
em vez de agir sozinha.

Drogas que Representam Aumento de Risco em Pessoas


Idosas.

14.1. Analgésicos

O propoxifeno não oferece maior alívio da dor que o


acetaminofeno e provoca efeitos colaterais narcóticos. Pode
causar constipação, tontura, confusão e (raramente) respiração
lenta. Como os outros narcóticos (opióides), essa substância
pode causar dependência. Entre todas as drogas
antiinflamatórias não esteróides, a indometacina é a que mais
afeta o cérebro. Às vezes, essa substância provoca confusão
mental ou tontura. Quando injetada, a meperidina é um
analgésico potente, mas, quando administrada por via oral, não é
muito eficaz contra a dor e freqüentemente produz confusão
mental.
A pentazocina é um analgésico narcótico que apresenta maior
possibilidade de provocar confusão mental e alucinações, em
comparação com outros narcóticos.

14.2. Substâncias Anticoagulantes


No idoso, o dipiridamol pode provocar tontura quando o indivíduo
se levanta (hipotensão ortostática). Para a maioria das pessoas,
essa substância oferece pouca vantagem, em comparação com a
aspirina, na prevenção da formação de coágulos sangüíneos.

Para a maioria das pessoas, a ticlopidina não é mais eficaz que a


aspirina na prevenção de coágulos sangüíneos, sendo

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consideravelmente mais tóxica. A ticlopidina pode ter utilidade


como alternativa para pessoas que não podem tomar aspirina.

14.3. Drogas Antiulcerosas


Doses usuais de alguns bloqueadores da histamina (em especial
de cimetidina e, até certo ponto, de ranitidina, nizatidina e
famotidina) podem causar efeitos adversos, principalmente
confusão mental.

14.4. Antidepressivos
Em razão de suas fortes propriedades anticolinérgicas e
sedativas, a amitriptilina geralmente não é o melhor
antidepressivo para pessoas idosas. A doxepina também é um
potente anticolinérgico.

14.5. Medicamentos contra Náusea (antieméticos)


A trimetobenzamida é uma das drogas menos eficazes contra a
náusea e pode provocar efeitos adversos, como movimentos
anormais dos braços, das pernas e do corpo.

14.6. Anti-histamínicos
Todos os anti-histamínicos de venda livre e muitos de receita
obrigatória produzem efeitos anticolinérgicos potentes. As drogas
incluem: clorfeniramina, difenidramina, hidroxizina, ciproeptadina,
prometazina, tripelenamina, dexclorfeniramina e medicamentos
combinados contra resfriado. Mesmo que possam ser úteis no
tratamento de reações alérgicas e alergias sazonais, em geral os
anti-histamínicos não são apropriados para combater a coriza e
outros sintomas de infecção viral. Nos casos em que há
necessidade de anti-histamínicos, dá-se preferência aos que não
produzem efeitos anticolinérgicos (loratadina e astemizol).
Normalmente os medicamentos contra tosse e resfriado que não
incluem anti-histamínicos em suas fórmulas são mais seguros
para pessoas idosas.

14.7. Anti-hipertensivos
A metildopa, isoladamente ou em combinação com outros
medicamentos, pode reduzir os batimentos cardíacos e agravar a
depressão. O uso de reserpina é arriscado, pois pode induzir à
depressão, impotência, sedação e tontura quando a pessoa se
levanta.

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14.8. Antipsicóticos
Embora antipsicóticos como clorpromazina, haloperidol,
tioridazina e tiotixeno sejam eficazes no tratamento dos distúrbios
psicóticos, não foi estabelecida sua eficácia no tratamento de
distúrbios comportamentais associados à demência (como
agitação, devaneios, repetição de perguntas, arremesso de
objetos e agressão). Freqüentemente essas drogas são tóxicas,
provocando sedação, distúrbios do movimento e efeitos colaterais
anticolinérgicos. No caso de o uso ser imprescindível, as pessoas
idosas devem usar antipsicóticos em doses pequenas. A
necessidade do tratamento deve ser freqüentemente reavaliada,
e os medicamentos devem ser interrompidos o mais rápido
possível.

14.9. Antiespasmódicos Gastrintestinais


Antiespasmódicos gastrintestinais, como diciclomina,
hiosciamina, propantelina, alcalóides da beladona e clidínio-
clordiazepóxido são administrados no tratamento das cólicas e
dores estomacais. Essas substâncias são altamente
anticolinérgicas, e sua utilidade – em especial nas baixas doses
toleradas pelas pessoas idosas – é questionável.

14.10. Drogas Antidiabéticas (hipoglicemiantes)


A clorpropamida tem efeitos prolongados, que são exagerados
nas pessoas idosas e podem causar longos períodos de baixos
níveis de açúcar no sangue (hipoglicemia). Por promover a
retenção de água pelo organismo, a clorpropamida também
diminui o nível de sódio no sangue.

Suplementos de Ferro
Doses de sulfato ferroso que excedam 325 miligramas diários
não melhoram muito sua absorção e podem causar constipação.

Relaxantes Musculares e Antiespasmódicos


Quase todos os relaxantes musculares e antiespasmódicos,
como metocarbamol, carisoprodol, oxibutinina, clorzoxazona
metaxalona e ciclobenzaprina provocam efeitos colaterais
anticolinérgicos, sedação e debilidade. É questionável a utilidade
de todos os relaxantes musculares e antiespasmódicos nas
baixas doses toleradas pelos idosos.

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14.11. Sedativos, Ansiolíticos e Indutores do Sono


O meprobamato, além de não oferecer vantagens em relação aos
benzodiazepínicos, apresenta muitas desvantagens.

Clordiazepóxido, diazepam e flurazepam – benzodiazepínicos


utilizados no tratamento da ansiedade e insônia – têm efeitos
extremamente prolongados nos idosos (em geral, por mais de 96
horas). Essas drogas, isoladamente ou em combinação com
outras, podem causar sonolência prolongada e aumentam o risco
de quedas e fraturas.

A difenidramina, um anti-histamínico, é o ingrediente ativo em


muitos sedativos de venda livre. Mas a difenidramina produz
efeitos anticolinérgicos potentes.

Barbitúricos, como o secobarbital e o fenobarbital, produzem


mais efeitos adversos que outras drogas utilizadas no tratamento
da ansiedade e da insônia. Também interagem com muitas
outras substâncias. Em geral, os idosos devem evitar os
barbitúricos, exceto para o tratamento de distúrbios convulsivos.

14.12. Anticolinérgico: O Que Isso Significa?


A acetilcolina é um dos muitos neurotransmissores do organismo.
Neurotransmissor é uma substância química utilizada pelas
células nervosas para a intercomunicação e para a comunicação
com os músculos e com muitas glândulas. Diz-se que as drogas
que bloqueiam a ação do neurotransmissor acetilcolina têm
efeitos anticolinérgicos. A maioria dessas substâncias, no
entanto, não foi projetada para bloquear a acetilcolina; seus
efeitos anticolinérgicos são efeitos colaterais. Pessoas idosas são
particularmente sensíveis às drogas com efeitos anticolinérgicos
porque, com a idade, diminui tanto a quantidade de acetilcolina
no organismo quanto a capacidade orgânica de utilização da
acetilcolina existente no corpo. Drogas com efeitos
anticolinérgicos podem provocar confusão mental, turvamento da
vista, constipação, boca seca, tontura e dificuldade de micção ou
perda do controle da bexiga.

Atividade Física
1. Atividade Física

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Nesta seção, apresentamos conceitos relacionados à atividade


física para idosos. O enfoque principal é treinamento de
equilíbrio, mas outras capacidades e habilidades também serão
abordadas, uma vez que o equilíbrio em seres humanos é
dependente de inúmeros fatores.

1. Treinamento do equilíbrio
Fundamentos de treinamento (equilíbrio)
Exercícios para treinar o equilíbrio
1. Treinamento de força
Exercícios para treinar a força
1. Treinamento de resistência aeróbia
Fundamentos de treinamento (resistência)
Exercícios para treinar a resistência aeróbia
1. Treinamento de flexibilidade
Fundamentos de treinamento (flexibilidade)
Exercícios para treinar a flexibilidade

1.1. Fundamentos de treinamento (equilíbrio)


Alguns exercícios utilizados para o treinamento de força dos
membros inferiores podem também ser utilizados para o
treinamento do equilíbrio. Para tal, pode-se adotar uma
seqüência de estágios que desafia com dificuldade progressiva a
capacidade de se equilibrar. Os estágios a seguir trazem uma
progressão que pode ser facilmente utilizada durante os
exercícios de treinamento de força:

Estágio I – apoiar as duas mãos em uma cadeira (ou qualquer


outro apoio);
Estágio II – apoiar apenas uma mão na cadeira;
Estágio III – apoiar apenas um dedo na cadeira;
Estágio IV – realizar o exercício sem apoio dos membros
superiores;
Estágio V – se houver grande estabilidade no estágio IV, os
exercícios podem ser realizados sem o apoio das mãos e de
olhos fechados. Como neste estágio há um maior risco de
instabilidade, é importante haver alguém acompanhando o
executante para evitar possíveis acidentes.
No entanto, é essencial ter em mente que, apesar de os
exercícios estarem sendo direcionados para o treinamento do

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equilíbrio, as mesmas precauções tomadas durante o


treinamento de força devem ser consideradas antes de se iniciar
uma sessão dessa atividade.

É importante treinar todos os grupos musculares principais,


evitando treinar o mesmo grupo muscular dois dias
consecutivos.
Cada repetição deve ser executada da seguinte maneira: 3
segundos para realizar o movimento, 1 segundo mantendo a
posição alcançada, e mais 3 segundos para retornar à posição
inicial.
Antes do treinamento deve ser realizado um aquecimento, que
pode consistir em uma caminhada leve e movimentação dos
membros utilizados nos exercícios (aproximadamente 10
minutos de duração).
A respiração deve se dar normalmente durante a execução dos
exercícios. Prender a respiração pode gerar variações na
pressão sanguínea, tornando o exercício perigoso para
portadores de problemas cardiovasculares. Nos exercícios de
elevação do membro inferior, é importante expirar durante o
levantamento, e inspirar enquanto o membro volta à posição
inicial.
As cargas utilizadas devem ser iguais para ambos os lados do
corpo.
É importante remover os pesos utilizados nos membros
inferiores para andar, pois sua utilização durante o andar
aumenta o risco de quedas.
Quando os pesos não estiverem sendo usados, é importante
colocá-los em lugares apropriados, para que não haja o risco
de alguém tropeçar neles.
Pequena dor muscular e alguma fadiga são normais nos dias
seguintes à prática, mas se esses sintomas aparecerem de
maneira excessiva, provavelmente a intensidade do
treinamento está alta demais.
Se houver qualquer dor nas articulações durante a execução
dos exercícios (principalmente com relação à utilização de
pesos), deve-se para o treino. Se a dor ocorrer apenas em
ângulos extremos nas articulações, os exercícios devem ser
feitos de maneira a não atingi-los;

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A amplitude dos movimentos deve ser a maior possível, de


maneira que simultaneamente haja alongamento da
musculatura oposta àquela realizando o movimento. Essa
amplitude deve ser regulada pela flexibilidade de cada um,
além de ser feita em limites nos quais não ocorrem dores nas
articulações.
As primeiras sessões devem sempre ser realizadas sem carga
extra, para que haja um devido aprendizado dos exercícios.
Como o enfoque principal do PEQUI é a prevenção de quedas na
população idosa, é interessante disponibilizar exercícios que
contribuam para tal de maneira prática, e de fácil entendimento
de todos. Mas é também importante fornecer orientação sobre
como os exercícios devem ser feitos.

A literatura voltada para exercícios em idosos mostra muita


coerência no que diz respeito às suas características. A cada
sessão, deve ser executado um exercício para cada grupo
muscular principal, sendo que as sessões devem ocorrer duas
vezes por semana. Cada exercício deve ser executado em séries,
sendo que cada série corresponde a um grupo de repetições
desenvolvidas de forma contínua, sem interrupções, e, neste
caso em particular, devem possuir de 8 a 15 repetições. O
número de séries pode variar entre um e três por sessão de
treinamento. É importante haver um descanso entre cada série,
sendo que a literatura relata que esse tempo deve estar entre 1
min e 3 min (é importante lembrar que esse tempo de descanso
corresponde à recuperação do músculo, ou seja, o tempo que ele
leva para estar metabolicamente preparado para novamente
realizar o exercício; assim, quanto maior a intensidade/
repetições realizadas, maior deverá ser o descanso entre as
séries). Cada repetição deve ser feita em aproximadamente 6
segundos, que correspondem a: 3 segundos para realizar o
movimento e 3 segundos para retornar à posição inicial
(lembrando que é mais válido realizar um exercício lentamente e
de maneira correta que realizá-lo rapidamente, o que diminui o
controle do movimento, podendo assim não estimular os
músculos da maneira adequada para os objetivos do exercício).

Os itens apresentados acima são muito simples e práticos. No


entanto, decidir a carga utilizada nesse treinamento é um fator
importantíssimo para que haja eficiência e segurança durante a

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sua execução. O controle de carga se dá essencialmente de duas


maneiras distintas: pesos anexados ao membro executando o
movimento, o número de repetições por série, e o número de
séries. Inicialmente, é importante que não haja nenhum peso
extra. Além de o peso dos próprios membros já servirem como
uma ótima carga inicial, essa ausência de cargas extras permite
uma facilidade maior para executar os exercícios, levando assim
a um melhor aprendizado e conseqüente aproveitamento dos
exercícios. Também é interessante que no início seja executada
apenas uma série por exercício, com oito repetições cada. Após
ser criada uma intimidade entre o executante e os exercícios,
mudam-se as regras para carga, como descrito a seguir.

Neste momento, é importante selecionar uma carga mais


adequada à pessoa em questão, ficando difícil portanto definir
dados de maneira absoluta. O número de repetições que
apresenta um ganho interessante na força em idosos está entre 8
e 15. Assim, a carga deve ser escolhida de maneira que, em
cada série, o indivíduo consiga realizar de 8 a 15 repetições. Se
não for possível realizar 8 repetições, a carga está muito alta, e
deve ser diminuída. Se mais de 15 repetições forem alcançadas,
significa que a carga está muito baixa, e deve ser aumentada. É
importante lembrar que esse número não está relacionado ao
momento em que o músculo não mais consegue realizar o
movimento, e sim ao momento em que ocorre um grande
desconforto em realizar o movimento (devido ao cansaço do
músculo). À medida que o treinamento ocorre, a tendência é que
cada vez fique mais fácil realizar o número de séries e de
repetições estipulados inicialmente.

Como só há ganho de força à medida que o corpo é desafiado,


essa maior facilidade em realizar os exercícios deve ser
acompanhada por um aumento da carga das sessões de
treinamento. Isso pode ocorrer de duas maneiras. O primeiro
modo de fazê-lo é simplesmente aumentar o peso levantado, o
que pode ser feito também baseado no número de repetições. À
medida que ocorre aumento da força, o número de repetições
possíveis com uma mesma carga também aumenta. Como uma
carga que permita mais de 15 repetições não trará os mesmos
benefícios que uma carga que corresponda a um máximo de 8 a
15 repetições, quando um exercício se torna muito fácil de ser
executado (sendo possível realizar mais de 15 repetições), o
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ideal seria ajustar a carga, de maneira que só fosse possível


realizar 8 repetições (portanto, deveria haver um aumento de
peso). Assim, apenas depois de um grande período de
treinamento novamente essa carga permitiria mais de 15
repetições por série, e novamente deveria ser ajustada.

A outra alternativa, seria aumentar o número de séries por


exercício, o que deve ser feito simultâneo a um pequeno
decréscimo na quantidade de pesos utilizada. Mas o número de
séries não deve ultrapassar 3 (quando estiverem sendo feitas 3
séries com 15 repetições, a única alternativa é aumentar a carga,
sendo que neste caso deve haver uma diminuição no número de
séries), e o número de repetições nunca deve ultrapassar 15 ou
ficar inferior a 8.

Exercícios para Treinar o Equilíbrio


Exercícios para treinar o equilíbrio
Nesta seção apresentamos alguns exercícios para treinamento
de equilíbrio e esses exercícios podem ser ministrados
obedecendo os princípios de treinamento. A idéia é que em
cada sessão de treinamento todos os exercícios abaixo devem
ser executados. É importante ressaltar que nem todos idosos são
capazes de realizar tais movimentos, mas adaptações são
possíveis a cada exercício.

Flexão Plantar
Este exercício tem por objetivo fortalecer os músculos do
tornozelo e da região posterior da perna (panturrilha). O
executante deve estar na posição ereta, com os pés totalmente
apoiados no chão, segurando em um apoio para aumentar o
equilíbrio (por exemplo o encosto de uma cadeira). O executante
deve ficar nas pontas dos pés, o mais alto que puder. Deve levar
3 segundos para subir, permanecer no alto por 1 segundo, e levar
mais 3 segundos para voltar à posição inicial. A carga deste
exercício pode ser aumentada colocando pesos extras nos
tornozelos. À medida que a força e o equilíbrio aumentarem
suficientemente, o executante pode passar a realizar este
exercício com uma perna de cada vez (mas é importante o
mesmo número de repetições seja realizado para cada perna),
mas é importante lembrar que neste caso o aumento de carga é

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muito grande (só deve ser feito quando realmente a carga estiver
muito baixa, mesmo com pesos extras, ao realizar o exercício
com as duas pernas simultaneamente).

Resumo:

1. Mantenha o corpo ereto, segurando em um apoio para manter


o equilíbrio;
2. Lentamente fique nas pontas dos pés, o mais alto que
conseguir (expirando);
3. Mantenha a posição um pouco;
4. Lentamente desça os calcanhares até o chão (inspirando).

Flexão de Joelho
Este exercício serve para fortalecer a musculatura da região
posterior da coxa e da panturrilha. O executante deve manter-se
na postura ereta, segurando em um apoio para aumentar o
equilíbrio. O executante deve levar 3 segundos para flexionar o
joelho, tirando o pé do chão, de maneira que o tornozelo vá o
mais alto possível (como ilustrado na figura). A coxa deve
permanecer imóvel durante a execução do exercício, apenas o
joelho deve ser flexionado. A volta à posição inicial também deve
levar 3 segundos, terminando então uma repetição do exercício.
A carga pode ser aumentada colocando pesos extras nos
tornozelos.

Resumo:

1. Mantenha o corpo ereto, segurando em um apoio para manter


o equilíbrio;
2. Lentamente flexione o joelho até o limite (expirando);
3. Mantenha a posição um pouco;
4. Lentamente abaixe a perna, voltando à posição inicial
(inspirando);
5. Ao terminar a as séries com uma perna, repita com a outra.

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Flexão de Quadril
Este exercício tem como objetivo fortalecer os músculos da coxa
e do quadril. O executante deve se posicionar atrás ou ao lado de
uma cadeira (ou outro apoio qualquer). O movimento de levantar
a perna deve levar 3 segundos. A posição deve ser mantida por 1
segundo, e a descida deve levar mais 3 segundos. A maneira de
aumentar a carga do exercício é adicionando pesos extras nos
tornozelos.

Resumo:

1. Mantenha o corpo ereto, segurando em um apoio para manter


o equilíbrio;
2. Lentamente erga seu joelho na direção do peito, sem deixar o
tronco descer em direção à coxa (expirando);
3. Mantenha a posição um pouco;
4. Lentamente abaixe a perna até o chão (inspirando);
5. Ao terminar as séries com uma perna, repita com a outra.

Extensão de Quadril
Este exercício serve para fortalecer a musculatura da região
posterior da coxa e da região glútea. O executante deve ficar de
30 a 45 cm afastado de uma cadeira ou mesa (ou outro apoio
para os membros superiores), com os pés ligeiramente afastados
um do outro. O tronco deve estar inclinado a aproximadamente
45º (na direção do apoio). A perna deve ser erguida para trás
sem flexão de joelhos, e este movimento deve levar
aproximadamente 3 segundos. Durante a subida é importante
não ficar nas pontas dos pés e nem levar o tronco mais à frente.
A posição alcançada deve ser mantida por 1 segundo, e a volta à
posição inicial deve levar 3 segundos, terminando então uma
repetição do exercício. A carga pode ser aumentada colocando
pesos extras nos tornozelos.

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Resumo:

1. Se posicione entre 30 e 45 cm afastado de um apoio para os


membros superiores;
2. Incline o corpo à frente e segure no apoio;
3. Lentamente erga a perna (extendida) para trás (expirando);
4. Mantenha a posição um pouco;
5. Lentamente abaixe a perna, voltando à posição inicial
(inspirando);
6. Ao terminar a as séries com uma perna, repita com a outra.

Elevação Lateral do Membro Inferior


Este exercício serve para fortalecer a musculatura da região
lateral da coxa e do quadril. O executante deve manter-se na
postura ereta, segurando em um apoio para aumentar o
equilíbrio, com os pés ligeiramente afastados. O executante deve
levar 3 segundos para elevar lateralmente a perna, sendo que o
movimento deve ter um alcance de 15 a 30 cm.

O tronco deve permanecer sempre reto, e as duas pernas


extendidas. Os pés devem estar apontando para a frente. A
posição alcançada deve ser mantida por 1 segundo, e a volta à
posição inicial deve levar 3 segundos, terminando então uma
repetição do exercício. A carga pode ser aumentada colocando
pesos extras nos tornozelos.

Resumo:

1. Mantenha o corpo ereto, segurando em um apoio para manter


o equilíbrio;
2. Lentamente eleve uma perna para o lado, de 15 a 30 cm
(expirando);
3. Mantenha a posição um pouco;
4. Lentamente volte à posição inicial (inspirando);
5. Ao terminar a as séries com uma perna, repita com a outra;

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6. O tronco e os dois joelhos devem estar extendidos durante


toda a execução do exercício.

Levantar e sentar sem a utilização das mãos


Este exercício tem por objetivo fortalecer os músculos do
abdômen, das costas, do quadril e da coxa. O executante deve
sentar-se na metade anterior do assento da cadeira e reclinar seu
corpo até os ombros tocarem o encosto. As costas devem estar
retas (apesar de o tronco estar reclinado), o que é facilitado
colocando um apoio para a região lombar (como exemplificado na
figura por um travesseiro). Os joelhos devem estar flexionados, e
os pés devem estar com toda a planta em contato com o chão.
Usando minimamente os membros inferiores (ou até mesmo sem
usá-los, se possível), o executante deve trazer o tronco à frente,
desencostando do encosto da cadeira e do apoio lombar.

Para trabalhar adequadamente a musculatura abdominal, o


tronco deve ser trazido à frente com as costas retas (sem que os
ombros se inclinem à frente durante a subida). Partindo então
desta posição sentada, com os pés totalmente apoiados no chão,
o executante deve levar 3 segundos para se erguer até a posição
ereta (usando minimamente as mãos), e mais 3 segundos para
sentar. Durante a subida e a descida do corpo, é importante
também manter as costas retas. Neste exercício, uma maneira de
aumentar a carga é utilizar cada vez menos as mãos para auxiliar
o movimento do corpo. Após estar sentado, o corpo deve
novamente ser reclinado até o encosto da cadeira, terminando
assim uma repetição do exercício.

Resumo:

1. Coloque um travesseiro no encosto de uma cadeira;


2. Sente na metade anterior do assento da cadeira, com os
joelhos flexionados e com os pés totalmente apoiados no chão;
3. Recline sobre o travesseiro, permanecendo com o tronco
inclinado e com as costas retas;

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4. Leve o tronco à frente até ficar sentado com as costas retas,


usando minimamente as mãos (inspirando);
5. Levante lentamente, usando minimamente as mãos
(expirando);
6. Sente lentamente, usando minimamente as mãos (inspirando);
7. Recline novamente o corpo, apoiando as costas no travesseiro,
retornando assim à posição inicial (expirando);
8. Mantenha as costas e os ombros retos durante toda a
execução do exercício.

Adaptação 1 o exercício também pode ser feito sem a fase de


trazer o corpo à frente (correspondendo apenas à segunda e à
terceira imagens na figura), mas isso implica em um menor ganho
de força nos músculos abdominais, que são extremamente
importantes para manter um bom equilíbrio.

Adaptação 2: Como nem todos conseguem realizar muitas


repetições desse exercício, pode ser necessário adaptá-lo da
seguinte maneira: ao invés de o idoso levantar por completo, ele
deve somente iniciar o movimento de subida, perdendo assim o
contato com a cadeira. A posição alcançada deve ser mantida por
1 segundo, e então o idoso retorna à posição sentada (podendo
também reclinar se estiver utilizando um apoio lombar). Dessa
maneira, o desgaste do exercício fica reduzido (permitindo assim
um maior número de repetições), mas os mesmos músculos são
trabalhados. Conforme o idoso ganha força e resistência
muscular, essa adaptação deve ser deixada de lado para que
ocorram maiores ganhos.

Outros exercícios
Há ainda alguns exercícios que treinam o equilíbrio e podem ser
praticados a qualquer hora, em qualquer lugar e quanto for
desejado. Mas é importante que haja algum apoio por perto para
gerar segurança em uma eventual instabilidade durante sua
execução:

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Permanecer ereto em apenas um pé (alternando-os), o que


pode ser feito durante atividades do cotidiano.
Andar com passos bem curtos, de maneira que o pé que
executou o passo encosta o calcanhar nos artelhos (dedos do
pé) do pé de apoio.

Exercícios para Treinar a Força


Exercícios para treinar a força

Os exercícios aqui sugeridos correspondem a exercícios de


treinamento de força para os membros superiores. Como
os exercícios para treinar o equilíbrio são também exercícios
para treinamento de força para os membros inferiores, um
treinamento completo será alcançado somando os exercícios
deste item com os de equilíbrio. Assim, ao realizar seu
treinamento de força, simultaneamente a capacidade de manter o
equilíbrio também será treinada, tornando assim o treinamento
mais simples. É importante lembrar que os mesmos cuidados
necessários para o treinamento de força para os membros
inferiores também devem ser tomados para o treinamento de
força para os membros superiores. Estes cuidados estão
descritos em fundamentos de treinamento (equilíbrio). Estes
exercícios também podem ser executados em pé, sendo a
cadeira apenas um facilitador.

Elevação Lateral dos Membros Superiores


Este exercício serve para fortalecer a musculatura do ombro. O
executante deve estar sentado em uma cadeira sem braços, com
as costas retas (apoiadas no encosto) e os pés totalmente
apoiados no chão, separados um do outro na largura dos ombros.
O exercício deve se iniciar com os braços relaxados ao lado do
corpo, com as palmas das mãos voltadas para dentro (para o
próprio corpo). Os braços então devem ser elevados lateralmente
durante 3 segundos, até ficarem paralelos ao solo. A posição
deve ser mantida por 1 segundo, e então os braços devem ser
abaixados durante 3 segundos, até ficarem extendidos ao lado do
corpo novamente (finalizando assim uma repetição). A posição

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das mãos não varia durante o exercício, tomando como


referência o braço.

A carga deste exercício pode ser aumentada segurando pesos


com as mãos. No caso de a carga estar muito grande, mesmo
sem pesos extras, uma estratégia para diminuí-la é fazer uma
flexão de cotovelo ao realizar o exercício. Quanto mais longe do
corpo está o peso, maior será a força necessária para levantá-lo.
Flexionar o cotovelo permite regular a distância da mão ao corpo
durante a elevação lateral do membro superior, e, portanto,
regular a força necessária para realizar o movimento. Quanto
mais flexionado estiver o cotovelo, mais próxima do corpo estará
a mão, e menor será a carga do exercício. Um outro ponto
importante deste exercício é que ele pode ocasionar dores nos
ombros. Ao invés de cessar a atividade, uma alternativa é não
elevar os braços tão lateralmente.

Quanto mais à frente do corpo forem elevados os braços, menor


será a sobrecarga nos ombros, e menor será a carga do
exercício. Mas essa adaptação deve ser feita com no máximo
com um ângulo de 45º de diferença (à partir desse ângulo o
exercício estará mais próximo de uma flexão de ombro, que será
descrita mais adiante), e apenas se houver dor durante sua
execução.

Resumo:

1. Sente em uma cadeira;


2. Mantenha os pés em total contato com o chão e afastados na
largura dos ombros;
3. Os braços devem estar extendidos ao lado do corpo;
4. Eleve os braços lateralmente até a altura dos ombros;
5. Mantenha a posição um pouco;
6. Lentamente retorne à posição inicial.

Extensão de Cotovelo
Este exercício tem por objetivo fortalecer o músculo posterior do
braço (tríceps). O executante deve estar sentado em uma
cadeira, com os pés totalmente apoiados no chão e afastados um

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do outro na largura dos ombros. O braço deve ser elevado com o


cotovelo flexionado, até que o cotovelo aponte para o teto (como
na primeira figura). A mão do braço realizando o movimento deve
inicialmente estar próxima ao ombro, com a palma da mão
voltada para dentro. O braço deve ser sustentado pela mão do
braço oposto, que deve fornecer um apoio logo abaixo do
cotovelo (não apoiar na articulação). O cotovelo deve então ser
extendido durante 3 segundos, até que fique completamente
extendido, de maneira que a mão aponte para o teto. Apenas a
articulação do cotovelo deve se movimentar. A posição deve ser
mantida por 1 segundo, e então o cotovelo deve ser flexionado
(durante 3 segundos), voltando assim à posição inicial
(finalizando assim uma repetição). O apoio dado pela mão do
braço oposto deve ser mantido durante toda a execução do
exercício. Uma maneira de aumentar a carga deste exercício é
segurando pesos extras na mão do braço executando o
movimento.

Resumo:

1. Sente em uma cadeira;


2. Mantenha os pés totalmente apoiados no cão, separados na
largura do ombro;
3. Levante um braço com o cotovelo flexionado, até este ficar
apontando para o teto (e a mão deve estar próxima ao ombro);
4. Apoie a mão do braço oposto logo abaixo do cotovelo para dar
suporte para o exercício;
5. Extenda o cotovelo lentamente;
6. Mantenha a posição um pouco;
7. Flexione o cotovelo lentamente, voltando à posição inicial;
8. Repita o exercício com o outro braço após terminar as séries;

Flexão de Cotovelo
Este exercício tem por objetivo fortalecer a musculatura anterior
do braço (bíceps) e os músculos do antebraço. O executante
deve estar sentado em uma cadeira sem braços, com as costas
apoiadas no encosto da cadeira. Os pés devem estar totalmente
apoiados no chão e afastados um do outro na largura dos
ombros. O braço deve estar extendido para baixo, ao lado do

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corpo, com a palma da mão voltada para a frente. O cotovelo


deve então ser flexionado, mantendo a posição da mão em
relação ao braço ( a articulação do ombro não se mexe, apenas a
do cotovelo). Esse movimento deve levar 3 segundos para ser
efetuado, e o executante deve tomar cuidado para que seu corpo
não se movimente lateralmente durante a flexão de cotovelo.
Atingido a flexão máxima, a posição deve ser mantida por 1
segundo, e o cotovelo deve então ser extendido, voltando à
posição inicial, em mais 3 segundos (finalizando assim uma
repetição). Para aumentar a carga deste exercício, basta segurar
um peso extra na mão do braço realizando a flexão.

Resumo:

1. Sente em uma cadeira sem braços, apoiando as costas em seu


encosto;
2. Mantenha os pés em total contato com o chão e afastados na
largura dos ombros;
3. Deixe o braço extendido para baixo, ao lado do corpo, com a
palma da mão para a frente;
4. Lentamente flexione o cotovelo, trazendo a mão para perto do
peito;
5. Mantenha a posição um pouco;
6. Lentamente extenda o cotovelo, voltando à posição inicial;
7. Repita o exercício com o outro braço após finalizar as séries.

Flexão de Ombro
Este exercício serve para fortalecer a musculatura dos ombros. O
executante deve estar sentado em uma cadeira sem braços, com
as costas retas apoiadas no encosto da cadeira. Os pés devem
estar totalmente apoiados no chão e afastados um do outro na
largura dos ombros. Os braços devem, inicialmente, estar
estendidos ao lado do corpo, com as palmas da mão voltadas
para dentro. Os braços devem então ser levantados para a frente
durante 3 segundos, mantendo-os estendidos e girando os
punhos para que as mão fiquem voltadas para cima. Quando os
braços ficarem paralelos com o chão, a posição deve ser mantida

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por 1 segundo. O executante deve então descer os braços até a


posição inicial, girando novamente os punhos para que as palmas
das mãos fiquem voltadas para dentro, o que deve levar mais 3
segundos. Para aumentar a carga deste, basta segurar pesos
extras com as mãos.

Resumo:

1. Sente em uma cadeira;


2. Mantenha os pés totalmente apoiados no cão, separados na
largura do ombro;
3. Posicione os braços entendidos ao lado do corpo, com as
palmas das mãos voltadas para dentro;
4. Eleve ambos os braços à sua frente até a altura dos ombros,
girando as palmas das mãos para cima;
5. Mantenha a posição um pouco;
6. Lentamente desça os braços até a posição inicial, girando as
palmas das mãos para dentro novamente;

Empurrar a Cadeira
Este exercício serve para fortalecer os músculos da parte de trás
dos braços (tríceps), das costas, do antebraço e do peito. O
executante deve estar sentado em uma cadeira com braços, com
o corpo pendendo levemente à frente, com as costas retas (mas
sem encostá-las no encosto da cadeira). O executante deve
então segurar nos braços da cadeira, alinhando suas mãos e o
tronco, ou posicionando-as levemente à frente do tronco. Os pés
devem estar posicionados embaixo da cadeira, com os
calcanhares levantados, de modo que o peso dos pés esteja
distribuído somente sobre os artelhos (dedos do pé) e sobre o a
parte anterior do pé. Lentamente, o executante deve levantar seu
corpo usando os braços, o mais alto que conseguir, tentando
manter a posição em que o corpo se encontrava sentado (com
flexão de quadril e de joelho). Mesmo que o executante não
consiga se levantar, o esforço necessário para tentar é suficiente
para fortalecer progressivamente os músculos em questão. O
ideal é que os membros inferiores não sejam utilizados para

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ajudar o movimento de subida, ou ainda que sejam utilizados


minimamente. A carga deste exercício pode ser aumentada
colocando pesos extras sobre as coxas.

Resumo:

1. Sente em uma cadeira com braços;


2. Incline o corpo ligeiramente à frente, mantendo as costas retas;
3. Segure nos braços da cadeira;
4. Posicione os pés abaixo da cadeira, com o peso sobre os
artelhos;
5. Lentamente levante o corpo utilizando apenas os braços
(expirando);
6. Lentamente desça os braços até a posição inicial (inspirando).

Fundamentos de Treinamento (Resistência)


Fundamentos de Treinamento (Resistência)

A capacidade aeróbia consiste, basicamente, na capacidade de


absorver, transportar e utilizar o oxigênio do ar para realizar as
reações bioquímicas necessárias para gerar a energia que será
utilizada durante a atividade física. Essa capacidade corresponde
a uma via metabólica específica, e esses mecanismos se tornam
mais eficientes quando se pratica atividades de baixa intensidade
e longa duração. Uma maneira de quantificar essa capacidade é
medindo o VO2max, que corresponde ao consumo máximo de
oxigênio durante atividades físicas, ou seja, o quanto do oxigênio
a pessoa é capaz de retirar do ar e aproveitar para gerar energia.
Assim como qualquer atividade física, o treinamento de
resistência aeróbia deve seguir algumas regras, tanto para que o
treinamento alcance os objetivos buscados, quanto para
preservar a integridade física de quem o está praticando.

A resistência aeróbia é uma capacidade que deve ser


desenvolvida gradualmente. Para se iniciar um treinamento, um
tempo mínimo diário por sessão de treinamento é de 5 minutos.

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Apesar de este tempo não ser suficiente para trazer os ganhos de


um treinamento de resistência aeróbia, começar o treinamento
com um baixo nível de esforço e ir aumentando-o gradualmente é
especialmente importante para aqueles que estão inativos há
muito tempo. A idéia é que com o devido tempo, essa leve
atividade se torne uma atividade de dificuldade de moderada a
vigorosa, apesar de ainda continuar com um curto tempo de
duração (5 minutos).

Quando for possível realizar atividades com intensidade de


moderada a vigorosa por 5 minutos, é hora de aumentar esse
tempo por sessão de treinamento para pelo menos 10 minutos, já
que realizar atividades por tempos menores que esses não trará
os benefícios cardiovasculares e respiratórios desse tipo de
treinamento. O objetivo nesta progressão é que o executante
chegue a pelo menos 30 minutos de atividade em cada sessão
de treinamento. Uma progressão possível seria aumentar em 5
minutos o tempo de atividade a cada mês, até atingir 30 minutos
(ou mais). Dividir esses 30 minutos em três fases de 10 minutos
de duração também traz benefícios cardiovasculares e
respiratório, sendo uma estratégia interessante para indivíduos
com pouca tolerância a atividades com longa duração. Quanto
mais leve a atividade, maior deve ser sua duração, e quanto
maior sua intensidade, menor pode ser sua duração. Uma faixa
de tempo válida para que os benefícios desse tipo de treinamento
sejam alcançados é de 20 a 60 minutos por sessão.

Inicialmente, o treinamento aeróbio deve ser feito pelo menos 3


vezes por semana, em dias não consecutivos (se possível). Ao
longo dos meses de treinamento, conforme o indivíduo vai
ganhando condicionamento, o número de dias de atividade
aeróbia por semana deve aumentar progressivamente, até 5 dias
por semana. Mas é importante manter em mente que o mínimo
necessário para trazer os benefícios desse tipo de treinamento é
realizar 3 sessões por semana.

A intensidade dos exercícios, para que o maior benefício seja


alcançado, deve estar em, uma faixa de 50% a 70% do VO2max.
Uma outra maneira de ajustar facilmente essa intensidade é
através do controle a freqüência cardíaca. Inicialmente, o
indivíduo deve medir sua freqüência cardíaca de repouso (FC
rep), que corresponde ao número de vezes que o coração bate

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por minuto após 10 minutos de inatividade (de preferência, a


pessoa deve ficar deitada relaxando durante esse período de
tempo). É necessário conhecer também a freqüência cardíaca
máxima (FC max), que pode ser quantificada em testes
ergométricos, ou ainda estimada subtraindo a idade do indivíduo
de 220. É importante medir esse valor através do teste
ergométrico, pois através dele é possível detectar problemas
cardíacos, além de identificar em qual freqüência cardíaca eles
começam a aparecer. Isso torna possível considerar como
freqüência cardíaca máxima a freqüência na qual aparecem
sintomas de problemas cardíacos, permitindo uma maior
segurança no treinamento (que estará sempre abaixo dessa
freqüência). A faixa de treinamento deve então ser calculada da
seguinte maneira:

Freqüência mínima de treinamento: (FC max – FC rep) x 0.5 +


FC rep
Freqüência máxima de treinamento: (FC max – FC rep) x 0.7 +
FC rep
Dessa maneira, fica assegurando que o indivíduo estará
treinando em uma faixa entre 50% e 70% da sua freqüência
cardíaca de reserva (FC max – FC rep), sendo essa faixa a zona
ideal para o treinamento da capacidade aeróbia.

Seguem agora algumas regras de segurança básicas para o


treinamento de resistência aeróbia:

As atividades aeróbias não devem fazer o executante respirar


tão rapidamente de maneira que seja muito difícil falar durante
sua execução. Sua intensidade também não pode causar
vertigem e dor no peito (para respirar);
O executante deve realizar uma atividade leve antes de iniciar
a sessão de treinamento para aquecer e outra para voltar à
calma no final da atividade. Um bom exemplo é andar
vagarosamente;
Exercícios de alongamento devem ser feitos após as
atividades, enquanto os músculos ainda estão quentes;
Com o aumento da idade, o mecanismo que gera a sede passa
a funcionar mais lentamente. Isso pode fazer com que, apesar
de um indivíduo precisar de água, ele não sinta sede. O
executante deve ter uma preocupação em beber líquidos

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durante atividades que causem transpiração. Se o indivíduo


chegar a sentir sede, significa que seu corpo já está levemente
desidratado. Mas é importante atentar que algumas pessoas
possuem limitações de ingestão de líquidos (como em
patologias envolvendo o coração e o fígado), e esse controle
de ingestão durante a atividade física deve ser feito juntamente
com seu médico.
Idosos são mais afetados pelo frio e pelo calor que adultos
(devido a um sistema termo-regulador menos eficiente), o que
pode trazer riscos à saúde. É interessante que um idosos, ao
se exercitar, vistas as roupas em “camadas”, de maneira que
fique protegido contra o frio, mas se vir a sentir calor seja
possível remover algumas peças para regular a temperatura.
Antes de aumentar a dificuldade da atividade executada é mais
aconselhável aumentar a duração da atividade.

Exercícios para Treinar a Resistência Aeróbia


Exercícios para Treinar a Resistência Aeróbia

Seguem alguns exemplos de atividades e exercícios de


treinamento da resistência aeróbia:

Dificuldade moderada:

Nadar
Pedalar
Andar rapidamente em superfície plana
Fazer faxina
Jogar golfe a pé
Jogar tênis em duplas
Jogar voleibol
Remar
Dançar.
Dificuldade vigorosa:

Subir escadas
Andar rapidamente em superfícies íngremes (subidas)
Subir superfícies íngremes de bicicleta
Jogar tênis

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Nadar rapidamente
Marcha atlética
Correr lentamente.

Fundamentos de Treinamento (Flexibilidade)


Fundamentos de Treinamento (Flexibilidade)

Exercícios de alongamento muscular têm por objetivo aumentar a


flexibilidade, trazendo assim uma maior liberdade de movimentos
para executar as tarefas do cotidiano e outras tarefas mais
específicas. Assim como qualquer tipo de atividade física, ao
treinar a flexibilidade o executante deve atentar para algumas
regras, assegurando assim uma maior eficiência do treinamento e
uma maior segurança na execução dos exercícios.

Os exercícios de alongamento devem ser executados após o


término das sessões de treinamento aeróbio ou de treinamento
de força para resultarem em ganhos na flexibilidade. No caso de
não ser possível realizar esses dois tipos de treinamento, o
treinamento de flexibilidade deve ser executado pelo menos duas
vezes por semana, podendo chegar a até sete vezes por
semana, e as sessões devem durar ao menos 20 minutos cada.
Para um iniciante é interessante treinar poucas vezes por
semana para ganhar alguma intimidade com os exercícios e para
perceber seus limites. Um treinamento visando um grande
aumento de flexibilidade deve consistir em sessões diárias de
treinamento, ou ainda um número grande de sessões por semana
(de 5 a 7). Treinar de duas a três vezes por semana é uma boa
maneira de manter a flexibilidade alcançada. É importante
ressaltar que exercícios de alongamento não servem para
implementar a força ou a resistência aeróbia.

Cada exercício de alongamento deve ser feito de 3 a 5 vezes em


cada sessão de treinamento. O executante deve chegar à
posição desejada lentamente, alcançando a maior amplitude
possível sem que haja dor. A posição deve então ser mantida de
10 a 30 segundos, e então o executante deve relaxar e voltar
lentamente para uma posição mais confortável (posição inicial),
terminando assim uma repetição.

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Segurança
Se o executante já sofreu alguma lesão, fratura ou cirurgia nos
ossos do quadril (principalmente na articulação coxo-femoral,
que corresponde à junção do quadril com o fêmur), é
importante consultar um médico antes de executar os
exercícios para treinar a flexibilidade dos membros inferiores;
Se o executante sofreu fratura da cabeça do fêmur, ele não
deve cruzar as pernas em ângulos superiores a 90 graus;
Se a sessão de treinamento for realizada separada de outros
tipos de treinamento, é importante realizar um leve
aquecimento antes de iniciá-la. Isso pode ser feito com alguns
minutos de caminhada e movimentação dos membros
superiores. Alongar os músculos sem aquecimento prévio pode
resultar em alguma lesão;
Alongar os músculos não deve resultar em dor, principalmente
nas articulações. Se isso ocorrer, provavelmente a amplitude
do alongamento está muito grande, e deve ser reduzida;
Uma leve sensação de desconforto é normal durante o
alongamento (mas não de dor);
O alongamento nunca deve ser feito rapidamente ou com
"trancos" (alongamento balístico), pois esticar o músculo
rapidamente faz com que um mecanismo reflexo seja
disparado, e o músculo então se contrai involuntariamente.
Além de isso prejudicar a amplitude que poderia ser alcançada
com o músculo relaxado, ainda há algum risco de lesão se o
alongamento for executado desta maneira;
Durante o alongamento, o membro alongado deve estar
esticado, mas manter uma pequena folga na articulação é
aconselhável para diminuir um pouco a carga sobre os tendões
e ligamentos (as articulações não devem ser hiper-estendidas).
O executante deve respirar profunda e lentamente durante a
execução dos exercícios. Se o executante sentir alguma
tontura, mesmo que leve, ele deve voltar a respirar
naturalmente.
Realizar os exercícios seguindo as recomendações acima
descritas resultará em um aumento da flexibilidade, e a
maneira de progredir no treinamento é sempre tentar alcançar
a maior amplitude articular sem que ocorra dor;

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Os exercícios de flexibilidade também podem ser utilizados no


aquecimento, antes das sessões de treinamento, com a função
de preparar o corpo para o exercício. Nesse caso os exercícios
devem ser feitos após o corpo já estar aquecido, pois alongar
músculos "frios" pode resultar em lesões musculares a
articulares.

Os exercícios devem ser realizados com apenas uma repetição, e


devem durar poucos segundos. Além disso, devem ser
escolhidos de acordo com a atividade a ser realizada, pois como
o intuito é apenas de preparar o músculo para o exercício,
somente devem ser alongados os membros a serem utilizados
durante a atividade. Uma outra alternativa é incorporar exercícios
dinâmicos multiarticulares durante o aquecimento, pois apesar de
não buscar uma amplitude grande de movimento, aquece e
alonga levemente um grande número de músculos.

Exercícios para Treinar a Flexibilidade


Exercícios para Treinar a Flexibilidade

Isquiotibiais
Este exercício tem por objetivo alongar a musculatura posterior
da coxa, sendo que o conjunto dos músculos dessa região
também é denominado de isquiotibiais. O executante deve
sentar-se em um banco ou outra superfície rígida que lhe permita
apoiar toda a perna (como duas cadeiras colocadas lado a lado).
Uma das pernas deve então descansar sobre o banco, com a
ponta do pé apontando para cima (as costas devem ser mantidas
retas). A outra perna deve estar ao lado do banco, com o pé
totalmente apoiado no solo. O joelho da perna apoiada no banco
deve ser totalmente estendido. Se neste ponto o executante já
sentir o alongamento, essa é a posição que deve ser mantida
pelo tempo determinado para esse tipo de treinamento. Se o
executante não sentir o leve desconforto nessa posição, deve
levar o tronco à frente, como se fosse deitá-lo sobre a perna
estendida, mantendo sempre as costas retas (a única articulação
que se movimenta é o quadril). No caso de o executante ter
sofrido uma fratura na cabeça do fêmur, não é seguro levar o
corpo à frente neste exercício (a não ser que haja aprovação do
médico ou fisioterapeuta responsável). Após manter a posição de

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10 a 30 segundos, o executante deve retornar lentamente à


posição inicial, terminando uma repetição.

Resumo:

1. Sente de lado em um banco;


2. Mantenha uma perna esticada sobre o banco;
3. A outra perna deve estar ao lado do banco, com o pé apoiado
totalmente no chão;
4. Mantenha as costas retas;
5. Leve o tronco à frente, flexionando o quadril, até sentir o
alongamento (não faça esse movimento se tiver sofrido fraturas
ou cirurgias no quadril);
6. Mantenha a posição;
7. Repita com a outra perna.

Isquitibiais (alternativa)
Uma alternativa ao exercício anterior é se posicionar em pé atrás
de uma cadeira com os joelhos em extensão. O executante deve
segurar o encosto da cadeira com as duas mãos e flexionar o
quadril levando o tronco para frente, mantendo as costas retas
durante toda a execução do exercício. Quando o corpo estiver
paralelo com o solo, a posição deve ser mantida. Após 10-30 s, o
executante deve retornar lentamente usando como apoio o
encosto da cadeira para subir.

Resumo:

1. Fique em pé atrás de uma cadeira, segurando seu encosto


com as duas mãos;
2. Flexione o quadril levando o tronco à frente;
3. As costas devem estar retas durante todo o tempo;
4. Quando o tronco estiver paralelo com o solo, mantenha a
posição.

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Tríceps Sural (Panturrilha)


Este exercício alonga a musculatura posterior da perna. O
executante deve estar em pé, apoiando as duas mãos em uma
parede, com os cotovelos estendidos. Mantenha o joelho de uma
das pernas levemente flexionado e leve o pé da outra perna atrás
(aproximadamente meio metro), mantendo os pés totalmente em
contato com o solo (o pé da perna levada atrás deve estar
levemente virado para dentro). O executante então deverá sentir
o alongamento da musculatura da panturrilha. Se isso não
ocorrer, a perna posicionada atrás deve ser ainda mais
distanciada da outra, fazendo com que os músculos se alonguem
ainda mais. A posição alcançada deve então ser mantida por 10 a
30 segundos. Então o executante deve flexionar levemente o
joelho da perna que está atrás (como na segunda figura), e
manter novamente a postura alcançada pelo mesmo tempo.

Resumo:

1. Fique em pé com ambas as mãos apoiadas em uma parede e


com os cotovelos estendidos;
2. Dê um passo de aproximadamente 50 cm para trás com uma
das pernas, e mantenha ambos os pés totalmente apoiados no
chão;
3. Mantenha a posição;
4. Flexione levemente o joelho da perna que está atrás;
5. Mantenha a posição;
6. Repita com a outra perna.

Tornozelo
Este exercício tem como objetivo alongar a musculatura
envolvida na articulação do tornozelo. Deve ser realizado com os
pés descalços, já que o calçado limita a movimentação do pé. O
executante deve estar sentado na parte anterior do assento de
uma cadeira, inclinando o corpo para trás até apoiar o tronco no
encosto da cadeira (um travesseiro deve ser utilizado para

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fornecer apoio lombar, como exemplificado na figura). As pernas


devem então ser estendidas “escorregando” os pés para frente
ao longo do chão.

Mantendo os calcanhares em contato com o chão, o executante


deve apontar os artelhos (dedos do pé) para frente até sentir o
alongamento na parte anterior do tornozelo. Se nessa posição o
executante ainda não sentir o alongamento, ele deve levantar um
pouco os pés do chão, permitindo uma maior variação do ângulo
do tornozelo. Após manter essa posição, o executante deve
agora mover os pés em sua própria direção, sentindo assim o
alongamento na região posterior do tornozelo.

Resumo:

1. Sente-se em uma cadeira;


2. Estenda as pernas à sua frente, mantendo os calcanhares no
chão;
3. Flexione os pés, apontando os artelhos para frente;
4. Mantenha a posição;
5. Flexione os pés, apontando os artelhos para trás;
6. Mantenha a posição.
7. Se o alongamento não for sentido, faça com os pés um pouco
levantados, sem encostá-los no chão.

Tríceps Braquial
Este exercício alonga o músculo da região posterior do braço. O
executante deve segurar a ponta de uma toalha com uma das
mãos. Deve então levantar o braço que está segurando a toalha,
e flexionar o cotovelo de maneira a deixar a toalha cair ao longo
das costas. Com a outra mão, deve alcançar, por trás das costas,
a ponta da toalha que está sendo segurada pela outra mão.

Gradualmente, o executante deve, com a mão posicionada atrás


das costas (mais embaixo), tentar alcançar pontos mais altos da
toalha, encurtando assim a diferença entre as duas mãos
(simultaneamente a mão que estiver em cima vai descer).

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Quando o alongamento for sentido, a posição deve ser mantida


(o limite é o ponto onde as duas mãos se tocam). Após terminar a
série, a posição deve ser invertida.

Resumo:

1. Segure a toalha com uma das mãos;


2. Levante o braço e flexione o cotovelo, fazendo a toalha ficar
atrás das costas;
3. Com a outra mão, segure a ponta da toalha que está livre;
4. Suba a mão de baixo progressivamente, tentando alcançar o
ponto mais alto possível;
5. Inverta a posição.

Pulso
O executante deve empurrar as palmas das mãos um contra a
outra,mantendo os cotovelos apontando para baixo. Deve então
elevar os cotovelos tentando deixá-los paralelos ao solo (ou o
mais próximo disso que sua flexibilidade permitir), mantendo as
palmas das mão em total contato uma com a outra. A posição
deve ser mantida de 10 a 30 segundos, e então os cotovelos
devem ser novamente baixados, terminando assim uma
repetição.

Resumo:

1. Junte as mãos, tocando uma palma na outra (posição de


rezar);
2. Lentamente eleve os cotovelos até ficarem paralelos ao solo, e
mantenha as mãos unidas;
3. Mantenha a posição.

Quadríceps
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Este exercício tem como objetivo alongar os músculos da parte


anterior da coxa, sendo que o conjunto destes músculos é
chamado de quadríceps femoral. O executante deve deitar-se de
lado no chão (podendo utilizar um colchonete para aumentar o
conforto), alinhando os quadris, de maneira que um dos lados
esteja posicionado exatamente acima do outro. A cabeça deve
ser colocada em cima de um travesseiro, ou pode-se usar a mão
como apoio. O joelho da perna posicionada acima deve ser
flexionado.

O executante deve então alcançar o pé da perna flexionada com


a mão, segurando no calcanhar. Se o executante não consegue
alcançar o próprio calcanhar com a mão nesta posição, a
alternativa é colocar um cinto (ou faixa de pano) em volta do pé,
podendo assim segurá-lo a uma maior distância. O executante
deve então puxar o pé lentamente, até que o alongamento seja
sentido na parte anterior da coxa, mantendo então a posição. Se
houver cãibras na parte posterior da coxa durante o exercício,
este deve ser parado e a região afetada alongada (podendo ser
utilizados os exercícios para alongar os músculos isquiotibiais
descritos acima), para mais tarde retomar o alongamento de
quadríceps.

Resumo:

1. Dente-se de lado no chão;


2. Descanse a cabeça em um travesseiro ou na mão;
3. Flexione o joelho da perna de cima;
4. Segure no calcanhar da perna flexionada;
5. Lentamente puxe a perna flexionada até alongar os músculos
da parte anterior da coxa;
6. Mantenha a posição;
7. Inverta a posição e repita com a outra perna.

Rotação Dupla de Quadril


Este exercício deve ser evitado se o executante tiver sofrido uma
fratura ou cirurgia no quadril, a não ser que o médico responsável
concorde com sua execução. Seu objetivo é alongar os músculos
externos (laterais) do quadril e das coxas. O executante deve

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deitar-se de costas no chão (decúbito dorsal), podendo utilizar um


colchonete para aumentar o conforto. Os joelhos devem estar
flexionados, e os pés devem ter suas plantas em total contato
com o solo.

Um travesseiro deve ser usado para apoiar a cabeça,


aumentando ainda mais o conforto para executar o exercício. O
executante deve então manter os dois ombros em contato com o
solo, os joelhos flexionados e unidos um ao outro, e descer
lentamente os dois joelhos para um dos lados na maior amplitude
possível sem forçá-los. A posição alcançada deve ser mantida
por 10 a 30 segundos, e então os joelhos, ainda unidos, devem
ser trazidos à posição inicial, e o mesmo exercício deve ser feito
para o outro lado.

Resumo:

1. Não faça esse exercício se tiver sofrido fraturas ou cirurgias no


quadril;
2. Dente-se de costas no chão com os joelhos flexionados;
3. Mantenha os ombros em contato com o solo todo o tempo;
4. Mantendo os joelhos unidos, baixe lateralmente as pernas para
um dos lados;
5. Mantenha a posição;
6. Volte as pernas para cima;
7. Repita com o outro lado.

Rotação simples de quadril


Este exercício tem por objetivo alongar os músculos da pelve e
da região interna (medial) das coxas. O executante deve deitar-se
de costas (decúbito dorsal), com os joelhos flexionados, podendo
utilizar um colchonete para aumentar o conforto. Deve então
descer um dos joelhos lentamente para o lado, mantendo a outra
perna e a pelve imóveis. A posição alcançada deve ser mantida
de 10 a 30 segundos, e então o executante deve trazer seu
joelho de volta à posição inicial. Os ombros devem ser mantidos
em contato com o chão durante toda a execução do exercício.

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Resumo:

1. Deite-se de costas no chão;


2. Flexione os joelhos;
3. Desça um dos joelhos lentamente para o lado;
4. Mantenha a posição;
5. Traga o joelho de volta à posição inicial;
6. Mantenha os ombros em contato com o chão durante todo o
exercício;
7. Repita com a outra perna.

Rotação de Ombro
Este exercício alonga a musculatura envolvida na articulação do
ombro. O executante deve deitar-se de costas (decúbito dorsal)
no solo e colocar um travesseiro para apoiar a cabeça. Também
é importante colocar uma almofada embaixo dos joelhos,
mantendo-os levemente flexionados (o que serve para diminuir a
tensão na coluna vertebral enquanto o indivíduo está deitado). O
executante deve então esticar os braços para os lados,
mantendo-os alinhados na altura dos ombros. Os cotovelos
devem então ser flexionados, de maneira que as pontas dos
dedos devem apontar o teto (os antebraços perdem o contato
com o solo, mas os braços devem continuar em contato com ele
durante toda a execução do exercício), e os antebraços devem
estar paralelos.

O executante deve então fazer uma rotação de ombro,


lentamente deitando seus antebraços para trás, ao lado da
cabeça (mantendo-os paralelos), até sentir alongar o ombro. Se
houver qualquer sensação de dor aguda ou de pinçamento no
ombro durante a execução deste exercício, ele deve ser parado
imediatamente. A posição alcançada deve ser mantida de 10 a 30
segundos, e então o executante deve lentamente levantar os
antebraços até a posição inicial e fazer uma rotação de ombro
para a frente, tentando levar os antebraços até os lados do corpo
(mantendo-os paralelos). Quando o alongamento for sentido, a
posição deve ser mantida pelo mesmo tempo. Após o tempo de

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alongamento, os antebraços devem ser levados até a posição


inicial para que o exercício se repita.

Resumo:

1. Deite-se de costas no chão com uma almofada embaixo dos


joelhos;
2. Estenda os braços para os lados;
3. Flexione os cotovelos até formarem um ângulo reto, com as
mãos apontando para o teto;
4. Gire os ombros, tentando posicionar os antebraços ao lado da
cabeça;
5. Mantenha a posição;
6. Gire no outro sentido, tentando posicionar os antebraços ao
lado do corpo;
7. Mantenha a posição;
8. Mantenha os ombros em contato com o solo durante todo o
exercício.

Rotação de Pescoço
Este exercício alonga a musculatura do pescoço. O executante
deve deitar-se no chão, apoiando a cabeça em um livro grosso
(um colchonete pode ser usado para aumentar o conforto). O
exercício consiste em virar a cabeça de um lado para o outro,
mantendo a posição de 10 a 20 segundos em cada lado
(extremidade do movimento). A cabeça não deve estar pendendo
para frente ou para trás durante a execução do exercício, o que
torna necessário encontrar um livro com uma espessura ideal
para manter a cabeça alinhada com o tronco. Para aumentar o
conforto, ainda é aconselhável manter os joelhos flexionados, o
que diminui a tensão na região lombar da coluna vertebral.

Resumo:

1. Dente-se de costas no chão (decúbito dorsal);

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2. Apóie a cabeça em um livro grosso (por exemplo, uma lista


telefônica);
Vire a cabeça de um lado para o outro, mantendo a posição em
cada lado.

Prevenção e Manejo de Quedas no Idoso


Prevenção e Manejo de Quedas no Idoso

Introdução

Queda é um evento freqüente e limitante, sendo considerado um


marcador de fragilidade, morte, institucionalização e de declínio
na saúde de idosos (8,18,39).

O risco de cair aumenta significativamente com o avançar da


idade, o que coloca esta síndrome geriátrica como um dos
grandes problemas de saúde pública devido ao aumento
expressivo do número de idosos na população e à sua maior
longevidade, competindo por recursos já escassos e aumentando
a demanda por cuidados de longa duração.

Diversos fatores de risco e múltiplas causas interagem como


agentes determinantes e predisponentes, tanto para quedas
acidentais quanto para quedas recorrentes, impondo aos
profissionais de saúde, especialmente ao médico o grande
desafio de identificar os possíveis fatores de risco modificáveis e
tratar os fatores etiológicos e comorbidades presentes (35,45,51).

As intervenções mais eficazes baseiam-se na identificação


precoce dos idosos com maior chance de sofrerem quedas e
particularmente, aqueles que além do risco de queda apresentem
também um risco aumentado de sofrem lesões graves
decorrentes da mesma (13,23,50).

Geralmente, idosos tendem a sub-relatar quedas. Além disso,


creditam à idade seus problemas de equilíbrio e marcha, fazendo
com que com que estas dificuldades de mobilidade não sejam
detectadas, até que uma queda com uma conseqüência grave
ocorra.

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Evitar o evento de queda é considerado hoje uma conduta de boa


prática geriátrico-gerontológica, tanto em hospitais quanto em
instituições de longa permanência, sendo considerado um dos
indicadores de qualidade de serviços para idosos. Além disso,
constitui-se em política pública indispensável, não só porque
afeta de maneira desastrosa a vida dos idosos e de suas famílias,
como também drena montantes expressivos de recursos
econômicos no tratamento de suas conseqüências, como a
fratura de quadril (19,42,45).

Cenário do problema
Cerca de 30% a 60% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano
e cerca da metade cai de forma recorrente, variando de acordo
com a precisão do monitoramento realizado pelo estudo (39,44).

No Brasil cerca de 29% dos idosos caem ao menos uma vez ao


ano e 13% caem de forma recorrente, sendo que somente 52%
dos idosos não relataram nenhum evento de queda durante um
seguimento de dois anos (39).

A incidência de quedas em idosos residentes na comunidade


varia de 0,2 a 1,6 quedas/por pessoa/por ano, com uma média de
aproximadamente 0,7 quedas por ano. Em idosos hospitalizados
a média é de 1,4 quedas/por leito/por ano, variando de 0,5 a 2,7
quedas e em idosos institucionalizados a prevalência é
consideravelmente maior chegando até 75%, com uma incidência
de 0,2 a 3,6 quedas/por leito/por ano devido a maior
vulnerabilidade desta população e a maior acurácia nas
notificações dos eventos (44).

Os acidentes são a quinta causa de morte entre os idosos e as


quedas são responsáveis por dois terços destas mortes
acidentais. Aproximadamente 75% das mortes decorrentes de
quedas nos Estados Unidos ocorrem em 14% da população
acima de 65 anos de idade, e o índice de mortalidade aumenta
dramaticamente após os 70 anos, principalmente em homens.
(8,44,45).

A maior suscetibilidade dos idosos a sofrerem lesões decorrentes


de uma queda se deve a alta prevalência de comorbidades

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presentes nesta população, associado ao declínio funcional


decorrente do processo de envelhecimento, como o aumento do
tempo reação e diminuição da eficácia das estratégias motoras
do equilíbrio corporal, fazendo de uma queda leve um evento
potencialmente perigoso.

Dos que caem a cada ano, entre 5% a 10% dos idosos residentes
na comunidade tem como conseqüência lesões severas como
fratura, traumatismo craniano e lacerações sérias, que reduzem
sua mobilidade e independência, aumentando as chances de
morte prematura. Cerca de metade dos idosos hospitalizados por
fratura de quadril não recuperam a mobilidade prévia ao evento.
(1,8).

Cerca de 90% das fraturas de quadril são causadas por quedas e


o custo atual estimado do tratamento das fraturas de quadril é da
ordem de 10 bilhões de dólares. Entre 1988 e 1996 a taxa de
hospitalização por fratura de quadril em mulheres acima de 65
anos nos EUA aumentou 23% (7,8).

Além da alta mortalidade, destacam-se ainda como


conseqüências relevantes o fato da queda causar restrição de
mobilidade, incapacidade funcional, isolamento social,
insegurança e medo, detonando um mecanismo cumulativo e em
efeito dominó de eventos prejudiciais a saúde e qualidade de vida
dos idosos(28,31).

Em um estudo populacional multicêntrico, a razão de chance


bruta de idosos com dependência em quatro ou mais atividades
de vida diária ou prática ter experimentado ao menos uma queda
no ano anterior foi 1,9 vez a chance quando comparados aos
idosos independentes (43).

Entre as pessoas que caíram e foram atendidas em unidades de


emergência, cerca de 40% tiveram dor contínua ou incapacidade
funcional por dois meses e 16% tiveram queixa de dor por cerca
de 7 meses após o evento (19).

Um estudo prospectivo de dois anos aponta que 32% dos idosos


que caem referem medo de cair novamente e são marcadamente
mulheres. Os fatores fortemente associados ao medo de cair
novamente são a presença de distúrbios de marcha, um relato de

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percepção subjetiva de saúde física e mental ruim e condições


econômicas desfavoráveis (53).

Definição e classificação
Queda é uma mudança de posição inesperada, não intencional
que faz com que o indivíduo permaneça em um nível inferior, por
exemplo, sobre o mobiliário ou no chão. Este evento não é
conseqüência de uma paralisia súbita, ataque epilético ou força
externa extrema (25).

Podem ser classificadas a partir da freqüência com que ocorrem


e do tipo de conseqüência advinda do evento. A queda acidental
é aquele evento único que dificilmente voltará a se repetir e é
decorrente de uma causa extrínseca ao indivíduo, em geral pela
presença de um fator de risco ambiental danoso, como um piso
escorregadio, um degrau sem sinalização ou devido à atitudes de
risco como por exemplo,subir em banquinhos. Em contrapartida,
a queda recorrente, expressa a presença de fatores etiológicos
intrínsecos como doenças crônicas, poli farmácia, distúrbios do
equilíbrio corporal, déficits sensoriais, dentre outros.

A queda pode ainda ser dividida de acordo com a presença ou


não de lesões. As quedas com lesões graves são consideradas
aquelas cuja conseqüência é uma fratura, trauma crânio-
encefálico ou luxação. Abrasões, cortes, escoriações e
hematomas são considerados lesões leves.

Há ainda, a classificação de acordo com o tempo de permanência


no chão. A queda prolongada no chão é aquela em que o idoso
permanece caído por mais de 15 a 20 minutos por incapacidade
de levantar-se sem ajuda. Os idosos que são mais predispostos a
sofrerem quedas prolongadas são os idosos com 80 anos ou
mais, com dificuldade em atividades de vida diária, que têm
disfunções em membros inferiores, tomam sedativos e moram
sozinhos ou permanecem por longos períodos do dia ou noite
desacompanhados.

Hoje, busca-se não só identificar o perfil dos idosos mais


vulneráveis a cair, como também procura-se distinguir quais terão
maior suscetibilidade a sofrerem uma lesão grave decorrente

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deste evento ou que têm uma maior propensão a


experimentarem quedas recorrentes o que aumenta a
probabilidade de perda de capacidade funcional, seja ela
decorrente de um único evento grave ou da perda de confiança e
do senso de auto-eficácia o que com o tempo acaba por provocar
uma restrição de atividades e um declínio na mobilidade,
expondo este idoso a um maior risco de tornar-se frágil.

Fatores de risco e Causas


Há necessidade de se dividir os fatores determinantes de quedas
em idosos em dois grupos:

Fatores de risco ou fatores predisponentes: são aqueles que


impõe aos idosos uma maior chance de experimentarem quedas.
O levantamento destes fatores permite a identificação de idosos
com maior suscetibilidade a caírem. A estratificação do risco
possibilita a implementação de estratégias de prevenção
definidas para cada grupo - alto, médio e baixo risco.

Fatores causais: são aqueles agentes etiológicos presentes na


determinação da ocorrência de um evento de queda específico.
Constituem-se nas razões que levaram aquele idoso a cair e são
potencializados pela presença de fatores de risco intrínsecos e
extrínsecos.

Os fatores de risco são derivados de estudos populacionais tipo


caso-controle ou estudos longitudinais. Embora, existam umas
séries de questões metodológicas a serem consideradas na
análise destes fatores, a aplicabilidade clínica é imediata, no que
tange ao fato de que há um aumento significativo do risco com o
aumento do número de fatores de risco individuais presentes.
Além disso, o levantamento da existência de fatores que possam
ser modificados por meio de intervenções específicas é essencial
tanto na prevenção de futuros episódios, como também no
manejo do processo de reabilitação.

O Quadro 1, abaixo, lista os fatores de risco encontrados em


estudos populacionais, com idosos da comunidade. Os fatores
foram classificados de acordo com peso da sua evidência e se
estão relacionados a quedas acidentais, quedas recorrentes ou

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quedas com lesão


(2,5,6,9,11,18,21,27,29,32,35,,37,39,46,51,52,54)

O peso da evidência foi construído a partir da freqüência com que


o fator aparece nos estudos analisados. Salienta-se que não há
uma homogeneidade quanto aos fatores de risco apontados nos
estudos. Trata-se apenas de um guia para que se possa valorizar
com maior ou menor intensidade determinados fatores.

Os fatores de risco considerados de peso alto, ou seja,


apontados na maioria dos estudos como fatores determinantes
de quedas foram: idade igual ou maior a 75 anos, sexo feminino,
presença de declínio cognitivo, de inatividade, de fraqueza
muscular e de distúrbios do equilíbrio corporal, marcha ou de
mobilidade, história prévia de acidente vascular cerebral, de
quedas anteriores e de fraturas, comprometimento na capacidade
de realizar atividades de vida diária e o uso de medicações
psicotrópicas, em especial os benzodiazepínicos, assim como o
uso de várias medicações concomitantes.

Dentre estes estudos, destaca-se o realizado no município de


São Paulo que aponta que os idosos que caíram de forma
recorrente tiveram sua chance aumentada em 1,6 vezes (95% IC
1,00-2,52) por serem viúvos, separados ou desquitados, em 1,5
vezes por não terem o hábito de ler como atividade de lazer
(95%IC 1,03-2,37), em 4,6 vezes por terem história de fratura
(95% CI 2,23-9,69) e em 2,37 vezes por apresentarem
comprometimento em 1 a 3 atividades de vida diária (95% CI
1,49-3,78), em 3,31 vezes a chance por apresentarem dificuldade
em 4 ou mais atividades de vida diária (95%CI 1,58-6,93) e em
1,53 vezes a chance por relatarem ter visão ruim ou péssima
(95%CI 1,00-2,34) quando comparados aos idosos que tinham
boa percepção subjetiva de visão. Este modelo explicou 73% dos
eventos (39).

Rubenstein e Josephson analisando 16 estudos de idosos


vivendo na comunidade e de idosos institucionalizados, apontam
um aumento do risco com a presença dos seguintes fatores, por
ordem de importância: presença de fraqueza muscular, história
de quedas, déficit de marcha e de equilíbrio, uso de dispositivo de
auxílio à marcha, déficit visual, artrite, comprometimento em

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atividades de vida diária, depressão, declínio cognitivo e idade


igual ou superior a 80 anos (440.

Em uma revisão sistemática de 11 estudos de coorte ou casos-


controle a cerca dos fatores de risco para quedas em ambiente
hospitalar foram levantados como os mais freqüentes: alteração
do estado mental, em especial os estados de confusão e
desorientação (9/11), uso de medicações como sedativos,
tranqüilizantes e benzodiazepínicos (4/11), limitações de
mobilidade, como distúrbios de marcha, equilíbrio e fraqueza
muscular (4/11), história de quedas (4/11), necessidade especial
com toalete ou eliminações (4/11), idade avançada (4/11),
necessidade de dispositivos de auxílio a mobilidade (3/11) e
fraqueza geral, tontura, depressão e tempo maior de
hospitalização (2/11). Os fatores de menor relevância foram mês
da internação, ter tido três ou mais transferências de unidade,
sonolência, abuso de drogas, terapia endovenosa, condições
médicas gerais, anemias, condições pós-operatórias, evidência
de estado confusional agudo, dentre outros. Os autores concluem
que as intervenções a serem priorizadas nos idosos
hospitalizados são aquelas direcionadas a identificar e tratar as
limitações relacionadas ao estado mental e ás alterações de
mobilidade (15).

As principais causas de quedas estão dispostas no Quadro 2. Há,


no entanto, uma grande dificuldade em estabelecer uma única
causa, visto que a etiologia das quedas nos idosos é em geral
multifatorial, particularmente nos idosos frágeis. Mas, a busca
ativa de causas que levaram o idoso a cair é fundamental para
que uma intervenção apropriada seja realizada.

Quadro 1- Fatores de risco, classificados de acordo com o peso


da evidência, além da classificação de acordo com o tipo de
queda.

Fatores Sócio-demográficos Peso da


evidência e tipo de queda
Sexo feminino Alto (acidentais,
recorrentes e com lesões sérias)

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Idade ≥ 75 anos Alto (acidentais,


recorrentes e com lesões sérias)

Ausência de Cônjuge Baixo


(recorrentes)

Raça Branca Baixo (com lesões


sérias)

Baixa Renda Baixo (acidentais)

Morar só Baixo (com lesões


sérias)

Psico-Cognitivos
Declínio Cognitivo Alto (acidentais,
recorrentes)
Depressão Baixo (acidentais)

Medo de Cair Baixo


(recorrentes)

Condições de saúde/Doenças Crônicas

AVC prévio Alto (acidentais,


recorrentes)

Diabetes Baixo (acidentais)

Queixa de Tontura Médio


(acidentais e recorrentes)

Hipotensão Postural Baixo


(recorrentes)

Baixo Índice de massa corpóreo Médio


(acidentais, com lesões sérias)

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Anemia Baixo (com


lesões sérias)

Insônia Baixo
(recorrentes, com lesões sérias)

Incontinência ou urgência miccional Médio


(recorrentes, com lesões sérias)

Artrite/osteoartrose Baixo (acidentais)

História prévia de quedas Alto


(recorrentes, com lesões sérias)

História prévia de fratura Alto (recorrentes,


com lesões sérias)

Neuropatia Baixo (com lesões


sérias)

Funcionalidade
Comprometimento em AVD Alto
(acidentais,recorrentes, com lesões sérias)

Necessidade de dispositivo de auxílio a marcha Baixo


(acidentais)

Inatividade Alto
(acidentais,recorrentes, com lesões sérias)

Comprometimento sensorial
Comprometimento visual Moderado
(acidentais,recorrentes,com lesões sérias)

Equilíbrio corporal, marcha e mobilidade Alto


(acidentais,recorrentes, com lesões sérias)

Distúrbio neuromuscular

90
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Fraqueza muscular de MMII Alto (acidentais,


recorrentes)

Fraqueza muscular de preensão Alto (acidentais,


recorrentes, com lesões sérias)

Diminuição de reflexos Baixo


(acidentais)

Dor em joelho ou quadril Baixo


(acidentais)

Problemas nos pés Baixo


(acidentais)

Tempo de reação Baixo (com


lesões sérias)

Uso de medicações
Psicotrópicas :Benzodiazepínicos Alto
(recorrentes, com lesões sérias)

Bloqueadores de canal de cálcio Baixo (com


lesões sérias)

Analgésicos Baixo (com


lesões sérias)

Número de medicações Alto


(recorrentes, com lesões sérias)

Condição médica prévia


Hospitalizações Baixo
(acidentais)

(se alta: fator presente na maioria dos estudos, se moderada:


fator presente em boa parte dos estudos, mas não na maioria e
se baixa: fator presente em um ou dois estudos apenas)

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Quadro 2 – Causas de quedas em idosos: resumo de 12 estudos


levantados por Rubenstein, Josephson, 2002.

Acidentais ou relacionadas ao ambiente Distúrbios do


equilíbrio e marcha

Fraqueza muscular Tontura e


vertigem

Artrite Doenças agudas

Epilepsia Dor

Medicamentos Álcool

“drop attack” Confusão ou


Delirium

Hipotensão Postural Distúrbios


visuais

Queda da cama

Síncope

Para que este levantamento sobre as causas possa ser realizado


de forma sistematizada, faz-se necessário identificar todo o
contexto, como mecanismo da queda, atividade que estava
sendo realizada no momento do evento, hora do dia ou noite, tipo
de calçado, local onde ocorreu a queda, e qualquer sinal ou
sintoma pré ou pós-evento que possa ter relevância na
determinação do mesmo. Aspectos como se houve ou não perda
da consciência ou escurecimento da visão podem descartar
síncopes.

Outros mecanismos envolvidos, como falseamento dos joelhos


pode estar relacionado à fraqueza muscular, osteoartrose de
joelhos e ao drop attack; a sensação de tontura relacionada à
posição da cabeça ou a movimentos do corpo pode estar

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associada à presença de disfunções vestibulares. O roteiro


apresenta as principais perguntas a serem realizadas na
investigação do evento de queda. A queda pode ser o reflexo de
uma doença aguda como infecção urinária ou respiratória,
arritmia cardíaca, acidente vascular encefálico, delirium, dentre
outras. A mesma pessoa pode cair em diferentes momentos por
várias razões. A queda de causa desconhecida deve ser
amplamente investigada até que um fator ou vários fatores seja
apontado como agentes etiológicos ou precipitantes do evento.

Nunca, especialmente, nos idosos que caem recorrentemente


devê-se assumir como causa aquela relacionada a um evento
anterior. A busca sistematizada de fatores causais permite o
adequado manejo, previne novos eventos e trata doenças
associadas, evitando comorbidades e o escalonamento de
incapacidades (26).

Roteiro sugerido para investigação do evento de queda:


o Quantas vezes o Sr.(a) caiu no último ano?
o Houve alguma conseqüência como fratura, luxação, trauma
craniano ou escoriação, contusão, corte?
o Houve necessidade de procurar um médico ou serviço de
emergência em um hospital?
o O Sr. (a) restringiu suas atividades habituais por causa da
queda?
o Se sim, o Sr. (a) o fez por dor, insegurança, medo, dificuldade
para andar, dentre outros.
o Agora vamos falar sobre sua última queda.
o O Sr. (a) sabe precisar quando ela ocorreu?
o A queda aconteceu de dia ou de noite?
o O evento ocorreu após a refeição?
o Em que lugar aconteceu a queda?
o Houve perda da consciência?
o Que movimentos o Sr.(a) estava fazendo no momento da
queda? Andando, levantando-se da cadeira, inclinando-se,
virando-se, etc.
o Que atividade o Sr.(a) estava realizando no momento da
queda? Tomando banho, andando até o banheiro, voltando
para o quarto, subindo no banquinho, calçando o chinelo,
descendo do ônibus, dentre outras.

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o Como a queda ocorreu? Desequilibrou-se, os joelhos


falsearam, sentiu-se fraco subitamente, sentiu-se tonto ?
o Que parte do corpo bateu primeiro no chão ou no mobiliário?
o Estava usando óculos ou aparelho auditivo (quando se
aplicar)?
o Como estava se sentindo antes de cair (na semana prévia)?
Houve alguma modificação na sua saúde? Como fraqueza
generalizada, cansaço, apatia, falta de ar, problemas de
memória, febre, taquicardia, dor no peito, etc.
o Houve alguma modificação na medicação usada
habitualmente? Algum medicamento novo foi introduzido ou
retirado? Fez uso de alguma medicação por conta própria?
o No último ano, o Sr.(a) esteve hospitalizado?
o O Sr.(a) diria que tem tido maior dificuldade para andar dentro
de casa, vestir-se, tomar banho, andar fora de casa, ir ao
banheiro em tempo, tomar remédios na hora certa ?

Com o objetivo de facilitar a exclusão de fatores causais foi


proposto o algoritmo descrito abaixo como um modelo para
tomada de decisão clínica em relação ao diagnóstico. Levar em
conta a presença de fatores extrínsecos precipitantes. O crédito
do evento a um fator ambiental deve ser vastamente pesquisado.
A exclusão de outros fatores intrínsecos pode classificar o evento
como tipicamente acidental (38).

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Figura 1 - Algoritmo adaptado proposto pela OPAS,2002.

Avaliação do risco para quedas e testes de equilíbrio e


marcha

Um screening de risco para quedas é um instrumento eficaz na


identificação de idosos com maior chance de sofrerem um evento
no futuro. Deve ser realizado em todos os idosos admitidos em
hospitais, em assistência domiciliar, centro de reabilitação,
instituições de longa e curta permanência e em unidades de
acompanhamento ambulatorial (15,42,46,50).

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Nenhum instrumento aplicado de forma isolada é capaz de


identificar idosos de risco para quedas, assim como estratificar
este risco. Uma combinação de instrumentos em geral contidos
na avaliação geriátrico-gerontológica abrangente deve ser
utilizada como rastreio para maior vulnerabilidade a quedas.

É consenso que quanto maior o número de fatores de risco


presentes maior será a chance de queda. A queixa de dificuldade
de equilíbrio e marcha, assim como as histórias prévias de
quedas têm sido apontadas como fatores de risco para idosos
que vivem na comunidade.

Vários testes têm sido desenvolvidos com o objetivo de avaliar


funcionalmente o equilíbrio e a marcha e busca estabelecer
parâmetros para identificação de idosos com maior
suscetibilidade a cair. Dentre estes, destacam-se: Timed Up & Go
Test (PODSIADLO & RICHARDSON (1991), a escala de
Equilíbrio de Berg - Berg Functional Balance Scale (BERG et al.,
1992), o POMA -– Performance-Oreinted Assessement of Mobility
(TINETTI, 1986,1988) o Functional Reach e o Dynamic Gait
Index (SHUMWAY-COOK et al. (1997).

As escalas de Berg, o POMA e o Dynamic Gait Index são testes


funcionais de avaliação do equilíbrio e da marcha que contém um
maior número de tarefas motoras e necessitam de um maior
treinamento e expertise na sua aplicação. Em geral, são
aplicados por fisioterapeutas dentro de um espectro maior de
avaliação físico-funcional de idosos. Todos têm sido largamente
apontados na literatura internacional como instrumentos válidos
na determinação de idosos com maior chance de quedas.

O POMA consiste de nove itens como contra-reação ao


desequilíbrio aplicado ao esterno, passar de sentado para de pé,
virar 360 graus, os quais são categorizados em uma escala de
três pontos. A Berg Balance Scale foi desenvolvida para
monitorar o desempenho dos idosos quanto à tarefas motoras de
equilíbrio em idosos, para identificar indivíduos que se
beneficiariam de um encaminhamento para fisioterapia e para
prever quedas em idosos da comunidade e institucionalizados
(3,4,20). A escala consiste de 14 tarefas, categorizadas numa
escala ordinal de cinco pontos, que vai desde 0 - incapaz de
realizar a tarefa, até 5 - realiza de forma independente, baseada

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na qualidade e necessidade de assistência para realizar a tarefa


de forma assim como, no tempo para completar a prova. Os
escores dos 14 itens são combinados em um escore total que vai
de 0 a 56 pontos, com um escore maior relacionado a um melhor
desempenho. Os elementos do teste são representativos de
atividades do dia a dia como sentar, levantar, inclinar-se à frente,
virar-se, dentre outros. BERG et al.,1992 demonstraram que o
escore de 45 ou menos foi preditivo de quedas recorrentes em
um estudo de meta-análise com 110 sujeitos.

O Índice dinâmico da marcha é composto por oito tarefas de


deambulação que avaliam velocidade e instabilidade na marcha
durante o acelerar e desacelerar, em movimento de rotação e
flexo-extensão da cabeça, em movimentos de rotação axial do
corpo, em movimentos de ultrapassar e circundar obstáculos e
em subir e descer degraus. Uma pontuação de 19 ou menos foi
associada a quedas em idosos na comunidade (47). Assim,
estratégias compensatórias devem ser elucidadas com objetivo
de avaliar se são as mais indicadas para dado paciente no seu
contexto funcional diário. Assim, os fisioterapeutas devem
perguntar-se se seus pacientes estão utilizando as melhores
estratégias dada suas limitações primárias e se uma intervenção
terapêutica poderia melhorar os mecanismos de controle
postural.

O Timed up & go test é bastante simples e não exige nenhuma


expertise específica, necessitando apenas de um procedimento
sistematizado que consiste em medir o tempo gasto na tarefa de
levantar-se de uma cadeira (a partir da posição encostada), andar
3 metros até um demarcador no solo, girar e voltar andando no
mesmo percurso, sentado-se novamente com as costas apoiadas
no encosto da cadeira. a instrução dada é que o idoso execute a
tarefa de forma segura e o mais rapidamente possível. Os
autores admitiram como tempo normal para a realização da tarefa
por adultos saudáveis, um tempo de 10 segundos; considera-se
que 11 a 20 segundos sejam os limites normais de tempo para
idosos frágeis ou pacientes deficientes; mais de 20 segundos na
execução da atividade é considerado um valor indicativo da
necessidade de intervenção adequada.

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“Guidelines” para Prevenção de Quedas em


Idosos
“Guidelines” para Prevenção de Quedas em Idosos

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O diagrama acima tem como objetivo nortear as intervenções


para idosos vivendo na comunidade. A partir do levantamento da
ocorrência de queda no último ano e da suspeita de alterações de
marcha ou equilíbrio, é necessária uma avaliação sistematizada
por meio de uma avaliação geriátrico-gerontológica abrangente e
de avaliações do equilíbrio funcional e da marcha, que em
conjunto possam classificar os idosos em função risco de queda.
A partir daí, implementa-se intervenções específicas para cada
grupo. O monitoramento subseqüente diz respeito não só a
ocorrência, a freqüência, a gravidade como também do intervalo
entre os eventos.

De forma geral preconiza-se que:

Todos os idosos devem ser perguntados quanto a ocorrência de


qualquer evento no último ano e rastreados quanto ao risco de
quedas (13,22,23,44,45,46);

Todos os idosos devem ser classificados quanto ao grau do risco


para que se possa determinar o nível de intervenção a ser
prescrita (39,42,46);

Devem-se enumerar todos os fatores de risco presentes e


separá-los em modificáveis e não modificáveis (39,36);

Deve-se avaliar o equilíbrio e a marcha, usando teste válidos e


confiáveis de acordo com a população estudada (21,26,36,
38,45,49);

Uma avaliação do evento de queda deve ser desencadeada para


a busca sistematizada de fatores etiológicos (21,38);

Deve-se atuar de maneira personalizada sobre os fatores de risco


modificáveis, estabelecendo intervenções baseadas em
evidências;

É recomendável que se promovam intervenções


multidimensionais. A intervenção isolada tem pouco impacto
sobre a diminuição no risco relativo de quedas. Não há
comprovação de que exercícios, adequação de medicação, ou
adaptação ambiental isoladamente diminuam o risco de queda
(13 ,16,22,23, 46,50);

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Programas multidimensionais bem-sucedidos incluem avaliação e


aconselhamento médico e ambiental, mudança na prescrição
medicamentosa, exercícios individualizados, treino de
transferências posturais e de marcha e, encaminhamento a
especialistas de acordo com a necessidade (7,10, 16, 22, 23,
53);

Uma vez estabelecido um protocolo de intervenção, é


imprescindível monitorar a ocorrência de eventos, sua freqüência
e a presença de conseqüências adversas ao menos
mensalmente. A melhor forma é utilizar o sistema do tipo
calendário (13);

Estabelecer medidas educacionais visando à diminuição de


comportamentos de risco (42);

Ensinar ao paciente como se levantar após uma queda (42);

Avaliar, quando necessário, o medo de cair e a percepção de


auto-eficácia em atividades do cotidiano (42);

Quando o paciente for identificado como sendo de alto risco e


possuir um declínio cognitivo, um sistema de vigilância contínua
deve ser iniciado com a presença de alarmes sonoros ou de
cuidadores em tempo integral. A restrição ou contenção física
deve ser evitada(42, 13);

As intervenções para prevenção de quedas são mais eficazes se


forem direcionadas a idosos de alto risco de cair e que vivem na
comunidade. Seis de oito ensaios clínicos que envolveram
pessoas com estas características relataram uma significativa
redução no risco relativo de queda. Dois destes ensaios
envolveram intervenções multidimensionais, dois envolveram
exercícios, um envolveu a redução no uso de medicações
psicotrópicas e um relacionou-se com a redução de riscos
ambientais por meio da avaliação de uma terapeuta ocupacional
(13,) .

No entanto, há ainda dificuldades metodológicas que não


permitem a adequada comparação entre os estudos. Há estudos
apontando que mesmo com intervenções multidimensionais, que
variam tremendamente entre os estudos, não se encontrou

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diferença entre o grupo que sofreu intervenção e o grupo


controle quanto ao número cumulativo de quedas, o número
médio de quedas e quanto à freqüência das quedas. Encontrou-
se uma diferença significante quanto ao intervalo entre os
eventos de queda. Em uma meta-análise recente envolvendo 12
estudos, os resultados apontam que houve uma redução de 4%
na ocorrência de quedas para os idosos que estavam no grupo
de tratamento que receberam várias e diferentes intervenções.
Reforçou-se ainda que intervenções isoladas tem um menor
impacto na redução das quedas, independentemente da
intervenção realizada, e que os programas direcionados para
idosos de risco mas, vivendo na comunidade têm maior eficácia
do que aqueles direcionados à idosos institucionalizados (22,23).

O quadro abaixo enumera intervenções específicas de acordo


com evidências existentes na literatura.

Quadro 4 – Intervenções recomendadas para tratamento de


fatores de risco/ causas de quedas em idosos

Fator de risco ou causa


presente Intervenção
Programa de fortalecimento
Fraqueza muscular de muscular de quadríceps e dorsi-
MMII flexores de tornozelo. Exercícios
excêntricos são recomendados.

A eficácia é maior se forem


realizados para grupos de idosos
de alto risco e se forem
supervisionados por fisioterapeuta

Treino de equilíbrio em relação à


Distúrbio de equilíbrio integração das informações
sensoriais, ao controle dos limites

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de estabilidade, ao controle da
rotação de tronco e na eficácia das
estratégias motoras.

Recomenda-se a prática de Tai


Chi.

Podem ser realizados em casa


mas, devem ser monitorados por
fisioterapeuta.

Distúrbios de marcha
Adequação e ou prescrição de
dispositivos de auxílio à marcha. O
treino de uso adequado é
recomendável.

Visita regular ao podólogo.


Déficit visual

Adequação de lentes corretivas.


Visita anual ao oftalmologista.

Evitar o uso de lentes bifocais.

Acompanhamento cuidadoso do
equilíbrio corporal após cirurgia de
catarata.
Déficit auditivo

Prescrição e uso adequados do


aparelho de amplificação sonora.
Hipotensão Postural:

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queda sintomática de 20
mmHg na PA sistólica
mensurada entre 1 a 5 Revisão da medicação, elevação
minutos após ficar de pé da cabeceira da cama, orientação
a partir da posição deitadade movimentos de MMII antes de
ou sentada se levantar.

Uso de medicações
psicotrópicas
Rever a necessidade de uso de
anti-psicóticos, anti-depressivos e
benzodiazepínicos (curta e longa
duração). Prescrever um número
reduzido de medicações e levantar
o uso de medicações sem
prescrição médica

Presença de riscos
ambientais Modificação ambiental só foi eficaz
na redução das quedas quando
realizada após avaliação feita por
profissional de terapia ocupacional
e fornecido as adaptações
necessárias.

Presença de queixa de Inquérito sobre tontura. Se


tontura presença de quadro de tontura
(vertigem, cabeça oca, flutuação,
afundamento, etc)
encaminhamento ao
otoneurologista. Se diagnosticada
síndrome vestibular, implementar
Reabilitação Vestibular.

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Necessidades específicas Evitar ingesta hídrica antes de


nas eliminações dormir.

Acender luz ao ir ao banheiro


durante a noite ou deixar luz
noturna acesa.

Utilização de fraldas noturnas

Realizar reabilitação funcional do


assoalho pélvico.

Distúrbios de
comportamento: agitação Avaliar se há presença de quadro
psicomotora. Confusão de estado confusional agudo.
mental
Adequar o ciclo vigília-sono.

Implementar medidas de higiene


do sono.

Evitar eventos estressores.

Usar terapia de validação.

Evitar restrição física ou


medicamentosa.
Doença de Parkinson,
parkinsonismo, acidente Vigilância contínua
vascular encefálico,
artrite, neuropatias,
demência
Manejo farmacológico específico.

Fisioterapia especializada.
Distúrbio de atenção:
dificuldade em dupla
tarefa: motora e cognitiva
Avaliação específica do

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concomitantes desempenho por meio do Timed


up & go modificado.

Treino de Equilíbrio associado ao


treino cognitivo

Transtornos Mentais em Idosos


Transtornos Mentais em Idosos

A velhice é um período normal do ciclo vital caracterizado por


algumas mudanças físicas, mentais e psicológicas. É importante
fazer essa consideração pois algumas alterações nesses
aspectos não caracterizam necessariamente uma doença. Em
contrapartida, há alguns transtornos que são mais comuns em
idosos como transtornos depressivos, transtornos cognitivos,
fobias e transtornos por uso de álcool. Além disso, os idosos
apresentam risco de suicídio e risco de desenvolver sintomas
psiquiátricos induzidos por medicamentos.

Muitos transtornos mentais em idosos podem ser evitados,


aliviados ou mesmo revertidos. Conseqüentemente, uma
avaliação médica se faz necessária para o esclarecimento do
quadro apresentado pelo idoso.

Diversos fatores psicossociais de risco também predispõem os


idosos a transtornos mentais.

Esses fatores de risco incluem:

o Perda de papéis sociais


o Perda da autonomia
o Morte de amigos e parentes
o Saúde em declínio
o Isolamento social

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o Restrições financeiras
o Redução do funcionamento cognitivo
(capacidade de compreender e pensar de uma
forma lógica, com prejuízo na memória).

Transtornos psiquiátricos mais comuns em idosos

o Demência
o Demência tipo Alzheimer
o Demência vascular
o Esquizofrenia
o Transtornos depressivos
o Transtorno bipolar (do humor)
o Transtorno delirante
o Transtornos de ansiedade
o Transtornos somatoformes
o Transtornos por uso de álcool e outras
substâncias
Demência
Demência

Demência é um comprometimento cognitivo geralmente


progressivo e irreversível. As funções mentais anteriormente
adquiridas são gradualmente perdidas. Com o aumento da idade
a demência torna-se mais freqüente. Acomete 5 a 15% das

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pessoas com mais de 65 anos e aumenta para 20% nas pessoas


com mais de 80 anos.

Os fatores de risco conhecidos para a demência são: Idade


avançada História de demência na família, Sexo feminino

Os sintomas incluem alterações na memória, na linguagem, na


capacidade de orientar-se. Há perturbações comportamentais
como agitação, inquietação, andar a esmo, raiva, violência, gritos,
desinibição sexual e social, impulsividade, alterações do sono,
pensamento ilógico e alucinações.

As causas de demência incluem lesões e tumores cerebrais,


síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), álcool,
medicamentos, infecções, doenças pulmonares crônicas e
doenças inflamatórias. Na maioria das vezes as demências são
causadas por doenças degenerativas primárias do sistema
nervoso central (SNC) e por doença vascular. Cerca de 10 a 15%
dos pacientes com sintomas de demência apresentam condições
tratáveis como doenças sistêmicas (doenças cardíacas, renais,
endócrinas), deficiências vitamínicas, uso de medicamentos e
outras doenças psiquiátricas (depressão).

As demências são classificadas em vários tipos de acordo com o


quadro clínico, entretanto as mais comuns são demência tipo
Alzheimer e demência vascular.

1.2. Demência tipo Alzheimer


De todos os pacientes com demência, 50 a 60% têm demência
tipo Alzheimer, o tipo mais comum de demência. É mais
freqüente em mulheres que em homens. É caracterizada por um
início gradual e pelo declínio progressivo das funções cognitivas.
A memória é a função cognitiva mais afetada, mas a linguagem e
noção de orientação do indivíduo também são afetadas.
Inicialmente, a pessoa pode apresentar uma incapacidade para
aprender e evocar novas informações.

As alterações do comportamento envolvem depressão, obsessão


(pensamento, sentimento, idéia ou sensação intrusiva e
persistente) e desconfianças, surtos de raiva com risco de atos

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violentos. A desorientação leva a pessoa a andar sem rumo


podendo ser encontrada longe de casa em uma condição de total
confusão. Aparecem também alterações neurológicas como
problemas na marcha, na fala, no desempenhar uma função
motora e na compreensão do que lhe é falado.

O diagnóstico é feito com base na história do paciente e do


exame clínico. As técnicas de imagem cerebral como tomografia
computadorizada e ressonância magnética podem ser úteis.

O tratamento é paliativo e as medicações podem ser úteis para o


manejo da agitação e das perturbações comportamentais. Não há
prevenção ou cura conhecidas.

1.3. Demência vascular


É o segundo tipo mais comum de demência. Apresenta as
mesmas características da demência tipo Alzheimer mas com um
início abrupto e um curso gradualmente deteriorante. Pode ser
prevenida através da redução de fatores de risco como
hipertensão, diabete, tabagismo e arritmias. O diagnóstico pode
ser confirmado por técnicas de imagem cerebral e fluxo
sangüíneo cerebral.

Esquizofrenia
Esquizofrenia (esquizofrenia e outras psicoses)

Essa doença começa no final da adolescência ou idade adulta


jovem e persiste por toda a vida. Cerca de 20% das pessoas com
esquizofrenia não apresentam sintomas ativos aos 65 anos; 80%
mostram graus variados de comprometimento. A doença torna-se
menos acentuada à medida que o paciente envelhece.

Os sintomas incluem retraimento social, comportamento


excêntrico, pensamento ilógico, alucinações e afeto rígido. Os
idosos com esquizofrenia respondem bem ao tratamento com
drogas antipsicóticas que devem ser administradas pelo médico
com cautela.

Transtornos depressivos
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Transtornos depressivos

A idade avançada não é um fator de risco para o


desenvolvimento de depressão, mas ser viúvo ou viúva e ter uma
doença crônica estão associados com vulnerabilidade aos
transtornos depressivos. A depressão que inicia nessa faixa
etária é caracterizada por vários episódios repetidos.

Os sintomas incluem redução da energia e concentração,


problemas com o sono especialmente despertar precoce pela
manhã e múltiplos despertares, diminuição do apetite, perda de
peso e queixas somáticas (como dores pelo corpo). Um aspecto
importante no quadro de pessoas idosas é a ênfase aumentada
sobre as queixas somáticas.

Pode haver dificuldades de memória em idosos deprimidos que é


chamado de síndrome demencial da depressão que pode ser
confundida com a verdadeira demência. Além disso, a depressão
pode estar associada com uma doença física e com uso de
medicamentos.

Transtorno Bipolar (Transtornos do Humor)


Transtorno bipolar (transtornos do humor)

Os sintomas da mania em idosos são semelhantes àqueles de


adultos mais jovens e incluem euforia, humor expansivo e
irritável, necessidade de sono diminuída, fácil distração,
impulsividade e, freqüentemente, consumo excessivo de álcool.
Pode haver um comportamento hostil e desconfiado. Quando um
primeiro episódio de comportamento maníaco ocorre após os 65
anos, deve-se alertar para uma causa orgânica associada. O
tratamento deve ser feito com medicação cuidadosamente
controlada pelo médico.

Transtorno Delirante
Transtorno delirante

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A idade de início ocorre por volta da meia-idade mas pode


ocorrer em idosos. Os sintomas são alterações do pensamento
mais comumente de natureza persecutória (os pacientes crêem
que estão sendo espionados, seguidos, envenenados ou de
algum modo assediados). Podem tornar-se violentos contra seus
supostos perseguidores, trancarem-se em seus aposentos e
viverem em reclusão. A natureza dos pensamentos pode ser em
relação ao corpo, como acreditar ter uma doença fatal
(hipocondria).

Ocorre sob estresse físico ou psicológico em indivíduos


vulneráveis e pode ser precipitado pela morte do cônjuge, perda
do emprego, aposentadoria, isolamento social, circunstâncias
financeiras adversas, doenças médicas que debilitam ou por
cirurgia, comprometimento visual e surdez.

As alterações do pensamento podem acompanhar outras


doenças psiquiátricas que devem ser descartadas como
demência tipo Alzheimer, transtornos por uso de álcool,
esquizofrenia, transtornos depressivos e transtorno bipolar. Além
disso, podem ser secundárias ao uso de medicamentos ou sinais
precoces de um tumor cerebral.

Transtornos de Ansiedade
Transtornos de ansiedade

Incluem transtornos de pânico, fobias, TOC, ansiedade


generalizada, de estresse agudo e de estresse pós-traumático.
Desses, os mais comuns são as fobias.

Os transtornos de ansiedade começam no início ou no período


intermediário da idade adulta, mas alguns aparecem pela
primeira vez após os 60 anos.

As características são as mesmas das descritas em transtornos


de ansiedade em outras faixas etárias.

Em idosos a fragilidade do sistema nervoso autônomo pode


explicar o desenvolvimento de ansiedade após um estressor
importante. O transtorno de estresse pós-traumático
freqüentemente é mais severo nos idosos que em indivíduos

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mais jovens em vista da debilidade física concomitante nos


idosos.

As obsessões (pensamento, sentimento, idéia ou sensação


intrusiva e persistente) e compulsões (comportamento consciente
e repetitivo como contar, verificar ou evitar ou um pensamento
que serve para anular uma obsessão) podem aparecer pela
primeira vez em idosos, embora geralmente seja possível
encontrar esses sintomas em pessoas que eram mais
organizadas, perfeccionistas, pontuais e parcimoniosas. Tornam-
se excessivos em seu desejo por organização, rituais e
necessidade excessiva de manter rotinas. Podem ter compulsões
para verificar as coisas repetidamente, tornando-se geralmente
inflexíveis e rígidos.

Transtornos Somatoformes
Transtornos Somatoformes

São um grupo de transtornos que incluem sintomas físicos (por


exemplo dores, náuseas e tonturas) para os quais não pode ser
encontrada uma explicação médica adequada e que são
suficientemente sérios para causarem um sofrimento emocional
ou prejuízo significativo à capacidade do paciente para funcionar
em papéis sociais e ocupacionais. Nesses transtornos, os fatores
psicológicos são grandes contribuidores para o início, a
severidade e a duração dos sintomas. Não são resultado de
simulação consciente.

A hipocondria é comum em pacientes com mais de 60 anos,


embora o seja mais freqüente entre 40 e 50 anos. Exames físicos
repetidos são úteis para garantirem aos pacientes que eles não
têm uma doença fatal. A queixa é real, a dor é verdadeira e
percebida como tal pelo paciente. Ao tratamento, deve-se dar um
enfoque psicológico ou farmacológico.

Transtornos por Uso de Álcool e Outras


Substâncias
Transtornos por Uso de Álcool e Outras Substâncias

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Os pacientes idosos com dependência de álcool, geralmente,


apresentam uma história de consumo excessivo que começou na
idade adulta e apresenta uma doença médica, principalmente
doença hepática. Além disso, um grande número tem demência
causada pelo álcool.

A dependência de substâncias como hipnóticos, ansiolíticos e


narcóticos é comum. Os pacientes idosos podem abusar de
ansiolíticos para o alívio da ansiedade crônica ou para garantirem
uma noite de sono.

A apresentação clínica é variada e inclui quedas, confusão


mental, fraca higiene pessoal, depressão e desnutrição.

Depressão
Depressão

Sinônimos e nomes relacionados:

Transtorno depressivo, depressão maior, depressão unipolar,


incluindo ainda tipos diferenciados de depressão, como
depressão grave, depressão psicótica, depressão atípica,
depressão endógena, melancolia, depressão sazonal.

O que é a depressão?
Depressão é uma doença que se caracteriza por afetar o estado
de humor da pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de
tristeza. Todas as pessoas, homens e mulheres, de qualquer
faixa etária, podem ser atingidas, porém mulheres são duas
vezes mais afetadas que os homens. Em crianças e idosos a
doença tem características particulares, sendo a sua ocorrência
em ambos os grupos também freqüente.

Como se desenvolve a depressão?


Na depressão como doença (transtorno depressivo), nem sempre
é possível haver clareza sobre quais acontecimentos da vida
levaram a pessoa a ficar deprimida, diferentemente das reações
depressivas normais e das reações de ajustamento depressivo,
nas quais é possível localizar o evento desencadeador.

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As causas de depressão são múltiplas, de maneira que somadas


podem iniciar a doença. Deve-se a questões constitucionais da
pessoa, com fatores genéticos e neuroquímicos
(neurotransmissores cerebrais) somados a fatores ambientais,
sociais e psicológicos, como:

o Estresse
o Estilo de vida
o Acontecimentos vitais, tais como crises e
separações conjugais, morte na família, climatério,
crise da meia-idade, entre outros.

Como se diagnostica a depressão?


Na depressão a intensidade do sofrimento é intensa, durando a
maior parte do dia por pelo menos duas semanas, nem sempre
sendo possível saber porque a pessoa está assim. O mais
importante é saber como a pessoa se sente, como ela continua
organizando a sua vida (trabalho, cuidados domésticos, cuidados
pessoais com higiene, alimentação, vestuário) e como ela está se
relacionando com outras pessoas, a fim de se diagnosticar a
doença e se iniciar um tratamento médico eficaz.

O que sente a pessoa deprimida?


Freqüentemente o indivíduo deprimido sente-se triste e
desesperançado, desanimado, abatido ou " na fossa ", com "
baixo-astral ". Muitas pessoas com depressão, contudo, negam a
existência de tais sentimentos, que podem aparecer de outras
maneiras, como por um sentimento de raiva persistente, ataques
de ira ou tentativas constantes de culpar os outros, ou mesmo
ainda com inúmeras dores pelo corpo, sem outras causas
médicas que as justifiquem. Pode ocorrer também uma perda de
interesse por atividades que antes eram capazes de dar prazer à
pessoa, como atividades recreativas, passatempos, encontros
sociais e prática de esportes. Tais eventos deixam de ser
agradáveis. Geralmente o sono e a alimentação estão também
alterados, podendo haver diminuição do apetite, ou mesmo o
oposto, seu aumento, havendo perda ou ganho de peso. Em

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relação ao sono pode ocorrer insônia, com a pessoa tendo


dificuldade para começar a dormir, ou acordando no meio da
noite ou mesmo mais cedo que o seu habitual, não conseguindo
voltar a dormir. São comuns ainda a sensação de diminuição de
energia, cansaço e fadiga, injustificáveis por algum outro
problema físico.

Como é o pensamento da pessoa deprimida?


Pensamentos que freqüentemente ocorrem com as pessoas
deprimidas são os de se sentirem sem valor, culpando-se em
demasia, sentindo-se fracassadas até por acontecimentos do
passado. Muitas vezes questões comuns do dia-a-dia deixam os
indivíduos com tais pensamentos. Muitas pessoas podem ter
ainda dificuldade em pensar, sentindo-se com falhas para
concentrar-se ou para tomar decisões antes corriqueiras,
sentindo-se incapazes de tomá-las ou exagerando os efeitos
"catastróficos" de suas possíveis decisões erradas.

Pensamentos de morte ou tentativas de suicídio


Freqüentemente a pessoa pode pensar muito em morte, em
outras pessoas que já morreram, ou na sua própria morte. Muitas
vezes há um desejo suicida, às vezes com tentativas de se
matar, achando ser esta a " única saída " ou para " se livrar " do
sofrimento, sentimentos estes provocados pela própria
depressão, que fazem a pessoa culpar-se, sentir-se inútil ou um
peso para os outros. Esse aspecto faz com que a depressão seja
uma das principais causas de suicídio, principalmente em
pessoas deprimidas que vivem solitariamente. É bom lembrar que
a própria tendência a isolar-se é uma conseqüência da
depressão, a qual gera um ciclo vicioso depressivo que resulta na
perda da esperança em melhorar naquelas pessoas que não
iniciam um tratamento médico adequado.

Sentimentos que afetam a vida diária e os relacionamentos


pessoais
Freqüentemente a depressão pode afetar o dia-a-dia da pessoa.
Muitas vezes é difícil iniciar o dia, pelo desânimo e pela tristeza
ao acordar. Assim, cuidar das tarefas habituais pode tornar-se um
peso: trabalhar, dedicar-se a uma outra pessoa, cuidar de filhos,
entre outros afazeres podem tornar-se apenas obrigações
penosas, ou mesmo impraticáveis, dependendo da gravidade dos
sintomas. Dessa forma, o relacionamento com outras pessoas

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pode tornar-se prejudicado: dificuldades conjugais podem


acentuar-se, inclusive com a diminuição do desejo sexual;
desinteresse por amizades e por convívio social podem fazer o
indivíduo tender a se isolar, até mesmo dificultando a busca de
ajuda médica.

Como se trata a depressão?


O tratamento médico sempre se faz necessário, sendo o tipo de
tratamento relacionado à intensidade dos problemas que a
doença traz. Pode haver depressões leves, com poucos aspectos
dos problemas mostrados anteriormente, ou pode haver
depressões bem mais graves, prejudicando de forma importante
a vida do indivíduo. De qualquer forma, depressões leves ou mais
graves necessitam de tratamento médico, geralmente
medicamentoso (com medicações antidepressivas), ou
psicoterápico, ou a combinação de ambos, de acordo com a
intensidade da doença e a disponibilidade dos tratamentos.

Doença de Alzheimer
1. Doença de Alzheimer - Dúvidas Freqüentes

1.1. O que é doença de Alzheimer?


A doença de Alzheimer é a mais freqüente forma de demência
entre idosos. É caracterizada por um progressivo e irreversível
declínio em certas funções intelectuais: memória, orientação no
tempo e no espaço, pensamento abstrato, aprendizado,
incapacidade de realizar cálculos simples, distúrbios da
linguagem, da comunicação e da capacidade de realizar as
tarefas cotidianas. Outros sintomas incluem, mudança da
personalidade e da capacidade de julgamento.

Erroneamente conhecida pela população como “esclerose” ou


como o “velhinho gagá” não está relacionada com problemas
circulatórios.

1.2. O que é demência?


Demência é um grupo de sintomas caracterizado por um declínio
progressivo das funções intelectuais, severo o bastante para
interferir com as atividades sociais e do cotidiano. A doença de

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Alzheimer é a forma mais comum de demência. A segunda causa


mais freqüente de demência é a demência por múltiplos infartos
cerebrais, uma série de pequenos derrames. A demência pode
ocorrer também a partir de outras doenças do sistema nervoso
como a doença de Parkinson e a Aids.

O que é Demência Senil?


Demência Senil é um termo ultrapassado que foi usado para
definir demências que ocorriam em idosos.

Quantas pessoas sofrem de doença de Alzheimer?

Estima-se no Brasil 1 milhão e 200 mil pessoas.

A proporção de pessoas com a doença dobra a cada 5 anos a


partir dos 65 anos de idade.

Qual é a idade da maioria das pessoas com doença de


Alzheimer?

Na maioria das pessoas os sintomas iniciam depois dos 60 anos


de idade.

Cerca de 3% das pessoas com idade entre 65 e 74 anos tem a


doença mas quase a metade das que tem 85 ou mais são
acometidas. Normalmente o diagnóstico é feito pelo menos um
ano depois dos primeiros sintomas que costumam ser leves e
confundidos como normais no envelhecimento.

1.3. O que causa a doença de Alzheimer ?


Os cientistas ainda não sabem exatamente qual é a causa da
doença de Alzheimer. O que se sabe é que a doença desenvolve-
se como resultado de uma série de eventos complexos que
ocorrem no interior do cérebro.

A idade é o maior fator de risco para a doença. Quanto mais


idade maior o risco.

Se uma pessoa da minha família tem Alzheimer eu tenho maior


risco de ter a doença?

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Existem dois tipos de doença de Alzheimer: a doença de


Alzheimer familiar que ocorre em adultos jovens e parece ter um
caráter hereditário importante e a forma esporádica na qual o
fator hereditário não é óbvio.

Aproximadamente apenas 5 % da doença de Alzheimer é familiar


e 95% esporádica.

Na forma familiar da doença de Alzheimer, vários membros de


uma mesma geração são afetados. Na forma esporádica a
doença desenvolve-se a partir de uma grande variedade de
fatores que os cientistas ainda estão tentando determinar.

A idade é o fator de risco mais conhecido e importante para a


forma esporádica da doença de Alzheimer. Ter um familiar com
Alzheimer aumenta o risco duas ou três vezes na forma
esporádica mas não há como prever se você irá ter a doença ou
não.

Fora a genética, que outros fatores contribuem para que a


doença se desenvolva?
Se bem que a causa da doença de Alzheimer ainda não esteja
completamente esclarecida, alguns pesquisadores sugerem que
traumas cranianos repetidos, especialmente os com perda da
consciência no passado, processos inflamatórios cerebrais e o
chamado “stress oxidativo” podem estar envolvidos na causa da
doença.

São os homens ou as mulheres os mais afetados?


Mais mulheres do que homens têm a doença de Alzheimer.
Porém, como a expectativa de vida das mulheres é pelo menos 5
anos superior a dos homens não se sabe se o risco está no sexo
em si ou no fato das mulheres viverem mais do que os homens.

De que modo os traumas cranianos podem contribuir para que


a doença de Alzheimer se desenvolva?
Alguns estudos sugerem que a pessoa que sofreu um trauma
craniano com perda da consciência no passado, têm duas vezes
mais probabilidade de ter a doença, mas outros estudos não
confirmaram essa associação.

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O nível educacional está relacionado com o risco de se ter à


doença de Alzheimer?
Pesquisas sugerem que quanto maior o número de anos de
educação formal que uma pessoa tem, menor é a chance dela ou
dele desenvolver a doença quando for idoso. Alguns estudos
sugerem que manter uma atividade intelectual como fazer
palavras cruzadas por exemplo pode reduzir a probabilidade de
se adquirir a doença de Alzheimer.

Qual é a relação entre o alumínio e a doença de Alzheimer?


Uma das mais controvertidas hipóteses veiculada pela mídia é
sobre a correlação entre o alumínio e a doença de Alzheimer.
Essa suspeita foi originada a partir da constatação de que
portadores da doença de Alzheimer possuíam traços de alumínio
em seus cérebros. Inúmeros estudos não foram capazes de
demonstrar conclusivamente essa correlação. Não se pode
afirmar que esse metal desempenhe um papel na gênese da
enfermidade. Algumas pessoas, desinformadas ou mal
intencionadas, baseiam seus pseudo-tratamentos, no mínimo
duvidosos como a quelação, apoiados nessa equivocada
premissa.

Quais são os sintomas da doença de Alzheimer?


A doença de Alzheimer é uma enfermidade progressiva e os
sintomas agravam-se à medida que o tempo passa. Mas é
também uma doença cujos sintomas, sua gravidade e velocidade
variam de pessoa para pessoa.

Os sintomas mais comuns são :

o Perda de memória, confusão e desorientação.


o Ansiedade, agitação, ilusão, desconfiança.
o Alteração da personalidade e do senso crítico.
o Dificuldades com as atividades da vida diária
como alimentar-se e banhar-se.
o Dificuldade em reconhecer familiares e amigos.

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o Dificuldade em tomar decisões.


o Perder-se em ambientes conhecidos.
o Alucinações, inapetência, perda de peso,
incontinência urinária e fecal.
o Dificuldades com a fala e a comunicação.
o Movimentos e fala repetitiva.

Perder memória não é normal em nenhuma idade. É comum à


medida que vamos envelhecendo. Problemas com a memória
podem ser devidos a uma ampla gama de fatores. É normal em
qualquer idade esquecer de vez em quando nomes,
compromissos ou objetos como chaves, guarda-chuva etc... A
causa pode ser: certos medicamentos (calmantes e hipnóticos
principalmente), estresse, distração, tristeza, cansaço, problemas
de visão ou audição, uso de álcool, uma doença grave ou a
tentativa de se lembrar de muitas coisas ao mesmo tempo.

1.4. Como a doença de Alzheimer é diagnosticada?


A doença de Alzheimer só pode ser diagnosticada com certeza
através do exame microscópico do tecido cerebral por biópsia ou
necropsia, para demonstrar a presença das lesões
características: as placas neuríticas e os novelos neurofibrilares
em certas áreas do cérebro. Os médicos podem fazer o
diagnóstico de “possível” ou “provável” doença de Alzheimer.

Vários instrumentos clínicos são usados para se chegar ao


diagnóstico: uma história médica completa, testes para avaliar a
memória e o estado mental, avaliação do grau de atenção e
concentração e das habilidades em resolver problemas e nível de
comunicação. Testes laboratoriais como exames de sangue e
urina são usados para excluir outras causas de demência,
algumas delas passíveis de serem curadas.

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Exames de imagem como a tomografia computadorizada,


ressonância nuclear magnética, spect e pet, são utilizados para
determinar o tipo de demência e/ou avaliar sua gravidade.

Qual o nível de certeza do diagnóstico clínico?

Médicos experientes em doença de Alzheimer fazem o


diagnóstico correto em cerca de 90% dos casos.

Quais as outras doenças que têm sintomas parecidos com a


doença de Alzheimer?

Tumores cerebrais, derrames, depressão maior, doenças da


tireóide, o uso de certos medicamentos, problemas nutricionais, e
outras condições podem imitar os sintomas da doença de
Alzheimer. O diagnóstico precoce aumenta em muito a chance de
se tratar essas doenças com sucesso.

Esquecer onde coloquei as chaves, óculos é um processo natural


do envelhecimento ou da doença de Alzheimer?

A depressão pode comprometer a concentração, causar


distúrbios do sono que levam à perda de memória em pessoas
não portadoras de doença de Alzheimer.

Pessoas nas fases iniciais da doença de Alzheimer


freqüentemente apresentam comprometimento da memória.
Podem ter dificuldades em lembrar de eventos recentes, de
atividades, de pessoas familiares e de objetos. A perda de
memória que se associa com a doença de Alzheimer acaba por
interferir seriamente na execução das atividades da vida diária.

Por que o diagnóstico precoce é tão importante?

Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores serão as


chances de tratar os sintomas corretamente, retardando a
evolução da doença e assim oferecer uma oportunidade digna
para a pessoa portadora da doença de Alzheimer poder inclusive,
tomar parte nas decisões que lhe diz respeito , especialmente na
fase inicial da enfermidade.

Existem fases ou estágios na doença de Alzheimer?

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Existem 4 fases:

Na fase inicial os sintomas mais importantes são:


perda de memória, confusão e desorientação.
ansiedade, agitação, ilusão, desconfiança.
alteração da personalidade e do senso crítico.
dificuldades com as atividades da vida diária
como alimentar-se e banhar-se.
alguma dificuldade com ações mais complexas
como cozinhar, fazer compras, dirigir, telefonar.

Na fase intermediária os sintomas da fase inicial se


agravam e também pode ocorrer:

dificuldade em reconhecer familiares e amigos.


perder-se em ambientes conhecidos.
alucinações, inapetência, perda de peso,
incontinência urinária
dificuldades com a fala e a comunicação.
movimentos e fala repetitiva.
distúrbios do sono.
problemas com ações rotineiras.
dependência progressiva.
vagância.

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Início de dificuldades motoras.

Na fase final:

Dependência total.
Imobilidade crescente.
Incontinência urinária e fecal.
Tendência em assumir a posição fetal.
Mutismo.
Restrito a poltrona ou ao leito.
Presença de úlceras por pressão (escaras).
Perda progressiva de peso.
Infecções urinárias e respiratórias freqüentes.
Término da comunicação.

Na fase terminal:

Agravamento dos sintomas da fase final


Incontinência dupla
Restrito ao leito
Posição fetal
Mutismo
Úlceras por pressão

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Alimentação enterall
Infecções de repetição
Morte

A partir do diagnóstico, quanto tempo uma pessoa com doença


de Alzheimer tem de vida?
Pessoas com doença de Alzheimer podem viver por muitos anos
e freqüentemente morrem de pneumonia. A duração da doença
pode ser de 20 anos ou mais. A média de vida varia entre 4 a 8
anos.

Por que as pessoas com a doença de Alzheimer costumam


morrer de pneumonia?
Realmente a pneumonia é uma das principais causas de morte
em pacientes com doença de Alzheimer.

O primeiro fator se relaciona com a idade uma vez que na maioria


das vezes as pessoas acometidas são idosas.

O sistema imunológico normalmente está comprometido


facilitando a ocorrência de infecções, especialmente as
respiratórias e urinárias.

O estado nutricional e o nível de hidratação também


desempenham um papel decisivo .

É imperioso que esses pacientes estejam bem nutridos seja com


o uso de suplementos ou com medidas dietéticas eficazes.

A questão da comunicação se soma a esses fatores uma vez que


podem não se queixar de frio,fome, sede etc.

Nas fases mais adiantadas o paciente se movimenta menos, os


sintomas motores começam a aparecer e a imobilidade propicia a
instalação de infecções pulmonares, muitas vezes fatais.

Esse fato demonstra a importância dos cuidados gerais uma vez


que essa complicação pode ser evitada.

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Como a doença de Alzheimer é tratada?


Não existe nenhuma droga que garanta a cura, ou que
interrompa definitivamente o curso da doença de Alzheimer.

Uma parcela dos doentes, especialmente nas fases iniciais e


intermediárias, pode se beneficiar de alguns medicamentos
específicos.

Outros medicamentos podem ajudar a controlar distúrbios de


comportamento, insônia, agitação, vagância, ansiedade e
depressão. O tratamento correto desses sintomas deixam o
paciente e seu cuidador mais tranqüilos e confortáveis. Há ainda
uma outra gama de opções de drogas que podem colaborar no
retardamento da doença. Várias drogas encontram-se em
experiência em laboratórios por todas as partes do mundo.

Existe uma vacina contra a doença de Alzheimer?


Não há uma vacina disponível para a doença de Alzheimer. Essa
abordagem está sendo investigada e é muito promissora. A
vacina estimularia o sistema imunológico para reconhecer,
detectar e evitar a formação das placas neuríticas e da deposição
de amilóide, substância tóxica para os neurônios.

Os antiinflamatórios não hormonais podem tratar a doença de


Alzheimer?
Existem fortes evidências de que a doença de Alzheimer está
associada com processos inflamatórios cerebrais e que esse tipo
de droga pode ajudar.

Alguns cientistas defendem a tese de que pessoas com alto risco


de desenvolverem a doença poderiam evitar ou no mínimo
retardar a evolução utilizando essa estratégia terapêutica. Casos
de evolução muito rápida seriam candidatos naturais a esse tipo
de abordagem. Os efeitos colaterais são muitos e bastante sérios
fazendo com que esses pacientes devam ser acompanhados
com muito cuidado e sob estrita supervisão médica.

A reposição hormonal pode ser usada para tratar a doença de


Alzheimer?
Várias pesquisas estão sendo conduzidas no sentido de
determinar se a administração de estrógenos retarda a evolução
e/ou reduz o risco de se desenvolver a doença.

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Cuidador de idosos

Estudo recente concluiu que a administração de estrógeno em


conjunto com progesterona aumentou o risco da doença em duas
vezes quando comparada com o grupo que não fez uso da
medicação.

Existem compostos como as isoflavonas que mimetizam a ação


dos hormônios femininos.

Parece que, por serem naturais, obtidos através da soja,


beneficiam os pacientes sem apresentar os efeitos indesejáveis
dos hormônios.

Mais estudos precisam ser realizados mas essa não deixa de ser
uma opção interessante.

O colesterol alto representa algum risco para a doença de


Alzheimer?
Recentemente alguns estudos sugerem fortemente a associação
de níveis elevados de colesterol com a doença de Alzheimer.
Atualmente estão em curso estudos controlados para determinar
se essa correlação é verdadeira. Por outro lado, sabe-se que o
colesterol sérico elevado é comprovadamente um importante
fator de risco para doenças cardiovasculares devendo ser tratado
independente dessa possível correlação.

É verdade que alguns nutrientes e vitaminas devem ser


administradas em conjunto com o tratamento convencional?
Existem demências relacionadas com níveis baixos de vitaminas
do complexo B, especialmente a vitamina B12, B1 e ácido fólico.
Estudos recentes demonstraram que pacientes com doença de
Alzheimer apresentam níveis elevados de Homocisteína
(substância passível de ser quantificada por exame de sangue).
Essa substância estaria relacionada com a teoria do “stress
oxidativo” e seus níveis podem ser controlados com orientação
nutricional e/ou com a administração de folato. Com base nesse
mesma teoria, a suplementação de Vitamina C e de Vitamina E
pode resultar em neuroproteção.

Como o familiar e cuidador (a) pode encontrar informações e


ajuda sobre a doença?
A informação correta associada à solidariedade ainda são as
armas mais poderosas no enfrentamento dessa grave questão

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humana e de saúde pública. Um site foi construído exatamente


para preencher essa lacuna
definitivamentewww.alzheimermed.com.br

Artigos de Interesse
Estudo aponta que religião é fator preventivo contra
depressão em idosos

Resultados do estudo realizado pelo Instituto Israelita de


Responsabilidade Social Albert Einstein com mais de 500 idosos
da comunidade judaica, ao longo de um ano, revelam que a
depressão atinge homens e mulheres na mesma proporção,
estando presente em 33% dos participantes. Outro dado revela
ainda que 41% não possuem esperança. Por outro lado,
constatou-se que 80% daqueles que não são deprimidos
possuem compromisso com crença ou religião.

Iniciado em 2005, o Estudo Epidemiológico da Comunidade Idosa


Judaica mapeou e monitorou a saúde da população idosa, com
objetivo de analisar os processos e fatores determinantes do
envelhecimento da população com mais de 60 anos. A avaliação
global da saúde abordou aspectos como qualidade de vida,
religiosidade, independência, cognição, depressão, nutrição,
atividade física, exame físico com 18 procedimentos (peso,
estatura, Índice de Massa Corpórea, entre outros) e mais de 30
exames laboratoriais como colesterol, hemograma e glicemia.
Também foram aplicados questionários individuais e em grupo.

Os resultados apontaram que idosos deprimidos possuem menor


número de amigos nas atividades religiosas, realizam menos
práticas religiosas em relação aos não-deprimidos e têm
tendência à religiosidade extrínseca (caracterizada por vivência
menos espiritualizada). Geralmente, esse hábito é encontrado
entre as pessoas que “herdam” sua crença religiosa, não
existindo uma relação reflexiva diante do ato de escolha religiosa.
Neste caso, a divindade tende a ser olhada como um instrumento
de satisfação de desejos impulsivos ou egocêntricos. O estudo
constatou que a religiosidade extrínseca está presente em 40%
dos idosos deprimidos e em apenas 20% dos idosos não-
deprimidos.

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Cuidador de idosos

Por sua vez, a prevalência de religiosidade intrínseca é um


aspecto presente em quase 80% dos idosos não-deprimidos.
Esse tipo de religiosidade é compreendido como uma vivência
mais espiritualizada, que tende a transcender o conforto e a
convenção social, em que há uma busca por um aumento do
compromisso com a crença ou religião.

“Sabemos que a população em geral está envelhecendo. No


entanto, ainda há uma carência de estudos populacionais no
Brasil para compreender quem são e quais as necessidades
dessas pessoas. Os resultados desse levantamento apontam
características epidemiológicas que poderão ser estendidas à
população paulistana acima de 60 anos, determinando ações
preventivas para o controle das doenças crônicas e também a
forma mais adequada de gestão da saúde desse público. Por
exemplo, a importância da religiosidade como proteção contra a
depressão abre novas possibilidades de atuação”, afirma o
geriatra Fábio Nasri, coordenador do projeto. “O perfil cultural
homogêneo da amostra também permitirá futuras comparações”,
acrescenta.

Fonte: http://www.hospitalar.com/cientificas/not0097.html

***

1. A China, os idosos e o desequilíbrio entre os sexos


13/12/2006

Enquanto vive um processo de queda abrupta das taxas de


natalidade, a China – o país mais populoso do mundo, com 1,3
bilhão de habitantes - está envelhecendo: em 2005, a quantidade
de chineses com 60 anos ou mais correspondia a 11,3% da
população, ou cerca de 147 milhões de pessoas. Em 2010, essa
fatia deve aumentar para 12,57% da população, ou 174 milhões
de pessoas. Os números são da Comissão Nacional de
População e Planejamento Familiar, responsável pela política do
filho único desde a década de 80.

Paralelamente a isso, destaca-se uma contradição: a falta de

127
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Cuidador de idosos

boas condições de vida para os mais velhos, num país em que


previdência, para muitos, significa ser sustentado pelo filho – isso
somente se ele tiver nascido homem - e o controle de natalidade
é rígido e permite apenas um filho por casal, com exceções para
determinados casos e regiões.

Segundo reportagem do jornal O Globo de julho deste ano, o


número de idosos que recebem aposentadoria na China se limita
a 48 milhões, de acordo com o governo do país. Essas pessoas
se concentram nas grandes cidades. O sistema previdenciário
urbano existe somente desde 1997. Os empregadores
contribuem com o equivalente a 20% do salário do funcionário,
que por sua vez contribui com 8%. Para se aposentar é preciso
ter sido contribuinte por pelo menos 15 anos quando atingir a
idade mínima, que é de 60 anos para os homens, 55 anos para
as mulheres filiadas ao Partido Comunista e 50 para as demais.

Pela tradição, filho homem cuida dos pais idosos

Ao limite de apenas um filho por casal imposto pelo governo


chinês, associa-se a questão da grande discrepância entre o
número de homens e mulheres que compõem a população
chinesa. A proporção varia entre 100 meninas para cada 117
homens e 100 para cada 130, em determinadas regiões da
China, segundo o censo realizado no ano de 2000.

De acordo com a tradição chinesa, o filho homem cuida dos pais


e os sustenta quando eles envelhecem, e por ser mais forte pode
também trabalhar na lavoura. Enquanto isso, as meninas, quando
se casam, vão embora de casa e não acompanham os pais na
velhice. Há ainda a questão do dote: as mulheres historicamente
dão um dote para a família dos maridos – o que acaba
associando o homem à riqueza e a mulher ao prejuízo para a
família.

Nas áreas rurais, os casais que têm uma filha podem engravidar
novamente, com o objetivo de ver se na segunda vez nasce um
menino. Nas áreas que contêm parques industriais, é permitido
que casais tenham dois filhos. Em qualquer lugar da China,
casais podem engravidar uma segunda vez se tiverem o primeiro
filho com algum problema físico ou mental. A regra geral é de

128
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Cuidador de idosos

apenas um filho, desde 1979. O limite, mesmo quando permitidas


as exceções, é sempre de dois filhos por casal.

Para evitar o peso que recai sobre os filhos de sustentar os pais


idosos por falta de um programa de previdência social eficiente, o
governo da cidade de Cantão vem pedindo, de forma inédita, que
os casais formados por filhos únicos tenham dois filhos. O
objetivo é combater o rápido envelhecimento da população e
garantir mão-de-obra para algumas indústrias, que vêm
enfrentando uma nunca vista falta de empregados qualificados.
Ao mesmo tempo, com a intenção de ajudar os filhos únicos que
têm filho a sentir menos o peso de sustentá-lo e ainda ser
responsável por seus pais, o Comitê de Planejamento
Populacional e da Família de Cantão afirmou também que irá
submeter à prefeitura uma proposta de estabelecimento de uma
linha de crédito subsidiada para as famílias com dificuldades de
criar filhos.

A vontade dos casais de terem um bebê do sexo masculino e a


rígida política de controle de natalidade estão relacionados aos
abortos freqüentemente cometidos quando os pais descobrem
que o feto é do sexo feminino - mesmo sendo ilegais o aborto e
as esterilizações forçadas no país. Os médicos da China, apesar
de serem proibidos de identificar o sexo do bebê, não estão
sujeitos a penalidade legal – apenas administrativa -, pois não há
nem mesmo a caracterização legal do que seria um aborto
cometido pelo conhecimento prévio do sexo do bebê.

Para mudar esse quadro, o Comitê Permanente do Congresso


Nacional do Povo (CNP) vem tentando aprovar um projeto de lei
que tornaria crime a identificação do sexo do feto. Há grupos, por
outro lado, que defendem o direito dos pais de saberem o sexo
de seus filhos.

Se chegam a ter as filhas, casais não raro as largam na rua ou


em orfanatos oficiais, onde se vê pouquíssimos meninos. Além
disso, o destino das meninas nascidas pode não ser dos
melhores: os cuidados com sua saúde costumam ser mínimos,
em relação aos que um garoto receberia – o que parece estar
associado aos números da Organização Mundial de Saúde,
segundo a qual a mortalidade de crianças abaixo dos cinco anos

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Cuidador de idosos

de idade é de 27 em cada mil entre os meninos e de 36 em cada


mil entre as meninas.

***

Idosos fogem da Holanda com medo da eutanásia

Asilo na Alemanha converte-se em abrigo para idosos que fogem


da Holanda com medo de serem vítimas de eutanásia a pedido
da família. São quatro mil casos de eutanásia por ano, sendo um
quarto sem aprovação do paciente.

O novo asilo na cidade alemã de Bocholt, perto da fronteira com


a Holanda, foi ao encontro do desejo de muitos holandeses
temerosos de que a própria família autorize a antecipação de sua
morte. Eles se sentem seguros na Alemanha, onde a eutanásia
tornou-se tabu depois que os nazistas a praticaram em larga
escala, na Segunda Guerra Mundial, contra deficientes físicos e
mentais e outras pessoas que consideravam indignas de viver.

A Holanda, que foi ocupada pelas tropas nazistas, ao contrário, é


pioneira em medidas liberais inimagináveis na maior parte do
mundo, como a legalização de drogas, prostituição, aborto e
eutanásia. O povo holandês foi o primeiro a ter o direito a morte
abreviada e assistida por médicos. Mas o medo da eutanásia é
grande entre muitos holandeses idosos.
Estudo justifica temores – Uma análise feita pela Universidade de
Göttingen de sete mil casos de eutanásia praticados na Holanda
justifica o medo de idosos de terem a sua vida abreviada a
pedido de familiares. Em 41% destes casos, o desejo de
antecipar a morte do paciente foi da sua família. 14% das vítimas
eram totalmente conscientes e capacitados até para responder
por eventuais crimes na Justiça.

Os médicos justificaram como motivo principal de 60% dos casos


de morte antecipada a falta de perspectiva de melhora dos
pacientes, vindo em segundo lugar a incapacidade dos familiares
de lidar com a situação (32%). A eutanásia ativa é a causa da
morte de quatro mil pessoas por ano na Holanda.

Margem para interpretação fatal – A liberalidade da lei holandesa

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Cuidador de idosos

deixa os médicos de mãos livres para praticar a eutanásia de


acordo com a sua própria interpretação do texto legal, na opinião
de Eugen Brysch, presidente do Movimento Alemão Hospice, que
é voltado para assistência a pacientes em fase terminal, sem
possibilidades terapêuticas. Para Brysch soa clara a regra pela
qual um paciente só pode ser morto com ajuda médica se o seu
sofrimento for insuportável e não existir tratamento para o seu
caso. Mas na realidade, segundo ele, esta cláusula dá margem a
uma interpretação mais liberal da lei.
Uma conseqüência imediata das interpretações permitidas foi
uma grande perda de confiança de idosos da Holanda na
medicina nacional. Por isso, eles procuram com maior freqüência
médicos alemães, segundo Inge Kunz, da associação alemã
Omega, que também é voltada para assistência a pacientes
terminais e suas respectivas famílias.

A lei determina que a eutanásia só pode ser permitida por uma


comissão constituída por um jurista, um especialista em ética e
um médico. Na falta de um tratamento para melhorar a situação
do paciente, o médico é obrigado a pedir a opinião de um colega.
Mas na prática a realidade é outra, segundo os críticos da
eutanásia e o resultado da análise que a Universidade de
Göttingen fez de sete mil casos de morte assistida na Holanda.

Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,1050812,00.html

***

Origem do DIA DO IDOSO - 27 de setembro


O Dia Nacional do Idoso foi estabelecido em 1999 pela Comissão
de Educação do Senado Federal e serve para refletir a respeito
da situação do idoso no País, seus direitos e dificuldades.

A população no mundo está ficando cada vez mais velha e,


segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), por volta de
2025, pela primeira vez na história, haverá mais idosos do que
crianças no planeta.

131
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Cuidador de idosos

O Brasil, que já foi celebrado como o país dos jovens, tem hoje
cerca de 13,5 milhões de idosos, que representam 8% de sua
população. Em 20 anos, o País será o sexto no mundo com o
maior número de pessoas idosas. O dado serve de alerta para
que o governo e a sociedade se preparem para essa nova
realidade não tão distante.

O avanço da medicina e a melhora na qualidade de vida são as


principais razões dessa elevação da expectativa de vida em todo
o mundo. Apesar disso, ainda há muita desinformação sobre as
particularidades do envelhecimento e o que é pior: muito
preconceito e desrespeito em relação às pessoas da terceira
idade, principalmente nos países pobres ou em desenvolvimento.
No Brasil, são muitos os problemas enfrentados pelos idosos em
seu dia-a-dia: a perda de contato com a força de trabalho, a
desvalorização de aposentadorias e pensões, a depressão, o
abandono da família, a falta de projetos e de atividades de lazer,
além do difícil acesso a planos de saúde são os principais.

Segundo pesquisa do IBGE, em 1999, apenas 26,9% do total de


idosos no País possui algum plano de saúde, sendo que em
algumas regiões como o Nordeste essa taxa ainda cai para 13%.
As mulheres são ainda mais afetadas, porque vivem mais tempo
e, em geral, com menos recursos e menos escolaridade.

Diante desse quadro, o governo brasileiro precisa elaborar, o


mais rápido possível, políticas sociais que preparem a sociedade
para essa mudança da pirâmide populacional.

(Fonte: Jornal A Voz da Serra, de Nova Friburgo-RJ).

Em Portugal, o dia do idoso é comemorado no primeiro dia do


mês de Outubro.

++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
+++++++++++++++++++++++++

O Dia do Idoso é atualmente comemorado no Brasil no dia 1º de


Outubro e tem como objetivo a valorização do idoso.
Até o ano de 2006, esta data era celebrada no dia 27 de
Setembro, porém, em razão da criação do estatuto do idoso em

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Cuidador de idosos

1º de Outubro, o dia do idoso foi transferido para esta data de


acordo com a lei número 11.433 de 28 de Dezembro de 2006.

***

Campanha da Fraternidade 2003

A possibilidade de chegar aos 100 anos nunca foi tão grande. O


progresso está prolongando a vida, mas criando também diversos
e grandes desafios:

o que fazer com esta legião de idosos e idosas?


Como garantir-lhes uma velhice saudável?
Será que vale a pena viver tanto?
A Campanha da Fraternidade 2003 quer ajudar a sociedade e a
Igreja a refletir e a agir para que haja uma real preocupação com
a velhice, a etapa mais longa da existência humana, para que
seja marcada pela vida, pela dignidade e pela esperança.

A VELHICE

Ter vida longa sempre foi uma aspiração da humanidade e, viver


bem, um direito do ser humano
Todos querem viver mais, mas ninguém quer ficar ou ser
considerado velho. Todos gostam de serem vistos como novos.
Novos no corpo e novos na mente. Novos no coração e com
capacidade de amar.
O BRASIL É UM PAÍS JOVEM?

O Brasil é caracterizado como um país jovem, no entanto, sua


população está mudando de cara. O país está ficando mais
velho, e de forma rápida, bem mais veloz do que em outros
países. A população com mais de 60 anos aumentou de 4%, em
1940, para 8,6%, em 2000. Hoje, são mais de 15 milhões, sendo
que, em 2020, a população com mais de 60 anos atingirá a cifra
de 15% (33 milhões, 6 vezes a população da Dinamarca).

Causas do envelhecimento da população:

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• Diminuição da taxa de fecundidade das mulheres que, de uma


média de 6 filhos, em 1960, em 1991 já baixava para 2,5

• Aumento da longevidade. No ano de 1980, era de 57,2 anos


para o homem e 64,3 para a mulher, enquanto que, em 2000, já
era de 64,8 anos para o homem e 72,5 anos para a mulher.

Portanto, em vinte anos, a estimativa de vida aumentou 7,6 anos


para o homem e 8,2 anos para a mulher.

Outros fatores que influenciam no envelhecimento da população:


redução da mortalidade, melhoria de infra-estrutura sanitária,
avanços científicos, etc.

SITUAÇÃO DOS IDOSOS

Que bom, hoje o ser humano vive mais, mas a sociedade ainda
não conseguiu atender adequadamente a esta parcela da
população. Portanto, embora o aumento da longevidade seja uma
conquista da humanidade, o envelhecer com qualidade de vida é
um dos grandes desafios da sociedade moderna. Delicada é, de
fato, a situação do idoso em nossas famílias e no seio da
sociedade de consumo que, com seu espírito de produtividade,
rendimento e eficiência, considera um peso a presença do idoso.

O envelhecimento da população é um fenômeno mundial. Isso


traz importantes repercussões no campo social e econômico. É o
que acontece no Brasil, onde a infra-estrutura que atende a essa
população é precária, no que diz respeito a serviços, programas
sociais e de saúde, particularmente para os idosos de baixa
renda.

O Brasil, que sempre se considerou um país jovem, não se


preparou para a realidade de 15 milhões de sexagenários, um em
cada dezesseis habitantes.

A aposentadoria, conquista que deveria proporcionar um tempo


de descanso e de realização de antigos sonhos, para a maioria
dos idosos significa uma grave queda do poder aquisitivo,
dificultando assim o pagamento do aluguel, da alimentação e dos
remédios. Esta situação piora ainda mais quando as famílias se
encontram sem condições de cuidar de seus anciãos.

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Cuidador de idosos

CULTO AO CORPO

Hoje existe um verdadeiro culto ao corpo. Multiplicam-se assim


as academias de ginástica, as cirurgias plásticas, os cosméticos
e as drogas que prometem milagres.

A idéia subjacente a essas práticas é a de que a velhice feliz


consiste em parecer jovem, o que leva muitos idosos a
valorizarem a juventude que possuíram, vivendo do passado e
desconhecendo os valores da sua própria velhice que ainda
poderia ser repleta de vivências e realizações.

Nota-se também que, enquanto a ciência prolonga a vida do ser


humano, a sociedade desestimula a participação da população
idosa nos processos socioeconômicos e culturais. O mesmo diga-
se do desinteresse dos meios de comunicação pela causa dos
idosos.

A pressão social atua para negar a velhice enquanto tal,


valorizando a pessoa que consegue disfarçá-la fisicamente
(velhos “bem conservados”) e/ou psicologicamente (velhos “de
espírito jovem”).

INCAPACIDADE OU EXPERIÊNCIA?

Nesse sentido, são as gerações mais novas que designam aos


idosos seu lugar, status e papel. Na sociedade industrializada
ocidental, o idoso quase não é ouvido e salienta-se, antes de
tudo, a incapacidade mais do que sua experiência. Alega-se que
a velhice traz prejuízos à saúde física e mental.

Por detrás dessas concepções fica evidente uma visão


reducionista da pessoa humana, que só vale pelo que produz, e
não pelo que é. Diga-se, porém, que esta discriminação acontece
quase que exclusivamente com os mais pobres, pois são
inúmeros os casos de dirigentes idosos que se mantêm
longamente no poder.

Uma vez que o ancião se retira do mundo do trabalho,


simultaneamente se afasta daquilo que dá sentido e prestígio
nessa sociedade: o processo de produção. Conseqüentemente,
ao invés de ser respeitado e valorizado, ele é tratado como

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criança, pessoa sem incidência efetiva. Trata-se de uma


verdadeira conspiração silenciosa contra a velhice.

Mas nem sempre é assim, pois, em outros tipos de sociedade,


encontramos os papéis inversos: os idosos são honrados por
causa de sua rica experiência, tendo assim uma participação
importante.
Fica claro, portanto, que uma das preocupações em relação aos
idosos e à sociedade que envelhecerão deve ser a valorização
dos talentos da terceira idade. Valorizando a capacidade que
ainda possuem e estimulando seus dons, certamente eles
“envelhecerão vivendo, e não viverão envelhecendo”.
PERIGOS DA VELHICE

A velhice, como todas as etapas do desenvolvimento humano


traz consigo uma situação de crise existencial. Essa crise se
apresenta em três dimensões:

• Crise de identidade: necessidade de novas relações consigo


mesmo, com as demais pessoas e com o mundo dos valores.

A capacidade de se aceitar, de estar de bem com a vida, é


fundamental para uma vida saudável.

• Crise de autonomia: Ser “dependente”, receber e não poder dar


é, para muitos, uma idéia terrível, uma lição difícil de aprender.

• Crise de pertença: necessidade de novas relações com a


sociedade. É preciso substituir os papéis sociais que vão se
perdendo por outros, adequados ao próprio estado de vida, para
não se cair na frustração. Daí a necessidade de estratégias de
socialização dos idosos que, pelo fato de não irem mais trabalhar,
desfazem-se do relacionamento com uma porção de
companheiros.

Às vezes chega a viuvez e a solidão aumenta, já que a


comunidade não valoriza mais a sua participação. A este ponto
não é de se estranhar que alguns idosos entrem em estado de
depressão.

UM PRÊMIO!

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Cuidador de idosos

A vida longa é um prêmio. A velhice pode ser um tempo de


intenso desenvolvimento social e espiritual. Não há nada que
justifique a exclusão dos velhos.

Quem envelhece não deseja que sua vida sofra uma contração,
pois, apesar das perdas, das dificuldades e dos problemas, o
idoso quer viver, contando com a ajuda de sua experiência e ser
premiado por ter lutado sempre.

Mas isso não é automático. Para pensar a velhice do futuro, é


preciso muita criatividade. O tempo do velho deve ser
reinventado.

Os exemplos não faltam. Basta observar as portas das escolas


infantis e das creches. Quem leva as crianças e quem vai buscá-
las? Quem as alimenta e cuida delas quando os pais trabalham?
Quem vai à feira e ao supermercado? Quem põe seu lar à
disposição dos filhos que não têm casa?

Mas, lamentavelmente, esse ser disponível, com trabalho e sem


salário, quando necessitado, infelizmente e injustamente é
considerado um peso.

Fonte: Texto-Base 2003


Mauri Heerdt

***

ESPIRITUALIDADE DA TERCEIRA IDADE


Esta é uma das áreas mais esquecidas no campo do
envelhecimento: uma espiritualidade para os mais anciãos. Se
houve grandes progressos na medicina, nutrição, transporte e
outros fatores ligados aos idosos, o mesmo não se pode dizer da
teologia, da filosofia ou da ética.

É preciso explorar melhor as dimensões mais profundas do


envelhecimento e oferecer-lhe uma espiritualidade que dê sentido
à vida humana neste momento mais difícil.

Entre as principais características para uma espiritualidade da


Terceira Idade, podemos destacar:

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Cuidador de idosos

A assistência religiosa: Cultivar a religiosidade do idoso é


ajudá-lo a descobrir os valores humano-religiosos de sua idade e
a viver esse tempo de sua existência na serenidade e na paz que
só Deus sabe dar. É ajudá-lo a descobrir que mesmo os
sofrimentos podem ser ocasião de crescimento interior, tanto
para quem sofre como para os outros.
Otimismo e realismo: Encarar a realidade com clareza e
coragem. A fé e a esperança nos ensinam a olhar para a frente,
para a estrada que ainda temos que percorrer.
Contemplação: uma espiritualidade mais plena exige a abertura
para a contemplação: saber parar, refletir, encontrar a Deus na
oração e na prática da caridade.
Celebrar: esta idade pode trazer grandes alegrias, tais como
chegar às bodas de ouro, ver os filhos se realizarem, ter velhos
amigos. Isso tudo pode se tornar motivo de festa e celebração.
Autocompreensão: é fundamental aceitar a própria realidade.
Aceitação que não significa resignação, mas aquela atitude e
dignidade que vem da consciência esclarecida do processo
natural da vida.
Relacionar-se: A felicidade dos idosos depende muito do
entrelaçamento de relações estabelecidas com o cônjuge, com os
filhos e netos e também no interior da sociedade mais ampla:
amigos, vizinhos...
Conviver é contribuir: Para que a velhice não seja vazia e
monótona, é preciso continuar a perseguir ideais que dêem
sentido à vida: dedicação a instituições, trabalho social e político,
intelectual... O amor é o critério último para o discernimento de
toda autêntica espiritualidade, em qualquer idade.
Ser um eterno aprendiz: a assimilação de novos
conhecimentos, atitudes e hábitos pode ocorrer em qualquer
idade.

PARA OS AMIGOS DOS ANCIÃOS

Já faz muitos anos que nasci.


Muitas coisas boas e ruins aconteceram na minha vida, mas não
estou cansado de viver!
A vida nunca cansa, porque é amor, e o amor não cansa e nem
se cansa de amar.
Senhor!

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Cuidador de idosos

Não sei quanto tempo tenho ainda para viver, mas tudo aceito
como dom precioso de tuas mãos.
Quero só o que tu queres, e só desejo o que tu, Senhor, desejas
para mim.
Senhor!
Às vezes sinto que o meu corpo está cada vez mais frágil, mas,
de tudo isto, não tenho medo e nem quero ter, porque tu, Senhor,
és meu Pastor e nada me falta.
Senhor!
Se não posso enxergar com os olhos do corpo, que possa ver
com os olhos da fé.
Se os meus pés não podem mais andar, que eu seja peregrino e
missionário no exercício do amor.
Se nada posso fazer que exija força, que eu tenha plena
confiança na tua bondade.
Senhor!
Dai-me a força da esperança para crer no amanhã.
Que eu sirva somente de estímulo para todos os que de mim se
aproximarem.
Que eu seja, com a tua força e a proteção de Maria, um idoso
experiente e alegre.
Nada de amargura e raiva esteja em mim.
Senhor!
Dai-me a alegria de ver os jovens realizarem seus ideais, e que
eu saiba oferecer-lhes os meus.
Que tenha a consciência da minha missão de ser fermento, sal e
luz.
Que os jovens, olhando para mim, já experiente na vida, possam
sentir e descobrir que vale a pena viver, com amor radical, o dom
da vida.
Senhor!
Não estou cansado de viver!
Quero viver com alegria!
Quando e como Tu quiseres, quero partir deste mundo...
Se viver neste mundo é tão bom, sem dúvida será bem melhor
viver contigo por toda eternidade. Amém!
Frei Patrício Sciadini

A família é o lugar onde os idosos têm o direito de se sentirem


em casa.
Não permita que eles “chorem” hoje, para que amanhã você

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Cuidador de idosos

venha a
amargar um futuro sem sentido.
Só o amor é capaz
de superar os conflitos
de idade e de mentalidade
PARA REFLETIR

1 - Que lugar ocupam os idosos em nossa família?

2 - Nós escutamos o passado dos idosos?

3 - Admitimos e respeitamos o presente dos idosos?

4 - Atendemos as necessidades dos idosos?

Testamento e Inventário
Testamento e Inventário

Se nos relacionamos com pessoas e coisas ao longo de nossa


vida para formar um patrimônio, com a morte, esse patrimônio
será transferido aos nossos herdeiros. Dessa sucessão aos
herdeiros cuida o Direito das Sucessões.

No relacionamento das pessoas entre si para celebrar contratos


(Direito das Obrigações) e do relacionamento das pessoas com
as coisas para adquirir propriedade (Direito Real), formamos um
patrimônio, por isso, o Direito Civil é conhecido como o “direito
dos ricos”.

Propriedade e herança são dois direitos que estimulam a


capacidade produtiva das pessoas, em benefício direto da família
e indireto da sociedade como um todo.

Quem vai primeiro se beneficiar com o nosso trabalho será os


familiares.

A expressão sucessão em direito, ela pode ser tanto inter vivos,


como mortis causa. A sucessão inter vivos interessa ao direito
obrigacional/contratual.

A sucessão que nos interessa agora é a sucessão “mortis causa”,


ou seja, em decorrência da morte.

140
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Cuidador de idosos

Art. 1786 do CC – A sucessão “mortis causa” se dá 1º - por lei ou


2º - por disposição de última vontade.

A sucessão por lei é a sucessão legal.

A sucessão por disposição de última vontade é a sucessão


testamentária.

Toda sucessão ou é decorrente da lei ou do testamento, ou então


decorrente dos dois.

Na sucessão por lei quem determina para quem vão os bens é a


lei: 95% das sucessões em nosso país são legais.

Já a sucessão testamentária é exceção em nosso costume, se dá


por disposição de última vontade = testamento. Todavia, mesmo
havendo testamento, a lei vai limitar essa liberdade de testar para
resguardar os familiares mais próximos que são os filhos e o
cônjuge.

Por que a sucessão testamentária é rara?

1°) a gente nunca acha que vai morrer.


2°) Se a gente morre sem testamento, os nossos bens vão para
nossos filhos, a quem mais queremos bem, então não
precisamos testar.
3°) Pela burocracia, despesa em cartório.

Esses 3 (três) argumentos nos levam a desprezar o testamento.


Mas há um novo artigo do CC de 2002 que pode aumentar os
testamentos, porque agora, o cônjuge herda em igualdade com
nossos filhos. Uma coisa é deixar seus bens para os filhos, outra
coisa é deixar para os cônjuges em condições de igualdade com
os filhos, especialmente nos casamentos desgastados. O tempo
irá dizer se agora as pessoas mal casadas vão ter a preocupação
de testar para beneficiar os filhos mais do que o cônjuge.

Na sucessão legal, não há testamento ou ele foi anulado,


teremos sempre a figura dos herdeiros que são aqueles que
sucedem a título universal, porque tanto recebe os créditos como
os débitos, até o limite da herança.

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Cuidador de idosos

Na sucessão testamentária, deveremos encontrar herdeiros


sucedendo a título universal, mas poderemos encontrar
legatários, porque estes sucedem a título singular, ou seja,
legatário não responde pelas dívidas do falecido.

Com base na cláusula testamentária, se o testador deixa a


exemplo 13 do seu patrimônio, ou 10% deste patrimônio para
alguém, está testando a título universal, mas se deixa coisas
individualizadas, especificadas: casa na praia, colar de
diamantes, etc., está testando a título singular.

O herdeiro assume a posse logo, já o legatário não assume, só


assume no final do processo de inventário, quando se verificar
que a herança é solvível, ou seja, pode pagar as dívidas do
falecido.

Art. 1784 do CC – Destaca-se: a herança transfere-se logo aos


herdeiros, o legado não se transfere logo. Se a herança não
pagar as dívidas, o legatário não vai receber seu colar de
diamantes.

É vantagem ser legatário porque não responde pelas dívidas da


herança, em compensação só entra na posse após se verificar
que a herança é solvível; ressalto que herdeiro só paga as
dívidas do falecido dentro dos limites da herança, afinal ninguém
herda só dívida.

Parágrafo 1° art. 1923 do CC – depende da herança ser solvível.


De acordo com a Nova Lei 11.441/2007, altera alguns
dispositivos da Lei 5.869/73 do C.P.C, possibilitando a realização
de inventário por via administrativa. Abaixo a Lei na íntegra:

LEI Nº 11.441, DE 4 DE JANEIRO DE 2007

Altera dispositivos da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -


Código de Processo Civil, possibilitando a realização de
inventário, partilha, separação consensual e divórcio consensual
por via administrativa.

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OPRESIDENTEDAREPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:
Art. 1º Os arts. 982 e 983 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de
1973 - Código de Processo Civil, passam a vigorar com a
seguinte redação:

"Art. 982. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-


se-á ao inventário judicial; se todos forem capazes e concordes,
poderá fazer-se o inventário e a partilha por escritura pública, a
qual constituirá título hábil para o registro imobiliário.

Parágrafo único. “O tabelião somente lavrará a escritura pública


se todas as partes interessadas estiverem assistidas por
advogado comum ou advogados de cada uma delas, cuja
qualificação e assinatura constarão do ato notarial." (NR)

"Art. 983. O processo de inventário e partilha deve ser aberto


dentro de 60 (sessenta) dias a contar da abertura da sucessão,
ultimando-se nos 12 (doze) meses subseqüentes, podendo o juiz
prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento de parte.

Parágrafo único. (Revogado). (NR)


Art. 2º O art. 1.031 da Lei nº 5.869, de 1973 - Código de
Processo Civil, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1.031. A partilha amigável, celebrada entre partes capazes,
nos termos do art. 2.015 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de
2002 - Código Civil, será homologada de plano pelo juiz,
mediante a prova da quitação dos tributos relativos aos bens do
espólio e às suas rendas, com observância dos arts. 1.032 a
1.035 desta Lei.

.................................................................................... ...........” (NR)

Art. 3º. A Lei nº 5.869, de 1973 - Código de Processo Civil, passa


a vigorar acrescida do seguinte art. 1.124-A:

"Art. 1.124-A. A separação consensual e o divórcio consensual,


não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados
os requisitos legais quanto aos prazos, poderão ser realizados

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por escritura pública, da qual constarão as disposições relativas à


descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e,
ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome
de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o
casamento.

§ 1º A escritura não depende de homologação judicial e constitui


título hábil para o registro civil e o registro de imóveis.

§ 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os contratantes


estiverem assistidos por advogado comum ou advogados de
cada um deles, cuja qualificação e assinatura constarão do ato
notarial.

§ 3º A escritura e demais atos notariais serão gratuitos àqueles


que se declararem pobres sob as penas da lei.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5º Revoga-se o parágrafo único do art. 983 da Lei nº 5.869,
de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Brasília, 4 de janeiro de 2007; 186º da Independência e 119º da


República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Márcio Thomaz Bastos

Dieta para Envelhecer Bem e com Saúde


Dieta para envelhecer bem e com saúde

por Jocelem Salgado

Quando falamos em nutrição de


idososno Brasil temos um cenário Alimentação
desanimador. Segundo dados da equilibrada é
Pesquisa Nacional sobre Saúde e fundamental para que
Nutrição (PNSN), estima-se que no as pessoas envelheçam
nosso país existam cerca de 1,3 bem, com boa
milhões de idosos com baixo peso, capacidade de gerir sua
sendo que a desnutrição representa, própria vida de forma
atualmente, mais de 35% nos registros autônoma, com o

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de mortes de idosos nas mínimo de limitações


regiõesmetropolitanas. físicas e mentais

Um estudo desenvolvido na Unicamp confirmou que os


idosos não estão se alimentando como deveriam. A
pesquisa, resultado da tese da Dra. Glaucia Maria Navarro
de Abreu Ruga avaliou os hábitos alimentares de 94 pessoas
com idade entre 55 e 83 anos. Os resultados mostraram que
dois terços das pessoas não se alimentavam
adequadamente e que havia um consumo insuficiente de
cálcio, magnésio, zinco, vitamina B6 e ferro. A quantidade
média de calorias por dia era de apenas 900, dieta digna de
top model, quando o valor recomendado para essa faixa
etária é cerca de 1.500 calorias diárias. O estudo mostrou
também que o consumo de fibras era muito baixo, o que
gerava queixas freqüentes de problemas intestinais. A
preferência dos idosos por alimentos industrializados prontos,
mais fáceis de preparar, foi considerada a maior responsável
pelas carências nutricionais.

Mais idosos

De acordo com dados do IBGE, estima-se que em 2050 o


número de idosos no Brasil será igual ao número de jovens:
as pessoas com mais de 60 anos, que hoje representam
cerca de 5% da população, serão 18%, mesma porcentagem
dos que terão entre zero e 14 anos. Em pouco mais de
quatro décadas, o número de pessoas com 80 anos ou mais
chegará a aproximadamente 13,7 milhões.
Esses números mostram que o país precisará investir em
políticas públicas tanto para criar condições de oferecer
atendimento médico adequado a essa população como para
divulgar a importância dos hábitos saudáveis para a
obtenção de uma qualidade de vida superior. Principalmente
porque em outro espectro encontramos também idosos
obesos, que ao contrário daqueles avaliados pelo estudo da
Unicamp, exageram no consumo de calorias diárias,
consomem grandes quantidade de gorduras e açúcares e

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Cuidador de idosos

não praticam nenhuma atividade física.

As conseqüências de todo esse desequilíbrio alimentar (falta


ou excesso de nutrientes) tem causado um avanço
assustador de doenças que debilitam e matam anualmente
milhares de brasileiros. De acordo com o relatório
"Preventing Chronic Disease : a vital investment" da
Organização Mundial de Saúde, divulgado em outubro de
2005, doenças crônicas não transmissíveis como as
cardiovasculares, diabetes, câncer, entre outras, são
responsáveis por 72% de todas as mortes no Brasil. Isso
equivale a 928 mil mortes/ano de um total de 1.289 milhões
de mortes e representa um prejuízo anual de US$ 3 bilhões
ao nosso país.

Viver...melhor

Bons alimentos ajudam a envelhecer melhor. Por isso, é


importante ter uma alimentação equilibrada e saudável desde
criança para chegar em plena forma à maturidade. Contudo,
modificações nos hábitos alimentares e a prática de
exercícios físicos podem trazer também grandes benefícios
mesmo para as pessoas que já chegaram à meia-idade e
nunca tiveram um estilo de vida saudável. Sempre há tempo
para tentar reverter a situação.
Veja algumas dicas para quem quer envelhecer bem e com
saúde:
- Calorias: a partir dos 55 anos o metabolismo torna-se mais
lento e com isso o risco de se perder massa magra
(músculos) e ganhar gordura corporal é maior. A
necessidade de calorias diminui para homens (cerca de 600
calorias/dia a menos) e mulheres (cerca de 300 calorias/dia a
menos). Procure diminuir o consumo de alimentos
energéticos e pouco nutritivos, como doces, refrigerantes,
alimentos gordurosos, frituras, massas.
- Carboidratos: Não exagere, dê preferência aos

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carboidratos presentes em grãos integrais como trigo


integral, aveia, centeio, e leguminosas como a soja e o feijão.
O ideal é que os idosos consumam quatro porções diárias:
pão integral no café da manhã e no lanche e arroz integral
com feijão no almoço e na jantar, por exemplo.
- Proteínas: Você não pode deixar faltar proteínas em sua
alimentação. Elas ajudam a manter a musculatura e reforçam
o sistema imunológico. O ideal é consumir cerca de 0,8 a
1,0g de proteína por quilo de peso ao dia. Assim, uma
pessoa que pesa 60 kg, deve consumir algo em torno de 60g
de proteínas ao dia. Peixes, aves sem pele, carnes magras,
laticínios desnatados, e leguminosas como feijão, soja, grão
de bico, ervilhas e lentilhas são as melhores fontes de
proteínas para as pessoas de meia idade. A clara do ovo
pode ser consumida todos os dias, enquanto que a gema é
indicada apenas 3 vezes por semana. No quesito proteínas,
uma novidade fica por conta do colágeno hidrolisado, uma
proteína que já está disponível no mercado e que promete
repor parte do colágeno corporal perdido com o avançar da
idade.
- Gorduras: Muito cuidado com elas - os idosos têm mais
dificuldade que os jovens em se livrar delas. Em quantidades
adequadas formam hormônios, enzimas, etc. Em excesso
acumulam-se nos tecidos adiposos aumentando o peso, e o
que é pior, facilitam a deposição do colesterol nas artérias,
causando obstrução e aumentando o risco de infartos.
Consuma com moderação gorduras saudáveis como aquelas
presentes no azeite de oliva, castanhas, abacate e óleos de
peixes marinhos, canola, milho e girassol.
- Vitaminas e minerais: Encontrados em todos os alimentos,
mas em quantidades excepcionais nas hortaliças e frutas. A
menos que haja alguma restrição médica, pode-se comer
esses alimentos à vontade. Recomenda-se pelo menos
quatro porções de verduras e legumes e três de frutas todos
os dias, variando ao longo da semana de forma que vários
tipos de vitaminas e minerais possam ser consumidos.
- Água: A necessidade de água aumenta com a idade, até
porque os rins nem sempre funcionam tão bem. Tome de
sete a oito copos por dia. Você ainda se beneficia com a

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Cuidador de idosos

melhora na digestão e evita prisão de ventre.


- Não fique sem comer, nem substitua refeições por chá com
torradas ou sanduíches. O ideal é fazer cinco ou seis
pequenas refeições equilibradas por dia.

- Cuidado com o sal. Com o passar da idade, existe uma


menor percepção do sabor salgado, e isso pode fazer com
que as pessoas utilizem mais sal na comida do que devem.
Um perigo para quem tem pressão alta. A dica é caprichar
nas ervas e condimentos naturais, que acentuam o sabor em
vez de salgar demais.

- Não descuide das fibras na alimentação: a ausência delas


colabora com a prisão de ventre, que é freqüente nessa
idade. Trocar o pão e o arroz brancos por suas versões
integrais, ou fazer um belo prato de mamão com aveia no
café da manhã, são jeitos fáceis de aumentar a quantidade
de fibras na alimentação.

- Lembre-se: A alimentação equilibrada é fundamental para


que as pessoas envelheçam bem, com boa capacidade de
gerir sua própria vida de forma independente e autônoma,
com o mínimo de limitações físicas e mentais.

Informações podem ser obtidas no site


http://www.hcanc.org.br/dmeds/psiq/psic2.html.

Cuidar do Idoso Doente no Domicílio


EXTRATO NA ÍNTEGRA DE ARTIGO CIENTÍFICO

CATTANI, R. B.; GIRARDON-PERLINI, N. M. O. - Cuidar do


idoso doente no domicílio na voz de cuidadores
familiares. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 06, n. 02,
2004. Disponível em www.fen.ufg.br

"Categoria 1. Ser cuidador familiar: uma opção ou uma


obrigação?

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Cuidador de idosos

Definir quem será o cuidador familiar de um idoso doente no


domicílio constitui-se numa situação em que a família, na maioria
das vezes, necessita reorganizar-se e negociar possibilidades,
que incluem identificar, conforme o parentesco, a disponibilidade
de tempo e o desejo pessoal, quem poderá assumir essa tarefa.

A partir das informações obtidas junto aos colaboradores deste


estudo percebemos que o grau de parentesco tem influência
decisiva na escolha de quem irá cuidar, ou seja, quanto mais
próxima for a relação familiar, mais chances tem esta pessoa de
vir a ser a responsável pelo cuidado do idoso, conforme descrito
na literatura.

Alguns entrevistados referiram que assumiram o cuidado do


idoso doente porque entendem ser uma obrigação matrimonial,
tanto de esposo como de esposa, pois uma vez casados
constitui-se em dever um cuidar do outro até o fim da vida.
Atribuem esta responsabilidade ao acordo firmado perante Deus,
por ocasião do matrimônio, em que se comprometeram a partilhar
alegrias e tristezas, além de estarem juntos na saúde e na
doença, conforme pode ser evidenciado nas seguintes
manifestações:
“A senhora sabe que antigamente a gente, tendo, casado, fez
aquele juramento pra Deus e as coisas assim, nas horas boas
e nas horas ruins, a gente tem que estar sempre junto, pra
cuidar, eu tenho que cuidar, o que eu vou fazer, abandonar não
dá”.” (He-man)
Esta obrigação também é mencionada por aqueles que tem uma
vida em comum, que mesmo não tendo formalizado a sua união
de acordo com um ritual religioso ou num contrato civil, sentem-
se com o mesmo tipo de responsabilidade.

“Penso assim que, que eu tenho que cuidar dele, porque estou
junto com ele. É meu companheiro, então tenho que cuidar”.
(Shenna)
Em investigação realizada por SILVA (1995) na qual buscou
conhecer as relações de gênero e poder entre cuidadoras –
mulheres e pacientes acometidos por Acidente Vascular Cerebral
(AVC) e que perderam sua independência, constatou que para
algumas cuidadoras a “opção” de cuidar é vista como uma
obrigação que está embutida no seu papel de esposa, estando

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Cuidador de idosos

relacionado ao projeto de vida do casal, já que o casamento se


constitui em um projeto de vida comum que inclui a questão do
cuidado pelo outro.

Associado ao fato de cuidar como uma função inerente ao


casamento, evidencia-se que também existe um componente
afetivo que conduz essa atuação e contribui para que um cônjuge
cuide do outro: o sentimento de carinho, de gostar do outro, como
pode ser percebido nesta fala:

“Mas porque, é meu esposo, a gente cuida, é uma pessoa que


a gente quer bem, a gente cuida nem que não seja esposa,
que seja mãe, cuida, Não há como um porque, não há uma
obrigação eu acho, e sim gostar da pessoa. Eu acho que, que
mais que obrigação é um dever que a gente tem, um cuidar do
outro, tem que ser, quando não der mais, terá que se arrumar
uma pessoa mais”. (Sherra)
O cuidar se apresenta como uma manifestação de afeto, pois
como diria o poeta, “quem ama, cuida”, e a concepção popular de
amar remete a essa forma de compromisso com o outro. Na
língua portuguesa cuidar denota “aplicar a atenção; o
pensamento; ter cuidado com os outros e consigo mesmo; tratar
de assistir”, dentre outros sinônimos (FERREIRA, 1999, p. 589).

Embora a cuidadora refira-se ao afeto como motivação para


cuidar, evidencia-se que cuidar de seu esposo também é um
dever, mais que uma obrigação, podendo se notar o expressivo
traço cultural, no qual sendo esposo, tem que ficar junto e
dedicar-se na realização dos cuidados. Assim, podemos
depreender que o componente afetivo apresenta-se como um
fator importante e influencia na escolha do cuidador, porém este
estará acompanhado de valores impostos pela cultura familiar, ou
seja, os direitos, deveres e obrigações dos membros da família.

Dever é definido como se ter obrigação ou necessidade de; ser


devedor de; aquilo a que se está obrigado por lei, pela moral,
pelos costumes, incumbência ou obrigação; sendo que obrigação
é definida como dever; imposição; tarefa necessária;
compromisso; motivo de reconhecimento; favor; serviço;
preceito...(FERREIRA, 1999). Assim, quando o cuidador se refere
a seu dever ou a sua obrigação, podemos considerar que este

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Cuidador de idosos

está se referindo a uma obrigação moral determinada, expressa


em uma regra de ação, que nesse caso é o cuidar.

Culturalmente, a sociedade espera essa atitude dos casais e,


segundo KARSCH (1998), para cuidadoras esposas, o ato de
cuidar está embutido no seu papel de mulher casada, a partir do
compromisso assumido e selado desde o momento do
matrimônio. Este compromisso associa-se a valores como
responsabilidade e obrigação e o dever como um sentimento
natural e subjetivo. Cuidar do companheiro, enquanto puder,
enquanto tiver forças, tem uma representação para os
cuidadores, no sentido de ser valorizado e reconhecido pelas
outras pessoas, por aquilo que faz. De certo modo, há um
heroísmo que os torna respeitados perante a sua comunidade,
pois estão cumprindo com suas obrigações.

Nesse sentido, SOMMERHALDER & NERI (2001) em uma


investigação com 15 mulheres cuidadoras principais de idosos de
alta dependência identificaram que os benefícios relatados por
estas estavam relacionados a crescimento pessoal, senso de
auto-realização, senso de significado e senso de reciprocidade.
No aspecto social os ganhos relacionaram-se à valorização
social, à satisfação pelo cumprimento de normas sociais e
benefícios às relações familiares.

Também MENDES (1995) reforça a idéia de que os cuidadores


entendem a atividade de cuidar como um dever moral decorrente
das relações pessoais e familiares inscritas na esfera doméstica,
visto que muitos cuidadores não se viam como tais e, a partir do
momento que necessitam desempenhar tal papel, o assumem
como uma exigência decorrente do viver em família.

O dever, entretanto, refere-se a ações impostas por normas


sociais. Estas por sua vez, estão inscritas num conjunto de
crenças e valores compartilhados entre membros de uma
sociedade, sendo que a família é o lugar da transmissão,
introjeção e manutenção dos valores.

Para os casais, principalmente, os idosos, cuidar de seu


companheiro(a) é tido como uma etapa normal e esperada no
processo de envelhecer o que, como diz MENDES (1995), faz,
muitas vezes, com que “o cuidador de um idoso doente e

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Cuidador de idosos

dependente seja outro idoso, que por sua vez também pode ter
restrições em sua saúde, porém, encontra-se em melhores
condições, o que os possibilita cuidar”.

Quando o cônjuge não pode desempenhar esse papel ou já é


falecido, a responsabilidade pelos cuidados passa a ser
uma obrigação filial. Os filhos referem que cuidam porque não há
outra alternativa, pois “mãe é mãe”. O sentimento para com o
idoso é fortuito, cuidam pelo amor que sentem pelo genitor,
procurando aceitar seus defeitos, e pelos laços de afeto que os
une.
“Olha eu, eu faço, porque isso tem que fazer, ela é minha mãe,
tudo, o que eu vou fazer, tem que fazer igual e (...) suportar o
que a mãe é”. (Super-homem)
Quando os idosos precisam de ajuda, os filhos adultos costumam
assumir o papel de cuidadores, por terem um vínculo afetivo e
uma responsabilidade culturalmente definida, conhecida como
“obrigação filial” (Bleiszner, apud PAVARINI et al., 2001).

Ser cuidador da própria mãe (ou pai) transcende o ato em si, pois
resgata o carinho, o amor, as desavenças do cotidiano e
possibilita a retribuição de valores, de cuidados e também, de
certa forma, o fato de existirem.

“Eu (filha) tenho amor por ela, à gente se não fosse ela, a
gente não estava no mundo”. (Mulher Maravilha)
“É eu cuido, é minha mãe, tenho carinho por ela. É o que eu
posso fazer hoje por ela, é cuidar”. (Super-homem)
Mesmo que esta obrigação seja vista como um fator inerente à
condição de filhos, outras figuras se apresentam neste estudo
como cuidadoras. A neta, embora não seja filha, sente-se como
tal e, portanto, imbui-se da mesma obrigação filial. Ao residir com
a avó, passou a cuidá-la diariamente, sentindo-se responsável
por ela. Além disso, separada dos pais, por motivos familiares,
relata que com o passar do tempo, do carinho e da atenção da
avó a considera como a própria mãe.

“Se eu fosse escolher eu não ia escolher cuidar dela, aí então


como surgiu eu cuidar dela, eu aceitei. Daí fosse uma escolha
assim, no meu ver, antes eu não ia querer cuidar de uma
pessoa idosa doente, mas surgiu a oportunidade, então eu vim
cuidar. Também ficou na minha responsabilidade e eu fiquei

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Cuidador de idosos

aqui então. E eu tenho um carinho de mãe com ela, o carinho


que a minha mãe não teve por mim ela teve”. (Bat girl)
A responsabilidade que lhe foi imposta frente às circunstâncias
familiares sem possibilidade de optar ou não por tal tarefa, fez
com que o cotidiano fosse moldando a relação familiar e a
realização dos cuidados para com a idosa doente, na esfera
familiar. Tornar-se cuidador de um familiar idoso e dependente no
domicílio implica em alguns fatores que levam o cuidador a
assumir-se como tal, como, por exemplo, ser o familiar mais
próximo e do fato dos outros se desvencilharem do cuidado.

Também, como cuidadora identifica-se à nora, que cuida da mãe


de seu esposo. Ambos residem no mesmo domicílio e, como
nestas ocasiões, em que alguém necessita de cuidados no
âmbito familiar, alguém tem de executar, a nora, devido às
contingências, assumiu esta tarefa. Considerando que o cuidado
é culturalmente desempenhado pela figura feminina, a nora o
realiza, pois o filho precisa trabalhar e considera esta uma tarefa
a ser desempenhada pela mulher. Refere também que realiza um
sistema de rodízio com uma das filhas da idosa, quando uma ou
outra precisa viajar, porém ainda fala que os outros filhos se
desvencilharam do cuidado, então alguém precisa realizá-los.

“Vou cuidar dela até quando ela precisar de mim, enquanto eu


puder, eu cuido. Por isso que enquanto eu puder e tiver saúde
eu cuido dela, agora o dia que eu não puder mais, daí as filhas
vão ter que assumir ela daí. Por enquanto sou eu que estou
assumindo e vou assumir até enquanto der, pra cuidar dela.
Gosto dela, quero bem e tudo e os outros não querem, não tem
muita vontade de cuidar, então alguém tem que cuidar”.
(Mulher Gato)
A colaboradora explicita que enquanto puder desenvolver os
cuidados à sogra irá fazê-los, entretanto quando isto não for
possível, enfatiza que as filhas é que deverão assumir os
cuidados. De certa forma, sua mensagem deixa transparecer que
na sua concepção esta função compete às filhas, e não a ela.

O assumir o fato de ser o responsável pelo cuidado não é uma


opção, porque em geral, o cuidador não toma a decisão de
cuidar, mas esta se define na indisponibilidade de outros
possíveis cuidadores para cuidar e, quanto mais o cuidador se

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Cuidador de idosos

envolve, mais os não-cuidadores se desvencilham do cuidado


(KARSCH, 1998). Assim percebemos que, uma vez assumindo, o
cuidado dificilmente é transferível.

A aceitação de ser cuidador se dá, geralmente, num processo


que pode ser explicado como uma forma de “impulso” inicial e ou
de slipping into it (escorregar para dentro) conforme Ungerson
(1987), Lewis & Meredith (1988) apud MENDES (1995). Ou seja,
em princípio, a pessoa, num ato espontâneo e impulsivo assume
o cuidar ou, sem perceber, vai assumindo pequenos cuidados e
quando percebe já é o cuidador principal, estando completamente
comprometido. “É como se de um lado o cuidador escorregasse
cada vez mais para dentro da situação e, de outro, os não -
cuidadores deslizassem cada vez mais para fora dela” (KARSCH,
1998, p.138).
Categoria 2 : Sendo cuidador familiar de idoso doente no
domicílio
Sentimentos do cuidador: da gratidão a resignação
Desempenhar a tarefa de cuidar do idoso doente e dependente
no domicílio deflagra diferentes sentimentos que são vivenciados
pelos cuidadores diariamente. Alguns entrevistados relatam que
para ser cuidador é imprescindível ter algumas qualidades, que
os possibilitem resistir ao cotidiano. Têm que se conformar,
“agüentar” cuidar do idoso, pois não há o que fazer. Segundo
eles, qualquer atitude, como abandonar a função, brigar com o
idoso e os outros familiares, não mudará a situação de ser
cuidador, nem a situação do idoso doente, pois este continuará
dependente e possivelmente não haja outra pessoa para assumir
o cuidado. Assim, não podendo abdicar de tais
responsabilidades, acabam sentindo-se impotentes diante da
situação e a aceitam como imutável, resignando-se às
circunstâncias.
“Em cuidar eu me sinto bem, fazer o quê, estou junto, tenho
que cuidar, tenho que agüentar”. (Sherra)
[...] Ele está doente, tenho que cuidar. Paciência. E se não tem
paciência, e daí?”(Sherra)
Outra colaboradora ainda expressa a “raiva” como um sentimento
passageiro, mas que se faz presente frente ao cuidar. Muitas
vezes torna-se incomodada pela condição de ser cuidadora, de
ter que cuidar de alguém doente, entretanto, afirma que o

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sentimento é temporário, efêmero e que com o passar do tempo,


na medida do possível, tudo volta ao “normal”.
“Me dava raiva assim, mas depois que a raiva passava, daí
(...)”. (Tempestade)
“Bem, às vezes tem umas resmunguinhas ou outra, mas ela
não aceita, às vezes a gente briga por causa de remédio dela e
outras coisas, mas é coisinha, assim”. (Bat girl)
O cotidiano do cuidado favorece o surgimento de sentimentos de
insatisfação por parte do cuidador e a manifestação do seu
descontentamento, entre outros motivos, pode produzir situações
de conflito entre ele e o familiar. Refletir sobre estes
desencontros desencadeia sentimentos ambíguos para ambos os
lados. Ao cuidador o sentimento de compaixão pela dependência
do idoso e de desagrado pelas limitações que lhe impõe a
condição de cuidador. Ao familiar que está sendo cuidado, a
indignação pela dependência e o reconhecimento pela ajuda
recebida. Conforme KARSCH (1998), o cuidador não pode ficar
pensando nos problemas de relacionamento que poderão surgir
no decorrer do cuidado, mas este deve fazer o que tem que ser
feito, porque, ao ficar preocupado, não cuida e nem muda a
situação.

Considerando as motivações que permeiam a tarefa de cuidar,


evidencia-se no cuidado uma forma de agradecimento
pelas experiências vividas e pelos cuidados e atenção recebidos
no passado. A fala abaixo expressa esse sentimento.
“Então eu acho que chegou a vez de eu retribuir o que ela fez
por mim”. (Batman)
“Eu tenho carinho por ela, ela me deu amor. Então agora tenho
que cuidar dela, retribuir pra ela”. (Bat girl)
Sentimentos de gratidão são perceptíveis, principalmente, nas
relações em que os filhos são cuidadores dos pais. SILVA (1995)
em sua pesquisa com cuidadoras de adultos dependentes,
analisando a relação mães-filhas, conclui que as filhas ao
assumirem os cuidados querem retribuir o que a mãe fez ao
longo de suas vidas, especialmente no período em que
dependiam dos pais para a sua manutenção. É como se fosse
uma espécie de “retribuição” pelos esforços realizados pela mãe
ao criá-las.

Sentindo-se inexperiente frente à demanda de cuidados

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Cuidador de idosos

O exercício de cuidar do idoso doente no domicílio é um


aprendizado constante, baseado nas necessidades físicas e
biológicas e de acordo com o nível de dependência do idoso. Na
maioria das vezes se torna difícil, pela inexperiênciado cuidador,
atender as demandas que vão surgindo no transcorrer do
processo do cuidar e que necessitam ser aprendidas no
enfrentamento do cotidiano.
Atividades que parecem ser simples, para quem já as
desenvolve, se tornam árduas para quem nunca precisou
enfrentá-las. Assim, o cuidar, que inicialmente abrange atividades
simples que se limitam a ajudar na realização de atividades da
vida diária, como ajudar no vestir-se ou a servir de apoio para
andar na rua, podem, gradativamente, ir se complexificando e
exigindo do cuidador conhecimento e habilidades para o exercício
do cuidar de acordo com as necessidades físicas do idoso.

“Daí, eu tive que aprender como dar banho nela em cima da


cama, eu tive que aprender como trocar de roupa nela, os
cuidados que tinha que ter pra não dar aquelas feridas no
corpo dela, tudo eu tive que aprender”. (Batman)
“Eu tive que aprender a lidar com o oxigênio, com tudo,
praticamente. Desde as pequenas coisas”. (Sherra)
Com isso, o processo de tornar-se cuidador é gerado no
enfrentamento diário, segundo Mendes (1995), aprendendo a
lidar com as necessidades do idoso doente e muitas vezes, tendo
que se adaptar a elas. Também, nesse sentido, GIRARDON-
PERLINI (2001, p.118) em um estudo com cuidadores familiares
principais de pessoas incapacitadas em decorrência de AVC que
cuidam no domicílio, identificou que a maioria dos cuidadores
referiu ter “aprendido a cuidar na prática do dia – a – dia, como
um autodidata, fazendo, errando e acertando e, em segundo
lugar, observando e auxiliando a enfermagem durante a
internação, o que reflete também um aprender por si mesmo”.

Os cuidadores descrevem que tiveram que incorporar e


desenvolver a cada dia uma nova gama de cuidados, adequando-
os às necessidades do idoso que, conforme a dependência vai se
apresentando no transcurso da evolução de sua doença, o que
torna o cotidiano cansativo e repetitivo. Referem que as noites
são mal dormidas, geradas pela preocupação em saber se o

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Cuidador de idosos

idoso está bem, pelo compromisso de administrar medicamentos


nos horários corretos e pela repetição de tarefas.

“Em casa tenho que cuidar de noite e dia, durmo um sono e me


acordo, pra ir lá atender ele, ver se tá coberto, tapado, dar um
remédio (...). E é isso (...). Acordar, levantar, tratar de
esquentar uma água”. (Shena)
“Eu fui cuidando ele, conforme as necessidades dele e cada
vez mais, eu tive que ir fazendo as coisas pra ele, até chegar
um ponto assim, que agora eu que dou banho, eu que tenho
que ajudar ele a pôr na cadeira, às vezes nem na cadeira não
dá pra ir, tem que colocar fralda, então, e (...)”. (Sherra)
Outros colaboradores mencionaram que iniciaram os cuidados
conforme as necessidades que o idoso doente apresentava,
porém, com o passar do tempo, a dependência do mesmo foi
aumentando e a sobrecarga de cuidados também, posto às
exigências da evolução da doença. Percebemos que os
cuidadores sentem-se sobrecarregados pela demanda de
cuidados e, também, por terem que realizar tarefas que até então
eram atividades pessoais do idoso, realizadas por eles próprios,
como tomar banho e ir ao banheiro e que agora, com o avanço
da patologia, tem de ser executada pelo cuidador.

Ser cuidador de um idoso doente e dependente seja ele parcial


ou total, no âmbito doméstico, como refere MENDES (1995), é
uma atividade absorvente que preenche o dia, e às vezes, à noite
da pessoa que assume cuidar deste familiar, pois o cotidiano é o
espaço do imediato em que os indivíduos devem operar as
atividades através do saber prático.

As mudanças que se instalam na nova dinâmica de vida do


cuidador estão, principalmente, relacionadas a re-acomodação
das atividades, com reformulação de horários, preparação de
uma alimentação, muitas vezes, diferenciada, administração de
medicamentos, estabelecimento de uma rotina para exercícios e
atividades de conforto que incluem efetuar a higiene pessoal,
pentear o cabelo, escovar os dentes, cortar as unhas, fazer a
toalete, vestir, despir, locomover de um lugar para outro, subir
escadas, sentar, levantar, deitar, entre outras (MENDES, 1995;
KARSCH, 1998).

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Cuidador de idosos

Assim, ao cuidador familiar é apresentada a necessidade de


incorporar a nova realidade ao seu cotidiano, muitas vezes árdua
e desgastante, conforme o que o idoso doente apresenta, e
conviver com ela.

Sentindo cansaço físico e emocional


Associado ao aprendizado constante do cuidar, posto o
enfrentamento do cotidiano e a repetição de cuidados para com o
idoso doente e dependente no âmbito domiciliar, surge, dentre os
entrevistados, manifestações relacionados a cansaço físico e
emocional.

Cansaço emocional, conforme FREITAS et al. (2002), se


caracteriza pela perda progressiva de energia, fadiga e
esgotamento emocional. Reflete a situação em que os
trabalhadores não podem dar de si no âmbito afetivo. Trata-se de
uma diminuição da energia vital, assim como dos recursos
emocionais. É uma experiência de desgaste psicológico
ocasionado pela assistência cotidiana prestada a usuários que
demandam ajuda. Já o cansaço físico pode ser entendido como
fraqueza causada por exercício ou doença e ainda por atividades
que exige esforço físico, agregado a repetição das mesmas
(FERREIRA, 1999).

O cuidar diariamente de alguém que apresenta dependência


pode significar o desenvolvimento de atividades que envolvem
esforço físico para a prestação de alguns cuidados e, também,
estar atento à execução de determinados procedimentos que
exigem concentração e planejamento antecipado do que será
feito, afim da obtenção de resultados satisfatórios no cuidado que
tem de ser realizado. Com o tempo vão surgindo características
estressantes da atividade de cuidar, o desgaste físico e
emocional dos cuidadores.

“Que, a cabeça da gente é muita coisa né. É a mesma coisa


que a senhora tivesse cansada demais, bem cansada, a
senhora não dorme direito e essa canseira na cabeça da gente
que vem de certo, essa amoaceira, essa canseira e a gente
fica assim’’.( He-man)
Como pode ser observado, as noites tornam-se mal dormidas e o
acúmulo de preocupações, que envolvem a prática do cuidar
fazem com que o cuidador fique “amoado” e sentindo-se “fraco

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Cuidador de idosos

mentalmente”, referindo-se ao cansaço emocional causado pelo


estresse da responsabilidade de cuidar diariamente do idoso
doente.

Postos às exigências do cuidar, os colaboradores deste estudo


demonstraram que cuidar de um idoso doente no domicílio é uma
tarefa cansativa, pois lhes ocupa muito tempo. Além das
atividades que envolvem o cuidado ao idoso doente no domicílio,
aliam-se a estes os afazeres domésticos que consomem outra
parte do tempo, tendo, com isso, que organizar as ações de
modo a conseguir dar conta da demanda de todos os trabalhos.

“Canso, mas Deus o livre, estou cansada mesmo. A filha dele


diz que está cansada e vai descansar, mas eu tenho que lavar
roupa, limpar a casa, fazer a comida (...)”. (Shena)
As atividades relacionadas ao lar, como aponta KARSCH (1998),
estão inscritas nas necessidades de tarefas a serem
desenvolvidas pelos cuidadores no dia-a-dia, sendo que isto
imputa a eles uma jornada de trabalho que, muitas vezes,
estende-se ao longo do dia e para a qual não contam com ajuda
de outras pessoas. Conciliar as atividades domésticas com os
cuidados pessoais e os cuidados ao idoso dependente exige
habilidade na organização do tempo e da execução dos mesmos.

Analisando cuidadoras – mulheres de adultos acometidos por


AVC, SILVA (1995) constatou que a maioria das cuidadoras
admite que sua vida mudou radicalmente após assumir esse
papel, pois além das tarefas caseiras aumentarem, o idoso
normalmente precisa ser auxiliado nos cuidados pessoais. O
cansaço foi o sentimento mais comum entre as cuidadoras, e nos
casos em que o paciente tinha incontinência urinária e/ou de
fezes, essa situação era mais aguda, pois, na sua maioria, era
somente a cuidadora que lidava com a troca de roupas.

Também se referindo aos afazeres dos cuidadores, FREITAS et


al. (2002) menciona que estes percebem o cuidar como um
trabalho solitário e gerador de sobrecarga, principalmente de
natureza física, que se expressa em cansaço, insônia e
problemas de saúde.

Percebe-se que em certas ocasiões os cuidadores se sentem


esgotados, sem condições para cuidar, porém como o idoso não

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Cuidador de idosos

pode se autocuidar nem, muitas vezes, colaborar nos cuidados, o


cuidador tem de fazer as atividades, superando as próprias
dificuldades e limitações. Diante do desgaste pessoal e da
dependência do outro, chega a se questionar se o familiar
realmente não consegue cooperar nos cuidados, surgindo dai um
certo conflito interno e de culpa por estar em dúvida quanto a
dependência do outro. Esta constatação pode ser reforçada com
a afirmação de FREITAS et al. (2002) de que cuidar não é uma
situação linear em que são vivenciados sempre os mesmos
sentimentos e por isso existem conflitos e ambivalências.

A gente diz que também não está, como é que a gente diz,
assim, com muita vontade de fazer isso. Isso cansa, fico
nervosa e até a gente não devia ficar, porque ele também não
tem culpa, mas a gente pensa, será que ele está tanto assim
que, não podia se ajudar um pouco”. (Sherra)
Para SILVA (1995) o esgotamento físico e emocional relatado
pelas cuidadoras, está associado a múltiplos fatores. Além das
tarefas dos cuidados, sofrem pressão cotidiana decorrentes do
próprio estado de saúde do doente, que gera a dependência
física e emocional; da falta de ajuda de outros familiares; das
dificuldades financeiras para a manutenção da própria família; da
ausência de suporte formal por parte do Estado, como por
exemplo, atendimento domiciliar médico, de enfermagem, de
fisioterapia e medicamentos. Prestar cuidados a um idoso muitas
vezes leva o cuidador a reestruturar sua vida, alterando
costumes, rotinas, hábitos e até mesmo a natureza de sua
relação com o idoso (NERI, 1993).

As exigências no cuidar , de acordo com FREITAS et al. (2002),


parecem ser mais fortes no início de cada nova atividade, porém
o senso de sobrecarga pode se estabilizar ou diminuir ao longo
do tempo, em virtude de uma variedade de processos que
ocorrem na vida do cuidador, tais como aprender a desempenhar
as tarefas, reorganizar-se de acordo com suas disponibilidade e
com as demandas ou estabelecer novos níveis de adaptação
para comportamentos e estados psicológicos. Além disso, a
evolução da doença pode ocasionar mudanças no curso das
exigências.

Outro fator a contribuir no desgaste emocional dos cuidadores


está relacionado às dificuldades financeiras. Diante da

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Cuidador de idosos

impossibilidade de suprir todas as necessidades que o familiar


necessita e que a doença exige, se sentem impotentes e tristes.

“É, nessas condições, e de qualquer maneira, eu só me sinto


triste às vezes, quando eu não posso alcançar o que ele
precisa, que nem sempre eu posso fazer o que ele precisa,
tanto financeiro como ... Mais o financeiro, que é difícil, porque
ele, é uma doença que requer muito, só alimentação é muito
cara e, às vezes tu tem dinheiro, às vezes não tem”.
(Tempestade)
“Quê, cuidar não é nada vizinha, pior são as dificuldades que a
gente tem, por exemplo, pra comprar um remédio, as coisas
financeiras e tal, paga isso, aquilo e a gente ganha pouco,
dinheiro de aposentado já viu, é pouca coisa, duzentos pila,
duzentos e poucos pila, então tudo isso vai acumulando, a
gente vai indo”. (He-man)
Quando comparam o ato de cuidar com os gastos para atender
as necessidades dos idosos, ponderam que cuidar não é tão
oneroso, pois o mais difícil é dar conta dos custos que a doença
exige para suprir todas as carências do idoso. Como maioria dos
participantes do estudo dependem dos valores recebidos como
aposentados da previdência social, referem que o valor recebido
pelos benefícios, às vezes, a única fonte de manutenção e
sobrevivência, é insuficiente para atender as necessidades
básicas do idoso doente e dependente.

Assim, diante das limitações financeiras, buscam, primeiramente,


suprir as necessidades do idoso, pois os gastos com a doença
são ordem prioritária sendo que os gastos domésticos e pessoais
podem ser deixados em segundo plano.

Cuidar sentindo a perda de liberdade e sendo solitário


Os cuidadores deste estudo além de mencionar o cansaço físico
e emocional como fatores desgastantes desencadeados durante
o processo de cuidar referem, também, a necessidade de “abrir
mão” de atividades que eram praticadas habitualmente, antes de
se tornarem cuidadores familiares. Ser cuidador de um idoso
doente na esfera domiciliar é, na maioria das vezes, ter que
negligenciar sua própria vida ou parte dela. A prioridade, neste
momento, é cuidar de seu familiar doente, realizar o que ele
necessita abdicando de suas próprias vontades.

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Cuidador de idosos

Um dos maiores obstáculos apontados enquanto vivenciam o


processo de cuidar é a impossibilidade de sair de casa, passear,
pois, de forma geral ficam atrelados à responsabilidade e a
preocupação diária com a doença e cuidado do idoso. A pouca
realização de atividades de lazer no cotidiano e a limitadas
possibilidades de conversar com outras pessoas contribuem para
o sentimento de solidão e de perda da liberdade.

“Não tenho liberdade, faz anos que eu já não tenho mais a


liberdade pra sair, assim passear, a senhora pensa, bá, capaz,
saía ali, já tinha que estar em casa de volta. Gente doente em
casa é uma coisa ou outra, chega uma pessoa a gente sempre
com aquele cuidado, aquela coisa, aquela aflição parece dentro
da gente”. (Heman)
“Minha vida é sofrida, porque a gente fica assim sem poder
sair, tem que ficar em casa isolada e se eu saio um pouquinho
ela está chamando, ela está procurando, se eu vou sair eu
tenho que falar bem com ela, explicar bem pra ela o que eu vou
fazer”. (Mulher Maravilha)
Como diz MENDES (1995), existe uma dinâmica no processo de
cuidar que é uma relação tensionada onde os sujeitos envolvidos,
cuidador e idoso dependente, constroem seus espaços
respectivos, dentro dos limites dessa nova relação pessoal.
Desse modo, os cuidadores também apontam que a perda da
liberdade se desencadeia pelo vínculo e pela dependência que o
idoso manifesta, ou seja, quanto mais o doente necessita de
cuidados ou se sente sozinho, mais o cuidador tende a ficar
“isolado” no domicílio para cuidar deste.

Para cuidadoras de um estudo realizado por SILVA (1995), o


sentir-se privado do contato nas relações com amigos e parentes
é bastante visível, já que a possibilidade de sair de casa é cada
vez mais escassa e as visitas são mais esporádicas. Este
afastamento das pessoas faz com que as cuidadoras busquem
alternativas para o seu próprio suporte emocional que substituem
o diálogo com as pessoas, tais como: chorar, rezar ou isolar-se.

Nesse sentido, MENDES (1995) considera que fatores


psicossociais interferem na forma dos sentimentos dos
cuidadores serem objetivados no cotidiano do cuidador e do

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Cuidador de idosos

idoso, sendo comum à busca de valores religiosos como suporte


para a aceitação deste cotidiano e dos sentimentos que afloram.

Os colaboradores manifestaram, ainda, que as condições do


idoso são fatores preponderantes na realização de atividades
extra-domiciliares. Muitas vezes, para desenvolverem ações
voltadas ao lazer, como sair à noite, ou visitar amigos, há
necessidade do idoso estar bem, caso contrário, a atenção
precisa estar constantemente voltada a este, e o cuidador tem
que readequar seus planos.

“Às vezes eu não realizo tudo que quero realizar. Às vezes


quero sair à noite e não dá, porque tenho que pensar nela,
então (...). Tudo depende de como ela está no dia, como ela
levanta. Se está bem, ela pode ficar um pouco mais sozinha,
senão não dá pra deixar. Tudo depende de como ela está”.
(Bat girl)
“Então eu digo, às vezes eu tenho vontade de sair, ir numa tia
minha, mas não posso, num domingo, ir lá almoçar, mas não
posso fazer o que quero, tenho que ficar cuidando da “vó”, ela
não pode caminhar muito, então eu fico e é assim”. (Mulher
gato)
Cuidar de uma pessoa dependente faz com que o estilo de vida
do cuidador seja modificado em função das necessidades do
outro. Independente do fato do cuidador ser uma pessoa jovem
ou idosa, suas atividades de recreação e convívio social acabam
sendo alteradas e dando a este a sensação de não ter autonomia
para gerenciar a própria vida e ter de viver em torno do outro. O
indivíduo que necessita dos cuidados, por sua vez, “cobra” a
presença do cuidador e nem sempre reage favoravelmente às
ausências.

Como bem explicita MENDES (1995), “a falta de liberdade e os


momentos solitários vivenciados pelos cuidadores fazem com
que o cuidador e o idoso se lancem numa relação de busca,
querendo (re)montar, (re)fazer, (re)estabilizar uma vida cotidiana
nos moldes anteriores, o que já não é mais possível pela
demanda dos cuidados e pela dependência do idoso para com o
cuidador”. O processo de reconstrução da vida do cuidador é
conflitante, exige tempo para desenhar um novo cotidiano, novas
articulações, novos personagens, novas identidades que nascem

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Cuidador de idosos

de uma descontinuidade, mas mantém-se articuladas pela


história de cada um (MENDES, 1995).

Em meio à solidão de ficar inserida somente no meio domiciliar e


não ter liberdade para realizar o que gosta, os participantes deste
estudo apontaram que, mesmo com a preocupação de cuidar do
idoso doente e isto ser um fator gerador de dificuldades no
enfrentamento pessoal, procuram reorganizar suas atividades de
rotina e de vida para se sentirem, além de úteis, felizes consigo
mesmo.

“E agora eu também então estou indo na ginástica ali, de


quarta e sexta, é às duas horas e demora uma hora só. É tão
pertinho, só que daí eu tenho que deixar ele fechado, ele fica
sozinho, às vezes chega gente, não tem nem quem abra a
porta, daí ficam batendo, é meio difícil, mas (...)”. (Sherra)
“Agora eu estou mais assim, porque ele melhorou, assim mais
feliz, ele melhorou, posso sair, vou no baile dos velhos, eu já
tava com as pernas meio duras de não treinar as pernas, e
agora dá pra eu ir, assim, às vezes”. (Shena)
Diante da tentativa de readequação de suas vidas, os cuidadores
principais ainda enfrentam dificuldades, pois na ausência de
cuidadores secundários, muitas vezes, o idoso acaba por ficar
sozinho no domicílio, enquanto realiza atividades fora de casa,
situação esta que gera preocupação ao cuidador.

Podemos deduzir que, com o passar do tempo, o cuidador pode


redefinir e redesenhar seu papel em relação às tarefas do
cotidiano e do cuidado, que mesmo sendo conturbado, permite a
ele vislumbrar opções de lazer e descontração. Para não
adoecer, é importante que o cuidador perceba que está vivo, que
não está doente e precisa continuar a sua vida da melhor forma
possível.

A necessidade de mostrar ao cuidador a importância do


desenvolvimento de atividades físicas e de lazer, de dedicar um
tempo a si, para que possa manter sua saúde física e mental, foi
apontado por PAVARINI et al. (2001). Esta necessidade está
relacionada ao mal - estar e a frustração gerada pelas
dificuldades para auto-cuidado, geralmente por falta de tempo,
no caso dos cuidadores que, envolvidos no cuidado, muitas
vezes, esquecem da sua própria vida. Por outro lado, os

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Cuidador de idosos

cuidadores referem que a reorganização das atividades, a fim de


se distraírem, acontece, mais facilmente, quando o idoso melhora
seu estado clínico, de debilidade e dependência.

Em uma reflexão mais abrangente e mais profunda, MENDES


(1995), mostrou em sua pesquisa que o dia-a-dia do cuidador é
radicalmente modificado pela doença. De acordo com esta
pesquisadora, na relação de cuidar e ser cuidado, velhas
relações pessoais são redefinidas, novas atividades, tanto de
rotina como de vida e relações psico – sociais são introduzidas
no seu cotidiano, e de certa forma, a doença põe em suspensão
a vida cotidiana da família. Uma nova vida cotidiana se instala
aos poucos reitroduzindo algo do velho cotidiano, no novo."

A Razão dos Direitos Humanos da Pessoa


Idosa
A Razão dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa
Fonte: http://www.idoso.ms.gov.br/artigo.asp?id=76
Núcleo de Informação do Idoso
Governo Popular de Mato Grosso do Sul

“Rugas no rosto moreno, ondas no lago sereno, vento repentino,


ares de menino. Fugas de brigas de rua, luas e luas e luas,
repentina paz, meu velho rapaz” (Gilberto Gil. O Mar e o Lago,
1996, in Quanta). Durante a Segunda Assembléia Sobre
Envelhecimento, em Madri, a ONU divulgou as projeções de uma
revolução demográfica: o número de pessoas com mais de 60
anos aumentaria de 600 milhões em 2000 para 2 bilhões em
2050. Nos países em desenvolvimento, espera-se a
quadruplicação de idosos no mesmo período. Para melhor
enquadrar a questão, mister conceber a sociedade moderna,
geometricamente, como retangular, em oposição à anterior e
clássica forma piramidal; isto é dizer que em cada década de vida
(0-9; 10-19 e assim por diante) há número equivalente de
pessoas (Stuart-Hamilton, 2002).
A busca responsável pelo equilíbrio entre tutela e autonomia,
prerrogativas e privilégios, juventude e senilidade, direitos e
deveres é um desafio jurídico, além de social e ético. A
Declaração Política da ONU sobre o envelhecimento, produzida a
partir daquele recente encontro em Madri, refere-se já em seu
primeiro artigo à meta de promover o desenvolvimento de uma

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Cuidador de idosos

sociedade para todas as idades e, naturalmente, a contribuição


das legislações para a formação de um novo paradigma de
convivialidade, diante desta nova ordem demográfica, não pode
ser desprezada. Os Direitos Humanos, entendidos através de seu
caráter universalizante, apreendidos como verdadeiro movimento
de globalização íntima, no qual são contemplados e sacralizados
apenas necessidades e interesses constantes – ainda que
historicamente expansíveis –, porque próprios da humanidade,
são a referência legítima à limitação do Poder, inclusive em plano
internacional, e se prestam a nortear condutas neste diálogo
intercultural e intergeracional.

Tais Direitos básicos nascem dos fins humanos, sobretudo


daqueles de maior significação. Do ciclo vital nascimento-
crescimento-reprodução-morte derivam todos eles, embora com
variações aduzidas pelo tempo e pelo espaço. Pacificamente
admitidos os direitos à vida, à igualdade, à alimentação, à
liberdade (inclusive procriativa, a render, no entanto, ainda
calorosos debates acerca, por exemplo, do aborto, da seleção
gênica, etc.), impõe-se a nobilitação também do direito ao
envelhecer. Assim estabelecidos os direitos, poder-se-ia pensar
que o direito da pessoa idosa corresponde ao homem em
abstrato, direito, portanto, “de primeira geração”. Entretanto, para
que finalmente seja ultrapassada a era de direitos noctifloros, que
surgem e desaparecem em um único período porque não lhes
foram asseverados sobrevivência e respeito no corpo social,
deve-se justificar estes valores na demonstração de que “são
apoiados no consenso, o que significa que um valor tanto é mais
fundado quanto mais é aceito” (BOBBIO, 1992, p.27).

Isto equivale dizer que fundamentação e justificativa estão na


imposição da realidade – envelhecida, discriminada. Neste
raciocínio – de que reconhecimento e eventual proteção de
direitos estão intimamente relacionados a um contexto social
determinado –, crê-se que só foi possível cogitar Direitos de
categorias (idosos, mulheres ou trabalhadores) ulteriormente a
certas mudanças que ensejaram o aparecimento destas
categorias. O direito, portanto, é antes social que natural, neste
aspecto. Em nossa sociedade, a velhice difere de outras
categorias etárias basicamente no que se refere a inúmeras
perdas de relacionamentos afetivos (por afastamento ou por
morte); profundas modificações familiares (com a ausência dos

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Cuidador de idosos

próprios pais, quiçá do cônjuge, e o surgimento de novas famílias


constituídas pelos filhos); dificuldades quanto ao mercado de
trabalho ou opção por uma segunda carreira, especialmente sob
um sistema coercitivo de aposentadoria e subemprego; batalha
contínua contra doenças crônicas e debilidades orgânicas,
proximidade da morte, ameaça à sexualidade, à inteligência e à
integridade. (FRAIMAN, 1995, p.23).

Em 1970, quando Simone de Beauvoir escreveu seu famoso


ensaio sobre a velhice, não havia ainda, assim entendida, tal
categoria de cidadãos seniores: Em política, o indivíduo conserva
durante toda sua vida os mesmos direitos e deveres. O Código
Civil não faz qualquer distinção entre um centenário e um
quadragenário. Os juristas consideram que, fora os casos
patológicos, a responsabilidade penal dos idosos é tão integral
quanto a dos jovens. Os velhos não são considerados uma
categoria á parte e, por outro lado, isto não lhes agradaria;
existem livros, publicações, espetáculos, programas de tevê e de
rádio destinados às crianças e aos adolescentes; aos velhos,
não. (BEAUVOIR, 1990, p.9). Além do homem em abstrato,
senhor dos direitos humanos de liberdade – os quais se
consagraram como de “primeira geração” –, ganha então espaço
o homem específico, diferenciado quer por sua idade, quer por
seu sexo ou sua posição na cadeia de trabalho.

O Direito do Idoso, dessa forma, está catalogado como direito


social, junto a todos outros direitos chamados de “segunda
geração”, que exigem ações – e não omissões – do Poder.
Obviamente, são também direitos seus – à medida que não perde
a humanidade genérica quando envelhece – a vida, a liberdade
religiosa, a liberdade de expressão e demais direitos de liberdade
negativa e igualdade, mas ao apresentar a condição diferenciada,
de idoso, autorizado está a exigir do Estado políticas igualmente
especiais que lhe concedam inclusive prerrogativas, privilégios. O
envelhecimento é, assim, universal, tanto quanto a infância ou o
nascimento. De acordo com a Organização Mundial de Saúde:
Em nosso mundo de diversidade e de constantes mudanças, o
processo de envelhecimento é uma das poucas coisas que nos
unifica e nos define.

Nós todos estamos envelhecendo e devemos celebrar este


processo natural. Uma vez que os seres humanos precisam

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Cuidador de idosos

envelhecer, este é um assunto que a todos interessa. Não há,


contudo, homogeneidade entre os idosos - daí o mapeamento de
suas necessidades especiais precisar observar tais
dessemelhanças para ser efetivo – recordando, a todo tempo,
que pecados podem ser omissivos ou comissivos e ambos
podem ser intencionais; a desatenção às necessidades do idoso,
igualando-o ao homem adulto em direitos e deveres, ou supondo
que a garantia de um caixa preferencial no supermercado é
elemento bastante a aplacar qualquer sofrimento, é o mesmo que
enterrá-lo vivo, como faziam os dinkas do Sudão (BEAUVOIR,
1990, p.53).

A Aids na Terceira Idade na Perspectiva dos


Idosos, Cuidadores e Profissionais de saúde
A Aids na Terceira Idade na Perspectiva dos Idosos,
Cuidadores e Profissionais de saúde

http://www.aidscongress.net/article.php?id_comunicacao=294

Para os Idosos da população em geral, as representações acerca


da Aids na terceira idade são:

Ancoradas em aspectos fisiológicos e psico-afetivos (externos)

Prevenção é concebida como informação aos grupos de risco

Risco de Contrair é associado à libertinagem, coragem de ter


contato sexual sem prevenção e uso de drogas.

Doença de jovem: a pessoa jovem tem a jovialidade (1) falta de


cuidado, sobretudo a juventude (1) o adulto é mais aventureiro (5)
a moçada quando encontra o rapaz primeira coisa que faz é se
entregar a ele (1) é muito preocupante pra os adolescentes (10) o
jovem é mais cheio de muitas fantasias (2) essa libertinagem que
eles tem (1) é preciso alertar os jovens sobre o sexo (5)

Impossibilidade: que as pessoas idosas que saem aos encontros


com outras pessoas acho que aquela pessoa é tão... tem tanta
coragem (1) o idoso é mais precavido (2) O idoso por si já é um

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Cuidador de idosos

homem retraído (1) é muito difícil a gente achar na terceira idade


(13) é tão difícil uma pessoa idosa ter relações sexuais completas
(1) idoso não tem ligação com aidético, convivência, não tem
sexo, nessa idade eu não quero nem saber (2)

Observa-se, portanto, uma subestimação do potencial da


infecção nas pessoas idosas e, 11consequentemente, uma
vulnerabilidade não percebida, o que constitui em um desafio
para uma mudança de concepção da doença para os idosos, que
enxergam a contaminação como algo de grande dimensão, mas
distante da sua faixa etária por ser o sexo a maior causa de
transmissão.

Para os Idosos Soropositivos a Aids é representada:

- A Aids é vivenciada com constrangimento e associada com a


promiscuidade.

-O enfrentamento é dado pela religião.

- Risco é associado ao sangue, beijo e usuários de droga,


prostituição

- A Aids é concebida como uma doença contagiosa e fatal, ainda


associada às minorias, prevalecendo a crença de que as pessoas
são responsáveis pela própria enfermidade.

“Eu me senti até abestalhado. Aí eu falei: “como é que diabos eu


fui buscar essa doença, onde? mas que diabo foi que eu fiz pra
merecer isso?!”... Já fazia 12 ou 13 anos que eu tive relação com
mulher de fora, sabe. Eu estava com essa doença sem saber.
Cheguei aqui e foi descoberto essa doença... Sabia nada, sabia
nada que diabo era isso não” (Suj6);“Eu disse: não, eu não
acredito. Eu não acredito porque eu não saio com ninguém.”

“Ave maria, é muito difícil. Porque o povo rejeita, né. Rejeita


porque fala assim: um homem daquela idade com Aids.” (Suj 13)

Na convivência com a Aids destacam-se os seguintes conteúdos:


estigma e outras dificuldades decorrentes do contágio, referindo
às questões de ordem particular e manifesto de desagrado frente
às dificuldades materiais, sociais ou afetivas do dia-a-dia;
incapacidade para o trabalho devido aos sintomas e seqüelas de

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Cuidador de idosos

doenças atribuídas à Aids; dificuldades de reintegração social, na


comunidade em geral e nos círculos mais íntimos e na família em
particular; baixa auto-estima e a culpabilidade; conformismo
diante da doença e da morte, decorrente da idade avançada, de
crenças religiosas e da transferência do foco da preocupação
com a morte para as questões mais concretas da sobrevivência.

Em relação aos Cuidadores Domésticos foi observado:

- Pouca participação da família na sobrevida do idoso


soropositivo

- Curta rede de apoio social

- O medo do preconceito por parte dos entes queridos

- A religião assume o papel confortador, que, diferentemente do


esperado, não é atribuído à família.

“...eu mesma assim pessoalmente num era pra ta cuidando dele


não, porque ele é ex-marido meu. Nós somos separado há dez
anos, mas ninguém quis cuidar, só eu mesmo assim...” (Sujeito
1).

Acho que depois de “véi” se pegar essa doença é pra morrer,


porque existe muitos problemas, doença, né? (Suj. 4)

“É porque assim a família dele fica muito distante. E ele nem tem
contato com outras pessoas porque tem gente que não gosta de
fazer favor pra ninguém, só gosta de fazer favor por dinheiro, né
isso? Enfim, a gente se dá muito bem...” (Suj. 3).

A difícil tarefa de encontrar a amostra revela um indício da pouca


participação da família na sobrevida do idoso soropositivo
corroborado pelos discursos dos próprios pacientes que acabam
por levantar questões como a curta rede de apoio social, visto
que muitos optam por não contar à família seu estado de
soropositividade; o enfrentamento dos pacientes através da
religião, sendo a “fé” e “Deus” termos freqüentes nos discursos
analisados; e finalmente o medo do preconceito por parte dos
entes queridos. Tais resultados sugerem que a religião assume o
papel confortador, que, diferentemente do esperado, não é
atribuído à família.

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Cuidador de idosos

No discurso dos Profissionais de Saúde destacou-se:

- Associação a temáticas negativas, como decepção, preconceito


e dificuldades

- Via de infecção: procedimentos médicos, tais como transfusões


de sangue, e práticas sexuais promíscuas.

- Solicitação do teste anti-HIV é solicitado somente mediante


sintomatologia característica da doença

Aids: “Se os dias deles já estariam contados, imagina tendo


AIDS” (Odontóloga 1, 24 anos). “Eu vejo como um terror (...) é
uma decepção” (Médica, geriatra, 55 anos). “Eu vejo muito
complicado” (Enfermeira 1, 65 anos).

Risco:“...promiscuidade, de mudança de parceiro, de infidelidade”


(Médica, geriatra, 55 anos). “...através de alguma relação ilícita”
(Odontóloga 4, 58 anos). “...procura na rua o que não tem dentro
de casa” (Odontóloga 2, 51 anos). “(...) drogas é um negócio tão
distante deles” (Fisioterapeuta 6, gerontólogo, 29 anos). “A maior
probabilidade de o idoso se contaminar com a aids, seria meio de
internamentos em hospitais, através de transfusões, porque ele
não corre tanto risco como os jovens, que está exposto as
drogas, a toda variedade de sexualidade que ele pratica, só isso
mesmo” (Odontólogo 5, 57 anos).

Solicitação Exame: “Eu não solicito porque, não sei. Eu nunca


solicitei. A não ser algumas vezes que ela desconfia de alguma
coisa do companheiro e me pede para eu solicitar. Porque eu sou
muito assim a favor do que o Ministério da Saúde preconiza né.
Então ele nunca me orientou a solicitar na rotina” (Médica,
geriatra, 55 anos).

Evidenciam-se nestes discursos, concepções associadas a


estigmas e preconceitos, igualando o conhecimento científico ao
senso comum, podendo interferir em suas práticas de
atendimento.

Entre as representações dos Coordenadores dos Grupos de


Convivência destacam-se:

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Cuidador de idosos

- Aids:as mais jovens associam a Aids à necessidade de


cuidado,enquanto as mais velhas ao sofrimento e grupo de risco.

- A prevenção é colocada como responsabilidade da Saúde


Pública.

“...muitos idosos que estão agora indo em busca de amores...o


número em homens é maior...” (Assistente Social, 53 anos) “o
idoso que gosta de sair, procurar pra sair e satisfazer seus
desejos não usam uma prevenção, não conhece a parceira e traz
essa doença pra sua própria esposa”... (Psicóloga, 48 anos) “a
maior vulnerabilidade é com relação ao parceiro...se confia
plenamente, acredita que ele jamais vai pular a cerca...de repente
pega e transmite para sua companheira”... (Professora, 38 anos)

“Eu não tenho bem assim aquele conhecimento como é que você
pode, eu acho que o risco é no beijo, no assento, no toalete, no
exame”... (Educadora física, 47 anos;“a falta de informação, o
pior é isso”... (Professora aposentada, 67 anos). “é por transfusão
de sangue...(Assistente social, 53 anos), “eu acho que é na
intervenção cirúrgica e na transfusão de sangue”... (Professora
aposentada, 72 anos),(“é através de alguma injeção
sabe”...(Psicóloga, 49 anos)

Se por um lado, há satisfação no desenvolvimento de sua


atividade, por outro lado, observam-se um distanciamento em
relação à Aids, dificuldade de lidar com o assunto junto aos
idosos e também no âmbito pessoal, chegando a negação da
doença junto à população da terceira idade.

Estes resultados demonstram que os idosos que se deparam


com a doença tendem ao isolamento, escondendo o diagnóstico
da família, dos vizinhos, no ambiente de trabalho. Não dispõem
de grupos de auto-ajuda ou ambulatórios especializados em lidar
com a complexa situação de envelhecer com Aids. O medo da
discriminação é tão grande que, muitas vezes, o preconceito
brota de dentro para fora e os impede de dividir suas angústias.
O diagnóstico tardio é uma das principais razões de morte
precoce e as interações do coquetel com outros medicamentos já
utilizados pelos idosos produzem reações indesejáveis. Com a
imunidade enfraquecida, podem morrer em decorrência de
qualquer resfriado banal.

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Aumentanto o Grau de Segurança no


Ambiente da Pessoa Idosa
Aumentanto o Grau de Segurança no Ambiente da Pessoa
Idosa

Juliana V. S Zinni Flávia Aparecida Pussi

VII Congresso Internacional da UNICASTELO 31 de Outubro de


2003

Profa Dra Kelly Rafael Ribeiro Coqueiro

34.1. MOBÍLIA

Obstruir passagem: arrumar os móveis de forma que os


caminhos não fiquem obstruídos; evitar corredores atravancados
ajuda a mobilidade de pessoas com visão periférica
comprometida; Cadeiras, mesas instáveis precisam ser
suficientemente estáveis para suportar o peso da pessoa apoiada
sobre as bordas de mesa ou encosto e braços das cadeiras,
pessoas com comprometimento de equilíbrio usam a mobília
como apoio.

34.2. COZINHA

Gabinetes Prateleiras muito altas: manter os itens usados


freqüentemente ao nível da cintura; Instalar prateleiras e armários
a uma altura acessível reduz o risco de cair por causa de tentar
alcançar ou subir em escadas ou cadeiras instáveis.

Registro de gás botão difícil de ver, assinalar claramente as


posições “ligado” e “desligado” nos botões.

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Pernas de cadeira mau estado Evitar cadeiras com rodas;


consertar pernas frouxas cadeiras resistentes e estáveis não
escorregam durante a transferência.

Mesa Bambas, instáveis: Instalar mesa com pernas resistentes


de boa altura; evitar mesa sobre tripés ou pedestais; Pessoas
com comprometimento da marcha freqüentemente usam a mesa
como apoio.

34.3. BANHEIRO

Banheira com fundo escorregadio: Instalar faixas antiderrapantes


ou capacho de borracha; usar chinelos para chuveiro ou cadeiras
para banho, evita escorregar na banheira molhada.

Suporte de toalha e topo da pia instáveis para uso como suporte


ao transferir do vaso sanitário, fixar grades de apoio em pinos na
parede próximo ao vaso sanitário ajuda a transferência para os
vaso sanitário e dele para outro local.

Assento sanitário muito baixo: Usar acento sanitário elevado


ajuda a transferência para o vaso sanitário e para fora dele;
Drogas rotuladas inadequadamente: Rotular todas as drogas de
acordo com a necessidade de uso interno ou externo; manter
uma lupa dentro ou próximo ao gabinete; Porta / Fechadura:
Evitar fechaduras nas portas do banheiro ou usar apenas as que
podem ser abertas dos dois lados da porta, Permite o acesso de
outras pessoas no caso de ocorrer uma queda.

34.4. ILUMINAÇÃO

Instalar iluminação adequada no topo e na base da escada; luzes


noturnas ou faixas adesivas coloridas podem ser usadas para
assinalar claramente os degraus Define a localização dos

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degraus, especialmente para pessoas com comprometimento de


visão ou da percepção

Aspectos Clínicos da Demência Senil em


Instituições Asilares
Aspectos clínicos da demência senil em instituições
asilares
Milton Luiz Gorzoni; Sueli Luciano Pires

Aspectos clínicos do dementado asilado

Infecções

Idosos asilados freqüentemente são hospitalizados, favorecendo


contato com flora bacteriana intra-hospitalar resistente a
antibióticos. O ambiente confinado das instituições asilares facilita
a disseminação desse tipo de bactérias a outros internados.
Diante disso, deve-se colher culturas, com antibiograma, para
melhor caracterização da flora bacteriana intra-asilar ou criar
procedimentos semelhantes aos das comissões de controle de
infecção intra-hospitalar. Devido à gravidade das doenças
existentes e do grau de dependência física e mental em que se
encontram, institucionalizados estão propensos a apresentar
infecções, principalmente no tegumento cutâneo, trato urinário e
aparelho respiratório. Aconselha-se a promoção de cuidados
preventivos para infecções nesses três locais (Yoshikawa, 1989;
Bentley et al., 2001; Yoshikawa, 2002; Villas-Boas e Ruiz, 2004;
Boockvar et al., 2005; Ramroth et al., 2005).

O envelhecimento da pele provoca alterações, principalmente em


áreas expostas à radiação solar, que a torna mais fina, seca e
propensa para a formação de hematomas e soluções de
continuidade, notadamente em antebraços e mãos. Recomenda-
se o uso regular de sabonetes e cremes hidratantes nesses
locais, como prevenção de lesões, que muitas vezes são
interpretadas por familiares como sinais de abuso e maus tratos.
Dementados apresentam, com freqüência, quadros
comportamentais que podem gerar traumas e lesões cutâneas
com infecções secundárias. Essas lesões devem ser avaliadas e,
se necessário, receberem não apenas tratamento local, como

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sistêmico. Igualmente é comum o encontro de doenças


coadjuvantes à demência senil que provoquem estase e/ou
lesões venosas em membros inferiores e favoreçam a formação
de erisipelas ou de tromboflebites associadas. Essas
circunstâncias exigem cuidados locais e o uso de
antibioticoterapia sistêmica, muitas vezes de forma profilática.
Constante é a observação da ocorrência de posições semifetais
em estágios avançados da demência senil. Isso favorece a
formação ou o encontro à admissão asilar de úlceras de pressão.
Cuidados locais com as preexistentes ou medidas como
mudança periódica de posições viciosas que as favoreçam,
podem impedir circunstâncias de sofrimento e reduzir o risco de
bacteremias e sepse, nesses asilados. Recomenda-se ainda a
vacinação antitetânica, devido ao fato de que as lesões
tegumentares, descritas acima, serem potenciais portas de
entrada para o Clostridium tetani (Yoshikawa, 1989; Webster,
2001; Yoshikawa, 2002; Strausbaugh et al., 2003; Laube, 2004;
Theodosa, 2004).

Infecções respiratórias disseminam-se facilmente em


comunidades fechadas, como as instituições asilares. Pode-se
minimizar esse risco com o emprego regular de vacinas
antipneumocócicas e antiinfluenzas, tanto em asilados, como no
corpo de funcionários do local. Ocorre, porém, que demências em
estágio final associam-se constantemente a broncopneumonias
aspirativas recorrentes. Essa relação decorre de quadros de
imobilismo crônico e do uso de sondas e cateteres. O agente
causador é, habitualmente, a flora bacteriana mista (agentes
Gram-negativos, anaeróbios e estafilococos), muitas vezes
multirresistente a antibióticos usuais. Geram-se, assim,
circunstâncias propícias à sepse e à morte desses dementados.
Estima-se que, enquanto idosos sem demência senil apresentem
incidência de aproximadamente 90% de sobrevida após 180 dias
da hospitalização por pneumonia, dementados em estado
avançado têm a sobrevida reduzida para algo em torno de 50%
após o mesmo período (Morrison e Siu, 2000; Bentley et al.,
2001; Van der Steen et al., 2002; Yoshikawa, 2002; Strausbaugh
et al., 2003; Bardenheier et al., 2004; Furman et al., 2004;
Boockvar et al., 2005; Janssens, 2005).

Deve-se ainda observar que o diagnóstico de tuberculose em


idosos, dementados ou não, é pouco lembrado. Freqüente em

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comunidades fechadas como asilos, tem-se observado aumento


no número de casos nessa faixa etária e maior mortalidade
devido ao percentual de casos diagnosticados em estágios mais
avançados da doença (Chaimowicz, 2001; Ijaz et al., 2002;
Strausbaugh et al., 2003).

Desnutrição

Deficiências nutricionais, permanente ou transitoriamente,


ocorrem entre 30% a 80% dos idosos asilados. Doenças crônicas
e/ou graves alteram as necessidades orgânicas de proteínas e de
calorias e podem estar acompanhadas de inapetência,
provocadas por elas mesmas ou devido a medicamentos e por
barreiras à alimentação, como ausência de auxílio para oferecer
as refeições, falta de dentes, dieta de consistência ruim para a
deglutição ou monótona ao paladar. Revisão da necessidade de
fármacos, como antiinflamatórios não-hormonais e digitálicos
soluciona ou minimiza, em muitos casos, quadros de anorexia.
Avaliações odontológicas, fonoaudiológicas e nutricionais
periódicas contribuem para a prevenção da desnutrição. Indica-se
o uso de sondas enterais, quando outras medidas, citadas
anteriormente, não forem eficazes ou o paciente não apresente
condições de ser alimentado por via oral e esteja desenvolvendo
quadro de desnutrição progressiva (Kamel et al., 2000; Sullivan,
2000; Alibhai et al., 2005).

Quadros depressivos, nem sempre de fácil diagnóstico quando


associados à demência senil, podem, em muitos asilados,
justificar baixa ingesta alimentar. O mesmo ocorre em
dementados com outros distúrbios comportamentais, como
agitação e irritabilidade. Períodos de perambulação e/ou de
extrema atividade física associam aumento do consumo
energético à baixa oferta calórica nessas alterações
comportamentais. A perda de peso aumenta com a gravidade e a
progressão da demência senil, particularmente na doença de
Alzheimer, servindo como preditora de mortalidade para esses
casos (Berkhout et al., 1998; White et al., 1998; Forlenza, 2000;
White et al., 2004).

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Incontinência urinária

Causa freqüente de asilamento e de alta prevalência em idosos


institucionalizados, apresenta significativa associação com
quadros demenciais. Estima-se que esta prevalência chegue, aos
85 anos de idade, em torno de 43% nas mulheres e de 24% nos
homens. O percentual aproxima-se a 84% quando são analisados
apenas octogenários asilados. Incontinência urinária pode
provocar ou agravar insuficiência renal, infecções urinárias, litíase
renal, hematúria, lesões cutâneas, quedas e fraturas. A
mortalidade, mesmo em idosos vivendo em comunidade e com
graus graves de incontinência urinária, é de mais de 50% em
aproximadamente 3,5 anos de evolução do quadro (Hellstorm et
al., 1990; Nakanishi et al., 1999; Sthothers e Fenster, 2002;
Durrant e Snape, 2003).

Nem sempre irreversível, deve-se estar atento a fatores


controláveis como delírio, medicamentos tipo diuréticos ou
hipnóticos, atrofia vulvar, fecaloma e diabetes melito. Aconselha-
se também a avaliação do local onde se encontra o idoso
incontinente, para que sejam retirados obstáculos que dificultem
sua ida com facilidade ao sanitário. Observa-se ainda e com
freqüência incontinência urinária associada a quadros como
parkinsonismo ou demência com corpúsculos difusos de Lewy,
seqüelas de acidentes vasculares cerebrais ou demências
vasculares e hidrocefalia de pressão liquórica normal ou
intermitente, situações que, em muitos casos, são passíveis de
tratamento e/ou processos de reabilitação miccional (Fowler,
1999; Sthothers e Fenster, 2002; Durrant e Snape, 2003).

35.4. Distúrbios do comportamento

Percentuais entre 40% e 90% de dementados asilados


apresentam períodos de depressão, psicose, agressividade ou
delírio. Torna-se, assim, comum a prescrição de psicofármacos,
com as reações adversas e complicações inerentes ao seu uso.

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Cuidador de idosos

Embora não se relacione ao enfoque principal do presente artigo,


a referência a que esses distúrbios são passíveis de tratamento
não necessariamente medicamentoso. Deve-se considerar essa
opção pela necessidade de mais estudos controlados sobre o uso
de psicofármacos em distúrbios comportamentais em
dementados (Gorzoni, 1995; Forlenza, 2000; MacDonald et al.,
2002; Tamai, 2002; Cummings, 2004).

35.5. Imobilidade

Quadros demenciais em estágios mais avançados e


psicofármacos são causas significativas de imobilidade em
asilados. Circunstâncias que provocam dor, incontinência
urinária, distúrbios da força muscular, alterações do equilíbrio e
rigidez articular contribuem para sua instalação e progressão.
Equipes de reabilitação e de enfermagem adequadamente
motivadas e treinadas para a detecção de quadros de imobilidade
podem, com boas chances de sucesso, reduzir sua freqüência e
impedir quadros decorrentes, como úlceras de pressão e eventos
tromboembólicos (MacLennae et al., 1987; Campbell et al., 1990;
Berkout et al., 1998; Gordon et al., 1999; Carvalho e Coutinho,
2002; Durrant e Snape, 2003; Toulotte et al., 2003).

Cartilha do Idoso
Cartilha do Idoso

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Cuidador de idosos

Apresentação
"A família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar ao
idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação
na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito
à vida" (Lei 8.842/94 - Política Nacional do Idoso, artigo 3º, inciso
I)

A PRODIDE - Promotoria de Justiça de Defesa do Idoso e do


Portador de Deficiência, órgão integrante do Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios, oferece ao público a presente
Cartilha do Idoso que tem como objetivo divulgar os direitos da
pessoa idosa e, sobretudo, ressaltar a responsabilidade do Poder
Público, da família e da sociedade em geral no cumprimento das
diretrizes da Política Nacional do Idoso, na esperança de
alcançarmos sua eficácia.

Introdução
O progresso da medicina e o avanço tecnológico trouxeram para
a sociedade moderna a possibilidade de maior expectativa de
vida. Para o brasileiro, que há poucas décadas convivia com uma
média de expectativa de vida de até 40 anos, o avanço da
medicina alterou a realidade nacional, elevando essa média para
70 anos. Isso significa dizer que, associado ao fato de que o
índice de natalidade brasileiro vem se reduzindo, a população
brasileira está ficando mais velha.

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Cuidador de idosos

Os idosos já representam cerca de 9% de nossa população. No


Distrito Federal representam 5% da população, ou seja, mais de
100 mil pessoas. A tendência é que, em futuro próximo, o número
de idosos seja equivalente ao de jovens. Diante dessa realidade,
governo, sociedade e família precisam promover uma ampla
conscientização e priorizar a instalação de políticas de
reeducação social em relação à pessoa idosa. É fundamental que
se criem mecanismos para uma saudável convivência com a
velhice, garantindo a dignidade como um bem legitimamente
reconhecido a qualquer ser humano e o respeito aos seus direitos
não como algo próprio de minoria a ser protegida, mas como
verdadeira regra de convívio de gerações.

Na implementação dessa política, dentre as atribuições


vinculadas ao Estado, o Ministério Público possui a missão
constitucional de garantir os direitos da pessoa idosa. O
Ministério Público criou a PRODIDE Promotoria de Justiça de
Defesa dos Direitos do Idoso e Portadores de Deficiência, com o
propósito de cuidar dos direitos coletivos e individuais
indisponíveis da pessoa idosa.

Daí a iniciativa desta cartilha destinada a divulgar as leis


direcionadas aos idosos e mostrar o papel de cada um agente -
governo, sociedade, família e o próprio idoso - na efetivação das
garantias previstas na legislação, especialmente na Lei n° 8.842,
de 1994, que instituiu a Política Nacional do Idoso.

Papel do estado, da sociedade e da família em relação ao


idoso

Papel do Estado

O Estado, ou seja, todos os órgãos públicos da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios têm a obrigação de
assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua
participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-
estar e o direito à vida.

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Atente-se para os seguintes princípios, diretrizes e obrigações do


Estado tratados pela Política Nacional do Idoso:

- Não discriminação de qualquer natureza ao idoso;

- Integração do idoso com os mais jovens, pois o processo de


envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser
objeto de conhecimento e informação para todos;

- Participação do idoso na formulação, implementação e


avaliação das políticas, planos, programas e projetos a serem
desenvolvidos;

- Priorização do atendimento ao idoso por meio de sua própria


família, em detrimento do atendimento asilar, à exceção dos
idosos sem condições que garantam sua própria sobrevivência;

- Capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de


geriatria e gerontologia e na prestação de serviços;

- Implementação de sistema de informações que permita a


divulgação da política, dos serviços oferecidos, dos planos,
programas e projetos em cada nível de governo;

- Estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação


de informações de caráter educativo sobre os aspectos
biopsicossociais do envelhecimento;

- Garantia de atendimento prioritário ao idoso nos órgãos públicos


e privados prestadores de serviços à população;

- Vedação da permanência de portadores de doenças que


necessitem de assistência médica ou de enfermagem
permanente em instituições asilares de caráter social.

Na área da Assistência Social

Assistência Social é o amparo às pessoas necessitadas, sem que


estas precisem contribuir financeiramente para receber os
benefícios. Constitui obrigação do Estado fazer com que os

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idosos caminhem com as próprias forças, mediante os seguintes


princípios:

- Prestação de serviços e desenvolvimento de ações voltadas


para o atendimento das necessidades básicas do idoso, mediante
a participação da família, da sociedade e de entidades
governamentais e não-governamentais;

- Prestação de atendimento, em regime de internato asilar, ao


idoso sem vínculo familiar, abandonado ou sem condições de
prover a própria subsistência, de modo a satisfazer as suas
necessidades de moradia, alimentação, saúde e convivência
social;

- Criação de Centros de Convivência: locais destinados à


permanência diurna do idoso, onde são desenvolvidas atividades
físicas, laborativas, recreativas, culturais, associativas e de
educação para a cidadania;

- Criação de Centros de Cuidados Diurno: Hospital-Dia e Centro-


Dia - locais destinados à permanência diurna do idoso
dependente ou que possua deficiência temporária e necessite de
assistência médica ou de assistência multiprofissional;

- Criação de Casas-Lares: residências, em sistema participativo,


cedidas por instituições públicas ou privadas, destinadas a idosos
detentores de renda insuficiente para sua manutenção e sem
família;

- Criação de Oficinas Abrigadas de Trabalho: locais destinados


ao desenvolvimento de atividades produtivas para o idoso,
proporcionando-lhe oportunidade de elevar sua renda, sendo
regidas por normas específicas;

- Atendimento domiciliar: serviço prestado ao idoso que vive só e


seja dependente, a fim de suprir as suas necessidades da vida
diária. Esse serviço é prestado em seu próprio lar por
profissionais da área de saúde ou por pessoas da própria
comunidade;

- Pagamento do benefício de prestação continuada de um salário-


mínimo mensal ao idoso, com idade igual ou superior a 67 anos,

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que não tenha condições de se manter ou de ser mantido pela


família.

Na área da Saúde

Saúde não é apenas a ausência de doenças, e sim o estado de


completo bem-estar físico, mental e espiritual do homem. "A
saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e
recuperação" - artigo 196 da Constituição Federal.

São obrigações dos órgãos de saúde:

- Garantir ao idoso a assistência à saúde, nos diversos níveis do


Sistema Único de Saúde, mediante programas e medidas
profiláticas, além de prioridade no atendimento;

- Incluir a Geriatria como especialidade clínica, para efeito de


concursos públicos federais, estaduais, municipais, e do Distrito
Federal;

- Fornecer medicamentos, órteses e próteses necessários à


recuperação e reabilitação da saúde do idoso;

- Estimular a participação do idoso nas diversas instâncias de


controle social do Sistema Único de Saúde;

- Desenvolver política de prevenção para que a população


envelheça mantendo um bom estado de saúde;

- Estimular a permanência do idoso na comunidade, junto à


família, desempenhando papel social ativo, com a autonomia e
independência que lhe for própria;

- Estimular a criação, na rede de serviços do Sistema Único de


Saúde, de Unidades de Cuidados Diurnos (Hospital-Dia, Centro-
Dia), de atendimento domiciliar e outros serviços alternativos para
o idoso;

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- Garantir, no Distrito Federal, cartão facilitador de saúde para o


idoso, com o objetivo de tornar mais fácil o atendimento na rede
do SUS.

Na área da Educação

A educação é direito de todos e dever do Estado, o qual deve se


encarregar de adequar currículos, metodologias e material
didático aos programas educacionais destinados ao idoso. Veja
algumas obrigações da área de educação:

- Inserir nos currículos mínimos, nos diversos níveis do ensino


formal, conteúdos voltados para o processo de envelhecimento,
de forma a eliminar preconceitos e a produzir conhecimentos
sobre o assunto;

- Incluir a Gerontologia e a Geriatria como disciplinas curriculares


nos cursos superiores;

- Desenvolver programas educativos, especialmente nos meios


de comunicação, a fim de informar a população sobre o processo
de envelhecimento;

- Desenvolver programas que adotem modalidades de ensino a


distância, adequados às condições do idoso;

- Criar universidade aberta para a terceira idade, como meio de


universalizar o acesso às diferentes formas do saber, bem como
estimular e apoiar a admissão do idoso na universidade,
propiciando a integração intergeracional.

Na área de Trabalho e Previdência

- Garantir mecanismos que impeçam a discriminação do idoso


quanto à sua participação no mercado de trabalho;

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Cuidador de idosos

- Atender prioritariamente o idoso em via de aposentadoria e


prestar-lhe esclarecimentos sobre os seus direitos
previdenciários, bem como os meios de exercê-los;

- Criar e manter programas de preparação para aposentadorias,


por meio de assessoramento às entidades de classes,
instituições de natureza social, empresas e órgãos públicos, por
intermédio das suas respectivas unidades de recursos humanos;

- Prestar atendimento preferencial nas áreas do Seguro Social,


visando à habilitação e à manutenção dos benefícios, exame
médico pericial, inscrição de beneficiários, serviço social e
setores de informações;

- Prestar atendimento, preferencial nas áreas da arrecadação e


fiscalização, visando à prestação de informações e ao cálculo de
contribuições individuais; manter programas de preparação para
aposentadorias;

- Encaminhar ao Programa de Reabilitação do INSS o idoso


aposentado, exceto por invalidez, que retornar ao trabalho nas
atividades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social,
quando acidentado no trabalho.

Nas áreas de Habitação e Urbanismo

Nos programas habitacionais devem ser observados os seguintes


critérios:

- Identificação, na população-alvo destes programas, da


população idosa e suas necessidades habitacionais;

- Alternativas habitacionais adequadas à população idosa


identificada;

- Previsão de equipamentos urbanos de uso público que atendam


às necessidades da população idosa;

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Cuidador de idosos

- Estabelecimento de diretrizes para que os projetos eliminem


barreiras arquitetônicas e urbanas e utilizem tipologias
habitacionais adequadas à população idosa identificada;

- Criar mecanismos que induzam à eliminação de barreiras


arquitetônicas para o idoso, em equipamentos urbanos de uso
público;

- Garantia, no Distrito Federal, de isenção de IPTU e TLP para


imóveis de até 120 m2, ocupados por maiores de 65 anos que
ganhem até dois salários-mínimos;

- Garantia, no Distrito Federal, de fornecimento de recursos para


a construção, junto à moradia da família do idoso, de cômodo que
lhe sirva de habitação independente.

Viabilizar linhas de crédito visando ao acesso a moradias para o


idoso, junto:

- Às entidades de crédito habitacional;

- Aos Governos Estaduais e do Distrito Federal;

- A outras entidades públicas ou privadas relacionadas com os


investimentos habitacionais.

Nas áreas da Justiça e da Segurança Pública

- Zelar pela aplicação das normas sobre o idoso determinando


ações para evitar abusos e lesões a seus direitos;

- Garantir tramitação prioritária de processos judiciais que


envolvam idosos com idade igual ou superior a 65 anos;

- Garantir atendimento prioritário e especializado nos órgãos de


segurança pública, especialmente nas delegacias de polícia;

- Comunicar às autoridades competentes qualquer abuso contra


idoso de que se tenha conhecimento em qualquer atuação
profissional;

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- Tratar com respeito o idoso vítima de crimes, dando imediata


atenção a seus reclamos e apurando com rigor os delitos ainda
que sejam considerados de menor potencial ofensivo ou
praticados no seio familiar, onde a violência é corriqueira e
dissimulada.

“TODO CIDADÃO TEM O DEVER DE DENUNCIAR À


AUTORIDADE COMPETENTE QUALQUER FORMA DE
NEGLIGÊNCIA OU DESRESPEITO AO IDOSO."

Nas áreas de Cultura, Esporte e Lazer

É incentivando e criando programas de esportes, lazer e


atividades culturais, que vamos proporcionar melhor qualidade de
vida ao idoso, garantindo a sua integração social. São obrigações
dessas áreas:

- Garantir ao idoso a participação no processo de produção,


reelaboração e fruição dos bens culturais;

- Propiciar ao idoso o acesso aos locais e eventos culturais,


mediante preços reduzidos;

- É garantido, no Distrito Federal, ao idoso com mais de 60 anos


acesso gratuito no Jardim Botânico e Parques Públicos;

- Valorizar o registro da memória e a transmissão de informações


e habilidades do idoso aos mais jovens, como meio de garantir a
continuidade e a identidade cultural;

- Incentivar os movimentos de idosos a desenvolver atividades


culturais; destinar, nos programas habitacionais, unidades em
regime de comodato ao idoso, na modalidade de casas-lares;

- Incluir nos programas de assistência ao idoso formas de


melhoria de condições de habitabilidade e adaptação de moradia,
considerando seu estado físico e sua independência de
locomoção;

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- Elaborar critérios que garantam o acesso da pessoa idosa à


habitação popular; diminuir barreiras arquitetônicas e urbanas.

Obrigações da área Financeira

Fazer incluir nos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito


Federal e Municípios recursos financeiros necessários à
implantação das ações previstas na Política Nacional do Idoso.

Na área de Transportes

A Lei Distrital nº 2.477/99 que garante a reserva de vagas para


idosos nos estacionamentos públicos e privados, já foi
devidamente regulamentada. Assim, aquele que tiver mais de 65
anos, for proprietário e condutor do veículo, pode estacionar nas
vagas reservadas, se estiver portando o selo do DETRAN, o selo
é distribuído gratuitamente pelo DETRAN. É só requerer.

A Constituição Federal determina a gratuidade dos transportes


coletivos urbanos aos maiores de 65 anos, bastando a sua
carteira de identidade para usufruir esse benefício. O idoso tem
direito à reserva de assentos nos veículos de transporte coletivo.

Não pode haver nenhum embaraço para que o idoso usufrua o


direito de gratuidade no transporte. Qualquer discriminação será
punida criminalmente e pode gerar indenização por danos
morais.

Papel da Sociedade

A sociedade também é responsável pela eficácia da Política


Nacional do Idoso. As pessoas devem respeitar os direitos do
idoso, independentemente das ações do Governo. É necessário
que a sociedade não se acomode. A qualquer evidência de

189
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Cuidador de idosos

abusos contra idosos, cada um de nós deve cobrar dos


responsáveis, particulares ou agentes públicos, imediatas
providências para evitá-los ou coibir sua ocorrência.

Como devem agir as empresas

O idoso é um cliente como qualquer outro cidadão, um


consumidor que gera lucro para a empresa. Assim, oferecer ao
idoso o tratamento adequado à sua condição é, antes de mero
cumprimento da lei, fundamental para os interesses das
empresas.

Dicas úteis para melhorar o atendimento dos idosos

- O idoso tem direito ao atendimento preferencial. Atendimento


preferencial não significa necessariamente a criação de guichês
exclusivos, mas atendimento mais rápido e oferta de condições
de conforto, tais como existência de assentos para eventual
espera e facilidade de acesso aos prédios e banheiros;

- O idoso não pode ser discriminado, qualquer que seja sua


idade, no ato de adquirir mercadorias, abrir contas-correntes ou
fazer financiamentos;

- Para o bom atendimento, as pessoas que lidam com o público


devem ser devidamente treinadas e orientadas a respeito dos
direitos do idoso, de modo a não causar-lhe nenhuma forma de
constrangimento;

- Motoristas e cobradores de transportes coletivos devem atender


os idosos com a urbanidade e o respeito devidos a qualquer
cidadão e não discriminá-los em função da gratuidade a que têm
direito, até porque um dia eles também serão idosos e poderão
necessitar dos serviços de transportes.

190
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Cuidador de idosos

As entidades que desenvolvem programas de asilo


deverão adotar os seguintes princípios, de acordo com o
estatuto do idoso

- Preservação dos vínculos familiares;

- Atendimento personalizado e em pequenos grupos;

- Manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de


força maior;

- Participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter


interno e externo;

- Observância dos direitos e garantias dos idosos;

- Preservação da identidade e oferecimento de ambiente de


respeito ao idoso;

- Prestar contas, com a devida publicidade, dos recursos públicos


e privados recebidos pela entidade.

O dirigente da entidade asilar será responsável por


qualquer irregularidade apurada no atendimento ao idoso.
Constituem-se ainda obrigações das entidades asilares:

- Fornecer vestuário e alimentação suficientes aos idosos


atendidos;

- Oferecer acomodações apropriadas para visitas;

- Proporcionar cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e


farmacêuticos;

- Promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de


lazer;

- Propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de


acordo com suas crenças;

191
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Cuidador de idosos

- Comunicar às autoridades competentes a ocorrência de


moléstias infecto-contagiosas;

- Providenciar a obtenção dos documentos necessários ao


exercício da cidadania àqueles que não os possuírem;

- Fornecer comprovante de depósito dos pertences dos idosos;

- Zelar pela preservação dos bens do idoso, respeitando a


vontade deste em relação aos seus pertences;

- Manter arquivo de anotações onde constem data e


circunstâncias do atendimento, nome do idoso, responsável,
parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences e demais
dados que possibilitem sua identificação e a individualização do
atendimento;

- Comunicar às autoridades competentes qualquer abuso contra


idoso, especialmente o abandono por parte de familiares. A
atribuição de fiscalizar as entidades asilares cabe ao Conselho do
Idoso, ao Ministério Público, a órgãos de saúde pública e a outros
previstos em lei.

Papel da família

I - Dever de assistência:

Os filhos também são obrigados a ajudar na manutenção dos


pais necessitados, conforme o previsto no artigo 399 do Código
Civil, em seu parágrafo único:

"No caso de pais que, na velhice, carência ou enfermidade,


ficaram sem condições de prover seu próprio sustento,
principalmente quando se despojaram de bens em favor da prole,
cabe, sem perda de tempo e até em caráter provisional, aos filhos
maiores e capazes, o dever de ajudá-los e ampará-los, com a
obrigação irrenunciável de assisti-los e alimentá-los até o final de
suas vidas".

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Cuidador de idosos

A pessoa idosa que necessite dos alimentos deve requerê-los na


Justiça, por meio de advogado ou da Defensoria Pública.

Outra forma que a pessoa idosa dispõe é procurar a PRODIDE


para um possível acordo com os filhos a fim de que estes
cumpram sua obrigação de prestar assistência aos pais. Esse
acordo é referendado pelo Ministério Público e tem o
mesmo valor de uma decisão judicial. Considerando que prestar
alimentos aos ascendentes é um dever, há pena para quem:
"Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou
de filho menor de 18 anos ou inapto para o trabalho, ou de
ascendente inválido ou valetudinário, não lhes proporcionando os
recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão
alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar,
sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente
gravemente enfermo: Pena - detenção de 1 a 4 anos e multa".

Trata-se do crime de Abandono Material (art. 244 do Código


Penal).

II - Administração de bens.

A pessoa idosa, não importando a idade, tem o direito de


administrar seus próprios bens enquanto não for interditada
judicialmente. Quem administrar bens de pessoa idosa, a pedido
desta, deve estar ciente de que é crime apropriar-se,
indevidamente, total ou parcialmente, desses bens.
III - Incapacidade.
A pessoa é completamente capaz para os atos da vida civil, a
partir de 21 (vinte um anos), sem limite de idade, mesmo que se
encontre abrigada em qualquer instituição. Quando se verificar
que a pessoa, principalmente idosa, não tem condições de
manifestar a sua vontade por qualquer razão física ou mental, é
necessário que se promova a interdição.

A interdição deve ser requerida ao Juiz, por meio de advogado,


pelos parentes. Quando não houver parentes ou estes forem
incapazes ou não se interessarem, a interdição será promovida
pelo Ministério Público por meio das Promotorias de Justiça de
Família, existentes em todas as cidades do Distrito Federal. Ao
final do processo, o Juiz nomeará curador que será inteiramente
responsável pela pessoa interditada.

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Cuidador de idosos

Nos casos de comprovada incapacidade do idoso apenas para


gerir seus bens, o Juiz nomeará curador especial exclusivamente
com essa função. Neste caso, o idoso continua com capacidade
plena para os demais atos da vida civil. Muitos parentes, mesmo
diante da incapacidade do idoso, continuam a administrar seus
bens por procuração. Isso não é correto e pode gerar prejuízos
para o idoso e sérios transtornos penais e civis para o
procurador.

Papel do Idoso

Participação e defesa de direitos. O idoso, pessoalmente, ou por


meio de associações, deve impor sua presença dentro da
sociedade. Nunca deve sentir-se inferior ou incapaz diante das
pessoas mais jovens. Sempre que sofrer abusos e sentir que
seus direitos não estão sendo respeitados, deve levar o problema
às autoridades competentes mesmo que o desrespeito seja
praticado por familiares. Quando sentir necessidade de passar
procuração para alguém cuidar de seus interesses, deve escolher
com bastante critério e exigir que a pessoa escolhida preste
contas periodicamente. Se o procurador ou procuradora não
estiver cumprindo corretamente sua missão, basta procurar o
cartório onde a procuração foi passada e revogá-la. Não fornecer
cartão bancário ou senhas para ninguém. Em qualquer
circunstância, nunca permitir que o cartão bancário seja retido por
outra pessoa em garantia de pagamento de dívidas ou de
contribuição para a entidade em que estiver abrigado.

A quem denunciar abusos

O idoso ou qualquer pessoa deve denunciar abusos aos orgãos


competentes, dentre as quais o Ministério Público, o Conselho do
Idoso, as Delegacias de Polícia e mesmo o PROCON, quando se
tratar de abusos contra o consumidor.

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Cuidador de idosos

O papel do Ministério Público

Instrumentos de atuação

Cabe ao Ministério Público velar pelos direitos da pessoa idosa.


No Distrito Federal, por meio da PRODIDE, o Ministério Público
atua investigando qualquer notícia de desrespeito ou violação dos
direitos do idoso, desde que se trate de direitos coletivos como,
por exemplo, o direito de preferência no atendimento; ou se trate
de direitos individuais indisponíveis, como o direito a alimentos.
Quando o direito reclamado pelo idoso é individual e disponível,
ou seja, quando ele pode abrir mão desse direito, a PRODIDE
não pode atuar, devendo a pessoa interessada procurar um
advogado, a Defensoria Pública ou outros órgãos responsáveis
pelo direito reclamado. No caso de reclamação contra órgão
federal, como é o caso do INSS, a PRODIDE não pode atuar.
Nesses casos, se for direito coletivo ou individual indisponível
deve procurar o Ministério Público Federal. Na hipótese de
reclamações envolvendo direito coletivo do trabalho, o órgão que
pode atuar é o Ministério Público do Trabalho. Nas situações
individuais, pode-se reclamar diretamente na Justiça do Trabalho
ou nas Delegacias Regionais do Trabalho. Todo cidadão tem o
dever de denunciar qualquer forma de negligência ou desrespeito
ao idoso. Para tanto basta procurar a secretaria da PRODIDE,
que funciona no 1º andar do Edifício Sede do MPDFT, na Praça
do Buriti, e fazer a reclamação mesmo que verbalmente.

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Nutrição para idosos

Introdução

A população idosa no Brasil cresceu mais de 200% nos


últimos 20 anos. Este crescimento é decorrente da melhoria
das condições de saneamento, alimentação, educação e
assistência à saúde, que refletem o desenvolvimento sócio-
econômico das últimas quatro décadas.

Por outro lado, esta população demanda atenção e serviços


específicos. No caso da saúde, busca-se qualidade de vida por
meio da promoção da saúde e da prevenção de doenças de
maior ocorrência nesta faixa etária.

Envelhecer é um processo que atinge o corpo todo. Cada


órgão, independentemente, reduz aos poucos sua função e o
corpo se torna senil. Envelhecer é um processo que começa

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com o nascimento e termina com a morte. Durante o período


de crescimento, processos de construção dos tecidos
sobrepõem-se às alterações degenerativas. Quando o corpo
atinge a maturidade fisiológica, a mudança degenerativa se
torna maior do que a taxa de regeneração celular, resultando
em uma perda de células, que leva à diminuição da função
orgânica.

Alterações fisiológicas importantes na nutrição do idoso

No envelhecimento ocorre perda sensorial com diminuição da


sensibilidade do paladar, do olfato, do tato, da audição, da
visão e da função motora. Conseqüentemente, há redução das
secreções salivares, gástricas e pancreáticas, ricas em
enzimas. Paralelamente também há redução do metabolismo,
o que implica em menor ingestão de alimentos, de modo que a
quantidade produzida de enzimas, ainda que diminuída, é
suficiente para atender às necessidades orgânicas do idoso.
Todavia, estas alterações podem levar à menor ingestão de
alimentos como resultado da redução do apetite, do
reconhecimento do alimento e da habilidade em se alimentar,
podendo comprometer a nutrição do organismo.

Por outro lado, com a redução da sensibilidade dos órgãos do


sentido, também há risco de ingestão aumentada de

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determinadas substâncias nocivas à saúde, como excesso de


sal, açúcares, gordura e, até mesmo, substâncias químicas
normalmente detectadas pelos sentidos.

O idoso também está mais sujeito às deficiências nutricionais


devido à agudização de determinadas doenças e/ou à
debilidade em se alimentar, ocasionando risco de deficiência
de certos nutrientes, como: vitamina B12, ácido fólico, ferro,
vitamina A e vitamina C. Por outro lado, a manutenção da
mesma quantidade de alimentos, usualmente ingerida na vida
adulta, pode levar ao sobrepeso ou obesidade.

Pode haver também diminuição da tolerância à glicose,


associada ao processo de envelhecimento, levando à
deficiência da produção de insulina, o que implica na
preferência de uma dieta com carboidratos complexos. Há
diminuição do teor da enzima lactase, o que limita a ingestão
de laticínios.

No envelhecimento, há alteração do metabolismo de cálcio e


vitamina D, acelerando a perda óssea e contribuindo para o
desenvolvimento da osteoporose.

Ocorre redução da função renal, levando à necessidade de


redução de proteínas. Pode haver constipação pela redução
de ingestão de líquidos e fibras, além do sedentarismo.

Cuidados na alimentação do idoso

O idoso, de um modo geral, necessita menos calorias do que o


adulto, isto significa que para manter o peso na faixa de
normalidade é necessário reduzir a quantidade total de
alimentos ingeridos.

Na prática, a dieta do idoso difere muito pouco da do adulto.


Todavia, é necessário atentar para a consistência, pois muitas
vezes o idoso tem problemas de mastigação e deglutição,

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apresentando dificuldade para digerir alimentos mais duros e


secos.

Recomenda-se 5 a 6 refeições diárias, pequenos volumes e


variação de alimentos.

O alimento, além da função de nutrição, fornece prazer e


conforto, devendo ter boa apresentação e tempero adequado.

Plano alimentar básico

tamanho da
alimentos porções exemplos
porção

pão 1 francês

arroz cozido,
macarrão 1 xícara**
cozido

purê de batata 1/2 xícara


energéticos 2a4
batata cozida 1 média

biscoito água e
6 unidades
sal

aveia 1/4 xícara

verduras cruas 1 xícara

legumes crus 1/2 xícara


hortaliças 2a3
verduras
1 xícara
cozidas

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legumes
1 xícara
cozidos

1 xícara ou 1
frutas frescas
média
frutas 2a3
suco natural de
1/2 xícara
frutas

leite, coalhada,
1 xícara
laticínios 1a2 iogurte

queijo 2 fatias

feijão, lentilha,
ervilha-seca,
leguminosas 1 a 2** 1/2 xícara
grão-de-bico,
soja cozidos

amendoim,
oleaginosas 1 a 2** castanha, 1/4 xícara
nozes

carne (boi,
1 bife médio ou
frango, peixe,
carne 1a2 4 pedaços
porco e
pequenos
derivados)

ovos 1a2 ovos (galinha) 2 unidades

* 2 a 3 para homens

** xícara = 250 mL (1 copo de requeijão)

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Dia Alimentar

quantidade mínima máxima

1 pão com manteiga


1/2 pão com
manteiga 2 fatias de queijo
Desjejum
1 xícara de leite com 1 xícara de chá
café
1 xícara de mamão
Colação 1 laranja 1 banana

1 xícara de salada
de agrião 1 xícara de salada de
tomate
1/2 xícara de arroz
Almoço 1 xícara de arroz
1/4 de xícara de
feijão 1/2 xícara de feijão

1 filé de pescada 2 ovos cozidos


grelhado
1 xícara de leite
Lanche 1 maçã
1 pedaço de bolo
1 batata média
1/2 xícara de
macarrão 1/2 xícara de cenoura
Jantar (sopa)
1 xícara de abóbora 1 xícara de ervilha
seca
1/4 xícara de lentilha
1/2 xícara de vagem
3 biscoitos de água e
Ceia sal 1 mexirica

1 xícara de chá

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Glossário

DOENÇAS ESPECÍFICAS

Anemia: a anemia nutricional ocorre principalmente por falta


de ferro, ácido fólico e vitamina B12.

Câncer: doença degenerativa que debilita o organismo como


um todo, podendo levar à morte.

Desnutrição: doença relacionada com a baixa ingestão de


alimentos ou de certos nutrientes

Diabete mellitus: pode ocorrer pela deficiência de produção


de insulina (tipo I) ou pela dificuldade da insulina em
atravessar a barreira celular devido à obesidade (tipo II)

dislipidemias: caracteriza-se pelo teor elevado de triglicerídes


ou colesterol no sangue, contribuindo para o aumento do risco
de doenças cardiovasculares.

Hipertensão arterial: caracteriza-se pelo aumento da pressão


arterial, com níveis diastólitco acima de 90 mmHg e/ou
sistólico acima de 140 mmHg.

Obesidade: doença relacionada com o excesso de alimentos;


excesso de peso; excesso de tecido adiposo.

Os teoporose: é uma doença caracterizada pela perda da


densidade óssea até o ponto de risco de fratura, pois o
esqueleto, mais frágil e quebradiço, encontra-se incapaz de
suportar cargas comuns.

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VITAMINA B12

A vitamina B12 (cobalamina, cianocobalamina) participa na


síntese de células novas, auxilia na manutenção das células
nervosas. Fonte: vísceras, carnes, pescado, leite, queijos,
ovos. A deficiência leva à anemia (chamada perniciosa), língua
lisa (glossite), fadiga, hipersensibilidade da pele, degeneração
do sistema nervoso periférico, paralisia.

ÁCIDO FÓLICO

O ácido fólico (folacina, folato, ácido pteroglutâmico) participa


na síntese de ácidos nucleicos (DNA). Fonte: ervilha seca,
feijão, espinafre, beterraba, brócoli, alface, couve-flor. Tanto a
deficiência como o excesso pode causar anemia, diarréia,
obstipação, comprometimento do sistema imunológico
(infecções freqüentes), língua lisa e vermelha, depressão,
confusão mental, fadiga.

FERRO

O ferro classifica-se em heme (origem animal) e não-heme


(origem vegetal). O organismo absorve-se cerca de 23% do
ferro-heme e 5% do não heme. Fontes de ferro: fígado (1mg),
carnes vermelhas (0,6mg) e peixe (0,6mg). Os alimentos
vegetais (ferro não-heme) não podem ser considerados fonte
de ferro, embora sua absorção possa ser otimizada em até
50% na presença de ácido ascórbico e proteínas de origem
animal. Uma concha de feijão fornece 0,2mg de ferro. Obs.: os
números entre parenteses se referem à quantidade de ferro
biodisponível por porção de alimento consumido. A deficiência
causa anemia, com fadiga, fraqueza, descoramento,

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respiração difícil. O excesso causa náusea, vômito, diarréia,


taquiquardia, tontura, confusão.

VITAMINA A

A vitamina A (retinol, retinal, ácido retinóico, beta-caroteno


como precursor) é importante para o crescimento e
desenvolvimento, saúde da pele, do osso, da visão e do
sistema imunológico. Fonte: fígado, abóbora, batata doce,
cenoura, espinafre, manga, mamão, brocoli, melancia, alface.
A deficiência causa alteração no formato dos ossos, cessação
do crescimento ósseo, dores nas juntas, cegueira noturna,
tecida dos olhos seco e escamoso, degeneração da córnea,
pele seca e escamosa, anemia, comprometimento do sistema
imunológico. O excesso: descalcificação, dores nas juntas, dor
de cabeça, perda de hemoglobina e potássio, suspensão da
menstruação, pele seca, rachadura nos lábios, perda de
cabelo, náusea, vômito, dores abdominais.

VITAMINA C

A vitamina C (ácido ascórbico) tem função antioxidante,


participa na síntese de colágeno (importante para a
cicatrização), no metabolismo dos aminoácidos,
funcionamento dos osteoblastos (células dos ossos), na
absorção do ferro. Fonte: camu-camu, acerola, mamão,
laranja, cajú, limão, morango, manga, melancia, salsinha,
tomate, aspargos, brocoli, couveflor. A deficiência leva à
depressão do sistema imunológico, inflamação das gengivas,
perda de dentes, degeneração muscular, depressão,
fragilidade dos ossos, dor nas juntas, comprometimento da
pele, anemia. O excesso causa náusea, aumento do
movimento intestinal, diarréia, dor de cabeça, fadiga, insônia.

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CARBOIDRATOS COMPLEXOS

Os carboidratos são compostos orgânicos à base de carbono,


hidrogênio e oxigênio. São conhecidos como nutrientes
energéticos, dividem-se em simples (açúcares) e complexos
(amidos). Exemplos de alimentos fonte de carboidratos
complexos: cereais (arroz, trigo, milho, aveia, etc.) e derivados,
feculentos (batata, cará, inhame, etc.) e derivados. Os
açúcares, mel, melado, refrigerantes fornecem carboidratos
simples.

LATICÍNIOS

São ricos em proteínas e cálcio. Exemplos: leite, queijos,


iogurtes, coalhada.

CÁLCIO

É importante na construção dos ossos e dentes; manutenção


dos ossos; contração muscular; manutenção das membranas
das células; coagulação do sangue; absorção da vitamina B2;
ativação de enzimas. Fonte: leite e derivados (iogurtes e
queijos), peixes enlatados com os ossos (sardinha, salmão),
mandioca, mostarda em folha, salsinha, brócolis, feijão. A
deficiência causa raquitismo nas crianças, osteoporose e
maior risco de fraturas nos adultos. O excesso: tontura,

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letargia, redução da absorção de ferro, zinco e manganês;


acúmulo de cálcio nos tecidos do organismo.

VITAMINA D

A vitamina D (calciferol, colecalciferol) é importante para a


saúde dos ossos. Fonte: leite integral, gema de ovo, fígado.
Necessita da luz solar para ativar os precursores ao nível da
pele. A deficiência causa problemas na calcificação dos ossos,
desmineralização, dores. O excesso leva à perda de apetite,
dor de cabeça, fraqueza, fadiga, irritabilidade, apatia, dano
renal irreversível, pedra nos rins (aumento das concentrações
de cálcio e fósforo), calcificação de tecidos moles (vasos
sangüíneos, rins, coração, pulmão), morte.

PROTEÍNAS

São compostos orgânicos, que fornecem aminoácidos para o


organismo. Podem ser de origem animal (latícinios, carnes e
ovos) e vegetal (leguminosas e oleaginosas)

FIBRAS

São carboidratos não digeríveis pelo organismo humano,


importante para o funcionamento intestinal, controle dos níveis
séricos de colesterol e glicose. A principal fonte na dieta
brasileira é o feijão.

FAIXA DE NORMALIDADE

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IMC entre 22 e 27 kg/m2

ENERGÉTICOS

São alimentos ricos em calorias. Na dieta brasileira, os mais


importantes são os cereais (arroz, trigo, milho, aveia), os
feculentos (batata, cará, inhame, mandioca, mandioquinha) e
seus derivados. O feijão, embora do grupo dos alimentos
construtores, pelo seu alto teor de proteínas, também é um
alimento energético importante na nossa dieta.

HORTALIÇAS

Dividem-se em verduras e legumes. São ricas em vitaminas,


minerais e fibras.

VERDURAS

São as hortaliças na forma de folhas. Exemplos: alface, agrião,


almeirão, acelga, escarola, mostarda, rúcula.

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LEGUMES

Fazem parte das hortaliças. Exemplos: tomate, beterraba,


cenoura, rabanete, chuchu, abobrinha, abóbora.

FRUTAS

São ricas em vitaminas, minerais e fibras.

LEGUMINOSAS

São alimentos ricos em proteínas e energia. São as vagens


secas. Exemplos: feijões, ervilha seca, lentilha, grão-de-bico,
soja.

OLEAGINOSAS

São alimentos ricos em proteínas e calorias pelo alto teor de


lipídios. Exemplos: amendoim, castanhas, nozes, coco.

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CARNES

São alimentos ricos em proteínas e ferro.

São provenientes de animais mamíferos (boi, porco, carneiro,


cabrito, etc.), aves (frango, peru, etc.), pescados (peixes, frutos
do mar) e seus derivados.

OVOS

São ricos em proteínas, vitamina B12, B2, ácida fólica e


vitamina A. Embora tenham alto teor de colesterol não
oferecem risco de hipercolesterolemia, pois apresentam quase
o dobro de ácidos graxos insaturados em relação aos
saturados. Os mais utilizados são os de galinha e codorna.

CAFEÍNA

A cafeína é uma substância alcalóide, conhecido como


xantina, que provoca algumas reações específicas no
organismo humano. O café é a principal fonte de cafeína (90

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mg por xícara de café), mas outras bebidas também oferecem


grande quantidade desta substância, como é o caso dos chás
(34 mg por xícara de chá) e das bebidas aromatizadas com
cola - Coca-Cola, Pepsi-Cola e outras colas (27 mg por copo
de 250 ml).

Conclusão

O envelhecimento é marcado pela progressiva perda de


massa magra corporal e aumento do tecido adiposo, assim
como mudanças na maior parte dos sistemas fisiológicos,
tendo como conseqüência a redução do metabolismo. Estas
mudanças têm sido objeto de estudo, e até de especulação, na
busca de maior longevidade e de um envelhecimento
saudável. Todavia, a boa nutrição e a atividade física têm sido
os carros chefes desta busca.

Bibliografia

Fontes desta pesquisa:

Bases Biológicas do Envelhecimento - por Maria Edwiges


Hoffmann

Entre a Memória e uma Vaga Lembrança - por Fábio Reynol


de Carvalho

Andropausa e Reposição Hormonal Masculina - por Rodrigo


Mattos dos Santos

A Senilidade dos Cinco Sentidos - por Eduardo Melani Rocha

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Envelheça com Saúde - por Erly Catarina de Moura

Cuidar do Idoso Doente: Aprendizado de Vida - por Liliane


Castelões Gama

O Cuidado de Enfermagem com o Idoso - por Semiramis


Melani Rocha

Profissional de Enfermagem é o mais Capacitado para Cuidar


de Idosos - por Liliane Castelões Gama

Atendimento Domiciliar ao Idoso - por Erly Catarina de Moura

Exercício Físico e Sistema Cardiovascular - por Marta Helena


Krieger

O Cuidado de Enfermagem com o Idoso - por Semiramis


Melani Rocha

Enfermagem para Idosos - por Semiramis Melani Rocha

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