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Curso

cuidador de
idosos
Suszek e Delevati

2023
Introdução

Deixo para o Anderson


Sumário deixo para Anderson
Módulo I - O cuidador, suas atribuições e direitos

O que é ser um cuidador de idosos?

A palavra cuidado significa dedicação, carinho, atenção, precaução,


responsabilidade e doação.
O ato de cuidar é muito amplo e essa amplitude é o que nos permite ofertar o
cuidado, em forma de serviço, demonstrando todo talento e preparo que um
cuidador possui.
Cada indivíduo é único e isso deve ser colocado em consideração. Conhecer a
pessoa, seus gestos, suas falas, suas dores, suas vontades e suas limitações
também é uma maneira de cuidar.
Quando se fala em cuidados a pessoa idosa, muitas vezes, surge a ideia que este
cuidado é dedicado apenas ao corpo físico, porém, vai muito além disso. Cuidar de
um idoso é preocupar-se com sua saúde mental, sofrimentos, história de vida,
emoções e sentimentos que fazem parte daquela vida.

O cuidador e a pessoa cuidada

O ato de cuidar é amplamente complexo. Não existe cuidado sem sentimentos.


Durante o processo de cuidar muitos sentimentos, bons ou ruins, podem surgir de
ambas as partes, tais como: medo, estresse, raiva, angústia, choro, cansaço, medo
da morte, alegria, gratidão, carinho, satisfação….
O estresse imediato poderá fazer parte do sentimento do profissional.
O cuidador deve estar atento ao sentimento que aflora dentro de si e planejar
maneiras de boa convivência.
O cuidador deve compreender que a pessoa cuidada pode ter reações e
comportamentos que podem dificultar o cuidado prestado, como por exemplo,
quando o cuidador vai alimentar a pessoa e essa se nega a comer ou quando não
quer tomar banho e isso não é motivo de frustração e nem de culpa.
A pessoa cuidada deve ser tratada de acordo com a sua idade, não devendo o
cuidador tratar o idoso como criança, por exemplo, pois mesmo com todas as
limitações que possam existir a pessoa precisa e tem o direito de saber tudo que
acontece ao seu redor e ser incluída nas conversas.
Ao trocar informações referentes a pessoa cuidada com colegas, familiares ou
profissionais da saúde deve-se ter o total cuidado de não ignorar a presença do
idoso, como se ele não entendesse, não existisse ou não estivesse presente.

O cuidador e a família

Cada pessoa, cada família tem a sua história que é particular e intransferível e deve
ser respeitada.
A doença ou determinada limitação física em uma pessoa provoca mudanças
significativas na vida dos outros membros da família. É muito difícil, por exemplo, um
filho, irmão, esposa ou marido mudar de posição e ter que se tornar cuidador
daquela pessoa e é neste momento que a presença de um cuidador se faz
necessário.
Mas a presença de um cuidador também exige certos cuidados. Com a finalidade de
evitar o estresse, cansaço e permitir que o cuidador tenha tempo de se autocuidar, é
muito importante que tenha participação de outras pessoas para realização do
cuidado.
As pessoas com limitações físicas associadas as limitações financeiras são as que
mais sofrem, pois dependem dos familiares para se manter e isso poderá reduzir a
tomada de decisão da pessoa cuidada, dificultando vínculos com o meio social.
Cuidadores e familiares devem estar em constante diálogo e sintonia para que a
pessoa cuidada seja muito bem assistida, lembrando que a família sempre deve ser
questionada quando surgir qualquer dúvida referente aos cuidados daquela pessoa.

Atribuições do cuidador de idosos

A função do cuidador de idosos é acompanhar e auxiliar a pessoa a ser cuidada nas


atividades que ela não consegue realizar sozinha. Também é papel do cuidador
observar quais atividades a pessoa consegue desenvolver sozinha e incentivá-la.
Cuidar não é fazer tudo pela pessoa.
A ocupação de cuidador de idosos faz parte da Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO) - sob o código 5162 que define o cuidador como alguém que
“cuida a partir dos objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou
responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal,
educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida”.
Ainda tramita no congresso um projeto para ser uma profissão e com isso ter uma
legislação focada.
Muito importante ressaltar que o cuidador de idosos NÃO deve realizar técnicas e
procedimentos que são legalmente estabelecidos na área da enfermagem.
Resumindo, o cuidador pode fazer pelo paciente tudo que o familiar pode fazer e as
atividades que o familiar não pode fazer, como passar uma sonda por exemplo, o
cuidador também não pode.

Algumas tarefas que fazem parte da rotina do cuidador:

• Ser um elo entre a pessoa cuidada, seus familiares e a equipe de saúde que
o acompanha;
• Ouvir, estar sempre atento e ser solidário com a pessoa que está sob seus
cuidados;
• Auxiliar ou executar os cuidados de higiene;
• Ajudar e estimular na alimentação;
• Ajudar na locomoção, auxiliando nas atividades como: andar, tomar sol,
prática de atividades físicas;
• Estimular atividades que auxiliem no desenvolvimento, como lazer e práticas
manuais;
• Realizar troca de posição na cadeira, cama ou poltronas;
• Realizar massagens de conforto, evitando assim abertura de lesões;
• Realizar curativos, conforme treinamento;
• Administrar medicamentos por via oral conforme prescrição médica e
orientação da equipe de saúde;
• Administração de insulina conforme treinamento e prescrição médica;
• Estar atento à mudanças no estado de saúde da pessoa cuidada e sempre
comunicar aos familiares e a equipe de saúde que o acompanha;
• Manter o ambiente da pessoa cuidada limpo e aconchegante;
• Verificação de sinais vitais;
• Outras atividades que forem necessárias para melhorar a qualidade de vida e
recuperação da saúde da pessoa.

ATENÇÃO: O cuidador de idosos não tem obrigatoriedade de assumir


responsabilidades domésticas na casa da pessoa cuidada. Quando contratado para
ser cuidador é essa tarefa, apenas, que deverá executar.
O cuidado com alimentação é assegurado apenas a pessoa cuidada e não a família
inteira.

Direitos do cuidador de idosos (combinação com o contratante)

1) Carteira de trabalho assinada


2) Descanso semanal remunerado
3) Direito a um salário-mínimo
4) Férias de 30 dias por ano
5) Feriados
6) 13º salário
7) Seguro desemprego

8) Licença maternidade remunerada pelo INSS

9) Ser comunicado com antecedência de sua demissão

10) Fazer parte da Previdência Social

11) Direito a vale-transporte

12) Jornada de trabalho e hora extra….entre outros


Módulo II - HIGIENE E CUIDADOS COM A PELE

A higiene corporal é fundamental na saúde do idoso. Além de proporcionar conforto


e bem-estar é um fator muito importante para recuperação da saúde, remoção de
sujidades presentes na pele, estimular a circulação e remover células mortas da
pele. O banho, de preferência, deve ser diário e ocorrer no chuveiro, cama ou
banheira e deve acontecer no horário de preferência da pessoa. É importante
salientar que podemos estar diante de pessoas independentes (aqueles que não
necessitam de auxílio para o banho, apenas supervisão), semi-dependentes
(aqueles que necessitam de auxílio para higienizar as partes que não conseguem
sozinhos) e dependentes (aqueles que necessitam de auxílio total para o banho).

OBS: Alguns idosos, por diferentes causas podem se recusar a tomar banho. É
necessário que o cuidador identifique as causas e defina a frequência do banho.
Sempre combinar com os familiares.

BANHO DE CHUVEIRO
O banho de chuveiro é o mais recomendado, por promover sensação de bem-estar
ao idoso e por proporcionar higiene completa. Pode ser ofertado a todos que
conseguem sair da cama, com andadores, muletas ou que consigam ser levados ao
chuveiro em segurança.

Como proceder no banho de chuveiro:

➢ Aquecer o ambiente antes, quando possível e com segurança (aquecedor, ar-


condicionado)

➢ Separar as roupas pessoais antecipadamente

➢ Preparar o local onde ocorrerá o banho e separar os objetos que serão


utilizados

➢ Regule a temperatura da água, quanto mais quente maior o ressecamento da


pele

➢ Mantenha portas e janelas fechadas para evitar correntes de ar

➢ Retirar as roupas no quarto e conduzir a pessoa cuidada até o banheiro


coberto com roupão ou toalha ou, caso a pessoa consiga se despir, solicite
que o faça. Auxilie quando necessário.

➢ Colocar uma cadeira de base firme dentro do box (sem rodinhas)

➢ Sempre auxiliar a pessoa a entrar e sair do box; cuidado com quedas

➢ Evite ficar observando o corpo da pessoa despida a fim de não causar


constrangimento

➢ Nunca deixe a pessoa sozinha durante o banho, isso evitará acidentes

➢ Faça somente aquilo que a pessoa cuidada não é capaz de fazer. Oriente,
supervisione e auxilie.

➢ Após o banho auxilie a pessoa cuidada a se enxugar. Seque bem as partes


íntimas, dobras, embaixo das mamas, axilas e entre os dedos. Caso a pessoa
consiga se enxugar, apenas revise.
➢ Higiene do cabelo deve ser realizada, no mínimo, 3 vezes por semana, se
possível

➢ Diariamente observe o couro cabeludo, avaliando se há feridas, piolhos,


coceiras ou se há áreas de queda de cabelo.

➢ Embora os cabelos curtos facilitem o cuidado jamais corte o cabelo da pessoa


cuidada sem sua autorização ou do familiar responsável.

➢ Fazer uso de esponja macia ou pano macio para realizar a higiene da pele
durante o banho.

➢ O banho de chuveiro pode ocorrer com a pessoa em pé ou sentada em uma


cadeira de plástico com apoio lateral colocada sobre um tapete
antiderrapante, ou em cadeiras próprias para banho.

IMPORTANTE: Caso precise auxiliar na higienização das partes íntimas,


sempre comunicar a pessoa cuidada que a higiene será realizada.

BANHO DE LEITO (CAMA)

Quando o idoso não consegue ir até o chuveiro, por diversos fatores, o banho pode
ser realizado na cama. Este procedimento pode causar grande constrangimento a
pessoa cuidada, pois poderá ser um momento de questionamento sobre suas
capacidades. O diálogo com a pessoa cuidada se faz necessário e muito eficaz para
diminuir este sentimento. Lembre-se que o momento do banho de leito deve ser de
extrema privacidade.

Aproveite o momento do banho para realizar massagens e movimentos que


estimulem a circulação sanguínea e observar se existe alguma lesão ou alergias na
pele.

Caso a pessoa cuidada seja muito pesada ou sinta dores ao trocar de posição é
bom que o cuidador tenha ajuda de outra pessoa para proporcionar segurança à
pessoa cuidada e evitar danos à saúde do cuidador.

Como proceder no banho de leito ( cama )

Antes de iniciar o banho de leito prepare todos os utensílios necessários, tais como:

➢ Bacia com água morna

➢ Plásticos para forrar cama e travesseiro

➢ Sabonete, shampoo

➢ Panos ou esponjas macias

➢ Toalha de banho

➢ Escova de dentes

➢ Lençóis

➢ Roupas

➢ Hidratante

➢ Pente

➢ Fralda (em caso de uso)

Como iniciar o banho:

➢ Aquecer o ambiente antes, quando possível e necessário, com segurança


( aquecedor, ar condicionado...)
➢ Cobrir o colchão e o travesseiro com plástico ( para não molhar o colchão e o
travesseiro )

➢ Colocar luvas de procedimento

Iniciar a higiene corporal pela cabeça:

1) Colocar uma bacia em baixo da cabeça;

2) A cabeça deve estar na beirada da cama apoiada em um travesseiro

3) Molhar os cabelos com auxílio de uma jarra

4) Colocar shampoo em pouca quantidade e fazer massagens circulares no


couro cabeludo

5) Enxaguar e retirar o shampoo com auxílio da jarra

6) Secar bem os cabelos e o couro cabeludo

➢ Higiene do rosto, orelhas e pescoço:


1) Com um pano molhado e pouco sabonete passe sobre todas essas regiões
descritas acima.

2) Enxaguar o pano em água limpa e morna retirando o excesso de sabonete

3) Secar com pano seco

OBS: Cuidar para não colocar sabonete nos olhos da pessoa e em hipótese alguma
deve-se fazer a higiene dos ouvidos com cotonete. Isso fará com que a cera do
ouvido seja inserida no canal auditivo prejudicando a audição da pessoa.

➢ Higienizando as outras partes do corpo

1) Com um pano umedecido e sabonete lave os braços, axilas, mãos, tórax e


barriga. Após realizar a higiene e enxugar bem , passe um hidratante ou
desodorante e cubra o corpo da pessoa. Em mulheres obesas deve-se secar muito
bem a região em baixo das mamas, para evitar assaduras e micoses.

2) Faça da mesma maneira a higiene das pernas e após secar deve-se cobrir a
pessoa.

3) Coloque os pés da pessoa dentro de uma bacia com água morna. Lave bem com
sabonete, principalmente entre os dedos. Após secar bem os pés, especialmente
entre os dedos, passe um creme hidratante. Observe também as unhas, que devem
estar curtas para evitar arranhões e machucados.

4) Para realizar a higiene das costas, coloque a pessoa de lado e lave bem com
água e sabonete. Após secar use um hidratante para massagear as costas, ativando
assim, a circulação.
5) Após lavar as costas, coloque novamente a pessoa deitada de barriga para cima
para realizar a higiene das partes íntimas. Lembre-se de sempre avisar a pessoa
que você iniciará a higiene íntima, afinal, você estará em contato com a parte mais
íntima do corpo de uma pessoa.

6) Na mulher é muito importante lavar a vagina da frente para trás, evitando assim
que a água escorra do ânus para a vagina.

7) No homem é importante descobrir a cabeça do pênis para que possa lavar e


secar bem.

8) Importante: A higiene das partes íntimas deve ser realizada no banho diário e
também após a pessoa urinar ou evacuar. Realizando a higiene de forma correta
evita-se assaduras, umidade e abertura de lesões(escaras).

9) A cada higiene o cuidador deve estar atento á qualquer alteração que a pessoa
possa apresentar na pele. Pode haver vermelhidão, manchas, feridas e alteração de
cor, por exemplo. Ao identificar as alterações o familiar responsável deve ser
comunicado imediatamente, assim como a equipe de saúde que assiste a pessoa.

Pessoas em uso de fralda

Pessoas com dificuldade em controlar a saída de urina ou fezes necessitam fazer


uso de fraldas descartáveis. A pessoa idosa, em bom estado de entendimento,
poderá sentir-se envergonhada com essa prática e neste momento se faz muito
importante o diálogo entre cuidador e a pessoa cuidada. O familiar deve sempre ser
comunicado e questionado sobre a prática de inserção de fraldas.
Em caso de idoso em pleno controle de suas eliminações deve-se levar a pessoa ao
banheiro e não colocar fraldas apenas para facilitar o cuidado.

Em caso de optar pelo uso de fraldas deve-se realizar trocas a cada evacuação ou
micção (urina). Jamais se deve deixar as fraldas molhadas. Sempre realizar higiene
(seja com água corrente ou pano umedecido) na região íntima antes de colocar a
fralda seca. Assim, evita-se assaduras e lesões.

➢ Cuidado com as unhas

O ideal é manter as unhas bem aparadas e limpas, isso evitará que a pessoa se
arranhe ou se machuque, evitando assim lesões mais sérias. Mas sempre antes de
cortar as unhas deve-se questionar a pessoa cuidada se essa é sua vontade ou em
casos onde a pessoa não consiga se comunicar, questione o familiar responsável.

Sempre que for necessário aparar as unhas deve-se realizar, de preferência, após o
banho por estarem mais amolecidas. Caso a unha seja muito grossa se pode
colocar de molho em água morna por 30 minutos.

Mesma atitude se tem com homens em relação ao uso de barbas ou bigodes. O


ideal é manter a barba ou bigode bem aparados para facilitar o cuidado e higiene.
Sempre questionando qual é a vontade da pessoa ou do familiar.

➢ Cuidados com a pele


As lesões podem surgir na pele por diversos fatores. Umidade, falta de higiene,
pessoa muito tempo deitada na mesma posição (o ideal é realizar a troca de posição
de duas em duas horas), muito tempo sem realizar troca de fralda….

O papel do cuidador é manter sempre a pessoa cuidada em total conforto e manter


os cuidados necessários para evitar toda e qualquer lesão que possa aparecer.

As assaduras também fazem parte das lesões que podem surgir na pele da pessoa
cuidada. Pode ser provocada por vários fatores e até mesmo pelo contato da pele
com fezes e urina. A pele se torna avermelhada e se rompe como se fosse um
esfolado. As assaduras abertas podem provocar outras infecções, podendo causar
outros problemas na pessoa.

Para evitar as assaduras pode-se ter alguns cuidados, como por exemplo: Aparar os
pelos pubianos para facilitar a higiene e manter a região mais seca; toda vez que a
pessoa evacuar ou urinar realizar a troca de fraldas e higienizar bem e secar a
região, deixando bem seco.

Se, mesmo mantendo todos os cuidados necessários, a pessoa cuidada ainda


apresentar assaduras, deve-se comunicar ao familiar responsável e a equipe de
saúde que o acompanha.

➢ Cuidados com os pés

O cuidado com os pés é fundamental, principalmente no idoso diabético. A


sensibilidade nos pés da pessoa diabética é muito diminuída, dificultando a
percepção de lesões ou frieiras.
Deve-se manter as unhas dos pés bem aparadas e limpas.

➢ Cuidados com a boca

A higiene bucal é extremamente importante para todas as pessoas. Realizar a


limpeza da boca evita muitos problemas, principalmente, surgimento de cáries e
inflamação da gengiva. Caso a pessoa cuidada consiga realizar sua higiene bucal
sozinha, deve-se encorajá-la a fazer todos os dias após cada refeição realizada e
após cada medicamento ingerido. Caso a pessoa não consiga, o cuidador deverá
realizar este cuidado.

➢ Caso a pessoa não consiga realizar sua higiene bucal deve-se ajudar da
seguinte maneira:

1) Coloque a pessoa sentada na cama, em frente a pia ou com uma bacia na sua
frente

2) Sempre optar por escovas de cerdas macias e quando for possível, usar fio dental

3) Colocar pasta de dente em pequena quantidade na escova de dentes ( para evitar


engasgos)

3) Escovar os dentes

4) Caso a pessoa cuidada não consiga enxaguar a boca, pode-se tirar o excesso da
pasta de dente com gaze umedecida ( enrolada no dedo indicador ). Trocar a gaze
quando estiver com excesso até que remova toda pasta de dente.
➢ Higiene bucal com prótese dentária

Quando a pessoa cuidada faz uso de prótese dentária (dentadura), ponte fixa ou
ponte móvel a higiene deve ocorrer diariamente.

Deve-se retirar a prótese da boca e escovar com escova de cerdas duras, podendo
usar sabão neutro ou creme dental. Para higienizar a língua, bochechas e gengivas
o cuidador pode utilizar escova de cerdas macias, pano ou gaze umedecidas em
água. O movimento de limpeza da língua deve ser de dentro para fora, cuidando
para não encostar no final da língua, pois pode machucar e provocar náuseas no
paciente (ânsia de vômito).

Após a higiene, deve-se enxaguar a boca e recolocar a prótese.

Importante: Ao retirar a prótese da pessoa para dormir (nem todos tiram, alguns
dormem com ela por opção, mesmo não sendo recomendado) deve-se mantê-la em
uma vasilha com água, para que a prótese não perca seu formato original ou fique
empenada.

ATENÇÃO: A higiene bucal deve ser realizada diariamente mesmo que a


pessoa cuidada não tenha dentes e não use próteses.

Quando a higiene da boca não é realizada pode haver surgimento de bactérias


que formam uma massa amarelada que irrita a gengiva e pode causar
sangramento.
O cuidador deve estar sempre atento ao analisar a boca da pessoa cuidada. Ao
notar presença de feridas na bochecha, lábios ou embaixo da língua, sempre
comunicar o familiar responsável e o serviço de saúde que acompanha a
pessoa.

➢ Alimentação

A alimentação saudável contribui para o bem-estar físico, mental, emocional e na


prevenção e tratamento de doenças. Deve-se respeitar a condição socioeconômica
da pessoa e as preferências individuais.

Para aumentar seus conhecimentos sobre alimentação saudável recomendamos a


leitura do guia alimentar da população brasileira disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_20
08.pdf

Existem diversas formas de se alimentar ou alimentar uma pessoa. A alimentação


pode se dar através da via oral ou por sondas.

1) Alimentação por via oral: O paciente recebe o alimento pela boca. Este tipo de
alimentação é característico de pessoas que não tenham dificuldade em deglutir
(engolir a comida).
2) Alimentação por sondas: Existem alguns métodos de alimentação para pessoas
que não podem receber o alimento pela boca por diversos motivos. Os métodos
utilizados são as sondas. As sondas para alimentação são:

* Sonda de gastrostomia: Liga a sonda ao estômago (realizada cirurgicamente)

* Sonda nasogástrica: A sonda vai do nariz até o estômago

* Sonada nasoentérica: A sonda vai do nariz até o intestino delgado


* Sonda de jejunostomia: Liga a sonda ao intestino (realizada cirurgicamente)

O cuidador deve estar atento as orientações da equipe de saúde ou familiar que


acompanha a pessoa sobre manuseio das sondas.

Alimentar outra pessoa nem sempre é uma tarefa fácil, inclusive, pode ser uma
tarefa bastante exaustiva. Por isso o cuidador deve ter muita paciência e calma.
Estabelecer horários, preparar ambientes pode ser uma alternativa para facilitar.

Algumas orientações importantes na hora de alimentar uma pessoa:

1) Sempre sentar a pessoa confortavelmente ao oferecer algum alimento ou líquido.


Jamais ofertar alimentos com o paciente deitado, para não engasgar. Caso a pessoa
consiga se alimentar sozinha, deve-se incentivá-la ou auxiliá-la. Cada pessoa tem
um tempo para se alimentar, então, não apresse a pessoa.

2) Os utensílios que se usa para alimentar a pessoa e o local onde a pessoa se


alimenta devem estar sempre limpos e organizados. Isso evitará a contaminação
dos alimentos. A pessoa que prepara os alimentos é responsável por manter a
higiene.

3) Quando a pessoa cuidada não aceita a dieta ofertada o cuidador deve oferecer
alimentos saudáveis e de preferência da pessoa, incentivando-a a comer. A pessoa
que apresenta dificuldades para comer aceita melhor alimentos líquidos e pastosos,
como por exemplo: mingau, fruta, purês…

4) Uma boa maneira de estimular o apetite é variar os temperos, sempre optando


por temperos naturais como: alho, cebola, louro, alecrim….entre outros.

5) Caso a pessoa cuidada consiga mastigar, não há motivos para modificar a


consistência dos alimentos. No caso da ausência total ou parcial dos dentes e uso
de próteses, o cuidador deve oferecer carnes, legumes, verduras e frutas bem
picadas, raladas, desfiadas, raladas ou moídas no liquidificador.

ALIMENTAÇÃO POR SONDA

A dieta por sonda, também chamada de dieta enteral, é administrada na forma


líquida por meio de uma sonda que vai do nariz ou boca até o estômago ou intestino.

A alimentação por sonda é utilizada nas seguintes situações:

1) Para auxiliar na cicatrização de feridas;

2) Para controlar diarreia, prisão de ventre e vômitos

3) Para prepara o paciente para procedimentos ou cirurgia;

4) Quando a pessoa não pode se alimentar pela boca;

5) Quando a quantidade consumida pela pessoa não está sendo suficiente;

6) Quando existe a necessidade de aumentar o número de calorias consumidas pela


pessoa cuidada;

Existem algumas situações em que a pessoa recebe alimentação mista, ou seja, se


alimenta pela boca e recebe complemento pela sonda. A dieta enteral (sonda) pode
ser preparada em casa ou pode ser industrializada.
Módulo III: CUIDADOS COM A MOBILIDADE DO IDOSO

Mas afinal, o que é mobilidade?

Mobilidade se refere a tudo que é móvel. Trata-se da capacidade e facilidade de se


locomover. Sempre que este termo aparece, logo pensa-se em transporte de
materiais ou de pessoas. Mas o verdadeiro significado vai além disso. Mobilidade é
a capacidade que se tem de chegar a todos os lugares.

Mobilidade é tornar viável todos os deslocamentos essenciais. Precisa-se


compreender que as pessoas, e não os veículos, são a verdadeira essência e
devem estar no centro de todo movimento que envolva o ato de ir e vir.

Muitas pessoas são incapazes de se movimentar por diversos fatores e o papel do


cuidador é, justamente, auxiliar no que for preciso e possível para que a pessoa
consiga se movimentar.

Quando se fala em pessoas imóveis não significa, necessariamente, que a pessoa


esteja acamada totalmente. A pessoa pode estar limitada por um período ou pode
ser parcialmente imóvel.
Todas as pessoas enfrentarão, em algum momento de sua vida, a condição de estar
com a mobilidade reduzida. É necessário avaliar qual o nível de imobilidade a
pessoa cuidada se encontra.

Os principais cuidados básicos com uma pessoa acamada ou com mobilidade


reduzida:

1) Prevenir quedas: Sempre avaliar se, ao movimentar a pessoa, o local está seguro
e se você conseguirá fazer este movimento sozinho, caso fique em dúvida se
conseguirá ou não, solicite ajuda.

2) Manter roupas de cama sempre bem esticadas e limpas, evitando assim, lesões
na pele e infecções.

3) Mudar a pessoa cuidada de posição a cada 2 horas para evitar lesões por
pressão (escaras).

4) Estimular a movimentação: O cuidador deverá avaliar o que será possível fazer e


jamais colocar a pessoa em risco. Talvez a pessoa cuidada consiga realizar algumas
atividades que envolvam a mobilidade com ajuda do cuidador ou, talvez, seja
necessário que apenas o cuidador realize os movimentos. Esses movimentos
realizados pelo cuidador pode ser uma massagem circular para ativar a circulação
em regiões importantes, movimentar pernas e braços, por exemplo.

5) Manter os cuidados com a higiene é extremamente importante. Ao higienizar a


pessoa acamada a circulação é ativada (evitando lesões), além de levar sensação
de bem-estar e de relaxamento.
6) Cuidar da alimentação: Não se pode falar em uma padronização da alimentação,
tendo em vista que cada pessoa tem a sua particularidade. Deve-se avaliar a
alimentação de pessoa para pessoa. Alguns poderão não mastigar ou engolir os
alimentos e/ou água e necessitarão fazer uso de sonda, outros terão dificuldades por
usarem próteses, por exemplo. A alimentação deve ser sempre a mais saudável
possível A pessoa, sendo acamada ou não, deve estar sempre na posição sentada
para se alimentar, usando sonda ou não pois isso evitará engasgos.

Sempre que possível e, a pessoa conseguir, deve-se incentivar a mobilidade.


Módulo IV: COMUNICAÇÃO EFETIVA COM O IDOSO

Comunicação é uma forma de se expressar com outro indivíduo. Falando em


comunicação com idosos, apresentamos algumas dicas:

1) Sempre chamar a pessoa pelo seu nome;

2) Falar pausadamente e sem pressa para que a pessoa compreenda o que você
está falando;

3) Opte por frases curtas para facilitar o diálogo;

4) Quando a pessoa não compreender alguma palavra que você use, substitua por
outra palavra mais simples;

5) Fale de frente para a pessoa, olhando-o nos olhos;

6) Nunca fale nas costas da pessoa cuidada, faça com que ela consiga ver o seu
rosto. Isso permite a leitura labial, facilitando a compreensão;

7) Ao conversar com a pessoa cuidada dê preferência a locais iluminados e poucos


ruídos;

8) A pessoa cuidada poderá levar um tempo maior para compreender o que você
está dizendo ou perguntando, então, faça perguntas pausadas e dê um tempo maior
para que a pessoa responda.
9) Jamais interrompa. Seja paciente com o raciocínio da pessoa e permita que ela
conclua;

10) Evite a linguagem infantilizada. Evite palavras no diminutivo, como “ bonitinho”,


“pezinho” ou até termos inapropriados como “ vovô/vovó”. Chame-o sempre pelo
nome;

11) Caso seja necessário, combine gestos para facilitar a comunicação entre
cuidador e a pessoa cuidada;

12) Realize atividades que estimule a fala da pessoa, cante e converse, por
exemplo.

13) A principal forma de comunicação é o carinho. Sorria, olhe, toque, isso fortalece
o vínculo entre o cuidador e o idoso e traz resultados fantásticos.

14) Lembre-se de que a fala não é a única forma de se comunicar, por isso, caso
haja necessidade de comunicar-se de outras maneiras, encontre formas para isso.
Faça placas, cartazes, combine gestos.

15) Combine sempre com a pessoa qual a melhor maneira de se comunicar com ela.
Módulo V: PRINCIPAIS DOENÇAS DOS IDOSOS

1) As doenças crônicas que mais afetam os idosos são:

* Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus (DM) e Osteoartrite.

2) As doenças neurodegenerativas que mais afetam idosos são:

* Doença de Alzheimer e a Doença de Parkinson.

3) As pneumopatias crônicas que mais afetam idosos são:

* Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC (conhecida também como enfisema


pulmonar)

4) Câncer.

5) AVC

6) Infarto

Vamos falar rapidamente sobre cada uma delas?

● Hipertensão Arterial Sistêmica:


É a principal doença crônica presente na população idosa. Mais conhecida como
pressão alta, a hipertensão arterial é uma doença que afeta os vasos sanguíneos,
coração, cérebro, olhos e pode causar paralisação dos rins, se não tratada. Ocorre
quando as medidas de pressão arterial se mantém frequentemente acima de 140x90
mmhg. Sempre se deve questionar a família sobre as doenças que a pessoa possui.
Em caso de hipertensão existem alguns cuidados a serem tomados, como por
exemplo:

* Manter alimentação saudável;

* Evitar consumo de sal em excesso;

* Evitar atividades estressantes;

* Não fumar.

* Diminuir o número de cigarros consumidos ao dia (no caso de idoso fumante).

* Administrar os medicamentos prescritos pelo médico nas horas certas;

* Não usar nenhum medicamento sem prescrição médica;

* Se possível, realizar alguma atividade física com o idoso

* Ficar atento aos sinais como: dor no peito, falta de ar, inchaços, câimbras ou
fraqueza.

● DIABETES MELLITUS
* Diabetes Mellitus é um distúrbio no metabolismo que resulta em níveis elevados de
glicose no sangue. Conhecido popularmente como “açúcar alto no sangue”, existem
vários tipos e várias causas de diabetes, porém, todos os tipos costumam
apresentar complicações semelhantes como: risco de lesão nos rins, nos olhos e
nos vasos sanguíneos. O diabetes é uma das doenças mais comuns no mundo e
sua incidência tem aumentado ao longo dos anos, devido principalmente à má
alimentação e à obesidade. O diabetes tipo 1 e tipo 2 são os dois tipos que
acometem os idosos, sendo o tipo 1 adquirido logo na infância e o tipo 2 ao longo da
vida.

As pessoas portadoras de diabetes necessitam de alguns cuidados, como:

* Manter uma alimentação saudável;

* Praticar exercícios físicos, quando possível;

* Realizar acompanhamento médico com frequência;

* Manter os exames de sangue atualizados ( sempre conversar com a família);

* Administrar os medicamentos prescritos na hora certa;

* Realizar aferições de HGT conforme orientações;

* Estar atento aos sinais de alarme ( hipoglicemia ou hiperglicemia );

* Manter cuidados com os pés da pessoa. Diabéticos têm grandes chances de


complicações sérias se apresentarem feridas nos pés ( inclusive, amputação).

● OSTEOARTRITE ( ARTROSE ):
A Osteoartrite é muito mais comum nos idosos devido ao envelhecimento da
cartilagem, um processo degenerativo natural do nosso corpo. A cartilagem é
responsável por revestir a articulação e, assim, protegê-la. O processo de desgaste,
geralmente, se inicia na velhice. A articulação fica mais vulnerável e os movimentos
do corpo podem causar dor e inchaço.

Quais são os fatores de risco para desenvolver osteoartrite?

* Além da idade avançada existem outros fatores de risco para o desenvolvimento


da osteoartrite. A obesidade e o sobrepeso podem forçar a cartilagem e as
articulações, causando dores.

Quais os principais cuidados com um idoso portador de osteoartrite?

* Se possível, auxiliar o idoso na realização de atividades físicas;

* Administrar medicamentos para dor conforme prescrição médica;

* Movimentar a pessoa de acordo com suas capacidades;

* Manter alimentação saudável;

* Jamais forçar exercícios ou caminhadas se a pessoa não estiver segura para isso;

● DOENÇA DE ALZHEIMER:
É a forma mais comum de demência em pessoa de idade. A causa é desconhecida,
mas acredita-se que seja genético. A doença costuma evoluir de forma lenta. A partir
do diagnóstico, a sobrevida média oscila entre 8 e 10 anos.

Quais são os principais sintomas da doença de alzheimer?

* Perda de memória para acontecimentos recentes, a pessoa lembrará mais do


passado.

* Repetição da mesma pergunta várias vezes;

* Dificuldade de acompanhar conversas ou pensamentos complexos;

* Incapacidade de elaborar estratégias para resolver problemas;

* Dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos conhecidos;

* Dificuldade para encontrar palavras para concluir ideias ou sentimentos;

* Irritabilidade, desconfiança injustificada, agressividade, interpretações erradas de


estímulos visuais ou auditivos, tendência ao isolamento.

O quadro clínico da doença costuma ser dividido em 4 estágios:

* 1º estágio (forma inicial): Alterações na memória, na personalidade, e nas


habilidades visuais e espaciais;

* 2º estágio (forma moderada): dificuldade para falar, realizar tarefas simples e


coordenar movimentos. Agitação e insônia.

* 3º estágio (forma grave): Resistência á execução de tarefas diárias. Incontinência


fecal e urinária. Dificuldade para comer. Deficiência motora progressiva.

* 4º estágio: (terminal): Restrição ao leito, Dor ao engolir. Infecções intercorrentes.

E qual o tratamento??

A doença de Alzheimer é incurável. O principal objetivo do tratamento é retardar a


evolução e preservar por mais tempo possível as funções intelectuais do indivíduo.
Os melhores resultados acontecem quando o tratamento se inicia nas fases mais
precoces da doença.

Como cuidar de uma pessoa com Alzheimer ???


* Administrar os medicamentos prescritos pelo médico nos horários corretos;

* Preservar autonomia da pessoa, sempre analisando quais atividades poderá


realizar sozinho ou sob supervisão;

* Evitar momentos de agitação e estresse;

* Ter muita paciência nos momentos de agitação e confusão mental;

* Ter cuidado com quedas;

* Distribuir muito carinho e atenção em todos os momentos;

* Cuidar do sono;

* Cuidar e incentivar a autoestima;

* Incluir passeios na rotina da pessoa, se possível;

* Manter cuidados com alimentação;

* Realize atividades divertidas, a alegria é sempre bem-vinda.

* Esteja sempre disposto a ajudar a pessoa iniciar suas atividades,

* Seja empático ( se coloque no lugar do outro);

* Nunca discute com a pessoa. Concorde!

* Nunca peça para que a pessoa se lembre, ajude a recordar;

* Nunca diga: Já te disse.

● DOENÇA DE PARKINSON:
É uma doença neurológica que afeta os movimentos da pessoa. Causa tremores,
lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, além de alterações na fala e
na escrita. A doença de Parkinson ocorre por degeneração das células em uma
determinada região do cérebro. A progressão da doença é muito variável de pessoa
para pessoa. É uma doença incurável, mas pode ser tratada.

Quais os sintomas da doença de Parkinson?

* Tremores;

* Lentidão de movimentos;

* Caminhar arrastando os pés;

* Postura inclinada para frente;

* O tremor afeta dedos ou as mãos, mas pode afetar o queixo, a cabeça ou os pés.
Pode ocorrer em um lado do corpo ou nos dois e pode ser mais intenso em um lado
que no outro.

* O tremor fica mais acentuado quando a pessoa fica nervosa;

Quais os cuidados com uma pessoa portadora de Parkinson?

* Administrar os medicamentos prescritos pelo médico nos horários corretos,

* Manter cuidados com alimentação;

* Manter cuidados para evitar quedas;

* Realizar atividade física, se possível;

* Em caso de necessidade, usar equipamentos adaptativos para caminhar


( bengalas, andadores…);

* Manter a pessoa mais ativa possível;

* Sempre respeitar a vontade da pessoa;

* Evitar ficar observando os tremores e fazer questionamentos;


* Auxiliar a pessoa em tudo que for necessário;

● DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA – DPOC (conhecida também


por enfisema pulmonar )

A doença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença pulmonar que obstrui as vias
aéreas, tornando a respiração difícil, bloqueando o fluxo de ar.

As lesões causadas aos pulmões são irreversíveis, não tem cura.

* Quais são os sintomas da DPOC?

Falta de ar aos esforços, que pode progredir até para atividades corriqueiras
como trocar de roupas ou tomar banho, pigarro, tosse crônica e tosse com
secreção que piora pela manhã.

* Quais são os fatores de risco para desenvolver a DPOC?

O tabagismo (ato de fumar) é o principal fator de risco para desenvolver a


doença. Sua origem é fortemente ligada ao efeito da fumaça do cigarro nos
pulmões, havendo relação da quantidade e do tempo de tabagismo com a
gravidade da doença. Normalmente o início é lento, mas pode evoluir rápido
levando á incapacidade respiratória e morte. A poluição ambiental, como as
queimadas de lavouras e uso de lenha para cozinhar, como o fogão a lenha,
também entram para este grupo.

Quais os cuidados se deve ter com portadores de DPOC?

* Manter alimentação saudável;

* Administrar os medicamentos prescritos nos horários certos;

* Em caso de uso de oxigênio em casa, manter todos os cuidados.


Principalmente manter a pessoa longe do fogo;

* Se possível, realizar alguma atividade física conforme orientação médica;

* Auxiliar a pessoa no que for necessário e evitar que a pessoa faça esforços
que desenvolvam crises;

* Manter a pessoa em ambiente calmo, silencioso e arejado.

● CÂNCER

A população idosa possui 11 vezes mais chances de desenvolver câncer do


que pessoas jovens. Os tipos de câncer que mais acometem os idosos são:
câncer de pele, mama, pulmão, estômago, pâncreas, reto e próstata. As
alterações causadas pela idade aumentam as chances e os riscos de
desenvolvimento de doenças, como o câncer, por exemplo, sendo a idade
considerada um grande fator de risco para desenvolvimento da doença.
Alguns fatores aumentam os riscos, como por exemplo:

* Atividade laboral com exposição a agentes cancerígenos ao longo da vida;

* Alimentação não saudável;


* Sedentarismo;

* Consumo excessivo de álcool e cigarro;

* Exposição solar sem proteção

Mas afinal, o que é o câncer???

Câncer é a rápida multiplicação de células anormais que se desenvolvem


além do normal, podendo atingir alguma parte do corpo e também se espalhar
para outras partes. A região atingida pelo crescimento anormal das células
deve ser tratada rapidamente.

Como ofertar cuidados ao idoso com câncer?? O câncer é uma doença que
assusta bastante, mesmo na terceira idade. O cuidador que está prestando
cuidados ao paciente com câncer deve estar bem preparado
psicologicamente para enfrentar, junto com o idoso, essa situação. É
primordial que o cuidador saiba qual tipo de câncer está acometendo seu
paciente, para poder prestar os cuidados especiais. Se interessar pelo
paciente fará de você um cuidador diferente e levará segurança á pessoa
cuidada.

AVC
O AVC ( acidente vascular cerebral ), conhecido também como acidente
vascular encefálico ( AVE ) e como “derrame” é a segunda causa de morte no
mundo e a doença que mais incapacita os adultos.

A grande maioria das pessoas acometidas pelo AVC necessitam manter-se


sob cuidados dos familiares ou dos cuidadores, jamais retornando as suas
atividades rotineiras. A cada 6 segundos uma pessoa, independente de sexo
ou idade, morre de AVC no mundo ( dados da Organização Mundial da Saúde
- OMS ).

Mas afinal, o que é o AVC?

O AVC é uma alteração repentina no fluxo sanguíneo do cérebro. Os vasos


que irrigam o cérebro e levam oxigênio para o seu perfeito funcionamento se
rompem ou são obstruídos por coágulos, causando o AVC.

A interrupção de oxigênio no cérebro pode se dar por duas razões: por


entupimento do vaso, causando o AVC isquêmico ou por rompimento do vaso
causando o AVC hemorrágico.

Mas, qual a diferença entre os tipos de AVC??

AVC isquêmico: O AVC isquêmico é o tipo mais comum, presente em cerca de


85% dos casos. Neste caso o sangue está impossibilitado de realizar seu
trajeto normal, afetando a parte cerebral e causando lesões.

ENTUPIMENTO → AUSÊNCIA DE OXIGÊNIO → MORTE OU LESÃO


CELULAR

AVC hemorrágico: O AVC hemorrágico é menos comum. Responsável por,


aproximadamente, por 15% dos casos. O processo é semelhante ao AVC
isquêmico, porém, o hemorrágico acontece por rompimento da artéria,
vazando sangue para o interior do cérebro.

VAZAMENTO → AUSÊNCIA DE OXIGÊNIO → MORTE OU LESÃO


CELULAR
As limitações causadas pelo AVC dependem muito da parte afetada e do
tamanho da lesão. Pode haver perda dos movimentos ( total ou parcial ),
perda da sensibilidade, perda do equilíbrio, paralisia em um dos lados do
corpo, alteração na fala e alteração na compreensão.

Em qual idade ocorre mais o AVC?

Não existe idade mínima ou máxima para acontecer um AVC, geralmente


atinge os indivíduos mais velhos, porém, é possível ocorrer em qualquer faixa
etária, do bebê ao idoso, até mesmo antes do nascimento, dentro do útero da
mãe. Atinge homens, mulheres e todas as raças, podendo acontecer mais de
uma vez, o que chamamos de AVC recorrente.

Como prevenir o AVC??

O conhecimento salva vidas!!! Isso mesmo!! Conhecer os fatores de risco,


conhecer quais as medidas de prevenção e o reconhecimento dos sintomas
do AVC salvam vidas e podem minimizar as sequelas. 90% dos AVCs são
causados por fatores modificáveis, como a hipertensão, obesidade e
tabagismo, por exemplo.

As medidas de prevenção são:

1) Controlar a pressão arterial

2) Praticar exercícios físicos, 5 vezes na semana

3) Manter hábitos alimentares saudáveis

4) Reduzir o colesterol

5) Manter o peso ideal

6) Parar de fumar. Fumantes tem um risco maior de sofrer AVC

7) Reduzir consumo de álcool

8) Tratar fibrilação atrial ( coração bate descompassado )

9) Tratar o diabetes
10) Tratar o estresse e a depressão

Quais os sintomas do AVC?

Os sinais do AVC iniciam repentinamente.

Lembre-se da sigla: SAMU

S: Sorria – peça para a pessoa sorrir: a boca estará torta para um dos lados

A: Abraço – peça para a pessoa elevar os braços: haverá perda de força

M: Música – peça para a pessoa repetir uma frase cantando: apresentará


dificuldade na fala

U: Urgente – ligue para o SAMU – 192

RESUMINDO
Fique atento aos sintomas do AVC, pois tempo perdido é cérebro perdido!!!!!!

Após sofrer um AVC o paciente poderá permanecer acamado por longo tempo ou
até mesmo para vida toda. Os cuidados prestados á pessoa vítima de AVC são
muito importantes para evitar problemas futuros, como por exemplo, escaras ( úlcera
por pressão) e quedas. Sempre que possível, deve-se encorajar a pessoa retomar
suas atividades, mantendo o paciente sempre em segurança, nunca forçando que o
paciente ultrapasse seus limites, pois isso poderá ser estressante.

INFARTO ( IAM )
O infarto agudo do miocárdio ( IAM ), também conhecido como ataque cardíaco, é
causado por interrupção do fluxo sanguíneo em uma região do músculo cardíaco por
conta de formação de um coágulo. Ocorre de forma súbita e intensa.
A principal causa do infarto é a aterosclerose ( placas de gordura que se acumulam
no interior das artérias coronárias). Na maioria dos casos ocorre o desprendimento
da placa causando um coágulo e interrupção do fluxo sanguíneo.
O infarto pode ocorrer em várias partes do coração, vai depender de qual artéria foi
obstruída.

Quais são os sintomas do infarto?

O principal sintoma é a dor ou desconforto no peito, podendo irradiar para as costas,


mandíbula, braço esquerdo e, raramente, para o braço direito. O desconforto
geralmente é de forte intensidade e prolongado e pode estar acompanhado de suor
frio, palidez, falta de ar e desmaio. Pode ocorrer também, dor abdominal (parecendo
dor de gastrite), porém, é pouco frequente. Mal-estar súbito em idosos e diabéticos
deve ser sempre observado com atenção, pois nestes grupos o infarto pode ocorrer
sem sinais específicos.

Quais os principais fatores de risco para o infarto?

O tabagismo, colesterol em excesso, hipertensão, obesidade, estresse depressão e


diabetes são os grandes inimigos do coração. Colesterol em excesso podem se
acumular na parede dos vasos e formar placas de gordura. Os diabéticos têm de
duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto.

Qual tratamento?

O infarto é considerado uma emergência. Ao ser identificado os sintomas, o paciente


deve ser levado a emergência imediatamente. Neste caso, tempo é vida!

Como podemos prevenir um infarto?


Cessação do tabagismo, alimentação saudável, manter o colesterol nos níveis
adequados, praticar exercícios físicos, prevenir doenças como diabetes,
aterosclerose e obesidade são fundamentais para evitar o entupimento dos vasos e
consequentemente o infarto.

Módulo VI – Emergências no domicílio

Emergência é sempre aquela situação grave que acontece de repente e que


requer uma ação imediata com a finalidade de resguardar a vida da pessoa. A
pessoa cuidada por estar mais frágil e debilitada, de uma hora para outra, pode ter
uma piora súbita em seu estado geral ou sofrer um acidente.
Esteja atento para perceber uma emergência e procure ajuda para lidar com
essa situação de maneira firme e segura. É importante sempre manter em local
visível e de fácil acesso os números de telefones dos serviços de pronto-socorro,
como o SAMU 192, para onde se possa ligar em casos de emergência.
A pessoa idosa pode ter mais de uma doença crônica, como por exemplo:
diabetes e hipertensão arterial, seqüelas de derrame e Parkinson e por isso seu
estado geral pode se alterar muito rapidamente.
O aparecimento súbito de sinais que a pessoa não tinha anteriormente, tais
como: sonolência em excesso, confusão mental, agitação e agressividade podem
ser sinais de uma situação de emergência.
Além das doenças pré existentes, podem acontecer acidentes ou situações
com as quais devemos estar preparados para lidar. Abaixo algumas situações que
são mais comuns de acontecer:

 Engasgo

O engasgo ocorre quando um alimento sólido ou líquido entra nas vias


respiratórias, podendo desencadear:
o Aspiração – quando líquidos ou pedaços muito pequenos de alimentos
chegam aos pulmões, o que pode provocar pneumonia por aspiração.

o Sufocamento – ocorre quando pedaços maiores de alimentos ou objetos


param na garganta (traquéia) e impedem a passagem do ar.

Ao perceber que a pessoa cuidada está engasgada, tente primeiro retirar com
o dedo o pedaço de alimento que está provocando o engasgo. Caso não consiga,
coloque a pessoa em pé, abrace-a pelas costas apertando com seus braços a
“boca” do estômago da pessoa. (Manobra de Heimlich)

Ao alimentar a pessoa acamada, deixe-a na posição mais sentada possível,


para isso conte com a ajuda de almofadas e travesseiros e nunca dê líquidos e
alimentos à pessoa que estiver engasgada.

 Queda

As quedas são os acidentes que mais ocorrem com as pessoas idosas e


fragilizadas por doenças, ocasionando fraturas principalmente no fêmur, costela,
coluna, bacia e braço.
Após uma queda é importante que a equipe de saúde avalie a pessoa e
identifique a causa, buscando no ambiente os fatores que contribuíram para o
acidente. Assim, é possível ajudar a família a tornar o ambiente mais seguro.
Ao atender a pessoa que caiu, observe se existe alguma deformidade, dor
intensa ou incapacidade de movimentação, que sugere fratura. No caso de suspeita
de fratura, caso haja deformidade, não tente “colocar no lugar”, procure não
movimentar a pessoa cuidada e chame o serviço de emergência o mais rápido
possível.

 Convulsão

A convulsão ou ataque epilético é o resultado do descontrole das ondas


elétricas cerebrais e pode acontecer por diversas causas.
Não é doença contagiosa, então, ninguém se contamina ao atender e tocar a
pessoa durante a convulsão. Durante a crise convulsiva a pessoa pode cair, perder a
consciência, movimentar braços e pernas contra sua vontade e de maneira
desordenada, urinar e defecar involuntariamente. Ao atender a pessoa durante a
crise convulsiva, mantenha apoiada a cabeça da pessoa e gire para o lado, para
evitar que a saliva seja aspirada e vá para os pulmões. Proteja a pessoa para que
ela não se machuque. Afaste móveis e objetos.
Ao terminar a crise a pessoa acorda confusa, desorientada, sentindo dores no
corpo e sem saber o que aconteceu. Tente deixar a pessoa mais tranquila possível e
procure ajuda da equipe de saúde ou serviço de emergência.

 Vômitos

Os vômitos podem estar relacionados à doença ou a uma reação do


organismo a um alimento ou medicamento. Vômitos freqüentes causam
desidratação principalmente em crianças, idosos e pessoas debilitadas. Para evitar
que a pessoa fique desidratada é preciso repor com soro caseiro ou de pacote, o
líquido e sais minerais perdidos pelo vômito.
Se a pessoa cuidada, mesmo tomando soro, continuar com vômito ou estiver
com sinais de desidratação, sangue nas fezes, vermelhidão na pele, febre e
calafrios, é preciso que seja avaliada pela equipe de saúde
Ao atender a pessoa acamada que esteja vomitando, vire-a de lado para
evitar que o vômito seja aspirado e chegue aos pulmões.

 Diarréia
A diarréia são fezes líquidas em maior número do que a pessoa evacuava
normalmente. Os idosos com diarréia podem facilmente ficar desidratadas. Fique
atento a alimentação da pessoa com diarréia. Não ofereça alimentos fibrosos como:
verduras, legumes, frutas, feijão e alimentos doces.
Nos primeiros sinais de diarréia e vômitos, prepare soro caseiro ou de pacote
e ofereça à pessoa em pequenos goles. Pessoas com diabetes ou que tomem
remédio para o coração podem apresentar complicações mais cedo.

 Desidratação
A desidratação acontece quando a pessoa perde líquidos e sais minerais pelo
vômito e diarréia. A pessoa que está desidratada pode apresentar pele seca, olhos
fundos, pouca saliva e urina. Se a pessoa não consegue beber água ou soro, ou os
vômitos e diarréia não param, procure a equipe de saúde, pois pode ser necessário
aplicar soro na veia.

 Hipoglicemia

A hipoglicemia é a diminuição do nível do açúcar no sangue. Isso acontece


nos diabéticos quando faz muito exercício físico em jejum ou se fica longo tempo
sem se alimentar. No Diabético também pode ocorrer hipoglicemia quando a pessoa
recebe uma dose de insulina ou de medicamentos para o controle do Diabetes maior
que o necessário ou quando consome bebida alcoólica em excesso.
A hipoglicemia pode ocorrer em qualquer hora do dia ou da noite, mas em
geral acontece antes das refeições.
Os sinais e sintomas de hipoglicemia são:
o Cansaço

o Suor frio

o Pele fria, pálida e úmida

o Tremor

o Coração disparado

o Nervosismo

o Visão turva ou dupla


o Dor de cabeça

o Dormência nos lábios e língua

o Irritação

o Desorientação

o Convulsões

o Tontura

o Sonolência

Converse com a equipe de saúde para aprender a verificar a glicemia em


casa. Se a glicemia estiver abaixo de 50 a 60 mg/dl ou a pessoa estiver sentindo os
sintomas referidos acima ofereça-a bala ou meio copo de água com duas colheres
de sopa de açúcar. Se ela estiver desmaiada ou se recusar a colaborar, coloque um
lenço entre as arcadas dentárias e introduza colheres de café com açúcar entre a
bochecha e a gengiva, massageando-a por fora.
Assim que a pessoa melhorar, ofereça a ela uma refeição. Se os sintomas
não desaparecerem é preciso procurar imediatamente a equipe de saúde ou um
serviço de urgência.

 Desmaio
Desmaio é a perda temporária da consciência, pode ocorrer quando a pessoa
tem uma queda da pressão arterial, convulsões, doenças do coração, hipoglicemia,
derrame e outras. Por esse motivo é preciso identificar a causa do desmaio.
Enquanto a pessoa estiver inconsciente, não ofereça líquidos ou alimentos,
pois ela pode engasgar. Verifique se a pessoa tem algum ferimento ou fratura. Peça
ajuda para levantar a pessoa e colocá-la na cama. Mantenha a pessoa deitada, com
a cabeça no mesmo nível do corpo.
Se a pessoa que desmaiou for diabética, espere recuperar a consciência, e
então ofereça a ela um copo de água com açúcar. Se for possível, meça a pressão e
sinta os batimentos do pulso. Se a pessoa não melhorar, procure imediatamente a
equipe de saúde.

 Sangramentos

É a perda de sangue em qualquer parte do corpo. Pode acontecer


externamente ou internamente, resultante de feridas, cortes, úlceras ou rompimento
de vasos sangüíneos. O sangramento interno é mais grave e mais difícil de ser
identificado. Procure localizar de onde vem o sangramento e estancá-lo, apertando o
local com as mãos. Para evitar contaminação proteja o local com um pano limpo.
Para diminuir o sangramanto, utilize compressa com gelo ou água gelada, mantenha
o local do sangramento elevado.
Se a hemorragia acontecer num órgão interno que se comunica com o
exterior o sangramanto será percebido na boca, nariz, fezes, urina, vagina ou pênis,
dependendo do local onde rompeu o vaso sangüíneo.
No sangramento do intestino é possível perceber as fezes escuras e com
cheiro fétido, o sangue que vem do estômago é escuro como borra de café ou
vermelho vivo e pode ser observado no vômito. O sangue que sai do pulmão é
vermelho vivo e com bolhas de ar. Na hemorragia de bexiga o sangue sai pela urina.
O sangue que sai pela vagina pode ser de uma hemorragia da vagina, do útero ou
das trompas.
Qualquer tipo de sangramento deve ser avaliado pela equipe de saúde.
 Confusão mental

Na confusão mental a pessoa fica agitada, irritada, desorientada, não sabe


onde está e fala coisas sem sentido, parece ativa num momento e logo a seguir
pode estar sonolenta e com a atenção prejudicada. A confusão mental pode
acontecer no infarto do coração, desidratação, traumatismo do crânio, infecção,
pressão baixa, derrame ou outra doença grave.
É preciso que a pessoa seja avaliada pela equipe de saúde. Com o
tratamento dessas doenças geralmente a pessoa sai do estado de confusão.
Módulo VII – Saúde Mental do Idoso

Quando pensamos em envelhecimento? Qual a primeira idéia que temos?


Maturidade e bem-estar. Essa fase da vida é cheia de desafios em que os cuidados
com o corpo e com a mente contribuem para a longevidade.

Temos que ter em mente que a velhice não tem apenas uma cara. Enquanto
existem pessoas de 60 anos com aparência mais fragilizada, existem homens e
mulheres de 90 anos muito bem-dispostos e isso nem sempre tem a ver com falta ou
excesso de cuidados. O que não podemos ignorar é que o passar do tempo pode
pesar na mente de quem envelhece.

Diante deste fato, nos perguntamos como a saúde mental do idoso pode ser
afetada pela passagem do tempo. A realidade é que, na velhice, sintomas físicos
podem e vão trazer incômodos para nossos idosos. Entre eles podemos destacar
alguns como:
 Diminuição da visão

Durante o envelhecimento, podem ocorrer várias alterações orgânicas que


comumente levam à diminuição da acuidade visual. A baixa visão é relatada
como o terceiro problema crônico mais importante do idoso e, em alguns
casos, pode não ser corrigida por cirurgias, tratamento clínico ou lentes
convencionais, ou seja, apenas indicada conduta reabilitadora.

 Perda ou aumento de peso

Após os 60 anos, naturalmente ocorre perda de massa muscular e


óssea. Somada a isso, há a redução das atividades físicas e diárias,
resultando no aumento da proporção de gordura corporal.

Ao envelhecer, o organismo sofre alterações que podem afetar a ingestão e


digestão adequada dos alimentos, assim como também há uma queda nos
níveis de absorção de alguns nutrientes. Nos idosos é muito comum a perda
de apetite, e consequentemente de peso. Isso está diretamente ligada a
tratamentos por certos medicamentos, a própria idade avançada, a falta de
uma alimentação adequada, ou até mesmo nos casos mais graves, ao
agravamento de alguma doença.

Além disso, a obesidade ou sobre peso nos idoso também é um fator


importante que devemos ficar atentos. Redução no ritmo de vida, marcado
principalmente pela aposentadoria. Sedentarismo, que ainda é um
fator comum mesmo com diversas campanhas realizadas pelo Governo.
Alimentação em excesso e/ou gordurosa e industrializada, acabam sendo um
vilão para a saúde do idoso.

Por mais que seja um processo natural, vivenciar essas mudanças no corpo pode
ser difícil para algumas pessoas, e assim a saúde mental é afetada.

 Aspectos emocionais

Da mesma maneira que a idade vai avançando, experiências negativas


podem ser repetidas, como a perda de amigos e familiares, doenças físicas e a
sensação de término da vida. É de suma importância que a pessoa possua uma boa
estrutura familiar, com amparo e compreensão para minimizar os conflitos que
afetam a saúde mental na terceira idade. Nem sempre é isto que acontece, a perda
da autonomia, a solidão, o medo, interferem negativamente gerando medos e fobias.
Nesse contexto, entre os problemas mentais mais comuns em idosos
estão a depressão, a demência e quadros psicóticos.
Porém, o cuidador ou o familiar responsável pode ficar atento a alguns sinais
que indicam alguma anormalidade. Observe o que pode acontecer:

 choro constante;

 tristeza profunda;

 sinais de depressão;

 negligência com higiene pessoal;

 irritabilidade e queixas sem motivo;

 mania de doenças sem causa aparente;

 recusa a se levantar da cama pela manhã;

 mau humor e atitudes de grosseria sem justificativas.

Depressão

Além de fatores ambientais comuns ao envelhecimento,


a depressão em idosos pode se manifestar a partir de uma série de problemas
relacionados à terceira idade como o afastamento da família, a perda do papel social
com a aposentadoria, falecimento do cônjuge e solidão.

Como identificar a depressão em um idoso?


 insônia ou hipersonia;
 ganho ou perda de peso;
 agitação ou lentificação psicomotora;
 humor deprimido;
 diminuição do interesse e do prazer na maioria das atividades;
 fadiga;
 ideia inapropriada de menos-valia ou de culpa;
 pensamento recorrente de morte ou de ideação suicida.
Dicas para aprender a lidar com a depressão em idosos.

 Dê atenção

 Tenha tempo de lazer

 Permita que o idoso faça as coisas que gosta

 Não deixe o idoso sozinho por grandes períodos

 Jamais ignore o acompanhamento psicológico.

Impactos da Depressão na vida do idoso


Em idosos, a depressão tende a se intensificar, pois a recuperação de
qualquer problema se torna mais lenta, podendo interferir em aspectos físicos,
alimentação, participação em programas sociais e até mesmo tomar os remédios
para as doenças que surgem com a idade.

O sexo é um aspecto importante na vida dos idosos. As mulheres quando


entram na menopausa podem sentir baixa libido e dificuldades na hora da relação
sexual, e os homens podem sofrer com a impotência, fazendo com que esses
problemas sexuais contribuam diretamente para o desenvolvimento da depressão
nos idosos. Por isso se faz tão necessário que conversas sobre sexualidade sejam
normais e não um tabu. Uma vida sexual ativa, mesmo na terceira idade, contribui
muito para a saúde física e mental.

A consequência mais grave da depressão, é o risco de suicídio, o que


aumenta ainda mais na terceira idade. Dados apontam que os idosos chegam a
tentar suicídio até sete vezes mais do que o adulto jovem

O tratamento da depressão em idosos é feito através da combinação de


medicamentos, principalmente antidepressivos, com psicoterapia e terapias
ocupacionais, estimulando a realização de atividades que retomem o prazer de viver.
As atividades podem incluir aulas de dança, Pet terapia, trabalhos manuais, corais,
grupos de passeio ou qualquer outra atividade que o distraia e o faça sentir
reintegrado aos ambientes sociais. A presença da família é fundamental para o
sucesso do tratamento, pois sentir-se abandonado nessa fase da vida é motivo de
profunda tristeza.
Demência

A demência é a diminuição da capacidade cognitiva associada à perda da


capacidade de executar tarefas do dia a dia. É um termo geral para várias doenças
neurodegenerativas que afetam principalmente pessoas na terceira idade. 

Conforme o Ministério da Saúde, as demências são classificadas em


reversíveis e irreversíveis.

Abaixo, apresentamos os tipos mais comuns de demências irreversíveis:

 Doença de Alzheimer – Marcada pela perda de memória e declínio cognitivo


lento e progressivo. Um exemplo que podemos demonstrar é que a pessoa
afetada pela doença tem dificuldade para lembrar-se de fatos recentes e para
aprender coisas novas, e lembra-se de coisas de ocorreram num passado
mais distante.

 Demência Vascular – Início rápido, geralmente após um AVE (Acidente


Vascular Encefálico). Apresenta alguma melhora e depois piora. Apresenta
sinais focais de acordo com a região do cérebro afetada.

 Demências dos corpúsculos de Lewy - Flutuação na cognição, alucinações


visuais recorrentes bem formadas (p.ex., a descrição de uma pessoa, produto
da alucinação, com detalhes) e parkinsonismo precoce (rigidez, acinesia e
fácies amímica)

Se for identificado qualquer um dos sintomas abaixo, o idoso deve ser levado
ao médico para uma avaliação:

 Perda da memória

 Confusão e desorientação

 Dificuldade em compreender a comunicação escrita ou verbal

 Dificuldade na tomada de decisões

 Reconhecimento de familiares e amigos


 Esquecimento de fatos comuns como o dia em que estão, mês ou ano

 Alterações da personalidade

 Falta de apetite

 Perda de peso

 Incontinência urinária e fecal

 Desorientação em ambientes conhecidos

 Movimentos e fala repetitivos

 Dificuldade em dirigir, fazer compras sozinho, cozinhar e realizar os cuidados


pessoais.

A família é o principal elo para tornar o processo menos doloroso. O fundamental


é manter, ao máximo, as rotinas diárias do idoso, e claro, amor, carinho e
atenção.

Limitações físicas

Durante todo o processo de envelhecimento fisiológico, o corpo sofre


modificações como a perda de massa, conhecida como sarcopenia, e a redução da
resistência e da função muscular, além de rigidez articular, redução da amplitude de
movimento e alterações na marcha e no equilíbrio. Todos esses fatores podem
aumentar as limitações físicas e principalmente o risco de queda nos idosos.

Mas como podemos lidar com estas questões? É preciso estar atento aos
sintomas, uma vez que o problema não surge de uma hora para outra e sim, vai
aumentando ao longo do tempo.

Essa perda de autonomia, quando é natural, se apresenta aos poucos para


que possamos nos acostumar e aceitar essa nova condição.

Comportamentos de vida e saúde são fatores de risco importantes para


as limitações de mobilidade. Abaixo, listamos alguns sinais mais comuns que
acontecem quando perdemos a autonomia:
 Quedas com frequência

 Perda de equilíbrio

 Andar com o passo “arrastado” e projetando o corpo para frente

 Perda de força as pernas e braços

Reforçamos a importância do acompanhamento psicológico, médico, nutricional,


fisioterápico e social para uma maior qualidade de vida ao idoso.

Saúde Mental em Tempos de Pandemia da Covid-19

Para muitos idosos, o distanciamento social foi mais além, trouxe à tona o
distanciamento afetivo e os medos comuns nessa fase da vida, medo da morte e da
solidão. Os contatos sociais foram interrompidos, as atividades em grupo com outros
idosos foram suspensas, causando um impacto enorme na saúde mental dos idosos
ativos e saudáveis que mantinham sua autonomia e estilo de vida sob seu controle.

Pesquisadores da Universidade de Chicago descobriram que o isolamento


pode aumentar o risco de morte em 14% nas faixas etárias mais avançadas. Isso
se deve ao fato de que a solidão é capaz de gerar no organismo uma situação de
alto estresse que acaba induzindo respostas inflamatórias no organismo que
reduzem a produção dos leucócitos, responsáveis pela defesa do corpo contra
infecções.

O impacto do isolamento social nos idosos torna-se ainda maior se a pessoa


tiver acesso constante a notícias (ou mesmo a informações falsas) que
podem causar ansiedade e agravar o quadro de estresse.

Segundo a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e OMS


(Organização Mundial da Saúde), “O desafio da pandemia é proporcionar uma
abordagem diferenciada e intervenções adequadas às pessoas idosas, que
considerem a diversidade de estados funcionais e características de saúde
específicas dessa população, e não apenas a idade cronológica.”

Módulo VIII – Sexualidade do Idoso

Neste módulo iremos tratar de um assunto muito importante, mas que por
muitas vezes é deixado de lado, a Sexualidade do Idoso.
Todos sabemos que por definição, sexualidade é um conceito que está
baseado na atração sexual e na afetividade compartilhada entre as pessoas. É
muito comum pensar em sexualidade e logo remeter ao sexo. Entretanto, ela pode
estar relacionada com outras formas de busca do prazer e também com os
sentimentos que são compartilhados.
A sexualidade ainda é vista como um tabu e quando direcionada para idosos
muitas são as crenças e mitos que limitam a liberdade dos idosos. Trabalhar a
sexualidade com idosos é uma forma de quebrar barreiras, proporcionando bem-
estar e autonomia ao idoso. Deste modo, podemos compreender o indivíduo em sua
plenitude.
Mas e com o passar do tempo? O idoso deixa de sentir atração ou afetividade
por outra pessoa? Não existem razões para pensar que, com o passar do tempo a
vida sexual acaba.
A frequência pode até diminuir, mas isso não quer dizer falta de desejo. Com
o amadurecimento, o conceito de sexo se amplia, fazendo com que carícias, beijos,
abraços e até mesmo o simples fato de dormirem juntos substituam o ato sexual
sem prejuízo ao casal.
  O comportamento do parceiro é decisivo. O afeto, o carinho, a informação, a
paciência e o respeito às limitações físicas e/ou emocionais de ambos é fator
determinante no relacionamento. Com os idosos, nunca se deve falar em
sexualidade sem afetividade. Sexo por si só, sem afeto, não costuma ser praticado
ou ser gratificante para casais idosos. Apenas 3% das mulheres vão ao
ginecologista para resolver questões de ordem sexual, mas se estimuladas a falar
sobre o assunto, 15% apresentam queixas nessa área demonstrando claramente a
pouca disposição que as senhoras têm em expor seus problemas íntimos
voluntariamente. Muitas senhoras, só após anos de relacionamento com seu médico
tomam coragem para abordar o assunto. Por outro lado, poucos médicos costumam
tocar nesse assunto fazendo com que esse tabu siga persistindo.

[…] na velhice é importante as pessoas contarem com um


companheiro, terem liberdade e contato com a natureza. Os
vínculos configuram-se de diferentes formas, duração e intensidade,
porém são fundamentais a fidelidade e o próprio desejo (NERY;
VALENÇA, 2014 apud HILMAN, 2001, p. 24)
Mudanças Corporais:

As mudanças no organismo podem intervir no aspecto sexual, social e


psicológico da pessoa idosa.  Porém, as dificuldades que vão surgindo como
consequências podem, na maioria das vezes, ser solucionadas. Por exemplo,
normalmente, a pele da pessoa idosa fica mais fina e mais seca. Nesse caso, o uso
do lubrificante é recomendado, principalmente para as mulheres idosas que acabam
tendo ressecamento vaginal. Por isso, manter hábitos saudáveis, consultar o médico
e fazer exames frequentemente também é essencial nessa fase da vida. Muitas
vezes, o desempenho sexual pode estar relacionado a algum problema de saúde,
como diabetes, colesterol alto, fumo, álcool, menopausa e uso de alguns
medicamentos. Também é importante prestar atenção ao uso de medicamentos que
prometem melhorar o desempenho sexual, que só devem ser usados sob orientação
médica.

Sexualidade feminina
A sexualidade das senhoras pode ser afetada por vários aspectos, entre eles os
que destacamos abaixo:

 Problemas com o parceiro (afeto, diálogo, informação)

 Doenças físicas limitantes (osteoartropatias, doenças cardíacas)

 Doenças emocionais (depressão, ansiedade)

 Diminuição da libido (hormonais)

 Alterações genitais · Atrofia vaginal (secura, estreitamento, dor).

 Fatores sócio-culturais · Vergonha, receio do ridículo · Educação rígida,


valores morais e religiosos · Dificuldade em propor ou insinuar o início da
relação.

Sexualidade masculina
Nos homens idosos, o padrão de sexualidade é um dos componentes
essenciais para a qualidade de vida. Assim como nas senhoras, é esperada uma
diminuição na motivação, freqüência e desempenho.
 Fatores emocionais - O sexo em si perde suas cores. A questão emocional
sempre acompanha os contatos mais íntimos onde o afeto torna-se cada vez
mais presente e necessário.

 Fatores fisiológicos - A ereção é mais demorada e normalmente conseguida


com estimulação direta mais prolongada. A impotência ou disfunção erétil é
de longe a questão sexual que mais aflige a população masculina. O
hormônio masculino, testosterona, é responsável pela libido (desejo) e
também na manutenção da integridade dos tecidos e dos órgãos envolvidos
no processo. Com o passar dos anos há um declínio natural das taxas desse
hormônio que acabam por determinar essas alterações.

“Na velhice o prazer do sexo é substituído pelo prazer da ternura,


compreensão, companheirismo, é onde as duas pessoas realmente vivem
uma sexualidade plena e responsável.” Sócrates

 
Listamos abaixo, alguns fatores que podem interferir na sexualidade dos
idosos:
 Limitações físicas

O que ocorre com alguns idoso é a dificuldade em se adaptar as limitações


trazidas pela idade. A perda da Libido pode ocorrer devido a redução da produção
dos hormônios masculino e feminino, transtornos de ansiedade e depressão e a
dificuldade de se movimentar.
Mudanças nos órgãos sexuais também afetam tanto homens quanto
mulheres.
A avaliação médica é fundamental para driblar esses problemas e para
controlar doenças crônicas.
 Doenças:

Algumas doenças realmente acabam por interferir seriamente na sexualidade


dos idosos e, entre elas, se destacam:

 Artrites: Cerca de 50% das pessoas com problemas articulares com dores e
limitações funcionais costumam ter sua atividade sexual reduzida. O
tratamento das dores, medidas de reabilitação física e o aconselhamento
sobre as posições mais confortáveis no intercurso sexual melhoram essa
condição.

 Próstata: Homens submetidos à ressecção transuretral parcial ou total da


próstata são vítimas freqüentes de impotência. Em 90% das cirurgias desse
tipo, uma complicação, que deve ser discutida com o médico antes do
procedimento, é a ejaculação retrógrada, quando o líquido seminal, ao invés
de ser expelido no orgasmo, flui para o interior da bexiga urinária. A
capacidade de conseguir uma ereção não costuma estar comprometida.

 Câncer de Mama: Mulheres que são submetidas a cirurgias mutilantes como


a mastectomia costumam ter sua sexualidade comprometida por ansiedade e
medo da reação e/ou rejeição do parceiro. O aconselhamento profissional
psicológico e a passagem do tempo aliviam esse tipo de manifestação.

ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis)


As pessoas têm vivido mais, com maior qualidade de vida e uma vida sexual
também mais longa. Com isso, as ISTs tornam-se cada vez mais frequente entre os
idosos. O número de casos de HIV na terceira idade, por exemplo, dobrou na última
década. 
Entre as doenças mais comuns estão:
 Sífilis
 Clamídia
 Gonorreia
 Herpes
 Verrugas genitais.

O diagnóstico, porém, muitas vezes pode passar despercebido devido à


suposição de que os idosos não tem vida sexual ativa. 
De acordo com pesquisas recentes, cerca de 80% dos adultos entre 50 e 90
anos são sexualmente ativos. Porém, o tema ainda é um tabu entre eles e nos
consultórios médicos. 
Fatores sociais que podem causar o aumento das ISTs em idosos
 Aumento do número de novos parceiros sexuais devido a um
aumento de expectativa de vida
 Maior qualidade de vida
 Aumento da taxa de divórcio
 Falta de consciência dos profissionais de saúde que demoram a
fazer o diagnóstico
 Falta de consciência da própria sexualidade
 Omissão dos programas de prevenção de ISTs
 Aumento do uso de medicamentos para disfunção erétil

Fatores biológicos que podem causar o aumento das ISTs em idosos


 Mudanças psicológicas podem afetar a resposta sexual
 Alterações neurológicas podem causar mais desinibição sexual
 Nas mulheres, níveis baixos de estrogênio diminuem a lubrificação
genital, aumentando o risco de micro lesões durante o ato sexual, com
consequente aumento de risco de se infectar
 Enfraquecimento da imunidade
 Algumas ISTs, como Clamídia e Gonorreia, podem ter sintoma que
se confundem com os da menopausa, retardando o diagnóstico.

Como forma de tentar reduzir estes números, os idosos devem ser alvo de


campanhas preventivas, incluindo a prática de sexo seguro. Preservativos devem
estar disponíveis nos locais onde os idosos vivem e se socializam. 
A conversa entre o médico e o idosos deve ser estimulada a fim de esclarecer
as dúvidas em relação à prática segura do sexo.

Revisando a unidade
Mesmo que a sexualidade dos idosos esteja cercada por tabus e preconceitos,
é natural e saudável. O assunto deve ser tratado com normalidade, para evitar
transtornos e constrangimento, podendo inclusive, aumentar o comportamento de
risco e a exposição a infecções sexualmente transmissíveis. 
Aprendemos que eles manifestam a sua sexualidade da maneira que lhes
convêm, buscando uma realização pessoal. Entendemos também que, carícias,
atenção, olhares, companheirismo, fidelidade e o ficar junto são tão importantes
quanto o ato sexual, e são maneiras saudáveis de expressar sua sexualidade.

Entendemos que limites e barreiras podem ser superados. A sexualidade faz


parte da natureza humana e obedece a uma necessidade fisiológica e emocional. O
desejo não desaparece com a idade, em muitos casos ele prevalece.

Módulo IX – Cuidados com Medicação da Pessoa Idosa


1 – Conceitos Básicos
Vamos expor aqui, alguns conceitos básicos que farão total diferença no decorrer da
unidade. São eles:
1.1 Cuidado: significa atenção, precaução, cautela, dedicação, carinho,
encargo e responsabilidade. E para praticar o cuidado é fundamental
que tenhamos atenção redobrada na hora de administrar a medicação.

1.2 Medicamentos: são substâncias que objetivam curar doenças ou


aliviar sintomas. São usados para trazer bem estar, porém, se os
devidos cuidados não forem tomados, podem causar problemas. Os
medicamentos seguem a normas rígidas para poderem ser utilizados,
desde a sua pesquisa e desenvolvimento até a sua produção e
comercialização.

1.3 Remédio: Os medicamentos seguem a normas rígidas para poderem


ser utilizados, desde a sua pesquisa e desenvolvimento até a sua
produção e comercialização.

1.4 Princípio ativo: É a substância ou substâncias que deverão exercer


efeito farmacológico/terapêutico de um medicamento.
Fármaco = Princípio ativo do medicamento

Você sabia...
TODO MEDICAMENTO É UM REMÉDIO, MAS NEM TODO REMÉDIO É UM
MEDICAMENTO?
Isso porque todo e qualquer tipo de cuidado que utilizamos para aliviar
doenças, sintomas e mal-estar é considerado um remédio. Alguns exemplos são o
chá caseiro, o repouso, as compressas de água quente ou gelada.
Já os medicamentos são produtos que foram desenvolvidos por indústrias
farmacêuticas que cumpriram todas as exigências legais definidas pelos órgãos
fiscalizadores, no caso do Brasil, a ANVISA. As substâncias foram testadas e seus
efeitos são conhecidos e comprovados cientificamente.
2 – Medicamentos – Organização, Guarda e Administração
Agora que já entendemos os conceitos acima e sabendo que muitos idosos
precisam tomar diversos medicamentos para aliviar sintomas ou tratar as doenças,
temos que ter cuidado redobrado em relação à organização dos medicamentos que,
facilmente podem ficar desorganizados e esquecidos dentro de caixas, gavetas e
armários. Para evitar esse problema, é importante saber organizar os remédios para
administrá-los com segurança. Lembrando sempre que a administração dos
remédios só pode ser feita conforme a orientação médica e dose prescrita na
receita.

O uso correto da medicação é fator fundamental para a recuperação da saúde


e para isso são necessários alguns cuidados.

Os idosos brasileiros consomem cerca de 50% dos medicamentos prescritos


para toda a população e o número tende a crescer, acompanhando a tendência do
envelhecimento da população.

Um dos problemas relacionados ao uso de medicamentosos por idosos é a


falta de conhecimento do paciente, falta de aconselhamento individualizado, a falta
de informação escrita personalizada e reforço das instruções orais. A memória nos
idosos já não é mais a mesma o que pode acarretar no esquecimento das
informações recebidas sobre a forma de uso dos medicamentos
Os idosos são mais suscetíveis aos efeitos colaterais dos medicamentos por
várias razões. A quantidade de água no corpo é menor e a proporção de tecido
adiposo (gordura) é maior. Os rins e fígado geralmente tem a função reduzida. Os
pacientes idosos usam em média três a quatro tipos diferentes de medicamentos ao
dia, aumentando o risco de interações medicamentosas. Os idosos são mais
propensos a apresentarem distúrbios crônicos que podem ser agravados por
medicamentos ou que podem afetar o modo como os medicamentos funcionam.

 Peça ajuda à equipe de saúde para organizar a medicação.

 Cuidados com a armazenagem e guarda dos medicamentos.

Mantenha os medicamentos em local seco, arejado,


longe do sol e principalmente onde crianças não
possam mexer.
Um dos locais da casa aparentemente seguros em
relação à contaminação por micro-organismos é o
armário ou a caixinha de remédios. Mas a organização
e limpeza desses espaços são essenciais, já que
medicamentos fora do prazo de validade são
prejudiciais à saúde. Além disso, essa atitude faz com que eles fiquem guardados
em locais apropriados e o uso de maneira incorreta seja evitado.

Evite guardar medicamentos em armários de banheiro e ao lado de filtro de


água, pois a umidade pode estragar a medicação. Você já deve saber que
a umidade, a luz e o calor em excesso podem danificar as propriedades dos
medicamentos e torná-los inutilizáveis, mesmo estando na validade. Mantenha os
medicamentos nas embalagens originais, assim fica fácil controlar a data de
validade e evita que se misturem.

Divida-os por categoria. Para não se confundir e correr o risco de administrar algum
medicamento errado, comece organizando por categorias: 
 Antitérmicos
 Anti-inflamatórios
 Analgésicos
 Antibióticos.

2.1 Separe as doses diárias em caixinhas organizadas

Atualmente há no mercado caixinhas


porta-medicação, que auxiliam as
pessoas a tomar corretamente os
medicamentos. Essas caixinhas são
divididas por períodos do dia (manhã,
almoço, jantar, ao deitar) e ainda
podem ser separadas por dia da
semana, ou seja, uma caixinha por dia
da semana.
Caso exista algum remédio de uso exclusivo de uma pessoa da
família, coloque o nome no frasco ou na caixa.
Lembre-se também de agrupar os itens de primeiros socorros. Os materiais e
medicações de curativos, tais como: pomada, gaze, luva, tesoura, faixa,
esparadrapo, soro fisiológico e outros devem ser guardados em uma caixa com
tampa, separados dos outros medicamentos.
O material e a medicação utilizados para nebulização devem ser guardados
secos em uma caixa de plástico com tampa. Caixa de madeira e papelão não são
indicadas pois podem favorecer a formação de fungos.
2.2 Anote os horários de cada medicação
Converse com a equipe de saúde sobre o planejamento dos horários de medicação.
Sempre que possível é bom evitar ministrar medicação nos horários em que a
pessoa dorme, pois isso interfere na qualidade do sono.
Portanto, não se deve acumular ou pular doses e, muito menos, suspender o uso
sem orientação médica.

2.3 Faça o uso do medicamento de acordo com a prescrição médica

Mantenha a última receita junto à caixa de medicamentos, pois isso facilita a


consulta em caso de dúvidas ou se for necessário apresentá-la ao profissional de
saúde quando solicitada.
Não acrescente, diminua, substitua ou retire medicação sem o conhecimento
da equipe de saúde.
Se após tomar um medicamento a pessoa cuidada apresentar reação
estranha, avise a equipe de saúde.
Sabemos que produtos naturais, como os chás de plantas medicinais, são
considerados remédios e alguns deles podem alterar a ação da medicação que a
pessoa esteja usando. Se a pessoa cuidada usar algum desses produtos avise à
equipe de saúde.
Acenda a luz sempre que for preparar ou ministrar medicação para evitar
trocas de medicamentos.
Leia o nome do medicamento antes do preparo e de dar à pessoa, pois
medicamentos diferentes podem ter a mesma cor e tamanho, e também um mesmo
medicamento pode variar de cor e formato dependendo do fabricante.
Antes de feriados e finais de semana é preciso conferir se a quantidade de
medicamentos fornecidos pela Unidade de Saúde é suficiente para esses dias.
Não use medicamentos que foram receitados para outra pessoa.
2.4 Fique atento ao prazo de validade

Os medicamentos que não estiverem sendo utilizados podem ser devolvidos


à Unidade de Saúde. Se forem comprados em farmácias, leve até a farmácia mais
próxima para o descarte correto.

3 – Efeitos dos Medicamentos

Mas quais são os efeitos que os medicamentos podem acarretar em nosso


organismo?
3.1 Efeito Terapêutico

É o que se busca ao ingerir determinado medicamento. Ou seja, os benefícios


que o fármaco causa em nosso organismo. Por exemplo, o alívio de dores,
relaxamento, cura de infecções, entre outros. O efeito terapêutico de um
medicamento vai depender das características do fármaco, das
características do indivíduo e, o mais importante, da interação entre estes
dois fatores: fármaco e indivíduo.

3.2 Efeito colateral

É a consequência que a ingestão de determinado medicamento pode causar


ao organismo do indivíduo, ou seja, um efeito que é paralelo ao que é
desejado da substância farmacológica absorvida.

3.3 Efeito Adverso

Efeito prejudicial ou indesejável que ocorre durante ou após uma intervenção


ou o uso de um medicamento, em que há possibilidade razoável de relação
causal entre o tratamento e o efeito

3.4 Reação Adversa à Medicamento (RAM)

É qualquer resposta prejudicial ou indesejável, não intencional, a um


medicamento, que ocorre nas doses normalmente usadas na pessoa para
profilaxia, diagnóstico, terapia da doença ou para a modificação de funções
fisiológicas. A RAM é caracterizada pela existência de uma relação causal
específica entre o medicamento e a ocorrência

 ATENÇÃO
Toda reação adversa à medicamento é um efeito adverso, mas nem todo
efeito adverso é uma RAM.

3.1 Efeito Tóxico


É um efeito adverso que surge em conseqüência da intensificação do mesmo
efeito farmacológico responsável pelo efeito terapêutico do fármaco.

As intoxicações ocorrem como resultado de doses excessivas


do medicamento, ou ainda em situações especiais como incapacidade do
organismo para metabolizar e eliminar o medicamento.

3.2 Efeito Local

As reações ocorrem diretamente no local de administração do medicamento.


Exemplo: medicamentos tópicos como pomadas.

3.3 Efeito Sistêmico

O efeito ocorre em um órgão ou sistema distante do local de administração.


Medicamentos com efeito sistêmico caem na corrente sanguínea e atingem o
órgão ou o tecido sobre o qual tem ação específica.

3.4 Efeito Sinérgico

É o resultado obtido quando os agentes químicos interagem entre eles.


Ocorre quando o resultado obtido pela combinação de dois ou mais
medicamentos gera um efeito maior que a soma individual.

3.5 Efeito Antagônico

É aquele efeito que acontece quando um medicamento diminui os efeitos de


outro, dizemos que ocorre bloqueio, inibição ou antagonismo.
4 – Formas Farmacêuticas

As formas farmacêuticas, são as formas físicas de apresentação do


medicamento, e elas podem ser classificadas em sólidas, líquidas, semi - sólidas e
gasosas. 
Um mesmo princípio ativo, pode ser fabricado em várias formas
farmacêuticas com a função de facilitar a administração e ingestão do princípio ativo,
garantir a maior precisão da dose, proteger a substância durante o trajeto pelo
organismo
4.1 Formas Farmacêuticas Sólidas

Comprimidos

São formas farmacêuticas sólidas que


possuem formato bastante variável
geralmente obtidas pela compressão, em
equipamento específico, do(s) fármaco(s) e
de adjuvantes (excipientes) adequados.

Drágeas
São fabricados a partir dos comprimidos,
porém adicionam uma capa
(revestimento) doce, à base de açucares e
corantes

Cápsulas
Tem consistência sólida, e é constituída por um invólucro duro ou mole, de forma e
capacidade variáveis, que contém uma quantidade de princípio ativo que
normalmente se usa de uma só vez, por via oral.

Pós
Formas farmacêuticas sólidas constituídas por um ou
mais fármacos, adicionados ou não de adjuvantes,
pulverizados e misturados homogeneamente,
destinados ao uso interno ou externo.

... Você qual a diferença de cápsulas e comprimidos?


A diferença entre o comprimido e a cápsula é quanto a composição do envoltório,
aumentando o tempo de liberação do medicamento no organismo, uma vez que por
serem de material gelatinoso (com algumas diferenças quanto as proporções, de
cada medicamento em questão).

4.2 Formas Farmacêuticas Semi-Sólidas

As formas farmacêuticas semi-


sólidas são representadas
principalmente pelas pomadas,
cremes e géis, os quais são destinados principalmente para aplicação tópica.
Elas podem ser aplicadas sobre a pele, na superfície do olho ou, ainda,
utilizadas por via nasal, vaginal ou retal.

4.3 Formas Farmacêuticas Líquidas


As formas farmacêuticas líquidas podem ser divididas em xaropes,
emulsões, soluções, suspensões, injetáveis, extratos, tinturas, entre
outros. As vantagens dessas formas são o sabor mais adocicado, que traz
mais adesão ao medicamento, e à fácil deglutição, sendo bem aceito
principalmente por crianças e idosos.
5 – Vias de Administração dos Medicamentos

A via de administração é a porta de entrada, é a maneira como o


medicamento entra em contato com o organismo.

As principais vias de administração são:

Via oral – VO

Via intravenosa – IV

Via intramuscular – IM

Via subcutânea – SC

Vias transmucosas ou tópica


Para realizarmos a escolha correta da via de administração, precisamos levar
em conta o que esperamos da ação do medicamento.

• Efeito: local ou sistêmico?

• Período de tempo até iniciar o efeito: curto ou longo?

• Duração

• Características físico-químicas do medicamento

Via Oral
Absorção Intestinal
Absorção Sublingual

Via Parenteral (Injetável)


Intravenosa
Intradérmica
Subcutânea
Intramuscular

Outras Vias
Retal
Vaginal
Ocular
Inalatória
Nasal
Tópica / Cutânea

5.1 Via Oral com absorção Intestinal


Desvantagens
Vantagens
 Não pode ser usado
 Via mais
em emergências, em
conveniente e mais
pessoas vomitando
segura
ou inconscientes
 Baixo custo
 Efeito demorado
 Possibilidade de
 Interação com
remover o
alimentos
medicamento
 Medicamentos com
 Indolor
sabor desagradável

5.1 Via Oral com Absorção Sublingual

Vantagens
Desvantagens
 Ação mais rápida
 Irritação da mucosa
 Sem passagem pelo
 Dificuldade em
fígado
pediatria
 Fácil acesso e
 Absorção é incompleta
aplicação
e alguns
 Evita ação destrutiva
medicamentos.
do suco gástrico

5.1 Via Parenteral (Injetável)


A via parenteral é aquela realizada fora do trato gastrointestinal e é representada
pelas vias endovenosa, intramuscular, subcutânea e intradérmica.

5.2 Via Parenteral – Intra-Venosa

VANTAGENS DESVANTAGENS
 Utilizada em  Invasiva, com risco de
emergências e infecção
anestesias  Fármacos precisam
 Efeito imediato estar estéreis
 Controle da dose  Desinfecção local
 Administração de  Dor
grandes volumes em  Reação alérgica
infusão lenta  Risco de embolia
 Administração de  Material esterilizado
substâncias irritantes  Necessita pessoal
devidamente diluídas treinado

5.1 Via Parenteral – Intradérmica

VANTAGENS DESVANTAGENS
 Dor
 Via restrita
 Necessita pessoal
 Usadas em reação de treinado
hipersensibilidade
 Podem ser
(provas alérgicas e
administrados
vacina BCG)
pequenos volumes –
0,1ml à 0,5ml
5.1 Via Parenteral – Intramuscular

VANTAGENS
DESVANTAGENS
 Efeito mais rápido que
oral  Não exceder o volume
de 5ml
 Evita efeito de 1ª
passagem  Formação de
abscessos
 Absorção lenta e
regular  Lesões nos nervos por
aplicação incorreta
 Fácil aplicação

5.1 Via Parenteral – Subcutânea

VANTAGENS
DESVANTAGENS
 Fácil aplicação
 Mais dolorosa das vias
 Evita o efeito de 1ª
 Não utilizar
passagem
substâncias irritantes
 Absorção lenta e
 Dano tissular
contínua

5.1 Outras Vias

... Para Lembrar


Vias de Administração de Medicamentos

Vias de Administração de Medicamentos X Formas Farmacêuticas


6 - Classificação dos Medicamentos - Tarjas

Por existirem inúmeras diferenças e níveis de riscos ao consumir qualquer


remédio, é importante separar todos os tipos de medicamentos que existem. Por
isso foi criada uma organização por meio de tarjas que são colocadas em suas
caixas. Os níveis são separados em quatro grandes grupos: tarja amarela, vermelha
ou preta e sem tarja. 

As são extremamente importantes para auxiliar na segurança dos pacientes e


facilitar o cotidiano de médicos e farmacêuticos, servindo como um guia para a
prescrição dos medicamentos.

As tarjas são uma forma de sinalizar visualmente especificações nas caixas


dos remédios. A presença ou não e as colorações facilitam o trabalho dos
farmacêuticos e também categorizam de forma mais clara para os clientes. 

Quem define as sinalizações é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária


(Anvisa). Isso acontece porque todos os remédios precisam passar pelo controle de
qualidade do órgão nacional, que é o responsável por certificar, distribuir e
comercializar todos os medicamentos em solo brasileiro.

6.1 Medicamentos não tarjados

Esses medicamentos são isentos de prescrição (receita médica), podendo ser


adquirido na compra direta. Geralmente ficam exposto em contato direto ao cliente.
Podem ser citados como exemplo, Dipirona, Dorflex, Aspirina, Neovalgina, Torsilax.

6.2 Medicamentos Tarja Vermelha sem retenção de receita

Medicamentos que necessitam da apresentação da receita mediante ao


farmacêutico responsável para aquisição, porém não fica retida na farmácia. São
medicamentos que tem contraindicações e podem provocar efeitos colaterais
graves. Na tarja vermelha está escrita impressa a mensagem “venda sob prescrição
médica”.

6.3 Tarja vermelha com retenção de receita

Medicamentos que necessitam que a receita seja entregue ao farmacêutico


responsável para adquirir o medicamento, essa sim fica retida na farmácia. Só
podem ser vendidos com receituários normais de cor branca.

6.4 Tarja preta

Medicamentos que representam ação sedativa ou que ativam o sistema


nervoso central. Tais medicamentos só podem ser vendidos com receituário especial
de cor azul.

6.5 Tarja amarela

São medicamentos genéricos e deve conter a inscrição “Medicamento


Genérico”, na cor azul.
7 – Diferença dos medicamentos
8 – Uso Consciente De Medicamentos

8.1 Automedicação

Buscando alívio imediato para alguns sintomas, acabamos tomando remédios


por conta própria, sem orientação médica. Esta simples ação pode trazer
conseqüências mais graves do que imaginamos.

O uso de medicamentos de forma incorreta pode agravar uma doença, uma


vez que sua utilização inadequada pode esconder determinados sintomas. Se o
remédio for antibiótico, a atenção deve ser sempre redobrada, pois o uso abusivo
destes produtos pode facilitar o aumento da resistência de microorganismos, o que
compromete a eficácia dos tratamentos.

Outro fato bastante preocupante é a combinação inadequada. Neste caso, o


uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro, alé de poder
causar reações alérgicas, que podem levar à morte, dependência, intoxicação
medicamentosa e até resistência aos remédios.
8.2 – Intoxicação Medicamentosa

Acontece quando há a ingestão de altas doses


de um medicamento ou quando um
medicamento é administrado junto com outro
medicamento, bebida ou alimento que resulta
em uma interação que causa toxicidade. Em
geral é considerado um quadro grave com risco
de morte.
Módulo X - Registro dos Cuidados
O cuidador deve escrever diariamente um relatório detalhado sobre a
evolução clínica do seu paciente. Neste documento deve estar relatado todo o
cuidado prestado ao idoso e as intercorrências que ocorreram durante a jornada do
plantão.
Este relatório torna-se uma ferramenta importante para avaliação da saúde do
idoso. Deve ser levado e apresentado à equipe de saúde em consultas médicas e/ou
visitas domiciliares.
Sabemos que informação não registrada é perdida, por isso a importância do
registro de todo o cuidado prestado é importante. A ausência dos registros pode
implicar em duplicação de procedimentos ou a não realização de um procedimento
por dúvida. A falta do registro correto pode comprometer o processo de cuidar,
alterando a saúde do idoso. O registro deve ser preenchido pelo cuidador,
imediatamente após a prestação do cuidado ao idoso, no seu turno de serviço.
Abaixo, um exemplo de como deve ser elaborado o relatório. Pode ser feito
em uma planilha ou em um caderno:
NOME DO PACIENTE: DATA: ___/___/___
TURNOS
CUIDADO
M T N
HIGIENE
BANHO DE ASPERSÃO (CHUVEIRO)
BANHO DE LEITO
HIGIENE DO COURO CABELO
HIGIENE OCULAR
HIGIENE BUCAL
BARBEAR
CORTAR AS UNHAS
HIGIENE ÍNTIMA
MASSAGEM DO CORPO E HIDRATAÇÃO DA
PELE
MOBILIDADE
DEAMBULAÇÃO (CAMINHAR)
MOBILIZAÇÃO NO LEITO
TRANSFERÊNCIA PARA DE CADEIRA
ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO
TIPO DE DIETA
HIDRATAÇÃO ORAL
CONTINÊNCIA E USAR SANITÁRIOS
URINÁRIA
FECAL
CONTROLE GERAIS
REPOUSO
SONO
PRESSÃO ARTERIAL
TEMPERATURA
GLICEMIA CAPILAR
CUIDADOS ESPECIAIS
CURATIVOS
ESTOMIAS
TRAQUEOSTOMIAS
EXAMES
*MEDICAÇÕES*
OUTROS CUIDADOS COMPLEMENTARES E OBSERVAÇÕES:

No caso de controle das medicações, é importante também a anotação do


nome dos remédios e os horários em que foram administrados, sempre com receita
médica e conforme a dose prescrita e horário indicado.
CONTROLE DE MEDICAÇÕES
REMÉDIO DOSE HORÁRIOS

Cuidado é a ação de cuidar, ou seja, preservar, guardar, conservar, apoiar,


tomar conta. O cuidado implica na ajuda ao próximo e na promoção do bem-estar,
evitando assim que sofram algum mal.
Fonte: Agencia Brasil, Revista USP - publicação, Globo / Bem viver em
Minas, Exame

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf

https://farmaceuticodigital.com/2014/10/formas-farmaceuticas.html
https://summitsaude.estadao.com.br/desafios-no-brasil/entenda-o-significado-das-tarja-dos-
medicamentos/
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/255_automedicacao.html

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