exercício do elemento “cuidar”, sendo considerada uma profissão complexa e multifacetada. Ao considerar o elemento cuidar do outro, o papel da enfermagem cuidadora assume uma posição de reflexão de suas ações, pois está em jogo, nesse momento, a individualidade de cada pessoa e a prestação dos cuidados com qualidade. Pode-se afirmar que os distúrbios mentais são as alterações de pensamentos, emoções e comportamentos, gerando determinado desconforto à pessoa de tal modo que interfere na sua vida diária. Esses distúrbios podem ser duradouros ou temporários, com características que influenciam os aspectos físicos, psicológicos, sociais, culturais e hereditários. A Organização Mundial da Saúde (2008) defini a saúde mental como um termo abrangente, e que as diferenças culturais e os julgamentos sobre a loucura são subjetivos. Afirma que o conceito é vago e engloba situações em que estão presentes os distúrbios como, dislexia, autismo, síndrome de Down, demência, depressão e, essas manifestações ocorrem de diferentes maneiras em diferentes pessoas, mesmo tendo sinais e sintomas característicos. Segundo Silva et. al. (2000) atualmente, a Política Nacional de Saúde Mental tem promovido o atendimento integral às pessoas com distúrbios mentais, oferecendo programas de reabilitação psicossocial e intervenção de saúde, além de empregar esforços para minimizar a cultura de discriminação e segregação. Nesse sentido, de acordo com Silva et. al. (2000) é importante destacar que o Técnico em Enfermagem tem responsabilidade em compreender o processo de trabalho na Saúde Mental para desenvolver uma assistência de enfermagem com qualidade. A assistência à Saúde Mental no Brasil é marcada por diversas batalhas ao longo dos anos. Na década de 1970, a assistência a essa população era feita em hospitais psiquiátricos, conhecidos como manicômios, onde os doentes eram isolados da sociedade e recebiam “cuidados” de carcereiros, guardas, ex-pacientes e leigos, quase sempre com violência e tratamentos que desrespeitavam os direitos à cidadania. 1 médico psiquiatra ou médico com formação em saúde mental. 3 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: Psicólogo, Assistente social, Terapeuta ocupacional, pedagogo o outro profissional necessário ao projeto terapêutico O trabalho realizado por equipe multiprofissional constitui importância relevante com as seguintes vantagens: 1. Assegura a participação de toda a equipe através de um trabalho integrado; 2. Propicia uma assistência mais condigna e humana ao paciente por meio da interação multiprofissional; 3. Centra as responsabilidades através do trabalho có-praticado; 4. Fortalece as relações entre os profissionais, paciente e família para o alcance dos objetivos; 5. Aumenta o aproveitamento da capacidade profissional pela coesão do trabalho; 6. Favorece o relacionamento interprofissional. A enfermagem, ao cuidar de pessoas com transtorno de personalidade borderline, possui um papel fundamental para que o acolhimento se efetive. Esses profissionais, atuando em contato com o paciente, criam condições favoráveis à aproximação e alteridade, o que contribui para uma relação de segurança e respeito mútuo. O olhar atento do enfermeiro ajuda nesse processo de reconhecer nuances de comportamento que podem alertar para uma crise ou características físicas que podem ser sinais de alguma patologia clínica. Os profissionais de Enfermagem que antes atuavam em um modelo biomédico (curativista) passaram a atuar em um cenário de prática voltado para a reabilitação psicossocial do indivíduo com uma equipe de saúde multidisciplinar. O enfermeiro, nesse cenário, deve conduzir a equipe de enfermagem a fim de obter uma assistência qualificada e humanizada. No fim dessa década, começou a surgir um movimento em prol de melhorias na assistência à saúde mental com a ajuda de familiares dos doentes, profissionais e da mídia, que defendia o cuidado humanizado. Com a evolução das práticas assistenciais nos hospitais psiquiátricos, o papel do Enfermeiro Psiquiátrico também foi evoluindo e pegou impulso na reforma psiquiátrica. O avanço da reforma psiquiátrica resultou na aprovação da Lei nº 10.216/2001, nomeada Lei Paulo Delgado, e, posteriormente, na Portaria nº 3.088 de 2011, que instituiu a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). A RAPS redirecionou o modelo de assistência instituindo uma rede de serviços como: Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT); Centros de Convivência e Cultura; leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais); Programa de Volta para Casa, que oferecia auxílio para pacientes internados em instituições de longa permanência como os hospitais psiquiátricos. Para isso, segundo a Resolução COFEN Nº 678/2021, esses profissionais devem possuir preferencialmente curso de pós-graduação em saúde mental, enfermagem psiquiátrica ou atenção psicossocial e os técnicos de Enfermagem devem ter preferencialmente especialização em saúde mental. Essas medidas buscam um cuidado efetivo e de qualidade à pessoa com transtorno mental. A assistência de enfermagem humanizada é de grande importância no cuidar do paciente portador de transtorno mental, possibilita uma relação de empatia entre profissionais e pacientes, ocasiona melhoria na qualidade de vida, inserção na sociedade e resgate da dignidade e da cidadania dos indivíduos portadores de transtornos mentais. O enfermeiro exerce um papel importante na assistência a pessoas com transtorno mental, como sensibilização da população sobre a importância de sua inserção na comunidade, inclusive colaborando e responsabilizando-se pela construção de novos espaços de reabilitação psicossocial, que farão com que esses indivíduos. 1- CAPS I – 1 técnico/auxiliar de enfermagem para 32 pacientes; 2- CAPS II (CAPS Adulto e CAPS Álcool e Drogas) – 1 técnico e/ou auxiliar de enfermagem para 13,3 ? 13 pacientes; 3- CAPS Infantil e Adolescente – 1 técnico e/ou auxiliar de enfermagem para 16 pacientes; 4- CAPS III (CAPS Adulto e CAPS Álcool e Drogas) -1 técnico/auxiliar de enfermagem para 4,8 ? 5 pacientes; 5- UTI Psiquiátrica – 1 técnico de enfermagem para 3 pacientes; 6- Observação de paciente em Pronto Socorro Psiquiátrico e Enfermaria Psiquiátrica –1 técnico e /ou auxiliar de enfermagem para 4,6 pacientes. Ministrar cuidados de enfermagem aos usuários do CAPS tais como administrar medicamentos, assisti-los nas atividades da vida cotidiana dentro do ambiente do CAPS e outras atribuições inerentes à profissão e às demandas do serviço. Um constante interesse para alcançar os objetivos propostos deve nortear a equipe, onde cada elemento necessita do trabalho do outro através de uma estreita colaboração. É imprescindível que os participantes da equipe apresentem requisitos como sejam: 1. Espírito de equipe — é o desejo de unir forças para obtenção do objetivo comum; 2. Participação — acreditar e se esforçar para realizar alguma coisa; 3. Intercomunicação — ocorre quando há um perfeito conhecimento e segurança no campo específico de ação e, geral nas outras áreas; 4. Capacidade de assumir responsabilidade — é aceitação total do trabalho com um esforço contínuo para bem desempenhar as funções; 5. Satisfação — é o sentimento de segurança, de amplitude em fazer parte de um trabalho que reflita satisfação íntima. Equipe Multiprofissional é a junção de esforços e interesse de um grupo de profissionais que reconhecem a interdependência com os outros componentes e se identficam com um trabalho de caráter cooperativo e não competitivo, com o fim de alcançar um objetivo comum cuja atividade sincronizada e coordenada caracteriza um grupo estritamente ligado" O trabalho em equipe não significa portanto, a somação de indivíduos organizados para uma tarefa comum, mas a integração de cada elemento que a compõe, atendendo às peculiaridades grupais, e muma reunião de técnicos em várias especialidades profissionais, desempenhando funções harmônicas numa verdadeira intercomplementação. 1. Qual o papel do técnico de enfermagem no CAPs? 2. Quantos pacientes um técnico de enfermagem pode assumir na psiquiatria? 3. Como é composta uma equipe multiprofissional de saúde mental? 4. Como deve ser a atuação da enfermagem diante dos pacientes vítimas de transtornos de personalidade? 5. Defina Saúde Mental.