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EDUCAÇÃO
PROFESSORA
Dra. Raquel Cristina Luis Mincoff
ACESSE AQUI
O SEU LIVRO
NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Marcia Maria Previato de Souza
Projeto Gráfico e Capa
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
Núcleo de Educação a Distância. MINCOFF, Raquel Cristina Luis.
e Thayla Guimarães
Saúde e Educação.
Editoração
Raquel Cristina Luis Mincoff.
Lucas Pinna Silveira Lima
Design Educacional Maringá - PR.: UniCesumar, 2021.
Amanda Peçanha 144 p.
“Graduação - EaD”.
Revisão Textual
Nágela Neves da Costa 1. Saúde 2. Educação. EaD. I. Título.
Ilustração
Welington Oliveira
Fotos
Shutterstock CDD - 22 ed. 372.37
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Pixabay Impresso por:
ISBN 978-65-5615-398-8
trabalhamos diariamente para que nossa edu- são, que é promover a educação de qua-
cação à distância continue como uma das me- lidade nas diferentes áreas do conheci-
lhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares mento, formando profissionais cidadãos
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/5592531773028263
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
SAÚDE E EDUCAÇÃO
Este livro apresenta a você uma importante reflexão acerca do contexto que envolve a saúde
e a educação, possível de ser aplicada na vivência do profissional da educação. Essa reflexão
visa apoiá-lo(a) na compreensão dos assuntos, em cada unidade, bem como fortalecer o seu
processo de ensino-aprendizagem, com possibilidade de exercer as competências e habili-
dades necessárias à formação pedagógica.
explorando ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquele termo ou aquela palavra que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-lo(a) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
10 UNIDADE 02
33
O CONTEXTO DA O SISTEMA DE
EDUCAÇÃO SAÚDE NO BRASIL
EM SAÚDE E A RELAÇÃO COM
A ESCOLA
UNIDADE 03
61 UNIDADE 04
85
AS PRÁTICAS DESAFIOS DA
EDUCATIVAS SAÚDE MENTAL
NO CAMPO NA EDUCAÇÃO
DA SAÚDE ESCOLAR
UNIDADE 05
106 FECHAMENTO
124
ESPAÇOS CONCLUSÃO
DIVERSIFICADOS GERAL
NA EDUCAÇÃO
1
O CONTEXTO DA
EDUCAÇÃO
em saúde
PROFESSORA
Dra. Raquel Cristina Luis Mincoff
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Panorama geral da Educação e
da Saúde • Trajetória Histórica da Saúde • Os diversos modos de fazer Educação • Potencialidades na
união da Educação e Saúde.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender a trajetória de construção da Saúde e da Educação • Descrever os diversos modos de
educar, entrelaçados ao conceito de Saúde • Identificar as potencialidades no encontro da Saúde com
a Educação.
INTRODUÇÃO
EDUCAÇÃO
e da saúde
UNICESUMAR
entre outros fatores (PETTRES; ROS, 2018).
Esta discussão, em contexto mundial, deu-se desde 1988, com as conferências
internacionais, que discutiram as possibilidades de promover a saúde e prevenir
agravos. No Brasil, essa discussão foi marcada pelas primeiras conferências de
saúde. Tratam-se de capítulos relevantes na história, que nos remetem à conquista
de um sistema público de saúde, prestando atendimento universal à toda popu-
lação brasileira (PETTRES; ROS, 2018).
A educação, também, teve papel primordial nesse panorama, pois ela facilita
o desenvolvimento individual e coletivo das pessoas, na criação de estratégias
que melhorem as suas condições de saúde. Por exemplo: uma mãe com acesso à
educação tende a cuidar de maneira diferente dos filhos em relação àquela que,
apenas, repete o comportamento recebido das gerações anteriores. Isso significa
que a escolaridade dos sujeitos interfere nos condicionantes e determinantes
da saúde, consequentemente na melhoria dos hábitos de vida, proporcionando
bem-estar e boa saúde (RIBEIRO et al., 2018).
A saúde e a educação são áreas que caminham paralelas, em todo o ciclo da
vida, pois, mesmo quando envelhecemos, continuamos a reconstruir o processo
de educação dos filhos e netos, sempre, apoiando-os para a manutenção da saú-
de, como alicerce no cuidar. Essas reflexões, caro(a) estudante, direciona você a
compreender o panorama geral e suas possíveis aplicações práticas na vivência
do profissional da educação!
13
2
TRAJETÓRIA
UNIDADE 1
HISTÓRICA
da saúde
UNICESUMAR
se modo, o governo federal, na intenção de melhorar as condições sanitárias,
nomeou o médico Oswaldo Cruz para direcionar as ações de saúde pública no
país (CARVALHO, 2013). Com o passar do tempo, surgiu a obrigatoriedade da
vacinação contra a varíola e a febre amarela para todos os brasileiros acima de
seis meses, mas esta ação gerou desconforto na população, acarretando a famosa
“Revolta da Vacina” (CARVALHO, 2013).
Nesse contexto, era necessário desenvolver estratégias para amenizar essas
epidemias de doenças infecciosas, por isso, em meados de 1930, foi criado o
Departamento Nacional de Saúde Pública, com a proposta de desenvolver o sa-
nitarismo, a higiene industrial e assistência as crianças e suas mães. Havia um
número expressivo de mortes de crianças, sendo uma das necessidades trabalhar
as questões sociais para conter esse problema (MONTEIRO; SILVA, 2017).
Veja que interessante: a classe trabalhadora, na época, era desprovida de
assistência, pois o Estado responsabilizava-se, apenas, por cuidados pontuais,
como as doenças mentais, a tuberculose, entre outras. Pensando em propor-
cionar atendimento a esta classe, a Lei Eloi Chaves, em 1923, criou as caixas de
pensão que se transformaram em institutos, como o Instituto de Aposentadoria
e Pensão (IAP), e evoluíram, mais tarde, para o conhecido Instituto Nacional
de Previdência Social (INPS).
Posteriormente, em 1930, tivemos a Era Getulista (Getúlio Vargas), chamada
de Estado Novo, um período ditatorial que teve como marco a criação do Minis-
tério do Trabalho, com reivindicações de ônus aos trabalhadores. Assim, rece-
biam atendimento os trabalhadores registrados (previdência social), e o Estado
passou a prestar assistência pública aos não segurados, por meio de campanhas
preventivas. Criou-se, nessa época, o protagonismo dos Hospitais, com assistência
pautada no que chamamos de “modelo biomédico privatista”, cujo foco era tratar
as doenças, e não o indivíduo.
Você deve se perguntar: como surgiu o direito universal à saúde? Foi uma
longa batalha disputada pelas pessoas nos movimentos populares, e, com a rea-
lização da 3ª Conferência Nacional de Saúde (1963), novas discussões foram
incorporadas às questões de saúde, no intuito de criar um sistema universal.
Existia, na época (1974), um fundo financeiro governamental para apoiar
os programas e projetos de interesse ao setor público de saúde, com o objetivo
de expandir o setor privado, pois o atendimento público era limitado. Com
a 5ª Conferência Nacional de Saúde (1975), no entanto, foi criado o Sistema
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Nacional de Saúde, cabendo à Previdência Social, à assistência individual e
UNIDADE 1
explorando Ideias
Vamos explorar alguns pontos! O que subsidiou a criação do Sistema Único de Saúde
(SUS) foi a antecipação do decreto Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS).
A Carta Magna da 8ª Conferência Nacional de Saúde foi a base para a conquista da saúde
como direito universal e dever do Estado, integrando em redes os serviços, com a partici-
pação do setor privado.
Com a instabilidade política, em 1989, as discussões da criação do SUS se intensificaram,
até a sua promulgação no ano seguinte, com a Lei n° 8080/90. Foi na 9ª Conferência Na-
cional de Saúde que, efetivamente, iniciou a operacionalização do SUS, contando com a
participação social. Uma conquista na trajetória da saúde pública, no Brasil.
A partir da década de 90, nós tivemos um sistema de saúde gratuito cujos princípios e
diretrizes o norteiam (Universalidade, Igualdade, Equidade) bem como a Lei n° 8.142 (28
de dezembro de 1990), que contemplou a participação da comunidade na gestão do SUS
e as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Esta
legislação, cabe salientar, regulamentou a participação da comunidade na Gestão do SUS,
por meio dos conselhos municipal, estadual e federal de saúde (VIACAVA et al., 2018).
16
Este caminho pelos cenários da saúde brasileira conduziu você, caro(a) aluno(a),
UNICESUMAR
a conhecer a estrutura básica da saúde brasileira, que continuou a evoluir com
o passar dos anos. Atualmente, os serviços de saúde são ofertados de maneira
horizontal, ou seja, em redes. Na Unidade 2, você compreenderá as características
mais específicas do Sistema Único de Saúde brasileiro bem como alguns progra-
mas importantes que se relacionam à Educação!
3
OS DIVERSOS
MODOS DE
fazer educação
17
UNIDADE 1
UNICESUMAR
que reorganizou a gramática tupi Ratio Studiorum para facilitar a comunicação
entre todos (SCACHETTI, 2013).
Com o tempo, as casas de “bê-á-bá” se transformaram em colégios, e a Educação
se configurou nos moldes que conhecemos hoje, com o conteúdo programático
semelhante ao Ensino Médio. Logo, no século XVII, os estudantes eram conduzidos
pela doutrina cristã até o estudo das Humanidades (Teologia, Direito canônico,
Filosofia e Retórica), e aqueles que continuavam seus estudos, como os filhos dos
colonos, podiam ingressar nas universidades europeias (SCACHETTI, 2013).
A partir de 1759, porém, prevaleceu a hegemonia do ensino catequético, e a
alfabetização dos indígenas se deu nos colégios até ali implantados. A chegada
do Marquês de Pombal foi outro marco de mudança. Ele intencionava implantar
um regime de estudo conteudista, por meio da educação em massa, razão que o
fez fechar as escolas e expulsar os jesuítas (SCACHETTI, 2013).
conecte-se
19
Período da Educação na era do Marquês de Pombal
UNIDADE 1
A figura retrata as aulas régias a partir de 1759, ou seja, aulas grupais inspiradas
no ensino inglês, implantadas por Sebastião José de Carvalho e Melo, conhecido
como o Marquês de Pombal. Essas aulas foram criadas no intuito de modernizar
o ensino, no reinado de Dom José I, mas levou tempo para serem concretizadas.
A novidade foi a realização do primeiro concurso público para professores. Esse
período (1760-1774) foi chamado de “estudos menores”, em que os estudantes
aprendiam a ler, escrever, contar e tinham acesso aos estudos das humanidades
(SCACHETTI, 2013; VIDAL; RABELO, 2019).
Embora o objetivo fosse a construção de uma escola laica, predominava-se o
ensino católico, pois as pessoas mais instruídas e aptas a serem professores eram
os padres. Estes eram considerados nobres e tinham benefícios, como a isenção de
impostos, mas, na realidade, as aulas não eram compensatórias financeiramente,
e, por isso, havia muitas reivindicações por melhoria salarial (SCACHETTI, 2013;
VIDAL; RABELO, 2019). Com o reinado de Dom João VI e a vinda da família
real ao Brasil, o ensino se ampliou, desenvolveu a culturalidade e outros setores,
como a imprensa e os jornais.
20
Com o avançar dos anos, em 1824, a Educação passou a ser gratuita a todos os
UNICESUMAR
cidadãos, tendo a aprovação de uma lei imperial promulgada, em 15 de outubro
de 1827, dia que ficou conhecido como “o dia dos professores”. Essa lei, posterior-
mente, no Brasil (14/10/1963), foi promulgada por meio do Decreto nº 52.682, e,
em todos os anos, oficialmente, comemorou-se a data. Mais tarde, em meados de
1835, criaram-se as escolas normais que se destinavam à formação de professores
e permitiam a participação deles em concursos públicos (SCACHETTI, 2013;
VIDAL; RABELO, 2019). Todo o esforço, empenhado na Educação, no século
XIX, teve altos e baixos, e, no período entre 1867 e 1882, havia muitos analfabetos
e pouca adesão à escola.
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conservador (ligados aos ideais do reinado). Foi um entusiasta do positivismo, e
UNIDADE 1
as suas ideias se espalharam na maioria dos Estados. Os estudantes, por sua vez,
foram organizados em séries e divididos por faixa etária (CONSTANT, 2019).
Com as demandas das novas escolas, em São Paulo, os cargos administrativos
foram criados para gerir a Educação, como direção escolar. Os salários, porém,
eram pouco atrativos, e as vagas eram preenchidas por mulheres (MEIRELLES,
2013). As escolas eram localizadas em áreas urbanas, e as pessoas da zona rural
precisavam se deslocar para estes centros. Havia escolas rurais, mas eram isola-
das, e os estudantes de diversas faixas etárias. O Estado era exigente, o ensino era
rigoroso e seguia os padrões ingleses, razão de muitas reprovações das crianças
na época, e com elas a evasão escolar.
Em meados de 1920, surgiu a Escola Nova, seguindo a tese de Anísio Tei-
xeira, que defendia a escola pública, laica, igualitária e sem privilégios. Mas a
mudança, que pretendia a inclusão das crianças na escola, foi discutida com
a Reforma Sampaio Dória, a partir da criação da etapa inicial de dois anos,
equivalente ao ensino fundamental, visando atender as crianças de 7 a 12 anos,
que estavam fora da escola.
Outras influências foram importantes no período de 1920, como as in-
fluências de Paul Robin, Sebastien Faure e Francisco Ferrer y Guardia, para a
pedagogia libertária. No Brasil, desenvolveram-se as premissas da escola ope-
rária e popular, que defendiam o ensino integral como uma das formas de
emancipação operária (COSTA, 2019).
A atuação escolástica católica relacionava-se ao ensino religioso, na formação
de professores, mas no intuito de recuperar o poder da igreja. Desse modo, fatos
importantes marcaram a trajetória da Educação (MEIRELLES, 2013). A escola na
ditadura, gerenciada pelo presidente Getúlio Vargas, foi impactante no que se re-
fere aos ideais da Escola Nova, um movimento de renovação do ensino, difundido
na Europa e, posteriormente, implantado no Brasil. A essência era: uma educação
gratuita e laica, uma sociedade democrática, respeitando as individualidades e
a integralidade das pessoas. Outros educadores, como Paulo Freire, também,
inseriram contextos da experiência de vida na aprendizagem, isto é, a educação
problematizadora (RODRIGUES; MARTÍNEZ, 2019).
Fato marcante na era Vargas foi a criação do Ministério da Educação e da
Saúde Pública, em 1930, unindo os interesses de ambas áreas. Mesmo com as
diferenças políticas estabelecidas pelos líderes governamentais, a Educação
passou a ser considerada como direito de todos e dever do poder público. Olha
22
só, outro fato relevante aconteceu, em 1942, durante o Estado Novo, a saber: a
UNICESUMAR
promulgação das Leis Orgânicas do Ensino, que estruturou o ensino industrial,
reformou o ensino comercial e promoveu mudanças no ensino secundário
(ROMANELLI, 1978). Algumas alterações se deram com a modificação do
Ginásio (Ensino Fundamental) que passou a ter quatro anos, e o Colegial (En-
sino Médio) três anos. Além disso, criou-se o ensino Supletivo (dois anos) para
atender o público adulto (CAMILO, 2013).
Vale ressaltar o surgimento do populismo, com as primeiras ações de pro-
postas à alfabetização, em Pernambuco, no ano de 1963. O educador Paulo Freire
iniciou o Programa de Educação de Adultos e registrou a alfabetização de 300
trabalhadores rurais em 45 dias. O professor, no entanto, foi exilado durante a
ditadura (BRANDÃO, 2004). As manifestações culturais, também, foram signifi-
cativas na época, mas duraram, apenas, até o golpe militar, e aí vieram momentos
repressivos que alteraram o curso da história.
conceituando
Vamos esclarecer alguns termos para facilitar a sua compreensão. O Ratio Studiorum, promul-
gado em 1599, era um compêndio que continha mais de 400 regras utilizadas na educação
das crianças na época, era comum o uso nas casas de Bê-á-bá. A Pedagogia Libertária, por
sua vez, foi uma tendência pedagógica que estimulou a educação baseada na participação
grupal, facilitando os processos de distribuição do poder, por meio de assembleias, reuniões
e conselhos. Estimulou, também, a participação de todos e a autonomia dos estudantes.
Fonte: adaptado de Franca (1952).
23
Em 1971, Jarbas Passarinho oficializou o vestibular classificatório nas univer-
UNIDADE 1
24
4
POTENCIALIDADES
UNICESUMAR
NA UNIÃO DA
educação e da saúde
pensando juntos
E aí aluno(a), você ficou curioso(a) para saber mais sobre os programas e leis existentes na
área da Saúde e da Educação? Quais evoluções observamos nos tempos atuais?
26
1500 – 1760
UNICESUMAR
Chegada dos Portugueses e Jesuítas
no Brasil. Criação da gramática que
direcionava os estudos (Ratio
Studiorum). Criação do primeiro
concurso para professores.
1808 – 1892
Chegada da família real e regras
educacionais por D. Pedro I; 1824 – 1927:
educação gratuita; 1835: criação das
escolas normais; Constituição Federal e a
1930
Educação (estados e municípios).
Era Vargas, golpe militar, Estado Novo e
União comanda a educação; Alfabetização
1968 – 1970
de agricultores por Paulo Freire
AI-5 (documento do golpe militar)
Disciplina de Educação Moral e Cívica; 1975
Mobral e Democracia
Ditadura Militar
1985
Tancredo Neves é presidente,
mas o vice assume.
1988
Nova Constituição Federal
1990
Conferência Mundial sobre a Educação
para todos, em Jomtien, Tailândia
1996
LDB e a indicação de docentes
com ensino superior
2001
Entra em vigor o Plano Nacional
da Educação (PNE)
2010
Aprovação do piso salarial
para docentes
2020
Novas Leis e Programas na
Educação e Saúde
Figura 4 - Linha do tempo: Trajetória histórica dos fatos importantes da Saúde e da Educação
Fonte: adaptada de Aranha (2020).
27
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 1
28
na prática
a) Junto com a colonização, a saúde era vista como entrave, mesmo assim a popu-
lação aceitava as propostas de melhorias do saneamento básico.
b) As mortes das crianças, no percurso inicial da saúde, davam-se pelo fato delas
serem analfabetas e pelo acesso restrito às ações de saúde.
c) No período Getulista, considerado ditatorial, a conquista popular foi o acesso à
saúde privatista, evidenciando os hospitais.
d) Uma das conquistas para a saúde foi o relatório da Alma-Ata que originou o
capítulo constitucional na implantação do SUS.
e) A conquista da saúde pela criação do SUS era direcionada aos cidadãos que
pagavam pelo acesso assistencial que os hospitais ofereciam.
2. Com a chegada dos portugueses ao Brasil, no período colonial, alguns fatos importan-
tes marcaram a organização da Educação no Brasil. Esse percurso histórico, iniciado
pelo ensino catequético, sofreu alterações com o período imperial até ser organizado
estruturalmente, como a educação atual. Segundo o assunto, analise as afirmativas:
a) I, apenas
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
29
na prática
3. Com a Constituição Federal de 1988, a Educação passou a ser garantida como di-
reito. Outra conquista foi a Educação Básica, contemplada pela Lei de Diretrizes e
Bases, em 1996. Sobre esse assunto, analise as afirmativas abaixo e considere V
para verdadeiro e F para falso:
a) V, V, F, V.
b) F, F, V, V.
c) V, V, F, F.
d) F, F, V, F.
e) V, F, V, F.
30
aprimore-se
Mais curiosidades sobre a Saúde você pode encontrar nos canais oficiais do Minis-
tério da Educação e da Saúde. No Brasil, existem vários estudiosos que retratam
com maestria a construção histórica dos fatos relacionados à saúde e à educação.
Desse modo, inúmeras discussões direcionaram o que, hoje, conhece-se sobre saú-
de, os fatores que a determinam e suas repercussões implantadas no formato de
políticas de educação, diretrizes nacionais que regem os cursos na área, além das
constantes evoluções influenciadas por marcos relevantes na história. Também vale
a pena conferir a “Cronologia histórica da Saúde Pública”, material produzido pela
Fundação Nacional de Saúde, disponível no site: http://www.funasa.gov.br/cronolo-
gia-historica-da-saude-publica.
“
O direito à saúde não é algo natural, como se o Estado devesse sempre
exercer essa atribuição em qualquer contexto. A saúde, enquanto políti-
ca pública, será sempre determinada pelos valores e cultura de um de-
terminado período; consequentemente, pelo modelo de proteção social
adotado no país (BISPO JUNIOR; MORAES, 2020, p. 2).
É sabido que não existe Educação dissociada da Saúde, pois são diversos fatores
ambientais, sociais, econômicos, culturais, individuais e coletivos que se alinham
para que essas duas áreas caminhem em paralelo, e com estratégias sinérgicas,
facilmente observadas nas ações da comunidade em geral, escolas do nosso país.
Nesse contexto, o movimento social foi um marco que unificou essas áreas, por
meio da intensa luta travada pela afirmação dos direitos sociais. A Constituição de
1988 foi um marco na história do país, que definiu o país como um Estado Democrá-
tico de Direito. Conquista que, atualmente, repercute na assistência às pessoas, por
meio dos serviços ofertados na saúde pública.
31
eu recomendo!
livro
filme
Getúlio
Ano: 2013
Sinopse: A intimidade de Getúlio Vargas (Tony Ramos), então
presidente do Brasil, em seus 19 últimos dias de vida. Pressiona-
do por uma crise política sem precedentes, em decorrência das
acusações de que teria ordenado o atentado contra o jornalista
Carlos Lacerda (Alexandre Borges), ele avalia os riscos existentes
até tomar a decisão de se suicidar.
conecte-se
32
2
O SISTEMA DE SAÚDE
NO BRASIL E A
relação com a escola
PROFESSORA
Dra. Raquel Cristina Luis Mincoff
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • O Sistema Único de Saúde (SUS)
como conquista brasileira do direito à Saúde • O Sistema Único de Saúde (SUS), suas ações, estratégias
e a relação com a Escola.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender a organização e o funcionamento do SUS como instrumento de apoio ao desenvolvi-
mento pedagógico • Identificar as ações do SUS e sua relação com a Escola.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
DE SAÚDE (SUS)
como conquista brasileira
do direito à saúde
36
Dessa forma, o setor privado se expandiu e colaborou na construção do ce-
UNICESUMAR
nário de saúde conhecido, atualmente. A partir de 1923, com a Lei Eloy Chaves
(a base da previdência no Brasil), foi criado um fundo chamado de Caixas de
Aposentadorias e Pensão (CAP), em que a organização capitalista se dava entre
empregador e empregado. A promulgação da lei se deu por meio do Decreto
nº 4.682 e, assim, tornou-se o marco do sistema previdenciário (FERNANDES;
SOUSA, 2020). Essa lei foi o divisor de águas entre as ações preventivas da saúde
pública e a medicina previdenciária, voltada ao trabalhador formal, mas com
intuito curativista, centrado na doença (GOMES; MACIEL, 2019).
Na década de 70, o país passava por crescimento econômico e desenvolvi-
mento da industrialização. Foi criado, então, em 1977, o Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), que instituiu o Sistema
Nacional de Previdência e Assistência Social, este visava à especialização e à
integração de suas diferentes atividades e instituições. No entanto, em 1993, o
INAMPS foi extinto e suas competências transferidas às esferas federais, estaduais
e municipais, gestoras do SUS (VIACAVA et al., 2018).
Em sequência aos fatos históricos, que direcionaram à criação do SUS, em
março de 1986, aconteceu a 8ª Conferência Nacional de Saúde, segundo o Mi-
nistério da Saúde (1986), e contou com a participação da comunidade da saúde e
usuários (pessoas). Essa Conferência foi marco importante na conquista univer-
sal ao direito à saúde e tinha como lema a democracia e a saúde (GARCIA, 2019).
O “Relatório Final” da Conferência indicou as sugestões: consenso em relação
à formação de um sistema único de saúde, separado da previdência, e coordena-
do, em nível federal, por um único ministério; propostas de integralização das
ações, de regionalização e hierarquização das unidades prestadoras de serviço
e de fortalecimento do município; a necessidade de participação popular, por
meio de entidades representativas, na formulação da política, no planejamento,
na gestão e na avaliação do sistema (GARCIA, 2019). Assim, esse relatório foi
a base para construção do capítulo sobre a saúde e, a partir dele, iniciaram-se
as discussões sobre o sistema de saúde pública. Você percebeu como a força da
participação popular foi significativa? Em 1988, com a Constituição Federal, o
capítulo da saúde favoreceu a criação do SUS, e a Saúde passou a ser direito de
todos, orientada pelo dever do Estado.
37
UNIDADE 2
pensando juntos
Sabe-se que o SUS foi uma das maiores conquistas brasileiras, um sistema gratuito e aces-
sível à população. Afinal de contas, o que seria o SUS? Será que todo brasileiro conhece,
realmente, os seus programas?
UNICESUMAR
cem, vivem, crescem, trabalham e envelhecem são conhecidas como Determi-
nantes Sociais da Saúde (DSS), termo designado pela OMS (2011). Essas ações
consideram os fatores sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais de
saúde. Existe um modelo de DSS que é seguido na área da saúde, sugerido pelos
autores Dalgren e Whitehead (1991 apud CNDSS, 2008) (Figura 1):
micas , culturais e
oeconô am
bie
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ss Condições de
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di
vida e de trabalho e
Ambiente Desemprego
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Co
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lo Serviços
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sociais
Es
Produção s de saúde
agrícola de
alimentos Idade, sexo Habitação
e fatores
hereditários
Figura 1 - Modelo de determinação social da saúde / Fonte: adaptada de CNDSS (2008, p. 14).
Vamos lá, pense comigo? Qual seria a relação dos DSS com o sistema público de
saúde brasileiro? A proposta busca atender as metas que foram propostas pela
OMS, no sentido de: melhorar as condições de vida (atenção a meninas e mu-
lheres no parto, condições de trabalho e emprego adequados, sistema de saúde
universal da Atenção Primária); combater a desigualdade de poder, dinheiro e
recursos (com responsabilização do governo na implantação de políticas públi-
cas, reforçar o papel do Estado, promover a equidade de gênero e a saúde sexual
e reprodutiva, garantir a participação popular); avaliar a complexidade de um
problema; avaliar as intervenções (garantir o cumprimento dos DSS com equi-
dade, em todas as instâncias nacionais e internacionais) (ROCHA, 2012).
39
Ao melhorar a saúde da população, logo considera-se os determinantes rela-
UNIDADE 2
“
Universalidade: garantia de acesso das pessoas, considerando todos
em todas as condições (sexo, raça, renda, ocupação e/ou pessoas com
características sociais).
Integralidade: atendimento integral, considerando o sujeito holístico,
como um todo, no atendimento psicossocial emocional.
Equidade: princípio de justiça social, garantia de assistência igual, con-
siderando as diferenças e características do sujeito. Conforme a neces-
sidade das pessoas na comunidade.
“
Descentralização: divisão das responsabilidades das ações governa-
mentais entre as demais esferas.
Regionalização: acompanhamento das Atenção Primária à Saúde (APS)
nos municípios, promovendo a autonomia, gestão administrativa e fi-
nanceira do SUS.
Hierarquização: articulação e continuidade das ações e serviços preven-
tivos e curativos, considerando as necessidades individuais e coletivas
nos níveis de complexidade (referência e contrarreferência).
Participação popular: democratização das decisões consolidadas pela
participação dos usuários, do serviço, por meio dos conselhos de saúde
(discussões temáticas na comunidade).
40
Além disso, com ela, foram criados os Conselhos e as Conferências de Saúde
UNICESUMAR
(BRASIL, 1990). O produto final da Conferência evidenciou o conceito ampliado
de saúde, associando a influência das condições biopsicossociais, culturais, eco-
nômicas, políticas e ambientais. A nova proposta indicou os elementos necessá-
rios para a melhoria da saúde das pessoas, o autocuidado, com garantia da paz,
habitação, educação, alimentação, renda, ecossistema estável, sustentabilidade,
justiça social e equidade (BRASIL, 2010).
Os Conselhos são organizações representativas por membros da comuni-
dade, instituições e membros representativos das pessoas, dos trabalhadores da
saúde e da gestão para discussão de temas. Já as Conferências são reuniões que
ocorrem a cada quatro anos, representados por várias entidades e convocadas
pelo poder executivo para promover a criação de propostas e temas que podem
virar políticas públicas (BRASIL, 1990).
Essa Lei, ainda, objetiva a participação da comunidade na gestão do SUS e
trata das transferências intergovernamentais dos recursos financeiros do sistema
(BRASIL, 1990). Ela é marco significativo no intuito de alcançar as mudanças
necessárias e favoráveis aos determinantes da saúde e dos serviços de saúde. Os
recursos financeiros estruturados de maneira intergovernamental possibilitam a
otimização dos orçamentos no sistema público de saúde (BRASIL, 2017).
A implantação do sistema foi desafiadora, nos anos de 1990, por vários moti-
vos, como a resistência do governo ao seu financiamento e o mercado privado dos
planos de saúde. Nesse sentido, criou-se um conjunto de portarias denominadas
normas operacionais (NOB-91, NOB-93, NOB-96, NOAS, 2000 e 2002). Estas fo-
ram temas de discussões de entusiastas que defendiam o sistema, mas deixada de
lado pela opinião pública, pelos empresários e, até mesmo, pela população, que não
se preocupava com a organização, e sim o recebimento do benefício (PAIM, 2015).
Essas normas foram atualizadas até 2006, quando foi instituído o Pacto da
Saúde pela portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006. Elaborou-se, então, um
conjunto de reformas institucionais pactuado entre as três esferas de gestão
(União, Estado e Municípios), no intuito de inovar os processos e instrumentos
de gestão, em busca de qualidade e eficiência do SUS (BRASIL, 2006).
Foram tantas normas criadas pelo Ministério da Saúde, mas, em 3 de se-
tembro de 2009, promulgou-se a portaria nº 2.048, que aprovou o Regulamento
do Sistema Único de Saúde, com o objetivo de organizar todas as normativas
(BRASIL, 2009). Embora o sistema tenha fragilidades, que se arrastam com as
41
mudanças governamentais, apresenta as suas potencialidades, e a maior delas é
UNIDADE 2
Além disso, têm os registros dos atendimentos, diagnósticos e assistência por ano,
disponibilizados no quadro a seguir (Quadro 1):
42
Procedimen-
Cirurgias
Procedimen- tos oncoló-
Consultas Atendimen- oncológi-
Atendimento tos ambula- Partos gicos (qui- Transplantes
médicas to pré-natal cas/car-
toriais mioterapia e
díacas
radioterapia)
Tomografias
Exames labo- Radiogra- Ultrassono- Testes
Diagnósticos computado-
ratoriais fias grafias de HIV
rizadas
6 mi-
nº/ano 2012 425 milhões 55 milhões 13,2 milhões 1,8 milhão
lhões
Diabé-
Doentes
Exames de ticos Recebimento
Imunizações Tratamento soroposi-
Interna- papanico- em de hemoderi-
Assistência no calendá- do tabagis- tivos em
ções lau (pre- trata- vados (san-
rio regular mo tratamen-
ventivos) men- gue, plasma)
to
to
Quadro 1 - Alguns exemplos de número de atendimentos, diagnósticos e assistência de pessoas por ano a partir de 2011, Paraná, 2020
Fonte: adaptado de Brasil (2011).
43
UNICESUMAR
UNIDADE 2
explorando Ideias
44
2
O SISTEMA ÚNICO
UNICESUMAR
DE SAÚDE (SUS),
suas ações, estratégias
e a relação com a escola
explorando Ideias
45
as organizações ou grupos, por meio de interesse específico, compartilhado e interativo.
UNIDADE 2
Atributos derivados:
■ Orientação familiar.
■ Orientação comunitária.
■ Competência cultural.
Além da APS, no Brasil, é aceitável o termo Atenção Básica, mas, atualmente, com-
preende-se como Estratégia Saúde da Família (ESF). A ESF era conhecida como
Programa Saúde da Família (PSF), desde 1994, cujo foco visa às ações preventivas
e curativas (PAIM, 2015). A ESF é uma proposta de atendimento das famílias e
46
comunidades destinadas às pessoas de risco e vulneráveis, ponto referencial no
UNICESUMAR
sistema de saúde. Embora esteja inserida no contexto da atenção básica, não tem
nada de simplicidade em suas ações e estratégias, pois suas ações e programas
atendem a diferentes complexidades em saúde, atuando também na promoção
do autocuidado das pessoas e no acompanhamento dos determinantes sociais
(TASCA et al., 2020).
São integrantes da equipe de saúde, médico, enfermeiro, cirurgião-dentista,
auxiliar ou técnico de saúde bucal, técnico ou auxiliar de enfermagem, Agen-
tes Comunitários de Saúde (ACS) e outros profissionais da área epidemiológica
(BRASIL, 2012).
A Política Nacional de Atenção Básica propõe a implantação da ESF para
o atendimento de, no máximo, 12 mil habitantes, e cada equipe de saúde res-
ponsabiliza-se por 3 a 4 mil pessoas. Esse fato favorece instalar unidades de
saúde suficientes para atender as necessidades populacionais (BRASIL, 2012).
As famílias e comunidades são atendidas no território adscrito a UBS, ou seja,
nos bairros circunvizinhos. O acompanhamento das famílias no território
acontece pelos profissionais inseridos nas equipes da ESF, composta por mul-
tiprofissionais, estes trabalham de forma integrada, em equipe, buscando aco-
lher, escutar e oferecer um serviço resolutivo para os problemas populacionais
(FIGUEIREDO; DEMARZO, 2016).
conecte-se
Tudo isso é possível devido à Atenção Primária à Saúde ser estruturada em Rede
de Atenção à Saúde (RAS), estratégia para o cuidado integral à população. Se
constitui em “arranjos organizativos formados por ações e serviços de saúde com
diferentes configurações tecnológicas e missões assistenciais, articulados de for-
ma complementar e com base territorial” (BRASIL, 2012, p. 27). Para atender a
RAS, é necessário compreender o cumprimento de algumas funções (Quadro 2).
47
Característica Contexto
UNIDADE 2
UNICESUMAR
Estratégia Saúde da Família com a escola? Bem, como vimos, a Atenção Primá-
ria à Saúde (APS) possui arranjos organizativos para suprir todas as necessidades
e demandas populacionais, por meio de ações individuais e coletivas, voltadas à
promoção da saúde e a prevenção de doenças, como as bucais (BRASIL, 2012).
Considerando os cenários nos territórios de uma UBS, a escola é um local, onde
são realizadas ações promotoras e preventivas de agravos. A assistência e o cuidado
são direcionados às crianças, em período de escolarização bem como às famílias.
A ESF atende todas as pessoas no ciclo da vida, mas se considerarmos o con-
texto infantil escolar, o governo federal instituiu o Decreto Presidencial nº 6.286,
de 05 de dezembro de 2007, como proposta de política intersetorial entre dois
ministérios federais, o da saúde e o da educação. Ele regulamenta o Programa
Saúde na Escola (PSE) na perspectiva “da atenção integral (promoção, prevenção,
diagnóstico e recuperação da saúde e formação) à saúde de crianças, adolescentes
e jovens do ensino público básico, no âmbito das escolas e Unidades Básicas de
Saúde” (BRASIL, 2012, p. 75).
O PSE possui estratégias de atuação: na avaliação clínica e psicossocial das
crianças; na garantia do cuidado integral atrelado a RAS; na promoção e pre-
venção de práticas articuladas ao contexto da formação de práticas educativas;
na promoção da alimentação saudável, práticas corporais e atividades físicas nas
escolas. Além de atuar em campanhas informativas socioculturais, prevenindo o
tabagismo, etilismo e outras drogas, na promoção da cultura de paz, prevenção
da violência e a promoção da saúde socioambiental e sustentável (SÁ, 2020).
conceituando
Tabagismo é o nome técnico dado à pessoa que fuma cigarros, e Etilismo é sinônimo de
Alcoolismo, termo técnico atribuído à pessoa que consome substâncias alcoólicas.
Fonte: Ministério da saúde (2015, on-line).
O Programa Saúde na Escola propõe refletir sobre as práticas que estimulam a auto-
nomia e a responsabilidade das crianças relacionadas ao cuidado com a saúde. Além
disso, suas ações e estratégias compactuam com a Organização Mundial da Saúde,
no cumprimento dos objetivos da Agenda 2030, para o desenvolvimento sustentável
da Organização das Nações Unidas (ONU), no intuito de promover a saúde relativa
às condições econômicas, sociais e ambientais sobre a influência da saúde (SÁ, 2020).
49
O programa cumpre o objetivo de colaborar na formação integral dos estu-
UNIDADE 2
Ainda, nesse sentido, são diretrizes para a implantação do PSE (BRASIL, 2011):
■ Descentralização e respeito à autonomia federativa.
■ Integração e articulação das redes públicas de ensino e saúde.
■ Territorialidade.
■ Intersetorialidade e interdisciplinaridade.
■ Integralidade.
■ Cuidado contínuo.
■ Controle social.
■ Monitoramento e avaliação permanente.
50
É importante, para o profissional da educação, saber em quais áreas ele pode
UNICESUMAR
atuar em parceria com a equipe de saúde. O PSE propõe a avaliação de escolares,
por meio da avaliação clínica e psicossocial, a nutricional e a avaliação da saúde
bucal, que são desenvolvidas pelos profissionais da saúde. Além disso, também,
avalia-se a parte auditiva e oftalmológica dos estudantes (CARVALHO, 2015). No
entanto a estratégia de destaque na atuação da equipe de saúde no PSE é voltada
à Promoção da Alimentação Saudável de crianças e adolescentes. Esta é outra
linha de atuação que o profissional da educação pode atuar.
pensando juntos
É papel da escola, com o apoio do professor, atentar-se aos aspectos que envolvem
a alimentação das crianças e adolescentes. O fato justifica-se devido ao cresci-
mento do número de jovens brasileiros obesos, no Brasil. A doença pode afetar
a saúde física, mas principalmente interferir na saúde mental deles, podendo
desenvolver transtornos, como a depressão, baixa autoestima, isolamento social,
entre outros fatores (BRASIL, 2018).
A garantia da alimentação é obtida pela Política Nacional de Alimentação e
Nutrição, mas é no ambiente escolar e familiar que a mudança pode acontecer.
Pais e professores são participantes nesse processo. Alguns exemplos de práticas
exitosas nas escolas podem ajudar, por exemplo, a criar estratégias de cine-debate,
com questões reflexivas, leves e facilmente debatidas pelas crianças (BRASIL, 2018).
51
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 2
52
na prática
1. O Sistema Único de Saúde foi uma conquista histórica para todos os brasileiros,
com importantes programas que atendem a população, em um sistema de oferta
de serviços gratuito e universal. Neste contexto, assinale a alternativa correta:
a) A saúde pública teve seu conceito determinado pelas condições das doenças e
enfermidades que apareciam e eram discutidas em nível mundial.
b) A 8ª Conferência Nacional de Saúde foi o divisor de águas para a observação
da saúde, doenças e questões sanitaristas, na época em que surgia o assunto
sistema público.
c) A implantação do SUS se deu, efetivamente, com as sugestões estabelecidas na
8ª Conferência de Saúde. Assunto delicado que dispensou intensas discussões
até ser incorporado na Constituição Federal.
d) O SUS é coletivo, mas atua de forma especializada nas áreas, como visto nas
diversas especialidades médicas.
e) Alguns condicionantes de saúde foram estabelecidos na Conferência de saúde,
outro tema que surgiu nesse encontro.
53
na prática
a) V, F, V.
b) F, V, V.
c) F, V, F.
d) V, V, F.
e) F, F, V.
a) V, F, V, F.
b) V, V, F, F.
c) F, V, F, F.
d) V, V, V, F.
e) V, V, V, V.
54
na prática
55
aprimore-se
A par das atividades comuns a todos os profissionais envolvidos na ESF, cada um de-
les tem função específica, que apresentaremos a seguir. Tal função não se basta em si
mesma, e um aprofundamento é necessário para que cada um se reconheça e reco-
nheça também a atividade do outro e não se perca de vista o trabalho compartilhado.
Iniciaremos comentando sobre as prerrogativas do enfermeiro (BRASIL, 2011), pro-
fissional que exerce privativamente a direção dos órgãos de enfermagem e integra a
estrutura básica de instituições de saúde, pública ou privada, e a chefia de serviço de
enfermagem, coordenando a atuação do auxiliar e do técnico.
[...].
56
aprimore-se
57
aprimore-se
58
eu recomendo!
livro
filme
Fonte da juventude
Ano: 2017
Sinopse: a partir de uma série de entrevistas com especialistas
das áreas de agricultura, saúde e culinária, “Fonte da Juventude”
aborda a obesidade e a má alimentação da população brasileira.
Além disso, o documentário traz a proposta de uma plataforma
de conscientização a partir da mostra da biodiversidade como
resposta para superar a má nutrição no País.
59
eu recomendo!
conecte-se
60
3
AS PRÁTICAS
EDUCATIVAS
no campo da saúde
PROFESSORA
Dra. Raquel Cristina Luis Mincoff
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • A atuação da Equipe Estratégia
Saúde da Família • A atuação da equipe no Programa Saúde na Escola • Estratégias Promotoras da
Saúde alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender a atuação da Equipe Estratégia Saúde da Família como papel apoiador na escola • Apro-
fundar a compreensão da atuação da equipe no Programa Saúde na Escola • Conhecer as estratégias
Promotoras da Saúde alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
ESTRATÉGIA
Saúde da Família
63
Você deve, agora, pensar: como atua essa equipe de saúde? Como se dá essa
UNIDADE 3
UNICESUMAR
e o primeiro atendimento às urgências.
66
UNICESUMAR
A Saúde Bucal das Crianças
Cuidar da saúde bucal das crianças é uma ação que pode ser desempenhada pelos
profissionais da saúde, alinhada com os profissionais da educação e com o apoio
da família. O acompanhamento dos hábitos de higiene, o controle de ingestão
de açúcares e a alimentação podem melhorar a qualidade de vida dos escolares.
Uma das principais doenças bucais, a cárie dentária, é importante fator de risco
para o desenvolvimento de outras doenças e, por isso, merece atenção quando se
inicia antes do 3º ano de vida da criança (BRASIL, 2012a).
A doença da cárie inicia-se, às vezes, durante o período da amamentação, pos-
teriormente ao uso de mamadeiras, considerando a higiene precária e a ingesta
de bebidas açucaradas. Outro fator importante está relacionado à alimentação,
crianças desnutridas ou com baixo consumo de alimentos saudáveis podem alte-
rar a salinidade da boca, deixando os dentes mais vulneráveis (BRASIL, 2012b).
67
UNIDADE 3
A cárie dentária é uma infecção nos dentes que progride, lentamente, nas pessoas
e, se não tratada, evolui até a completa destruição da estrutura dentária (FEJER-
KOV; KIDD, 2005). Existem alguns fatores que determinam e podem modificar
a doença, a saber:
■ Hospedeiro: que compreende os dentes e a saliva. O dente é o local de
manifestação da doença, e a saliva possui efeito de tampão, ou seja, pro-
teção contra a presença de micro-organismos, pois, nela, contém íons de
bicarbonato e fosfato que os neutralizam.
■ Micro-organismos: a boca possui diversos micro-organismos, como
Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus e Lactobacillus. As bacté-
rias cariogênicas produzem ácidos, por meio da fermentação de alimentos
com carboidratos (que se transformam em açúcar) e conseguem sobre-
viver no meio ácido.
■ Dieta: os alimentos que favorecem o crescimento bacteriano, como os
carboidratos, iniciam a digestão na boca, e por permitirem a fermentação,
facilmente, podem determinar a doença.
68
■ Tempo: fator que interfere se estiver associado ao hospedeiro, micro-or-
UNICESUMAR
ganismos e à dieta.
2
A ATUAÇÃO DA EQUIPE
NO PROGRAMA
saúde na escola
UNICESUMAR
preconizadas por lei para os profissionais da saúde (Quadro 1):
Profissionais Competências
Auxiliar ou
Aplicar a dose vacinal, conforme necessidade da carteira
técnico de
vacinal.
enfermagem
71
Cirurgião Acompanhar e indicar as necessidades das crianças, em
UNIDADE 3
conecte-se
explorando Ideias
72
UNICESUMAR
pensando juntos
O papel da Saúde no contexto da Educação vai além de trabalhar temas voltados à vio-
lência, fora ou dentro da escola, e a prevenção de acidentes. Dessa forma, o profissional
que está em constante aprendizado é o melhor qualificado para fazer a diferença na vida
das crianças.
73
3
ESTRATÉGIAS PROMOTORAS
UNIDADE 3
DA SAÚDE ALINHADAS
AO OBJETIVO
do desenvolvimento
do milênio
Planeta
Proteger os recursos
naturais e o clima
do nosso planeta
para as gerações
futuras Prosperidade
DESENVOLVIMENTO Garantir vidas
prósperas e plenas
SUSTENTÁVEL em harmonia com
a natureza
Parcerias
Implementar a agenda
por meio de uma Paz
parceria global Promover sociedades pacíficas,
sólida justas e inclusivas
UNICESUMAR
(2011).
■ Guia popular da alimentação brasileira (2019).
Bem, todos os objetivos do ODM são importantes para o mundo global, por isso,
na educação se faz necessário conhecê-los, com ênfase nos que estão diretamente
ligados à Escola e, de alguma forma, contribuem na formação do pedagogo.
77
UNIDADE 3
conecte-se
78
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Compreender as ações que são desempenhadas pelos profissionais da saúde em
colaboração aos da educação é primordial para a garantia de uma educação de
qualidade em todos os níveis. As estratégias de saúde assistem as pessoas em sua
integralidade, por meio de programas, políticas e ações promotoras da saúde, no
contexto das crianças, jovens, adultos e idosos.
O programa saúde na escola é uma proposta do governo federal para garantir
o mínimo necessário aos estudantes matriculados na rede pública de ensino, em
relação ao acompanhamento e à garantia de uma educação igualitária para as crian-
ças. Importante reconhecer o papel dos profissionais da educação, neste contexto,
e as ações desempenhadas por eles, no que se refere à manutenção da alimentação
saudável, da promoção da saúde bucal, emocional e mental, no combate à violência,
desnutrição e obesidade. Além disso, o programa saúde na escola atua como apoio
à equipe de saúde e faz a ponte com os familiares, no ambiente escolar.
Algumas estratégias promotoras da saúde foram discutidas, tendo como foco
os objetivos do ODM, relacionados ao ambiente escolar. Os objetivos configu-
ram-se como propostas mundiais para o enfrentamento de situações de saúde,
pobreza, igualdade, com o olhar voltado ao meio ambiente, às parcerias e inte-
gração das pessoas em busca de um mundo melhor, com condições iguais de
bem-estar e qualidade de vida.
Compreender o papel do educador na construção da cidadania das crianças,
portanto, é construir um futuro espetacular na vida delas. Claro que é necessá-
rio o aprofundamento dos profissionais da educação nesse conteúdo, pois eles
são indiretamente responsáveis, junto com as famílias, pelo desenvolvimento e
acompanhamento das crianças em idade escolar.
79
na prática
1. O ingresso das crianças no ambiente escolar requer ações intersetoriais que arti-
culam áreas como a Saúde e a Educação. Estratégias que requerem competência e
sensibilidade na identificação das possíveis fragilidades que prejudiquem o desem-
penho da criança na escola. Em relação ao Programa Saúde na Escola, assinale a
alternativa correta:
80
na prática
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I e IV, apenas.
a) V, V, F.
b) F, F, V.
c) V, F, V.
d) F, F, F.
e) V, V, V.
81
aprimore-se
Passo 1: “Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou
qualquer outro alimento”. Dica ao profissional e à equipe: rever se as orientações
sobre aleitamento materno exclusivo são fornecidas desde o acompanhamento
pré-natal até a época da alimentação complementar.
Passo 2: “A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimen-
tos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais”. Dica ao profissional
e à equipe: antes de dar a orientação deste passo, perguntar à mãe ou ao cuidador
como ela (ele) imagina ser a alimentação correta da criança e, a seguir, convidem-
-na(o) a complementar seus conhecimentos, de forma elogiosa e incentivadora.
Passo 3: “Após seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, car-
nes, leguminosas, frutas, legumes) três vezes ao dia, se a criança receber leite ma-
terno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada”. Dica ao profissional e à equipe:
sugerir receitas de papas, tentando dar a ideia de proporcionalidade, de forma prá-
tica e com linguagem simples.
82
aprimore-se
alimentos seguros e/ou cozinhas comunitárias. Convidar famílias com crianças sob
risco nutricional.
Passo 9: “Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos: garantir o seu ar-
mazenamento e conservação adequados”. Dica ao profissional e à equipe: realizar
grupo com pais, avós e/ou crianças sobre cuidados de higiene geral, alimentar e bucal.
83
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livro
conecte-se
84
4
DESAFIOS DA
SAÚDE MENTAL
na educação escolar
PROFESSORA
Dra. Raquel Cristina Luis Mincoff
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • O cuidado com a criança em so-
frimento psíquico no ambiente escolar • A atuação da equipe de saúde no contexto da saúde mental
• A saúde mental do profissional da educação.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conhecer os principais problemas de saúde mental que envolvem as crianças no ambiente escolar •
Compreender a atuação da equipe de saúde, no contexto da saúde mental, bem como os programas
existentes • Descrever o contexto do adoecimento mental de educadores.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
CRIANÇA EM
sofrimento psíquico
no ambiente escolar
87
nhecemos como doenças. Entretanto sofrimento não é sinônimo de dor, mas a
UNIDADE 4
dor pode levar ao sofrimento ou, ainda, não é qualquer dor que nos faz sofrer
(LIMA; MOYSÉS, 2019).
No contexto da criança, esta, ao adentrar o ambiente da escola, leva consigo as
vivências familiares, comportamentos e experiências. Quando essas vivências são
incorporadas de maneira negativa, as crianças podem desenvolver dificuldades
em diversas áreas. Muitas vezes, essas dificuldades se manifestam no ambiente
escolar (LIMA et al., 2019).
pensando juntos
UNICESUMAR
Mentais (APA, 2014) classifica a ansiedade infantil em cinco quadros:
■ Transtorno da ansiedade por separação.
■ Transtorno da ansiedade generalizada.
■ Transtorno da ansiedade social.
■ Mutismo seletivo.
■ Fobia específica.
essa doença tende a ser destaque no mundo contemporâneo. Mas o que se deve
observar nas crianças? Além dos sintomas citados anteriormente, o professor
deve conhecer o contexto familiar e social da criança, que resultam na queda do
rendimento escolar, isolamento, tristeza, apatia, recusa escolar, idas frequentes ao
banheiro, entre outros. Estes critérios são os mesmos direcionados para a pessoa
adulta, embora no estudante ainda se observe ansiedade, queixas somáticas e
alucinações associadas (VERSIANI; REIS; FIGUEIRA, 2000).
Será, porém, que cabe ao profissional pedagogo saber tudo isso? Não cabe a
ele descobrir o diagnóstico, mas buscar apoio e assistência médica na Unidade
Básica de Saúde mais próxima da escola, além do acompanhamento psico-
lógico, psiquiátrico e psicopedagógico. Nesse sentido, o diagnóstico precoce,
associado às ações de educação em saúde voltadas à promoção da saúde mental,
pode colaborar na intenção de redução dos danos, por meio de atividades fun-
damentais na vida dos estudantes e nas fases do seu desenvolvimento (SCH-
WANN; RAMIRES, 2011).
A depressão, também, pode ser uma consequência de outras manifestações,
como a ansiedade, já discutida, e exposição excessiva a situações humilhantes, por
exemplo, o Bullying na escola. Sobre esse assunto, o profissional da educação deve
se atentar para os distratores nas brincadeiras agressivas ou das lutas de brinca-
deira, sem intenção de magoar. Geralmente, observa-se o agressor, a vítima e os
observadores inseridos no contexto individual ou coletivo (FARENZENA, 2020).
Identificar o agressor e a vítima é passível de realizar, no entanto os estudantes
que observam a agressão, geralmente agem de forma silenciosa, sem preocupar-
-se em comunicar os professores ou os responsáveis na escola. As expressões e
o bullying, geralmente, são exemplificados por intimidação, que resultam em
práticas violentas, com intenção de ferir, regular e frequentemente. Assim, con-
sidera-se ações como: agressão verbal/física, empurrões, extorsão, chantagem,
ameaça, disseminação de boatos, insultos, assédio moral e sexual, exclusão, entre
outros (ARRÚA et. al., 2019).
Essas ações acarretam sofrimento à vítima, com repercussões futuras na au-
toimagem, autoconceito, confiança, e podem despertar para sentimentos mais
graves, como as ideações suicidas. Além de causar sintomas físicos resultante de
estresse prolongado, como dores de cabeça, diarreia, dores abdominais, dores
psicossomáticas, enurese (urinar ao dormir), irritabilidade constante e problemas
cognitivos de aprendizado (FARENZENA, 2020).
90
Cabe ao educador observar o comportamento da criança em áreas comuns e
UNICESUMAR
em atividades coletivas, como o isolamento observado no intervalo entre as aulas;
reprimir as práticas agressivas na escola; envolver a família na identificação do
agressor, da vítima ou dos observadores. Em caso de violências graves, punir os
agressores. No entanto vale destacar a importância de dialogar na tentativa de
compreender os motivos das agressões, brigas com suspensão, expulsão e dialogar
com o profissional da assistência social para acompanhamento do caso e inves-
tigação aprofundada do agressor no ambiente familiar (FARENZENA, 2020);
trabalhar de forma positiva a temática, em sala de aula; mobilizar a comunidade
escolar em busca de estratégias na promoção da cultura de paz, na redução da
violência, na educação em saúde das crianças, famílias e comunidade.
Todas as situações, citadas até este momento, são formas de sofrimento psí-
quico que acontecem, infelizmente, com crianças inseridas nas escolas públicas,
privadas, em todas as classes sociais, sem distinção de gênero e idade. A violência
escolar é um fenômeno social, com consequências negativas para o agressor e a
vítima. A responsabilidade em modificar o ambiente educacional compete aos
professores, pais, estudantes e à comunidade (ARRÚA et al., 2019).
91
A violência escolar pode ser classificada em três tipos: violência na escola,
UNIDADE 4
92
2
A ATUAÇÃO DA EQUIPE DE
UNICESUMAR
SAÚDE NO CONTEXTO
da saúde mental
Caro(a) aluno(a), você conheceu, na aula anterior, o sofrimento que acomete alu-
nos nas escolas, mas sabemos que, sozinho, o professor não resolve tais situações
problemáticas. Por isso, é preciso conhecer as políticas e os programas existentes
que ancoram o cenário do sofrimento psíquico nas crianças. Convido, agora, você
a compreender o papel que a saúde exerce em casos assim e como esta articulação
pode ser benéfica à promoção da saúde dos escolares.
A saúde pública é uma rede de serviços de saúde, ancorada em políticas sóli-
das que sustentam os programas que atendem as diversas áreas do ciclo de vida.
Na área da saúde mental, busca-se ampliar as possibilidades na qualificação das
condições de vida, no intuito de proporcionar assistência adequada nos diversos
pontos de atenção da rede, mas é claro que com o olhar direcionado à pessoa em
todo o seu contexto holístico (BRASIL, 2013).
Nesse contexto, existe, ainda, uma insegurança no que compete ao manejo
dos clientes pelos profissionais, que se torna maior para os profissionais da edu-
cação. Por isso, é relevante conhecer e discutir, em equipe, os casos em espaços
protegidos, como os serviços especializados ofertados.
93
UNIDADE 4
pensando juntos
UNICESUMAR
Mental, recomendo que você acesse o “Caderno de Atenção Básica”, número 34,
do Ministério da Saúde. Você encontrará mais informações sobre a conduta, o
manejo, as situações que podem acontecer com a criança e os riscos em desenvol-
ver sofrimentos. Este livro é disponibilizado de modo digital, conforme indicado
no final da unidade. Aproveite!
Os transtornos tratados na APS são de responsabilidade da equipe de saúde,
considerando os princípios do SUS, a longitudinalidade e a resolubilidade. Por
isso, quando se refere ao atendimento às crianças e aos adolescentes, deve-se
considerar o contexto familiar, socioeconômico e o apoio das escolas no manejo
da criança com transtorno mental.
As demandas se dão tanto pela família quanto pela escola, em situações, em
sua maioria, comportamentais da criança. Veja, no exemplo: a professora possui
um estudante que apresenta as características comportamentais: inquietação,
agitação, desobediência, nervosismo, entre outros. A escola aciona os pais e in-
dica a realização de consulta médica na UBS. Faz essa comunicação via o Agente
Comunitário de Saúde (ACS), responsável pela microárea em que a escola está
inserida. A mãe leva a criança à consulta, considerando o relato que a escola fez.
Na maioria dos casos, as crianças são encaminhadas ao neurologista infantil e
apontam laudos com resultados sem alterações. E cabe o questionamento: o que
o professor faria nesses casos? Será que a professora é a pessoa capacitada para
indicar tais desvios comportamentais ou de saúde?
Claro que o trabalho multiprofissional é fundamental na educação in-
fantil, pois não é recente alguns problemas que as crianças apresentam, essa
problemática se estende há muitos anos. Desde 2002, o Ministério da Saú-
de, alinhado com as prerrogativas do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), desenvolveu diretrizes na abordagem terapêutica às crianças e ado-
lescentes (BRASIL, 2005).
O movimento da Reforma Psiquiátrica e as Conferências Nacionais de Saúde
Mental (2001 e 2010) iniciaram as discussões para o manejo nesses casos, que
culminaram no que conhecemos, atualmente, como Rede Pública Ampliada de
Saúde Mental, considerando dois pontos dos princípios do SUS, o acesso univer-
sal e o acolhimento universal. Considerando que a criança é uma cidadã e, por
isso, tem direitos, o acesso possibilita o acompanhamento de saúde em todas os
anos de vida, no formato de escuta qualificada e encaminhamento corresponsável
(COUTO; DELGADO, 2010). A atuação da equipe de saúde, considera alguns
95
fatores de risco e de proteção, incorporados nos domínios sociais, psicológicos e
UNIDADE 4
Fatores de risco
a. Atraso escolar.
b. Local inapropriado para a educação.
c. Violência no ambiente escolar.
Fatores protetores
a. Envolvimento na vida escolar.
b. Reforço positivo nas conquistas acadêmicas.
c. Desenvolver a autoestima.
d. Boa saúde física.
e. Manter o bom funcionamento intelectual.
96
UNICESUMAR
Quando a criança for enviada para acompanhamento, considerar as condi-
ções agudas ou crônicas:
• Agudas: crises, surtos, violência descontrolada, alucinações, tentativas de suicídio.
Nestes casos, encaminhar ao serviço de emergências psiquiátricas, podendo acio-
nar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
• Crônicas: casos já em acompanhamento pelos profissionais na rede de atenção.
97
3
A SAÚDE MENTAL DO
UNIDADE 4
PROFISSIONAL
da educação
Prezado(a) aluno(a), para lhe introduzir nos problemas de ordem mentais que
envolvem a saúde dos profissionais na educação, considere que, assim como na
saúde das crianças, inúmeros fatores interferem indiretamente e diretamente na
saúde mental dos professores. Geralmente, os professores estão expostos a alta
carga de esgotamento físico, emocional e mental durante o trabalho, que somam
aos problemas pessoais. Esse conjunto de situações é conhecido como estresse
psicológico, quando as demandas externas do indivíduo afetam as suas habili-
dades e tem-se o aparecimento de sinais e sintomas exagerados, como: insônia,
fadiga, irritabilidade, ansiedade, estresse e depressão (MOSS et al., 2016).
O estresse crônico, a que são submetidos os professores na rede de ensino,
pode desenvolver ou agravar situações que despertam as emoções, a tensão física
e mental no ambiente de trabalho bem com a predisposição ao aparecimento da
Síndrome de Burnout (SILVA et al., 2018). A associação da exaustão emocional
com o desestímulo e baixo desempenho na atividade ocupacional, ou seja, exposi-
ção prolongada às situações estressoras, alteram significativamente a qualidade de
vida do profissional da educação. Podemos citar alguns estressores nesse ambien-
te, como a sobrecarga laboral, conflitos interpessoais e redução na socialização
(CARLOTTO; CÂMARA, 2017).
98
UNICESUMAR
conceituando
Convido você, neste momento, a refletir: será que a escola é um local que cola-
bora no adoecimento do profissional da educação? O que poderia ser feito para
amenizar esses casos e impedir a instalação da doença preventivamente?
A escola é um local de constante cobrança pessoal, profissional, pedagógica e
faz com que o professor desempenhe multitarefas. Estas impactam diretamente
na saúde do trabalhador. Várias atividades contribuem, como: atividades extra-
classes, carga horária expressiva, demandas relacionadas ao tempo, pouco tempo
destinado ao lazer e bem-estar, baixo convívio social e outras situações, como
remuneração inadequada, ausência ou diminuição do reconhecimento pessoal
e baixo engajamento (MESSIAS et al., 2019).
O que fazer em situações assim? Como amenizar esses problemas no am-
biente escolar? Autores indicam a importância em identificar os estressores que
afetam a saúde física e mental, como no estudo realizado com professores, em
Petrolina-PE. Observou-se, no entanto, que os professores mais experientes con-
duziram de maneira positiva a gestão das emoções, mas que jornadas longas
(mais de 60 horas de trabalho) foi o fator principal para o surgimento da síndro-
me (MESSIAS et al., 2019). Cabe, então, aos docentes, procurar ajuda médica ou
multiprofissional para superar essa fase exaustiva, eles podem encontrar apoio na
rede de saúde pública, já que conta com equipe de saúde nas UBS, e os serviços
especializados (psiquiatria, psicologia, atendimento psiquiátrico emergencial).
Além disso, o tempo dispensado ao lazer é um ponto de atenção para extrava-
sar a sobrecarga físico-mental proveniente do ambiente escolar. O gozo de férias
é importante também nesse contexto. Outra possibilidade é a inclusão de tera-
pêuticas medicamentosas, quando o profissional médico identifica a necessidade
de intervenção, com associação de alternativas, como as atividades relacionadas
à prática de terapias integrativas e complementares (MESSIAS et al., 2019).
99
No SUS, essas práticas são oferecidas em atividades, como auriculoterapia (es-
UNIDADE 4
conecte-se
100
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, você pode compreender como reconhecer a
criança que sofre e as características importantes que o pedagogo deve se apro-
priar para exercer, com qualidade, a docência. O sofrimento, no ambiente escolar,
pode acarretar traumas significativos que, ao longo da vida da criança, podem
interferir na construção da sua personalidade, na integração com outras pessoas
bem como na relação com os seus familiares. A criança pode carregar feridas
na alma que precisarão de apoio de outros profissionais para que possa viver
uma vida feliz. Esta é, desse modo, a razão pela qual o olhar atento e sensível do
profissional da educação deve estar sob o ambiente escolar, no intuito de saber as
condutas e o serviço de apoio para amenizar casos de violência no cenário escolar.
Você também conheceu a importância do serviço de saúde como apoio ao
processo educativo, os caminhos e os profissionais vinculados a programas públi-
cos que corroboram para o desenvolvimento pedagógico. O apoio dos pontos de
atenção e das equipes de saúde especializadas, dispensados aos pedagogos, fortalece
a relação de integração e interdisciplinaridade entre a Saúde e a Educação. Profis-
sionais capacitados na área da psicologia, psiquiatria, médicos da família contidos
no serviço orientam os professores, os indivíduos e a família em cada caso.
Além disso, você reconheceu o principal agravo que afeta a saúde mental dos
professores bem como o suporte adquirido na saúde para a prevenção e promo-
ção da melhoria da qualidade de vida e de trabalho. O cenário escolar também
pode interferir na saúde dos professores, com salas de aulas numerosas, crianças
agitadas, o desgaste com os aspectos da fala e da audição. Fora a situação de
pressão constante das atividades docentes, o professor convive com agravantes,
como situações de violência, descasos, maus tratos com os escolares, situações
que se somam ao desgaste físico e mental dos docentes.
Nesse sentido, o acompanhamento da saúde mental dos pedagogos é funda-
mental para a manutenção do equilíbrio entre o corpo e a mente e, assim, ampliar
a sua capacidade didático-pedagógica no labor do ensino escolar bem como saber
que existem serviços e profissionais que podem ajudá-lo nesse processo!
101
na prática
1. A promoção da cultura de paz, que você estudou na unidade anterior, faz relação
com a prevenção da violência no ambiente escolar, visto nesta unidade. Dessa forma,
considerando o papel do pedagogo no combate à violência no ambiente escolar,
assinale a alternativa correta:
102
na prática
a) I, apenas
b) I e II, apenas
c) I e IV, apenas
d) II e III, apenas
e) II, III e IV, apenas
103
aprimore-se
104
eu recomendo!
livro
filme
105
5
ESPAÇOS DIVERSIFICADOS
NA EDUCAÇÃO
PROFESSORA
Dra. Raquel Cristina Luis Mincoff
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • A educação em cenários fora do
ambiente escolar • Práticas educativas no ambiente hospitalar.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Discutir o papel da educação no contexto de saúde fora da área escolar • Conhecer as práticas edu-
cativas realizadas no ambiente hospitalar.
INTRODUÇÃO
CENÁRIOS FORA
do ambiente escolar
108
Assim, descreve-se a Educação formal como a realizada dentro de ambien-
UNICESUMAR
tes específicos, com cronograma e conteúdos seriados. A Educação não-formal,
por sua vez, são as práticas de ensino realizadas fora do ambiente escolar, em
outros cenários, diferentes do ensino educativo oficial. E a Educação Informal,
por fim, configura-se como as experiências educativas que o indivíduo recebe
ao longo da vida familiar, no trabalho, no lazer, entre outros (SEVERO, 2018;
TRILLA, 2008; MARANDINO, 2017).
Nesse sentido, estas práticas foram denominadas para descreverem um fe-
nômeno educativo, diferentemente da proposta da ENE, que contextualiza as
possibilidades de práticas educativas fora da escola, representando ações que
se perpassam ao longo da vida. A nossa realidade no mundo contemporâneo
sinaliza a intenção em contextualizarmos as formas de aprender a ser, saber e
a fazer como práticas complementares aos processos formativos pedagógicos
curriculares. Por isso, pense comigo!
pensando juntos
Que cenários são esses? O que faz um profissional pedagogo fora da escola?
Para compreender melhor essa trajetória de atuação, saiba que podemos citar,
como cenários, a atuação do pedagogo:
■ Na administração escolar.
■ Em empresas e na tecnologia.
109
UNIDADE 5
UNICESUMAR
como usualmente utilizado na década de 30. A Lei das Diretrizes e Bases da Edu-
cação Nacional (LDB) contribuiu para esse processo de democratização e autono-
mia bem como de orientação do trabalho escolar. Além da função de supervisor,
a figura do diretor colabora nesse processo, ele faz a gestão da escola pública,
dinamiza as atividades, articulando os componentes escolares, como a gestão
de materiais e insumos, articulação social e educacional, além de promover um
processo educacional integrado e cooperativo (VIEIRA; BUSSOLOTTI, 2019).
Nesse sentido, compreende-se que o profissional pedagogo pode contribuir
com o seu trabalho em áreas distintas, seja na supervisão, seja na coordenação,
seja direção da escola, pois possui as competências e as habilidades necessárias
para a gestão escolar, pedagógicas ou administrativas.
Portanto, as competências e habilidades se relacionam ao domínio essencial
da Constituição Federal e Estadual, das leis que regem a educação, os direitos e
os deveres das crianças bem como as formas didáticas que conduzem o trabalho
dos docentes (VIEIRA; BUSSOLOTTI, 2019).
Em sequência, na trajetória de atuação do profissional em outros cenários,
você conhecerá a possibilidade de sua atuação em empresas. Caro(a) estudante,
você viu um pouco do que faz o profissional inserido na área administrativa de
uma escola, mas já imaginou o que ele realiza em locais como as empresas?
explorando Ideias
UNICESUMAR
virais que impedem o funcionamento escolar, o professor precisa reinventar-se,
melhorar os recursos pedagógicos do processo de ensino. E, por isso, a sua atuação
na área tecnológica se torna fundamental para o aprimoramento pessoal e servi-
ços prestados à comunidade em geral. Desse modo, no intuito de transformar a
realidade e mudar o comportamento organizacional, autores discutem a incor-
poração de recursos tecnológicos e digitais na qualificação dos colaboradores
(CANI et al., 2020).
No mundo contemporâneo, tem-se a necessidade da conexão digital em vá-
rias áreas, e a educação é a base para todas elas (OLIVEIRA; CASAGRANDE;
CASAGRANDE, 2019). As tecnologias digitais impulsionam o desenvolvimento
de projetos, o trabalho em equipe e o diálogo entre estudantes, colaboradores e
profissionais da educação, com o uso de ferramentas digitais, como aplicativos de
realidade virtual e gamificação, aplicativos escolares, ferramentas de plataforma
como a do Google. Assim, o profissional pedagogo pode incluir as ferramentas
digitais no intuito de desenvolver a aprendizagem das pessoas (MELO, 2015).
Em empresas que desenvolvem aplicativos para a área escolar, é fundamental a
presença do profissional da educação, pois participa da construção didático-pe-
dagógica e direciona o processo de aprendizagem da criança, do estudante ou de
quem utiliza o recurso (MELO, 2015).
Os recursos digitais já fazem parte do cotidiano escolar, mas com o passar
dos anos, os avanços tecnológicos e a mudança no perfil do estudante, por
exemplo, as crianças nascidas na geração Z (1997 - 2010) e os nascidos após esta
data incorporaram as ferramentas digitais com simplicidade, na maioria das
suas atividades. Isso reflete na atuação e adaptação do professor a estes meios.
Todavia a capacitação se torna imprescindível, visto que facilita a aprendizagem
dos educandos, mesmo com as diferenças de vivências experienciadas pelas
distintas gerações (ALMEIDA, 2018).
Considerando o universo digital, as Tecnologias Digitais da Informação e Co-
municação (TIDICs) acompanham a evolução pedagógica, mas sua atuação deveria
ser parte integrante do processo de ensino e aprendizagem, no sentido de possi-
bilitar a construção coletiva do conhecimento, no intuito de obter novas formas
de aprender, de ensinar e, até, de autoaprender (GROSSI; MURTA; SILVA, 2018).
É importante, portanto, que o pedagogo da escola futura saiba reconhecer e
utilizar as ferramentas e tecnologias digitais para explorar suas potencialidades
educativas e inseri-las na condução didática do ensino, em qualquer geração. Isso
113
possibilita pôr em prática a interatividade, o dinamismo, a integração e a colabo-
UNIDADE 5
conecte-se
114
2
PRÁTICAS EDUCATIVAS
UNICESUMAR
NO AMBIENTE
hospitalar
UNICESUMAR
ça e do jovem hospitalizado. Assim, o pedagogo conduz seu trabalho paralelo às
necessidades clínicas, nos ambientes especializados, como se pode observar em
experiências citadas no meio científico (SOUZA; TELES; SOARES, 2017).
conecte-se
117
Estimular a dinâmica do aprender brincando, fazendo e aplicando os con-
UNIDADE 5
118
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Nesta unidade, você compreendeu as possibilidades de atuação do profissional da
educação fora do contexto escolar; as responsabilidades que a profissão reserva
para a futura atuação no mercado de trabalho; o que faz o pedagogo no cenário
da gestão escolar bem como o aspecto positivo de se continuar a estudar e se apri-
morar na área, pois as oportunidades de crescimento profissional são factíveis.
Tornar-se um supervisor ou um diretor escolar, também, abre novas portas
que influenciam o desenvolvimento das competências e habilidades, além da
docência. Esta profissão possui relevância com a colaboração e integração com a
equipe pedagógica, visto que as competências pedagógicas perpassam o processo
organizativo das atividades docentes e contemplam a gestão de equipe, o acompa-
nhamento das ações de educação continuada e os contatos com os representantes
das instituições de ensino.
No contexto da pedagogia empresarial, você viu que os pedagogos podem
desempenhar o trabalho no planejamento, organização e execução inseridas em
empresas. O profissional desempenha papel fundamental nos projetos peda-
gógicos, enquanto colaboradores e líderes de equipe. Portanto, há espaços que
comportam sua atuação, como nos ambientes hospitalares.
Nesse sentido, experienciar o processo pedagógico foi o diferencial dessa unida-
de, quanta riqueza e considerações de aprendizados são vistas quando a educação
é realizada com crianças e adolescentes hospitalizados. Colaborar no ensino de
crianças que perdem a expectativa de vida por causa das doenças, que convivem
com o sofrimento, é buscar a recompensa de realmente educar. A capacidade de
ampliação das competências e habilidades do pedagogo são realmente significativas
e fundamentais para uma transformação do pensar e agir na sociedade.
No Brasil, temos vários hospitais que possuem espaços destinados ao desen-
volvimento pedagógico, como as ações desenvolvidas nas brinquedotecas, à beira
leito, que são exemplos de atitudes humanizadoras, de comprometimento e amor
às crianças hospitalizadas. Por fim, quero convidar você a explorar outros materiais
no meio científico que tratam dos temas discutidos nesta unidade bem como a
leitura sugerida do livro, ao final desta unidade, e, para fechar, mergulhar na história
emocionante do filme “Patch Adams, o amor é contagioso”! Bons estudos sempre!
119
na prática
a) V, V, F.
b) F, F, V.
c) V, F, V.
d) F, F, F.
e) V, V, V.
120
na prática
121
aprimore-se
Para saber mais sobre a atuação do pedagogo no ambiente escolar, convido você à
leitura do artigo: “O direito à educação da criança em tratamento de saúde, realizado
pelo grupo de trabalho que desenvolve atividades no âmbito da Pedagogia Hospitalar”
Esse artigo tem como temática de pesquisa o Direito à educação em face de si-
tuação de doença e/ou tratamento de saúde. Visa compreender e apresentar como
o direito à educação se organiza no ambiente hospitalar e qual a compreensão que
as famílias dos estudantes em tratamento de saúde têm desse direito.
As discussões acerca do direito à educação da criança hospitalizada pautam-se
nas leis federais e estaduais, discussões de estudiosos e observação interpretativa
do processo de escolarização das crianças hospitalizadas. O trabalho de escolariza-
ção hospitalar deve ser realizado, visando a atender os direitos da criança/adoles-
cente estabelecidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB, pelo Estatuto
da Criança e do Adolescente - ECA, pela lei dos Direitos da Criança e dos Adolescen-
tes Hospitalizados e pelas políticas de Educação Especial definida pelo Ministério da
Educação e Cultura - MEC e do documento Classe Hospitalar e Atendimento Peda-
gógico Domiciliar também do MEC.
Tendo como base a LDB, compreende-se que a educação abrange os processos
formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no traba-
lho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações
da sociedade civil e nas manifestações culturais. É, então, direito da criança e obri-
gatório, enquanto o educando for menor de 18 anos, como prevê o Estatuto da
Criança e do Adolescente no Artigo 2º e Artigo 53.
A pesquisa apresentada, neste artigo, foi um estudo de caso, que avaliou o ques-
tionário respondido por 10 (dez) familiares que acompanhavam crianças e adolescen-
tes internadas no Hospital Pequeno Príncipe e observação de outras 15 (mães), anali-
sando suas reações e comentários, diante do processo de escolarização das crianças
no ambiente hospitalar. A análise dos dados coletados indica que os pais reconhecem
a educação como um direito e expressam opinião sobre o processo de escolarização.
122
eu recomendo!
livro
filme
123
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conclusão
conclusão geral
geral
conclusão
conclusão
geral
geral
Prezado(a) aluno(a)!
Espero que este livro tenha colaborado para o seu conhecimento acerca do con-
texto que envolve a saúde e educação bem como as suas nuances com a Pedagogia.
É relevante reconhecer que a atuação do profissional da educação perpassa vários
cenários, estimulando-o a desenvolver as competências e habilidades necessárias
para se tornar um profissional de sucesso.
Aqui, abordou-se a trajetória histórica da educação e os seus desdobramentos.
Estes colaboraram na compreensão do contexto sanitário e evolutivo da comuni-
dade brasileira. Em seguida, você conheceu o programa de saúde pública mais im-
portante do nosso país, o Sistema Único Brasileiro, o famoso SUS brasileiro, que
é tão importante para o acompanhamento de saúde e de doenças das pessoas.
Possibilitou-se acompanhar as políticas e programas existentes na saúde pública e,
depois, associá-los às particularidades que a educação apresenta. Principalmente
dos aspectos da promoção à saúde das pessoas, aliados com os Objetivos do Milê-
nio, considerando a alimentação saudável, a cultura de paz e outros.
Inseridos no contexto do sistema público, discorreu-se sobre a atuação da equipe
Estratégia Saúde da Família, como forma de apoio ao trabalho docente. Aprofundou-
-se, ainda, no Programa Saúde na Escola, relevante cenário que corrobora no processo
de ensino. Tratou-se, também, dos principais problemas sócio emocionais no ambien-
te escolar que interferem diretamente na saúde dos escolares, como as tratativas da
prevenção do bullying escolar, a depressão infantil, sofrimento causado por violências,
as enfermidades mentais que acometem os professores, ou seja, o retrato dos desa-
fios que o pedagogo pode encontrar ao longo da sua lida, em seu campo de atuação.
E, finalmente, os diversos cenários de atuação do pedagogo, nas áreas da gestão
escolar, empresarial e hospitalar, considerados campos férteis para o aprendizado
e a renovação dos saberes docentes, todos embasados e regulamentados por leis
e diretrizes.
Dessa forma, conclui-se o estudo, reafirmando a relevância do profissional da
educação compreender o processo de saúde, doença e suas interfaces com o ensino
pedagógico. Esperamos que os conteúdos, aqui, abordados possibilitem a você, abrir
novos horizontes e perspectivas diversas para uma excelente trajetória profissional.
Sucesso sempre!
124
124
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UNIDADE 1
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gabarito
UNIDADE 1 UNIDADE 3
1. A. 1. A.
2. A. 2. E.
3. C. 3. B.
137
gabarito
UNIDADE 4 UNIDADE 5
1. A. 1. A.
2. D. 2. B.
138
anotações
anotações
anotações
anotações
anotações
anotações