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SAÚDE E

EDUCAÇÃO

PROFESSORA
Dra. Raquel Cristina Luis Mincoff

ACESSE AQUI
O SEU LIVRO
NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE

DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino
de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora
Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo
Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie
Fukushima Head de Produção de Conteúdo Franklin Portela Correia Gerência de Contratos e Operações
Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos
Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora
de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia

FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Marcia Maria Previato de Souza
Projeto Gráfico e Capa
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
Núcleo de Educação a Distância. MINCOFF, Raquel Cristina Luis.
e Thayla Guimarães
Saúde e Educação.
Editoração
Raquel Cristina Luis Mincoff.
Lucas Pinna Silveira Lima
Design Educacional Maringá - PR.: UniCesumar, 2021.
Amanda Peçanha 144 p.
“Graduação - EaD”.
Revisão Textual
Nágela Neves da Costa 1. Saúde 2. Educação. EaD. I. Título.

Ilustração
Welington Oliveira
Fotos
Shutterstock CDD - 22 ed. 372.37
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Pixabay Impresso por:
ISBN 978-65-5615-398-8

Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
BOAS-VINDAS

A UniCesumar celebra os seus 30 anos de his-


tória avançando a cada dia. Agora, enquanto
Universidade, ampliamos a nossa autonomia e Tudo isso para honrarmos a nossa mis-

trabalhamos diariamente para que nossa edu- são, que é promover a educação de qua-

cação à distância continue como uma das me- lidade nas diferentes áreas do conheci-

lhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares mento, formando profissionais cidadãos

que consolidam a visão abrangente do que é o que contribuam para o desenvolvimento

conhecimento para nós: o intelectual, o profis- de uma sociedade justa e solidária.

sional, o emocional e o espiritual.

A nossa missão é a de “Promover a educação de


qualidade nas diferentes áreas do conhecimen-
to, formando profissionais cidadãos que contri-
buam para o desenvolvimento de uma sociedade
justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar
tem um gênio importante para o cumprimento
integral desta missão: o coletivo. São os nossos
professores e equipe que produzem a cada dia
uma inovação, uma transformação na forma de
pensar e de aprender. É assim que fazemos jun-
tos um novo conhecimento diariamente.

São mais de 800 títulos de livros didáticos como


este produzidos anualmente, com a distribuição
de mais de 2 milhões de exemplares gratuita-
mente para nossos acadêmicos. Estamos pre-
sentes em mais de 700 polos EAD e cinco campi:
Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Co-
rumbá), o que nos posiciona entre os 10 maiores
grupos educacionais do país.

Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssi-


ma história da jornada do conhecimento. Mário
Quintana diz que “Livros não mudam o mundo,
quem muda o mundo são as pessoas. Os livros
só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à opor-
tunidade de fazer a sua mudança!

Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL

Dra. Raquel Cristina Luis Mincoff


Enfermeira, Especialista em Enfermagem em Terapia Intensiva pela Faculdade do
Hospital Israelita Albert Einstein. Mestre em Promoção da Saúde pela Universidade
Unicesumar. Doutora em Enfermagem pelo Programa de Pós-graduação, em Enfer-
magem da Universidade Estadual de Maringá. Docente do Curso de Enfermagem e
Medicina do Unicesumar, na área de Educação em Saúde e Medicina Comunitária.
Docente do Curso de Pedagogia EaD na disciplina de Saúde e Educação. Coordena-
dora do Curso Tecnólogo em Gerontologia EAD - Unicesumar. Vinculada ao Grupo
de Estudos e Pesquisas em Práticas Educativas (GEPPES) e ao Grupo Integralidade
em Pesquisas (GIPS), ambos pelo CNPQ. Avaliadora dos Cursos presenciais e na EAD
pelo Inep/MEC. Associada à Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

http://lattes.cnpq.br/5592531773028263
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA

SAÚDE E EDUCAÇÃO

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)!

Este livro apresenta a você uma importante reflexão acerca do contexto que envolve a saúde
e a educação, possível de ser aplicada na vivência do profissional da educação. Essa reflexão
visa apoiá-lo(a) na compreensão dos assuntos, em cada unidade, bem como fortalecer o seu
processo de ensino-aprendizagem, com possibilidade de exercer as competências e habili-
dades necessárias à formação pedagógica.

Desse modo, a Unidade 1 caracteriza a história da educação e da saúde, aliada às deman-


das e necessidades da sociedade. Articula os modos de fazer educação, apresentando as
potencialidades, no enlace entre Educação e Saúde. A Unidade 2 retrata a trajetória de cons-
trução do Sistema Único de Saúde (SUS), os componentes principais que o regem e as suas
atualizações. A Unidade 3, por sua vez, aborda os conceitos atuais da Promoção à Saúde, em
consonância com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODS), da Organização das
Nações Unidas (ONU). Esta unidade, ainda, discursa a atuação da equipe de Estratégia Saúde
da Família (ESF) e o seu papel apoiador na assistência aos escolares, por meio do Programa
Saúde na Escola (PSE).

A Unidade 4 apresenta os desafios na educação em saúde escolar e o panorama da Saúde


Mental dos escolares. Também trata dos assuntos relevantes que apoiam o profissional da
educação, no manejo da criança; além de discutir a saúde mental dos professores, como
a abordagem da Síndrome de Burnout. Finalmente, a Unidade 5 mostra como a Educação
se insere em vários cenários, que envolvem entendê-la no contexto da doença. Além disso,
convido você a experienciar os exemplos de práticas educativas no ambiente hospitalar.

Em suma, este livro aponta as informações necessárias ao pedagogo, possibilitando-o atuar


na Educação, tendo em vista apoiar as ações que envolvem a saúde e nortear, de maneira
simples e objetiva, os professores na prática.

Um grande abraço e ótima leitura!


ÍCONES
pensando juntos

Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e


transformar. Aproveite este momento!

explorando ideias

Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco


mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos.

quadro-resumo

No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida


para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos.

conceituando

Sabe aquele termo ou aquela palavra que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-lo(a) melhor da maneira mais simples.

conecte-se

Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes


on-line e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor.

Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar


Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicati-
vo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
SIGLAS
AI-5 - Ato Institucional nº 5
ACS - Agentes Comunitários de Saúde
ASB - Auxiliar de Saúde Bucal
APS - Atenção Primária à Saúde
CAP - Caixas de Aposentadorias e Pensão
CAPS - Centros de Atenção Psicossocial
CAPSI - Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil
CECOS - Centros de Convivência
CNE - Conselho Nacional de Educação
DCN - Diretrizes Curriculares Nacionais
DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis
DM - Diabetes Mellitus
DSM-5 - Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição
DSS - Determinantes Sociais da Saúde
ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente
ENE - Educação Não Escolar
ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio
ESF - Estratégia Saúde da Família
FAS - Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social
HAS - Hipertensão Arterial e Sistêmica
HIV/AIS - Vírus da Imunodeficiência Humana / Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
IAP - Instituto de Aposentadoria e Pensão
INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social
INPS - Instituto Nacional de Previdência Social
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação
MEC - Ministério da Educação e Cultura
MTC - Medicina Tradicional Chinesa
Mobral - Movimento Brasileiro de Alfabetização
NASF- Núcleo de Apoio à Saúde da Família
NOB - Norma Operacional Brasileira
ODM - Objetivo do Desenvolvimento do Milênio
ODS - Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
SIGLAS
OMS - Organização Mundial da Saúde
ONU - Organização das Nações Unidas
OPAS - Organização Pan-Americana de Saúde
PNAB - Política Nacional de Atenção Básica
PNE - Plano Nacional de Educação
PSD - Processo de saúde-doença
PSE - Programa Saúde na Escola
PSF - Programa Saúde da Família
RAS - Rede de Atenção à Saúde
SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SB - Síndrome de Burnout
SUDS - Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde
SUS - Sistema Único de Saúde
SRT - Serviços Residenciais Terapêuticos
TAG - Transtorno da Ansiedade Generalizada
TIDICs - Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação
TSB - Técnico de Saúde Bucal
UBS - Unidade Básica de Saúde
UNASUS - Universidade Aberta do SUS
CONTEÚDO

PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
10 UNIDADE 02
33
O CONTEXTO DA O SISTEMA DE
EDUCAÇÃO SAÚDE NO BRASIL
EM SAÚDE E A RELAÇÃO COM
A ESCOLA

UNIDADE 03
61 UNIDADE 04
85
AS PRÁTICAS DESAFIOS DA
EDUCATIVAS SAÚDE MENTAL
NO CAMPO NA EDUCAÇÃO
DA SAÚDE ESCOLAR

UNIDADE 05
106 FECHAMENTO
124
ESPAÇOS CONCLUSÃO
DIVERSIFICADOS GERAL
NA EDUCAÇÃO
1
O CONTEXTO DA
EDUCAÇÃO
em saúde

PROFESSORA
Dra. Raquel Cristina Luis Mincoff

PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Panorama geral da Educação e
da Saúde • Trajetória Histórica da Saúde • Os diversos modos de fazer Educação • Potencialidades na
união da Educação e Saúde.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender a trajetória de construção da Saúde e da Educação • Descrever os diversos modos de
educar, entrelaçados ao conceito de Saúde • Identificar as potencialidades no encontro da Saúde com
a Educação.
INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à Unidade 1 da disciplina de Saúde e Edu-


cação. Esta unidade lhe permitirá percorrer a trajetória histórica da origem
da Saúde e da Educação, em nosso país, desde o seu descobrimento. Você
verá que fatos importantes, marcados por momentos sanitários e políticos,
possibilitaram o desenvolvimento de culturas, saneamento e vacinas. Estes,
com o tempo, determinaram o surgimento de multiprofissões, programas
que visavam melhorar as condições de vida da população brasileira.
Nesse sentido, com o avanço industrial surgiram outras necessidades
de saúde, provenientes de um sistema capitalista, e as baixas condições sani-
tárias foram gatilhos para os movimentos populares, em busca de melhores
condições de saúde. As conferências de saúde, por sua vez, foram marcos
importantes que apoiaram os movimentos populares, direcionando a cons-
trução de um sistema de saúde público que atendesse a classe trabalhadora
e as demais camadas populacionais.
A participação popular teve um peso relevante nesse processo, a voz do
povo e a sua manifestação incitaram o movimento de maior participação
popular, nas reivindicações de melhores condições de saúde. Isso refletiu na
realidade contemporânea e tornou-se requisito de avaliação e implantação
de melhorias no serviço de saúde, por exemplo, a atuação das pessoas nos
conselhos de saúde municipal, estadual e federal.
Além disso, com o crescimento da educação, as questões de saúde fo-
ram introduzidas no cotidiano escolar bem com a conscientização das
crianças em manter as condições de higiene e, logo, as sanitárias. É, por
isso, que, ao estudar a trajetória histórica, você compreenderá a relação da
influência das condições socioeconômicas da população e a implantação
do ensino escolar. Este, também, trouxe grandes avanços à Educação, com
garantia para os estudantes e professores, tendo como principal conquista
o direito à saúde e à instrução.
Espero que você tenha um excelente aprendizado!
1
PANORAMA GERAL DA
UNIDADE 1

EDUCAÇÃO
e da saúde

Você já observou que a saúde e a educação nos acompanham ao longo da nossa


vida? Na infância, a manutenção da saúde é realizada pelos nossos pais, que tam-
bém nos ensinam as primeiras lições de educação. Posteriormente, contamos com
esse aprendizado para convivermos em sociedade e agirmos como cidadãos, em
busca de uma vida saudável. Educar em saúde, portanto, pode ser a ponte entre
os desejos e as expectativas de vida das pessoas.
Nesse sentido, por meio de ações, os gestores públicos podem implantar pro-
gramas de saúde que atendam a comunidade. Isso porque o constructo de saúde
é resultante das condições de alimentação, habitação, renda, lazer, educação, fi-
nanceiro, ou seja, um complexo cenário que se evidenciou, ao longo do tempo, a
partir das evoluções das comunidades, cidades e países (PETTRES; ROS, 2018).
Desse modo, a sensibilidade de olhar para os aspectos que regem a saúde de
um indivíduo levou os estudiosos a repensarem as possibilidades de prevenir
doenças e, consequentemente, promover as condições de melhoria da saúde.
Nesse sentido, porém, vários fatores se relacionam, como o comportamento e
a vida social das pessoas, pois indiretamente interferem no processo de saú-
de e doença (PETTRES; ROS, 2018). Veja bem, o comportamento está ligado
às ações de saúde, baseadas nas transformações comportamentais de hábitos
de vida e na responsabilidade que o indivíduo tem sobre o autocuidado. Já o
contexto social considera os determinantes sociais de doenças, pois estes in-
12
terferem na saúde das pessoas, como as enfermidades, o ambiente, a higiene,

UNICESUMAR
entre outros fatores (PETTRES; ROS, 2018).
Esta discussão, em contexto mundial, deu-se desde 1988, com as conferências
internacionais, que discutiram as possibilidades de promover a saúde e prevenir
agravos. No Brasil, essa discussão foi marcada pelas primeiras conferências de
saúde. Tratam-se de capítulos relevantes na história, que nos remetem à conquista
de um sistema público de saúde, prestando atendimento universal à toda popu-
lação brasileira (PETTRES; ROS, 2018).
A educação, também, teve papel primordial nesse panorama, pois ela facilita
o desenvolvimento individual e coletivo das pessoas, na criação de estratégias
que melhorem as suas condições de saúde. Por exemplo: uma mãe com acesso à
educação tende a cuidar de maneira diferente dos filhos em relação àquela que,
apenas, repete o comportamento recebido das gerações anteriores. Isso significa
que a escolaridade dos sujeitos interfere nos condicionantes e determinantes
da saúde, consequentemente na melhoria dos hábitos de vida, proporcionando
bem-estar e boa saúde (RIBEIRO et al., 2018).
A saúde e a educação são áreas que caminham paralelas, em todo o ciclo da
vida, pois, mesmo quando envelhecemos, continuamos a reconstruir o processo
de educação dos filhos e netos, sempre, apoiando-os para a manutenção da saú-
de, como alicerce no cuidar. Essas reflexões, caro(a) estudante, direciona você a
compreender o panorama geral e suas possíveis aplicações práticas na vivência
do profissional da educação!

13
2
TRAJETÓRIA
UNIDADE 1

HISTÓRICA
da saúde

As ações de saúde, no Brasil, inicia-


ram-se na época do seu descobri-
mento. Em decorrência da falta de
saneamento e do pouco conheci-
mento de higiene das pessoas nos
vilarejos, a transmissão das doenças,
sem controle social e público, era a
maior causa dos problemas de saúde
no período colonial (1500). Esse ce-
nário, no entanto, iniciou a sua modi-
ficação com a vinda da família real ao
Brasil (1808), pois, com eles, vieram
os primeiros profissionais médicos
que implantaram, na cidade do Rio
de Janeiro, as escolas médicas para
atender e organizar as questões sani-
tárias (VIACAVA et al., 2018).
Figura 1 - Embarcação no período colonial, Ainda, naquela época (1500 a
indicando o trajeto migratório das pessoas 1760), o acúmulo de lixos nas ruas,
ao Brasil e o processo inicial da saúde pú-
blica / Fonte: Pixabay (2017, on-line). provocaram a transmissão de doen-
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ças graves, como a peste bubônica, a febre amarela, a varíola, entre outras. Des-

UNICESUMAR
se modo, o governo federal, na intenção de melhorar as condições sanitárias,
nomeou o médico Oswaldo Cruz para direcionar as ações de saúde pública no
país (CARVALHO, 2013). Com o passar do tempo, surgiu a obrigatoriedade da
vacinação contra a varíola e a febre amarela para todos os brasileiros acima de
seis meses, mas esta ação gerou desconforto na população, acarretando a famosa
“Revolta da Vacina” (CARVALHO, 2013).
Nesse contexto, era necessário desenvolver estratégias para amenizar essas
epidemias de doenças infecciosas, por isso, em meados de 1930, foi criado o
Departamento Nacional de Saúde Pública, com a proposta de desenvolver o sa-
nitarismo, a higiene industrial e assistência as crianças e suas mães. Havia um
número expressivo de mortes de crianças, sendo uma das necessidades trabalhar
as questões sociais para conter esse problema (MONTEIRO; SILVA, 2017).
Veja que interessante: a classe trabalhadora, na época, era desprovida de
assistência, pois o Estado responsabilizava-se, apenas, por cuidados pontuais,
como as doenças mentais, a tuberculose, entre outras. Pensando em propor-
cionar atendimento a esta classe, a Lei Eloi Chaves, em 1923, criou as caixas de
pensão que se transformaram em institutos, como o Instituto de Aposentadoria
e Pensão (IAP), e evoluíram, mais tarde, para o conhecido Instituto Nacional
de Previdência Social (INPS).
Posteriormente, em 1930, tivemos a Era Getulista (Getúlio Vargas), chamada
de Estado Novo, um período ditatorial que teve como marco a criação do Minis-
tério do Trabalho, com reivindicações de ônus aos trabalhadores. Assim, rece-
biam atendimento os trabalhadores registrados (previdência social), e o Estado
passou a prestar assistência pública aos não segurados, por meio de campanhas
preventivas. Criou-se, nessa época, o protagonismo dos Hospitais, com assistência
pautada no que chamamos de “modelo biomédico privatista”, cujo foco era tratar
as doenças, e não o indivíduo.
Você deve se perguntar: como surgiu o direito universal à saúde? Foi uma
longa batalha disputada pelas pessoas nos movimentos populares, e, com a rea-
lização da 3ª Conferência Nacional de Saúde (1963), novas discussões foram
incorporadas às questões de saúde, no intuito de criar um sistema universal.
Existia, na época (1974), um fundo financeiro governamental para apoiar
os programas e projetos de interesse ao setor público de saúde, com o objetivo
de expandir o setor privado, pois o atendimento público era limitado. Com
a 5ª Conferência Nacional de Saúde (1975), no entanto, foi criado o Sistema
15
Nacional de Saúde, cabendo à Previdência Social, à assistência individual e
UNIDADE 1

curativa e ao Ministério da Saúde e Secretarias estaduais e municipais os cui-


dados preventivos à saúde (MÉXICO, 2000).
Com o avançar dos anos, novas conferências foram realizadas, incorporando
outros aspectos sociais às discussões voltadas à saúde pública, e vários movimen-
tos participaram desse processo, como os movimentos populares, as universida-
des, os partidos políticos progressistas e as prefeituras com bandeiras progres-
sistas. Estes partidos surgiram da fusão do partido progressista (1993-1995) e o
partido progressista reformador cujas alianças se firmaram em 625 prefeituras, no
intuito de expandir a economia brasileira e o setor público de saúde. Essa tendên-
cia acompanhava os movimentos internacionais, como a reunião da Alma-Ata,
que primava pela atenção primária à saúde (CARVALHO, 2013).
De todas as conferências, a 8ª foi a mais importante e marcou a história da
saúde no Brasil. Nela, propôs-se a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), tendo
como diretrizes a Universalidade, a Integralidade e a Participação social. Também,
ampliou-se o conceito de saúde, com a proposta de direito dos cidadãos e dever
do Estado (TEIXEIRA; PIMENTA; HOCHMAN, 2018).

explorando Ideias

Vamos explorar alguns pontos! O que subsidiou a criação do Sistema Único de Saúde
(SUS) foi a antecipação do decreto Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS).
A Carta Magna da 8ª Conferência Nacional de Saúde foi a base para a conquista da saúde
como direito universal e dever do Estado, integrando em redes os serviços, com a partici-
pação do setor privado.
Com a instabilidade política, em 1989, as discussões da criação do SUS se intensificaram,
até a sua promulgação no ano seguinte, com a Lei n° 8080/90. Foi na 9ª Conferência Na-
cional de Saúde que, efetivamente, iniciou a operacionalização do SUS, contando com a
participação social. Uma conquista na trajetória da saúde pública, no Brasil.
A partir da década de 90, nós tivemos um sistema de saúde gratuito cujos princípios e
diretrizes o norteiam (Universalidade, Igualdade, Equidade) bem como a Lei n° 8.142 (28
de dezembro de 1990), que contemplou a participação da comunidade na gestão do SUS
e as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Esta
legislação, cabe salientar, regulamentou a participação da comunidade na Gestão do SUS,
por meio dos conselhos municipal, estadual e federal de saúde (VIACAVA et al., 2018).

16
Este caminho pelos cenários da saúde brasileira conduziu você, caro(a) aluno(a),

UNICESUMAR
a conhecer a estrutura básica da saúde brasileira, que continuou a evoluir com
o passar dos anos. Atualmente, os serviços de saúde são ofertados de maneira
horizontal, ou seja, em redes. Na Unidade 2, você compreenderá as características
mais específicas do Sistema Único de Saúde brasileiro bem como alguns progra-
mas importantes que se relacionam à Educação!

3
OS DIVERSOS
MODOS DE
fazer educação

Caro(a) estudante! Você caminhou pela trajetória de construção da saúde. Ago-


ra, convido você a compreender como se iniciou a Educação em nosso país, por
isso, retornaremos à história do descobrimento, mas direcionada à construção
da história da Educação.

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UNIDADE 1

Figura 2 - Educação no período colonial / Fonte: Pixabay (2012, on-line).

A figura acima retrata o início do conceito de educação no período colonial. Os


padres jesuítas vieram ao Brasil (1549) para catequizar a população: os índios,
crianças órfãs portuguesas e, posteriormente, os filhos de fazendeiros e produto-
res de cana de açúcar, que eram os estudantes, na época. Os responsáveis por ini-
ciar o processo de escolarização, portanto, foram os padres Manuel da Nóbrega,
José de Anchieta, Inácio de Loyola, entre outros, em um período que perdurou
até o ano de 1759. Outros representantes religiosos de outras ordens, como os
Franciscanos, realizaram algumas tentativas pontuais de ensino, registradas por
Demerval Saviani, na obra: História das ideias pedagógicas no Brasil (2007).
A ideia de rede escolar ou educacional foi desenvolvida pelos padres jesuítas,
direcionadas à alfabetização de meninos, cujo propósito era evangelizar, conside-
rando a língua tupi (língua extinta do povo tupi que habitava o litoral do Brasil,
no século XVI, e se tornou língua de contato) e o português. A forma de condução
e de escrita seguia a cultura europeia, e, para ser professor, bastava saber ler e
escrever, além de conhecer as histórias da Bíblia (SCACHETTI, 2013).
Ainda, no período de 1759, os educadores utilizavam-se de outros métodos
didáticos no ensino, como o uso de teatros e poesias. O interessante é que os
jesuítas usavam as músicas dos índios, as danças adaptadas para facilitar o apren-
dizado das crianças e, ao mesmo tempo, evangelizar. Exemplos que, até hoje, são
18
utilizados como estratégias pedagógicas. Além disso, foi o padre José de Anchieta

UNICESUMAR
que reorganizou a gramática tupi Ratio Studiorum para facilitar a comunicação
entre todos (SCACHETTI, 2013).
Com o tempo, as casas de “bê-á-bá” se transformaram em colégios, e a Educação
se configurou nos moldes que conhecemos hoje, com o conteúdo programático
semelhante ao Ensino Médio. Logo, no século XVII, os estudantes eram conduzidos
pela doutrina cristã até o estudo das Humanidades (Teologia, Direito canônico,
Filosofia e Retórica), e aqueles que continuavam seus estudos, como os filhos dos
colonos, podiam ingressar nas universidades europeias (SCACHETTI, 2013).
A partir de 1759, porém, prevaleceu a hegemonia do ensino catequético, e a
alfabetização dos indígenas se deu nos colégios até ali implantados. A chegada
do Marquês de Pombal foi outro marco de mudança. Ele intencionava implantar
um regime de estudo conteudista, por meio da educação em massa, razão que o
fez fechar as escolas e expulsar os jesuítas (SCACHETTI, 2013).

conecte-se

O professor emérito, Dermeval Saviani, da Universidade Estadual de Campi-


nas, esclarece sobre a trajetória da Educação, fatos e organização estrutural
dos componentes curriculares no curso de Pedagogia. Ele considera que um
curso estruturado busca formar pedagogos críticos e conscientes da reali-
dade que vão atuar. Assista ao vídeo do professor, disponível no QR Code.

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Período da Educação na era do Marquês de Pombal
UNIDADE 1

Figura 3 - Aulas régias em 1759 / Fonte: Pixabay (2015, on-line).

A figura retrata as aulas régias a partir de 1759, ou seja, aulas grupais inspiradas
no ensino inglês, implantadas por Sebastião José de Carvalho e Melo, conhecido
como o Marquês de Pombal. Essas aulas foram criadas no intuito de modernizar
o ensino, no reinado de Dom José I, mas levou tempo para serem concretizadas.
A novidade foi a realização do primeiro concurso público para professores. Esse
período (1760-1774) foi chamado de “estudos menores”, em que os estudantes
aprendiam a ler, escrever, contar e tinham acesso aos estudos das humanidades
(SCACHETTI, 2013; VIDAL; RABELO, 2019).
Embora o objetivo fosse a construção de uma escola laica, predominava-se o
ensino católico, pois as pessoas mais instruídas e aptas a serem professores eram
os padres. Estes eram considerados nobres e tinham benefícios, como a isenção de
impostos, mas, na realidade, as aulas não eram compensatórias financeiramente,
e, por isso, havia muitas reivindicações por melhoria salarial (SCACHETTI, 2013;
VIDAL; RABELO, 2019). Com o reinado de Dom João VI e a vinda da família
real ao Brasil, o ensino se ampliou, desenvolveu a culturalidade e outros setores,
como a imprensa e os jornais.

20
Com o avançar dos anos, em 1824, a Educação passou a ser gratuita a todos os

UNICESUMAR
cidadãos, tendo a aprovação de uma lei imperial promulgada, em 15 de outubro
de 1827, dia que ficou conhecido como “o dia dos professores”. Essa lei, posterior-
mente, no Brasil (14/10/1963), foi promulgada por meio do Decreto nº 52.682, e,
em todos os anos, oficialmente, comemorou-se a data. Mais tarde, em meados de
1835, criaram-se as escolas normais que se destinavam à formação de professores
e permitiam a participação deles em concursos públicos (SCACHETTI, 2013;
VIDAL; RABELO, 2019). Todo o esforço, empenhado na Educação, no século
XIX, teve altos e baixos, e, no período entre 1867 e 1882, havia muitos analfabetos
e pouca adesão à escola.

A Educação no período da República

Caro(a) aluno(a), com a proclamação da república, em 15 de novembro de 1889,


várias transformações mundiais ocorreram, como a Primeira Guerra Mundial,
a queda da bolsa de Nova Iorque e a Revolução Russa. E o que esses fatos têm a
ver com a Educação?
A Constituição Brasileira de 1891 permitiu ao ensino, como direito público,
uma notoriedade, e a sua gestão ficou a cargo da União. A partir da proposta
de reforma, surgiram linhas de pensamento educativas, como o positivismo, o
escolanovismo e o anarquismo, além dos ideais católicos (MEIRELLES, 2013;
OLIVEIRA; SANTANA, 2010).
A linha filosófica do positivismo retratava a libertação dos ideais religiosos,
da metafísica e da corrente objetiva, inspirada no ideal de progresso (SOUZA,
2020). Já os ideais do escolanovismo visavam à modernidade, trabalhada por um
grupo de intelectuais com postura leiga à sociedade, e aos intelectuais religiosos
(CELESTE FILHO, 2019). Na linha do anarquismo, as principais características
eram a queda do poder capitalista e o controle total do governo (PORFIRIO,
2016; OLEGÁRIO, 2020). Os ideais católicos seguiram as linhas de trabalhos
desde o tempo do ensino catequético.
O ensino catequético se configurou em grupos escolares, idealizados por Ben-
jamim Constant na reforma paulista, figura importante no cenário brasileiro,
principalmente na época de fundação do Estado brasileiro, muito lido para a
formulação da Constituição de 1824, com a divisão do partido liberal e do partido

21
conservador (ligados aos ideais do reinado). Foi um entusiasta do positivismo, e
UNIDADE 1

as suas ideias se espalharam na maioria dos Estados. Os estudantes, por sua vez,
foram organizados em séries e divididos por faixa etária (CONSTANT, 2019).
Com as demandas das novas escolas, em São Paulo, os cargos administrativos
foram criados para gerir a Educação, como direção escolar. Os salários, porém,
eram pouco atrativos, e as vagas eram preenchidas por mulheres (MEIRELLES,
2013). As escolas eram localizadas em áreas urbanas, e as pessoas da zona rural
precisavam se deslocar para estes centros. Havia escolas rurais, mas eram isola-
das, e os estudantes de diversas faixas etárias. O Estado era exigente, o ensino era
rigoroso e seguia os padrões ingleses, razão de muitas reprovações das crianças
na época, e com elas a evasão escolar.
Em meados de 1920, surgiu a Escola Nova, seguindo a tese de Anísio Tei-
xeira, que defendia a escola pública, laica, igualitária e sem privilégios. Mas a
mudança, que pretendia a inclusão das crianças na escola, foi discutida com
a Reforma Sampaio Dória, a partir da criação da etapa inicial de dois anos,
equivalente ao ensino fundamental, visando atender as crianças de 7 a 12 anos,
que estavam fora da escola.
Outras influências foram importantes no período de 1920, como as in-
fluências de Paul Robin, Sebastien Faure e Francisco Ferrer y Guardia, para a
pedagogia libertária. No Brasil, desenvolveram-se as premissas da escola ope-
rária e popular, que defendiam o ensino integral como uma das formas de
emancipação operária (COSTA, 2019).
A atuação escolástica católica relacionava-se ao ensino religioso, na formação
de professores, mas no intuito de recuperar o poder da igreja. Desse modo, fatos
importantes marcaram a trajetória da Educação (MEIRELLES, 2013). A escola na
ditadura, gerenciada pelo presidente Getúlio Vargas, foi impactante no que se re-
fere aos ideais da Escola Nova, um movimento de renovação do ensino, difundido
na Europa e, posteriormente, implantado no Brasil. A essência era: uma educação
gratuita e laica, uma sociedade democrática, respeitando as individualidades e
a integralidade das pessoas. Outros educadores, como Paulo Freire, também,
inseriram contextos da experiência de vida na aprendizagem, isto é, a educação
problematizadora (RODRIGUES; MARTÍNEZ, 2019).
Fato marcante na era Vargas foi a criação do Ministério da Educação e da
Saúde Pública, em 1930, unindo os interesses de ambas áreas. Mesmo com as
diferenças políticas estabelecidas pelos líderes governamentais, a Educação
passou a ser considerada como direito de todos e dever do poder público. Olha
22
só, outro fato relevante aconteceu, em 1942, durante o Estado Novo, a saber: a

UNICESUMAR
promulgação das Leis Orgânicas do Ensino, que estruturou o ensino industrial,
reformou o ensino comercial e promoveu mudanças no ensino secundário
(ROMANELLI, 1978). Algumas alterações se deram com a modificação do
Ginásio (Ensino Fundamental) que passou a ter quatro anos, e o Colegial (En-
sino Médio) três anos. Além disso, criou-se o ensino Supletivo (dois anos) para
atender o público adulto (CAMILO, 2013).
Vale ressaltar o surgimento do populismo, com as primeiras ações de pro-
postas à alfabetização, em Pernambuco, no ano de 1963. O educador Paulo Freire
iniciou o Programa de Educação de Adultos e registrou a alfabetização de 300
trabalhadores rurais em 45 dias. O professor, no entanto, foi exilado durante a
ditadura (BRANDÃO, 2004). As manifestações culturais, também, foram signifi-
cativas na época, mas duraram, apenas, até o golpe militar, e aí vieram momentos
repressivos que alteraram o curso da história.

conceituando

Vamos esclarecer alguns termos para facilitar a sua compreensão. O Ratio Studiorum, promul-
gado em 1599, era um compêndio que continha mais de 400 regras utilizadas na educação
das crianças na época, era comum o uso nas casas de Bê-á-bá. A Pedagogia Libertária, por
sua vez, foi uma tendência pedagógica que estimulou a educação baseada na participação
grupal, facilitando os processos de distribuição do poder, por meio de assembleias, reuniões
e conselhos. Estimulou, também, a participação de todos e a autonomia dos estudantes.
Fonte: adaptado de Franca (1952).

A Educação no Período Ditatorial e Pós-ditadura

O ensino do Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) tinha a escola pri-


mária voltada para a atividade prática e o segundo grau, hoje denominado Ensino
Médio tecnicista, para atender ao mercado de trabalho, idealizada pelo marechal
Humberto de Alencar Castello Branco. Outros fatos relevantes no período dita-
torial foram as reivindicações pelo ensino universitário, até então restritos, com
o endurecimento do regime militar e a promulgação do Ato Institucional nº 5
(AI-5), que propiciaram diversas perseguições aos professores e organizações
com ideais contrários ao do governo.

23
Em 1971, Jarbas Passarinho oficializou o vestibular classificatório nas univer-
UNIDADE 1

sidades. Ainda, a aprovação da Lei nº 5.692 que implementou os ensinos de 1º


e 2º graus, mas com os baixos salários, vários docentes migraram para o ensino
privado. Com o encerramento do período ditatorial (1964 a 1985), no entanto,
instalou-se no país, a chamada Nova República e, em 1988, a Nova Constituição
Federal foi aprovada, com ela vieram a Universalização do ensino e o Programa
Nacional de Alfabetização e Cidadania.
Em 1996, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB),
a educação infantil passou a ser conhecida como Educação Básica; o 1º e 2º graus
se tornaram o Ensino Fundamental e Médio, e garantiu-se inclusão de estudantes
especiais na rede regular de ensino. Outros fatos históricos foram a criação do
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), em 1998, os Parâmetros Curriculares
Nacionais e o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.
A criação e implantação do Plano Nacional de Educação (PNE) foi outro
marco neste contexto. Com ele, o governo visava a aumentar a inserção da po-
pulação no ensino, isso obteve êxito com a ampliação do Ensino Fundamental
para nove anos. A queda no índice do analfabetismo, porém, entrou em platô, em
2012, e sua causa é analisada até os dias atuais.

24
4
POTENCIALIDADES

UNICESUMAR
NA UNIÃO DA
educação e da saúde

Até aqui, você conheceu como foram construídos os caminhos da Saúde e da


Educação, mas, ainda, existem outras evidências que permitiram unificar essas
duas áreas, e você precisa conhecê-las para situar-se das potencialidades dessa
união. Bem, esse encontro se deu a partir da Constituição Federal de 1988, pois
a Educação passou a constituir-se como direito. Além disso, a Educação Básica
foi garantida pela colaboração da Lei de Diretrizes e Bases, em 1996.
As áreas da Saúde e da Educação, vale salientar, são importantes e represen-
tam a base para o crescimento empresarial, agroindustrial e o chamado livre
mercado (LOPES, 2013). Isso se deve à importância do equilíbrio entre a saúde
e a educação, que se transfigura na educação em saúde. Essa proposta de educar
em saúde surgiu com as premissas da Promoção à Saúde da população em áreas
intersetoriais, como a Educação Infantil. Nesse sentido, promover o desenvolvi-
mento de cidadãos e sociedades saudáveis, sustentáveis e felizes pode contribuir
com os objetivos da Organização Mundial da Saúde (OMS), em respeito ao cres-
cimento sustentável e à educação inclusiva, e para a Agenda 2030 da Organização
das Nações Unidas (ONU) (PLATAFORMA AGENDA 2030, [2021], on-line).
Com a implantação política de ações do Saúde na Escola, o governo Federal,
alinhado aos objetivos da OMS, propuseram a criação do Programa Saúde na
Escola que visava integrar e articular, permanentemente, os setores da saúde e
da educação. As ações eram para a melhoria da saúde das crianças na educação
25
básica, com apoio das ações promotoras à saúde, como a prevenção e a atenção
UNIDADE 1

à saúde integral (SÁ, 2019).


A Agenda 2030 da ONU é um plano de ação mundial, que propõe ações e metas
aos países vinculados, para o cumprimento, nos próximos 15 anos. A declaração
foi assinada com a comemoração do septuagésimo aniversário da organização, em
2015. O respeito ao crescimento sustentável e a educação inclusiva, porém, são tópi-
cos inseridos para o cumprimento do plano e os 17 Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável do Milênio (ONU, [2021]). Além disso, as ações promotoras à saúde
e preventivas de doenças e agravos, realizadas desde a Educação Infantil, visam a
garantir oportunidade a todos os educandos de fazer escolhas mais saudáveis e de
serem protagonistas do processo de produção da própria saúde.
Assim, você compreendeu que são áreas afins e relevantes no processo de en-
sino-aprendizagem da criança, para que se torne um adulto civil feliz e saudável.
Vamos, agora, esclarecer alguns conceitos: existe o processo de ensinar e aprender,
pois dependem de atitudes comportamentais. Ensinar é promover a instrução,
instruir, mostrar como fazer; e aprender é uma ação a ser executada, com base no
que foi ensinado. A relação entre estes sentidos é tênue, pois, para ensinar, precisa
ocorrer a aprendizagem, ou seja, o que o estudante ativamente aprendeu, apren-
dizagem efetiva, com compreensão do estudante do que foi ensinado, a partir dos
estímulos antecedentes (saber próprio), estímulos consequentes (do professor e
do ambiente). Aprendizagem é a mudança de comportamento obtida a partir da
experiência concretizada por meio de fatores emocionais, neurológicos, relacio-
nais e ambientais (relação mente e ambiente) (KUBO; BOTOMÉ, 2001). Assunto
interessante que visa a estimular a sua curiosidade, assim, conversaremos mais
sobre esse assunto nas próximas unidades!

pensando juntos

E aí aluno(a), você ficou curioso(a) para saber mais sobre os programas e leis existentes na
área da Saúde e da Educação? Quais evoluções observamos nos tempos atuais?

Uma forma de lembrarmos a sequência do que já aprendemos é organizarmos


os conceitos no formato de linha do tempo, veja a seguir:

26
1500 – 1760

UNICESUMAR
Chegada dos Portugueses e Jesuítas
no Brasil. Criação da gramática que
direcionava os estudos (Ratio
Studiorum). Criação do primeiro
concurso para professores.
1808 – 1892
Chegada da família real e regras
educacionais por D. Pedro I; 1824 – 1927:
educação gratuita; 1835: criação das
escolas normais; Constituição Federal e a
1930
Educação (estados e municípios).
Era Vargas, golpe militar, Estado Novo e
União comanda a educação; Alfabetização
1968 – 1970
de agricultores por Paulo Freire
AI-5 (documento do golpe militar)
Disciplina de Educação Moral e Cívica; 1975
Mobral e Democracia
Ditadura Militar
1985
Tancredo Neves é presidente,
mas o vice assume.
1988
Nova Constituição Federal

1990
Conferência Mundial sobre a Educação
para todos, em Jomtien, Tailândia
1996
LDB e a indicação de docentes
com ensino superior

2001
Entra em vigor o Plano Nacional
da Educação (PNE)

2010
Aprovação do piso salarial
para docentes
2020
Novas Leis e Programas na
Educação e Saúde

Figura 4 - Linha do tempo: Trajetória histórica dos fatos importantes da Saúde e da Educação
Fonte: adaptada de Aranha (2020).

27
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 1

A Unidade 1 possibilitou a compreensão do processo evolutivo e dos aspectos


que envolvem a saúde, desde as primeiras ações sanitárias até os programas e
políticas que temos atualmente. Conhecer o conceito de saúde remete-nos ao
contexto que envolve os determinantes da doença, como o ambiente, os hábitos
de vida, tudo aquilo que de alguma maneira interfere na relação da escolaridade
das pessoas. Quanto mais conhecimento, melhor as pessoas vivem, pois se apro-
priam dos fatores que interferem na saúde, como as doenças. A saúde, desse modo,
depende de vários fatores que determinam o seu processo evolutivo, como o meio
ambiente, a interação do indivíduo com a família, a comunidade, as condições
socioeconômicas e culturais. Isto resultou em mudanças significativas que são
reconhecidas, até hoje, na sociedade contemporânea.
Compreendemos que a educação gerou transformações históricas que re-
percutem nos dias atuais, com o avanço das condições de saúde populacional,
do sanitarismo, da evolução industrial, e seguiu até as políticas públicas voltadas
à educação de hoje. Além disso, o contexto da trajetória na educação marcou
sua evolução, com a apresentação de fatos relevantes e estimulantes das grandes
políticas públicas e programas que atendem o ensino.
Foram grandes os avanços na área que ditaram os diversos formatos de en-
sino, que passou pelo tradicionalismo, a incorporação de novos métodos de
aprendizagem, todos condizentes com cada época de acontecimento, mas que
influenciaram a construção do ensino pautado no protagonismo do estudante,
com uso de metodologias ativas e o apoio ao uso dos recursos tecnológicos. Os
formatos atuais de ensino só puderam ser aprimorados devido aos estudos da
educação, desde o seu período colonial.
O alinhamento das áreas da Saúde e da Educação, todavia, busca estimular
as ações e estratégias que visam ao crescimento saudável do público infantil,
por meio de ações promotoras e preventivas destinadas ao desenvolvimento das
crianças e a construção da cidadania bem como da atuação comprometida do
profissional da educação.

28
na prática

1. A trajetória histórica da saúde elucidou os fatos marcantes que desenvolveram o


contexto da saúde conhecida atualmente. Uma grande evolução marcada pela co-
lonização do Brasil e os processos iniciais de ensino catequético. Sobre o assunto,
assinale a alternativa correta:

a) Junto com a colonização, a saúde era vista como entrave, mesmo assim a popu-
lação aceitava as propostas de melhorias do saneamento básico.
b) As mortes das crianças, no percurso inicial da saúde, davam-se pelo fato delas
serem analfabetas e pelo acesso restrito às ações de saúde.
c) No período Getulista, considerado ditatorial, a conquista popular foi o acesso à
saúde privatista, evidenciando os hospitais.
d) Uma das conquistas para a saúde foi o relatório da Alma-Ata que originou o
capítulo constitucional na implantação do SUS.
e) A conquista da saúde pela criação do SUS era direcionada aos cidadãos que
pagavam pelo acesso assistencial que os hospitais ofereciam.

2. Com a chegada dos portugueses ao Brasil, no período colonial, alguns fatos importan-
tes marcaram a organização da Educação no Brasil. Esse percurso histórico, iniciado
pelo ensino catequético, sofreu alterações com o período imperial até ser organizado
estruturalmente, como a educação atual. Segundo o assunto, analise as afirmativas:

I - O ensino jesuítico se baseou em aulas régias.


II - Na era imperial, foram criadas as escolas normais para a formação de professores.
III - As primeiras escolas foram criadas pelos missionários protestantes que cate-
quizaram o Brasil.
IV - No período ditatorial, o ensino era caracterizado por ser libertário e crítico.

Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

29
na prática

3. Com a Constituição Federal de 1988, a Educação passou a ser garantida como di-
reito. Outra conquista foi a Educação Básica, contemplada pela Lei de Diretrizes e
Bases, em 1996. Sobre esse assunto, analise as afirmativas abaixo e considere V
para verdadeiro e F para falso:

( ) Consideram-se como disciplinas básicas o ensino da língua portuguesa e a ma-


temática, que são obrigatórias nos currículos do Ensino Fundamental e Médio.
( ) A inclusão de crianças especiais, em classes normais e com apoio de serviços
especializados, foi uma conquista com a LDB.
( ) A educação básica é composta pelos ensinos Fundamental e Médio.
( ) A LBD estabelece que o professor do Ensino Fundamental I (1ª a 5ª ) possua
formação mínima do ensino médio.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

a) V, V, F, V.
b) F, F, V, V.
c) V, V, F, F.
d) F, F, V, F.
e) V, F, V, F.

4. A maior conquista, historicamente, conhecida na área da Saúde foi a promulgação


da Constituição Federal de 1988. Explique a razão desse fato ter se tornado um
marco histórico no Brasil.

5. A Escola Nova foi um movimento importante, no Brasil, que trouxe modificações


no processo de ensino das escolas, após o período de Getúlio Vargas. Descreva o
conceito de Escola Nova.

30
aprimore-se

CURIOSIDADES VIRTUAIS DA SAÚDE

Mais curiosidades sobre a Saúde você pode encontrar nos canais oficiais do Minis-
tério da Educação e da Saúde. No Brasil, existem vários estudiosos que retratam
com maestria a construção histórica dos fatos relacionados à saúde e à educação.
Desse modo, inúmeras discussões direcionaram o que, hoje, conhece-se sobre saú-
de, os fatores que a determinam e suas repercussões implantadas no formato de
políticas de educação, diretrizes nacionais que regem os cursos na área, além das
constantes evoluções influenciadas por marcos relevantes na história. Também vale
a pena conferir a “Cronologia histórica da Saúde Pública”, material produzido pela
Fundação Nacional de Saúde, disponível no site: http://www.funasa.gov.br/cronolo-
gia-historica-da-saude-publica.


O direito à saúde não é algo natural, como se o Estado devesse sempre
exercer essa atribuição em qualquer contexto. A saúde, enquanto políti-
ca pública, será sempre determinada pelos valores e cultura de um de-
terminado período; consequentemente, pelo modelo de proteção social
adotado no país (BISPO JUNIOR; MORAES, 2020, p. 2).

É sabido que não existe Educação dissociada da Saúde, pois são diversos fatores
ambientais, sociais, econômicos, culturais, individuais e coletivos que se alinham
para que essas duas áreas caminhem em paralelo, e com estratégias sinérgicas,
facilmente observadas nas ações da comunidade em geral, escolas do nosso país.
Nesse contexto, o movimento social foi um marco que unificou essas áreas, por
meio da intensa luta travada pela afirmação dos direitos sociais. A Constituição de
1988 foi um marco na história do país, que definiu o país como um Estado Democrá-
tico de Direito. Conquista que, atualmente, repercute na assistência às pessoas, por
meio dos serviços ofertados na saúde pública.

31
eu recomendo!

livro

História da Educação: de Confúcio a Paulo Freire


Autor: Claudio Pilleti e Nelson Pilleti
Editora: Contexto
Sinopse: os autores, especialistas na área, trazem nas páginas
deste livro as ideias e contribuições de importantes personagens
da história da educação. Por meio de uma abordagem cronológi-
ca e panorâmica, apresentam as ideias de pensadores represen-
tativos (do Oriente e do Ocidente, da história antiga, moderna e contemporânea),
relacionadas a situações educacionais concretas, contemplando de Confúcio a
Paulo Freire, passando por Sócrates, Santo Agostinho, Rousseau e Montessori,
além de outros 17 educadores.

filme

Getúlio
Ano: 2013
Sinopse: A intimidade de Getúlio Vargas (Tony Ramos), então
presidente do Brasil, em seus 19 últimos dias de vida. Pressiona-
do por uma crise política sem precedentes, em decorrência das
acusações de que teria ordenado o atentado contra o jornalista
Carlos Lacerda (Alexandre Borges), ele avalia os riscos existentes
até tomar a decisão de se suicidar.

conecte-se

A história da saúde pública no Brasil - 500 anos na busca de soluções (2015)


https://youtu.be/7ouSg6oNMe8

32
2
O SISTEMA DE SAÚDE
NO BRASIL E A
relação com a escola

PROFESSORA
Dra. Raquel Cristina Luis Mincoff

PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • O Sistema Único de Saúde (SUS)
como conquista brasileira do direito à Saúde • O Sistema Único de Saúde (SUS), suas ações, estratégias
e a relação com a Escola.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender a organização e o funcionamento do SUS como instrumento de apoio ao desenvolvi-
mento pedagógico • Identificar as ações do SUS e sua relação com a Escola.
INTRODUÇÃO

Convidamos você, prezado(a) estudante, a conhecer o Sistema Único de


Saúde, considerado o programa de atenção à saúde das pessoas, sendo o
mais importante, no Brasil, e referência mundial na prestação de assistência
universal e gratuita. Essa conquista mudou o rumo da saúde pública, com a
crescente implantação de políticas e programas para as pessoas, em todos
os níveis de atenção, ou seja, da criança à pessoa idosa. Suas conquistas
históricas retratam o modelo atual de saúde, que permite um acesso uni-
versal, com estratégias que primam pela igualdade e equidade, garantindo
saúde a toda população.
Desse modo, você compreenderá o funcionamento do sistema de saú-
de, seus princípios e diretrizes relevantes cujas discussões iniciaram-se nas
Conferências de Saúde, outro marco na história da saúde pública no Brasil.
Dentre os programas existentes no SUS, nessa unidade, você também co-
nhecerá o Programa Saúde na Escola, que possibilita estratégias de atuação
da equipe de saúde no apoio e acompanhamento aos escolares.
Nesse sentido, as ações de saúde bucal, apoio à manutenção da alimen-
tação saudável, à cultura de paz e à prevenção de violências estão, direta-
mente, alinhados às áreas da Saúde e da Educação. Também se conectam
aos Objetivos do Milênio, por isso, são relevantes para ambas as áreas. A
promoção da alimentação saudável é garantia para prevenir doenças, evitar
a desnutrição, a baixa da autoestima, fatores que interferem de modo sig-
nificativo na saúde dos escolares, em longo prazo. Portanto, o assunto tem
o intuito de despertar você, estudante, para as complexidades de uma sala
de aula, no desenvolvimento de competências e habilidades que o tornarão
um profissional da educação de sucesso!
Vamos estudar?!
1
O SISTEMA ÚNICO

UNICESUMAR
DE SAÚDE (SUS)
como conquista brasileira
do direito à saúde

Na Unidade 1, você compreendeu o surgimento do Sistema Único de Saúde


(SUS), por meio das transformações históricas, desde o descobrimento do Brasil.
A partir do momento que a saúde passou a ser direito universal, várias políticas e
programas foram implantados e seguem atualizados a fim de atender a população
brasileira, considerando o ciclo da vida.
Agora, você mergulhará no aprofundamento das principais políticas públicas
e programas do sistema público, assimilando o conhecimento necessário para
sua atuação, como profissional da educação. Afinal, Saúde e Educação caminham
juntas, e ambas visam à melhoria das condições das crianças, no intuito de tor-
ná-las adultos saudáveis.
Vamos para mais esse mergulho no conhecimento?

Peculiaridades do Sistema Único de Saúde


Brasileiro

O Sistema Único de Saúde foi uma conquista para os brasileiros e se tornou


possível e implementável para as pessoas, desde 1980, com sua consolidação, em
1988. De lá para cá, tivemos vários avanços, que se tornaram em políticas públicas
e programas que visam a beneficiar os brasileiros. Antes de aprofundar no co-
35
nhecimento da construção do SUS, no entanto, compreenderemos o conceito de
UNIDADE 2

Saúde. Este é um indicador que possui caráter multidimensional, pois considera


as referências culturais, o período (localização de época) e o lugar de moradia
das pessoas, constituindo, assim, um contexto amplo que interfere na saúde da
população (ASAMBLEA MUNDIAL DE LA SALUD, 2006).
O conceito de saúde tem conotação positiva, e há autores que o consideram
alternativa aceitável em relação ao modelo biomédico, ou seja, o modelo centra-
do na doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera-o como um
conjunto de bem-estar, associado ao contexto físico, mental e social, e não apenas
a ausência de doença ou enfermidade (ASAMBLEA MUNDIAL DE LA SALUD,
2006). Historicamente, esse conceito foi pensado em 1947, no ano da criação da
OMS, e, em 7 de abril de 1948, foi instituído o Dia Mundial da Saúde.
O avanço das questões sanitárias, no Brasil, marcou a história do sistema públi-
co de saúde cuja assistência de saúde era apoiada pelas Santas Casas de Misericórdia
(FERNANDES; SOUSA, 2020). Houve um incentivo público para o investimento
na saúde que despertou interesses para o setor privado e, por isso, foram criados o
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), o Instituto Nacional de Assistência
Médica e Previdência Social (INAMPS), posteriormente custeado pelo Fundo de
Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS) (GOMES; MACIEL, 2019).

36
Dessa forma, o setor privado se expandiu e colaborou na construção do ce-

UNICESUMAR
nário de saúde conhecido, atualmente. A partir de 1923, com a Lei Eloy Chaves
(a base da previdência no Brasil), foi criado um fundo chamado de Caixas de
Aposentadorias e Pensão (CAP), em que a organização capitalista se dava entre
empregador e empregado. A promulgação da lei se deu por meio do Decreto
nº 4.682 e, assim, tornou-se o marco do sistema previdenciário (FERNANDES;
SOUSA, 2020). Essa lei foi o divisor de águas entre as ações preventivas da saúde
pública e a medicina previdenciária, voltada ao trabalhador formal, mas com
intuito curativista, centrado na doença (GOMES; MACIEL, 2019).
Na década de 70, o país passava por crescimento econômico e desenvolvi-
mento da industrialização. Foi criado, então, em 1977, o Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), que instituiu o Sistema
Nacional de Previdência e Assistência Social, este visava à especialização e à
integração de suas diferentes atividades e instituições. No entanto, em 1993, o
INAMPS foi extinto e suas competências transferidas às esferas federais, estaduais
e municipais, gestoras do SUS (VIACAVA et al., 2018).
Em sequência aos fatos históricos, que direcionaram à criação do SUS, em
março de 1986, aconteceu a 8ª Conferência Nacional de Saúde, segundo o Mi-
nistério da Saúde (1986), e contou com a participação da comunidade da saúde e
usuários (pessoas). Essa Conferência foi marco importante na conquista univer-
sal ao direito à saúde e tinha como lema a democracia e a saúde (GARCIA, 2019).
O “Relatório Final” da Conferência indicou as sugestões: consenso em relação
à formação de um sistema único de saúde, separado da previdência, e coordena-
do, em nível federal, por um único ministério; propostas de integralização das
ações, de regionalização e hierarquização das unidades prestadoras de serviço
e de fortalecimento do município; a necessidade de participação popular, por
meio de entidades representativas, na formulação da política, no planejamento,
na gestão e na avaliação do sistema (GARCIA, 2019). Assim, esse relatório foi
a base para construção do capítulo sobre a saúde e, a partir dele, iniciaram-se
as discussões sobre o sistema de saúde pública. Você percebeu como a força da
participação popular foi significativa? Em 1988, com a Constituição Federal, o
capítulo da saúde favoreceu a criação do SUS, e a Saúde passou a ser direito de
todos, orientada pelo dever do Estado.

37
UNIDADE 2

pensando juntos

Sabe-se que o SUS foi uma das maiores conquistas brasileiras, um sistema gratuito e aces-
sível à população. Afinal de contas, o que seria o SUS? Será que todo brasileiro conhece,
realmente, os seus programas?

Bem, a Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988,


considerou, no título VII, capítulo II e seção II, os Artigos que regulamentam a
saúde (BRASIL, 1988). O Artigo 196 garante a saúde como direito de todos e dever
do Estado, visando à redução de doenças, agravos e riscos relacionados; permite,
também, o acesso universal (todos podem alcançar uma ação ou serviço) e iguali-
tário (igual para todos) da população, em busca de promoção, proteção e recupe-
ração da saúde (BRASIL, 1988). O Artigo 197 garante a execução, fiscalização e o
controle nas esferas federais, estaduais e municipais. O Artigo 198 estabelece que os
serviços públicos e as ações de saúde estejam integralizados, por meio de uma rede
regionalizada (centros de saúde, ambulatórios, laboratórios, hospitais e outros) e
hierarquizada, no intuito de descentralização, atendimento integral e participação
popular. Já o Artigo 199 garante o acesso, independentemente da iniciativa privada,
e o 200 estabelece as competências de atuação do SUS (BRASIL, 1988).
Desse modo, podemos entender que o SUS é um coletivo de estratégias e ações
públicas de saúde, composto a partir de uma rede regionalizada e hierarquizada,
que segue uma organização descentralizada, integrada e com participação popu-
lar (PAIM, 2015). Entre os seus objetivos, destacam-se a assistência as pessoas, a
atuação da vigilância sanitária, da vigilância em saúde, vigilância epidemiológica,
a saúde do trabalhador, assistência terapêutica integral, incluindo a farmacêutica

Agora, vamos conhecer as Leis que regulamentam


o SUS!

A Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990, disserta sobre a organização e o fun-


cionamento do SUS, ela afirma que a saúde está, diretamente, ligada aos fatores
determinantes e condicionantes, como a alimentação, o saneamento básico, a
educação, o transporte, o lazer, entre outros. Esses fatores podem indicar as di-
mensões biológicas e ecológicas das pessoas, em sua individualidade e na cole-
tividade (BRASIL, 1988; PAIM, 2018).
38
As ações que determinam e condicionam o contexto em que as pessoas nas-

UNICESUMAR
cem, vivem, crescem, trabalham e envelhecem são conhecidas como Determi-
nantes Sociais da Saúde (DSS), termo designado pela OMS (2011). Essas ações
consideram os fatores sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais de
saúde. Existe um modelo de DSS que é seguido na área da saúde, sugerido pelos
autores Dalgren e Whitehead (1991 apud CNDSS, 2008) (Figura 1):

micas , culturais e
oeconô am
bie
oci
ss Condições de
nte
õe sg
ç
di
vida e de trabalho e
Ambiente Desemprego
n

ra
Co

de trabalho

is
ciais e comuni
e s so tár Água e
ed do ias esgoto
Educação R vid a s indi
de víd
lo Serviços
uo
ti

sociais
Es

Produção s de saúde
agrícola de
alimentos Idade, sexo Habitação
e fatores
hereditários

Figura 1 - Modelo de determinação social da saúde / Fonte: adaptada de CNDSS (2008, p. 14).

A relação dos DSS com o sistema público de saúde


brasileira

Vamos lá, pense comigo? Qual seria a relação dos DSS com o sistema público de
saúde brasileiro? A proposta busca atender as metas que foram propostas pela
OMS, no sentido de: melhorar as condições de vida (atenção a meninas e mu-
lheres no parto, condições de trabalho e emprego adequados, sistema de saúde
universal da Atenção Primária); combater a desigualdade de poder, dinheiro e
recursos (com responsabilização do governo na implantação de políticas públi-
cas, reforçar o papel do Estado, promover a equidade de gênero e a saúde sexual
e reprodutiva, garantir a participação popular); avaliar a complexidade de um
problema; avaliar as intervenções (garantir o cumprimento dos DSS com equi-
dade, em todas as instâncias nacionais e internacionais) (ROCHA, 2012).
39
Ao melhorar a saúde da população, logo considera-se os determinantes rela-
UNIDADE 2

cionados às condições de vida. Desse modo, o processo de saúde e doença, tam-


bém, foi discutido com os Princípios e Diretrizes que regem o SUS. É, porém,
necessário esclarecer para você o que seria princípios e diretrizes. Considera-se
princípios aquilo que valorizamos nas relações sociais, relacionado à moral, à
ética, à política e ao direito. As diretrizes, por sua vez, são as orientações organi-
zacionais ou técnicas que apoiam ou conduzem o sistema de saúde (PAIM et al.,
2011). Enquanto princípios doutrinários do SUS, têm-se (BRASIL, 1988, on-line):


Universalidade: garantia de acesso das pessoas, considerando todos
em todas as condições (sexo, raça, renda, ocupação e/ou pessoas com
características sociais).
Integralidade: atendimento integral, considerando o sujeito holístico,
como um todo, no atendimento psicossocial emocional.
Equidade: princípio de justiça social, garantia de assistência igual, con-
siderando as diferenças e características do sujeito. Conforme a neces-
sidade das pessoas na comunidade.

Princípios organizativos (diretivos) do SUS (BRASIL, 1988, on-line):


Descentralização: divisão das responsabilidades das ações governa-
mentais entre as demais esferas.
Regionalização: acompanhamento das Atenção Primária à Saúde (APS)
nos municípios, promovendo a autonomia, gestão administrativa e fi-
nanceira do SUS.
Hierarquização: articulação e continuidade das ações e serviços preven-
tivos e curativos, considerando as necessidades individuais e coletivas
nos níveis de complexidade (referência e contrarreferência).
Participação popular: democratização das decisões consolidadas pela
participação dos usuários, do serviço, por meio dos conselhos de saúde
(discussões temáticas na comunidade).

Dessa forma, caro(a) estudante, temos a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990,


que garantiu a democratização e a participação popular na gestão do SUS, no
intuito de nortear as transferências intergovernamentais dos recursos financeiros.

40
Além disso, com ela, foram criados os Conselhos e as Conferências de Saúde

UNICESUMAR
(BRASIL, 1990). O produto final da Conferência evidenciou o conceito ampliado
de saúde, associando a influência das condições biopsicossociais, culturais, eco-
nômicas, políticas e ambientais. A nova proposta indicou os elementos necessá-
rios para a melhoria da saúde das pessoas, o autocuidado, com garantia da paz,
habitação, educação, alimentação, renda, ecossistema estável, sustentabilidade,
justiça social e equidade (BRASIL, 2010).
Os Conselhos são organizações representativas por membros da comuni-
dade, instituições e membros representativos das pessoas, dos trabalhadores da
saúde e da gestão para discussão de temas. Já as Conferências são reuniões que
ocorrem a cada quatro anos, representados por várias entidades e convocadas
pelo poder executivo para promover a criação de propostas e temas que podem
virar políticas públicas (BRASIL, 1990).
Essa Lei, ainda, objetiva a participação da comunidade na gestão do SUS e
trata das transferências intergovernamentais dos recursos financeiros do sistema
(BRASIL, 1990). Ela é marco significativo no intuito de alcançar as mudanças
necessárias e favoráveis aos determinantes da saúde e dos serviços de saúde. Os
recursos financeiros estruturados de maneira intergovernamental possibilitam a
otimização dos orçamentos no sistema público de saúde (BRASIL, 2017).
A implantação do sistema foi desafiadora, nos anos de 1990, por vários moti-
vos, como a resistência do governo ao seu financiamento e o mercado privado dos
planos de saúde. Nesse sentido, criou-se um conjunto de portarias denominadas
normas operacionais (NOB-91, NOB-93, NOB-96, NOAS, 2000 e 2002). Estas fo-
ram temas de discussões de entusiastas que defendiam o sistema, mas deixada de
lado pela opinião pública, pelos empresários e, até mesmo, pela população, que não
se preocupava com a organização, e sim o recebimento do benefício (PAIM, 2015).
Essas normas foram atualizadas até 2006, quando foi instituído o Pacto da
Saúde pela portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006. Elaborou-se, então, um
conjunto de reformas institucionais pactuado entre as três esferas de gestão
(União, Estado e Municípios), no intuito de inovar os processos e instrumentos
de gestão, em busca de qualidade e eficiência do SUS (BRASIL, 2006).
Foram tantas normas criadas pelo Ministério da Saúde, mas, em 3 de se-
tembro de 2009, promulgou-se a portaria nº 2.048, que aprovou o Regulamento
do Sistema Único de Saúde, com o objetivo de organizar todas as normativas
(BRASIL, 2009). Embora o sistema tenha fragilidades, que se arrastam com as

41
mudanças governamentais, apresenta as suas potencialidades, e a maior delas é
UNIDADE 2

a gratuidade da assistência para mais de 100 milhões de pessoas no país. Alguns


números são expressivos, como (BRASIL, 2009):
■ Beneficiários - 190 milhões.
■ Assistências exclusivas - 145 milhões de pessoas.
■ Atuação permanente de profissional - 2 milhões.
■ Dispensação de vacinas - 90% do SUS.
■ Equipamentos hospitalares - 50%.
■ Estrutura - 333 mil leitos hospitalares.
■ Equipamentos de diagnóstico por imagem - 102 mil.
■ Estabelecimentos de saúde - 62 mil.

Além disso, têm os registros dos atendimentos, diagnósticos e assistência por ano,
disponibilizados no quadro a seguir (Quadro 1):

42
Procedimen-
Cirurgias
Procedimen- tos oncoló-
Consultas Atendimen- oncológi-
Atendimento tos ambula- Partos gicos (qui- Transplantes
médicas to pré-natal cas/car-
toriais mioterapia e
díacas
radioterapia)

453,7 mi- 2,3 mi- 282 mil/ 98


nº/ano 2011 3,2 milhões 19,4 milhões 9,9 milhões 21 mil
lhões lhões mil

Tomografias
Exames labo- Radiogra- Ultrassono- Testes
Diagnósticos computado-
ratoriais fias grafias de HIV
rizadas

6 mi-
nº/ano 2012 425 milhões 55 milhões 13,2 milhões 1,8 milhão
lhões

Diabé-
Doentes
Exames de ticos Recebimento
Imunizações Tratamento soroposi-
Interna- papanico- em de hemoderi-
Assistência no calendá- do tabagis- tivos em
ções lau (pre- trata- vados (san-
rio regular mo tratamen-
ventivos) men- gue, plasma)
to
to

11,3 mi- 3,2 mi-


nº/ano 2013 130 milhões 49 milhões 6 milhões 210 mil 16 mil
lhões lhões

Quadro 1 - Alguns exemplos de número de atendimentos, diagnósticos e assistência de pessoas por ano a partir de 2011, Paraná, 2020
Fonte: adaptado de Brasil (2011).

43
UNICESUMAR
UNIDADE 2

explorando Ideias

No ano de 2020, comemorou-se os 30 anos de existência do Sistema Único de Saúde, um


fato memorável para a maior conquista que os brasileiros tiveram em relação à saúde
universal e gratuita. O relatório 30 anos de SUS, ”Que SUS para 2030”, elaborado pela
Organização Pan-Americana da Saúde, retrata a complexidade na manutenção, no forta-
lecimento e sustentabilidade que mantém o seu funcionamento.
A publicação destaca as importantes conquistas do SUS e sugere as recomendações di-
recionadas aos usuários e gestores, no cumprimento das metas dos Objetivos do De-
senvolvimento Sustentável para o ano de 2030. É uma leitura aprofundada e reflexiva de
estratégias já desenvolvidas, ao longo de 30 anos, que direcionam a subsistência para
outros longos anos, a partir de práticas exitosas.
Fonte: adaptado da Organização Pan-Americana da Saúde (2018).

Tudo é grandioso no SUS, mesmo com fragilidades, é um sistema que funcio-


na muito bem e desenvolve inúmeras ações e estratégias de atenção primária à
saúde, por meio da Estratégia Saúde da Família, que veremos na próxima aula.
Você percebeu quanta evolução nós passamos para termos a estrutura pública
de saúde atual? Foi uma grande conquista representativa mundialmente, pois o
SUS brasileiro é estudado, e a aplicação de suas estratégias são incorporadas nos
diversos sistemas de saúde espalhados em outros países.

44
2
O SISTEMA ÚNICO

UNICESUMAR
DE SAÚDE (SUS),
suas ações, estratégias
e a relação com a escola

Agora, você compreenderá quais são os programas e as estratégias desenvolvidos


na Atenção Primária à Saúde (APS), e aqueles que têm relação com o ambiente
escolar. Começaremos abordando o contexto da APS, pois é um programa de
relevância para cumprir os princípios do SUS. Historicamente, a organização dos
sistemas de saúde iniciou com a proposta do Relatório Dawson, uma discussão
teórica sobre um sistema de saúde hierarquizado e integrado com os setores
primário e secundário. Esse relatório alertou para a necessidade da assistência
as pessoas, no contexto comunitário, pois pautava-se no modelo de centros de
saúde comunitários, baseados nos moldes franceses, no final do século XIX (FI-
GUEIREDO; DEMARZO, 2016).

explorando Ideias

Um sistema de saúde é um conjunto de recursos articulados e organizados na intenção


de atender às demandas de saúde populacionais. Nesse sentido, a visão do processo de
saúde-doença (PSD) é mais ampla do que, apenas, assistir os indivíduos, por isso, a aten-
ção à saúde é o cenário de atuação profissional dentro do PSD.
A atenção à saúde é, portanto, o objeto de atuação dos serviços de saúde pública e com-
plementares. Promove ações individuais e coletivas, por meio do conceito ampliado, ten-
do o sujeito como corresponsável pelo PSD. As estratégias coletivas buscam impactar

45
as organizações ou grupos, por meio de interesse específico, compartilhado e interativo.
UNIDADE 2

Atua no eixo da integralidade, ou seja, de maneira vertical (assistência promotora e reabi-


litadora); horizontal (ações e serviços continuados); intersetorial (acopla os setores extra
saúde, como a educação, segurança etc.) em busca da promoção da saúde (BRASIL, 2017).
Olha que interessante, a promoção da saúde teve sua proposta no início do século XX,
pelo sanitarista Henry Sigerist. Em 1970, o ministro da saúde do Canadá identificou que
80% das causas das doenças estavam relacionadas ao estilo de vida e influência do meio
ambiente. Em 1986, aconteceu a Primeira Conferência Internacional de Promoção da Saú-
de em Ottawa, no Canadá (BRASIL, 2010).

Você conheceu alguns conceitos importantes e necessários para a compreensão


da Atenção Primária à Saúde, elemento essencial ao sistema de saúde e conside-
rado o primeiro nível de acesso dos indivíduos, família e comunidade ao sistema
nacional de saúde, aproximando a saúde ao local onde vivem.
A Portaria MS/GM nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, revisa as diretrizes e a
reorganização da APS no Brasil (TASCA et al., 2020). É, porém, a Política Nacional
de Atenção Básica (PNAB) que regulamenta o funcionamento da APS (BRASIL,
2012). Assim como o SUS tem seus princípios, a APS tem os elementos essenciais,
chamados de atributos (FIGUEIREDO; DEMARZO, 2016; BRASIL, 2010):
■ Acesso de primeiro contato (acesso irrestrito, sem distinção de gênero,
condições socioculturais e agravos de saúde).
■ Integralidade (ações individuais e coletivas).
■ Longitudinalidade (continuidade do cuidado).
■ Coordenação (cuidado no longo prazo com encaminhamento aos níveis
secundários e terciários de saúde).

Atributos derivados:
■ Orientação familiar.
■ Orientação comunitária.
■ Competência cultural.

Além da APS, no Brasil, é aceitável o termo Atenção Básica, mas, atualmente, com-
preende-se como Estratégia Saúde da Família (ESF). A ESF era conhecida como
Programa Saúde da Família (PSF), desde 1994, cujo foco visa às ações preventivas
e curativas (PAIM, 2015). A ESF é uma proposta de atendimento das famílias e

46
comunidades destinadas às pessoas de risco e vulneráveis, ponto referencial no

UNICESUMAR
sistema de saúde. Embora esteja inserida no contexto da atenção básica, não tem
nada de simplicidade em suas ações e estratégias, pois suas ações e programas
atendem a diferentes complexidades em saúde, atuando também na promoção
do autocuidado das pessoas e no acompanhamento dos determinantes sociais
(TASCA et al., 2020).
São integrantes da equipe de saúde, médico, enfermeiro, cirurgião-dentista,
auxiliar ou técnico de saúde bucal, técnico ou auxiliar de enfermagem, Agen-
tes Comunitários de Saúde (ACS) e outros profissionais da área epidemiológica
(BRASIL, 2012).
A Política Nacional de Atenção Básica propõe a implantação da ESF para
o atendimento de, no máximo, 12 mil habitantes, e cada equipe de saúde res-
ponsabiliza-se por 3 a 4 mil pessoas. Esse fato favorece instalar unidades de
saúde suficientes para atender as necessidades populacionais (BRASIL, 2012).
As famílias e comunidades são atendidas no território adscrito a UBS, ou seja,
nos bairros circunvizinhos. O acompanhamento das famílias no território
acontece pelos profissionais inseridos nas equipes da ESF, composta por mul-
tiprofissionais, estes trabalham de forma integrada, em equipe, buscando aco-
lher, escutar e oferecer um serviço resolutivo para os problemas populacionais
(FIGUEIREDO; DEMARZO, 2016).

conecte-se

Para conhecermos mais sobre a Estratégia Saúde da Família (ESF), assista


a um vídeo que contextualiza a sua criação, organização, estrutura e pro-
fissionais. Ele apresenta para você uma forma dinâmica de compreender a
funcionalidade, enquanto eixo fundamental no SUS. Acesse o link.

Tudo isso é possível devido à Atenção Primária à Saúde ser estruturada em Rede
de Atenção à Saúde (RAS), estratégia para o cuidado integral à população. Se
constitui em “arranjos organizativos formados por ações e serviços de saúde com
diferentes configurações tecnológicas e missões assistenciais, articulados de for-
ma complementar e com base territorial” (BRASIL, 2012, p. 27). Para atender a
RAS, é necessário compreender o cumprimento de algumas funções (Quadro 2).

47
Característica Contexto
UNIDADE 2

Ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde,


com o mais elevado grau de descentralização e capi-
Ser base
laridade cuja participação no cuidado se faz sempre
necessária.

Identificar riscos, necessidades e demandas de


saúde, utilizando e articulando diferentes tecnologias
de cuidado individual e coletivo, por meio de uma
Ser resolutiva clínica ampliada, capaz de construir vínculos positivos
e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na
perspectiva de ampliação dos graus de autonomia
dos indivíduos e grupos sociais.

Elaborar, acompanhar e gerir projetos terapêuticos


singulares bem como acompanhar e organizar o
fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das
Coordenar o cui- RAS. Atuar como o centro de comunicação entre os
dado diversos pontos de atenção, responsabilizando-se
pelo cuidado dos usuários por meio de uma relação
horizontal, contínua e integrada, com o objetivo de
produzir a gestão compartilhada da atenção integral.

Reconhecer as necessidades de saúde da população


sob sua responsabilidade, organizando-as em relação
Ordenar as redes aos outros pontos de atenção; contribuir para que a
programação dos serviços de saúde possa cuidar das
necessidades de saúde dos usuários.

Quadro 2 - Funcionamento da Rede de Atenção à Saúde


Fonte: adaptado de Brasil (2012, p. 26).

Desse modo, a rede funciona, adequadamente, e em conjunto com as ações


da ESF. A equipe de saúde possui competências e habilidades comuns no que
se refere ao atendimento do usuário, e um deles é “realizar o cuidado da saú-
de da população adscrita, prioritariamente no âmbito da unidade de saúde, e,
quando necessário, no domicílio e nos demais espaços comunitários, como
as escolas, associações, entre outros” (BRASIL, 2012, p. 43). Existem outras
atribuições importantes, como a realização das ações de educação em saúde e
atividades de educação permanente em saúde, que estão diretamente e indire-
tamente relacionadas à escola.
48
Agora, você deve estar pensando: o que tem de ver a estratégia de atuação da

UNICESUMAR
Estratégia Saúde da Família com a escola? Bem, como vimos, a Atenção Primá-
ria à Saúde (APS) possui arranjos organizativos para suprir todas as necessidades
e demandas populacionais, por meio de ações individuais e coletivas, voltadas à
promoção da saúde e a prevenção de doenças, como as bucais (BRASIL, 2012).
Considerando os cenários nos territórios de uma UBS, a escola é um local, onde
são realizadas ações promotoras e preventivas de agravos. A assistência e o cuidado
são direcionados às crianças, em período de escolarização bem como às famílias.
A ESF atende todas as pessoas no ciclo da vida, mas se considerarmos o con-
texto infantil escolar, o governo federal instituiu o Decreto Presidencial nº 6.286,
de 05 de dezembro de 2007, como proposta de política intersetorial entre dois
ministérios federais, o da saúde e o da educação. Ele regulamenta o Programa
Saúde na Escola (PSE) na perspectiva “da atenção integral (promoção, prevenção,
diagnóstico e recuperação da saúde e formação) à saúde de crianças, adolescentes
e jovens do ensino público básico, no âmbito das escolas e Unidades Básicas de
Saúde” (BRASIL, 2012, p. 75).
O PSE possui estratégias de atuação: na avaliação clínica e psicossocial das
crianças; na garantia do cuidado integral atrelado a RAS; na promoção e pre-
venção de práticas articuladas ao contexto da formação de práticas educativas;
na promoção da alimentação saudável, práticas corporais e atividades físicas nas
escolas. Além de atuar em campanhas informativas socioculturais, prevenindo o
tabagismo, etilismo e outras drogas, na promoção da cultura de paz, prevenção
da violência e a promoção da saúde socioambiental e sustentável (SÁ, 2020).

conceituando

Tabagismo é o nome técnico dado à pessoa que fuma cigarros, e Etilismo é sinônimo de
Alcoolismo, termo técnico atribuído à pessoa que consome substâncias alcoólicas.
Fonte: Ministério da saúde (2015, on-line).

O Programa Saúde na Escola propõe refletir sobre as práticas que estimulam a auto-
nomia e a responsabilidade das crianças relacionadas ao cuidado com a saúde. Além
disso, suas ações e estratégias compactuam com a Organização Mundial da Saúde,
no cumprimento dos objetivos da Agenda 2030, para o desenvolvimento sustentável
da Organização das Nações Unidas (ONU), no intuito de promover a saúde relativa
às condições econômicas, sociais e ambientais sobre a influência da saúde (SÁ, 2020).
49
O programa cumpre o objetivo de colaborar na formação integral dos estu-
UNIDADE 2

dantes, por meio de estratégias promotoras e preventivas da saúde, diante das


vulnerabilidades do desenvolvimento de crianças e jovens na rede pública de
ensino (BRASIL, 2011). Para melhorar a sua compreensão, é relevante saber que
as atividades educativas em saúde são realizadas nas escolas pertencentes aos
territórios das unidades de saúde, a partir de estratégias pactuadas entre a escola
e a UBS. O planejamento das ações considera o contexto escolar, o diagnóstico
local e a capacidade operativa em saúde escolar (BRASIL, 2011).
São componentes do Programa:
1. Análise das condições de saúde dos escolares matriculados em escola
pública.
2. Promoção à saúde e prevenção de agravos.
3. Ações de educação permanente para o profissional da educação e da saúde.
4. Monitoramento e a avaliação da saúde dos escolares e do programa.

Ainda, nesse sentido, são diretrizes para a implantação do PSE (BRASIL, 2011):
■ Descentralização e respeito à autonomia federativa.
■ Integração e articulação das redes públicas de ensino e saúde.
■ Territorialidade.
■ Intersetorialidade e interdisciplinaridade.
■ Integralidade.
■ Cuidado contínuo.
■ Controle social.
■ Monitoramento e avaliação permanente.

50
É importante, para o profissional da educação, saber em quais áreas ele pode

UNICESUMAR
atuar em parceria com a equipe de saúde. O PSE propõe a avaliação de escolares,
por meio da avaliação clínica e psicossocial, a nutricional e a avaliação da saúde
bucal, que são desenvolvidas pelos profissionais da saúde. Além disso, também,
avalia-se a parte auditiva e oftalmológica dos estudantes (CARVALHO, 2015). No
entanto a estratégia de destaque na atuação da equipe de saúde no PSE é voltada
à Promoção da Alimentação Saudável de crianças e adolescentes. Esta é outra
linha de atuação que o profissional da educação pode atuar.

pensando juntos

Para falarmos do assunto, reflita comigo: como as crianças e adolescentes brasileiros se


alimentam? Como promover a alimentação saudável em escolares, visando a prevenir
agravos, como a obesidade ou os distúrbios alimentares?

É papel da escola, com o apoio do professor, atentar-se aos aspectos que envolvem
a alimentação das crianças e adolescentes. O fato justifica-se devido ao cresci-
mento do número de jovens brasileiros obesos, no Brasil. A doença pode afetar
a saúde física, mas principalmente interferir na saúde mental deles, podendo
desenvolver transtornos, como a depressão, baixa autoestima, isolamento social,
entre outros fatores (BRASIL, 2018).
A garantia da alimentação é obtida pela Política Nacional de Alimentação e
Nutrição, mas é no ambiente escolar e familiar que a mudança pode acontecer.
Pais e professores são participantes nesse processo. Alguns exemplos de práticas
exitosas nas escolas podem ajudar, por exemplo, a criar estratégias de cine-debate,
com questões reflexivas, leves e facilmente debatidas pelas crianças (BRASIL, 2018).

51
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 2

Prezado estudante, nesta unidade, você conheceu os pontos marcantes do SUS,


uma verdadeira conquista para todos os cidadãos brasileiros. Compreendeu o
conceito universal de saúde, seguido por órgãos nacionais e internacionais, jun-
tamente com os aspectos sanitários que revolucionaram a saúde pública, apre-
sentada e executada nos dias atuais. Conceito que rege, atualmente, todas as po-
líticas públicas em consonância com os fatores de risco, ou não, que interferem
no processo de saúde e doença.
Além disso, aqui, discutiu-se as leis que regulamentam o SUS e sustentam o
sistema, na sua forma atual de apresentação. Outro ponto importante foi saber os
Determinantes Sociais em Saúde, com influências na melhora das condições de
vida, por meio das complexidades dos princípios e diretrizes do sistema público.
O SUS é um sistema público, universal que garante o acesso e a prestação de
serviços de saúde em todas as esferas nacionais, estaduais e municipais. Atende
às populações, desde o período da infância até a velhice, além de proporcionar
tratamentos específicos. Conta com uma rede de programas que o caracteriza
como exemplo a ser seguido mundialmente.
No cenário do SUS e a sua relação com a escola, você viu que a Política Nacio-
nal de Atenção Básica possibilitou a assistência as crianças, por meio da atenção
dispensada pela equipe de saúde no SUS. Nesse sentido, é fundamental que o pro-
fessor conheça os aspectos que envolvem a saúde das crianças, apresentados pelo
Programa Saúde na Escola, para que obtenha o suporte necessário no contexto
da saúde das crianças no SUS. E todo esse processo influencia um aprendizado
seguro, capacitando o profissional da educação a atuar com êxito na área.

52
na prática

1. O Sistema Único de Saúde foi uma conquista histórica para todos os brasileiros,
com importantes programas que atendem a população, em um sistema de oferta
de serviços gratuito e universal. Neste contexto, assinale a alternativa correta:

a) A saúde pública teve seu conceito determinado pelas condições das doenças e
enfermidades que apareciam e eram discutidas em nível mundial.
b) A 8ª Conferência Nacional de Saúde foi o divisor de águas para a observação
da saúde, doenças e questões sanitaristas, na época em que surgia o assunto
sistema público.
c) A implantação do SUS se deu, efetivamente, com as sugestões estabelecidas na
8ª Conferência de Saúde. Assunto delicado que dispensou intensas discussões
até ser incorporado na Constituição Federal.
d) O SUS é coletivo, mas atua de forma especializada nas áreas, como visto nas
diversas especialidades médicas.
e) Alguns condicionantes de saúde foram estabelecidos na Conferência de saúde,
outro tema que surgiu nesse encontro.

2. As redes de atenção à saúde são conhecidas por organizar os serviços de saúde de


maneira horizontal. Importantes no sistema de saúde, porque direcionam, de ma-
neira igualitária, os atendimentos conforme as necessidades populacionais. Nesse
sentido, avalie as situações propostas e considere V para verdadeiro e F para falso.

I - A descentralização dos atendimentos, considerando a pirâmide hierárquica, com


base nos atendimentos primários, secundários e terciários.
II - Direciona os projetos e programas de forma coordenada, visando a atender, de
maneira específica, as demandas populacionais.
III - Incentiva a resolução de situações de maneira hierarquizada, considerando as
demandas dos serviços verticais. O processo saúde-doença ocorre devido à
interação entre a tríade ecológica agente, hospedeiro e meio, apresentando,
portanto, dois períodos sequenciados: o epidemiológico e o patológico.

53
na prática

As afirmações I, II e III são, respectivamente:

a) V, F, V.
b) F, V, V.
c) F, V, F.
d) V, V, F.
e) F, F, V.

3. As conferências de saúde foram marco histórico na conquista dos serviços públicos


no Brasil. Consolidados, posteriormente, com a implantação do SUS, respeitando os
seus princípios e diretrizes. Neste contexto, avalie as situações propostas e considere
V para verdadeiro e F para falso:

I - A participação social no SUS se dá por meio das Conferências e dos Conselhos


da Saúde.
II - Executar serviços de vigilância epidemiológica é de competência da Direção
Estadual do SUS.
III - A Lei 8.142/1990 “dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS
e sobre transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da
Saúde e dá outras providências”.
IV - O Conselho da Saúde, em caráter permanente e deliberativo, composto por
representantes do Governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e
usuários.

As afirmações I, II, III e IV são, respectivamente:

a) V, F, V, F.
b) V, V, F, F.
c) F, V, F, F.
d) V, V, V, F.
e) V, V, V, V.

54
na prática

4. A atenção à saúde é um conjunto de planos e ações que envolvem o cuidado indi-


vidual e coletivo, por meio do conceito ampliado, contando com o apoio do auto-
cuidado das pessoas em relação ao processo de saúde e doença. No contexto do
processo saúde e doença, assinale a alternativa correta:

a) As estratégias coletivas atuam no eixo da verticalidade, agregando os setores


extra de saúde.
b) As estratégias coletivas atuam no eixo da promoção da saúde, com assistência
promotora e reabilitadora.
c) As estratégias coletivas atuam no eixo da intersetorialidade, com ações que me-
lhoram e promovem a qualidade de vida.
d) As estratégias de cada setor visam à prevenção de agravos e difere das ações
promotoras, no âmbito da coletividade.
e) As estratégias de atenção à saúde atuam nos eixos da integralidade, de modo
vertical e intersetorial, visando à promoção da saúde nas áreas individuais e
coletivas da população.

5. O Programa Saúde na Escola é uma estratégia política que estimula a autonomia e


a responsabilidade no cuidado de crianças, no ambiente escolar, sob a responsabi-
lidade da saúde pública. Sobre o programa, assinale a alternativa correta:

a) O planejamento das ações do programa considera a centralização e a autonomia


dos órgãos federativos.
b) O planejamento das ações do programa considera a educação permanente como
ponto de atenção, no cuidado com a saúde.
c) O planejamento das ações do programa considera o monitoramento da saúde
dos escolares.
d) O planejamento das ações do programa considera o cuidado pontual nas escolas,
em relação às crianças.
e) O planejamento das ações do programa considera o controle social e a avaliação
inicial nas escolas.

55
aprimore-se

PROFISSIONAIS QUE COMPÕEM AS EQUIPES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA


FAMÍLIA

A par das atividades comuns a todos os profissionais envolvidos na ESF, cada um de-
les tem função específica, que apresentaremos a seguir. Tal função não se basta em si
mesma, e um aprofundamento é necessário para que cada um se reconheça e reco-
nheça também a atividade do outro e não se perca de vista o trabalho compartilhado.
Iniciaremos comentando sobre as prerrogativas do enfermeiro (BRASIL, 2011), pro-
fissional que exerce privativamente a direção dos órgãos de enfermagem e integra a
estrutura básica de instituições de saúde, pública ou privada, e a chefia de serviço de
enfermagem, coordenando a atuação do auxiliar e do técnico.

[...].

Ao enfermeiro cabe atender a saúde dos indivíduos e famílias cadastradas, realizan-


do consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em grupo e, conforme pro-
tocolos, solicitar exames complementares, prescrever medicações e gerenciar insu-
mos e encaminhar usuários a outros serviços. Cabem a ele também as atividades
de educação permanente da equipe de enfermagem, bem como o gerenciamento e
a avaliação das atividades da equipe, de maneira particular do Agente Comunitário
de Saúde (ACS), que ocupa na ESF papel fundamental para a manutenção do vínculo
entre os usuários e a Unidade de Saúde.
O médico (BRASIL, 2011) é um profissional que se ocupa da saúde humana, pro-
movendo saúde, prevenindo, diagnosticando e tratando doenças, com competência
e resolutividade, responsabilizando-se pelo acompanhamento do plano terapêutico
do usuário. Para que possa atender à demanda dos indivíduos sob sua responsabi-
lidade, deve realizar atividades programadas (consultas ou visitas domiciliárias de
caráter clínico, agendadas, para seguimento longitudinal) e de atenção à demanda
espontânea (principalmente urgências de baixa e média complexidade), de forma
compartilhada, consultas clínicas e pequenos procedimentos cirúrgicos, quando in-
dicado na Unidade de Saúde, no domicílio ou em espaços comunitários, responsa-

56
aprimore-se

bilizando-se pela internação hospitalar ou domiciliar e pelo acompanhamento do


usuário. Além disso, o médico deve, em um trabalho conjunto com o enfermeiro,
realizar e fazer parte das atividades de educação permanente dos membros da
equipe e participar do gerenciamento dos insumos.
O ACS exerce o papel de “elo” entre a equipe e a comunidade, devendo residir na
área de atuação da equipe, vivenciando o cotidiano das famílias/indivíduo/comuni-
dade com mais intensidade em relação aos outros profissionais (FORTES; SPINETTI,
2004). É capacitado para reunir informações de saúde sobre a comunidade e deve
ter condição de dedicar oito horas por dia ao seu trabalho. Realiza visitas domi-
ciliares na área adscrita, produzindo dados capazes de dimensionar os principais
problemas de saúde de sua comunidade. Estudos identificam que o ACS, no seu dia
a dia, apresenta dificuldade de lidar com o tempo, o excesso de trabalho, a preserva-
ção do espaço familiar, o tempo de descanso, a desqualificação do seu trabalho e o
cansaço físico (MARTINES; CHAVES, 2007). A esses profissionais cabe cadastrar todas
as pessoas do território, mantendo esses cadastros sempre atualizados, orientando
as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis. Devem acompa-
nhá-las, por meio de visitas domiciliares e ações educativas individuais e coletivas,
buscando sempre a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à
UBS. Devem desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doen-
ças e agravos e de vigilância à saúde, mantendo como referência a média de uma
visita/família/mês ou, considerando os critérios de risco e vulnerabilidade, em nú-
mero maior. A eles cabe “o acompanhamento das condicionalidades do Programa
Bolsa Família ou de qualquer outro programa similar de transferência de renda e
enfrentamento de vulnerabilidades implantado pelo Governo Federal, estadual e
municipal de acordo com o planejamento da equipe” (BRASIL, 2011). O ACS tam-
bém é responsável por cobrir toda a população cadastrada, com um máximo de
750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família (BRASIL, 2011).
Ao técnico e auxiliar de enfermagem cabe, sob a supervisão do enfermeiro, realizar
procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão tanto na Unidade de
Saúde quanto em domicílio e outros espaços da comunidade, educação em saúde e
educação permanente (BRASIL, 2011).

57
aprimore-se

O cirurgião-dentista é o profissional de saúde capacitado na área de odontolo-


gia, devendo desenvolver com os demais membros da equipe atividades referentes
à saúde bucal, integrando ações de saúde de forma multidisciplinar. A ele cabe, em
ação conjunta com o Técnico em Saúde Bucal (TSB), definir o perfil epidemiológico da
população para o planejamento e a programação em saúde bucal, a fim de oferecer
atenção individual e atenção coletiva voltadas à promoção da saúde e à prevenção de
doenças bucais, de forma integral e resolutiva. Sempre que necessário, deve realizar
os procedimentos clínicos, incluindo atendimento das urgências, pequenas cirurgias
ambulatoriais e procedimentos relacionados com a fase clínica da instalação de pró-
teses dentárias elementares, além de realizar atividades programadas e de atenção à
demanda espontânea e ao controle de insumos (BRASIL, 2011).
É responsável ainda pela supervisão técnica do Técnico (TSB) e do Auxiliar (ASB)
em Saúde Bucal e por participar com os demais profissionais da Unidade de Saúde
do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da
UBS (BRASIL, 2011).
Ao Técnico em Saúde Bucal (TSB) cabe, sob a supervisão do cirurgião-dentista,
o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal, a manutenção e a conser-
vação dos equipamentos odontológicos, a remoção do biofilme e as fotografias e
tomadas de uso odontológicos, o preparo cavitário na restauração dentária dire-
ta, a limpeza e a antissepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, e
as medidas de biossegurança de produtos e resíduos odontológicos. É importante
que esse profissional integre ações de saúde de forma multidisciplinar, oferecendo
apoio e educação permanente aos ASB, ACS e agentes multiplicadores das ações de
promoção à saúde nas ações de prevenção e promoção da saúde bucal. O Auxiliar
em Saúde Bucal (ASB) realiza procedimentos regulamentados no exercício de sua
profissão, como limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, dos
equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho, processa filme radiográ-
fico, seleciona moldeiras, preparar modelos em gesso, além das demais atividades
atribuídas ao TSB (BRASIL, 2011).

Fonte: UNA-SUS (2015, p. 15).

58
eu recomendo!

livro

Promoção da Saúde Bucal


Autor: Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, De-
partamento de Atenção Básica.
Editora: MS
Sinopse: a série de Cadernos temáticos do Programa Saúde na
Escola é destinado aos atores corresponsáveis pelo desenvolvi-
mento do Programa, nos territórios de responsabilidade compar-
tilhada entre saúde e educação. Os Cadernos temáticos do PSE têm como propos-
ta oferecer dispositivos para que os gestores desse Programa se apropriem das
temáticas, das potências e das estratégias para o trabalho intersetorial no territó-
rio compartilhado entre saúde e educação, da importância do processo formativo
intersetorial permanente e continuado dos atores envolvidos no programa, dos
mecanismos de articulação com as redes sociais e da criação de parcerias com
setores do governo e da sociedade.

filme

Fonte da juventude
Ano: 2017
Sinopse: a partir de uma série de entrevistas com especialistas
das áreas de agricultura, saúde e culinária, “Fonte da Juventude”
aborda a obesidade e a má alimentação da população brasileira.
Além disso, o documentário traz a proposta de uma plataforma
de conscientização a partir da mostra da biodiversidade como
resposta para superar a má nutrição no País.

59
eu recomendo!

conecte-se

Para aprimorar sua compreensão sobre o Programa Saúde na Escola, convidamos


você a assistir ao vídeo, com exemplos de estratégias desenvolvidas pelo PSE.
Sem Cantina – vídeo voltado para estudantes do Ensino Fundamental II, aborda o
tema dos alimentos ultraprocessados, por meio da história de dois adolescentes que
investigam sobre o tema, depois de se depararem com a cantina:
https://youtu.be/4Ql6nOxbyKI
Caminhos da Comida – vídeo voltado para professores e profissionais de saúde, abor-
da as dimensões da alimentação e os componentes do sistema alimentar e, ainda, a
importância da promoção da alimentação adequada e saudável no ambiente escolar:
https://youtu.be/BYw0EVdQbV8

60
3
AS PRÁTICAS
EDUCATIVAS
no campo da saúde

PROFESSORA
Dra. Raquel Cristina Luis Mincoff

PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • A atuação da Equipe Estratégia
Saúde da Família • A atuação da equipe no Programa Saúde na Escola • Estratégias Promotoras da
Saúde alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender a atuação da Equipe Estratégia Saúde da Família como papel apoiador na escola • Apro-
fundar a compreensão da atuação da equipe no Programa Saúde na Escola • Conhecer as estratégias
Promotoras da Saúde alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio.
INTRODUÇÃO

Prezado(a) estudante, seja bem-vindo(a) a mais uma unidade deste livro,


referente à disciplina de Saúde e Educação. Nesta unidade, você conhecerá
a atuação da equipe de saúde que compõe a Estratégia Saúde da Família
(ESF), no contexto da saúde pública. Essa equipe serve de apoio ao desen-
volvimento e acompanhamento das crianças inseridas em escolas, presen-
tes no território da Unidade Básica de Saúde (UBS).
Nas unidades anteriores, você conheceu a história da saúde até a cria-
ção do Sistema Único de Saúde (SUS), seus componentes principais, os
conceitos do Programa Saúde na Escola (PSE) e os recursos necessários
para o acompanhamento de necessidades alimentares, na promoção e pre-
venção de agravos, na manutenção da cultura de paz, da saúde bucal, enfim,
um programa relevante em parceria com as ações da Educação.
É importante que você aprofunde seus conhecimentos sobre a Promo-
ção à Saúde, as ações e estratégias que a equipe de saúde realiza no âmbito
escolar. Estas estão relacionadas aos Objetivos do Desenvolvimento do
Milênio (ODS), indicadores brasileiros propostos pela Organização das
Nações Unidas (ONU), no intuito de assegurar uma vida saudável e pro-
mover o bem-estar para todos, em todas as idades.
Essa proposta vem de encontro às necessidades globais das crianças,
em que a saúde tem papel fundamental na melhoria das condições de vida
dos escolares. Nesse sentido, é importante você compreender a abordagem
que a equipe de saúde pode proporcionar aos profissionais da educação,
no sentido de preservar a saúde dos escolares.
Aproveite! Bons estudos!!
1
A ATUAÇÃO DA EQUIPE

UNICESUMAR
ESTRATÉGIA
Saúde da Família

Qual seria a relevância em conhecer a atuação da Estratégia Saúde da Família


(ESF) para os profissionais da educação? Como conversamos anteriormente, a
Atenção Primária à Saúde (APS) visa a atender as demandas de saúde das pes-
soas, nos diversos ciclos da vida, ou seja, da infância à longevidade. A Aten-
ção Primária à Saúde (APS) é organizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e
as estratégias desenvolvidas pela ESF acontecem por meio da atenção integral à
saúde, com características de equipes multiprofissionais para atender às deman-
das populacionais das famílias domiciliadas no território em que se localiza a
Unidade Básica de Saúde (UBS) (FONTANA; LACERDA; MACHADO, 2016).
A APS foi implantada para reorientar o processo de trabalho e ampliar a
resolutividade, impactando na situação de saúde das pessoas. Para a sua compo-
sição, é necessária uma equipe multiprofissional composta por um médico, um
enfermeiro, um auxiliar e/ou técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de
Saúde (ACS). Agregam a essa configuração profissionais da saúde bucal, como o
cirurgião dentista e técnico, ou auxiliar de saúde bucal (BRASIL, 2012a). Refle-
tindo sobre a questão apresentada, entendemos que o profissional da educação
atua em conjunto com essa equipe, no acompanhamento e indicação assistencial
de crianças, em alinhamento com a família. Dessa forma, essa orientação é ne-
cessária para o bom desempenho do escolar.

63
Você deve, agora, pensar: como atua essa equipe de saúde? Como se dá essa
UNIDADE 3

relação com a escola? Bem, ela é parte integrante do contingente de profissio-


nais que atuam na UBS, como propõe a Política Nacional da Atenção Básica
(PNAB). Esse modelo de atenção foi implantado pelo governo federal para
acompanhar e atender os problemas de saúde das pessoas de um determinado
território. O que seria esse território, então? Basicamente, a região determinada
em mapa geográfico, com a quantidade definida de população e número de
famílias, que pode variar de equipe para equipe, considerando as necessidades
de cada área (BRASIL, 2012b).
Quando falamos em território, também usamos o termo “adscrição’’. Este
significa mapear a população de um território e fornecer os dados para a ESF
planejar sua atuação na área (GARCIA et al., 2015). Assim, essa equipe é respon-
sável por contemplar um conjunto de ações coordenadas e orientadas, atuando
de forma colaborativa, em caráter individual e coletivo, com foco na promoção,
prevenção, recuperação e reabilitação das pessoas na comunidade (FONTANA;
LACERDA; MACHADO, 2016).
O papel de mapear esse território cabe aos ACS que fazem o acompanhamen-
to de até 750 pessoas para cada agente, e soma-se ao total de até 4000 pessoas
atendidas por equipe ESF, contando que uma equipe pode ter até 12 ACS (BRA-
SIL, 2012b). Para melhorar a sua compreensão, esse número de atendimentos
por equipe ESF é estabelecido por meio de um cálculo simples, considerando o
número de habitantes nos municípios. Dessa forma, um município, com até 20
mil habitantes, pode ter até três equipes atuando na área (BRASIL, 2012b). A atua-
ção da equipe vai além de mapear o território, são atribuições (BRASIL, 2012b):
■ Programar e implementar as atividades de atenção, de acordo com as
necessidades de saúde da população, com a priorização de intervenções
clínicas e sanitárias, segundo critérios de risco e vulnerabilidade. Inclui-se
o planejamento e a organização da agenda de trabalho compartilhado de
todos os profissionais.

■ Desenvolver ações que priorizem os grupos e os fatores de risco clíni-


co-comportamentais, alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de
prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças e danos evitáveis.

■ Realizar o acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, ava-


liação de necessidade de saúde e análise de vulnerabilidade, tendo em
64
vista à responsabilidade da assistência resolutiva à demanda espontânea

UNICESUMAR
e o primeiro atendimento às urgências.

■ Prover atenção integral, contínua e organizada à população adscrita.

■ Realizar atenção à saúde na UBS, no domicílio, em locais do território


(salões comunitários, escolas, creches, praças etc.) e em outros espaços
que comportem a ação planejada.

■ Implementar diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e gestão,


tais como a participação dos profissionais nos processos de gestão, a valo-
rização e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados na produção de
saúde, o compromisso com a ambiência e com as condições de trabalho.

■ Participar do planejamento local de saúde, assim como do monitora-


mento e avaliação das ações na sua equipe, unidade e município, visando
à readequação do processo de trabalho e do planejamento diante das
necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas.

■ Desenvolver ações intersetoriais, como educação, saneamento, serviço


social, integrando projetos e redes de apoio social, voltados para o desen-
volvimento de uma atenção integral.

■ Realizar atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas


de saúde controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade
física de locomoção até uma UBS.

Percebeu quantas responsabilidades a equipe tem? Existem outros locais que


recebem a mesma atenção pela ESF, como a população vulnerável que perma-
nece nas ruas, as pessoas que vivem em regiões ribeirinhas, ou seja, que resi-
dem próximo aos rios. Merece destaque as ações, como a assistência à criança
e o Programa Saúde na Escola, que dialogam com outros setores, por isso, são
consideradas intersetoriais.
Nesse panorama, seria ideal aproximar a UBS do local onde as pessoas mo-
ram, trabalham, estudam e vivem, a fim de que, assim, possam contribuir para
que a população tenha acesso à saúde de qualidade. Esta proximidade com o
65
contexto social, no qual os usuários estão inseridos, possibilita o processo de
UNIDADE 3

territorialização, reconhecimento dos determinantes e condicionantes da saúde


bem como os aspectos relevantes do processo saúde e doença da comunidade.
Desse modo, promovemos o desenvolvimento de vínculos e responsabilização
sanitária por parte das equipes e das pessoas (GARCIA, 2015).
Outro ponto de atenção na saúde pública, que apoia as ações da ESF, é o
Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), ele foi criado para abranger as es-
tratégias da ESF, em busca de resolver as demandas populacionais (BROCARDO
et al., 2018). O NASF foi criado em 2008, na intenção de resolver os problemas
de saúde das pessoas, no apoio matricial dos serviços ofertados na ESF, ou seja,
auxiliar no cuidado centrado no indivíduo, com unidades físicas independentes,
e não apenas como um serviço especializado na saúde.
São componentes do NASF, equipe multidisciplinar: médico acupunturista,
assistente social, educador físico, farmacêutico, fonoaudiólogo, médico homeopa-
ta, ginecologista/obstetra, fisioterapeuta, psicólogo, médico psiquiatra, terapeuta
ocupacional, médico geriatra, médico veterinário, entre outros (BRASIL, 2012a).
Estas profissões exemplificam o apoio integrado dispensado à ESF na melhoria da
qualidade do acesso e do atendimento, dando suporte aos atendimentos sinalizados
e necessitados de resolução e medidas terapêuticas (BROCARDO et al., 2018).
Vale destacar que a atuação da equipe busca o apoio entre as ações no cará-
ter pedagógico, não somente assistenciais, ou seja, uma organização do ponto
de atenção que tem como foco a colaboração entre as equipes responsáveis, no
compartilhamento de saberes, na construção de planos terapêuticos, ações de
educação em saúde. Tudo isso no intuito de promover a saúde das pessoas, pre-
venindo os agravos (MELO et al., 2018).
Você deve se perguntar: e a Escola? A escola está inserida nesse território e, no
contexto da saúde pública, os profissionais são a ponte entre o cuidado integral,
que os profissionais da equipe de saúde desempenham, considerando as neces-
sidades de saúde, e os programas existentes no SUS (MELO et al., 2018). Nesse
contexto, apresentaremos para você o programa mais relevante direcionado à
saúde da criança. Vamos lá!!

66
UNICESUMAR
A Saúde Bucal das Crianças

Cuidar da saúde bucal das crianças é uma ação que pode ser desempenhada pelos
profissionais da saúde, alinhada com os profissionais da educação e com o apoio
da família. O acompanhamento dos hábitos de higiene, o controle de ingestão
de açúcares e a alimentação podem melhorar a qualidade de vida dos escolares.
Uma das principais doenças bucais, a cárie dentária, é importante fator de risco
para o desenvolvimento de outras doenças e, por isso, merece atenção quando se
inicia antes do 3º ano de vida da criança (BRASIL, 2012a).
A doença da cárie inicia-se, às vezes, durante o período da amamentação, pos-
teriormente ao uso de mamadeiras, considerando a higiene precária e a ingesta
de bebidas açucaradas. Outro fator importante está relacionado à alimentação,
crianças desnutridas ou com baixo consumo de alimentos saudáveis podem alte-
rar a salinidade da boca, deixando os dentes mais vulneráveis (BRASIL, 2012b).

67
UNIDADE 3

A cárie dentária é uma infecção nos dentes que progride, lentamente, nas pessoas
e, se não tratada, evolui até a completa destruição da estrutura dentária (FEJER-
KOV; KIDD, 2005). Existem alguns fatores que determinam e podem modificar
a doença, a saber:
■ Hospedeiro: que compreende os dentes e a saliva. O dente é o local de
manifestação da doença, e a saliva possui efeito de tampão, ou seja, pro-
teção contra a presença de micro-organismos, pois, nela, contém íons de
bicarbonato e fosfato que os neutralizam.
■ Micro-organismos: a boca possui diversos micro-organismos, como
Streptococcus mutans, Streptococcus sobrinus e Lactobacillus. As bacté-
rias cariogênicas produzem ácidos, por meio da fermentação de alimentos
com carboidratos (que se transformam em açúcar) e conseguem sobre-
viver no meio ácido.
■ Dieta: os alimentos que favorecem o crescimento bacteriano, como os
carboidratos, iniciam a digestão na boca, e por permitirem a fermentação,
facilmente, podem determinar a doença.

68
■ Tempo: fator que interfere se estiver associado ao hospedeiro, micro-or-

UNICESUMAR
ganismos e à dieta.

Já os fatores modificadores têm relação com o contexto social (baixa escolaridade,


desconhecimento, falta de acesso ao tratamento), econômico e comportamental
(higiene e hábitos de vida), alinhados, ainda, aos fatores (CERQUEIRA, 2019). Veja
bem, os profissionais da educação acompanham as crianças desde as primeiras
idades, principalmente àquelas que são inseridas nas creches de período integral.
As orientações preventivas devem acontecer não só no ambiente escolar, articu-
lado com as ações de educação em saúde dos familiares, considerando, é claro, o
contexto socioeconômico e cultural de cada família (RAMALHO et al., 2019).
Quais seriam, então, as estratégias preventivas e promotoras da saúde de res-
ponsabilidade da equipe de saúde, com o apoio da escola, para amenizar a pro-
blemática? Para ambos os ambientes (saúde e educação), prioriza-se conhecer o
perfil epidemiológico da comunidade e dos escolares, saber quais se destacam na
comunidade e a sua influência direta com as crianças e as famílias. Consideran-
do as ações promotoras de saúde, a Educação em Saúde fornece informações
e orientações do processo saúde-doença bem como dos fatores de risco. Além
disso, estimula o autocuidado nas pessoas e a responsabilidade da família na hi-
giene bucal das crianças. Os assuntos devem ser pedagogicamente trabalhados,
por meio de atividades, como oficinas de saúde, teatro, discussões dialogadas,
cartazes, enfim, recursos didáticos pedagógicos (CERQUEIRA, 2019). As ações
protetivas, por sua vez, incluem:
■ A fluoretação da água, por meio de ações intersetoriais cuja prioridade
é governamental, mas que possibilita o tratamento adequado da água
distribuída à população.
■ Na aplicação tópica de flúor, no entanto, esse procedimento é realizado pela
equipe de saúde nas UBS e, quando necessário, ações pontuais na escola.
■ A Higiene bucal supervisionada visa ao controle das cáries e pode ser
realizada pela equipe de saúde, na UBS, por meio de orientação para a
escovação e estímulo ao autocuidado.
■ O tratamento adequado na recuperação dos dentes, com uso de selantes,
prevenção de quedas, restaurações, enfim, a recuperação da dentição.

Vale destacar que o cuidado se inicia em casa, estende-se à escola e é acompanha-


do pela equipe de saúde, no serviço público ou privado de saúde. Interessante, não
69
é mesmo? Nessa conversa, você compreendeu que a atuação do profissional da
UNIDADE 3

educação vai além do contexto pedagógico, cabe aos pedagogos desenvolverem


um olhar holístico, do todo e ampliado, no que se refere à saúde das crianças.
Mas não para por aqui. A seguir, versaremos sobre a atuação da equipe de saúde
no Programa Saúde na Escola!

2
A ATUAÇÃO DA EQUIPE
NO PROGRAMA
saúde na escola

Caro(a) estudante, como vimos na unidade anterior, o Programa Saúde da Escola


visa a articular ações da Educação e da Saúde com estudantes na rede pública e
privada de ensino, atendendo aos critérios de promoção, prevenção e atenção à
saúde. Desse modo, como você já conhece os seus objetivos e propostas, nesta
aula, compreenderá como atua a equipe de saúde nesse processo e, para isso, é
importante saber quais são as suas atribuições.
De forma geral, as ações são reconhecidas pelo Decreto presidencial nº 6.286,
de 5 de dezembro de 2007. Assim, compete à equipe de saúde o trabalho em equi-
pe, estabelecer parcerias com os profissionais da educação, com base no proposto
pela Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) e as propostas pedagógicas
70
das escolas (BRASIL, 2009). A seguir, você estudará as competências esperadas e

UNICESUMAR
preconizadas por lei para os profissionais da saúde (Quadro 1):

Profissionais Competências

Inserir o debate de temas da saúde (alimentação saudável,


saúde bucal, comportamentos, hábitos de higiene, obesi-
dade, violências, drogadição, inclusão social) no currículo
escolar. Capacitar-se, por meio da Educação Permanente em
Saúde. Acompanhar os escolares e as famílias nos domicílios
Todos e na escola. Convidar os familiares e professores em grupos
educativos e promotores da saúde. Orientar e acompanhar
o calendário vacinal das crianças. Realizar ou encaminhar os
escolares para o atendimento oftalmológico na manutenção
da acuidade visual. Acompanhar os estudantes vulneráveis
que se beneficiam do Programa Bolsa-família.

Acompanhar clinicamente a criança na UBS. Acompanhar e


encaminhar ao oftalmologista as crianças com baixa acui-
Médico dade visual, ao otorrinolaringologista, em casos de baixa
acuidade auditiva, ou ao fonoaudiologista, para a fonação e
fala. Monitorar os efeitos adversos provenientes de vacinas.

Avaliar as condições clínicas e psicossociais das crianças.


Aferir a pressão arterial das crianças e indicar o acom-
Enfermeiro panhamento médico, em caso de alterações. Monitorar,
aplicar e registrar efeitos adversos de vacinas. Verificar e
monitorar os dados antropométricos dos estudantes.

Auxiliar ou
Aplicar a dose vacinal, conforme necessidade da carteira
técnico de
vacinal.
enfermagem

Acompanhar os demais profissionais da equipe de saúde.


Agente Co-
Visitar a escola e encaminhar solicitações. Contribuir com
munitário de
atividades de mobilização social, campanhas nacionais e
Saúde
demandas regionais.

71
Cirurgião Acompanhar e indicar as necessidades das crianças, em
UNIDADE 3

dentista saúde bucal.

Apoio matricial na coordenação do cuidado escolar. Cons-


truir e propor planos terapêuticos dialogados com a equipe
NASF
ESF. Articular com a equipe ESF e profissionais da educação
proteção social, com foco no ambiente escolar.

Quadro 1 - Competências esperadas pelos profissionais da saúde no contexto do Programa


Saúde na Escola / Fonte: adaptado de Brasil (2009).

Conhecer a atuação de cada profissional da saúde pública permite a identificação


do papel de cada um, diante das situações que o pedagogo enfrenta em sala de
aula. Para esclarecer, ainda mais, essa abrangência de atuação, indico uma leitura
que ampliará seus conhecimentos.

conecte-se

A creche como promotora da amamentação e da alimentação adequada e sau-


dável é um livro que retrata o olhar voltado à promoção da alimentação ade-
quada e saudável esperada nas escolas. Também contextualiza a alimenta-
ção nos ambientes das creches, desde a amamentação até os anos de idade
das crianças que a frequentam, bem como as ações para potencializar as
estratégias promotoras da saúde. Confira no link.

explorando Ideias

Preocupado com a promoção da alimentação saudável, o Ministério da Saúde lançou um


manual para estimular, de maneira autônoma, a alimentação saudável dos escolares. O
profissional pedagogo pode utilizá-lo para apresentar, de maneira didática, orientações
de como o estudante deve se portar diante das alterações fisiológicas e comportamentais,
decorrentes da alimentação, bem como a apresentação dos alimentos, isto é, seu conteú-
do nutricional. Descreve, também, as comidas típicas, aquilo que se encontra nas diversas
regiões do país, as frutas, verduras e legumes encontrados em cada Estado nacional. De
maneira didática pedagógica, discute a manutenção do peso nas diferentes idades, enfim,
é um material rico em informações, com linguagem acessível e compreensível para os
estudantes. Vale a pena explorar esse conhecimento para que você possa futuramente,
ao atuar na educação, utilizá-lo nas suas atividades acadêmicas.
Fonte: Brasil (2012a).

72
UNICESUMAR
pensando juntos

O papel da Saúde no contexto da Educação vai além de trabalhar temas voltados à vio-
lência, fora ou dentro da escola, e a prevenção de acidentes. Dessa forma, o profissional
que está em constante aprendizado é o melhor qualificado para fazer a diferença na vida
das crianças.

A importância em conhecer o papel da equipe de saúde, no cuidado das crianças,


no ambiente escolar vai além da sala de aula. O trabalho intersetorial e em equipe
garante a melhoria da qualidade de vida das crianças, proporcionando-lhes o de-
senvolvimento saudável e a manutenção da saúde física e emocional. A proximi-
dade dessas duas áreas de atuação, portanto, ancorada com o apoio dos estudantes
e os familiares, possibilita ações concretas na abordagem das vulnerabilidades
e dos condicionantes sociais do processo saúde-doença (CHIARI et al., 2018).
Nesse contexto, algumas fragilidades podem ser observadas, principalmente se
não houver a atuação efetiva dos gestores escolares e da saúde, pois a efetivação do
PSE nas escolas depende de: investimento, recursos e o efetivo acompanhamento
da rede básica de saúde.
Nesse sentido, Chiari e outros autores (2018) discutem a ampliação das ações
intersetoriais do PSE, que se deu a partir de 2013, com avaliações clínicas nas
áreas da oftalmologia, nutrição e odontologia bem como a atuação no acompa-
nhamento da saúde mental das crianças, além das ações de promoção e prevenção
à saúde (CHIARA et al., 2018). O que se espera do trabalho colaborativo entre
os setores da saúde e escolares é a integralidade do cuidado e, por isso, necessita
de engajamento governamental na efetivação da proposta do Programa Saúde
na Escola, no sentido de manter o diálogo, a troca de saberes, trabalho conjunto
e a articulação entre as outras estruturas sociais. Assim, os benefícios para os es-
colares seriam a base para um crescimento saudável da infância a idades futuras
(SOUZA; ESPERIDIÃO; MEDINA, 2017).
Você percebeu, caro(a) estudante, que há muito o que se fazer para as crianças
e compreendeu o papel distinto dos setores envolvidos, tema relevante para a sua
formação na educação. Agora, você conhecerá as estratégias de saúde discutidas
mundialmente para a promoção da saúde das pessoas, em especial às crianças.

73
3
ESTRATÉGIAS PROMOTORAS
UNIDADE 3

DA SAÚDE ALINHADAS
AO OBJETIVO
do desenvolvimento
do milênio

A proposta do Objetivo do Desenvolvimento do Milênio (ODM) surgiu em 1987,


por meio do relatório “Nosso Futuro Comum” apresentado na Conferência das
Nações Unidas sobre o meio ambiente, o Rio 92, na cidade do Rio de Janeiro, em
1992. O “Marco de parceria das Nações Unidas para o Desenvolvimento Susten-
tável” (2017-2021) foi lançado no ano de 2016. Este documento de cooperação
internacional foi apresentado em resposta à agenda de desenvolvimento global,
a Agenda 30, para o desenvolvimento sustentável (ONU, 2016).
Os objetivos do milênio influenciaram os países que o adotaram, no enfren-
tamento dos desafios sociais no início do século 21, como erradicação da po-
breza, ensino básico e universal, promoção da igualdade e qualidade de gênero
e autonomia das mulheres, redução da mortalidade infantil, melhoria da saúde
materna, combate de doenças incuráveis, como o HIV/AIDS, e outras curáveis,
como a malária, garantia da sustentabilidade ambiental e parceria mundial para
o desenvolvimento (ONU, 2016).
Você pode se perguntar, qual a razão do pedagogo compreender essa te-
mática? Que influência esses objetivos têm na educação? Em 2015, houve outra
discussão sobre o tema para a proposta do desenvolvimento até 2030, com novos
objetivos. Estes se ancoram em três dimensões: econômica, social e ambiental.
Os objetivos visam a estimular e apoiar as pessoas, o planeta, a prosperidade, a
paz e as parcerias (Figura 1):
74
UNICESUMAR
Pessoas
Erradicar a pobreza e a fome
de todas as maneiras e garantir
a dignidade e igualdade

Planeta
Proteger os recursos
naturais e o clima
do nosso planeta
para as gerações
futuras Prosperidade
DESENVOLVIMENTO Garantir vidas
prósperas e plenas
SUSTENTÁVEL em harmonia com
a natureza

Parcerias
Implementar a agenda
por meio de uma Paz
parceria global Promover sociedades pacíficas,
sólida justas e inclusivas

Figura 1 - Integração dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável na proposta da Agenda


2030 / Fonte: ONU (2016, p. 15).

As estratégias promotoras da saúde nas escolas se enquadram no desenvolvimento


da erradicação da pobreza, implementando o acesso à educação em todas as classes,
como garantia dos direitos das crianças. Além disso, na escola, estas são assistidas e
garantem uma alimentação saudável e acesso à saúde. Outro ponto que tem relação
com os objetivos do ODS é a promoção da cultura de paz, no intuito de diminuir
a violência individual, escolar e familiar (CASTRO FILHO, 2018).
Dos objetivos do ODS, o quarto – Educação de Qualidade – é uma das
contribuições essenciais no ambiente escolar. Seu intuito é promover uma
educação inclusiva e equitativa no aprendizado constante, ao longo da vida
(CASTRO FILHO, 2018). Este compreende a promoção da educação inclusiva,
igualitária e baseada nos direitos humanos e no desenvolvimento sustentável.
Entretanto a proposta foca no empoderamento do indivíduo e na redução das
vulnerabilidades no seu desenvolvimento (ONU, 2016). Algumas metas para
serem alcançadas no ano de 2030 são:
■ Aumentar o número de professores qualificados e a cooperação interna-
cional na formação destes.
75
■ Aumentar as bolsas para o desenvolvimento do professor, com uso da
UNIDADE 3

tecnologia da informação e da comunicação, entre outros.


■ Melhorar as instalações físicas das escolas alinhadas às deficiências e gê-
neros, com proposta de ambientes seguros e não violentos.
■ Capacitar os educadores para o desenvolvimento sustentável, estilo de
vida saudável, igualdade de gênero, cidadania global, cultura de paz, di-
versidade cultural.
■ Garantir a alfabetização com conhecimento básico de matemática.
■ Promover nos jovens as habilidades técnicas, profissionalizantes e em-
preendedoras.
■ Promover o ensino de qualidade da fase pré-escolar até o ensino médio,
com posterior atuação no ensino superior.

Em se tratando da educação para o desenvolvimento sustentável, vale destacar a


relevância das ações que se desenvolvem mundialmente, seguindo a proposta dos
ODS. Reorientar a educação direciona a aquisição de competências, habilidades,
atitudes e valores, pelo fato da aprendizagem ocupar um longo período do tempo
das crianças (CESARETTO; RUIZ, 2020).
Os objetivos dialogam com as políticas públicas já existentes no país, em
estratégias que visam, também, à promoção da alimentação saudável. Nesse con-
texto, as crianças são acompanhadas nas escolas, por meio de um profissional da
nutrição, que orienta e direciona o cardápio alimentar (BRASIL, 2012). O governo
federal disponibiliza vários guias, como apoio aos profissionais da educação para
o acompanhamento alimentar.
Vale ressaltar que a escola é, para grande parte das crianças, o local de fonte
alimentar, considerando o contexto socioeconômico. E o acompanhamento ali-
mentar é realizado em creches (berçários), escolas do ensino infantil até o médio
da rede pública de ensino. Esse contexto está, diretamente, ligado aos Objetivos
1 (erradicar a extrema pobreza e a fome), 2 (atingir o ensino básico universal) e
4 (reduzir a mortalidade infantil) (ONU, 2016). Atualmente, no país, temos os
materiais de referência para esse suporte alimentar:
■ Guia alimentar para crianças brasileiras menores de dois anos (2019).
■ A creche como promotora da amamentação e da alimentação adequada
e saudável (2018).
■ Caderno de atividades: Promoção da alimentação adequada e saudável -
Educação infantil e ensino fundamental (2018).
76
■ Alimentação saudável para crianças menores de dois anos: álbum seriado

UNICESUMAR
(2011).
■ Guia popular da alimentação brasileira (2019).

Essas ações corroboram para o desempenho e acompanhamento do escolar e ser-


vem de suporte ao profissional da educação, atuante nos ambientes educacionais.
Promover o hábito da alimentação saudável nas escolas estimula o combate à obe-
sidade infantil, evidente no Brasil. Isto direciona para alguns fatores de risco, como:
o sobrepeso ou a obesidade dos pais, a inatividade física, também evidente, con-
siderando o uso excessivo de tecnologias, a ausência de aleitamento materno e os
hábitos alimentares e não saudáveis dos cuidadores das crianças (BRASIL, 2012a).
A obesidade infantil, se não tratada adequadamente, pode gerar a cronicidade
no indivíduo adulto, conhecida hoje como Doenças Crônicas Não Transmissíveis
(DCNT). Incluem, nestas, o Diabetes Mellitus (DM), a Hipertensão Arterial e
Sistêmica (HAS), a obesidade, as doenças oncológicas (cânceres). A mortalidade
atual em decorrência dessas doenças é de 63% e, por isso, existe o Objetivo 2
(atingir o ensino básico universal) dos ODM (ONU, 2016).
Nesse sentido, a violência mantém destaque no público infantil. Aqui, conside-
ra-se os variados tipos de violência, como verbal, física e social. Desse modo, o Obje-
tivo 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes) prima pela garantia do desenvolvimento
sustentável, da justiça para todos e pela construção de instituições responsáveis e
inclusivas em todas as classes. Dentre as metas deste objetivo, destacam-se:
■ A promoção e o cumprimento de leis não discriminatórias.
■ Assegurar o acesso público às informações e fornecer identidade legal
para todos.
■ A promoção do Estado de Direito, nacional e internacional, com igual-
dade de acesso à justiça.
■ Acabar com o abuso, exploração, tráfico e outras formas de violência e
tortura contra crianças e, com isso, reduzir as taxas de mortalidade rela-
cionadas.

Bem, todos os objetivos do ODM são importantes para o mundo global, por isso,
na educação se faz necessário conhecê-los, com ênfase nos que estão diretamente
ligados à Escola e, de alguma forma, contribuem na formação do pedagogo.

77
UNIDADE 3

conecte-se

Para você compreender a proposta de todos os Objetivos do Desenvolvi-


mento Sustentável atrelado aos programas existentes em nosso país, indico
que você acessar o site das Nações Unidas no Brasil. Ali, você encontrará a
proposta em uma linguagem comum e intuitiva, que ajudará você, estudan-
te, a pensar nas propostas de uma Educação de Qualidade, em qualquer
ambiente educacional que irá atuar. Segue o link:

Nessa unidade, você compreendeu a atuação da equipe de saúde pública vin-


culada ao sistema público de saúde e pode contextualizá-la com a atuação
no Programa Saúde na Escola. Além disso, conheceu os principais objetivos
propostos pela Organização das Nações Unidas, no intuito de desenvolver as
pessoas e governos para viverem em um mundo justo e solidário. Foi muito
bom tê-lo conosco! Até a próxima unidade.

78
CONSIDERAÇÕES FINAIS

UNICESUMAR
Compreender as ações que são desempenhadas pelos profissionais da saúde em
colaboração aos da educação é primordial para a garantia de uma educação de
qualidade em todos os níveis. As estratégias de saúde assistem as pessoas em sua
integralidade, por meio de programas, políticas e ações promotoras da saúde, no
contexto das crianças, jovens, adultos e idosos.
O programa saúde na escola é uma proposta do governo federal para garantir
o mínimo necessário aos estudantes matriculados na rede pública de ensino, em
relação ao acompanhamento e à garantia de uma educação igualitária para as crian-
ças. Importante reconhecer o papel dos profissionais da educação, neste contexto,
e as ações desempenhadas por eles, no que se refere à manutenção da alimentação
saudável, da promoção da saúde bucal, emocional e mental, no combate à violência,
desnutrição e obesidade. Além disso, o programa saúde na escola atua como apoio
à equipe de saúde e faz a ponte com os familiares, no ambiente escolar.
Algumas estratégias promotoras da saúde foram discutidas, tendo como foco
os objetivos do ODM, relacionados ao ambiente escolar. Os objetivos configu-
ram-se como propostas mundiais para o enfrentamento de situações de saúde,
pobreza, igualdade, com o olhar voltado ao meio ambiente, às parcerias e inte-
gração das pessoas em busca de um mundo melhor, com condições iguais de
bem-estar e qualidade de vida.
Compreender o papel do educador na construção da cidadania das crianças,
portanto, é construir um futuro espetacular na vida delas. Claro que é necessá-
rio o aprofundamento dos profissionais da educação nesse conteúdo, pois eles
são indiretamente responsáveis, junto com as famílias, pelo desenvolvimento e
acompanhamento das crianças em idade escolar.

79
na prática

1. O ingresso das crianças no ambiente escolar requer ações intersetoriais que arti-
culam áreas como a Saúde e a Educação. Estratégias que requerem competência e
sensibilidade na identificação das possíveis fragilidades que prejudiquem o desem-
penho da criança na escola. Em relação ao Programa Saúde na Escola, assinale a
alternativa correta:

a) Uma das estratégias é coordenar o envolvimento dos professores no cuidado à


saúde bem como de todos os demais profissionais, em todos os níveis.
b) Articular ações de cultura de paz, mas sem incluir a opção da educação inclusiva.
c) A comunicação é essencial nessa parceria da escola com a saúde, mas parte da
necessidade que a saúde tem no acompanhamento das crianças.
d) O programa colabora no cuidado integral ao indivíduo, mas desconsidera os
aspectos sociais, como a cidadania.
e) Fortalece a participação dos profissionais da saúde e da educação sem incluir a
participação comunitária, quando houver necessidade.

2. A escola, às vezes, é o local em que as crianças com condições socioeconômicas


desfavorecidas fazem as suas únicas refeições. O programa de alimentação saudável
objetiva observar e acompanhar o que as crianças consomem de forma balanceada,
mas demanda responsabilidades aos profissionais da saúde e da educação. Sobre
este assunto, avalie as afirmações a seguir

I - A escola deve fornecer informações a todos os pais quanto ao esquema familiar


de alimentação, seguindo o recomendado pelo Ministério da saúde.
II - A escola deve orientar a família a permitir o consumo de todos os tipos de ali-
mentos pelas crianças.
III - A escola deve orientar a família a proibir o consumo de guloseimas e carboi-
dratos.
IV - A escola deve orientar a família a incentivar a ingesta hídrica, principalmente dos
escolares nas séries iniciais.

80
na prática

Está correto o que se afirma em:

a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I e IV, apenas.

3. Considerando as estratégias promotoras da saúde, condizente com os Objetivos


do Desenvolvimento do Milênio, avalie as situações propostas e considere V para
verdadeiro e F para falso:

( ) Os objetivos foram criados para atender uma demanda mundial de combate


a doenças que causavam a mortalidade infantil, a erradicação da pobreza e
outros fatores.
( ) Ele é estimulado nos países da América Latina.
( ) Embora as estratégias sejam abrangentes, o foco maior é voltado para a área
da saúde.

Assinale a alternativa correta:

a) V, V, F.
b) F, F, V.
c) V, F, V.
d) F, F, F.
e) V, V, V.

4. Os 10 passos da alimentação saudável estabelecidos pelo ministério da saúde são


estratégias que ditam a atuação dos profissionais da saúde e da educação. Descreva
três passos que têm relação direta com a Saúde e a Educação.

5. Baseado nos objetivos estabelecidos para o cumprimento da Agenda 2030 do De-


senvolvimento sustentável, explique o sentido de cada objetivo.

81
aprimore-se

OS DEZ PASSOS DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Passo 1: “Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou
qualquer outro alimento”. Dica ao profissional e à equipe: rever se as orientações
sobre aleitamento materno exclusivo são fornecidas desde o acompanhamento
pré-natal até a época da alimentação complementar.

Passo 2: “A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimen-
tos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais”. Dica ao profissional
e à equipe: antes de dar a orientação deste passo, perguntar à mãe ou ao cuidador
como ela (ele) imagina ser a alimentação correta da criança e, a seguir, convidem-
-na(o) a complementar seus conhecimentos, de forma elogiosa e incentivadora.

Passo 3: “Após seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, car-
nes, leguminosas, frutas, legumes) três vezes ao dia, se a criança receber leite ma-
terno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada”. Dica ao profissional e à equipe:
sugerir receitas de papas, tentando dar a ideia de proporcionalidade, de forma prá-
tica e com linguagem simples.

Passo 4: “A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horá-


rios de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite
da criança”. Dica ao profissional e à equipe: uma visita domiciliar pode ser uma es-
tratégia interessante para aumentar o vínculo e orientar toda a família sobre ali-
mentação saudável.

Passo 5: “A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e ofereci-


da de colher; começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente,
aumentar a consistência até chegar à alimentação da família”. Dica ao profissional
e à equipe: organizar, em parceria com a comunidade, oficinas de preparação de

82
aprimore-se

alimentos seguros e/ou cozinhas comunitárias. Convidar famílias com crianças sob
risco nutricional.

Passo 6: “Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada


é uma alimentação colorida”. Dica ao profissional e à equipe: conversar sobre a
estimulação dos sentidos, enfocando que a alimentação deve ser um momento de
troca afetuosa entre a criança e sua família.

Passo 7: “Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições”.


Dica ao profissional e à equipe: pedir à mãe que faça uma lista das hortaliças mais
utilizadas. Depois, aumentar essa lista, acrescentando outras opções não lembra-
das, e destacar alimentos regionais e típicos da estação.

Passo 8: “Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e


outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação”. Dica ao
profissional e à equipe: articular com a comunidade e outros setores uma campa-
nha sobre alimentação saudável.

Passo 9: “Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos: garantir o seu ar-
mazenamento e conservação adequados”. Dica ao profissional e à equipe: realizar
grupo com pais, avós e/ou crianças sobre cuidados de higiene geral, alimentar e bucal.

Passo 10: “Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo


sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação”.
Dica ao profissional e à equipe: avaliar em equipe como está a acessibilidade da
criança doente ao serviço de saúde.

Fonte: adaptado de Brasil (2012a, p. 144-145).

83
eu recomendo!

livro

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


Autor: Marcia Aparecida Sartori, Sergio Marcus Nogueira Tava-
res, Tassiane Boreli Pinato
Editora: Metodista
Sinopse: no cenário atual planetário, de grandes turbulências
com mudanças de atitudes e comportamentos, percebemos que
algumas delas estão brotando de forma natural e outras forçada-
mente necessárias, para este novo momento de proteger toda a vida! Alcançar as
metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) não é o fator prioritá-
rio no meu ponto de vista. Mas, se cada ser humano, cada grupo, cada instituição,
empresa, profissional, perceber que já faz ODS, diariamente, e mesmo os que
nada, ainda, realizam, podem e devem começar hoje... pois o tempo é invisível, é
precioso, nos ensina, nos amadurece, portanto, é urgente e necessário aproveitar
o tempo, para a real mudança nos valores e princípios que desejamos, aos quais
norteiam nosso trabalho, nossa profissão, nossa educação e nossa vida!

conecte-se

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável


Como falar sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para crianças?
Para facilitar esse trabalho, professores do ensino fundamental de todo o país terão
à disposição vídeos e uma publicação, explicando o que são nove dos 17 objetivos.
https://youtu.be/IvS2cQYzSto
https://youtu.be/_6rZTmmonqA
https://youtu.be/NQwqFKerFMg

84
4
DESAFIOS DA
SAÚDE MENTAL
na educação escolar

PROFESSORA
Dra. Raquel Cristina Luis Mincoff

PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • O cuidado com a criança em so-
frimento psíquico no ambiente escolar • A atuação da equipe de saúde no contexto da saúde mental
• A saúde mental do profissional da educação.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conhecer os principais problemas de saúde mental que envolvem as crianças no ambiente escolar •
Compreender a atuação da equipe de saúde, no contexto da saúde mental, bem como os programas
existentes • Descrever o contexto do adoecimento mental de educadores.
INTRODUÇÃO

Prezado(a) estudante, seja bem-vindo(a) à Unidade 4 do livro de Saúde e


Educação. Nesta unidade, você compreenderá os principais fatores e doen-
ças que afetam a saúde das crianças, em processo de aprendizagem nas
escolas. Abordaremos algumas delas, como o transtorno da ansiedade, a
depressão infantil, o bullying escolar e o sofrimento causado por violências.
Situações essas, cada vez mais, intensas no contexto educacional. Desse
modo, o sofrimento causado por maus tratos verbais e físicos, no ambiente
escolar, deve ser tratativa prioritária no combate à violência.
Esses problemas de saúde afetam, consideravelmente, as crianças na
fase escolar, por isso, é importante que o profissional da educação conheça
os transtornos ou as doenças que podem acometer às crianças bem como o
fluxo de profissionais que podem prestar suporte para, assim, encaminhar
adequadamente aos cuidados do serviço de saúde. O objetivo é prevenir
a continuação dos problemas que afetam a vida adulta e causam danos, às
vezes, irreparáveis ao indivíduo. Estes se tornam pontos de atenção a serem
trabalhados dentro da escola, com auxílio de familiares e educadores.
Os profissionais da saúde atuam no suporte à escola e à família, por
meio de orientação, assistência e encaminhamento aos serviços de saúde
especializados, como o acompanhamento psiquiátrico e psicológico. No
entanto o olhar não deve ser apenas direcionado aos estudantes, os pro-
fessores também passam por sofrimento psíquico e podem desenvolver
patologias mentais, por exemplo, a síndrome de Bournout. Esta é a mais
conhecida no meio acadêmico, mas a discussão se dá para outras doenças,
como a ansiedade, depressão, exaustão mental e emocional, que afetam
silenciosamente os profissionais da educação e podem levar ao agrava-
mento de comorbidades instaladas, como a Hipertensão Arterial Sistêmica,
estresse patológico, Diabetes mellitus, entre outros.
Na Unidade 4, desse modo, o foco está nos assuntos supracitados e, por
isso, propõe estimular a sua curiosidade em busca de melhor capacitação
para atuar na educação de crianças. Aproveite! Bons estudos!
1
O CUIDADO COM A

UNICESUMAR
CRIANÇA EM
sofrimento psíquico
no ambiente escolar

Prezado(a) estudante, convido você a conhecer as possibilidades de sofrimento


das crianças, dentro da escola. Assunto pertinente para quem ingressa esse ce-
nário e precisará lidar com essa problemática cotidianamente, vamos lá! No am-
biente escolar, é comum os educadores observarem alterações comportamentais
nas crianças, seja na forma aguda, seja tardiamente, com sinais crônicos ou com
doenças já instaladas. Vários fatores colaboram para desenvolver o sofrimento
psíquico, como os fatores genéticos, convívio familiar, contexto socioeconômico
e estresse, que encontramos nos ambientes. Inicialmente, abordaremos, então,
como identificar o sofrimento das crianças, os sinais e sintomas que podem se
associar ao aparecimento de doenças.
A criança é considerada uma pessoa, e, por se denominar assim, compreen-
de-se que pessoa é toda aquela que já vivenciou experiências ou tem percepção
da vida atual ou futura, seja por expectativas, seja por crenças, além de ter família
(BRASIL, 2018). Nesse sentido, toda pessoa é envolvida no contexto cultural, com
direitos, obrigações e trabalho, e assume diversos papéis.
Pensando nessa abordagem geral, na interação da pessoa, o sofrimento pode
surgir em qualquer fase da vida, desde a infância até a velhice. É considerado
um fenômeno, que se desenvolve de maneira física ou psicológica, nós o co-

87
nhecemos como doenças. Entretanto sofrimento não é sinônimo de dor, mas a
UNIDADE 4

dor pode levar ao sofrimento ou, ainda, não é qualquer dor que nos faz sofrer
(LIMA; MOYSÉS, 2019).
No contexto da criança, esta, ao adentrar o ambiente da escola, leva consigo as
vivências familiares, comportamentos e experiências. Quando essas vivências são
incorporadas de maneira negativa, as crianças podem desenvolver dificuldades
em diversas áreas. Muitas vezes, essas dificuldades se manifestam no ambiente
escolar (LIMA et al., 2019).

pensando juntos

O ambiente escolar é um local de aprendizagem bem como espaço de expressão dos


sentimentos das crianças. Mas será que o profissional pedagogo está apto a identificá-los?

Neste caso, conta-se com a expertise e sensibilidade do profissional na identifica-


ção desses comportamentos e sentimentos que rodeiam as crianças. Identificar a
doença, na criança que a expressa, é o menor dos problemas, mas reconhecer o so-
frimento naquelas que não os expressam é um desafio aparente (LIMA et al., 2019).
Desse modo, a saúde psicossocial pode ser trabalhada por meio de estratégias de
educação e da promoção em saúde, na escola, com os escolares e professores. Este
papel cabe aos educadores e profissionais da saúde. A articulação é uma parceria
importante que aproxima as ações e estratégias da Saúde e da Educação.
As crianças podem desenvolver vários sofrimentos psíquicos, que, na maioria
das vezes, inicia-se com a ansiedade. Esta é um estado emocional que mantém
a pessoa em constante apreensão, estado de alerta na expectativa que algo ruim
pode acontecer a qualquer momento, essa sensação acompanha reações físicas e
mentais (MELO; LIMA, 2020).
Os autores citados sinalizam que, geralmente, os transtornos se iniciam na
infância, condição que provoca prejuízo ao longo da vida da criança, causando
malefícios que perpassam até a vida adulta. Quais características poderão ser ob-
servadas, então? Como é uma reação exagerada do organismo, a criança diante do
desconhecido pode apresentar resistência em ir à escola, dificuldade na separação
dos pais, introversão causada por timidez excessiva. E, fisicamente, as reações po-
dem ser: taquicardia (ritmo acelerado do batimento cardíaco), dispnéia (falta de
ar), tensão muscular, sudorese (suor excessivo), tremores, descontrole esfincteria-
no, como da diurese (urina) ou evacuação (fezes), náuseas, vômitos, entre outros
88
(MELO; LIMA, 2020). O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos

UNICESUMAR
Mentais (APA, 2014) classifica a ansiedade infantil em cinco quadros:
■ Transtorno da ansiedade por separação.
■ Transtorno da ansiedade generalizada.
■ Transtorno da ansiedade social.
■ Mutismo seletivo.
■ Fobia específica.

No transtorno da ansiedade por separação, observa-se na criança, angústia exage-


rada quando são separadas dos familiares, isto quando há a presença de apego da
criança pelos entes. No transtorno da ansiedade social, a criança, que desenvolveu
a comunicação, não consegue fazê-la por medo; e, no mutismo seletivo, a criança
só fala com entes próximos e se mantém muda diante das pessoas desconheci-
das. Já a fobia específica é causada por ansiedade relacionada a pessoas, animais,
lugares, entre outros (MELLO; BRAGA, 2016; APA, 2014).
Geralmente, no ambiente escolar, observa-se o Transtorno da Ansiedade Ge-
neralizada (TAG) cujo diagnóstico mantém similaridade com o transtorno bipo-
lar e o estresse pós-traumático, acompanhados de sintomas, como irritabilidade,
problema de concentração, insônia ou alterações no sono, tensão muscular, entre
outros (ZUARDI, 2017).
Para os professores, o ideal é saberem diferenciar a ansiedade fisiológica da
ansiedade patológica (doença), a esta última, a nomenclatura retrata apenas
aos distúrbios que se transformam em doenças físicas, emocionais e psicos-
somáticas. A identificação tardia do diagnóstico acarreta prejuízos ao longo
da vida da criança e auxilia na aparição de outras comorbidades associadas
(APA, 2014). Outra doença importante para qual os educadores devem se
atentar é o estado depressivo que provoca o transtorno depressivo. Nas crian-
ças, estudiosos afirmam ser um diagnóstico controverso, pois geralmente o
sentimento expresso é de tristeza, comum em todas as fases da vida. Já o trans-
torno depressivo maior é uma doença que tem como característica um ou mais
episódios depressivos maiores, que incluem tempo superior a duas semanas de
humor deprimido, acompanhado de outras manifestações ao longo de quatro
dias: perda do apetite, falha ao ganho de peso no desenvolvimento normal da
criança, insônia ou aumento do sono, agitação ou retardo psicomotor, fadiga,
sentimento de inutilidade, dificuldade de concentração, pensamentos de morte
e ideação suicida (APA, 2014).
89
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou, em estudos recentes, que
UNIDADE 4

essa doença tende a ser destaque no mundo contemporâneo. Mas o que se deve
observar nas crianças? Além dos sintomas citados anteriormente, o professor
deve conhecer o contexto familiar e social da criança, que resultam na queda do
rendimento escolar, isolamento, tristeza, apatia, recusa escolar, idas frequentes ao
banheiro, entre outros. Estes critérios são os mesmos direcionados para a pessoa
adulta, embora no estudante ainda se observe ansiedade, queixas somáticas e
alucinações associadas (VERSIANI; REIS; FIGUEIRA, 2000).
Será, porém, que cabe ao profissional pedagogo saber tudo isso? Não cabe a
ele descobrir o diagnóstico, mas buscar apoio e assistência médica na Unidade
Básica de Saúde mais próxima da escola, além do acompanhamento psico-
lógico, psiquiátrico e psicopedagógico. Nesse sentido, o diagnóstico precoce,
associado às ações de educação em saúde voltadas à promoção da saúde mental,
pode colaborar na intenção de redução dos danos, por meio de atividades fun-
damentais na vida dos estudantes e nas fases do seu desenvolvimento (SCH-
WANN; RAMIRES, 2011).
A depressão, também, pode ser uma consequência de outras manifestações,
como a ansiedade, já discutida, e exposição excessiva a situações humilhantes, por
exemplo, o Bullying na escola. Sobre esse assunto, o profissional da educação deve
se atentar para os distratores nas brincadeiras agressivas ou das lutas de brinca-
deira, sem intenção de magoar. Geralmente, observa-se o agressor, a vítima e os
observadores inseridos no contexto individual ou coletivo (FARENZENA, 2020).
Identificar o agressor e a vítima é passível de realizar, no entanto os estudantes
que observam a agressão, geralmente agem de forma silenciosa, sem preocupar-
-se em comunicar os professores ou os responsáveis na escola. As expressões e
o bullying, geralmente, são exemplificados por intimidação, que resultam em
práticas violentas, com intenção de ferir, regular e frequentemente. Assim, con-
sidera-se ações como: agressão verbal/física, empurrões, extorsão, chantagem,
ameaça, disseminação de boatos, insultos, assédio moral e sexual, exclusão, entre
outros (ARRÚA et. al., 2019).
Essas ações acarretam sofrimento à vítima, com repercussões futuras na au-
toimagem, autoconceito, confiança, e podem despertar para sentimentos mais
graves, como as ideações suicidas. Além de causar sintomas físicos resultante de
estresse prolongado, como dores de cabeça, diarreia, dores abdominais, dores
psicossomáticas, enurese (urinar ao dormir), irritabilidade constante e problemas
cognitivos de aprendizado (FARENZENA, 2020).
90
Cabe ao educador observar o comportamento da criança em áreas comuns e

UNICESUMAR
em atividades coletivas, como o isolamento observado no intervalo entre as aulas;
reprimir as práticas agressivas na escola; envolver a família na identificação do
agressor, da vítima ou dos observadores. Em caso de violências graves, punir os
agressores. No entanto vale destacar a importância de dialogar na tentativa de
compreender os motivos das agressões, brigas com suspensão, expulsão e dialogar
com o profissional da assistência social para acompanhamento do caso e inves-
tigação aprofundada do agressor no ambiente familiar (FARENZENA, 2020);
trabalhar de forma positiva a temática, em sala de aula; mobilizar a comunidade
escolar em busca de estratégias na promoção da cultura de paz, na redução da
violência, na educação em saúde das crianças, famílias e comunidade.
Todas as situações, citadas até este momento, são formas de sofrimento psí-
quico que acontecem, infelizmente, com crianças inseridas nas escolas públicas,
privadas, em todas as classes sociais, sem distinção de gênero e idade. A violência
escolar é um fenômeno social, com consequências negativas para o agressor e a
vítima. A responsabilidade em modificar o ambiente educacional compete aos
professores, pais, estudantes e à comunidade (ARRÚA et al., 2019).

91
A violência escolar pode ser classificada em três tipos: violência na escola,
UNIDADE 4

violência contra a escola e a violência da escola. No primeiro caso, são as ma-


nifestações que ocorrem no cotidiano escolar. No segundo, a violência contra a
escola caracteriza-se como atos de vandalismo, incêndios, furtos. Já no terceiro,
inclui as práticas que a instituição escolar utiliza para prejudicar os estudantes,
como profissionais despreparados, ausência de estímulos, interesse financeiro,
preconceito e estereótipos e os abusos de poder (ARRÚA et al., 2019). Pode-se
observar tipos de violência de origem verbal e física bem como a omissão de
situações no enfrentamento da violência, sem coibição e punição dos agressores.
Além desses conceitos, podemos classificar a violência como:
■ Violência contra o eu.
■ Violência interpessoal.
■ Violência coletiva.
■ Violência institucional.

Vários fatores influenciam estes conceitos, as vulnerabilidades sociais, classe, et-


nia, entre outros (ARRÚA et al., 2019). Mas o que fazer nos ambientes escolares?
O corpo docente busca conhecer as políticas públicas que envolvem o combate ao
sofrimento mental, na prevenção de violências e na promoção de um ambiente
saudável nas escolas. Assim, é importante você conhecer como atuam os profis-
sionais da saúde no apoio direto e indireto nas escolas, como a seguir.

92
2
A ATUAÇÃO DA EQUIPE DE

UNICESUMAR
SAÚDE NO CONTEXTO
da saúde mental

Caro(a) aluno(a), você conheceu, na aula anterior, o sofrimento que acomete alu-
nos nas escolas, mas sabemos que, sozinho, o professor não resolve tais situações
problemáticas. Por isso, é preciso conhecer as políticas e os programas existentes
que ancoram o cenário do sofrimento psíquico nas crianças. Convido, agora, você
a compreender o papel que a saúde exerce em casos assim e como esta articulação
pode ser benéfica à promoção da saúde dos escolares.
A saúde pública é uma rede de serviços de saúde, ancorada em políticas sóli-
das que sustentam os programas que atendem as diversas áreas do ciclo de vida.
Na área da saúde mental, busca-se ampliar as possibilidades na qualificação das
condições de vida, no intuito de proporcionar assistência adequada nos diversos
pontos de atenção da rede, mas é claro que com o olhar direcionado à pessoa em
todo o seu contexto holístico (BRASIL, 2013).
Nesse contexto, existe, ainda, uma insegurança no que compete ao manejo
dos clientes pelos profissionais, que se torna maior para os profissionais da edu-
cação. Por isso, é relevante conhecer e discutir, em equipe, os casos em espaços
protegidos, como os serviços especializados ofertados.

93
UNIDADE 4

pensando juntos

Pense nas possibilidades de atendimento, quando estiver atuando na área, as situações


marcantes que as crianças com transtornos mentais podem deixar na sua vida. Que per-
gunta você faria a si mesmo no cuidado escolar?

Você teve acesso, nas unidades anteriores, à composição do Sistema Único de


Saúde (SUS) e à atuação da Equipe Estratégia Saúde da Família (ESF) na Aten-
ção Primária à Saúde. Agora, você compreenderá qual o papel que a saúde tem
sobre o desempenho dos estudantes na escola, o contexto do Programa Saúde
Mental e os serviços oferecidos pela rede pública de saúde em nível nacional. Ele
foi implantado com embasamento na Política Nacional de Saúde Mental, desde
os anos 1980, pois naquele período as pessoas que sofriam, mentalmente, eram
mantidas em instituições conhecidas como manicômios. Com o fortalecimento
dos direitos humanos, fortaleceram-se também as propostas de acompanhamen-
to e desinstitucionalização dos doentes para serem inseridos no contexto fami-
liar. Este fato ficou conhecido como Movimento Social da Luta Antimanicomial,
posteriormente esse movimento ganhou notoriedade e permitiu a criação de
um projeto coletivo que se configurou na Reforma Psiquiátrica (BRASIL, 2013).
Esses marcos iniciais transformaram os serviços públicos para que chegásse-
mos à configuração atual da rede de assistência à pessoa com transtorno mental.
A rede é ordenada pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços
Residenciais Terapêuticos (STR), os Centros de Convivência (CECOS), as Enfer-
marias de Saúde Mental em hospitais gerais e as UBS (BRASIL, 2013).
É na atenção básica que a recepção ao indivíduo com transtorno mental
inicia, por meio de um dispositivo chamado acolhimento, ou seja, a primeira
conversa da pessoa com um profissional da saúde, geralmente um enfermeiro ou
técnico de enfermagem. Também é assistido pelo médico da equipe que avalia as
condições de saúde e direciona à terapêutica. Esta pode ser de forma individual,
coletiva e multiprofissional. Quando consideramos um atendimento coletivo,
este é realizado por meio da inserção em grupos operativos, geralmente condu-
zidos pela equipe Estratégia Saúde da Família. Dependendo da complexidade
do transtorno mental, a pessoa é direcionada ao acompanhamento pelo médico
psiquiátrico e psicólogos do serviço. Isto serve para todas as idades, no entanto, no
caso de crianças, os atendimentos acontecem no Centro de Atenção Psicossocial
Infanto-juvenil (CAPSi) (BRASIL, 2013).
94
Se você quiser se aprofundar no assunto da Política e do Programa de Saúde

UNICESUMAR
Mental, recomendo que você acesse o “Caderno de Atenção Básica”, número 34,
do Ministério da Saúde. Você encontrará mais informações sobre a conduta, o
manejo, as situações que podem acontecer com a criança e os riscos em desenvol-
ver sofrimentos. Este livro é disponibilizado de modo digital, conforme indicado
no final da unidade. Aproveite!
Os transtornos tratados na APS são de responsabilidade da equipe de saúde,
considerando os princípios do SUS, a longitudinalidade e a resolubilidade. Por
isso, quando se refere ao atendimento às crianças e aos adolescentes, deve-se
considerar o contexto familiar, socioeconômico e o apoio das escolas no manejo
da criança com transtorno mental.
As demandas se dão tanto pela família quanto pela escola, em situações, em
sua maioria, comportamentais da criança. Veja, no exemplo: a professora possui
um estudante que apresenta as características comportamentais: inquietação,
agitação, desobediência, nervosismo, entre outros. A escola aciona os pais e in-
dica a realização de consulta médica na UBS. Faz essa comunicação via o Agente
Comunitário de Saúde (ACS), responsável pela microárea em que a escola está
inserida. A mãe leva a criança à consulta, considerando o relato que a escola fez.
Na maioria dos casos, as crianças são encaminhadas ao neurologista infantil e
apontam laudos com resultados sem alterações. E cabe o questionamento: o que
o professor faria nesses casos? Será que a professora é a pessoa capacitada para
indicar tais desvios comportamentais ou de saúde?
Claro que o trabalho multiprofissional é fundamental na educação in-
fantil, pois não é recente alguns problemas que as crianças apresentam, essa
problemática se estende há muitos anos. Desde 2002, o Ministério da Saú-
de, alinhado com as prerrogativas do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), desenvolveu diretrizes na abordagem terapêutica às crianças e ado-
lescentes (BRASIL, 2005).
O movimento da Reforma Psiquiátrica e as Conferências Nacionais de Saúde
Mental (2001 e 2010) iniciaram as discussões para o manejo nesses casos, que
culminaram no que conhecemos, atualmente, como Rede Pública Ampliada de
Saúde Mental, considerando dois pontos dos princípios do SUS, o acesso univer-
sal e o acolhimento universal. Considerando que a criança é uma cidadã e, por
isso, tem direitos, o acesso possibilita o acompanhamento de saúde em todas os
anos de vida, no formato de escuta qualificada e encaminhamento corresponsável
(COUTO; DELGADO, 2010). A atuação da equipe de saúde, considera alguns
95
fatores de risco e de proteção, incorporados nos domínios sociais, psicológicos e
UNIDADE 4

biológicos em papéis compartilhados:


No domínio social, compete à família considerar os fatores de risco:
a. Falta de cuidado parenteral.
b. Pais com transtorno mental.
c. Violência doméstica.

No domínio psicológico, compete à família considerar os fatores de risco:


a. O temperamento difícil da criança.
b. Dificuldade significativa de aprendizagem.
c. Abuso sexual, físico e emocional.

No domínio biológico, compete à família considerar:


a. Problemas de ordem genética.
b. Traumas cranianos (quedas com batida da cabeça).
c. Complicações ao nascimento (hipóxia, ou seja, falta de oxigenação encefálica
ao nascer).
d. Efeitos colaterais em decorrência de medicação.

Quanto aos fatores de risco e protetores, compete à escola observar:

Fatores de risco
a. Atraso escolar.
b. Local inapropriado para a educação.
c. Violência no ambiente escolar.

Fatores protetores
a. Envolvimento na vida escolar.
b. Reforço positivo nas conquistas acadêmicas.
c. Desenvolver a autoestima.
d. Boa saúde física.
e. Manter o bom funcionamento intelectual.

Em todas as circunstâncias, compete à equipe de saúde considerar:


• As crianças têm peculiaridades da idade, considerando a dinâmica familiar, a
idade e as demandas próprias, que geralmente são levadas ao serviço pelos pais,
a própria descrença dos pais nos problemas (considerar que é coisa da idade,
que o filho não é louco), conhecer atenciosamente os familiares e a rotina, escuta
ativa e qualificada da criança, longe dos familiares, em busca de identificação dos
principais problemas:
• Ansiedades, tristezas, alterações fisiológicas como sono e apetite.
• Agressividade, violência, automutilação, isolamento social.
• Atrasos cognitivos e comportamentais.
• Uso de substâncias psicoativas, álcool e outras drogas.

96
UNICESUMAR
Quando a criança for enviada para acompanhamento, considerar as condi-
ções agudas ou crônicas:
• Agudas: crises, surtos, violência descontrolada, alucinações, tentativas de suicídio.
Nestes casos, encaminhar ao serviço de emergências psiquiátricas, podendo acio-
nar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
• Crônicas: casos já em acompanhamento pelos profissionais na rede de atenção.

O manejo nas condições psicossociais de crianças e adolescentes que sofrem deve


ser realizado de modo coletivo, por meio de estratégias e ações dialogadas, com
base nos fatores protetivos e de risco que podem levar ao agravamento dos casos.
Isso conduz o trabalho da equipe de saúde e dos professores da rede de ensino.
A observância dos indicativos que direcionam para as situações é o ponto focal
na condução terapêutica dos casos. Mesmo que o manejo seja realizado pelos
profissionais de saúde, cabe à escola se atualizar sobre o caso, mantendo contato
sensível com a criança e seus familiares.
Esse trabalho multiprofissional pode melhorar a vida das crianças, permi-
tindo que elas se desenvolvam no processo de aprendizagem, durante o ciclo de
escolarização. Pede-se atenção tanto às crianças quanto aos profissionais que as
assistem, pois os professores e condutores clínicos também podem passar por
casos de transtornos mentais, mas o mais comum deles está relacionado ao es-
gotamento físico e mental, conhecido como Síndrome de Burnout. Sobre esse
assunto, vejamos a seguir!

97
3
A SAÚDE MENTAL DO
UNIDADE 4

PROFISSIONAL
da educação

Prezado(a) aluno(a), para lhe introduzir nos problemas de ordem mentais que
envolvem a saúde dos profissionais na educação, considere que, assim como na
saúde das crianças, inúmeros fatores interferem indiretamente e diretamente na
saúde mental dos professores. Geralmente, os professores estão expostos a alta
carga de esgotamento físico, emocional e mental durante o trabalho, que somam
aos problemas pessoais. Esse conjunto de situações é conhecido como estresse
psicológico, quando as demandas externas do indivíduo afetam as suas habili-
dades e tem-se o aparecimento de sinais e sintomas exagerados, como: insônia,
fadiga, irritabilidade, ansiedade, estresse e depressão (MOSS et al., 2016).
O estresse crônico, a que são submetidos os professores na rede de ensino,
pode desenvolver ou agravar situações que despertam as emoções, a tensão física
e mental no ambiente de trabalho bem com a predisposição ao aparecimento da
Síndrome de Burnout (SILVA et al., 2018). A associação da exaustão emocional
com o desestímulo e baixo desempenho na atividade ocupacional, ou seja, exposi-
ção prolongada às situações estressoras, alteram significativamente a qualidade de
vida do profissional da educação. Podemos citar alguns estressores nesse ambien-
te, como a sobrecarga laboral, conflitos interpessoais e redução na socialização
(CARLOTTO; CÂMARA, 2017).

98
UNICESUMAR
conceituando

A Síndrome de Burnout se caracteriza como uma doença psicossocial que se desenvolve


por meio de quatro fatores: a ilusão pelo trabalho, o desgaste psíquico, a indolência (indi-
ferença) e a culpabilização por atitudes e comportamentos, além da exposição prolonga-
da aos estressores ocupacionais.
Fonte: adaptado de Messias et al. (2019).

Convido você, neste momento, a refletir: será que a escola é um local que cola-
bora no adoecimento do profissional da educação? O que poderia ser feito para
amenizar esses casos e impedir a instalação da doença preventivamente?
A escola é um local de constante cobrança pessoal, profissional, pedagógica e
faz com que o professor desempenhe multitarefas. Estas impactam diretamente
na saúde do trabalhador. Várias atividades contribuem, como: atividades extra-
classes, carga horária expressiva, demandas relacionadas ao tempo, pouco tempo
destinado ao lazer e bem-estar, baixo convívio social e outras situações, como
remuneração inadequada, ausência ou diminuição do reconhecimento pessoal
e baixo engajamento (MESSIAS et al., 2019).
O que fazer em situações assim? Como amenizar esses problemas no am-
biente escolar? Autores indicam a importância em identificar os estressores que
afetam a saúde física e mental, como no estudo realizado com professores, em
Petrolina-PE. Observou-se, no entanto, que os professores mais experientes con-
duziram de maneira positiva a gestão das emoções, mas que jornadas longas
(mais de 60 horas de trabalho) foi o fator principal para o surgimento da síndro-
me (MESSIAS et al., 2019). Cabe, então, aos docentes, procurar ajuda médica ou
multiprofissional para superar essa fase exaustiva, eles podem encontrar apoio na
rede de saúde pública, já que conta com equipe de saúde nas UBS, e os serviços
especializados (psiquiatria, psicologia, atendimento psiquiátrico emergencial).
Além disso, o tempo dispensado ao lazer é um ponto de atenção para extrava-
sar a sobrecarga físico-mental proveniente do ambiente escolar. O gozo de férias
é importante também nesse contexto. Outra possibilidade é a inclusão de tera-
pêuticas medicamentosas, quando o profissional médico identifica a necessidade
de intervenção, com associação de alternativas, como as atividades relacionadas
à prática de terapias integrativas e complementares (MESSIAS et al., 2019).

99
No SUS, essas práticas são oferecidas em atividades, como auriculoterapia (es-
UNIDADE 4

tímulo de sensações por meio de pressão em pontos distribuídos na orelha exter-


na), Medicina Tradicional Chinesa (MTC) (sistema médico integral que considera
os elementos da Teoria Yin-Yang para o equilíbrio entre corpo e mente), a homeo-
patia (tratamento homeopático com foco em ansiedades, depressão, insônia etc.),
a fitoterapia (uso de plantas como tratamento), a aromaterapia (uso de essências
que produzem aromas com diversas finalidades), entre outras (BRASIL, 2013).

conecte-se

Observatórios de Medicina Antroposófica no SUS. Trata da saúde mental


associada à medicina e às terapias antroposóficas, trazem contribuições na
promoção, prevenção e na reabilitação das pessoas, por meio da Psicologia
e da Psiquiatria Antroposófica. Saiba mais acessando o link.

O estresse no ato de ensinar dificilmente será eliminado, pois é parte da rotina


do profissional da educação. O importante é capacitar e orientar os docentes a
desenvolverem estratégias para extravasar o excesso de carga emocional e física
geradas neste ambiente. Para isso, a integração dos aspectos que abordam a Saúde
e a Educação são primordiais na melhor condução dos enfrentamentos causados
por estressores no ambiente escolar. Esta é a razão destas duas grandes áreas
trabalharem de forma colaborativa, sempre, visando à melhoria da qualidade de
vida dos docentes, equipes de saúde. Consequentemente, esta positividade pode
influenciar no bom desempenho escolar de crianças e adolescente. Um trabalho
evolutivo, desenvolvido a passos vagarosos, mas com possibilidades altas de me-
lhoria das condições de saúde, de maneira geral.

100
CONSIDERAÇÕES FINAIS

UNICESUMAR
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, você pode compreender como reconhecer a
criança que sofre e as características importantes que o pedagogo deve se apro-
priar para exercer, com qualidade, a docência. O sofrimento, no ambiente escolar,
pode acarretar traumas significativos que, ao longo da vida da criança, podem
interferir na construção da sua personalidade, na integração com outras pessoas
bem como na relação com os seus familiares. A criança pode carregar feridas
na alma que precisarão de apoio de outros profissionais para que possa viver
uma vida feliz. Esta é, desse modo, a razão pela qual o olhar atento e sensível do
profissional da educação deve estar sob o ambiente escolar, no intuito de saber as
condutas e o serviço de apoio para amenizar casos de violência no cenário escolar.
Você também conheceu a importância do serviço de saúde como apoio ao
processo educativo, os caminhos e os profissionais vinculados a programas públi-
cos que corroboram para o desenvolvimento pedagógico. O apoio dos pontos de
atenção e das equipes de saúde especializadas, dispensados aos pedagogos, fortalece
a relação de integração e interdisciplinaridade entre a Saúde e a Educação. Profis-
sionais capacitados na área da psicologia, psiquiatria, médicos da família contidos
no serviço orientam os professores, os indivíduos e a família em cada caso.
Além disso, você reconheceu o principal agravo que afeta a saúde mental dos
professores bem como o suporte adquirido na saúde para a prevenção e promo-
ção da melhoria da qualidade de vida e de trabalho. O cenário escolar também
pode interferir na saúde dos professores, com salas de aulas numerosas, crianças
agitadas, o desgaste com os aspectos da fala e da audição. Fora a situação de
pressão constante das atividades docentes, o professor convive com agravantes,
como situações de violência, descasos, maus tratos com os escolares, situações
que se somam ao desgaste físico e mental dos docentes.
Nesse sentido, o acompanhamento da saúde mental dos pedagogos é funda-
mental para a manutenção do equilíbrio entre o corpo e a mente e, assim, ampliar
a sua capacidade didático-pedagógica no labor do ensino escolar bem como saber
que existem serviços e profissionais que podem ajudá-lo nesse processo!

101
na prática

1. A promoção da cultura de paz, que você estudou na unidade anterior, faz relação
com a prevenção da violência no ambiente escolar, visto nesta unidade. Dessa forma,
considerando o papel do pedagogo no combate à violência no ambiente escolar,
assinale a alternativa correta:

a) O profissional da educação deve atentar-se aos comportamentos da criança e


acompanhar os fatores familiares ou sociais que influenciam o comportamento
violento da criança.
b) Deve-se considerar que, na maioria das vezes, a violência é proveniente do am-
biente familiar e pouco pode atuar nesse sentido.
c) Os objetivos do milênio contribuem de forma universal no combate exclusiva-
mente da violência escolar.
d) O profissional da educação deve orientar os escolares e familiares sobre a pre-
venção da violência escolar, mas sem interferir na conduta vivenciada.
e) O professor tem papel significativo na orientação de ações promotoras da saúde,
diretamente no ambiente escolar.

2. O ambiente escolar é um cenário diverso que interfere, diretamente, na saúde das


crianças e pode levar ao desenvolvimento de transtornos agudos ou crônicos, se a
atenção não for dispensada nestes casos. Sobre os possíveis transtornos mentais
que podem acometer as crianças no período escolar, leia e reflita sobre as afirma-
tivas que seguem:

I - O transtorno de ansiedade é o mais comum encontrado entre os escolares.


II - O transtorno de ansiedade generalizada é mais comum em escolares no ensino
infantil.
III - O transtorno da ansiedade social está relacionado às crianças hiperativas.
IV - Dificilmente encontra casos de crianças com transtornos no ensino infantil.

102
na prática

Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas
b) I e II, apenas
c) I e IV, apenas
d) II e III, apenas
e) II, III e IV, apenas

3. Os transtornos tratados na APS são de responsabilidade da equipe de saúde, con-


siderando os princípios do SUS, a longitudinalidade e a resolubilidade. Por isso,
quando se refere ao atendimento às crianças e aos adolescentes, deve-se considerar
o contexto familiar, socioeconômico e o apoio das escolas no manejo da criança
portadora de transtorno mental. Descreva as possibilidades de atuação da equipe
de saúde, nesse contexto.

4. O estresse crônico, a que são submetidos os professores na rede de ensino, pode


desenvolver ou agravar situações que despertam as emoções, a tensão física e men-
tal, no ambiente de trabalho, e predispõe o aparecimento da Síndrome de Burnout.
Descreva o conceito que melhor caracteriza a síndrome.

5. O sistema público de saúde oferece alguns tipos de tratamentos para o profissional


da educação que desenvolve transtorno mental no ambiente de trabalho. Apresente
três opções terapêuticas para esse caso.

103
aprimore-se

BURNOUT, ESTRESSE, DEPRESSÃO E SUPORTE LABORAL EM PROFESSO-


RES UNIVERSITÁRIOS

A síndrome de burnout é um conjunto de sintomas relacionados ao esgotamento,


que afeta professores universitários. O objetivo do estudo foi investigar variáveis
que se associam ao burnout em professores universitários, possíveis preditores e di-
ferenças de média nos níveis de burnout entre docentes de universidades públicas e
privadas. A amostra foi constituída por 99 professores universitários de instituições
públicas e privadas do Estado de São Paulo. Os instrumentos aplicados avaliavam a
SB, os eventos estressores no trabalho, a depressão e o suporte laboral. Foram rea-
lizadas correlações, regressões e o teste t para comparação de média. Idade, even-
tos estressantes, suporte laboral e depressão foram as variáveis que apresentaram
correlações com a SB e suas categorias. De forma geral, os eventos estressores e
a sintomatologia depressiva foram os preditores significativos da SB na amostra e
professores de universidade pública demonstram maior nível de desgaste psicoló-
gico em comparação aos de universidades privadas.
A compreensão dessa doença, complexa e multifatorial, entre os professores é
possível a partir da investigação dos fatores, potencialmente, estressores presentes
nos ambientes de trabalho, que fazem com que o trabalho seja realizado sob condi-
ções adversas à saúde física e mental dos trabalhadores.
O entendimento e reconhecimento dessa realidade pode contribuir para apon-
tar as variáveis capazes de prevenir ou ocasionar a síndrome de Burnout, atuar so-
bre as variáveis laborais e psicossociais que influenciam no seu desenvolvimento.

Fonte: adaptado de Massa et al. (2016).

104
eu recomendo!

livro

Cadernos de Atenção Básica: Saúde Mental


Autor: Ministério da Saúde
Editora: Ministério da Saúde
Sinopse: o “Caderno de Atenção Básica”, com o objetivo de esti-
mular e compartilhar o conhecimento acumulado no cuidado em
saúde mental na Atenção Básica, apresenta ferramentas e estra-
tégias de intervenção terapêuticas, possibilitando o diálogo com
o profissional de saúde. Ele, assim, discute: as principais demandas em saúde
mental, os fatores de proteção e de risco à saúde mental, os planos de interven-
ção e os métodos de acompanhamento dos casos.

filme

Nise, o coração da loucura


Ano: 2016
Sinopse: nos anos 50, uma psiquiatra, contrária aos tratamen-
tos convencionais de esquizofrenia da época, é isolada pelos ou-
tros médicos. Ela, então, assume o setor de terapia ocupacional
e inicia uma nova forma de lidar com os pacientes, por meio do
amor e da arte.

105
5
ESPAÇOS DIVERSIFICADOS
NA EDUCAÇÃO

PROFESSORA
Dra. Raquel Cristina Luis Mincoff

PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • A educação em cenários fora do
ambiente escolar • Práticas educativas no ambiente hospitalar.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Discutir o papel da educação no contexto de saúde fora da área escolar • Conhecer as práticas edu-
cativas realizadas no ambiente hospitalar.
INTRODUÇÃO

Prezado(a) estudante, é muito bom tê-lo(a) conosco nessa unidade! Nela,


abordaremos as possibilidades de atuação do profissional da educação fora
do ambiente escolar, ou seja, em atividades que não sejam, exclusivamente,
escolares. O papel educador do pedagogo pode ser observado em progra-
mas nacionais, como discutimos nas unidades anteriores, citando o Progra-
ma Nacional de Saúde Bucal e as ações promotoras da saúde, desenvolvidas
nas esferas nacionais e internacionais.
Todas as propostas de integração da Saúde e a Educação corroboram
para o bom desenvolvimento da criança no ambiente escolar, em razão de
se manter essa integração entre as áreas. Compreender a atuação do peda-
gogo, em outros cenários, possibilita a ampliação dos seus conhecimentos,
aprimorando as competências e habilidades necessárias para sua atuação
nas escolas. As empresas ou as áreas tecnológicas oferecem estruturas para
incorporar ao seu quadro de colaboradores o profissional da educação para
exercer atividades, como planejamento pedagógico, projetos, treinamentos,
educação continuada, entre outras.
Refletindo sobre isso, entende-se que vale conhecer as demais áreas,
como as tecnológicas e administrativas, pois, assim, compreende-se como
elas podem ser sinérgicas, uma vez que complementam as possibilidades
pedagógicas e a aplicação da prática profissional. Mostraremos a você cená-
rios que desmistificam a Educação restrita ao campo escolar, isto é, aquela
que acontece fora desse ambiente, como nos hospitais, afinal, a Educação é
conhecida como Ciência da Educação e vai além dos muros escolares e, por
ser assim, perpassa os ambientes de aprendizagem irrestritos, como campo
de formação e práticas profissionais. Desejamos a você ótima leitura, nesse
universo imenso de atuação da Educação!
1
A EDUCAÇÃO EM
UNIDADE 5

CENÁRIOS FORA
do ambiente escolar

Prezado(a) estudante, para contextualizar a atuação do profissional da educação


fora do contexto escolar, é importante você conhecer o processo de Educação
Não Escolar (ENE), que aborda as formas de atuação pedagógica cujos os limi-
tes ultrapassam os muros da escola (SEVERO, 2018). Levaremos você, então, a
refletir quais são estes cenários, mas consciente da possibilidade respaldada pelas
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia (BRASIL, 2006).
Considerando a sociedade contemporânea que vivemos, várias iniciativas
com foco educacional não convencional têm surgido e ampliado a atuação da
ENE, esta, por sua vez, propõe fortalecer as práticas educativas fora do ambiente
escolar (SEVERO, 2018). Nesse sentido, faz-se necessário conhecer os disposi-
tivos educacionais formais, não-formais e os informais para, posteriormente,
compreender o papel do educador em cada área.
Os aspectos conceituais, que tratam dos adjetivos citados, acompanharam
uma evolução educativa e social, desde a década de 60, em decorrência às mu-
danças sociais e econômicas. Desse modo, pensar a educação fora do modo
tradicional foi desafiador, mas repercutiu nos desdobramentos e influências da
atuação da escola clássica, ampliando as modalidades de práticas educativas
em outros ambientes (SEVERO, 2015).

108
Assim, descreve-se a Educação formal como a realizada dentro de ambien-

UNICESUMAR
tes específicos, com cronograma e conteúdos seriados. A Educação não-formal,
por sua vez, são as práticas de ensino realizadas fora do ambiente escolar, em
outros cenários, diferentes do ensino educativo oficial. E a Educação Informal,
por fim, configura-se como as experiências educativas que o indivíduo recebe
ao longo da vida familiar, no trabalho, no lazer, entre outros (SEVERO, 2018;
TRILLA, 2008; MARANDINO, 2017).
Nesse sentido, estas práticas foram denominadas para descreverem um fe-
nômeno educativo, diferentemente da proposta da ENE, que contextualiza as
possibilidades de práticas educativas fora da escola, representando ações que
se perpassam ao longo da vida. A nossa realidade no mundo contemporâneo
sinaliza a intenção em contextualizarmos as formas de aprender a ser, saber e
a fazer como práticas complementares aos processos formativos pedagógicos
curriculares. Por isso, pense comigo!

pensando juntos

Que cenários são esses? O que faz um profissional pedagogo fora da escola?

Para compreender melhor essa trajetória de atuação, saiba que podemos citar,
como cenários, a atuação do pedagogo:
■ Na administração escolar.
■ Em empresas e na tecnologia.

Todas estas propostas foram pensadas, considerando o perfil de atuação do pro-


fissional descrito nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN). É importante
compreender que são cenários respaldados por Lei e que ampliam as diferentes
formas de fazer educação, considerando as necessidades e demandas da popula-
ção, de forma científica e humanizada (SEVERO, 2018).

109
UNIDADE 5

Cenários de atuação do pedagogo na


administração escolar

Além de ser docente, com atividades pedagógicas em sala de aula, o profissional


da educação pode se especializar na área da gestão e, dessa forma, atuar na super-
visão, orientação e direção escolar. Você deve pensar: qual a diferença de atuação
nessas áreas? Vamos ajudá-lo(a) a entender!
No ambiente escolar, o trabalho em equipe garante a gestão da educação como
suporte à direção e à coordenação. A figura do supervisor escolar objetiva a pro-
moção e a continuação das questões relacionadas à formação docente. É um líder
funcional que promove o equilíbrio entre a equipe, por meio da dialogicidade, em
contexto do crescimento profissional, no processo de ensino escolar (SOARES;
SILVA, 2016). A supervisão escolar está, dessa forma, aquém da ideia de controle,
inspeção e transmissão de técnicas aos docentes, pois o processo educacional requer
o exercício de um líder democrático, político e com saberes pedagógicos, é o exer-
cício de um profissional pesquisador, antenado em novos recursos didáticos, com
o intuito de garantir a qualidade do ensino (FERREIRA; FRATTARI NETO, 2015).
Historicamente, “A palavra supervisão é etimologicamente explicada da se-
guinte maneira: super (sobre) + visão (ação de ver), ou seja, ação de ver sobre,
visão sobre, visão abrangente” (SÁ, 2015, on-line). Por isso, segue-se a premissa
que o supervisor promove a ação do fazer, agir, motivar, apoiar, movimentar a
comunidade escolar, no intuito de eficiência na proposta pedagógica (FERREI-
RA; FRATTARI NETO, 2015).
110
O conceito de gestão escolar é mais amplo que o de administração escolar,

UNICESUMAR
como usualmente utilizado na década de 30. A Lei das Diretrizes e Bases da Edu-
cação Nacional (LDB) contribuiu para esse processo de democratização e autono-
mia bem como de orientação do trabalho escolar. Além da função de supervisor,
a figura do diretor colabora nesse processo, ele faz a gestão da escola pública,
dinamiza as atividades, articulando os componentes escolares, como a gestão
de materiais e insumos, articulação social e educacional, além de promover um
processo educacional integrado e cooperativo (VIEIRA; BUSSOLOTTI, 2019).
Nesse sentido, compreende-se que o profissional pedagogo pode contribuir
com o seu trabalho em áreas distintas, seja na supervisão, seja na coordenação,
seja direção da escola, pois possui as competências e as habilidades necessárias
para a gestão escolar, pedagógicas ou administrativas.
Portanto, as competências e habilidades se relacionam ao domínio essencial
da Constituição Federal e Estadual, das leis que regem a educação, os direitos e
os deveres das crianças bem como as formas didáticas que conduzem o trabalho
dos docentes (VIEIRA; BUSSOLOTTI, 2019).
Em sequência, na trajetória de atuação do profissional em outros cenários,
você conhecerá a possibilidade de sua atuação em empresas. Caro(a) estudante,
você viu um pouco do que faz o profissional inserido na área administrativa de
uma escola, mas já imaginou o que ele realiza em locais como as empresas?

Atuação em empresas e na área tecnológica

Sim, há campo de atuação! Um destes, que compete ao pedagogo empresarial, está


relacionado ao setor de desenvolvimento humano de pessoas. Segundo Ferreira
(1985), o trabalho envolve a preparação e a formação de mão de obra em áreas
organizativas, operacionais, no intuito de desenvolver atividades educacionais
de desenvolvimento social e interpessoal. Dessa forma, o cenário empresarial
é um espaço que permite desenvolver funções educativas, como treinamento e
capacitação continuada dos servidores, utilizando recursos didático-pedagógicos
que objetivam a melhoria do colaborador no desempenho e excelência empre-
sarial. Além de capacitar, a atuação possibilita a retenção do funcionário ou sua
alocação em outros níveis e setores (LOPES; TRINDADE; CANDINHA, 2009).
O profissional da educação tem em sua diretriz a clareza, quanto à possibilidade
de atuação neste cenário, visto que o curso de pedagogia, para além do ambiente
111
escolar, capacita profissionais para atuarem em organizações e desenvolvimento
UNIDADE 5

de programas não escolares, respaldado pela Resolução CNE/CP nº 1/2006 (BRA-


SIL, 2006). Neste sentido, o pedagogo não exerce, apenas, a função da docência no
regimento de aulas, mas na promoção de mudanças comportamentais, atuando
no desenvolvimento de campos intelectuais, sociais, interativos, pois a empresa é,
também, um espaço educativo que permite tais competências, gerando qualidade e
produtividade (RIBEIRO; RIBEIRO, 2020). O pedagogo empresarial, desse modo,
pode atuar como líder na orientação do cliente, em busca de resultados, e, para
isto, precisa ter comunicação clara e objetiva, aprendizagem contínua em busca de
interação individual e coletiva com os funcionários (OLIVEIRA; MENDES, 2019).
A sua atuação, em espaço distinto da sala de aula, auxilia na aprendizagem e
importância das relações humanas dentro das empresas, com desafios e dificul-
dades, principalmente, no rompimento de barreiras da sua atuação pedagógica
fora dos muros da escola (OLIVEIRA; MENDES, 2019). Seguimos na linha de
compreensão do profissional da educação fora da escola e descreveremos, agora,
a sua atuação em áreas tecnológicas.

explorando Ideias

Para saber mais um pouquinho sobre a Pedagogia no cenário empresarial, o canal de


informações nacionais Brasil Escola apresentou um estudo sobre o tema, sinalizando as
relações existentes entre o processo pedagógico e sua atuação por profissionais em em-
presas, condizente com as informações indicadas nos textos anteriores.
A atuação pedagógica do profissional da educação, nesse setor, é um braço da pedagogia
tradicional, mas ligada ao desenvolvimento de pessoas, que promove treinamentos, pa-
lestras, cursos, educação continuada, testes de aptidão, avaliações e observações do co-
laborador na empresa e a relação com seus familiares também. O pedagogo empresarial,
entretanto, corrobora na valorização dos saberes, com vista à qualificação profissional de
pessoas, por meio de atividades didáticas, que contribuem para melhorar a produtividade
dos funcionários (SILVA, 2012).

Outro nicho de atuação, nesse cenário, inclui o setor de tecnologias educacionais.


Considera-se área tecnológica aquela relacionada ao uso de recursos digitais de
informação, por meio de equipamentos condizentes com o avanço digital que
vivenciamos atualmente. Nesse sentido, caro(a) aluno(a), mais um cenário pro-
missor para sua futura atuação, inclusive em empresas que associam a tecnologia
e a comunicação a serviço da comunidade. Interessante, não é?
112
Em situações catastróficas, por exemplo, o desenvolvimento de pandemias

UNICESUMAR
virais que impedem o funcionamento escolar, o professor precisa reinventar-se,
melhorar os recursos pedagógicos do processo de ensino. E, por isso, a sua atuação
na área tecnológica se torna fundamental para o aprimoramento pessoal e servi-
ços prestados à comunidade em geral. Desse modo, no intuito de transformar a
realidade e mudar o comportamento organizacional, autores discutem a incor-
poração de recursos tecnológicos e digitais na qualificação dos colaboradores
(CANI et al., 2020).
No mundo contemporâneo, tem-se a necessidade da conexão digital em vá-
rias áreas, e a educação é a base para todas elas (OLIVEIRA; CASAGRANDE;
CASAGRANDE, 2019). As tecnologias digitais impulsionam o desenvolvimento
de projetos, o trabalho em equipe e o diálogo entre estudantes, colaboradores e
profissionais da educação, com o uso de ferramentas digitais, como aplicativos de
realidade virtual e gamificação, aplicativos escolares, ferramentas de plataforma
como a do Google. Assim, o profissional pedagogo pode incluir as ferramentas
digitais no intuito de desenvolver a aprendizagem das pessoas (MELO, 2015).
Em empresas que desenvolvem aplicativos para a área escolar, é fundamental a
presença do profissional da educação, pois participa da construção didático-pe-
dagógica e direciona o processo de aprendizagem da criança, do estudante ou de
quem utiliza o recurso (MELO, 2015).
Os recursos digitais já fazem parte do cotidiano escolar, mas com o passar
dos anos, os avanços tecnológicos e a mudança no perfil do estudante, por
exemplo, as crianças nascidas na geração Z (1997 - 2010) e os nascidos após esta
data incorporaram as ferramentas digitais com simplicidade, na maioria das
suas atividades. Isso reflete na atuação e adaptação do professor a estes meios.
Todavia a capacitação se torna imprescindível, visto que facilita a aprendizagem
dos educandos, mesmo com as diferenças de vivências experienciadas pelas
distintas gerações (ALMEIDA, 2018).
Considerando o universo digital, as Tecnologias Digitais da Informação e Co-
municação (TIDICs) acompanham a evolução pedagógica, mas sua atuação deveria
ser parte integrante do processo de ensino e aprendizagem, no sentido de possi-
bilitar a construção coletiva do conhecimento, no intuito de obter novas formas
de aprender, de ensinar e, até, de autoaprender (GROSSI; MURTA; SILVA, 2018).
É importante, portanto, que o pedagogo da escola futura saiba reconhecer e
utilizar as ferramentas e tecnologias digitais para explorar suas potencialidades
educativas e inseri-las na condução didática do ensino, em qualquer geração. Isso
113
possibilita pôr em prática a interatividade, o dinamismo, a integração e a colabo-
UNIDADE 5

ração que o universo digital promove, enquanto apoio ao trabalho do professor


no ambiente escolar ou fora dele (GROSSI; MURTA; SILVA, 2018).
Considerando que o profissional da educação se insere em cenários diversos
de atuação fora do ambiente escolar, o papel do pedagogo possibilita desenvolver
as mudanças e adaptações durante o processo, para que os estudantes sejam os
protagonistas e, assim, possam viver e agir na sociedade contemporânea.
Participar de outros espaços só amplia a capacidade transformadora que o
pedagogo adquire, ao longo da docência e do trabalho profissional. Atentar-se
para as evoluções tecnológicas é transpor as barreiras das dificuldades na inten-
ção em modificar as práticas pedagógicas e, com isso, incorporar estratégias mais
próximas da realidade dos estudantes e das pessoas.

conecte-se

Para saber mais sobre a evolução tecnológica e as possibilidades de atuação


do profissional da educação em situações sensíveis, leia o artigo: “Educação
e Covid-19: a arte de reinventar a escola mediando a aprendizagem “priorita-
riamente” pelas TDIC” (CANI et al., 2020). O artigo retrata a mudança ocorrida
em tempos de pandemia, desencadeada pela Covid-19, e lhe convida a com-
preender as mudanças na educação e como elas podem ser potenciais, ou
não, para o desenvolvimento da Educação. Para a leitura, acesse o QR Code.

114
2
PRÁTICAS EDUCATIVAS

UNICESUMAR
NO AMBIENTE
hospitalar

Atuar fora do ambiente escolar amplia, ainda mais, a capacidade de transforma-


ção do profissional da educação, principalmente em cenários como o ambiente
hospitalar. Um local cercado por dor, tristezas e dificuldades, pois remete a um
ambiente de tratamento a saúde das pessoas. E, quando nos referimos às pes-
soas, incluímos todas aquelas do ciclo da vida, de crianças a idosos, no entanto a
Pedagogia Hospitalar é uma modalidade de educação destinada ao processo de
ensino-aprendizagem de crianças e adolescentes hospitalizadas (MORELLATO
et al., 2020). Embasada pela legislação brasileira,“a criança e o jovem têm direitos
constitucionais que permitem o atendimento pedagógico-educacional, por meio
da Declaração dos Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizado” (FON-
SECA, 1999, p. 119) e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990).
O direito da criança na escolarização não está relacionado ao simples recebi-
mento do conteúdo escolar no ambiente hospitalar, mas deve configurar-se como
uma continuidade dos seus estudos escolares, independentemente da fase (BRA-
SIL, 1990). A garantia do cumprimento dessa lei é, também, respaldada na atuação
do profissional da educação fora do ambiente escolar, como prerrogativas da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) e das Diretrizes Curriculares.
O caminho da escolarização surgiu com as necessidades especiais de educa-
ção na França (1939) e com a criação do professor hospitalar (BELANCIERI et
al., 2018). Tendência que se espalhou, mundialmente, e teve sua atuação inicial
115
no Brasil, em meados de 50, com a Classe Hospitalar Jesus, no Rio de Janeiro, e,
UNIDADE 5

posteriormente, foi aderida pelas demais instituições hospitalares, como as Santas


Casas de Misericórdia. Em 1994, com a Política Nacional de Educação Especial,
a observância das condições mínimas necessárias, nesse processo, foi permitida
às crianças e jovens. Outra força legal foi a implantação da Política Nacional de
Humanização da Assistência Hospitalar, em 2005, resguardando a manutenção
dos direitos ao ensino das crianças e jovens (SOUZA; ROLIM, 2019).
Para sua melhor compreensão, caro(a) estudante, o conceito de Pedagogia
Hospitalar visa à promoção da continuidade dos processos educacionais da
criança e do jovem, em ambientes não escolares, que se destacou, em meados de
2018, e garantiu os espaços internos, condições e os profissionais específicos para
desempenharem a pedagogia no hospital (SOUZA; ROLIM, 2019). Educar em
ambientes hospitalares é um desafio para o professor, pois é direcionado a lidar
com as fragilidades da doença, o estado emocional da criança nesse processo e
os recursos materiais necessários. Nesse sentido, o pedagogo hospitalar reconhe-
ce as necessidades dos indivíduos e atua em conjunto com a equipe de saúde e
multiprofissional na garantia do ensino à criança (MORELLATO et al., 2020).
Você deve imaginar a grandeza em poder atuar com crianças, jovens e adultos
fragilizados pela doença. Como são amplas as possibilidades em desenvolver a
prática educativa nos diversos cenários, não é? A criação, o planejamento, a or-
ganização e a execução nesse tipo de ensino são valiosos e respeitam o despertar
para o aprender, considerando o contexto social, cultural. A escola é o verdadeiro
investimento futuro na perspectiva do sujeito e, também, na construção da edu-
cação na sociedade (LIBÂNEO, 2011).
Assim, no contexto da pedagogia hospitalar é salutar esclarecer a interação
significativa e articulada do professor, seu educando e o ambiente, visto que as
práticas educativas devem instigar a motivação, o aprendizado, tal qual o desem-
penho em sala de aula. Visando que as práticas não sejam vazias, sem fundamento
pedagógico, como um mero cumprimento curricular (BELANCIERI et al., 2018).
O acompanhamento ao educando acontece, em sua maioria, à beira leito,
já que os indivíduos, geralmente, encontram-se em tratamentos prolongados,
e o pedagogo precisa se adaptar às intempéries da doença, do estado físico e
emocional da criança bem como ajustar-se às necessidades da equipe hospitalar.
Entretanto as atividades pedagógicas podem ser desempenhadas em ambientes
apropriados, como as brinquedotecas, que naturalmente são espaços confortáveis,
lúdicos, agradáveis e que facilitam o aprendizado (BELANCIERI et al., 2018). As
116
atividades pedagógicas mais importantes referem-se à condição de vida da crian-

UNICESUMAR
ça e do jovem hospitalizado. Assim, o pedagogo conduz seu trabalho paralelo às
necessidades clínicas, nos ambientes especializados, como se pode observar em
experiências citadas no meio científico (SOUZA; TELES; SOARES, 2017).

conecte-se

Veja também um exemplo de instituição que desenvolve a atuação da peda-


gogia hospitalar.

Sousa, Teles e Soares, (2017) discutem as fragilidades em trabalhar com as


crianças hospitalizadas, pois elas têm duplo aprendizado, o de conviver com a
fragilidade da doença, as dores, o sofrimento, a falta de motivação para apren-
der saberes novos. Esses aspectos podem fortalecer a atuação do pedagogo. Mas
como seriam essas estratégias? Convido você a pensar comigo! Acima de qual-
quer propósito, o profissional deve, primeiramente, garantir o direito ao ensino
para as crianças e adolescentes enfermos, utilizar-se de estratégias lúdicas que
motivem o aprendizado, por meio de estimulações visuais, brinquedos, jogos,
recreações, uso de aplicativos digitais, desenho, pintura, entre outras propostas
(SOUSA; TELES; SOARES, 2017).

117
Estimular a dinâmica do aprender brincando, fazendo e aplicando os con-
UNIDADE 5

ceitos teórico-práticos, utilizando-se do ambiente acolhedor também são es-


tratégias de ensino, com o apoio das brinquedotecas, por exemplo. Fato que
confirma ser fundamental o preparo docente para a sua atuação prática (SOU-
SA; TELES; SOARES, 2017).
Outro fator importante nesse preparo docente é a manutenção do equilíbrio
emocional, conviver com realidades dolorosas, como os longos tratamentos onco-
lógicos vivenciados pelas crianças; além de trabalhar as questões do luto, do tra-
tamento paliativo e demais situações que fogem do controle esperado (MUNIZ;
TEIXEIRA, 2020). A família do enfermo é relevante nesse processo educativo e
pode auxiliar no desempenho no plano de atividades pedagógicas. Nesse sentido,
o profissional da educação deve buscar compartilhar da ampla parceria entre a
Saúde e a Educação (MUNIZ; TEIXEIRA, 2020).
O que leva, então, às possibilidades de sucesso no trabalho do pedagogo hospi-
talar? O desempenho que este profissional faz quando promove a escuta qualificada
e pedagógica dos saberes do educando; a sensibilidade na compreensão das poten-
cialidades e fragilidades deste escolar; a atenção nos resultados das estratégias de
ensino propostas; analisar os resultados positivos e negativos bem como manter a
formação e aprimoramento contínuos em busca de inovações pedagógicas.
A docência hospitalar é um desafio, mas também um campo fértil para novos
aprendizados, experiências marcantes de vida e um infinito local de amorosida-
de! Caro(a) estudante, você conheceu os contextos que permeiam a atuação do
profissional pedagogo em cenários distintos, não escolares, como a empresarial,
tecnológica e hospitalar. Informações importantes que colaboram para a sua
formação acadêmica, instigando a sua curiosidade para as inovações e as formas
interativas e divertidas de se fazer educação!

118
CONSIDERAÇÕES FINAIS

UNICESUMAR
Nesta unidade, você compreendeu as possibilidades de atuação do profissional da
educação fora do contexto escolar; as responsabilidades que a profissão reserva
para a futura atuação no mercado de trabalho; o que faz o pedagogo no cenário
da gestão escolar bem como o aspecto positivo de se continuar a estudar e se apri-
morar na área, pois as oportunidades de crescimento profissional são factíveis.
Tornar-se um supervisor ou um diretor escolar, também, abre novas portas
que influenciam o desenvolvimento das competências e habilidades, além da
docência. Esta profissão possui relevância com a colaboração e integração com a
equipe pedagógica, visto que as competências pedagógicas perpassam o processo
organizativo das atividades docentes e contemplam a gestão de equipe, o acompa-
nhamento das ações de educação continuada e os contatos com os representantes
das instituições de ensino.
No contexto da pedagogia empresarial, você viu que os pedagogos podem
desempenhar o trabalho no planejamento, organização e execução inseridas em
empresas. O profissional desempenha papel fundamental nos projetos peda-
gógicos, enquanto colaboradores e líderes de equipe. Portanto, há espaços que
comportam sua atuação, como nos ambientes hospitalares.
Nesse sentido, experienciar o processo pedagógico foi o diferencial dessa unida-
de, quanta riqueza e considerações de aprendizados são vistas quando a educação
é realizada com crianças e adolescentes hospitalizados. Colaborar no ensino de
crianças que perdem a expectativa de vida por causa das doenças, que convivem
com o sofrimento, é buscar a recompensa de realmente educar. A capacidade de
ampliação das competências e habilidades do pedagogo são realmente significativas
e fundamentais para uma transformação do pensar e agir na sociedade.
No Brasil, temos vários hospitais que possuem espaços destinados ao desen-
volvimento pedagógico, como as ações desenvolvidas nas brinquedotecas, à beira
leito, que são exemplos de atitudes humanizadoras, de comprometimento e amor
às crianças hospitalizadas. Por fim, quero convidar você a explorar outros materiais
no meio científico que tratam dos temas discutidos nesta unidade bem como a
leitura sugerida do livro, ao final desta unidade, e, para fechar, mergulhar na história
emocionante do filme “Patch Adams, o amor é contagioso”! Bons estudos sempre!

119
na prática

1. A Educação Não Escolar é um recurso utilizado como apoio aos profissionais da


educação que direcionam o atendimento às necessidades escolares que as crianças
enfrentam, quando estão doentes ou hospitalizadas. Em relação a Educação Não
Escolar, analise as alternativas a seguir e assinale a correta:

a) A Educação não formal estabelece a atuação do profissional fora do ambiente


escolar, mas segue rigorosamente os pressupostos da educação.
b) A educação fora do ambiente escolar coloca o professor como protagonista no
processo de ensino.
c) A educação no formato regular permite o protagonismo do professor.
d) A educação informal prioriza o protagonismo do professor.
e) A educação não formal realizada no ambiente escolar preza pela atuação do
profissional, no processo do ensino e aprendizagem.

2. Em relação à atuação do pedagogo na administração escolar, avalie as seguintes


afirmações e considere V para verdadeiro e F para falso:

( ) O administrador escolar atua na coordenação dos processos pedagógicos.


( ) O supervisor escolar trata das diretivas da escola.
( ) A gestão escolar é composta por diretores, supervisores e coordenadores que
atuam no contexto escolar.

Assinale a alternativa correta:

a) V, V, F.
b) F, F, V.
c) V, F, V.
d) F, F, F.
e) V, V, V.

120
na prática

3. O trabalho do pedagogo empresarial é relevante, pois atua na retenção de colabora-


dores em projetos. Descreva porque cabe nas empresas a atuação desse profissional.

4. Toda criança tem garantido o direito à escolarização, e o profissional da educação é


o responsável por permitir que o ensino seja disponibilizado para ela, nos ambientes
escolares e não escolares. Considerando o contexto da atuação do pedagogo no
ambiente escolar, explique como surgiu a necessidade de inserção do profissional
neste ambiente, considerando o contexto histórico.

5. No contexto hospitalar, o profissional da educação deve considerar as condições


da criança, enquanto realiza as atividades pedagógicas. Por isso, deve atentar-se
ao processo da doença estabelecido na criança. Nesse sentido, descreva como as
atividades pedagógicas podem ser desenvolvidas no hospital.

121
aprimore-se

Para saber mais sobre a atuação do pedagogo no ambiente escolar, convido você à
leitura do artigo: “O direito à educação da criança em tratamento de saúde, realizado
pelo grupo de trabalho que desenvolve atividades no âmbito da Pedagogia Hospitalar”
Esse artigo tem como temática de pesquisa o Direito à educação em face de si-
tuação de doença e/ou tratamento de saúde. Visa compreender e apresentar como
o direito à educação se organiza no ambiente hospitalar e qual a compreensão que
as famílias dos estudantes em tratamento de saúde têm desse direito.
As discussões acerca do direito à educação da criança hospitalizada pautam-se
nas leis federais e estaduais, discussões de estudiosos e observação interpretativa
do processo de escolarização das crianças hospitalizadas. O trabalho de escolariza-
ção hospitalar deve ser realizado, visando a atender os direitos da criança/adoles-
cente estabelecidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB, pelo Estatuto
da Criança e do Adolescente - ECA, pela lei dos Direitos da Criança e dos Adolescen-
tes Hospitalizados e pelas políticas de Educação Especial definida pelo Ministério da
Educação e Cultura - MEC e do documento Classe Hospitalar e Atendimento Peda-
gógico Domiciliar também do MEC.
Tendo como base a LDB, compreende-se que a educação abrange os processos
formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no traba-
lho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações
da sociedade civil e nas manifestações culturais. É, então, direito da criança e obri-
gatório, enquanto o educando for menor de 18 anos, como prevê o Estatuto da
Criança e do Adolescente no Artigo 2º e Artigo 53.
A pesquisa apresentada, neste artigo, foi um estudo de caso, que avaliou o ques-
tionário respondido por 10 (dez) familiares que acompanhavam crianças e adolescen-
tes internadas no Hospital Pequeno Príncipe e observação de outras 15 (mães), anali-
sando suas reações e comentários, diante do processo de escolarização das crianças
no ambiente hospitalar. A análise dos dados coletados indica que os pais reconhecem
a educação como um direito e expressam opinião sobre o processo de escolarização.

Fonte: adaptado de Menezes, Trojan e Paula (2020).

122
eu recomendo!

livro

Atividades Lúdicas em hospitais pediátricos


Autores: Antônio José Araújo Lima e Thelma Helena Costa Chahini
Editora: Appris
Sinopse: na atuação do pedagogo no ambiente hospitalar, é fun-
damental que o processo de ensino e aprendizagem seja o mais
prazeroso possível, por isso, o livro aborda as diversas formas de
trabalhar a educação por meio da ludicidade, visando à humani-
zação no atendimento à criança hospitalizada.

filme

Patch Adams: o amor é contagioso


Ano: 1998
Sinopse: o filme conta a história de Hunter "Patch" Adams, um
médico humanizado que choca o mundo, colocando alegria no
coração de seus pacientes. Mostrando alegria a seus amigos,
como também ao mundo todo, pois ele provará que o amor é
contagioso. O filme retrata o poder da ludicidade em qualquer
processo de ensino no ambiente hospitalar.

123
123
conclusão
conclusão geral
geral

conclusão
conclusão
geral
geral

Prezado(a) aluno(a)!
Espero que este livro tenha colaborado para o seu conhecimento acerca do con-
texto que envolve a saúde e educação bem como as suas nuances com a Pedagogia.
É relevante reconhecer que a atuação do profissional da educação perpassa vários
cenários, estimulando-o a desenvolver as competências e habilidades necessárias
para se tornar um profissional de sucesso.
Aqui, abordou-se a trajetória histórica da educação e os seus desdobramentos.
Estes colaboraram na compreensão do contexto sanitário e evolutivo da comuni-
dade brasileira. Em seguida, você conheceu o programa de saúde pública mais im-
portante do nosso país, o Sistema Único Brasileiro, o famoso SUS brasileiro, que
é tão importante para o acompanhamento de saúde e de doenças das pessoas.
Possibilitou-se acompanhar as políticas e programas existentes na saúde pública e,
depois, associá-los às particularidades que a educação apresenta. Principalmente
dos aspectos da promoção à saúde das pessoas, aliados com os Objetivos do Milê-
nio, considerando a alimentação saudável, a cultura de paz e outros.
Inseridos no contexto do sistema público, discorreu-se sobre a atuação da equipe
Estratégia Saúde da Família, como forma de apoio ao trabalho docente. Aprofundou-
-se, ainda, no Programa Saúde na Escola, relevante cenário que corrobora no processo
de ensino. Tratou-se, também, dos principais problemas sócio emocionais no ambien-
te escolar que interferem diretamente na saúde dos escolares, como as tratativas da
prevenção do bullying escolar, a depressão infantil, sofrimento causado por violências,
as enfermidades mentais que acometem os professores, ou seja, o retrato dos desa-
fios que o pedagogo pode encontrar ao longo da sua lida, em seu campo de atuação.
E, finalmente, os diversos cenários de atuação do pedagogo, nas áreas da gestão
escolar, empresarial e hospitalar, considerados campos férteis para o aprendizado
e a renovação dos saberes docentes, todos embasados e regulamentados por leis
e diretrizes.
Dessa forma, conclui-se o estudo, reafirmando a relevância do profissional da
educação compreender o processo de saúde, doença e suas interfaces com o ensino
pedagógico. Esperamos que os conteúdos, aqui, abordados possibilitem a você, abrir
novos horizontes e perspectivas diversas para uma excelente trajetória profissional.
Sucesso sempre!

124
124
referências

UNIDADE 1

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136
gabarito

UNIDADE 1 UNIDADE 3

1. A. 1. A.

2. A. 2. E.

3. C. 3. B.

4. De todas as conferências, a 8ª foi a mais 4. Passo 6: Oferecer à criança diferentes


importante e que marcou a história da alimentos ao dia. Uma alimentação
saúde no Brasil. Nela, propôs-se a cria- variada é uma alimentação colorida.
ção do Sistema Único de Saúde (SUS), Dica ao profissional e à equipe: conver-
tendo como diretrizes a Universalidade, sar sobre a estimulação dos sentidos,
a Integralidade e a participação social. enfocando que a alimentação deve ser
Também, ampliou-se o conceito de um momento de troca afetuosa entre a
saúde com a proposta de direito dos criança e sua família. Passo 7: “Estimular
cidadãos e dever do Estado. o consumo diário de frutas, verduras e
legumes nas refeições”. Dica ao profis-
5. A Escola Nova tinha como proposta im-
sional e à equipe: pedir à mãe que faça
plantar, nas escolas públicas, um mé-
uma lista das hortaliças mais utilizadas.
todo de ensino que permitisse a igual-
Depois, aumentar essa lista, adicionan-
dade, com atuação de um Estado laico
do outras opções não lembradas, e des-
com oportunidades igualitárias para
tacar os alimentos regionais e típicos da
todos.
estação. Passo 10: “Estimular a criança
doente e convalescente a se alimentar,
UNIDADE 2 oferecendo sua alimentação habitual e
seus alimentos preferidos, respeitando
1. C. a sua aceitação”. Dica ao profissional e
à equipe: avaliar em equipe como está
2. C.
a acessibilidade da criança doente ao
3. C. serviço de saúde.

4. C. 5. Pessoas: sociedade inclusiva, equitativa


e com plenos direitos para todos e to-
5. C.
das. Planeta: gestão sustentável dos re-
cursos naturais para as gerações atuais
e futuras. Prosperidade: prosperidade
e qualidade de vida para todas as pes-
soas. Paz: sociedade pacífica, justa e
inclusiva. Parceria: parcerias múltiplas
para implementação da agenda de de-
senvolvimento sustentável.

137
gabarito

UNIDADE 4 UNIDADE 5

1. A. 1. A.

2. D. 2. B.

3. É na Atenção Básica que a recepção ao 3. A sua atuação, em espaço distinto da


indivíduo com transtorno mental inicia, sala de aula, auxilia na aprendizagem
por meio de um dispositivo chamado e importância das relações humanas
acolhimento, ou seja, a primeira conver- dentro das empresas, com desafios e
sa da pessoa com um profissional da dificuldades, principalmente, no rompi-
saúde, geralmente um enfermeiro ou mento de barreiras da sua atuação pe-
técnico de enfermagem. Também é as- dagógica fora dos muros da escola.
sistido pelo médico da equipe que ava-
4. A pedagogia hospitalar teve sua atua-
lia as condições de saúde e direciona
ção inicial no Brasil, em meados de
à terapêutica. Esta pode ser de forma
1950, com a Classe hospitalar Jesus
individual, coletiva e multiprofissional.
no Rio de Janeiro e, posteriormente,
4. A Síndrome de Burnout se caracteriza foi aderida pelas demais instituições
como uma doença psicossocial que se hospitalares, como as Santas Casas de
desenvolve por meio de quatro fatores: Misericórdia. Em 1994, com a Política
a ilusão pelo trabalho, o desgaste psí- Nacional de Educação Especial, a ob-
quico, a indolência (indiferença) e a cul- servância das condições mínimas ne-
pabilização por atitudes e comporta- cessárias, nesse processo, foi permitida
mentos, além da exposição prolongada às crianças e jovens.
aos estressores ocupacionais.
5. As atividades pedagógicas podem ser
5. A homeopatia (tratamento homeopáti- desempenhadas em ambientes apro-
co com foco em ansiedades, depressão, priados, como as brinquedotecas. Estas
insônia etc.), a fitoterapia (uso de plan- são, naturalmente, espaços confortáveis,
tas como tratamento), a aromaterapia lúdicos e agradáveis e, por isso, facilitam
(uso de essências que produzem aro- o aprendizado.
mas com diversas finalidades).

138
anotações



































anotações



































anotações



































anotações



































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