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INTERVENÇÕES
FAMILIARES E
INSTITUCIONAIS
PROFESSORES
Me. Amanda Gladyz Blasquez Figueroa
Me. Sonia Maria de Campos
ACESSE AQUI
O SEU LIVRO
NA VERSÃO
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EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Waléria Henrique dos Santos
Leonel C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Projeto Gráfico e Capa Núcleo de Educação a Distância. FIGUEROA, Amanda Gladyz
Blasquez; CAMPOS, Sonia Maria de.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães Psicopedagogia e Intervenções Familiares e Institucionais.
Amanda Gladyz Blasquez Figueroa; Sonia Maria de Campos.
Editoração
Ellen Jeane da Silva Reimpressão - 2020
Maringá - PR.: UniCesumar, 2020.
Design Educacional
216 p.
Amanda Peçanha
“Graduação - EaD”.
Revisão Textual
1. Pedagogia 2. Família 3. Institucional. EaD. I. Título.
Nágela Neves da Costa
Ilustração
Welington Oliveira
CDD - 22 ed. 3.701.523
Fotos
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Shutterstock Impresso por:
ISBN 978-65-5615-103-8
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/4708364597786505
http://lattes.cnpq.br/7371131120808017
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
PSICOPEDAGOGIA E INTERVENÇÕES
FAMILIARES E INSTITUCIONAIS
Olá caro(a) alunos(a), espero que esteja animado para concluir este estudo. Pretendemos,
aqui, apresentar a você a relevância dos psicopedagogos no auxílio da formação do homem
atuante na sociedade. Nesse sentido, este material se justifica por vislumbrar os Fundamentos
da Psicopedagogia e as Intervenções Familiares e Institucional. Em um primeiro momento,
abordaremos as mudanças que ocorrem, socialmente, e que se manifestam também nos
modelos familiares para, assim, conhecer a história da família, uma precursora fundamental.
Levantaremos, desse modo, discussões em relação à família e ao desenvolvimento do indiví-
duo, em todos os seus aspectos.
Desejamos que você, caro(a) aluno(a), entenda que a aprendizagem não se faz somente no
decorrer deste estudo, mas durante todo o dia. Ficar atento às ocorrências do dia a dia per-
mite encontrar elementos para reforçar o aprendizado.
Bons estudos!
ÍCONES
pensando juntos
explorando ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
08 UNIDADE 02
44
A PSICOPEDAGOGIA A PARTICIPAÇÃO
E A FAMÍLIA E INFLUÊNCIA
DA FAMÍLIA
UNIDADE 03
80 UNIDADE 04
134
INTERVENÇÃO A INSTITUIÇÃO COMO
INSTITUCIONAL: CO-CONSTRUTORA
UMA VISÃO DA APRENDIZAGEM
PSICOPEDAGÓGICA
UNIDADE 05
162 FECHAMENTO
192
A PSICOPEDAGOGIA CONCLUSÃO
E AS INSTITUIÇÕES GERAL
SOCIAIS
1
A PSICOPEDAGOGIA
E A FAMÍLIA
PROFESSORAS
Me. Amanda Gladyz Blasquez Figueroa
Me. Sonia Maria de Campos
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: As transformações familiares •
A Família e o desenvolvimento do indivíduo • Quando o vínculo é a doença.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Analisar as implicações que decorrem da ausência da família, no processo de ensino e aprendizagem
dos filhos • Refletir sobre a importância de uma juventude mais comprometida com a vida em so-
ciedade • Observar a responsabilidade de educar, a importância de caminhar junto, de disponibilizar
tempo, paciência e, sobretudo, persistência da família para com os seus filhos.
INTRODUÇÃO
FAMILIARES
Caro(a) aluno(a), verificaremos, no decorrer deste estudo, que, nos últimos tem-
pos, a constituição familiar sofreu significativas mudanças, entre as quais pode-
mos destacar a configuração, a dimensão, a atribuição de papéis, entre outras, que
despertaram possibilidades e rupturas. A família tem, em sua função primária,
a transmissão dos valores, da tradição e dos costumes, dependendo da cultura
que corresponde à sociedade. Roudinesco (2003, p. 10) destaca que a família é
uma “célula de base da sociedade”. Nela, estabelece-se os papéis que o indivíduo
desempenhará bem como a formação dos vínculos. É nessa relação que a célula
base da sociedade, a família, distingue-se entre o ser humano e o animal.
Para Terkesen (1980), a família é definida, do ponto de vista psicológico,
como um pequeno grupo social em que pessoas se relacionam por meio do afe-
to existente entre ambos, em um mesmo espaço, e que se perdura por toda a
vida. A constituição familiar, ainda, pode ocorrer pela união entre duas pessoas,
nascimento ou adoção, ou seja, pode ter vários arranjos. Para Burgess (1970, p.
546-547), por sua vez:
“
Em todo caso, a unidade real da vida familiar tem sua existência
não em qualquer concepção legal, nem num contrato formal, mas
na interação de seus membros, porque a família não depende, para
sobreviver, de relações harmoniosas de seus membros, nem se
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desintegra necessariamente em resultado de conflitos entre seus
UNICESUMAR
membros. A família vive enquanto a interação está se realizando e
só morre quando ela cessa.
Com essa afirmação, podemos perceber que a unidade familiar existe de várias
formas e, após se constituir independe de outros fatores, continuará como família.
O que podemos observar é que, nas últimas décadas, tem-se mostrado poliva-
lente, tanto em expressões como pelo aumento da complexidade das relações
familiares. Essas transformações que ocorrem de maneira rápida são resquícios
culturais engendrados, ao longo da história (PASSOS, 2015).
pensando juntos
A família, sem sombra de dúvida, foi a instituição que sofreu, ao longo do tempo, pro-
fundas adaptações e modificações. E você, conhece as histórias já vivenciadas por sua
família?
O homem possui um grande vínculo natural que o une à família. Nesse sentido,
esclarece-se que não há outra instituição tão intimamente ligada a ele. Lévi-S-
trauss (1986) menciona que, de acordo com o contexto social, isto é, a sociedade
e a época histórica, a vida familiar passa a adquirir suas especificidades, pois a
família é socialmente constituída, conforme as normas culturais.
Ao analisar as histórias das famílias tradicionais, verifica-se que era repre-
sentada por uma célula estável, referente a um mundo imutável, e oriunda do
casamento. Este tinha por finalidade a procriação, a maioria das famílias era bem
numerosa, ou seja, composta por muitos membros familiares (PASSOS, 2015).
11
Os casamentos dos filhos eram com-
UNIDADE 1
UNICESUMAR
peito; depositava-se a eles confiança; e eram vistos como figuras importantes
para a família, por deter a memória familiar e a genealogia. Podemos verificar
que os idosos ocupavam um lugar na transmissão viva dos valores familiares e,
com isso, eram muito respeitados e atendidos, prontamente, em suas colocações
no meio familiar.
A criança, por sua vez, como era vista no meio da família tradicional? Essa
tinha um período de infância curto. Segundo Ariès (1978, p. 17), “até por volta do
século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la. É
difícil crer que essa ausência se devesse à incompetência ou à falta de habilidade.
É mais provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo”.
A indiferença à criança, no meio da família tradicional, justificava-se pela de-
mografia da época. A infância, neste momento, era vista como uma fase sem im-
portância, não tinha um controle de natalidade, as crianças nasciam e morriam,
precocemente, sem ter uma organização familiar. Ou seja, a criança mantinha-se
em um lugar anônimo e intercam-
biável. Outro ponto que podemos
observar refere-se aos trajes de uso
habitual, não tinha distinção das
crianças para os adultos (ZORNIG,
2008).
Para Ariès (1978), a infância
adquiriu um valor social apenas a
partir do discurso econômico e pe-
dagógico do final do século XVIII.
O discurso faz menção à importân-
cia da população para um país e seu
desenvolvimento. Diante disso, os
economistas atribuíram à criança
um valor mercantil, passou, então,
a ser potencialmente uma riqueza
econômica para o país, iniciando
uma preocupação maior em seu de-
senvolvimento.
Figura 1 - Imagem de uma criança de família
tradicional
13
UNIDADE 1
pensando juntos
Como vimos, a família tradicional tem um modelo que quase não vemos nas
famílias atualmente, mas é importante conhecer estes aspectos para compreender
a história familiar e as mudanças que se apresentam socialmente. Desse modo,
entenderemos o ser humano em sua totalidade.
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A Família Moderna
UNICESUMAR
Ao buscar os fatos históricos, caro(a) aluno(a), temos como intuito entender
que somos herdeiros do encontro das histórias familiares, ocorridas em outras
épocas, antecedentes a nós e importantes, pois de alguma forma nos marcaram.
Ao analisar os valores e as referências sociais que levamos para nossas vidas, ve-
rificamos que são constituídos em nosso passado e disseminados de geração em
geração, configurando-se para cada um dos seres humanos de maneira singular.
Diante disso, é preciso conhecer a história de nossas origens para garantir nossa
identidade psíquica e social (PASSOS, 2006).
A partir do século XVIII, iniciou-se uma organização diferente no meio fami-
liar, com laço mais estreito entre os membros familiares, desfazendo-se o modelo
anterior. A passagem da família tradicional para a moderna trouxe muitas mu-
danças, como a queda da tradição patriarcal, a emancipação da mulher e parti-
cipação na vida econômica, social e cívica, a paternidade por escolha e as formas
de moradias melhor instaladas. Laqueur (1992) descreve em seus estudos que,
após a Revolução Francesa, por meio das mudanças políticas e morais difundidos,
observou-se a necessidade de uma luta por igualdade de direito entre os cida-
dãos, quebrando o paradigma da diferença sexual. Ou seja, era preciso respeitar
a natureza do homem e da mulher, pois cada sexo teria funções sociais diferentes.
A mulher então, passa por uma nova fase, é um momento de valori-
zação no meio familiar. Além de genitora, detinha os cuidados maternos
com os seus.
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A mãe se tornou um agente de investimento da família, fazendo a mediação
UNIDADE 1
entre os filhos, a escola e os cuidados médicos. Outro aspecto era a ajuda finan-
ceira e, com isso, não sendo mais o homem o único provedor do sustento familiar
(CARNEIRO, 2015).
A criança, também, inicia um novo momento. Agora, é vista como o futuro
da nação e torna-se objeto de investimento, por ser idealizada. A figura da mãe
estava ligada a esse processo da criança, sendo ela quem provia os cuidados e
condução da criança (FOUCAULT, 1988). Como podemos ver, o reconheci-
mento da criança veio ao encontro de uma preocupação moral e educacional,
objetivando o seu desenvolvimento em nome do ideal de um futuro adulto que
pudesse compreender e respeitar as normas sociais.
A composição familiar se diferenciava da tradicional, pois não se constituía
de um número grande de pessoas, condensando-se em torno dos pais e poucos
filhos, ou seja, preservou-se, fechou-se em seu núcleo. Esse modelo não tinha
mais a obrigação de reproduzir os padrões das gerações anteriores, então, iniciou
um novo processo de valorização dos sentimentos e da escolha individual, como
princípio de vida. Tem-se, também, um outro olhar para os valores. Isso, porém,
não ocorre de forma isolada da sociedade, que colocou no topo dos relaciona-
mentos o status.
explorando Ideias
16
Nesse momento histórico, a valorização da qualificação de uma população passou
UNICESUMAR
a ser reconhecida como a riqueza de uma nação. Assim, a saúde e educação eram
critérios importantes para aparentar uma população qualificada. Resumindo, a
família moderna pode ser definida:
■ A hierarquia do homem sobre a mulher é questionada.
■ Não existe diferença sexual.
■ A mulher já não é mais fadada, somente, à maternidade.
■ A mulher tem a gestão dos lares.
■ O homem a gestão do espaço público.
■ A criança é reconhecida.
Dessa forma, pode se dizer que a família moderna, com base nos fatos históricos,
é reconhecida como propulsora da sociedade, incumbida de promover a reali-
zação social.
Famílias Contemporâneas
“
A família, da forma como vem se modificando e estruturando nos
últimos tempos, impossibilita identificá-la como um modelo úni-
co ou ideal. Pelo contrário, ela se manifesta como um conjunto de
trajetórias individuais que se expressam em arranjos diversificados
e em espaços e organizações domiciliares peculiares.
“
Alargou-se o conceito de família, que, além da relação matrimonia-
lizada, passou a albergar tanto a união estável entre um homem e
uma mulher como o vínculo de um dos pais com seus filhos. Para
configuração de uma entidade familiar, não mais é exigida, como
elemento constitutivo, a existência de um casal heterossexual, com
capacidade reprodutiva, pois dessas características não dispõe a fa-
mília monoparental.
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Família Nuclear Tradicional Novas Alternativas
UNICESUMAR
União legal Solteiros, união consensual
“
Vamos percebendo que a família, como a conhecemos hoje, não é
uma organização natural, nem uma determinação divina. A organi-
zação familiar transforma-se no decorrer da história do homem. A
família está inserida na base material da sociedade ou, dito de outro
modo, as condições históricas e as mudanças sociais determinam
a forma como a família irá se organizar para cumprir sua função
social.
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E, assim, como em outras épocas, a família contemporânea traz algumas carac-
UNIDADE 1
terísticas que a marca, mas não desprezando o que a trouxe até essa época, pois
é nos segmentos anteriores que se forma o novo. O novo e o velho estão, sempre,
engendrados nas experiências de um sujeito ou de uma família, sem que neces-
sariamente essa situação seja visível.
Ao referir às transformações ocorridas na família no decorrer das épocas, é
possível observar a mudança de um modelo que vigorava até o século passado.
Nele, a criança continuava com sua família até sua entrada na pré-escola, entre os
dois e três anos. A família, até esse momento, era o único meio de socialização da
criança, era sua base o lugar de segurança e referência para o seu desenvolvimen-
to. Atualmente, é substituída, precocemente, por um espaço social em comum
com outras pessoas e suas respectivas regras e leis, que não lhe são familiares, em
uma transmissão de conhecimentos (BERNARDINO; KUPFER, 2008).
Em relação à criança na família contemporânea, podemos observar que na
década de 80, teve um movimento social no Brasil, reivindicando os direitos
das crianças. Conforme Almeida e Lara (2005, p.107), “a partir da elaboração do
Estatuto, se estabeleceu os princípios de proteção integral à criança a qual passou
a ser concebida como pessoa em fase peculiar de desenvolvimento e, portanto,
pressupõe que tenham prioridade absoluta”. Por muito tempo ou séculos a crian-
ça foi “calada”, não lhe era dado a voz, por não ser considerada importante, sem
lugar social. Bujes (2002) destaca que a criança que compreendemos, atualmente,
não é um dado atemporal, mas um acompanhamento da modernidade.
A criança contemporânea imerge em um momento de símbolos, aos quais
confere sentido, ao passar do tempo de sua vida, pelas interações com o meio;
dá novos significados a sua cultura e constrói novas possibilidades de leitura de
mundo. Caro(a) aluno(a), de acordo com Bauman (1998), o que pode ser obser-
vado na contemporaneidade é o real desejo pela liberdade, essa tende a seguir a
velocidade das transformações econômicas, tecnológicas, culturais e do cotidiano
familiar. Independentemente, porém, da época ou do modelo social,
“
A família é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e
da proteção integral dos filhos e demais membros, independente-
mente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando.
É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo, materiais
necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes.
Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal.
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É em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitá-
UNICESUMAR
rios, e onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também
em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são
observados os valores culturais (YAEGASHI, 2007, p. 79).
21
2
A FAMÍLIA E O
UNIDADE 1
DESENVOLVIMENTO
do indivíduo
“
A família é uma unidade grupal onde se desenvolvem três tipos
de relações pessoais – aliança (casal), filiação (pais e filhos) e con-
sanguinidade (irmãos) – e que a partir dos objetivos genéricos de
preservar a espécie, nutrir e proteger a descendência e fornecer-lhe
condições para a aquisição de suas identidades pessoais desenvol-
veu através dos tempos funções diversificadas de transmissão de
valores éticos, estéticos, religiosos e culturais.
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Para tanto, o primeiro espaço de convivência do ser humano é o meio familiar. Ela
UNICESUMAR
é a referência primordial para qualquer pessoa, pois é na família que aprendemos
a incorporar valores éticos e vivenciamos as primeiras experiências afetivas bem
como representações, juízos e expectativas. É possível, portanto, verificar a im-
portância da família no desenvolvimento do ser humano, é por meio dela que a
pessoa aprende a reproduzir os padrões culturais existentes, recebe conhecimen-
tos que o acompanhará no seu desenvolvimento pessoal por toda vida. Podemos
observar que a família constrói e se constrói pela sociedade:
“
Na sociedade, a competição acirra o individualismo, de modo que
no lugar da regulação da vida pela reprodução de padrões de rela-
cionamentos proximais típicas da comunidade, tem-se o aumento
da intervenção do Estado, que ocorre por meio da produção de
leis e da criação de instituições que se encarregam do exercício do
controle social. Por conseguinte, os indivíduos acabam se sentido
mais dependentes do Estado do que de suas famílias, passando a
cobrar dele ações para resguardar a sua proteção, seja na forma de
elaboração de novas leis, seja na criação de novas instituições (SIER-
RA, 2011, p. 11).
23
Família papéis e funções
UNIDADE 1
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UNICESUMAR
pensando juntos
Não afirmamos que tudo é resolvido ou culpa das famílias, mas apresentamos a
sua relevância na constituição de uma sociedade sadia. Apesar dos avanços tec-
nológicos e as redes sociais ganharem espaços no desenvolvimento do indivíduo,
é, ainda, a família a grande geradora de afetividade. Esta, por sua vez, humaniza
o homem. Desse modo, a família é de suma importância para a sociedade, pois,
como composição integradora, ela move o desenvolvimento social.
Portanto, é preciso compreender as diversas funções atribuídas a ela na or-
ganização social, levando-se o que tão, costumeiramente, conhece-se como “base
do Estado”. Nesse sentido, pensar e repensar a família é uma necessidade para
compreender, sedimentar, fortalecer as suas competências na construção do ser
humano em todas as suas expectativas.
“
[...] sustentar a ideologia que associa a família à ideia de natureza,
ao evidenciarem que os acontecimentos a ela ligados vão além de
respostas biológicas universais às necessidades humanas, mas confi-
guram diferentes respostas sociais e culturais, disponíveis a homens
e mulheres em contextos históricos específicos (SARTI, 1995, p. 31).
25
Ao analisar os fatos históricos, podemos verificar que a Revolução Indus-
UNIDADE 1
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Destaca-se, também, neste contexto, o exame de DNA, que permite a iden-
UNICESUMAR
tificação da paternidade. Isso ocorreu em meados de 1990 e, até então, a dúvida
da paternidade prevalecia no meio familiar. Esse recurso, por sua vez, garantiu
a proteção à mulher, ao homem e à criança. A responsabilidade biológica, logo,
é cobrada tanto da mãe como do pai, estes devem dar a proteção à criança até a
sua maturidade (FONSECA, 2002).
Diante de tantos avanços que interferem na conjuntura familiar, podemos
observar que a família comporta uma enorme elasticidade. Com isso, mesmo a
família sendo a idealizações de muitas pessoas, as mudanças ocorridas desesta-
bilizaram o modelo desejado, e se torna, hoje, complexo sustentar a ideia de um
modelo adequado. Dessa forma, não existe um padrão adequado ou inadequado
em relação à família (SARTI, 2003).
Como vimos, caro(a) aluno(a), tivemos muitos avanços tecnológicos e cien-
tíficos que influenciaram o meio familiar, isso fez com que os arranjos familiares
tivessem algumas transformações, gerando mudanças nos relacionamentos inter-
nos e externos da família. Pode-se afirmar, no entanto, que, independentemente,
dos avanços tecnológicos e científicos, a família continua a ser a base do desen-
volvimento humano, em todos os seus aspectos.
27
3
QUANDO O VÍNCULO
UNIDADE 1
É A DOENÇA
Esse diálogo nos remete a uma reflexão das ações realizadas pela família, nas tro-
cas afetivas ou sociais, a fim de possibilitar a construção e a apropriação de sabe-
res, práticas e hábitos da criança. Por estar em constante formação, a criança vive
em um mundo que lhe é questionado em tudo, esse processo de apropriação e de
negociação entre o adulto e as dúvidas dos pequenos ocorrem nas interlocuções
com a criança, já que é na linguagem que mundo e sujeito se inter-relacionam e
se constituem como tal. A criança, desse modo, precisa do adulto para conduzi-la
em suas decisões, por não ter, ainda, constituído os seus saberes. Como um ser
humano em formação, a criança não se reconhece nem se difere de outros seres
vivos. Com isso, os familiares assumem a responsabilidade pela continuidade de
sua integridade no mundo, protegendo e conduzindo o seu desenvolvimento.
O sentido de proteger a criança tem como características a horizontalidade
de igualdade, valores, respeito e a escuta, reconhecimento de si e do outro, como
seres de igual valor. Trata-se de transmitir conhecimentos e levar a criança à inter-
pretação do mundo. Isso não significa que não haverá atritos, mas é na superação
desses que se constitui o vínculo entre a criança e a família.
28
UNICESUMAR
explorando Ideias
Pensando nisso, Freire (1996) acredita que a família precisa saber diferenciar
liberdade e licenciosidade. Liberdade significa o direito que uma pessoa tem em
suas atitudes, ou seja, o seu livre arbítrio, desde que não ofereça dano algum a ou-
tra pessoa, é a sensação de independência entre outros significados que poderão
encontrar. A característica de licencioso, por sua vez, é de quem age, livremente,
com falta de disciplina e sem regras, não se preocupa com suas atitudes e a pos-
sibilidade de serem prejudiciais aos outros.
Diante disso, o vínculo com a criança, seja afetivo, seja educativo, precisa ocor-
rer de maneira a exercer a função de auxiliar a construção do exercício crítico e
das habilidades argumentativas de si e do mundo. Não desistir, assim, de conduzir
o pleno desenvolvimento emocional, cognitivo e social da criança, permitindo e
acompanhando a sua liberdade, para não desenvolver a licenciosidade.
pensando juntos
Isso nos leva a inferir que a qualidade do suporte e dos laços afetivos familiar
oferecidos à criança poderão refletir nos seus aspectos comportamentais, afetivos
e sociais, pois é na família que encontramos a segurança. Desde o início da vida, o
ser humano deposita na família a sua principal fonte de existência e, no decorrer
de seu desenvolvimento, torna-se a mais relevante auxiliadora do processo de
aprendizagem e do suporte de interação social. Sendo assim, a base familiar é
essencial ao desenvolvimento sociocognitivo da criança.
29
O vínculo familiar e o desenvolvimento do
UNIDADE 1
ser humano
“
[...] um sistema de inferências desse tipo é apropriadamente visto
como uma teoria, primeiramente porque tais estados não são dire-
tamente observáveis e, em segundo lugar, porque o sistema pode ser
usado para fazer predições, especificamente sobre o comportamen-
to de outros organismos (PREMACK; WOODRUFF, 1978, p. 515).
30
Podemos observar essa habilidade do ser humano, por meio do processamen-
UNICESUMAR
to das informações recebidas (perceptiva e cognitiva) do comportamento e do
ambiente (contextos e/ou situações), levando à conclusão do estado mental do
outro (eu penso que você pensa e/ou eu penso que você pensa que eu penso)
(SPERB; MALUF, 2008).
explorando Ideias
pensando juntos
Desse modo, destacamos, aqui, o vínculo familiar. Este tem por característica
básica o conjunto de atribuições proativas que a família oferece nas suas relações,
levando ao desenvolvimento socioemocional do meio que se relaciona. Para Sou-
za e Baptista (2008), a família é a primeira fonte de interação social e deve prover
o apoio indispensável à integridade física e emocional do indivíduo.
31
É por meio da influência do ambiente familiar que iniciará a formação dos
UNIDADE 1
“
Considera que a criança adquire o autoconceito por meio de um
processo de “imitação”, através do qual incorpora em seus próprios
esquemas as condutas e as atitudes das pessoas que são importantes
para ela. A criança, ao identificar-se com elas, imita-as e faz suas as
características que lhes pertencem. Assim, vai formando um concei-
to de si mesma parecido com o das pessoas que a cercam.
No decorrer da vida, o ser humano passa por várias situações que o leva a es-
truturar, rever, reafirmar ou rejeitar atitudes e valores. Podemos observar essas
ocorrências, primeiramente, no meio familiar; depois, na sociedade e, após, nas
relações escolares. São meios que submete o indivíduo às diferentes pressões e
exigências, levando-o a construir ou modificar seu modo de ver e a postura em
relação ao mundo.
Nessa construção, a qualidade da relação entre pais e filhos, sociedade e su-
jeito, professor e aluno são fatores importantes para o desenvolvimento social da
pessoa. A forma, pois, como se expressa o afeto na família, professores e colegas
bem como a disciplina são fatores que contribuem para a estruturação de um
autoconceito positivo ou negativo.
32
Podemos compreender, ainda, que a qualidade do vínculo ofertado à criança
UNICESUMAR
é essencial à construção tanto do autoconceito quanto das habilidades sociais.
Por meio do convívio familiar, a criança adquire para si os modelos presentes,
podendo ser bons ou não. Para Brandão (2011, p. 27), “em todo caso, a interação
entre os membros do grupo familiar proporciona à criança a percepção do que
se espera dela”.
Nesse sentido, é preciso destacar a importância da interação familiar e as
habilidades sociais no desenvolvimento do indivíduo.
As habilidades sociais contribuem para a competência social. Haja vista que
a pessoa precisa desenvolver tal competência, pois é ela quem dá um sentido
avaliativo e está relacionada à capacidade do indivíduo de interagir, por meio
de seus pensamentos, sentimentos e ações em prol de objetivos pessoais e de
demandas da situação exigida, socialmente e culturalmente, trazendo conse-
quências positivas para o indivíduo e para a sua relação com as demais pessoas
(PRETTE; PRETTE, 2005).
É comum, portanto, buscar uma compreensão, ao analisar o indivíduo adulto,
interagindo socialmente em seu cotidiano. A questão das habilidades sociais está
presente desde o nascimento, na dinâmica familiar, e segue por toda a vida da
pessoa, embora, em cada momento diferente da vida, sejam solicitados alguns
ajustes (PRETTE; PRETTE, 2005; DIAS, 2013).
A família é o principal meio propulsor e modelador dos vínculos afetivos,
comportamentais e cognitivos. As características existentes no ambiente familiar
são determinantes na qualidade de vida da criança, em seu desenvolvimento pes-
soal, escolar e social. O vínculo com a família, portanto, é decisivo na construção
de um coerente e positivo desenvolvimento pessoal, além de proporcionar bases
sólidas e flexíveis no desempenho das interações do sujeito com a sociedade.
Assim, de acordo com o que foi abordado, a formação da teoria da mente, em-
patia, a influência do vínculo familiar, o autoconceito e as habilidades sociais estão
interligados, ou seja, na maneira que o indivíduo se enxerga, qual é a imagem que
faz de si mesmo e do julgamento que os outros fazem dele. Essa vivência ocorre,
sobretudo, influenciada pelas interações que ocorrem, no meio familiar, social
e escolar. Nessa construção, é importante ressaltar que a qualidade das relações
entre os familiares, na vida escolar do aluno e nas vivências sociais, é relevante
para o desenvolvimento do ser humano.
33
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 1
34
na prática
a) I e II estão corretas.
b) I, II e III estão corretas.
c) I está correta.
d) II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
35
na prática
d) Nos dias de hoje, a sociedade supre a falta do apoio familiar, auxiliando as pes-
soas em seu desenvolvimento.
e) O modo familiar tradicional é o único que se apresenta eficaz para educar e
estabelecer uma sociedade desenvolvida.
a) V, V, F e V.
b) F, F, V e V.
c) V, F, V e F.
d) F, F, F e V.
e) V, V, V e F.
36
na prática
a) I e II estão corretas.
b) I, II e III estão corretas.
c) I está correta.
d) II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
5. A família tradicional é formada por dois pais, pai e mãe, vivendo em comum, e as
funções são, estritamente, divididas entre eles. Sendo assim, como é a figura do pai
na família tradicional? Analise as afirmativas.
37
na prática
a) I e II estão corretas.
b) I, II e III estão corretas.
c) I está correta.
d) II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
38
aprimore-se
O MICROSSISTEMA DA FAMÍLIA
39
aprimore-se
40
aprimore-se
Por outro lado, o status socioeconômico que se define por variáveis de renda da
família, escolaridade e o status laboral dos pais está associado às competências pa-
rentais e ao desenvolvimento infantil (BRADLEY; CORWYN, 2002). Segundo Conger,
Conger e Martin (2010), os mecanismos dessa associação estão baseados em dois
tipos de modelos. O primeiro, denominado de modelo de estresse familiar (family
stress model – FSM) argumenta que as dificuldades financeiras podem afetar as re-
lações entre o casal e as interações entre pais e filhos e, consequentemente, podem
ter impactos no desenvolvimento das crianças. O segundo, chamado de modelo de
investimento (investment model – IM) aponta o status socioeconômico como van-
tagem (ou também desvantagem) para o desenvolvimento infantil ao influenciar os
investimentos dos pais, determinando a provisão de necessidades básicas como
alimentos, vestuário, cuidados de saúde, moradia, educação escolar, assim como
materiais e atividades de aprendizagem. Esses investimentos estão associados com
os resultados cognitivos e socioemocionais das crianças desde o nascimento até a
vida adulta (BRADLEY; CORWYN, 2002; YEUNG; LINVER; BROOKS-GUNN, 2002).
Outros fatores de risco definidos, no entanto, por aspectos da dinâmica interna
da família estão relacionados com estilos e práticas parentais negativas, como a
negligência ou a agressão física e verbal, o que pode levar a interações mal adapta-
das entre cônjuges ou entre pais e filhos e que prejudica o ambiente familiar. Estes
aspectos estão associados com deficiências de habilidades cognitivas e socioemo-
cionais das crianças (SHONKOFF; PHILLIPS, 2000). Dependendo do ambiente emo-
cional e das práticas usadas para criar os filhos, a família pode influenciar positiva-
mente ou negativamente a formação das habilidades nas crianças.
Fonte: Macana (2014, p. 30-34).
41
eu recomendo!
livro
filme
Coisas de Família
Ano: 2008
Sinopse: esta incrível produção retrata o decorrer de muitos
anos, na vida de três famílias que residem na mesma rua. Fatos
comuns no cotidiano de muitos de nós, como a insegurança para
educar uma criança, a falta de amor no casamento e casos extra-
conjugais, a perda de um parente querido e a homossexualidade
de um filho são abordados de maneira inteligente e sensível. Im-
possível não gostar!
conecte-se
Café filosófico com Diana Lichtenstein Corso e Mário Corso. Palestra do módulo
“Reinvenção da família contemporânea: na tela e na vida real”. Uma conversa in-
teressante que traz o papel da mãe e do pai no meio familiar e os papéis que já
representaram e representam na contemporaneidade.
https://www.youtube.com/watch?v=J0xcCszAlqc
42
anotações
2
PARTICIPAÇÃO
E INFLUÊNCIA
da família
PROFESSORAS
Me. Amanda Gladyz Blasquez Figueroa
Me. Sonia Maria de Campos
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: Percepção do suporte familiar •
Problemas e/ou dificuldades de aprendizagens e sua relação com a família • Influência da família no
desempenho escolar.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Compreender a percepção que a criança tem a respeito do suporte familiar que recebe • Analisar o
suporte familiar nas habilidades sociais e cognitivas dos filhos • Refletir sobre os aspectos positivos do
envolvimento da família com a escola.
INTRODUÇÃO
SUPORTE FAMILIAR
UNICESUMAR
ser humano, pois este é o alicerce que auxilia o desempenho e o desenvolvimento.
Para Bronfenbrenner (1986, p. 5), o desenvolvimento humano é “uma mudança
duradoura na maneira como uma pessoa percebe e lida com o seu ambiente”, o
contrário, ou seja, a falta do suporte familiar, poderá levar a mal desenvolvimento,
a distúrbios e dificuldades em vários aspectos, como os de aprendizagens. Isto
porque as relações familiares estão intrínsecas ao desenvolvimento dos compor-
tamentos e ações, levando o ser humano a ter um senso de pertencimento ou não
ao meio em que vive, dinamizando, assim, possíveis relações sociais conflitantes.
Percebemos, até aqui, a relevância do suporte familiar no desenvolvimento
saudável da criança. Dessa forma, as práticas educativas adotadas pelos fami-
liares são determinadoras do futuro da criança, pois ela, ainda, é pequena e em
formação; está em um mundo totalmente estranho e mudanças frenéticas ocor-
rem neste ambiente, e como um ser humano em formação, a criança não vê dife-
rença entre ela e os outros seres vivos. É no meio familiar, porém, que receberá a
sua condução de vida e o reconhecimento do ser que é. Os pais devem, portanto,
assumir a responsabilidade pela sua proteção para, assim a criança compreender
o seu papel, neste mundo, e como deve se comportar no meio em que vive.
47
Para tanto, a família precisa instaurar um modo de pensar crítico, com sen-
UNIDADE 2
pensando juntos
O que você acha do diálogo no meio familiar? Para algumas pessoas, o diálogo é entendi-
do como uma ameaça à autoridade familiar, por dar oportunidade a debates e divergên-
cias de opiniões. Para outros, seria um tempo dedicado para entender o que cada pessoa
pensa sobre determinado assunto.
Para Gomide (2014), a família precisa dialogar entre seus membros, pois mesmo
que a escola, os clubes, os amigos e a televisão influenciem a formação do ser hu-
mano, a promoção da educação, os valores morais e os padrões de conduta, ainda
precisam ser construídos por meio de exemplos e diálogos familiares. Dessen e
Polonia (2007, p. 22) pontuam que
“
Como primeira mediadora entre o homem e a cultura, a família
constitui a unidade dinâmica das relações de cunho afetivo, social
e cognitivo que estão imersas nas condições materiais, históricas e
culturais de um dado grupo social. Ela é a matriz da aprendizagem
humana, com significados e práticas culturais próprias que geram
modelos de relação interpessoal e de construção individual e co-
letiva.
Dessa forma, as relações que a família mantém com o seu meio influenciam,
significativamente, a vida da criança. Isto é possível relembrarmos ou, até mesmo,
analisarmos no meio em que vivemos. A maneira como nos comportamos é, em
grande parte, consolidada na educação que obtivemos junto à família. Com isso,
a criança é diretamente influenciada pelo suporte que recebe dela, em sua forma
de pensar e agir.
Outro fator relevante a ser destacado é o que Vigotsky (2007, p. 94) afirma: “o
aprendizado das crianças começa muito antes de elas frequentarem a escola”. Isto
evidencia a responsabilidade da família ao auxiliar a criança na aprendizagem
significativa, mediando este processo de seu desenvolvimento. Montadon (2005,
p. 492) reforça que,
48
“
De modo geral, os trabalhos que enfocam as influências dos pais
UNICESUMAR
afirmam que suas condutas afetam a personalidade e outras carac-
terísticas dos filhos. Alguns trabalhos, por exemplo, relacionaram
os estilos educativos e o desenvolvimento da criança no plano de
sua personalidade assim como no de suas relações com os outros.
“
Teoricamente, a família teria a responsabilidade pela formação do
indivíduo, e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria
tomar o lugar dos pais na educação, pois os filhos são para sempre
filhos e os alunos ficam apenas algum tempo vinculados às institui-
ções de ensino que frequentam (TIBA, 1996, p. 111).
49
UNIDADE 2
pensando juntos
O mundo que nós vamos deixar para os nossos filhos depende muito dos filhos que nós
vamos deixar para esse mundo.
(Mário Sérgio Cortella)
Dese modo, é preciso levar em consideração que a criança, antes mesmo de fre-
quentar outros ambientes, seja escolar, seja social, toma para si a vivência que
adquire, como os padrões de comportamentos advindos de seus pais, entre eles,
podemos destacar as atitudes e os valores que a criança transmite ao imitá-los,
identificando-se com os familiares. Isto ocorre pelo exemplo dado às crianças,
que adquirem hábitos, sem ao menos terem frequentado os bancos escolares, e
os manifestam em suas relações sociais futuras.
50
2
PROBLEMAS E/OU DIFICULDADES
UNICESUMAR
DE APRENDIZAGENS
e a sua relação com a família
“
[...] é necessário que haja motivação para estudar e aprender e, bom
relacionamento das crianças com os pais, professores e colegas. Uma
criança com problemas familiares ou que não se interessa em apren-
der a ler e a escrever, poderá vir a apresentar distúrbios de aprendi-
zagem (MORAES, 2004, p.137).
Diante disso, a criança que passa por experiências desmotivadoras em uma das
instituições, anteriormente, mencionadas por Moraes (2004), pode ter um blo-
queio no processo de ensino e aprendizagem escolar. O problema, no entanto,
pode não ser compreendido pelos familiares, levando, ainda, a um pré-julgamen-
to, rotulada como preguiçosa e sem vontade, entre outros termos, utilizados para
descrever as dificuldades da criança em aprender.
pensando juntos
Você sabe que é importante que as crianças tenham espaço para perguntar, tanto na es-
cola quanto em casa. Você não sabe a resposta? Não tem problema. Busque juntamente
com a criança, mostrando que não sabemos tudo.
UNICESUMAR
pação dos familiares. A grande ansiedade dos pais é pela escrita alfabética ou a
ortografia de seus filhos, quando isso retarda, devem atentar-se para como se dá
esse processo, pois ambas possuem, como ponto de partida para a representação
das palavras, a observação dos sons da fala. É preciso, porém, observar o desen-
volvimento individual de cada criança, é frequente que ela e, até mesmo, o adulto
se depararem com dúvidas relacionadas à escrita de uma palavra. O apoio dos
pais e professores em mediar as dúvidas de forma construtiva, além de incentivar
a saná-las e não as podar de forma desmotivadora, é importante no processo
de ensino e aprendizagem. Uma forma de auxiliar, portanto, é a utilização de
dicionários e o hábito da leitura os quais os pais podem adotar em seu convívio
familiar (REGO; BUARQUE, 1997).
53
É preciso ressaltar que, neste processo, as teorias estão ligadas aos estilos de
UNIDADE 2
54
VISUAL AUDITIVO CINESTÉSICO
UNICESUMAR
Vendo, é capaz de Fazendo ou exe-
Ouvindo, é “capaz de
fazer uma imagem cutando, sendo
Como você montar” uma história
imediata do que capaz de se guiar
aprende com a informação
está recebendo pela experiência
que está recebendo.
como informação. motora.
Pessoas que
Os olhos tendem
tendem a olhar
Tende a devanear a ficar fixos quan-
Processa- para baixo quando
quando está pen- do está pensando.
mento de estão pensando.
sando. Pensa em Seus “pensamentos”
informação Seus pensamentos
ritmo rápido. ocorrem em uma ve-
ocorrem em um
locidade moderada.
ritmo mais lento.
Mais focalizado em
Ouve o que está sen-
si, bastante cons-
Como você Verifica sempre o do dito à sua volta e
ciente do clima que
interage com que está acontecen- não parece conscien-
o circunda, não
o ambiente do ao seu redor. te de modificações
parece consciente
no plano visual.
da atividade visual.
Organização
Organiza, dependem
gradual, criativa e
de informações deta-
A percepção é glo- divergente.Não há
lhadas e de instru-
bal, percebe o todo modelos definidos
Estilos de ções passo a passo.
e , se necessário, de- e estatísticos para
organização É orientado pela
compõe em partes a aprendizagem.
linguagem. Repetem
percepção inicial. Chega a conclu-
para si o que devem
sões diferentes da
memorizar.
maioria.
55
O quadro destaca que a pessoa que aprende pelo visual busca, como referência
UNIDADE 2
explorando Ideias
Você sabia que é importante organizar um cantinho na casa, com vários objetos e mate-
riais à disposição das crianças? Isto porque, ao utilizar os objetos, a criança representa o
que está em sua imaginação. Este tempo de criação livre é um excelente combustível para
a curiosidade e um momento riquíssimo para a família interagir e observar o desenvolvi-
mento da criança e sua forma de aprendizagem.
Fonte: as autoras.
UNICESUMAR
resultante da experiência. Trata-se de uma mudança de compor-
tamento ou de conduta que assume várias características. É uma
resposta modificada, estável e durável, interiorizada e consolidada
no próprio cérebro do indivíduo.
Todo ser humano possui uma tendência nata para o aprendizado, constituindo
o processo de construção do conhecimento como um processo natural e es-
pontâneo da espécie humana. Quanto isto não acontece, porém, é porque algo
errado ocorreu. A construção do conhecimento, apesar de natural, envolve vários
processos mentais, como emoção, memória, mediação, conhecimentos prévios e
percepção. Nesse sentido, se há algo errado, é preciso que o professor e os fami-
liares estejam atentos aos fatores que influenciam esses processos, como o fator
ambiental, a afetividade, o contexto familiar e social.
pensando juntos
Você acha que a criança internaliza os acontecimentos que ocorrem em casa e os exte-
rioriza na escola?
Com relação aos aspectos afetivos, Smith e Strick (2001) relatam que alguns fa-
tores afetivos e emocionais influencia nas dificuldades de aprendizagem, são eles:
a ansiedade, a instabilidade emocional, a tensão nervosa, a autoestima baixa e
a dependência. Os problemas sociais e ambientais também podem influenciar
nas dificuldades de aprendizagem, eles poderão determinar o grau em que a di-
ficuldade se manifestará. “As condições em casa e na escola, na verdade, podem
fazer a diferença entre uma leve deficiência e um problema verdadeiramente
incapacitante” (SMITH; STRICK, 2001, p. 30).
58
Veja a análise feita na pesquisa com alunos do 4º e 5º ano do Ensino Funda-
UNICESUMAR
mental, com desinteresse no âmbito escolar, e a atuação dos familiares nos seus
estudos (SILVA et al., 2015).
25%
Parcialmente
Figura 3 - Gráfico do nível de participação e de apoio da família para a vida escolar dos alunos
Fonte: SILVA et al. (2015).
59
3
INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NO
UNIDADE 2
DESEMPENHO
escolar
Iniciamos esta aula com a seguinte reflexão: você concorda que a criança tem
a sua formação desenvolvida em dois ambientes, como a educação familiar e
a educação escolar? Aqui, podemos dizer que aos pais cabe a responsabilidade
de ensinar aos filhos tudo que envolve o comportamento e os valores morais,
necessários em suas relações sociais, à escola, por sua vez, cabe ensinar os conhe-
cimentos científicos. Mas será que é assim mesmo que ocorre o desenvolvimento
da criança? Ou seja, a contemporaneidade traz junto o sucesso pessoal, em que
a felicidade é o marco onde todos querem chegar. Ter uma família e filhos é um
projeto de vida, mas como ocorre a continuidade deste projeto? É preciso que
tenhamos bem claro, em nossos conhecimentos, que este processo familiar é
importantíssimo em uma avaliação psicopedagógica, pois a construção e a con-
tinuidade familiar exercem uma carga tanto positiva como negativa no desen-
volvimento da criança. Isto reflete em seu aprendizado.
Entenderemos, primeiramente, o processo de desenvolvimento e a aprendi-
zagem da criança. Nosso embasamento será na teoria de Piaget, epistemólogo
suíço, um dos mais importantes pensadores do século XX, viveu no período entre
1896 e 1980. Ele é o criador da teoria evolutiva do conhecimento que, por meio
da elaboração e aplicação de testes de inteligência em crianças, observou como
ocorre o processo de estabelecimento das relações entre as partes com o todo.
Para Piaget (2007), a aquisição do aprendizado acontece no momento quando
há um desequilíbrio entre dois processos: o de assimilação e o de acomodação,
60
definindo a acomodação como qualquer modificação ocorrida dentro de uma
UNICESUMAR
estrutura.
Neste sentido, se algum sistema não corresponde às características de um
objeto, ou seja, se há um desequilíbrio, é preciso modificar todo o esquema, a
fim de que o equilíbrio seja restaurado. Neste contexto, Piaget (2007) organiza o
desenvolvimento como um processo de estágios sucessivos, são eles:
Período Faixa etária aproximada
O período sensório motor é o estágio dos reflexos, refere-se aos primeiros dias
de vida até os 2 anos de idade e caracteriza-se pelo conhecimento da realidade,
por meio da exploração motora. Nesta fase, a criança utiliza os órgãos sensoriais
para explorar o mundo à sua volta, por isto, é comum nesta fase, morder jogar e
pegar objetos.
“
[...] todas as suas ações são construídas a partir de reflexos inatos que vão se
modificando e se diferenciando tornando-se mais complexos e maleáveis.
Dentre as principais aquisições do período sensório motor, destaca-se a
noção do “eu” através do qual a criança diferencia o mundo externo do seu
próprio corpo (PIAGET, 2007, p. 40).
Para Piaget e Inhelder (2003), o bebê, ainda, não apresenta pensamento, e a sua
afetividade não está ligada a representações. Nesse sentido, não sente necessidade
de chamar as pessoas ou pedir certos objetos na ausência destes. Em resumo:
■ Esta fase é caracterizada pelo comportamento motor.
■ A criança não pensa conceitualmente.
■ Há grandes mudanças no decorrer deste período, iniciando com compor-
tamentos que são reflexos e terminando com o desenvolvimento da fala.
■ Inicia o desenvolvimento da afetividade.
61
Um fato importante, neste período, refere-se ao fato de que a criança consegue
UNIDADE 2
“
[...] a construção da realidade está subordinada à evolução da inte-
ligência, que nessa etapa é caracterizada pela prática e corresponde
desde os esquemas sensórios-motores mais elementares até o sur-
gimento de esquemas simbólicos ou funções semióticas.
62
Limitações do pensamento no estágio pré-operatório
UNICESUMAR
Faz associações imediatas entre as
Raciocínio transdutivo/pensa-
coisas, raciocinando do particular ao
mento lógico
particular.
Quadro 2 - O pensamento da criança no estágio pré-operatório / Fonte: Coll et al. (2004, p. 144).
Essas etapas não são preestabelecidas; são, somente, uma média de idade, em
que predominam determinadas construções de pensamento, mas pode ocorrer
antes ou um pouco depois das idades descritas. Os pais podem observar cada
63
uma com características próprias, constituindo determinado tipo de equilíbrio.
UNIDADE 2
“
A aprendizagem é um processo contínuo e dinâmico que ocorre
durante toda a vida do ser humano e é por meio dela que o indiví-
duo se apropria de algo novo, aprenda um novo conhecimento, de
modo que esse conhecimento passa a fazer parte dele. Esse processo
é resultado da interação entre o indivíduo e o meio sociocultural em
que ele vive, ou seja, para que o ser humano aprenda, é necessário
que ele interaja com os outros seres humanos. A partir dessas intera-
ções, ao longo do desenvolvimento da espécie humana, o homem foi
se apropriando de conhecimentos, habilidades, estratégias, valores,
crenças e aptidões.
UNICESUMAR
sonhos e as pretensões que os pais projetam, antes mesmo de seu nascimento.
Alertemos, neste momento, para a atuação do psicopedagogo(a). É de extre-
ma importância a percepção do profissional em uma anamnese, no momento
do relato de vida da criança, observar se os pais não transferem a sua própria
história para a da criança. Andrade (1998, p. 73) pontua que “numa simbiose
normal, até mesmo porque ela aconteceu realmente, os pais podem dizer que a
criança tem algum comportamento por parecer-se com eles”. Caberá, porém, ao
profissional, que acompanha os relatos, apontar a necessidade de diferenciar os
fatos históricos, sempre, que for preciso.
Como podemos perceber, o processo de compreensão do sujeito em sua tota-
lidade exige um árduo trabalho e precisa de um vasto conhecimento teórico-prá-
tico para fundamentar o passo a passo do processo psicopedagógico. Analisar e
avaliar um sujeito são atos desafiadores e complexos, já que cada ser humano é
único. Desse modo, é necessário atentar-se para vários detalhes do processo de
desenvolvimento. No decorrer dos estudos, poderá verificar que existem várias
formas de o psicopedagogo(a) atuar para fazer uma avaliação, como “[...] por
meio de desenhos, da fala do sujeito, da fala dos pais, do relato dos professores,
pelas produções escolares do indivíduo, pela história de vida analisada por meio
de testes diversificados, por meio de atividades lúdicas etc.” (NOGUEIRA, 2013,
p. 53).
Voltamos, agora, para a questão inicial, relacionada à vida da criança no meio
familiar. É necessário compreendermos a amamentação do bebê, não interessa
saber, apenas, se a mãe amamentou seu filho e por quanto tempo, mas como foi
esta experiência. Para isso, é preciso entender como ocorreu o processo. Andrade
(1998, p. 73) traz algumas observações que devem ser feitas:
“
A mãe tinha leite materno o suficiente para amamentar? Até quanto
tempo amamentou? O que ela teve para dar ao seu bebê, não foi
suficientemente ou bom para ele? Ele se recusava a mamar no peito?
Foi prazeroso amamentar? Foi doloroso?
pensando juntos
Você pode se perguntar: o que tem a ver a alimentação com a aprendizagem da criança?
UNICESUMAR
compreender como os pais assumiram os papéis de “ensinantes” e como o filho
se relacionou como “aprendente”.
Entre esses aspectos, tem-se como se deu o aprendizado do andar, um proces-
so de bastante euforia familiar, na expectativa para que a criança dê os primeiros
passos. Essa atitude é imprescindível para o fortalecimento muscular e contro-
le progressivo dos passos, da cabeça e de independência de ir e vir da criança,
necessário até que ocorra a independência do amparo familiar. É o momento
de observar como se deu o apoio à criança para esse desenvolvimento, como a
mãe permitiu a ela se afastar, oportunizando segurança e levando em direçãoà
autonomia e obediência.
Podemos analisar, portanto, que nos humanizamos por meio do convívio com
outros humanos, isto significa que o auxílio da família, nesse processo, precisa
ocorrer de maneira correta e segura. Outro aspecto, que precisamos compreender
no processo de desenvolvimento da criança, refere-se à ótica da epistemologia
genética que,
“
[...] tem como foco principal o sujeito epistêmico, ou seja, o sujeito
que constrói conhecimentos. Ao refletir sobre esse processo no de-
correr do desenvolvimento humano, Piaget parte da relação entre
o sujeito e o objeto (meio físico e social), postulando que estes es-
tabelecem contínuas relações entre si, em que um constitui o outro
mutuamente [...]. Na epistemologia genética, Piaget aborda o pro-
cesso de construção do conhecimento pelo sujeito, do nascimento
até a idade adulta (NOGUEIRA, 2013, p. 40).
Desse modo, compreende-se que a criança não entende tudo que ocorre à sua
volta e precisa ser conduzida desde comer até vestir e andar, “ pois ele possui o
aparato biológico para andar sobre os dois pés, mas caso não lhe seja ensinado
ele não o fará” (ANDRADE, 1998, p. 73).
pensando juntos
Você se lembra da famosa história das duas irmãs encontradas na selva, criadas por lo-
bos, que se moviam como os animais? Essa história descreve bem a importância da rela-
ção social na aprendizagem.
67
UNIDADE 2
68
xar claros os motivos de ter que adiar o seu desejo por algo; lidar com a frustração,
UNICESUMAR
sendo um dos aspectos essenciais para qualquer aprendizagem normal.
Outra questão diz respeito à maneira de disseminar o conhecimento no meio
familiar, o valor que é dado e como a criança é inserida e se comporta na inserção
do conhecimento. Em algumas famílias, é possível observar que o conhecimento
não é de acesso a todos os membros, sendo determinado o papel de detentores
do conhecimento a um ou outro da famíli,a e para as crianças, cabe aguardar o
momento escolar para ter acesso. Mas se todos os pais soubessem que:
“
A inteligência aparece, com efeito, bem antes da linguagem, isto é,
bem antes do pensamento interior que supõe emprego de signos
verbais da linguagem interiorizada. Mas é a inteligência totalmente
prática, que se refere à manipulação dos objetos e que só utiliza, em
lugar de palavras e conceitos, percepções e movimentos, organiza-
dos em “esquemas de ação”. Pegar uma vareta, para puxar um objeto
distante, é assim um ato de inteligência [...] (PIAGET, 2004, p. 18).
“
Podemos dizer que cada homem aprende a ser um homem. O que
a natureza lhe dá quando nasce não lhe basta para viver em socie-
dade. É-lhe preciso ainda entrar em relação com os fenômenos do
mundo circundante, através doutros homens, isto é, num processo
de comunicação com eles.
69
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 2
70
na prática
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
71
na prática
a) 1, 3 e 2.
b) 1, 2 e 3.
c) 3, 2 e 1.
d) 2, 3 e 1.
e) 3, 1 e 2.
3. Para Gomide (2014), a ___________ precisa ___________ entre seus membros, pois,
mesmo que a escola, os clubes, os amigos e a televisão influenciam a ____________
do ser humano, a promoção da educação, estabelecendo os ____________ e os
_______________________, ainda, precisam ser construídos por meio de exemplos e diá-
logos familiares.
72
na prática
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
73
aprimore-se
FAMÍLIA
74
aprimore-se
75
aprimore-se
76
eu recomendo!
livro
filme
O Começo da Vida
Ano: 2016
Sinopse: um dos maiores avanços da neurociência é ter desco-
berto que os bebês são muito mais do que uma carga genética.
O desenvolvimento de todos os seres humanos encontra-se na
combinação da genética com a qualidade das relações que de-
senvolvemos e do ambiente em que estamos inseridos. O Come-
ço da Vida convida todo mundo a ser um agente de mudança na
sociedade: estamos cuidando bem dos primeiros anos de vida, que definem tanto
o presente quanto o futuro da humanidade?
O documentário fala sobre o desenvolvimento infantil, enfatizando a importância
da primeira fase da infância (período composto pelo nascimento até os 6 anos),
como processo transformador da sociedade, além de pautar os avanços da neu-
rociência em relação ao aprendizado.
77
eu recomendo!
conecte-se
78
anotações
3
INTERVENÇÃO INSTITUCIONAL:
UMA VISÃO
psicopedagógica
PROFESSORAS
Me. Amanda Gladyz Blasquez Figueroa
Me. Sonia Maria de Campos
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: Escola: sistemas que trabalham
com aprendizagem • Como a instituição e os professores lidam com possíveis dificuldades de aprendi-
zagem? • Padrões evolutivos normais e patológicos do processo de aprendizagem • Diferentes formas
e caminhos para resolver o mesmo problema escolar.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Problematizar a responsabilidade da escola na formação do ser humano • Refletir como a instituição e
os professores trabalham com as dificuldades de aprendizagem dos alunos • Compreender os padrões
evolutivos normais e patológicos do processo de aprendizagem • Compreender as diferentes formas
de resolver as dificuldades no meio escolar.
INTRODUÇÃO
TRABALHAM
com aprendizagem
“
A educação é substantiva, altera o ser do homem. A não ser assim
seria apenas adjetivo, mero ornamento da inteligência. O homem
que adquire o saber passa a ver o mundo e a si mesmo deste outro
ponto de vista. Por isso se torna um elemento transformador de seu
mundo (PINTO et al., 2000, p. 55).
82
Para tanto, quando o aluno ingressa pela primeira vez em uma escola, já inicia a
UNICESUMAR
construção de sua autonomia. Não podemos nos esquecer de que o início da vida
escolar é um momento complexo para qualquer idade e, quando nos referimos
à criança, é ainda, mais difícil. Para algumas, é a primeira experiência longe de
sua família e inserção social. Por isso, é preciso que o meio institucional entenda
que a relação com o aluno(a), no momento de adaptação, poderá transcender a
sua relação futura com o ambiente e, consequentemente, com a aprendizagem.
Percebe-se, portanto, que os processos simultâneos de separação da sua famí-
lia e adaptação do aluno à vida escolar levam a um sofrimento emocional. Isso
precisa ser trabalhado pela família e pelos membros da escola para que possam,
juntos, auxiliá-lo na compreensão dos motivos pelos quais precisa frequentar
uma escola.
pensando juntos
Você recorda o início de sua vida escolar? Temos certeza de que, para cada um de nós, a
forma do ingresso na escola foi diferente.
83
nova situação de aprendizagem seja influenciada e possa reverter a aversão à
UNIDADE 3
escola, levando-o a desenvolver os aspectos sociais, por meio da sua relação com
os colegas no espaço escolar, e a vencer esta etapa.
Como bem ressalta Alexandre (2010), a necessidade da aprendizagem escolar
é algo que toda pessoa precisa, e é no ambiente escolar que poderá ocorrer a ma-
nifestação da capacidade ou da falta dela no processo de aprendizagem. Diante
destes fatos, o aluno precisa ser motivado, tanto no contexto familiar como no
escolar, para que tenha desejo de frequentar a escola, ambiente propício para a
aprendizagem.
Desse modo, o ambiente escolar precisa se organizar para atender o aluno,
de forma que ele tenha acesso às relações e estabeleça as expectativas em decor-
rência dos conhecimentos e das experiências que terá nesse espaço; desenvolva
a autonomia, o exercício da cooperação, a promoção de experiências lúdicas que
favoreçam a aprendizagem e a construção de novos conhecimentos. Com o passar
do tempo, o aluno estabelece vínculo com a escola e percebe a importância para
a sua vida bem como o acesso à aprendizagem e o desenvolvimento obtido na
escola.
pensando juntos
84
o conjunto de pessoas que ocupam o mesmo espaço e necessitam compreender e
UNICESUMAR
respeitar o que ali é estabelecido. Neste sentido, Vigotski (2000, p. 33) concebe o
homem como “uma personalidade social, ou seja, o conjunto de relações sociais,
encarnado no indivíduo (funções psicológicas, construídas pela estrutura social)”.
Pensar no ambiente escolar implica não apenas entendê-lo como um espaço
físico, mas associá-lo às questões sociais, incluindo os alunos e professores, que
presidem a sua elaboração enquanto conhecimento escolarizado e desenvolvi-
mento humano para exercer suas funções sociais.
O espaço escolar
85
Práticas escolares
UNIDADE 3
explorando Ideias
“
[...] não têm a solidez de uma rocha, não são garantidas para toda
a vida, são bastante negociáveis e revogáveis, e de que as decisões
que o próprio indivíduo toma, os caminhos que percorre, a maneira
como age – e a determinação de se manter firme a tudo isso – são
fatores cruciais tanto para o pertencimento quanto para a identida-
de (BAUMAN, 2005, p.17).
UNICESUMAR
não ocorre de uma vez, é gradativa e se fortalece nas interações sociais estabele-
cidas no meio familiar, escolar e social.
explorando Ideias
87
No ambiente escolar, conforme aponta Sampaio (2010), existe uma diversi-
UNIDADE 3
2
COMO A INSTITUIÇÃO E OS
PROFESSORES
lidam com possíveis
dificuldades de aprendizagem
88
podem afetar a aprendizagem dele. Estas dificuldades fazem parte dos índices do
UNICESUMAR
fracasso escolar e se apresentam como uma resposta incoerente a uma exigência
ou demanda da instituição e/ou do professor (WEISS, 2000).
Ao fazer uma breve retomada histórica do sistema de ensino, segundo levan-
tamento de Nutti (1996), no Brasil, na década de 80, observa-se que, por volta
de 3 milhões de crianças deixaram de frequentar a escola e 6 milhões tiveram
reprovações em seus estudos, evidenciando o fracasso escolar, que se tornou um
problema social. E, neste mesmo período, por volta de 1988, outros sistemas de
ensino iniciaram mudanças, uma delas foi o ensino por ciclos, eliminando a re-
provação no primeiro ano do Ensino Fundamental, antiga primeira série. Essas
mudanças no sistema educacional brasileiro visavam à organização e melhoria
no ensino, para que, assim, se diminuísse e/ou combatesse a evasão e o fracasso
escolar.
As preocupações com a aprendizagem não param por aqui, atualmente, o
que chama a atenção no ambiente educacional, principalmente nos anos iniciais,
é o crescente encaminhamento de alunos para atendimento especializado, com
queixa de dificuldades de aprendizagem. Nesse crescente número de encaminha-
mentos, no entanto, não se encontra, em sua maioria, distúrbios de aprendizagens
possíveis de serem tratados (WEISS, 2000).
explorando Ideias
Tem-se o caso de três irmãos de 9, 8 e 6 anos que se matricularam juntos, pela primeira
vez, em uma classe de alfabetização de uma escola pública, no mês de março. No mês
seguinte, os três foram encaminhados para diagnóstico em uma clínica comunitária, por-
que não conseguiam prosseguir na alfabetização. A escola nada questionou em relação à
profunda “carência social” dessa família de migrantes que chegava ao Rio de Janeiro, fu-
gindo de outra miséria pior. De imediato, “culpou” os três alunos, alegando que deveriam
ter um problema físico familiar para não aprender. Por meio do diagnóstico, provou-se
a absoluta normalidade dessas crianças e a necessidade de a escola rever sua conduta.
Fonte: Weiss (2000, p.17).
89
atendimento especializado a alunos com dificuldades em aprender. Para Keiralla
UNIDADE 3
pensando juntos
90
humano tem a sua identidade, história familiar e social, seus modos e costumes
UNICESUMAR
particulares. Nas palavras de Moscovici (1978, p. 26):
“
[...] a representação social é uma modalidade de conhecimento
particular que tem por função a elaboração de comportamentos
e a comunicação entre os indivíduos. Ela está vinculada a um sis-
tema de valores, de noção e prática que faz com que os indivíduos
se orientem com base nessas formas no meio social em que vivem.
pensando juntos
91
sem o real apoio em seus estudos. Sendo assim, o professor e o espaço escolar são
UNIDADE 3
3
PADRÕES EVOLUTIVOS NORMAIS
E PATOLÓGICOS
do processo de aprendizagem
92
(2013, p. 81) afirma: “qualquer atividade humana praticada no ambiente em que
UNICESUMAR
vivemos pode levar a uma aprendizagem”.
Para alguns teóricos, a aprendizagem é um mecanismo que auxilia a sobrevi-
vência do ser humano, sendo fator de desenvolvimento ontogênico. Têm-se, ain-
da, a aprendizagem e a cultura, que objetivam resolver os problemas que ocorrem
pelas mudanças mais rápidas e menos permanentes. Pode ser entendida como
uma mudança relativamente inalterável no potencial de comportamento, que se
repete em um mesmo organismo. Na definição de Bower e Hilgard (1981, p. 11),
“
[...] a aprendizagem diz respeito a uma mudança no comportamento
ou no potencial de comportamento relacionada com uma situação
e provocada por repetidas experiências do sujeito nessa situação,
desde que a mudança de comportamento não possa ser explicada
por tendências inatas de resposta, maturação ou estados temporá-
rios do organismo (tais como fadiga, embriaguez, impulsos etc.).
Parece, então, que a motivação propicia a aprendizagem, sendo este o fator fun-
damental para o processo acontecer. Neste contexto, o aluno aprende mesmo
que não tenha professor, livros, metodologia ativa, imersivas, sem escola ou sem
recursos didáticos. Porém se o professor utilizar esses recursos em suas aulas e
não houver motivação, o processo de aprendizagem não acontecerá.
Em relação à motivação, Mouly (1973) explica que motivar é predispor o
indivíduo a um comportamento que ele deseja ter em determinado momento.
Ao trazermos isso para a realidade escolar, motivar pode partir do professor, mas
é o aluno que terá a resposta e o desejo em aprender determinado assunto, em
dar continuidade a esse processo de motivação. Mouly (1973, p. 258-259), assim,
determinou três funções dos motivos, a saber:
“
Os motivos ativam o organismo. Os motivos levam o indivíduo
a uma atividade, na tentativa de satisfazer suas necessidades. Qual-
quer necessidade gera tensão, desequilíbrio. Os motivos mantêm
o organismo ativo até que a necessidade seja satisfeita e a tensão
desapareça. Os motivos dirigem o comportamento para um ob-
jetivo. Diante de um problema, uma necessidade ou um desequilí-
brio, diversas ações podem apresentar-se como capazes de resolver
o problema, satisfazer a necessidade ou reduzir o desequilíbrio. São
93
os motivos que vão orientar a escolha da ação ou ações mais ade-
UNIDADE 3
conceituando
94
Desse modo, o estímulo (S) deverá, sempre, implicar uma resposta (R) e será
UNICESUMAR
representado: S -> R.
O comportamento reflexo é algo natural no ser humano, biológico. Para con-
seguir se proteger e sobreviver, o nosso corpo emite alguns sinais de comporta-
mento que levam à compreensão de outras pessoas de que precisamos de ajuda.
Como exemplo, podemos observar o comportamento de uma criança recém-
-nascida, quando chega próximo ao seio materno (estímulo), sua ação imediata
é sugar (resposta). O comportamento “sugar” não foi ensinado, a criança já sabia.
Outro exemplo de comportamento reflexo é quando alguém bate palmas
próximo aos nossos olhos: nós os fechamos rapidamente, ou quando levamos um
choque na mão, temos a reação imediata de puxar o nosso braço. Essas reações
não foram aprendidas, são reações naturais do corpo para se defender de algo
que o ataca.
O comportamento operante, por sua vez, entendemos como: “compor-
tamento que produz alterações no ambiente e é afetado por essas alterações”
(MOREIRA; MEDEIROS, 2007, p. 86). O indivíduo age e concebe uma mudança
no seu meio, esta o influenciará. Um comportamento emitido ou resposta (R)
leva a uma consequência (C), representado por: R -> C. Logo, dependendo do
comportamento, o sujeito terá uma consequência e, dessa maneira, controlará
suas ações para obter benefícios. Por exemplo, se você trabalhar com dedicação
(resposta), poderá ser promovido em seu setor (consequência).
pensando juntos
O que você acha desta teoria? Até que ponto você concorda que a aprendizagem formada
por condicionamento é duradoura no indivíduo?
95
A aprendizagem, nessa perspectiva, ocorrerá por meio de estímulos exter-
UNIDADE 3
nos que levam a pessoa a agir a partir dos seus comportamentos. Ou, ainda,
uma necessidade que leve a uma ação/resposta/comportamento que satisfaça o
indivíduo. O que satisfaz ou diminui a necessidade serve como um reforço da
resposta, deixando-a mais forte.
Se compararmos esse reforço com o aluno, em sala de aula, podemos notar
que se relaciona à motivação, pois a formação da aprendizagem depende da ma-
neira que os componentes curriculares foram ofertados e associados ao reforço
que preenche certas necessidades do aluno. As recompensas e os reforços são
essenciais no processo de ensino e aprendizagem. Isso se concretiza a partir de
ações mínimas do professor, colegas e outros indivíduos envolvidos na formação
do educando, pode ser um elogio, um gesto de carinho, uma boa nota obtida nas
avaliações e, assim por diante, motivando a dedicação aos estudos. Isso significa
que o aluno emite determinado comportamento devido ao interesse de alcançar
um reforço. Mas segundo Piletti e Rossato (2011, p. 154):
“
Centrar-se em aprender apenas para conseguir um prêmio pode re-
sultar numa aprendizagem que não irá permanecer, sendo ineficaz,
pois não responde à necessidade de realização pessoal. Quando se
estuda apenas para cumprir uma obrigação, para obter uma nota,
esquece-se muito mais rápido do que quando se estuda a matéria
porque se gosta.
Teoria da Gestalt
UNICESUMAR
rismo clássico e o cognitivismo.
Gestalt é um termo alemão sem uma tradução para a língua portuguesa,
utilizado em sua língua original com o desígnio na ação “de dar forma, dar uma
estrutura significante” (GINGER, 1995, p.13). A percepção é o fator principal
desta teoria. A exemplo disso, analisemos a figura a seguir:
de posições entre eles, conforme o foco da pessoa. Cabe destacar, aqui, que estes
conceitos são importantes para esta teoria.
Para entender melhor, observe a imagem (Vaso de Rubin). O que você en-
xerga? Dois perfis ou um jarro? Se você enxergar os perfis, está vendo a figura e,
se for o jarro, o fundo.
No processo de aprendizagem, é preciso
considerar a relação entre a figura e o fundo,
sendo nessa transição constante de foco que
ocorre a construção de novas percepções,
descobertas e avanços mentais. Os aspec-
tos relevantes da teoria Gestalt, utilizados
na aprendizagem, são: a percepção, a tota-
lidade harmônica, o todo é sempre maior
que a soma das partes, a existência de uma
relação dinâmica e constante entre figura e
fundo, o aqui-e-agora. Definidas por Scher-
pp (1981, p. 107) como Figura 2 - Vaso de Rubin
“
[...] autoencontro, autorrealização/autossatisfação, recuperação das
partes perdidas e reprimidas da pessoa, crescimento pessoal, desen-
volvimento potencial humano como um todo, autorresponsabilida-
de, estímulo da consciência e concentração sobre o aqui-e-agora.
O insight, porém, está em evidência para esta teoria, sendo ele responsável pela
aprendizagem. Insight, para Scherpp (1981, p. 259), “é iluminação, ou tomada de
consciência súbita, a partir de uma experiência interna forte”. Isso pode ocorrer
quando buscamos respostas, ou ainda, quando estamos com a mente descansada
e não estamos concentrados na informação em questão, então, de repente, temos
uma ideia, solução para algo ou algum problema. Outro ponto relevante da teoria
é a visão holística e humanista da Gestalt,
“
[...] é uma forma de devolver ao homem toda sua dignidade, seu
direito ao respeito em todas as suas dimensões: direito de valorizar
seu corpo e suas sensações, satisfazer suas necessidades vitais funda-
mentais, expressar suas emoções, direito de construir sua unicidade,
98
respeitando a especificidade de cada um; direito de desenvolver-se e
UNICESUMAR
realizar-se, sem limitar-se ao ter e ao fazer, de criar seus próprios fins,
de elaborar seus próprios valores individuais, sociais e espirituais
(GINGER, 1995, p. 97).
Teoria de campo
Na teoria de campo, você observará uma relação com a Gestalt, formulada pelo
psicólogo Lewin (1892-1947), tendo, como base, os estudos sobre os processos
grupais.
“
Ele é o resultado de uma integração íntima e de certa forma fusão
de individualidades em um todo comum, de tal modo que a meta
e a finalidade do grupo são a vida em comum, objetivos comuns e
um sentimento de pertencimento, com um sentimento de simpatia
e identidade (RIBEIRO, 1994, p. 33).
A teoria de campo defende, em seus estudos, que trabalhar em grupo pode auxi-
liar a aprendizagem, pois a realidade, neste meio, está em constante movimento.
Nesse sentido, um indivíduo influencia o outro, ou seja, subsistemas (indivíduos
que fazem parte do grupo) que também se influenciam mutuamente. Além disso,
a teoria tem três aspectos interligados, definidas por Ribeiro (1994, p. 63), como:
99
“
[...] o aspecto geográfico é a realidade em si, o psicológico se refere
UNIDADE 3
explorando Ideias
Simone estava aflita e infeliz no primeiro dia de aula no Jardim de Infância. Ela havia ima-
ginado a escola como uma experiência agradável e excitante, mas, ao invés disso, estava
confusa, deprimida e ansiosa. Durante os primeiros dias, ficou grudada à professora, re-
cusou-se a participar dos jogos e atividades e ficou, a maior parte do tempo, chupando o
dedo, coisa que não fazia desde os três anos. No começo da segunda semana, entretanto,
ela começou a corresponder às sugestões da professora de que poderia gostar de brincar
de casinha com outras meninas, e, depois de alguns dias, estava gostando do Jardim de
Infância como qualquer outra criança.
Fonte: Lindgren (1971, p. 42).
UNICESUMAR
Porém “sem os signos externos, principalmente a linguagem, não seriam possíveis
a internalização e a construção das funções superiores” (RUSSO, 2015, p. 72).
Elaborada, inicialmente, por Dewey (1959) e seguida por Bruner, a teoria
entende a aprendizagem como solução de problemas. Desse modo, concebe
que é por meio da solução dos problemas, no dia a dia, que os seres humanos
se ajustam ao seu ambiente. Assim também deve proceder no ambiente escolar
para ter o pleno desenvolvimento do aluno(a) e melhorar sua capacidade para
resolver problemas do cotidiano (DEWEY, 2011).
“
[...] que a aprendizagem seja instigada através de problemas ou si-
tuações que procuram de uma forma intencional gerar dúvidas,
desequilíbrios ou perturbações intelectuais. O método “dos proble-
mas” valoriza experiências concretas e problematizadoras, com forte
motivação prática e estímulo cognitivo para possibilitar escolhas e
soluções criativas (PEREIRA et al., 2009, p. 158).
101
“
[...] O reforçamento externo pode, sem dúvida, conservar o desem-
UNIDADE 3
“
Mais do que preparação para a vida, a educação deve ser vida: per-
mitir a cada sujeito, pela comunicação ética com os outros, adquirir
e mobilizar um conjunto de hábitos e atitudes que lhe permitam
viver condignamente (DEWEY, 1988, p. 57).
Para Dewey (1988), o conhecimento não se acaba, é uma habilidade que o ser
humano adquire; leva à integração social, ao crescimento intelectual e à moral dos
seres humanos, no espaço em que se relacionam, envolvendo as questões de modo
racional e emocional, e engloba a sociedade, a educação e o próprio indivíduo. “A
Educação é conseguida com as próprias experiências de vidas inteligentemente.
Simultaneamente vivemos, experimentamos e aprendemos.” (DEWEY,1964, p.
16). É por meio do conhecimento, portanto, que o indivíduo terá consequências,
experiências e crescimentos decorrentes de sua relação e troca com outras pes-
soas, o que lhe ajuda a construir o raciocínio, a experiência e o pensamento crítico.
102
UNICESUMAR
explorando Ideias
103
UNIDADE 3
explorando Ideias
“Uma amiga, ao visitar uma escola, recebeu um convite para examinar os alunos de geo-
grafia. Depois de olhar um pouco o livro, perguntou:
- Suponha que você abra um buraco no chão e chegue a uma grande profundidade. Como
seria o fundo do buraco? Seria mais quente ou mais frio que a superfície?
Como ninguém na classe respondeu, a professora disse:
- Eu estou certa de que eles sabem, mas você não perguntou corretamente. Vou experi-
mentar.
Pegou então o livro e perguntou:
- Em que condição está o interior do globo?
Recebeu a imediata resposta de metade da classe:
- O interior do globo está numa condição de fusão ígnea”.
O exemplo mostra a dificuldade dos alunos em responder a primeira indagação, porque
memorizaram, somente, a resposta e não entenderem, realmente, a unidade temática do
componente de geografia.
Fonte: adaptado de Mouly (1973, p. 310).
UNICESUMAR
gios] de desenvolvimento, ou seja, a natureza e a forma das apren-
dizagens mudam ao longo do tempo mostrando que cada nova
aprendizagem advém da maturação de uma estrutura anterior e
da “abertura” de uma nova estrutura (CAVACO et al., 2009, p. 3).
105
Esse é um processo que se inicia pela assimilação do elemento novo e, com
UNIDADE 3
Equilibração
Necessária para conciliar
os aportes da maturação,
da experiência dos objetos
e da experiência social.
Assimilação
Acomodação
Piaget Tentativa de integrar
Momento da dados da experiência a
ação do objeto esquemas ou estruturas
sobre o sujeito. previamente construídas.
106
Fases Descrições Correspondência
UNICESUMAR
Ausência de normas. Nes-
ta fase, o indivíduo entende
Egocentrismo infantil,
que tudo que o cerca está em
entre os 2 e, apro-
sua função. Nesse sentido, as
Anomia ximadamente, os 5
normas não são necessárias,
anos de idade da
tendo em mente a ilusão que
criança.
tudo é construído para aten-
der às suas necessidades.
107
um ambiente que possibilite interações com respeito mútuo, afetividade, livre de
UNIDADE 3
“
[...] Não-arbitrariedade: significa que o conhecimento significati-
vo se relaciona de maneira não-arbitrária com o conhecimento já
existente na estrutura cognitiva do aluno. E a Substantividade: sig-
nifica que o que é incorporado à estrutura cognitiva é a substância
do novo conhecimento, das novas ideias, não as palavras precisas
usadas para expressá-las. Assim, uma aprendizagem significativa
não pode depender do uso exclusivo de determinados signos em
particular (AUSUBEL, 1963, p. 41).
UNICESUMAR
significativo em relação à nova informação para interagir com a mesma. Diante
disso, fica claro que, na perspectiva ausubeliana, o conhecimento existente é a
estrutura cognitiva do aprendiz; é o ponto crucial para a aprendizagem signi-
ficativa e se caracteriza pela interação que ocorre entre conhecimentos prévios
e novos, de maneira acessível e livre. Assim, os novos conhecimentos adquirem
significado para o indivíduo e os conhecimentos prévios se transformam em
novos significados ou em mais estabilidade cognitiva.
“
Ausubel sustenta o ponto de vista de que cada disciplina acadêmica
tem uma estrutura articulada e hierarquicamente organizada de
conceitos que constitui o sistema de informações dessa disciplina.
[...] Esses conceitos estruturais podem ser identificados e ensinados
ao estudante, constituindo para ele um sistema de processamento
de informações, um verdadeiro mapa intelectual que pode ser usa-
do para analisar o domínio particular da disciplina e nela resolver
problemas (MOREIRA; MASINI, 2006, p. 42).
É preciso destacar que o mapa conceitual possui três elementos importantes para
ser respeitado em seu desenvolvimento: os conceitos, estes referem-se a manter
a regularidade no assunto; as relações, estas são as proposições que possuem
109
dois ou mais conceitos que se ligam por um verbo; e a questão focal, questio-
UNIDADE 3
Mapa conceitual
é composto
de identifica
Conceitos
Relacionamentos
Frases
ligadas
ligam
Figura 5 - Proposições
Fonte: Silva, Claro e Mendes (2017, p. 227).
110
Para tanto, as condições para que desenvolva a aprendizagem é trabalhar com
UNICESUMAR
trocas de significados, sentimentos, pois, para essa teoria, a pessoa só estará mo-
tivada a aprender se estiver, intimamente, relacionada à experiência do evento
educativo. Novak e Gowin (1996) destacam que é preciso considerar o que as
pessoas pensam, sentem e agem, e as teorias de aprendizagem, no que lhe di-
zem respeito, precisam auxiliar a aplicabilidade no processo de aprendizagem;
respeitar as especificidades de cada pessoa e melhorar as formas pelas quais as
pessoas fazem isso.
A teoria interacionista
“
[...] a aprendizagem não é em si mesma desenvolvimento, mas uma
correta organização da aprendizagem da criança conduz ao desen-
volvimento mental, ativa todo um grupo de processos de desen-
volvimento, e esta ativação não poderia produzir-se sem a apren-
dizagem. Por isso, a aprendizagem é um momento intrinsecamente
necessário e universal para que se desenvolvam na criança essas
características humanas não naturais, mas formadas historicamente
(VYGOTSKY, 1998a, p. 47).
111
indivíduo. O teórico ainda defende o conceito de ZDP, a ideia de formação do
UNIDADE 3
Teoria humanista
“
O professor que for capaz de acolher e de aceitar os alunos com ca-
lor, de testemunhar-lhes uma estima sem reserva, e de partilhar com
compreensão e sinceridade os sentimentos de temor, de expectativa
e de desânimo que eles experimentam quando de seu primeiro con-
112
tato com os novos materiais, este professor contribuirá amplamente
UNICESUMAR
para criar as condições de uma aprendizagem autêntica e verdadeira
(ROGERS, 1959, p. 233).
“
[...] não repousa em habilidades de ensino do líder, nem de seu saber
em um domínio particular, nem em seu planejamento curricular,
nem no uso que ele faz de recursos audiovisuais. Também não re-
pousa nos materiais programados que ele utiliza, nem em suas aulas,
nem na abundância de livros, apesar de que cada um desses recursos
possa em um certo momento ser importante. Não, uma verdadeira
aprendizagem é condicionada pela presença de certas atitudes po-
sitivas na relação pessoal que se instaura entre aquele que ‘facilita’ a
aprendizagem e aquele que aprende.
113
ocorrem durante a sua vida, pois, como destaca em seus estudos, a aprendizagem
UNIDADE 3
é contínua. Isso nos leva a entender que não existe uma pessoa detentora de todo
conhecimento capaz de ensinar, unicamente, e outro aprender, mas todos sabem
alguma coisa e todos aprendem alguma coisa com alguém.
explorando Ideias
114
4
DIFERENTES FORMAS
UNICESUMAR
E CAMINHOS
para resolver o mesmo
problema escolar
“
A descoberta de que a criatura restrita, limitada, pequenina no des-
controle de suas emoções em que a visão da inteligência geral nos
fez crer sofre profundo abalo com os estudos neurológicos recen-
tes e, dessa bagagem científica, surge à descoberta de um novo ser,
estimulável em múltiplas inteligências e pronto para transformar
em suas as habilidades que, anos atrás, apenas apreciava em alguns
(GARDNER, 1995, p. 134).
Como vimos, cada pessoa possui suas especificidades e, por isso, tem estilos de
aprendizagem que são moldados pelos conhecimentos prévios, oriundos de si-
tuações ambientais diversas. Uma nova maneira de atuação no espaço escolar,
logo, faz-se necessária para a criação de um ambiente educacional propício à
aprendizagem de todos os alunos.
116
“
[...] A explicação do fracasso escolar em termos de distância cultural
UNICESUMAR
entre o aluno e a escola deve, em primeiro lugar, ser construída no
nível mais concreto: por um lado, o da distância entre a cultura que
uma criança particular deve à sua família e, por outro, o currículo
real e as normas de excelência com as quais é confrontada cotidiana-
mente em uma sala de aula particular (PERRENOUD, 2001, p. 131).
Aqui, defendemos que a aprendizagem não depende só dos alunos, mas de uma
ação contínua de análise e intervenções, advindas do professor no decorrer da
sua atuação em sala de aula. Ele pode intervir, por meio da realização das ati-
vidades, e observar o que precisa ser ajustado para atender aos diversos estilos
de aprendizagem em um mesmo espaço. De acordo com Perrenoud (2001, p.
51), “a diferenciação do ensino significa inevitavelmente romper com a forma
de equidade, interessar-se mais por alguns alunos, atendê-los mais, propor-lhes
atividades diferentes, julgá-los de acordo com exigências proporcionais às suas
possibilidades”. O professor, tendo esta preocupação no desenvolvimento das
potencialidades de cada aluno, ajusta a sua didática ao estilo de aprendizagem
dele. Este pode ser um caminho para vencer o fracasso escolar que tanto angustia
o aluno, a comunidade escolar e os familiares. Conforme Weiss (1999, p. 23):
“
A aprendizagem normal dá-se de forma integrada no aluno (apren-
dente), no seu pensar, sentir, falar e agir. Quando começam a apa-
recer ‘dissociações de campo’ e sabe-se que o sujeito não tem danos
orgânicos, pode-se pensar que estão se instalando dificuldades na
aprendizagem: algo vai mal no pensar, na sua expressão, no agir
sobre o mundo.
Gardner (1995) foi uns dos idealizadores do estudo das várias maneiras de in-
teligência existente. Ao analisar os testes de QI e outros testes do gênero que
avaliavam a inteligência do ser humano, ficou inconformado com os resultados
que analisavam, somente, as capacidades lógicas e linguísticas, refutando todas
as outras aptidões humanas. Desse modo, desenvolveu a teoria das inteligências
múltiplas; esta entende que “a mente é instrumento multifacetado, de múltiplos
componentes, que não pode, de qualquer maneira legítima, ser capturada num
simples instrumento estilo lápis e papel” (GARDNER, 1995, p. 65).
O estudioso verificou, também, que a aprendizagem ocorre em grau maior ou
menor no indivíduo e possui inúmeros tipos de inteligência. A teoria das inteli-
gências múltiplas desenvolvida por Gardner (1995) defende que todos os seres
humanos possuem oito tipos de inteligências (linguística, lógico-matemática,
espacial, musical, corporal-cinestésica, interpessoal, intrapessoal e naturalista) e
estas inteligências podem se manifestar mais ou menos desenvolvidas, depen-
dendo dos estímulos que a pessoa receber.
A teoria das inteligências múltiplas visa compreender como os indivíduos
aprendem, defendendo a ideia de que uma pessoa pode apresentar mais facilidade
do que outras na resolução de um mesmo fato, no seu dia a dia escolar ou social.
Sendo assim, buscaremos, por meio das inteligências múltiplas, entender como
a escola pode proporcionar e resolver um mesmo problema, utilizando maneiras
diferentes, pois, como vimos, alguns alunos possuem aquisição de conteúdos
e aprende com facilidade; outros têm dificuldades nesse processo. Para tanto,
valemo-nos da definição de Gardner (1995, p. 21):
“
[...] a inteligência implica na capacidade de resolver problemas ou
elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente
ou comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas per-
mite à pessoa abordar uma situação em que um objetivo deve ser
atingido e localizar a solução adequada para esse objetivo.
Dessa maneira, toda pessoa dita normal possui habilidades que estão associadas
a tudo que as cerca, como: “a língua, a cultura, a ideologia, a religião, valores, dife-
rindo no nível da habilidade e na combinação” (GARDNER, 2000, p. 20). Gardner
118
(1994) considera, também, que competências todos os indivíduos as possuem,
UNICESUMAR
mas se manifestam de modos diferentes, pois estão ligadas aos estímulos que
esses indivíduos recebem no ambiente cultural em que se inserem. Essa teoria
foi criada, portanto, para comprovar que existe a pluralidade das capacidades
mentais em aprender.
Assim sendo, a teoria das inteligências múltiplas reúne dois componentes:
(1) os indivíduos, estes são a peça fundamental nesta observação bem como as
suas capacidades de usar várias competências e manifestar diversos domínios de
conhecimento; (2) a sociedade, por meio de oportunidades e valores obtidos neste
meio, estimula o desenvolvimento do indivíduo. Como refere Dantas (2005, p. 3),
“os indivíduos têm diferentes histórias de vida porque interagem com o meio de
maneira diferente, logo, conhecem e aprendem de distintas formas”. Deixamos
claro, então, que cada indivíduo tem potencial próprio e ritmos de aprendizagem
únicos que dependem das oportunidades e estímulos que terá no decorrer de
sua vida.
Podemos entender que a Inteligência Linguística ou Verbal está ligada à
competência e capacidade que a pessoa tem em lidar com a linguagem oral e
escrita, sendo essa uma das inteligências mais exigidas na fase escolar. Inteli-
gência Lógico-Matemática é considerada uma das de maior uso no dia a dia do
ser humano; está na habilidade de raciocínio que a pessoa possui para resolver
problemas matemáticos. Inteligência Espacial é a capacidade que o indivíduo
tem de perceber o mundo visual e espacial. Inteligência Musical é a habilidade
de leitura e composição musical, por meio de tom ou timbre. Inteligência Cines-
tésica/Corporal é a habilidade do uso da motricidade fina ou global, no controle
dos movimentos do corpo, ao manipular determinado objeto. Inteligência In-
terpessoal está na habilidade que a pessoa tem em entender os desejos de outra
pessoa e reagir de acordo com a sua percepção, tendo uma relação adequada
para responder aos diferentes estados de humor, às motivações e aos desejos
das outras pessoas. Inteligência Intrapessoal é a capacidade que cada um tem
em conhecer a si mesmo, compreendendo suas emoções, suas fraquezas e suas
forças. Inteligência Naturalista, por fim, consiste na capacidade de compreender
o ambiente natural, classificar as questões relacionadas à natureza, como plantas,
animais, meio ambiente e seus componentes.
Para que essas inteligências sejam estimuladas, Antunes (2005) apresenta
algumas estratégias, verifique-as no quadro a seguir.
119
UNIDADE 3
120
- Ensine a criança a recortar revistas.
UNICESUMAR
- Peça à criança para separar cabeças de
corpo e figuras e fazer novas persona-
gens.
- Faça a criança distinguir objetos que
estão “em cima” ou “embaixo”.
- Deixe a criança brincar com jogos es-
Inteligência Espacial tratégicos (xadrez, quebra-cabeças, entre
outros).
- Faça-a contar o seu dia. Amplie a narra-
tiva, fazendo perguntas e estimulando a
comparação entre o dia anterior e o de
hoje.
- Trabalhe com a percepção da lateralida-
de e realize jogos espaciais.
121
- Estimule a criança a nomear os seus
UNIDADE 3
Quadro 2 - Estratégias para estimular as Inteligências Múltiplas / Fonte: Antunes (2005, p. 112).
UNICESUMAR
aprendizagem de cada pessoa. De acordo com a IM de Gardner (1994), a escola
precisa possibilitar um ambiente positivo que incentive os alunos a buscar solu-
ções, a explorar possibilidades, a levantar hipóteses, a justificar o seu raciocínio
e a validar as suas conclusões.
Neste sentido, a escola precisa entender todas as possibilidades de desenvol-
vimento do indivíduo e, acima de tudo, compreender que cada pessoa tem capa-
cidade e interesse divergentes. Desse modo, a escola necessita entender que um
mesmo problema deve ser tratado de maneiras diferentes, pois, como Gardner
(1995) supõe, cada pessoa possui interesses e habilidades diferentes, por isso, não
se aprende da mesma maneira.
123
na prática
CONSIDERAÇÕES FINAIS
124
na prática
I - Acolhimento e afetividade.
II - Auxílio na adaptação.
III - Motivação.
IV - Valorização do que a criança já possui de conhecimentos.
125
na prática
a) Vygotsky (1998a).
b) Rogers (1986).
c) Ausubel (1918-2008).
d) Piaget (1975).
e) Dewey (1959).
126
aprimore-se
127
aprimore-se
a) 1, 3, 4 e 2.
b) 1, 4, 2 e 3.
c) 1, 2, 3 e 4.
d) 4, 2, 3 e 1.
e) 3, 1, 2 e 4.
128
aprimore-se
“De que modo uma pessoa aprende? Como facilitar aprendizagens de importância?
Quais os pressupostos teóricos envolvidos?” Rogers (1969) traz algumas sugestões
em relação a estas questões, Rogers (1969, p.157-163) e Rogers (1977, p. 159-164):
1. Os seres humanos têm uma potencialidade natural para aprender. As pessoas
são curiosas e têm uma tendência natural e um desejo para descobrir, ampliar o
conhecimento e a experiência. Estas características são facilmente observadas em
disciplinas de ciências que utilizam a aprendizagem através da experimentação
científica. Segundo Moreira (2011, op. cit.), este primeiro princípio “[...] reflete a ca-
racterística básica do enfoque rogeriano à educação: o aluno tem um desejo natural
de aprender, e esta é uma tendência na qual se pode confiar”.
2. A aprendizagem significante ocorre quando a matéria de ensino é percebida
pelo aluno como relevante para seus próprios objetivos. O aluno aprende de forma
mais rápida quando percebe que um determinado conteúdo é relevante para atingir
seus próprios objetivos pessoais (auto realização). Rogers cita neste caso o exemplo
de dois estudantes de um curso de estatística: um deles desenvolvendo um projeto
no qual necessita utilizar o conteúdo de determinada disciplina para esta finalidade,
e outro aluno apenas assistindo às aulas, para obtenção de créditos. Não há dúvida
quanto à diferença na aprendizagem neste exemplo dos dois alunos.
3. A aprendizagem que envolve uma modificação da organização pessoal – na
percepção de si mesmo – é ameaçadora e tende a suscitar resistência. Para a maio-
129
aprimore-se
ria das pessoas, parece que na medida que outros estão certos, elas estão erradas.
Neste caso, a aceitação de valores externos pode ser profundamente ameaçadora
aos valores que a pessoa já tem, nascendo uma resistência a esta aprendizagem.
4. As aprendizagens que ameaçam o eu (self) são mais facilmente percebidas e
assimiladas quando estas ameaças externas são minimizadas. Rogers ilustra este
princípio através do exemplo de um aluno com dificuldade em leitura, e que por
isso, sente-se ameaçado e desajustado perante seus colegas. Quando é forçado a
ler em voz alta na frente de toda turma, quando é ridicularizado, quando recebe
notas baixas, não progride nesta dificuldade. Ao contrário, se este aluno estiver em
um ambiente de apoio e compreensão, sem exposição ridicularizadora, sem avalia-
ção por notas e - ao contrário, fizer sua autoavaliação, estas ameaças externas se
reduzirão a um mínimo, fazendo-o progredir.
5. Quando é pequena a ameaça ao eu, pode-se perceber a experiência de manei-
ra diferenciada. Quando o aluno se sente seguro e não ameaçado, a diferenciação
crescente dos componentes da experiência e a assimilação dos seus significados
pode ser percebida, e a aprendizagem pode prosseguir.
6. Grande parte da aprendizagem ocorre através da ação. Um dos meios mais
eficazes de promover a aprendizagem consiste em colocar o aluno em confronto
experiencial direto com problemas práticos – de natureza social, ética, pessoal ou
filosófica - ou com problemas de pesquisa. Este princípio descrito por Rogers é o
fundamento da metodologia denominada atualmente de aprendizagem baseada na
resolução de problemas, ou simplesmente ABP.
7. A aprendizagem é facilitada quando o aluno participa responsavelmente do
processo de aprendizagem. Quando o aluno escolhe suas próprias direções, des-
cobre seus próprios recursos de aprendizagem, decide seu próprio curso de ação,
ele se torna sujeito ativo deste processo, permitindo inclusive dominar e controlar
de forma autônoma o progresso de seu conhecimento. Este princípio descrito por
Rogers é o fundamento das novas metodologias ativas de aprendizagem.
8. A aprendizagem espontânea que envolve a pessoa do aprendiz como um todo
– sentimentos e intelecto – é mais duradoura e abrangente. Este princípio Rogers
menciona como uma descoberta de sua experiência em psicoterapia, quando a
130
aprimore-se
131
aprimore-se
132
aprimore-se
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aprimore-se
134
aprimore-se
135
eu recomendo!
livro
filme
Gênio Indomável
Ano: 1997
Sinopse: o jovem Will Hunting, servente de uma universidade, re-
vela-se um gênio em matemática. Com algumas passagens pela
polícia, ele é obrigado a fazer terapia. O tratamento só começa a
dar certo quando ele se identifica com o terapeuta Sean Maguire.
Comentário: neste filme, o protagonista, interpretado por Matt
Damon, é um rapaz com inteligência extraordinária, porém preci-
sa da ajuda de um mentor comprometido em orientá-lo a explorar o seu potencial
infinito.
136
eu recomendo!
conecte-se
137
anotações
anotações
4
A INSTITUIÇÃO COMO
CO-CONSTRUTORA
da aprendizagem
PROFESSORAS
Me. Amanda Gladyz Blasquez Figueroa
Me. Sonia Maria de Campo
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: Acolhimento institucional • Moti-
vação, atenção e memorização: mecanismos da aprendizagem • Mediação psicopedagógica.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Analisar a importância do acolhimento • Compreender a relevância da motivação no processo de
aprendizagem • Ampliar os conhecimentos em relação à psicopedagogia e à mediação no processo
de aprendizagem.
INTRODUÇÃO
INSTITUCIONAL
O que você entende por “acolher”? Vamos encontrar diversos significados, como:
agasalhar, refugiar, resguardar, proteger, apoiar, amparar, entre outros. Quando
atribuímos ao universo escolar, o acolhimento é percebido por meio de ações
pedagógicas, estas auxiliam a integração dos alunos a partir de ações do grêmio
estudantil, de professores, gestores, pais e funcionários.
É importante que as instituições entendam o papel que exercem na vida do
ser humano e em seu desenvolvimento. Elas devem criar espaços e condições para
que os alunos consigam manifestar, por meio do envolvimento de atividades, o
pleno respeito e o acolhimento. Esse é um momento relevante e imprescindível,
em qualquer lugar. Na escola não é diferente, pois ao se sentir acolhido por ela,
o aluno se permite sentir parte integrante desse espaço e grupo. Aqui, é oportuno
mencionar que o acolhimento deve ocorrer a todos e não somente aos alunos,
pois o professor e o funcionário, também precisam se sentir acolhidos para con-
seguir acolher os alunos. Como observamos, então, o acolhimento é importante
e deve partir da equipe gestora, em organizar um momento de interação a todos
os funcionários, professores e estudantes da instituição.
Em se tratando do ingresso da criança na vida escolar, como já vimos, não
é uma tarefa fácil, pois, tanto a criança como os pais e escola sofrem com esse
início. Diante disso, Ladwing, Goi e Souza (2013) destacam que é dever da escola
organizar, de forma saudável, o ingresso da criança na escola e a separação entre
142
os pais, ajudando-a a superar a sensação de insegurança e abandono. Aqui, cabe
UNICESUMAR
bem o acolhimento, sendo ele eficaz para auxiliar a criança a se sentir bem-vin-
da, por meio das relações de afeto que receber no ambiente escolar. Pois, como
bem sabemos e isso Vygotsky (1998b) também afirma, a criança desenvolve-se
socialmente, por meio de suas interações com outras pessoas, construindo o
seu processo de linguagem. Daí a importância do convívio em espaços sociais.
E a escola, por sua vez, é uma fonte importante para esse processo ocorrer. Por
isso, ela precisa ser acolhedora e fazer com que a criança sinta prazer em estar
presente nesse espaço.
Outro aspecto importante para que o acolhimento se efetive no ambiente
escolar está no planejamento, algo necessário, que deve contemplar o que a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) determina para o bom andamento do
currículo de uma escola. Nesse sentido, é importante “traçar um roteiro de como
acontecerá a chegada dos alunos nos primeiros dias, pensar em tempos, espaços,
materiais e atribuições de cada profissional da escola são aspectos fundamentais
para garantir a qualidade da adaptação” (LADWING; GOI; SOUZA, 2013, p. 9).
A escola pode, também, promover reunião com os pais dos alunos, para que
entendam o funcionamento da escola, o Projeto Político Pedagógico (PPP); como
ocorre toda a rotina da instituição; apresentar os espaços e esclarecer as dúvidas
que os pais ou alunos tiverem. De acordo com Brasil (1998), o planejamento
das atividades e da rotina escolar faz parte de um bom e eficaz desenvolvimento
escolar; leva às crianças, diante de seus desejos e necessidades, sentirem-se respei-
tadas e atendidas em suas expectativas e, assim, aprenderem e se desenvolverem.
A afetividade é outro aspecto que no acolhimento contribui para o processo
tanto de adaptação como de permanência da criança no ambiente escolar. Para
isso, os envolvidos precisam compreender a criança, sua emoção, criando um laço
de confiança entre eles. Sobre esse aspecto, Reda e Ujiie (2009) afirmam:
“
Criar um clima propício de aproximação não é tão simples. É pre-
ciso um olhar cuidadoso e atento para perceber o que aproxima as
crianças. Esse tipo de ação contribui para a consolidação de vínculos
afetivos e de vivência. Nesses casos, o que está em jogo é o exercí-
cio da convivência, são as pequenas ações que fazem prevalecer à
comunhão de uns com os outros, a socialização, enfim a efetivação
do processo de adaptação de sucesso (REDA; UJIIE, 2009, p.10087).
143
Diante disso, é preciso preparar a equipe escolar para suavizar a tensão dos pri-
UNIDADE 4
“
O acolhimento traz em si a dimensão do cotidiano, acolhimento
todo dia na entrada, acolhimento após uma temporada sem vir à
escola, acolhimento quando algum imprevisto acontece e a criança
sai mais tarde, quando as outras já saíram, acolhimento após um
período de doença, acolhimento por que é bom ser bem recebida e
sentir-se importante para alguém (ORTIZ, 2000, p.4).
Como bem afirma a autora, o acolhimento precisa ocorrer todos os dias no am-
biente escolar, para que os alunos e a equipe escolar se sintam parte do processo
de desenvolvimento, seguras, cuidadas, queridas e protegidas, diante do que for e
em qualquer momento da fase escolar. Podemos destacar, ainda, a amorosidade,
sendo ela essencial em todas as relações humanas. Dessa forma, não é diferente
no processo de ensinar e aprender, de quem ensina e a quem se ensina. Sobre esse
tema, Fernandes (2010, p. 38) destaca que:
“
Freire trabalha com a concretude da produção do sentido e do sentir
amorosidade/amor como uma potencialidade e uma capacidade
humana que remete a uma condição de finalidade existencial ético-
-cultural no mundo e com o mundo. Uma amorosidade partilhada
que proporcione dignidade coletiva e utópicas esperanças em que
a vida é referência para viver com justiça neste mundo. A amorosi-
dade Freireana que percorre toda sua obra e sua vida se materializa
no afeto como compromisso com o outro, que se faz engravidado da
solidariedade e da humildade. Usando o prefixo com, ganha força
a ideia de compromisso que pode significar prometer-se consigo
e com o outro. Educar é amar, e a amorosidade contribui para a
transformação, para o reencantamento do sujeito.
Com isso, podemos notar que é por meio das relações humanizadoras que va-
mos disseminar, deixar marcas enriquecedoras na alma e no coração dos alunos.
Nesse sentido, Trevisol (2008, p. 195) afirma que “[...] o ser humano só mudará
de atitude quando for tocado no seu afeto e no seu mais profundo mistério in-
144
terior”. O ensinar ou aprender, portanto, pode ser uma prática afetiva e reflexiva,
UNICESUMAR
como afirma Morin (2002a, p. 20) “[...] no mundo humano, o desenvolvimento
da inteligência é inseparável do mundo da afetividade”. Marchesi e Martín (2003,
p. 111) complementam ao mencionarem que:
“
Os sentimentos de afeto entre o professor e seus alunos contribuem
para criar uma atitude positiva em relação à aprendizagem. Os bons
professores procuram comunicar entusiasmo e carinho para seus
alunos. A paciência, a perseverança, o apoio à autoestima dos alunos
e o senso de humor são outras das características apontadas nas
várias intervenções que estão presentes quando existe uma relação
de respeito e empatia com os estudantes.
Desse modo, podemos entender que é por meio das relações afetivas que conse-
guimos uma construção de conhecimento e práticas humanizadoras que deixam
marcas enriquecedoras, jamais esquecidas pelos alunos e pela equipe escolar.
Para tanto, as atividades precisam ocorrer do coletivo, em conjunto, em equipe
para que consiga ganhar amplitude no contexto escolar, na contemporaneidade,
tendo sempre como princípio basilar a humanização. Para Moraes (2004, p. 327),
é hora de:
“
Esperança em uma educação renovadora e inovadora, libertadora e
criativa, capaz de sinalizar a abertura de novos caminhos, emergên-
cia de novas possibilidades de construção e reconstrução do mundo
e da vida. É tempo de reencantar a educação! E, como humanidade,
é tempo de transcendência, tempo de emergência da civilização da
religação.
145
2
MOTIVAÇÃO, ATENÇÃO E
UNIDADE 4
MEMORIZAÇÃO:
mecanismo da aprendizagem
146
indireto: ela determinará tanto a quantidade de tempo quanto o grau de atenção
UNICESUMAR
dedicados ao material a ser aprendido, e isso, por sua vez, vai afetar a quantidade
do aprendizado” (BADDELEY, 2010, p. 90).
A aprendizagem é uma construção pessoal, um fenômeno complexo, que pre-
cisa dos aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais para
ocorrer. Nesse sentido, entendemos a motivação como um processo que suscita
ou incita um comportamento, que visa sustentar uma atividade progressiva, po-
dendo auxiliar e canalizar uma determinada atividade, fortalecendo a aprendiza-
gem no indivíduo desacreditado de suas potencialidades. Segundo Tapia (1997),
não é possível “ensinar a pensar adequadamente, se não se trabalhar a motivação
e vice-versa. Para ele, querer e saber pensar são condições pessoais que permitem
a aquisição e aplicação de conhecimentos quando necessário”.
Se pensarmos nos momentos de nossas vidas em que fomos motivados, va-
mos trazer lembranças de uma sensação que nos mobilizou, encorajou a uma
ação, levando à satisfação. A base da motivação é, portanto, um sentimento que
nos move a busca por uma necessidade, um desejo, uma intenção, um interesse,
uma vontade ou uma predisposição para agir e conquistar o que se almeja. De
acordo com Bergamini (2006, p. 34),
“
Quando se fala em motivação humana, parece inapropriado que
uma simples regra geral seja considerada como recurso suficiente
do qual se lança mão quando o objetivo é a busca de uma explicação
ao mesmo tempo mais abrangente e mais precisa sobre as possíveis
razões que levam as pessoas a agir. Existem muitas razões que ex-
plicam uma simples ação.
147
gem só fazem sentido quando implicam no desenvolvimento do ser humano, por
UNIDADE 4
Atenção
“
[...] a atenção faz com que haja a percepção de alguns estímulos
e a negligência de outros dentro do processo cognitivo. Atenção
e memória formam, assim, uma via de mão dupla em que um é
dependente do outro para a seleção dos estímulos e para o seu ar-
mazenamento.
148
Estímulo
UNICESUMAR
externo Prática cognitiva
Depósito Atenção ou outros processos
seletiva Memória Memória
sensorial
de curta de longa
de curta
duração duração
duração
Processo de
procura e busca
Resposta
Figura 1 - Os sistemas da memória e sua relação com a resposta / Fonte: Ladewig (2000, p. 63).
Memorização
149
Os diversos neurônios, das diversas áreas cerebrais, se especializam em tarefas
UNIDADE 4
O que seria de nós seres humanos, se não tivéssemos a capacidade de memorizar e lem-
brar?
Temos, ainda, alguns tipos de memória, como a Memória Ultra Rápida ou Ime-
diata, que dura pouco tempo ou, melhor dizendo, em frações de segundos, a
pessoa já não se recorda mais; a Memória de Curta Duração, que dura minutos
ou pode durar por horas, levando o indivíduo a ter sentido de continuidade do
presente, e a Memória de Longa Duração, que dura por mais tempo, isto é, horas,
dias ou anos, e é por meio dela que decorre a garantia do registro do passado
autobiográfico e dos conhecimentos do indivíduo, que são registrados e não es-
quecidos. Rotta et al. (2016, p. 248) destaca que:
“
[...] a memória é um evento que pode ser dividido em três fases:
aquisição, consolidação e evocação das informações. E a outra for-
ma de se referir à fase de aquisição das memórias é denominá-la
simplesmente de aprendizado. Memória e aprendizagem são pro-
cessos indivisíveis, pois um evento está embutido no outro, uma
vez que a aprendizagem é a primeira fase do processo mnemônico.
151
UNIDADE 4
pensando juntos
As crianças com escores baixos de memória são geralmente descritas pelos professores
como “aéreas” ou desatentas; não desorganizadas, mas incapazes de seguir instruções
para fazer a coisa certa no momento certo.
(A. Baddeley)
Kandel (2009, p. 74) ressalta que “a memória humana está sempre se reinventando.
Toda vez que lembramos alguma coisa, essa lembrança se modifica um pouco”.
Sendo a memória o mecanismo que revela algo, ocorrido em algum momento
em nossas vidas, ela é única para cada indivíduo. Quando lembramos uma ex-
periência, não a traduzimos tal como aconteceu, com as mesmas sensações; não
nos lembramos, exatamente, como foi vivenciada e, normalmente, modificamos
alguns fatos.
pensando juntos
Você já parou para pensar: por que memorizarmos certas informações e outras não? Isso,
acreditamos, deve-se ao envolvimento emocional e ao ambiente social, que influenciam
as nossas lembranças.
152
3
MEDIAÇÃO
UNICESUMAR
PSICOPEDAGÓGICA
“
Nasceu como uma ocupação empírica pela necessidade de atender
as crianças com dificuldades na aprendizagem, cujas causas eram
estudadas pela medicina e psicologia. Com o decorrer do tempo, o
que inicialmente foi uma ação subsidiária destas disciplinas, per-
filou-se como um conhecimento independente e complementar,
possuidor de um objeto de estudo (o processo de aprendizagem) e
de recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios.
153
Podemos notar que a psicopedagogia se embasa em outras vertentes de correntes
UNIDADE 4
“
[...] A psicopedagogia além de dominar a patologia e a etiologia dos
problemas de aprendizagem, aprofundou conhecimentos que lhe
possibilitam uma contribuição efetiva não só relacionada aos pro-
blemas de aprendizagem, mas, também, na melhoria da qualidade
do ensino oferecido nas escolas. [...]. Dessa forma contribui para a
percepção global do fato educativo e para a compreensão satisfató-
ria dos objetivos da educação e da finalidade da escola, possibilitan-
do, assim, uma ação transformadora (SCOZ; MENDES, 2002, p. 34).
pensando juntos
154
psicopedagogo, criado pela Associação Brasileira de Psicopedagogia (2011, s. p.)
UNICESUMAR
traz, no Artigo 3°, os objetivos do profissional em psicopedagogia:
“
a) promover a aprendizagem, contribuindo para os processos de
inclusão escolar e social; b) compreender e propor ações frente às
dificuldades de aprendizagem; c) realizar pesquisas científicas no
campo da Psicopedagogia; d) mediar conflitos relacionados aos
processos de aprendizagem.
Diante disso, pode-se inferir que, assim como em outras profissões, a de psico-
pedagogia tem o código de ética e é, extremamente, relevante que seja respeita-
do para que possa atender, corretamente, aos processos de desenvolvimento de
aprendizagem do sujeito. Desse modo, uma das funções da psicopedagogia, no
âmbito educacional, é promover a mediação dos alunos com dificuldades cog-
nitivas. Para isso, é necessário estabelecer parcerias junto à equipe pedagógica e
familiares, buscando promover o diálogo; estabelecer o desenvolvimento cogni-
tivo e a sequência nos estudos, de maneira plena e segura de si. Ainda, para que
a mediação do psicopedagogo nas dificuldades de aprendizagem se efetive, são
necessárias as observações dos familiares e, principalmente, do professor, a fim
de identificar se o aluno apresenta déficits na aprendizagem. Cabe a esses, pais e
professores, encaminhar para uma avaliação com o psicopedagogo, este poderá
apresentar o diagnóstico completo. Segundo Bossa (2011):
“
É de extrema relevância detectarmos, através do diagnóstico, o
momento da vida da criança em que se iniciam os problemas de
aprendizagem. Do ponto de vista da intervenção, faz muita dife-
rença constatarmos que as dificuldades de aprendizagem se iniciam
com o ingresso na escola, pois pode ser um forte indício de que
a problemática tinha como causa fatores intraescolares (BOSSA,
2011, p. 101).
pensando juntos
156
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
No decorrer dos nossos estudos, foi possível verificar, em relação ao acolhimento,
que ele é gerador das relações, manifestando-se na entrada da escola, na prepa-
ração das salas de aula e, principalmente, na efetivação das relações entre pro-
fessor e aluno. É preciso, no entanto, considerar as diferentes acepções do termo
“acolher”, ou seja, inteirar-se das verbalizações que dizem respeito à organização,
ornamentação, sinalização, manutenção e informação do ato de acolher e cuidar
de quem se preza, permeado pela educação.
Também tratamos de elementos importantes para o processo de aprendi-
zagem, isto é, motivação, atenção e memorização. Muitas pessoas sofrem na
aprendizagem por não apresentarem um nível de atenção e memória “normal”.
Como vimos, a pessoa que apresenta dificuldades na aprendizagem pode ter
falta de motivação, desencadeando a falta de atenção e, consequentemente, não
memorizar a informação recebida. Diante disso, podemos compreender que para
ocorrer a aprendizagem, precisa-se ter interesse, de forma a prender a atenção,
e, assim, evocar, recordar, lembrar levando a novos conhecimentos. Pois só se
lembra aquilo que foi aprendido.
E, por fim, discutimos a mediação do psicopedagogo. Observamos que, para
trabalhar com as questões da aprendizagem e a falta dela, é essencial a presença
do profissional em psicopedagogia. Nesse sentido, convém destacar que a rela-
ção do psicopedagogo com a instituição, com o indivíduo e os familiares se dá
por meio da interação, do diálogo, participação, colaboração, respeito mútuo e,
principalmente, afetividade. Por meio dessa interação, ele consegue articular e se
posicionar como um mediador na condução do processo de ensino e aprendiza-
gem do indivíduo, tendo a consciência de seu papel, psicopedagogo, e embasado
nos conhecimentos da área.
157
na prática
1. Ladwing, Goi e Souza (2013) destacam que é dever da escola organizar, de forma
saudável, o ingresso da criança na escola e a separação entre os pais, ajudando-a
superar a sensação de insegurança e abandono. Diante do exposto, neste momento,
cabe bem:
a) O acolhimento, sendo ele eficaz para auxiliar a criança a se sentir bem-vinda, por
meio das relações de afeto que recebe no ambiente escolar.
b) O brinquedo, por fazer parte da vida criança e auxiliar a gostar do ambiente
escolar. Este será o primordial recurso utilizado na mediação escolar em todo
os níveis.
c) Os colegas de turma, para que entenda que todos serão obrigados a ficar, por
um período, no mesmo espaço escolar e isso ocorrerá melhor se todos forem
amigos.
d) O professor, como peça chave na intermediação e organização dos alunos, é o
único que poderá manifestar acolhimento ao aluno.
e) Os pais, pois são eles os indicados a ficarem com os alunos, no primeiro dia de
aula, e a organizá-los em seus lugares.
I - Que o ser humano seja tocado no seu afeto e no profundo mistério interior.
II - De relações afetivas, para construir conhecimentos e práticas humanizadoras.
III - Da amorosidade, pois contribui para a transformação e o encantamento do
sujeito.
IV - Do acolhimento, como meio de levar o ser humano a se sentir aceito em deter-
minado lugar.
158
na prática
a) V, F e V.
b) F, F e V.
c) V, V e V.
d) F, V e F.
e) F, F e F.
159
na prática
160
aprimore-se
A motivação pode ser entendida como um processo e, por isso, é aquilo que suscita
ou incita uma conduta, que sustenta uma atividade progressiva, que canaliza essa
atividade para um dado resultado. A motivação caracteriza-se por um processo que
mobiliza o organismo para a ação, a partir da necessidade de satisfação. Isso sig-
nifica que, na base da motivação, está sempre um organismo que apresenta uma
necessidade, um desejo, uma intenção, um interesse, uma vontade ou uma predis-
posição para agir.
A criança apresenta um quadro de motivação em formação, sendo necessário
que os seus responsáveis compreendam os estímulos que a motivam ao aprendi-
zado. Para Vygotsky (1998), o pensamento propriamente dito é gerado pela motiva-
ção, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoções. É pre-
ciso incentivar a educação, mas não apenas uma educação fria, sem sentimentos.
Educar precisa envolver os alunos, envolver a ponto de marcar de maneira positiva.
Entende-se que a desmotivação interfere negativamente no processo de ensino
e aprendizagem. Entre as causas da falta de motivação, o planejamento e o desen-
volvimento das aulas realizadas pelo professor são fatores determinantes. O pro-
fessor deve fundamentar seu trabalho conforme as necessidades de seus alunos,
considerando sempre o momento emocional e as ansiedades que permeiam a vida
do aluno naquele momento.
Os professores foram questionados em relação à frequência que costumavam
agir como professores motivadores. A maioria dos professores da rede pública acre-
ditam que o são muito frequentemente (70%) e (30%), frequentemente. Os da rede
privada foram muito semelhantes nas respostas: (60%) que o são muito frequente-
mente e (40%), frequentemente.
Esse resultado demonstra que os professores acreditam estarem motivados por
boa parte do tempo, no entanto, veem algumas falhas no seu grau de motivação,
sendo necessário realizar contínuas estratégias para que eles não se desmotivem.
161
aprimore-se
Cursos e atividades motivadoras com os professores podem ser uma das opções de
atividades contínuas para que eles não percam a motivação em ensinar e, conse-
quentemente, não parem de motivar os alunos.
Em relação ao fato de alunos estarem motivados, os professores da rede pública
julgaram os alunos menos motivados que os da rede privada, em uma escala que
varia de frequentemente a nunca motivados. Os alunos da rede pública estão com
maior prevalência de estarem raramente motivados na visão dos professores.
Essa realidade pode ser explicada por um dos fatores que influenciam a moti-
vação: o ambiente escolar. O ambiente escolar influencia muito na adaptação da
criança, no processo aprendizagem e na motivação, colaborando e estimulando po-
sitivamente caso haja um ambiente propício.
A partir disso, sabe-se que o estilo de ensino, tamanho da classe e a infraestrutu-
ra da escola contribuem para o bom desenvolvimento das crianças no ensino funda-
mental. Embora existam muitos outros fatores que possam afetar a motivação dos
alunos, inclusive a má remuneração dos professores, o fato de nas escolas públicas,
de forma geral, as salas serem lotadas, com um estilo fixo de ensino e com infraes-
trutura inferior às escolas privadas, pode-se explicar a diferença de percepção dos
professores na motivação dos alunos entre a rede pública e a privada.
Para Boruchovitch e Bzuneck (2001), a motivação tornou-se um problema em
educação, pela simples constatação de que sua ausência representa queda de inves-
timento pessoal e, consequentemente, na qualidade das tarefas de aprendizagem.
À medida que as crianças avançam nos anos escolares, observa-se que o interesse
cai e facilmente instalam-se dúvidas quanto à capacidade de aprender certas maté-
rias. O esforço, principal indicador de motivação, só é utilizado se o aluno acreditar
na capacidade de êxito (POZO, 2002).
O grande desafio da atualidade é averiguar as razões da ausência da motivação
do aluno para aprendizagem e buscar estratégias eficazes que ajudem a reverter
esse quadro. Para motivar os alunos, é imprescindível analisar as formas de pensar
e aprender para desenvolver estratégias de ensino que partam das suas condições
reais, devendo ir além do cognitivo e avaliar a afetividade (WERNECK, 2000).
162
aprimore-se
163
eu recomendo!
livro
filme
164
eu recomendo!
conecte-se
165
anotações
anotações
5
A PSICOPEDAGOGIA E AS
INSTITUIÇÕES SOCIAIS
PROFESSORAS
Me. Amanda Gladyz Blasquez Figueroa
Me. Sonia Maria de Campos
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: Psicopedagogia e suas interven-
ções • O papel do psicopedagogo frente à instituição social familiar • O papel do psicopedagogo junto
à instituição social escolar.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer a Psicopedagogia e suas intervenções • Investigar o papel da Psicopedagogia e propor
intervenções • Analisar a importância do profissional psicopedagogo e a interdisciplinaridade.
INTRODUÇÃO
Olá caro(as) alunos(as), esperamos que estejam animados para o “tour” que
faremos pela Psicopedagogia e as Instituições Sociais. Esse conhecimento
garante aos futuros psicopedagogos o entendimento do processo de atua-
ção profissional frente às dificuldades de aprendizagens, em várias nuances
contemporâneas. Os psicopedagogos têm uma função muito importante
de moldar os aspectos de aprendizagem do homem que será atuante em
nossa sociedade, por isso, justifica-se o objetivo deste material em vislum-
brar a importância do profissional psicopedagogo e a interdisciplinaridade.
Baseando-se nesse e em outros objetivos, organizamos este estudo, a partir
de uma visão panorâmica dos processos psicopedagógicos. Nesse sentido,
você não deve se limitar, somente, a este material.
Em um primeiro momento, definiremos os campos de atuação do
psicopedagogo, que atua diretamente com a aprendizagem humana em
clínicas, por meio de um atendimento individualizado, em instituições
escolares, hospitais e empresas no auxílio da promoção de aprendizagens
e no terceiro setor. Outro aspecto é o papel do psicopedagogo frente à
instituição social familiar que, ultimamente, apresenta muitas situações de
desigualdade. Ou seja, as famílias lutam contra várias ocorrências diárias,
como: filhos de pais separados, órfãos que vivem em lares desprovidos de
afetividade, falta de recursos financeiros, pais ausentes ou, ainda, o excesso
de recompensas dadas pelos pais – essas são as ocorrências que podem in-
terferir na formação dos sujeitos. Para finalizarmos o material, destacamos
o papel do psicopedagogo junto à instituição social escolar, que se ocupa
com os problemas de aprendizagem, com o processo de aprender.
O objetivo é conhecer os caminhos da psicopedagogia, e essa obra é
feita para que possamos interagir e conversar sobre os rumos do processo
da aprendizagem efetiva, em vários ambientes, e como o psicopedagogo
pode atuar e intervir nesses espaços.
Bons estudos!
1
PSICOPEDAGOGIA E SUAS
UNIDADE 5
INTERVENÇÕES
Você encontrará, nesta aula, várias discussões em relação ao papel que o psicope-
dagogo deve exercer e cujo campo de atuação seria identificado pelo processo de
ensino e aprendizagem. Cabe salientar que o conhecimento adquirido pelo psico-
pedagogo, durante sua formação, traz ênfase às possibilidades de aprender do ser
humano bem como a sua disponibilidade afetiva de aprender, ser e fazer. Segundo
Bossa (2007), o psicopedagogo busca compreender as seguintes questões:
170
A partir desses conhecimentos, o psicopedagogo constrói os passos de inter-
UNICESUMAR
venção clínica ou preventiva de que a pessoa precisa, em relação às suas quei-
xas e dificuldades em aprender. O objetivo da intervenção psicopedagógica
concentra-se no ser que aprende, o ser cognoscente. Desse modo, o profissional
leva-o ao desenvolvimento e o auxilia a ser o construtor da sua história e de seus
conhecimentos, para inserir-se, adequadamente, em um contexto social.
Ao considerar a aprendizagem uma característica da espécie humana, que
garante a sua sobrevivência, mesmo em condições adversas, compreende-se a
aprendizagem como um ato de vida humana. Nesse sentido, volta-se para o cam-
po da psicopedagogia a preocupação de entendê-la como uma área interdisci-
plinar que pretende compartilhar reflexões, pesquisas e atuação dos aspectos
relacionados ao processo de ensino e aprendizagem do sujeito. Sendo assim,
“
O psicopedagogo não será, entretanto, aquele profissional que aco-
lhe recortes de diferentes teorias e constrói um novo Frankenstein.
Não será a Psicologia mais a Pedagogia numa relação aditiva que
dará origem a uma nova disciplina, a Psicopedagogia (RELVAS,
2011, p. 35).
pensando juntos
171
Para iniciar, destacaremos os fatos históricos das funções do cérebro humano,
UNIDADE 5
172
movimento, sono, fome, sede e quase todas as atividades vitais necessárias à sobre-
UNICESUMAR
vivência do ser humano bem como as emoções. Com efeito, é por meio dele que
recebemos as informações, interpretamo-las e levamos para nossas ações diárias.
Por não se compreender o cérebro como órgão com responsabilidades, tive-
mos um atraso no reconhecimento de atuações e mediações de possíveis neces-
sidades de intervenção psicopedagógico. Várias pessoas desistiram de estudar ou
seguir uma carreira profissional, por entenderem-se como incapazes, ao mani-
festarem dificuldades na aprendizagem.
Outro aspecto relevante que precisamos destacar é que qualquer lesão no
cérebro pode afetar os lobos e comprometer algumas atividades que precisamos
fazer, no dia a dia. Em algumas pessoas, os problemas se manifestam desde o
nascimento. Em outras, isso se dá por acidente, gerando uma sequela no cérebro.
Em ambos os casos, é preciso o acompanhamento do psicopedagogo e de outros
profissionais para se desenvolver em vários aspectos.
Diante disso, tanto o psicopedagogo quanto outros profissionais, ligados ao
desenvolvimento da aprendizagem, devem trabalhar juntos no atendimento de
uma pessoa que manifeste dificuldades de aprender, pois o psicólogo e os neu-
rologistas têm os conhecimentos necessários para auxiliar a atuação do psicope-
dagogo e contribuir para o processo de aprendizagem de um sujeito. Para isso, é
preciso, ainda, contar com as observações feitas pelos familiares ou professores
em relação ao comportamento de aprendizagem de uma criança. O diagnóstico,
porém, é somente de responsabilidade dos profissionais psicopedagogo, psicó-
logo, neurologista ou um médico, que nas suas atribuições tem capacidade para
analisar, a partir de vários testes e exames, e obter um diagnóstico das possíveis
patologias. Estas podem ser distúrbios, deficiência ou transtorno.
Após comprovar-se a dificuldade de aprendizagem escolar, o psicopedagogo
e o educador farão as intervenções necessárias para estimular o aluno. Por meio
de suas práticas pedagógicas, esses profissionais podem trazer diferentes possi-
bilidades de aprendizagem e levar o aluno ao pleno desenvolvimento cognitivo
(ALMEIDA, 2012).
Como podemos verificar, para se chegar ao diagnóstico e aos motivos da
dificuldade de aprendizagem de uma pessoa, é preciso vários conhecimentos e
profissionais envolvidos. Desse modo, como afirma Relvas (2012), as intervenções
psicopedagógicas renovadas, em apoio à escolarização, aliadas às atuações dos
profissionais envolvidos no processo de ensino e aprendizagem escolar, podem
173
antecipar e amenizar os prejuízos, advindos das dificuldades de aprendizagem,
UNIDADE 5
“
[...] tem como meta esclarecer a respeito das dificuldades específicas,
indicando a relação entre os aspectos da aprendizagem, seja ela:
ortográfica, linguagem escrita, biológica, emocional, cognitiva. Con-
ceituando aprendizagem para construção do diagnóstico o qual é
de caráter investigatório, interventivo e contínuo, é fundamental na
psicometria clássica testes-aprendizagem, teste, onde se aprendeu: a
calcular o potencial de aprendizagem do sujeito em razão das novas
aquisições que faz durante o processo (CRUVINEL, 2009, p. 11).
174
UNICESUMAR
PSICOPEDAGOGIA
No campo da
Clínica Institucional investigação
científica
Psicopedagogia Clínica
“
Com o desenvolvimento do trabalho o psicopedagogo colabora
na construção da autoestima, que se desfez na trajetória estudantil.
Dessa forma, o sujeito é conduzido a descobrir suas competências e
aptidões, construindo seu saber. O atendimento clínico é praticado
em centros de saúde e clínicas e normalmente os atendimentos são
feitos individualmente (VERCELLI, 2012, p. 73).
175
Para isso, o psicopedagogo clínico precisa manter-se sempre atualizado diante
UNIDADE 5
“
Para que o trabalho em uma clínica de Psicopedagogia seja reali-
zado com sucesso, o envolvimento dos profissionais que ali atuam
é de extrema importância. O psicopedagogo precisa estar atento às
inúmeras possibilidades de intervenção, levando em conta as difi-
culdades apresentadas pelos clientes que buscam sua ajuda, bem
como a própria disponibilidade frente a novos aprendizados de-
monstrados por este (GAMBA; TRENTO, 2009, p. 2).
176
Psicopedagogia Escolar
UNICESUMAR
O psicopedagogo, no campo escolar, ocupa-se com os problemas e os processos
de aprendizagem, ou seja, como o indivíduo aprende; como a aprendizagem varia
e como o aluno produz as alterações no modo de aprender. Para Bossa (2007), é
preciso reconhecer as possibilidades de tratamento e prevenção no processo de
aprendizagem humana. Isso envolve padrões evolutivos normais e patológicos,
além da influência do meio (família, escola, sociedade) no desenvolvimento do
sujeito como um todo. Segundo Fagali e Vale (2009, p. 35):
“
Pensar a escola à luz da Psicopedagogia implica nos debruçarmos
especialmente sobre a formação do professor. As propostas de for-
mação docente devem oferecer ao professor condições para esta-
belecer uma relação madura e saudável com os seus alunos, pais e
autoridades escolares. Investigar, analisar e realizar propostas para
uma formação docente que considere esses aspectos constitui uma
tarefa extremamente importante, da qual se ocupa a Psicopedagogia.
177
UNIDADE 5
Orientar os pais.
Auxiliar os professores
e demais profissionais
nas questões pedagógicas.
178
Psicopedagogia Institucional
UNICESUMAR
A psicopedagogia institucional é desenvolvida no contexto hospitalar, empresa-
rial, em organizações assistencial e escolar, com o objetivo de realizar ações de
caráter preventivo, ou seja, de antecipar ações para combater os problemas de
aprendizagem no indivíduo, nestes meios. “Por isso, a psicopedagogia institucio-
nal se coloca atenta às variadas possibilidades de construção do conhecimento e
valoriza o imenso universo de informações [...]” (OLIVEIRA, 2009, p. 39). Sobre
esse assunto, Bossa (1994, p. 24), também, afirma:
“
Historicamente, a Psicopedagogia nasceu para atender a patologia
da aprendizagem, mas ela se tem voltado cada vez mais para uma
ação preventiva, acreditando que muitas dificuldades de aprendi-
zagem se devem à inadequada Pedagogia institucional e familiar. A
proposta da Psicopedagogia, numa ação preventiva, é adotar uma
postura crítica.
“
[...] diagnóstico na identificação dos múltiplos geradores desse
problema, e fundamentalmente, busca-se descobrir como o sujeito
aprende. Utilizando-se, no diagnóstico, testes para melhor conhecer
o paciente e a sua problemática, os quais são selecionados em função
de cada sujeito (BOSSA, 2000, p. 42).
179
humano, pois quando recebe conhecimentos, o indivíduo é incluído, de um jeito
UNIDADE 5
2
O PAPEL DO
PSICOPEDAGOGO
frente à instituição social
familiar
180
Sendo assim, partimos do pressuposto do papel desempenhado pelo psico-
UNICESUMAR
pedagogo na atualidade, considerando a realidade social que vivemos. Com isso,
o objeto de estudo da psicopedagogia se amplia. Agora, entende-se que, dentre
outros, as influências do meio, em especial da família, da escola e da sociedade,
são extremamente relevantes para o processo de aprendizagem. Este compreende
os meios de intervenções, tanto para a pessoa que precisa desenvolver os proces-
sos de aprendizagens como para os familiares que precisão de auxílio para lidar
com essa fase.
Sendo assim, é preciso, na atuação com os familiares, dentre outras questões,
o desenvolvimento de uma postura de “escuta”, problematizar as questões levan-
tadas e refletir sobre as possíveis causas, a fim de melhor compreendê-las e, con-
sequentemente, investir em possíveis melhorias de convivência com o indivíduo
diagnosticado com algum problema ou distúrbio de aprendizagem.
explorando Ideias
Aqui, podemos destacar os pais que são presentes nas atividades escolares de seus
filhos e que, mesmo assim, apresentam dificuldades escolares, as queixas dos pais
são sempre: “onde estamos errando?”, e o psicopedagogo, nesse momento, pode
ser o suporte que eles precisam para entenderem o que estão passando. Sendo
assim, o psicopedagogo se apresenta com um papel relevante, tanto no desenvol-
vimento da criança como na orientação das famílias.
É preciso destacar, também, a atuação do psicopedagogo em levar o conheci-
mento aos familiares sobre os processos de aprendizagem, para que saibam valo-
rizar as múltiplas formas de se aprender e evitar possíveis comparações entre um
filho e outro, ou a um parente e amigo da mesma idade, que se apresenta de modo
mais desenvolvido que o seu filho. Marturano (1999), nesse sentido, enfatiza:
181
“
[...] os pais que são afetuosos, controladores sem serem restritivos
UNIDADE 5
Neste momento, atribuiremos responsabilidade aos pais, pois não se pode deixar
de analisar as realidades vivenciadas dentro de casa. Observa-se, atualmente, o
aumento da defasagem escolar, relacionado às questões emocionais e afetivas
ligadas ao meio familiar bem como a falta de espaço adequado aos estudos, den-
tro de casa.
Algumas famílias se esquecem do sentimento de afetividade entre seus mem-
bros. Muitos pais sonham e até incentivam seus filhos para o progresso físico e
intelectual e idealizam uma escola que tenha a obrigação de proporcionar bons
conteúdos de aprendizagem, acreditando que isso será o suficiente para que o
aluno tenha sucesso no futuro. Nesse caso, o psicopedagogo precisa esclarecer
aos pais que parte sucesso dependerá do relacionado da criança dentro de casa,
pois a educação das emoções não é menos importante que a do corpo e da mente.
182
É válido, também, dar a devida importância aos momentos de atividades
UNICESUMAR
escolares a serem resolvidas em casa, organizar um momento e local adequado
para isso.
A atuação, no meio familiar, é bem ampla, e, neste espaço, o psicopedagogo
visa, entre outras atividades, elaborar junto aos familiares condições de estudos
para que o aluno consiga reter os conhecimentos e ter a atenção e a concentração
necessária no decorrer das suas atividades, tendo a consciência de observar as
suas dificuldades de aprendizagem como um todo e, assim, analisar o que precisa
ser melhorado. Para tanto, o psicopedagogo pode, junto com os pais, criar um
espaço que reforce os aspecto sensório-motor, coordenação motora ampla, desen-
volvimento motor fino, traçado, desenho, lateral, viso-motora, percepção espacial,
espaço temporal, ritmo, raciocínio lógico-matemático, elaboração e organização
mental, leitura e escrita, entre outras atividades. Essas podem ser trabalhadas e
desenvolvidas de maneira agradável para criança e conforme as necessidades e
especificidade de cada uma.
Cabe, ainda, destacar que, quando o espaço não é organizado de maneira que
propicia a aprendizagem, ele pode desfavorecer e até prejudicar a construção dos
processos de conhecimentos da criança, levando à desatenção e ao decréscimo
nos estudos. Para ilustrar essa ideia, observe a imagem a seguir:
Figura 4 - Criança olha para o nada e traz em sua imaginação algo que não está ocorrendo
no momento vivenciado / Fonte: Pixabay ([2020], on-line)2.
183
A criança tem uma imaginação muito fértil, por isso, é preciso usar essa ima-
UNIDADE 5
“
Teoricamente, a família teria a responsabilidade pela formação do
indivíduo, e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria
tomar o lugar dos pais na educação, pois os filhos são para sempre
filhos, e os alunos ficam apenas algum tempo vinculados às insti-
tuições de ensino que frequentam. Foram tantas as mudanças de
mentalidade e comportamento nessas últimas décadas que tanto
os pais quanto as escolas precisam adaptar-se a um novo sistema
educativo em busca da saúde social.
184
com que os familiares entendam o processo de aprendizagem como único e que
UNICESUMAR
precisa ser respeitado e estimulado, antes de ser rotulado e desestimulado a ponto
de a criança desistir de si mesma.
3
O PAPEL DO
PSICOPEDAGOGO
junto à instituição social
escolar
185
“
É impossível ensinar sem essa coragem de querer bem, sem a valen-
UNIDADE 5
tia dos que insistem mil vezes antes de uma desistência. É impossível
ensinar sem a capacidade forjada, inventada, bem cuidada de amar.
[...] É preciso ousar, no sentido pleno desta palavra, para falar em
amor sem temer ser chamado de piegas, de meloso, de a-científico.
Psicopedagogia
UNICESUMAR
estudos. Também, prestar assessoria aos professores, contribuindo para as ações
pedagógicas, de modo a facilitar o uso das ferramentas didáticas e, assim, atender
às necessidades de desenvolvimento do aprendiz, em sala de aula.
Na instituição escolar, o psicopedagogo, portanto, pode trabalhar de maneira
preventiva, adotando postura crítica em relação ao fracasso escolar; propor al-
terações voltadas para a melhoria da prática pedagógica nas escolas; apresentar
novos planos de prevenção; contribuir com o professor para que ele possa ensi-
nar, buscando, sempre, novas maneiras de atuação, a fim de que o aluno aprenda
com prazer e seja beneficiado com essa estrutura escolar. Assim, ressalta Barbosa
(2007, p. 37): “na instituição escolar, convive-se com o ensinar e com o aprender
de uma forma muito dinâmica, não sendo possível, na prática, haver uma inter-
venção que recaia somente sobre o aprender”.
Ainda, quanto à atuação preventiva do psicopedagogo, para Pontes (2010),
esse profissional precisa:
Compreender a formação
dos professores.
187
Após ter feito as observações e de posse das informações, se preciso for, o psico-
UNIDADE 5
Intervenção
Acompanhar
e interferir
na relação Diagnóstico
professor-
aluno
Psicopedagogo
no contexto
escolar
Orientar, Pesquisas
coordenar e e estudos
supervisionar científicos
Assessoria
188
dificuldades de aprendizagem; apoiar e cooperar na correção de funções cogniti-
UNICESUMAR
vas deficientes bem como na aquisição de conceitos básicos; organizar momentos
de reflexão sobre a ação educativa; mediar a passagem de uma atitude passiva,
reprodutora de informação para a autogeradora.
É relevante esclarecer ainda que a atuação do psicopedagogo não pode se
confundir com qualquer prática que conceba uma única face do sujeito. Mesmo
que o objeto de estudo seja a problemática da aprendizagem, não pode deixar de
observar o que se sucede entre a inteligência e os desejos inconscientes bem como
o que está em torno do sujeito e suas relações com meio escolar. Desse modo, as
ações do psicopedagogo escolar são extremamente relevantes, pois ele tem acesso
a vários núcleos de relações do aluno e consegue observar o que interfere no seu
processo de aprendizagem.
Diante disso, esperamos que tenha ficado clara a relevância que se tem a atua-
ção do psicopedagogo, como profissional assessor e orientador na escola, princi-
palmente no que diz respeito aos aspectos do processo de ensino e aprendizagem
do aluno. Outro ponto relevante a ser destacado, em relação ao psicopedagogo
escolar, é que sua atuação é de cunho preventivo com a missão de ser “suporte”
ao processo de aprendizagem, mediar e sugerir a possíveis passos a serem dados
em relação a formação dos conhecimentos. Sua contribuição não se restringe ao
aluno, estende-se também ao professor e à equipe pedagógica, sem, contudo, im-
por, mas agregar conhecimentos e novas condições de atuações no meio escolar.
189
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 5
190
na prática
PORQUE
191
na prática
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
3. Diante do que vimos, no decorrer dos nossos estudos, podemos definir os campos
de atuação do psicopedagogo, sendo um profissional generalista especialista em
problemas de aprendizagens e que atua direto com a aprendizagem humana. Para
tanto, analise as afirmativas em relação a atuação do psicopedagogo.
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
192
na prática
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
193
aprimore-se
Quantas vezes, após ouvirmos o relato de uma mãe sobre o que a criança está pas-
sando, sobre sua rotina, seu dia a dia, nós pegamos entendendo as atitudes desta
criança na sala de aula. Identificar cada aluno e compreender seu desenvolvimento
é essencial, muito mais essencial que o método utilizado pela escola X e Y. Esta com-
preensão de cada aluno faz com que possamos utilizar estratégias diferenciadas
para chegar ao nosso objetivo. Hoje, em sala de aula temos vários “diagnósticos”.
O que fazemos com estes diagnósticos na prática educativa? Vejo uma dezena de
professores e psicopedagogos que não sabem traduzi-los para a sala de aula e para
o aprender.
A escola tem a função de ajudar a criança a progredir do aprender por meio da
observação, o que faz o tempo todo, desde seu nascimento, para chegar ao apren-
der por meio do ensino formal. A mudança mental provocada pela frequência da
criança à escola é muito (GARDNER, 2005). A Neurociência, a multidisciplinaridade-
não vem como “receitas de bolo”, mas ensinam a olhar e adaptar estratégias dife-
renciadas para conclusão de nossos objetivos. Em qualquer classe devemos usar
múltiplas estratégias, estímulos visuais, auditivos, táteis, senso de humor, afetivida-
de e quanto mais diversidade de estratégias, mais certeza de que nossa mensagem,
nosso conteúdo, chegará a todos. Afinal, o que o cérebro faz melhor é aprender, o
cérebro se auto-renova a cada estímulo, experiência ou comportamento (JENSEN,
2002), sua função é otimizar comportamentos, usando informações recebidas com
eficiência, para isso ensinamos e para isso a escola existe. Para outras espécies, o
processo de aprendizagem é lento e leva gerações para reestruturar o padrão de co-
nexões geneticamente codificado, mas o homem tem um processo ativo de reescul-
tura neural e as mudanças e os processamentos de memória podem ocorrer quase
que instantaneamente (MCCRONE, 2002). O objetivo desta diferença nos homens e
nos animais é o mesmo: a sobrevivência da espécie.
Existem muitos estudos e pesquisas sendo realizadas com o objetivo de com-
preender os processos neurológicos que envolvem a aprendizagem. “Na realida-
de, quanto melhor entendermos o cérebro, melhor o poderemos educar” (WOLFE,
194
aprimore-se
2006, p. 6). Atualmente, sabe-se que existem períodos mais receptivos, quando o
cérebro acolhe melhor certos estímulos e mostra-se mais apto a assimilar conheci-
mento. Sabemos também que existem múltiplas inteligências. A neurociência será
um poderoso auxiliar na compreensão do que é comum a todos os cérebros e po-
derá nos próximos anos dar respostas confiáveis a importantes questões sobre a
aprendizagem humana (OECD, 2003). Para tanto, buscamos na multidisciplinarida-
de a parceria necessária. A prática docente sempre se valeu de contribuições de
psicólogos, biólogos, filósofos e médicos, dos quais podemos citar, entre outros:
Ferreiro, Dewey, Piaget, Dècroly, Montessori, Froebel, Rousseau e Wallon. Produzir
uma ponte entre questões pedagógicas com a contribuição de profissionais de ou-
tras áreas deve ser a intenção de quem quer conhecer seu aluno.
A Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OECD), no li-
vro “Compreendendo o cérebro”, sugere a promoção de relações transdisciplinares
e o investimento em pesquisas transdisciplinares e reconhece a emergência de criar
uma nova ciência de aprendizagem, além da necessidade de desenvolver “institui-
ções de ciência de aprendizagem” (OECD, 2003, p. 1147-59.).
A influência da Neurociência na nossa prática educacional irá fortalecer estraté-
gias já utilizadas em sala de aula, além de sugerir novas formas de ensinar. O conhe-
cimento sobre o neurodesenvolvimento e as funções executivas pode nós auxiliar
com subsídios práticos e teóricos não só para as inclusões presentes na escola, mas
no ensino e aprendizagem de todos os alunos. Acredito que tudo isto vai auxiliar a
Psicopedagogia nas relações de professores, pais e alunos com o aprendizado. “Os
alunos de hoje merecem uma educação exemplar baseada na atual investigação so-
bre o cérebro. Isto não pretende sugerir que tudo o que os professores e as escolas
fizeram até aqui estava errado, mas sim, que temos uma nova informação, baseada
na própria biologia da aprendizagem do cérebro, que pode melhorar a educação”8.
Como o cérebro processa a informação que recebe, como ocorre o registro sensó-
rio, como funciona a memória, como os ritmos biológicos afetam o aprender e o en-
sinar (SOUSA, 2002), são algumas das perguntas que nós fazemos e que já começam
a ter delineadas suas respostas pelas Neurociências. Quem compreende o processo
de aprender como uma atividade deve pensar nas condições essenciais para que
195
aprimore-se
esta atividade seja otimizada. Precisamos iniciar uma discussão entre professores e
psicopedagogos sobre a necessidade de uma visão neurocientífica em nossa ação.
A principal lição que esta troca de saberes nos oferece é a cooperação, que
aprendemos a ter ao longo da vida, vivendo em sociedade, é esta cooperação que
ensinamos aos nossos filhos e alunos. Uma comunidade é estável quando está or-
ganizada e quando cada ser isolado quer para si o que também serve a sociedade,
que o mantém e cuida dele (SPITZER, 2007). Para a sobrevivência deste ser humano
que se preocupa com outros seres humanos e sabe cooperar com eles, a aprendi-
zagem sobre como ele aprende, como o cérebro funciona, quais são suas neces-
sidades, sua visão de mundo, o que pode facilitar seu aprendizado e inclusão na
sociedade é essencial. O psicopedagogo deve beneficiar-se das pesquisas recentes
para enriquecer sua prática clínica ou institucional, visando sempre à qualidade de
seu trabalho e sua eficiência na compreensão de cada indivíduo.
Fonte: Chedid (2007).
196
eu recomendo!
livro
conecte-se
197
conclusão geral
conclusão geral
Caro(a) aluno(a), neste momento, esperamos que você tenha compreendido a rela-
ção e as intervenções familiares nos aspectos da psicopedagogia, na formação do
ser humano. No decorrer de nossos estudos, abordamos a relevância do suporte fa-
miliar, sendo este o assunto tratado com o intuito de refletir em relação ao suporte
familiar e suas práticas bem como a importância da parceria entre família e escola
no processo ensino e aprendizagem do ser humano.
Este estudo foi elaborado tendo como aporte compreender a ideia de que os
processos de aprendizagem movimentam os processos de desenvolvimento do ser
humano. Diante disso, a família é compreendida como agente socialmente respon-
sável em auxiliar o processo de aprendizado dos seres humanos, por apresentar
um relevante papel na promoção do desenvolvimento psicológico dos indivíduos.
É preciso destacar, também, que para ocorrer os processos de aprendizagem e o
desenvolvimento da mediação de outro ser humano, são necessárias as relações e
atividades, que, se bem estruturadas no ambiente escolar, familiar e social, exerce-
rão significativa influência no desenvolvimento da criança.
Para finalizar nossos estudos, partimos do entendimento de que o psicopeda-
gogo exerce uma grande influência no desenvolvimento educacional, por meio de
suas práticas, seja no ambiente familiar, seja institucional. Ele deve, nesse sentido,
ter como finalidade a formação ou a humanização dos seres humanos, entendendo
essa humanização como necessária para o desenvolvimento social. Ter o compro-
misso de orientar, no sentido de transformar qualquer situação objetiva, partindo
da prática pautada em ações que auxiliem o indivíduo a refletir e transformar seus
conhecimentos em novos conhecimentos, levando-o a agir, consciente e criticamen-
te, no meio social.
198
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2 Em: https://pixabay.com/pt/photos/crian%C3%A7a-escola-menina-crian%C3%A7as-830988/.
Acesso em: 17 jun. 2020.
210
gabarito
UNIDADE 1 UNIDADE 4
1. B. 1. A.
2. A. 2. E.
3. E. 3. C.
4. B. 4. A.
UNIDADE 5
UNIDADE 3
1. A.
1. A. 2. B.
2. D. 3. C.
3. C. 4. E.
211
anotações
anotações
anotações
anotações
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