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Orientação
Educacional
na Prática
Joelma Marçal
JOELMA MARÇAL
Código Logístico
I0 0 0 3 4 6
9 786558 210979
Orientação
Educacional na prática
Joelma Marçal
IESDE BRASIL
2021
© 2021 – IESDE BRASIL S/A.
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Marçal, Joelma
Orientação educacional na prática / Joelma Marçal. - 1. ed. - Curitiba
[PR] : IESDE, 2021.
86 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5821-097-9
4 Possibilidades da profissão 49
4.1 O espaço de trabalho do orientador educacional 49
4.2 Fatores que influenciam o fracasso escolar 54
4.3 Desenvolvimento de habilidades socioemocionais 61
Figura 1
Linha do tempo da Orientação Educacional
im Evseev/Shutterstock
1940 1960 1980 1990 2000
aShatilov/Shutterstock
Desenvolver e
Fomentar a
acompanhar
Contribuir na autonomia Avaliar o Oportunizar o
Conhecer os projetos
construção dos alunos por desempenho diálogo entre o
a proposta escolares,
do currículo meio de ações integral corpo gestor e
da escola. nos quais os
escolar. pedagógicas dos alunos. os alunos.
alunos são os
contextualizadas.
protagonistas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, a Orientação Educacional vem transformando e sendo
transformada. Sua trajetória, seu propósito e seus valores, no cenário
educacional atual, impingem novos olhares e novas perspectivas de refle-
xão, prática e atuação.
É importante considerar as influências sofridas pelas transformações
da sociedade e os impactos causados nos processos educativos à vista
das mudanças ocorridas nessa especialidade ao longo do tempo.
Os debates, as discussões, as pesquisas e os estudos na área contri-
buíram muito para o esclarecimento e aprofundamento das diferentes
abordagens, bem como para a superação de entendimentos equivocados
quanto às funções e aos papéis a serem desempenhados pelo orientador
educacional na escola.
Repensar a prática da Orientação Educacional, com vistas à valorização
dessa especialidade, parece ser um importante objetivo a ser persegui-
do, uma vez que dele depende a construção da identidade do orientador
educacional e o empoderamento da sua prática pedagógica.
O orientador é mediador e responsável por possibilitar um ambiente
escolar capaz de refletir uma sociedade mais humana. Com o orientador
educacional, a escola aprende a respeitar as especificidades atendidas,
oportunizando experiências e contribuindo para que o conhecimento seja
construído coletivamente. A Orientação Educacional contribui de maneira
direta na formação de alunos pesquisadores, protagonistas e autônomos,
que possam aprender em todas as etapas da vida.
As práticas da Orientação Educacional foram amplamente redefinidas
com o passar das décadas, o que gerou consequências nos métodos e
modos de se pensar e se fazer educação. Por essa razão, faz-se necessá-
ATIVIDADES
Atividade 1
Na primeira seção do capítulo, discutimos sobre a trajetória da
Orientação Educacional no Brasil. Analise o início dessa trajetória e
relacione-a com o contexto do país na década de 1940.
Atividade 2
Comente sobre a abordagem da Orientação Educacional enquanto
aconselhamento profissional.
Atividade 3
Analise a importância do planejamento das ações da
Orientação Educacional.
REFERÊNCIAS
GARCIA, R. L. Especialistas em educação: os mais novos responsáveis pelo fracasso
escolar. In: ALVES, N.; GARCIA, R. L. (org.). O fazer e o pensar dos supervisores e orientadores
educacionais. São Paulo: Loyola, 1986.
GRINSPUN, M. P. S. (org.) A prática dos orientadores educacionais. São Paulo: Cortez, 1994.
LÜCK, H. Planejamento em orientação educacional. Rio de Janeiro: Vozes, 1979.
LÜCK, H. Avaliação e monitoramento do trabalho educacional. Petrópolis: Vozes, 2013.
MILET, R. M. L. Uma orientação que ultrapassa os muros da escola. Revista Ande, n. 10, 1987.
OLIVEIRA, I. C. B. de.; BITENCOURT, S. Orientação Educacional planejada. Revista Científica
Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, v. 6, n. 6, p. 167-176, fev. 2021.
PASCOAL, M. O orientador educacional no Brasil: uma discussão crítica. Poíesis Pedagógica,
v. 3, n. 3-4, p. 114-125, 2010.
PIMENTA, S. G. (org.) Pedagogia e pedagogos: caminhos e perspectivas. São Paulo:
Cortez, 2002.
PORTO, O. Orientação Educacional: teoria, prática e ação. Rio de Janeiro: Wark, 2009.
com que, por mais de uma vez, a Orientação Educacional fosse con- Refletir sobre as distin-
ções entre a Orientação
fundida com outras áreas – a psicopedagogia, por exemplo. Educacional e a interven-
ção psicopedagógica.
A Psicopedagogia trata do processo de ensino e aprendizagem
no que tange ao individual do ser. Assim dizendo, é uma área do
conhecimento que acompanha as estratégias de ensino a serem
executadas para se chegar à construção de um processo educativo
que seja capaz de suprir as necessidades individuais de cada um.
Artigo
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-58212007000300012
Comunidade escolar
Projetos
• Necessidades reais. • Proposta • Necessidades reais.
pedagógica da escola.
Alunos Professores
Figura 2
A importância do trabalho
por projetos na escola 1 1
3 3
1
5 3
3
1
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1 - Moofer/Shutterstock
2 - dobrograph/Shutterstock
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3 5 - Anatolir/Shutterstock
4
O trabalho com projetos possibilita o protagonismo dos alunos e auxilia no processo de formação dos mesmos pois
busca dotar de autonomia os sujeitos e integrar a todos dentro de uma proposta interdisciplinar e colaborativa.
SurfsUp/Shutterstock
construir os padrões tradicionais de
avaliação do ensino. Para os professo-
res, a forma tradicional de avaliar
é, além de facilitadora do tra-
balho docente, a única estra-
tégia pensada pela maioria
na hora de construir o pro-
cesso avaliativo.
rst
oc
k meio da prática do orientador edu-
e
hutt
vio
/S cacional, cujos fundamentos são
nta
Se
apresentados na figura a seguir.
A padronização do ensino tenta colocar
todos os alunos em um mesmo molde, sem
considerar suas particularidades.
Conselho de classe
Avaliação
ATIVIDADES
Atividade 1
A respeito das diferenças entre a Orientação Educacional e a Psicopeda-
gogia, cite um exemplo que as distingue.
Atividade 2
Na perspectiva pedagógica, cite um exemplo de prática do orientador
educacional.
REFERÊNCIAS
BASSEDAS, E. Intervenção educativa e diagnóstico piscopedagógico. São Paulo: Artmed, 1996.
BEYER, M. Psicopedagogia: ação e parceria. 2003. Disponível em: https://pt.scribd.com/
document/371539597/Psicopedagogia-Acao-e-Parceria. Acesso em: 24 set. 2021.
GARCIA, R. L. Especialistas em educação: os mais novos responsáveis pelo fracasso
escolar. In: ALVES, N.; GARCIA, R. L. (org.). O fazer e o pensar dos supervisores e orientadores
educacionais. São Paulo: Loyola, 1986.
GRINSPUN, M. P. S. Z. A Orientação Educacional: conflitos de paradigmas e alternativas para
a escola. São Paulo: Cortez, 2006.
IAVELBERG, C. Conselho de classe: um espaço de reflexão. Nova Escola, 2011. Disponível
em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/417/conselho-de-classe-um-espaco-de-
reflexao. Acesso em: 24 set. 2021.
MARTINS, J. P. Princípios e métodos da orientação educacional. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1984.
PLACCO, V. M. N. S. Formação e prática do educador e do orientador. Campinas: Papirus, 1994.
QUEM é o Pedagogo Orientador Educacional? 2021. 1 vídeo (8 min.) Publicado pelo canal
Mariangela Pozza. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=G8h3vfPRcOQ.
Acesso em: 29 nov. 2021.
Ingrid Balabanova/
Shutterstock
funciona a produção
industrial, com a utilização
de linhas de montagem.
No filme, quando o perso-
nagem principal consegue
um emprego em uma
grande indústria, torna-se
também um líder grevista
e por isso passa a ser
X
Rawpixel.com/Shutterstock
Parceria com a
Equipe gestora. Formação docente.
comunidade.
Estudar os diferentes
A orientação é um processo dinâmico, contínuo, sistemático e
papéis do orientador integrado em todo o círculo escolar encarando o aluno como um
educacional. ser global que deve desenvolver harmoniosamente e equilibra-
damente todos os aspectos: intelectual, físico, social, moral, esté-
tico político educacional e vocacional. (LÜCK, 1991, p.64)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, foi possível compreender melhor os desafios enfren-
tados pelo orientador educacional e a sua importância dentro do espaço
da escola.
Além de facilmente entender como o orientador pode ver sua função
sucateada, desviada e, até mesmo, sendo exercida por alguém sem qua-
lificação específica, serve de alerta para esse profissional que, além de
necessitar demarcar seu território no âmbito escolar, também precisa ter
compreensão de suas atribuições, seu perfil e identidade.
Assim, o orientador educacional deve exercer uma presença significa-
tiva nas instituições de ensino, tomar posse do seu lugar de direito e bus-
car parcerias para a consolidação de um trabalho pedagógico essencial e
relevante.
É muito importante contar com o apoio dos demais profissionais en-
volvidos no processo educativo construído na escola. Esse reconhecimen-
to profissional dá força e corpo para as discussões acerca dessa área de
conhecimento.
É necessário estudo constante e vínculo com toda a comunidade esco-
lar para realizar um trabalho pedagógico consistente. O trabalho em equi-
pe com os professores é a melhor estratégia para contribuir, de modo
significativo, com o trabalho desenvolvido.
Ter clareza sobre o seu papel e saber a sua importância dentro da área
educacional é de grande valia para o orientador. Durante seu processo
formativo, é preciso focar em tais questões a fim de preparar esse profis-
sional para a realidade escolar.
É essencial que o espaço da prática de Orientação Educacional seja
reconhecido e valorizado por todos os sujeitos que fazem parte dela: ges-
tão, professores, alunos, famílias e comunidade.
Atividade 2
Cite uma razão pela qual é possível perceber a crise de identidade que
caracteriza o orientador educacional, profissionalmente falando.
Atividade 3
Aponte duas estratégias das quais o orientador educacional pode lançar
mão para contribuir significativamente no processo educativo dos
alunos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 12 ago. 1971. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-
1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html. Acesso em: 30 set. 2021.
GIACAGLIA, L. R. A.; PENTEADO, W. M. A. Orientação educacional na prática: princípios,
técnicas, instrumentos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
GRINSPUN, M. P. S. Z. A Orientação Educacional: conflito de paradigmas e alternativas para
a escola. São Paulo: Cortez, 2002.
GRINSPUN, M. P. S. Z. Supervisão e orientação educacional. São Paulo: Cortez, 2003.
GRINSPUN, M. P. S. Z. (org.) A prática dos orientadores educacionais. São Paulo: Cortez, 1994.
HERNÁNDEZ, F. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto
Alegre: ArtMed, 1998.
LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, S. M. As áreas de atuação da organização e da
gestão escolar para melhor aprendizagem dos alunos. In: LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.;
TOSCHI, S. M. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 5. ed. São Paulo: Cortez,
2007, p. 355-378.
LOFFREDI, L. E. Paradigma da orientação educacional: baseado no modelo de Relação-de-
Ajuda de Carhuff. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976.
LÜCK, H. Planejamento em orientação educacional. Petrópolis: Vozes, 1991.
MARTINS, J. do P. Princípios e métodos da orientação educacional. 2 ed. São Paulo; Atlas,
1984.
MOTTA, F. C. P. O que é burocracia. São Paulo: Brasiliense, 2000.
MOTTA, F. C. P.; PEREIRA, L. C. B. Introdução à Organização Burocrática. São Paulo: Pioneira,
2004.
NÉRICI, I. G. Didática Geral, Dinâmica. 9. ed., São Paulo: Ática, 1983.
URBANETZ, S. T.; SILVA, S. Z. A busca da Unidade: Pedagogo. In: Orientação e Supervisão
Escolar: caminhos e perspectivas. Curitiba: IBPEX, 2008, p. 53-62.
Possibilidades da profissão 49
Objetivo de aprendizagem Em se tratando do espaço de trabalho do orientador, não podemos
Entender o papel do tomar outro caminho que não seja a escola. É no espaço escolar que
orientador educacional
no espaço escolar.
esse profissional deve exercer sua função e, assim, contribuir de ma-
neira efetiva com o processo educativo dos alunos.
50
Pixel
Possibilidades da profissão 51
aprender como montar
um projeto de formação
para essa escola.
Disponível em: https://escoladepais. Essas são apenas algumas sugestões de trabalho com a escola
org.br/. Acesso em: 22 out. 2021.
de pais que deixam evidente a atuação do orientador educacional.
Diante de todas as ideias aqui elencadas, as práticas pedagógicas es-
tão sempre em pauta e servem como pano de fundo para a relação
com a comunidade.
Possibilidades da profissão 53
educacional assumir o papel de mediação entre o currículo e o grupo
docente da escola no sentido de fazer com que os assuntos a serem
trabalhados contemplem a realidade dos alunos e seus interesses e
que respondam às necessidades de desenvolvimento das habilidades
e competências dos diferentes grupos atendidos.
Possibilidades da profissão 55
Quadro 1
Transtornos de aprendizagem
Tipos Conceito
Possibilidades da profissão 57
trabalhar a autoestima e as fontes viáveis de eliminação do fra-
casso (há alunos que repetiram várias vezes a mesma série do
ensino fundamental, por exemplo, e já internalizaram o discur-
so de incompetentes e incapazes); disponibilização de espaços
para que os alunos enriqueçam e aprofundem seu conhecimen-
to, como forma de apostar na autoestima e indiretamente ter
melhores condições de desafiar o próprio fracasso (verificar e
estimular aquilo em que o aluno tem melhores resultados: arte,
esporte, música, linguagens etc.).
Artigo
http://xanpedsul.faed.udesc.br/arq_pdf/837-0.pdf
Possibilidades da profissão 59
As ações de combate ao bullying devem ser de responsabilidade
do orientador educacional, que precisa contar com o apoio dos
professores e integrantes da equipe gestora. Assim, para que todos
possam se unir diante dessa importante demanda, é necessário estu-
dar, compartilhar saberes acerca da temática e envolver a comunidade
escolar. De acordo com Chalita (2008, p. 203) “o primeiro passo é organi-
zar o trabalho coletivo, envolvendo tanto os professores quanto os demais
profissionais ligados à escola, e estabelecer uma estratégia de ação focada
em três objetivos: neutralizar os agressores; auxiliar e proteger as vítimas;
transformar os espectadores em aliados”.
Figura 1
1 2 3 4
MayoCreative/Shutterstock
Trabalhando o bullying na
escola. Conscientizar de Incentivar o
que nenhum tipo Promover rodas reconhecimento
Instruir a equipe
de agressão física de conversa com e a valorização
no assunto
ou psicológica os alunos sobre dos alunos que
bullying.
será tolerado nos bullying. se empenham no
ambientes escolares. combate ao bullying.
5 6 7
Solicitar que todos
deem atenção a Reforçar a Estabelecer regras
questionamentos, importância de de convivência,
reclamações e sugestões manter o respeito registrando-as no
dos alunos sobre a mútuo com todos. regimento escolar.
temática.
Possibilidades da profissão 61
Leitura Nesse sentido, concordamos com o autor no sentido de entender que
Conheça a BNCC na o sujeito não pode ser encarado pela escola de modo fragmentado, mas
íntegra acessando o link
a seguir. sim respeitado em sua totalidade única e com atenção plena em todos os
setores de sua vida (afetivo, social, intelectual, motor etc.).
Disponível em: http://
basenacionalcomum.mec.gov.br/ A questão é que, estando registrado no documento que serve como
images/BNCC_EI_EF_110518_
base para a educação brasileira, essa discussão ganha corpo e obriga-
versaofinal_site.pdf. Acesso em: 22
out. 2021. toriedade de execução. A BNCC destaca a importância das competên-
cias socioemocionais (autoconsciência, autogestão, consciência social,
habilidades de relacionamento e tomada de decisão responsável) para
que a formação construída na escola seja integral e completa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, conhecemos algumas das possibilidades de atuação
do orientador educacional e ratificamos sua importância dentro do es-
paço da escola. Também entendemos a figura do orientador como pro-
fissional capacitado para lidar com as questões do fracasso escolar, mais
especificamente as dificuldades de aprendizagem evidenciadas na escola.
É de suma importância construir alternativas dentro do trabalho de
Orientação Educacional que auxiliem a escola na busca pelo êxito no
processo de ensino e aprendizagem a ser construído. Mais do que ape-
nas identificar os problemas enfrentados pelas famílias e pelos alunos, o
Possibilidades da profissão 63
orientador educacional deve estar preparado para intervir na realidade da
comunidade e promover ações eficazes de prevenção e conscientização
de todos acerca dos dilemas enfrentados.
Assim, a Orientação Educacional deve atuar de maneira significativa nas
escolas, objetivando a consolidação de um trabalho pedagógico consistente
e relevante para todos os envolvidos. Lidar com os aspectos emocionais dos
estudantes, considerando suas realidades e trazendo elementos consisten-
tes de análise do currículo escolar e do planejamento dos professores, é um
ponto muito forte na atuação do orientador educacional.
O trabalho em equipe com os professores é a melhor estratégia para
contribuir de modo significativo com o processo educativo, de maneira a
colaborar efetivamente com a construção de um currículo voltado para as
habilidades socioemocionais e as relações entre afetividade e desenvolvi-
mento da intelectualidade.
É essencial que a posição de escuta atenta do orientador educacional
seja reconhecido e valorizado por todos os sujeitos que fazem parte dele:
gestão, professores, alunos, famílias e comunidade. Reconhecer o papel
transformador da Orientação dentro da área educacional é vital para que
o trabalho seja respeitado e ganhe força para fazer a diferença positiva na
vida escolar dos alunos.
ATIVIDADES
Atividade 1
Atividade 2
Qual é a diferença entre transtorno e dificuldade de aprendizagem?
Atividade 3
Qual documento prevê a obrigatoriedade do trabalho com as habilida-
des socioemocionais? Cite exemplos presentes no documento.
Possibilidades da profissão 65
5
A práxis do orientador
educacional
Neste capítulo discutiremos sobre a práxis do orientador educa-
cional. Inicialmente, a discussão será sobre o espaço de trabalho do
orientador no que se refere ao seu papel de gestor e ao desenvolvi-
mento da sua prática gestora. É importante perceber os resultados
positivos alcançados quando o orientador assume o papel de gestor
do processo educativo desenvolvido.
O segundo ponto a ser abordado é com relação ao trabalho do
orientador diante das inúmeras possibilidades profissionais que se
apresentam para os jovens. Mais do que apenas apresentar as pro-
fissões, ele precisa mediar a discussão sobre o mercado de trabalho
e o cenário social atual acerca das profissões. Para isso, é necessário
trabalhar as competências dos alunos, apontando para os pontos que
necessitam de aprimoramento, e fazer com que cada indivíduo consiga
se conhecer a fundo, para que sua escolha profissional possa ser a
mais próxima de seus interesses e habilidades.
Veremos, ainda, outra questão muito importante sobre a Orientação
Educacional: o ponto que trata do atendimento aos alunos com ne-
cessidades educativas especiais. É de responsabilidade do orientador
promover espaços de estudo, pesquisa e debate sobre as estratégias
pedagógicas a serem desenvolvidas com essas crianças e garantir o su-
porte necessário para que os professores possam efetuar um trabalho
educativo de qualidade.
O orientador é o profissional que tem por função costurar a tríade
aluno, professor e família, com o intuito de garantir o diálogo entre os
sujeitos e mediar a construção do conhecimento, a qual é promovida
pela escola.
Objetivo de aprendizagem Esse tipo de gestão torna todos os membros da equipe gestora
Compreender o papel
corresponsáveis por garantir a qualidade da educação e de todo o
de gestão do orientador processo educacional construído. Envolver os sujeitos na constru-
educacional.
ção do projeto pedagógico – alunos, famílias e professores – legi-
tima o trabalho coletivo e contribui para o processo de criação de
vínculo e identidade com a escola e o seu entorno. O orientador é
peça-chave de todo esse trabalho educativo, buscando atingir os
objetivos, e da função de gestor, desempenhando esse papel com
total comprometimento.
DIMENSÃO
DIMENSÃO DIMENSÃO
EDUCACIONAL
SOCIAL FILOSÓFICA
DIMENSÃO
PEDAGÓGICA
Responsabilidade 1
2 Sensibilidade
Resistência 3
4 Iniciativa
Liderança 5
6 Habilidade pessoal
Comunicação 7
8 Perspectiva educacional
Dinamismo 9
10 Autoconhecimento
Segurança intelectual 11
12 Planejamento e organização
do trabalho
ORIENTAÇÃO ORIENTAÇÃO
VOCACIONAL PROFISSIONAL
• Compreensão do
• Áreas de interesse. mercado de trabalho.
• Habilidades em • Análise dos cursos de
potencial. Ensino Superior.
• Competências bem • Troca de experiências
desenvolvidas. com profissionais de
• Perfil socioemocional. diferentes níveis de
vivência da profissão
• Análise SWOT. escolhida ou
• PDCA. a escolher.
Figura 3
Plano de ação do orientador educacional por meio do ciclo PDCA
Check Do
(checar) (fazer)
• Verificar o alcance
das metas. • Colocar em prática o
• Acompanhar os plano de ação.
indicadores.
Stronger Weaknesses
FATORES (força) (fraquezas)
EXTERNOS
SWOT
O T
Fonte: Elaborada pela autora.
Figura 5
Conceitos importantes dentro da discussão sobre inclusão
Exclusão Segregação
Integração Inclusão
Fonte: Elaborada pela autora.
anota que há dois princípios associados: o princípio de exclusão Disponível em: https://
grupomarista.org.br/noticias/
e o de inclusão. O que é o princípio de exclusão? Qualquer um por-que-foi-criado-e-qual-a-
pode dizer “eu”, mas ninguém pode dizê-lo por mim. Esse princí- importancia-do-estatuto-da-
pio de exclusão é inseparável de um princípio de inclusão que faz crianca-e-do-adolescente/. Acesso
em: 11 nov. de 2021.
com que possamos integrar em nossa subjetividade outros dife-
rentes de nós, outros sujeitos. Por exemplo, nossos pais fazem
parte desse círculo de inclusão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, discutimos sobre as inúmeras possibilidades de atuação
do orientador educacional e pudemos valorizar ainda mais sua presença
dentro do espaço da escola.
Além disso, foi possível entender a figura do orientador como gestor,
mais especificamente como integrante da equipe gestora da escola, abrindo
um leque de alternativas de emancipação desse profissional, e sua valoriza-
ção e importância dentro do processo educativo construído.
Assim, o orientador educacional deve estar preparado para ser líder
das questões reflexivas e críticas da sociedade, sobretudo daquelas que
envolvam o futuro dos alunos – diante das escolhas profissionais deles e
das considerações relevantes acerca das habilidades e competências dos
sujeitos –, os seus interesses e as chances reais de êxito no contexto atual
do mercado de trabalho.
As transformações educacionais vivenciadas ao longo da construção
dos cenários educativos provocam mudanças que, por sua vez, acarretam
consequências na realidade da comunidade. Nesse sentido, a função do
orientador é elaborar projetos e promover estratégias de atendimento
a todos, engajando toda a escola nas ações inclusivas e integrativas pe-
dagogicamente emancipatórias.
A atuação do orientador educacional consiste em realizar continuamente
o movimento de pesquisa, estudo e reflexão sobre a prática pedagógica
dos professores, a fim de potencializar o trabalho educativo na sala de aula,
além de inserir toda a comunidade nesse processo, apresentando a esco-
la, os seus desafios e os resultados positivos, bem como oportunizando a
participação de todos na busca dos objetivos da instituição.
A melhor estratégia para contribuir de modo significativo com o pro-
cesso educativo é garantir o espaço da escuta atenta, para reunir elementos
importantes que irão embasar o trabalho do orientador educacional, seja
na gestão, na formação dos professores ou no atendimento dos alunos, das
famílias e da comunidade.
Atividade 2
Quais são as diferenças entre orientação vocacional
e profissional?
Atividade 3
Quais são os documentos que garantem a educação inclusiva?
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília,
DF, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/
Constituicao.htm. Acesso em: 11 nov. 2021.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei Federal n. 8.069, de 13 de julho de 1990.
Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 2002.
BORDIGNON, G.; GRACINDO, R. V. Gestão da educação: município e escola. IN: FERREIRA,
N. S. e AGUIAR, M. A. (Orgs.). Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos.
São Paulo: Cortez, 2002.
BORDIGNON, G. Gestão democrática da educação. Salto para o futuro, Boletim 19, out.
2005. Disponível em: http://www2.ifrn.edu.br/ppi/lib/exe/fetch.php?media=textos:03_
gestao_democratica_textos. pdf. Acesso em: 24 jun. 2014.
CAMARGO, M. A verdadeira função do orientador educacional na escola. UNICENTRO
(Universidade estadual centro oeste), 2009.
CASTILHO, E. W. V. de. O papel da escola para a educação Inclusiva. Disponível em: http://
pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/publicacoes/pessoa-com-deficiencia/
papel-escola-educacao-inclusiva. Acesso em: 26 out. 2021.
DANTAS, M. M. A contribuição do orientador educacional no processo de inclusão escolar
em uma escola rural do Distrito Federal. 2011. Disponível em: http://bdm.bce.unb.br/
bitstream/10483/2415/1/2011_MarciaMedeirosDantas.pdf. Acesso em: 28 out. 2021.
GARCIA, R. L. Especialistas em educação: os mais novos responsáveis pelo fracasso
escolar. In: ALVES, N.; GARCIA, R. L. (org.). O fazer e o pensar dos supervisores e orientadores
educacionais. São Paulo: Loyola, 1986.
GRINSPUN, M. P. S. Z. A Orientação Educacional: conflito de paradigmas e alternativas para
a escola. São Paulo: Cortez, 2002.
LÜCK, H. A escola participativa: o trabalho de gestor escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
LÜCK, H. Gestão Educacional: uma questão paradigmática. Petrópolis: Vozes, 2008.
4 Possibilidades da profissão
1. Cite e explique um exemplo de prática do orientador educacional
que auxilie no processo de formação da identidade do sujeito.
Conhecer a familia do aluno, sua rotina, a comunidade onde reside
e fazer a escuta atenta desse alluno, individualmente.
JOELMA MARÇAL
Código Logístico
I0 0 0 3 4 6
9 786558 210979