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Fundamentos da
educação especial
e inclusiva
IESDE BRASIL
2020
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Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Denis Kuvaev/fotogestoeber/Shutterstock
No Império Romano, também se fazia presente a ideia de exterminar O filme 300 retrata a
batalha de Thermopylae,
as crianças com alguma deficiência, conforme texto do postulado romano: na qual Leônidas, rei da
Nós matamos os cães danados, os touros ferozes e indomáveis, cidade grega de Esparta,
lidera seus guerreiros em
degolamos as ovelhas doentes com medo que infectem o reba- desvantagem contra o
nho, asfixiamos os recém-nascidos mal constituídos, mesmo as massivo exército persa,
crianças, se forem débeis ou anormais, nós as afogamos: não se liderado pelo rei Xerxes.
300 começa com uma
trata de ódio, mas da razão que nos convida a separar das partes
cena que mostra vários
sãs aquelas que podem corrompê-las. (CARVALHO, 1997, p. 15) bebês considerados in-
desejados, em função de
Apesar de os registros históricos apresentarem valiosos avanços do deficiências, sendo sacrifi-
cados, pois não serviriam
Império Romano, em especial em relação à legislação, à medicina e à
para a guerra. Leônidas
vida em sociedade, as leis romanas proibiam a morte intencional de não tem deficiências, en-
tão ele consegue viver.
crianças com menos de três anos de idade, exceto no caso dos nasci-
O filme retrata o ideal do
dos com alguma mutilação ou serem considerados de aspecto repulsi- homem grego perfeito,
guerreiro destemido,
vo. Nesses casos, a lei previa a morte ao nascer (SILVA, 1987).
forte e belo.
É verdade que nem todas as crianças eram mortas, entretanto, mui- Direção: Zack Snyder, EUA: Warner
tas eram abandonadas à própria sorte em locais públicos e acolhidas Bros. Pictures, 2006. 117min.
Biografia
(Continua)
INCLUSÃO
INTEGRAÇÃO
A escola se adapta às
O aluno se adapta à escola
necessidades do aluno
REFERÊNCIAS
ABAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. Martins Fontes: São Paulo, 2007.
BRASIL. Decreto-Lei n. 3.956, de 8 de outubro de 2001. Promulga a Convenção
Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas
Portadoras de Deficiência. Diário Oficial da União, Poder Executivo, 9 out. 2001. Disponível
em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm. Acesso em: 2 jul. 2020.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Diário Oficial, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 21 ago. 2020.
CARVALHO, R. E. A nova LDB e a educação especial. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
CONGRESSO INTERNACIONAL “SOCIEDADE INCLUSIVA”. Declaração Internacional de
Montreal sobre Inclusão. Quebec, Canadá. 5 jun. 2001. Disponível em: http://portal.mec.
gov.br/seesp/arquivos/pdf/dec_inclu.pdf. Acesso em: 4 jul. 2020.
CRIANÇA deficiente é vítima de preconceito em pizzaria no Rio, denuncia mãe. R7, Rio
de Janeiro, 24 fev. 2015. Disponível em: https://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/crianca-
deficiente-e-vitima-de-preconceito-em-pizzaria-no-rio-denuncia-mae-24022015. Acesso
em: 24 ago. 2020.
FONSECA, V. da. Educação especial. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
GABARITO
1. O acadêmico deverá citar algum exemplo vivido por ele, ou então alguma situação
que tenha ficado sabendo através de notícias ou relato, como os exemplos de notícias
a seguir:
3.
INTEGRADORA INCLUSIVA
• o aluno precisa se adaptar a escola; • a escola se adapta para acolher os alunos;
• baseia-se nos princípios da igualdade; • baseia-se nos princípios da equidade;
• avaliação, metodologias e currículo são • realiza adequações metodológicas, cur-
iguais para todos os alunos; riculares e avaliativas para atender às
• integra o aluno a um modelo que já necessidades dos estudantes;
está pronto. • inclui o aluno, mudando o que for preci-
so para isso.
A LDB 9.394 de 1996 foi a terceira Lei de Diretrizes e Bases bra- Importante
sileira, antecedida pela Lei 4.024/1961 e pela Lei 5.692/1971; vale Todo profissional da educação
um breve olhar para essas duas legislações e para a forma como a deve, necessariamente, conhecer
educação especial e inclusiva foi abordada, servindo de lastro para a lei que rege seu ofício no
país. Para conhecer a Lei de
as orientações legais atuais. Diretrizes e Bases na íntegra,
acesse: http://www.planalto.
A Lei de Diretrizes e Bases 4.024/1961 trouxe as primeiras mani-
gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm.
festações de responsabilidades efetivamente assumidas pelo Estado Acesso em: 21 set. 2020.
com a educação especial de maneira organizada para todo o país.
Mendes (2010) alerta para o fato de a Lei 4.024 trazer, em dois arti-
gos, a expressão “educação de excepcionais”:
Art. 88 – A educação de excepcionais deve, no que for pos-
sível, enquadrar-se no sistema Geral de educação, a fim de
integrá-los na comunidade.
Art. 89 – Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos
conselhos estaduais de educação, e relativa à educação de
excepcionais, receberá dos poderes públicos tratamento es-
pecial mediante bolsas de estudo, empréstimos e subvenções.
(BRASIL, 1971, grifos nossos)
Sistema educacional
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Educação Superior
Educação especial
Educação básica
Ensino Médio
Ensino Fundamental
Educação Infantil
k
rs
tes “com necessidades educacionais especiais”. hu
tte
e/S
São classificados em três grupos, que consideram o e schk
Kn
ert
Rob
fato de qualquer indivíduo pode vir a apresentar alguma
necessidade educacional especial ao longo de seu processo de
aprendizagem, abordando assim a necessária compreensão de múl-
tiplas causas e situações diversas que envolvem esses sujeitos:
Art. 5º Consideram-se educandos com necessidades educa-
cionais especiais os que, durante o processo educacional,
apresentarem:
Importante
CONSIDERAÇÕES FINAIS
“Desenhar o corpo” de um sistema educacional está longe de ser uma
tarefa fácil. O primeiro desafio é definir estratégias objetivando garantir o
direito de se beneficiar de educação de qualidade, direito este assegura-
do a todos. O que segue é ainda mais desafiador: transformar em ações o
que está expresso nos textos das leis.
De quem é a responsabilidade pela construção da educação inclu-
siva? Das leis? Das políticas educacionais? Dos sistemas de ensino?
Das escolas? Dos professores? A conclusão que encontramos ao final
deste capítulo é que as ações articuladas, aquelas que integram “as
letras das leis” ao que acontece no cotidiano do chão da escola, são as
que produzem respostas educativas alinhadas aos princípios da inclu-
são, que juntos escrevem a história da educação especial e inclusiva
no Brasil.
REFERÊNCIAS
ALARCÃO, I. Formação continuada como instrumento de profissionalização docente. In:
VEIGA, I. P. A. (org.). Caminhos da profissionalização do magistério. Campinas: Papirus, 1998.
ARAUJO, L. A. D. Direito das pessoas com deficiência. Enciclopédia Jurídica da PUCSP, abr.
2017. Disponível em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/51/edicao-1/direito-
das-pessoas-com-deficiencia. Acesso em: 20 set. 2020.
BRASIL. Constituição Federal (1967). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília,
DF, 24 jan. 1967. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao67.htm. Acesso em: 18 set. 2020.
BRASIL. Constituição Federal (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília,
DF, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/
Constituicao.htm. Acesso em: 27 ago. 2020.
BRASIL. Emenda Constitucional n. 12, de 17 de setembro de 1978. Diário Oficial da União,
Poder Legislativo, Brasília, DF, 19 out. 1978. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc_anterior1988/emc12-78.htm. Acesso em: 27 ago. 2020.
BRASIL. Emenda Constitucional n. 59, de 11 de novembro de 2009. Diário Oficial da União,
GABARITO
1. Todos os estudantes são únicos e têm características e peculiaridades, por isso, ao
não definir como obrigatória a matrícula dos estudantes com deficiência no ensino
regular, e sim como condição preferencial, a Constituição colabora para o respei-
to à individualidade e às necessidades específicas dos estudantes com deficiência.
Assim, em casos específicos, com a devida avaliação multidisciplinar e aceitação da
família, é possível buscar outras formas de atendimento especializados, como as
escolas especiais.
Os autores que tratam desse tema não têm uma resposta unâ-
nime a respeito de conceitos e terminologias, pois alguns apresen-
tam diferenças conceituais entre dificuldades de aprendizagem
e distúrbios/transtornos de aprendizagem. Spratt (2006) ressalta
que existem várias definições para os distúrbios de aprendizagem
e que não há um acordo universal sobre essa questão.
Dificuldades
escolares 2006).
Transtorno
Transtorno Transtorno da expressão
da leitura da matemática escrita
Intervenções escolares
• Adaptações metodológicas
• Adequação das atividades propostas
• Retomada de conteúdos utilizando outras estratégias
• Intensificação de oferta de materiais concretos e manipuláveis
• Proposição de trabalhos em duplas e em grupos, com estudantes de diferentes
níveis de aprendizagem, motivando a interação
• Proposição de trabalhos em duplas e em grupos, com estudantes com as mesmas
dificuldades, motivando a busca de hipóteses
• Intervenções do professor de maneira individual ou em pequenos grupos
Provável transtorno de
Provável dificuldade escolar,
aprendizagem, é necessário
não há necessidade de
encaminhar para avaliação
atendimento especializado
especializada
uma provável base genética e afeta de 5 a 8% da população, com maior Processamento fonológico
é a habilidade de analisar a fala
incidência sobre os meninos.
oral e identificar desde partes de
É bastante comum que crianças com dislexia apresentem proble- palavras e sílabas até palavras
individuais em uma sentença.
mas relacionados a atenção, memória, organização e disciplina, o que Também está relacionado à
é denominado comorbidades. Por esse motivo, constantemente são ta- capacidade e à velocidade de
xados como desatentos, preguiçosos, desinteressados, bagunceiros e armazenar, manipular e resgatar
os componentes sonoros da
indisciplinados. palavra.
Na escola, os principais sinais apresentados pelos educandos dislé- Para facilitar a compreensão, va-
mos a um exemplo: a alteração
xicos são: no processamento fonológico
•• produção escrita, muitas vezes, incompreensível tanto para o lei- gera dificuldade em realizar
atividades com rimas (palavras
tor como para o estudante que a produziu; que terminam com o mesmo
•• dificuldade no reconhecimento e na identificação de letras; som) e aliterações (palavras que
começam com o mesmo som)
•• confusão na grafia das letras (por isso, é importante o trabalho porque a ação de identificar uma
com a letra maiúscula de imprensa, com grafia mais simples), sílaba ou parte de uma palavra
para poder relacioná-la a outra
•• dificuldade em relacionar grafemas com fonemas (ou seja, a é um desafio para pessoas com
sílaba escrita com o som equivalente); esse tipo de dificuldade.
•• repertório linguístico pequeno;
•• escrita de palavras com supressão, adição ou repetição de le-
tras ou sílabas;
•• dificuldades para analisar sequência de sons na palavra lida
(ler “cava” no lugar de “vaca”);
Outras personalidades conhecidas com dislexia são: Ágatha Christie, Pedro Cardoso,
Tom Cruise e Woopy Goldberg.
Algumas atividades realizadas com crianças pequenas na educação infantil são importantes para a aqui-
sição da consciência corporal e para desenvolver a motricidade fina.
Nos exemplos a seguir, as crianças têm à sua disposição papéis grandes, espaço amplo para desenhar,
rabiscar, marcar o papel de maneira livre e com movimentos amplos, às vezes envolvendo o movimento
da articulação toda do braço. A evolução entre desenhar utilizando o movimento amplo até chegar à in-
dividualização das articulações da mão e realizar desenhos e marcas menores é resultado de um processo
de representação mental do gesto necessário para o traço.
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Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3
Práticas como essas, que precisam ser constantes na educação infantil, colaborarão para o desenvolvi-
mento do percurso gráfico da criança na evolução de sua motricidade fina e no uso organizado do espaço
no papel (folhas, cadernos etc.).
Junção ou separação
Omissões de letras:
inadequada de palavras:
•• Cedola (Cebola)
•• Camqo (Campo)
•• Abiar (Adiar)
sua vez.
ut
te
rs
to
k c
sla
che
TDAH com TDAH com
Vya
Importante
Nem todos os hiperativos se movimentam muito, e nem todos aqueles que se movimentam muito são hiperativos.
As crianças hiperativas se movimentam mais nos momentos em que mais precisariam ficar quietas.
Nem todas as crianças que se distraem demais são hiperativas, e nem todos os hiperativos têm dificuldades em prestar atenção
o tempo todo.
Quando as crianças hiperativas estão realizando uma tarefa que exige que elas parem e pensem, é exatamente o momento em que
apresentam mais dificuldades de atenção, pois todos os estímulos que as rodeiam invadem a sua percepção.
Essas crianças, entretanto, são capazes de permanecer atentas em outras atividades que não exigem tanto esforço mental,
como assistir a um filme, jogar videogame etc.
Nem todas as crianças que têm dificuldade de autocontrole e agem impulsivamente são hiperativas, mas todos os hiperativos
agem impulsivamente.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS:
1. As crianças hiperativas ainda não adquiriram um determinado autocontrole quando chegam a uma idade em que se
espera que isso tivesse ocorrido.
2. Elas não sabem adequar o seu comportamento às situações: falam da mesma maneira com o pai e com um policial. O
comportamento adotado em casa é o mesmo apresentado em outros lugares, como um consultório médico etc.
3. Quando têm que resolver um problema, surgem diferentes dificuldades:
• indicam apenas uma única alternativa, ou seja, fazem a primeira coisa que vem à cabeça;
• geralmente essa alternativa não é adequada;
• se é solicitado que reflitam sobre outras opções, estas são sempre variações da primeira;
• não aprendem com os próprios erros.
Fontre: Adaptado de Bonet; Soriano; Solano, 2008, p. 12.
Um aluno com TDAH pode Também é importante destacar que apenas a intervenção escolar,
ser um grande desafio para o na maioria das vezes, não é suficiente para minimizar as consequências
convívio em sala de aula. De que
maneira a definição de regras e do TDAH. A parceria com a família e, em alguns casos, a combinação
normas claras e objetivamente de acompanhamento psicoterapêutico e tratamento medicamentoso
definidas podem auxiliar esse orientado por profissional médico habilitado são fundamentais para o
estudante?
controle dos sintomas.
REFERÊNCIAS
ABAGNANO, N. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
APA – American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos
mentais: DSM-5. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
BONET, T.; SORIANO, Y.; SOLANO, C. Aprendendo com crianças hiperativas: um desafio
educativo. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
BOSSA, N. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2010.
CIASCA, S. M. Distúrbios de aprendizagem: proposta de avaliação interdisciplinar. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 1995.
CINEL, B. N. C. Disgrafia: prováveis causas dos distúrbios e estratégias para a correção da
escrita, Revista do Professor, Porto Alegre, v. 74, n. 19, p. 19-25, 2003.
COELHO, D. T. Dificuldades de aprendizagem específicas: dislexia, disgrafia, disortografia e
discalculia. Porto: Areal Editores, 2012.
FRANÇA, C. Um novato na psicopedagogia. In: SISTO, F. F. (et all.). Atuação psicopedagógica
e aprendizagem escolar. Petrópolis: Vozes, 1996.
FUKUDA, M. T. M.; CAPELLINI, S. A. Programa de intervenção fonológica associado à
correspondência grafema-fonema em escolares de risco para a dislexia. Psicologia:
Reflexão e Crítica, v. 25, n. 4, p. 783-790, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_abstract&pid=S0102-79722012000400018&lng=en&nrm=iso&tlng=pt.
Acesso em: 22 set. 2020.
HALLAHAN, D.; KAUFFMAN, J. M.; PULLEN, P. C. Alunos excepcionais: uma introdução à
educação especial. São Paulo: Pearson, 1994.
KIGUEL, S. M. M. Avaliação de sintomas das dificuldades de aprendizagem em crianças de 1ª,
2ª, 3ª e 4ª série do 1º grau de quatro classes sócio-econômicas. Dissertação (Mestrado em
Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1976.
OHLWEILER, L. Introdução. In: ROTTA, N. T.; OHLWEILER, L.; RIESGO, R. S. (org.). Transtornos
de aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.
OLIVEIRA, C. L. A criança hiperativa, características, conduta da família e da pré-escola.
Revista de Psicopedagogia, v. 14, n. 34, 1995.
OLIVIER, L. Distúrbios de aprendizagem e de comportamento. Rio de Janeiro: Wak, 2012.
GABARITO
1. Não há consenso entre os autores e as pesquisas sobre um conceito único quanto a
dificuldades, transtornos e distúrbios de aprendizagem. O que é possível definir é que
existem dificuldades escolares, manifestadas como resultado de fatores externos ao
educando, como problemas emocionais ou ambientais, ou mesmo relacionadas a prá-
ticas pedagógicas não adequadas; e dificuldades de aprendizagem, que normalmente
são resultados de transtornos e distúrbios que surgem como consequência de fatores
internos e podem ser potencializados quando combinados com aspectos culturais,
sociais e de outra natureza.
3. Regras e ordens claramente definidas são essenciais para o indivíduo com TDAH, isso
porque instruções breves, objetivas e concisas, que podem ser continuamente repe-
tidas e retomadas pelo professor, auxiliam o aluno a dirigir e controlar seu compor-
tamento. Elas devem, inclusive, estar dispostas na sala de aula de maneira visível,
proporcionando sua consulta constante e auxiliando no autocontrole.
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Retinopatia da
prematuridade:
Catarata congênita:
causada pela
em consequência de Glaucoma congênito:
imaturidade da retina,
rubéola ou outras pode ser hereditária ou
em decorrência de
infecções na mãe causada por infecções.
parto prematuro ou de
durante a gestação.
excesso de oxigênio na
incubadora.
Alterações Degenerações
visuais corticais: Atrofia óptica:
retinianas:
encefalopatias, perda das fibras do
causadas por doenças
alterações do sistema nervo ótico; pode ser
hereditárias ou
nervoso central ou congênita ou adquirida.
diabetes.
convulsões.
atitudes discriminatórias.
Punção e
reglete usados
para a escrita
Braile
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que tem seis teclas básicas corresponden-
tes aos pontos da cela braile. É uma forma
de escrita mais rápida, prática e eficiente,
uma vez que o toque simultâneo das teclas
produz os pontos que correspondem aos
sinais e símbolos desejados. Além disso,
produz uma escrita mais uniforme, facili-
tando a correção. Máquina para escrever
em Braile
Caso o professor não tenha domínio da leitura e da produção
escrita em Braile, é recomendável que as escolas e os sistemas de
ensino estabeleçam parceria com instituições especializadas no
atendimento a pessoas cegas. Essas instituições dispõem de pro-
fissionais volantes, que visitam as escolas para realizar a correção
dessas atividades, assim como a preparação em Braile das ativida-
des planejadas pelo professor.
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Transtorno
Transtorno Transtorno Invasivo do
do Espectro Desintegrativo Desenvolvimento
Autista da Infância sem outra
especificação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conhecer as principais características das pessoas com deficiência e
saber a maneira adequada de planejar e conduzir a ação pedagógica para
esses estudantes não é tarefa apenas de professores que já têm alunos
com deficiência, mas um conhecimento necessário e obrigatório para
todo profissional da educação.
A escola inclusiva é aquela que se abre como espaço de aprendizagem
para todos e oferece a cada estudante aquilo que ele precisa: aos surdos,
a língua de sinais; aos deficientes físicos, as tecnologias assistivas; a quem
precisa de mais tempo para aprender, a repetição e diversas estratégias;
aos cegos, o Braile. Todos esses recursos precisam fazer parte da escola
de maneira natural, sem estranhamento, pois o objetivo é fazer o alu-
no progredir, incondicionalmente. Incluir e respeitar a diversidade é dar
oportunidades para que todos aprendam.
GABARITO
1. Para que a inclusão do estudante surdo seja realizada adequadamente no ensino re-
gular, é preciso garantir o seu direito de ser acompanhado por um professor intér-
prete de LIBRAS, que fará a transposição do conteúdo da língua oral para a língua de
sinais é necessário. Também, é preciso que o professor estabeleça, continuamente,
uma comunicação visual com o estudante e atue como mediador da comunicação
entre os estudantes ouvintes e os estudantes surdos.
3. Ambas geram dificuldades nas relações sociais, entretanto, no caso do Autismo, dis-
túrbios no desenvolvimento são evidentes desde os primeiros meses de vida. Na
síndrome de Asperger, o desenvolvimento inicial da criança parece normal, apenas
no decorrer dos anos é que sua expressão verbal se torna diferente. Normalmente,
as crianças com Asperger têm o desenvolvimento intelectual normal e, às vezes, em
função de seus interesses muito peculiares, conquistam aquisições cognitivas muito
elevadas em assuntos específicos. Suas principais dificuldades ficam concentradas no
relacionamento interpessoal e na comunicação.
5.4 Avaliação
Vídeo A avaliação escolar pode ser a grande vilã da inclusão escolar, sen-
do que aquela de caráter classificatório, realizada por meio de notas,
testes, provas e outros instrumentos similares, reforça e mantém pre-
sentes nas escolas a repetência e a exclusão.
Er
m
ola
tínuo, rotineiro, e não apenas em momentos determinados.
ev
aO
lga
A avaliação deve ser refletida com base nas experiências
84
/S
hu
tte
vividas e que são ressaltadas pela heterogeneidade, pela dife-
rs
to
ck
rença e pela ideia contínua de construção e reconstrução do
conhecimento. De modo simultâneo, a avaliação deve poten-
cializar o individual e o coletivo. Também é importante frisar
que a avaliação serve como instrumento de reflexão e toma-
da de decisão sobre a prática do professor, pois ela pode
apontar e orientar caminhos para melhorar e otimizar
a aprendizagem dos estudantes.
Para atuar no AEE, o professor “deve ter formação inicial que o ha-
bilite para o exercício da docência e formação específica na educação
especial” (BRASIL, 2008b, p. 4). Cabe ao professor de AEE o estudo e a
identificação do problema relacionado ao encaminhamento do aluno
à educação especial, “a elaboração de planos individuais de AEE e o
desenvolvimento de recursos e materiais didáticos para o atendimento
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que não ocorra a situação de o aluno de inclusão ser simples-
mente matriculado em uma escola regular, tornando-se um “figuran-
te” em uma classe comum, é necessário que a escola e todos os seus
atores tenham clareza da intencionalidade educativa da inclusão e se
empenhem em sua concretização.
Não basta simplesmente matricular os alunos com deficiência e se
limitar a um trabalho de socialização e desenvolvimento de habilidades
motoras básicas. Além de injusto, isso não contribui para a aplicação
do paradigma da inclusão, e tampouco para o desenvolvimento sistê-
mico do educando.
A inclusão, seja na escola comum, no AEE ou na escola especial,
tem objetivos muito mais amplos do que a simples presença física.
A busca deve ser pelo desenvolvimento e pela aprendizagem de to-
dos, com uma escola para a diversidade, que planeja, ensina e avalia,
de maneira diversa e adequada, as necessidades do todo heterogê-
neo que constitui o espaço escolar.
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 9050: acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos. 2. ed. Rio de Janeiro, 2004.
BRASIL. Decreto n. 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Diário Oficial da União, Poder
Executivo, Brasília, DF, 3 dez. 2004. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm. Acesso em: 21 set. 2020.
BRASIL. Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 26 ago. 2009. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/decreto/d6949.htm. Acesso em: 21 set. 2020.
BRASIL. Lei n. 7.853, de 24 de outubro de 1989. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, 25 out. 1989. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7853.
htm. Acesso em: 21 set. 2020.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 23 dez. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.
htm. Acesso em: 21 set. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Portaria Normativa n. 13, de 24 de abril de 2007.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 abr. 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.
br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=9935-portaria-13-24-abril-
2007&Itemid=30192. Acesso em: 21 set. 2020.
GABARITO
1. Adaptações curriculares temporais são importantes medidas pedagógicas por meio
das quais o professor prevê tempos diferentes, ajustados às condições individuais dos
alunos, para a realização de atividades ou então para alcançar determinados objetivos
de aprendizagem. Essas adaptações, relativamente simples, podem auxiliar o estudan-
te em seu progresso acadêmico, além de prevenirem possíveis situações de evasão e
abandono escolar, eventos comuns que ocorrem com educandos que apresentam al-
guma dificuldade na assimilação de conteúdos curriculares ou com alunos de inclusão.
3. A implementação das salas de recursos multifuncionais deve ocorrer por meio da par-
ceria entre Governo Federal e estados e municípios. Às redes estaduais e municipais
de ensino compete ofertar o espaço e o mobiliário para instalação dos equipamentos,
e também um professor especializado apto a atuar no AEE. O Governo Federal, por
meio do MEC, fornece o kit de equipamentos tecnológicos e de informática, bem como
outros recursos e materiais necessários.
59643
9 788538 767039