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Primeiro seminário de Educação Inclusiva !!!

Antes de entrarmos propriamente no tema da educação, gostaria de voltar com


vocês aonde essa história toda começou, onde os sonhos se iniciaram e te
trouxeram até aqui. Às vezes se faz necessário voltar ao primeiro amor para
continuar

O quê e porquê E COMO você faz o que faz?

Isso FALA SOBRE VOCÊ, SOBRE O QUE VOCÊ ACREDITA

Onde? Consciência.

Quem te inspirou ou te chamou para isso?

Relacionamento com o Criador

Como?

Ressignificando sua auto-imagem

Conectando com sua vocação - PORQUE SER EDUCADOR?

1- Você é incrível e único.


Sua impressão digital é diferente dos 7 bilhões de pessoas no planeta;
você tem um timbre de voz e íris únicas.

2- Deus é criativo.

Deus criou o homem sua genética, sua estrutura, ninguém no mundo é


igual, é de se esperar que seus talentos habilidades e chamado também não
seja o mesmo.A neurociência avança a cada dia para confirmar essa verdade,
o cérebro de cada pessoa é único.

"Pois tu formaste o meu interior,


tu me teceste no seio de minha mãe.
Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me
formaste;
as tuas obras são admiráveis,
e a minha alma o sabe muito bem;
os meus ossos não te foram encobertos,
quando no oculto
fui formado e entretecido como nas profundezas da terra.
Os teus olhos me viram a substância ainda informe,
e no teu livro foram escritos todos os meus dias,
cada um deles escrito e determinado,
quando nem um deles havia ainda.
Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos!
E como é grande a soma deles!"
Slm 139

Por isso é importante que você comece a perceber a conhecer melhor quem
você é, para o que foi chamado, e desenvolver suas habilidades para o Reino
de Deus. Deus quer fazer grandes coisas em sua vida, mas você precisa ser
diligente em seu desenvolvimento.

Perguntas poderosas que te ajudarão a descobrir seu destino

● Que coisas você pode fazer de maneira única e que ninguém mais pode
fazer da mesma maneira?
● O que você pode começar a fazer atribuindo responsabilidades a outras
pessoas que você poderia fazer um pouco, mas elas poderiam fazê-las
melhor porque foram projetadas para esse fim pelo Deus vivo?
● Quais são as características,capacidades, habilidades e unção que você
percebe em sua vida?
● Onde, como e o que você visualiza fazendo daqui a 10 anos? Você
estaria aqui?
O Transtorno do Espectro Autista

No Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais - DSM IV- O


autismo se torna agora um espectro chamado por TEA. Um transtorno do
neurodesenvolvimento caracterizado por:

1. falta de interação social,


2. falta de comunicação ,
3. pouco afeto,
4. baixos níveis de inteligência socioemocional,
5. pouca construção de sujeito,
6. comportamentos repetitivos e restritivos,

VOCÊ PODE OBSERVAR TRÊS CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS PARA O


DIAGNÓSTICO DO TEA

OBS: Os sintomas podem variar de caso a caso. Alguns sinais já podem ser
percebidos até mesmo antes dos 3 primeiros anos de vida.

QUANTO ANTES PUDERMOS DIAGNOSTICAR MAIS QUALIDADE DE VIDA


ELE A PESSOA COM TEA PODERÁ DESFRUTAR

ALERTA _
Muitas crianças ainda são diagnosticadas tardiamente, e os fatores estão
ligados a falta de conhecimento da família e de profissionais que estão nos seu
primeiro contato, muitas vezes a família não quer enfrentar que tem uma
pessoa TEA na família e entra pelo caminho da negação e isso prejudica o
trabalho de pesquisa e diagnóstico, falta de recurso também atrasa todo esse
processo.
O DSM-5 CATEGORIZA alguns Critérios que nos ajudam a construir um
diagnóstico precoce. São Eles:
● Inabilidade persistente na comunicação social, manifestada em déficits
na reciprocidade emocional e nos comportamentos não verbais de
comunicação usuais para a interação social.
● Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou
atividade, manifestados por movimentos, falas e manipulação de objetos
de forma repetitiva e/ou estereotipada, insistência na rotina, rituais
verbais ou não verbais, inflexibilidade a mudanças, padrões rígidos de
comportamento e pensamento; interesses restritos e fixos com
intensidade; hiper ou hipo atividade a estímulos sensoriais.
● Os sintomas devem estar presentes no período de desenvolvimento, em
fase precoce da infância, mas podem se manifestar com o tempo
conforme as demandas sociais excedam as capacidades limitadas.

Todos esses sintomas causam prejuízos significativos no funcionamento


social, profissional e em outras áreas da vida da pessoa com autismo.

Nível 1 — Leve
As pessoas com nível leve de autismo, em relação à interação e
comunicação social, apresentam prejuízos mas não necessitam de
tanto suporte. Têm dificuldade nas interações sociais, respostas
atípicas e pouco interesse em se relacionar com o outro.

Em relação ao comportamento, apresentam dificuldade para trocar de


atividade, independência limitada para autocuidado, organização e
planejamento.

Nível 2 — Moderado
As pessoas com nível moderado de autismo, em relação à interação e
comunicação social, necessitam de suporte substancial, apresentando
déficits na conversação e dificuldades nas interações sociais, as
quais, muitas vezes, precisam ser mediadas.
Em relação ao comportamento podem apresentar dificuldade em
mudar de ambientes, desviar o foco ou a atenção, necessitando
suporte em muitos momentos.

Nível 3 — Severo
As pessoas com nível severo de autismo, em relação à interação e
comunicação social, necessitam de muito suporte, pois apresentam
prejuízos graves nas interações sociais e pouca resposta a aberturas
sociais.

Em relação ao comportamento, apresentam dificuldade extrema com


mudanças e necessitam suporte muito substancial para realizar as
tarefas do dia a dia, incluindo as de autocuidado e higiene pessoal.

Além desses fatores, outros critérios específicos para o diagnóstico de


autismo são: prejuízo intelectual e de linguagem, condição médica ou
genética, outras desordens do neurodesenvolvimento ou transtornos
relacionados.

É BOM SABER QUE , a diferença entre autismo e Asperger é o grau dentro do


espectro autista.

"Como a Síndrome de Asperger apresenta sintomas mais leves, o diagnóstico


costuma ser mais tardio que o do autismo. Geralmente, começava-se a notar
que a criança não interagia do modo esperado apenas na fase escolar. Neste
mesmo momento, também ficaram mais claros os interesses restritos que são
comuns entre pessoas com Asperger. Por exemplo, a criança pode gostar
muito de desenhos da Disney, memorizando muitas informações sobre o tema
e colocando este interesse em todos os contextos de sua vida.
Em 2013, foi publicada a quinta edição do manual (DSM-5), que apresentou
uma nova classificação dos Transtornos do Desenvolvimento. A versão atual
criou a denominação Transtorno do Espectro Autista (TEA), que enquadra a
Síndrome de Asperger e o autismo em um mesmo diagnóstico. Dessa forma, o
que antes se conhecia como duas desordens separadas passou a pertencer à
mesma condição, que abrange um grande espectro de sintomas. São dois os
critérios para diagnóstico do TEA: déficit na reciprocidade sócio emocional
(seja na comunicação não verbal ou na interação social) e presença de
comportamentos restritos e repetitivos. A diferença entre os transtornos é o
grau dentro do espectro autista, já que é possível ter pessoas com TEA com
apenas pequenas dificuldades de socialização até indivíduos com afastamento
social, deficiência intelectual e dependência de cuidados ao longo da vida."

retirado o texto acima do site


https://institutoneurosaber.com.br/dsm-5-e-o-diagnostico-no-tea/
NO ÂMBITO ESCOLAR

1-Corpo docilizado x Aprendizagem

Foucault (1987), em seus estudos, diz que o corpo é produzido para


utilidade. No ambiente escolar, podemos perceber o quanto é importante que o
aluno, necessite responder às regras e normas educacionais, como também
necessita alcançar os objetivos pedagógicos e demandas de sua estrutura
curricular. Neste ambiente não há lugar para distração. Quem se distrai, sai
perdendo.
Kastrup ( 2004), diz que para um aluno da vida contemporânea há maior
probabilidade de ter certa dificuldade de concentração. Em busca pela
novidade, a atenção se torna passageira, e em fração de segundos está sujeita
ao esgotamento, por causa da hiperestimulação que não é produzida em sala
neste encontro entre o professor e o aluno, mas sim, lá fora; onde há uma certa
produção exacerbada de estímulos advindos de imagens e textos expostos
pela mídia com muito maior velocidade. diferentemente de um conhecimento
produzido pelo processo de aprendizagem em um ambiente escasso de
recursos em que o potencial do aluno não é a principal questão.
Outra questão que Kastrup (2004) diz é que a dificuldade em seguir
regras e concluir processos a longo prazo, pode estar sendo confundida com
sintomas como: hiperatividade e impulsividade.
Hoje temos uma educação muito mais medicalizante do que tínhamos
antes, mas o fato é que existem mudanças de conhecimento e recursos para
estimulação, que a educação e seus processos não acompanharam; porque o
mercado não para, porém os recursos para educação no Brasil ainda são
escassos. A pressão por resultados impede que o ensino seja fluido para
todos. Os que fogem um pouco da curva padronizada são enquadrados em
crivos como o transtorno de aprendizagem. É dentro da sala de aula que o
aluno passa uma boa parte de seu tempo, juntamente com professores e
alunos, no entanto temos aí uma cena um pouco complicada, é necessário ter
atenção para que os processos de aprendizagem tenham um bom resultado.

Nas salas de aula hoje, podemos perceber que existe um certo


descompasso no processo de aprendizado, os alunos estão vindo com excesso
de informações, e este corpo não aguenta ficar mais sentado tantas horas
recebendo conteúdo. Este processo precisa ser estimulante e motivador, o qual
na maioria dos casos não é.

O processo de aprendizagem exige um certo nível de


ativação e atenção, de vigilância e seleção das
informações. A ativação, por meio da vigilância,
conecta-se com a atenção no sentido da capacidade de
focalização da atividade. São elementos fundamentais de
toda atividade neuropsicológica, essenciais para manter
as atividades cognitivas, inibindo o efeito de muitos
neurônios que não interessam à situação. Sem uma
organização cerebral integrada, intra e
interneurossensorial, não é possível uma aprendizagem
normal. (ROMERO et.al, 2006, pg 226)

Para Paula et al. (2006), o processo de aprendizagem vem rodeado de


experiências. Podendo ser definido como mudança de comportamento, é
resultante da plasticidade dos processos neuronais cognitivos, ativados para
atentar. Assim, produzindo o processo de vigilância e seleção de informações.
Mas, ele é antecedido por um despertar, um desejo de conhecer algo novo.
Desta forma, a motivação se faz necessária para que o processo de atentar
aconteça. Se há uma alteração nos processos neurais, a aprendizagem pode
ser afetada. Um ambiente que leve o aluno à experiências, não apenas a
conteúdos teóricos pode elevar muito mais a dinâmica do aprendizado. Sem
contar os ganhos cognitivos que serão ativados nesta experiência. Deixar com
que o aluno problematize e viva seus próprios insights, incorrendo na cognição
inventiva é uma proposta nova e abordada por Kastrup (2004) em sua
pesquisa.

EMOÇÕES E SUA IMPORTÂNCIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

O que podemos observar até aqui, entre tantas falas sobre


aprendizagem, é que o aprendizado ocorre singularmente, socialmente e
também emocionalmente, e a relação entre professor e aluno é muito
importante nesta construção do saber.

...em um clima de segurança afetiva o cérebro humano


funciona perfeitamente, só assim as emoções abrem
caminho às cognições. Num clima de ameaça, de
opressão, de vexame, de humilhação ou de
desvalorização, o sistema límbico, situado no meio do
cérebro, bloqueia o funcionamento dos seus substratos
cerebrais superiores corticais, logo das funções cognitivas
de input, integração, planificação, execução e output, que
permitem o acesso às aprendizagens simbólicas e à
resolução de problemas complexos exclusivos da espécie
humana. Por alguma razão, a espécie humana é a única
que ensina intencionalmente, algo só possível com uma
cognição social e uma inteligência emocional
transcendentes. (Fonseca,2016, pg 368)

Temos muito que aprender sobre como funciona este aprendizado


afetivo, mas o que alguns autores concordam é que em um ambiente seguro e
fluido o saber transita com facilidade e as emoções abrem caminho para a
cognição. Os métodos pedagógicos podem ser variados, mas o que vai definir
o aprendizado é a experiência de cada um neste ambiente escolar.
Goleman (1995) diz que as emoções são extremamente importantes
para uma boa experiência de aprendizado. Começa elucidando como o cérebro
fez seu percurso há milhares de anos, e se torna cada vez mais elaborado. Um
cérebro primitivo era propriamente regulador de funções básicas, mas não
pensava ou aprendia como hoje, pelo contrário ele era regido por sistemas
pré-programados. Então começa a surgir o tronco cerebral e dele os centros
emocionais. Milhões de anos depois, por causa da evolução sócio-emocional,
surge o cérebro pensante, o "neocórtex", e se desenvolve através das
emoções, ou seja, nas relações sociais.
Nos tempos primitivos os sentidos (visão, olfato, paladar, audição e tato)
produziam neste homem centros emocionais, e assim às camadas que cercam
o tronco cerebral se tornam conhecidas como "sistema límbico", que
acrescenta caminhos neuronais às emoções. Este sistema límbico aperfeiçoa a
aprendizagem e a memória. As estruturas como Hipocampo, hipotálamo e
amígdala fazem parte do sistema límbico. Estas associam as emoções, as
memórias e a aprendizagem e são responsáveis pelo comportamento social e
contatos interpessoais. Por exemplo, se a amígdala for retirada de alguém,
esta pessoa perderá o interesse por pessoas e relacionamentos. Goleman
(1995) coloca como "cegueira afetiva", afirmando que o ser humano é o único
ser que precisa se relacionar.
Segundo Fonseca (2016), as emoções abrangem: a afetividade,
relações interpessoais, a inteligência emocional, a cognição social, a
motivação, o comportamento e a personalidade do indivíduo. Elas preparam o
indivíduo para situações positivas ou negativas. Os seres humanos são seres
sociais, e por isso o valor da afetividade, emoções, expressões faciais,
comunicação verbal e não verbal. Todas estas características arrastam as
emoções na dinâmica interpessoal. O ser humano é orientado a procurar
atividades que façam com que se sinta bem, e tende a evitar atividades
contrárias a isto. Assim, a própria relação professor e aluno e as atividades
escolares, não estão excluídas deste mecanismo. O papel das emoções
interligadas com as funções cognitivas e as funções executivas1, atravessam
tudo que está relacionado à sobrevivência como: adaptabilidade às relações
sociais, quer nas dimensões conscientes ou inconscientes e principalmente na
aprendizagem. Positivamente ou negativamente as emoções produzem
resultados importantes para as funções cognitivas.
Para Goleman (1995), os "alarmes neuroquímicos” preparam o corpo
para reagir a emergências de risco de vida, "lutar-fugir" e gravam na memória o
momento de grande estímulo emocional como tensão, intensa excitação de
alegria e intensa tristeza. Por isso lembramos dos momentos mais marcantes
de nossas vidas. Um dos pontos negativos destes alarmes é a mensagem de
urgência enviada à amígdala por um nervo que vai do cérebro às glândulas
supra-renais que provocam a produção de hormônios epinefrina e
norepinefrina, preparando o corpo para emergência. Então, há um acesso ao
repositório de memória emocional, gerando uma verificação entre a experiência
já vivenciada comparada ao que está acontecendo. Isto produz associações,
principalmente quando um elemento estiver presente, como aquele da
experiência passada. Então, agimos antes de haver uma confirmação. Antes
de verificar se é verdade ou não. Como se o cérebro não soubesse discernir
entre o que está vendo no mundo real e o que está em sua memória
emocional.

1
Funções executivas são responsáveis por coordenar e integrar o espectro da tríade
neurofuncional da aprendizagem, a qual influencia diretamente nas atividades diárias afetando
o desempenho.
Crianças sujeitas a muitos estresses provocados pela
escola podem vir a sofrer de problemas emocionais, como
ansiedade, depressão, desmotivação, vulnerabilidade,
baixa produtividade, etc., que podem interferir com o seu
rendimento escolar presente e futuro. (FONSECA, 2016,
p. 367).

Pensando sobre este ponto, muitos alunos e professores estão sofrendo


estresses causados por um ambiente hostil, com um repertório cheio de
emoções positivas e negativas. Assim, o aprendizado passa pelo desafio da
desmotivação e vulnerabilidade dentro da escola. O engajamento entre
professor e aluno pode ser um resultado desta aprendizagem afetiva vivida de
forma negativa e associada novamente a algo ruim ou vice-versa. Somente em
um clima de segurança afetiva as memórias positivas e as emoções podem
abrir novos caminhos cognitivos diferente de um clima de ameaça e opressão,
de vexame e desvalorização, diz Fonseca (2016).
O processo de avaliação da informação no ser humano é muito mais
emocional do que racional. Os sentimentos positivos ou negativos interferem
nos processos mentais mais complexos, como por exemplo, a aprendizagem.
O fato de refletirmos sobre um problema, por exemplo, um problema
matemático, pode-se experimentar emoções na expectativa da solução do
problema ou emoções associadas a problemas vividos anteriormente como tal.
Assim, a emoção interligada a cognição nos liga a fatos passados aprendidos e
levando a aprendizados novos a partir deles.
Fonseca (2016) diz que as emoções também podem transformar algo
desagradável em uma atividade interessante ou transformar algo interessante
em algo extremamente estressante. Fato é que o cérebro funciona interligado.
Opera em um todo funcionando harmoniosamente. A cognição sem emoção
não se faz possível. Por isso, pessoas que sofrem de depressão passam por
perda de memória e falta de interesse em algumas atividades, comprovando
que as emoções têm um papel significativo e estão realmente relacionadas a
atenção, significação, valor social, relacional e motivacional. Se houver uma
aproximação entre o professor e o aluno, onde estes se voltem para trabalhar
um ambiente mais seguro e com valores sociais voltados para suas
necessidades e dificuldades escolares, talvez, o quadro que vemos possa ser
diferente. O professor também é aquele que inicia esta relação. É aquele que
detém o saber. Pode se aproximar com mais propriedade e avançar em
afetividade para com as dificuldades do aluno. O aluno ao perceber que está
sendo compreendido terá mais interesse neste aprendizado.

3.1- As práticas educacionais não são neutras

As relações professor-aluno e aluno-aluno podem ter impactos


importantes no processo de aprendizagem. Se ela é socialmente construída e
vivemos um bom tempo na escola, precisamos voltar o olhar para essas
relações de extrema importância. As práticas são importantes porque são
através delas que acessamos as emoções positivas ou negativas, e através
delas que teremos acesso às interações inter e intrapessoais. As atividades
desenvolvidas são gatilhos importantes para a aprendizagem, mas a grande
questão é como são feitas, como são propostas, como são guiadas no
ambiente escolar?
O ajustamento ou não entre professor-aluno e as atividades propostas
implicará em uma aprendizagem segura ou não. Mas estamos em um
momento na história da educação, onde existe uma cobrança muito forte
principalmente em um sistema escolar conteudista, com o foco em produzir
resultados significativos para o mercado, tanto o professor quanto o aluno, às
vezes não têm tempo para esta aproximação. Neste lugar que às vezes se
parece mais com uma empresa do que com uma escola, onde todos precisam
ser produtivos e não criativos, não há lugar para pausa, para reflexão para o
ócio, o qual se torna tão importante para a produção da criatividade.
As práticas educacionais que ocorrem numa
instituição como a escola ou numa sala de aula não são
neutras, não se concebem sem estar em bebidas,
encaixadas e incorporadas socialmente e
emocionalmente, as neurociências têm vindo a
demonstrá-lo cada vez mais. (FONSECA, 2016, p. 371).
Tudo que acontece dentro da sala de aula produz algo no indivíduo. As
relações sociais e afetivas e as atividades aplicadas envolvem emoções. E é
sobre elas que o aprendizado irá se debruçar, produzindo competências
emocionais como: empatia, autogestão de estados emocionais e avaliação de
recompensas. Assim, para corresponder às expectativas dos pais e
professores, é necessário aprender a operar emocionalmente e socialmente.
Vygotsky (1987) relata que o conhecimento vem de fora para dentro.
Enquanto o biológico se desenvolve, o sócio-histórico acontece. As relações
que o indivíduo estabelece com o mundo exterior, se apropriam do
conhecimento através da prática e assim desenvolve sua consciência. O autor
ainda relata que o professor promove uma relação de afetividade e diálogo,
criando possibilidades de expressão, elevando nos alunos maiores níveis de
aprendizado.
A sala de aula deve ser um lugar que promova construção de
conhecimento, mas também de convivência, um lugar de vivenciar sentimentos
e afetos relacionados ao humano, afetos negativos e os positivos também,
criando um ambiente de segurança e afetividade comuns a todos, onde há
possibilidades para se duvidar, para errar, mas também de compartilhar acertos
e conhecimento, criar uma escola capaz de gerar transformações e reflexões,
onde a contradição gere uma nova concepção. Uma escola onde a autonomia
do professor e do aluno possam refletir juntos seus próprios processos, e que
neste ambiente e nestas trocas mudanças de paradigmas possam vir
acompanhados de respeito e compreensão.
[...] a coesão de reações, atitudes e
sentimentos, que as emoções são capazes de realizar em
um grupo, explica o papel que elas devem ter
desempenhado nos primeiros tempos das sociedades
humanas: ainda hoje são as emoções que criam um
público, que animam uma multidão, por uma espécie de
consentimento geral que escapa ao controle de cada um.
Elas suscitam arrebatamentos coletivos capazes de
escandalizar, por vezes, a razão individual.(Wallon,1986,
p. 146 apud CALIL,2007,pg 308)
COMO OBTER UMA EDUCAÇÃO MAIS INCLUSIVA ?

Primeiro se faz necessário diferenciar a Educação Especial da Inclusiva. A


educação especial aborda o ensino direcionado ao desenvolvimento de
habilidade específica de indivíduos portadores de algum tipo de dificuldade de
aprendizagem ou deficiência; física , intelectual, auditiva, pessoas
superdotadas também entraram nesse grupo de necessidades especiais, pois
necessita de recurso próprio para seu aprendizado! Já a inclusiva é o
movimento de abraçar a diversidade, um processo educativo e social que
promove por si aprendizagem possibilitando a convivência com pessoas de
todos os tipos, priorizando a formação global e sem barreiras ou preconceitos .

As duas Educações são necessárias!!!!

Alguns pilares importantes para Esse movimento inclusivo e


especial:
1-TODOS TÊM DIREITO E ACESSO A EDUCA
2. TODOS APRENDEM, MAS NEM TODOS VIVEM O MESMO PROCESSO!
3-O CONVÍVIO NO AMBIENTE ESCOLAR PRECISA SER MAIS AFETIVO E
EMOCIONAL PARA QUE OCORRA CRESCIMENTO EM TODAS AS ÁREAS
TRABALHO SEMPRE SERÁ MULTIDISCIPLINAR
O QUE DEVE SE EVITAR

1- EVITE EXPOR O AUTISTA AO QUE ELE É MAIS SENSIVEL


2-ESCOLHA OPÇÕES SENSORIALMENTE AMIGÁVEIS OU NEUTRAS
3-TENHA UM PLANO B PARA O CASO DE ALGO DAR ERRADO

Recursos para lidar com criatividade dentro de sala


para o autismo!
1- Mantenha um quadro de Rotina.
2- Mantenha sempre por perto recursos visuais para tarefas desejadas.
3- Organize e Categorize o que está a sua volta.
4--Mantenha sempre por perto recursos visuais para os comportamentos e atitudes
desejadas.
5- Recursos sensoriais.
6- Faça o levantamento do perfil da Crianças - O que ela gosta, o que ela nao gosta, como
e quando ela funciona melhor, como ela se concentra, como ela gosta que fale com ela

Conclusão:
O ensinar e aprender está para além do que pode ser percebido em
respostas padrões, diante da cognição inventiva relatada neste trabalho, a abertura
de possibilidades e novos métodos pedagógicos levam a entender as diferença de
uma aprendizagem baseada nas emoções, elas que abrem caminhos expressivos
no processo cognitivo, elas podem transformar algo desagradável em uma atividade
interessante, e ajudam na motivação a qual interferirá no processo da atenção
seletiva. Sendo assim um repertório cheio de emoções positivas, pode ajudar no
desafio da desmotivação e vulnerabilidade dentro da escola. Como podemos ver
aqui neste trabalho que o aprendizado também é uma questão social, o
engajamento entre professor e aluno pode resultar em um bom desempenho
escolar, alavancando aquele que tem dificuldade promovendo certo apoio e impulso.
O fato é que para conseguirmos este desenvolvimento, paradigmas precisam
ser quebrados em relação ao sistema educacional, como deixar de ser mercantilista,
medicalizante e conteudista, passando a ser um sistema mais humano, trazendo as
emoções e o afeto para dentro das relações educacionais.
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