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Doutrinação:

AULA 5
História da
Doutrinação
no Brasil
MÓDULO 1
HISTÓRIA DA
DOUTRINAÇÃO NO BRASIL DOUTRINAÇÃO

Aqui veremos um pouco da história da doutrinação no Brasil, inclusive


ali na época em que a União Soviética instaura o modelo de educação
que inspirou vários países ocidentais do século XX, aquele modelo
comunista.
No Brasil tivemos a monarquia como regime até 1889, onde através de
um golpe militar foi instituída a república. No módulo sobre história aqui
no curso vamos falar mais sobre as mudanças de regime no Brasil, de
forma mais aprofundada, o intuito aqui é mais pontuar as questões e
acontecimentos que envolvem a educação, na verdade, a doutrinação
que aconteceu no Brasil. Voltando um pouco, quando se analisa a
história da educação no Brasil, é imprescindível considerarmos a
educação católica e a participação jesuítica na educação brasileira,
essas coisas estão intrinsecamente atreladas.

Os jesuítas foram, de fato, os responsáveis pela educação dos


habitantes do Brasil no período colonial, e até mais para frente também.
Uma coisa que aprendi na escola foi que os jesuítas vinham para o Brasil
com a intenção de tornar os índios escravos, e levar embora todas as
riquezas do Brasil, etc. Essa é uma retórica marxista bem escancarada
que nos enfiam goela abaixo. Imaginem que esses caras saiam de
Portugal, largaram suas vidas, suas famílias, atravessaram o Oceano para
chegar em uma terra que eles não conheciam e que era habitado por
um povo totalmente primitivo, não sabiam exatamente o que esperar.

Vamos lembrar que o índio no Brasil não era esse índio que você vê nos
gibis da Mônica, existiam tribos extremamente violentas, existiam tribos
canibais, e daí por diante.

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DOUTRINAÇÃO

Não era algo tão de boa assim, não era “ah! deixa eu ir lá doutrinar esse
pessoal, vou abusar da inocência deles e depois eu mando as riquezas
que existem ali no Brasil para Portugal”, não era nada disso. Para
começar, a viagem era extremamente perigosa, tinha pouco tempo de
experiência marítima nessas áreas naquela época, existiam uma boa
chance do navio afundar, por exemplo, e todo mundo morrer.

E quando chegava em solo brasileiro encontravam tudo em uma


situação muito primitiva, muito precária no sentido do conforto
também, como dizem “aqui era literalmente tudo mato!”.

Então eles tinham que encarar esse povo, os índios, que não falavam
sua língua, eles tinham que convencer que eram caras legais e bem
intencionados, no contrário corria o risco de morrer ou de qualquer
outra coisa.

A única explicação plausível da vinda dos jesuítas é que eles eram caras
muito fiéis de fato a Deus, e que tinham o compromisso e a vontade
genuína de disseminar o cristianismo para todos esses povos que
nunca tinham tido acesso aos ensinamentos cristãos. A educação
jesuítica teve início em 1549 com a Companhia de Jesus, grupo
representante da igreja católica fundada por Inácio de Loyola em um
contexto de reação da igreja católica à Reforma Protestante, sendo,
então, protagonista do início da nossa história educacional com
hegemonia no ensino brasileiro até por volta de 1759, quando os padres
jesuítas foram expulsos de Portugal e de todas as colônias portuguesas
por Marquês de Pombal.

Os jesuítas combinavam a catequese junto ao ensino na prática, esse


processo acontecia com uma certa divisão porque a catequese
acabava sendo mais direcionada aos indígenas, e a educação mesmo
era mais voltada aos portugueses, na verdade, aos descendentes de
europeus,
e ensinados nos colégios religiosos. 02
DOUTRINAÇÃO

A educação jesuítica se baseava nas virtudes, nos valores cristãos, e nas


letras com o ensino da língua. Então, a Companhia de Jesus, os jesuítas,
passaram a criar condições melhores de vida civilizada, a colônia não só
para os índios mas como também para todos os habitantes ali na
época.

Você também ouve em sala de aula que os jesuítas eram super elitistas
por terem separado um tipo de educação para a elite
portuguesa\europeia e para os índios, mas isso é uma coisa meio que
óbvia, primeiro os índios precisavam aprender a ler e escrever
português, eram catequizados por questões óbvias, os portugueses já
tinham uma tradição, uma bagagem católica, enquanto os índios
levavam mais tempo nesse processo de aprendizagem já que não
falavam a língua portuguesa, e porque culturalmente é muito mais difícil
ensinar conceitos cristãos para pessoas que não tem essa mesma
tradição, nem antepassado cristão na família e na sociedade.

Era uma cultura totalmente nova para eles e, consequentemente, de


muito mais difícil adesão. É importante pontuarmos que nem na Europa
a questão da escrita e da leitura é tão difundida, nessa época a maioria
da população na Europa não sabia ler nem escrever, como foi visto nas
aulas anteriores. “Então os jesuítas só faziam isso porque eles queriam
mais fiéis para a igreja católica?”, a verdade é que sim também, era isso
mesmo, mas o ponto é “qual o problema disso?”, nenhum, não existe
problema a respeito disso, muito pelo contrário. O cristianismo sempre
vai ser uma excelente bússola moral para todo o Ocidente, o
cristianismo moldou nossa civilização ocidental através de seus valores
e de sua moral, e se isso é bom, então, é só você comparar o que
acontece com mulheres em países não cristãos, em países onde
existem outras religiões e culturas predominantes, vemos mulheres em
países não cristãos sendo apedrejadas até hoje, e isso não é
coincidência.

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DOUTRINAÇÃO

Aqui no Brasil, nos países ocidentais, não fazemos isso hoje em relação
às mulheres porque incutimos nossos valores cristãos no Ocidente, e
isso é independente de você ser um cristão ou não, é independente de
você acreditar em Cristo ou não, o fato é que o que a cultura cristã
prega, enquanto conceitos morais, você não encontra em outras
culturas. Isso reflete diretamente em nossos costumes e na nossa vida
enquanto civilização, enquanto moral.

Marquês de Pombal era totalmente influenciado e tomado pelos ideais


iluministas. Em 1782 fez a Reforma Pombalina. Depois que Pombal
instaurou essas mudanças, o Brasil começou a dar seus primeiros
passos na criação de um ensino público. Com a desestruturação da
escola jesuíta os índios acabaram perdendo espaço no sistema de
ensino.

O que se tem documentado historicamente hoje mostra que o alcance


do ensino após as escolas Pombalinas foram muito menor que as
práticas estruturadas pela Companhia de Jesus, dos jesuítas, que fez
um trabalho de ensino espalhado por todo país.

Apesar de em 1822 o Brasil ter se tornado independente, a educação


durante o período imperial não contabilizou muitos avanços, mas o
investimento público na educação, nas escolas, não era prioridade em
nenhum lugar do mundo. Então, hoje quando se olha para a nossa
história se fala “nossa, poxa vida, o Brasil não investia em educação!”,
mas temos que levar em consideração a cultura da época, isso veio
bem mais para frente, isso de investir na educação, na verdade, em
todo lugar do mundo.

Pulando para a parte que mais importa sobre a doutrinação no Brasil, na


década de 1920 foi fundado o Partido Comunista do Brasil, e com ele as
obras de Marx começaram a ser amplamente difundidas, até porque
esse Partido Comunista nasceu por influência de Lenin.
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DOUTRINAÇÃO

Já vimos que na Rússia traduziram as obras de Marx no final do século


XIX, e os conceitos marxistas já haviam sido implementados com muito
sucesso na União Soviética. Depois disso Getúlio Vargas toma o poder
através de um golpe de Estado, por meio da revolução em 1930, vira o
presidente e começa governando de uma forma extremamente
centralizadora e ditatorial.

Mas ele precisava do apoio da classe intelectual para alcançar os


objetivos draconianos dele, precisava também de mais soldados
letrados, mais pessoas alfabetizadas para que suas estratégias fossem
realizadas, concretizadas. Considerando que ele tomou o poder através
de um golpe, haviam várias classes de pessoas que ainda podiam se
revoltar contra ele, contra esse golpe.

Vargas era um cara que transitava entre diversos meios, era


extremamente populista e inteligente. Ele entendia que para ter o total
apoio da população brasileira precisava entrar na cabeça das pessoas, e
isso tinha que acontecer através das estratégias pedagógicas, assim ele
cooptou intelectuais para que reforçassem na cabeça dos brasileiros
que suas medidas ditatoriais, governamentais, eram a melhor ideia para
o momento.

Naquela época, os governos autoritários do mundo todo estavam


tomando muita força, como o nazifascismo e comunismo, nesta mesma
época o liberalismo estava totalmente embaixo, era um movimento em
que as monarquias europeias também estavam indo ladeira abaixo.
Então esses líderes comunistas, líderes fascistas, nazistas, passaram a
ser os “deuses” para as nações onde eles nasceram e se instauraram,
substituindo o poder tradicional monárquico. Assim, Vargas foi
claramente nessa onda ditatorial que assolava boa parte dos países
europeus, e tudo o que Vargas fez nessa época foi para que o poder se
tornasse cada vez mais centralizado nas mãos dele.

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DOUTRINAÇÃO

No Brasil a educação se tornou obrigatória em 1934, quando Getúlio


Vargas sancionou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), onde obrigava o Estado a fornecer educação gratuita para todas
as crianças (4 a 17 anos). Da mesma forma ele fez com o que os pais
fossem obrigados a mandar os filhos para a escola nesse período de
idade.

Esse tipo de lei cria, na verdade, uma série de outras leis acessórias e
emendas que são necessárias para que esse sistema funcione.
Importante pontuar que a partir do momento em que a educação se
torna compulsória, os livros didáticos e as grades curriculares, tudo o
que envolve o sistema educacional passa a ser definido por políticos e
por técnicos nomeados por estes políticos.

Getúlio, então, instituiu não só o Ministério da Educação como, também,


vários outros ministérios, quando ele inflou essa máquina pública, desde
então, ela nunca parou de crescer. Em 1937 Getúlio Vargas se torna
oficialmente um ditador e promove o Estado Novo através de uma nova
constituição, esse foi o período em que o Brasil, definitivamente, esteve
nas mãos da maior ditadura que já se ouviu falar na história do país.
Getúlio foi o primeiro brasileiro a fazer autopropaganda em larga escala,
o tal do “culto à personalidade", muito típico no nazismo, no comunismo
e no fascismo.

As rádios e os jornais começaram a se referir ali a Getúlio como o pai


dos pobres, por uma pura estratégia de marketing do governo, aqui
começa aquela história dos políticos usarem os veículos de
comunicação para criar uma falsa narrativa a respeito de si próprio; ele
até pode ter sido ali o pai dos pobres, mas não por ele ter ajudado os
pobres, e sim por ter feito com que grande parte da população se
tornasse pobre, na verdade, ele criou vários pobres que não existiam
antes, então assim ele pode ser o pai dos pobres.

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DOUTRINAÇÃO

Então, vemos que Getúlio foi o primeiro governante brasileiro a usar dois
tipos de doutrinação: a doutrinação através do estudo compulsório, em
moldes bem semelhantes aos da União Soviética, e a doutrinação
através da mídia, também inspirada em moldes soviéticos, até porque
se tinha ali a KGB (Comitê de Segurança do Estado) que era mestre
nesse tipo de doutrinação na União Soviética.

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