COMPREENDENDO A EDUCAÇÃO
INTRODUÇÃO
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
GARANTIAS LEGAIS E EVOLUÇÃO DA BASE NACIONAL
FUNDAMENTOS JURÍDICOS
COMPREENDENDO A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
O QUE É A BNCC?
O que existia antes da BNCC?
Como a BNCC foi elaborada?
Competências do século XXI na BNCC
Como ficam as diferenças regionais do ensino na BNCC?
BNCC para Educação Infantil e Ensino Fundamental
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR –
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Guia completo de implementação do BNCC 2020
REFERÊNCIAS
COMPREENDENDO A EDUCAÇÃO1
1. INTRODUÇÃO
2. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Período colonial
Família real
Império
Primeira República
Era Vargas
Populismo
Regime Militar
Retomada democrática
FUNDAMENTOS JURÍDICOS2
1988 – A Constituição Federal é promulgada. Em seu artigo 210
prevê a criação de uma Base Nacional Comum, com a fixação de conteúdos
mínimos para o Ensino Fundamental.
1) conviver;
2) brincar;
3) participar;
4) explorar;
5) expressar;
6) conhecer-se.
4) oralidade e escrita;
2) Matemática
3) Ciências da Natureza;
» O ensino médio parte das cinco áreas do conhecimento definidas pela LDB:
5 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília, DF: Senado Federal,
1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.
htm>. Acesso em: 23 mar. 2017.
INTRODUÇÃO
Nesse artigo, a LDB deixa claros dois conceitos decisivos para todo o
desenvolvimento da questão curricular no Brasil. O primeiro, já
antecipado pela Constituição, estabelece a relação entre o que é
básico-comum e o que é diverso em matéria curricular: as com-
petências e diretrizes são comuns, os currículos são diversos.
segundo se refere ao foco do currículo. Ao dizer que os conteúdos
curriculares estão a serviço do desenvolvimento de competências, a
LDB orienta a definição das aprendizagens essenciais, e não apenas
dos conteúdos mínimos a ser ensinados. Essas são duas noções
fundantes da BNCC.
9 Segundo a pesquisa elaborada pelo Cenpec, das 16 Unidades da Federação cujos documentos
curriculares foram analisados, 10 delas explicitam uma visão de ensino por competências, recorrendo
aos termos “competência” e “habilidade” (ou equivalentes, como “capacidade”, “expectativa de
aprendizagem” ou “o que os alunos devem aprender”). “O ensino por competências aparece mais
claramente derivado dos PCN” (p. 75). CENPEC – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação,
Cultura e Ação Comunitária. Currículos para os anos finais do Ensino Fundamental: concepções,
modos de implantação e usos. São Paulo: Cenpec, 2015. Disponível em: <http://www.cenpec.org.br/
wp-content/uploads/2015/09/Relatorio_Pesquisa_Curriculos_EF2_Final.pdf>. Acesso em: 23 mar.
2017.
10 Austrália, Portugal, França, Colúmbia Britânica, Polônia, Estados Unidos da América, Chile,
Peru, entre outros.
11 OECD. Global Competency for an Inclusive World. Paris: OECD, 2016. Disponível em:
<http://www.oecd.org/pisa/aboutpisa/Global-competency-for-an-inclusive-world.pdf>.
Acesso em: 23 mar. 2017.
12 UNESCO. Oficina Regional de Educación de la Unesco para América Latina y el Caribe.
Laboratorio Latinoamericano de Evaluación de la Calidad de la Educación (LLECE). Disponível
em: <http://www.unesco.org/new/es/santiago/education/education-assessment-llece>. Acesso
em: 23 mar. 2017.
INTRODUÇÃO
14 BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União, Brasília, 7 de
julho de 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/
L13146.htm>. Acesso em: 23 mar. 2017.
INTRODUÇÃO
23
ESTRUTURA
Considerando os direitos de
aprendizagem e desenvolvimento,
a BNCC estabelece cinco campos
de experiências, nos quais as crianças
podem aprender e se desenvolver.
(1a7m-3a11m) (4a–5a11m)
EI02TS01
O último par de números
indica a posição da habilidade
na numeração sequencial do
campo de experiências para
cada grupo/faixa etária.
01 = Bebês (zero a 1 ano e 6 meses) O segundo par de letras indica o campo de experiências:
02 = Crianças bem pequenas EO = O eu, o outro e o nós
(1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses)
CG = Corpo, gestos e movimentos
03 = Crianças pequenas
(4 anos a 5 anos e 11 meses) TS = Traços, sons, cores e formas
EF = Escuta, fala, pensamento e imaginação
ET = Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
Cumpre destacar que a numeração sequencial dos códigos alfanuméricos não sugere
ordem ou hierarquia entre os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.
ESTRUTURA
ENSINO FUNDAMENTAL
Áreas do conhecimento
Na BNCC, o Ensino Fundamental
está organizado em cinco
áreas do conhecimento.
Essas áreas, como bem aponta
o Parecer CNE/CEB nº 11/201025,
“favorecem a comunicação entre
os conhecimentos e saberes
dos diferentes componentes
curriculares” (BRASIL, 2010).
Elas se intersectam na formação
dos alunos, embora se
preservem as especificidades e
Linguagens os saberes próprios construídos
e sistematizados nos diversos
componentes.
ENSINO
FUNDAMENTAL
Áreas do conhecimento
Competências
específicas de área Cada área de conhecimento estabelece
competências específicas de área, cujo
desenvolvimento deve ser promovido ao
longo dos nove anos. Essas competências
Componentes explicitam como as dez competências
curriculares
gerais se expressam nessas áreas.
Competências
específicas de
componente Nas áreas que abrigam mais de um
componente curricular (Linguagens e
Ciências Humanas), também são definidas
competências específicas do componente
(Língua Portuguesa, Arte, Educação Física,
Língua Inglesa, Geografia e História) a ser
desenvolvidas pelos alunos ao longo dessa
etapa de escolarização.
CIÊNCIAS – 1º ANO
UNIDADES OBJETOS DE
HABILIDADES
TEMÁTICAS CONHECIMENTO
Modificadores do(s)
Verbo(s) que Complemento do(s) verbo(s) ou do
explicita(m) verbo(s), que complemento do(s)
o(s) processo(s) explicita o(s) objeto(s) verbo(s), que explicitam
cognitivo(s) de conhecimento o contexto e/ou uma
envolvido(s) mobilizado(s) maior especificação da
na habilidade. na habilidade. aprendizagem esperada.
ESTRUTURA
EF67EF01
O primeiro par de letras indica O último par de números
a etapa de Ensino Fundamental. indica a posição da habilidade
na numeração sequencial do
ano ou do bloco de anos.
OS CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS
Corpo, gestos e movimentos – Com o corpo (por meio dos senti- dos,
gestos, movimentos impulsivos ou intencionais, coordenados ou
espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram o mundo, o espaço
EDUCAÇÃO INFANTIL
CRECHE PRÉ-ESCOLA
Bebês (zero a 1 ano e Crianças bem pequenas (1 ano Crianças pequenas (4 anos a
6 meses) e 7 meses a 3 anos e 11 meses) 5 anos e 11 meses)
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“O EU, O OUTRO E O NÓS” (Continuação)
Bebês (zero a 1 ano e Crianças bem pequenas (1 ano Crianças pequenas (4 anos a
6 meses) e 7 meses a 3 anos e 11 meses) 5 anos e 11 meses)
(EI02EO07) (EI03EO07)
Resolver conflitos nas Usar estratégias pautadas
interações e brincadeiras, com no respeito mútuo para lidar
a orientação de um adulto. com conflitos nas interações
com crianças e adultos.
EDUCAÇÃO INFANTIL
Bebês (zero a 1 ano e Crianças bem pequenas (1 ano Crianças pequenas (4 anos a
6 meses) e 7 meses a 3 anos e 11 meses) 5 anos e 11 meses)
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
Bebês (zero a 1 ano e Crianças bem pequenas (1 ano Crianças pequenas (4 anos a
6 meses) e 7 meses a 3 anos e 11 meses) 5 anos e 11 meses)
Bebês (zero a 1 ano e Crianças bem pequenas (1 ano Crianças pequenas (4 anos a
6 meses) e 7 meses a 3 anos e 11 meses) 5 anos e 11 meses)
Bebês (zero a 1 ano e Crianças bem pequenas (1 ano Crianças pequenas (4 anos a
6 meses) e 7 meses a 3 anos e 11 meses) 5 anos e 11 meses)
Bebês (zero a 1 ano e Crianças bem pequenas (1 ano Crianças pequenas (4 anos a
6 meses) e 7 meses a 3 anos e 11 meses) 5 anos e 11 meses)
Bebês (zero a 1 ano e Crianças bem pequenas (1 ano Crianças pequenas (4 anos a
6 meses) e 7 meses a 3 anos e 11 meses) 5 anos e 11 meses)
(EI02ET07) (EI03ET07)
Contar oralmente objetos, Relacionar números às suas
pessoas, livros etc., em respectivas quantidades
contextos diversos. e identificar o antes, o
depois e o entre em uma
sequência.
(EI02ET08) (EI03ET08)
Registrar com números a Expressar medidas (peso,
quantidade de crianças altura etc.), construindo
(meninas e meninos, presentes gráficos básicos.
e ausentes) e a quantidade de
objetos da mesma natureza
(bonecas, bolas, livros etc.).
EDUCAÇÃO INFANTIL
3.1. A TRANSIÇÃO DA
EDUCAÇÃO INFANTIL
PARA O ENSINO
FUNDAMENTAL
A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita
atenção, para que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas,
garantindo integração e continuidade dos processos de aprendi-
zagens das crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes
relações que elas estabelecem com os conhecimentos, assim como a
natureza das mediações de cada etapa. Torna-se necessário estabe-
lecer estratégias de acolhimento e adaptação tanto para as crianças
quanto para os docentes, de modo que a nova etapa se construa com
base no que a criança sabe e é capaz de fazer, em uma perspectiva
de continuidade de seu percurso educativo.
APRESENTAÇÃO
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um
documento normativo que define o conjunto progressivo
de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem
desenvolver ao longo da Educação Básica.
Prevista na Lei de Diretrizes e Bases (1996) e no Plano Nacional
de Educação (2014), a BNCC é fruto de amplo processo de debate
e negociação com diferentes atores do campo educacional e com
a sociedade brasileira. Desde 2015, sua elaboração contou com a
participação de diversos especialistas, um processo de mobilização
nacional liderado pelo Conselho Nacional de Secretários de
Educação (Consed), pela União Nacional dos Dirigentes Municipais
de Educação (Undime) e pelo Ministério da Educação (MEC),
além de mais de 12 milhões de contribuições da sociedade civil,
especialmente de educadores, em consultas públicas.
A Base Nacional Comum Curricular contempla toda a Educação
Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio). A
parte referente à Educação Infantil e Ensino Fundamental foi
aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e homologada
pelo MEC em dezembro de 2017, depois de audiências públicas
realizadas em todas as regiões do Brasil. Já a parte referente ao
Ensino Médio, foi concluída em dezembro de 2018.
Durante a fase final de revisão da BNCC, as redes de ensino
começaram a preparar seus processos de planejamento e
implementação, que serão cruciais para que a BNCC cumpra
ESTRUTURA PERCURSO DE IMPLEMENTAÇÃO
AÇÕES TRANSVERSAIS
DO GUIA
Este Guia apresenta sete dimensões para orientar o processo de
1 ESTRUTURAÇÃO DA
GOVERNANÇA DA
IMPLEMENTAÇÃO |
2
implementação da BNCC. As dimensões estão organizadas em um
ESTUDO DAS
percurso que visa facilitar o trabalho das secretarias, mas podem ser REFERÊNCIAS
realizadas de maneira concomitante a depender do planejamento CURRICULARES |
dos estados e municípios. Cada dimensão traz questões para reflexão,
sugestões de ações e materiais de apoio que podem ser utilizados
para realizá-las. Existem outras dimensões de suma importância,
que serão tratadas pelo MEC em outros documentos orientativos
3 (RE)ELABORAÇÃO
CURRICULAR |
4
e em programas. A dimensão 7 está em construção e será
incorporada futuramente.
FORMAÇÃO CONTINUADA
PARA OS NOVOS CURRÍCULOS |
AÇÕES TRANSVERSAIS
Há cinco grupos de ações indispensáveis para o sucesso de cada uma
5 REVISÃO DOS PROJETOS
PEDAGÓGICOS – PPs |
6
das etapas e por isso são apresentadas de maneira transversal no Guia.
MATERIAIS DIDÁTICOS |
PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO
7
COMUNICAÇÃO E ENGAJAMENTO
AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO
PROCESSOS FORMATIVOS DE APRENDIZAGEM
APOIO TÉCNICO E FINANCEIRO
(*) O termo (re)elaboração curricular refere-se ao processo de tradução da BNCC em um documento curricular
local e contempla tanto as redes que farão sua primeira elaboração curricular, quanto as redes que já possuem
currículo e farão uma atualização alinhada à BNCC. (**) Neste Guia, o termo estado não se restringe à secretaria
estadual. Currículo estadual, por exemplo, refere-se ao currículo produzido em regime de colaboração entre estado
e municípios, que valerá tanto para a rede estadual quanto para as municipais que aderirem a esse processo.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO
1. Quais as possíveis formas de organização do trabalho
em regime de colaboração?
ABRANGÊNCIA
ESTADUAL
COMISSÃO ESTADUAL (RE)ELABORAÇÃO DOS
DE CONSTRUÇÃO DOCUMENTOS CURRICULARES
DE CURRÍCULO
Acontece com a união de esforços das equipes pedagógicas da secretaria estadual e das secretarias municipais e de outros
atores relevantes. O resultado do trabalho é uma proposta curricular de abrangência estadual, construída em conjunto pela
secretaria estadual e pelas secretarias municipais, considerando a diversidade e desigualdades regionais do estado.
ABRANGÊNCIA
REGIONAL/
TERRITORIAL
ARTICULAÇÃO COMISSÃO ESTADUAL (RE)ELABORAÇÃO
COLABORATIVA DE CONSTRUÇÃO DOS DOCUMENTOS
ENTRE MUNICÍPIOS DE CURRÍCULO CURRICULARES
Municípios que pertencem a uma mesma região, organizados ou não em Arranjos de Desenvolvimento da Educação
ou Consórcios Intermunicipais, articulam-se com a equipe da secretaria estadual para a discussão e (re)elaboração dos
documentos curriculares de forma colaborativa. Neste modelo, é o grupo de municípios que define o percurso do processo
e recorre à Comissão Estadual de Construção de Currículo para os apoios necessários. A Comissão, a seu critério e de
acordo com suas possíveis limitações, dá suporte técnico aos municípios, resultando em um conjunto de propostas
curriculares de abrangência regional, articuladas com a proposta curricular do estado.
ATENÇÃO SUGESTÃO
Consed e Undime.
Atribuições Debater sobre as possibilidades e Encaminhar e tomar decisões Estabelecer o planejamento Estudar o histórico curricular
necessidades da implementação sobre a gestão do regime e cronograma das ações, do estado e produzir os
da BNCC, gerando participação de colaboração no nível das disponibilizar materiais de textos do novo currículo,
e envolvimento no processo. secretarias estadual e municipais estudo, orientar a comunicação de maneira alinhada
de educação. É desejável em do processo, compor grupos de com a equipe de gestão.
momentos específicos convocar trabalho, reportar à Comissão Ver atribuições detalhadas
os secretários municipais Estadual de Construção de na pág. AQUI
para acompanhamento e Currículos e articular com demais
monitoramento. atores envolvidos. Ver atribuições
detalhadas AQUI
* A Comissão Estadual de Construção de Currículos exercerá tanto papel consultivo quanto deliberativo a depender de sua composição em cada estado
1 ESTRUTURAÇÃO DA GOVERNANÇA
DA IMPLEMENTAÇÃO
1.3
PLANEJAR O PROCESSO DE
RECURSOS
É importante prever os recursos financeiros e humanos necessários
IMPLEMENTAÇÃO DA BNCC e disponíveis para subsidiar o processo de (re)elaboração curricular
relacionados à realização de encontros de formação e mobilização,
Considerando a forma de colaboração escolhida, produção de materiais de comunicação, impressões, despesas com
deve-se estabelecer um planejamento para garantir deslocamentos e viagens da equipe, entre outros.
clareza e ritmo ao processo. Nesse planejamento, é
recomendável definir os recursos necessários Ao planejar os recursos necessários, é recomendável considerar
e disponíveis, o cronograma de ações, os atores quem são os atores e organizações que podem prover auxílio
envolvidos e o modelo de participação regional adicional, como especialistas, universidades, organizações da
em um documento norteador da implementação. sociedade civil, conselhos e órgãos governamentais. Em especial,
Isso facilitará a coordenação, o acompanhamento e MEC, Consed, Undime, FNCEE e UNCME estão monitorando
a efetividade das ações. nacionalmente o processo de implementação e podem oferecer
assistência técnica adicional às redes que necessitarem.
ATENÇÃO
O MEC orienta a seleção de especialistas de acordo
com as indicações do Programa de Apoio. Caso haja
necessidade de novos integrantes ao grupo, as redes
municipais e a rede estadual disponibilizarão suas
equipes para compor o grupo de trabalho.
1 ESTRUTURAÇÃO DA GOVERNANÇA
DA IMPLEMENTAÇÃO
ENTRE
MARÇO JULHO
FEVEREIRO MARÇO E MAIO JUNHO A SETEMBRO NOVEMBRO DEZEMBRO
Além de definir o perfil e papéis dos envolvidos em cada ação, é SUGESTÃO: Quando possível, sugere-se aproveitar estruturas
importante planejar as formas deste envolvimento. já existentes das secretarias ou da Undime, sejam elas divisões
territoriais, equipes formadas ou infraestrutura física. Importante:
Nos estados onde há a colaboração com os municípios, organizar a divisão adotada deve ser negociada e pactuada e deve haver
a discussão regionalmente durante diversas etapas do processo é colaboração entre os atores.
um fator-chave para garantir que o documento produzido
dialogue com as diferentes realidades do estado e para facilitar
Se necessárias adaptações a estruturas já existentes
o flu o de comunicação, além de fortalecer o vínculo entre
dos estados, quais critérios devem ser utilizados para fazê-lo?
atores e o papel dos municípios no processo.
SUGESTÃO: Critérios que podem ser considerados são (I) a distância
Para a definição do modelo de regionalização que máxima ou tempo máximo de deslocamento entre municípios e sede
será utilizado deve-se avaliar os seguintes pontos: de encontros; (II) número máximo de municípios contemplados na
região, para garantir efetividade dos encontros; (III) respeito às
configurações e arranjos de cooperação pré-estabelecidos pela
Undime e pela secretaria estadual. Outros critérios também podem
ser definidos de acordo com as especificidades dos estados e
municípios. Sugere-se que mudanças na regionalização sejam feitas
conjuntamente entre estado e municípios.
Nomear uma equipe responsável pela (re)elaboração curricular, A equipe gestora do processo de (re)elaboração curricular
para assegurar os papéis e responsabilidades definidos no é um núcleo central e poderá posteriormente formar grupos
planejamento, é o passo central dessa ação. Essa equipe, que de trabalho para demandas específicas.
contará com os recursos do Programa de Apoio
à Implementação para sua composição, deverá priorizar e Esta equipe irá fortalecer a gestão do processo e o regime
respeitar os princípios de qualidade técnica, representatividade de colaboração entre estado e municípios, trabalhando
e isonomia entre os entes federados, sendo composta por: em conjunto localmente para garantir os objetivos da
(re)elaboração e implementação curricular. Cada equipe pode
• Coordenadores estaduais de currículo considerar a incorporação de outros profissionais para além
(1 da secretaria estadual e 1 da secccional da Undime); dos contemplados no escopo do Programa de Apoio
• Articulador de regime de colaboração à Implementação com vistas a reforçar sua atuação.
(1 por seccional da Undime);
• Analista de gestão (1 por estado);
• 3 Coordenadores curriculares de etapa de ensino
(1 para Educação Infantil, 1 para Anos Iniciais
e 1 para Anos Finais do Ensino Fundamental);
• 22 Redatores do currículo.
ATENÇÃO
O estudo sobre BNCC e o documento curricular também deve
ser comunicado. Promover palestras sobre a BNCC, grupos de
estudo, discussões nas horas de atividades coletivas, entre
outras ações, podem ser estratégias de comunicação. Não se
esqueça de divulgar esses eventos e reuniões internamente e
para a imprensa local.
3
(RE)ELABORAÇÃO
CURRICULAR
ESTA ETAPA COLOCA Nesta etapa, os maiores desafios
EM PRÁTICA O QUE serão: cuidar para que o processo
FOI PLANEJADO ATÉ O maximize e valorize a participação
MOMENTO E TEM COMO de todos os profissionais das redes
RESULTADO UM NOVO estadual e municipais e escolas
DOCUMENTO CURRICULAR públicas e privadas; que a estrutura
QUE DEVERÁ GARANTIR AS e a proposta estejam claras e tenham
APRENDIZAGENS PREVISTAS
coerência (na terminologia e na
concepção de aprendizagem)
NA BNCC E SERVIR COMO
e que o produto final tenha uma
NORTE PARA ELABORAÇÃO
progressão adequada que garanta
OU REVISÃO DOS PPs DA
as aprendizagens previstas na BNCC
ESCOLA E DO PLANEJAMENTO
dialogando com a realidade local.
DO PROFESSOR.
COMISSÃO ESTADUAL
DE CONSTRUÇÃO DOS CURRÍCULOS
3 REDATORES 19 REDATORES
DE EDUCAÇÃO DE ENSINO
INFANTIL FUNDAMENTAL
• Articular equipes das • Articular com órgãos • Apoiar coordenadores • Coordenar a equipe de • Coordenar grupos
secretarias estadual estaduais a participação estaduais da BNCC currículo na estruturação, de trabalho de seu
e municipais; dos municípios; nas atividades de redação e ajustes respectivo componente
implementação curricular; pós-consulta pública; e outras organizações
• Alinhar decisões com • Mobilizar redes municipais
interdisciplinares;
o onsed e a seccional a discutir o documento • Acompanhar e garantir • Garantir a coerência
da Undime; curricular; o cumprimen o dos e continuidade do • Redigir o documento
cronogramas; documento entre as curricular;
• Apoiar a secretaria estadual • Apoiar encontros regionais,
diferentes faixas etárias,
e a seccional da Undime comunicar e engajar • Trabalhar com o articulador • Realizar oficinas com
etapas da Educação
na articulação com os municípios; de regime de colaboração equipes técnicas
Básica e na transição
conselhos de educação no envolvimento dos e pedagógicas das
• Apoiar a coordenação EI –EF;
(estadual e municipais); municípios. secretarias, gestores
estadual.
• Acompanhar e apoiar pedagógicos e professores
• Planejar o cronograma
o t abalho dos redatores sobre o documento
e garantir o cumprimento
de currículo. curricular;
dos prazos;
• Dialogar sobre transições
• Alinhar atividades com
entre as etapas com
o analista de estão
coordenadores e redatores;
e o articulador de regime
de colaboração; • Analisar devolutivas
de consultas públicas
• Orientar as equipes de
e sistematizá-las;
coordenação e redação;
• Reescrever documento
• Organizar
curricular com base nos
a consulta pública;
resultados das consultas
• Encaminhar a versão públicas;
final do documento para
• Apoiar o processo de
validação da secretaria
(re)elaboração curricular
estadual e Undime.
em todas as etapas.
3.2
CONSTRUIR UMA VERSÃO PERGUNTAS QUE PODEM AJUDAR A NORTEAR
A ESCRITA DA PRIMEIRA VERSÃO:
PRELIMINAR • Qual o sujeito que se quer formar ao final da etapa
contemplada pelo documento curricular?
A construção de uma versão preliminar deve considerar a • Qual o melhor formato de documento curricular
BNCC e os documentos curriculares existentes e começar a e linguagem para que se favoreça o uso pelos professores?
partir • A partir de quais elementos o currículo do estado
das discussões e das sistematizações dos Grupos de se diferenciará da BNCC?
• De que forma cada área ou componente curricular
Trabalho
deve contribuir para que os alunos desenvolvam
(GTs), sempre procurando contemplar os contextos locais e as competências gerais indicadas na BNCC?
regionais. É recomendável que esse processo aconteça • Como elaborar um documento curricular que considere
nos GTs simultaneamente, mas sob coordenação da crianças, jovens e adultos das diferentes escolas
equipe gestora responsável pela (re)elaboração do município, região e estado?
• Como os elementos socioculturais, ambientais e econômicos
curricular, garantindo a coerência e o alinhamento do
do estado podem ser expressos no documento curricular?E
processo, a transição gradual entre etapas e a
quais são as competências, habilidades e objetos
interdisciplinaridade. do conhecimento específicos que podem ser enfatizados
e aprofundados considerando tais elementos?
A redação deverá ser bastante cuidadosa para que o
• Como o documento curricular pode favorecer
documento tenha clareza, unidade e coerência e para a interdisciplinaridade ou a transversalidade?
que proponha uma progressão das aprendizagens, • As modalidades de educação oferecidas no estado devem
ATENÇÃO ser contempladas no documento curricular ou devem
articulação entre os diferentes componentes, observação
do tempo necessário para trabalho do professor com compor um documento à parte?
aluno etc.
Os conselhos estaduais e municipais de educação, quando
envolvidos desde o início da (re)elaboração curricular,
poderão contribuir significativamente em todo o processo.
ESTRUTURA CURRICULAR
Deve-se estabelecer a estrutura do documento curricular
a ser (re)elaborado, de acordo com sua proposta pedagógica.
Os documentos curriculares podem assumir diversos formatos tendo
a BNCC como referencial. As formas de organização e da progressão
das aprendizagens são pontos importantes a serem definidos.
Estado e municípios que trabalharem em regime de Para apoiar os esforços de (re)elaboração curricular,
colaboração para a (re)elaboração de um documento uma ferramenta digital da plataforma Educação é a
curricular do estado poderão reforçar aspectos da Base está disponível para orientar o processo nas
aprendizagem relacionados ao contexto local por meio de diferentes etapas e componentes curriculares. A
orientações adicionais e rotinas pedagógicas que apoiam os ferramenta contém:
professores na implementação desse documento, como o • Orientações sobre como contextualizar,
desenvolvimento e revisão dos PPs, formação de professores complementar e aprofundar as habilidades
e recursos didáticos. e objetivos de aprendizagem previstos na BNCC;
• Vídeos com especialistas sobre o processo
Para isso, o engajamento das instâncias regionais durante o de (re)elaboração curricular;
processo de (re)elaboração do novo documento é • Indicações sobre relações entre habilidades
fundamental, tanto para a contribuição durante a sua e competências destacando a progressão
construção quanto para da aprendizagem, o desenvolvimento integral e
a apropriação das equipes técnicas e pedagógicas das oportunidades de trabalho interdisciplinar.
secretarias e escolas sobre o documento curricular proposto.
Reforça-se que nessa participação conjunta não deve haver
hierarquia entre redes. Todos são igualmente parte do
processo colaborativo.
3.4
SISTEMATIZAR AS CONTRIBUIÇÕES
PARA A PROPOSTA CURRICULAR
Sugere-se ser transparente e claro quanto aos critérios de Após receber as contribuições dos profissionais da
escuta para a consulta, definindo e divulgando as questões educação e, se possível, da sociedade civil, essas devem ser
em torno das quais se organizará o processo. A formulação sistematizadas para incorporação na proposta curricular.
dessas questões e sua organização em formulários (digitais Recomenda-se dar um retorno à sociedade, ainda
ou físicos) a serem preenchidos, com perguntas objetivas, que em nível macro, das modificações feitas à luz das
facilita a o processo de sistematização e análise das contribuições recebidas ao longo da consulta pública.
contribuições coletadas.
Vale ressaltar que o documento curricular é vivo e que
sofrerá revisões e modificações ao longo do tempo.
ATENÇÃO
A Plataforma Educação é Base conta com uma
funcionalidade de consultas públicas para os currículos em
construção, relatórios com os resultados destas consultas e
uma interface colaborativa e participativa. Nela, pode-se
organizar grupos de trabalho ampliados, com representantes
regionais de cada etapa, área ou componente, durante o
processo de elaboração da primeira versão e demais etapas.
3.5
ENVIAR A PROPOSTA CURRICULAR
AOS CONSELHOS DE EDUCAÇÃO
Após a conclusão da proposta, o documento é encaminhado
aos conselhos estaduais ou municipais de educação para a
sua normatização dependendo de sua competência em cada
estado. Antes de enviar a proposta curricular aos conselhos
de educação e torná-la pública, garanta uma revisão final
do documento, verificando a coerência e o alinhamento da
proposta à BNCC. Ajustes adicionais poderão ser feitos à luz
das recomendações dos conselhos de educação.
ATENÇÃO
O envolvimento dos conselhos de educação durante todo o
processo ajuda a garantir alinhamento e agilidade na análise
do documento e sua normatização. É importante verificar na
legislação local o papel do conselho de educação no processo.
4
FORMAÇÃO
CONTINUADA
PARA OS NOVOS
CURRÍCULOS
O OBJETIVO DESTA A partir de 2019, todos os professores terão
DIMENSÃO É PREPARAR A a oportunidade de serem formados para o
COORDENAÇÃO ESTADUAL trabalho com os novos currículos, elaborados
DE CURRÍCULO PARA em regime de colaboração e norteados pela
BNCC. Para isso, a Coordenação Estadual de
O PLANEJAMENTO E
Currículo deverá estabelecer uma estrutura de
EXECUÇÃO DA FORMAÇÃO
formação continuada em regime de colaboração
CONTINUADA PARA OS capaz de garantir a implementação dos novos
NOVOS CURRÍCULOS DE currículos em cada sala de aula.
REFERÊNCIA, DE MANEIRA
As ações aqui sugeridas podem servir de apoio
INTEGRADA ÀS AÇÕES
para uma revisão das políticas de formação
FORMATIVAS DAS REDES
específicas das redes estaduais, municipais,
federal e de escolas privadas. Para que isso
ocorra, é necessário promover a integração
constante entre os diferentes sujeitos
envolvidos nas formações.
ENTENDA AS AÇÕES
PROPOSTAS NESSE CAPÍTULO
4.4.1 Formar equipes regionais 2. Como garantir que as ações formativas alcancem todas as
de formação
equipes gestoras das escolas e professores das redes?
4.4.2 Formas equipes gestoras
das escolas 3. Quais são as principais necessidades de professores, equipes
4.4.3 Formar professores
gestoras e formadores para a implementação dos novos currículos?
4. Como pode ser executada a formação continuada para
4.5 Monitorar a formação professores e equipes gestoras, considerando as prioridades
das redes e os recursos disponíveis?
4.6 Avaliar e replanejar a formação 5. Como promover uma formação continuada em regime
de colaboração para os novos currículos que seja integrada
Considerações para a revisão das e apoie uma revisão das políticas de formação das redes?
políticas de formação das redes
PREMISSAS DE QUALIDADE PREMISSAS PARA O PLANEJAMENTO
E EXECUÇÃO DAS FORMAÇÕES:
PARA UMA FORMAÇÃO
CONTINUADA ALINHADA • REGIME DE COLABORAÇÃO o trabalho colaborativo entre
Estados e municípios pode ampliar os recursos disponíveis para a
AOS NOVOS CURRÍCULOS formação (humanos, físicos e financeiros), a qualidade e a coerência
das formações, o alcance e a frequência das iniciativas e a troca
A FIM DE ASSEGURAR A QUALIDADE DAS AÇÕES de boas-práticas. É importante que a Coordenação Estadual de
DE FORMAÇÃO, ESSE GUIA APONTA PARA Currículos mobilize as redes para trabalhar conjuntamente no
PREMISSAS RELACIONADAS AO PLANEJAMENTO planejamento e implementação das ações de formação continuada
E EXECUÇÃO DAS FORMAÇÕES E PARA para os novos currículos.
PREMISSAS RELACIONADAS À METODOLOGIA • CONTINUIDADE o processo de aprendizado não é linear e depende
E CONTEÚDO DAS FORMAÇÕES de reflexão, mudança e aprimoramento contínuo da prática. Nesse
sentido, as formações não devem ser apenas atividades pontuais.
• FORMAÇÃO NO DIA A DIA DA ESCOLA as formações devem
acontecer não apenas em momentos formativos da secretaria,
mas também nas reuniões pedagógicas e em momentos de
acompanhamento entre equipe gestora e professores.
• COERÊNCIA as formações devem contemplar o contexto em que
cada professor está inserido. Para isso, devem considerar os Projetos
Pedagógicos, os materiais didáticos utilizados pelas escolas, entre
outras políticas das redes.
• USO DE EVIDÊNCIAS a formação continuada deve ser
Baseado no estudo “Formação Continuada de Professores: Contribuições da constantemente revisada e aprimorada a partir de evidências sobre
Literatura Baseada em Evidências”, da Fundação Carlos Chagas e Todos pela o de envolvimento dos educadores, como os resultados educacionais
Educação; e no “Documento de Considerações para Orientar o Aperfeiçoamento
das Políticas de Formação Continuada de Professores à Luz da implementação da dos estudantes e as devolutivas das escolas e dos professores sobre a
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)” do Grupo de Trabalho do Consed
e Undime de formação continuada de professores.
eficácia das ações formativas.
PREMISSAS PARA A METODOLOGIA
E CONTEÚDO DAS FORMAÇÕES:
• FOCO NO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E • TRABALHO COLABORATIVO a colaboração entre professores
HABILIDADES
contribui para a troca de boas práticas e discussões aprofundadas
A BNCC representa uma importante mudança na prática de
sobre o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes. Essa
ensino, portanto, a formação deve focar não apenas no conteúdo
colaboração se torna ainda mais importante no contexto de
a ser ensinado, mas também preparar os professores para o
implementação dos novos currículos, que representam uma mudança
desenvolvimento das competências e habilidades, apoiando-os desde
o processo de planejamento de aulas até o de acompanhamento das para todos os educadores. Essa premissa deve pautar a dinâmica
dos encontros de formação, favorecendo que se aprenda por meio do
aprendizagens dos estudantes nessa nova perspectiva. Afinal, para
que os professores possam desenvolver nos estudantes as diálogo e da cooperação.
competências definidas na BNCC, em especial as dez competências • FOCO EM COMO DESENVOLVER OS CONHECIMENTOS a formação
gerais, é essencial que tenham a oportunidade de vivenciar uma continuada deve trabalhar três aspectos: i) o conhecimento
formação que apoie o seu desenvolvimento nesses aspectos. pedagógico geral (ex: como montar um plano de aula com
objetivos claros de aprendizagem); ii) o conhecimento do conteúdo em
• METODOLOGIAS ATIVAS a formação deve ser significativa para
si, em especial quando forem temas que os professores não
os professores, colocando-os como protagonistas do seu processo
de desenvolvimento e contemplando elementos do seu dia a dia costumavam trabalhar em determinado ano e/ou componente;
e iii) o conhecimento pedagógico do conteúdo, ou seja, como os
de trabalho. Para isso, é possível propor a construção conjunta de
estudantes desenvolvem determinada habilidade e como apoiar esse
planos de aula alinhados ao currículo; a análise da produção dos
estudantes como ponto de partida para discussão sobre o processo desenvolvimento através do ensino.
de ensino e aprendizagem; a observação de sala de aula com • USO DE DADOS O uso dos resultados educacionais deve fazer parte
devolutivas formativas para o professor; entre outras estratégias. da metodologia de formação, para que seja contextualizada
Em suma, a formação deve ser menos baseada na exposição de e direcionada para as necessidades reais dos professores e dos
conhecimento, e mais na construção conjunta, discussão, estudantes. A formação continuada deve apoiar os professores
mudança da prática e na reflexão. na análise dos resultados educacionais das turmas e no
(re)planejamento de aulas à luz do progresso dos estudantes.
4 FORMAÇÃO CONTINUADA
PARA OS NOVOS CURRÍCULOS 1 2 3 4 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 5 6 7
4.1
DEFINIR GOVERNANÇA
EQUIPE CENTRAL
A equipe central deve contar com
profissionais que terão dois principais focos:
a gestão das ações e a formação.
Sugere-se que cada estado conte com uma equipe central, composta
por Coordenadores Estaduais de Currículo e lideranças das ações de
formação continuada das redes estadual e municipais, assim como
equipes regionais distribuídas no estado. Essa equipe central deve EQUIPE CENTRAL
garantir a formação dos professores e equipes gestoras das escolas DE FORMAÇÃO
estaduais e municipais do estado para o novo currículo.
EQUIPES REGIONAIS
ATENÇÃO EQUIPES REGIONAIS
DE GESTÃO
A quantidade de profissionais que irá compor as equipes de formação
deve ser definida a partir do diagnóstico das necessidades das redes.
A quantidade de bolsas oferecidas a cada estado e ao DF pelo Programa
EQUIPES REGIONAIS
de Apoio à Implementação da Base Nacional Comum Curricular DE FORMAÇÃO
(ProBNCC) permanece a mesma para o segundo ano do programa.
EQUIPE CENTRAL DE GESTÃO: EQUIPE CENTRAL DE FORMAÇÃO:
EQUIPE CENTRAL
PERFIL PERFIL
EQUIPE CENTRAL DE GESTÃO
• Ter experiência de planejamento e • Ter experiência com
COORDENAÇÃO ESTADUAL DE CURRÍCULO execução de programas de formação formação continuada
E INDICADOS PELA COMISSÃO ESTADUAL de professores a nível estadual; de professores e na
• Ter capacidade de liderança, atividade docente;
colaboração, articulação • Ter capacidade de liderança
COORDENADORES COORDENADORES COORDENADORES
DE ETAPA DE ETAPA DE ETAPA
e trabalho em equipe; e trabalho em equipe;
Educação Infantil (EI) Ensino Fundamental Ensino Fundamental • Ter posição sênior dentro • Ter expertise no componente
e técnicos indicados (EF) - anos Iniciais (EF) - anos finais da rede em que atua; curricular de atuação;
e técnicos indicados e técnicos indicados • Ter amplo conhecimento • Preferencialmente, ter
das redes de seu estado; participado/acompanhado
• Ter liderado o processo de a elaboração dos novos
elaboração e execução dos novos currículos (Redatores
EQUIPE CENTRAL ProBNCC e colaboradores
currículos (Coordenadores
DE FORMAÇÃO Estaduais ProBNCC) ou as da construção curricular).
políticas de formação das redes.
FORMADORES FORMADORES ESTADUAIS
ESTADUAIS Ensino Fundamental RESPONSABILIDADES
Educação infantil (Redatores ProBNCC, técnicos RESPONSABILIDADES
(Redatores ProBNCC, e professores de referência dos • Elaborar pautas formativas
técnicos e professores componentes curriculares do EF) • Realizar o diagnóstico e oferecer a formação das
de referência da EI) equipes regionais de formação;
para a formação;
• Elaborar o planejamento da formação; • Junto com a equipe central
• Compor a equipe central e as de gestão, monitorar e avaliar
equipes regionais de formação; a execução das formações
das equipes regionais e
EQUIPES REGIONAIS • Garantir a formação replanejar as ações quando
EQUIPES REGIONAIS DE GESTÃO das equipes regionais; necessário.
• Monitorar e avaliar a execução
COORDENADOR COORDENADOR COORDENADOR
das formações das equipes
Região 1 Região 2 Região (...) regionais e replanejar
as ações quando necessário.
EQUIPES REGIONAIS DE FORMAÇÃO
Após definida a governança, a equipe central deve realizar MAPEAMENTO DAS AÇÕES FORMATIVAS DAS REDES
o diagnósti o de pelo menos 3
• Quais formações já são oferecidas pelas diferentes redes
i) aspectos:
As ações formativas já existentes ou planejadas nas redes;
de ensino e como elas dialogam com a necessidade
ii) Os recursos financeiros, materiais e humanos disponíveis de formar para os novos currículos?
nas redes para a execução das formações; e
iii) As necessidades formativas de professores, equipes • Qual a efetividade e regularidade dessas formações?
gestoras das escolas e equipes técnicas com relação aos • Com qual frequência e em que horário os professores já
novos currículos. têm o costume de participar de formações?
• Quais tipos de formação são melhor avaliadas
Com essas informações será possível realizar um pelos professores?
planejamento que atenda às necessidades das redes • Já há experiências de formação realizadas
e aproveite ao máximo os recursos disponíveis. em regime de colaboração no estado?
• Existe algum planejamento ou experiência prévia dentre
as redes do estado de formação continuada para os
É essencial que a equipe central mobilize a rede novos currículos?
estadual e as redes municipais na coleta e análise
das informações coletadas.
MAPEAMENTO DOS RECURSOS DISPONÍVEIS MAPEAMENTO DAS NECESSIDADES
DE PROFESSORES E EQUIPES
• Com quais e quantos formadores as redes
GESTORAS
de ensino do estado já contam? • Quantos professores de cada etapa/componente
lecionam em cada rede e em cada município?
• Com quais e quantos profissionais as redes poderiam
contar para para realizar as formações? • Quantos professores trabalham em mais de uma rede
ou em escolas particulares?
• Quais recursos (de infraestrutura, financeiros , etc.)
estão disponíveis nas redes do estado para formação? • Qual a disponibilidade de tempo dos professores
e equipes gestoras para participar das formações?
• Quais recursos poderiam vir a ser utilizados para a formação?
• Qual percentual de professores com formação adequada nos
• Quais instituições locais poderiam contribuir para a formação?
componentes em que lecionam?
(ex: universidades, centros de formação, organizações sociais,
etc) • Quais as principais mudanças trazidas pelo novo currículo com
relação ao currículo vigente que deverão impactar
• Quais e quantas redes possuem centros/núcleos de Formação?
a prática dos professores?
• Com qual estrutura as escolas das redes contam para realizar
• Qual o conhecimento prévio dos formadores, equipes gestoras
as formações? (internet, espaços para os encontros, entre outros)
e professores sobre a BNCC e os novos currículos?
• Qual estrutura de transporte disponível nas redes podem
• Quais são as principais demandas dos formadores, equipes
ajudar na locomoção de formadores e professores?
técnicas, equipes gestoras e professores sobre esses temas?
• Quais recursos podem ser compartilhados entre as redes estadual
e municipais?
SISTEMATIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS DADOS: Após o levantamento dos dados, a equipe central deve sistematizar e analisar
os dados obtidos e compartilhar suas conclusões com as redes. Essas informações irão contribuir para a elaboração de um
planejamento mais efetivo, que responda às necessidades das redes e que utilize de maneira eficiente os recursos
disponíveis.
4.3
PLANEJAR A FORMAÇÃO
Lembre-se das premissas de qualidade para o planejamento
e execução da formação continuada (AQUI)
A partir do diagnóstico, a equipe central deve planejar • Regime de colaboração
as ações de formação. • Continuidade
• Formação no dia a dia da escola
Ao longo desse processo, é importante traçar estratégias • Coerência
de comunicação que permitam que todas as escolas • Uso de evidências
das redes conheçam e, na medida do possível, contribuam
para esse processo.
ATENÇÃO
EQUIPE CENTRAL
EQUIPE CENTRAL
4.3.2 DE GESTÃO
EQUIPES REGIONAIS
ATENÇÃO As equipes regionais têm o papel de garantir que
todas as escolas do estado recebam formações
Em regiões que não possuem corpo técnico suficiente para gerir presenciais com uma periodicidade constante. Para
e realizar as formações, podem ser firmadas parcerias com centros isso, a equipe central deve compor equipes regionais
de formação, universidades, entre outras instituições com experiência com profissionais voltados para a gestão das ações
para a execução das formações nas escolas*.
consolidada na formação continuada de professores. Nesses casos,
é importante que a equipe central realize o alinhamento
e acompanhamento do trabalho realizado por essas instituições, EQUIPES REGIONAIS
para que se garantam as premissas de formação descritas neste Guia. DE GESTÃO
EQUIPES REGIONAIS
DE FORMAÇÃO
ATENÇÃO
Os temas que serão tratados nas formações devem ser
revisados periodicamente, com base nos diagnósticos realizados
pela equipe central e nas necessidades que os professores
apontarem no decorrer das formações.
MODALIDADES
Educação à Parte da formação sobre os currículos pode ser realizada via EAD. Nesse caso,
Distância recomenda-se que professores e equipe gestoras tenham papel ativo durante
(EAD) essas formações, devendo interagir e receber devolutivas nos cursos. Essa
modalidade deve ser complementar à formação presencial.
Mediação A mediação tecnológica pode ser usada em parte da formação. Nessa modalidade, um
Tecnológica formador central remoto faz a apresentação da pauta e mediadores presenciais
realizam a dinâmica da formação com os participantes nas regiões. Essa dinâmica
pode ser usada quando, por exemplo, houver a necessidade de participação de um
especialista. É essencial que nesses casos haja espaços de trabalho ativo e não apenas
a exposição de vídeos e elucidação de dúvidas.
RECURSOS MATERIAIS E HUMANOS
Recursos Espaços das escolas: Uma premissa de qualidade das formações é que Parcerias com IES e outros
materiais elas ocorram no dia a dia das escolas. Dessa forma, recomenda-se oferecer centros de formação:
momentos formativos que utilizem o espaço da própria escola dos professores Em alguns estados, as
e, quando possível, os períodos de sua carga horária destinados à formação. instituições de ensino
superior (IES) têm
Espaços de formação das redes: Muitas redes já possuem espaços e experiência com ações de
equipamentos próprios para a formação. É importante articular, em regime formação. Nesses casos,
de colaboração, o uso desses recursos para execução das ações planejadas. pode ser interessante
articular parcerias para
Recursos Professores e técnicos de referência das redes: Muitas redes possuem contar com o corpo técnico
humanos em seu corpo docente profissionais reconhecidos em determinados temas e recursos físicos das
que podem auxiliar na formação em suas regiões. É importante conhecer instituições na formação
e mobilizar esses profissionais para apoiar a formação. para os novos currículos.
Essas instituições podem
Especialistas externos: Caso seja mapeada a necessidade de formação para também realizar a
um tema específico, para o qual não se tenha repertório técnico já constituído gestão e formação, com
nas redes, pode ser necessário a busca por profissionais externos. É o a ompanhamento da
importante mapear essas demandas e identificar indivíduos e/ou equipe central, em regiões
organizações que possam atendê-las. que necessitem de apoio
técnico e de estrutura.
4.3.5 COMUNICAÇÃO:
DEFINIR O CRONOGRAMA Sugere-se que se estabeleçam estratégias de comunicação
A equipe central, em diálogo com as redes, deve definir um entre a equipe central de gestão e as equipes regionais de
cronograma para implementação da formação. Todos os gestão, e, principalmente, entre as equipes regionais e as
sujeitos que participam do processo formativo devem ser equipes gestoras das escolas de sua região, para que todos
informados sobre o cronograma e sua realização deve ser conheçam e dialoguem com o planejamento das formações.
monitorada e revisada sempre que necessário. No fim desse É importante incluir na comunicação as redes municipais,
capítulo, apresentamos uma sugestão de cronograma. estadual e federal, assim como escolas privadas, a fim
de sensibilizá-los para a necessidade de revisão de
suas ações formação continuada a partir dos novos currículos
estadual ou municipal.
ATENÇÃO
RECURSOS FINANCEIROS:
Como muitas redes já possuem políticas de É necessário realizar a previsão dos recursos financeiros
formação em curso, será importante realizar o necessários para as ações planejadas, além de definir um
alinhamento com as ações de formação para cronograma de execução financeira para efetivação da
implementação dos novos currículos. formação ao longo de 2019.
O levantamento dos recursos disponíveis deve ser realizado
ainda na etapa de diagnóstico, a fim de que o planejamento
seja condizente com a realidade financeira das redes.
4.4
EXECUTAR A FORMAÇÃO
ATENÇÃO
Para temas específicos, em especial EQUIPES GESTORAS EQUIPES GESTORAS EQUIPES GESTORAS
questões relacionadas aos componentes DAS ESCOLAS DAS ESCOLAS DAS ESCOLAS
Formação Engajamento
4.4.1
FORMAR EQUIPES REGIONAIS ATENÇÃO
A equipe central de formação deve garantir a realização da
formação das equipes regionais. A equipe regional de gestão É possível contar com o apoio de diferentes organizações
deve auxiliar na organização logística para que essa ação seja para realizar a formação – ou mesmo para compor – as
realizada com os formadores regionais. equipes regionais. Alguns exemplos de organizações que
podem apoiar esse processo são:
• universidades;
• centros e escolas de formação;
EQUIPE CENTRAL
DE FORMAÇÃO • parceiros privados;
• organizações sociais, entre outros.
Cabe à equipe central efetivar essas parcerias, quando
EQUIPE REGIONAL
DE FORMAÇÃO 1
EQUIPE REGIONAL
DE FORMAÇÃO 2
EQUIPE REGIONAL
DE FORMAÇÃO (...)
necessário, a depender do contexto local.
RESPONSABILIDADES:
EQUIPE REGIONAL EQUIPE REGIONAL EQUIPE REGIONAL
DE FORMAÇÃO 1 DE FORMAÇÃO 2 DE FORMAÇÃO (...)
• Planejar e conduzir a formação de professores na escola;
• Conduzir o processo de (re)elaboração
dos PPs à luz dos novos currículos;
• Articular a disponibilidade do(s) professor(es)
EQUIPES GESTORAS
DAS ESCOLAS
EQUIPES GESTORAS
DAS ESCOLAS
EQUIPES GESTORAS
DAS ESCOLAS para que participem da formação;
• Acompanhar professores na elaboração e utilização de planos
de aula e de avaliações da aprendizagem dos alunos com
relação aos novos currículos;
• Formar-se e atualizar-se continuamente sobre os novos
PROFESSORES PROFESSORES PROFESSORES currículos e sobre metodologias efetivas de formação
continuada, alinhadas às premissas deste Guia.
FORMAÇÕES DE EQUIPES GESTORAS
A equipe regional de formação deve oferecer, periodicamente, formação para as equipes gestoras das escolas de sua região
de atuação. As formações podem acontecer simultaneamente para agrupamentos de escolas, ou escola por escola.
Quando? A equipe regional deve estabelecer um cronograma para essas formações, assim como seu
monitoramento. Sempre que necessário, o cronograma de formação deve ser revisado para
atender às necessidades das equipes gestoras e o calendário de outras ações das escolas.
4.4.3 A FORMAÇÕES PROMOVIDAS PELA EQUIPE GESTORA
FORMAR PROFESSORES É importante que os responsáveis pela formação continuada
da escola acompanhem o trabalho dos professores e apoiem
O principal objetivo das ações sugeridas nesse capítulo é garantir
seu processo de formação.
que os professores sejam formados para a implementação dos
novos currículos. Para isso, recomenda-se que seja garantida uma
média de ao menos 2 horas semanais de formação dos docentes,
sejam elas presenciais ou a distância.
A
B
PROFESSORES PROFESSORES PROFESSORES
MOMENTOS COLETIVOS COM OS PROFESSORES: B FORMAÇÕES PROMOVIDAS PELAS
Nas reuniões pedagógicas da escola, a equipe gestora EQUIPES REGIONAIS DE FORMAÇÃO
pode trabalhar com os professores as necessidades Além da formação promovida pela equipe gestora da escola, é
formativas da escola como um todo ou de grupos importante que as equipes regionais também formem os professores
específicos de professores. para trabalhar aspectos gerais da BNCC e dos novos currículos e,
principalmente, temas relativos a cada componente curricular.
Sugere-se que, nas formações sobre componentes específicos, os
MOMENTOS INDIVIDUAIS COM OS PROFESSORES:
professores sejam agrupados de acordo com o ano e componente
É recomendável proporcionar também momentos de em que atuam. Para as formações sobre questões mais amplas,
formação individual entre o responsável pela formação como as dez competências gerais da BNCC, é possível trabalhar
na escola e cada professor, para que sejam trabalhadas com professores de diferentes etapas e componentes.
necessidades específicas de cada docente.
É importante engajar as equipes gestoras das escolas nesse processo,
não só para que também se formem, como para que acompanhem
todo o processo de formação dos professores das suas escolas.
ATENÇÃO
Para garantir a qualidade da formação continuada das Além de outros aspectos considerados importantes pela equipe
escolas, é importante que a equipe central e as equipes central de cada estado, o monitoramento deve observar:
regionais de gestão monitorem o cumprimento do
cronograma de implementação da formação continuada. • A execução do cronograma de formações das
equipes gestoras das escolas e dos professores,
É essencial que a responsabilidade pelo monitoramento seja tanto nas escolas como nas ações formativas oferecidas
alinhada e compartilhada entre os responsáveis, em especial pelas equipes regionais;
os coordenadores das equipes regionais, e que a equipe • O cumprimento das pautas formativas;
central faça a sistematização das informações coletadas em • A frequência de participação dos participantes
cada região. (equipes gestoras e professores);
• O levantamento de necessidades formativas das equipes
gestoras escolares e professores, de forma a subsidiar
o desenho de novas formações.
• O desempenho do formador;
• A relevância e a efetividade da pauta da
formação;
• A infraestrutura e logística da formação;
• O cumprimento das premissas de qualidade
da formação continuada.
Recomenda-se que a cada encontro, os participantes da
formação tenham a oportunidade de realizar essa avaliação,
por meio de formulários estruturados construídos pela equipe
central ou equipe regional de gestão.
SUGESTÃO DE CRONOGRAMA
Apresentamos aqui uma sugestão de cronograma 2018 2019
para as ações de formação descritas nesse capítulo,
assim como para as ações específicas de redes e
escolas para implementação dos novos currículos. DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Ações de formação para os novos currículos em regime de colaboração:
4.1 Definir governança
4.2 Realizar diagnóstico
4.3 Planejar a formação
4.3.1 Delimitar regiões
4.3.2 Compor equipes regionais
4.3.3 Definir os temas prioritários
4.3.4. Definir as modalidades e os recursos
4.3.5. Definir o cronograma
4.4 Executar a formação
4.4.1 Formar equipes regionais
4.4.2 Formar equipes gestoras das escolas
4.4.3. Formar professores
4.5 Monitorar formação
4.6 Avaliar e replanejar a formação
Ações específicas das redes e escolas
Reelaborar PPs (capítulo 5)
Revisar políticas de formação das redes
CONSIDERAÇÕES PARA PROPOMOS QUE, NAS REVISÕES DE SUAS POLÍTICAS,
AS REDES CONSIDEREM AS SEGUINTES QUESTÕES:
A REVISÃO DAS POLÍTICAS
• Como alinhar as ações de formação continuada para novos currículos
DE FORMAÇÃO DAS REDES em regime de colaboração com as frentes e equipes de formação
existentes e já planejadas?
COMO RESSALTADO AO LONGO DO CAPÍTULO,
• Como a governança e a estrutura das formações para implementar os
AS EQUIPES RESPONSÁVEIS PELA FORMAÇÃO PARA
novos currículos podem ser aproveitadas pelas políticas
OS NOVOS CURRÍCULOS, EM REGIME DE COLABORAÇÃO,
de formação das redes?
DEVEM BUSCAR INTEGRAR SUAS AÇÕES COM AQUELAS
PROMOVIDAS PELAS REDES ESTADUAL E MUNICIPAIS. • Quais boas práticas de políticas de formação das redes podem auxiliar
na revisão das políticas curriculares das redes?
ALÉM DISSO, DEVEM DIALOGAR COM AS ESCOLAS DA
REDE FEDERAL E PRIVADA SOBRE OS NOVOS • Como utilizar o processo de (re) elaboração dos PPs
CURRÍCULOS E SUAS AÇÕES DE FORMAÇÃO. para a formação continuada dos professores?
AS REDES PODEM APROVEITAR ESSA OPORTUNIDADE • Como garantir a participação efetiva dos professores na formação
PARA REVISAR SUAS POLÍTICAS DE FORMAÇÃO tendo em vista aspectos de tempo e espaço (horário, transporte, apoio
CONTINUADA logístico, etc)?
• Como garantir que os resultados de aprendizagem dos estudantes nas
avaliações externas apoiem na readequação das políticas
de formação com base em evidências concretas?
• Como garantir que as premissas de qualidade para
a formação continuada sejam colocadas em prática?
TEMPO PARA A FORMAÇÃO:
Recomenda-se que as redes de ensino estaduais e municipais regulamentem, por meio de
ato legal, e efetivem a garantia de um terço de hora-atividade dos professores para
atividades extraclasse e incentivem o uso desse tempo para a formação continuada em
serviço. Sugere-se ainda que esse processo inicie em 2019, concomitantemente ao início
das ações de formação para os novos currículos em regime de colaboração.
5
REVISÃO
DOS PROJETOS
PEDAGÓGICOS - PP
ESTA É UMA ETAPA O projeto pedagógico é um documento único de
IMPORTANTE DE cada unidade escolar, que projeta e orienta as ações
PREPARAÇÃO PARA A que acontecem durante o ano letivo. No contexto da
CHEGADA DOS NOVOS homologação da BNCC e da (re)elaboração do currículo
da rede, esse documento necessita ser revisto pelas
CURRÍCULOS ALINHADOS
escolas de forma a assegurar os direitos e objetivos
À BNCC ÀS ESCOLAS DE
de aprendizagem de todas as crianças e jovens
TODO PAÍS: A REVISÃO DOS da Educação Básica.
PROJETOS PEDAGÓGICOS
(PPS OU PPPS) REPRESENTA Para garantir que as mudanças realizadas no PP estejam
alinhadas com todos os atores envolvidos e sejam
A VALORIZAÇÃO DA
efetivadas na prática, é importante que ele seja revisto
IDENTIDADE DAS ESCOLAS
em um processo de parceria entre equipe gestora da
EM CONSONÂNCIA COM
escola, professores e demais integrantes da comunidade
AS NOVAS PROPOSTAS escolar, com apoio da Secretaria de Educação.
PEDAGÓGICAS.
O gestor escolar representa a liderança na escola que
conduzirá esse processo. Nessa etapa, é preciso apoiá-lo.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO
1. Qual é o papel da revisão do projeto pedagógico para qualificar a
compreensão da proposta pedagógica da minha rede com a participação
de toda a comunidade escolar? Que ajustes precisam ser feitos nas
propostas pedagógicas das escolas à luz da BNCC e do novo currículo?
2. De que forma o projeto pedagógico constitui uma referência
para o funcionamento das escolas e é implementado no cotidiano?
O documento é visto como útil pela comunidade escolar ou como
apenas mais uma obrigação formal?
3. Como apoiar os gestores escolares na elaboração de um projeto
pedagógico que considere as competências gerais, os direitos e objetivos
de aprendizagem e desenvolvimento, as competências específicas
e habilidades do novo currículo da minha rede, bem como as
particularidades do território e da comunidade escolar?
4. Em que medida os projetos pedagógicos das escolas da minha
rede consideram a singularidade das crianças e jovens da comunidade
escolar, ao mesmo tempo em que favorecem o planejamento de práticas
pedagógicas que garantam o desenvolvimento integral de todos os alunos?
5. Quais processos e ferramentas já são apropriados pelos gestores
escolares de minha rede e quais precisam ser desenvolvidos para apoiá-los
na revisão do projeto pedagógico e na construção de seus planos de ação?
A REVISÃO DOS PROJETOS PEDAGÓGICOS
O projeto pedagógico, quando construído de forma participativa, clara
e bem comunicada, tem o potencial de ampliar o senso de pertencimento
e o engajamento de toda a comunidade escolar (gestores, professores, alunos,
pais e/ou responsáveis, conselho escolar, associação de pais e mestres e demais
profissionais da escola) em torno de um projeto comum.
ATENÇÃO
A participação dos professores da escola é fundamental, tendo
em vista que a revisão do PP permite o aprofundamento sobre
a nova proposta curricular da rede e o engajamento com
o p ojeto da escola. No entanto, sugere-se que os gestores
escolares liderem a condução desse processo, principalmente
das etapas que demandam muito tempo, como a redação
do documento ou a organização de consultas. Afinal, os novos
currículos propõem mudanças relevantes para a prática docente
e, ao longo de 2020, é importante que as atividades extraclasse
dos professores sejam, prioritariamente, voltadas para a
reflexão de sua prática, por meio da formação continuada.
5.2
ORIENTAR GESTORES ESCOLARES
PARA O PROCESSO DE REVISÃO
É necessário apoiar ativamente os gestores escolares para que • Disponibilizar sistematicamente orientações e materiais
se preparem para o processo de revisão do PP. (artigos, vídeos) que apoiem os gestores no processo
A seguir, estão exemplos de ações que podem ser realizadas de estudo e reflexão sobre os marcos conceituais e a
pelas Secretarias de Educação, preferencialmente em regime de estrutura do novo currículo.
colaboração entre estado e municípios, para esse apoio: • Compartilhar ou construir com os gestores escolares
formatos possíveis de PP (trazer exemplos) e os aspectos
• Formar as equipes gestoras das escolas da rede de comuns que precisam ser considerados em todas as
acordo com suas principais funções no processo de escolas da rede.
implementação dos novos currículos, principalmente: • Mobilizar e mediar discussões pontuais que viabilizem a
i) ) a evisão dos projetos pedagógicos; e comunicação e o engajamento da comunidade escolar.
• Estabelecer e divulgar os prazos para a entrega da versão
ii) a formação continuada na escola de acordo
com as premissas de qualidade (descritas no capítulo final dos PPs à Secretaria.
4 deste guia).
• Identificar na rede os documentos de referência que
podem apoiar a escola no processo de revisão do PP,
como o novo currículo, o regimento geral da rede,
os objetivos e metas de aprendizagem a partir dos
indicadores educacionais.
5.2.1
PROPOR UMA ESTRUTURA PARA O PP
O PP é um documento central, pois fortalece a identidade da
escola, esclarece sua organização, traz as concepções, os marcos
conceituais, as estratégias de ensino e de avaliação que deverão
nortear a organização do cotidiano, as práticas e documentações
pedagógicas, define objetivos para a aprendizagem dos alunos e,
principalmente, estabelece estratégias e ações para que a escola
consiga atingi-los.
O projeto pedagógico é um documento único e de autonomia
de cada escola e, portanto, pode apresentar diferentes estruturas
e elementos. A seguir, sugerem-se alguns componentes
importantes que as Secretarias podem indicar aos gestores
escolares para apoiá-los no processo de revisão.
Missão, visão e princípios Gerar engajamento em torno de uma visão e objetivos comuns,
fortalecendo a gestão democrática e participativa.
Outros elementos Incluir elementos importantes como a Proposta Curricular da rede e seu
detalhamento na escola (caso não esteja incluída dentro da Fundamentação
Teórica e Prática) e o Regimento Escolar (normas e procedimentos da
instituição).
5.2.2
DEFINIR CRONOGRAMA PARA A REVISÃO DO PP
Deve-se definir um cronograma e orientar os gestores sobre
um fluxo para a revisão dos PPs.
A seguir, sugere-se um fluxo de trabalho para a revisão do PP à luz
dos novos currículos, a fim de orientar a Secretaria de Educação e
os gestores escolares em seu planejamento. Baseado nesse
capítulo do Guia de Implementação, criou-se também um material
mais detalhado e com ferramentas para apoiar os gestores
escolares ao longo das etapas desse processo, o qual pode
ser encontrado em www.bit.ly/guiagestorescolar.
SUGESTÃO DE CRONOGRAMA
Apresentamos aqui uma sugestão de cronograma para
as ações de revisão do PP, conforme descritas nesse capítulo, MÊS
voltadas tanto para redes quanto para escolas no âmbito
da implementação dos novos currículos. 1 2 3 4 5 6
6. Definição das prioridades, metas e ações da escola que vão constar no PP a partir
da análise de dados e do processo realizado.
1
Neste Guia, entende-se por “iniciativas de materiais didáticos” ações das Secretarias de Educação
que disponibilizam para escolas e professores materiais didáticos, como, por exemplo: a adesão a políticas
nacionais (Programa Nacional do Livro e Material Didático ou PNLD), políticas ou iniciativas estaduais e municipais
de produção/compra de materiais didáticos próprios, disponibilização de materiais por programas ou projetos
educacionais da(s) rede(s), como programas para a aceleração da aprendizagem, a formação de professores,
a preparação para avaliações de larga escala etc.
2
Neste Guia, entende-se por “materiais didáticos” obras e recursos que apoiam as atividades de ensino-aprendizagem
do currículo, tais como: obras didáticas e pedagógicas, softwares e jogos educacionais, materiais destinados à gestão
escolar, dicionários, brinquedos (no caso da Educação Infantil), mapas e obras literárias, entre outros.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO
1. Quais são as principais iniciativas de materiais didáticos adotadas pelas
redes estadual e municipais? Isso acontece em regime de colaboração entre
estado e municípios?
2. Os materiais didáticos disponibilizados abordam as principais
competências, habilidades, direitos e objetivos previstos pela BNCC
e pelo novo currículo, de maneira articulada, sequenciada e coerente?
3. Que novas iniciativas ou melhorias nas iniciativas existentes poderão
ser adotadas para atender ao novo currículo? Como as mudanças serão
apresentadas aos gestores escolares e professores?
4. Como as Secretarias apoiarão escolas e professores para
uma melhor escolha e um melhor uso dos materiais didáticos,
considerando o novo currículo?
5. De que forma os materiais disponibilizados de fato apoiam professores
e alunos na implementação do novo currículo em sala de aula?
6.1
DEFINIR GOVERNANÇA
PNLD
• As redes estadual e municipais aderem ao PNLD?
Quais redes aderem e quais não aderem?
• O PNLD é a principal política de materiais didáticos
das redes, ou tem papel complementar?
• Como é o processo de escolha de materiais didáticos
do PNLD nas redes (centralizado pela Secretaria ou direto
pelas escolas)? Existe unidade na escolha de um título
único pelas redes?
• Quais são os principais materiais didáticos do PNLD
adotados pelas redes? Em quais quantidades e em quantas
redes, escolas, professores?
6 MATERIAIS DIDÁTICOS
QUALIDADE FÍSICA
DO MATERIAL
É importante que os materiais didáticos não apresentem falhas nem quaisquer problemas gráficos,
de impressão ou encadernação, que afetem a aprendizagem dos alunos, bem como seu manuseio
por alunos e professores.
QUASE QUASE
NUNCA SEMPRE
NUNCA SEMPRE
FOCO E COERÊNCIA
Aspectos importantes do alinhamento dos materiais ao currículo, que permitem identificar a adequação
do conteúdo e abordagem dos materiais ao ano e à etapa escolar, conforme preconizado no documento
curricular, bem como o desenvolvimento de habilidades e competências ali presentes numa perspectiva
de sequenciamento e progressão.
QUASE QUASE
NUNCA SEMPRE
NUNCA SEMPRE
*No Edital de Convocação nº 44/2018 (CGPLI) publicado no DOU de 25 de maio de 2018 a Secretaria de Educação Básica do MEC apresenta critérios de classificação
das obras aprovadas no Edital do PNLD 2020 conforme alinhamento à BNCC, que podem servir de inspiração. Disponível no link: www.bit.ly/2TqnK3P
6 MATERIAIS DIDÁTICOS
RIGOR
O rigor conceitual e técnico-pedagógico dos materiais é fundamental para que promovam a aprendizagem
dos alunos de forma assertiva e alinhada ao preconizado pelo currículo. Informações atualizadas
e pertinentes também proporcionam um maior engajamento dos alunos em relação ao material.
QUASE QUASE
NUNCA SEMPRE
NUNCA SEMPRE
USABILIDADE
As facilidades e possibilidades de uso dos materiais são passíveis de serem identificadas a partir
das orientações expressas que eles trazem, abordagem e linguagem adequadas aos públicos
aos quais são destinados e pelo suporte e apoio que lhes fornece, tanto para o ensino (professor)
quanto para a aprendizagem (alunos).
QUASE QUASE
NUNCA SEMPRE
NUNCA SEMPRE
6 O material é consumível.
6 MATERIAIS DIDÁTICOS
ATENÇÃO IMPORTANTE
Definição de regras do processo: a escolha será Divulgação do processo de escolha para as escolas e os
6
1 em regime de colaboração, por núcleos regionais professores.
de municípios, por rede?
Outros aspectos Atenção a especificidades do currículo local, Alinhamento ao PP da escola, níveis das turmas
importantes para foco em habilidades com maiores dificuldades e alunos (lembrando que os materiais podem
considerar na de aprendizagem (identificadas em avaliações ser usados por vários anos).
escolha: dos estudantes), definição de componentes
e anos prioritários, abordagem metodológica
dos materiais, escuta dos professores.
6 MATERIAIS DIDÁTICOS
6.4.3
PRODUZIR E DISSEMINAR ORIENTAÇÕES PARA
A ESCOLHA ADEQUADA DAS OBRAS E OUTROS RECURSOS
É essencial qualificar os processos de escolha das iniciativas de
materiais didáticos das redes por meio de ações como:
• Ampla divulgação do currículo e da importância
de que ele oriente a escolha dos professores.
• Publicação ampla dos resultados do levantamento
e análises das obras e outros recursos didáticos
para orientação da escolha.
• Disponibilização de guias, critério e outros instrumentos
de orientação para uma boa escolha de materiais didáticos,
com especial atenção para o alinhamento ao novo currículo
e com base nos resultados do mapeamento (item 6.2).
6 MATERIAIS DIDÁTICOS
6.5
APOIAR E ACOMPANHAR A
6.6
ESTABELECER ESTRATÉGIA DE
DISPONIBILIZAÇÃO ESTRUTURADA APOIO PEDAGÓGICO E FORMAÇÃO
DOS MATERIAIS DIDÁTICOS CONTINUADA PARA O USO
DE MATERIAIS DIDÁTICOS
Cabe à comissão de materiais didáticos acompanhar
e apoiar o planejamento e a operacionalização Além das definições sobre a escolha dos materiais,
da distribuição dos materiais didáticos, por meio é importante que a comissão de materiais didáticos
de ações como: considere e apoie a definição das estratégias de formação
continuada e apoio pedagógico ao professor, para
• Articular equipes estadual e municipais, para que
orientá-lo para o uso e a apropriação do material didático
o planejamento e a disponibilização dos materiais
de forma alinhada ao novo currículo.
didáticos atendam às redes, escolas, professores
e/ou alunos estaduais e municipais, considerando
A formação continuada atrelada ao uso dos materiais
o currículo, o calendário escolar e o regime de
didáticos adotados pelas redes deve estar integrada
colaboração.
à formação continuada para os novos currículos
• Dar visibilidade dos prazos às equipes das Secretarias, (Capítulo 4 deste Guia). Dessa forma, as premissas
escolas e professores. que orientam uma formação continuada de qualidade
devem ser consideradas.
Problemas de disponibilização de materiais didáticos
podem comprometer o planejamento pedagógico
e a qualidade do trabalho realizado pelos professores
nas escolas, mesmo que o processo de escolha LEMBRE-SE DAS PREMISSAS DE QUALIDADE DA
ou o material didático em si sejam de alta qualidade. FORMAÇÃO CONTINUADA (CAPÍTULO 4) >>
6 MATERIAIS DIDÁTICOS
Como forma de apoiar e incentivar os professores Para que esse trabalho seja possível, é muito importante
a adotarem e compartilharem boas práticas de uso que haja, a todo tempo dos processos de implementação
de materiais, para além dos momentos de formação, da formação continuada, do apoio à revisão dos PPs
recomenda-se fortalecer os momentos de planejamento e do alinhamento dos materiais didáticos, clareza sobre
e trabalho pedagógico coletivo no nível das redes e das a relação entre:
escolas. Para isso, a comissão de materiais didáticos pode:
1. o currículo e as formações continuadas de professores;
• Fornecer orientações para os supervisores escolares das 2. entre o currículo e os PPs das escolas;
redes ou para os coordenadores pedagógicos de como 3. entre o currículo e os materiais didáticos adotados
planejar e organizar o uso de materiais didáticos em pela rede.
meio à rotina do professor, de forma alinhada ao novo
currículo, aos PPs, às metas de aprendizagem O currículo dele ser o norte e o eixo de coerência
das escolas, planos de ação e momentos de formação e alinhamento entre todas as demais políticas
continuada na escola. e iniciativas educacionais das redes.
• Apoiar o desenvolvimento de planos de aula
e sequências didáticas, utilizando os materiais didáticos,
para apoiar professores a melhorarem sua prática em sala
de aula e a aprendizagem dos seus alunos.
6 MATERIAIS DIDÁTICOS
• O currículo orienta o uso de materiais: A partir do currículo, indicações sobre quais partes das obras ou outros recursos
avalia-se o que está coberto ou não pelas obras e outros didáticos apoiam o trabalho com tal conteúdo, habilidade
recursos didáticos disponibilizados pelas redes, e se ou competência do currículo.
é necessária a introdução de recursos complementares,
• Formações frequentes de professores atreladas ao uso
por meio de iniciativas próprias das redes, ou de uma escolha
de materiais.
mais direcionada dos materiais do PNLD.
• Planejamento semanal em que professores de uma mesma
• Estrutura de formação continuada da rede e apoio
área se reúnem para pensar e organizar juntos suas aulas nos
pedagógico das escolas articula as principais políticas de
momentos de hora-atividade, utilizando os materiais didáticos.
promoção da aprendizagem de forma coerente: formação
continuada de professores, currículo, construção de • Horário pedagógico coletivo em rede de professores,
materiais didáticos e uso pedagógico dos materiais por componente e por nível:
e dos resultados das avaliações. > Rede faz escolha unificada de obras e recursos didáticos do
• Planos/roteiros de estudo para os anos e etapas das redes PNLD, com escuta e participação de professores na escolha.
que sugerem e discutem com os professores, de forma > Professores constroem juntos materiais complementares
colaborativa: o que deve ser ensinado, quando deve ser para serem usados em sala de aula.
ensinado, como deve ser ensinado, sugestões de atividades,
programas/programas-do-livro/livro-didatico/legislacao>
6 MATERIAIS DIDÁTICOS
> rofessores compartilham seus materiais de estratégias didáticas e metodológicas para ministrar as
referência, como atividades, músicas e outros recursos aulas, considerando o currículo e o uso dos materiais.
com seus colegas.
• Equipe da Secretaria ou parceiro dedicado a construir
> rofessores compartilham aprendizados sobre materiais didáticos de apoio adaptados às necessidades dos
o uso e se ormam em colaboração. professores, sobretudo orientando-os a trabalhar
na chave de competências e habilidades, considerando
• Uma rotina pedagógica e de aula mais organizada e comum
em toda a rede, graças à articulação entre equipes de o currículo e os esultados das avaliações de aprendizagem.
formação, materiais didáticos, gestão escolar e professores, • espaços/plataformas de estudo e de materiais de consulta
que permite que estes últimos consigam dedicar mais tempo ao professor, com curadoria de qualidade e alinhamento feita
em seu trabalho em sala de aula e no desenvolvimento de pela equipe de formação de professores.
6 MATERIAIS DIDÁTICOS
6.7
MONITORAR E MELHORAR
CONTINUAMENTE AS INICIATIVAS
E MATERIAIS DIDÁTICOS
Para garantir a melhoria contínua das políticas,
iniciativas, obras e outros recursos didáticos adotados
pelas redes, é importante que a comissão de materiais didáticos
monitore o cumprimento adequado das
atividades aqui previstas, bem como mantenha canais
de escuta permanente dos gestores e professores sobre
a qualidade e possíveis melhorias das políticas,
iniciativas e materiais.
SUGESTÃO DE CRONOGRAMA
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN/2021
Formação
Adaptação,
PPP da continuada: Acompanhamento
BNCC para (Re)elaboração complementação
Instituição Planejamento do da aprendizagem
Educação do currículo do ou elaboração do
de Educação professor/ e desenvolvimento
Infantil estado/DF currículo
Infantil intencionalidade
municipal
educativa
CAPÍTULO 1
ESPECIFICIDADES
DA BNCC PARA A
EDUCAÇÃO INFANTIL
A parte de Educação Infantil da BNCC define os
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
essenciais das crianças de 0 a 5 anos e 11 meses.
Esse capítulo vai aprofundar o que a BNCC propõe
como concepção de criança, eixos estruturantes
da prática pedagógica, os direitos de aprendizagem
e desenvolvimento, o arranjo curricular por Campos
de Experiências, entre outras especificidades.
1.1
“Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que
vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende,
observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade,
produzindo cultura”. (DCNEI/2010)
1.2
Desenvolvimento
• Conviver
• Brincar
• Participar
• Explorar
• Expressar
• Conhecer-se
SAIBA MAIS
Para conhecer em detalhes o teor de cada
direito de aprendizagem e desenvolvimento,
acesse esta apresentação sobre o
documento “Campos de Experiências:
efetivando direitos de aprendizagem
na educação infantil”.
1.4
CURRÍCULOS ALINHADOS
À BNCC: O PAPEL DOS
MUNICÍPIOS
Em 2018, os estados reelaboraram seus currículos
à luz da BNCC, em regime de colaboração entre
estados e municípios. Esse capítulo apresenta
os caminhos possíveis para que os municípios
se apropriem dos documentos estaduais,
adaptando-os à realidade local, ou ainda para
que elaborem seus próprios currículos, com base
no documento estadual ou na própria BNCC.
2.1
A BNCC determina o que deve ser desenvolvido e o currículo deve ir além e trazer o como,
além de agregar especificidades locais. As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil
definem currículo como “conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes
das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental,
científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral das crianças”
A autonomia das redes municipais é um princípio Essa decisão precisa ser tomada após avaliação coletiva do
fundamental no processo de re(elaboração) dos novos documento curricular estadual. É importante analisar se o
currículos da Educação Infantil. A partir do documento documento, entre outras possibilidades:
curricular do regime de colaboração, os municípios podem
escolher entre: • Atende às necessidades locais (observe vocabulário,
especificidades regionais, elementos socioculturais).
A Adotar o referencial estadual e adaptá-lo • Contempla os desejos e necessidades da Secretaria
à sua realidade local
Municipal de Educação, articulando-se com propostas
b Adotar o referencial estadual e complementá-lo do município para Educação Infantil.
com outros materiais adicionais
• Dialoga com a identidade do município.
C Criar um novo currículo, baseado no referencial
estadual ou na própria BNCC
DICAS
Para isso, é importante: • Ouvir as crianças: o que mais gostam de fazer e o que
gostariam de experimentar? Elas podem contribuir com
• Formar uma equipe para gerenciar o processo de desenhos ou sugestões.
reestruturação curricular.
• Agendar encontros para organizar a escrita e concretizar
• Avaliar o documento curricular estadual e a BNCC o p ocesso.
para Educação Infantil, coletivamente, pensando nos
aspectos a serem evidenciados e escritos. Estruturar
os tópicos do novo documento é essencial.
DICA
curriculares atuais
curricular do estado.
se relacionam
para esse diagnóstico:
• A concepção de criança trazida pela BNCC • Da casa para a creche, da creche para a pré-escola
e da Educação Infantil para o Ensino Fundamental,
• Interações e brincadeiras como eixos estruturantes
as crianças passam por mudanças importantes que
das práticas pedagógicas
envolvem aspectos emocionais, cognitivos, sociais,
• Os direitos de aprendizagem e desenvolvimento entre outros. É preciso prever na construção curricular
• Arranjo por Campos de Experiências, respeitando formas de planejamento conjunto entre os segmentos da
as faixas etárias Educação Infantil e entre a Educação infantil e o Ensino
Fundamental, com sintonia entre os currículos, garantindo
• Intencionalidade educativa em todas as práticas
a continuidade das aprendizagens. A experiência
pedagógicas
educativa da criança precisa ser considerada como o elo
• Documentação pedagógica para acompanhar a para pensar na trajetória escolar integralmente.
progressão das aprendizagens e desenvolvimento
BNCC NA ESCOLA:
A REVISÃO DOS
PROJETOS POLÍTICO
PEDAGÓGICOS
Este capítulo sugere estratégias de apoio a creches
e pré-escolas no que diz respeito à revisão
de seus PPP’s, fundamentais para a concretização,
na unidade escolar, da proposta curricular.
3.1
escolas na revisão
• Organizar um evento de lançamento do currículo.
Educação Infantil
curricular.
• Traz propostas concretas, possíveis de serem • Acessível para toda a comunidade (professores,
realizadas pela equipe da instituição, considerando funcionários, famílias) para ser consultado e colocado
os objetivos que se quer atingir e em qual prazo. em prática, tornando-se o norteador das ações
da instituição.
• Não é necessariamente um documento longo,
contém somente o que é essencial para a
instituição, respeitando as especificidades
da Educação Infantil.
3.3
o p ofessor
Antes de iniciar a produção de novos materiais, vale
avaliar os materiais que a rede já possui. Documentos
orientadores para o planejamento e a avaliação, por
exemplo, podem ser adaptados para contemplar os novos
conceitos trazidos pela BNCC e pelo currículo.
É importante que as secretarias de educação incentivem sua rede a acessar o texto original
da BNCC.
CAPÍTULO 4
FORMAÇÃO CONTINUADA:
COMO PLANEJAR E
O QUE ABORDAR
Este capítulo oferece dicas e orientações para a
criação de um ambiente educacional favorável à
aprendizagem e ao desenvolvimento de bebês e
crianças. O conhecimento de práticas pedagógicas
é fundamental para ajudar gestores municipais
na elaboração de estratégias para ações, como
formação continuada de professores e formação
de equipes de trabalho.
4.1
qualidade
favoreçam a aprendizagem e o desenvolvimento dos bebês
e crianças, os protagonistas de todo o trabalho pedagógico
da Educação Infantil.
• Formação dos professores na rede - o que tem sido • O número de profissionais a serem formados.
discutido e as lacunas a serem preenchidas.
• O oferecimento de modalidade à distância ou
• Escuta dos professores e gestores para identificar interativa, se possível, especialmente para redes com
os principais desafios. grande número de profissionais ou aquelas onde as
distâncias possam se tornar empecilhos.
• Seleção de temáticas, abordando prioritariamente
• Local, carga horária total e quantidade de
aspectos práticos.
encontros previstos.
• Seleção de formadores que possam contribuir • Organização do horário dos professores, de forma
com o fortalecimento da rede. que eles possam participar dos encontros sem afetar
o trabalho desenvolvido nas escolas.
• Planejamento dos encontros, pensando em
metodologias, objetivos e avaliação - boas práticas • Custos da formação (locação de espaço, pagamento
em Educação Infantil. de palestrantes, materiais e recursos utilizados).
2 Cultura escrita
4 Currículo e rotina
Para garantir que a intencionalidade pedagógica esteja • Chamar atenção para os objetivos e a interconexão entre
presente no planejamento dos professores, cabe às os Campos de Experiências, expressos no planejamento e
secretarias de educação, ao longo das formações: no cotidiano.
A polêmica existente sobre alfabetizar ou não na Educação escrita e criem o desejo de fazer parte dessa cultura. Esse é
Infantil é assunto importante para ser abordado nas um trabalho no campo do letramento, que irá potencializar
formações, para que os professores se sintam mais seguros o trabalho futuro, de sistematização de alfabetização, que
para planejar sua prática pedagógica e para orientar os pais. acontecerá no Ensino Fundamental.
Se, por um lado, há muitas expectativas, inclusive por parte
das famílias, de que as crianças se alfabetizem cada vez mais Cabe ao gestor municipal entender esse processo e fomentar
cedo, os estudos, documentos e legislações que orientam o a compra e o acesso a livros de diferentes gêneros, além de
trabalho na Educação Infantil - incluindo a Lei de Diretrizes e promover projetos que envolvam leitura e escrita, discutir essa
Bases da Educação, a DCNEI e a BNCC - não apresentam a temática com os gestores locais e formar professores para
alfabetização como responsabilidade dessa etapa. que entendam o processo e construam possibilidades que
contemplem as crianças.
No entanto, é tarefa da Educação Infantil garantir às
crianças o acesso à cultura escrita e leitora, para que
elas percebam os usos e funções sociais da leitura e da
O contato com livros é essencial para as crianças desde bebês. A leitura ajuda a criar uma relação
positiva com os livros e as histórias. Além do contato com textos prontos, por meio dos livros
infantis, é importante apresentar textos em processo de escrita, como letras das músicas, o
próprio nome da criança, entre outros.
Quando o professor escreve textos curtos para as crianças falarem, ainda que não saibam ler, está
ajudando na compreensão de que aquilo que se diz pode se transformar em palavra escrita. O
contrário também é válido: fornecer às crianças livros para que elas contem suas próprias versões
das histórias mostra a palavra escrita se transformando em fala. Para crianças pequenas, o nome
escrito começa a ganhar significado quando acompanhado de uma imagem. Assim, elas começam
a construir a relação entre o escrito e o falado.
Quando elas são incentivadas a usar lápis, papéis, pincéis e outros materiais, tendem a se sentir
incentivadas a fazer registros de sua criação. À medida que vão se desenvolvendo, entendem que
há símbolos específicos para a escrita e passam a se arriscar a escrever. Por meio dessa escrita
espontânea, experimentam a produção escrita sem medo de errar, usando suas próprias
hipóteses. Por isso, na Educação Infantil não cabem correções nem imposições nem repetições.
O professor só oferece ajuda quando a criança demanda.
3 Campos de Experiências e objetivos
de aprendizagens e desenvolvimento BEBÊS
Partindo do campo Corpo, gestos e movimentos, o professor Partindo do campo Escuta, fala, pensamento e imaginação, o
propõe uma atividade com dança, para que as crianças professor faz uma roda com as crianças para apresentar alguns
conheçam os movimentos que têm condições de fazer. Ele livros e dá a elas oportunidade para escolher qual história
utiliza músicas de ritmos diferentes e traz elementos das será contada. O professor coloca os livros em círculos e as
culturas representadas, como objetos e instrumentos musicais. crianças se posicionam dentro do espaço onde está a história
Com isso, trabalha aspectos dos campos Traços, sons, cores que querem escutar, explorando quantidades e checando
e formas e O Eu, o outro e nós. com seus pares qual livro será lido naquele momento. Isso
dialoga com o campo Espaço, tempos, quantidades, relações e
transformações.
Nas situações descritas, a intencionalidade educativa do professor foi fundamental para promover
diferentes experiências para as crianças.
4 Currículo e rotina
A rotina é que traduzirá em atividades práticas tudo o que A importância da rotina deve ser compreendida a partir de uma
está previsto no currículo alinhado à BNCC para Educação nova construção curricular, significada pelas possibilidades
Infantil. A tradição traz a ideia de que é preciso ter um estruturais de cada município, com discussões que
horário fixo para tudo. No entanto, na Educação Infantil, a contemplem as seguintes questões:
flexibilidade e o respeito às singularidades e aos ritmos
das crianças são fundamentais.
• A ROTINA DA INSTITUIÇÃO NÃO DEVE SE SOBREPOR
Conhecer o cotidiano da instituição faz com que a criança ÀS NECESSIDADES DAS CRIANÇAS
entenda o que vai acontecer com ela e isso lhe traz muita O horário das refeições deve ser condizente com os
segurança. A rotina, no entanto, não deve ser rígida nem momentos em que as crianças sentem fome. No caso das
pensada sob a perspectiva do adulto, mas, sim, construída creches, deve-se evitar fazer a troca de fralda com hora
com a contribuição das crianças. Entre alguns marcos marcada, e sim, quando for necessária - a prática, inclusive
fixos (horário de alimentação, por exemplo), a rotina poderá faz com que a criança aprenda a pedir pela troca e facilite o
incorporar as sugestões das crianças. Construir com elas processo de desfralde.
a programação do dia, utilizando cartazes em sequência,
por exemplo, contribui para a construção das noções de • O GRUPO NÃO PRECISA FAZER TUDO JUNTO SEMPRE
temporalidade (antes e depois) e a compreensão da passagem Valorizar as singularidades é permitir que as crianças
do tempo. O diálogo com as crianças pode acontecer formem pequenos grupos, a partir de seus interesses.
semanalmente, ocasião em que elas participam da definição Enquanto algumas folheiam livros, outras brincam com
de algumas das experiências que serão vivenciadas. massinha, por exemplo. Em outros momentos, como ao
apresentar alguma novidade, as experiências poderão ser
partilhadas no grande grupo. Se houver a hora do sono,
é importante que as crianças que não queiram dormir
possam realizar outras atividades.
*Em espaços muito pequenos, é possível trabalhar com caixas, utilizadas de acordo com o interesse e a necessidade das crianças, que guardem materiais
para cada tipo de atividade. Exemplo: caixa de desenho/pintura, caixa de livros, caixa de bonecos etc.
É fundamental que os objetos que serão explorados, como brinquedos e livros, fiquem em
locais acessíveis. As estantes baixas podem ser muito úteis, pois além de deixar os objetos ao alcance
dos pequenos, permitem que o professor tenha uma ampla visão de todo o espaço.
MATERIAIS UTILIZADOS PELAS CRIANÇAS • Crianças bem pequenas: Quebra-cabeças simples,
É fundamental prever no orçamento anual a compra de bambolês, túneis de pano, tintas, lápis, papéis.
brinquedos, livros e objetos que serão oferecidos às crianças Instrumentos musicais. Fantasias de super heróis e outros
nas instituições de Educação Infantil. Veja abaixo algumas personagens, além de roupas, sapatos, acessórios e
sugestões de materiais indicados para os três grupos de faixa objetos usados no cotidiano, como telefone, teclado de
etária que podem contribuir para a implementação curricular, computador, óculos, conchas e outros, para favorecerem as
considerando os Campos de Experiências. E lembre-se de brincadeiras de faz de conta. Brinquedos que representam
valorizar as culturas locais, trazendo objetos típicos da região. objetos do cotidiano como fogão, panelinhas, carros e legos
Por exemplo, objetos indígenas ou artesanato local, caso faça ou similares para construir. Livros com animais, em pop up,
parte do repertório do município. com som e textura também são importantes.
Dentro do campo Corpo, gestos Partindo do campo Traços, Professor distribui blocos
e movimentos, para as crianças sons, cores e formas com crianças e as crianças brincam de
pequenas, é proposta uma atividade bem pequenas, o professor propõe montar. Ao se aproximar e
com o objetivo de demonstrar controle que elas misturem as tintas para observar, ele pode buscar dialogar
e adequação do uso do corpo em descobrir novas cores. Muito além com a criança para compreender
jogos, contação de história, atividades do resultado da mistura, o professor a sua lógica na brincadeira, fazendo
artísticas e brincadeiras. Em suas pode observar como cada uma lida perguntas como ‘o que você está
observações, o professor pode se com a transformação das cores. construindo?’, ‘por que isso tem
perguntar, entre outras questões: esse formato?’. A observação não
• O que elas associam com as cores?
se restringe a perguntas mais
• A criança já reconhece o próprio • Quais cores foram mais usadas?
diretas como ‘será que essa peça
corpo? Nomeia? • O que a criança pretende fazer
vai encaixar na outra?’ ou ‘que
• Se apropria dos seus movimentos? com a mistura? Deixar que a
cor tem esse bloco?’.
• Já se envolve com as propostas de criança surpreenda e crie novos
movimento? Como isso acontece? tons de cores.
• Demonstra alguma preferência?
Nas formações, as equipes das secretarias de educação • envolvimento - aquilo em que participa ativamente por
podem elencar alguns critérios para auxiliar as observações a vontade própria; como se envolve, o que demanda
serem feitas pelos professores nos relatórios, tais como: maior incentivo por parte dos profissionais.
• gestos e atitudes em situações de conflito, em situações Ao registrar as observações, é possível ter mais clareza
novas, em momentos coletivos, na área externa etc. daquilo que cada criança precisa e, assim, refletir e planejar
• narrativas - como são feitas, quais as principais intervenções para que suas experiências se ampliem, se
temáticas, uso do vocabulário. aprofundem e ganhem um sentido maior.
educação devem abordar essa temática de forma cuidadosa, • De casa para creche (0-3 anos)
valorizando a necessária ação de acolher as crianças e suas
• Da creche para pré-escola (4 anos)
famílias a cada etapa na Educação Infantil, preocupando-se
também com a entrada das crianças no Ensino Fundamental. • Da Pré-escola para o Ensino Fundamental (6 anos)
É preciso garantir a continuidade e alinhar objetivos das duas etapas, considerando sempre a criança
como a protagonista do processo educativo.
Veja algumas sugestões de boas práticas que poderão fazer
parte das formações com as equipes das instituições:
A criança, pela primeira vez, sai do ambiente como simples adaptação a uma situação já existente.
familiar e vai para o ambiente institucional. Acolhimento é uma palavra-chave neste momento.
É fundamental que ela se sinta segura para conseguir É importante que esse processo de inserção seja
construir novos vínculos e, então, possa se desenvolver. gradativo. A criança fica algumas horas na instituição nos
A relação entre afeto e cognição está comprovada primeiros dias, acompanhada dos pais ou responsáveis,
cientificamente. É interessante que a entrada na creche e esse tempo vai aumentando gradativamente até que
seja vista como inserção de novas crianças e famílias, ela se sinta segura e possa permanecer na instituição
num espaço onde já existem algumas regras; não com os professores e funcionários.
DA CRECHE PARA A PRÉ-ESCOLA (4 anos)
Se as duas etapas forem na mesma instituição, os instituição nesta fase, é importante que haja novamente
currículos devem estar em sintonia: o que se pensou para um processo de acolhimento e que a criança e a família
os bebês e crianças bem pequenas deve ser continuado conheçam o local e o ambiente que ela frequentará na
para as crianças pequenas. Se houver mudança de próxima etapa.
Na pré-escola, passa a haver uma pressão maior para que as crianças se alfabetizem. É
importante não perder de vista o que a legislação prevê: a Educação Infantil está comprometida com o
desenvolvimento integral das crianças (LDB/96). Como já vimos no início deste capítulo, na Educação
Infantil, o professor deve proporcionar acesso à cultura escrita, criando situações nas quais as
crianças possam ter contato com materiais impressos e sejam incentivados à escrita espontânea,
sem a obrigação de sistematizar processos de alfabetização.
DA PRÉ-ESCOLA PARA
O ENSINO FUNDAMENTAL (6 anos)
Este é um momento que tende a ser delicado, pois Nesta transição, quase sempre há uma mudança de
se não houver planejamento, pode trazer uma instituição. E os cuidados de levar a criança para conhecer
experiência de ruptura brusca, com mudança de o espaço que ela vai frequentar, o ambiente e, se possível,
instituição, espaço físico, relações e vínculos. os professores, ajudam muito. O diálogo entre as duas
instituições (Pré-escola e Ensino Fundamental)
É importante que os professores do Ensino Fundamental
é fundamental para que não haja rupturas bruscas.
conheçam o currículo da Educação Infantil e a forma
As equipes podem agendar visitas e promover atividades
como as crianças aprendem para criar um ambiente
para que crianças e professores das duas etapas se
acolhedor. Valorizar atividades da rotina da pré-escola,
conheçam e dialoguem.
como uso de massinhas e contação de histórias, pode
ajudar muito. E garantir o direito da criança de brincar
também nesta etapa é fundamental.
REFERÊNCIAS
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-
content/uploads/2018/04/BNCC_19mar2018_versaofinal.pdf. Acesso em 14
maio 2018