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Editado no Brasil, junho de 2020.

Edição e Projeto Gráfico: Robison Poreli Moura Bueno

Todos os direitos reservados à:


ROSÂNGELA DE MORAES ANDRADE
São Paulo, SP.

Contato: contato@comoeducarcommusica.com.br

Educa a criança no caminho em que deve andar; e até


quando envelhecer não se desviará dele – Provérbios
22.6
ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Todas as informações contidas neste guia são provenientes de minhas experiências


pessoais com a aprendizagem da música e sua aplicação na educação infantil ao longo de
vários anos de estudos e prática pedagógica. Embora eu tenha me esforçado ao máximo
para garantir a precisão e a mais alta qualidade dessas informações e todas as técnicas e
métodos aqui ensinados tenham por base evidências científicas, apresentando altos
índices de eficácia para muitas crianças, o conjunto de técnicas e informações, na forma
como aqui se apresenta, não foi cientificamente testado ou comprovado, e eu não me
responsabilizo por erros ou omissões. Sua situação e/ou condição particular pode não se
adequar perfeitamente aos métodos e técnicas ensinados neste guia. Assim, você deverá
utilizar e ajustar as informações deste guia de acordo com sua situação e necessidades.

Todos os nomes de marcas, produtos e serviços mencionados neste guia são propriedades
de seus respectivos donos e são usados somente como referência. Além disso, em
nenhum momento neste guia há a intenção de difamar, desrespeitar, insultar, humilhar ou
menosprezar você leitor ou qualquer outra pessoa, cargo ou instituição. Caso qualquer
escrito seja interpretado dessa maneira, eu gostaria de deixar claro que não houve
intenção nenhuma de minha parte em fazer isso. Caso você acredite que alguma parte
deste guia seja de alguma forma desrespeitosa ou indevida e deva ser removida ou
alterada, pode entrar em contato diretamente comigo através do e-mail
contato@comoeducarcommusica.com.br

DIREITOS AUTORAIS

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reservados. Você não tem permissão para vender este guia nem para copiar/reproduzir o
conteúdo do guia em sites, blogs, jornais ou quaisquer outros veículos de distribuição e
mídia. Qualquer tipo de violação dos direitos autorais estará sujeita a ações legais.
Seja muito bem-vindo e obrigada por fazer o
download deste livro digital. Na sua frente encontra-se
um guia que une o melhor do ensino da pré-
alfabetização com o melhor do ensino da música para
a primeira infância.
Eu digo isso não somente por acreditar no
conteúdo deste guia, mas também por acreditar em
você, acreditar que aplicando as atividades e técnicas
do guia você pode ajudar uma criança a ler suas
primeiras palavras.
INTRODUÇÃO 8
Sobre a Autora 9
Como usar este Guia 16

1 PREPARANDO A JORNADA 17
1.1 O Problema 18
1.2 Pilares da Aprendizagem e Princípios do Ensino da Leitura 22
1.3 Por que a Pré-Alfabetização é tão Importante? 25
1.4 Consciência Fonológica 29
1.5 Música e Habilidades Linguísticas 31

2 ORIENTAÇÃO INFORMAL NÃO-ESTRUTURADA 38


2.1 O que é e como Implementar 39
2.2 Escutar 40
2.3 Ler 45
2.4 Conversar 49
2.5 Cantar 50
2.6 Respostas e Reações da Criança 53

3 ORIENTAÇÃO INFORMAL ESTRUTURADA 56


3.1 O que é e como Implementar 57
3.2 A Estrutura do Jogo-Lição 60
3.3 Consciência da Palavra 67
3.4 Consciência da Sílaba 68
3.5 Consciência da Rima 69
3.6 Consciência Fonêmica 70

CONCLUSÃO 73

BIBLIOGRAFIA 75
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A história por trás das
atividades que vou lhe
ensinar

Meu nome é Rosângela Andrade e eu nasci em São Paulo


em 1979. Sempre estudei em escolas públicas. E para falar a
verdade, minha formação básica foi bem mediana, com
pouquíssimo acesso a livros. O que me salvou foi a música! Minha
infância foi muito musical. E minha mãe, que foi regente de coro
de igreja, fez questão que eu tivesse um curso completo de piano. E
isso definiu a minha vida. Mais tarde, fiz um curso superior de
música e conheci meu marido, o Robison, na universidade.

Como professora, já dei aulas de música e artes desde a


educação infantil até o ensino técnico, em escolas públicas e
privadas. Participei também de projetos sociais, ministrei oficinas
de formação de professores, toquei em igrejas, regi e acompanhei
corais. Mas meu sonho era ser mãe. E após três gestações
frustradas e um bocado de angústia, o nosso querido Heitor veio
ao mundo.

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Com a família formada e a vida profissional engatada, meu
marido e eu resolvemos nos aperfeiçoar nos Estados Unidos.
Fomos fazer um curso intensivo na New York State University, na
cidade de Buffalo. Lá tivemos aulas com grandes professores como
a Dra. Beth Bolton. Também conhecemos a Dra. Maria Runfola,
cuja pesquisa seria fundamental para este guia. Elas foram
discípulas de Edwin Gordon, criador da Music Learning Theory, uma
abordagem de educação musical baseada em sólidas evidências
científicas.

No entanto, de volta ao Brasil, meu mundo desabou...

Fui diagnosticada com carcinoma de células claras, um


dos piores tipos de câncer de ovário. Foi um período terrível.
Consultas. Inúmeros exames! Hospitais. E duas grandes cirurgias,
que tiraram o tumor e me roubaram a capacidade de ser mãe
novamente. Como foi encontrada uma metástase, a minha
perspectiva de vida era de, no máximo, 5 anos. O que seria da
minha família e do pequeno Heitor agora?

Mas Deus estava trabalhando com a minha vida! Com


muitas pessoas orando por mim, recebi um texto bíblico que
mudaria minha vida. Isaías 38.16: “Senhor, [...] cura-me e faze-me viver”.

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Então, eu estava na consulta médica mais tensa da minha
vida. Com todos os exames em mãos, meu oncologista verificava se
havia outras metástases. Ali também eu deveria ser encaminhada
para a quimioterapia. Ele lia e folheava os exames. Silêncio entre
nós dois. De repente, ele sorriu e, um tanto constrangido, disse:
– Tenho uma boa notícia pra você. Todas as outras partes
do seu abdômen estão limpas. O exame daquele nódulo “maligno”
foi refeito. E ele é benigno!

Meu médico até me deu a opção de não fazer a


quimioterapia, que teria apenas um papel preventivo. Fiquei tão
feliz que, pela fé, resolvi não fazer. Tive de assinar um papel
assumindo os riscos. Mas sim! Deus havia feito um milagre em
minha vida! Eu sentia que havia nascido de novo. É claro que
tenho várias sequelas dessa experiência e regularmente faço uma
bateria de exames. Às vezes, me dá um medo enorme do câncer
voltar. E eu me acalmo lembrando daquelas palavras: “Senhor, [...]
cura-me e faze-me viver”.

Depois dessa turbulência, voltamos aos Estados Unidos e


continuamos o treinamento em Music Learning Theory. Dessa vez, na
University of South Carolina, onde conhecemos uma das grandes
autoridades em música na primeira infância, a Dra. Wendy Valerio.

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Lá, pude estagiar na creche-modelo da Universidade e até ensinar
algumas canções folclóricas brasileiras para as crianças americanas.

Porém, outra luta nos aguardava...

Começamos a perceber que o Heitor não atingia os marcos


do desenvolvimento para a idade em que estava. Ele estava
demorando muito a falar, não interagia com as outras crianças e
começava a apresentar algumas estereotipias. Outra odisseia se
iniciou. Neurologistas. Psicólogos. Fonoaudiólogos. Opiniões
divergentes. Muitos exames. O fantasma do autismo rondava!

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Em seguida, os médicos levantaram a hipótese de otite
média secretora, um acúmulo de líquido por trás dos tímpanos. A
hipótese foi confirmada: ele escutava tudo abafado! E o Heitor fez
a cirurgia para a drenagem do líquido.

Após a cirurgia, os meses foram se passando e não


sentíamos a diferença. A angústia foi crescendo e novamente
buscamos mais médicos. Outros médicos, mais opiniões
divergentes! Até que um psiquiatra, após detalhado exame atestou:
o Heitor tinha autismo, entre moderado e leve. Imediatamente
iniciamos um série de terapias. Após 6 meses de terapia, para falar a
verdade, víamos pouca diferença.

Nesse meio-tempo, meu marido foi convidado a trabalhar


no Ministério da Educação e nos mudamos para Brasília. Lá, eu
acabei ficando bastante tempo em casa e me dediquei ao meu filho.
Comecei a aplicar no Heitor tudo que havia estudado sobre música
na primeira infância. Nessa odisseia médica, esquecemos que
poderíamos ajudar com o que sabíamos. Também tive o auxílio da
Débora Oliveira de Carvalho, uma fonoaudióloga com letra
maiúscula! Ela nos incentivava a filmar as intervenções e aplicar
tudo em casa novamente. E foi assim que eu fui misturando a
prática musical com os exercícios fonoarticulatórios.

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O fato é que o Heitor começou a realmente melhorar. Ele
começou a falar melhor e a se socializar. As estereotipias sumiram.
Voltamos a morar em São Paulo e, no início de 2020, um dos
maiores especialistas em autismo no Brasil, o Dr. José Salomão
Schwartzman, declarou que o Heitor não se encaixa mais no
espectro autista! Contamos ao Dr. Salomão de todas as nossas
práticas e ele afirmou que isso foi fundamental para melhora do
nosso filho.

É por causa de tudo isso que criei o Como Educar com


Música. No Instagram e no Youtube eu compartilho com mães,
pais, professores e outros educadores, explicações teóricas,
informações cientificamente validadas e, sobretudo, atividades
práticas. Meu objetivo é ajuda-los a trabalhar com suas crianças na
superação das dificuldades de aprendizagem, facilitando a aquisição
das habilidades intelectuais fundamentais da primeira infância.

E eu quero que essa missão chegue ao maior número de


pessoas possível. Por isso, compartilho com você, neste livro, a
base essencial dessa minha metodologia e faço o seguinte apelo:

NÃO DESISTAM DE SEUS FILHOS. ARREGASSEM AS


MANGAS E LUTEM POR ELES!

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PARA IR ALÉM

Eu fiz o possível para resumir a minha história aqui.


Mas se você quiser saber de mais detalhes, assista a estes
vídeos:

Você também pode me acompanhar nas redes sociais:

@ comoeducarcommusica Youtube

E participar da minha comunidade Vip no Telegram:

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Antes de mais nada, quero explicar que este é um guia do
tipo “mão na massa”. Ele não usa linguagem acadêmica e nem
citações de vários autores. Seu objetivo é proporcionar exemplos de
atividades práticas para que qualquer pessoa comece a contribuir
com a educação de uma criança. Além desta introdução, o guia tem
mais três capítulos, conclusão e bibliografia.

O primeiro capítulo é o mais conceitual. Nele, eu explico de


forma bem objetiva os conceitos essenciais que fundamentam as
práticas do guia. Eu aconselho que você não pule esse primeiro
capítulo. Vai fazer muita diferença!

No segundo e terceiro capítulos, você colocará a “mão na


massa” de fato! Eles trazem links para vídeos exclusivos, onde eu
demonstro cada atividade. Não pule nada! Faça tudo
sequencialmente. Se você tiver alguma dúvida ou dificuldade, entre
em contato comigo pelo e-mail
contato@comoeducarcommusica.com.br, que eu terei o maior
prazer em ajudá-lo!

MÃOS À OBRA!
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1.1 O PROBLEMA

“O ensino e a alfabetização no Brasil são um desastre”. Essa


frase foi dita por um importante membro do governo federal e
estampou as manchetes dos jornais em 2019. Pouco importa quem
disse isso. O fato é que a frase é tragicamente verdadeira!

Segundo os resultados da Avaliação Nacional da


Alfabetização, de 2016, de todos os alunos que concluíram o
terceiro ano do ensino fundamental, 54,73% tiveram níveis
insuficientes em leitura. Desses, 450 mil alunos foram incapazes de
localizar informações em textos simples de até cinco linhas.
Também foram incapazes de identificar a finalidade de textos como
convites, cartazes, receitas e bilhetes. Grave, não?!

Mas ainda é pior. Segundo os resultados do PISA, teste


internacional que avalia estudantes entre 15 e 16 anos, mais de 50%
ficaram abaixo do nível básico de leitura, sem contar ciências e
matemática, cujos resultados são muito piores!

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Mas você pode estar pensando agora: “Isso não acontece
com o meu filho. Ele está numa escola particular. Tem muitas
atividades. A escola tem horta e espaço maker. A professora lê com
ele...”. Será que o é que feito em uma escola particular é o
suficiente?

É claro que, em média, as escolas particulares têm melhores


resultados. Mas isso não significa que esses resultados sejam
realmente bons. Segundo os dados do PISA, os alunos brasileiros
de escolas particulares são piores do que os alunos medianos
dos países desenvolvidos. O desempenho dos alunos mais ricos
do Brasil não chega ao patamar de desempenho dos alunos mais
pobres de países como Vietnã e Estônia.

O que esses dados indicam? Indicam que o insucesso


escolar brasileiro começa com o insucesso em leitura e escrita. É
uma espécie de efeito dominó. Sem o pleno domínio da leitura e
da escrita, toda a aprendizagem posterior está comprometida. E se
nada for feito, um aluno atrasado estará cada vez mais atrasado! Ele
tem dificuldade de leitura, então começa a não gostar de ler. Não
gostando de ler, ele lê cada vez menos, e cada vez mais a sua
dificuldade aumenta!

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alfabetização
malfeita

Image by Peggy und Marco Lachmann-Anke from Pixabay

Alfabetização malfeita é algo tão grave que crianças mal


alfabetizadas podem ser confundidas com crianças com distúrbios.
Sim, é isso mesmo! Disfunções neurológicas, dislexia e TDAH
podem ser apenas casos de alfabetização malfeita. É o que afirma a
Dra. Ana Luiza Navas, fonoaudióloga e professora da Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, em entrevista ao
Jornal Gazeta do Povo de 25-08-2019.:

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E quais são as causas dessa alfabetização malfeita? Quais são
as razões desse desastre?

Ao meu ver, são:


1. Desrespeito às condições neurobiológicas da
aprendizagem;
2. Falta de preparo adequado na primeira infância;
3. Desconhecimento e falta do ensino explícito do princípio
alfabético, ou seja, da correspondência entre sons e letras.

Agora, posso imaginar você olhando para mim e dizendo:


– Ok, já fiquei bastante preocupado. Mas como resolver
esse problema e como posso ajudar meu filho a escapar disso?

É o que eu vou mostrar em seguida, apresentado a


você os pilares da aprendizagem eficaz e os princípios
fundamentais do ensino da leitura.

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1.2 PILARES DA APRENDIZAGEM E
PRINCÍPIOS DO ENSINO DA LEITURA

Stanislas Dehaene é um destacado matemático e


neurocientista francês. Seus estudos têm mostrado como a leitura
modifica o cérebro humano e aumenta sua capacidade de
memorizar informações. Segundo ele, existem quatro pilares para
a aprendizagem eficaz.

1. Atenção. Esta é a primeira condição para uma aprendizagem


bem-sucedida. Se alguém quer ensinar uma criança, primeiro
deve aprender a chamar a sua atenção. Sem atenção, não há
aprendizagem!
2. Engajamento ativo. Um organismo passivo não aprende. É
necessário experimentar para aprender. Mas sem cair no mito
da pedagogia da descoberta, na qual a criança é exposta ao
conhecimento e se educa sozinha. Ao contrário, é necessário
unir compromisso, prazer e autonomia com ensino explícito
sobre um material estimulante.
3. Erro produtivo e bom feedback. Os erros podem ser
benéficos, desde que se compreenda o que os causou. Isso
ainda é melhor por meio de uma devolução amável, que
detecte, explique e corrija o erro.

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4. Consolidação. Para aprender a contar, a ler ou qualquer
outra coisa, o cérebro deve repetir os mecanismos muitas
vezes, até dominar. E o sono é muito importante nesse
processo.

Dos pilares da aprendizagem, Dehaene deriva sete


princípios que devem ser seguidos para se obter sucesso no ensino
da leitura e da escrita.

1. Ensino explícito do código alfabético. A


correspondência entre sons e letras não é óbvia para a
criança. Tudo deve ser ensinado explicitamente, ponto
por ponto.
2. Progressão racional. Deve haver uma ordem lógica na
aprendizagem. Por exemplo, do mais simples para o
mais complexo. Do regular para o irregular. Do mais
frequente para o infrequente. E assim por diante.
3. Aprendizagem ativa, que associa leitura e escrita.
São eficientes as atividades de leitura e composição de
palavras à mão, diariamente.
4. Transferência do explícito ao implícito. O treino
diário leva a uma leitura fluida e automática, liberando o
cérebro para refletir sobre o sentido do texto.

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5. Escolha racional de exemplos e exercícios. Escolher
palavras com fonemas e grafemas já ensinados. Não
apresentar palavras com erros ou mal escritas. Fazer
diferença entre o nome da letra e o seu som. Ter
variedade de exemplos e exercícios.
6. Compromisso ativo, atenção e prazer. Esses três
fatores determinam a velocidade da aprendizagem.
7. Adaptação ao nível da criança. É necessário identificar
regularmente em que nível a criança está, a fim de melhor
escolher os exercícios que a fazem progredir.

Esses pilares e princípios devem ser aplicados para que


as condições neurobiológicas sejam respeitadas. Mas o
ensino da leitura e escrita começa bem antes do ensino
formal da alfabetização. É o que veremos em seguida.

Stanislas Dehaene, 2014.


Fonte: Per Henning/NTNU -
https://bit.ly/2TTUFNI

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1.3 POR QUE A PRÉ-ALFABETIZAÇÃO É TÃO
IMPORTANTE?

A educação na primeira infância tem consequências para


toda a vida. É nesse momento que as conexões sinápticas estão no
auge. Por isso, é fundamental que as crianças coloquem em prática
atividades linguísticas e cognitivas, que são chamadas de pré-
alfabetização. Essas atividades trazem muitos benefícios para as
crianças:
a) Preparando-as para os estudos formais;
b) Ajudando-as a se tornarem melhores leitores;
c) Aumentando o desenvolvimento do cérebro;
d) Despertando a criatividade e a imaginação;
e) Aumentando a autoconfiança.

Há três estágios pelos quais as crianças passam até os cinco


anos de idade: pré-falantes, falantes e pré-leitores. Nos quadros
seguintes, eu apresento uma séries de tarefas, por estágio, que
normalmente as crianças já têm a possibilidade de fazer.

Nem todas as crianças conseguem, sem esforço, realizar


todas estas tarefas. Não fique preocupado se o seu filho não faz
alguma dessas atividades. Mas fique alerta se ele não faz nenhuma.

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O QUE SEU FILHO PODE APRENDER ENTRE O
NASCIMENTO E 1 ANO E 11 MESES

Image by ParentiPacek from Pixabay


Pré-falantes 0 – 1a11m
0 – 6m 6m – 12m 12m – 23m
• Seu filho ouvirá • Seu filho começará a • Seu filho pode
quando você estiver entender que as figuras segurar um livro da
lendo livros de uma representam objetos; maneira certa,
maneira lúdica e porque ele entende
divertida; • Eles começarão a ter as figuras;
imagens, páginas ou • Eles podem imitar a
• Eles podem balbuciar histórias favoritas; leitura ao virar as
enquanto você está páginas de um
lendo; • Aos dez meses eles vão livro;
gostar que leiam para • Quando eles têm
• Entre quatro a seis eles e seguirão as dois anos, podem
meses, eles figuras; nomear imagens
começarão a se que viram muitas
interessar mais por • Com um ano, eles vezes e podem
livros; pegando-os, podem começar a virar responder a
comendo-os, as páginas, apontar perguntas simples
agarrando-os. para figuras e repetir sobre as figuras;
sons. • Se você leu a
mesma história
várias vezes, seu
filho pode
antecipar o que
acontece a seguir e
até dizer palavras
ou frases do livro.

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O QUE SEU FILHO PODE APRENDER ENTRE
2 ANOS E 3 ANOS E 11 MESES

Photo by Andrea Piacquadio from Pexels


Falantes 2a – 3a11m
2a – 2a11m 3a – 3a11m
• Seu filho pode prestar atenção • Pode responder perguntas sobre
quando uma história é lida para ele; fotos;

• Ele podem reconhecer livros pela • Pode falar frases completas ao ler um
capa e pode escolher um livro e livro que gostou muito;
brinquedos para brincar;
• Pode virar páginas de livros (talvez
• Ele podem apontar para coisas que com um pouco de ajuda);
deseja saber o nome;
• Pode fazer perguntas simples sobre a
• Ele podem perguntar "O que é isso?" história;
e "O que ele / ela está fazendo?“
• Pode pedir sua história favorita;
• Ele pode responder perguntas
simples que você faz sobre a • Pode contar uma história familiar;
história;
• Pode usar imagens para contar uma
• Seu filho começará a reconhecer história;
alguns sinais e símbolos que vê com
frequência, como sinais de trânsito e • Pode explicar vagamente algo que
embalagens de alimentos. aconteceu com alguém que não
estava lá;

• Pode entender quem é o autor de um


livro

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O QUE SEU FILHO PODE APRENDER ENTRE
4 ANOS E 5 ANOS E 11 MESES

Photo by Andrea Piacquadio from Pexels


Pré-leitores 4a – 5a11m

• Pode perguntar o porquê das coisas que acontecem e dos personagens de uma
história (às vezes mais de uma vez!);

• Pode entender histórias mais complexas;

• Pode começar a adivinhar o final dos livros com os quais não está familiarizado;

• Pode falar sobre por que os personagens fazem coisas;

• Pode explicar o que as palavras significam;

• Pode contar histórias inventadas e recontar histórias de livros, lembrando a


sequência de eventos;

• Pode fingir ler livros fáceis;

• Pode começar a explicar o que eles querem dizer com algo que eles disseram.

Agora que você já conhece cada fase, eu vou lhe


apresentar a habilidade que melhor prepara a criança para a
leitura: a CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA. Também vou
lhe explicar como a música pode não só ajudar a desenvolvê-
la, mas potencializá-la!

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1.4 A CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA

Consciência fonológica é a compreensão da estrutura sonora


da nossa língua. Antes de associar sons às letras, as crianças
precisam perceber que aqueles sons são os sons da fala. E mais do
que perceber, elas precisam manipular esses sons da língua falada.

É consenso entre os pesquisadores que a consciência


fonológica é importante para aquisição da leitura. As pesquisas
também indicam que a maioria das crianças com atraso em leitura,
dislexia ou distúrbio de aprendizagem tem alterações nessa
habilidade.

Assim como o princípio alfabético, a consciência fonológica


precisa ser ensinada. Esse ensino deve ser sequencial. E essa
sequência deve obedecer tanto uma ordem lógica, do mais simples
ao mais complexo, quanto respeitar o amadurecimento biológico da
criança.

Por isso, devemos começar com as maiores unidades e,


gradualmente, chegar até as menores unidades. Aqui, vamos
simplificar em quatro níveis. Observe o esquema seguinte.

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Fonema
Início e final
das palavras
Sílaba (ataques, Mais complexo
Palavra rimas)

Mais simples

Também existem tarefas cognitivas a serem cumpridas em


cada nível de consciência fonológica: identificação, segmentação,
síntese, análise, reversão e inversão. Complicou, né? Tenha calma.
Nos capítulos seguintes, esses níveis e tarefas já estarão embutidos
nas atividades.

Agora, pense comigo. Se a consciência fonológica é a


manipulação dos sons da fala e a música é a manipulação de
sons, por que não unir as duas coisas?! É o que explico a
seguir.

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1.5 MÚSICA E HABILIDADES LINGUÍSTICAS

O Efeito Acalanto

Você sabia que os pais e mães da atualidade estão deixando


de cantar para seus filhos? E que isso pode estar provocado um
aumento nos casos de atraso de fala e transtornos emocionais? É o
que revelou uma pesquisa que aconteceu no Great Ormond Street
Hospital, de Londres.

Lá, os pesquisadores também cantaram músicas para um


grupo de crianças menores de três anos, algumas esperando por
transplantes de coração, e monitoraram seus batimentos cardíacos
e percepção da dor. As crianças doentes no hospital tiveram
batimentos cardíacos mais baixos, menos ansiedade e percepção
reduzida da dor. Tudo isso após escutarem canções de ninar.

Segundo a Dra. Anita Collins, educadora neuro-musical


australiana, as canções de ninar podem ajudar as crianças a criar
vias neurais para se acalmar e restaurar a sensação de bem-estar. A
Dra. Collins chamou isso de lullaby effect, que traduzimos aqui por
efeito acalanto.

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Treino Musical e Consciência Fonológica

Além dos efeitos emocionais, existem fortes evidências das


relações entre o treino musical e as habilidades precursoras da
leitura. Existem hipóteses de sobreposição de estruturas cerebrais
no processamento da música e da fala. Outra explicação é o
aumento da percepção dos parâmetros auditivos, impactando a
percepção de mínimos detalhes da fala. Veja a tabela abaixo.

Treino Musical Precursores da Leitura


Aumento da percepção auditiva Aumento dos níveis de
consciência fonológica
Melhora na memória de trabalho Aumento dos níveis de
compreensão e do vocabulário
Aumento da precisão da Melhora na fixação das relações
representação de eventos entre grafemas e fonemas
acústicos

Na Alemanha, a Dra. Franziska Degé tem conduzido vários


estudos experimentais que têm confirmado as associações entre as
habilidades musicais e a consciência fonológica em seus vários
níveis. No Canadá, testes realizados pela equipe do Dr. Jonathan
Bolduc demonstraram que essas atividades, por envolverem
operações mentais complexas, levam as crianças a identificar,
comparar, distinguir e reproduzir várias unidades de som. Veja a
próxima tabela.

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Elementos Atividades Consciência
de percepção Musicais Fonológica
musical (níveis)
-Percepção de alturas -canto de canções Palavras, sílabas,
-Percepção rítmica rimas
-execução rítmica

-Percepção de Canto de canções e Fonemas


durações de tons produção rítmica em
-Percepção de padrões um programa
melódicos e rítmicos estruturado e
sequencial

Um outro estudo, realizado por integrantes da Escola


Médica da Universidade de Harvard, encontrou correlações entre a
audiação e a consciência fonológica. As crianças que receberam
treino musical focado na audiação obtiveram maiores índices de
consciência fonológica do que aquelas que só fizeram exercícios
típicos de consciência fonológica.

Isso confirma um estudo anterior da esquipe da Dra. Maria


Runfola, da University at Buffalo. Nessa experiência, as crianças que
fizeram diariamente atividades sequenciadas com padrões rítmicos
e melódicos, exploração vocal e movimento criativo tiveram uma
significativa melhora em análise fonêmica e discriminação de
palavras. A intervenção foi especialmente efetiva para as
crianças que apresentavam baixas habilidades linguísticas.

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Audiação

Sim, você leu direito. O termo é audi-a-ção, com um “a” a


mais do que audição. Essa palavra vem do inglês, audiation, e foi
criada pelo pesquisador e educador musical Edwin Gordon (1927-
2015). De forma simples, audiação é a habilidade de escutar e
compreender a música em nossas mentes. Mesmo que o som
não esteja fisicamente presente.

Gordon observou semelhanças entre a aprendizagem da


linguagem e a aprendizagem de música. Quando as crianças
nascem, elas já ouviram os sons da linguagem no útero. Depois elas
passam os primeiros meses após o nascimento ouvindo os adultos
“improvisando” nas interações do dia-a-dia. E o mesmo ocorre
com a música, pois as crianças são expostas à música de sua
cultura. Então Gordon formulou esta frase fundamental:

34
E como podemos orientar uma criança no desenvolvimento
da audiação? A resposta mais ampla é expor as crianças desde a
tenra idade a uma grande variedade de música, ajudando-as a
construir seu vocabulário de escuta.

Essa construção deve obedecer uma sequência lógica de


vocabulários progressivos. A notação musical e a teorização são os
últimos a serem ensinados, conforme a pirâmide abaixo:

Também há uma sequência de padrões melódicos e rítmicos,


que devem ser ensinados explicitamente.

35
Ufa! Se você chegou até aqui, então está mais que preparado
para começar a aplicar os exercícios e atividades que virão em
seguida. Antes, vamos fazer uma recapitulação em 5 pontos:

1. A má aprendizagem da leitura e da escrita é um grave


problema brasileiro que condena ao fracasso o
desenvolvimento intelectual de um indivíduo;

2. Existem 4 pilares da aprendizagem e 7 princípios do ensino


da leitura e escrita que deveriam ser respeitados para o
sucesso da aprendizagem;

3. Na primeira infância, a pré-alfabetização prepara o cérebro


da criança para a leitura e a escrita, especialmente se o
ensino for focado no desenvolvimento da consciência
fonológica;

4. O treino musical pode potencializar e facilitar o


desenvolvimento da consciência fonológica;

5. A consciência fonológica se correlaciona com a audiação, a


habilidade de compreender a música em nossas mentes.

36
PARA IR ALÉM

Se você quiser saber de mais detalhes, assista a estes


vídeos:

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2.1 O QUE É E COMO IMPLEMENTAR

Seguindo a terminologia de Edwin Gordon, eu vou dividir


a nossa jornada em duas partes. A primeira chama-se orientação
informal não-estruturada e, a segunda, orientação informal
estruturada. Até os 2 anos e 11 meses, a orientação deve ser não-
estruturada, isto é, pais e/ou professores colocam a criança em
contato com a cultura, naturalmente, sem planejamento específico.
Recomendo que as atividades sejam espalhadas na rotina normal e
biológica da criança, sempre em forma de brincadeira, como no
exemplo abaixo.

Acordar
Café da manhã
Vestir-se
Leitura em voz alta
Lanche da manhã
Pintar, desenhar, cantar
Ouvir música e dançar com a música
Almoço
Hora da soneca
Lanche da tarde
Brincar livremente
Jantar
Tomar banho / escovar os dentes
Hora da história
Canções de ninar
Orações
Hora de dormir

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Ao tomar contato com a cultura falada e musical, a criança
começará a balbuciar. A orientação informal não-estruturada
ajudará a criança a superar o balbucio linguístico e musical,
desenvolvendo a oralidade e a voz cantada. As atividades devem ser
lúdicas, é claro, porém devem ser ativamente observadas e dirigidas
pelos pais e/ou professores.

Esta primeira parte de atividades está divididas em 4 ações:


ESCUTAR, LER, CONVERSAR, CANTAR.

2.2 ESCUTAR

Não custa repetir aqui a frase de E. Gordon: “toda a


aprendizagem começa pelo ouvido e não pelos olhos”. A escuta é o
primeiro passo para a aculturação, linguística e musical.

A criança precisa aprender a escutar e identificar os sons do


ambiente que a cerca. Identificar sons da natureza. Identificar sons
da cidade. A criança precisa escutar as vozes dos seus pais,
conversando com ela, conversando entre si. Isso deve ocorrer de
forma real, presencial, olhos nos olhos! Ela não vai aprender a falar
e se comunicar escutando gravações de conversas, usando
aplicativos, celulares e tablets.

40
• Nascimento – 1 ano e 11 meses

Atividade 1 – Sons do corpo do bebê


Gentilmente, dê toquinhos nas várias partes do corpo do
bebê. Na barriguinha, nos bracinhos, nas costas, nas perninhas, nas
mãos, etc. Mostre a ele como cada parte do corpo tem um som
diferente.

Atividade 2 – Sons da cozinha


Quando o bebê estiver em sua cadeira para comer,
demonstre os vários sons da cozinha. Bata colheres de metal,
colheres de madeira, garfos, pratos, etc. Para cada objeto, diga o
nome de forma bem declarada. Exemplo: Após bater duas
colheres, olhe nos olhos do bebê e diga: “colher, co – lher”.

Atividade 3 – Sons da natureza


Leve o bebê a um sítio ou parque. Procure um lugar
silencioso, sem música ou qualquer aparelho eletrônico. Escute
com ele o som dos pássaros, grilos, o vento entre as folhas e
qualquer som que ocorra. Chame a atenção dele para os
acontecimentos: “Escute filho, é o passarinho”. “Escute, é um
grilo”. “Escute, é o som da água do rio”. E assim por diante.

41
Atividade 4 – Escuta de música instrumental com a criança
no colo

• A música deve ser instrumental, ou seja, sem voz, sem palavras.


• Utilize gravações de boa qualidade e meios de reprodução de
qualidade. Celulares não reproduzem bem música, “achatando”
várias frequências. Mas utilize aquilo que você pode e tem!
• Utilize peças musicais até 3 minutos.
• Não chacoalhe a criança! Não faça movimentos bruscos!
• Com a criança no colo, faça movimentos de acordo com a
música. Se uma mesma melodia ou ritmo se repete, procure
repetir o mesmo movimento feito na primeira vez:
1. Vá de um lado para o outro da sala;
2. Caminhe em círculos;
3. Caminhe em círculos mudando a direção;
4. Caminhe 4 passos para frete e, depois, 4 passos para trás.
• Três sugestões de música:

42
• 2 anos – 2 anos e 11 meses

Atividade 5 – Batendo palmas para encontrar (inspirado em


M. Schaffer)
Coloque uma venda nos olhos da criança. Fique em algum
lugar e bata palmas. A criança deve chegar até você guiada pelas
palmas.

Atividade 6 – Escuto com minha orelhinha ( inspirado em M.


Schaffer)
Vende a criança. Faça sons com diversos objetos. A criança
deve responder: “Escuto com minha orelhinha.........” e identificar o
objeto.

Atividade 7 – Jogo do nome ( inspirado em M. Schaffer)


Diga o seu nome para a criança. Agora diga o seu nome de
muitas maneiras diferentes. Alongando o som, tremelicando a voz,
gaguejando... A criança deve tentar imitar da mesma maneira que
você disse.

43
Atividade 8 – Escuta de música instrumental com crianças
que andam

• A música deve ser instrumental, ou seja, sem voz, sem palavras.


• A criança primeiro observa e depois imita.
• Utilize peças musicais até 3 minutos.
• De pé, com a criança também em pé, faça os seguintes
movimentos:
1. Balance os braços para trás e para frente;
2. Balance os braços enquanto mexe a cintura;
3. Bata palminhas nas pernas junto com o pulso da música;
4. Movimente as mãos levantadas no ar.
• Sentado no chão, junto com criança:
1. Marque o pulso da música batendo no chão;
2. Balance de um lado para o outro;
3. Sobre os pés, faça movimentos para cima e para baixo;
4. Com as mãos e os joelhos no chão, balance para frente e para
trás;
• Deixe a criança criar seus próprios movimentos para a música.
Imite os movimentos dela. Ela vai gostar muito de ver isso!!

• Três sugestões de música:

44
2.3 LER

Leitura em Voz Alta

As experiências das crianças com os livros ajudam a


construir a base para o desenvolvimento da alfabetização. Na
primeira infância é primordial que os pais e/ou professores leiam
em voz alta para as crianças. Isso ajuda as crianças a desenvolver
interesse e atitudes positivas em relação à leitura.

As pesquisas têm demonstrado que a atividade mais


importante para a construção do conhecimento e das habilidades
necessárias para a leitura é a leitura em voz alta. Ler em voz alta
para as crianças promove suas habilidades auditivas e as expõe à
estrutura sonora e gramática do idioma. Elas aprendem palavras
além daquelas que ouvem em suas conversas diárias com outras
pessoas. Elas também aprendem sobre as letras e os sons das letras,
aprimorando o conhecimento do alfabeto, o que é importante para
aprender a ler.

Seguem algumas instruções de como ler em voz alta para


seu filho ou aluno:

45
• Conheça a história antes de ler em voz alta;

• Sente-se em uma posição que permita o contato visual


com a criança;

• Se houver mais de uma criança, as crianças devem ficar em


um semicírculo para que todas vejam as figuras do livro;

• Segure o livro de forma que o texto e as figuras fiquem


voltados para a criança;

• Use expressões faciais, contraste de volume e vozes


diferentes para diferentes personagens. Assista ao vídeo abaixo:

Caso o livro possua uma frase ou verso que se repita, você


pode acrescentar uma melodia toda vez que acontecer a repetição.
Assista ao vídeo abaixo:

46
20 Livros para ler para uma criança até 2 anos e 11
meses

A CASA DOS BEIJINHOS ANA, GUTO E O


Autor/Ilustradora: Claudia GATO DANÇARINO
Bielinsky Autor/Ilustrador: Stephen
Editora: Companhia das Michael King
Letrinhas Editora: Brinque-book
Gênero: Conto Gênero: Conto

ANIMAIS SELVAGENS A GIRAFA QUE


Editora: Leitura COCORICAVA
Gênero: Texto Informativo Autora: Keith Faulkner
Ilustrações: Jonathan Lambert
CARNEIRINHO, Editora: Companhia das
CARNEIRÃO Letrinhas
Autora/Ilustradora: Marie- Gênero: Conto
Hélène Grégoire
Editora: Salamandra AS COISAS QUE EU GOSTO
Gênero: Conto Autoras: Ruth Rocha & Dora
Lorch
A FLOR DO LADO DE LÁ Ilustrações: Walter Ono
Autor/Ilustrador: Roger Melo Editora: Salamandra
Editora: Global Gênero: Texto Informativo
Gênero: Livro de Imagem
LÉ COM CRÉ
PINÓQUIO Autor: José Paulo Paes
Editora: Todolivro Editora: Ática
Gênero: Conto Gênero: Texto Folclórico

VAMOS ACORDAR
Autoras/Ilustradoras: Melanie
Williamson E Julie Sykes
Editora: Caramelo
Gênero: Texto Informativo

47
JOÃO E MARIA CHAPEUZINHO
Autores: Irmãos Grimm VERMELHO
Ilustrações: Kveta Pacovska Autor: Charles Perrault
Editora: Cosacnaify Ilustrações: Georg Hallensleben
Gênero: Conto Tradicional Editora: Companhia das
Letrinhas
RÁPIDO COMO UM Gênero: Conto Tradicional
GAFANHOTO
Autor: Audrey Wood O RATO
Ilustrações: Don Wood Autores: Edith Derdyk e Paulo
Editora: Brinque-book Tatit
Gênero: História Engraçada Ilustração: Edith Derdyk e Elaine
Ramos
A CIGARRA E A FORMIGA Coedição: Palavra Cantada
Autor: João de Barro Gênero: História Cumulativa
Ilustrações: Odilon Moraes
Editora: Moderna TRÊS URSOS
Gênero: Fábula Autor/Ilustrador: Cliff Wright
Editora: Brinque-book
A HISTÓRIA DA Gênero: Conto
BARATINHA
Autor: João de Barro QUEM LÊ COM PRESSA
Ilustrações: Avelino Guedes TROPEÇA
Editora: Moderna Autor: Elias José
Gênero: Conto Tradicional Ilustrações: Nelson Cruz
Editora: Lê
ALEGRIA, ALEGRIA – AS Gênero: Texto Folclórico
MAIS BELAS CANÇÕES DE
NOSSA INFÂNCIA SEGREDO
Organizadores: Carlos Felipe E Autor/Ilustrador: Ivan Zigg
Giselle Vargas Editora: Rocco
Ilustrações: Giselle Vargas Gênero: Conto
Editora: Leitura
Gênero: Texto Folclórico

48
2.4 CONVERSAR

À medida que as crianças aprendem a falar ouvindo a


linguagem usada pelas pessoas ao seu redor, os adultos
desempenham um papel vital, sendo bons modelos de linguagem.
Quando as crianças começam a se comunicar com as pessoas ao
seu redor e usam a linguagem para expressar seus pensamentos,
sentimentos e ideias, os pais precisam mostrar que valorizam a
conversa das crianças, reservando um tempo para ouvir e
responder.

Eles podem ajudar a facilitar a compreensão do idioma


usando frases simples, falando lenta e claramente, além de fazer
uma pausa entre as frases. Os pais podem modelar como
participar de conversas e discussões através da escuta ativa e de
perguntas. Para modelar a escuta ativa, estes devem:
• Olhar bem para criança que está falando;
• Fazer e manter contato visual;
• Ouvir o que a criança está dizendo e não interromper;
• Repetir ou parafrasear o que a criança disse para
demonstrar compreensão.

49
2.5 CANTAR

Tenho percebido que o canto é uma das atividades mais


negligenciadas. Muitas mães têm vergonha da própria voz ou
acham que são desafinadas. Pare com isso agora! Cante! Cante para
seu filho! Porque o canto dá a oportunidade da criança processar
um conjunto complexo de sons. Cante para o seu bebê! Não
importa se você não consegue cantar de maneira afinada. Seu bebê
não liga pra isso! Você é o (a) cantor(a) preferido(a) dele, pois sua
voz é a janela para mundo da fala e da escuta.

As canções são ferramentas naturais para aprender sobre o


idioma de uma maneira divertida, especialmente aquelas que
possuem frases repetitivas e exigem que as crianças realizem
ações. As canções expõem as crianças a um novo vocabulário e as
ajudam a perceber sons e padrões de entonação que desenvolvem
sua consciência fonológica.

A seguir, gravei vídeos com exemplos de dois tipos de


canção: o acalanto ou canção de ninar e canções de ação e
interação.

50
Acalantos

Assista aos Vídeos:

51
Canções de Ação e Interação

Assista aos Vídeos:

52
2.6 RESPOSTAS E REAÇÕES DA CRIANÇA

Quando você começar aplicar essas atividades, vai perceber


que as crianças emitem “respostas”. Mas muitas vezes, os pais e até
os professores ficam confusos, pois parece que elas não estão
respondendo. Por exemplo, você canta para um bebê e ele fica só
olhando. Isso é muito normal, porque ele está absorvendo aquilo
que você cantou. Também acontece de, após uma leitura ou após
você cantar, a criança sair engatinhado rápido, cheia de
movimentos. Esses movimentos formam a reação, a resposta à
atividade. Nesta primeira fase, pense sempre em ler, conversar
e cantar PARA a criança e não com a criança.

Assim que a criança começar a balbuciar, ela dará mais


respostas orais. Você vai cantar e ela vai responder com balbucio
ou até mesmo sorrir e soltar um gritinho. Aproveite a resposta dela!
Sorria também, imite os sons dela. Estabeleça, por alguns
segundos, um diálogo com os sons dela. Será muito benéfico. Isso
não atrapalha a aprendizagem de palavras reais. Ao contrário,
reforça a comunicação. Evite forçar a criança a cantar com você ou
forçar a criança a fazer movimentos. Nunca pegue suas mãozinhas
e force palminhas ou outros movimentos não espontâneos.
Também não é necessário ficar insistindo para a criança cantar. Ela
vai cantar espontaneamente quando estiver pronta para isso!

53
PARA IR ALÉM

Se você quiser saber de mais detalhes, assista a estes


vídeos:

54
55
3.1 O QUE É E COMO IMPLEMENTAR

A partir dos 3 anos começa a orientação informal


estruturada. Isso não significa que a orientação não-estruturada
deixa de existir. Ao contrário, ela continua com atividades
espalhadas durante a rotina da criança. A única diferença é que, em
algum momento da rotina, deve acontecer o jogo-lição, um
momento de atividade dirigida, com ensino explícito. Recomendo
que o jogo-lição não ultrapasse 30 minutos de duração. O ideal é
por volta de 20 minutos. Segue abaixo um exemplo de rotina com
o jogo-lição.

Acordar
Vestir-se
Arrumar a própria cama
Café da manhã
Leitura dialogada
Assistir um DVD instrutivo
Hora do Poema – Decorar um verso
Brincar livremente
Almoço
Ouvir música, dançar, cantar
Brincadeira livre
JOGO-LIÇÃO
Retirar o lixo com o pai/mãe
Ajudar com alguma coisa na cozinha
Jantar
Hora da história
Canções de ninar
Orações
Hora de dormir

57
Como dissemos, a orientação não-estruturada continua a
acontecer. Basicamente, as atividades continuam focadas naquelas
quatro ações: ESCUTAR, LER, CONVERSAR, CANTAR. Para
atividades mais complexas de escutar, recomendo o livro Ouvir
Cantar (M. Schafer, Ed. UNESP). A leitura deve ser intensificada,
agora em um nível mais complexo.

20 Livros para ler para uma criança entre 3 anos e 5


anos e 11 meses

12 FÁBULAS DE ESOPO DEZ SACIZINHOS


Autor: Hans Gärtner Autora: Tatiana Belinky
Ilustrações: Lisbeth Zwerger Ilustrações: Roberto Weigand
Editora: Ática Editora: Paulinas
Gênero: Coletânea de Fábulas Gênero: Texto Folclórico

A CASA SONOLENTA GUILHERME AUGUSTO


Autora: Audrey Wood ARAÚJO FERNANDES
Ilustrações: Don Wood AUTOR: Mem Fox
Editora: Ática ILUSTRAÇÕES: Julie Vivas
Gênero: História Cumulativa EDITORA: Brinque-Book
GÊNERO: conto
ANTOLOGIA DE POESIA
BRASILEIRA PARA O ROUXINOL E O
CRIANÇAS IMPERADOR
Seleção de Célia Ruiz Ibáñez Autora/Ilustradora: Taisa Borges
Ilustrações: Teo Puebla Editora: Peirópolis
Editora: Girassol Gênero: Conto Tradicional
Gênero: Coletânea de poemas

58
BELO E OUTROS POEMAS A ILHA DO MISTÉRIO
Autor: Manuel Bandeira Autor/Ilustrador: Paul Adshead
Ilustrações: Eduardo Albini Editora: Brinque-book
Editora: José Olympio Gênero: Narrativa de Enigma
Gênero: Coletânea de Poemas
AS CAÇADAS DE
OU ISTO OU AQUILO PEDRINHO
Autora: Cecília Meireles Autor: Monteiro Lobato
Ilustrações: Thais Linhares Ilustrações: Paulo Borges
Editora: Nova Fronteira Editora: Globo
Gênero: Coletânea de Poemas Gênero: Narrativa de Aventura

TIGRES NO QUINTAL A MENINA, O COFRINHO


Autor: Sérgio Capparelli E A VOVÓ
Ilustrações: Orlando Autora: Cora Coralina
Editora: Global Ilustrações: Cláudia Scatamacchia
Gênero: Coletânea de Poemas Editora: Global
Gênero: Conto
111 POEMAS PARA
CRIANÇAS EM BUSCA DA CIDADE
Autor: Sérgio Capparelli PERDIDA
Ilustrações: Ana Cláudia Autores: A. J. Wood E Jen Green
Gruszinsky Ilustrações: Maggie Downer
Editora: L&PM Editora: Brinque-book
Gênero: Coletânea de Poemas Gênero: Narrativa de Mistério

A CHAVE DO TAMANHO A INCRÍVEL HISTÓRIA DA


Autor: Monteiro Lobato ORQUESTRA
Ilustrações: Paulo Borges Autor/Ilustrador: Bruce
Editora: Globo Koscielniak
Gênero: Narrativa de Aventura Editora: CosacNaify
Gênero: Texto Informativo

59
MARCELO, MARMELO, REINAÇÕES DE
MARTELO E OUTRAS NARIZINHO
HISTÓRIAS Autor: Monteiro Lobato
Autora: Ruth Rocha Ilustrações: Paulo Borges
Ilustrações: Adalberto Editora: Globo
Cornavaca Gênero: Narrativa de Aventura
Editora: Salamandra
Gênero: Coletânea de Histórias UM CALDEIRÃO DE
POEMAS
ONDE VIVEM OS Autora: Tatiana Belinky
MONSTROS Ilustrado Por 25 Artistas
Autor/Ilustrador: Maurice Editora: Companhia das
Sendak Letrinhas
Editora: Cosacnaify Gênero: Coletânea de Poemas
Gênero: Conto

3.2 A ESTRUTURA DO JOGO-LIÇÃO

Em seu famoso livro A República, o filósofo grego Platão


(428 – 347 a. C.) já propunha que a educação de crianças deveria
ser em forma de brincadeira. De fato, pela brincadeira, as crianças
são ativamente envolvidas na compreensão do mundo que as cerca.
Pela brincadeira, a criança desenvolve o senso de autoestima. Pela
brincadeira, a criança aprende a pensar e a entender como funciona
seu próprio idioma, assim como a audiar e a entender como
funciona sua própria música e como fazer música com as outras
pessoas.

60
O jogo é uma brincadeira mais estruturada. Ainda é
brincadeira, mas com regras, com uma ordem pré-estabelecida. Por
exemplo, o futebol é um jogo porque além de ser uma brincadeira,
é um momento com regras estabelecidas. Já a lição é o ensino de
um conteúdo específico e planejado de acordo com uma sequência
específica.

A minha proposta neste guia, inspirada em E. Gordon, é


unir o jogo e a lição. Por isso, dei o nome de jogo-lição. O
objetivo é fazer com que a criança seja envolvida em um ambiente
vibrante, com música, brincadeiras, recitação, movimento e
interação. Mas periodicamente, o adulto chama a atenção da criança
para os elementos da linguagem, isolando e evidenciando padrões
musicais, palavras, sílabas, rimas, fonemas, e assim por diante.

61
Todo – Parte – Todo

PLANO DE “JOGO-LIÇÃO” (20-30 MIN)

1. Canção de chamada
2. Parlenda ritmada
2.a – Fazer várias vezes
2.b - Destacar palavras, conversar sobre o significado,
treinar trechos, etc...
2.c –Fazer novamente, sem parar.
3. Canção com movimentos corporais
4. Vitamina rítmica
5. Canção de finalização

Esse é um exemplo de jogo-lição, uma sequência de


atividades. Você deve escolher um ou mais momentos para
acontecer o ensino explícito. No exemplo, escolhi a parlenda
ritmada e dividi a atividade usando a técnica do todo – parte –
todo.

PARTE
Ensino explícito TODO
TODO de conteúdo
A criança Nova execução do
específico.
experencia o texto inicial, para
Significado das
poema e a voltar ao
palavras, treino
canção. Ela canta, contexto. Após
de sílabas,
dança, brinca passar pela parte,
fonemas, dicção,
com o texto. Ela o contexto volta
ritmo,
interage ressignificado,
correspondência
ativamente com pleno de
grafema-fonema
o adulto. compreensão.
etc.

62
Chamada e Finalização

A canção de chamada e a de finalização servem para


sinalizar a rotina e convidar a criança para o jogo-lição. Ao serem
repetidas várias vezes, a criança percebe que vai começar o jogo-
lição e também entende que o momento finalizou. Isso torna todo
o processo mais fluido e leve. Eu compus um exemplo de cada
para este ebook. Assista aos vídeos:

63
Vitaminas Rítmicas

Vitaminas rítmicas são fórmulas rítmicas, executadas em


forma de percussão corporal, que estimulam a memória auditiva
das crianças. Testes realizados no Canadá pela equipe do Dr.
Jonathan Bolduc demonstraram que o ritmo subjacente às rimas
infantis pode ajudar as crianças a melhorar suas habilidades de
linguagem. A pesquisa também indica que as vitaminas podem ser
benéficas para as crianças com dislexia. Assista aos vídeos:

64
Ambiente e “Avaliação”

O ambiente ideal para a realização do jogo-lição é um


espaço aberto e livre de distrações. Por isso, antes da realização,
escolha o lugar e tire de lá brinquedos, cartazes, livros e qualquer
objeto que possa distrair a criança. Se você for usar algum recurso,
como figuras, instrumentos musicais e letras multissensoriais,
esconda-os até o momento do uso na atividade. Ao terminar uma
atividade, guarde os recursos, para evitar que a criança queira
manipular os objetos e não preste a atenção à próxima atividade. É
claro que ela pode e deve explorar todos os recursos e objetos que
você usar. Mas só depois de terminar o jogo-lição!

Lembra do princípio n. 7 da aprendizagem da leitura? Então,


é necessário identificar regularmente em que nível a criança está,
para que você possa escolher os exercícios que a fazem progredir.
Recomendo que você faça isso toda a semana. Na primeira
infância não são necessárias as provas formais, mas uma boa dose
de observação atenta. Estabeleça a cada semana onde a criança
deve chegar e confira se isso aconteceu. Na próxima página, deixo
um exemplo de tabela para ajudar você a monitorar a
aprendizagem de sua criança. Imprima e anote tudo o que você
observar na criança.

65
66
3.3 CONSCIÊNCIA DA PALAVRA

A partir daqui vamos passar sequencialmente por cada nível


da consciência fonológica, começando pela consciência da palavra.
Utilize esta sequência para guiar o planejamento dos jogos-lições.

Consciência da palavra é a consciência de que uma frase é


constituída por palavras. Assista ao vídeo:

Todo. Recitar a parlenda ritmada em vários andamentos e


com várias expressões da voz.
Parte. Você pode omitir algumas palavras e pedir para a
criança dizer as palavras que faltam. Pode também brincar de
substituir palavras. Por exemplo: “Lá em cima do piano tem um
copo de.........”. A criança poderia responder: “Suco”, “água” etc.
Todo. Repetir com outras expressões, sem parar.

67
3.4 CONSCIÊNCIA DA SÍLABA

É a consciência de que uma palavra é constituída por


unidades menores de fala, as sílabas. Ao serem pronunciadas,
correspondem aos ciclos de abertura e fechamento das mandíbulas.
As sílabas sozinhas não têm significado. Assista ao vídeo:

Todo – Parte – Todo. Neste caso, a canção já inclui ciclos


de todo-parte-todo. Uma palavra é falada de forma espaçada e a
criança precisa dizer qual é a palavra. Continue o exercício. Diga
uma palavra inteira e, agora, é a criança que deve separar em
sílabas. Ela pode bater palmas para cada sílaba.

68
3.5 CONSCIÊNCIA DA RIMA

É a consciência de que as palavras terminam oralmente com


o mesmo som. Compus uma música para os versos do poema
Cavalinho, de Hedwig Diestel, recriado em português por Ruth
Salles.
Lá vai galopando Mas, dentro da noite,
meu bom cavalinho, vai bem de mansinho,
florestas cruzando, vai bem silencioso
campinas, caminhos. meu bom cavalinho,
Cavalo tão belo com cascos de prata
me leva ao castelo. brilhando na mata.

Assista ao vídeo:

Todo – Parte – Todo. Esta canção também já inclui a


técnica do todo-parte-todo. Na parte, eu destaco as palavras que
rimam cantando padrões melódicos do modo menor. Caso você
tenha dificuldade, fale ritmicamente essas palavras. Mas não deixe
de tentar cantar.

69
3.6 CONSCIÊNCIA FONÊMICA

É a consciência de que as palavras são formadas por


fonemas, as menores unidades sonoras da língua. Os fonemas são
mais difíceis de perceber, por isso exigem um treino mais
meticuloso. Aconselho que a criança perceba a forma da sua boca
utilizando um espelhinho. Durante a atividade, a criança deve olhar
bem para a boca do adulto. Na atividade seguinte, musiquei um
excerto do poema Trombeteia a tempestade, de Ruth Salles.

Como a chuva encharca o chão


Eu me ajeito, gotejando,
Me queixando, a gracejar,
Relaxando... Bocejando...

Assista ao vídeo:

Todo – Parte – Todo. Esta canção também já inclui a


técnica do todo-parte-todo. Na parte, eu destaco as diferenças
entre o fonemas /ʃ/ e /ʒ/.

70
Vamos a mais uma atividade? Agora com o fonema /l/.
Assista ao vídeo:

Escolhi três fonemas dos quais recebi relatos de dificuldades


em meu perfil no Instagram. A língua portuguesa brasileira tem 31
fonemas e ultrapassaria os limites deste ebook demonstrar cada um.
Recomendo os vídeos do método Multigestos, criado para resolver
problemas de apraxia da fala infantil, mas que podem ser benéficos
para qualquer criança.

71
PARA IR ALÉM

Se você quiser saber de mais detalhes, assista a estes


vídeos:

72
4
Parabéns por ter chegado até aqui! Espero que você tenha
muitas dúvidas. Sim, porque a gente só cresce e só aprende com as
dúvidas e a vontade de saber mais.

Quero convidar você para as minha aulas ao vivo que


acontecem toda semana no meu canal do Youtube. É uma aula
bem completa com muitas atividades práticas.

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MANGAS E LUTEM POR ELES!

VEJO VOCÊ NA AULA.

74
4
ADAMS, Marilyn et al. Consciência Fonológica em Crianças Pequenas.
Porto Alegre: Artmed, 2006.

BLAMEY, Katrin L., BEAUCHAT, Katherine A. Starting strong :


evidence-based early literacy practices. Portland: Stenhouse
Publishers, 2016. Edição do Kindle.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização.


PNA – Política Nacional de Alfabetização/Secretaria de
Alfabetização. Brasília : MEC, SEALF, 2019.

BOLDUC, Jonathan; RONDEAU, Julie. Rythmons les


apprentissages! In: Langage et pratiques, dez. 2015.

COLLINS, Anita. The Lullaby Effect: The science of singing to your


child. Publicious Pty Ltd, 2018. Edição do Kindle.

COSENZA, Ramon M. Neurociência e Educação: como o cérebro


aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.

DEGÉ, F., KUBICEK, C., & SCHWARZER, G. (2015).


Associations between musical abilities and precursors of reading in
preschool aged children. Frontiers in Psychology, 6:1220

DEHAENE, Stanislas. Aprender a leer: De las ciencias cognitivas al


aulta. 1ª ed. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2015. Edição
do Kindle.

DEHAENE, Stanislas ¿Cómo aprendemos?. Ciudad Autónoma de


Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores Argentina, 2019. Edição do
Kindle.

FEIERABEND, John. First Steps in Music. Chicago: GIA, 2000.

76
GORDON, Edwin. Learning Sequences in Music. Chicago: GIA,
2012.

GORDON, Edwin. Music Learning Theory for Newborn and Young


Children. Chicago: GIA, 2013.

HANSEN, Dee. The music and literacy connection. Second edition.


Lanham: Rowman & Littlefield, 2014. Edição do Kindle.

ILHA, Susie et al. Consciência Fonológica. Curitiba: Appris, 2017.

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RUNFOLA, Maria; TAGGART, Cynthia (ed). The Development and


Practical Application of Music Learning Theory. Chicago: GIA, 2005.

RUNFOLA, Maria et al. Effect of Music Instruction on


Preschoolers’ Music Achievement and Emergent Literacy
Achievement. Bulletin of Council for Research in Music Education.
Spring 2012. n. 192.

SCHAFER, R. Murray Ouvir cantar. 75 exercícios para ouvir e criar


música / R. Murray Schafer; traduzido por Marisa Trench
Fonterrada. – São Paulo: Editora Unesp Digital, 2018. Edição do
Kindle.

VALERIO, Wendy et al. Music Play. Chicago: GIA, 1998.

77

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