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Helena Martins
Administração Empresarial
Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES)
45 pag.
- Fa la n d o e mleitura ..... 7
- Comoe quandocomeçamoíaler . 11
- Ampliandoa noçãode leitura 22
- O ato de ler e os sentidos,as ernoçõese a
razão. 36
- A leituraao jeito de cadateitor. 82
- Indicaçõesparaleitura 88
- B ibliogr a fia ... 92
uÍÍÌa batkJa casual, ou de franca defesa, diante coisasao nosso redor, com as quais temos fami-
& urn empurrão proposital. Minha respostaa liaridade sem dar atenção, porque não dizem
rse irrcidente retela meu modo de lê-lo. Outra nada em particular, ou das quais temos uma
coha: à vezes passamosanos vendo objetos visão preconcebida.De repente se descobreum
oüÌïtrÍË, um ìfiaso,um cinzeiro, sem jamaistê-los sentido, não o sentido, mas apenasuma maneira
ü tm enxergado; limitamo-los à sua função de ser desseobjeto gue nos provocoudeterminada
brativa ou utilitíria. Um dia, por motivos reação, um modo especialde vê-lo, enxergá-lo,
c ns'r diversos, nos en@ntramosdiante de um percebê-loenfim. Podemosdizer que afinal lemos
#es cqno se fose algo totalmente novo. O o vaso ou o cinzeiro. Tudo ocorreu talvez de
fionrnato, a @r, a figura que representa, seu modo casual,sem intençãoconsciente,masporque
oonlEido Fasam a ter sentido, melhor, a tazer houve uma conjunção de fatores pessoaiscom
rcntilo pna nóe. o momentoe o lugar,com ascircunstâncias.
Só então se estabeleceuuma lÍgação efetiva lso pode acontecer também com relação a
ãilu" nós e esìe objeto. E consideramossuabeleza pessoas com quem convivemos, ambientes e
c.l ÍElira, o rkJícrllo ou adequaçãoao ambiente situaçõescotidianas,causandoum impacto, uma
cÍfi q.E s eÍrcontra, o material e as partes que surpresa,até uma revelação.Nadade sobrenatural.
o cmpaern. Podemos me$no pensar a sua Apenas nossossentidos, nosa psique,nossarazão
l'Èilúrie, as circunstâncias de sua criação, as responderama algo para o que já estavampoten-
ipnçõca do autor ou fabricante ao fazê-lo, o cialmenteaptose sôentãosetornaramdisponíveis.
Èãüdro de sua realização, as pessoasque o Será assim também que acontececom a leitura
tnwlfuhran no decorrer de sua produção e, de um texto escrito?
drpob de pronto, aquelasligadasa ele e.as que Com freqüêncianoscontentamos,por economia
o iigÍprrn txr a quem desagradq.Perguntamo-nos ou preguiça,em ler superficialmente, "passar'os
Fr que não tínhamos enxergado isso antes; olhos", como se diz. Não acrescentamos ao ato
à rc essaquestãonos o@rre por um segundo, de ler algo mais de nós além do gesto mecânico
.uÍtras ela é duradoura,masdificilmentevoltamos de decifraros sinais.Sobretudose essessinaisnão
a olhá-lo da mesma maneira, não importa com se ligam de imediato a uma experiência,uma
qre intenskJade. fantasia.uma necessidade nossa.Reagimosassim
O que aconteceu? Até aquele momento o . ao que não nos interessa no momento. Um
obiÉ'to era apenasalgo mais na parafernáliade discurso político, utníì conversa, uma língua
Dilrrte disso, tamtÉm poderíamos perceber o mulher da roça - o propósito foi enfatizaralgo
ãFwinanto ooÍYto um mecanismo de defesa' sennpreinfluente no ato de ler: a interaçãodas
Aseim oÍxrxr a 4rendizagem em geral e da leitura condições interiores (subjetivas)e das exteriores
eÍn particular significa uma conquista de auto- (obietivas). Elas são fundanÌentaispara desen-
;-rrL, pernritea ãmpliaçãodos horizontes,implica cadeare desenvolvera leitura. Seja quem for o
alguns
{|Crrnnte um oomprometimento,acarreta leito4 o ato de ler sempreestará ligado a essas
tbm", Escs últimos, em geral, estabelecem a condições,precáriasou ideais.
&nflarça. lrmnscientemente aquela leitora
rdìrrz actre ÍÍElhor nem entender (ler), porque
is *pifi:aria para ela novas exigências,ruptura
com a-pcividade, enfrentamentode uma situação,
p"eti" causar-lhemaiores frustrações em face
dG Ídidde. E esta, possivelmente, ela considere
inutâd ou cuias perspectivasde modificação
ffihn, a seu ver, muito além de seu alcance
Fd qr de seugruposocial.
- Fq
üpo de resposta,a de não quererler, vem
a clpúto dos interesses das minoriasdominan-
Er. Íbí oerto, não estimulada abertamente;ao
corfrrário, os "sabedoresdas coisas", na aparência,
có renrpre prontos a ensinara ler' Só que.a
sr nrodo. Essedesafioos indivíduose as socie-
d# cilentes como a nossÍlprecisamaprendera
cnfrrertar, começando a ler por conta própria,
airda que a duraspenas;exercitandosuamemória,
rúo sg &ixando iludir pela aparentegfatuidade
'elas, em
dr peqrenas coisas da vida, porque
úftiÍÍra instância,fazema nossahistória.
Clrm exemplos de leitores tão diferenciados
- crbnça na primeira infância, Tarzan, Sartre,
.D
AD AD
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O qte é Leiana 23
pareoeestar se esvaziando.Ambas são necessiírias contexto geral em que ele atua, as pessoascom
quem convive passama .ter influência apreciável
5 uit.'rt. Decodifiearsem compreenderé inútil;'
em seu desempenhona leitura. lssoporqueo dar
coÍ'rpreender sem decodificar, impossível' Há
que sepeÍìsara questãodialeticamente. sentidoa um texto implicasemprelevarem contaa
- A d;sp€ito de todas as tentativasde uma visão situaçãodessetexto e de seu leitor. E a nção de
texto aqui também é ampliada,não mais fica
cisterniát'lcae metódica, se nos perguntarmos o
qre é, o que significaa leitura para nós mesmos' restrita ao que está escrito, mas abre-separa
englobard iferentesIi nguagens.
certanrente cada um chegará a uma resposta
dfifererrciada.lsso porque se trata, antesde mais Considerando as colocações acima,a leiturase -
individual,cuioslimites realiza a partir do diiílogo do leitor com o objeto
nada,de uma experiência
não estão demarcados pelo tempo em que nos lido - seja escrito, sonoro, seja um gesto" uma
nos sinais ou pelo espaço ocupadopor imagem,um acontecimento.Essediálogo é refe-
detemos
renciadopor um tempo e um espaço,umãsituação;
des. Acentue-seque, por sinais,entende-seaqui
qualquer tipo de expressãoformal ou simbólica, desenvolvidode acordo com os desafios e ai
respostasque o objeto apresenta,em função de
configrradapelasmaisdiversaslinguagens'
Fãnk Smith, psicolingüistanorte-americano; expectativas e necessidades,do prazer das
os descobertase do, reconhecimentode vivências
etr.rdandoa leitura, mostraque gradativamente
poq,lit"Ooresda linguagempassanìa considerá-la do leitor. Também o sustentaa intermediaçãode
corno um processo,no qual o leitor participa outro (s) leitor (es). Aliás, o papel do educador
oom uma aptidão que não dependebasicamente na intermediação do objeto lido com o leitor é
de suacapacidade de decifrarsinais,massim de sua cadavez mais repensado; se,da posturaprofessoral
*úiOad. de dar sentido a eles,compreendê-los' lendo para e/ou pelo educando,ele passara ler
Mesrnoem se tratando da escrita,o procedimento com, certamente ocorrerá o intercâmbio das
leituras, favorecendoa ambos, trazendo novos
esuárnais ligado à experiênciapessoal,à vivência
de cada utn, do que ao conhecimentosistemático elementos paraum e outro.
da língua. A dinâmicado processo é poisde tal ordemque
A Ëitura vai, portanto, além do texto (seiaele considerara leitura apenascomo resultadoda
qual for) e começa antes do contato com ele' interaçãotexto-leitor sería reduzi-la'.ôonsidera-
velmente,a ponto de se arriscarequívococomo
Ó bitor assumeum papel atuante, deixa de ser
pensarque um mesmo leitor lendo urh mesmo
rrero decodificador ou receptor passivo' E o
,Piaticamente cada estudioso tem uma visão agrada e a descobertae rejeição do desagradável
diferenciada,
talvez.porserquestãocadavez mais aos sentidos. E através dessa leitura vamo-fxr
repensadae acrescidade novas'perspectivas,o revelandotambémparanós mesmos.
que sempreaumenta as possibilidades de com- Em zuas memórias,Érico VerÍssimo dá rnais
preendê-la. vida e significaçãoa essascoisasde que estaÍÌìos
falando:"Estou convencidode que meu prinniro
contato com a música, o canto, o conto e a
mitologia se processouatravésda pfimeiracantiga
Leitura sensorial de acalantoque me entrou pelosouvidos,semfaar
sentido em meu cérebro,é óbvio, pols a princípio
A visão, o'tato, a audição,o olfato e o gosto aqueleconjunto ritmado de sonsnão passava dum
podem ser apontadoscomo òs referenciaismais narcótico para me induzir ao sono. Essacanção
. elementaresdo ato de ler. O exemplo, visto de ninar falava do Bicho Tutu, gue estava no
anteriormente,dos momentos inicíais da relação telhado e que desceriapara pegaro meninosee;te
da criançacom o mundo ilustraa leiturasensorial. ainda não estivessedormindo. Mas se ele já esti-
De certa forma caracteriza a descobertado vessepiscando,com a arela do sono nos olhos,a
universo adulto no qual todos nós precisamos letra da cantilena era diferente: uma advertência
aprendera viver para sobreviver.Não se trata de ao Bicho Tutu para que não ousassedescerdo
uma leitura elaborada;é antes uma respostaime- telhado,pois nessecasoo pai do meninomandaria
diata às exigênciase ofertas que esse mundo matá-lo. E aí temos sem dúvida uma efabulação
apresenta;relaciona-secom as primeirasescolhas ou estória,uma melodiae um elementomitotógico"
e motiv€ as primeirasrevelações.Talvez,por isso Amas e criadasencarregaram-se de enriqueer a
mesmo,marcantes. galeriamitológicada criança,contando-lhe estórias
Essaleitura sensorialcomeça,pois, muito cedo fantásticas,de caráterf rancamentesadomasoquista,
e nos acompanhapor toda a vida. Não importa como aguela da madrastaque mandou enterrar
se maisou menosminuciosae simultânea à leitura vivas as três enteadas.(Ouço uma voz reÍnota
, emocionale racional. Embora a aparentegratui- exclamar:'Xô, xô, passarinho! . . . ,) Dessahistória
dade de seu aspecto lúdico, o jogo com e das das meninas enterradas Capineiro de
imagense cores, dos materiais, dos sons, dos meu pai / não me cortes os cabelos/ minha mãe
cheirose dos gostosincitao prazer,a buscado que me penteou/ minha madrastame
- guardomaiso terror que elame inspiroudo que quern sabe imagenscoloridas,atrai pelo formato
o seuenredo.Poressa épocaa criançajá caminhava, e pela facilidadede rnanuseio; pela possibílidade
e a fita magnéticade sua memória estavaainda de abri-lo, decifrar seu mistério e ele revelar
praticamente virgem, pronta para registrar as - atravésda combinaçãorítmíca,sonorae visuat
irnpressões do mundo com suaspessoas,animais, dos sinais - uma históriade encantamento, de
coisase mistérios". irnprevistos,de alegriase apreensões. E essejogo
A leiturasensorial vai, portanto,dandoa conhe- com o universoescondido. num livro vai estimu-
cer ao leitor o que elegostaou não,mesmoincons- lando na criançaa descobertae aprimoramento
cientemente, sema necessidade de racionalizações, da linguagem,desenvolvendo sua capacidadede
justificativas,apenasporque impressionaa vista,o comunicação com o mundo. Surgemas primeiras
ouvido, o tato, o olfato ou o paladar.Por certo escolhas:o livro com ilustrações coloridasagrada
algr.rnsestarãoa pensarque ler sensorialmente mais; se não contém imagens,Atrai menos.E ú
urnaestóriacontada,um quadro,uma canção,até o fato defolhetí-lo,abrindo-oe fechando.o, provoca
urna comidaé fácil. Mascomo ler assimurn livro, uma sensaçãode possibilidades de conhecê-lo;
por exemplo? seja pâra dominá-lo, rasgando-onum gesto
onipotente,seja para admirá-1o,. conservando-o a
.'+ .tÈ .t(
fim de voltarrepetidamente a.ele.
Essesprimeiroscontatos propiciamà criança
Antes de ser um texto escrito,urn livro é um a descobertado livro como um objeto especial,
objeto; tem forma, cor, textura,volume,cheiro. diferente dos outros brinquedos,mas também
Pode'seaté ouvi-lo se folhearmossuas páginas. fonte de p!'azer.Motivam-naparaa concretização
Fara muitos adultose especialmente criançasnâo maior do ato de ler o texto escrito,a partir do
alfóetizadosessaé a leitura que conta. Ouem já processode alfabetização,gerando a promessa
teì/e oportunidadede vivenciá-lae de observara de autonomiaparasaciara curiosidade pelodesco-
zuarealizaçãosabeo quantoelapoderender. nhecidoe pararenovaremoções vividas.
Na criança essa leitura atravésdos sentidos Melhor do que qualquertentativade explicar
rerrelaum prazersingular,relacionadocom a sua isso é buscarnovamenteo relatode Sartre:,,Eu
disponibilidade(maior qu.ea do adulto) e curio- não sabiaainda ler, mas já era bastanteesnobe
sidade(mais espontaneamente O livro,
expressa). paraexigiros meuslivros . . . Pegueios dois volume-
esse objeto inerte, contendo estranhos sinais, zinhos,cherei-os, apalpei-os, abri-osnegligentemen-
gbo quenosplasmoucomomembrosde uma deter- pelo paradoxo, isto é, por revelarema imagem
minadaclassesocial,de umareligião,de um partido idealizadaàs avessas, caracterizando-sea atração
político, de uma profissão.Todavia, não basta pelosopostos.
compreendermos isso. No segundocaso,é preciso Com o correr do tempo, outras preferências
saber como essesfatores externosse relacionam de leiturasurgem,maspermanece a ligaçãoinicial,
oom o nossoinconsciente,com o nossouniverso a ponto de a meravisãode um filme ou exemplar
interior, afinal onde se forma e se desenvolvea dessasaventurasdesencadear um processonostál-
ÍrcisÍì emocionalidade.Para conhecê-lo,torna-se gico, não iaro levando à retomada dos textos.
necessárioanalisarnoss€rs, fantasias,nossossonhos Talvezentãoocorra um distanciamento. Porémé
ernvigíliaou duranteo sono. maiscomum nos deixarmosenvolvercom a mesma
Ambasas tarefasrequeremum grauconsiderável disponibilidade da infância ou adolescência
de conhecimento,de reflexão,de interpetaçâoda (principalmentese não há testemunhasdessa
nossahistória social e pessoal.E issosó consegui- recaídal. E a releitura se desenvolveentre uma
fiìos reálizar no decorrer de toda uma trajetória semiconsciência de que talvez o texto "não valha
de vida. Há, porém,um recursomais imediatoe nada" bem como a imersãona magia que ele
viánel paracomeçara investigação: o das rememo- permaneceoferecendo,É a criança que ainda
raçõesda infânciae adolescência, das lem[ranças somos emergindono adulto, possibilitandotam-
de leiturasrealizadase das predileçõese aüersões bémconhecermo-nos mais.
atuais. E quanto às fotonovelas,às telenovelas ou aos
Se,por exemplo,quandocriançaou adolescenté, programasde rádio e TV tipo mundo-cão,agora
a preferênciafoi por ficção de aventuras,tipo voltando com força total e plena aceitação?Sua
Tarzan, Zorro ou, mais recentemente, Batman, característicacomum, diz-se,é o gosto popular.
$lper-homem, a fixação afetiva possívelmente se Para Ligia Chiappini,"há todo um processode
deu com relaçãoàs personagens-título. Apesarde identificação do público. Essasclassessociais
as narrativas serem basicamentecalcadas na para as quais são dirigidosvivem muito maisos
secl.rêrrcia
de acontecimentos, o tempo e o espaço problemasda violência.Não apenasa violência
cm que se desenrolam contammenosquea identi- criminal, mas tudo aquilo que sofrem no seu
ftcaçãodo leitor com o herói. Atraem rnaisa sua cotidiano: a fome, a doença,o trabalhoárduo,
personalidade e seu modo de agir, seja.por se toda a sortede dificuldades".
assernelharem à imagemque o leitor faz de si ou De fato, uma leitura mesmosuperficialrevela
muitosquadrosintimamenteligadosàs frustrações
e angústiasde cada leitor, vindo também ao
encontrode suasfantasias maiscomuns.Diantedas
desgraçaspresenciadas atravésdo vídeo, ouvidas
pelo rádio ou lidas nos jornais e revistas,tende
a desenvolver-se no leitor um processocatártico:
se as suas agrurassão tantas, há piores.. . Por
outro lado, há semprealgo que alimentaa ilusão
de se conseguir,como na novela,"tirar o pé do
barro", num golpe de sorte: um amor rico, uma
herança, umaalmaEenerosa ...
:' I nvestigandoas leituras de operárias(numa
fábricade São Paulo),EcléaBosiconstataa prefe-
rênciapor revistas sendoasnarrativas
sentírnentais,
típicas as fotonovelas,históriasem quadrinhos
infantis, reportagenssobre a vida de artistas,
realizaçâo do sonhode umacriançadoente,crônica
de milagre, carta ao consultório senïimental.
Fundamentando-se em Freud e Gramsci,observa
não ser "a busca de uma compensação qualquer
que movee comovea leitorade fotonovela,masa
de um correlatoimagináriode suaposiçâoespecí-
fica no sistemasocial.Situaçãoem que se interpe-
nêtram carências econôrnicasbásicas, graves
fimitaçõesde culturae, viade regra,a impossibilida-
de de transcender,pelos próprios esforços,o
horizonte que sua classee seu status circuns-
crevgm".
Vê-se,nesses exemplos,a importânciada leitura O leitor, ent6o, oonsomeo texto sem se perguntal
emocionalnão só no âmbito individualmas no como ele foi feíto.
Tudo o que lemos,à exceçãoda natureza{isso desencadeadas pela leitura. Às vezes,a retomada
do texto significa também uma nova postura
se não considerarmosa interferênciado homem
diantedele;outras,o fato de termosinterrompido
nela), é frutó de uma visão de mundo, de um
a leitura não nos impedede mergulharmos nova-
sistemade idéiase técnicasde produção,caracte-
mente nela,como se narcotlzados, mesmohavendo
rizando um comprometimentodo autor com
entãoemoçõesd iferenciadas.
o que produz e, por certo, com seus possíveis
feitores. Há, portanto, relação entre texto e Assim, além da históriapessoaldo leitor e do
seucontexto,fica de novo sublinhado o quantoos
iCeologias,pois estas sâo inerentes à intenção
(conscienteou inconsciente)do autor, a seunnodo fatores circunstanciais da leitura influem no tipo
tambémelementos de respostadada ao texto. Um dramalhão,uma
de ver o mundo,tornando-se
notíciade jornalou um incidentecotidianopodem
de ligaçãoentre ele e os leitoresde seutexto (este
suscitarlágrimasou gargalhadas; um clássicodo
não nos interessaaqui pelo seu valor intrínseco-
bemou teatro, da literatura ou do cinema talvez provo-
se artísticoou não,discutívelou elogiável, quem bocejos ou emoçõesas mais profundase
rnal realizado- importaantescorno algo sujeito
duradouras.Depende muito do referencialda
a leituras).
na criação,ela leitura, da situaçãoem que nos encontramos,das
Mas se há uma intencionalidade
intençõescom que nosaproximamos dela,do que
sabidamentenern semprecorrespondeao modo
ela desperta de lembranças,desejos, alegrias,
como a leitura se realiza'A respostado leitor tristezas.
dependede inúmerosfatores presentesno ato de
passivamente lmporta, por fim, frisar o quanto em geral
ler. Estandopredisposto a entregar-se
reprirnimos e desconsideramos a leituraemocional,
ao texto, tendea se deixarenvolverpela ideologia
(explícitasou não), muito em função de uma pretensaatitude inte-
ou ideologiasneie expressas
lectual.Todavia,se interrogadassobreos motivos
daí a suavulnerabilidade. que as levam a ler livros, revistas,ir ao cinema,
Sempre haverá, entretanto, momentos de assistirtelevisãoou mesmoouvir fofocas, muitas
distanciamento, quanto mais não seia,causados
pessoasrevelam ser para se distrair. lso não
por fatores externosà leitura (a interrupçãodo
ocasiões, vindo significa serem leitores desatentosou incapazes
ato de ler, por exemplo).E nessas de pensarum texto. Apenassua tendência mais
à tona, emergindodo universolido, o leitor pode ccimum é deixarem-se envôlveremocionalmente
estabelecerrelaçõesentre seu mundo e o do texto. pelo que lêem. Ocorre, entretanto - e cada vez
Há então oportunidade para elaboraras emoções
E_
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Maria Helena Martins O queé Leitura T3
***
Uma inifinidadede aspectosnum texto pode
desencadear e orientara leitura racional.Um dos física indica traços de personalidade. Às vezes
maiscomunsé a narratira,sustentada praticamente esserecursoé usadode maneiracaricatural,mar-
por qualquertípo de linguagem(falada,escrita, cando o perfil de determinadostipos. Tem sido
gestuaf, gráfica,plástica,musical,cinematográfica). extremamente exploradonasnarrativas populares,
Todo texto nos conta alguma coisa, seja por nos folhetíns,nasfotonovelas, nastelenovelas, no
meio de uma narrativa nitidamente marcada cinema, no teatro. Os modelos clássicosdessa
pela seqüênciacronológicados acontecimentos, tipologia remontam à dupla Ouixote/Pança,
como no romance tradicional, seja de modo criaçâo de Cervantes.Dom Quixote tem sua
obscuro ou guase imperceptível,como num alienaçãoe vulnerabilidade salientadaspelo porte
poema lírico ou numa composição.musical.E a Írágtl, longi!íneo,doentio, envelhecido,@ntras-
busca do processonarrativo - do modo como tando com o ridículo de uma paramentacão e
a históriaé contada - pode ser excelentedeixa atitudes de pseudocavaleiro, aliás,"Cavaleiroda
paraa leituraracional. Triste Figura". Sancho Pança, já no próprio
Partindodo pressuposto de que nadaé gratuito nome,carregaalgode bonachãoe primitivo,cotrìo
num texto, tudo tem sentido, é fruto de uma sua aparência;embora "de muy poca sal en la
intençâo consciente ou inconsciente,importa mollera", seu espírito pragmáticotransforma-o
- e muito - na leitura racionalcaptarrnos como em escudeiroperfeíto para o sonhadorQuixote.
se constrói essesentido ou sentidos.Paratanto, O romancenaturalista,postulandoo princípio
um dos aspectosmais significativosestá no reco- de que "o homemé fruto de seumeio", apresenta
nhecimentodos indícios textuais. Essaspequenas sempreindíciosambientaisparacorroboi.ar.traços
unidadesde sentido são verdadeiraspistaspara do carátere até explicaras açõesdas personaçns.
o leitor compreepder o objeto lido em seu todo, O nosso Aluísio de Azevedoé um exemplode
mesmo que muitas vezes passemquase desper- autor que utiliza essesrecursos,para não falar
cebidasou que o autor as disponhade modo deZolaou do grandeËçade Oueiroz.
maisou menosexplícito,estabelecendo-se, assim, Ouanto ao texto policialou ao fantástico,são
uma espéciede jogo; aliás, algo ainda mais sem dúvida pródigosna apresentação de inciícios.
estimulante paraa leitura. Alíás, a pedra de toque para a soluçãodo {s)
Nos romancesditos "psicológicos",com fre- mistério(s) ou para a criação de urna atmosfera
qüência a criação de indícios está presentena ssbrenatural.Se pensarmosnos filrnes de Hitcfr-
própria descriçãodas personagens; a característica cock, por exemplo,verificanros a habilidadecom
T_
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O queë Leitura n
% Maria Helena Martins
pantalhaconcentrava scbrea tábua, paraler uma nas vivênciasde muitosde nós.Apesardas limita-
letrinha apagada ou acertar um ponto mais ções ambientais,de recursosmateriaispreaírios
delicado.O estancieiroocupavauma dascabeceiras. e de uma experiênciade vida ainda em suas
Dona Alzira sentavaperto, na cadeirade embalo. primeirasdescobertas, a circunstânciafavoreceua
Na outrg ponta,as criançasbrincavam. ' ' ILelita] realizaçãoda leitura, efetivadaaí simultaneamente
Juntando as palmasdas mâos - seuscledoseram a nívelsensorial,emoòionale racional,os quaisse
delgndos, compridos, flexíveis punha-se lnterpenetram e secomplementam.
defronteà lâmpadae projetava na paredesilhuetas
de cabecinhasde cordeiro, de coelho, de gato
se lambendo.A predilção do lrmãozinhoera
toda pelascabecinhas de coelho.Maselasabiafazer Se a ênfaseno decorrerdestareflexãoacercados
tamhÉmoutrasfigurinhas:de quero-quero ernper- níveisde leitufa foi mais hierarquizante,
deveu*e
tigado como um militar,de joão-grande dormindo ao propósitode dar uma fisíonomiamaisorgani-
à beirada lagoa. zada à questão.Além do que, se pensrmos em
"Então, sim, Carlosesqueciaas estampasdas exigênciasfeitas ao leitor no ato de ler, parece
revistasvelhasque folheava,e admirava,ausente, mesmohaveruma gradação da leiturasensorialà
fantasiandocoisas. . . Coisasconfusas,distantes, racional.Por outro lado, sabe-se,mesmoo leitor
envoltasnum nevoeirotênue que não se esgaçava se propondouma leituraa um certo nível,sejaele
nunca para dar franca passagem ao sol! O que qual for, é a dinâmicade sua relaçãocom.o texto
sentiaeraestranho, suave,comovente.Enternecia-o quevai determinaro nívelpredomlnante.
sobretudoa postura imóvel do joão-grande, como Assim corno há tantas leiturasquantossão os
de morto em pé. A sua tristezavinhajustarnente leitores, há também uma nova leitura a cada
daquilo, de saber que o pernalta estavavivo. aproximaçãodo leitor com um mesmo texto,
Vivo, e tão parado,tão sumidoem si mesmo. . . ainda quando mínimasas suasvariações.Nessas
Era um alívio quando Lelita movia de novo o ocasiõestalvez ocorram mudançasde nível. Um
dedo mindinho e, lentamente,a asa caída se poema ou uma cançãoque hoje não nos dizem
enfunavaparao vôo." nada,não tazemsentido,amanhãpodememocio-
Essaé uma cena domésticada campanhario- nar; agradarao ouvido pela musicalidade e pelo
granciense, no início do século. Uma recriação ritmo, tempos depois;suscitarreflexõesapenas
ficcional de Cyro Martins,mas que encontraeco apósváriasleituras.
Se lêssemos apenasI s€Í,ìpÍ€em um único nível, leitura racionaltehde â ser prospectiva,à medida
tenderíamosa radicalizaressemodo de ler, provo- que a reflexão determina um passoà frente no
candoa distorçãodo texto lido pelaimobilização. racÍocínio, isto é, transforma o conhecimento
Sendoa leitura um processo,portanto,dinâmica, prévio em um novo conhecimentoou em noìriÌs
'rssonão ocorre. Seria como fixar o olhar num questões,implica mais concretamentepossibilida-
determinadoobjeto e só e sempreenxergá-lode des de desenvolvero discernimentoacerca do
um único ângulo, nós e ele estáticos:em pouco texto lido.
tempo não maisconseguiríamos vê-lo.lssoporque Essas leituras; se radica!izadas- realizadas
a capacidadede nossocérebrode registrarsensa- sempre de modo isolado umas das outras _t
ções, emoçõese pensamentosdecai rapidamente apresentariamaspectosaltamente questionáveis,
quandoo que queremosapreender é infinitamente enfatizandoo imediatismo(sensorlai),o conserìã-
repetido.O efeito resulta inversodo que se poderia dorismo (emocional)e o progressismo (racional),
imaginar:em vez de lermosmaise melhoro texto, 'ïsmos" essesque, pela própria natureza,depre-
a leiturasedilui, a ponto de inexistir. ciariam a leitura. Felizmenteé pouco provávelse
Na verdade,à medidaquedesenvolvemos nossas efetivaremradicalmente,em funçâo da dinâmica
capacidadessensoriais,emocionaise racionais própria do procedimentoexistencialdo honrem.
tamMm se desenvolvemnossasleituras nesses Mesmoquerendoforçar suanaturezacom posturas
níveis,ainda que, repito, um ou outro prevaleça. extremistas,o homem lê como em çral vive,
Masa interaçãopersiste.Quanto mais nãoseiapor num processo permanente de interação entre
certas característicasde cada um dos nt'veis,as sensações, ernoçõese pensamentos.
quais,em última instância,são interdependentes.
Vejamosque características sãoessas.
 leiturasensorial tem um tempo de duraçãoe
abrangeum espaçomais limitado, em face do
neio utilizado para realizá-la- os sentidos.Seu
afcance é mais circunscrito pelo aquí e agora;
tende ao imediato. A leitura emocionalé mais
mediatizadapelasexperiências prévias,pelavivên-
cia anterior do leitor, tem um caráterretrospectivo
implícito; se inclinapois à volta ao passado. Já a
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O que é Leitwa t3
A LEITURA AO JEITO
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E o pulo do gato? Como disse,essenão se il*^n.rrto
ensinamesmo.Mortimer Adler e C. Van Doren, q'
ffiffi
lendo são mais fáceis de seguirdo que as regras oR${ì }
para ficar acordadoenguantose lê . . . conseguir
ficar acordado,ou não, dependeem grandeparte
da metavisadana leitura".
A esta altura esperotenha deixado claro que,
para compreendê-lae para a leitura se efetivar, -''ffi*#ltÈoï'''
deve preencheruma lacunaem nossavida, precisa '.
vir ao encontrode uma necessidade,de um desejo
de expansãosensorial,emocionalou racional,de
urna vontade de conhecer mais. Essessão seus
pré+equisitos.A eles se acrescentamos estímulos Parucompreendê-lae pra a leitura seefetivu, darc
e os percalçosdo mundo exterior, suasexigências preencheruma lacunaem nosv vida.
e recoÍnpensas. E, se pensarmosespecialmente na
leituraa nível racional,há que consideraro esforço sacolejante,estdvamtotalmente imersos no seu
para realizá-la.O homerné um ser pensantepor radinho de pilha, na fotonovela, no romance;
natureza,massuacapacidadede raciocínioprecisa num artigo científico ou nurna fotografia; na
rememoraçâo de um filme, de uma peçateatral,
de tanto treinamento quanto necessitaseu físico
para, por exemplo, tornar-seum atleta. Nada, de urnaconversa?
Há quemsó consigaler um livro de ensaios, por
enfim, é gratuito; sequero prazer. Este, aliás,
nace de um anseiode realizaçãoplena,portanto exempl,c,sentadoquieto em seu canto, tomando
notas, assinalandopassagens do texto; outros o
pressupõeuma meta e um ernpenhoparaatingi-la. pé em meio à maior
fazem deitadosou mesmode
O treinamentopara a leitura efetiva implica os que se sentem "no cinema"
balbúrdia. Há
aprendermos e desenvolvermosdeterminadas quando numa dasdez primei-
apenas acomodados
técnicas.Dos manuaisdidáticosaos estudosapro-
funddos sobre o ato de ler, todos oferecem ras fileirasda salade exiblção,outros vão para.a
última. Muitos "curtem o som" de modo a tudo
orientações ora menos ora mais objetivas e com o volumedo alto-falante,
ao redorestremecer
eficientes.Todavia,cada leitor tem que descobrir,
enquanto outros só conseguemapreciar música
criar uma técnica própria para aprimorar seu
em surdina. Enfim, cada um precisabuscaro
desempenho.Auxiliam-no, entre os fatores ime-
seu jeito de ler e aprimnrá-lopara a leitura se
diatos e externos,desdeo ambiente e o tempo
tornarcadavezmaisgratificante.
disponr'velaté o material de apoio: lápis, papel
A releitura traz muitos benefícios, oferece
ern branco, bombons, almofadas, escrivaninha a nível
subsídiosconsideráveis,'principalmente
ou poltrona, alto-falantes,fones - aí entra toda
racional.Pode apontar novasdireçõesde modo
a parafernáliade objetosque se fazem necessários
a esclarecerdúvidas, evidenciar aspectosantes
ou que fazem parte do mise-en*ène de cada ou subestimados) apurara consciên-
despercebidos
leitor. do texto. propiciar novos
cia crítica acerca
Se isso tudo pode influenciar criando uma de comParação. ..l
elementos
atmosfera propícia, sabidamentee com raras Uma Sasrazõespelasquaisàsvezesnossentimos
exceçõesé dispensável.Fundamental mesmo é
em realizá-la. desanimadosdiante de um texto considerado
a continuidadeda leitura,o interesse
"difícil" está no fato de supormosser em função
Ouantos leitoresjá deixarampassara sua parada paracomprÈ
porque, no ônibus superlotado, barulhento e de deficiêncianossa,de incapacidade
endê-lo.'lso em geralé um equívoco. Por que
deslstirmos de uma leitura racional se temos Daí a importânciade discutir a seu respeito,de
interessee necessidadede realizâ-la?Tampouco buscar esclarecimentoscom outros leitores ou
adianta ficar relendo mecanicamente; pelo em outrostextos.
contrário,é pior. Paradiminuir a tensão,amenizar A leitura, mais cedo ou mais tarde, sempre
as dificuldades,importa muito não consideraro acontece, desde que se queira realmente ler'
texto como uma ameaça ou algo inatingível. Acima de tudo, precisamoster presenteque se
Mefhor refaxar,não sepreocuparemdecifrá-lo,'em não conseguimos,de vez, dar o pulo do gato -
descobrir o sentido, mas cercá-lo ao modo da bem, que se continue andandoainda um pouoo.
gente, pelo ângulo que mais atraia, mesmopare- pois nãoé pecadocaminhar.
cendoalgosecundáriodo texto.
Tratando-sede um livro, retomá-lo folheando
ao acasoe lendo uma ou outra passagem, sem nos
sentirmosobrigadosa entendê-la,masprocurando
apreciá-la, estabelecendorelações com outras
pÍlssagensfidas, com leituras já realizadas,quais-
quer que tenham sido os meios de expressãodos
textos ou os níveis privilegiados.Às vezeso som
das palavrasde um poema vem-nos indicar o
caminho para começar a pensií-lo;a descrição
de uma cena,de uma paisagem.de um aconteci-
mento talvez remeta a uma experiênciavivida e
facilite a compreensãodo texto; um assunto
desconhecidopode, num determinadomomento,
trazer referênciasa algo já lido e, por aí, come-
çamosa entendê-lo.
Enfim, é fundamentalnão ter preconceito,nem
receiode carrearparaa leitura quaisquervivências
anteraores;procurar questionaro texto - quem
sabe ele apresentefalhas, seja confuso, inconse-
$ente e não há por que simplesmenteaceitá-lo.
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t-
O que é Leitura at
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PASSOS
GOLEçÃOPRIMEIROS
t . Scldlw Arnaldo Sgin&l d.r Llgltl.ürc N6l8m Saldanha nltr Ah..dE Ciic À
2 . Cmünltm Arn.ldo Splndol 5t . soclohfil. CarlG B. Mar- P. Íavar€ lG . n- b
3 . 8ftdl€llt@ 8l€rdo C. Ante tiru 58 . DlFlto lnlcmlml J. llcLl Sondra Lúir R.irü ll
Biografia n6s a . G.DlLaltm
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Â. Mqde. Monsêrrat Filho 50 - Torla Ota-
vlano PsÍ€iÉ 60 . fdclm Cs..
. GültuË J6é tülz dG Sú.
ítl . sdlço So.al Aó fbi
Catsnl 5 Anrqúl.m Csio Túllo
Colte 6 . Llô.rd.dc Cslo Prado lG nodrigue! Brandão 6í . Érl9 Ramos Estevie ít2 - ttbb
Jr. t. B.cl.m J. Rutino dos mblltm João da Penha 6a . Luzla MârgâEth ÂlgolEútü
F. P. MoreiE ííl . l-
Maria Helena Martins é de Porto Alege, onde foi pro- Santos 8 . lrúú.trh Culürnl T€i-
xeira Coolho 9 . Clmm J. Claú-
Dlr.lto Ró€rto Lyí. Fllho Gt .
Po.rl. Fernandô P.ixão 6il - C* tonio Csrlos Ro.fia Íta - Írl|
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Estto 20 . Educ|çlo Carlos R. tuil Mâri6 Hel6nã Martin8 75 . drade Farig 123. H L$
conts,to e tmjetória de Antônio Chirrungo @orto Alegre, Bnndão 2! . 8u@reL F. C. Oo..tao Pabadd Hglenâ Sglem lianâ B. P*illi SegÍúú tta
PÍêstês Mott. 2l . Olrdün. t6 . Punl Antonlo EivaÌ ?t . PP Eb|@Ítrl3Ú Év@fü P- fu.
IIRGS-L&PM, 1980). Atualmente faz doutoramento, na Arnddo Spiídel ãt' udíl€ p{üd. ld.ológlo N€lsn Jehr mEráes 8@ha lã - É
leandrc Konder 2a . M. Gé Gercia ?8 . ll.g|| João Rtbolrc Populü Eld. Fia de Oft'.it
ljniversidade de São Paúo, em Teoria Uterária. Tem rard Lebrun 25 . n@luçto FIG Jr. ?9 . Eduçlo FÍdc. Vltor 126. Ah Dandâ Pr.& ít -
Íe3t.n Fêm.ndes'2ú . tlültl* Marlnho de OllvelE ü) . llúdq Solcídlo f,@weh M, S. c*
realizado trabalhos para congressose seminários e publicado dd|| gernâÌdo Kúcinski 2? . J. Jota de Moraeg tl . Ho|rw sorla íá . PúEgrfr
raer e S- M- l-âpeiz l2t - Cb-
E R. fb
MÍtdhrg Râimar Richers 28 . rcrulldrdc P6t6Í Fry/Edward
aÍtigos em jornais e revistas a respeito de temas relativos a Em!..g6
Souzs 29 .
. sdórlo.
IntdctuJ.
P. R. dê
Horáclo
MacÂ.e &l - fotogníb
A. Kubruslv üt - PolÍüe ilucbü
Cláudio úüq
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