Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EDICAÇAO BASICA
QUE OQUE SABER
LOMO COMOENGINAR
C3270
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7934-156-4
Meri Gleice
Rodrigues de Souza Bibliotecária CRB-7/6439
Direitos reservados à
PARABOLA EDITORIAL
Rus Dr Mario
Vicente, 394 Ipiranga
4270-00L Sao Pauio, SP
atu111 5061-9262 5061 8075 fax: [11) 2589-9263
tuTE pagr www.pal
abolaeditorial.com.br
E a parabola@palabolaeditarial.con.r
Las
Siei atl vato eeitutia parte deste obio pode sei
iH*
56N:97685-79341564
du texsu Rotusun Satos de Cat valto. Celso festareti h 2918
C
cio edicau ratatule iditurial, Sao Pauko, novembro de 2919
11. AORALIDADE ESOUECIDA PELA ESCOLA
A menos que uma pessoa tenha alguma dehciencia que a impeça,
ela vai, naturalmente, aprender a ouvir e falar, benm como a usar is50
para sobreviver no ambiente social. Por essa razão, a oralidade e parte
essencial do que somos. Porem, nem todo mundo sabe escrever e let.
18
ORALIDADE
sOzinhos essas
tecnologias preparados para aprender
como nascemos
SOzinhos a ouvir e a falar. Só isso já deve estar abrindo em sua mente a
chave para o fato de oralidade
a ser desprezada e o par escrita/leitura
ser sobrevalorizado na escola. E assim mesmo: a primeira todo mundo
tem, o outro é apenas para "iniciados".
O tato de a escrita e a leitura, desde que surgiram, terem sempre
mantido um vínculo íntimo com o poder e as classes que o detém foi
bem explicado por Gnerre (1985). Ele nos diz que as classes detentoras
de poder, as mesmas detentoras da competência plena da escrita, sem-
pre fizeram crer numa espécie de
19
ORALIDADE NA EDUCAÇAO BÁSICA
20
ORALIDADE
21
ORALIDADE NA EDUCAÇAO BÁSICA
22
ORALIDADE
integral. Gente com potencial, mas só isso. Potencial que nunca foi
explorado, que nunca foi treinado, que nunca foi utilizado para coisas
uteis, porque todas as vezes emn que abriram a boca - ou tentaram -
um dia eles aprendem". E tudo fica do tamanho que está, mas com mais
gente que tem medo de falar e que não sabe ouvir. Infelizmente, não
aprenderão se não Ihes tor ensinado. As competëncias mais complexas
da oralidade demandam ensino formal e sistemático: não são um "dom"
que qualquer um vai receber magicamente quando ficar mais velho.
Por incrivel que pareça, em quase todas as escolas a que vamos
e encontramos alguma criança ou adolescente com uma competencia
de expressão oral mais complexa que a dos demais, Ihes perguntamos
onde aprenderam a falar e eles dizem: "Na minha igreja". Isso mesmo,
na igreja! Em algumas igrejas, crianças e adolescentes têm tido a opor-
tunidade de tomar a posição principal em público e talar, contar, nar-
rar fatos da vida, fazer discursos e pregações religiosas. Mas será isso
uma obrigação das igrejas ou das escolas? lgrejas que "perdoaram" a
oralidade e escolas que a continuam condenando? Isso é muito contra-
ditório! E preciso romper com essa tradição de silèncio e devolver ao
ambiente escolar o desenvolvimento das competèncias da oralidade.
Aliás, isso é previsto na leg1slação educaconal, que ja tem quase duas
décadas e ainda não "pegou" no Bras1l.
23
ORALIDADE NA EDUCAÇÃO
BÁSICA
Nacional- LDB (Lei 9394/96), que ensejou a criaç o dos etros
Curriculares Nacionais (PCN) já em 1997, a necessidade de a escola
ocupar tempo do ensino regular com questões de oralidade é rcan-
te. Desde então, a língua deveria ser vista nas escolas como o principal
ambiente de interação social e seu mais precioso meio. Vejamos o que
diz o volume de língua portuguesa para as séries ini iais em sua versão
de 1997 (a primeira edição do documento:
Não é papel da escola ensinar o aluno a falar: isso é algo que a cria
ça aprende muito antes da idade escolar. Talvez por isso, a escola
nao
enha tomado para si a tareta de ensinar quaisquer usos e tormas ua
lingua oral. Quando o fez, foi de maneira inadequada: tentou corrig
a fala "errada" dos alunos - por no ser coincidente com a variedaue
linguistca de
prestigio socCial - , e com a esperança de evitar que c
vessem errado. Retorçou,
assim, o preconceito contra aqueles que a
diferente da variedade prestigiada (Brasil, 1997,
pp. 48-9).
24
ORALIDADE
25
ORALIDADE NA EDUCAÇÃO
BÁSICA
te em nossa sociedade.
A partir de quando esse trabalho deve ser feito? Dizem os PCN:
submetida a trabalhos com a língua oral e, à medida que ela vai ana
no
durecendo e ganhando confiança enm sua capacidade de expressao,
decorrer dos anos escolares, esse trabalho deve ser intensificado, O q
vez
Signihca permitir que o aluno, agora adolescente, seja exposto cad
nten
mais a sit uaçoes de oralidade mais formais, mais exigentese mais
de
sas, ate o
ponto emn que ele sinta competente para falar elou ou
se
orma critca a0.
e retlexiva em qualquer sit uação social de comuncay
m
dezembro de 2017, o Ministério da Eduação homolog
Bast Nalonal
(omum Curricular- BNCC, a ova gisla_ão curr legISIaga
cular brasileira tal (uma
para a
educaço infantile o ensino fundanc
y u e E n i n o médio tem
agora legislacão própria), que devcta
26
ORALIDADE
27
ORALIDADE NA EDUICAÇ AO
BÁSICA
mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao património
io cultu-
ral da humanidade, bem participar de práticas die
como
28
ORALIDADE
b.
Compreenso de textos orais:
Proceder a uma
ativa, voltada para qucstöes relativas ao
escuta
contexto de
produção dos textos, para o conteúdo em
para a observação de questão,
estratégias discursivas e dos recursos
guisticose multissemióticos lin-
tos
mobilizados, bem como dos elemen-
paralinguisticos e
cinésicos.
c.
Produção de textos orais:
Produz1r textos
pertencentes a generos orais diversos,
rando se aspectos relativos ao conside-
planejamento,
design, à avaliação das práticas realizadas
à
produçao, ao re-
ração social especificas.
cm
situações de inte-
d.
Compreensão dos efeitos de sentidos
provocados pelos usos
de recursos
linguisticos multisscmióticos em
e
textos perten-
centes a
generos diversos:
Tdentihcar e analisar efeitos de sentido
decorrentes de escolhas
de volume,
timbre, intensidade, ritmo, eteitos
pausas, sonoros,
Sincronização, expressividade, gestualidade etc. produzir textos
e
levando em conta eteitos
possiveis.
e.
Relação entre fala c escrita:
Estabelecer relação entre fala e escrita, levando-se
em conta o modo
como as duas modalidades
se articulam em
diferentes generos e
práticas de linguagem (como jornal de TV, programa de rádio,
apresentação de seminario, mensagem instantànea etc.), as
seme-
Ihanças e as diferenças entre modos de talar e de registrar o escrito e
OS
aspectos sociod1scurs1vos, composiCionais e linguisticOs de cada
modalidade sempre relacionados com os
generos em questão.
Oralizar o texto escrito, Considerando se as situaçoes soctais em
que tal tipo de atividade acontece, seus elementos paralinguísti-
COs e cnesicos, dentre outros.
29
ORALID NA
EDUCAÇAO BÁSICA
relacionar as questÙes
ps de
preocupação
enorme
atualizada
desenvolvimento
em
última década.
Como diz o próprio texto
no Brasil na
tratamento da todas a s .
linguagem e, em
tex
to" como unidade de
com o cenari0 SOCial que as envolve, bem co
uma preocupação
Com
valores de natureza ética, tratada de forma muito tímida na .
se de passagem, e reduzida a uma preocupação" com certo
pos de "manifestações" em ambiente digitais. O tema é assim colne.
ti
loca-
do em pauta, com "medo de ir a fundo":
30
ORALIDADE
Depois de verificar
legislação diz sobre o ensino da orali-
o que a
dade, uma
pergunta já deve estar incomodando o nosso leitor:
"Como,
enfim, trabalhar isso?". Vamos ver?
Preste
atenção nesta afirmação: "Garantir, na sala de aula, ativi-
dades sistemáticas". O que ela
quer dizer? Primeiramente, que o tra-
balho com oralidade étrabalho para a sala de aula, um conteúdo
um
31
ORALIDADE NA EDUCAÇÃO
BASICA
das Competencias C o m u n i c a .
a. método -
o ensino
cativas Só é
for balizado por um método
Coerente qque
coCrent.
permita ef
ciente se
sistematico por parte dos alunos: PCrmit.
um trabalho
t o r i a , poucas coisas hi
b. continuidade - d a
mestna
há mais da-
das competencias comunicativas d.
do que ati
nosas no cnsino
perdidas no tempo
Vidades csporádcas, soltas,
o
esp aço
cscolarcs. E importantissimo naver uma continuidad.
e, uma
insistencia, uma regularidade
permancncia, uma
mento das atividades - dai a relevancia (e nossa inci ereci
tencia
aqui) do planejanmento;
c. progressividade - as competencas comunic são ext
32
ORALIDADE
3
UNALIDAUt NA E
JE NA
EDUCAÇAO BASICA
sabe
impossível
isola-las.
Ha muito se que
quem nao sabe
sencial que é
falante.
Por essa
ouvir nao razão, atividades com oralidade sao construidas de
é bom
participar (seja Cm o.
pOSsam OS
os a l u n o s me
maneira que
todos
da classe), quer
falando, a
grande grupo ouvine
nores, seja no
necessidade de
participação crítica ddos aluno
define cssa
A BNCC
desta torma:
metodológico de d.
Cabe ressaltar,
reiterando o
nmoVimento
narureza teorica e
documentos
metali.
e s t u d o s de
curriculares anteriores, quc
sobre a literatura,
sobre a norma padrão e otte.
lingua, a-
ca- sobre a
nesse nivel de e n s i n o ser tomados
não devem
.
língua mo
riedades da
-
em práticas de retlovi.
exão
um fimem si mesmo, devendo estar envolvidos
aos estudantes ampllarem Suas cajacidades de uso da
que permitanm
e em produçao) em práticas situadas de
linguallinguagens (em leitura
nossos).
iinguagen (Brasil, 2017, p. 71; grifos
tema em questa0):
0s
que, na linguagem oral, tém papel complementar para conterir se
a
qual
e trabalh0, COm Suas vivéncias, atividade ou seja, unma
Ce podcra tirar hoes que o auxiliem em sua jornada f o l e
u Tdadan irtCO, atiVO
autOnomo
ORALIDADE
de
revestir sempre
ligadas à oralidade têm de se
As atividades ter
utilidade reconhecível, além do "ganhar
nota", c devem
alguma
cotidiano. E isso não é ditícil
no
com as atividades orais do
relação o
infhinidade de atividades úteis para
ambiente escolar, pOis há uma
no ouvire no talar,
cotidianoda escola que demandam competência
seminárIO em classe
desde levar um recado a alguém até apresentar um
de atiVI
ou palestra em um evento da escola. Todo variado conjunto
maneira os alunos não
dades possíveis pode ser planejado de a que
quantifhcação e nota,
como mera ação escolástica para fins de
vejam
mas como atividades úteis dia da instituição e produtivas em
no dia a
35
ORALIDADE NA EDUCA
BÁSCA
atë ela se acalmar
mar um
o u t r o ambiente,
sala e a levassem para
parao o fim da
fim pouco AA
da noi.ouco.
foi
transterida
noite.
apresentação daquele grupo
a aluna conseguiu expor
exporc
o
Quan-
com muito custo, que havia
dovoltaram,
preparado. com a classe sobre o ocorrid.
conversar
Dias depois, resolvi e, en-
para muitos, aquela fora a primeira
eles me revelaram que, que
tão,
público" e, para piorar,
valia nota. O pavor eo meddo
"falavam em se
nos corações
dos universitários poraue
instalaram na mente e escola
Ela não os preparou para o desenvolvim.
básica falhou com eles. lvimento
e de ouvir.
da competência de falar
Ora, por que nossos alunos chegam å universidade sem sah ler,
saber ouvir e sem saber falar? Porque falto.."
sem saber escrever, sem tou,
durante a escola básica, um trabalho Sistematico e consistente em tor-
comunicativas.
no dessas competências
Tendo isso em mente, o professor deve considerar que as ativida.
generos textuais".
Poderiamos apresentar uma extensa lista desses gêneros carac
teristicamente (não exclusivamente) orais e fazer uma análise de cada
um deles. Vamos, porém, deixar isso mais para a frente, quando mos
trarmos exemplos de atividades que podem ser desenvolvidas nas clas
ses da educação básica.
35
ORALIDADE
37