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A Grécia antiga localizava-se no sudeste da Europa, e em grego era conhecida como Hellas
ou Ellada. Consistia de um continente e um arquipélago de ilhas. Ela é o berço da filosofia
ocidental, da literatura, da matemática, da história, do teatro, dos Jogos Olímpicos e da democracia.
O conceito de um universo atômico foi proposto pela primeira vez na Grécia com Demócrito e
Leucipo. O processo do método científico atual foi introduzido com Tales de Mileto e seus
seguidores. O alfabeto latino também foi herdado da civilização grega, tendo sido introduzido na
região pelos fenícios no século VIII a.C., e os primeiros trabalhos em física e engenharia foram
iniciados por Arquimedes, pela colônia grega de Siracusa, entre outros. Por isso, a Grécia antiga é a
base de grande parte da cultura ocidental hoje. Praticamente tudo que se refere a formas de governo,
filosofia, ciência, matemática, arte, literatura e esportes teve sua origem na civilização grega. Ela foi
uma das maiores civilizações do Mediterrâneo antigo. Em seu auge, sob Alexandre, o Grande,
dominou grande parte da Europa e da Ásia Ocidental.
Períodos
Os historiadores costumam dividir a história da civilização grega em três grandes períodos:
1. Período Arcaico: é caracterizado pela introdução de repúblicas em vez de monarquias (que, em
Atenas, avançaram em direção à democracia) organizadas como uma cidade-estado ou pólis e a
instituição de leis. Decorreu desde 800 a.C. até cerca de 500 a.C. Esse período incluiu o início dos
Jogos Olímpicos e a redação da Odisseia e da Ilíada por Homero.
2. Período Clássico: este é o momento em que a maioria de nós pensa quando se tem a civilização
grega em mente. Foi a Idade de Ouro de Atenas, quando era governada por uma democracia e
quando teve início a construção da Acrópole. Nesse período, a civilização grega atingiu o auge em
quase todas as áreas do conhecimento humano e os grandes pensadores e artistas da Antiguidade
floresceram. Leônidas e seus 300 espartanos caíram nas Termópilas e, no mesmo ano (480 a.C.),
Temístocles derrotou a frota naval persa em Salamina, levando à derrota final dos persas em Plateia.
É também o período de Alexandre, o Grande. Ele liderou seu exército e invadiu o Egito, chegando a
conquistar parte da Índia. Educado por Aristóteles, difundiu os ideais da civilização grega através
de suas conquistas e, ao fazê-lo, transmitiu a filosofia, a cultura, a linguagem e a arte gregas para
todas as regiões com as quais teve contato. Esse período termina com sua morte, em 323 a.C.
3. Período Helenístico: durou desde a morte de Alexandre, o Grande até 146 a.C., quando Roma
conquistou a Grécia. Durante esse período, o pensamento e a cultura gregos se tornaram dominantes
nas várias regiões sob a influência dos sucessores de Alexandre.
Grécia Antiga
Ruínas de um teatro grego antigo
A civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, por volta de 2.000
a.C. Formou-se após a migração de tribos nômades de origem indo-europeia, como, por exemplo,
aqueus, jônios, eólios e dórios. As pólis (cidades-estado), unidades político-administrativas,
caracterizaram a vida política dos gregos. Elas surgiram por volta do século VIII a.C. As duas pólis
mais importantes da Grécia Antiga foram: Esparta e Atenas. Na Antiguidade, a Grécia, tanto
continental como insular, era conhecida como Hélade. Já seus habitantes eram chamados de
helenos.
Ser cidadão
A principal característica da civilização grega é sem dúvida a cidadania. Um cidadão grego
cumpre seus deveres (financeiro, militar, religioso) e, em troca, tem o privilégio de participar do
governo do estado, é protegido pelas leis (um estrangeiro, em geral, não tem direitos) e pelos deuses
da cidade (cada cidade tem seus próprios deuses e cultos reservados para os cidadãos).
Os cidadãos são agrupados em torno de um centro urbano, que serve como uma fortaleza e
também um local para a vida política, intelectual, religiosa e econômica. Este centro é considerado
indispensável, mas o território em torno dele também é povoado por cidadãos que vivem em
aldeias. Apesar da distância e de sua pouca participação na vida da cidade devido à distância, não
há diferença entre os direitos e os deveres desses cidadãos, pois ambas as regiões dependem uma da
outra.
Expansão do povo grego: a diáspora
Entre os séculos VII a.C. e V a.C. aconteceram várias migrações de povos gregos para
vários pontos do Mar Mediterrâneo, como consequência do grande crescimento populacional, dos
conflitos internos e da necessidade de novos territórios para a prática da agricultura. Na região da
Trácia, os gregos fundaram colônias, na parte sul da Península Itálica e fizeram o mesmo na região
da Ásia Menor (Turquia atual). Os conflitos e desentendimentos entre as colônias da Ásia Menor e
o Império Persa ocasionaram as famosas Guerras Médicas (499 a.C. a 449 a.C.), em que os gregos
saíram vitoriosos.
História de Esparta
Estatueta de um Guerreiro Espartano
Esparta foi uma das principais polis (cidades-estados) da Grécia Antiga. Situava-se
geograficamente na região sudeste da Península do Peloponeso. Destacou-se no aspecto militar,
pois foi fundada pelos dórios.
A cidade de Esparta foi fundada no século IX a.C. pelo povo dório que penetrou pela
península em busca de terras férteis. Quatro aldeias da região da Lacônia uniram-se para formar a
cidade de Esparta. A cidade cresceu nos séculos seguintes e o aumento populacional fez com que os
espartanos buscassem a ampliação de seu território através de guerras. No final do século VIII a.C.,
os espartanos conquistaram toda a planície da Lacônia. Nos anos seguintes, Esparta organizou a
formação da Liga do Peloponeso, reunindo o poderio militar de várias polis da região, exceto a rival
Argos. O poder militar de Esparta foi extremamente importante nas Guerras Médicas (contra
os persas). Uniu-se a Atenas e outras cidades para impedir a invasão do inimigo comum. O exército
espartano foi fundamental na defesa terrestre (Atenas fez a defesa marítima) durante as batalhas.
Após as Guerras Médicas, a luta pela hegemonia no território grego colocou Atenas e Esparta em
posições contrárias. De 431 a 404, ocorreu a Guerra do Peloponeso entre Atenas e Esparta, que foi
vencida pelos espartanos.
Em Esparta a sociedade era estamental, ou seja, dividida em camadas sociais onde havia
pouca mobilidade. A sociedade estava composta da seguinte forma:
- Esparcíatas: eram os cidadãos de Esparta. Filhos de mães e pais espartanos, haviam recebido a
educação espartana. Esta camada social era composta por políticos, integrantes do exército e ricos
proprietários de terras. Só os esparcíatas tinham direitos políticos.
- Periecos: eram pequenos comerciantes e artesãos. Moravam na periferia da cidade e não possuíam
direitos políticos. Não recebiam educação, porém tinham que combater no exército, quando
convocados. Eram obrigados a pagar impostos.
- Hilotas: levavam uma vida miserável, pois eram obrigados a trabalhar quase de graça nas terras
dos esparcíatas. Não tinham direitos políticos e eram alvos de humilhações e massacres. Chegaram
a organizar várias revoltas sociais em Esparta, combatidas com extrema violência pelo exército.
O princípio da educação espartana era formar bons soldados para abastecer o exército da
polis. Com sete anos de idade o menino esparcíata era enviado pelos pais ao exército. Começava a
vida de preparação militar com muitos exercícios físicos e treinamento. Com 30 anos ele se tornava
um oficial e ganhava os direitos políticos. A menina espartana também passava por treinamento
militar e muita atividade física para ficar saudável e gerar filhos fortes para o exército.
Política Espartana
- Reis: a cidade era governada por dois reis que possuíam funções militares e religiosas. Tinham
vários privilégios.
- Assembleia: constituída pelos cidadãos, que se reuniam na Apella (ao ar livre) uma vez por mês
para tomar decisões políticas como, por exemplo, aprovação ou rejeição de leis.
- Gerúsia: formada por vinte e oito gerontes (cidadãos com mais de 60 anos) e os dois reis.
Elaboram as leis da cidade que eram votadas pela Assembleia.
- Éforos: formado por cinco cidadãos, tinham diversos poderes administrativos, militares, judiciais
e políticos. Atuavam na política como se fossem verdadeiros chefes de governo.