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Ouro Preto
Agosto de 2005
AGRADECIMENTOS
À Deus por ter me concedido saúde, e disposição para vencer mais uma etapa da vida.
Aos meus pais e irmãos por todo apoio, amor e incentivo sem o qual não teria conseguido
chegar até aqui.
Ao meu orientador e amigo Wilson Trigueiro por todo o incentivo e confiança na longa
jornada deste mestrado.
Aos companheiros de trabalho Diogo Marques, José Antonio Veleda, Osvaldo, Paulo
Tostes, Eduardo Togoro, Anderson, Juliana Vieira, Márcia Daltro, Danielle, Marcelo Braga
e Renato.
Aos eternos companheiros Miguel Ângelo, Maria Mazzei, Antonio Rezende, Antonio
Vargas, Matias, José Antonio Neves, Alexandre Brugger, Maria Marta Gameiro.
Ao Prof. Dr. Rubens Porto Jr. da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
À empresa ÚTIL que me levou e trouxe em segurança nas madrugadas frias da BR 040.
The crushed stone mining directly supplies the raw material used in civil
construction, making possible the execution of basic infrastructure, construction and paving
works in general, playing a fundamental role in the urban development. Such development
along with the necessity of the supplier-consumer proximity has approximated the
population and the mineral enterprises (quarries), as well as the impacts associated with the
mining production, such as dust, noise and vibrations. The Metropolitan Region of Rio de
Janeiro (MRRJ) consists in a clear example of quick urban development and the conflicts
associated with crushed stone mining.
The present study analyzes the feasibility of crushed stone mining in the MRRJ
considering its multiple aspects and building a diagnosis of the activity as well as of its
economical, environmental and social interactions. The basic information was collected
through extensive research and technical visits to the quarries. Based on the collected data,
a location map of the MRRJ quarries was plotted, and it was also possible to perform a
survey of their environmental impacts, extraction methods, environmental control, and
degraded area recovery instruments. All visited companies in the MRRJ have an
Environmental Control Plan (ECP) and a Degraded Area Recovery Plan (DARP), which
present basically projects and actions in order to mitigate and control the environmental
impacts inherent to the activity.
Through the present work it is possible to conclude that the crushed stone mining
faces a delicate moment in the MRRJ, suffering pressures from the population and
government agencies responsible for the environmental licensing, due its impactive
character. Although difficult, the impasse solution is necessary given the infrastructure
need and the restriction imposed by the mineral occurrence. These facts demand wider
communication between the government agencies and the entrepreneurs. This
communication must result in an adequate and realistic planning that involves technical
improvements and environmental commitment from the entrepreneurs as well public
policies to support them. This interaction must have as its only target the improvement of
the population life quality which is assured by an environmental conscious development.
Key-words: mining, crushed stone, environmental impacts.
SUMÁRIO
i
8 MEDIDAS MITIGADORAS E DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL
PARA A MINERAÇÃO DE BRITA NA RMRJ.............................................. 73
8.1 Principais Medidas de Controle Ambiental Adotadas ........................... 73
8.2 Principais Medidas de Recuperação das Áreas Degradadas pela
Mineração de Brita .................................................................................... 87
9 RESULTADOS OBTIDOS ................................................................................ 91
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ................................... 95
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 103
12 ANEXO .............................................................................................................. 109
ii
ÍNDICE DE TABELAS
iii
ÍNDICE DE FIGURAS
iv
Figura 9 - Detalhe do momento após a detonação da bancada, onde o material
desmontado se deposita na praça de trabalho. Nota-se que nesta fase a
geração de poeiras minerais é ainda mais intensa. ...................................... 19
Figura 10 – Emissão de material particulado para atmosfera gerado pelo transito
interno de caminhões fora-de-estrada. ......................................................... 20
Figura 11 – Emissão de material particulado para atmosfera produzido por
britador cônico na operação de rebritagem. ................................................. 21
Figura 12 – Emissão de poeiras minerais, e gases monóxido de carbono (CO) e os
óxidos de nitrogênio (NO e NO2) gerados durante a detonação de uma
bancada ........................................................................................................ 24
Figura 13 – Pedreira localizada na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro,
paralisada na década de 90, sem nenhum tipo de recuperação
ambiental. Hoje se observa a implantação de dois túneis da linha
amarela que cortam o maciço. ..................................................................... 32
Figura 14 – Pedreira localizada no bairro de jacarepaguá zona oeste do município
do Rio de Janeiro, paralisada na década de 80. Observa-se um paredão
único contrastando com a área verde ao redor. Nota-se que a praça de
trabalho da antiga pedreira ocorre um processo de sucessão vegetal
natural. Abaixo na foto se observa uma enorme ocupação desordenada
(favela do Rio das Pedras), gerando também um impacto paisagístico
forte, ocupação da faixa marginal de proteção do rio Arroio do Anil,
desmatamento e geração de esgotos domésticos sem tratamento e
aporte destes a rede de drenagem natural. ................................................... 32
Figura 15 – Antiga pedreira localizada no bairro da Gamboa, centro do Rio de
Janeiro. Observa-se que foi paralisada sem a devida recuperação
ambiental e hoje funciona uma escola municipal bem próxima ao
paredão deixado pela antiga atividade. No topo e nos flancos da rocha
se observam inúmeras habitações de baixa renda implantadas sem
nenhuma obra de contenção geotécnica. ..................................................... 33
Figura 16 – Antiga Pedreira sem o devido planejamento, localizada próximo a
central do Brasil paralisada na década de 60. A área hoje é utilizada
como garagem de uma empresa de ônibus. No topo da antiga pedreira
houve uma ocupação desordenada hoje chamada de favela da pedra
lisa, no lado esquerdo da foto se observa à favela da providência. ............. 33
Figura 17 – Pedreira localizada em Jacarepaguá zona oeste do município do Rio
de Janeiro, paralisada em 2001. Esta área foi paralisada sem que as
medidas de recuperação fossem implantadas e hoje mostra nítidos
contrastes entre a área da cava e a área de mata ao redor gerando um
forte impacto paisagístico. Nota-se também o acúmulo de água nas
antigas áreas de exploração. ........................................................................ 34
Figura 18 – Pedreira paralisada no final da década de 90 pelo poder público
devido à implantação da linha amarela. Esta pedreira mostra uma cava
formada por um banco único com mais de 80 metros de altura
resquícios de uma exploração com a utilização de martelos
pneumáticos manuais comum em todas as pedreiras antes da década
de 80 . A porção inferior da cava assim como o flanco direto já foi
v
lavrado em um sistema de bancos sobrepostos. A paralisação mais
uma vez se deu sem planejamento e sem a devida recuperação da área
degradada. .................................................................................................... 34
Figura 19 - Mapa Geológico da RMRJ ......................................................................... 43
Figura 20 - Legenda do Mapa Geológico da RMRJ...................................................... 44
Figura 21– Pedreira inserida dentro da malha urbana da cidade do Rio de Janeiro,
mostrando no lado direito da foto a lavra em bancos superpostos
lavrados de forma descendente e do lado esquerdo um passivo de um
paredão único lavrado no passado com a utilização de martelo
pneumático e de difícil recuperação hoje devido à proximidade com a
comunidade que cerca a atividade. .............................................................. 48
Figura 22 – Pedreira lavrada primordialmente em banco único, formando um
“paredão” rochoso de cerca de 70 metros de altura. Hoje se torna
muito difícil implantar bancos neste tipo de cava devido a ocupação
desordenada das áreas próximas a atividade. Esta pedreira está cercada
por comunidades de baixa renda (favelas) implantadas sem o menor
controle do estado reduzindo a vida útil do empreendimento e gerando
um impacto econômico à atividade tornando hoje a operação da
pedreira difícil e com custos elevados. ........................................................ 49
Figura 23 – Mapa de Localização das pedreiras na RMRJ ........................................... 51
Figura 24 – Legenda do Mapa de Localização das pedreiras da RMRJ ....................... 52
Figura 25 – Mapa de Localização das Regiões Produtoras de Brita da RMRJ ............. 53
Figura 26 - Produção de Brita no Brasil por Estado ...................................................... 57
Figura 27 - Segmentação do Consumo de Brita por Setor no Brasil............................. 58
Figura 28 - Evolução do Número de Unidades Produtoras no Período 1970-2000 ...... 62
Figura 29 - Evolução da Produção de Brita na RMRJ no Período 1970-2000.............. 63
Figura 30 - Evolução da Produção por Unidade Produtora no Período 1970-2000 ...... 63
Figura 31 - Vendas de Brita na RMRJ no Período 1970-2000...................................... 64
Figura 32 - Composição Regional de Vendas em 1980 ................................................ 65
Figura 33 - Composição Regional de Vendas em 2000 ................................................ 65
Figura 34 – Flanco da cava de uma pedreira da RMRJ. Nota-se que o substrato
rochoso se trata de um gnaisse bastante intemperizado e observam-se
alguns pontos de instabilidade com rompimento de taludes e
deslizamento de blocos. Esta área foi revegetada com espécies
arbóreas da Mata Atlântica, com a finalidade de reduzir a infiltração
de água da chuva minimizando o impacto causado pela ação das
intempéries sobre o substrato desnudo bem como o impacto visual da
exposição da rocha na cava já explorada. .................................................... 75
Figura 35 – Detalhe da berma revegetada mostrando espécies arbóreas em
diversos estágios de crescimento. Esta proteção superficial ajuda a
controlar os processos erosivos, além de reduzir o impacto visual
gerado pela atividade. Com o passar dos anos nesta área não se
observará mais a exposição de rocha desnuda, mas apenas uma área
vi
recoberta por mata bem fechada, propiciando também o retorno de
espécies animais ao sítio antes degradado. .................................................. 75
Figura 36 – Canaleta de drenagem meia cana construída em concreto para aduzir
as águas superficiais oriundas das áreas de lavra e beneficiamento da
empresa à bacia de decantação localizada a jusante desta. .......................... 76
Figura 37 – Caixa de sedimentação em concreto, construída para receber toda a
água drenada das frentes de lavra e áreas de beneficiamento. Esta
caixa recebe uma limpeza periódica para a retirada do material
carreado por ação das chuvas de forma a evitar o assoreamento da
rede de drenagem local. A porção à esquerda da caixa mostra o
material sedimentado após chuva torrencial. ............................................... 77
Figura 38 – Drenagem informal construída em forma de vala escavada no terreno.
Este tipo de drenagem é o mais comum observado se trata de uma vala
construída através da escavação do terreno e com desnível para a saída
da bacia. Esta canaleta aduz toda a água de chuva oriunda das frentes
de lavra á caixa de decantação localizada á jusante. .................................. 77
Figura 39 – Aspersão de água em linha de britagem utilizada como medida de
supressão da emissão de material particulado para a atmosfera. ................. 79
Figura 40 – Umectação de vias de internas de uma pedreira da RMRJ. Prática
utilizada para reduzir a emissão de material particulado gerado pela
circulação de máquinas e caminhões. .......................................................... 79
Figura 41 – Umectação das vias externas da área de mineração com a finalidade
de evitar a emissão de particulado gerados pela movimentação de
veículos e caminhões de entrega externa da pedreira. ................................. 80
Figura 42 – Plantio de cortina arbórea na área limítrofe de uma pedreira da
RMRJ. Esta cortina atenuará a médio prazo o impacto visual do
observador mais próximo do empreendimento mineiro e deverá reter
parcialmente material particulado e ruídos gerados pela operação da
atividade. ...................................................................................................... 80
Figura 43 – Cortina arbórea já implantada. A linha externa é constituída por
eucaliptos e a linha interna de espécies leguminosas esta associação
foi constituída de forma a criar uma barreira vegetal mais densa para
melhor atenuar emissão de particulados e ruídos. ....................................... 81
Figura 44 – Perfuratriz com aspersão de água no furo. Esta injeção de água reduz
consideravelmente a emissão de material particulado para a atmosfera.
Nota-se na parte inferior a direita da foto que o material mais escuro
sedimentado se trata do material umectado dentro do furo pela
aspersão de água e depositada próximo a boca deste reduzindo a
emissão de particulados para a atmosfera. ................................................... 81
Figura 45 – Perfuratriz com sistema de coletor de pó utilizada em pedreira da
RMRJ. Toda a poeira produzida durante a perfuração da rocha é
direcionada a um sistema do tipo ciclone e depositado em sacos
evitando dessa forma que este material vá para atmosfera. ......................... 82
Figura 46 – Desmonte secundário através da utilização de drop bal. Esta
operação acaba com a necessidade do desmonte secundário com a
vii
utilização de explosivos reduzindo a geração de ruídos e riscos de
ultralançamentos. ......................................................................................... 83
Figura 47 – Rocha desmontada pelo drop ball. ............................................................. 84
Figura 48 – Utilização de martelo hidráulico no desmonte secundário, o que
reduz ruído, vibrações e riscos de ultralançamento na operação de
desmonte de rocha. ...................................................................................... 84
Figura 49 – Cava final de pedreira mostrando um sistema de bancos sobrepostos
com recolocação de substrato nas bermas e revegetação com espécies
nativas. Se traçarmos uma linha envoltória imaginária passando pelas
cristas dos taludes e analisarmos a nova morfologia apresentada,
veremos que existe uma considerável redução do ângulo geral do
talude............................................................................................................ 89
Figura 50 – Área de lavra em estágio avançado de recuperação. Ao fundo se
observa um talude lateral totalmente revegetado com árvores em torno
de 10 metros de altura. Neste estágio a altura dos indivíduos florestais
se aproxima ou ultrapassa a altura do talude de rocha, ocultando a
rocha exposta e criando um aspecto paisagístico mais agradável além
de propiciar o retorno da fauna ao sítio recuperado. ................................... 90
Figura 51 – Composição dos Direitos minerários das unidades produtoras da
RMRJ – Fonte: Cadastro Mineiro DNPM, Agosto de 2005 ........................ 92
Figura 52 – Composição da vida útil das empresas considerando capacidade
instalada e reservas cubadas ........................................................................ 93
Figura 53 – Composição do uso do solo onde estão inseridas as unidades
produtoras de brita da RMRJ. ...................................................................... 94
Figura 54 - IBRATA Mineração Ltda - Vargem Pequena, Rio de Janeiro. ................ 131
Figura 55 - TAMOIO Mineração S/A – Taquara, Rio de Janeiro. .............................. 131
Figura 56 - Pedreira BANGU Ltda – Bangu, Rio de Janeiro. ..................................... 132
Figura 57 - Pedreira BANGU Ltda Bangu, Rio de Janeiro. ........................................ 132
Figura 58 - EMASA Mineração Ltda- Jabour, Rio de janeiro. ................................... 133
Figura 59 - Empresa de Mineração PENA BRANCA Ltda – Campo Grande, Rio
de Janeiro. .................................................................................................. 133
Figura 60 - SIMGRA Sociedade Industrial de Mineração de Granitos Ltda –
Pedra de Guaratiba, Rio de Janeiro............................................................ 134
Figura 61 - LAFARGE do BRASIL S/A – Inhaúma, Rio de Janeiro. ........................ 134
Figura 62 - Sociedade Nacional de Engenharia Ltda – SNEC – Inhaúma, Rio de
Janeiro. ....................................................................................................... 135
Figura 63 - Anhanguera Unidade Inhaúma – Inhaúma, Rio de Janeiro. ..................... 135
Figura 64 - Mineração CISPEL Ltda – Jurujuba, Niterói. .......................................... 136
Figura 65 - Empresa de Mineração Estrela Ltda – Anai, São Gonçalo. ...................... 136
Figura 66 - Pedreira Carioca Ltda – Lindo Parque, São Gonçalo. .............................. 137
Figura 67 - Anhaguera Unidade São Gonçalo – Lindo Parque, São Gonçalo. ........... 137
viii
Figura 68 - Mineração Ouro Branco Ltda – Rocha, São Gonçalo. ............................. 138
Figura 69 - Vila Real Mineração Ltda – Colubandê, São Gonçalo. ............................ 138
Figura 70 – MACASA Mineração Ind. Com S/A, - Jardim Alcântara, São
Gonçalo. ..................................................................................................... 139
Figura 71 - IBRATA Mineração Unidade Itaboraí – Itaboraí. .................................... 139
Figura 72 - COMVÉM Mineração Ltda – Suruí, Magé. ............................................. 140
Figura 73 - CETEL Ltda – Suruí, Magé. ..................................................................... 140
Figura 74 - Holcim S/A – Magé. ................................................................................. 141
Figura 75 - Mineração CARNEIRO Ltda – Taquara, Duque de Caxias. .................... 141
Figura 76 - J. Serrão Mineração – Chacrinha, Japerí. ................................................. 142
Figura 77 - Pedreira São Pedro Ltda – Cerâmica, Nova Iguaçu. ............................... 142
Figura 78 - Pedreiras. .................................................................................................. 143
Figura 79 - Empresa de Mineração Santo Antonio Ltda ESAM – Nova Iguaçu. ....... 143
Figura 80 - Mineração Nova Santa Luzia Ltda – Itaguaí. ........................................... 144
Figura 81 - EMFOL Mineração Ltda – Seropédica..................................................... 144
Figura 82 - Sepetiba Mineração Ltda – Mangaratiba. ................................................. 145
ix
LISTA DE ABREVIAÇÕES
CAP – Capítulo
LI – Licença de Instalação
LO – Licença de Operação
LP – Licença Prévia
x
NBR – Norma Brasileira
xi
Capítulo 1 – Introdução
1 INTRODUÇÃO
1
Capítulo 1 – Introdução
Outro ponto também importante é a história da mineração de brita, que sempre foi
pioneira nas periferias das grandes cidades, modificando o uso, a ocupação do solo e as
características sócio-econômicas da região onde se instala. No contexto histórico,
geralmente um empreendimento mineiro se instala em regiões rurais, ou de baixa
densidade populacional, sem infra-estrutura básica.
O inicio das atividades de uma mina traz benfeitorias, com a chegada de insumos
básicos fornecidas pelo poder público, como energia elétrica e água, a abertura de
acessos e estradas para o escoamento da produção, a chegada de transporte coletivo e o
início da abertura de pólos comerciais e de serviços para atender a demanda criada pela
nova atividade instalada.
2
Capítulo 1 – Introdução
localizada em uma área isolada, passe ao longo do tempo de sua vida útil a se inserir em
um contexto de pressão urbana, onerando os custos de produção e criando conflitos
sociais muitas vezes de solução difícil.
3
Capítulo 2 – Objetivos
2 OBJETIVOS
Segundo Hennies et. al. (2005), os sítios de mineração recebem o nome de minas. A
pedreira é um caso particular de mineração a céu aberto e esta denominação está
associada à natureza do produto explotado (rocha para brita), o qual é extraído,
beneficiado e utilizado sem que ocorram transformações químicas.
4
Capítulo 2 – Objetivos
5
Capítulo 3 – Justificativa e Relevância do Estudo
6
Capítulo 4 – Metodologia da Pesquisa
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
Quinta etapa – compilação e análise dos dados obtidos nas etapas anteriores e
elaboração e defesa da dissertação.
7
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
5 CONCEITUAÇÃO DO PROBLEMA
Segundo Bacci (2000) a proximidade das pedreiras de brita com os centros urbanos é
decorrência natural da forte influencia do custo do transporte no preço final do produto,
devido ao baixo valor unitário da brita quando comparada com outros bens minerais.
Outro ponto abordado por Bacci (op. cit.) são os fatores ligados à localização natural da
jazida como: a necessidade de geologia adequada, grande volume de reservas (o que
prolonga a vida da jazida por décadas) e a disponibilidade da área junto ao DNPM, são
rígidos e imutáveis.
O desenvolvimento da atividade de lavra a céu aberto em área urbana, com seus riscos
potenciais, confronta cada vez mais com os espaços sociais, levando a um crescente
conflito com os interesses sociais e de proteção ambiental.
Por outro lado, o crescimento desordenado das grandes metrópoles resulta naturalmente
na concentração periférica da população. Esta ocupação se fez de forma desordenada na
RMRJ, através da implantação de loteamentos clandestinos e favelas, sem que o poder
público interviesse. O quadro de restrição da localização, em contraposição com a
ocupação urbana desordenada, originou este quadro crescente de conflitos entre as
comunidades vizinhas e as mineradoras.
8
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Sanches (1989) apud Bacci (2000) identificou duas características fundamentais para a
situação atual das mineradoras operando em áreas urbanas: o primeiro refere-se à
relativa abundância destes bens minerais, e o segundo refere-se à sua localização, onde a
percepção ambiental é muito mais aguda, uma vez que se trata de um ambiente
cotidiano, onde freqüentemente milhares de pessoas convivem com a atividade (Figura
2). Desta forma o problema assume uma dupla dimensão: uma técnica e outra social.
Figura 2 - Pedreira totalmente inserida dentro da malha urbana. O sítio geográfico onde
hoje está inserido esta mineradora instalada primordialmente na década de 40 possuía
um uso do solo totalmente rural na época de sua instalação (plantação de laranja). A
atividade se instalou no local muito antes do avanço da malha urbana. Com o passar dos
anos a urbanização chegou a esta região da cidade do Rio de Janeiro. Esta ocupação se
deu de forma desordenada e sem considerar a presença da atividade de mineração no
local. Na porção inferior da foto se observa uma invasão dentro do terreno da
mineradora. Esta invasão ocorreu na década de 80. A ocupação desta área foi feita sem
o assentimento da empresa e sem que o poder público tomasse qualquer providência
para a retirada dos invasores. Apesar de operar com todos os controles ambientais
pertinentes a sua atividade, esta situação geográfica reduziu consideravelmente a vida
útil da empresa.
9
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Nesse sentido é de suma importância realizar estudos aprofundados, caso a caso, sobre
os fatores impactantes e os sistemas potencialmente impactáveis, para que sejam
adotadas estratégias corretas de monitoramento e gerenciamento.
Desta forma, para um trabalho ambiental sério e bem embasado, não basta apenas
pretender avaliar impactos genéricos, é necessário que se conheçam os sistemas
impactáveis que se sobrepõem e se intercruzam. O estabelecimento deste quadro de
possíveis conseqüências depende de uma minuciosa revisão dos campos de
interferências que ele possa ter com o meio físico, ecológico e social.
Segundo Chiossi et al. (1982), Macedo et al. (1985) e Teixeira (1992) apud Bitar
(1997), as principais alterações causada pela atividade de mineração podem ser
resumidas em: supressão vegetal, reconfiguração de superfícies topográficas, impacto
visual, aceleração de processos erosivos; indução de escorregamentos, modificação de
cursos d’água, aumento da emissão de gases e partículas em suspensão no ar, aumento
de ruídos; ultra-lançamentos, sobrepressão atmosférica, vibração do solo e geração de
áreas degradadas. Algumas alterações socioeconômicas podem ser citadas, tais como:
mudança do uso de solo, aumento da demanda de trabalho, aumento da circulação de
veículos pesados (transtornos ao tráfego), aumento da arrecadação de impostos,
depreciação de imóveis circunvizinhos e possibilidade de ocupação de áreas degradadas
não remediadas por comunidades de baixa renda (favelas).
10
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Identificar estes impactos ambientais não se trata de uma leitura analítica do projeto em
si mesmo, mas, acima de tudo, principalmente nas atividades a serem implantadas. Está
em jogo uma avaliação de sua viabilidade econômica e técnica, cruzada com sua
viabilidade ambiental de forma a evitar os conflitos ambientais e sociais observados
hoje nos grandes centros urbanos entre a mineração, o poder público e as comunidades
circunvizinhas.
11
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Quanto à avaliação dos impactos causados, segundo Bacci (op. cit.), atualmente
problemas como a falta de mecanismos para o planejamento dos órgãos responsáveis
pela gestão ambiental e a inépcia das instituições ambientalistas, destituídos de recursos
técnicos, humanos e financeiros, impedem avanços para uma correta e segura avaliação
dos impactos causados pela atividade.
Ainda segundo Bacci (op. cit.), principalmente em áreas urbanas, a quantificação destes
impactos fornecerá dados palpáveis e reais do problema que, associados à análise das
normas vigentes e estudos de casos, poderá ser estabelecida a real gravidade do
problema da mineração em área urbana.
A seguir estão descritos alguns dos principais impactos ambientais específicos à lavra
de rocha para brita a céu aberto, sendo os mesmos relativos tanto ao meio físico quanto
aos meios biótico e antrópico.
12
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Em seu movimento rumo à saída de uma bacia hidrográfica, a água da chuva flui sobre
ou através de uma superfície composta por solos e rochas impermeáveis que formam e
revestem as vertentes e as calhas de drenagem. Os obstáculos que então encontra
determinam os caminhos que ela vai seguir e a velocidade com que se deslocará, e
dissipa boa parte de energia de que está provida, ao propiciar que as partículas sólidas
sejam removidas ou transportadas pelo fluxo líquido.
Área de Lavra
13
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
rocha, e por este motivo constantemente retrabalhados quanto a sua estabilidade física,
associada à alta competência e sanidade das rochas utilizadas para a produção de brita, o
impacto gerado por ação erosiva pode ser considerado de baixa magnitude.
Os principais problemas de erosão podem ser gerados nos taludes finais da pedreira
após o término da atividade mineral, considerando-se que esta região remanescente foi
ao longo da atividade bastante trabalhada mecanicamente pelo uso de explosivos,
podendo gerar pontos de instabilidade e possibilitando a ocorrência de movimentos de
massa (figura 3).
14
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
mineiras este material deve ser retirado de forma adequada sem gerar taludes de
trabalho com alturas muito grandes e depositado em locais adequados.
Figura 4 – Foco de erosão no flanco de uma cava de pedreira. Esta área foi decapeada
sem a devida estabilização, gerando taludes com alturas extremamente grandes e alta
declividade. Esta associação aliada a heterogeneidade de materiais observados tornou a
área bastante susceptível a processo erosivos.
Este material, composto por uma mistura que em termos granulométricos varia desde a
fração argila até a presença de blocos de rocha alterada, deverá ser disposto em pilhas
de estéril.
15
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
O carreamento de sólidos nas áreas trabalhadas dentro da pedreira, bem como na pilha
de estéril, é muito intenso, devendo ser motivo de medidas de mitigação e controle
previstas no PRAD de cada empresa (Figura 5).
16
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
17
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
18
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Carregamento e transporte interno - nas vias de acesso interno da pedreira e nas praças
de serviço, normalmente o piso sobre o qual caminhões e máquinas transitam é
constituído de terra ou de rocha. Este tipo de base produz a emissão material particulado
para a atmosfera (Figura 10), caso não recebam uma umectação adequada. A formação
de nuvens de poeira devido ao tráfego de caminhões e outros equipamentos nas áreas de
servidão e nas estradas externas geram um impacto direto, negativo, temporário, local e
reversível.
19
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Figura 10 – Emissão de material particulado para atmosfera gerado pelo transito interno
de caminhões fora-de-estrada.
20
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Pilha de estéril – A pilha gerada pelo armazenamento de material estéril por ser
constituída em grande parte por material argiloso está sujeita a ação direta dos ventos, e
dessa forma pode contribuir para a emissão de poeira. Este tipo de atividade gera um
impacto direto, negativo, temporário, local e reversível.
Segundo Bacci (op. cit.) a detonação de um explosivo é uma reação exotérmica, que
ocorre em um curtíssimo espaço de tempo, quase que instantaneamente, gerando gases
como produto final. Este fenômeno envolve uma alta quantidade de energia que é
liberada sob a forma de calor e trabalho mecânico, produzindo pressões e temperaturas
elevadas.
21
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Segundo Bacci (op. cit.), a velocidade da partícula é o melhor parâmetro para descrever
a vibração e os danos potenciais às estruturas. Na verdade, a velocidade da partícula
seria a velocidade de oscilação, sendo três as suas componentes: vertical, longitudinal e
transversal. A detecção destas ondas através de monitoramentos sismográficos se refere
às suas próprias diferenciações, sendo registradas separadamente as ondas de
compressão e dilatação, chamadas longitudinais, as ondas de cisalhamento secundárias
ou ondas “S”, chamadas transversais, e as ondas verticais responsáveis pelo
deslocamento de partícula superficial, de movimento elíptico e retrógrado.
22
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
materiais e sensação de incômodo ao ser humano. O som ocorre em um meio que possui
massa e elasticidade. As moléculas de gás no ar são distribuídas quase que
uniformemente e seus movimentos são aleatórios.
Todos os resultados das medições devem estar dentro do limite estabelecido pela NBR
9653, de novembro de 1996 (ABNT, 1996).
Emissão de gases – segundo Bacci (op. cit.) os gases que deveriam ser produzidos por
explosivos comerciais são: dióxido de carbono (CO2), Nitrogênio (N2) e vapor d’água
(H2O), todos não tóxicos (Figura 12).
23
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Contudo, em condições reais, além dos gases já mencionados são produzidos, sob a
forma de fumaças, o monóxido de carbono (CO) e os óxidos de nitrogênio (NO e NO2),
que em uma lavra a céu aberto são rapidamente dispersados pelos ventos, não chegando
a prejudicar animais e seres humanos. Em uma lavra subterrânea exigem cuidados
especiais quanto à escolha do explosivo e à quantidade empregada, bem como quanto às
condições de detonação e ventilação da pedreira (DU PONT, 1977 apud BACCI, 2000).
Todos os explosivos utilizados são da classe 1 com seu balanço de oxigênio 0 (gerando
predominantemente monóxido de carbono), não possuindo substâncias causadoras de
efeitos fisiológicos.
Ultralançamento – Segundo Bacci (op. cit.) este termo é empregado para expressar a
inesperada e indesejável projeção de fragmentos de rochas a grandes distâncias. Este
24
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
tipo de acontecimento ocorre em pequenas percentagens e não pode ser estimado o seu
alcance, como no caso de um lançamento normal.
Alteração Paisagística
A linha – pode-se definir linha como o caminho real ou imaginário que o observador
percebe quando existem espaços diferenciados pela cor, forma, textura, etc. Os
contornos da silhueta de um objeto recortada contra o céu ou fundo cênico, a separação
25
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
entre diferentes tipos de vegetação, os corredores visuais, etc, são exemplos que
ressaltam o elemento linha.
26
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
27
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
antecipadamente, sendo que quanto menor for o ângulo, maior informação se obterá
sobre a morfologia do terreno circundante.
Tamanho – a degradação da área de estudo é mais visível quanto maior for a superfície
de abrangência visual.
Como qualquer outra atividade que envolva pessoas e máquinas, a explotação de uma
área produz efluentes líquidos que se não forem corretamente mitigados e monitorados
ocasionarão a contaminação de córregos, lençóis freáticos e solos. Os principais agentes
de contaminação são: resíduos provenientes da lavagem, lubrificação e manutenção de
equipamentos não devidamente tratados; esgoto proveniente das instalações sanitárias; a
água oriunda das frentes de lavra, vias de acesso e pátios de estocagem que em períodos
chuvosos deslocam-se saturadas em materiais particulados; e o tanque de abastecimento
de combustível, que pode gerar a contaminação do lençol freático caso haja vazamentos
para o subsolo.
28
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
“Os vegetais, animais e microorganismos que vivem numa região e constituem uma
comunidade biológica estão ligados entre si por uma intrincada rede de relações que
inclui o ambiente físico em que existem estes organismos. Estes componentes físicos e
biológicos interdependentes formam o que os biólogos designam com o nome de
ecosssistema” (Dias, 2001).
No caso da fauna local, impactos como falta de gerenciamento das águas de drenagem
das pedreiras, poluição do ar, movimentação de veículos, ruídos oriundos das máquinas
em movimento e ruídos e vibrações das detonações nas frentes de lavra, são
potencialmente capazes de provocar stress e afastar as comunidades faunísticas, sendo
que todos estes impactos não são permanentes.
Ainda segundo Dias (2001.), a falta de um adequado sistema de drenagem das águas
pluviais nas ninas pode provocar o assoreamento ou contaminação das águas
superficiais, alterando as condições do ecossistema aquático gerando impactos à fauna e
à flora.
29
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Os impactos podem ter caráter benéfico ou adverso e sua avaliação deve ser feita de
forma a caracterizar custos e benefícios da implantação ou mesmo da operação de um
determinado empreendimento em um sítio geográfico.
30
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Segundo Caldeira (2004), vem-se observando recentemente uma pressão mundial para o
fechamento de uma mina exaurida de modo responsável sob o ponto de vista ambiental,
econômico e social. Desta forma se acresce à atividade mais um desafio além dos já
enfrentados, como a constante pesquisa por novas reservas, dificuldade de obtenção de
novos direitos minerários, legislação ambiental cada vez mais restritiva e, por
conseqüência, maior oneração do setor produtivo, dentre outros.
Caldeira (op cit.) enfatiza ainda as dificuldades e desafios enfrentados pelo setor
produtivo e os órgãos fiscalizadores para o estabelecimento de critérios gerais e/ou
específicos visando garantir o sucesso de um processo de fechamento de uma mina.
31
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
32
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
33
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
34
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Quanto à legislação específica, segundo Caldeira (op. cit.) o Brasil, apesar de possuir
uma extensa gama de leis que regulamentam a proteção ambiental e esta ser matéria
constitucional através da Lei 9605, de 1988, o Brasil possui apenas uma regulamentação
específica para a gestão de processo de fechamento de mina, sendo esta editada pelo
DNPM através da Portaria no 237, de 18 de outubro de 2001, alterada pela Portaria no
12, de 22 de janeiro de 2002, a qual instituiu as Normas Reguladoras da Mineração -
NRM. A NRM no 20 dá instrução sobre os procedimentos administrativos e
operacionais em caso de fechamento de mina, suspensão e retomada de operações
mineiras, estabelecendo os diversos documentos que devem integrar o plano de
fechamento na apresentação do Plano de Aproveitamento Econômico.
Conforme descrito por Lima (op. cit.), hoje se observam dois tipos de plano de
fechamento de um empreendimento mineral: um plano de fechamento conceitual e um
plano de fechamento atualizado durante a operação do empreendimento.
35
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Este estudo deve envolver todos os aspectos relativos à atividade e deve mostrar
quadros futuros de como a atividade se desenvolverá, amarrar geograficamente e
temporalmente as áreas a serem recuperadas durante o desenrolar da atividade e prever
e compromissar o empreendedor para, ao final da atividade, reintegrar a área minerada
ao ambiente que a envolve e deixá-la apta ao seu uso futuro.
36
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
É importante deixar claro também que, apesar das dificuldades, o fechamento de mina é
hoje preocupação tanto dos órgãos ambientais como do empreendedor que deseja deixar
sua área valorizada ao final da atividade de mineração.
A constituição de 1988 discutiu ainda temas importantes para o setor mineral, como a
extinção do Imposto Único sobre Minerais – IUM e a criação do Imposto sobre
Operações Relativas à Circulação de Mercadorias – ICMS, que incidiria sobre todas as
atividades econômicas, inclusive a mineração. Criou um capítulo específico para o meio
ambiente – Capítulo VI; foi a primeira constituição a dedicar alguns incisos sobre a
questão garimpeira como forma de aproveitamento mineral e definiu as terras indígenas
como bens da União.
37
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Segundo Barreto (op. cit.), foi lançado em 1996, pelo governo federal o Plano
Plurianual – PPA de desenvolvimento nacional, com duração prevista até 1999. Este
plano, denominado “Brasil em Ação”, no que se refere ao setor mineral, procurou
“estimular a elevação dos investimentos privados em pesquisa, prospecção e exploração
de novas jazidas minerais, o aperfeiçoamento do arcabouço jurídico-institucional e o
aprimoramento dos mecanismos de fomento tecnológico e industrial do setor, de forma
a criar um ambiente propício para o desenvolvimento da atividade do país, em bases
sustentáveis” (Ministério do Planejamento, 2001 apud Barreto, 2001).
O PPA 2000-2003, denominado “Avança Brasil”, segundo Barreto (op. cit.), teve como
uma de suas metas apoiar o setor produtivo sob a ótica do desenvolvimento sustentável,
respeitando as vocações regionais e seus ecossistemas.
38
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Quanto à preocupação com os recursos hídricos, este PPA prevê a criação do maior
banco de dados de informações hidrogeológicas do país, o sistema SIAGAS, com mais
de 100 mil poços cadastrados. O sistema envolve Gerenciamento e formulação das
políticas de recursos hídricos do país, notadamente no que tange ao convívio com a seca
no semi-árido. Destacam-se a criação do Sistema Simplificado de Abastecimento
visando garantir o prolongamento da vida útil dos poços, bem como a assinatura de
convênio com a FINEP no valor de R$ 4,2 milhões, visando a avaliações
hidrogeológicas nas bacias interiores do semi-árido brasileiro.
Este PPA prevê ainda parcerias internacionais com Cuba e Moçambique, geração da
Carta Geológica do Brasil ao Milionésimo (durante o ano de 2004, concluíram-se 90%
do trabalho de edição gráfica e digital desta que é a maior obra geológica do país de
39
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
Este PPA trouxe ainda algumas ações especiais de gestão e transparência como:
Proposta preliminar de reformulação institucional da empresa, criação da ouvidoria,
adoção do código de ética, modernização gerencial, treinamento e aperfeiçoamento,
participação em eventos técnicos, Centros Integrados de Estudos Geológicos (CIEGS),
Criação de novos Núcleos Regionais da CPRM (Natal –RN). Em estágios avançados de
entendimentos, sendo de se registrar o grande interesse dos respectivos estados, deverão
ser implantados, em 2005, os núcleos de apoio de Curitiba (PR), Vitória (ES) e Boa
Vista (RR).
Outro órgão importante em nível federal ligado à área de mineração, porém vinculado
ao Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT, é o Centro de Tecnologia Mineral –
CETEM, localizado na cidade do Rio de Janeiro.
40
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
41
Capítulo 5 – Conceituação do Problema
42
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
43
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
44
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
45
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
Todas essas litologias são cortadas por intrusões mais jovens em forma de diques ou
stocks de rochas de natureza ácida (granito Andorinha (PENHA et al, 1980), Favela
(Pires et al, 1983), Ipiranga (PUGET & PENHA, 1982), básica (diabásio) e alcalinas
(sienitos e nefelina-sienitos e fonolitos), estas bem representadas no Maciço Gericinó-
Mendanha, onde formam expressiva parcela de sua constituição litológica. Material
vulcânico, sob a forma de tufos soldados e brechas, é identificado em pequenas porções
desse maciço, na parte ocidental e em seu flanco nordeste.
46
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
A partir do final década de 80e início dos anos 90, com a disseminação de técnicas mais
adequadas para a mineração e uma cobrança cada vez maior da sociedade e dos órgãos
reguladores da sua atividade, além de uma preocupação cada vez maior com a questão
do meio ambiente, se fez necessário que as empresas adotassem um planejamento
racional de sua lavra para que assim pudessem sobreviver em um mercado cada vez
mais competitivo e uma fiscalização cada vez mais forte e criteriosa dos órgãos
ambientais.
47
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
Os métodos de lavra utilizados nas unidades localizadas na RMRJ são: por bancadas em
encosta ou em cava, e por banco único, também conhecido como paredão. A definição
do método de lavra adotado varia de acordo com as condições geomecânicas e
geográficas do maciço rochoso e com o porte da unidade.
48
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
49
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
50
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
51
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
52
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
III
II
IV
53
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
54
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
55
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
A participação dos estados na produção nacional (Figura 26) é liderada pelos estados de
São Paulo (30%), Minas Gerais (12%) e Rio de Janeiro (9%). Outros estados com
participação expressiva na produção são: Paraná (7%); Rio Grande do Sul (6%) e Santa
Catarina (4%).
56
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
SÃO PAULO
32% 30% MINAS GERAIS
RIO DE JANEIRO
PARANÁ
RIO GRANDE DO SUL
SANTA CATARINA
4% 12%
6% DEMAIS ESTADOS
7% 9%
A brita é matéria prima essencial para a indústria da construção civil. Sua utilização
maior se dá na produção de concreto para obras diversas, sub-base para obras de
pavimentação, produção de asfalto, confecção de artefatos de concreto, barragens,
enrocamentos, obras de contenção, dentre outras utilizações.
57
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
Construtoras (edificações)
Indústrias e pré-fabricados
16% Outros (lastros, enrocamentos, etc)
17%
PRODUTO GRANULOMETRIA
Diâmetro mínimo (mm) Diâmetro máximo (mm)
BRITA 4 50 76
BRITA 3 25 50
BRITA 2 12,5 25
BRITA 1 4,8 12,5
BRITA 0/PEDRISCO 0,075 4,8
PÓ DE PEDRA diâmetro < 0,075
BRITA CORRIDA diâmetros diversos
Pedra de mão ou amarroada Pedra bruta obtida por meio de marrão, de dimensões tais
que possa ser manuseada.
Fonte: ABNT (1993)
58
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
Pó de Pedra
Usado nas usinas de asfalto, pré-moldados, lastro para
assentamento de tubulações de esgoto e concreto.
Brita 0/ Pedrisco
Usada nas usinas de asfalto, fábricas de pré-moldados e concreto.
Brita 1
Usada no concreto para estruturas de edificações, e outras obras
da construção civil.
Brita 2
Usada em concreto para alicerces e laje de piso.
Brita 3
Usada em lastro de ferrovias e como drenagem de solo.
Brita 4
Usada para confecção de filtros de decantação de dejetos
sanitários, drenagem e muros de gabião e estabilização de solo.
Brita corrida
Usada como base para pavimentação de estradas.
Sbrighi (2003) apud DNPM (2003) correlaciona algumas das características dos
minerais agregados em relação às principais propriedades do concreto (Tabela 8).
59
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
Segundo DNPM (2003), “os níveis reais de cada uma das propriedades necessárias dos
agregados são influenciados pela forma como os agregados são utilizados no sistema.
Muitas das propriedades dos agregados, como por exemplo, a resistência, são exigidas
em um nível mínimo independentemente do seu uso. Agregados usados em concreto
60
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
asfáltico não necessariamente precisam ter as mesmas propriedades daqueles que são
usados no concreto de cimento portland. Propriedades diferentes freqüentemente são
requeridas para diferentes usos finais. Por exemplo, agregados reativos podem constituir
um problema significativo em concreto de cimento portland, mas não constituem
problema para o concreto asfáltico. Agregados reativos são aqueles que possuem
componentes que interagem com o ligante, resultando em uma expansão deletéria da
mistura”.
As conclusões a que se chegam são de que com os avanços tecnológicos nos métodos de
extração e beneficiamento, associados aos crescentes problemas ambientais causados
pela atividade de uma mineração em área urbana, reduziram o número total de pedreiras
em atividade e fizeram com que as pedreiras remanescentes investissem na
modernização de seu parque industrial e aumentassem sua produtividade para atender as
necessidades do mercado.
Nota-se ainda que cerca de 68% das pedreiras fechadas no período de 1970 a 2000
encerraram na década de 80 (Figura 28). Esta década também foi responsável por um
decréscimo na produção de brita de cerca de 47% (Tabela 8 e Figura 29), porém a partir
dos anos 80 a produção média por empresa se manteve estável (Figura 30).
61
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
60
50
40
30
20
10
0
a - 1970 b - 1980 c - 1990 d - 2000
62
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
Produção (mil m3 )
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
a - 1970 b - 1980 c - 1990 d - 2000
160
140
120
100
80
60
40
20
0
a - 1970 b - 1980 c - 1990 d - 2000
A possível causa desses anos difíceis (década de 80) para a atividade de brita na RMRJ
provavelmente deveu-se provavelmente a crise econômica que o país atravessava na
época, onde era mais atrativo investir no mercado financeiro que em qualquer outra
atividade. Esta postura empresarial fez com o investimento na indústria da construção
civil, principal consumidor de brita, fosse reduzido, o que freou o investimento dos
empresários do setor de brita e estagnou a produção.
63
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
A seguir pode-se observar as vendas de brita nos anos de 1971, 1980, 1990 e 2000
(Mello, 2003).
3.785 m3 (1971)
5.476 m3 (1980)
3.707 m3 (1990)
4.551 m3 (2000)
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
a-1971 b-1980 c-1990 d-2000
Em termos de composição de vendas dentro da RMRJ o estudo feito pela Mello (2003)
separou em duas sub-regiões, sendo estas o município do Rio de Janeiro propriamente
dito e os demais municípios. A Tabela 10 e Figuras 32 e 33 mostram em termos
percentuais como era a composição regional de vendas no ano de 1980 e no ano 2000.
64
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
1980 2000
Sub-Regiões 3 3 3 3
10 m % 10 m %
Município do Rio
4.063 74,2 2.762 60,7
de Janeiro
Outros Municípios
1.413 25,8 1.789 39,3
da RMRJ
Total 5.476 100 4.551 100
3 3
Unidade: 10 m /ano
Fonte: Mello (2003)
26%
74%
39%
61%
65
Capítulo 6 – Caracterização da Mineração de Brita
Outro possível substituto para a brita são as escórias siderúrgicas (alto forno e aciaria).
A produção brasileira destes produtos é da ordem de 11 milhões de toneladas anuais, em
grande parte consumidas pela indústria cimenteira como aglomerantes. Apesar do
crescimento da aplicação, a literatura registra inúmeras patologias, decorrendo daí a
necessidade de estudos visando o estabelecimento de normas seguras para a aplicação
desses produtos.
66
Capítulo 7 – Mineração de Brita e Desenvolvimento Sustentável
Segundo Elliot (1994) apud Souza (2000), “esses desafios estão em assegurar que as
relações (econômicas, políticas e sociais) entre os elementos do sistema (pessoas e
lugares) sejam tanto voltadas para o crescimento econômico como para a conservação
do meio ambiente, possibilitando o uso adequado dos recursos, a fim de que não haja
desperdícios, degradação nem poluição, e a promoção da distribuição eqüitativa dos
resultados obtidos com o desenvolvimento”.
Essa corrente, tendo seu principal representante no chamado Clube de Roma, entidade
formada por grupo de empresários, políticos e pensadores europeus. O resultado foi a
publicação de um relatório em 1971 denominado “limites do crescimento” passando
67
Capítulo 7 – Mineração de Brita e Desenvolvimento Sustentável
Com este processo, passou-se a considerar a gestão racional do meio ambiente e dos
recursos naturais como mais um aspecto do desenvolvimento. O desenvolvimento não
se resumiria ao crescimento econômico, mas passaria a levar em conta a dimensão
ambiental (SACHS, 1986 apud SOUZA, 2000). Em resumo, a Conferência de
Estocolmo foi um marco por iniciar uma discussão crítica em escala mundial sobre os
modelos de desenvolvimento (DIEGUES, 1989 apud SOUZA, 2000).
Também no ano de 1972 a Assembléia Geral das Nações Unidas enunciou os princípios
que serviriam como orientação à humanidade para o estabelecimento de uma visão
global e de princípios comuns para a preservação e melhoria do meio ambiente.
68
Capítulo 7 – Mineração de Brita e Desenvolvimento Sustentável
Outro produto deste processo foi o chamado “Relatório Brundtland”, ou Our common
future, de 1987. Produzido pelos trabalhos da CMMAD (“Comissão Mundial para o
Meio Ambiente e Desenvolvimento”), este relatório foi elaborado de tal forma que
chamou a atenção para uma nova postura ética, caracterizada pela responsabilidade
tanto entre as gerações quanto entre os membros da sociedade atual. Além de servir
como base para a elaboração de propostas políticas para a Rio-92, o Relatório
Brundtland enfatizou a necessidade de conciliar o crescimento econômico e a
conservação ambiental, ao apresentar uma proposta que buscava o desenvolvimento
sustentável por meio de uma nova ordem internacional.
Como produto da Rio-92 foi criada a Agenda 21. Este documento seria caracterizado
como um roteiro para guiar a humanidade em direção a um desenvolvimento que
considere as questões ambientais no processo decisório.
69
Capítulo 7 – Mineração de Brita e Desenvolvimento Sustentável
A Agenda 21 aponta para a necessidade de uma ampla revisão das ações humanas, com
vistas a conceber novas práticas capazes de propiciar um desenvolvimento mais
equilibrado. Desta forma, uma abordagem multidimensional, abrangendo novas relações
e preocupações, é apresentada por Sachs (1992), Mather e Sdasyuk (1991), Kolluru
(1994) e Elliott (1994) apud Souza (2000): um sistema político que, efetivamente,
assegure a participação do cidadão nas tomadas de decisão; um sistema econômico que
permita uma distribuição dos resultados da produção entre as pessoas envolvidas no
processo; a ponderação das questões ambientais em conjunto com os parâmetros
econômico e financeiro do sistema produtivo; a observância das características
ambientais de cada local para a implementação de políticas de desenvolvimento; a
verificação dos efeitos sobre o ambiente dos diversos modos de utilização dos recursos
naturais e das técnicas de produção empregadas; um sistema tecnológico que promova
padrões sustentáveis de produção, comércio e finanças; e um sistema administrativo
flexível e com capacidade de auto-correção e retro-alimentação.
Segundo Borges e Martinez (2001), a mineração, embora seja uma das primeiras
atividades desenvolvidas pelo homem, tem sido uma das menos aceitas dentro do
conceito de desenvolvimento sustentável. Isto se deve a fatores conceituais da definição
de desenvolvimento sustentável, que ao longo dos anos sofreu diferentes interpretações
dependendo dos objetivos a que se destina.
70
Capítulo 7 – Mineração de Brita e Desenvolvimento Sustentável
Outro fato ressaltado pelos autores é que o uso dos recursos minerais é de vital
importância para o bem estar da sociedade mundial, e que para melhorar a qualidade de
vida das populações socioeconomicamente excluídas será necessário um enorme aporte
de bens minerais. Portanto, a mineração é uma atividade indispensável ao
desenvolvimento da sociedade.
Desta forma uma atividade mineral ao se instalar em um local periférico aos grandes
centros urbanos traz consigo uma série de benfeitorias, como luz, acessos, transporte,
71
Capítulo 7 – Mineração de Brita e Desenvolvimento Sustentável
dentre outros. Com a implantação desta infra-estrutura básica começam a se instalar nos
arredores pequenas economias para atender esta nova atividade em operação.
Com o exposto acima se conclui que a brita é um bem mineral de uso social e deveria
fazer parte da cesta básica de insumos do brasileiro, sendo seu consumo relacionado
com o desenvolvimento.
72
Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
73
Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
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Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
Figura 34 – Flanco da cava de uma pedreira da RMRJ. Nota-se que o substrato rochoso
se trata de um gnaisse bastante intemperizado e observam-se alguns pontos de
instabilidade com rompimento de taludes e deslizamento de blocos. Esta área foi
revegetada com espécies arbóreas da Mata Atlântica, com a finalidade de reduzir a
infiltração de água da chuva minimizando o impacto causado pela ação das intempéries
sobre o substrato desnudo bem como o impacto visual da exposição da rocha na cava já
explorada.
75
Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
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Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
O que se observou é que o sistema de drenagem nas empresas é quase sempre informal,
ou seja, não estão implantadas em campo grandes obras de drenagem superficial e sua
eficiência real é de difícil avaliação.
77
Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
escavação do terreno e com desnível para a saída da bacia. Esta canaleta aduz toda a
água de chuva oriunda das frentes de lavra á caixa de decantação localizada á jusante.
Este tipo de controle deveria ser uma das maiores preocupações das empresas, pois a
emissão de poeira mineral pode causar doenças respiratórias graves. As maiores fontes
de emissão de particulados são a central de britagem, peneiramento, pisos de rolamento
de máquinas e equipamentos, e estoques de material fino (pó de pedra). Em uma escala
menor podemos incluir também a perfuração de rocha e detonações.
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Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
79
Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
Figura 42 – Plantio de cortina arbórea na área limítrofe de uma pedreira da RMRJ. Esta
cortina atenuará a médio prazo o impacto visual do observador mais próximo do
empreendimento mineiro e deverá reter parcialmente material particulado e ruídos
gerados pela operação da atividade.
80
Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
Figura 44 – Perfuratriz com aspersão de água no furo. Esta injeção de água reduz
consideravelmente a emissão de material particulado para a atmosfera. Nota-se na parte
inferior a direita da foto que o material mais escuro sedimentado se trata do material
umectado dentro do furo pela aspersão de água e depositada próximo a boca deste
reduzindo a emissão de particulados para a atmosfera.
81
Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
Controle de Ruídos
Para atenuar estes efeitos indesejáveis, observou-se que diversas medidas foram
adotadas para minimizar o ruído e o deslocamento de ar durante o desmonte. Existe um
sistema de alerta, informando os horários das detonações primárias e secundárias, e as
eventuais medidas preventivas a serem praticadas. Na maioria das empresas é prática de
rotina examinar cuidadosamente, principalmente nos furos da primeira linha, quanto às
anomalias geológicas existentes, tais como vazios, juntas, camadas de rochas brandas
intercaladas com rochas duras, etc. Também é prática usual examinar, em pisos já
trabalhados pela sub-perfuração de um banco superior, o topo da bancada, para verificar
o grau de fraturamento gerado pela detonação anterior para que o tamanho do tampão
82
Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
seja com certeza maior que este horizonte de fraqueza. Em termos gerais, observou-se,
principalmente nas pedreiras inseridas dentro da malha urbana, a restrição à utilização
de cordel detonante, e sua substituição pelo não elétrico. Também nas pedreiras
inseridas na malha urbana observou-se a adoção de tampões maiores. É utilizado
material adequado para o preenchimento do tampão (britas 0 ou 1), melhorando o
confinamento da coluna de explosivos, evitando assim o impacto de ar gerado pela
ejeção do tampão. A maioria das empresas aboliu o desmonte secundário com
explosivos, melhorando a qualidade da fragmentação do fogo primário e utilizando drop
ball e rompedor hidráulico (Figuras 46, 47 e 48).
83
Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
84
Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
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Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
Estágio 3 – caixa sifonada 2a fase – a água vinda da primeira caixa sifonada recebe um
tratamento final antes de ser canalizada à rede de esgotos. O processo de separação do
óleo é idêntico ao da caixa sifonada anterior.
Após a segunda caixa sifonada é exigida uma caixa de visita, de onde poderá ser
monitorada a qualidade da água após passar pelo conjunto separador.
O órgão ambiental exige que todo o óleo acumulado nas caixas sifonadas seja retirado
periodicamente. Esta periodicidade é determinada pelo nível de utilização do lavador.
Todo o material ao ser retirado do sistema deve ser devidamente acondicionado em
tambores para posterior reciclagem por empresas especializadas e que possuam
licenciamento na FEEMA.
Quando o tanque de abastecimento é aéreo é exigido pelo órgão ambiental que seja
construído um dique de contenção envolvente, com dimensões suficientes para reter
toda a capacidade do reservatório de combustível e mais um fator de segurança não
determinado em norma.
Outra medida de controle é a inspeção periódica do tanque para que se avalie o seu
estado quanto à corrosão, evitando-se assim que possíveis vazamentos possam
contaminar o solo ou o lençol freático.
As instalações sanitárias da empresa geram esgoto in natura, que sem tratamento podem
comprometer o lençol freático da região. Na maioria das empresas visitadas não existe
rede de esgoto pública. Estas empresas possuem um sistema fossa/filtro implantado em
seu sítio como forma de tratamento. Após passar por este sistema o efluente é
direcionado à rede pluvial ou à drenagem natural.
86
Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
De uma forma geral todo o lixo gerado na operação do empreendimento sofre uma
coleta, sendo acondicionado em recipientes adequados para ser posteriormente coletado
pela empresa de lixo municipal.
No que concerne às pedreiras de brita, as áreas que devem ser objeto de recuperação
ambiental correspondem aos setores de explotação mineral em que se verifica a
degradação, tais como: áreas explotadas (área da cava a céu aberto) , área da pilha de
estéril e áreas de infra-estrutura (áreas de armazenagem do bem mineral, vias de
circulação, obras de apoio, etc.).
87
Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
No que diz respeito aos aspectos edáficos, a sucessão secundária depende do grau de
esgotamento, tipo e parâmetros do solo, como textura, estrutura e topografia. As
respostas de modificações das características do solo são geralmente lentas à troca de
vegetação, enquanto outras, como conteúdo de húmus no horizonte superficial,
respondem rapidamente.
Por prevenção entende-se que o processo de recuperação da área degradada deve ser
ajustado ao cronograma físico do processo degradante, com vistas a minimizar os
impactos ambientais causados.
A ação dos processos erosivos e suas conseqüências ambientais são crescentes à medida
que não se assume postura conservacionista imediatamente após a ação degradante. Elas
alcançam um máximo de desequilíbrio ambiental transcorrido n anos após o início da
atividade degradante, ajustando-se a um novo estado de equilíbrio, onde muitas vezes é
questionável a atividade de recuperação da área degradada, dado o alto custo da obra e
seus resultados conservacionistas auferidos.
88
Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
De uma forma geral as metas a serem alcançadas com o projeto de recuperação da área
a ser minerada deverão ser analisadas a curto, médio e longo prazos. A curto prazo
deve-se ter como metas a amenização do impacto paisagístico, o controle de erosão dos
solos e a revegetação da área impactada. A médio prazo deve-se considerar o
surgimento de processo de sucessão vegetal e a reestruturação das propriedades físicas e
químicas dos solos. Finalmente, a longo prazo devem ser verificada a auto-sustentação
do processo de recuperação, o inter-relacionamento dinâmico entre solo, planta e
animal, e o uso futuro da área.
Esta reabilitação visa conferir à cava final e pilhas de estéril, através de técnicas de
estabilização controlada, uma nova configuração, apresentando um sistema de bancos
sobrepostos e reduzindo, desta forma, o ângulo geral do talude (figura 49). Esta prática
propicia uma paisagem de configuração mais amena e passível de tratamento no que diz
respeito à restauração física e paisagística (Figura 50).
89
Capítulo 8 – Medidas Mitigadoras e de Recuperação Ambiental para a Mineração de
Brita na RMRJ
Desta forma, a maioria dos planos de recuperação adotados pelas empresas abrange os
seguintes aspectos: estabilização física da área, projeto de drenagem e desmobilização
da pedreira, projeto de revegetação e monitoramento ambiental
(ar/água/solo/vegetação).
90
Capítulo 9 – Resultados Obtidos
9 RESULTADOS OBTIDOS
Segundo o DNPM (2003), “o setor de agregados teve fortes impactos com elevação de
custos no período de 1999 a 2003, tendo atingido uma inflação setorial de 100% neste
período. Os itens que sofreram maior aumento na indústria de brita foram explosivos,
produtos siderúrgicos (materiais de desgaste, como mandíbulas e mantas de britadores,
telas e peneiras, materiais e peças fundidas e chaparias em geral), combustíveis,
lubrificantes e energia”.
Através das visitas de campo se constatou que na RMRJ operam 32 unidades produtoras
de brita, com capacidade instalada de aproximadamente 12 milhões m3/ano, com um
índice médio de ocupação de 45% e gerando cerca de 1.200 postos de trabalho diretos.
Nestas unidades, 31% possuíam capacidade instalada de até 15.000m3/mês, 31% entre
15.000 e 25.000 m3/mês, 17% entre 25.000 e 40.000 m3/mês e 21% acima de 40.000
m3/mês. Todas as empresas visitadas operam em um turno apenas.
Segundo a Mello (2003), o consumo aparente per capta brasileiro de brita é da ordem
de 1,0 t/hab/ano. A RMRJ aparece em quarta colocação, com um consumo de 0,7
t/hab/ano, sendo superada pelas regiões metropolitanas de Florianópolis (1,8), São
Paulo (1,6) e Salvador (1,1).
91
Capítulo 9 – Resultados Obtidos
Autorizaçao de Pesquisa
Regitro de Licenciamento
Requerimento de Lavra
Recurso Disponibilidade
92
Capítulo 9 – Resultados Obtidos
valores de reservas e capacidade instalada apenas nos fornecem estimativas de vida útil,
sendo de difícil mensuração o tempo real de permanência de uma mineradora em um
determinado sítio, sem considerar os fatores ambientais e antrópicos de ocupação.
até 10 anos
entre 10 e 20 anos
mais de 20 anos
Dentre as unidades visitadas todas possuíam PCA/PRAD. Neste universo, apenas cinco
empresas (15,6%) não possuíam este documento atualizado.
Quanto ao uso do solo, 53% das 32 unidades pesquisadas estão inseridas dentro da
malha urbana densamente povoada, 26% unidades encontram-se em áreas menos
povoadas e os 21% das unidades restantes estão em áreas consideradas rurais, onde o
crescimento urbano ainda é insipiente (Figura 52).
93
Capítulo 9 – Resultados Obtidos
Malha urbana de
densamente ocupada
Malha urbana de baixa
ocupação
Área rural
94
Capítulo 10 – Considerações Finais e Recomendações
O crescimento populacional nas áreas urbanas do Brasil tem feito com que os problemas
decorrentes desse processo sejam motivos de preocupação crescente por parte dos
agentes responsáveis pelo planejamento do uso e ocupação do solo. Estes problemas
estão relacionados à carência de infra-estrutura, densificação de áreas inadequadas à
ocupação urbana, degradação ambiental, ocupação desordenada, falta de planejamento,
despreparo técnico, administrativo e político do poder público, dentre outros.
É possível constatar que o conflito gerado pela produção de brita em áreas urbanas é um
problema que aflige tanto as mineradoras instaladas anteriormente ao crescimento das
grandes metrópoles, como os órgãos licenciadores, que se vêm pressionados pelas
comunidades que se desenvolvem em torno da atividade. Este conflito se agrava pela
falta de marketing institucional, pela péssima comunicação entre a atividade e a
sociedade em geral, principalmente com as comunidades vizinhas e pela aversão do
empresário de pedreira à imprensa, tal como se sua atividade econômica fosse de caráter
ilícito.
No caso específico da RMRJ este trabalho constatou que houve uma significativa
redução do número de mineradoras ao longo dos anos, porém houve um aumento na
produtividade, conseguindo desta forma atender às demandas do mercado.
Com a crescente pressão exercida pelos órgãos ambientais que dificultam as empresas
mineradoras em renovar ou mesmo receber uma Licença de Operação, inúmeras
95
Capítulo 10 – Considerações Finais e Recomendações
Por outro lado, outros fatores contribuem para agravar a situação, como o fato do Estado
do Rio de Janeiro não ser um estado de vocação mineral, o que muitas vezes dificulta o
96
Capítulo 10 – Considerações Finais e Recomendações
97
Capítulo 10 – Considerações Finais e Recomendações
A partir deste estudo foram criados mecanismos para que em 2003 se estruturasse o
Fórum de Agregados do Sistema FIRJAN. Devido ao agravamento dos entraves
burocráticos ambientais, este fórum teve como objetivo principal aproximar as partes
envolvidas (mineradores e órgãos fiscalizadores e técnicos da FIRJAN) de forma a
avaliar os problemas relativos à atividade e traçar diretrizes e procedimentos de conduta
ambiental proativa por parte dos mineradores, e compromissos dos órgãos ambientais
no sentido de satisfeitas as exigências e restrições, emitir as licenças ambientais.
A preocupação com o futuro da atividade é tão grande que o MME em 2004 criou uma
comissão para estudar a produção de minerais agregados em áreas urbanas. Esta
comissão foi criada através da Portaria MME no 249, de 28 de outubro de 2004, e
publicada no DOU de 29 de outubro do mesmo ano, com as seguintes atribuições:
diagnosticar a situação econômica, legal, ambiental e social da produção de agregados
em todo o país; diagnosticar os principais problemas de ordem econômica, legal e
administrativa, de capacitação técnica e tecnológica e das práticas ambientais e de
ordenamento do uso e ocupação do solo para melhor aproveitamento dos agregados no
país; realizar consultas com as entidades representativas dos produtores, técnicos,
trabalhadores, parlamentares e outros interessados; estudar e avaliar experiências de
políticas públicas no Brasil e em outros países para a gestão da produção e consumo de
bens minerais agregados; definir e articular as principais linhas de atuação do MME
junto ao governo federal, estadual e municipal e a iniciativa privada necessárias à
elaboração do Plano de Aproveitamento de Agregados.
98
Capítulo 10 – Considerações Finais e Recomendações
99
Capítulo 10 – Considerações Finais e Recomendações
100
Capítulo 10 – Considerações Finais e Recomendações
É importante ressaltar também que alguns entraves práticos vão fazer com que ocorram
adequações durante a vida útil do empreendimento. Em um mundo globalizado onde os
avanços tecnológicos são muito rápidos é difícil prever com exatidão um quadro futuro
de longo prazo e a atividade de mineração se dá em tempos dilatados. Resumidamente
estes obstáculos para o planejamento de longo prazo, estão relacionados a possíveis
tomadas de decisões e implantação de ajustes que deverão ocorrer durante a operação
do empreendimento e após exaustão da mina, onde deve ocorrer o monitoramento e
manutenção das áreas recuperadas até a sua auto-sustentação, estes fatores se referem a:
Dificuldades de estabelecer com precisão cronogramas, pois estes dependem de
diversos fatores externos (condições de mercado, avanços tecnológicos,
substituição do minério por material reciclado), alheios à operação interna do
empreendimento;
Possibilidade de interdição da atividade pelo Estado sem o devido
planejamento;
Possibilidade de sanções administrativas, cíveis ou criminais por parte do poder
executivo ou judiciário;
101
Capítulo 10 – Considerações Finais e Recomendações
102
Capítulo 11 – Referências Bibliográficas
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
103
Capítulo 11 – Referências Bibliográficas
CHIOSSI, N., CASADEI, D.S., MAGLIO, I.C., FONTES, J.A.M., POLETTO, C.,
FRISCHENBRUDER, M.M., A degradação ambiental provocada pela
exploração mineral na Região Metropolitana de São Paulo, Brasil:
diagnóstico e propostas para seu controle e prevenção. CONGRESSO
LATINO AMERICANO DE GEOLOGIA, 5., 1982, Buenos Aires, V.3, P. 207-
226.
104
Capítulo 11 – Referências Bibliográficas
HEILBRON, M; PORTO Jr., R.; PIRES, F.R.M.; VALENÇA, J.G.; VALERIANO, C.;
VALENTE, S.C.; & EIRADO, L.G. New geological map of the Rio de Janeiro
county (1:50,000). 2000, Intern. Geol. Cong. 1 CD-ROM.
HENNIES, Wildor T., STELLIN Jr., Antonio, LAUAND, Carlos T., CORTÉS,
Guilhermo R. Martín. Pedras e Pedreiras: Fundamentos. Revista Brasil Mineral,
n 238, p 64-70, maio de 2005.
105
Capítulo 11 – Referências Bibliográficas
PENHA, H.M. & WIEDEMANN, C.M. Granitóides da regiäo central do Rio de Janeiro.
In: Congr. Bras. Geol., 33, 1984, Rio de Janeiro, Rot. Excursöes: 5433-5455.
106
Capítulo 11 – Referências Bibliográficas
PORTO Jr, R. Petrogênes das Rochas do Maciço da Pedra Branca, Rio de Janeiro,
RJ, Brasil. Rio de Janeiro, RJ, 2004. Tese de Doutorado. Instituto de Geociências,
Universidade Federal do Rio de Janeiro. 235 p.
PORTO Jr, R. & VALENTE, S.C. As rochas granitóides do norte da Serra da Pedra
Branca e suas relaçöes com as encaixantes gnaissicas na regiäo de Bangu, Rio de
Janeiro, RJ. In: CONGR. BRAS. GEOL., 35., 1988, Belém. Anais..., 3: 1066-
1079.
PORTO Jr, R. Petrologia das Rochas Graníticas das Serras da Pedra Branca e
Misericórdia, Município do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Rio de Janeiro, RJ, 1994.
Dissertação de Mestrado. Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, 222 p.
PORTO Jr., R. The Pedra Branca Granitic Complex, Rio de Janeiro, Brazil:
Petrology and Evolution. Intern. Geol. Cong., 2000, 1 CD-ROM.
PORTO Jr, Rubem; ESTEVES, André & DUARTE, Beatriz Paschoal. Geologia
Estrutural e Metamorfismo dos Gnaisses da Porção Oriental do Complexo
Granítico Pedra Branca, Segmento Central da Faixa Ribeira, Rio De Janeiro, RJ,
Brazil. Actas do Congres. Geol. Argentino, v. 3, p. 165-169, 2003.
PORTO Jr, Rubem; ANTUNES, Franklin dos Santos & AMARAL, Cláudio. Controle
Geológico-Estrutural: Fator Determinante nos Escorregamentos na Cidade do Rio de
Janeiro, RJ, Brasil. Atas do Simp. Nac. Est. Tectônicos, v. 1, p. 434-438, 2005.
PUGET, A.F.F. & PENHA, H.M. Granitos da regiäo de Ipiranga, Magé: Consideraçöes
geoquímicas e petrológicas. In: CONGR. BRAS. GEOL., 31, 1980, Camboriú,
Anais..., 4: 2215-2228.
107
Capítulo 11 – Referências Bibliográficas
108
Anexo
12 Anexo
109
Anexo I
Anexo I
LEI COMPLEMENTAR Nº 87, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1997
110
Anexo I
Publicada no D.O.E.
LEI COMPLEMENTAR Nº 87, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1997
Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a
seguinte Lei Complementar:
Art. 1º - Fica instituída a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, composta pelos Municípios
do Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé,
Mangaratiba, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São Gonçalo, São João
de Meriti, Seropédica e Tanguá, com vistas à organização, ao planejamento e à execução de
funções públicas e serviços de interesse metropolitano ou comum.
(*) Nova redação dada pela Lei Complementar 97/2001.
Art. 2º - Fica instituída a Microrregião dos Lagos, integrada pelos Municípios de Araruama,
Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande, Marica, São Pedro da Aldeia,
Saquarema e Silva Jardim, com vistas à organização, ao planejamento e à execução de
funções públicas e serviços de interesse comum.
(*) Nova redação dada pela lei Complementar nº 97/2001.
Parágrafo único - Aplica-se a este artigo, no que couber, o disposto nos parágrafos primeiro e
segundo do artigo 1º desta lei.
111
Anexo I
Art. 4º - A Região Metropolitana do Rio de Janeiro será administrada pelo Estado, na qualidade
de órgão executivo, que será assistido por um Conselho Deliberativo constituído por 25 (vinte e
cinco) membros, cujos nomes serão submetidos à Assembléia Legislativa e nomeados pelo
Governador, com mandato de dois anos, sendo:
I - 1 (um) representante, num total de 18 (dezoito), de cada um dos Municípios que compõem a
Região Metropolitana, indicados por cada um dos respectivos Prefeitos;
III - 1 (um) representante da sociedade civil, indicado por Decreto do Governo do Estado;
112
Anexo I
Art. 9º - Os planos, programas e projetos dos Municípios que compõem a Região Metropolitana
do Rio de Janeiro deverão observar o disposto no Plano Diretor Metropolitano.
Art. 10º - O Poder Executivo definirá o órgão que será incumbido de desempenhar, no que for
cabível, as funções de que tratam os artigos 6º e 7º desta lei.
Art. 11º - Fica criado o Conselho Deliberativo da Microrregião dos Lagos, constituído por 15
(quinze) membros, cujos nomes serão submetidos à Assembléia Legislativa e nomeados pelo
Governador, com mandato de dois anos, sendo:
I - 1 (um) representante, num total de 8 (oito), de cada um dos Municípios que compõem a
Microrregião dos Lagos, indicados por cada um dos respectivos Prefeitos;
II - 1 (um) representante da Sociedade Civil indicado por Decreto do Governador do Estado;
III - 1 (um) representante de entidades comunitárias indicado por Decreto do Governador do
Estado;
IV - 2 (dois) representantes da Assembléia Legislativa, por ela indicados em lista quádrupla;
V - 3 (três) representantes do Poder Executivo, indicados pelo Governador do Estado".
(*) Artigo com nova redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar nº 89/98)
Art. 12º - Esta lei complementar entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário, em especial a Lei Complementar nº 64, de 21 de setembro de 1990.
113
Anexo II
Anexo II
LEGISLAÇÃO MINERAL E AMBIENTAL
114
Anexo II
LEGISLAÇÃO MINERAL
Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 2o - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público
competente na forma da lei.
Art. 2º. Os regimes de aproveitamento das substâncias minerais, para efeito deste
Código, são:
I - regime de concessão, quando depender de portaria de concessão do Ministro de
Estado de Minas e Energia;
II - regime de autorização, quando depender de expedição de alvará de autorização do
Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral - D.N.P.M.;
III - regime de licenciamento, quando depender de licença expedida em obediência a
regulamentos administrativos locais e de registro da licença no Departamento Nacional
de Produção Mineral - D.N.P.M.;
IV - regime de permissão de lavra garimpeira, quando depender de portaria de
permissão do Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral -
D.N.P.M.;
115
Anexo II
Art. 59 - Ficam sujeitas a servidões de solo e subsolo, para os fins de pesquisa ou lavra,
não só a propriedade onde se localiza a jazida, como as limítrofes.
Parágrafo Único - Instituem-se Servidões para:
a) construção de oficinas, instalações, obras acessórias e moradias;
b) abertura de vias de transporte e linhas de comunicações;
c) captação e adução de água necessária aos serviços de mineração e ao pessoal;
d) transmissão de energia elétrica;
e) escoamento das águas da mina e do engenho de beneficiamento;
f) abertura de passagem de pessoal e material, de conduto de ventilação e de energia
elétrica;
g) utilização das aguadas sem prejuízo das atividades preexistentes; e,
h) bota-fora do material desmontado e dos refugos do engenho.
116
Anexo II
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
117
Anexo II
Decreto no 97.632:
118
Anexo II
Art. 2° - Para efeito deste Decreto são consideradas como degradação os processos
resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas
de suas propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtivo dos recursos
ambientais
Art. 3o – A recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma
forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo,
visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente.
Art. 3º - Caso o empreendimento necessite ser licenciado por mais de um Estado, dada
a sua localização ou abrangência de sua área de influência, os órgãos estaduais deverão
manter entendimento prévio no sentido de, na medida do possível, uniformizar as
exigências.
Parágrafo Único - O IBAMA será o coordenador entre os entendimentos previstos neste
artigo.
Art. 4º - A Licença Prévia deverá ser requerida ao órgão ambiental competente, ocasião
em que o empreendedor deverá apresentar os Estudos de Impacto Ambiental com o
respectivo Relatório de Impacto Ambiental, conforme Resolução/conama/nº 01/86, e
demais documentos necessários.
119
Anexo II
Art. 2º - Caso o empreendimento necessite ser licenciado por mais de um Estado, dada
a sua localização ou abrangência de sua área de influência, os órgãos estaduais deverão
manter entendimento prévio no sentido de, na medida possível, uniformizar as
exigências.
Art. 4º - A Licença Prévia deverá ser requerida ao órgão ambiental competente, ocasião
em que o empreendedor deverá apresentar os Estudos de Impacto Ambiental com o
respectivo Relatório de Impacto Ambiental ou o Relatório de Controle Ambiental e
demais documentos necessários.
120
Anexo II
121
Anexo II
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos
ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma
atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença
requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental,
relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de
recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.
III – Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que afete
diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de
dois ou mais Estados.
122
Anexo II
§ 1º - O IBAMA fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar o exame
técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Estados e Municípios em que se localizar
a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais
órgãos competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
envolvidos no procedimento de licenciamento.
123
Anexo II
IV – delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou
convênio.
124
Anexo II
125
Anexo II
Parágrafo Único - O prazo estipulado no caput poderá ser prorrogado, desde que
justificado e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente.
126
Anexo II
Art. 21 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, aplicando seus
efeitos aos processos de licenciamento em tramitação nos órgãos ambientais
competentes, revogadas as disposições em contrário, em especial os artigos 3o e 7º da
Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986.
127
Anexo III
Anexo III
Questionário de Campo
128
Anexo III
QUESTIONÁRIO
N E
Nome da Empresa: Coords
Data da Visita:
Licenciamento
Descrição do Entorno
Ambiental
( ) Rural ( ) LO em vigor
( ) Urbano dens. pov. ( ) LO em renov.
( ) Urbano baix. pov
( ) Área industrial
Ociosidade:
Reclamações: ______%
( ) Sim
( ) Não
Observações:
129
Anexo IV
Anexo IV
Dossiê Fotográfico
130
Anexo IV
DOSSIÊ FOTOGRÁFICO
Pedreiras do Grupo I
131
Anexo IV
132
Anexo IV
133
Anexo IV
134
Anexo IV
135
Anexo IV
Pedreiras do Grupo II
136
Anexo IV
137
Anexo IV
138
Anexo IV
Figura 70 – MACASA Mineração Ind. Com S/A, - Jardim Alcântara, São Gonçalo.
139
Anexo IV
140
Anexo IV
141
Anexo IV
142
Anexo IV
B
A
C
Figura 78 - Pedreiras.
A- Pedreira Vigné Ltda – Nova Iguaçu
B -Pedreira Nossa Senhora de Fátima Ltda – Nova Iguaçu
C- Mundial Mineração Ltda – Nova Iguaçu
143
Anexo IV
Pedreiras Grupo IV
144
Anexo IV
145
Anexo V
Anexo V
146