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Brasil Império: centralismo e autoritarismo.

A independência do Brasil foi conservadora. Ou seja, manteve as estruturas


sociais do Brasil praticamente intactas. O Brasil não se tornou uma república, como a
maioria dos Estados Nacionais do continente americano. A escravidão não foiabolida.
O Brasil permanecia uma sociedade de privilégios completamente desiguais. O
processo de construção da primeira Constituição do Brasil visava a manter os
privilégios da elite latifundiária do Império. O primeiro projeto de Constituição do
Brasil (1823) foi apelidado popularmente de Constituição da Mandioca, por
privilegiar os direitos de cidadania, como o voto e a possibilidade de concorrer a
cargos eletivos a elite do Império, dona de latifúndios (grandes fazendas), e
excluindo, até mesmo, comerciantes ricos que não tivessem terras. Este projeto
constitucional submetia o poder do imperador ao Legislativo, composto por membros
da elite.
O Imperador Dom Pedro I não aceitou uma Constituição que limitasse os seus
poderes. Logo, dissolveu a Assembleia Constitucional e incumbiu dez ministros de
Estado da responsabilidade pela elaboração da primeira Constituição do Brasil,
aproveitando vários pontos do projeto de Constituição realizado pela Assembleia
Constituinte dissolvida. Porém, buscando manter amplos poderes de governo em suas
mãos, acrescentando um quarto poder de governo, além do Legislativo, do Executivo
e do Judiciário, o Poder Moderador.
Na estrutura de governo da Constituição de 1824, outorgada pelo imperador, o
judiciário tinha os membros do Supremo Tribunal de Justiça escolhidos por Dom
Pedro I. O Legislativo era eleito de acordo com critérios censitários de renda, idade
(25 anos) e sexo (masculino). No Legislativo, os senadores tinham cargo vitalício
( cavam no cargo até a morte) e eram escolhidos pelo Imperador, de acordo comuma
lista tríplice dos candidatos mais votados nas províncias. O poder executivo,
encarregado da administração do Império e do cumprimento das leis criadas pelo
Legislativo, era exercido pelo Imperador. E, nalmente, o Poder Moderador,
basicamente, dava a Dom Pedro I o direito de intervir nos demais poderes, inclusive
podendo vetar leis e dissolver o Legislativo. Desta forma, na prática, a Constituição
de 1824 manteve o absolutismo monárquico como forma de governo no Brasil.
O governo de Dom Pedro I foi marcado pelo autoritarismo e por uma crise
econômica. Ele abdica ao trono e, depois de um período de regências, Dom Pedro II
torna-se monarca em 1840, iniciando o Segundo Reinado (1840-1889). O início do
Segundo Reinado é marcado pela paci cação nacional, buscando a unidade
territorial, com repressão às revoltas. O mais conhecido dos comandantes das tropas
que reprimiam as revoltas foi Duque de Caxias. Todos esses movimentos foram
vencidos e a unidade territorial da monarquia foi mantida. Destacamos algumas
dessas revoltas:
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Foi uma reação à


1824 Confederação do Constituição outorgada
Nordeste do Brasil
Equador por dom Pedro I no
mesmo ano.
Abrangia os atuais
1835 a 1840 A rebelião tinha como
estados do Pará,
objetivo a independência
Amazonas, Amapá,
Cabanagem da região.
Roraima e Rondônia
Insatisfação com a
centralizaçãodo governo e
1835-1845 Farroupilha Rio Grande do Sul
a falta de autonomia da
província.
Insatisfação com as
autoridades nomeadas
1837-1838 Sabinada Bahia pelo governo regencial
para o comando do
governo da Bahia.
Pôr m ao sistema político
vigente
das elites conservadoras,
1848-1849 Praiera Pernambuco onde o poder local era
monopolizado por duas
famílias aristocráticas.

A escravidão foi utilizada no Brasil do século XVI (16) até o século XIX (19).
Foram 300 anos de exploração dessas pessoas! O Brasil foi um dos últimos paísesa
abolir a escravidão. Esse fato é bem fácil de se entender: toda a economia estava
baseada no trabalho escravo. Os senhores ganhavam muito dinheiro à custa do
trabalho das pessoas escravizadas: elas estavam trabalhando nas plantações de cana,
de café, de fumo, extraindo ouro das minas, fazendo todo o trabalho doméstico... ou
seja, o trabalho escravo era fundamental para o funcionamento da sociedade e da
economia brasileira.
As condições de vida de um escravo eram péssimas: má alimentação, maus
tratos físicos e psicológicos e trabalho excessivo. Ou seja, as pessoas escravizadas
eram tratadas como “peças” de trabalho. Eram totalmente desumanizadas, não
consideradas como gente. Arrancados da África, perdiam suas relações familiares e
sociais. Somente em 1888, o Brasil aboliu a escravidão (Lei Áurea). Depois disso, os
ex-escravos tiveram muitas di culdades para se inserir de forma digna na sociedade
brasileira porque não tiveram assistência social e nanceira do Estado para saírem de
uma condição de total dependência para uma posição na qual deveriam se organizar,
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agora “livres”. A maioria passou a viver em péssimas condições e a sobreviver de
trabalhos informais e mal pagos.
Séculos de escravidão marcaram profundamente o funcionamento da nossa
sociedade e deixaram uma marca negativa: o racismo. A sociedade brasileira nos dá
amostras que ainda não conseguiu enfrentar esse problema. Mesmo depois de mais de
100 anos da abolição, encontramos ações e pensamentos que marginalizam boa parte
da população negra e di cultam o acesso à cidadania plena. Justi car o racismo é
injusti cável. Praticá-lo é crime.
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