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PERÍODO REGENCIAL

Prof. Laura Brandão.


Período Regencial

- Governos com caráter provisório.


- Regentes eleitos pela Assembleia Geral - Constituição de 1824.
- Instabilidade política.
- Vazio de poder gerado pela abdicação de D. Pedro I e a menoridade
de Pedro de Alcântara.
- Perda de competitividade no mercado internacional.
- Explosão de rebeliões pelas províncias - intensa instabilidade
- Disputa entre as propostas de centralização e descentralização
política.
Organização partidária do Império brasileiro.
RESTAURADORES MODERADOS (CHIMANGOS): OS EXALTADOS (JURUJUBAS
(CARAMURUS) OU FARROUPINHAS):
- Retorno de D. Pedro I ao - Funcionário públicos brasileiros,
- Defendiam o voto censitário.
poder. jornalistas, profissionais liberais,
- Membros da elite agrária comerciantes brasileiros e
- Formado por militares e
brasileira, principalmente do militares de baixa patente.
comerciantes portugueses.
centro-sul.
- Deixa de existir após a - Eram favoráveis à
morte de D. Pedro I, em 1834 - Favoráveis à continuidade do industrialização do Brasil.
regime monárquico no Brasil, com - Defendiam a ampliação da
autonomia provincial. participação política, maior
- Defendiam a manutenção do autonomia das províncias e
sistema econômico baseado nas diminuição do governo central.
grandes propriedades rurais, no - Fim do poder Moderador e do
trabalho escravo e na produção Senado Vitalício.
voltada para as exportações.
A Constituição de 1824 determinava que em caso de vacância do
trono e diante da impossibilidade do novo imperador governar, o
Brasil deveria ser governado por três regentes eleitos pela
assembleia.

Assembleia de férias.

Formação de uma regência trina provisória (Nicolau Pereira de


Campos Vergueiro, José Joaquim Carneiro de Campos e o brigadeiro
Francisco de Lima e Silva.)
■ Suspensão temporária do exercício do poder
moderador.
Regência
trina ■ Anistia aos presos políticos.
provisória ■ Indissolubilidade da Câmara dos Deputados.
(Abril-Junho de ■ Convocação de deputados e senadores para eleger a
1831)
Regência Trina Permanente.
■ Expulsão do estrangeiros do exército brasileiro.
■ Regentes: brigadeiro Francisco Lima e Silva, deputados
José da Costa Carvalho e Bráulio Muniz (moderados).
■ Ministro da justiça: Padre Diogo Antônio Feijó.
Regência
trina 1832: CÓDIGO DO PROCESSO CRIMINAL:
permanente - Estabeleceu que cabia aos municípios a eleição de
(1831-1835)
autoridades judiciárias locais (juízes de paz) pelos
eleitores de paróquia, isto é, aqueles que possuíam uma
renda de anual de 100 mil réis.
- Consolidou o controle da elite agrária sobre o poder
judiciário.
■ Criação da Guarda Nacional – milícia armada criada pelo ministro da
justiça. Tornou-se o principal instrumento de repressão da elite
latifundiária. O comando da Guarda Nacional nos municípios era
entregue ao coronel, patente concedida aos grandes proprietários de
terras, que assumiram no plano local as funções do Estado, garantindo
a segurança e a ordem.

■ Redução do Exército e da Marinha.


- Altera a constituição para abrandar as disputas políticas
entre exaltados e moderados.
- Substituição da regência trina pela regência una.
- O regente seria eleito para um mandato de quatro anos em
eleição direta pelos eleitores de província.
Ato - Extinção do Conselho de Estado, porém com preservação
Adicional do poder Moderador.
de 1834: - Criação das Assembleias legislativas provinciais, em
substituição aos Conselhos Gerais das Províncias. No
entanto, os presidentes de províncias continuariam a ser
nomeados pelo governo central.
- Criação do município neutro do Rio de Janeiro, separando
a cidade do Rio de Janeiro da Província do Rio de Janeiro,
em função de seu status especial de capital do Império.
■ Reordenamento dos partidos políticos –
Regressistas (moderado e restaurador) e
Progressistas (Exaltado e moderado).
■ Enfrentou grande oposição do congresso, que o
Regência acusava de não empregar forças suficientes
para acabar com as revoltas.
Una de
■ Oposição da Igreja.
Feijó
■ Enfrentou 3 revoltas regenciais (cabanagem,
sabinada e farroupilha).
(1835-1837)
■ Renunciou o cargo depois de 2 anos de
governo.
■ Representante dos conservadores.
■ Anulou as reformas liberais.
■ Enfrentou as revoltas: Sabinada (BA), Balaiada (PI, MA).

Regência ■ Violenta repressão às rebeliões que estavam ocorrendo nas


províncias. Era necessário “parar o carro da revolução.”
Una de
■ Criação do Colégio Pedro II, Arquivo Público Nacional e do
Araújo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).
Lima
(1837-1840) ■ 1840: Lei Interpretativa do Ato Adicional - devolveu ao
governo central instalado no Rio de Janeiro o controle dos
órgãos da polícia e da justiça. Buscava a centralização
política como forma de enfrentar as revoltas. Reduziu a
autonomia provincial.
■ O governo central voltou a ter controle das estruturas
judiciárias, policial e administrativa, bem como o direito de
nomear funcionários públicos.
■ Clube da Maioridade (1840): criado pelos Liberais, defendia a
antecipação da maioridade do príncipe Pedro de Alcântara. Somente o
imperador poderia acabar com as revoltas populares e pacificar o país.

■ Golpe da maioridade: em julho de 1840, a aprovação de uma emenda


constitucional antecipava a maioridade do príncipe Pedro de Alcântara,
coroado imperador do Brasil com 15 anos de idade.

Obs.: o golpe foi realizado pelo liberais, demonstrando que, gradativamente,


os interesses dos dois grupos políticos se aproximavam. Para liberais e
conservadores era importante a manutenção da estrutura política,
econômica e social do Brasil.
“Nada mais conservador que um liberal no poder.”

“Fui liberal; então a liberdade era nova no país, estava nas


aspirações de todos, mas não nas leis, não nas ideias práticas;
o poder era tudo; fui liberal. Hoje, porém, é diverso o aspecto
da sociedade: os princípios democráticos tudo ganharam e
muito comprometeram; a sociedade que então corria risco pelo
poder, corre agora risco pela desorganização e pela anarquia.
Como então quis, quero hoje servi-la, quero salvá-la e por isso
sou regressista.”
(Discurso do deputado Bernardo Vasconcelos.
In: Ronaldo Vainfas (org.), Dicionário do Brasil Imperial)
REVOLTAS REGENCIAIS

1835-1845
Farroupilha
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////// ////// ////////
1845
1835 1837-1838 ///////////////////////////////
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1831 Malês Sabinada 1838-1840 ////// // 1840
Abdicação de Balaiada Golpe da
D. Pedro I Maioridade
Cabanagem 1835-1840
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////// ////// ///
■ Revolta com caráter regional de resistência às determinações do
governo central.
■ Luta por autonomia de regiões que viviam isoladas politicamente e
algumas em condição de miséria.
■ Unidade territorial estava ameaçada.
■ Ausência de um sentimento nacional e predominância de sentimento
de identidades regionais.

- Revolta dos Malês (Bahia, 1835).


- Cabanagem (Grão-Pará, 1840).
- Sabinada (Bahia, 1837-1838).
- Balaiada (Piauí e Maranhão, 1838-1841).
- Farroupilha (Rio Grande do Sul, 1835-1845).
■ Revolta de escravizados malês da Bahia (mulçumanos e
alfabetizados em árabe) e ex-escravos mulçumanos que
demonstrou relativo grau de organização.

■ Causas/objetivos:
Revoltas – Insatisfação com a escravidão.
dos Malês – Imposição do catolicismo e o preconceito contra os
(1835)
negros.
– Desejavam acabar com a perseguição às demais
religiões que não o catolicismo.
– Desejavam a libertação dos escravos.
– Propunham o confisco de bens dos brancos e mulatos.
– Implantação de uma República Islâmica e uma nação
malê, controlada pelo negros mulçumanos na Bahia.
■ Planejavam a tomada de Salvador e do Recôncavo baiano.

■ A revolta inicia quando os malês se insurgiram contra as


medidas repressivas tomadas pelas autoridades locais para
proibir a sua prática religiosa, como interromper o Lailat
al-miraj (festa islâmica).
Revoltas
dos Malês
(1835) ■ Movimento foi denunciado por ex-escravos, o que
possibilitou medidas preventivas contra a revolta.

■ Não obteve sucesso: repressão violenta, 5 escravos


condenados à morte e cerca de 400 foram presos e
deportados para a África.
■ Revolta popular negros, índios, mestiços que trabalhavam
na extração de cacau, madeira, ervas aromáticas e peles e
viviam em cabanas à beira de rios.
■ Motivações:
– Autoritarismo do governo provincial e do governo central.
– Condições precárias de vida dos cabanos.
Fim da escravidão.
Cabanagem –
– Distribuição de terras para a população pobre.
(Pará, – Líderes: Pe. Batista campos, Félix Clemente, irmãos Vinagre e
1835-1840) Eduardo Angelim.

Obs.: as elites participaram do movimento devido o descontentamento


com ausência de autonomia administrativa da província. Os
latifundiários desejavam definir as leis locais sem interferência do
poder central. Se afastaram do movimento quando este adquiriu
amplo caráter popular.
■ Em janeiro de 1835, os cabanos ocuparam Belém e assumiram o governo da
província.
- Organização política frágil.
Grandes dificuldades para governar.
- Divergências entre os líderes do movimento.

Esses fatores facilitaram a violenta repressão do governo central.

Cerca de 30 mil pessoas morreram e os sobreviventes foram presos e


escravizados.

Obs.: esse foi o primeiro movimento popular que a população pobre conseguiu
ascender ao poder de província.
■ Movimento republicano liderado pelo médico Francisco
Sabino.
■ Descontentamento dos grupos médios urbanos (médicos,
jornalistas, advogados, funcionários públicos, artesões,
comerciantes, militares) com a excessiva centralização do
poder.
■ Resistência da população local às imposições do governo
Sabinada central.
■ Recrutamento forçado para as tropas que iriam combater os
(Bahia,
farroupilhas no Rio Grande do Sul.
1837-1838)
■ Os rebeldes proclamaram uma República Bahiense, que seria
mantida até a aclamação de D. Pedro II.
■ Para conseguir apoio da população, os líderes prometiam
abolir a escravidão dos negros nascidos no Brasil.
■ Foi violentamente reprimida. Os que sobreviveram à ação
repressora do governo foram anistiados por D. Pedro II, em
1840.
■ Movimento mais longo de contestação ao poder central.
■ Contou com a liderança de grandes fazendeiros e
proprietários de gado de corte. (Líderes: Bento
Gonçalves, Davi Canabarro e Giuseppe Garibaldi).
Revolução ■ Desejavam a redução dos impostos que o governo central
Farroupilha cobrava sobre o charque brasileiro, o que dificultava a
venda na região platina.
(RS, 1835-1845)
■ Os estancieiros gaúchos desejavam eliminar as taxas
sobre o gado na fronteira com o Uruguai (livre circulação
de mercadorias).
■ Liberdade administrativa para a província gaúcha.
■ 1835: Bento Gonçalves depôs o presidente da província e
assumiu o governo da República de Piratini.
■ A guerra de estendeu para regiões próximas: República de Juliana,
em Santa Catarina. Grande parte do Sul se tornava independente do
Brasil, chegando a elaborar constituição baseada na Revolução
Francesa e na Independência dos EUA.
■ A luta pela reintegração do Sul foi Intensa e concluída pelo Barão de
Caxias por meio da

■ 1845 – acordo de paz – Paz de Ponche Verde.


– Império pagaria as dívidas do governo republicano.
– Rio-grandenses indicariam o novo presidente da província.
– Oficiais republicanos seriam incorporados ao exército imperial.
– Todos os escravos que lutaram no conflito seriam libertados.
– Segurança individual e de propriedade.
– Oficiais que aderiram à farroupilha seriam anistiados.
– Império demarcaria a fronteira com o Uruguai.
– Libertados todos os prisioneiros de guerra.
– Tributação sobre o charque platino.
– Tributação do charque platino, garantindo igualdade comercial.
■ Bem-te-vis: liberais, que apoiaram indiretamente os balaios no
início da revolta;
■ Cabanos: conservadores, que estiveram contra aos balaios.
■ Balaios: população que participou do movimento.
■ Causas:
– O contexto da balaiada relaciona-se com o choque entre os liberais
Balaiada (bem-te-vis) e conservadores (cabanos) pelo controle do governo
provincial.
– Condições precárias de vida da população empobrecida.
(PI,MA,
– Crise econômica decorrente da queda das exportações do algodão
1838-1841)
– Cobrança elevada e excessiva de impostos por parte do governo
central.
– Principais líderes: Raimundo Gomes, Manuel Francisco dos Anjos
Ferreira, Cosme Bento das Chagas.
– Participação de bem-te-vis se expressou pela reação à lei dos
prefeitos, aprovada pelo legislativo provincial, que conferia ao
presidente da província o direito de nomear prefeito, vice prefeito e
comissário de polícia. Da posse desses cargos, os conservadores
– Revolta se ampliou pelas províncias. Em 1839 os
balaios tomaram a vila de Caxias e fizeram um
governo provisório.

– Governo provisório:
■ Fim da guarda nacional.
■ Expulsão dos portugueses residentes em Caxias.
■ Revogação da lei dos prefeitos.
■ Exigência do fim da lei dos prefeitos.
■ Liberdade ao rebelados.

– Para combater o movimento, a Regência enviou


ao Piauí e Maranhão, em 1840, cerca de 8 mil
homens comandados pelo coronel Luís Alves de
Lima e Silva (Barão de Caxias).

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