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PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Secretaria Municipal de Educação (SME)


8ª Coordenadoria Regional de Educação
E. M. 08.17.028 Presidente Médici
Disciplina: História | Prof.: Danilo de Lima | Ano: 7º | Turma: __________ | Data: _____/ _____/ _______
Aluno(a): ___________________________________________________________________ Nº: _____

AS GRANDES NAVEGAÇÕES
Nos séculos XV e XVI, os europeus fizeram perigosas viagens de longa distância em embar-
cações pequenas e sem muita segurança. Foram as chamadas Grandes Navegações. Os nave-
gantes lidavam com barcos superlotados, pouco espaço para armazenar barris de água, alimentos
que estragavam com facilidade, doenças, fome, ventos contrários, naufrágios, entre outras dificul-
dades. Além dos perigos reais, eles conviviam com os imaginários. Acreditavam, por exemplo, que
no Oceano Atlântico – chamado de “Mar Tenebroso” – havia criaturas terríveis, capazes de destruir
as embarcações, e que os navios pegavam fogo ao se aproximarem da Linha do Equador. Se era
tão perigoso navegar em alto-mar, por que os europeus se lançaram às Grandes Navegações? É
o que veremos a seguir.
Gravura do século XVI, feita pelo geógrafo alemão Sebastian Münster, acerca dos monstros que habitavam o “Mar Tenebroso”.

As riquezas do Oriente serem impulsionadas por velas triangulares, as caravelas eram mais
leves e velozes que outras embarcações da época.
Na Europa, antes das
explorações marítimas, a
maior parte das atividades
comerciais era feita por ro-
tas terrestres ou por rotas
marítimas curtas. Os produ-
tos que geravam mais ri-
quezas para os mercadores Na imagem acima, temos alguns exemplos de instrumentos que foram utilizados pelos
navegantes durante as Grandes Navegações: a bússola, o quadrante (sua função era a
eram os artigos de luxo medição da altura de um objeto em relação ao horizonte), a balestilha (utilizado para
(tapetes, tecidos de seda, medir a altura em graus que une o horizonte ao astro) e o astrolábio.
objetos de porcelana) e as
especiarias (cravo, pi- Especiarias consumidas até os dias de hoje, como O pioneirismo português
menta, noz-moscada, ca- pimentas, gengibre, canela, açafrão, noz-mos-
nela, gengibre). cada, entre outras. Portugal foi o pioneiro nas Grandes Navegações, isto é, aquele
No século XV, as especiarias eram utilizadas pelos europeus como que deu início às descobertas de novas rotas comerciais. Entre os fa-
temperos, remédios e perfumes. Esses temperos serviam para melho- tores que impulsionaram os portugueses às Grandes Navegações, po-
rar o sabor, o aroma e a conservação dos alimentos. Especiaria signi- demos destacar: a precoce centralização monárquica (consolidada em
ficava “substância ativa, valiosa e rara”, daí a sua importância. 1385); a experiência e conhecimentos em navegação (os portugueses
As especiarias e os artigos de luxo eram comprados pelos comer- eram navegadores experientes, praticavam pesca em alto-mar e bus-
ciantes italianos de mercadores árabes nos portos de cidades como cavam desenvolver técnicas de navegação, aperfeiçoar embarcações
Constantinopla, Trípoli, Alexandria e Túnis. Esses produtos eram leva- e confeccionar mapas); a posição geográfica privilegiada de Portugal,
dos pelo Mar Mediterrâneo até a Europa Ocidental, onde eram reven- voltada para o Oceano Atlântico; as riquezas acumuladas pelos co-
didos a altos preços. merciantes portugueses; e o apoio dos reis.
Com esse comércio sendo controlado por mercadores árabes e da
Península Itálica, portugueses e espanhóis começaram a buscar ou-
tros caminhos para chegar às riquezas do Oriente. Apesar de todos os
perigos, as viagens marítimas seriam uma opção mais lucrativa.

Instrumentos e técnicas de navegação


Para enfrentar os desafios de mares pouco conhecidos, os explo-
radores se baseavam nos relatos deixados por outros viajantes e em
experiências adquiridas em viagens anteriores. Além disso, foram uti-
lizados instrumentos e técnicas de navegação que auxiliavam na
orientação até o destino desejado, como a bússola, inventada pelos
chineses; o astrolábio, instrumento que permite aos navegadores que
se localizem e calculem o espaço percorrido por meio das estrelas; e
as cartas náuticas ou de navegação, que mostravam representa-
ções cartográficas das áreas costeiras, de modo semelhante a um
mapa terrestre.
Além desses equipamentos, as longas viagens marítimas foram A primeira conquista portuguesa foi a cidade de Ceuta, no atual
possibilitadas pelo uso das caravelas, embarcações resistentes para Marrocos, em 1415. Ceuta era um importante centro comercial domi-
enfrentar as correntes marítimas e as tempestades em alto-mar. Por nado pelos muçulmanos no norte da África.
Em seguida, os portugueses chegaram às ilhas da Madeira e dos As conquistas espanholas, a partir de então, acirraram a rivalidade
Açores; depois, atingiram o extremo sul do continente africano, no com os portugueses. Nesse contexto, foram feitas várias negociações
Cabo das Tormentas, que foi rebatizado pelo rei dom João II (1455- diplomáticas entre ambos os governos. Em 1493, através da Bula In-
1495) de Cabo da Boa Esperança por ter criado a possibilidade de se ter Coetera, acordo intermediado pelo papa Alexandre VI, a Espanha
chegar às Índias. garantiu a posse da América, e Portugal assegurou o domínio sobre a
Em 1498, uma frota portuguesa liderada por Vasco da Gama costa africana e a rota oriental, que contornava a África.
(1469-1524) chegou à cidade de Calicute, na atual Índia. Essa viagem Os portugueses reiniciaram as negociações e, em 1494, assina-
foi muito comemorada pelos portugueses, e Vasco da Gama retomou ram o Tratado de Tordesilhas, que estabeleceu uma linha imaginária
a Lisboa levando um carregamento que valia 60 vezes mais do que o a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. Com esse tratado, Por-
custo da expedição. Assim, dois grandes objetivos foram alcançados: tugal garantiu a posse de quase todo o Atlântico Sul, o que facilitava a
encontrar um novo caminho para o Oriente e romper com o monopó- defesa da rota oriental e parte da América.
lio comercial dos genoveses e venezianos.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral seguiu viagem em direção às Ín-
dias e chegou às terras que viriam a ser o Brasil. Em suas viagens, os
portugueses fundaram importantes entrepostos comerciais, iniciando
a formação de uma ampla rede de comércio dos mais variados produ-
tos e estabelecendo um grande império marítimo no Atlântico. En-
quanto isso, seus missionários religiosos procuravam converter os po-
vos locais à fé católica.

A chegada dos espanhóis à América


Em 1492, uma expedição financiada pela Coroa espanhola e lide-
rada pelo navegador genovês Cristóvão Colombo chegou ao conti-
nente que mais tarde seria chamado de América, até então desconhe-
cido pelos europeus. Influenciado pelas ideias renascentistas, Co-
lombo acreditava que a Terra fosse esférica e por isso seria possível
alcançar as Índias navegando na direção oeste, sentido oposto ao que
já havia sido percorrido. Ao todo, Cristóvão Colombo realizou quatro
viagens para a América (confira as rotas no mapa abaixo) e nunca
acreditou ter chegado a um continente desconhecido.

Em 1519, teve início outro marco das navegações espanholas: a


primeira viagem de volta ao mundo (circum-navegação). Comandada
por Fernão de Magalhães (e concluída em 1522 por Sebastião El-
cano), a expedição, além de provar a esfericidade da Terra, conectou
a Europa, a América do Sul e o sudeste asiático por meio da navega-
ção Atlântico-Pacífico, ampliando os contatos em escala mundial.

TRABALHANDO COM UM MAPA

O mapa a seguir apresenta informações sobre as rotas comerciais surgidas a partir das Grandes Navegações, entre os séculos XV e XVI.
OBSERVE e ANALISE o mapa com atenção e, em seguida, com base nas informações nele contidas e em seus conhecimentos sobre as
Grandes Navegações, LEIA as afirmações e ASSINALE (V) para as afirmações verdadeiras e (F) para as que forem falsas.

( ) A rota percorrida por Cristóvão Colombo está re-


lacionada com a chegada dos espanhóis ao con-
tinente americano.
( ) A rota traçada por Vasco da Gama não pretendia
chegar à Ásia.
( ) A rota comercial dos portugueses indica que den-
tre os interesses de Portugal estava o tráfico de
escravos.
( ) A rota de Portugal indica que este país não estava
interessado no comércio de especiarias, como es-
tavam os espanhóis.
( ) A rota percorrida por Fernão de Magalhães foi a
primeira viagem de circum-navegação da Terra.

• RESPONDA: De acordo com o mapa, quais oceanos foram explorados pelos europeus nas Grandes Navegações?

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