Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROF.MAX DANTAS
29 – CICLO DO OURO NO BRASIL
INTRODUÇÃO
No fim do século XVII, a produção açucareira no Brasil decaiu devido à
concorrência com os engenhos açucareiros nas
colônias holandesas, francesas e inglesas.
Portugal dependia dos impostos que eram
cobrados da colônia e passou a estimular seus
funcionários e demais habitantes a explorar as
terras em busca de riquezas. Foi nesse contexto Figura://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra61279/engenho-
que os bandeirantes começaram a encontrar manual-que-faz-caldo-de-cana
AS DESCOBERTAS
1693: Antônio Rodrigues Arzão encontrou ouro na região de MG.
1698: Antônio Dias de Oliveira encontrou ouro em Ouro Preto.
1700: Borba Gato encontrou ouro em Sabará, MG.
1719: Pascoal Moreira Cabral encontrou ouro em Cuiabá, MT.
1726: Bartolomeu Bueno da Silva, filho do bandeirante Anhanguera, encontrou
ouro em Goiás. FONTE://pt.pngtree.com/freepng/and-gold-
bullion_1343542.html
O OURO
A notícia da descoberta do ouro rapidamente se espalhou e
um grande número de pessoas se dirigiu à região de Minas
Gerais. Além da população local, calcula-se que a busca do
ouro atraia anualmente para as jazidas 3 a 4 mil
portugueses moradores do reino, quantidade alarmante
para um país pequeno como Portugal. Por isso, o governo
português lançou um decreto restringindo a emigração
para o Brasil, que passou a ser consentida mediante
passaporte especial.
Com tanta gente chegando, a região sofreu rápidas
transformações, como o surgimento de vilas e de cidades. A
população cresceu e chegou a ter quase 400 mil habitantes,
Figura://www.estudopratico.com.br/ciclo-do-ouro-no-brasil/
o equivalente a 15% do
total do Brasil naquela época.
1
MATERIAL COMPLEMENTAR
PROF.MAX DANTAS
29 – CICLO DO OURO NO BRASIL
escravos; quem possuísse 12 escravos ou mais, recebia uma data inteira,
os demais, recebiam lotes menores.
FORMAS DE MINERAÇÃO
FAISCAGEM: Era o trabalho do
garimpeiro solitário nas margens
dos rios. Também era conhecida
como garimpo de lavagem.
O DISTRITO DIAMANTINO
De importância menor, o Distrito Figura :ARQUIVO PESSOAL - OFICINA D
IMPORTANTE
O contratador era a autoridade máxima dentro de seus domínios ou área de exploração
também, eram os maiores traficantes de escravos.
Era o órgão da Coroa encarregado da total exploração dos diamantes, acabando com os contratadores.
ol.com.br/biografias/
Figura://amigopai.wordpress.com/2017/03/21/exploracao-de-diamantes-no-brasil-colonia/
.htm
IMPOSTOS
Os principais impostos cobrados pela metrópole era o QUINTO, ou seja, 20% de todos os metais preciosos,
o IMPOSTO DE PASSAGEM sobre homens e animais em trânsito para as minas; o de ENTRADA, sobre as
2
MATERIAL COMPLEMENTAR
PROF.MAX DANTAS
29 – CICLO DO OURO NO BRASIL
mercadorias que entravam para as minas, e os DONATIVOS, quantia exigida por
Portugal para pagar despesas com eventos especiais, como o casamento de uma
princesa ou reconstruir Lisboa após o terremoto de 1755.
Mas, com o passar do tempo, o governo
português aumentou gradativamente sua
atuação sobre a região mineradora. Para evitar
o contrabando, a Coroa proibiu todas as ordens
religiosas católicas na região, pois os clérigos
estavam entre os maiores contrabandistas de
ouro e de pedras preciosas. Eles
contrabandeavam o precioso metal dentro de
estátuas de santos, daí a expressão “SANTA DO
PAU OCO”.
m.br/LocationPhotoDirectLink-
6 3
MATERIAL COMPLEMENTAR
PROF.MAX DANTAS
29 – CICLO DO OURO NO BRASIL
ATENÇÃO
A cobrança da Derrama está entre um dos motivos que levou à INCONFIDÊNCIA
MINEIRA.
A SOCIEDADE MINERADORA
Era uma sociedade mais complexa que a do
açúcar, marcadamente urbana, diversa e móvel.
Nas cidades – locais de residência, de serviços, de
comércio, de oração e festa –, desenvolveu-se a
vida social na região mineradora. Nela, a
discriminação contra negros e índios era intensa
e o medo e o valor dado às aparências eram enormes.
A base era composta por escravos que trabalhavam na zona mineradora, no distrito diamantino e também
nas cidades com a produção de alimentos, construção civil, abertura de estradas e no comércio local. A
rotina de trabalho era cruel e o índice de mortalidade era altíssimo
devido às condições duras de trabalho nas minas.
Existia, também, uma cama intermediária de homens livres e pobres
que sobreviviam de serviços temporários e de furtos; alguns eram
contratados para serviços considerados inadequados aos escravos,
Figura://www.d
como a construção de presídios e a segurança pessoal dos ricos silverio-dos-reis
comerciantes.
Um dos traços mais marcantes da sociedade mineradora foi o
surgimento da CLASSE MÉDIA. As possibilidades de negócios, como o
ouro, a demanda de serviços urbanos e a ampliação do mercado
consumidor, favoreceram o surgimento das camadas médias,
compostas por grande quantidade de profissionais liberais: médicos,
advogados, padres, barbeiros, artistas e taberneiros.
No topo da sociedade mineradora, estavam os POTENTADOS,
composta por grandes comerciantes, contratadores de diamantes e
alguns funcionários do governo português, que também conseguiram
fazer fortuna.
ATENÇÃO
Os donos das minas foram poucos que conseguiram enriquecer, pois
boa parte do que ganhavam servia para o pagamento dos impostos e
outra parte para a compra de mercadorias, alimento e escravos.
CULTURA
A cultura do ciclo do Ouro é marcada pela VIDA URBANA, com a
construção de teatros, de igrejas, de bibliotecas, para atender a
demanda pelo luxo e ostentação das camadas mais altas da sociedade
mineradora.
A cultura também é marcada pela
GRANDE QUANTIDADE DE ORDENS
RELIGIOSAS, as maiores contrabandistas
do período.
A ARTE e a ARQUITETURA estão
representadas pelo Barroco e pelo Arcadismo.
O maior destaque foi Aleijadinho, ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA, que era
arquiteto, entalhador e escultor. Entre suas obras, destaque para os Profetas
na igreja de Bom Jesus, em Congonhas do Campo.
LITERATURA Figura:ARQUIVO - OFICINA DA HISTÓRIA -2016
CONSEQUÊNCIAS
Aumento demográfico.
Migrações internas e externas.
Primeiros conflitos nativistas, como EMBOABAS e FILIPE DOS SANTOS.
Primeiro conflito emancipatório – INCONFIDÊNCIA MINEIRA.
Desenvolvimento do comércio interno.
Incremento das relações entre as regiões do Brasil.
Urbanização do interior da colônia.
Deslocamento do eixo produtivo do Nordeste para o centro do país.
Rio de Janeiro torna-se a nova capital, em 1763.
Fortalecimento do arrocho administrativo.
Diversificação da sociedade. Figura://historiainte.blogspot.com/2013/08/a-revolta-de-filipe-dos-
santos-vila.html
5
MATERIAL COMPLEMENTAR
PROF.MAX DANTAS
29 – CICLO DO OURO NO BRASIL
parceiros. Para pagar essa dívida, recorriam ao ouro brasileiro. Desse modo, podemos concluir que o ouro
brasileiro contribuiu para o desenvolvimento do processo de industrialização da Inglaterra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARRUDA, José Jobson de; PILETTI, Nelson. Toda a História: História geral e história do Brasil. 6.ed. São
Paulo: Ática, 1996.
COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 1, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 2, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 3, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
WRIGHT, Edmund; LAW, Jonathan. Dicionário de História do Mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
QUESTÕES
1-(FUVEST – SP) A exploração dos metais preciosos encontrados na América Portuguesa, no final do século
XVII, trouxe importantes consequências tanto para a colônia quanto para a metrópole. Entre elas,
Indique a alternativa que assinala corretamente a correlação entre as duas colunas, a da esquerda, que
indica o nome dos impostos, e a da direita, que define cada um desses impostos.
3-Sobre a fiscalização realizada pela Coroa portuguesa na zona mineradora de sua colônia brasileira são
feitas as seguintes afirmações:
I - A partir do momento em que os portugueses souberam da descoberta do ouro em terras brasileiras, a
necessidade de controle sobre a exploração das jazidas aumentou substancialmente.
II - A pressão exercida pelos portugueses junto aos mineradores motivou uma série de conflitos entre os
colonos e as autoridades metropolitanas. A escassez de metais e pedras foi sistematicamente respondida
com o enrijecimento da fiscalização lusitana.
6
MATERIAL COMPLEMENTAR
PROF.MAX DANTAS
29 – CICLO DO OURO NO BRASIL
III - Em 1702, a metrópole oficializou a criação da Intendência das Minas, órgão que deveria administrar as
regiões auríferas, respondendo pelo policiamento, a cobrança de impostos e julgamento dos crimes
ocorridos nessas localidades.
Assinale a alternativa:
4-Leia o texto a seguir: “Entre 1740 e 1771, a região, inteiramente demarcada pelas autoridades e já
constituindo o 'distrito diamantino', foi entregue a contratadores, como o famoso João Fernandes de
Oliveira. Problemas de administração e contrabando crescente, além das sempre presentes dificuldades de
comercialização no mercado mundial, fizeram com que o Estado assumisse a exploração da área. A Real
Extração passou a ser regulamentada por um severo regimento, chamado “Livro da Capa Verde”, ficando o
distrito sob a responsabilidade de um intendente nomeado pelo governo metropolitano”. (Wehling, Arno.
Formação do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994. p. 213.)
O texto acima aponta uma mudança substancial na administração da extração de pedras preciosas na
região do Distrito Diamantino a partir de 1640. Essa mudança foi possível, sobretudo, pela instituição:
5- (Unirio) O desenvolvimento da economia mineradora no século XVII teve diferentes repercussões sobre
a vida colonial, conforme se apresenta caracterizado numa das opções a seguir. Assinale-a.
a) Incremento do comércio interno e das atividades voltadas para o abastecimento na região centro-sul.
b) Movimento de interiorização conhecido como bandeirismo, responsável pelo fornecimento de mão-de-
obra indígena para as minas.
c) Descentralização da administração colonial para facilitar o controle da produção.
d) Sufocamento dos movimentos de rebelião, graças à riqueza material gerada pelo ouro e pela prata.
e) Retorno em massa, para a metrópole, dos colonos enriquecidos pela nova atividade.
6-(UFSM-2011)
As duas figuras simbolizam dois processos econômicos que se consolidaram e se expandiram no século
XVIII, provocando amplas e irreversíveis modificações nos respectivos ecossistemas.
As relações históricas entre os dois processos podem ser consideradas
7
MATERIAL COMPLEMENTAR
PROF.MAX DANTAS
29 – CICLO DO OURO NO BRASIL
a) meramente cronológicas, pois ambos se desenvolveram nos inícios do século XVIII, época em que se
expandia, tanto na Europa quanto nas Américas colonizadas pelos europeus, a utilização do trabalho
escravo dos negros africanos devidamente controlados e administrados pelos seus proprietários, os
membros da elite branca.
b) muito tênues, na medida em que apenas representam dois exemplos isolados de destruição predatória
dos ambientes naturais, seja para extrair riquezas minerais em zonas rurais despovoadas, seja para
promover a urbanização das cidades industriais afetadas pela poluição, prevenindo os efeitos danosos
dessa poluição na vida e na saúde da crescente população.
c) significativas, pois, desde a assinatura do tratado de Methuen (1703), o Estado português ficou
subordinado aos interesses da Inglaterra: como as importações dos 'panos' tecidos pelas manufaturas
inglesas custavam mais caro para Portugal do que as receitas com as exportações de 'vinhos' para o
mercado inglês, o ouro extraído das regiões mineiras da América colonial lusitana foi amplamente
transferido para o mercado inglês, aí contribuindo para sedimentar as precondições para o
desenvolvimento da Revolução Industrial.
d) de reciprocidade, pois o processo de urbanização das cidades industriais inglesas inspirou o
planejamento urbano das povoações coloniais americanas que se expandiram para o interior, permitindo
antecipar e corrigir problemas como: ocupação intensa e acelerada, traçado das ruas e das praças,
integração do setor rural com o urbano, articulação com as demais vilas e cidades e com os portos de
escoamento da produção mineira.
e) de modernização, pois os novos produtos da moderna tecnologia industrial inglesa puderam ser
importados pelos proprietários das minas e dos escravos, permitindo incrementar a produção colonial,
diminuir os custos e obter maiores lucros, dinamizando a economia e a sociedade da mineração e
encaminhando o Estado português para a emancipação da hegemonia da Inglaterra.
7-Uece) A corrida do ouro em Minas Gerais no final do século XVII trouxe uma riqueza muito grande para a
Coroa portuguesa mas também exigiu muitos esforços no sentido de fiscalizar a produção e punir o
contrabando. Assinale a expressão correta a respeito das medidas fiscais empreendidas por Portugal na
área das minas:
a) apesar dos protestos dos fidalgos encarregados da arrecadação, a Coroa portuguesa evitava pressionar
os produtores através das derramas, limitando-se a aumentar os impostos.
b) sem conseguir se impor aos proprietários das minas, a administração colonial passou a permitir a livre
comercialização do ouro, arrecadando impostos nos portos e nas estradas.
c) a administração colonial instalou as casas de fundição para regulamentar a produção do ouro e arrecadar
mais impostos, obtendo total apoio dos proprietários das minas.
d) ao aumentar a carga fiscal e as casas de fundição, a Coroa logrou aumentar a arrecadação de impostos,
mas provocou a revolta dos proprietários das minas.
9-O deslocamento do eixo econômico do Brasil-Colônia do Nordeste para o Centro-Sul no século XVIII
deveu-se:
a) ao açúcar
b) à mineração;
c) à pecuária;
d) ao pau-brasil;
e) ao café.
8
MATERIAL COMPLEMENTAR
PROF.MAX DANTAS
29 – CICLO DO OURO NO BRASIL
10-(UEG) A sede insaciável do ouro estimulou tantos a deixarem suas terras, a meterem-se por caminhos
tão ásperos, como são os das minas, que dificilmente se poderá saber do número de pessoas que,
atualmente, lá estão. Mais de 30 mil homens se ocupam, uns em catar, outros em mandar catar o ouro nos
ribeiros.
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil, 1711. Belo Horizonte; São Paulo: Itatiaia; Edusp, 1982.
p. 167. O padre André João Antonil foi um dos mais argutos observadores do mundo colonial. Seu olhar
percebia, em detalhes, o processo de produção de riquezas tanto no engenho quanto na atividade
mineradora. O ouro transformou em profundidade a vida na colônia, pois:
a) no Maranhão;
b) em Goiás;
c) em Mato Grosso;
d) as respostas (b) e (c) combinadas;
e) todas as respostas combinadas.
a) Coube principalmente aos habitantes do planalto paulista e moradores da Vila de São Paulo a descoberta
dos veios auríferos existentes na região das Minas Gerais em fins do século XVII.
b) A Coroa portuguesa tentou proibir a comunicação e o transporte tanto de gado como de escravos pelos
caminhos do sertão para a região das Minas. Procurava, assim, impedir o comércio entre as capitanias do
Nordeste – sobretudo Bahia e Pernambuco – e a região mineradora.
c) O instrumento fundamental da política de administração da região das Minas foi a criação de vilas: Vila
do Ribeirão do Carmo, Vila Rica do Ouro Preto, Vila de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, Vila de São
João Del Rei e Vila Nova da Rainha de Caeté, entre outras.
d) A mineração propiciou a artesãos e artistas um amplo mercado de trabalho. Ourives, douradores,
entalhadores e escultores eram procurados para embelezar os exteriores e interiores de igrejas mineiras.
Ao mesmo tempo, compositores, cantores e instrumentistas eram requisitados para os trabalhos religiosos
das irmandades.
e) Uma vez que a autoridade da Coroa logo se impôs no território das Minas, não houve conflitos ou
confrontos armados na região, na qual imperou até o fim do ciclo da mineração a paz entre os exploradores
dos veios auríferos.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
B C D C A C D E B C D E