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PROF.MAX DANTAS
29 – CICLO DO OURO NO BRASIL
INTRODUÇÃO
No fim do século XVII, a produção açucareira no Brasil decaiu devido à
concorrência com os engenhos açucareiros nas
colônias holandesas, francesas e inglesas.
Portugal dependia dos impostos que eram
cobrados da colônia e passou a estimular seus
funcionários e demais habitantes a explorar as
terras em busca de riquezas. Foi nesse contexto Figura://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra61279/engenho-
que os bandeirantes começaram a encontrar manual-que-faz-caldo-de-cana

minas de ouro em Minas Gerais, em Goiás e em Mato Grosso.


Figura://arqueologiaibanez.blogspot.com/2016/04/como-
identificar-pepitas-de-ouro.html

AS DESCOBERTAS
1693: Antônio Rodrigues Arzão encontrou ouro na região de MG.
1698: Antônio Dias de Oliveira encontrou ouro em Ouro Preto.
1700: Borba Gato encontrou ouro em Sabará, MG.
1719: Pascoal Moreira Cabral encontrou ouro em Cuiabá, MT.
1726: Bartolomeu Bueno da Silva, filho do bandeirante Anhanguera, encontrou
ouro em Goiás. FONTE://pt.pngtree.com/freepng/and-gold-
bullion_1343542.html

O OURO
A notícia da descoberta do ouro rapidamente se espalhou e
um grande número de pessoas se dirigiu à região de Minas
Gerais. Além da população local, calcula-se que a busca do
ouro atraia anualmente para as jazidas 3 a 4 mil
portugueses moradores do reino, quantidade alarmante
para um país pequeno como Portugal. Por isso, o governo
português lançou um decreto restringindo a emigração
para o Brasil, que passou a ser consentida mediante
passaporte especial.
Com tanta gente chegando, a região sofreu rápidas
transformações, como o surgimento de vilas e de cidades. A
população cresceu e chegou a ter quase 400 mil habitantes,
Figura://www.estudopratico.com.br/ciclo-do-ouro-no-brasil/
o equivalente a 15% do
total do Brasil naquela época.

A ADMINISTRAÇÃO DA ZONA MINERADORA


Com a descoberta de ouro no Brasil, a Coroa Portuguesa cria um sistema
de controle e de administração.
A Intendência das Minas, criada em 1702, tinha a função de organizar e
de garantir a cobrança de tributos.
O “intendente” era responsável, também, pela distribuição das DATAS,
que eram os lotes de terras.
IMPORTANTE
A intendência não estava ligada ao governo local; era subordinada ao
Conselho ultramarino, situado em Lisboa.

Por lei, as áreas de mineração pertenciam ao rei; por isso, se alguém


descobrisse uma jazida, deveria comunicar ao intendente. Ele mandava
dividir a área em lotes – DATAS – e promovia sua distribuição.
O Descobridor tinha direito a duas DATAS e a coroa, a uma, que, depois, ia
a leilão. As datas restantes eram distribuídas conforme o número de
Figura://www.todamateria.com.br/ciclo-do-ouro/

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escravos; quem possuísse 12 escravos ou mais, recebia uma data inteira,
os demais, recebiam lotes menores.

FORMAS DE MINERAÇÃO
FAISCAGEM: Era o trabalho do
garimpeiro solitário nas margens
dos rios. Também era conhecida
como garimpo de lavagem.

LAVRAS: Eram veios de garimpo


onde existia grande quantidade de
ouro. Caracterizavam-se por
áreas vendidas (leilão) pela
Figura 1:ARQUIVO PESSOAL - OFICINA DA HISTÓRIA-2016 coroa.
O garimpeiro ali instalado deveria
ter, no mínimo, 40 escravos, renda e condições de explorar a Lavra.

O DISTRITO DIAMANTINO
De importância menor, o Distrito Figura :ARQUIVO PESSOAL - OFICINA D

Diamantino, região militarizada por


Portugal no Vale do Jequitinhonha,
serviu de complemento ao ouro das
Gerais. Em 1729, foram descobertas jazidas de diamantes e, até 1734, a
exploração foi aberta aos particulares.

Em 1734 foi criado o distrito dos diamantes para administrar a região


venezolano-informa-que-
es/ com um rígido controle militar e o arrendamento para novos
mineradores, que deveriam pagar uma fortuna para a coroa portuguesa
para garantir o direito de explorar a mineração de diamantes.
Entre 1739 e 1740, foi instituído o sistema de contrato e João Fernandes de Oliveira foi o primeiro
contratador.
O contratador podia admitir associados, formando companhias de exploração dos diamantes, que
Figura://iderval.blogspot.com/2018/01/origem-dos-escravos-
chegaram a ter mais de 600 escravos. africanos.html

IMPORTANTE
O contratador era a autoridade máxima dentro de seus domínios ou área de exploração
também, eram os maiores traficantes de escravos.

Essa forma de exploração durou


até 1771, quando a Coroa
Portuguesa decidiu assumir
diretamente a extração
diamantina. Em 1772, Marquês de
Pombal criou o sistema de Real
Extração, por meio da
INTENDÊNCIA DOS DIAMANTES.

Era o órgão da Coroa encarregado da total exploração dos diamantes, acabando com os contratadores.
ol.com.br/biografias/
Figura://amigopai.wordpress.com/2017/03/21/exploracao-de-diamantes-no-brasil-colonia/
.htm

IMPOSTOS
Os principais impostos cobrados pela metrópole era o QUINTO, ou seja, 20% de todos os metais preciosos,
o IMPOSTO DE PASSAGEM sobre homens e animais em trânsito para as minas; o de ENTRADA, sobre as

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mercadorias que entravam para as minas, e os DONATIVOS, quantia exigida por
Portugal para pagar despesas com eventos especiais, como o casamento de uma
princesa ou reconstruir Lisboa após o terremoto de 1755.
Mas, com o passar do tempo, o governo
português aumentou gradativamente sua
atuação sobre a região mineradora. Para evitar
o contrabando, a Coroa proibiu todas as ordens
religiosas católicas na região, pois os clérigos
estavam entre os maiores contrabandistas de
ouro e de pedras preciosas. Eles
contrabandeavam o precioso metal dentro de
estátuas de santos, daí a expressão “SANTA DO
PAU OCO”.

A Coroa também fechou os caminhos de tropeiros que abasteciam a


zona mineradora, estabeleceu registros, que eram postos onde eram cobrados os
pedágios, sem contar os impostos que aumentavam de forma progressiva,
principalmente durante a administração de Marquês de Figura://www.comproourobh.com.br/santo-do-pau-oco-
nasceu-da-compra-e-venda-de-ouro/
ura://liboriocosta.blogspot.com/2012/04/bandeirantes-tropeiros-
xeiro.html Pombal.

Devido ao desvio ilegal do ouro, o governo português criou o SISTEMA DE


FINTAS, fixando 30 arrobas anuais de ouro (450 kg). Como o ouro em pó e em
pepitas era facilmente contrabandeado, em 1720 foram criadas as CASAS DE
FUNDIÇÃO, que proibiam a circulação de ouro em pó; todo ouro deveria ser
fundido e marcado com o SELO REAL. Dessa forma, o governo cobrava o Quinto (20%) do ouro.

Em 1735, foi criada a


ATENÇÃO
Figura://www.ufmg.br/online/arquivos/002512.shtml A instalação dessas casas foi o que causou a primeira revolta da zona mineradora, a
REVOLTA DE FILIPE DOS SANTOS, em 29 de junho de 1720.
CAPITAÇÃO E CENSO DA INDÚSTRIA: todo minerador deveria pagar 17 g de
ouro por cabeça de escravo que estivesse trabalhando na mineração, além
de taxar os mineradores e
estabelecimentos comerciais ou
industriais.
À medida que a produção aurífera
começou a decair, o governo
português insistiu em medidas
antipáticas aos colonos brasileiros e,
em 1751, instituiu o SISTEMA DE
FINTA, estabelecendo um novo
“quinto” de 100 arrobas anuais de
ouro (1,500 kg). Os mineradores
não conseguiam extrair ouro suficiente para pagar os impostos e
as dívidas foram se acumulando.
Assim, em 1763, é instituída a DERRAMA, que seria a cobrança de
todos os impostos atrasados a serem pagos por todos os
residentes dentro da área de mineração. Correspondia a uma taxa cobrada dos "homens-bons" e que foi
fixada em 100 arrobas anuais (1 arroba equivale a aproximadamente 15 quilogramas), ou seja, 1,500
quilogramas. Como o quinto não era pago integralmente e os valores não pagos eram acumulativos,
confiscavam-se bens e objetos. Essa era a prática de cobranças de valores para atingir a meta estipulada
pela Coroa.

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ATENÇÃO
A cobrança da Derrama está entre um dos motivos que levou à INCONFIDÊNCIA
MINEIRA.

A SOCIEDADE MINERADORA
Era uma sociedade mais complexa que a do
açúcar, marcadamente urbana, diversa e móvel.
Nas cidades – locais de residência, de serviços, de
comércio, de oração e festa –, desenvolveu-se a
vida social na região mineradora. Nela, a
discriminação contra negros e índios era intensa
e o medo e o valor dado às aparências eram enormes.
A base era composta por escravos que trabalhavam na zona mineradora, no distrito diamantino e também
nas cidades com a produção de alimentos, construção civil, abertura de estradas e no comércio local. A
rotina de trabalho era cruel e o índice de mortalidade era altíssimo
devido às condições duras de trabalho nas minas.
Existia, também, uma cama intermediária de homens livres e pobres
que sobreviviam de serviços temporários e de furtos; alguns eram
contratados para serviços considerados inadequados aos escravos,
Figura://www.d
como a construção de presídios e a segurança pessoal dos ricos silverio-dos-reis

comerciantes.
Um dos traços mais marcantes da sociedade mineradora foi o
surgimento da CLASSE MÉDIA. As possibilidades de negócios, como o
ouro, a demanda de serviços urbanos e a ampliação do mercado
consumidor, favoreceram o surgimento das camadas médias,
compostas por grande quantidade de profissionais liberais: médicos,
advogados, padres, barbeiros, artistas e taberneiros.
No topo da sociedade mineradora, estavam os POTENTADOS,
composta por grandes comerciantes, contratadores de diamantes e
alguns funcionários do governo português, que também conseguiram
fazer fortuna.
ATENÇÃO
Os donos das minas foram poucos que conseguiram enriquecer, pois
boa parte do que ganhavam servia para o pagamento dos impostos e
outra parte para a compra de mercadorias, alimento e escravos.

CULTURA
A cultura do ciclo do Ouro é marcada pela VIDA URBANA, com a
construção de teatros, de igrejas, de bibliotecas, para atender a
demanda pelo luxo e ostentação das camadas mais altas da sociedade
mineradora.
A cultura também é marcada pela
GRANDE QUANTIDADE DE ORDENS
RELIGIOSAS, as maiores contrabandistas
do período.
A ARTE e a ARQUITETURA estão
representadas pelo Barroco e pelo Arcadismo.
O maior destaque foi Aleijadinho, ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA, que era
arquiteto, entalhador e escultor. Entre suas obras, destaque para os Profetas
na igreja de Bom Jesus, em Congonhas do Campo.
LITERATURA Figura:ARQUIVO - OFICINA DA HISTÓRIA -2016

Cláudio Manoel da Costa – Arcadismo e Gregório de Matos o “Boca do Inferno” – Barroco.


A -2016
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CONSEQUÊNCIAS
 Aumento demográfico.
 Migrações internas e externas.
 Primeiros conflitos nativistas, como EMBOABAS e FILIPE DOS SANTOS.
 Primeiro conflito emancipatório – INCONFIDÊNCIA MINEIRA.
 Desenvolvimento do comércio interno.
 Incremento das relações entre as regiões do Brasil.
 Urbanização do interior da colônia.
 Deslocamento do eixo produtivo do Nordeste para o centro do país.
 Rio de Janeiro torna-se a nova capital, em 1763.
 Fortalecimento do arrocho administrativo.
 Diversificação da sociedade. Figura://historiainte.blogspot.com/2013/08/a-revolta-de-filipe-dos-
santos-vila.html

A CRISE DA PRODUÇÃO AURÍFERA


A produção aurífera brasileira foi bastante significativa nos primeiros 70 anos do século XVIII. Nesse
período, o Brasil produziu mais ouro do que toda a América espanhola em 357 anos; a quantidade
extraída da colônia correspondeu a 50% de toda a produção mundial entre os séculos XV e XVIII.
Essa riqueza, porém, não foi utilizada para o desenvolvimento da colônia e a maior parte do ouro escoou
para a Europa, servindo ao enriquecimento de outras nações. Nem mesmo a família real portuguesa e os
comerciantes lusos lucraram tanto com o ouro brasileiro. A economia
portuguesa equilibrou-se momentaneamente, mas não o suficiente para
se livrar da dependência dos ingleses.
Após se libertar do domínio espanhol, Portugal procurou ajuda política e
militar dos ingleses, que, em troca, foram dominando a economia
portuguesa por meio de diversos tratados. Assim, a grande beneficiária do
ouro brasileiro foi a Inglaterra, que, com o TRATADO DE METHUEN (1703),
teve em Portugal e suas colônias grandes mercados consumidores das
manufaturas inglesas.
Exportando produtos agrícolas para o mercado inglês e importando
Figura://brasilescola.uol.com.br/historiag/tratado-methuen.htm manufaturas a preços elevados, os portugueses estavam sempre em dívida
com
seus

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parceiros. Para pagar essa dívida, recorriam ao ouro brasileiro. Desse modo, podemos concluir que o ouro
brasileiro contribuiu para o desenvolvimento do processo de industrialização da Inglaterra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARRUDA, José Jobson de; PILETTI, Nelson. Toda a História: História geral e história do Brasil. 6.ed. São
Paulo: Ática, 1996.
COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 1, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 2, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 3, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
WRIGHT, Edmund; LAW, Jonathan. Dicionário de História do Mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

QUESTÕES
1-(FUVEST – SP) A exploração dos metais preciosos encontrados na América Portuguesa, no final do século
XVII, trouxe importantes consequências tanto para a colônia quanto para a metrópole. Entre elas,

a) o intervencionismo regulador metropolitano na região das Minas, o desaparecimento da produção


açucareira do Nordeste e a instalação do Tribunal da Inquisição na capitania.
b) a solução temporária de problemas financeiros em Portugal, alguma articulação entre áreas distantes da
colônia e o deslocamento de seu eixo administrativo para o centro-sul.
c) a separação e autonomia da capitania das Minas Gerais, a concessão do monopólio da extração dos
metais aos paulistas e a proliferação da profissão de ourives.
d) a proibição do ingresso de ordens religiosas em Minas Gerais, o enriquecimento generalizado da
população e o êxito no controle do contrabando.
e) o incentivo da Coroa à produção das artes, o afrouxamento do sistema de arrecadação de impostos e a
importação dos produtos para a subsistência diretamente da metrópole.

2-Analise as colunas abaixo sobre a fiscalização da atividade mineradora no Brasil Colônia.

I – quinto a) quantia anual fixa de cerca de 30 arrobas.


II – finta b) cobrança dos impostos em atraso ou de um imposto extraordinário.
III - sistema de captação c) taxa de 20% cobrada sobre o total minerado de ouro, prata e diamantes
IV – derrama d) cobrança que incidia sobre cada um dos escravos que eram propriedade do
minerador

Indique a alternativa que assinala corretamente a correlação entre as duas colunas, a da esquerda, que
indica o nome dos impostos, e a da direita, que define cada um desses impostos.

a) I-d; II-c III-b; IV-a.


b) I-d; II-a; III-b; IV-c.
c) I-c; II-a; III-d; IV-b.
d) I-b; II-a; III-d; IV-c.

3-Sobre a fiscalização realizada pela Coroa portuguesa na zona mineradora de sua colônia brasileira são
feitas as seguintes afirmações:
I - A partir do momento em que os portugueses souberam da descoberta do ouro em terras brasileiras, a
necessidade de controle sobre a exploração das jazidas aumentou substancialmente.
II - A pressão exercida pelos portugueses junto aos mineradores motivou uma série de conflitos entre os
colonos e as autoridades metropolitanas. A escassez de metais e pedras foi sistematicamente respondida
com o enrijecimento da fiscalização lusitana.

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III - Em 1702, a metrópole oficializou a criação da Intendência das Minas, órgão que deveria administrar as
regiões auríferas, respondendo pelo policiamento, a cobrança de impostos e julgamento dos crimes
ocorridos nessas localidades.
Assinale a alternativa:

a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se todas as afirmativas estiverem corretas.
e) se nenhuma das afirmativas estiverem corretas.

4-Leia o texto a seguir: “Entre 1740 e 1771, a região, inteiramente demarcada pelas autoridades e já
constituindo o 'distrito diamantino', foi entregue a contratadores, como o famoso João Fernandes de
Oliveira. Problemas de administração e contrabando crescente, além das sempre presentes dificuldades de
comercialização no mercado mundial, fizeram com que o Estado assumisse a exploração da área. A Real
Extração passou a ser regulamentada por um severo regimento, chamado “Livro da Capa Verde”, ficando o
distrito sob a responsabilidade de um intendente nomeado pelo governo metropolitano”. (Wehling, Arno.
Formação do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994. p. 213.)
O texto acima aponta uma mudança substancial na administração da extração de pedras preciosas na
região do Distrito Diamantino a partir de 1640. Essa mudança foi possível, sobretudo, pela instituição:

a) da Intendência das Minas


b) dos Regulamentos do Marquês de Pombal
c) dos Contratos de Monopólio
d) da Casa de Fundição
e) do sistema de capitação.

5- (Unirio) O desenvolvimento da economia mineradora no século XVII teve diferentes repercussões sobre
a vida colonial, conforme se apresenta caracterizado numa das opções a seguir. Assinale-a.
a) Incremento do comércio interno e das atividades voltadas para o abastecimento na região centro-sul.
b) Movimento de interiorização conhecido como bandeirismo, responsável pelo fornecimento de mão-de-
obra indígena para as minas.
c) Descentralização da administração colonial para facilitar o controle da produção.
d) Sufocamento dos movimentos de rebelião, graças à riqueza material gerada pelo ouro e pela prata.
e) Retorno em massa, para a metrópole, dos colonos enriquecidos pela nova atividade.

6-(UFSM-2011)

As duas figuras simbolizam dois processos econômicos que se consolidaram e se expandiram no século
XVIII, provocando amplas e irreversíveis modificações nos respectivos ecossistemas.
As relações históricas entre os dois processos podem ser consideradas
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a) meramente cronológicas, pois ambos se desenvolveram nos inícios do século XVIII, época em que se
expandia, tanto na Europa quanto nas Américas colonizadas pelos europeus, a utilização do trabalho
escravo dos negros africanos devidamente controlados e administrados pelos seus proprietários, os
membros da elite branca.
b) muito tênues, na medida em que apenas representam dois exemplos isolados de destruição predatória
dos ambientes naturais, seja para extrair riquezas minerais em zonas rurais despovoadas, seja para
promover a urbanização das cidades industriais afetadas pela poluição, prevenindo os efeitos danosos
dessa poluição na vida e na saúde da crescente população.
c) significativas, pois, desde a assinatura do tratado de Methuen (1703), o Estado português ficou
subordinado aos interesses da Inglaterra: como as importações dos 'panos' tecidos pelas manufaturas
inglesas custavam mais caro para Portugal do que as receitas com as exportações de 'vinhos' para o
mercado inglês, o ouro extraído das regiões mineiras da América colonial lusitana foi amplamente
transferido para o mercado inglês, aí contribuindo para sedimentar as precondições para o
desenvolvimento da Revolução Industrial.
d) de reciprocidade, pois o processo de urbanização das cidades industriais inglesas inspirou o
planejamento urbano das povoações coloniais americanas que se expandiram para o interior, permitindo
antecipar e corrigir problemas como: ocupação intensa e acelerada, traçado das ruas e das praças,
integração do setor rural com o urbano, articulação com as demais vilas e cidades e com os portos de
escoamento da produção mineira.
e) de modernização, pois os novos produtos da moderna tecnologia industrial inglesa puderam ser
importados pelos proprietários das minas e dos escravos, permitindo incrementar a produção colonial,
diminuir os custos e obter maiores lucros, dinamizando a economia e a sociedade da mineração e
encaminhando o Estado português para a emancipação da hegemonia da Inglaterra.

7-Uece) A corrida do ouro em Minas Gerais no final do século XVII trouxe uma riqueza muito grande para a
Coroa portuguesa mas também exigiu muitos esforços no sentido de fiscalizar a produção e punir o
contrabando. Assinale a expressão correta a respeito das medidas fiscais empreendidas por Portugal na
área das minas:
a) apesar dos protestos dos fidalgos encarregados da arrecadação, a Coroa portuguesa evitava pressionar
os produtores através das derramas, limitando-se a aumentar os impostos.
b) sem conseguir se impor aos proprietários das minas, a administração colonial passou a permitir a livre
comercialização do ouro, arrecadando impostos nos portos e nas estradas.
c) a administração colonial instalou as casas de fundição para regulamentar a produção do ouro e arrecadar
mais impostos, obtendo total apoio dos proprietários das minas.
d) ao aumentar a carga fiscal e as casas de fundição, a Coroa logrou aumentar a arrecadação de impostos,
mas provocou a revolta dos proprietários das minas.

8- (Fuvest) Podemos afirmar sobre o período da mineração no Brasil que


a) atraídos pelo ouro, vieram para o Brasil aventureiros de toda espécie, que inviabilizaram a mineração.
b) a exploração das minas de ouro só trouxe benefícios para Portugal.
c) a mineração deu origem a uma classe média urbana que teve papel decisivo na independência do Brasil.
d) o ouro beneficiou apenas a Inglaterra, que financiou sua exploração.
e) a mineração contribuiu para interligar as várias regiões do Brasil e foi fator de diferenciação da
sociedade.

9-O deslocamento do eixo econômico do Brasil-Colônia do Nordeste para o Centro-Sul no século XVIII
deveu-se:

a) ao açúcar
b) à mineração;
c) à pecuária;
d) ao pau-brasil;
e) ao café.

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10-(UEG) A sede insaciável do ouro estimulou tantos a deixarem suas terras, a meterem-se por caminhos
tão ásperos, como são os das minas, que dificilmente se poderá saber do número de pessoas que,
atualmente, lá estão. Mais de 30 mil homens se ocupam, uns em catar, outros em mandar catar o ouro nos
ribeiros.
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil, 1711. Belo Horizonte; São Paulo: Itatiaia; Edusp, 1982.
p. 167. O padre André João Antonil foi um dos mais argutos observadores do mundo colonial. Seu olhar
percebia, em detalhes, o processo de produção de riquezas tanto no engenho quanto na atividade
mineradora. O ouro transformou em profundidade a vida na colônia, pois:

a) rompeu com a mediação da metrópole portuguesa no comércio com o continente europeu. A


acumulação de metais permitiu aos colonos entabularem negociações diretas com os ingleses para a
compra de escravos africanos;
b) deslocou para as minas um enorme contingente de homens livres pobres e indígenas, os quais
substituíram os negros na busca do metal precioso, constituindo uma sociedade marcada por intensa
mobilidade social;
c) causou intenso movimento populacional, cujo impacto fez-se sentir tanto no interior da colônia quanto
na metrópole, obrigando o rei português a adotar medidas para conter o fluxo migratório para o Brasil;
d) definiu uma clara política, adotada pela Coroa portuguesa, de incentivos a novas descobertas,
permitindo aos colonos a livre posse das terras (datas) destinadas à mineração, minimizando assim os
conflitos decorrentes da cobrança de impostos;
e) desestimulou o desenvolvimento da atividade agropastoril nas regiões interioranas, na medida em que a
mão-de-obra e os capitais estavam voltados, fundamentalmente, para a extração do minério.

11-(UFG/GO) Além de Minas Gerais foram explorados ouro e diamantes:

a) no Maranhão;
b) em Goiás;
c) em Mato Grosso;
d) as respostas (b) e (c) combinadas;
e) todas as respostas combinadas.

12- (UFPR) Sobre a mineração no Brasil colonial, assinale a alternativa incorreta:

a) Coube principalmente aos habitantes do planalto paulista e moradores da Vila de São Paulo a descoberta
dos veios auríferos existentes na região das Minas Gerais em fins do século XVII.
b) A Coroa portuguesa tentou proibir a comunicação e o transporte tanto de gado como de escravos pelos
caminhos do sertão para a região das Minas. Procurava, assim, impedir o comércio entre as capitanias do
Nordeste – sobretudo Bahia e Pernambuco – e a região mineradora.
c) O instrumento fundamental da política de administração da região das Minas foi a criação de vilas: Vila
do Ribeirão do Carmo, Vila Rica do Ouro Preto, Vila de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, Vila de São
João Del Rei e Vila Nova da Rainha de Caeté, entre outras.
d) A mineração propiciou a artesãos e artistas um amplo mercado de trabalho. Ourives, douradores,
entalhadores e escultores eram procurados para embelezar os exteriores e interiores de igrejas mineiras.
Ao mesmo tempo, compositores, cantores e instrumentistas eram requisitados para os trabalhos religiosos
das irmandades.
e) Uma vez que a autoridade da Coroa logo se impôs no território das Minas, não houve conflitos ou
confrontos armados na região, na qual imperou até o fim do ciclo da mineração a paz entre os exploradores
dos veios auríferos.

GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
B C D C A C D E B C D E

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