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Quando se trata de analisar a expansão colonial francesa, é forçoso dizer que na verdade
devemos nos referir a dois diferentes períodos de expansão política distintas. De um modo
linear, o império colonial francês existiu de 1534 a 1980, sendo o marco inicial a fixação da
bandeira francesa pelo navegador e explorador Jacques Cartier na Baía de Gaspé, onde
atualmente se situa a província de Quebec, no Canadá; este primeiro esforço colonizador
chegaria a um fim em 1803, com a venda do território da Louisiana aos Estados Unidos, por
Napoleão. Um renovado projeto colonial é posto em prática em 1830, com a invasão da Argélia.
É considerado marco final do império francês a concessão de independência a Vanuatu,
pequeno arquipélago do Oceano Pacífico, em 1980.
Somente em 1605 o império inicia-se de modo efetivo com a fundação de Port Royal, no atual
Canadá, origem da colônia francesa conhecida como Acádia. Pouco depois, em 1608, Samuel de
Champlain funda a cidade de Quebec, que seria a capital de um grande território,
exparsamente povoado, chamado de Nova França, que ia desde o nordeste do Canadá até a
atual Luisiana, nos Estados Unidos. Em 1624 os franceses começam a se estabelecer na Guiana
e na mesma época, já estão na Martinica, Guadalupe, Haiti e também no Senegal, construindo
um rentável comércio intercontinental.
Por volta de 1670 a França começa um projeto de colonização da Índia, importante fonte de
vários produtos de larga aceitação comercial. Estes interesses entrarão em choque com os
britânicos, sendo que os franceses sairão derrotados, encontrando-se aí a decadência de seu
primeiro projeto colonial, resultando na perda de seus postos na América do Norte, Haiti e
Índia.
Em 1830, a França parte para novas conquistas coloniais, desta vez com um intenso foco no
então inexplorado e desconhecido continente africano. Começando pela Argélia, o país
europeu ocupará grande parte da África Ocidental e Equatorial, além de Madagascar e Djibouti.
A presença francesa, ao longo do século XIX ainda estende-se à Indochina, com o domínio de
Camboja, Laos e Vietnã, além das possessões no Pacífico (Nova Caledônia, Polinésia, Wallis e
Futuna).
Os dois pilares da colonização holandesa eram a Colônia do Cabo e a já citada Indonésia, sob o
nome de Índias Orientais Holandesas, sendo o primeiro ponto de povoamento e parada de
navios, e o segundo fonte de várias matérias-primas que seriam distribuídas pela Europa
através dos capitalistas em Haia e Amsterdam. Além destes territórios, estavam sob domínio
das duas companhias o Sri Lanka, o entreposto em Deshima, Nagasaki, no Japão, onde os
holandeses tinham a exclusividade de comércio com aquele país, Malaca, na Malásia, vários
postos tomados aos portugueses na Índia, no oriente; no ocidente, estavam Nova Amsterdam
(futura Nova Iorque, trocada pelo atual Suriname no fim do século XVII), Costa do Ouro (atual
Gana), Antilhas Holndesas, Suriname, Tobago, Ilhas Virgens Britânicas e nordeste do Brasil.
A rivalidade com outras potências emergentes, como França, e Grâ-Bretanha iria desgastar
aquela que foi a maior força marítima até então, com os melhores e mais velozes navios de sua
época. A Grâ-Bretanha se apoderaria de boa parte de seus territórios, e a França de Napoleão
invadiria a república, tornando-a um estado-satélite francês. Ao recuperar sua independência,
em 1815, o país já era uma monarquia, que havia se unido à Bélgica e Luxemburgo, formando o
Reino Unido dos Países Baixos, estado que duraria até 1830, com a independência da Bélgica.
As duas companhias responsáveis pelas colônias tinham sido liquidadas, revertendo todos os
territórios ao Estado. O que restou do império, ou seja, Indonésia, Suriname, Curaçao e
Dependências e Costa do Ouro (Gana) foram administradas a partir de então, sem maiores
investimentos.
Gana foi cedida aos britânicos em 1872, e a Indonésia se tornaria independente após breve luta
com a metrópole, em 1949, sendo que a parte ocidental da ilha de Nova Guiné (Nova Guiné
Holandesa) permaneceria holandesa até 1962. O objetivo era tornar o território um país
independente, o que não ocorreu, pois no ano seguinte a Indonésia anexou o território e
promoveu um dúbio referendo no qual a população escolheu por unir-se a esta; ainda hoje,
oposicionistas dentro do território de Irian Jaya (nome que o território tomou como província
indonésia) buscam a independência. Suriname teve sua independência concedida em 1975, e
com isso, permanecem em poder holandês apenas as Antilhas Holandesas. Aruba, em
referendo ocorrido em 1986 decidiu por ser um território à parte do conjunto de ilhas. Em
2010, as Antilhas Holandesas foram dissolvidas, sendo que Curaçao e Sint Maarten também
optaram por serem administradas em separado, e Bonaire, Saba e Sint Eustatius formam o
atual Caribe Holandês, parte autônoma dos Países Baixos.
Império Colonial Britânico
Logo depois, porém, as treze colônias de povoamento da América do Norte irão conquistar a
independência ante a já estabelecida potência marítima, aplicando a esta uma humilhante
derrota.
Após este temporário revés, o país irá voltar suas atenções para a África, Ásia e Pacífico, muito
disso explicável pela Doutrina Monroe elaborada pelos norte-americanos, de que as potências
europeias deveriam abster-se de interferir nos assuntos relativos ao continente, sendo agora
missão dos EUA (corroborada pela ideia trazida pelo "destino manifesto") de tutelar os destinos
dos nações subdesenvolvidas do continente americano. A derrota da França Napoleônica pouco
depois irá dar ao recém-formado Reino Unido um predomínio indiscutível ante as grandes
potências europeias. O governo da Rainha Vitória (1837 - 1901), ou "período vitoriano" marca o
auge da predominância britânica no mundo, onde o pais era o mais industrializado de todos,
sempre inovador no campo tecnológico, tornando-se por isso mesmo um centro mundial de
pesquisa e conhecimento, com suas universidades atingindo um nível de excelência inédito.
Isso sem contar o domínio amplo das principais rotas marítimas, dos principais entrepostos
comerciais do planeta, e dono de um império cuja extensão territorial superava a de todas as
outras potências. Aliás, em 1877, quando o primeiro-ministro Benjamin Disraeli declara a rainha
Vitória imperatriz da Índia, é que proclama-se formalmente a instituição de um "Império
Britânico", de fato e de direito.
A principal jóia do império colonial britânico era a Índia, que funcionava como centro
fornecedor e também consumidor de boa parte da produção do império. O "British Raj", nome
pelo qual o domínio britânico na Índia era referido, durou cerca de um século, da metade do
século XIX até pouco depois da Segunda Guerra Mundial.
Apesar de sair vitoriosa das duas Guerras Mundiais, a força do Reino Unido como potência foi
encolhendo aos poucos. O país saiu extremamente enfraquecido das duas guerras, muitos
setores industriais foram extintos devido à concorrência de outras potências (em especial
Estados Unidos, e Japão e Alemanha no pós-Segunda Guerra). Em 1947, o país retira-se da
Índia, e no fim da década de 50, a presença britânica na África começa a ser desmantelada,
começando por Gana. Atualmente, o Reino Unido ainda possui colônias, muito delas localizadas
no Mar do Caribe, sendo possessões geralmente de dimensões diminutas, do tamanho de
municípios médios brasileiros.