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2. Administração Colonial
2.1. Brasil Pré-Colonial (1500-1530)
Os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, mas não ocuparam imediatamente o
território, que até então servia para escala - reparos das naus, reabastecimento de alimentos e
água, entre outros - durante as viagens para a Índia. Os primeiros trinta anos - chamados de
período pré-colonial - ficaram limitados ao envio de algumas expedições, de reconhecimento do
território (expedições exploratórias) e de defesa do litoral (expedições guarda-costas), e da
construção de feitorias (entrepostos comerciais fortificados).
Portugal não ocupou o território recém descoberto de imediato por duas razões principais:
1. Não encontraram, no primeiro momento, vestígios de metais preciosos;
2. O principal foco de Portugal era o lucrativo comércio das especiarias indianas.
Porém, mesmo sem colonizar de fato o território, Portugal se dedicou à exploração do
pau-brasil, árvore com madeira de coloração vermelha que seria utilizada na Europa para o
tingimento de tecidos e construção de embarcações.
Assim, é correto afirmar que mesmo não havendo uma colonização, com ocupação de
território, desde o período há uma exploração do território por Portugal.
O trabalho de corte e transporte do pau-brasil, armazenado nas feitorias, ficavam a cargos
dos indígenas (habitantes nativos do território) que recebiam em troca artefatos como miçangas,
espelhos, facas e machados. O uso do machado aumentou bastante a produtividade do trabalho
de corte das árvores de pau-brasil. As negociações, entre portugueses e indígenas eram feitas,
portanto, à base do escambo (troca simples), com grande lucro para os mercadores do reino e
para a Coroa portuguesa.
A ocupação do território só ocorreu quando a Coroa portuguesa passou a temer perder
sua posse. Os espanhóis avançavam pelo interior do continente e descobriam enormes
quantidades de outro e prata. Os franceses passaram a questionar a legitimidade do Tratado de
Tordesilhas, enviaram diversos navios para a costa brasílica e, inclusive, negociaram pau-brasil
com os indígenas.
2.2. O período colonial (1530 - 1815)
Em 1530, a Coroa portuguesa iniciou um projeto de colonização das terras do Brasil. A
expedição comandada por Martim Afonso de Sousa marcou o início do povoamento, iniciado na
província de São Vicente.
Para ocupar a colônia, a
Coroa portuguesa optou por dividir o
extenso território em 15 grandes
faixas de terra, denominadas
Capitanias Hereditárias, entregues
a doze donatários (nobres
portugueses), que tinham a
obrigação de povoar, defender e
tornar lucrativas as terras. Entre o
capitão donatário e o governo
português estabeleceu-se uma
relação regulamentada por dois
instrumentos jurídicos: a Carta de
Doação, pela qual a Coroa transfere
ao donatário a posse útil do território sem abrir mão da propriedade, e o Foral, no qual
constava os direitos e deveres do donatário, como o de receber parte dos valores sobre a
exploração do pau-brasil, da pesca e das rendas do rei. O donatário precisava estimular a
fundação de vilas no litoral, doar terras aos colonos (as sesmarias), cobrar impostos em nome da
Coroa e assumir a responsabilidade pela Justiça.
A Coroa Portuguesa optou por esse modelo de ocupação devido à duas razões principais:
1. A disparidade de tamanho entre o território descoberto e Portugal e suas instituições não
dariam conta de ocupar sozinhos o extenso território;
2. Os cofres da Coroa portuguesa não possuía capital suficiente para financiar a ocupação da
colônia.
Escolhido o modelo de ocupação, a Coroa precisava tornar essa terra produtiva. Para isso,
Portugal optou por desenvolver a economia açucareira, baseado na experiência adquirida em
nas ilhas atlânticas. Depois de fundar, em 1532, as duas primeiras vilas do Brasil (São Vicente e
Santo André), Martim Afonso de Sousa mandou erguer, no ano seguinte, o primeiro engenho de
açúcar.
O sistema de capitanias não garantiu a ocupação territorial pretendida pela Coroa, exceto
em Pernambuco e São Vicente. Houve donatários que não tomaram posse das terras e outros que
foram repelidos pelos nativos indígenas. O fracasso da maioria das capitanias fez com que a
Coroa Portuguesa, responsável pela colonização, promovesse, em 1548, uma reforma no
aparelho político-administrativo da colônia, criando um Governo-geral, com sede na Bahia,
responsável pela direção da colonização e defesa do litoral. Assim surgiu o Estado do Brasil -
nome oficial da colônia. Tomé de Sousa, primeiro governador-geral (1549-1553), centralizou a
administração em Salvador.
Mem de Sá, terceiro governador (1557-1572), comandou expedições violentas contra os
indígenas hostis e enfrentou os franceses, expulsando-os da baía de Guanabara, nos anos de
1560. Nas vilas litorâneas ou no interior da Colônia, o poder local era exercido pelas Câmaras
Municipais, cujos membros provinham da elite colonial, a aristocracia proprietária de terras,
engenhos e escravos. Por possuírem bens, posses, eram chamados de homens bons.