Você está na página 1de 16

Primeiros Anos de Colônia

(Pré Colônia)
Profª Thayssa Trancozo
Após o marco inicial da conquista de Ceuta
(em 1415), “as sociedades europeias,
que até então viviam fechadas,
restringindo seus contatos aos povos do
Mediterrâneo, ampliaram seus
horizontes para o mundo além-mar. O
comércio deslocou-se então dos mares
interiores da Europa – Mediterrâneo,
Báltico e Negro – para os oceanos
Atlântico, Índico e Pacífico.”
“O intercâmbio entre povos de culturas e lugares tão
distintos contribuiu para que o conhecimento tecnológico
se desenvolvesse de forma mais intensa e contínua. Isso
permitiu grandes avanços nas áreas da navegação,
cartografia, medicina e construção naval.”
As especiarias das índias passaram a ser consumidas em
larga escala. Além delas, diversos produtos passaram a
circular pelo mundo. A batata, o tomate, o fumo, o mamão
e o abacaxi, das Américas, foram para o continente
europeu. O cacau e o milho, também das terras
americanas, foram plantados e se adaptaram bem na
África. Originária da Ásia, a cana-de-açúcar espalhou-se
por regiões do Caribe e da América do Sul. O café, vindo
da Etiópia, adentrou no continente europeu e chegou mais
tarde à América.
“Animais e objetos também cruzaram o mundo.
Os europeus levaram o cavalo tanto para a
América como para o Japão, onde só existiam
equinos de pequeno porte. Por intermédio
dos mercadores da Europa, os japoneses
também tiveram seu primeiro contato com as
armas de fogo e o relógio. Assim, graças
às navegações, produtos de quatro
continentes passaram a atravessar os mares,
provocando uma circulação monetária
desconhecida até então.”
Os primeiros anos após a “descoberta” das terras
americanas foram de exploração e sem interesse
de ocupação por parte dos portugueses.
“A única preocupação com o território recém-
conquistado era garantir sua posse, enfrentando
as contínuas investidas de outros países
europeus.”
“A primeira expedição chegou em 1501. Além de
nomear diversas localidades litorâneas, como a
Baía de Todos-os-Santos e o lugarejo de São
Sebastião do Rio de Janeiro, confirmou a
existência do pau-brasil”
“Em 1503, outra expedição fundou
feitorias no litoral fluminense para a
armazenagem da madeira e o
carregamento de navios.”
O escambo foi a principal forma exploração
de mão de obra no período pré colônia.
Somente após 30 anos de chegada dos
portugueses na América que a
colonização foi iniciada
“A montagem da colônia portuguesa na região
que hoje é o Brasil foi parte de um projeto que
se integrava à dinâmica política, social e
econômica do desenvolvimento europeu da
época. As vantagens da estruturação colonial
ficaram evidentes: muito poder e riqueza para
uma minoria; clientelismo e vantagens
limitadas para alguns; opressão e sofrimento
para a maioria.”
“A primeira expedição colonizadora foi
comandada por Martim Afonso de Souza, que
chegou em 1531. [...] Nomeado capitão-mor
da esquadra e das terras coloniais pelo rei de
Portugal, Martim Afonso chegou trazendo
homens, sementes, plantas, ferramentas
agrícolas e animais domésticos. Detinha
amplos poderes para procurar riquezas,
combater estrangeiros, policiar, administrar e
povoar as terras coloniais.”
Martin Afonso de Souza distribuiu sesmarias
(lotes de terra) aos novos habitantes que se
dispusessem a cultivá-las, incentivou a
plantação da cana-de-açúcar e construção do
primeiro engenho da colônia. Fundou, em
1532, as vilas de São Vicente e Santo André da
Borda do Campo.
“O primeiro passo no sentido de viabilizar a colonização na
América portuguesa foi a adoção do sistema de
capitanias hereditárias. Tratava-se da doação de largas
faixas de terra aos capitães-donatários, regulamentada
pelas Cartas de Doação e forais. O donatário deveria
colonizar a capitania, fundando vilas, e proteger a terra e
seus colonos contra os ataques dos nativos e de
estrangeiros. Deveria ainda fazer cumprir o estanco e do
comércio colonial. A Carta de Doação também
estabelecia que caberia à Coroa um quinto dos metais
preciosos que fossem encontrados. Apesar de seus
amplos poderes administrativos, o donatário era um
mandatário do rei, e não um senhor com autonomia
total.”
“Ao todo foram criadas 15 capitanias, doadas a particulares entre
1534 e 1536, e posteriormente mais duas insulares, nas ilhas de
Trindade e de Itaparica.”
O Regimento de 1548, que criou o sistema de governos-gerais,
que fortalecia os instrumentos colonizadores. O governador-
geral tinha muitos poderes, mas também muitas obrigações:
• deveria neutralizar a ameaça constante dos indígenas,
combatendo-os ou aliando-se a eles;
• reprimir os corsários;
• fundar povoações;
• construir navios e fortes;
• garantir o monopólio real sobre o pau-brasil;
• incentivar o plantio de cana-de-açúcar;
• procurar metais preciosos;
• e defender os colonos.
Os auxiliares do governador-geral, encarregados
das finanças, da defesa do local e da justiça
eram, respectivamente, o provedor-mor, o
capitão-mor e o ouvidor-mor.
O primeiro governador-geral, instalado em
Salvador em 1549, foi Tomé de Sousa, tendo
como sucessores Duarte da Costa e Mem de
Sá.
Após a morte de Mem de Sá o governo-geral foi
dividido em 2 tendo como governadores Dom
Luís de Brito em Salvador e Dom Antônio
Salema no Rio de Janeiro.
“Esses territórios eram explorados nos termos do
chamado pacto colonial. Não se tratava
propriamente de um pacto, já que não era
resultado de negociações entre as partes, mas
sim de uma imposição da potência conquistadora
que regia as relações entre as metrópoles
europeias e suas possessões. Por meio desse
pacto não assinado, a metrópole transformava as
colônias em economias complementares às suas,
garantindo assim seu próprio enriquecimento à
custa dos territórios dominados.”
“Pelas características peculiares da colônia
portuguesa e da expansão lusa, a colonização
foi feita a partir da agricultura. Para viabilizar a
ocupação e o povoamento da colônia, a Coroa
portuguesa recorreu ao cultivo da cana-de-
açúcar, pois até então, ao contrário do
que ocorrera nas áreas de dominação
espanhola, não haviam sido descobertas
jazidas de metais preciosos.”
“O trabalho era feito por escravos, trazidos das
regiões conquistadas na costa africana.”
A escravidão era justificada pela religião e legitimada
pelos antigos costumes romanos.
“A utilização do trabalho escravo africano envolvia
interesses ligados ao tráfico negreiro, que logo se
tornou um empreendimento altamente lucrativo
para a Coroa e para os mercadores portugueses.
Em relação ao trabalho indígena, havia diferentes
formas de entender a legitimidade da utilização
dessa mão de obra. Existiam também diversas
interpretações das leis metropolitanas que
regulavam as relações com os indígenas.”
“a mão de obra indígena foi largamente utilizada
por meio da aliança dos colonos com grupos
nativos, da interferência dos jesuítas, que
criaram aldeamentos indígenas, ou ainda por
meio da dominação dos chamados ‘índios
bravos’, escravizados segundo o conceito de
‘guerra justa’.”

Você também pode gostar