HISTÓRIA DO BRASIL

Período Colonial – Capitanias Hereditárias

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PERÍODO COLONIAL – CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

RELEMBRANDO
O colonialismo não ocorreu logo no descobrimento do Brasil por parte de Portugal, pois
nesse momento o país europeu estava mais interessado nas especiarias das Índias. Todavia,
outras nações não concordavam com o Tratado de Tordesilhas e visavam o território das
Américas. Por esse motivo, Portugal, em declínio econômico, buscou nas novas terras
estabelecer sua lucratividade e consequentemente defender o território. Para que isso
ocorresse, ele precisava ocupar e de fato proteger o território. Em 1530 ocorreu a expedição
de Martim Afonso de Sousa que buscou a relação de proteção promovendo a expulsão de
contrabandistas e ocupando o território.

SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS NA AMÉRICA (1530-1822)

A expedição de Martim Afonso de Sousa, em 1530, representa o início da coloniza-

ção, quando salvaguardou, fiscalizou e policiou a área litorânea de Portugal no Tratado de
Tordesilhas.
Continuando seu trabalho, Pero Lopes de Sousa retomou a expedição realizando o cami-
nho final de Feitoria de Itamaracá até o meridiano de Tordesilhas.

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Obs.: Martim Afonso de Sousa em sua expedição realizou a exploração do litoral até o Rio
da Prata, da fundação de São Vicente e também do primeiro engenho de açúcar.

A esquadra de cinco embarcações, bem armada e aparelhada, reunia quatrocentos colo-

nos e tripulantes. Comandada por Martim Afonso de Sousa, tinha uma tríplice missão: com-
bater os traficantes franceses, penetrar nas terras na direção do Rio da Prata para procurar
metais preciosos e, ainda, estabelecer núcleos de povoamento no litoral. Portanto, iniciar o
povoamento do "grande deserto", as terras brasileiras. Para isto trazia ferramentas, sementes,
mudas de plantas e animais domésticos.
5m

Obs.: quando existe a ideia de estabelecer núcleos de povoamento se estabelece o efetivo

planejamento da colonização.

Martim Afonso possuía amplos poderes. Designado capitão-mor da esquadra e do territó-

rio descoberto, deveria fundar núcleos de povoamento, exercer justiça civil e criminal, tomar
posse das terras em nome do rei, nomear funcionários e distribuir sesmarias.

Obs.: os portugueses enfrentaram retaliações dos indígenas nesse processo, mas para eles
era uma guerra santa, pois estavam difundindo os verdadeiros valores cristãos para
os que não eram civilizados, conforme sua percepção.

Durante dois anos o Capitão percorreu o litoral, armazenando importantes conhecimentos

geográficos. Ao chegar no litoral pernambucano, em 1531, conseguiu tomar três naus fran-
cesas carregadas de pau-brasil. Dali dirigiu-se para o sul da região, indo até a foz do Rio da
Prata. Fundou a primeira vila da América Portuguesa: São Vicente, localizada no litoral pau-
lista. Ali distribuiu lotes de terras aos novos habitantes, além de dar início à plantação de cana-
-de-açúcar. Montou o primeiro engenho da Colônia, o "Engenho do Governador", situado no
centro da ilha de São Vicente, região do atual estado de São Paulo.
Diogo Álvares Correa, o Caramuru, João Ramalho e Antônio Rodrigues facilitaram bas-
tante a missão colonizadora da expedição de Martim Afonso. Eram intérpretes junto aos índios
e forneciam valiosas informações sobre a terra e seus habitantes. Antes de retornar a Portu-
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gal, ainda em 1532, o Capitão recebeu carta do rei Dom João III. Este falava de sua intenção
de implantar o sistema de capitanias hereditárias e de designar Martim Afonso e seu irmão
Pero Lopes de Sousa como donatários.
10m
Enquanto Portugal reorganizava sua política para estabelecer uma ocupação efetiva no
litoral brasileiro, os espanhóis impunham sua conquista na América, chegando quase à exter-
minação dos grupos indígenas: os astecas, no atual México, os maias, na América Central e
os incas, no atual Peru.

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS

Foram o modelo adotado para a colonização e exploração econômica do Brasil, de forma

sistemática, pelos portugueses.
Buscavam também assegurar o domínio português na parte da América considerada lusi-
tana e representaram sua primeira divisão política.
Os espanhóis buscavam o domínio da região do Rio da Prata, que os portugueses também
consideravam sua, e, desde 1504, os franceses exploravam pau-brasil na Terra de Santa Cruz.
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A fundação do Brasil, como unidade política, só ocorreu em 1549, com o estabelecimento

do Governo Geral, em Salvador.

Obs.: as expedições são consideradas o pontapé inicial da colonização, mas o efetivo con-
trole e a busca da ocupação e desenvolvimento econômico ocorreu a partir das capi-
tanias hereditárias.

As primeiras capitanias hereditárias no Brasil continental foram criadas por D. João III, de
1534 a 1536. Elas representaram a primeira divisão política da América Lusitana. As cartas de
doação registravam para a "terra do Brasil": "Dom João [...] houve por bem de mandar repartir,
e ordenar em capitanias de certas em certas léguas...". Foram concedidas, a 12 donatários,
14 capitanias, divididas em 15 lotes de 50 a 100 léguas de costa, cada uma. Seus territórios
começavam no litoral e terminavam no interior, no Meridiano de Tordesilhas.

Obs.: quando se trabalha a ideia de capitanias hereditárias existe um contexto de divisão

da terra onde a intenção é de ocupar, desenvolver economicamente e proteger (dos
indígenas e outros inimigos externos). Elas são hereditárias, ou seja, foram doadas e
não podem ser vendidas.
15m

• Carta de doação: doava os direitos de usufruto ou posse sobre a capitania. Chegou às

pessoas ligadas à burguesia, nobreza, monarquia e elite portuguesa.

Obs.: apesar dos títulos de usufruto e posse serem de pessoas nobres, as que realmente
chegaram ao Brasil foram pessoas que poderiam cumprir sua pena na sua região e
pessoas que sonhavam por oportunidades de uma vida melhor.

• Foral: estabelecia os direitos e deveres do donatário. Definia os tributos que pertence-

riam ao donatário e os que seriam para a Coroa.

• Direitos:
– Explorar os recursos naturais e minerais da terra.
– Desenvolver a agricultura e a pecuária, obtendo lucro com estas atividades.
– Exercer o poder politico-administrativo em sua capitania.
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– Doar sesmarias aos colonos.

– Escravizar índios para serem usados como mão de obra.
– Exercer o Poder Judiciário (justiça) em sua capitania.
– Cobrar impostos dos moradores e comerciantes que atuavam na capitania.
– Estabelecer engenhos de açúcar.

Obs.: sesmaria: lote dentro da capitania. Essa divisão foi utilizada para melhor administra-
ção das capitanias.
20m

• Deveres:
– Explorar os recursos naturais e minerais da terra.
– Desenvolver a agricultura e a pecuária, obtendo lucro com estas atividades.
– Exercer o poder politico-administrativo em sua capitania.
– Doar sesmarias aos colonos.
– Escravizar índios para serem usados como mão de obra.
– Exercer o Poder Judiciário (Justiça) em sua capitania.
– Cobrar impostos dos moradores e comerciantes que atuavam na capitania.
– Estabelecer engenhos de açúcar.

Obs.: os deveres se resumem em: ocupar, desenvolver e proteger.

• Detentores:
– Maranhão (Lote 1): Aires da Cunha associado a João de Barros.
– Maranhão (Lote 2): Fernando Álvares de Andrade.
– Ceará: Antônio Cardoso de Barros.
– Rio Grande do Norte: João de Barros associado a Aires da Cunha.
– Itamaracá: Pero Lopes de Sousa.
– Pernambuco (Nova Lusitânia): Duarte Coelho.
– Bahia de Todos os Santos: Francisco Pereira Coutinho.
– Ilhéus: Jorge de Figueiredo Correia.
– Porto Seguro: Pero do Campo Tourinho.
– Espírito Santo: Vasco Fernandes Coutinho.
– São Tomé: Pero de Góis.
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– São Vicente (dividida em dois lotes: São Vicente e Rio de Janeiro): Martim
Afonso de Sousa.
– Santo Amaro: Pero Lopes de Sousa.
– Santana: Pero Lopes de Sousa.
25m

Fracasso
A corte portuguesa optou pela terceirização pois não estava bem economicamente. Toda-
via, nem todos os que receberam conseguiram de fato realizar a colonização, seja por desin-
teresse ou falta de capital.

• Dentre os principais motivos do fracasso de algumas regiões estão:

– Falta de investimento necessário (desenvolvimento e defesa das capitanias);
– Desinteresse dos donatários (muitos eram da baixa nobreza, que temiam um investi-
mento de alto risco);
– Distância da metrópole (comunicação e transporte de mercadorias);
– Ataques de corsários em alto mar;
– Pobreza do solo na maioria das regiões;
– Grande extensão das terras (descontrole administrativo);
– Resistência indígena à escravização e à ocupação de suas terras.

Obs.: de todas as capitanias, somente as de Pernambuco e São Vicente de fato se desen-

volveram e prosperaram. Em seguida, Bahia também se desenvolveu de forma signi-
ficativa após o Governo Geral.
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Admilson Costa Santos.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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