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Data: 17/05/2023
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Pela Carta Foral, os donatários também tinham o direito Após a morte de Mem de Sá, em 1572, a Coroa dividiu a
de apresar e escravizar índios. Ficavam com a vintena (a administração em dois governos-gerais: o Governo do
vigésima parte) dos lucros do pau-brasil, dízimo (a décima Norte, com capital em Salvador, compreendia a região da
parte) dos metais preciosos, a metade do dízimo do capitania da Baía de Todos os Santos até a capitania do
pescado, a redízima (um centésimo) das rendas da Coroa Maranhão. O Governo do Sul, com sede no Rio de Janeiro,
e, ainda, com os direitos de passagem em rios, portos e ficava com o controle da região que ia de Ilhéus até o Sul.
"outras águas". Em 1578, a colônia foi reunificada, mantendo Salvador
No entanto, a falta de recursos financeiros, a como capital. Em 1621, ocorreu uma nova divisão em dois
inexperiência de alguns donatários, o precário sistema de governos independentes: O Estado do Maranhão ou
transporte e comunicação e o relacionamento hostil entre Grão-Pará, com capital em São Luís e depois Belém, e o
portugueses e indígenas levaram a maior parte das Estado do Brasil, com capital em Salvador (somente em
capitanias ao fracasso. As exceções foram Pernambuco e 1763 a capital é transferida para o Rio de Janeiro).
São Vicente, que prosperaram graças à implantação da
agroindústria do açúcar.
O fracasso e o abandono das capitanias não ➔ Câmaras municipais
significaram, contudo, o fim desse sistema. Elas foram
progressivamente incorporadas pela Coroa e só foram Com o avanço da colonização, foram fundadas vilas e
extintas em meados do século XVIII. cidades. Nas regiões mais importantes economicamente,
foram criadas câmaras municipais: órgãos locais da
administração colonial. Os membros da câmara eram
➔ Governos gerais escolhidos entre os “homens bons”, isto é, grandes
proprietários de terras e escravos, além de serem “puros de
Ao constatar os problemas do sistema de capitanias sangue” - não eram aceitos descendentes de negros,
hereditárias, a Coroa instituiu, em 1548, o governo-geral, judeus ou mouros ou que estivesse ligado a alguma
com o objetivo de centralizar a administração na América atividade manual. Os homens bons decidiam sobre os
portuguesa. impostos locais e a forma de arrecadá-los, os salários
Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral, chegou ao pagos a trabalhadores livres, a conservação e a limpeza de
Brasil em 1549, em uma expedição que trazia de Lisboa ruas, pontes e chafarizes, o relacionamento com os povos
mais de mil pessoas, entre elas jesuítas, funcionários, indígenas, a pena a ser dada a quem cometesse um
soldados, degredados, etc. Ele foi o responsável pela pequeno furto e outras questões político-administrativas.
fundação da cidade de Salvador, a primeira capital do Brasil
e sede do governo, em 1º de novembro do mesmo ano.
Visando assentar definitivamente os colonos, os
governadores-gerais incentivaram a instalação de
engenhos, promoveram o agrupamento de índios junto aos
povoados e vilas, estabeleceram feiras regulares,
combateram o comércio ilegal de pau-brasil e organizaram
e garantiram as rendas da Coroa. Para assessorá-los no
desempenho dessas atribuições, foram criados alguns
cargos político-administrativos. Os mais importantes foram
o de ouvidor-mor, responsável pela justiça; o de
provedor-mor, que supervisionava as finanças e a
arrecadação de impostos; e o de capitã
O segundo governador, Duarte da Costa (1553-1558)
também veio acompanhado de vários colonos e de jesuítas,
entre os quais estava José de Anchieta. Com outros
jesuítas, em 1554, ele fundou uma escola no planalto de
Piratininga. Essa escola, o Colégio de São Paulo, deu
origem à vila de São Paulo, futura cidade de São Paulo.
Nesse governo, travou-se no litoral baiano uma verdadeira
guerra entre os tupinambá e os portugueses: A guerra de
Itapuã. Em pouco mais de uma semana, os lusitanos
destruíram treze aldeias, próximas a Salvador, matando,
escravizando ou expulsando indígenas. A vitória foi dos
portugueses. Ali foram construídos engenhos de produção
de açúcar que exploravam o trabalho indígena.
Mém de Sá, o terceiro governador-geral, tinha grande
experiência administrativa. Para firmar a presença
portuguesa no Brasil, combateu a Confederação dos
Tamoios, uma aliança de vários grupos indígenas contra a
dominação portuguesa. O governador contou com a ajuda
de indígenas inimigos. A Confederação chegou a tomar a
capitania do Espírito Santo, no entanto, após anos de
conflito, foram vencidos.