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Assunto: Brasil Colônia (1530 – 1815)

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SUMÁRIO
Organização Político-Administrativa .................................................................................... 3
Economia ............................................................................................................................... 4
Expansão territorial ................................................................................................................. 6
Sociedade colonial .......................................................................................................... ....... 6
Revoltas coloniais ................................................................................................................... 7
Crise do sistema colonial ...................................................................................................... 13

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Organização Político-Administrativa

Em 1531 chega ao Brasil a primeira expedição colonizadora comandada por Martim Afonso
de Souza que irá fundar em 1532 a primeira Vila, chamada de São Vicente, erguendo o primeiro
engenho destinado a produção de açúcar e desse momento em diante, inicia-se o chamado período
do Brasil Colônia que vai de 1530 a 1822. Como forma de colonizar as terras brasileiras e defender
o território de invasões, em 1534 o rei D. João III implanta o sistema de capitanias hereditárias,
no qual o território foi dividido em 14 capitanias correspondente a 15 lotes de terras que iam do
litoral até o limite estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas para 12 donatários (membros da
nobreza de confiança do rei) que ficariam responsáveis pela administração dessas terras doadas
pela coroa atestadas através do documento chamado de carta de doação ou floral.
Esse sistema de capitanias já era adotado na Ilha da Madeira em Portugal e o rei trouxe
essa experiência para cá, mas não teve muito sucesso, visto que apenas duas capitanias
conseguiram prosperar: Pernambuco e São Vicente. Os motivos do fracasso das capitanias
Hereditárias foram: falta de terras férteis em algumas regiões, conflitos com os indígenas que
lutavam para não serem escravizados e manterem as suas terras, distância da metrópole, invasões
estrangeiras e falta de recursos financeiros.
Devido a esse insucesso, a coroa criou o sistema de governo-geral, com os objetivos de
centralizar a administração e reduzir o poder dos donatários, pois sua autonomia chocava-se com
os interesses do Estado Português. Com isso Tomé de Sousa que chegou ao Brasil em 1549, se
torna o primeiro governador-geral com ordens da coroa para fundar Salvador (primeira cidade e
primeira capital brasileira), e nela estabelecer a capital do governo geral. Junto com Tomé de Sousa
chegaram, colonos e seis jesuítas chefiados pelo padre Manoel da Nóbrega que chefiava a
Companhia de Jesus que tinha como objetivo catequizar e pacificar os povos indígenas.
Tomé de Sousa governou até 1553 e foi sucedido por Duarte da Costa que governou até
1558 e durante seu governo houve a permissão para que os colonos escravizassem os povos
indígenas. Duarte da Costa foi substituído por Mem de Sá, que governou até 1572 com um governo
marcado pela dissolução da confederação dos Tamoios (união de tribos inimigas dos portugueses),
pelas primeiras missões jesuítas e a expulsão dos invasores franceses.
O governo-geral da colônia, além de possuir o governador, tinha também o ouvidor-mor
que era responsável pela parte jurídica; provedor-mor que era aquele que cuidava das finanças;
e capitão-mor, encarregado de defender militarmente a colônia. Após a morte de Mem de Sá em
1572, a colônia foi dividida em dois governos gerais, tendo como sede do Governo Geral do Norte
a cidade de São Salvador com D. Luis de Brito como governador e como sede do Governo Geral
do Sul a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, sendo seu governador D. Antônio de Salema.
Posteriormente, em 1578, ocorreu a reunificação sendo designado apenas um governador, que
seria Lourenço da Veiga.

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Economia

Portugal, como não encontrou metais preciosos imediatamente após a conquista, a coroa
lusitana tratou de buscar uma alternativa que fosse lucrativa e que garantisse a efetiva posse do
território, por meio do povoamento e da exploração do solo. O fato de já haver uma experiência da
cultura açucareira em colônias como Ilhas de Madeira, Açores, São Tomé e Cabo Verde, levou
Portugal a planejar o desenvolvimento do cultivo da cana-de-açúcar no território brasileiro. O
açúcar já estava se tornando um produto bem apreciado na Europa e, portanto, seu valor
aumentava constantemente.
O açúcar se torna assim o segundo ciclo econômico a ser praticado em terras brasileiras
e uma série de medidas foram adotadas no sentido de tornar essa economia rentável e viável. A
primeira delas foi a intensificação do tráfico de escravos vindos da África, uma outra foi a busca por
recursos financeiros para investir na colônia, pois para manter os engenhos funcionando e para
comprar escravos que ficavam abrigados nas senzalas, necessitava de grande capital.
Os holandeses foram parceiros dos portugueses, seja emprestando dinheiro aos senhores
de engenho ou compartilhando técnicas de cultivo e logística na extração da cana de açúcar. A
Holanda era uma grande produtora de chocolate na época, por isso seus interesses no açúcar
brasileiro. As relações comerciais com a Holanda foram muito benéficas para Portugal, uma vez
que este visava, antes de tudo, a segurança do seu território. Esse sistema de proteção ficou
conhecido como Pacto colonial que vigorou até o início do século XIX e tinha como princípio a
proibição da Colônia estabelecer qualquer tipo de relação comercial com outro país que não fosse
Portugal.
A exploração do açúcar como riqueza teve como base o plantation, um sistema baseado
em três elementos: mão de obra escrava (indígena e/ou africana), latifúndio e monocultora. O
plantation começou com o predomínio de açúcar, só depois que outros produtos, como o café, por
exemplo foram inseridos. Cabe destacar que paralelo ao plantation, uma série de atividades de
menor expressão foram desenvolvidas com o propósito de fornecer produtos essenciais à
sobrevivência da população colonial. Dentre essas atividades importantes, podemos citar o cultivo
da mandioca, do feijão, da batata, além da atividade do pescado.
Com a produção de açúcar pelos holandeses, houve queda nas exportações brasileiras. Já
na segunda metade do século XVII, os engenhos brasileiros estavam em decadência colocando
um fim no ciclo da cana-de-açúcar na história econômica do Brasil. Portugal necessitava
encontrar outros meios de explorar economicamente a Colônia, uma vez que as rendas obtidas
com o Brasil haviam decaído por variadas razões, entre elas as guerras de restauração de
Pernambuco, a concorrência com o açúcar produzido pela França, Holanda e Inglaterra e também
com a queda do preço do açúcar nos mercados mundiais.
A partir do século XVIII os bandeirantes, caçadores e comerciantes de nativos que circularam
pelo interior do Brasil em busca de índios para escravizar e de escravos fugitivos, descobriram
locais ricos em minérios, como foi o caso das regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. A
partir desse momento inicia o ciclo do ouro, sendo inicialmente ouro de aluvião, aquele encontrado

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nos leitos dos rios o que era de fácil obtenção, não exigindo grandes investimentos para sua
exploração. Como essa era uma região onde a presença da Coroa era pequena, os portugueses
paulistas reivindicaram o monopólio sobre a exploração entrando em choque com outros grupos de
portugueses de outras regiões, os emboabas, como ficaram conhecidos, gerando vários conflitos
armados.
A grande instabilidade provocada por esses conflitos resultou na chamada Guerra dos
Emboabas, entre 1708 e 1709. O objetivo desse conflito era de manter o controle das lavras
descobertas e do aparato administrativo local pelos estrangeiros (chamados de emboabas). Os
emboabas conseguiram expulsar os paulistas e afrontou o governo do Rio de Janeiro, em
consequência a Coroa decidiu intervir no conflito e garantir sua presença naquela região. Em 1709
separou as Minas Gerais da capitania do Rio de Janeiro, unindo-a a capitania de São Paulo
enviando um novo governador, além da instituição da cobrança do quinto, um imposto de 20%
sobre todo o ouro extraído.
A partir do quinto são criadas a Intendência de Minas em 1702, responsável pela fiscalização
da atividade mineradora e as Casas de Fundição (1720), responsável por garantir o pagamento do
quinto. Além do quinto, foi criada a derrama que era outro imposto onde a população teria que
pagar o restante que faltava de dinheiro, com o objetivo assegurar a arrecadação anual do quinto.
Foi criado também a finta imposto em função da possibilidade de evasão do ouro através de
pequenas pepitas e em pó; e a capitação (1735) – imposto sobre escravos, por cabeça. O ciclo do
ouro dura pouco devido sua escassez e falta de técnicas apropriadas de extração, todavia, cabe
destacar, que esse ciclo provocou profundas transformações na urbanização e industrialização da
colônia.
Sobre a pecuária foi uma atividade bastante importante tanto para a ocupação, como para
o povoamento do interior do território brasileiro. Cabe destacar, que diferentemente do açúcar e do
ouro, a pecuária não era destinada a exportação, mas sim voltada para utilização interna, seja para
o abastecimento alimentar dessa população, como estratégia de povoadora ou como transporte de
carga e pessoas. Outro ponto é que enquanto as plantações de cana de açúcar ficavam no litoral,
a criação de gado era no interior justamente por ser um produto que não era exportado.

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Expansão territorial

No fim do século XVII e princípios do século XVIII é iniciado no Brasil um processo de


alargamento de fronteiras que se deu de forma estratégica e com objetivos determinados, seja na
busca por ouro, para capturar indígenas ou africanos fugitivos, ampliar e defender territórios, dentre
outros objetivos. Essas expedições de conhecimento e exploração foram classificadas em duas: as
entradas e as bandeiras. As entradas ocorreram primeiro que as bandeiras e eram expedições
oficiais, promovidas e financiadas pela própria Coroa de Portugal. Seus objetivos eram mapear o
território e ampliá-lo para além do litoral. E com a decadência da produção açucareira, as entradas
passaram a procurar outras atividades econômicas que fossem capazes de gerar lucros e que
valessem a pena investir.
Já as bandeiras, praticadas pelos bandeirantes, eram expedições de caráter privado,
financiado por particulares que almejavam encontrar ouro e aprisionar indígenas e escravos para
servir como mão de obra escrava ou para vendê-los. As bandeiras foram classificadas em:
bandeirantismo prospector, com expedições interessadas na busca por metais, pedras preciosas
pelo interior e drogas do sertão; bandeirantismo de apresamento, com expedições que tinham
como objetivo aprisionar e vender índios como escravos; bandeirantismo de contrato ou
sertanistas, expedições contratadas pela Coroa com o objetivo de combater populações indígenas
que ofereciam resistência ou realizar a recaptura dos escravos africanos que fugiam. As bandeiras
foram bastantes importantes para a expansão territorial porque os bandeirantes iam além dos
limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas.

Sociedade colonial

A sociedade colonial era bastante diversificada,


composta por colonizadores, colonos e colonizados. O
colonizador era o detentor de monopólio seja ele um
administrador português, membro do clero católico,
Importadores e exportadores reinóis; o colono usufrui
do monopólio, são os proprietários de terras e
escravos e grandes comerciantes – os chamados
‘’Homens bons’’. E o colonizado sofre o monopólio,
são os pequenos proprietários, trabalhadores livres,
escravos negros e escravos nativos.
Era uma sociedade patriarcal, uma vez que o
senhor de engenho exercia um grande poder social,
político, econômico e cultural. A casa-grande era a
residência da família do senhor de engenho. Nela moravam, além da família, alguns agregados.
Próximo a casa-grande existia as senzalas que era o local onde ficavam abrigados os escravos –
era um local ruim, com péssimas condições de higiene e conforto.

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Revoltas coloniais

❖ REVOLTA DE BECKMAN (1684)

Ocorrida em 1684 na Província do Maranhão, a Revolta de Beckman, também conhecida


como a Revolta dos Irmãos Beckman foi uma revolta de caráter nativista, visto que ela é fruto de
problemas locais e não visava a separação de Portugal, sendo liderada pelos senhores de engenho
Manuel e Tomás Beckman que eram irmãos (por isso vem daí o nome da revolta), além da
participação de outros proprietários e comerciantes insatisfeitos com o governo o que demonstra
um caráter burguês ao movimento. Várias causas levaram a eclosão do movimento revoltoso.
Primeiro foi uma grave crise econômica originada devido a expulsão dos holandeses dessa
região que eram quem financiava a exploração do açúcar utilizando mão de obra com escravos
vindos da África. A província sem ter condições de arcar com os gastos dessa importação de
escravos africanos, a empresa açucareira entra em declínio. Para piorar ainda mais a situação, a
ação do padre Antônio Vieira comandando a Companhia de Jesus em sua missão religiosa de
evangelização irá impedir que esses senhores de engenhos utilize a mão de obra indígena para o
trabalho escravo nas lavouras de açúcar. Os senhores de engenho indignados com essa situação,
vão atacar os aldeamentos da Companhia de Jesus e capturar os indígenas que lá estavam
sendo evangelizados, para depois escravizá-los no trabalho de exploração da cana-de-açúcar.
A Coroa de Portugal como forma de resolver a crise econômica e os conflitos entre os
senhores de engenho e os Jesuítas irá instituir na província a Companhia do Comércio do
Maranhão na qual estabeleceu o monopólio, chamado de estanco, onde apenas a Coroa de
Portugal poderia comprar e vender as mercadorias produzidas na Província do Maranhão e
introduziu escravos africanos para que desse continuidade na exploração do açúcar. Essa
estratégia não deu certo, visto que a crise econômica permaneceu porque Portugal não enviou os
escravos africanos prometidos e os conflitos entre os senhores de engenho e os Jesuítas se
intensificaram. Outras questões se juntava a revolta como a fome da população no geral, devido a
falta de alimentos e os comerciantes que ficaram prejudicados como o monopólio da Coroa.
Em 24 de fevereiro de 1684 a revolta estoura e as principais ações foram: rendição da guarda
local; tomada da Casa de Estanco onde havia a compra e venda de produtos; ocupação de regiões
estratégicas da capital da Província – São Luís; e captura de coligados da Coroa de Portugal. João
de Sousa de Castro, Manuel Coutinho e Tomás Beckman foram declarados governantes da região
estabelecendo a Junta Geral de Governo. Com a Junta medidas foram tomadas como: fim do
estanco; expulsão dos jesuítas; fim da autoridade do governador da província; e a deposição do
Capitão-Mor, o representante militar do governador Francisco de Sá em São Luís.
Os revoltosos tentaram levar seu motim para outras províncias da colônia, mas não
conseguiram apoio com a revolta se encerrando um ano depois, sendo fortemente reprimida pela
Coroa com os líderes, Manuel Beckman e Jorge de Sampaio sentenciados de morte pela forca
e o os outros revoltosos foram condenados à prisão perpétua, expulsos da colônia ou açoitados
em público. Com a revolta encerrada, os jesuítas voltaram a explorar os indígenas e o novo
governador, Gomes Freire de Andrade, extingue a Companhia de Comércio do Maranhão.

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❖ GUERRA DOS EMBOABAS (1707 – 1709)

Ocorrida entre 1707 e 1709 a Guerra dos Emboabas foi um confronto travado na Capitania
de São Vicente, atual território de Minas Gerais e é considerada de caráter nativista, visto que ela
é fruto de problemas locais e não visava a separação de Portugal. A guerra colocou em oposição
dois grupos: os bandeirantes paulistas liderados por Manuel de Borba Gato contra portugueses
vindo da Europa e migrantes de outros territórios da colônia liderados pelo comerciante Manuel
Nunes Viana. Esse último grupo era chamado de emboabas – palavra de origem indígena e usada
de forma pejorativa para nomear os forasteiros que usavam botas.
Tudo começa com a descoberta de minas de ouro na região e a notícia irá atrair inúmeras
pessoas para a região na tentativa de extrair o ouro e enriquecer, todavia, os bandeirantes paulistas
(também chamados de vicentinos) queriam da Coroa de Portugal o direito de extrair de forma
exclusiva as minas de ouro da região porque alegavam ter descoberto o ouro primeiro, mas o
grande contingente populacional que foi para essa área se tornou impossível essa concessão. Além
disso, comerciantes da capitania desejam o monopólio do comércio para serem os únicos a
fornecerem o abastecimento de gêneros alimentícios na região, o que também não foi possível.
Várias ações foram ocorrendo para o acirramento dos ânimos até a eclosão da guerra. Os
emboabas já tinham matado dois chefes paulistas com o objetivo de enfraquecer o domínio paulista
na localidade. Mas foi por volta de 1709 em uma região chamada de Capão da Traição (mata baixa
cercada de floresta) que ocorreu o evento mais trágico e emblemático da Guerra dos Emboabas
no qual os emboabas derrotaram os bandeirantes paulistas, conquistaram o controle de duas
principais áreas de mineração da colônia, nomearam seu líder, Nunes Viana como governador da
região mineradora, o que provocou a reação da Coroa portuguesa.
A Guerra dos emboabas gerou como consequências:
▪ A Coroa de Portugal assume o controle político-administrativo da região pondo um
fim na guerra;
▪ Regulamentação na distribuição das minas de ouro;
▪ Instituição da cobrança do quinto, um imposto de 20% sob a extração do ouro;
▪ São Paulo e Minas se tornaram capitanias ligadas à Coroa Portuguesa;
▪ Aumento da produção do ouro na capitania após o fim da guerra, tornando-se a região
mais rica do Brasil entre 1740 e 1760;
▪ Novas jazidas de ouro são encontradas nos estados do Mato Grosso e Goiás pelos
bandeirantes paulistas após serem derrotados da guerra e expulsos.

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❖ GUERRA DOS MASCATES (1710 – 1711)

Entre 1710 e 1711 ocorreu na Capitania de Pernambuco um confronto considerado de


caráter nativista, visto que ela é fruto de problemas locais e não visava a separação de Portugal.
Tal guerra colocou em confronto os senhores de terras e de engenhos pernambucanos,
concentrados em Olinda, e os comerciantes reinóis (portugueses da metrópole) do Recife,
chamados pejorativamente de mascates devido sua profissão de vendedor de porta em porta.
Com a expulsão dos holandeses do Nordeste, a economia açucareira sofreu uma grave crise
decorrente da queda do preço do açúcar no mercado internacional, da concorrência do açúcar
produzido nas Antilhas e pela dificuldade de reconstruir os engenhos de açúcar que foram
destruídos durante a guerra de expulsão de invasores. Mesmo sendo afetada pela crise do açúcar,
a aristocracia rural (senhores de engenho) de Olinda continuava controlando o poder político na
capitania de Pernambuco. Por outro lado, Recife se beneficiava deste cenário de crise graças à
intensa atividade econômica dos mascates e, principalmente, com os empréstimos com juros altos
que faziam aos olindenses que tentavam se recuperar da crise.
Embora dependentes economicamente dos mascates portugueses de Recife, os senhores
de engenho de Olinda não aceitavam a emancipação político-administrativa do Recife que era
uma comarca subordinada a Olinda. A emancipação do Recife não foi aceita pelos senhores de
terra e engenho (latifundiários) porque esse acontecimento colocava Olinda e Recife em situação
de igualdade política. Em 1710, depois de receber a Carta Régia que elevou o povoado de Recife
à condição de vila, os comerciantes estabeleceram o Pelourinho e o prédio da Câmara Municipal,
separando definitivamente o Recife de Olinda o que gerou graves conflitos deixando claro que a
guerra foi um confronto pelo poder político sem qualquer reivindicação social.
Os olindenses estavam revoltados com a perda de controle político, com a emancipação de
Recife e com o favorecimento que a Coroa de Portugal dava aos mascates o que fez com que em
1710, sob a liderança de Bernardo Vieira de Melo e do Capitão-mor, Pedro Ribeiro da Silva, os
senhores de engenho de Olinda atacaram a cidade do Recife, destruíram o Pelourinho e a
Câmara e libertaram os presos. Em 1711, os mascates se reúnem e atacam a cidade de Olinda.
Neste ano a Coroa portuguesa nomeia Félix José de Mendonça como governador da Capitania de
Pernambuco que envia tropas favoráveis a Recife e coloca um fim na guerra prendendo os líderes
do movimento. Em 1712, Recife torna-se a sede administrativa de Pernambuco, mantendo sua
autonomia política, sua Câmara e o Pelourinho foram reconstruídos, alguns participantes da guerra
foram anistiados e os latifundiários tiveram o perdão das suas dívidas.

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❖ REVOLTA DE FILIPE DOS SANTOS (1720)

Também conhecida como Revolta ou Sedição de Vila Rica, foi um movimento ocorrido em
1720 em Vila Rica (atualmente é a cidade de Ouro Preto em Minas Gerais). É considerada uma
revolta de caráter nativista visto que ela é fruto de problemas locais e não visava a separação de
Portugal. A revolta foi liderada pelo fazendeiro e tropeiro português Filipe dos Santos que
reivindicava o fechamento das casas de fundição que proibia a circulação do ouro em pó e o fim
do monopólio exercido sobre produtos alimentícios naquela sociedade.
Percebendo a ameaça de seus lucros com o contrabando e a livre exploração dos minérios,
a Coroa Portuguesa resolve implementar uma série de tributações (o quinto, por exemplo, era
cobrado sobre todo outro extraído e 20% ficavam com Portugal) a serem aplicadas sob a região
das Minas Gerais. Em 1719, ainda buscando garantir uma ampla margem de lucro, os portugueses
instituíram as chamadas Casas de Fundição, que funcionariam como centros de cobrança e
controle sobre as riquezas extraídas do solo. Paralelamente à tributação dos minérios, a formação
de diversos centros urbanos trouxe outra fonte de renda à metrópole.
Os donos das minas estavam sendo prejudicados com as novas medidas da Coroa para
dificultar o contrabando do ouro em pó. A Coroa Portuguesa decidiu instalar quatro casas de
fundição, onde todo ouro deveria ser fundido e transformado em barras, com o selo do Reino.
Assim, só poderia ser comercializado o ouro em barras com o selo real, acabando com o
contrabando paralelo do ouro em pó e consequentemente, com o lucro maior dos donos das minas
o que vai fazer com que esses donos de minas organizem essa revolta para acabar com as casas
de fundição, com os impostos e com o monopólio comercial.
Felipe dos Santos com seus discursos e ideias atraiu a atenção das camadas mais
populares e da classe média urbana de Vila Rica. Liderando o movimento, conseguiu reunir
milhares de pessoas de Vila Rica na qual, como primeira ação da revolta, conseguiram arrombar a
casa do Ouvidor-Mor e seguiram até Vila do Carmo (atual cidade Mariana) para exigir do
Governador, o Conde de Assumar, o fim das Casas de Fundição e a diminuição das taxas
comerciais. Ao receber os revoltosos, o Conde de Assumar prometeu atender todas as exigências
feitas. Tão logo voltaram para suas casas os rebelados, Assumar cuida de organizar sua represália
contra os comandantes da revolta.
No mesmo ano, os líderes foram presos e suas casas incendiadas. Felipe dos Santos,
considerado líder, foi julgado e condenado à morte por enforcamento. Após a revolta, a coroa
portuguesa aumentou ainda mais a fiscalização na região das minas, visando combater a evasão
fiscal e o contrabando de ouro. Para aumentar o controle sobre a região, foi criada a Capitania de
Minas Gerais, sendo separada da Capitania de São Paulo. Por fim, cabe destacar que muitos
historiadores consideram este movimento como um embrião da Inconfidência Mineira (1789).

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❖ INCONFIDÊNCIA MINEIRA (1789)

Ocorrida em 1789, sendo também conhecida por Conjuração Mineira, é um evento histórico
que marcou a História brasileira, sendo inclusive relembrada anualmente através do feriado
nacional de 21 de abril (Tiradentes). De caráter separatista, pois pregava uma independência em
relação a Portugal, foi uma revolta ocorrida na capitania de Minas Gerais liderada pelo Tenente-
coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, pelo advogado Tomás Antônio Gonzaga, pelo Padre
José da Silva Rolim, pelo dentista Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes,
dentre outros líderes. Essa composição social do movimento demonstra um caráter elitista.
Era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que
encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, 20% de todo ouro encontrado acabava nos
cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem ter pagado o imposto”) sofria
duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano). Com a grande
exploração, o ouro começou a diminuir nas minas, mas os impostos continuaram. Na década de
1750, Portugal era administrada pelo Marquês de Pombal, e sua administração, conhecida como
pombalina, impôs um aumento de impostos sobre a colônia, visando a reconstrução de Lisboa, que
tinha sido destruída pelo terremoto de 1755.
Quando o quinto não era pago, os valores atrasados iam se acumulando. Então, a Metrópole
criou outro imposto chamado de derrama que funcionava da seguinte forma: cada região de
exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole.
Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas
das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido. Além disso, existia uma
insatisfação com a administração da capitania nos governos de Luís da Cunha Meneses e do
Visconde de Barbacena, marcados pela corrupção e abuso de poder.
A conspiração foi organizada pela elite socioeconômica (fazendeiros, médicos,
intelectuais, clérigos, militares e comerciantes) da capitania de Minas Gerais que foram
influenciados pelas ideias políticas do Iluminismo e pelo processo de Independência dos
Estados Unidos. Eles tinham como objetivos:
▪ Proclamar uma república igual a dos Estados Unidos e se separar de Portugal;
▪ Industrializar e incentivar a diversificação da economia na capitania;
▪ Realização de eleições anuais;
▪ Fundar uma universidade em Vila Rica;
▪ Perdão das dívidas dos inconfidentes;
▪ Fim do monopólio imposto pela Coroa de Portugal;
▪ Liberdade para formar uma milícia composta pelos cidadãos da capitania.
Sobre a questão da escravidão alguns defendiam a abolição do trabalho escravo, enquanto
outros defendiam sua continuidade. Depois que o movimento fosse iniciado em Vila Rica, os
inconfidentes planejavam espalhá-lo por toda Minas Gerais, mas a revolta acabou sendo
denunciada antes de ser iniciada e Portugal pôde agir e evitar a deflagração do movimento. Os
participantes do movimento receberam penas diferenciadas, uns foram degredados (expulsão
para a África), outros tiveram prisão perpétua, mas apenas Tiradentes foi condenado a morte na
forca e esquartejado se tornando um mártir da liberdade e da história brasileira.

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❖ CONJURAÇÃO BAIANA (1798)

Em 1798 a História do Brasil fica marcada através de um fato histórico ocorrido na Província
da Bahia denominada de Conjuração Baiana, também conhecida por Inconfidência Baiana,
Revolta dos Alfaiates, Sedição dos Mulatos ou Conspiração dos Búzios. O movimento de
caráter separatista, pois pregava uma independência em relação a Portugal, foi liderada
principalmente, pelos alfaiates João de Deus e Manuel Faustino, pelos militares Luís Gonzaga e
Lucas Dantas e pelo médico Cipriano Barata, sendo duramente reprimidos no final do século XVIII,
antes mesmo de chegar a eclodir o movimento.
A Capitania da Bahia vivia naquele momento um período de prosperidade econômica,
devido ao aumento significativo da produção açucareira o que por consequência necessitava de
grande quantidade de mão-de-obra escrava. Enquanto uma pequena parcela de produtores de
açúcar se beneficiava dessa situação, a maior parte da sociedade sofria com a escassez de
alimentos e com as más condições de vida, fatores que agregavam para tensões no local
gerando lutas por melhores condições sociais, contra as injustiças e as desigualdades. Além disso,
para acirrar ainda mais o ânimo dos baianos, a Coroa Portuguesa tentava cada vez mais controlar
sua capitania seja através do exclusivismo comercial (a Bahia só podia comprar e vender
produtos para Portugal) ou impondo suas leis e impostos.
Os conjurados da Bahia tinham uma composição social bastante ampla, eram: artesãos
livres, mestiços, comerciantes, afrodescendentes, clérigos, militares, negros, médicos, membros
da maçonaria, intelectuais, pobres, brancos, forros pardos e, sobretudo, escravos.
Seus objetivos tentavam atender a todos aqueles que participavam do movimento:
▪ Defendiam a proclamação de uma república;
▪ O fim da escravidão;
▪ Criação de uma sociedade sem a separação jurídica, a partir do critério étnico e de
cor, colocando um fim nas diferenças raciais;
▪ Liberdade de comércio e autonomia para a capitania da Bahia.
O movimento recebeu influência do iluminismo (que pregava defesa de liberdades
individuais, econômicas e políticas) e forte influência da Revolução Francesa (seus ideais eram
Liberté, égalité e fraternité – liberdade, igualdade e fraternidade), da Revolução Haitiana e
Revolução Americana com seus processos de independência e pela Inconfidência Mineira.
As características identificadas na Conjuração Baiana foram:
▪ Republicana;
▪ Emancipacionista/ separatista;
▪ Caráter popular;
▪ Radical/ revolucionário;
▪ Local.
Por fim, cabe destacar, que a dureza com que foi reprimida o movimento fez parte das
estratégias da Coroa de torná-lo um exemplo a não ser seguido, tendo em vista que na Capitania
da Bahia estava se tornando cada vez mais frequente a realização de motins. Ademais, o
movimento ocorrido na Bahia, não pregava independência da América, nem a construção de
um estado brasileiro, mas foram sintomas das transformações que estavam ocorrendo em
Portugal e em outras partes do mundo.

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Crise do sistema colonial

A crise do sistema colonial no Brasil começou no final do século XVIII e início do XIX e
foi motivado por vários fatores, como:
▪ Queda do Antigo Regime, da aristocracia e do governo liderado por um monarca;
▪ Revolução Francesa e seus ideais de “liberdade, igualdade e fraternidade” o que vai
influenciar em revoltas ocorridas na colônia;
▪ O Iluminismo que defendia o fim do colonialismo e reivindicavam mais liberdade
econômica, política e religiosa;
▪ Processo de independência de outras colônias, como no Haiti e nos Estados Unidos;
▪ A Coroa de Portugal começou a aumentar ainda mais a cobrança de impostos e taxas;
▪ Várias revoltas nativistas e separatistas que surgiram pela colônia.

Questões
A descoberta do ouro em Minas Gerais pelos bandeirantes paulistas, em finais do século
XVII, atraiu para a região milhares de colonos de outras províncias, além de um grande número de
europeus. Julgando-se com direito exclusivo de exploração das minas, os paulistas hostilizaram os
forasteiros, que apelidaram de emboabas (em tupi, amô-abá significa “estrangeiro”)
(GIANPAOLO, 1997).
01)A respeito da Guerra dos Emboabas, assinale a alternativa correta.
a) Os emboabas enfrentaram os paulistas em vários combates, entre eles, o mais marcante
ocorreu no chamado Capão da traição, no qual 300 paulistas foram cercados pelos emboabas
b) O confronto teve como motivo principal a disputa pela exploração do café produzido em grande
escala na região de Minas Gerais
c) Os paulistas desejavam ter exclusividade nas terras de Minas, pois diziam que tinham
descoberto essa região e pretendiam explorá-la para a plantação de açúcar
d) Em 1750 o governo português interveio e, a fim de pacificar e melhor administrar a região,
juntou a capitania de São Paulo e Minas Gerais com a capitania do Rio de Janeiro
e) Após vários conflitos os bandeirantes paulistas partiram em busca de novas explorações na
região do Nordeste sob a liderança de Manuel Nunes Viana

A maior parte dos engenhos aninhava-se na mata, não muito distante dos centros portuários,
o que se explica pela maior fertilidade dos terrenos e pela abundância de lenha, necessárias às
fornalhas famintas, alimentadas por um trabalho, que às vezes ocupava o dia e a noite, de oito a
nove meses, normalmente de julho/agosto de um ano a abril/maio do ano seguinte
(DELPRIORI; VENANCIO, 2010).
02) A respeito dos engenhos de açúcar, leia as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro
(V) ou Falso (F).
( ) As primeiras mudas de canas de açúcar foram trazidas da ilha da Madeira para o Brasil por
Martim Afonso de Souza que instalou o primeiro engenho da colônia em São Vicente.
( ) A multiplicação dos engenhos pela costa brasileira foi bastante rápida, chegando a mais de 60
em 1570 e 200 no final do século XVI.

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( ) Coube a região Nordeste, destacadamente o litoral de Pernambuco e Bahia, o papel de principal
produtora de açúcar da colônia.
( ) O engenho, que em alguns casos chegava a ter perto de 5.000 moradores, era constituído por
área extensas de florestas, fornecedoras de madeira; plantações de cana; a residência do
proprietário conhecida como casa grande, a capela e a senzala.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V, F, V, F
b) F, F, F, F
c) F, F, V, V
d) V, V, F, F
e) V, V, V, V

03) (FCC – 2018) Considere abaixo o trecho do Hino da Inconfidência Baiana.


Igualdade e liberdade / No sacrário da Razão / ao lado da Sã Justiça / Preenchem meu
coração / (...) Se este dogma for seguido (...) e assim que florescido / tem na América a Nação /
Assim flutue o pendão dos franceses / que a imitaram / depois que afoitos, entraram / no sacrário
da Razão.
(Apud MOURA, Clóvis. Dicionário da Escravidão Negra no Brasil. Edusp, 2004, p. 205)
O trecho revela as seguintes influências da chamada Inconfidência Baiana (1798), também
conhecida como Conjuração Baiana e Revolta dos Búzios:
a) o Império Napoleônico e o positivismo, escola que cultuava a ciência como Razão universal.
b) a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, e a Justiça praticada pela Maçonaria, como
exemplos da defesa da igualdade em nome da Razão.
c) a Revolução Francesa e o iluminismo, corrente que cultuava a Razão como valor universal.
d) a Revolução Pernambucana e o nacionalismo como exemplos de libertação racional dos povos
contra a escravidão e o colonialismo.
e) o liberalismo e a religião calvinista, crença que considerava Deus como símbolo da Justiça e
da Razão.

04) (IBFC – 2017) Durante o período colonial no Brasil inúmeras revoltas ocorreram nas,
então, capitanias. A seguir, assinale qual das alternativas apresenta corretamente essas
revoltas:
a) Rusga, Revolta do Malês e Guerra do Paraguai
b) Balaiada, Guerra dos mascates e Revolução de 30
c) Confederação dos Cariris, Inconfidência Mineira e Cabanagem
d) Guerra dos Aimorés, Sabinada e Guerra dos Farrapos
e) Revolta de Felipe dos Santos (ou Revolta de Vila Rica), Revolta de Beckman e Inconfidência
Baiana

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05) (IBFC – 2017) Sobre as expedições de exploração conhecidas como bandeiras, que
ocorreram durante o Período Colonial da História do Brasil, assinale a alternativa correta:
a) Os bandeirantes eram funcionários públicos da coroa que tencionavam descobrir novas
espécies da fora e fauna da colônia
b) Os bandeirantes eram, na sua maioria, preocupados com a qualidade de vida dos povos
naturais da região (Indígenas), por isso empreenderam as bandeiras, como maneira de levantar
dados sobre esses povos e melhor atendê-los
c) Os chamados bandeirantes eram, em sua maioria, espanhóis que buscavam melhor se integrar
na região
d) As atividades conhecidas como bandeiras tinham por princípio o desbravamento do interior da
colônia, com o objetivo de explorar as riquezas da terra, utilizando-se para tanto da força de
trabalho e do conhecimento do meio dos povos indígenas, e ainda, a descoberta de minerais
valiosos, entre eles, ouro e pedras preciosa
e) As bandeiras foram empreendimentos particulares permitidos pela coroa portuguesa que não
obtiveram sucesso em sua realização e conquistas

A chegada dos Europeus à América, no século XV, significou o início da destruição da


maioria das organizações sociais, culturais e políticas existentes. Os chamados conquistadores
confiscaram as terras indígenas, sua liberdade e, muito frequentemente, suas vidas. Mais da
metade dos cerca de 80 milhões de ameríndios que então se distribuíam por todo o continente
acabaram mortos em pouco menos de um século de colonização
(VICENTINO; DORIGO, 1997).
06) A respeito da chegada dos portugueses ao Brasil, assinale a alternativa incorreta.
a) Além da submissão à exploração colonial, dos sucessivos confrontos armados e da expulsão
de suas terras, os indígenas também foram destruídos pelas doenças trazidas pelos
conquistadores
b) Os conquistadores europeus, portadores de uma tecnologia superior e dotados da ambição
comercial, impuseram um verdadeiro morticínio às populações nativas
c) O processo de massacre aos indígenas teve início no período colonial, manteve-se pela fase
imperial e continuou pelo período republicano, não sendo raro na atualidade
d) Os primeiros séculos de contato entre brancos e índios revestiram-se de alguma amabilidade,
pois, os interesses dos colonizadores com o passar do tempo mudaram radicalmente em
relação ao dos indígenas
e) No início, os índios do Brasil foram atraídos pelo escambo, isto é, troca de produtos nativos por
outra mercadoria

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A colonização do Brasil tomou o aspecto de uma vasta empresa comercial, destinada a
explorar os recursos naturais de um território virgem em proveito do comércio europeu.
(Caio Prado Júnior. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1979. p. 31)
Uma parte da renda real gerada pela produção da colônia era transferida pelo sistema de
colonização para a metrópole e apropriada pela burguesia mercantil.
(Fernando A. Novaes. Portugal e Brasil na crise do antigo Sistema Colonial (1777-1808). São Paulo: HUCITEC, 2009. p. 68)
07)Um dos mais importantes mecanismos que possibilitava a exploração e a apropriação a
que os textos fazem referência era o
a) monopólio comercial ou exclusivo, mediante o qual as colônias tornavam-se mercados
fechados à concorrência estrangeira.
b) metalismo ou bulionismo, entesouramento baseado na acumulação de moedas derivadas dos
metais precisos coloniais.
c) crescimento demográfico ou o escravismo com o objetivo de formar um mercado de mão de
obra amplo e barato na colônia.
d) protecionismo alfandegário ou balança comercial favorável, por meio da qual a colônia
exportava mais que importava da metrópole.

Assim, na manhã quente de 8 de novembro de 1799, segundo o frei, as tropas de linha


ocuparam desde cedo a Praça da Liberdade, amplo quadrilátero localizado no centro de Salvador.
O povo curioso não parava de chegar [...]. Logo após, os condenados a degredo caminhavam de
mãos atadas às costas, precedidos do porteiro do Conselho, com as insígnias do seu cargo,
seguido dos quatro réus condenados à pena capital pelo crime de lesa-majestade de primeira
cabeça
(VALIM, 2009).
08) A respeito da Conjuração Baiana, assinale a alternativa incorreta.
a) Condenados por conspirarem contra a Coroa de Portugal, dois alfaiates e dois soldados foram
considerados os réus do movimento qualificado pelas autoridades do Tribunal da Relação da
Bahia, em 1799, de “Sedição dos Mulatos”
b) Parte dos historiadores que versaram sobre a Conjuração Baiana de 1798, perceberam certo
grau de coerência entre a tentativa de participação política dos setores populares e a ideia de
república
c) Conjuração Baiana foi uma revolta social de caráter burguês, que ocorreu na Bahia em 1798.
Recebeu uma importante influência dos ideais do Renascimento Cultural e Revolução Industrial
d) A Conjuração Baiana de 1798 deixa de ser um evento de identificação regional, para tornar-se
o representante das mais profundas aspirações de amplos setores da sociedade brasileira
e) Esse movimento defendia a emancipação política do Brasil, ou seja, o fim do pacto colonial
com Portugal e a instauração e implantação da República

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09) (IBFC – 2014) Assinale a alternativa correta sobre o nome do movimento social que
ocorreu em 1720, em Vila Rica (atual Ouro Preto), contra a exploração do ouro e cobrança
extorsiva de impostos da metrópole sobre a colônia. A revolta contou com cerca de dois mil
populares, que pegaram em armas e ocuparam pontos da cidade. A coroa portuguesa reagiu
e o líder acabou enforcado.
a) Revolta de Filipe dos Santos.
b) Inconfidência mineira.
c) Guerra dos Farrapos.
d) Balaiada.

10) (IBFC – 2017) Analise as sentenças abaixo e a seguir e assinale a alternativa correta.
I. Em linhas gerais, a economia colonial na América portuguesa caracterizou-se pela mão de obra
escrava, pelo latifúndio, pela cultura de produtos tropicais e pela exploração de metais e pedras
preciosas.
II. Outras atividades também desempenharam importante papel, coexistindo com aquelas que
interessavam mais diretamente à política mercantilista metropolitana.
III. Embora a agroindústria do açúcar tenha sido uma atividade estratégica importante para a
economia colonial, ela foi colocada em segundo plano já que a cultura cafeeira foi priorizada por
conta da farta mão de obra escrava existente à época.
IV. A implantação da agroindústria cafeeira articulou a exploração da América e África - esta
fornecedora de mão de obra - e ajudou a contornar a crise do comércio oriental, num período em
que o monopólio português das especiarias orientais era posto em xeque pelos holandeses e
ingleses.
Estão corretas as sentenças:
a) I e II, apenas
b) I e III, apenas
c) III e IV, apenas
d) I, III e IV, apenas
e) I, II, III e IV

GABARITO

01 A 06 D
02 E 07 A
03 C 08 C
04 E 09 A
05 D 10 A

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