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CAUSAS PRINCIPAIS
Forte descontentamento com centralização política imposta por D. Pedro I, presente na Constituição de
1824;
Descontentamento com a influência portuguesa na vida política do Brasil, mesmo após a independência;
A elite de Pernambuco havia escolhido um governador para a província: Manuel Carvalho Pais de Andrade.
Porém, em 1824, D.Pedro I indicou um governador de sua confiança para a província: Francisco Paes
Barreto. Este conflito político foi o estopim da revolta.
OBJETIVOS DA REVOLTA
Convocação de uma nova Assembleia Constituinte para elaboração de uma
nova Constituição de caráter liberal;
Diminuir a influência do governo federal nos assuntos políticos regionais;
Acabar com o tráfico de escravos para o Brasil;
Organizar forças de resistências populares contra a repressão do governo
central imperial;
Formação de um governo independente na região.
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A Inglaterra interveio no conflito, pressionando o Brasil e a Argentina a assinar um acordo de paz. Assim, a
província Cisplatina declarou sua independência desses dois países, tornando-se a República do Uruguai. A
Guerra da Cisplatina ocorreu de 1825 a 1828, entre Brasil e Argentina, pela posse da Província de Cisplatina,
atual Uruguai. Localizada numa área estratégica, a região sempre foi disputada pela Coroa Portuguesa e
Espanhola.
Portugal foi o fundador da Colônia do Sacramento (primeiro nome dado à Cisplatina), em 1680. Mas o
território passou a pertencer à Espanha em 1777, sendo então colonizado nos moldes espanhóis. Na época
em que a coroa Portuguesa se transferiu para o Brasil, Dom João VI incorporou novamente a região. Em 1816,
por razões políticas e econômicas, ele enviou tropas a Montevidéu, ocupando o território e nomeando-o
como Província da Cisplatina.
MOVIMENTO DE INDEPENDÊNCIA
No Reinado de Dom Pedro I, em 1825, surgiu um movimento de libertação da província. Os habitantes da
Cisplatina não aceitavam pertencer ao Brasil, pois tinham idiomas e costumes diferentes. Liderados por João
Antonio Lavalleja, eles se organizaram para declarar a independência da região. A Argentina apoiou o
movimento, oferecendo força política e suprimentos (alimentos, armas, etc.). Porém, na realidade, os
argentinos pretendiam anexar a Cisplatina, logo que está se libertasse do Brasil. Reagindo à revolta, o governo
brasileiro declarou guerra à Argentina e aos colonos descontentes. Ocorreram vários combates, que
obrigaram Dom Pedro I a gastar muito dinheiro público.
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GUERRA IMPOPULAR
Os brasileiros não apoiaram este conflito, pois sabiam que o governo aumentaria os impostos para financiar a
guerra. Este episódio desgastou ainda mais a imagem de Dom Pedro I. Este dinheiro gasto nos combates
desequilibrou a economia brasileira, já desfalcada com o valor gasto para o reconhecimento da independência
do país. Se o Brasil ainda saísse vitorioso, valeria a pena todo investimento. Mas isto não aconteceu.
A Inglaterra, que tinha interesses econômicos na região, atuou como mediadora. Em 1828, propôs um acordo
entre Brasil e Argentina, o qual estabeleceu que a Província da Cisplatina não pertenceria a nem dos dois, mas
seria independente. Nascia aí a República Oriental do Uruguai. O desfecho desfavorável ao Brasil agravou a
crise política no país. A perda da província foi um motivo a mais para a insatisfação dos brasileiros com o
Imperador, que acabou renunciado em 1831.
IMPOPULARIDADE DE D. PEDRO
No decorrer do Primeiro Reinado, D. Pedro começou a desagradar a elite brasileira, pois criou uma
Constituição que iria atender a seus interesses autoritários. Além disso, a Confederação do Equador e a
Guerra da Cisplatina causaram grandes gastos para a economia brasileira e muitas mortes.
Muitos jornalistas, através de seus jornais, teciam duras críticas ao imperador. Outro fato que manchou ainda
mais a imagem do imperador foi o assassinato do jornalista e médico Líbero Badaró, grande opositor de D.
Pedro.
Ao longo da colonização do Brasil, observamos que as relações e diferenças entre a metrópole e a população
colonial promoviam uma situação de oposição que, em alguns momentos, se estendeu a uma disputa entre
brasileiros e portugueses. A Guerra dos Mascates, por exemplo, exprimiu bem esse tipo de situação, quando
os fazendeiros de Olinda se voltaram contra os comerciantes portugueses do Recife. No período joanino,
vemos que essa mesma situação se manteve.
Quando alcançamos a nossa independência, vimos que essa rivalidade se preservava na figura do próprio D.
Pedro I. Em diversas ocasiões o imperador, de descendência portuguesa, se envolveu com assuntos da antiga
metrópole e tomou decisões que muitas vezes colocavam em dúvida o seu compromisso junto aos interesses
da nação que comandava. Vários de seus ministros eram portugueses e muitos desses defendiam
irrestritamente o fortalecimento da autoridade imperial no país.
Alcançando os últimos anos do império, vemos que essa situação de desconfiança e crítica ao imperador se
agravou quando Líbero Badaró, jornalista de tendência liberal e ferrenho opositor de D. Pedro I, foi
misteriosamente assassinado. Em pouco tempo, o incidente foi tomado pela população como um desmando
do imperador. Mediante a conturbada situação, D.
Pedro I organizou uma comitiva em busca de apoio
e prestígio em outras províncias do território.
Dirigindo-se primeiramente a Ouro Preto, em Minas
Gerais, a comitiva imperial foi hostilizada com as
portas das casas fechadas e cobertas por mantos
negros. Transtornado com a represália, D. Pedro
resolveu voltar à capital do império. Nesse meio
tempo, os portugueses que viviam na cidade do Rio
de Janeiro decidiram organizar uma festa de boas-
vindas ao imperador. Por meio dessa ação, os
lusitanos pretendiam reforçar o seu já conhecido
apoio aos atos do governante.
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A notícia do evento deixou os brasileiros incomodados com uma homenagem para uma figura política tão
somente questionada. Desse modo, começaram a hostilizar os portugueses chamando os mesmos de
“estrangeiros” ou bradando “morte aos pés de chumbo”. Em pouco tempo, as ofensas se transformaram em
uma enorme e violenta baderna entre portugueses e brasileiros pelas ruas da cidade. Atacando os lusitanos
com garrafas, cacos e pedras, o evento acabou conhecido como “A noite das garrafadas”.
Do ponto de vista político, esse foi um dos últimos eventos que antecederam a retirada de D. Pedro I do
cenário. Antes disso, o imperador ainda tentou contornar a situação ao promover a eleição de um ministério
formado somente por brasileiros. Contudo, a medida acabou não perdurando e novas manifestações contra o
imperador o forçaram a abdicar do trono brasileiro.
A abdicação de D. Pedro aconteceu no ano de
1831, tanto pela pressão política que o imperador
sofria da elite e populares brasileiros, quanto pela
tentativa de assegurar os direitos de sua filha,
Maria da Glória, pois, com a morte de D. João VI, a
Coroa portuguesa iria, por direito, a D. Pedro I, que
preferiu abdicar o trono português em benefício da
filha e deixou o trono brasileiro para seu filho
Pedro de Alcântara, que se encontrava então com
cinco (5) anos de idade. Assim terminava o
Primeiro Reinado.
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EXERCÍCIOS DE COMBATE
2. Em 1824, o carmelita frei Caneca, figura importante da Confederação do Equador, criticou a Constituição outorgada
por D. Pedro I. Frei Caneca dizia que a mesma, além de oprimir a Nação brasileira, não lhe garantia a Independência,
ameaçava sua integridade e atacava sua soberania, pois naquela havia um dispositivo, adotado das ideias do filósofo
francês Benjamin Constant, considerado por frei Caneca a chave-mestra da opressão. Identifique esse dispositivo nas
alternativas a seguir:
a) O Ato Adicional.
b) O Conselho de Estado
c) O Poder Moderador.
d) O Senado Vitalício.
e) A Lei de Interpretação do Ato Adicional.
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4. Após a Independência do Brasil, a elite se dividiu entre aqueles que apoiaram a monarquia de viés absolutista adotada por
D. Pedro I, e setores mais liberais, que reivindicavam restrições ao autoritarismo do Imperador. Nesse contexto, eclodiu a
Confederação do Equador (1824), que teve entre suas principais razões:
a) o decreto imperial que determinou o fechamento dos jornais oposicionistas Sentinella da Liberdade e Tífis
Pernambucano, ambos alvos da censura imposta pelo governo central.
b) a decisão imperial de substituir o governador de Pernambuco, Manuel Paes de Andrade, líder político da elite
liberal que apoiava maior autonomia administrativa das províncias.
c) o enfrentamento de setores conservadores e liberais, que desfechou uma onda de violência nas principais
províncias do país, exigindo intervenção armada do governo imperial.
d) a aprovação do Imperador à reforma constitucional proposta pelos liberais, que provocou forte reação da elite
conservadora, temendo dar brecha para a criação de um governo popular.
e) a recusa do Imperador em negociar com os deputados liberais a extinção do tráfico de escravos com vistas ao fim
da escravidão, tema que vinha ganhando apoio de parte da elite.
5. Todos os anos, no dia sete de setembro, o Brasil comemora sua independência de Portugal. Entre as várias
motivações que corroboraram para a efetivação desta ruptura, assinale a alternativa CORRETA.
a) O apoio dos cafeicultores paulistas que, em 1822, representavam o setor econômico mais dinâmico do país.
b) A adesão ao movimento de independência de todas as tropas portuguesas existentes no Brasil auxiliou os planos
do príncipe regente.
c) A permanência em 1821 de D. João VI no Brasil, negando-se a retornar para Portugal, fortaleceu o ideário de
independência.
d) As medidas tomadas por Lisboa, em 1821, ao transferir para Portugal importantes repartições instaladas no Brasil
por D. João VI, aumentaram o espírito oposicionista em relação à Corte.
e) O acatamento, por parte do príncipe regente, às ordens vindas de Lisboa que determinavam o seu retorno à
Portugal, em setembro de 1822.
6. Proclamada a Independência em 1822, a Primeira Constituição de 1824 perdurou por todo o Império. Dela se
destacam, entre outros, os seguintes aspectos:
a) não conseguiu evitar o caráter autoritário e praticamente assegurou uma verdadeira ditadura militar sobre o governo;
b) mantinha o sistema clássico de divisão em três poderes, o que garantiu uma estrutura bastante democrática;
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(Uff 2012) Como “mito de origem nacional” para a Bahia, a Guerra de Independência, de 2 de julho de 1823, é sempre
relembrada em festas e comemorações oficiais. Assinale a alternativa que melhor identifica o papel dos baianos no
contexto da independência brasileira.
a) A articulação revolucionária das camadas populares da capital baiana esteve restrita aos interesses dos libertos e
dos homens livres e pobres, sem o apoio de parte dos intelectuais da cidade de Salvador.
b) As independências do Brasil e da Bahia ocorreram no mesmo contexto político, sem particularismos locais. Nesse
sentido, não é possível considerar a existência de duas datas que marcam a independência do país.
c) A sedição de 1798 na Bahia sepultou os desejos separatistas dos baianos e os afastou da política brasileira de 1822.
Por essa razão, a população baiana esteve alijada do contexto político da independência.
d) A comemoração da independência da Bahia justifica-se, pois nessa data, as tropas do Exército e da Marinha
expulsaram definitivamente os portugueses da cidade do Salvador.
e) A independência do Brasil esteve estritamente associada aos interesses ingleses e holanholandeses, instalados no
Brasil e beneficiários da Abertura dos Portos.
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10. (Unicamp 2012) Passar de Reino a Colônia É desar [derrota] É humilhação que sofrer jamais podia brasileiro de
coração. A quadrinha acima reflete o temor vivido no Brasil depois do retorno de D. João VI a Portugal em 1821.
Apesar de seu filho Pedro ter ficado como regente, acirrou-se o antagonismo entre “brasileiros” e “portugueses” até
que, em dezembro de 1821, as Cortes de Portugal determinaram o retorno do príncipe. Se ele acatasse, tudo poderia
acontecer. Inclusive, dizia d. Leopoldina, “uma Confederação de Povos no sistema democrático como nos Estados
Livres da América do Norte”.
(Adaptado de Eduardo Schnoor, “Senhores do Brasil”, Revista de História da Biblioteca Nacional, nº 48. Rio de
Janeiro, set. 2009, p. 36.)
a) Identifique os riscos temidos pelas elites do centro-sul do Brasil com o retorno de D. João VI a Lisboa e a pressão
das Cortes para que D. Pedro I retornasse a Portugal.
11) (PITÁGORAS) Como é para o bem do povo e felicidade geral da nação, estou pronto; diga ao povo que fico. D.
Pedro, Príncipe Regente, 9 de janeiro de 1822 No contexto do processo emancipacionista brasileiro, o Dia do Fico
representa
A- “D. Pedro I, por graça de Deus e unânime aclamação dos povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do
Brasil: Fazemos saber a todos os nossos súditos, que tendo-nos requerido os povos deste Império, junto em Câmaras,
que nós quanto antes jurássemos e fizéssemos jurar o projeto da Constituição (...)” (Preâmbulo da Constituição Política
do Império Brasileiro, 1824)
B- “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado
democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança,o bem-estar,
o desenvolvimento, a igualdade e a justiça, como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
preconceitos (...) promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição(...) “(Preâmbulo da Constituição da
República Federativa do Brasil, 1988)
I. As duas Constituições foram feitas por Assembleias Constituintes (no século XIX, chamadas de Câmaras) e,
portanto, as duas Cartas foram promulgadas.
II. Na primeira Constituição Brasileira há a ideia de que o poder Executivo existe pela graça de Deus, enquanto, na
atual, a Assembleia Constituinte se colocou sob a proteção de Deus.
III. A Constituição Imperial trazia quatro poderes, sendo o poder Moderador o mais importante, pois dele dependiam os
outros poderes; na Constituição de 1988, não se apresenta a superioridade de nenhum poder sobre os demais, pois
tornou- se fundamental, à época, a busca da igualdade perante a lei e a prática da justiça.
Assinale a alternativa
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13) Sobre o I Império (1822 – 1831) e a formação do Estado no Brasil, assinale o que for correto.
01) Esse período, além de marcar a organização do Estado, caracterizou-se pela disputa pelo controle político nacional
entre o Imperador e a aristocracia rural brasileira.
02) Em 1824, em Pernambuco, eclodiu a Confederação do Equador, um movimento de protesto contra o autoritarismo
de D. Pedro I e que pretendia separar as províncias do norte e do nordeste do restante do país.
04) A Constituição de 1824 estabeleceu o voto censitário que exigia que o eleitor e/ou candidatos tivessem uma renda
mínima permanente, o que excluiu a maior parte da população brasileira do cenário político ao longo de todo o Império.
08) Na prática, o Poder Moderador, instituído pela Constituição de 1824, dava grandes poderes ao Imperador.
16) A presença de um considerável grupo de portugueses ocupando cargos importantes no Estado brasileiro produziu
um grande desgaste entre D. Pedro I e a aristocracia rural brasileira.
SOMA: ______________________________________________________________
14 . . Explique as razões político-comerciais que favoreceram a primazia inglesa no Brasil na primeira metade do
século XIX.
15. (Unicamp) Em 1824, Frei Caneca criticou a Constituição outorgada por D. Pedro I dizendo que o poder moderador
era a chave mestra da opressão da nação brasileira e que a Constituição não garantia a independência do Brasil,
ameaçava sua integridade e atacava a soberania da nação. (Baseado em Frei Caneca, “Crítica da Constituição
Outorgada”, ENSAIOS POLÍTICOS, Rio de Janeiro, Editora Documentário, p. 70-75)
A partir da análise do quadro e tendo em vista o contexto do Brasil no I Império, é possível classificar o voto,
naquele período, como:
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17) A pintura é uma manifestação artística que pode ser utilizada como fonte histórica, reforçando uma versão
da história. Nesse sentido, observe o quadro do pintor paraibano Pedro Américo:
Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que hei muito voluntariamente abdicado na pessoa do meu
mui amado e prezado filho o Sr. Pedro de Alcântara. Boa Vista – 7 de abril de 1831, décimo de Independência e do
Império – D. Pedro I.
Antonio Mendes Jr. Et al. Brasil-História, Texto e Consulta. Império. São Paulo: Brasiliense, 1977. p. 200.
O texto acima relata a abdicação de D. Pedro I em favor de seu filho, descreva os fatos que conduziram à abdicação:
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