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MÁRCIO GOULART HISTÓRIA

PRIMEIRO REINADO: D. PEDRO I (1822-1831)

Com a Independência em 1822, o Brasil não era mais colônia de


Portugal. Iniciava-se então uma nova fase da história brasileira,
denominada Brasil Império. O Primeiro Reinado (1822-1831) se
constituiu como marco inicial dessa nova fase. D. Pedro I foi
aclamado Imperador do Brasil no ano da Independência e
permaneceu como maior chefe do país até 1831, ano de sua
abdicação.
A história do Primeiro Reinado foi marcada por fatos importantes
para a política brasileira, como a Assembleia Constituinte (1823), a
Constituição de 1824, a Confederação do Equador (1824), a Guerra
da Cisplatina, em 1825, e a abdicação de D. Pedro I (1831).
No ano de 1822, D. Pedro I já havia convocado a Assembleia
Constituinte, mas esta somente se reuniu em 1823. O principal
objetivo da convocação seria a elaboração de uma Constituição
para o Brasil, ou seja, a criação de um conjunto de leis que
asseguraria os direitos do governo e da população brasileira.
Somente membros da elite (latifundiários, comerciantes,
militares...) participaram da elaboração da Constituição de 1824.
Essa constituição, ou seja, a primeira Constituição do Brasil, tinha
um caráter elitista e excludente: deu total poder a D. Pedro I, enquanto o direito de votar e de se candidatar
ficaria restrito a quem tivesse uma renda mínima por ano.

POR DENTRO DA CONSTITUIÇÃO DE 1824


No dia 12 de novembro de 1823, o imperador Dom Pedro I impôs a dissolução da Assembleia Constituinte que
iria discutir e elaborar a primeira carta magna do Brasil. Entre outras razões, o imperador executou tal ação
autoritária temendo que a nossa primeira constituição limitasse seus poderes excessivamente. Em seu
decreto oficial sobre o assunto, o imperador estranhamente alegava que os constituintes não defendiam a
autonomia e a integridade da nação.
Após tal ato, D. Pedro I formou um Conselho de Estado composto por dez membros e presidido por sua
própria figura. Esse pequeno grupo de apoiadores do rei foi responsável por discutir e elaborar a primeira
Constituição do Brasil, outorgada no dia 25 de março de 1824. Sem qualquer tipo de participação política mais
ampla ou a observância de outro poder, o país ganhou uma carta constitucional claramente subordinada aos
interesses do rei.
Visando oferecer uma aparência liberal, a Constituição de 1824 empreendeu a divisão de poderes políticos
entre Legislativo, Executivo e Judiciário. Entretanto, a mesma lei que oficializava essas esferas de poder
autônomo, também instituiu a criação do chamado Poder Moderador. Exercido unicamente pela figura do
imperador, esse poder tinha a capacidade de desfazer e anular as decisões tomadas pelos outros poderes.
Desse modo, nosso governo combinava ambíguos traços de liberalismo e absolutismo.
O sistema eleitoral era organizado por meio de eleições indiretas, onde os eleitores de paróquia votavam nos
chamados eleitores de província. Esses, por sua vez, votavam na escolha dos deputados e senadores. Para
exercer tais direitos, o cidadão deveria pertencer ao sexo masculino e ter mais de 25 anos de idade. Além
disso, deveria comprovar uma renda mínima de 200 mil-réis anuais para poder votar. Desse modo,
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percebemos que o sistema eleitoral do império excluía grande parte da população.


Tomada por suas desigualdades, a Constituição de 1824 estava longe de cumprir qualquer ideal de isonomia
entre a população brasileira. O imperador tinha amplos poderes em suas mãos e poderia exercê-lo segundo
suas próprias demandas. Não por acaso, vemos que essa época foi tomada por intensas discussões políticas e
revoltas que iam contra essa estrutura de poder fortemente centralizada. De fato, essa constituição só perdeu
a sua vigência ao fim do período imperial.

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR (1824)


Inconformados com o caráter elitista da Constituição de 1824 e com o uso
de um poder centralizador por parte de D. Pedro I, representantes de
algumas províncias do nordeste (mais precisamente em Pernambuco, onde
eclodiu a Confederação do Equador, movimento contra a tirania do
imperador) defendiam a federação de algumas províncias do nordeste e a
separação destas do Brasil.
O movimento foi sufocado com extrema violência pela tropa imperial. A
Confederação do Equador foi um movimento político e revolucionário
ocorrido na região Nordeste do Brasil em 1824. O movimento teve caráter emancipacionista e republicano.
Ganhou este nome, pois o centro do movimento ficava próximo a Linha do Equador. A revolta teve seu início
na província de Pernambuco, porém, espalhou-se rapidamente por outras províncias da região (Ceará, Rio
Grande do Norte e Paraíba).
Em Pernambuco, centro da revolta, o movimento teve participação das camadas urbanas, elites regionais e
intelectuais. A grande participação popular foi um dos principais diferenciais deste movimento.

CAUSAS PRINCIPAIS
 Forte descontentamento com centralização política imposta por D. Pedro I, presente na Constituição de
1824;
 Descontentamento com a influência portuguesa na vida política do Brasil, mesmo após a independência;
 A elite de Pernambuco havia escolhido um governador para a província: Manuel Carvalho Pais de Andrade.
Porém, em 1824, D.Pedro I indicou um governador de sua confiança para a província: Francisco Paes
Barreto. Este conflito político foi o estopim da revolta.

OBJETIVOS DA REVOLTA
 Convocação de uma nova Assembleia Constituinte para elaboração de uma
nova Constituição de caráter liberal;
 Diminuir a influência do governo federal nos assuntos políticos regionais;
 Acabar com o tráfico de escravos para o Brasil;
 Organizar forças de resistências populares contra a repressão do governo
central imperial;
 Formação de um governo independente na região.

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REAÇÃO DO GOVERNO E FIM DO MOVIMENTO


Sob o comando do almirante britânico Thomas Cochrane, as forças militares do império atuaram com rapidez
e força para colocar fim ao movimento emancipacionista. Um dos principais líderes, Frei Caneca, foi
condenado ao fuzilamento. Padre Mororó, outra importante liderança, foi executado a tiros. Outros foram
condenados à prisão como foi o caso do jornalista Cipriano Barata. Muitos revoltosos fugiram para o sertão e
tentaram manter o movimento vivo, porém o movimento perdeu força no mesmo ano que começou.

GUERRA DA CISPLATINA (1825-1828)


Durante o Primeiro Reinado, outro fato importantíssimo na história do Brasil foi a Guerra da Cisplatina (1825).
O conflito teve início quando um grupo de dirigentes da província Cisplatina declarou a separação do Brasil e a
sua incorporação à República Argentina. D. Pedro declarou guerra à Argentina e o exército brasileiro foi
derrotado causando grandes prejuízos pelos enormes gastos e grande número de soldados mortos.

A Inglaterra interveio no conflito, pressionando o Brasil e a Argentina a assinar um acordo de paz. Assim, a
província Cisplatina declarou sua independência desses dois países, tornando-se a República do Uruguai. A
Guerra da Cisplatina ocorreu de 1825 a 1828, entre Brasil e Argentina, pela posse da Província de Cisplatina,
atual Uruguai. Localizada numa área estratégica, a região sempre foi disputada pela Coroa Portuguesa e
Espanhola.
Portugal foi o fundador da Colônia do Sacramento (primeiro nome dado à Cisplatina), em 1680. Mas o
território passou a pertencer à Espanha em 1777, sendo então colonizado nos moldes espanhóis. Na época
em que a coroa Portuguesa se transferiu para o Brasil, Dom João VI incorporou novamente a região. Em 1816,
por razões políticas e econômicas, ele enviou tropas a Montevidéu, ocupando o território e nomeando-o
como Província da Cisplatina.

MOVIMENTO DE INDEPENDÊNCIA
No Reinado de Dom Pedro I, em 1825, surgiu um movimento de libertação da província. Os habitantes da
Cisplatina não aceitavam pertencer ao Brasil, pois tinham idiomas e costumes diferentes. Liderados por João
Antonio Lavalleja, eles se organizaram para declarar a independência da região. A Argentina apoiou o
movimento, oferecendo força política e suprimentos (alimentos, armas, etc.). Porém, na realidade, os
argentinos pretendiam anexar a Cisplatina, logo que está se libertasse do Brasil. Reagindo à revolta, o governo
brasileiro declarou guerra à Argentina e aos colonos descontentes. Ocorreram vários combates, que
obrigaram Dom Pedro I a gastar muito dinheiro público.
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GUERRA IMPOPULAR
Os brasileiros não apoiaram este conflito, pois sabiam que o governo aumentaria os impostos para financiar a
guerra. Este episódio desgastou ainda mais a imagem de Dom Pedro I. Este dinheiro gasto nos combates
desequilibrou a economia brasileira, já desfalcada com o valor gasto para o reconhecimento da independência
do país. Se o Brasil ainda saísse vitorioso, valeria a pena todo investimento. Mas isto não aconteceu.
A Inglaterra, que tinha interesses econômicos na região, atuou como mediadora. Em 1828, propôs um acordo
entre Brasil e Argentina, o qual estabeleceu que a Província da Cisplatina não pertenceria a nem dos dois, mas
seria independente. Nascia aí a República Oriental do Uruguai. O desfecho desfavorável ao Brasil agravou a
crise política no país. A perda da província foi um motivo a mais para a insatisfação dos brasileiros com o
Imperador, que acabou renunciado em 1831.

IMPOPULARIDADE DE D. PEDRO
No decorrer do Primeiro Reinado, D. Pedro começou a desagradar a elite brasileira, pois criou uma
Constituição que iria atender a seus interesses autoritários. Além disso, a Confederação do Equador e a
Guerra da Cisplatina causaram grandes gastos para a economia brasileira e muitas mortes.
Muitos jornalistas, através de seus jornais, teciam duras críticas ao imperador. Outro fato que manchou ainda
mais a imagem do imperador foi o assassinato do jornalista e médico Líbero Badaró, grande opositor de D.
Pedro.
Ao longo da colonização do Brasil, observamos que as relações e diferenças entre a metrópole e a população
colonial promoviam uma situação de oposição que, em alguns momentos, se estendeu a uma disputa entre
brasileiros e portugueses. A Guerra dos Mascates, por exemplo, exprimiu bem esse tipo de situação, quando
os fazendeiros de Olinda se voltaram contra os comerciantes portugueses do Recife. No período joanino,
vemos que essa mesma situação se manteve.
Quando alcançamos a nossa independência, vimos que essa rivalidade se preservava na figura do próprio D.
Pedro I. Em diversas ocasiões o imperador, de descendência portuguesa, se envolveu com assuntos da antiga
metrópole e tomou decisões que muitas vezes colocavam em dúvida o seu compromisso junto aos interesses
da nação que comandava. Vários de seus ministros eram portugueses e muitos desses defendiam
irrestritamente o fortalecimento da autoridade imperial no país.
Alcançando os últimos anos do império, vemos que essa situação de desconfiança e crítica ao imperador se
agravou quando Líbero Badaró, jornalista de tendência liberal e ferrenho opositor de D. Pedro I, foi
misteriosamente assassinado. Em pouco tempo, o incidente foi tomado pela população como um desmando
do imperador. Mediante a conturbada situação, D.
Pedro I organizou uma comitiva em busca de apoio
e prestígio em outras províncias do território.
Dirigindo-se primeiramente a Ouro Preto, em Minas
Gerais, a comitiva imperial foi hostilizada com as
portas das casas fechadas e cobertas por mantos
negros. Transtornado com a represália, D. Pedro
resolveu voltar à capital do império. Nesse meio
tempo, os portugueses que viviam na cidade do Rio
de Janeiro decidiram organizar uma festa de boas-
vindas ao imperador. Por meio dessa ação, os
lusitanos pretendiam reforçar o seu já conhecido
apoio aos atos do governante.

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A notícia do evento deixou os brasileiros incomodados com uma homenagem para uma figura política tão
somente questionada. Desse modo, começaram a hostilizar os portugueses chamando os mesmos de
“estrangeiros” ou bradando “morte aos pés de chumbo”. Em pouco tempo, as ofensas se transformaram em
uma enorme e violenta baderna entre portugueses e brasileiros pelas ruas da cidade. Atacando os lusitanos
com garrafas, cacos e pedras, o evento acabou conhecido como “A noite das garrafadas”.
Do ponto de vista político, esse foi um dos últimos eventos que antecederam a retirada de D. Pedro I do
cenário. Antes disso, o imperador ainda tentou contornar a situação ao promover a eleição de um ministério
formado somente por brasileiros. Contudo, a medida acabou não perdurando e novas manifestações contra o
imperador o forçaram a abdicar do trono brasileiro.
A abdicação de D. Pedro aconteceu no ano de
1831, tanto pela pressão política que o imperador
sofria da elite e populares brasileiros, quanto pela
tentativa de assegurar os direitos de sua filha,
Maria da Glória, pois, com a morte de D. João VI, a
Coroa portuguesa iria, por direito, a D. Pedro I, que
preferiu abdicar o trono português em benefício da
filha e deixou o trono brasileiro para seu filho
Pedro de Alcântara, que se encontrava então com
cinco (5) anos de idade. Assim terminava o
Primeiro Reinado.

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EXERCÍCIOS DE COMBATE

1. A Constituição de 1824, resultante da dissolução da Assembleia Constituinte de 1823, marcou o início da


institucionalização do poder monárquico no Brasil. Essa Constituição:
a) criou o Poder Moderador de exclusividade do Imperador, o que na prática significava conceder-lhe poderes quase
absolutos.
b) provocou a insatisfação em diversas províncias, estando na base da eclosão de diversas rebeliões, como a
Confederação do Equador, a Sabinada e o Contestado.
c) favoreceu o reconhecimento do Brasil como nação independente, o que ocorreu sem reveses, à exceção
dos Estados Unidos por conta da doutrina Monroe.
d) estabeleceu a eleição pelo voto censitário para os governadores das províncias.
e) determinou que representantes para o Senado e a Câmara seriam eleitos pelo voto direto e secreto.

2. Em 1824, o carmelita frei Caneca, figura importante da Confederação do Equador, criticou a Constituição outorgada
por D. Pedro I. Frei Caneca dizia que a mesma, além de oprimir a Nação brasileira, não lhe garantia a Independência,
ameaçava sua integridade e atacava sua soberania, pois naquela havia um dispositivo, adotado das ideias do filósofo
francês Benjamin Constant, considerado por frei Caneca a chave-mestra da opressão. Identifique esse dispositivo nas
alternativas a seguir:
a) O Ato Adicional.
b) O Conselho de Estado
c) O Poder Moderador.
d) O Senado Vitalício.
e) A Lei de Interpretação do Ato Adicional.

3. O texto abaixo foi extraído da Constituição do Império outorgada em 1824. Art. 91


Têm votos nestas eleições primárias:
1º Os cidadãos brasileiros que estão no gozo de seus direitos políticos; 2º Os
estrangeiros naturalizados;
Art. 92 São excluídos de votar nas assembleias paroquiais:
[...]
5º Os que não tiverem renda líquida anual de 100$rs por bens de raiz, indústria, comércio ou empregos. Com
base no texto, analise as afirmativas.
I. O Império nasceu como uma democracia plena na qual os direitos políticos de todos foram assegurados.
II. O Império nasceu como um estado desigual no qual apenas as pessoas com posses e status social podiam votar e
ser votadas.
III. A maioria da população do Brasil durante o Império podia votar e ser votada.
IV. A maioria da população no Brasil Império ficou excluída do direito a voto.

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Estão corretas as afirmativas


a) I e III, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e IV, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e IV, apenas.

4. Após a Independência do Brasil, a elite se dividiu entre aqueles que apoiaram a monarquia de viés absolutista adotada por
D. Pedro I, e setores mais liberais, que reivindicavam restrições ao autoritarismo do Imperador. Nesse contexto, eclodiu a
Confederação do Equador (1824), que teve entre suas principais razões:
a) o decreto imperial que determinou o fechamento dos jornais oposicionistas Sentinella da Liberdade e Tífis
Pernambucano, ambos alvos da censura imposta pelo governo central.
b) a decisão imperial de substituir o governador de Pernambuco, Manuel Paes de Andrade, líder político da elite
liberal que apoiava maior autonomia administrativa das províncias.
c) o enfrentamento de setores conservadores e liberais, que desfechou uma onda de violência nas principais
províncias do país, exigindo intervenção armada do governo imperial.
d) a aprovação do Imperador à reforma constitucional proposta pelos liberais, que provocou forte reação da elite
conservadora, temendo dar brecha para a criação de um governo popular.
e) a recusa do Imperador em negociar com os deputados liberais a extinção do tráfico de escravos com vistas ao fim
da escravidão, tema que vinha ganhando apoio de parte da elite.

5. Todos os anos, no dia sete de setembro, o Brasil comemora sua independência de Portugal. Entre as várias
motivações que corroboraram para a efetivação desta ruptura, assinale a alternativa CORRETA.
a) O apoio dos cafeicultores paulistas que, em 1822, representavam o setor econômico mais dinâmico do país.
b) A adesão ao movimento de independência de todas as tropas portuguesas existentes no Brasil auxiliou os planos
do príncipe regente.
c) A permanência em 1821 de D. João VI no Brasil, negando-se a retornar para Portugal, fortaleceu o ideário de
independência.
d) As medidas tomadas por Lisboa, em 1821, ao transferir para Portugal importantes repartições instaladas no Brasil
por D. João VI, aumentaram o espírito oposicionista em relação à Corte.
e) O acatamento, por parte do príncipe regente, às ordens vindas de Lisboa que determinavam o seu retorno à
Portugal, em setembro de 1822.

6. Proclamada a Independência em 1822, a Primeira Constituição de 1824 perdurou por todo o Império. Dela se
destacam, entre outros, os seguintes aspectos:
a) não conseguiu evitar o caráter autoritário e praticamente assegurou uma verdadeira ditadura militar sobre o governo;
b) mantinha o sistema clássico de divisão em três poderes, o que garantiu uma estrutura bastante democrática;

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c) assegurou pluripartidarismo, garantindo grande rodízio no governo imperial;


d) de caráter outorgada, instituía o voto censitário, criava o Poder Moderador, ao qual era transmitida uma grande
parcela de participação no poder;
e) assumindo uma postura profundamente nacionalista, rapidamente criou inúmeros conflitos com os ingleses.

7. A economia brasileira, durante o período joanino e no Império, apresentava-se, claramente:


a) subordinada ao progresso industrial dos EUA, nação emergente após a Revolução Industrial;
b) ligada à exploração agrícola para atendimento exclusivo do mercado interno, fonte principal de sua sustentação;
c) dependente da economia imperial inglesa, donde provinham, muitas vezes, grandes capitais;
d) unida aos interesses lusitanos, pois Portugal e suas colônias consumiam grande parte de sua produção agrícola;
e) desenvolvimentista, aproveitando o “know how”que os imigrantes europeus forneceram
na implantação de indústrias.

8. Sobre a formação do Estado Brasileiro, da Monarquia à República, é correto afirmar, exceto:


a) o Estado Brasileiro, com a Constituição de 1824, conseguiu a proeza de avançar na conquista dos princípios
liberais, em especial no que se referia à Igreja e à escravidão negra;
b) a fase regencial foi extremamente conturbada, com a eclosão de várias revoltas, que colocaram em risco a
estabilidade política, a integridade territorial e os interesses das oligarquias regionais;
c) por volta de 1849, já no Governo de D. Pedro II, a Conciliação, como ajuste de cúpula, procurou
resolver situações de conflito político, mas manteve intocada a realidade social;
d) com a Proclamação da República, em 15 de novembro 1889, a monarquia, que chegou ao Brasil por acaso, sem
participação do povo, foi embora sem nenhuma grandeza, com a indiferença do povo.
e) Todas estão corretas.

(Uff 2012) Como “mito de origem nacional” para a Bahia, a Guerra de Independência, de 2 de julho de 1823, é sempre
relembrada em festas e comemorações oficiais. Assinale a alternativa que melhor identifica o papel dos baianos no
contexto da independência brasileira.

a) A articulação revolucionária das camadas populares da capital baiana esteve restrita aos interesses dos libertos e
dos homens livres e pobres, sem o apoio de parte dos intelectuais da cidade de Salvador.

b) As independências do Brasil e da Bahia ocorreram no mesmo contexto político, sem particularismos locais. Nesse
sentido, não é possível considerar a existência de duas datas que marcam a independência do país.

c) A sedição de 1798 na Bahia sepultou os desejos separatistas dos baianos e os afastou da política brasileira de 1822.
Por essa razão, a população baiana esteve alijada do contexto político da independência.

d) A comemoração da independência da Bahia justifica-se, pois nessa data, as tropas do Exército e da Marinha
expulsaram definitivamente os portugueses da cidade do Salvador.

e) A independência do Brasil esteve estritamente associada aos interesses ingleses e holanholandeses, instalados no
Brasil e beneficiários da Abertura dos Portos.

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10. (Unicamp 2012) Passar de Reino a Colônia É desar [derrota] É humilhação que sofrer jamais podia brasileiro de
coração. A quadrinha acima reflete o temor vivido no Brasil depois do retorno de D. João VI a Portugal em 1821.
Apesar de seu filho Pedro ter ficado como regente, acirrou-se o antagonismo entre “brasileiros” e “portugueses” até
que, em dezembro de 1821, as Cortes de Portugal determinaram o retorno do príncipe. Se ele acatasse, tudo poderia
acontecer. Inclusive, dizia d. Leopoldina, “uma Confederação de Povos no sistema democrático como nos Estados
Livres da América do Norte”.

(Adaptado de Eduardo Schnoor, “Senhores do Brasil”, Revista de História da Biblioteca Nacional, nº 48. Rio de
Janeiro, set. 2009, p. 36.)

a) Identifique os riscos temidos pelas elites do centro-sul do Brasil com o retorno de D. João VI a Lisboa e a pressão
das Cortes para que D. Pedro I retornasse a Portugal.

b) Explique o que foi a Confederação do Equador.

11) (PITÁGORAS) Como é para o bem do povo e felicidade geral da nação, estou pronto; diga ao povo que fico. D.
Pedro, Príncipe Regente, 9 de janeiro de 1822 No contexto do processo emancipacionista brasileiro, o Dia do Fico
representa

a) a vitória das intenções recolonizadoras das cortes portuguesas.

b) a rejeição do Príncipe Regente à Coroa Portuguesa após a morte do pai.

c) o apoio de D. Pedro às propostas da Revolução Pernambucana.

d) a aceitação do Regente às pretensões de independência das elites.

e) o apoio popular à Constituição de 1824.

12) Compare os dois excertos dados.

A- “D. Pedro I, por graça de Deus e unânime aclamação dos povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do
Brasil: Fazemos saber a todos os nossos súditos, que tendo-nos requerido os povos deste Império, junto em Câmaras,
que nós quanto antes jurássemos e fizéssemos jurar o projeto da Constituição (...)” (Preâmbulo da Constituição Política
do Império Brasileiro, 1824)

B- “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado
democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança,o bem-estar,
o desenvolvimento, a igualdade e a justiça, como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
preconceitos (...) promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição(...) “(Preâmbulo da Constituição da
República Federativa do Brasil, 1988)

I. As duas Constituições foram feitas por Assembleias Constituintes (no século XIX, chamadas de Câmaras) e,
portanto, as duas Cartas foram promulgadas.

II. Na primeira Constituição Brasileira há a ideia de que o poder Executivo existe pela graça de Deus, enquanto, na
atual, a Assembleia Constituinte se colocou sob a proteção de Deus.

III. A Constituição Imperial trazia quatro poderes, sendo o poder Moderador o mais importante, pois dele dependiam os
outros poderes; na Constituição de 1988, não se apresenta a superioridade de nenhum poder sobre os demais, pois
tornou- se fundamental, à época, a busca da igualdade perante a lei e a prática da justiça.

Assinale a alternativa

a) se I, II e III forem corretas.

b) se apenas II e III forem corretas.

c) se apenas I e II forem corretas.

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d) se apenas I e III forem corretas.

e) se apenas a I for correta.

13) Sobre o I Império (1822 – 1831) e a formação do Estado no Brasil, assinale o que for correto.

01) Esse período, além de marcar a organização do Estado, caracterizou-se pela disputa pelo controle político nacional
entre o Imperador e a aristocracia rural brasileira.

02) Em 1824, em Pernambuco, eclodiu a Confederação do Equador, um movimento de protesto contra o autoritarismo
de D. Pedro I e que pretendia separar as províncias do norte e do nordeste do restante do país.

04) A Constituição de 1824 estabeleceu o voto censitário que exigia que o eleitor e/ou candidatos tivessem uma renda
mínima permanente, o que excluiu a maior parte da população brasileira do cenário político ao longo de todo o Império.

08) Na prática, o Poder Moderador, instituído pela Constituição de 1824, dava grandes poderes ao Imperador.

16) A presença de um considerável grupo de portugueses ocupando cargos importantes no Estado brasileiro produziu
um grande desgaste entre D. Pedro I e a aristocracia rural brasileira.

SOMA: ______________________________________________________________

14 . . Explique as razões político-comerciais que favoreceram a primazia inglesa no Brasil na primeira metade do
século XIX.

15. (Unicamp) Em 1824, Frei Caneca criticou a Constituição outorgada por D. Pedro I dizendo que o poder moderador
era a chave mestra da opressão da nação brasileira e que a Constituição não garantia a independência do Brasil,
ameaçava sua integridade e atacava a soberania da nação. (Baseado em Frei Caneca, “Crítica da Constituição
Outorgada”, ENSAIOS POLÍTICOS, Rio de Janeiro, Editora Documentário, p. 70-75)

a) Defina o poder moderador.

b) O que foi a Confederação do Equador, da qual Frei Caneca participou?

16) Observe o quadro.

A partir da análise do quadro e tendo em vista o contexto do Brasil no I Império, é possível classificar o voto,
naquele período, como:

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a) censitário, amplo, indireto e irrestrito.

b) universal, masculino, direto e representativo.

c) censitário, masculino, indireto e em dois graus.

d) universal, apartidário, direto e em quatro graus.

17) A pintura é uma manifestação artística que pode ser utilizada como fonte histórica, reforçando uma versão
da história. Nesse sentido, observe o quadro do pintor paraibano Pedro Américo:

No campo da historiografia, essa imagem:

a) sintetiza o verdadeiro sentimento de toda a nação em relação a Portugal.

b) expõe a luta de classes existente no país no período da independência.

c) expressa o apoio popular ao processo de autonomia política do Brasil.

d) representa uma visão heroica e romanceada da separação política do país.

e) mostra a independência como anseio de grupos subalternos.

18) Leia o texto abaixo:

Termos da abdicação de Dom Pedro I:

Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que hei muito voluntariamente abdicado na pessoa do meu
mui amado e prezado filho o Sr. Pedro de Alcântara. Boa Vista – 7 de abril de 1831, décimo de Independência e do
Império – D. Pedro I.

Antonio Mendes Jr. Et al. Brasil-História, Texto e Consulta. Império. São Paulo: Brasiliense, 1977. p. 200.

O texto acima relata a abdicação de D. Pedro I em favor de seu filho, descreva os fatos que conduziram à abdicação:

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