* Leia também o capítulo 1 (“O desenvolvimento do Capitalismo”) do livro didático.
CAPITALISMO COMERCIAL (século XV ao XVIII):
- busca das terras antípodas, contrárias, através das Grandes Navegações: novas áreas para o comércio. Assim começa a colonização da América (Novo Mundo) por Espanha, Portugal, França, Inglaterra e Holanda; - Itália e Alemanha: sem colônias; lutas internas; não eram ainda países; - o objetivo era estabelecer um comércio vantajoso: balança comercial positiva; - Mercantilismo: especiarias (coletas, “drogas do sertão”), produtos agrícolas tropicais, metais (ouro e prata); mão de obra escrava de negros e índios (ocupação também do litoral africano). Fase da “acumulação primitiva de capitais”; - transportes por água: logo, maior ocupação dos litorais e rios com cidades e sistemas produtivos (ex: Recife, Belém e Buenos Aires).
CAPITALISMO INDUSTRIAL ou COMPETITIVO (século XVIII a meados do XX):
- Revolução Industrial: surge na Inglaterra, no século XVIII, e se espalha para outros países no século XIX (França, Holanda, Rússia, EUA, Japão). Os capitais para a industrialização são oriundos da fase anterior, o capitalismo comercial (“acumulação primitiva de capitais”);
A industrialização interfere na(o):
- MATÉRIA-PRIMA: foi buscada através do Neocolonialismo da África e da Ásia, sobretudo por França e Inglaterra. A descolonização (independência) dos países afro-asiáticos ocorreu nas décadas de 1950 e 60, após o enfraquecimento dos países europeus com a II Guerra. § “Partilha da África”: divisão das terras africanas entre as potências européias, realizada no final do século XIX, na Conferência de Berlim. Não foram observadas as fronteiras étnicas e culturais dos povos africanos. Por isso lá existem muitas guerras civis. - MERCADO CONSUMIDOR: aumenta com a urbanização (êxodo rural); com o fim do escravismo (mais trabalhadores assalariados); com a independência dos países americanos no século XIX (mais mercado para as empresas que já atuavam em outros países). - ENERGIA: usava-se o carvão mineral. As indústrias ficavam perto das reservas de carvão (hulha), pois a energia não era levada a grandes distâncias. Assim surgiram as primeiras regiões urbano- industriais, como Londres, Paris, Moscou, Milão e Frankfurt. No final do século XIX popularizou-se o uso de novas fontes de energia: o petróleo (eletricidade e combustíveis) e a água (eletricidade), que levaram energia a grandes distâncias, permitindo a dispersão das indústrias pelo espaço e o crescimento industrial de países e regiões sem carvão ou com escassez de carvão mineral, como o Brasil. - IDEOLOGIA: até a Crise de 1929, prevaleceu o Liberalismo (o mercado se regulava) e depois dela veio o Keynesianismo (Estado participativo na economia, possuindo empresas, criando infraestrutura etc.), prevalecendo entre os anos 1930 e 80. Nos séculos XIX e XX desenvolveu-se nos países ricos a Socialdemocracia ou Estado de bem-estar social ou “Welfare State”, através dos movimentos sociais (sindicatos, partidos), com ganhos salariais, grandes investimentos em saúde e educação, aprimoramento dos transportes etc. Também nos anos 1980 começa um combate ao Estado de bem- estar social e uma volta ao mercado auto-regulador, o Neoliberalismo. - FÁBRICAS: acentuam a padronização e a produção em série de bens industriais com o Fordismo, no início do século XX. As empresas eram pequenas e médias (século XIX), concorrendo entre si (daí capitalismo “concorrencial” ou “competitivo”). Por compras e fusões foram se formando grandes conglomerados empresariais e multinacionais, se espalhando pelo mundo. O mercado ficou organizado em cartéis (controle de preços e da produção); trustes (fusão de empresas ou quando uma empresa domina as etapas da produção de um produto); oligopólios (algumas ou várias empresas dominam o marcado). CAPITALISMO MONOPOLISTA, FINANCEIRO e INFORMACIONAL (anos 1960 em diante): - está relacionado com a III Revolução Industrial. As principais inovações e mudanças dessa etapa do capitalismo aparecem nos seguintes setores: - MERCADO CONSUMIDOR: ampliado com a independência dos países da Ásia e da África; com a urbanização dos países pobres; com o rápido crescimento populacional mundial nas décadas de 1950, 60 e 70; com a evolução das tecnologias de transportes, informação e as mídias (TV, informática, fibras ópticas, satélites). Isso permitiu a integração dos mercados: daí a criação das bolsas de valores e blocos econômicos. - ENERGIA: uso da energia nuclear. Crescem as pesquisas para energias alternativas. - IDEOLOGIA: com o fim do socialismo nos anos 1980-90, acaba a disputa ideológica e começa a disputa econômica, com o ataque ao Keynesianismo e ao Estado de bem-estar social. Surge o Neoliberalismo: participação mínima do Estado na economia, mas beneficiando as empresas; privatizações; redução dos investimentos sociais e aumento dos investimentos produtivos. Ex.: Inglaterra (anos 80, M. Thatcher), EUA (80, R. Reagan), Chile (90, Pinochet), Brasil (90, Collor e FHC). - FÁBRICAS: acentuam a flexibilização da produção (vários modelos de produtos para consumidores com rendas diferentes); introdução do Toyotismo (robôs na linha de montagem e funcionários mais capacitados); produção dividida em algumas partes do mundo. E ainda ocorre: a industrialização dos países pobres; o uso da ciência para a criação de novos produtos e ramos industriais (informática, robótica, biotecnologia, aeroespacial), através dos tecnopolos; crescimento do desemprego estrutural ou tecnológico.
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