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Unidade III
7 ANÁLISE AVANÇADA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Assim que recebidas todas as receitas e pagas todas as despesas, esse é o valor de caixa produzido
pelos ativos, antes de computadas as receitas e as despesas financeiras (juros), impostos (sobre o lucro),
a depreciação, a amortização e a exaustão. É determinado pela soma do lucro operacional (antes do IR)
e das despesas não desembolsáveis (depreciação/amortização).
(–) custos;
Conceito
Cálculo do EBITDA
Um primeiro passo é calcular o lucro operacional que, de acordo com o critério utilizado
no Brasil, é obtido como a subtração, a partir da receita líquida, do custo das mercadorias
vendidas (CMV), das despesas operacionais e das despesas financeiras líquidas (despesas
menos receitas com juros e outros itens financeiros). Vale lembrar que a definição de lucro
operacional em boa parte do mundo exclui o resultado financeiro.
Outra conta que deve ser acrescentada no EBITDA é a despesa financeira líquida, que foge
do escopo de análise do indicador, ou seja, de efetivo desempenho operacional. Assim, para
o cálculo do EBITDA, adicionam‑se os juros, depreciação e amortização ao lucro operacional
líquido antes dos impostos.
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Análise das Demonstrações Contábeis
Vale lembrar que muitas empresas já publicam diretamente o indicador, que não é de
divulgação obrigatória de acordo com as regras da CVM. Isso tende a facilitar a análise,
embora muitos analistas critiquem as diferentes metodologias adotadas, principalmente em
relação a itens extraordinários.
Aplicação do EBITDA
O indicador pode ser utilizado na análise da origem dos resultados das empresas e, por
eliminar os efeitos dos financiamentos e decisões contábeis, pode medir com mais precisão
a produtividade e a eficiência do negócio.
Por outro lado, como ressalva, vale lembrar que o EBITDA pode dar uma falsa ideia
sobre a efetiva liquidez da empresa. Além disso, o indicador não considera o montante de
reinvestimento requerido (pela depreciação), fator especialmente crítico nas empresas que
apresentam ativos operacionais de vida curta.
Assim, o EBITDA é um indicador financeiro muito relevante, mas que deve ser utilizado
combinado com outros indicadores de desempenho para fornecer uma visão mais apropriada
da performance da empresa. Ainda assim, é certamente o mais acompanhado pelos analistas
e acaba ganhando bastante importância também na análise de crédito e nos múltiplos de
avaliação de empresas.
É uma medida de desempenho empresarial, considerada por muitos especialistas como a verdadeira
chave para a criação da riqueza.
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Unidade III
Para os parâmetros do EVA, o capital é tanto o empréstimo de terceiros quanto o dinheiro investido
pelos acionistas da empresa. O custo da dívida é o que está cobrando a instituição financeira para emprestar
o dinheiro. Já o custo do capital investido pelo acionista envolve a avaliação dos ativos da companhia.
É preciso saber, portanto, se o custo do capital justifica os ganhos que serão obtidos em um
investimento. Uma empresa só cria valor se o retorno sobre seu capital for maior do que o custo
envolvido ou do que a taxa de ganho que os investidores poderiam auferir no caso de investirem em
outros valores com o mesmo risco.
A principal mensagem do EVA é que não é suficiente ter lucro líquido positivo ou certo nível de lucro
por ação. Ao contrário, a empresa precisa ganhar o suficiente para cobrir o custo do capital de terceiros
e o custo de oportunidade do capital próprio antes que ela comece a criar valor.
É constante a procura pelas organizações por uma representação de valor ideal, e por isso,
atualmente, o EVA tem sido um indicador muito utilizado. Existe pouca dúvida de que a criação de valor
é o objetivo final de qualquer organização. A dificuldade está em desenvolver uma estrutura para avaliar
corretamente a criação de valor em diferentes níveis operacionais e em utilizar a criação de valor para
guiar a conduta de diferentes grupos dentro de uma organização.
• perda de mercado;
Fórmula / exemplo
Modelo do EVA
(–) custos;
(–) impostos;
(=) NOPAT;
O MVA (Valor de Mercado Agregado), que envolve o capital total da empresa (incluindo ações,
empréstimos e ganhos retidos) e deduz isso do valor do capital acionário e dívidas, foi criado pela Stern
Stewart & Co. para que os administradores pudessem tomar decisões estratégicas por meio de uma
medida de análise que examinasse o valor futuro de suas empresas, pois o problema com o EVA é que
são medidas de análise que examinam o passado.
O MVA é a diferença entre quanto o empresário obteria para vender todas as ações (valor de mercado)
e o capital investido pelos acionistas‑proprietários. Ou seja, se o resultado do MVA for positivo, pode‑se
dizer que a empresa realmente criou valor para quem tiver suas ações.
O EVA calcula a riqueza criada em determinado tempo, um ano, por exemplo, enquanto o MVA
mede o valor acumulado em toda a trajetória da empresa até determinada data. Se os administradores
melhoram a medida do EVA, o MVA da empresa terá uma probabilidade maior de melhorar também.
Essas medidas fornecem um quadro mais confiável do desenvolvimento das empresas, pois se
concentram no fluxo de caixa, que é difícil de manipular, ao contrário dos métodos tradicionais de
contabilidade, que podem ser facilmente manipulados e são tratados diferentemente por diferentes
regimes da contabilidade.
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Unidade III
1. cortar custos e reduzir impostos para aumentar o NOPAT (lucro operacional líquido, deduzido o
Imposto de Renda) sem crescer capital;
2. empreender todos os investimentos nos quais o aumento do NOPAT será maior do que o aumento
de encargos de capital;
3. retirar capital das operações quando as economias decorrentes da redução dos encargos de capital
excedam qualquer redução do NOPAT;
Saiba mais
Observação
8 RELATÓRIO DE ANÁLISE
Conceito e aplicação
Relatório de análise: trata‑se do documento final da análise, contendo as conclusões obtidas por
meio das análises vertical e horizontal, bem como os indicadores financeiros e econômicos.
Esse relatório deverá ser elaborado pelo analista de balanço, porém, deverá ser dirigido a cada
usuário das informações contábeis, uma vez que cada um deles terá uma necessidade diferente sobre
os resultados obtidos.
Lembrete
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Análise das Demonstrações Contábeis
• deve ser elaborado em linguagem inteligível para leigos, mesmo que alguns usuários possuam
conhecimentos contábeis;
• o analista deverá tomar o cuidado de não colocar suas opiniões pessoais sobre os resultados
obtidos, porém, com muito critério, poderá sugerir algumas ações que auxiliarão na tomada de
decisão;
• não há um tamanho padrão para o relatório, mas deverá ser apresentada de forma clara e objetiva
a situação econômico‑financeira da empresa e também o seu desempenho ao longo dos períodos
analisados, bem como as tendências para o futuro. Devem ser esclarecidas, ainda, as causas
que proporcionaram o grau de endividamento, liquidez e rentabilidade encontrados, sejam eles
positivos ou negativos;
• deverá constar também no relatório a comparação dos indicadores obtidos na análise em relação
aos padrões pertencentes ao ramo da empresa em questão;
• No relatório não deverá constar valor dos indicadores apurados em análise; esses deverão ser
acompanhados em planilhas que auxiliarão o usuário das informações para uma consulta, se for
o caso.
Situação de liquidez: o índice de liquidez geral foi de 1,42; esse índice mostra que, a cada R$100,00
de dívida, a empresa tem R$142,00 para pagar, sobrando, portanto, R$42,00. Ainda está acima do
índice‑padrão da categoria que, conforme está apontado, é de R$1,20. A liquidez corrente de R$1,70
também está acima do padrão de R$1,35 e também indica que, a cada R$100,00 de dívida em curto
prazo, a empresa tem R$170,00 para pagar, sobrando R$ 70,00. Já a liquidez seca de R$1,54 está abaixo
da corrente de R$1,70, porém, não ficou inferior ao padrão de R$1,25. Mas podemos dizer que há
condições de pagar as dívidas em curto prazo assumidas, uma vez que, a cada R$154,00, temos, em
contrapartida, uma dívida de R$100,00. Logo, sobrarão R$54,00.
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Unidade III
Situação de liquidez: a empresa encontra‑se bem estruturada sob o ponto de vista de solvência,
possuindo solidez financeira suficiente para cobrir seus compromissos de curto e de longo prazo, uma
vez que opera com todos os índices de liquidez acima do padrão de seus concorrentes.
Também conhecida como “termômetro de insolvência” essa ferramenta analítica utiliza métodos
estatísticos quantitativos para auxiliar o gestor de crédito, justamente, na concessão de créditos aos seus
clientes. A técnica estatística da análise discriminante, utilizada com frequência nesses casos, incorpora
os índices financeiros de lucratividade, estrutura, liquidez e atividade, para compor um modelo que,
estatisticamente, tenha a capacidade de prever a probabilidade de insolvência para um período futuro
previamente determinado pelo próprio modelo (IUDÍCIBUS, MARION e LOPES, 2000).
Lembrete
Silva (2008) ressalta que diversos estudos foram realizados no Brasil, a partir de experiências
positivas anteriores que foram desenvolvidas no exterior, também com o propósito de prever situações
de insolvência.
Entre os principais estudos feitos no Brasil, Silva (2008) e Iudícibus, Marion e Lopes (2000), destacam
a análise discriminante de Stephen C. Kanitz que construiu o chamado “termômetro de insolvência”.
Segundo Matarazzo (1998, p. 245), as fórmulas mais conhecidas e desenvolvidas por autores
brasileiros são:
Kanitz:
Classificação:
• FI inferior a ‑3 → insolvente;
• FI entre ‑3 e 0 → indefinida;
• FI acima de 0 → solvente.
Diversos outros modelos foram desenvolvidos nessa área. Porém, Silva (2008), ressalta que esse é um
critério de análise baseado na objetividade e não na subjetividade do analista.
Esse fator é de grande relevância, pois em grandes empresas é possível colher dados mais precisos
e numerosos para a obtenção dos índices financeiros, enquanto que, em pequenas empresas, as
informações quantitativas tendem a ser deficientes. Sendo assim, essa deficiência precisa ser compensada
por informações qualitativas.
• X3 = ativo total;
Elizabetsky:
Classificação:
Matias:
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Classificação:
Pereira:
Classificação:
Conforme demonstra Matarazzo (1998), cada autor apresenta uma fórmula diferenciada do outro;
logo, os resultados também serão diferentes. Então, não será possível chegarmos aos indicadores de
insolvência?
Entendemos que:
1. os modelos apresentados não substituem a análise por meio dos índices tradicionais e devem ser
usados apenas complementarmente às conclusões desses últimos;
2. o uso da análise discriminante, uma das técnicas utilizadas na estatística, contribui para identificar
os índices e pesos a serem utilizados, conforme aponta Matarazzo (1998, p. 245), tomando‑se
como base os índices apurados por meio da análise balanço;
3. em geral, as empresas não falem da noite para o dia; elas começam a dar sinais de insolvência,
como, por exemplo, redução nas vendas, altos índices de inadimplência, constates atrasos
nos pagamentos aos fornecedores e empregados, enfim, uma análise financeira anualmente
contribuirá com a gestão empresarial, se as medidas apontadas no relatório de análise forem
tomadas em tempo hábil.
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Resumo
Exercícios
Questão 1. Após analisar a afirmativa a seguir, escolha a alternativa que corresponde ao indicador
nela descrito: “É um indicador financeiro equivalente ao fluxo de caixa, evidenciando a capacidade da
empresa em remunerar os credores e acionistas”.
A) Trata‑se do EBITDA, por evidenciar a formação do caixa nos últimos cinco anos de operação de
uma empresa.
B) Trata‑se do prazo médio de recebimento, por demonstrar em quanto tempo será possível remunerar
os credores e acionistas.
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C) O indicador que trata a questão é o de liquidez, por informar a capacidade da empresa em gerar
lucros futuros.
D) A referência é a do Ebitda, por mostrar a potencialidade de geração de caixa a partir dos ativos
operacionais.
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa correta.
E) Alternativa incorreta.
Questão 2. Uma determina empresa, ao receber o relatório de análise sobre suas demonstrações
financeiras, mais precisamente o balanço patrimonial, encontrou o seguinte comentário: “Eu, Sr. João
da Silva, analista financeiro, contratado por essa conceituada empresa, determino, tomando como base
minha experiência profissional de mais de dez anos, que não será possível assumir quaisquer dívidas
pelos próximos dois anos”. O Sr. João cometeu algum engano ao incluir esse comentário em seu relatório?
A) Sim. Deveria aumentar o prazo de dois anos para cinco, uma vez que mostra uma experiência
considerável na função de analista financeiro.
B) Sim. Deveria primeiro perguntar aos proprietários da empresa se concordariam com essa
recomendação.
D) Não, uma vez que a sua experiência na função é maior do que cinco anos.
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Figuras e Ilustrações
Figura 1
Usuários da análise de balanços. In: MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade
empresarial. 3a ed., São Paulo: Atlas, 2005.
Figura 2
Figura 3
Processo contábil. Adaptado de: RIBEIRO, J. L. D. Técnicas para o tratamento de dados qualitativos.
FEENG: Porto Alegre, 2001, p.14.
Figura 4
Análise de balanço. Adaptado de: RIBEIRO, J. L. D. Técnicas para o tratamento de dados qualitativos.
FEENG: Porto Alegre, 2001, p. 15.
Figura 5
Figura 7
Figura 8
Figura 11
Figura 12
Fluxo dos objetivos da avaliação das demonstrações contábeis. In: PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C.
Análise das demonstrações financeiras. São Paulo: Thomson, 2004, p. 76.
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Figura 13
Figura 14
Figura 15
Tripé da análise. In: MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 3a
ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 1.
Figura 16
Figura 17
Figura 19
Figura 20
Objetivos da análise das demonstrações contábeis. Adaptado de: PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C.
Análise das demonstrações financeiras. São Paulo: Thomson, 2004, p. 90.
Figura 23
Figura 24
Figura 25
110
Figura 26
Figura 27
Referências
Textuais
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Atlas, 2006.
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dezembro de 1976, e da Lei no6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande
porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007‑2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 2 fev. 2012.
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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm>. Acesso em: 2 fev. 2012.
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MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 3a ed. São Paulo: Atlas,
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Sites
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000