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Sumário
Introdução ao CE ...................................................................................................................................................... 26
Inelegibilidade.......................................................................................................................................................... 61
Partidos Políticos...................................................................................................................................................... 76
CONCEITO
O direito eleitoral abrange todos os assuntos relacionados às eleições (ex. alistamento
eleitoral, inelegibilidades, registro de candidaturas, etc.).
O direito eleitoral é o ramo do direito público que possui institutos e normatividade próprios
e estuda as regras relativas aos direitos políticos e às eleições.
FONTES
Fonte é aquilo que dá origem ao direito ou, mais especificamente, às normas jurídicas. Elas
assumem para fins didáticos, diversas classificações:
Fontes materiais/formais:
Ricardo Torques 2
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RESUMÃO DE DIREITO ELEITORAL
Concurso Nacional Unificado TSE 2023
A fonte formal é norma jurídica (Código Eleitoral, Lei das Eleições, Lei dos Partidos
Políticos, Resoluções do TSE/TRE).
Fontes primárias/secundárias:
Fontes diretas/indiretas:
Ainda dentro do assunto fontes, existem algumas discussões importantes, tais como
competência legislativa em matéria eleitoral, resoluções do TSE, medida provisória eleitoral,
consultas e conceitos jurídicos indeterminados.
A competência em matéria eleitoral é privativa da união. Não admite lei específica dos estados
(art. 22, parágrafo único, CF), em razão da natureza da legislação eleitoral, conforme já decidiu
o STF (ADI 1.381).
As Resoluções do TSE são fontes formais e diretas do Direito Eleitoral. São fontes
primárias/secundárias? As resoluções do TSE devem ser consideradas fontes secundárias do
direito eleitoral.
• Esse entendimento é reforçado por alteração promovida no Código Eleitoral no art. 23-A,
pela Lei 14.211/2021.
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É vedado à medida provisória dispor sobre direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral (art. 62, §1º, I, a, CF).
• no TSE, quando formuladas por autoridades de jurisdição federal ou por órgão nacional
de partido político; e
• no TRE, quando formuladas por autoridade pública ou partido político.
Sempre houve o entendimento de que consultas não possuem caráter vinculante. Contudo,
a Lei 13.165/2015 alterou o Decreto-Lei 4.657/1942 (a LINDB) para fazer constar
expressamente o caráter vinculante das consultas.
PRINCÍPIOS
As normas jurídicas são compostas por regras e princípios.
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O princípio da lisura das eleições impõe a atuação ética, correta e proba dos atores
envolvidos no processo eleitoral (art. 14, §9º, CF, e art. 23, LI).
O princípio da celeridade orienta que as decisões eleitorais devem ser imediatas, evitando-
se demoras para fases posteriores à data da diplomação.
O princípio da anualidade eleitoral indica que a lei que alterar o processo eleitoral entrará
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data
de sua vigência (art. 16, CF).
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São inconstitucionais, por violação ao art. 60, §4º, IV, da CF, propostas de emenda
constitucional que restrinjam ou pretendam abolir o princípio da anualidade eleitoral,
previsto no art. 16, da CF (ADI 3.685).
O princípio da moralidade eleitoral estabelece que apenas aqueles que tiverem uma
conduta ética e moral poderão concorrer a cargos políticos eletivos.
O princípio da soberania popular refere-se ao poder supremo que o Estado possui dentro
dos seus limites territoriais e, internacionalmente, refere-se a não sujeição a nenhum outro poder
no âmbito internacional.
• O Direito Eleitoral trata do exercício da soberania pelo povo brasileiro, pelos diversos
mecanismos previstos na Constituição Federal.
• Ao lado de povo e território, o governo soberano constitui elemento fundamental do
Estado.
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DIREITOS DE NACIONALIDADE
INTRODUÇÃO
A nacionalidade é condição de elegibilidade e, para compreendê-la, precisamos ficar atentos
a alguns conceitos importantes:
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uma série de direitos, mas deveres correspectivos. Entre esses direitos e deveres estão os
decorrentes da cidadania.
NACIONALIDADE BRASILEIRA
É brasileiro nato quem nasceu no Brasil. Há, contudo, três situações específicas:
Será considerado nato quem nascer no Brasil, desde que os pais estrangeiros não
estejam a serviço de seus respectivos países;
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Será considerado nato quem nascer no estrangeiro, porém, filho de pai e/ou mãe
brasileiros que estão no exterior a serviço do Brasil; e
Será considerado nato quem for nascido no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros, que
não estejam a serviço do Brasil, desde que:
* Em relação à terceira hipótese temos uma condição suspensiva (RE 418.096), dado que
é necessário ter capacidade para se manifestar. Não obstante isso, trata-se de direito
potestativo (AC 70-QO/2004). O procedimento judicial é de jurisdição voluntária.
A naturalização pode ser dar de forma tácita ou expressa. Neste caso, divide-se em ordinária
ou extraordinária.
A naturalização tácita envolve a fixação de uma data. Quem ingressou no território antes dela
é nacional, que ingressou após, não. Essa regra existiu na CF de 1891.
b) idoneidade moral.
c) requerimento do interessado.
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QUASE-NACIONALIDADE
Não é nacional, mas assegura direitos inerentes aos brasileiros.
Poderão votar e ser votados, logo exercem capacidade eleitoral ativa e passiva.
O procedimento abrange:
2º - portaria autorizadora;
Como regra não há diferença entre brasileiro nato e naturalizado. Se houver, entretanto,
somente pode ser fixada pela Constituição, não sendo admitida legislação infraconstitucional
nesse sentido.
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Ser cidadão é ter a capacidade de exercer, ativa e passivamente, seus direitos políticos.
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direito de petição (art. 5º, XXXIV, a): direito de peticionar aos Poderes Públicos em
defesa de direitos ou contra a ilegalidade ou o abuso de poder.
consulta popular (art. 14, §12): ocorrerão junto com as eleições municipais, versarão
sobre assuntos locais e serão aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à
Justiça Eleitoral até 90 dias antes das eleições.
ação popular (art. 5º, LXXIII): o cidadão poderá se valer, defendendo os interesses de
toda a coletividade, para controlar a legalidade de atos ou contratos administrativos, ou
impedir atos lesivos ao patrimônio público, de qualquer um dos poderes ou órgãos e
entidades vinculados ao Estado.
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recepção de votos, as respectivas urnas são remetidas à junta eleitoral para apuração. A partir
desse momento, inicia-se o escrutínio da eleição, ou seja, a apuração.
de igual valor cada voto possui mesmo peso (não há voto censitário)
livre pode-se escolher o candidato que desejar, protegido pelo caráter sigiloso do
voto.
O voto impresso, embora previsto na Lei das Eleições, teve sua eficácia suspensa por decisão
do STF, que entendeu, em decisão liminar, que a impressão do voto viola a liberdade e o caráter
secreto do voto, além de gerar insegurança e impor custos excessivos de implantação.
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Para aquisição dos direitos políticos, não basta ser brasileiro. Há necessidade de serem
preenchidas algumas condições, entre as quais o alistamento eleitoral.
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• inscrição: ato do juiz eleitoral que, após verificar os requisitos, defere o pedido
ao interessado e o inclui na lista geral de eleitores.
A capacidade eleitoral passiva, por sua vez, abrange o direito de ser votado.
Sobre o conscrito: o simples fato de a pessoa estar prestando serviço militar obrigatório
resulta na situação jurídica de conscrito.
A capacidade eleitoral passiva envolve a prerrogativa de ser votado, para o qual a Constituição
fixa como requisitos: a) observar as condições de elegibilidade; e b) não incorrer nas hipóteses
de inelegibilidades.
• requisitos de elegibilidade:
são disciplinados na Constituição e em leis ordinárias;
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• probidade administrativa;
• moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do
candidato;
• normalidade e a legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou
indireta.
inalistáveis
• estrangeiros
• conscritos
• privados dos direitos políticos (definitiva ou temporariamente)
• absolutamente incapazes
Ricardo Torques 17
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analfabetos
A inelegibilidade por razão funcional, segundo a qual admite-se apenas uma única
reeleição para os cargos do Poder Executivo.
** Para o vice, devemos ficar atentos à questão da substituição x sucessão para caracterizar
primeiro mandato: “enquanto a substituição tem sempre o caráter provisório e pressupõe
justamente o retorno do titular, a sucessão tem contornos de definitividade e pressupõe a
titularização do mandato pelo vice (único sucessor legal do titular), razão pela qual a
sucessão qualifica-se como exercício de um primeiro mandato, sendo facultado ao
sucessor pleitear apenas uma nova eleição.”. De todo modo, caso tenha sucedido, nada
impede de seincompatibilizar.
*** A vedação à sucessivas reeleições se aplica à chapa, não apenas ao titular. Desse
modo, o exercício de sucessivas vezes o cargo de vice não é admitido.
**** O exercício por duas vezes do cargo de vice não impede que agora a pessoa concorra
no cargo de titular, pois estará concorrendo a cargos diversos.
***** Após dois mandatos consecutivos, o titular não poderá se candidatar como vice do
cargo do qual era titular.
Ricardo Torques 18
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Parente, que eventualmente seria atingido pela inelegibilidade, não sofre qualquer
restrição, quando esse parente já for titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
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inelegibilidade do militar
3º Se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior
e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
# corrupção: ação daquele que promete, oferece, solicita ou recebe vantagem indevida; e
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legitimados: MP, partidos políticos, coligações e candidatos que tiverem concorrido às eleições.
A PcD não se enquadra mais no conceito de absolutamente incapazes do Código Civil, seja essa
deficiência temporária ou permanente;
A Justiça Eleitoral deve se organizar a fim de viabilizar a participação de pessoas com deficiência
no processo eleitoral. Inclusive, quanto ao exercício do voto, deve permitir que o deficiente vote
com auxílio de terceiro (pessoa de sua confiança).
Existe possibilidade de expedir quitação eleitoral com prazo de validade indeterminado pelo
Juiz Eleitoral caso, na prática, o alistamento ou o voto tornem-se impossíveis ou excessivamente
onerosos em razão da deficiência.
Ricardo Torques 21
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A perda (definitiva) dos direitos políticos se dá no caso de cancelamento da naturalização por sentença.
• Hipóteses:
o realização de atividades nocivas ao interesse nacional;
o aquisição de outra nacionalidade, exceto se houver reconhecimento da nacionalidade
originária pela lei estrangeira ou imposição de naturalização como condição para
permanência ou exercício de direitos civis no estrangeiro.
Exige-se renúncia aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
Afastamento definitivo.
PARTIDOS POLÍTICOS
São duas etapas para a constituição dos partidos políticos:
Ricardo Torques 22
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criação
fusão
incorporação
extinção
soberania nacional
regime democrático
pluripartidarismo
caráter nacional
prestação de contas
Não existe a obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas de âmbito nacional, estadual, distrital
ou municipal para a formação de coligações (verticalização partidária).
Fidelidade partidária
Ricardo Torques 23
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• caso seja ocupante de cargo político-eletivo escolhido pelo sistema majoritário (não há
perda do cargo);
• caso seja ocupante de cargo político-eletivo escolhido pelo sistema proporcional (perde-
se o mandato).
Para receber recursos do fundo e para ter direito de usar gratuitamente rádio e TV o partido deve:
obter, pelo menos, 3% dos votos válidos para a última eleição para a Câmara dos Deputados
distribuídos 1/3 das unidades da Federação com, no mínimo 2% dos votos em cada uma delas; ou
tiver, pelo menos, 15 Deputados Federais distribuídos em, pelo menos, 1/3 das unidades da
Federação.
30% do FEFC, da parcela do fundo partidário e do tempo gratuito de rádio e de TV devem ser
destinado às candidatas.
Ricardo Torques 24
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mandato: 4 anos
mandato de 4 anos
mandato de 4 anos
eleições de turno único para candidatos a cargo de vereador e prefeito em municípios com
200.000 ou menos eleitores
posse em 1º/1
Os servidores públicos eleitorais não podem pertencer a Diretório de partido político ou exercer
qualquer atividade partidária, sob pena de demissão.
4 anos
Ricardo Torques 25
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INTRODUÇÃO AO CE
Recepção do CE:
Assim, embora o Código Eleitoral tenha sido editado, na origem, como lei ordinária, foi
recepcionado pela Constituição de 1988 como lei complementar na parte que disciplina a
organização e a competência da Justiça Eleitoral.
As demais normas do Código Eleitoral permanecem como lei ordinária e devem ser
confrontadas com a legislação eleitoral, primeiramente em relação à CF e, na sequência, à Lei nº
9.504/1997 (Lei das Eleições) e à Lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos), para aferir se são
aplicáveis.
Para dar fiel execução às normas do CE, serão editadas Resoluções do TSE, as quais não podem tratar
de matéria relativa à organização dos partidos políticos (alteração pela Lei 14.211/2021).
Em relação à aquisição dos direitos políticos e capacidade eleitoral, os arts. 5º e 6º, do CE, têm
aplicabilidade prejudicada, prevalecendo a CF.
Ricardo Torques 26
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Em face da CF,
analfabetismo e não se expressar em língua portuguesa não são tidos como condições para o
alistamento;
os militares são alistáveis. Há, apenas, restrições para conscritos e para elegibilidade;
a obrigatoriedade do alistamento e do voto não limite “inválidos”, “quem estiver fora do país”,
“enfermos”, “que estiverem fora do domicílio” e “funcionários em serviço”.
quem não comparecer às urnas, deve justificar o voto no dia das eleições ou no prazo de 60
dias (se estiver no Brasil) ou de 30 dias (a contar do retorno para o país, se estiver no exterior).
quem não comparecer às urnas, não justificar ficará sujeito a multa entre 3 e 10% sobre 33,02
UFIR. Ainda, serão impostas outras sanções:
O alistado que não votar por três eleições consecutivas (cada turno, uma eleição), não pagar a
multa ou não justificar dentro de 6 meses, a contar data da última eleição em que deveria ter
comparecido, terá cancelada a inscrição.
Ricardo Torques 27
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Quem não se alistar até os 19 anos ou o naturalizado que não se alistar no prazo de 1 anos a
contar da aquisição da nacionalidade brasileira, incorreta em multa de 3 a 10% calculado sobre
33,02 UFIR.
A multa não se aplicada ao não alistado que requerer a inscrição eleitoral até 151º dia
antes das eleições (não é 101, em face do art. 91, da Lei 9.504/1997).
J USTIÇA ELEITORAL
NOÇÕES GERAIS
Instâncias:
O TSE é a instância máxima da Justiça Eleitoral, com jurisdição sobre todo o território nacional.
A segunda instância é composta pelos TREs, que estão presentes em cada um dos Estados, e
Distrito Federal, exercendo jurisdição sobre o território respectivo.
CARACTERÍSTICAS
Nosso sistema eleitoral é judicial.
A Justiça Eleitoral não se confunde com Justiça Comum (abrangida pela Justiça Estadual e pela Justiça
Federal), muito embora os juízes que integrem a área eleitoral sejam provenientes da Justiça Comum e
da Justiça Federal.
Nas Zonas Eleitorais, os integrantes vêm da Justiça Comum e, inclusive, cidadãos (nas Juntas).
Ricardo Torques 28
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Verifica-se periodicidade da investidura dos Juízes nas funções eleitorais: finalidade de evitar o contato
constante e perene do magistrado com o Poder, de modo a manter a imparcialidade de suas decisões.
zonas: Constituem a divisão da circunscrição em zonas, que podem, ou não, coincidir com a
delimitação territorial da Comarca, sob a jurisdição de um juiz eleitoral.
seções: São divisões da zona eleitoral para exercício de funções administrativas no dia das
eleições e para a votação.
Age de ofício.
Poder de polícia.
Função Jurisdicional: consiste na solução definitiva de conflitos de interesse que versam sobre matéria
eleitoral.
Função Consultiva: função atribuída ao TRE e ao TSE para responder a consultas formuladas pelas
partes interessadas no processo eleitoral.
Ricardo Torques 29
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Regras Gerais
Mandato de 2 anos.
Ininterrupto (eventuais afastamento como licenças e férias não levam à interrupção do tempo do curso
do mandato).
TSE
Regras de Composição
Composição
eleitos
* são membros de tribunal superior que não precisam de aprovação pelo Senado Federal.
Ricardo Torques 30
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Os membros provenientes do STF e do STJ são eleitos por votação secreta pelos próprios
Tribunais Superiores.
Dois membros são oriundos da advocacia e serão nomeados a partir de uma lista formada pelo
STF (“dois dentre 6 advogados” = duas listras tríplices).
Ricardo Torques 31
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a pedido do TRE
As decisões são tomadas por maioria de votos, desde que presentes a maioria dos membros
(instalação: ao menos, 4 Juízes; votação: maioria dos presentes).
Juízes do TSE
Procurador-Geral Eleitoral
Competência
Ricardo Torques 32
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10) Reclamações contra Min. TSE por processo não julgado (+ 30 dias) (*CNJ)
1) Crime eleitoral cometido por Ministro do TSE - STF (art. 102, I, c, da CF).
2) Crime eleitoral cometido por Juiz de TRE - STJ (art. 105, I, a, da CF).
3) Habeas corpus eleitoral contra Presidente da República - STF (art. 102, I, i, CF)
4) Habeas corpus eleitoral contra Ministro de Estado - TSE (art. 105, I, c, da CF, c/c art. 22, I, e, do
CE)
5) Habeas corpus eleitoral contra Tribunal do TRE - TSE (art. 22, I, e, do CE, c/c art. 121, §4º, da CF
- se denegatório)
7) Mandado de segurança contra ato de Ministro de Estado - STJ (art. 105, I, b, da CF)
9) Habeas corpus ou mandado de segurança eleitoral contra Juiz de TRE - pleno do TRE
respectivo (art. 21, VI, da Lei Complementar nº 35/1979 e Súmula TSE 34)
Ricardo Torques 33
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10) Habeas corpus contra ato do TSE - STF (art. 6º, I, a, RISTF)
12) Mandado de injunção contra norma regulamentadora da competência do TSE - STF (art. 102,
I, q, da CF)
14) Habeas data contra TSE - STF (art. 102, II, a, da CF)
15) Habeas data contra TRE (apenas denegatórios) - TSE (art. 121, §4º, V, da CF
Competência Recursal
A) Especial
B) Ordinário
Ricardo Torques 34
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Aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juízes dos Tribunais Regionais
Eleitorais.
Eleições:
A) regra
B) competência TSE: excepcionalmente, o TSE poderá determinar a nova data para a realização
das eleições presidenciais, em caso de anulação geral das eleições, para o cargo de Presidente
e vice-Presidente.
Ao TRE compete dividir a circunscrição em zonas eleitorais, bem como a criação de novas zonas.
A aprovação da divisão ou a criação de zonas será decidida pelo TSE.
Responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade
com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político.
Competência
Ricardo Torques 35
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10) Reclamações contra Min. TSE por processo não julgado (+ 30 dias) (*CNJ)
1) Crime eleitoral cometido por Ministro do TSE - STF (art. 102, I, c, da CF).
2) Crime eleitoral cometido por Juiz de TRE - STJ (art. 105, I, a, da CF).
3) Habeas corpus eleitoral contra Presidente da República - STF (art. 102, I, i, CF)
4) Habeas corpus eleitoral contra Ministro de Estado - TSE (art. 105, I, c, da CF, c/c art. 22, I, e, do
CE)
5) Habeas corpus eleitoral contra Tribunal do TRE - TSE (art. 22, I, e, do CE, c/c art. 121, §4º, da CF
- se denegatório)
7) Mandado de segurança contra ato de Ministro de Estado - STJ (art. 105, I, b, da CF)
9) Habeas corpus ou mandado de segurança eleitoral contra Juiz de TRE - pleno do TRE
respectivo (art. 21, VI, da Lei Complementar nº 35/1979 e Súmula TSE 34)
10) Habeas corpus contra ato do TSE - STF (art. 6º, I, a, RISTF)
Ricardo Torques 36
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12) Mandado de injunção contra norma regulamentadora da competência do TSE - STF (art. 102,
I, q, da CF)
14) Habeas data contra TSE - STF (art. 102, II, a, da CF)
15) Habeas data contra TRE (apenas denegatórios) - TSE (art. 121, §4º, V, da CF
Competência Recursal
A) Especial
B) Ordinário
Ricardo Torques 37
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Aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juízes dos Tribunais Regionais
Eleitorais.
Eleições:
A) regra
B) competência TSE: excepcionalmente, o TSE poderá determinar a nova data para a realização
das eleições presidenciais, em caso de anulação geral das eleições, para o cargo de Presidente
e vice-Presidente.
Ao TRE compete dividir a circunscrição em zonas eleitorais, bem como a criação de novas zonas.
A aprovação da divisão ou a criação de zonas será decidida pelo TSE.
Responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade
com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político.
TRE
Regras de Composição
Composição do TRE:
• 2 Desembargadores do TJ
• 2 Juízes de Direito
Ricardo Torques 38
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Aumentar?
Os advogados:
requisitos: a) idoneidade moral; b) notório saber jurídico; e c) 10 anos de atividade jurídica (Res.
TSE).
lista tríplice:
3º - encaminhada ao TSE
impugnação da lista: publicidade pelo TSE, impugnação pelo partido no prazo de 5 dias.
• ex-magistrados
• ex-membros do Ministério Público
cônjuge/companheiro
Ricardo Torques 39
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sejam proprietários ou sócios de empresa que seja beneficiária com subvenção, com privilégio,
com isenção ou com favor em razão de contrato com a Administração Pública; ou
Tanto os membros do TSE como do TRE, oriundos da advocacia, serão nomeados pelo Presidente da
República.
OAB não participa do procedimento de escolha dos membros da classe dos juristas dos TREs.
mandato
Corregedor-regional eleitoral
Ricardo Torques 40
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Deliberações:
regra: os TREs deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença da maioria
dos membros
quórum qualificado:
a) quórum de instalação: 7
b) quórum de votação: 4
• matérias:
o ações que importem cassação de registro
o ações que implicam a anulação geral de eleições
o ações que levem a perda de diplomas
Convocação de substituto
quando envolver julgamento de matéria para a qual se exige quórum qualificado, será
convocado o substituto obrigatoriamente.
Suspeição
O TRE será responsável por processar e julgar as arguições de suspeição contra: Juízes do TRE,
Procurador-Regional Eleitoral, servidores da Secretaria do Tribunal, Juízes Eleitorais e servidores
das Zonas Eleitorais.
Das decisões do TRE em matéria de suspeição, cabe recurso especial se a decisão for proferida
contra expressa disposição da CE, ou da lei, ou envolver decisões conflitantes entre TREs
Ricardo Torques 41
Professor de Direito Eleitoral 159
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Regras de Competência
Crimes eleitorais cometidos pelos juízes eleitorais são julgados pelo TRE.
Ricardo Torques 42
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responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade
pública ou partido político; e
dividir a respectiva circunscrição em zonas eleitorais, submetendo essa divisão, assim como a
criação de novas zonas, à aprovação do Tribunal Superior.
J UÍZES ELEITORAIS
Os Juízes Eleitorais exercem a jurisdição dentro do espaço geográfico delimitado pela Zona Eleitoral.
Competência (destaques)
ordenar o registro e a cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais e
comunicá-los ao Tribunal Regional.
J UNTAS ELEITORAIS
Composição
Ricardo Torques 43
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juiz de direito
Procedimento de escolha:
2º - 10 dias antes da nomeação divulga-se a lista para eventuais impugnações (no prazo de 3 dias)
não podem ser cônjuge/companheiro ou parente entre si (art. 64, da Lei nº 9.504/1997)
Competência
Ricardo Torques 44
Professor de Direito Eleitoral 159
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É o PGR
Procurador-Regional Eleitoral
exercício pelo Procurador Regional da República no Estado (se o estado for sede de TRF), caso
contrário, designar um Procurador da República para o exercício do cargo.
designação, pelo PGE, de um membro do Ministério Público Federal para que exerça a
substituição.
O PRE poderá designar promotor eleitoral para auxiliá-lo a partir dos membros do Ministério
Público Federal.
A LISTAMENTO ELEITORAL
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Alistamento eleitoral é o processo realizado para a aquisição da cidadania. Trata-se de pressuposto
objetivo da cidadania, que confere à pessoa a capacidade eleitoral ativa (ius suffraggi).
Ricardo Torques 45
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Uma vez qualificado e inscrito perante o juiz eleitoral, o eleitor passa a integrar ao corpo de
eleitores, podendo votar.
O domicílio eleitoral é o local onde o cidadão deve se alistar e o local onde poderá candidatar-se
a cargos eletivos.
Entre as condições de elegibilidade, está o domicílio eleitoral na circunscrição por, pelo menos,
seis meses (conforme alterado pela Reforma Eleitoral de 2017).
O conceito de domicílio eleitoral é mais flexível comparado às regras que definem o domicílio
civil.
O domicílio poderá ser, à escolha do interessado, qualquer um dos lugares em que mantenha
vínculo residencial, afetivo, familiar, profissional, comunitário ou de outra natureza que justifique a
escolha do município (art. 23, Res. TSE 23.659/21).
• Analfabetos;
• adolescentes entre 16 e 18 anos;
• maiores de 70.
Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiro, durante o período do serviço militar obrigatório,
os conscritos e aqueles que perderam os direitos políticos.
No caso de perda:
• é hipótese de inalistabilidade;
• gera o cancelamento do alistamento;
• não impede o alistamento, mas deve ser lançado o código ASE que indique impedimento
ao exercício do direito de votar.
Ricardo Torques 46
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A aquisição do gozo de direitos políticos por pessoa brasileira em Portugal não acarreta a
suspensão de direitos políticos ou o cancelamento da inscrição eleitoral e não impede o
alistamento eleitoral ou as demais operações do cadastro eleitoral.
• Admite-se a inscrição eleitoral do menor aos quinze anos de idade, desde que complete
16 anos antes do pleito, pois o último dia para comparecer para efetuar o alistamento é o
centésimo quinquagésimo primeiro dia antes do pleito, já que no centésimo
quinquagésimo dia não será recebida a inscrição eleitoral.
• Temos uma regra que gera efeito suspensivo na inscrição eleitoral. Somente com 16 anos
completos a inscrição eleitoral produzirá plenos efeitos e o jovem poderá exercer a cidadania.
Não aplicação de multa ao brasileiro nato que alistar-se até os 19 anos e ao naturalizado que se
alistar até um ano após adquirida a nacionalidade.
ALISTAMENTO ATÉ OS 19 ANOS: o sujeito que não se alistar até os 19 anos de idade sofrerá multa
a ser aplicada pelo Juiz Eleitoral. Não se aplicará a pena ao não alistado que requerer sua inscrição
eleitoral até o centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior à eleição subsequente à data em que
completar 19 anos.
A multa também não será aplicada para a pessoa que declarar, perante qualquer juízo eleitoral, sob
as penas da lei, seu estado de pobreza.
PROCEDIMENTOS DO CADASTRO
Diretrizes do procedimento:
Ricardo Torques 47
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direito à autodeclaração;
ALISTAMENTO: hipóteses:
Ricardo Torques 48
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TRANSFERÊNCIA: utilizada para alterar o domicílio eleitoral constante do cadastro, ainda que haja
eventual correção de informações.
REVISÃO: utilizada pelo eleitor que necessitar alterar o local de votação dentro do mesmo
município, com ou sem alteração da zona eleitoral; para retificar dados pessoais; e para regularizar a
situação de inscrição cancelada.
2ª VIA: utilizada quando o eleitor, devidamente inscrito e em situação regular, requerer a segunda
via do título eleitoral, sem qualquer alteração.
T ÍTULO ELEITORAL
O título é o documento que atesta o alistamento eleitoral, habilitando o cidadão a exercer o direito de
voto.
alistamento;
transferência;
revisão;
segunda via.
O título de eleitor é documento pessoal e não poderá ser entregue a terceiro, nem mesmo por meio
de procuração.
Portanto, nos 150 dias anteriores ao pleito, até a conclusão dos trabalhos de apuração em âmbito
nacional, não serão recebidos requerimentos de alistamento ou de transferência. Com a processamento
dos dados de eleição, são aceitos novamente pedidos de alistamento e de transferência.
Ricardo Torques 49
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portar o título eleitoral é dispensável no dia das eleições para o exercício do voto.
O eleitor ou a eleitora que tenha biometria registrada na Justiça Eleitoral poderá utilizar a via
digital do título de eleitor como identificação para fins de votação.
ASE
O "Manual ASE" fixa os códigos a serem alimentados no sistema (Provimento CGE nº 6/2009).
Procedimento:
4º - lançar a informação da data da ocorrência, a data da determinação pelo Juiz Eleitoral para
restabelecimento da inscrição.
A LISTAMENTO INICIAL
Quando o eleitor comparece à JE para se inscrever pela primeira vez, quando não for encontrada
inscrição anterior ou quando houver decisão de exclusão da inscrição do Juiz Eleitoral.
a) carteira de identidade
Ricardo Torques 50
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b) carteira profissional
e) instrumento público do qual conste a idade mínima de 15 anos e demais elementos necessários
ao alistamento
• certidão de nascimento/casamento
# passaporte (não tem filiação, se anteriores a 2015) e CNH (não há nacionalidade) não são aceitos.
Ricardo Torques 51
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# CTPS (era pela MP 905/2019, mas não foi convertida em Lei) O TSE aceita como documento para
identificação para votar, mas há divergência quanto à possibilidade de ser utilizado o documento
para alistamento.
Atendimento presencial:
O Servidor irá preencher o RAE com as informações prestadas pelo eleitor, prestando qualquer
esclarecimento necessário;
O eleitor fará a verificação dos dados e caso seja necessário o atendente fará a leitura dos dados
para conferência;
Caso seja utilizado o sistema biométrico não será necessário a assinatura no formulário, pois
ela será suprida pela assinatura digital;
Caso não seja utilizado o sistema biométrico o RAE deverá ser impresso e deve ser colhida a
assinatura ou digital. Não sendo possível o atendente deverá fazer constar o motivo da
impossibilidade.
Procedimento:
1. Comparecimento do eleitor
2. Perguntas objetivas para o preenchimento do RAE e esclarecimentos
3. Verificação dos dados pela pessoa atendida
4. a pessoa será informada de que o deferimento fica sujeito à verificação, pelo juízo eleitoral
5. o título eleitoral será expedido e entregue à pessoa, salvo se for por ela dispensado o recebimento
do documento.
6. Submissão a despacho do juiz (na prática, a conferência é efetuada pelo próprio servidor)
Recurso:
Ricardo Torques 52
Professor de Direito Eleitoral 159
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b) do deferimento por qualquer partido ou pelo Ministério Público Eleitoral no prazo de 10 dias, a
contar sempre do 1º e 15º dias de cada mês.
* a PcD pode ser: capaz (ainda que esteja sob regime de tomada de decisão apoiada) ou
relativamente incapaz (mediante curatela), Em nenhum caso, haverá impedimento para o
alistamento.
* O CE prevê seções específicas para cegos (art. 50, CE), mas isso é discriminatório e vedado pela
Estatuto da Pessoa oom Deficiência (art. 76, 1, I, Lei 13.145 e art. 14 Res TSE 23.659/21)
T RANSFERÊNCIA
Utilizada sempre que o eleitor desejar alterar o domicílio (leia-se, mudar o município).
Ricardo Torques 53
Professor de Direito Eleitoral 159
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Requisitos:
Observações:
Há regra específica para (e membros da família) não precisa comprovar, se for removido ou transferido
ou tomar posse:
1) 3 meses de domicílio; e
Recurso:
b) do deferimento por qualquer partido ou pelo Ministério Público Eleitoral no prazo de 10 dias, a
contar sempre do 1º e 15º dias de cada mês.
Ricardo Torques 54
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2ª V IA
Requerimento de expedição de novo título pelo extravio do anterior.
Permite-se a emissão da segunda via ainda que a inscrição esteja suspensa ou que haja pendências
quanto ao regular comparecimento às urnas ou atendimento a convocações para auxiliar nos trabalhos
eleitorais.
Pode requerer, no domicílio eleitoral, até 10 dias antes das eleições ou, se estiver fora, deverá requerer
com a antecedência de 60 dias.
Requisitos:
Ainda que haja pendências quanto ao comparecimento às urnas ou para auxiliar nos trabalhos
eleitorais
Ricardo Torques 55
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REVISÃO
Utilizada para a alteração do local de votação (dentro do mesmo município, com ou sem mudança de
Zona Eleitoral), para a retificação de dados pessoais e para a regularização de inscrição cancelada.
são indicados:
• 3 delegados por Zona Eleitoral; e
• 4 delegados por TRE.
A competência para regulamentar a administração de dados do cadastro eleitoral é do TSE,
definindo acesso às informações.
As informações do cadastro eleitoral poderão ser acessadas pelas instituições púbicas e privadas
e, inclusive, às pessoas físicas de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados.
Na divulgação de informações estatísticas não podem constar dados pessoais dos eleitores.
Ricardo Torques 56
Professor de Direito Eleitoral 159
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A Lei dos Partidos Políticos assegura acesso pleno, pelos órgãos nacional e estaduais, às informações
dos filiados ao respectivo partido político (art. 19, §§ 3 e 4)
O cadastro eleitoral permanecerá fechado nos 150 dias que antecede a data das eleições. Logo, o
último dia para requerer o alistamento inicial e a transferência é o 151º dia antes da data designada para
as eleições.
folha de votação: é um documento no qual consta a lista dos eleitores regulares e liberados
para votar, no dia das eleições.
Há empresas que podem ser conveniadas para execução de serviços relativos ao cadastro eleitoral,
quais sejam:
A administração do cadastro eleitoral compete a cada um dos TRE, sob a orientação e a supervisão
do TSE. Fixa-se, ainda, que o TRE poderá firmar convênios com empresas para auxiliar na execução
dos serviços, vedando-se a utilização, por parte das empresas contratadas, dos dados e das
informações constantes do cadastro eleitoral.
Se o eleitor estiver no exterior, a justificativa deve ser apresentada no prazo de 30 dias a contar do
retorno ao Brasil.
REGULARIZAÇÃO DO CADASTRO
Ricardo Torques 57
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falecimento;
não comparecer às urnas por três eleições consecutivas, sem justificar ou pagar a multa no
prazo de 60 dias.
Enquanto não for definitiva a decisão acerca do cancelamento ou exclusão da inscrição, o eleitor
poderá continuar votando regularmente
3º - cancela-se aquela cujo título não tenha sido utilizado para votar
Ricardo Torques 58
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• Retirada do eleitor do cadastro eletrônico de eleitores com registro da ocorrência que será
anexado ao processo de cancelamento;
• Registro da ocorrência em livro próprio;
• Exclusão da inscrição da lista de eleitores;
• Anotação dos claros nas pastas de votação (ocorre eletronicamente); e
• Comunicação do TRE para anotações próprias.
O batimento é feito de forma centralizada pelo TSE sobre todo o cadastro eleitoral e pelo
servidor ao utilizar das operações de alistamento, de transferência e de revisão.
duplicidade/pluralidade/incoincidência:
2 - Em seguida, a Justiça Eleitoral notificará o eleitor para que ele, no prazo de 20 dias, a
contar da realização do batimento, compareça ao cartório para regularizar a situação
eleitoral.
• transferência
• revisão
• segunda via
• juiz eleitoral: será competente para as inscrições que estiverem apenas sob sua jurisdição.
Para tanto, as inscrições dúplices e plúrimas devem ser todas dentro da mesma Zona
Eleitoral. Será competente para tratar de inscrições atribuídas a gêmeos, desde que
domiciliados na mesma Zona Eleitoral.
Ricardo Torques 59
Professor de Direito Eleitoral 159
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Em matéria penal, a competência será do Juiz Eleitoral da inscrição mais recente em caso de
duplicidade ou de pluralidade fraudulenta.
O juiz eleitoral, a depender do caso, arquiva o procedimento ou encaminha ao MPE para início
à ação penal.
hipóteses:
3º - eleitorado for superior a 80% da população projetada para aquela zona eleitoral
pelo IBGE
Não se fará revisão em ano eleitoral, salvo em casos excepcionais ou quando o procedimento
tiver sido iniciado no ano anterior.
Ricardo Torques 60
Professor de Direito Eleitoral 159
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• O prazo do procedimento revisional será previsto no ato que determina sua realização
mas será no mínimo de 30 dias.
• O prazo para conclusão não pode ultrapassar 31 de março do ano eleitoral.
• Prazo de 30 dias para que ela inicie.
• Ampla divulgação pelo prazo de 30 dias.
• Possibilidade de prorrogação por mais tempo, desde que requerido pelo Juiz Eleitoral ao
TRE respectivo com 5 dias de antecedência, a contar do término do prazo inicialmente
fixado.
A revisão será controlada pelo juiz eleitoral e fiscalizada pelo Ministério Público.
O Juiz eleitoral poderá requisitar, das repartições públicas locais, servidores para auxiliar nos
trabalhos de revisão.
O juiz eleitoral proferirá única sentença, em regra no prazo de 10 dias, abrangendo todo o
município, no qual relacionará todas as inscrições canceladas e, posteriormente, dará publicidade.
Decorrido o prazo recursal, o juiz eleitoral fará relatório acerca da revisão, que será
encaminhado à Corregedoria-Regional.
INELEGIBILIDADE
CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE
As condições de elegibilidade próprias são:
Ricardo Torques 61
Professor de Direito Eleitoral 159
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nacionalidade brasileira
alistamento eleitoral
domicílio eleitoral
filiação partidária
idade mínima
O pleno exercício dos direitos políticos é condição de elegibilidade. E não as preenche quem:
é incapaz civilmente de forma absoluta (art. 15, II, da CF, embora, na prática, não tenha efeito)
se recusar a cumprir obrigação a todos imposta e prestação alternativa (art. 15, IV, da CF)
O alistamento, como condição de elegibilidade, indica que apenas aqueles que possuem capacidade
eleitoral ativa poderão adquirir capacidade eleitoral passiva.
Ricardo Torques 62
Professor de Direito Eleitoral 159
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O domicílio indica que somente poderá concorrer às eleições na circunscrição eleitoral em que for
domiciliado há, pelo menos, seis meses antes do pleito.
A filiação partidária constitui vínculo jurídico entre o cidadão e a entidade partidária. A prova da
filiação partidária se dá:
pelos partidos políticos que indicam, toda segunda semana dos meses de abril e de outubro, a relação
dos filiados;
na omissão no banco de dados formado a partir da indicação dos partidos, a prova de filiação partidária
pode ser realizada por outros elementos de convicção, salvo quando se tratar de documentos produzidos
unilateralmente, destituídos de fé pública.
Duas peculiaridades:
a) magistrados;
b) membros do MP; e
c) Min. do TCU.
18 anos: Vereador
Ricardo Torques 63
Professor de Direito Eleitoral 159
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a) nacionalidade brasileira;
c) alistamento eleitoral; e
data do pleito:
b) filiação partidária
data da posse, para a idade mínima para todos os cargos, exceto para o cargo de vereador
A competência é do:
Como constitui condição de elegibilidade com fundamento constitucional, caso não haja
arguição, será possível voltar ao tema em AIRC como no RCED.
INELEGIBILIDADES
As inelegibilidades têm por finalidade:
Ricardo Torques 64
Professor de Direito Eleitoral 159
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Inelegibilidades constitucionais
estrangeiros; e
O exercício de mandato eletivo não é circunstância capaz, por si só, de comprovar a condição
de alfabetizado do candidato.
Ricardo Torques 65
Professor de Direito Eleitoral 159
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* Evidentemente que esse teste não pode ferir a dignidade humana e deve ser realizado de
forma reservada.
Será considerado inelegível o candidato que não conseguir esboçar um mínimo de sinais
gráficos compreensíveis.
Será considerado inelegível o candidato que não conseguir ler, ainda que um texto simples.
O fato de o candidato ter sido eleito e exercido mandato anterior não implica dizer
necessariamente que ele preenche o requisito da alfabetização.
O instituto da reeleição atinge, pela literalidade do dispositivo da CF, o vice que substituiu ou
sucedeu o titular no curso do mandato.
• Constitui técnica fraudulenta para inibir a vedação ao terceiro mandato consecutivo (art.
14, §5º).
• Constitui desvio de finalidade da fixação do domicílio eleitoral.
Ricardo Torques 66
Professor de Direito Eleitoral 159
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A desincompatibilização aplica-se tão somente para ocupar outro cargo. Desse modo, em
caso de reeleição, não é necessário desincompatibilizar-se.
A inelegibilidade reflexa NÃO é afastada pela morte como regra, mas será afastada caso o
titular falecido estivesse no primeiro mandato e venha a falecer em até seis meses antes das
eleições, pois, nesse caso, não configuraria o terceiro mandato familiar consecutivo.
Ricardo Torques 67
Professor de Direito Eleitoral 159
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INELEGIBILIDADES INFRACONSTITUCIONAIS
Introdução e Classificação
absolutas (art. 1º, I, "a" até "q", da Lei de Inelegibilidade): ensejam impedimento para
qualquer cargo político-eletivo.
Quem perdeu o mandato parlamentar (deputado federal, deputado estadual, senador e vereador) por
FALTA DE DECORO OU POR CONDUTAS INCOMPATÍVEIS com o exercício da função, pelo restante
do mandato até 8 anos após o término.
Ricardo Torques 68
Professor de Direito Eleitoral 159
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Quem for condenado em ação eleitoral por ABUSO DE PODER ECONÔMICO OU POLÍTICO, a contar
da sentença transitada em julgado ou da decisão por órgão colegiado, pelo prazo de oito anos, a contar
das eleições em que o ilícito foi praticado.
Quem praticar os CRIMES abaixo descritos, desde a condenação transitada em julgado ou proferida
por órgão colegiado pelo tempo que durar os efeitos da pena até oito anos após a extinção da pena.
crime falimentar
crime de tráfico
Ricardo Torques 69
Professor de Direito Eleitoral 159
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Concurso Nacional Unificado TSE 2023
crime de racismo
crime de tortura
crime de terrorismo
crimes hediondos
** no caso de prescrição da pretensão punitiva, o prazo de oito anos começa a contar da prescrição
efetivamente, não da declaração judicial.
*** não cabe à Justiça Eleitoral verificar a prescrição da pretensão punitiva em pedido de registro
de candidatura.
Quem foi declarado INDIGNO DO OFICIALATO, ou com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 anos.
Não será aplicada a inelegibilidade por REJEIÇÃO DE CONTAS se não houver a imputação do
débito ou se o responsável for sancionado apenas com multa.
Condições: prestação de contas > rejeição das contas > irregularidade insanável > ato doloso
> decisão irrecorrível.
Ricardo Torques 70
Professor de Direito Eleitoral 159
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decisão por órgão colegiado, pelo prazo de oito anos, a contar das eleições em que o ilícito foi
praticado.
QUEM PRATICAR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA por ato doloso (intencional) que
impor em enriquecimento ilícito ou lesão ao erário, desde o trânsito em julgado ou decisão coletiva
até oito anos após a cessão dos efeitos da condenação por improbidade.
Quem for DEMITIDO DO SERVIÇO PÚBLICO (por decisão administrativa ou judicial), desde a
condenação até o decurso do prazo de oito anos.
Quem efetuar DOAÇÃO ILEGAL PARA ELEIÇÕES, desde a condenação transitada em julgado ou
decisão colegiada até o período de oito anos, a contar da decisão.
Ricardo Torques 71
Professor de Direito Eleitoral 159
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* ou incompatibilidades
Ricardo Torques 72
Professor de Direito Eleitoral 159
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Ricardo Torques 73
Professor de Direito Eleitoral 159
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Regras Específicas
a candidatura pode ser obstada por inelegibilidade constitucional (não sujeita a prescrição);
a candidatura pode ser obstada por inelegibilidade constitucional (não sujeita a prescrição)
Ricardo Torques 74
Professor de Direito Eleitoral 159
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A RGUIÇÕES DE INELEGIBILIDADE
TSE:
• Presidente
• vice-Presidente
TRE
• Senador
• Deputado Federal
• Deputado Estadual
• Governador
• vice-Governador
juiz eleitoral
• Prefeito
• vice-Prefeito
• Vereador
será ajuizada em petição fundamentada, com especificação das provas, sendo, em relação às
testemunhas, limitada a 6.
quando for apenas matéria de direito, o julgamento se dá conforme o estado do processo. Caso
contrário, haverá 4 dias para instrução.
as diligências serão feitas nos 5 dias subsequentes, com depósito de eventuais documentos em
poder de terceiros e oitiva de testemunhas referidas.
Ricardo Torques 75
Professor de Direito Eleitoral 159
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A competência para julgamento será dos corregedores, os quais podem conferir decisão liminar
para suspender o ato que deu ensejo à AIJE.
A instrução se dá nos 5 dias seguintes, com diligência e oitiva de testemunha (inclusive referidas)
e ofício para documentos em poder de terceiros.
As alegações finais são ofertadas no prazo comum de 2 dias. No TRE/TSE há, ainda, 48 horas
para parecer dos procuradores.
PARTIDOS POLÍTICOS
CONCEITUAÇÃO
organização estável.
Ricardo Torques 76
Professor de Direito Eleitoral 159
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constituído com propósito perene, ou seja, para durar ao longo dos anos.
não se confundem com facções, clubes, grupos etc., em razão da estabilidade, da estrutura e
da organização.
soberania nacional
regime democrático
pluripartidarismo
caráter nacional
prestação de contas
funcionamento parlamentar
Ricardo Torques 77
Professor de Direito Eleitoral 159
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Veda-se a extinção automática do órgão e cancelamento do seu CNPJ por ter o prazo de
vigência se exaurido.
NATUREZA J URÍDICA
Devem registrar o documento inicial de constituição – estatuto – no serviço de registro civil de pessoas
jurídicas no local da sede do partido.
Não obstante tratar-se de pessoa jurídica de direito privado, é possível a utilização do mandado de
segurança contra representantes ou órgãos de partidos políticos.
Por se tratar de pessoa de direito privado, eventuais lides judiciais relativas ao partido político
tramitarão pela Justiça Comum, como regra.
CRIAÇÃO E REGISTRO
1. Deve obter a assinatura com a indicação do título eleitoral de, ao menos, 0,5% do número
de votos computados para a última eleição para a Câmara dos Deputados. NÃO são
levados em consideração os votos nulos e brancos, apenas os votos válidos.
2. As assinaturas acima devem ser registradas em, pelo menos, 1/3 dos Estados-membros
brasileiros.
3. Cada um desses Estados deverá computar, pelo menos, 0,1% do eleitorado recebido no
Estado para a Câmara dos Deputados.
Ricardo Torques 78
Professor de Direito Eleitoral 159
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Concurso Nacional Unificado TSE 2023
* A assinatura do cidadão, em apoio à criação do partido político, não constitui ato de filiação ao
partido político. Assim, o cidadão que assina a lista não está filiado ao partido em formação.
* Partido político em processo de registro na Justiça Eleitoral tem direito de obter lista de eleitores,
com os respectivos números do título e zona eleitoral.
* Não é possível que eleitores com cadastro em situação irregular assinem lista de apoio para
criação de partido.
CONSEQUÊNCIA DO REGISTRO
Com o registro, o partido adquire validade eleitoral e, em face disso, poderá participar do
pleito eleitoral, registrando candidatos para disputar as eleições.
Poderá, ainda:
* Não é na criação do partido como pessoa jurídica de direito privado que se garante a
exclusividade de denominação, de sigla e de símbolos, mas o registro no TSE.
PROCEDIMENTO DE REGISTRO
O registro civil deve ser subscrito (assinado) por, no mínimo, 101 fundadores, com domicílio em, pelo
menos, 1/3 dos Estados-membros.
exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto;
Ricardo Torques 79
Professor de Direito Eleitoral 159
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Ao registrar no TSE, deve ser comprovado o apoiamento mínimo. O partido político em formação, no
prazo de até 100 (cem) dias contados da obtenção do seu registro civil, deve informar ao Tribunal
Superior Eleitoral a sua criação.
É inadmissível a prova por intermédio de listas pela internet, tais como o site de petições
da comunidade Avaaz (www.avaaz.org), amplamente divulgado nas mídias sociais
atualmente.
Não se admite eleitores com cadastro em situação irregular assinarem lista de apoio
para criação de partido.
Os partidos, assim que constituídos, podem exercer a função fiscalizadora, podendo credenciar
delegados, que representaram o partido perante juízes, TREs e TSE.
Ricardo Torques 80
Professor de Direito Eleitoral 159
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Devem cumprir todas as normas que regem o funcionamento parlamentar e a fidelidade partidária;
O estatuto deverá conter regras para a composição de listas para as eleições proporcionais, que
vinculará a escolha de candidatos da federação em todos os níveis.
FILIAÇÃO
A filiação é condição de elegibilidade, que requer pleno gozo dos direitos políticos e atender às
regras previstas no estatuto.
O tempo mínimo de filiação partidária foi reduzido de 1 ano para 6 meses. Não obstante, o estatuto do
partido poderá estabelecer um tempo superior de filiação.
A comunicação da filiação será automática. Contudo, o TSE faculta a prova da filiação por outros
elementos.
morte;
Ricardo Torques 81
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RESUMÃO DE DIREITO ELEITORAL
Concurso Nacional Unificado TSE 2023
filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva zona
eleitoral.
Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral
determinar o cancelamento das demais.
A desfiliação é feita pelo cidadão, devendo comunicar o órgão de direção municipal respectivo e o
Juiz eleitoral da zona onde estiver inscrito.
FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR
A cláusula de barreira previa apoio mínimo de 5% para cada eleição para a Câmara dos Deputados,
sem considerar votos brancos e nulos, para que o partido tenha direito ao funcionamento parlamentar foi
considerada inconstitucional.
Com a EC nº 97/2017 foram criadas condições para o recebimento de recursos do Fundo Partidário
e acesso gratuito ao rádio e à TV.
• obter, pelo menos, 3% dos votos válidos para a última eleição para a Câmara dos Deputados
distribuídos 1/3 das unidades da Federação com, no mínimo 2% dos votos em cada uma delas;
OU
• tiver, pelo menos, 15 Deputados Federais distribuídos em, pelo menos, 1/3 das unidades da
Federação.
* Progressão da EC:
2018 => 1,5% dos votos válidos + 1/3 das UF + 1% em cada uma delas OU 9 Deputados Federais
+ 1/3 das UF;
2022 => 2% dos votos válidos + 1/3 das UF + 1% em cada uma delas OU 11 Deputados Federais
+ 1/3 das UF;
2026 => 2,5% dos votos válidos + 1/3 das UF + 1,5% em cada uma delas OU 13 Deputados Federais
+ 1/3 das UF;
2030 => 3% dos votos válidos + 1/3 das UF + 2% em cada uma delas OU 15 Deputados Federais
+ 1/3 das UF
Ricardo Torques 82
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Concurso Nacional Unificado TSE 2023
PROGRAMA E ESTATUTO
por programa compreende-se a enumeração dos propósitos do partido político, o qual define
os objetivos políticos;
por estatuto compreende-se o regulamento que rege o partido político, que, entre outras
regras, fixa a estrutura interna, a organização e o funcionamento da agremiação.
Não é possível estabelecer direitos específicos para determinadas categorias de membros do partido
político (consequência da eficácia horizontal dos direitos fundamentais).
O TSE somente poderá, em caso de alteração do estatuto, analisar as normas que foram objeto de
alteração (EC 111/2021).
finanças e contabilidade;
FIDELIDADE PARTIDÁRIA
Ricardo Torques 83
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ampla defesa; e
DESFILIAÇÃO
Uma vez eleito, o detentor de mandato político-eletivo deve respeitar o programa e a ideologia do
partido que o escolheu em convenções como candidato.
Sem que o partido político dê causa a essa desfiliação, será denominada de desfiliação imotivada.
Consequências da desfiliação imotivada (após ADI 5.081, alterações promovidas pela Lei 13.165/2015,
Súmula TSE 67):
se o partido político praticar grave discriminação política contra o detentor do cargo político
eletivo, ele poderá se desfiliar sem consequência para o seu mandato.
se o detentor do cargo político eletivo decidir mudar de partido no período de 30 dias antes do
prazo de seis meses de filiação, quando próximo do término do mandato, também não haverá
perda do cargo político eletivo. Trata-se da janela de desfiliação.
se o partido não preencher os requisitos do §3º do art. 17 da CF (partido sem direito a Fundo
Partidário e acesso gratuito a rádio e TV por não atingir 3% dos votos válidos distribuídos em pelo
menos 1/3 das unidades da federação, sendo cada uma delas com mínimo de 2% dos votos ou
não tiverem elegido pelo menos 15 deputados em, pelo menos, 1/3 das unidades da federação).
Ricardo Torques 84
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A incorporação ou a fusão de partido político deixa de ser hipótese que justificava a desfiliação.
A criação de partido político também deixa de ser hipótese que justifica a desfiliação.
No caso de dissolução e de incorporação, o partido que foi dissolvido e o partido que foi
incorporado deixam de existir.
Tanto a incorporação como a fusão dependem de decisão dos órgãos de direção nacional dos
partidos envolvidos.
Para a fusão/incorporação deve haver o registro perante o TSE há, pelo menos, 5 anos.
Vedada a aplicação de penalidades ao partido incorporador e aos seus dirigentes, salvo se estes
faziam parte do partido anterior que foi incorporado.
Sobre a FUSÃO:
É necessário votar um novo estatuto e um novo órgão de direção, cuja escolha será dada pela
maioria absoluta dos órgãos nacionais dos partidos envolvidos;
Sobre a INCORPORAÇÃO
Compete à agremiação a ser incorporada votar, por maioria absoluta, sobre a adoção do
estatuto e do programa do outro partido.
Após a averbação civil, será necessário registrar as informações perante o TSE para conferir
validade eleitoral ao procedimento.
Ricardo Torques 85
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Em relação à extinção:
A extinção de partidos políticos poderá decorrer da fusão ou da incorporação, bem como por
decisão do próprio partido político ou por determinação do TSE.
O processo de cancelamento no TSE pode ser iniciado por denúncia do eleitor, ação de outro
partido ou do PGE).
O partido político deverá encaminhar anualmente à Justiça Eleitoral, até o dia 30 de junho,
o balanço contábil do ano anterior.
O balanço contábil do órgão nacional será encaminhado ao TSE, o do órgão regional ao TRE
e o do órgão municipal aos Juízes Eleitorais.
Se a inscrição perante a Receita Federal do órgão municipal estiver desativada por ausência
de prestação de contas, a apresentação da declaração será o suficiente para que a inscrição
CNPJ seja regularizada; e
Ricardo Torques 86
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A prestação de contas à Justiça Eleitoral não pode implicar análise das atividades político-
partidárias ou qualquer interferência em sua autonomia.
Para exame da documentação, a Justiça Eleitoral poderá requisitar técnico do TCU ou dos
TCEs.
15 dias após a publicação das contas, os demais partidos terão prazo de 5 dias para
impugnar as contas do partido adversário.
No caso de recebimento de recursos vedados (art. 31, LPP), fica suspensa a participação no
Fundo Partidário por um ano;
No caso de recebimento de doações cujo valor ultrapasse os limites previstos no art. 39, § 4º,
fica suspensa por dois anos a participação no Fundo Partidário e será aplicada ao partido multa
correspondente ao valor que exceder aos limites fixados.
Observações:
Ricardo Torques 87
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• A multa (de até 20%) será aplicada de forma razoável e o pagamento será efetuado por
intermédio de descontos futuros nas quotas do Fundo a que teria direito.
• É impossível a assunção de despesas dos diretórios estaduais ou municipais pelo diretório
nacional, EXCETO as essenciais à manutenção de sedes e de serviços do partido.
• No segundo semestre do ano eleitoral o partido, que teve suas contas desaprovadas,
continuará recebendo os recursos do Fundo Partidário de forma integral.
Conduta dolosa
* A responsabilidade deve atingir apenas o dirigente que estava à frente do órgão partidário na
época do fato.
* Caso fique provada a responsabilidade (civil e criminal) do dirigente, o partido político, por
esse fato, não será punido, ou seja, continuará a receber recursos do fundo partidário.
FUNDO PARTIDÁRIO
• multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis conexas;
• recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente ou eventual;
• doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos bancários
diretamente na conta do Fundo Partidário;
• dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de
eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária,
multiplicados por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.
• Qualquer das três esferas do partido (nacional, regional ou municipal) poderá receber
valores.
• Os valores recebidos devem ser informados ao órgão superior do partido, bem como à
Justiça Eleitoral, indicando, inclusive, a destinação conferida ao dinheiro.
Ricardo Torques 88
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• 5% - Divididos em partes iguais entre os partidos políticos que façam jus ao Fundo
Partidário conforme regras constitucionais.
• 95% - Distribuídos aos partidos de acordo com a proporção dos votos recebidos nas
últimas eleições para a Câmara dos Deputados.
Os votos recebidos por candidata mulher e por candidato negro serão contados em dobro
para fins de distribuição de recursos de fundão Partidário e FEFC (regra transitória até 2030,
dada pela EC 111/21).
Ricardo Torques 89
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PROPAGANDA PARTIDÁRIA
OBSERVAÇÃO INICIAL: Importante destacar que os arts. 45 a 49 da Lei dos Partidos
Políticos foram revogados pela Lei 13.487/2017 extinguindo a propaganda partidária, que
é aquela que ocorre em períodos não eleitoral e que tem por finalidade divulgar o trabalho
realizado pelos partidos políticos. A lei 14.291/2022 acrescentou os artigos 50-A ao 50-E
a Lei dos Partidos Políticos trazendo de volta a propaganda partidária gratuita mediante
transmissão no rádio e na televisão.
Ricardo Torques 90
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As inserções não podem ser exibidas de forma sequenciada, é preciso respeitar um intervalo
de 10 minutos entre cada veiculação.
No mínimo 30% (trinta por cento) do tempo deverá ser utilizado para a promoção e à difusão
da participação política das mulheres.
O tempo de propaganda partidária é definido de acordo com a cláusula de barreira (do art.
17, §3º, CF):
Ricardo Torques 91
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SISTEMAS ELEITORAIS
Os sistemas eleitorais constituem um conjunto de procedimentos para determinar quem exercerá
a representação do povo.
Temos três sistemas eleitorais: majoritário, proporcional e misto. E NO BRASIL? Adotamos o SISTEMA
MAJORITÁRIO e o SISTEMA PROPORCIONAL. Não adotamos o sistema misto.
No primeiro caso, para ser considerado eleito, o candidato deverá atingir mais da metade
dos votos de todo o corpo eleitoral.
No segundo caso, para ser considerado eleito, o candidato deverá atingir a maioria dos
votos em relação aos seus concorrentes. É bem simples, vejamos!
E se no município houver exatamente 200.000 eleitores? Será um único turno! Notem que
o dispositivo constitucional refere-se a “MAIS de 200.000 mil eleitores”. Logo, com 200 mil adota-
se o sistema majoritário de único turno.
Ricardo Torques 92
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• falecer
• desistir
• houver impedimento legal
• até 6 meses antes do pleito: tenha registrado, junto ao TSE, seu estatuto
• até a data da Convenção: tiver órgão de direção constituído na circunscrição em que
pretenda lançar candidato
• Deputados Federais
• Deputados Estaduais
• Vereadores
O QUOCIENTE ELEITORAL é obtido a partir da razão (da divisão) entre o número de votos válidos
distribuídos aos candidatos e/ou diretamente às legendas, sem computar os votos brancos e nulos,
pelo número de vagas ofertadas.
• Do resultado, devemos desprezar a fração se for igual ou inferior a meio (menor que 0,5) ou
arredondar para 1 se for superior a meio (maior que 0,5).
VOTAÇÃO NOMINAL MÍNIMA: obter o quantitativo de votos igual ou superior a 10% do quociente
eleitoral.
CÁLCULO DE MÉDIA
Ricardo Torques 93
Professor de Direito Eleitoral 159
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# regras complementares
1ª REGRA: Se houver mais de uma vaga, procede-se novamente a operação acima para
distribuição das demais vagas e, assim, sucessivamente.
2ª REGRA: se o partido com a maior média não tiver candidatos que cumpram a
exigência da votação nominal mínima a vaga irá para o próximo partido que tiver a
maior média.
# OBSERVAÇÕES FINAIS
COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA
Coligação é o consórcio de partidos políticos formados com o propósito de atuação conjunta e
cooperativa na disputa eleitoral.
Coligação partidária:
agrupamento de partidos
temporário
Os partidos têm liberdade para se organizarem sob a forma de coligações apenas nas eleições
majoritárias.
Ricardo Torques 94
Professor de Direito Eleitoral 159
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Essa regra difere da VERTICALIZAÇÃO PARTIDÁRIA, uma vez que NÃO existe a obrigatoriedade
de vinculação entre as candidaturas de âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal para a
formação de coligações.
Menção das legendas quando houver coligações: usará obrigatoriamente a legenda de todos os
partidos, sob sua denominação.
Quanto ao registro de candidatos pela coligação, a Lei das Eleições estabelece um rol de pessoas
legitimadas a assinar o pedido. Esse rol é alternativo, ou seja, se um deles assinar basta. Não é necessária
a assinatura por todos os indicados.
A representação dos interesses da coligação perante a Justiça Eleitoral poderá ocorrer pelo
representante eleito ou pelos Delegados escolhidos.
Delegados da coligação
3: Juiz Eleitoral
4: TRE
5: TSE
Os partidos, em regra, não poderão atuar isoladamente quando coligados. Assim, devem se fazer
representar por intermédio da coligação e dos delegados escolhidos.
exceção: permite-se que o partido atue sozinho para questionar a validade da própria
coligação.
CONVENÇÕES
As convenções constituem órgãos de deliberação dos partidos políticos que são regidos
essencialmente pelo estatuto do partido político.
Confere-se liberdade aos partidos políticos para a escolha de candidatos. Contudo, deve-se
observar as prescrições legais.
Ricardo Torques 95
Professor de Direito Eleitoral 159
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Se não houver regras suficientes no estatuto, quem definirá as normas para as convenções é o
órgão de direção nacional do partido político, que deverá fixar tais regras e, em seguida, publicá-
las no DOU no prazo de 180 dias antes das eleições.
Caso seja necessário escolher novos candidatos, o pedido de registro será apresentado à
Justiça Eleitoral nos 10 dias seguintes à deliberação de anulação pelo órgão nacional.
20/7 a 5/8
candidatura nata: privilégio para Deputados e para Vereadores de se lançarem candidatos à reeleição
sem a necessidade de escolha em Convenção, caso mantenham-se filiados ao mesmo partido político
pelo qual se elegeram.
Não há que se falar em candidatura nata, uma vez que o dispositivo foi declarado
inconstitucional por decisão do STF.
REGISTRO DE CANDIDATURAS
Somente faz sentido falar em número de candidatos por partido para as eleições de deputado (federal
e estadual) e de vereador. Isso porque, em relação aos cargos do Poder Executivo, cada partido poderá
registrar apenas um único candidato.
Ricardo Torques 96
Professor de Direito Eleitoral 159
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Cada partido, poderá indicar até 100% do número de lugares a preencher para os cargos de
Deputado Federal, de Deputados Estaduais e Distritais e Vereadores e mais 1.
Em todos os cálculos, será sempre desprezada a fração, se inferior a meio, e igualada a um, se
igual ou superior.
Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá
o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de
cada sexo (quota eleitoral de gênero).
O partido político poderá preencher essas vagas remanescentes, desde que no prazo de 30 dias antes
das eleições.
partido político
coligação
pré-candidato
Tanto os partidos políticos como a coligação terão ATÉ AS 19 HORAS DO DIA 15 DE AGOSTO DO
ANO ELEITORAL para registrar os candidatos escolhidos em convenção.
exceções:
• 48 horas após a publicação das listas de candidatos, pelo candidato interessado, caso o
partido ou coligação não o tenha registrado;
• até 30 dias antes do pleito: vagas remanescentes;
• até 10 dias após a ocorrência do fato, se o candidato:
o for declarado inelegível;
o se o candidato renunciar;
o se o candidato falecer após o termo final do prazo do registro.
Ricardo Torques 97
Professor de Direito Eleitoral 159
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proposta de governo
A fotografia do candidato apresentada será aquela que aparecerá na urna no dia das eleições.
Em regra, a idade mínima é aferida na data da posse. Exceto, para o cargo de vereador exige-
se a idade mínima de 18 anos, devendo comprová-la no momento do registro da candidatura.
A Justiça Eleitoral encaminhará ATÉ O DIA 5 DE JUNHO DO ANO ELEITORAL – portanto, 2 meses e
10 dias antes do término do período para registro dos candidatos escolhidos em Convenção – a lista de
devedores de multa eleitoral .
O candidato poderá ser registrado sem o prenome, ou com o nome abreviado, desde que a
supressão não estabeleça dúvida quanto à sua identidade.
Para além do nome completo, o candidato indicará outros 3 nomes em ordem de preferência,
desde que:
Homônimo:
Substituição de candidato
Ricardo Torques 98
Professor de Direito Eleitoral 159
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Nas hipóteses acima, por decisão da maioria absoluta do órgão executivo – o partido terá
PRAZO DE 10 DIAS para indicar o substituto, a contar do fato ou da ciência da decisão que deu
origem.
A substituição, tanto nas eleições proporcionais como nas eleições majoritárias, somente será
possível se apresentada até 20 dias antes das eleições.
• EXCEÇÃO: em caso de falecimento de candidato, a substituição poderá ser feita após esse
prazo, ainda que às vésperas do pleito.
Haverá o cancelamento do registro, se expulso do partido por violar o estatuto, devendo ser
assegurada a ampla defesa.
Número do candidato
PRAZO PARA JULGAMENTO DOS PEDIDOS DE REGISTRO: ATÉ 20 DIAS ANTES DAS
ELEIÇÕES, os TRE enviarão ao TSE a relação dos candidatos sob sua competência, com referência
ao sexo e ao cargo para o qual concorrer. Até essa data, todos os pedidos de registro devem
estar julgados nas instâncias ordinárias, inclusive aqueles que forem objeto de impugnação.
Para tanto, a Justiça Eleitoral deverá conferir prioridade, em relação aos demais processos
judiciais, àqueles que envolvam o registro de candidatos.
Ricardo Torques 99
Professor de Direito Eleitoral 159
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O registro para os cargos do Poder Executivo é de chapa única, ou seja, cada partido ou
coligação poderá lançar apenas um único candidato.
O art. 97, do CE, traz um procedimento de impugnação ao pedido de registro. Trata-se de uma
impugnação prévia, antes mesmo da análise judicial do pedido.
equilíbrio no pleito
Financiamento público
Fundos Partidários;
Financiamento Privado
FEFC
Distribuição do FEFC
• Igualitária 2%
• Votos da Câm. Deputados 35%
• Número de Deputados Federais 48%
• Número de Senadores 15%
• EC111/2021 criou incentivo financeiro e temporário. Os votos recebidos por candidata
mulher e por candidato negro serão contabilizados em dobro.
despesas efetuadas pelos partidos políticos para a campanha dos seus candidatos que puderem
ser individualizadas
candidato
Conta de campanha
somente não será necessário abrir conta específica para a companha quando, para as eleições
municipais, não houver agência bancária no município.
movimentação de valores fora da conta específica: desaprovação das contas de campanha (tanto
do partido como do candidato) (cancelamento do registro ou cassação do diploma).
• registro da candidatura
• realização de despesas dentro do período eleitoral
Doações
Doações de Pessoas Físicas e do próprio Candidato como pessoa física à sua campanha
Em relação aos recursos próprios, o candidato deverá observar tão somente o limite geral de
gastos definidos por resolução pelo TSE.
Os recursos doados por pessoas naturais quaisquer se limitam ao percentual de 10% sobre o
valor BRUTO auferido no ano anterior. O candidato pode dispor de recursos próprios
destinados à campanha até o limite de 10% do limite que pode ser arrecadado.
quanto à forma da doação por pessoa física
o cheques cruzados e nominais
o transferência eletrônica
o depósitos devidamente identificados
o mecanismos disponíveis no site no candidato, desde que haja a identificação do doador e
a emissão de recibo
o vaquinha on-line
o comercialização de bens e/ou serviços ou promoção de eventos pelo partido ou candidato
Vedam-se doações pelo candidato (do registro da candidatura às eleições) em espécie, de troféus,
em prêmios e em ajudas
* doação de quantia acima dos limites fixados acima sujeita o infrator ao pagamento de multa de
até 100% da quantia em excesso.
doações de outros candidatos: lícita, desde que seja observado o limite de 10% do rendimento
bruto auferido no ano anterior;
não há possibilidade de doações ocultas: segundo STF (ADI 5.394) é obrigatório ao partido
individualizar a origem do recebimento do valor que repassar ao candidato.
Fontes vedadas
Gastos eleitorais
propaganda e publicidade
Limite de gasto:
Não necessitam ser contabilizados: valor doado pelo eleitor em apoio a candidato de sua preferência
desde que não ultrapasse R$ 1.064,00 (1000 UFIRs).
Não são considerados gastos eleitorais e não estão sujeitos à prestação de contas, gastos com
combustível e manutenção do veículo pelo candidato da campanha, remuneração, alimentação
e hospedagem do condutor, alimentação e hospedagem própria e uso de linhas telefônicas
registradas em seu nome.
PRESTAÇÃO DE CONTAS
A prestação de contas envolve...
Prestação de contas constitui instrumento para controlar e evitar o abuso de poder econômico
nas campanhas eleitorais.
2ª regra: no dia 15/9 do ano eleitoral deverá ser divulgado um relatório discriminado:
Os gastos com passagens aéreas efetuados nas campanhas eleitorais serão comprovados
mediante a apresentação de fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o
caso, desde que informados os beneficiários, as datas e os itinerários, vedada a exigência de
apresentação de qualquer outro documento para esse fim.
a identificação das doações recebidas e das despesas realizadas (com nome e indicação
do CPF/CNPJ e valores);
se as eleições terminarem num único turno: a consolidação das contas deverá ser
encaminhada à Justiça Eleitoral até o 30º dia após o pleito; e
No que diz respeito ao procedimento de apuração das contas perante a justiça eleitoral:
3) Poderão ser determinadas diligências junto aos doadores e aos fornecedores com
prazo de 72 horas.
7) Os autos são encaminhados ao Ministério Público pelo prazo de 48 horas para parecer
pela aprovação com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes comprometam a
regularidade;
pela não prestação, quando não apresentadas as contas após a notificação emitida pela
Justiça Eleitoral, na qual constará a obrigação expressa de prestar as suas contas, no prazo
de setenta e duas horas.
A decisão que julgar as contas dos candidatos eleitos será publicada em sessão até três dias
antes da diplomação.
A Lei das Eleições minimiza a ocorrência de erros formais, ou de erros materiais, e formais,
corrigidos a tempo, de modo que não justificam a desaprovação das contas.
A BUSO DE PODER
A temática de abuso de poder:
O abuso de poder no direito eleitoral pode constituir a ação, ou a omissão, com vistas a
influenciar o comportamento de outras pessoas, utilizando-se de meios excessivos para além do
uso regular do direito.
• para o partido:
o perda das quotas do Fundo Partidário no ano seguinte: por descumprimento
das regras relativas à arrecadação e à aplicação de recursos
o suspensão de quotas (1 a 12 meses) ou desconto do valor irregular: por
desaprovação total ou parcial das contas partidárias
Abuso de poder político nas eleições envolve diversas condutas que são reprimidas por ação
da Justiça Eleitoral, quando envolver condutas vedadas aos agentes públicos:
hipóteses:
6 - Veda-se, nos três meses que antecedem o pleito, a transferência de recursos entre
os entes federativos, exceto para:
10 - Veda-se, desde as convenções para escolha dos candidatos até a posse dos
eleitos, efetuar a revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda
a recomposição da perda de seu poder aquisitivo.
nos três meses que antecedem o pleito eleitoral é vedada a contratação de shows
artísticos com recursos públicos (evitar a quebra do equilíbrio do pleito eleitoral, pelo uso
da máquina pública).
PESQUISAS PRÉ-ELEITORAIS
As pesquisas eleitorais devem ser registradas perante a Justiça Eleitoral com antecedência 5
dias antes da divulgação das informações;
quem contratou
metodologia e período
plano amostral e ponderação (sexo, idade, grau de instrução, nível econômico etc.)
questionário completo
Aplicam-se os crimes aos responsáveis pela entidade de pesquisa ou pelo órgão que veicular
as informações sem prévio registro, fraudulenta ou irregular.
voto em branco: o eleitor não manifesta preferência por nenhum dos candidatos.
voto nulo: o eleitor manifesta sua vontade de anular, digitando na urna eletrônica um número
que não seja correspondente a nenhum candidato ou partido político.
2º - o número do candidato;
Ordem votação:
eleições gerais
• deputado federal
• deputado estadual
• senador
• governador e vice-governador
eleições municipais
vereador
prefeito e vice-Prefeito
A Lei nº 13.165/2015 trouxe, para eleições de 2018, o voto impresso. Contudo, o STF declarou
inconstitucional a possibilidade de impressão de comprovante por colocar em risco o sigilo e a liberdade
do voto, bem como pelos custos que a implementação da funcionalidade traz à Justiça Eleitoral.
PROPAGANDA ELEITORAL
PROPAGANDA POLÍTICA
A propaganda constitui um conjunto de técnicas voltadas para propagar uma ideia, uma opinião, uma
ideologia.
O termo correto a se empregar na seara eleitoral é a PROPAGANDA POLÍTICA, não marketing político,
nem publicidade política.
PROPAGANDA POLÍTICA
propaganda eleitoral: a propaganda eleitoral é uma forma de captação de votos usada pelos
partidos políticos, coligações ou candidatos, em época determinada por lei, por meio de
divulgação de suas propostas, visando à eleição de cargos eletivos.
dever de transparência
Princípios
Princípio da Legalidade da Propaganda: a propaganda política é regulada por lei federal (art.
23, I, da CF), competindo ao TSE editar regulamentações à lei, sem invadir a competência
legislativa.
se o candidato fizer propaganda eleitoral fora do período eleitoral (de 15 de agosto até as
eleições).
PROPAGANDA INTRAPARTIDÁRIA
Realizada no prazo de 15 dias antes da data designada para as convenções (que devem ocorrer entre
20/7 e 5/8).
rádio
propaganda
outdoor
VIOLAÇÃO:
Não configura propaganda eleitoral antecipada, desde que não contenha pedido explícito de votos:
Prévias partidárias e distribuição de material, nomes dos filiados que participarão da disputa ou
debates entre pré-candidatos.
Realização de reuniões pela sociedade civil, pela imprensa ou pelo partido para divulgação de
ideias, de objetivos e de propostas.
Hipóteses que constituem propaganda eleitoral antecipada: convocação, por parte do Presidente da
República, dos Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal
Federal, de redes de radiodifusão para divulgação de atos que denotem propaganda política ou ataques
a partidos políticos e seus filiados ou instituições.
TRE:
Governador e vice-Governador
Deputado Federal
Deputado Estadual
Senador da República
Juiz Eleitoral
Prefeito e vice-Prefeito
Vereador
PROPAGANDA ELEITORAL
MATERIAL IMPRESSO
Indicação da tiragem.
em veículos
microperfurados
ATÉ extensão total do para-brisas ou nas dimensões acima
LOCAIS PÚBLICOS
Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam,
e nos bens de uso comum, inclusive postes de iluminação pública, sinalização de tráfego, viadutos,
passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos:
LOCAIS PRIVADOS
Utilização de bandeiras em vias públicas, que podem ser utilizadas (não podem dificultar o
andamento do trânsito de pessoas e de veículos)
A segunda delas é a fixação de adesivos plásticos, não superiores a 0,5m², em:
o Caminhões;
o Bicicletas;
o Motocicletas; e
o Janelas residenciais.
mensagem de spam
blog
redes sociais
entidades esportivas
* descadastramento de spam
PRAZO: 48 horas
Direito de Resposta
na internet:
a qualquer tempo OU
procedimento:
2) Notificação Imediata
4) 72 horas para a decisão judicial contadas da formulação do pedido (ou seja, o magistrado tem
48 horas para julgar)
V OTAÇÃO
V OTAÇÃO MANUAL
Estudo distribuído entre: informações gerais, cédula oficial, ato de votar, determinação, fiscais
no ato de apuração e recontagem. Vamos focar apenas nas informações gerais.
O VOTO
é cláusula pétrea
• direto
• secreto
• universal
• periódico
cargos proporcionais: haverá espaço para que o eleitor escreva o nome, o número do
candidato, a sigla ou o número do partido.
70 dias antes do pleito SERVIDORES: finalizar a análise dos pedidos de alistamento e transferência
e preparar o título a ser entregue.
Nos locais de votação, haverá lista com nomes e números dos candidatos para auxiliar o eleitor,
caso necessário.
SEÇÃO ELEITORAL
A presente regra poderá ser flexibilizada pelo TSE, por intermédio de Resolução, que será fixada em
razão do número de cabinas eleitorais:
CAPITAL: 50 a 400
MESAS RECEPTORAS
COMPOSIÇÃO
presidente
1º e 2º mesários
secretários
suplente
menores de 18 anos
professores;
serventuários da Justiça.
Partidos políticos têm cinco dias para impugnar a nomeação da mesa receptora.
Após ciência da decisão, abre-se prazo de três dias para interposição de recurso do TRE
respectivo.
O secretário, por sua vez, tem a função de preencher a ata da mesa receptora de votos,
relacionando as ocorrências registradas.
importante:
1/2 a 1 salário-mínimo.
Se o faltoso for servidor público ou autárquico, a PENA SERÁ DE SUSPENSÃO DE ATÉ 15 (QUINZE)
DIAS.
ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE
manter a ordem
ATRIBUIÇÕES DO SECRETÁRIO
menores de 18 anos
O desenvolvimento de programas que serão utilizados para a votação pode ser acompanhado
pelos partidos políticos (MP e OAB também).
Após a conclusão dos programas, os partidos políticos poderão consultá-los para fins de
fiscalização. Contudo, não terão acesso às chaves eletrônicas privadas e às senhas de acesso, que
ficam sob sigilo da Justiça Eleitoral.
O procedimento de carga e de lacração das urnas com os programas que serão utilizados no
dia do pleito ocorrerá em audiência pública com a convocação de partidos e de coligações para
acompanhar o procedimento.
No dia do pleito, há fiscalização por amostragem das urnas pela denominada “votação paralela”,
acompanhada por partidos e por coligações.
acesso ao sistema de dados usado pelo serviço eleitoral com a finalidade de alterar a apuração
ou a contagem dos votos;
desenvolver ou introduzir programa ou sistema que possa causar resultado diverso do esperado
no sistema;
DOIS DELEGADOS: por município (em municípios com mais de uma zona, serão dois delegados
por zona eleitoral).
Lista contendo o nome e o número dos candidatos registrados, a qual deverá ser afixada em lugar
visível, nos recintos das seções eleitorais.
Cadernos de votação dos eleitores das seções, contendo também a lista dos eleitores impedidos de
votar.
LUGARES DA VOTAÇÃO
Designados 60 dias antes das eleições.
Não havendo local público suficiente poderão ser utilizados locais privados.
Juiz Eleitoral
das 8 horas
até as 17 horas
1º: candidatos
O ATO DE VOTAR
Para exercer o ato de votar, o eleitor deverá se apresentar à respectiva seção eleitoral
munido de documento pessoal com foto e com o título de eleitor. Contudo, caso compareça
APENAS COM O DOCUMENTO OFICIAL COM FOTO poderá votar, caso saiba a respectiva
seção.
• a carteira de identidade (incluindo não apenas o RG, mas também carteiras funcionais e
profissionais);
• o certificado de reservista;
• a carteira de trabalho; e
• a carteira nacional de habilitação, desde que contenha foto.
Síntese do procedimento
1. Fila
2. Admissão
3. Apresentação do documento com foto e o TE
4. Lista de eleitores
5. Autorização para votar
6. Voto
7. Devolvem-se os docs.
8. Retira-se do recinto
Fica VEDADO portar aparelho celular, máquinas fotográficas e filmadoras dentro da cabina de
votação.
Somente poderá votar o eleitor que constar da lista de eleitores da respectiva Seção Eleitoral.
V OTO NO EXTERIOR
Até 30 dias antes do pleito, o interessado que estiver residindo no exterior deve informar a
condição à Justiça Eleitoral para que seja inserido na lista de eleitores
Mínimo de 30 eleitores inscritos para instalar uma seção, assim, quando o mínimo não é
atingido, os eleitores são alocados na seção mais próxima dentro do país.
O eleitor que, mesmo morando no exterior, mantiver seu domicílio eleitoral no Brasil, continua
obrigado a votar em todas as eleições, devendo proceder a justificativa caso não o faça. Para
aqueles que transferiram o domicílio para o exterior, a ausência nas eleições locais será
automaticamente justificada.
PROCEDIMENTO:
V OTO EM TRÂNSITO
ONDE É POSSÍVEL VOTAR EM TRÂNSITO em urnas específicas que serão instaladas:
• nas capitais
• em cidades com mais de 100 mil eleitores
PROCEDIMENTO:
1ª regra: para poder votar em trânsito é necessário requerer à Justiça Eleitoral, no prazo de 45
dias, e indicar o local em que estará no dia das eleições.
• fora do município e do estado de domicílio: nesse caso o eleitor somente poderá votar
para as eleições de Presidente e de vice-Presidente da República.
• fora do município, mas no estado de domicílio: nesse caso o eleitor poderá votar para
todos os cargos das eleições gerais.
órgãos de segurança pública (polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia ferroviária
federal; polícias civis; polícias militares e corpos de bombeiros militares)
guardas municipais
ENCERRAMENTO DA V OTAÇÃO
O presidente da mesa receptora declara o encerramento dos trabalhos.
data da eleição
A ÇÕES ELEITORAIS
AIRC
A AIRC tem por finalidade impedir o registro:
Trata-se de:
ação cível;
ação declaratória;
ação de conhecimento.
o candidato;
o Ministério Público.
De acordo com a doutrina, partido político coligado, não pode propor AIRC isoladamente, o eleitor
apenas poderá noticiar de inelegibilidade ao Ministério Público e o diretório municipal do partido não
poder propor AIRC para cargos estaduais e ou federais.
A legitimação é concorrente. O ajuizamento da AIRC por um legitimado, não impede a do outro. Não
obstante as ações deve ser reunidas.
Se o membro do MP disputou cargo eletivo, integrou diretório de partido ou exercer atividade político-
partidária nos últimos dois anos, não poderá propor AIRC (art. 80, da LC 75/93).
No processo de registro de candidatos, o partido que não o impugnou não tem legitimidade para
recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria constitucional (Súmula TSE 11).
O partido político não é litisconsorte passivo necessário em ações que visem à cassação de
diploma (Súmula TSE 40).
A AIRC deve ser ajuizada no prazo 5 dias, a contar da divulgação da lista de candidatos que
requereram o registro.
TSE
• Presidente
• vice-Presidente
TRE
• Senador
• Deputado Federal
• Deputado Estadual
• Governador
• vice-Governador
juiz eleitoral
• Prefeito
• vice-Prefeito
• Vereador
Quanto ao procedimento:
ajuizamento da AIRC
• fundamentada
• provas
• testemunhas: até 6
contestação
• prazo de 7 dias;
• documentos
• provas
instrução
• matéria de direito: julgamento conforme o estado do processo
• caso contrário, 4 dias para instrução
diligências
• nos 5 dias subsequentes
• depósito de documento em poder de 3º
• testemunhas referidas
alegações finais: 5 dias comuns (partes + MP)
conclusão
• Juiz Eleitoral: 3 dias
• TRE/TSE: autuação e distribuição, Presidente, vista aos Procuradores e, após, apresentado
para julgamento
recurso: 3 dias
• autuado, o recurso será distribuído ao Presidente, que dará vista ao PRE (2 dias);
• após, apresentação em mesa para julgamento (3 dias).
Caso o recurso seja analisado no TRE, cabe recurso ao TSE, sendo:
ordinário, se versar sobre inelegibilidade;
especial, quando versar sobre condições de inelegibilidade.
A procedência a AIRC importa na inelegibilidade (para as eleições e pelos 8 anos seguintes), cassação
do registro e os MP será informado para apurar eventual crime eleitoral.
A atuação do MP nos processos de AIRC é obrigatória (parte ou fiscal da ordem jurídica).
A intimação do MP inicia-se com a publicação do edital, sem aplicação da regra que determina a
intimação pessoal (Súmula TSE 49).
Nos processos de registro de candidatura, o juiz eleitoral pode conhecer de ofício da existência de
causas de inelegibilidade ou da ausência de condição de elegibilidade, desde que resguardados o
contraditório e a ampla defesa (Súmula TSE 45).
Com o trânsito em julgado podem ocorrer três situações:
nega-se o registro ao candidato;
se concedido, o registro será cancelado; ou
declarado nulo o diploma se já tiver sido expedido.
Os prazos não se suspendem aos sábados, domingos e feriados, sendo peremptórios e contínuos.
Na hipótese de perder o candidato, reserva-se o partido político ou coligação a possibilidade de
substituição, desde que o faça no prazo de 10 dias a contar do fato ou da ciência da decisão e desde que
estejamos há 20 dias das eleições.
AIJE
Ação utilizada para apurar:
Trata-se de:
ação cível;
ação declaratória;
ação de conhecimento.
candidato/pré-candidato;
Ministério Público.
Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, há litisconsórcio passivo
necessário entre o titular e o respectivo vice da chapa majoritária (Súmula TSE 38).
O partido político não é litisconsorte passivo necessário em ações que visem à cassação de
diploma (Súmula TSE 40).
Em regra, a AIJE é ajuizada a partir do registro da candidatura, mas há entendimento no TSE admitindo
o ingresso da AIJE antes de iniciado o processo eleitoral.
relevante o fundamento; e
petição inicial
• fundamentada
• observa os requisitos da legislação processual civil
competência e suspensão liminar
AIME
A AIME tem por objetivo invalidar diplomas quando houver a prática de abuso de poder econômico,
de corrupção ou de fraude durante o processo eleitoral
corrupção (“Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro,
dávida, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar o voto e para conseguir ou prometer
abstenção ainda que a oferta não seja aceita”);
fraude;
os candidato/pré-candidato;
o Ministério Público.
Quanto ao procedimento:
gratuita, salvo:
• temerária
• comprovada má-fé
para o diplomado que já está exercendo as funções políticas, há perda do mandato eletivo
o candidato/pré-candidato;
Ministério Público.
Será legitimado passivo que violar a Lei das Eleições (ex. excesso de doação, propaganda irregular,
impugnação de pesquisa eleitoral).
TSE
• Presidente
• vice-Presidente
TRE
• Senador
• Deputado Federal
• Deputado Estadual
• Governador
• vice-Governador
juiz eleitoral
• Prefeito
• vice-Prefeito
• Vereador
Quando, no município, houver mais de um juiz eleitoral, o TRE determinará o Juiz competente para
processar e julgar as representações
petição inicial
• relatar fatos
• indicar provas, indícios e circunstâncias
contestação: 48 horas
julgamento: 24 horas
recurso
• interposição e contrarrazões em 24 horas
• julgamento em 48 horas
candidatos
Não obstante existir divergência, o entendimento do TSE é no sentido de que pessoas, que não são
candidatas, envolvidas com a propaganda ilícita praticam abuso de poder econômico ou corrupção e,
portanto, não se trata de aplicação do art. 41-A da Lei das Eleições.
candidato/pré-candidato
Ministério Público
A representação do art. 41-A da LE pode ser ajuizada do registro da candidatura até a diplomação.
TSE
• Presidente
• vice-Presidente
TRE
• Senador
• Deputado Federal
• Deputado Estadual
• Governador
• vice-Governador
juiz eleitoral
• Prefeito
• vice-Prefeito
• Vereador
Adota-se o mesmo rito da AIJE.
candidato/pré-candidato;
Ministério Público.
RCED
O recurso contra expedição do diploma cabe em caso de:
inelegibilidade superveniente;
inelegibilidades constitucionais;
candidato/pré-candidato;
Ministério Público.
Em relação às eleições municipais, o Juiz Eleitoral será competente para receber a Representação,
processará o recurso e encaminhará o RCED ao TER para julgamento.
Quando envolver eleições gerais/estaduais, o RCED será apresentado diretamente no TRE que o
processará e o encaminhará para o TSE para julgamento.
Nas eleições presidenciais, por sua vez, o RCED será apresentado no TSE e processado e julgado no
próprio Tribunal.
apresentação do RCED:
• no prazo de 3 dias após concessão do diploma
• prova pré-constituída
resposta
• no prazo de 3 dias
• prova pré-constituída
RECURSOS ELEITORAIS
REGRAS GERAIS
A impugnação constitui oposição a qual se revela formalmente por intermédio de um instrumento
processual denominado de recurso.
princípio da taxatividade;
princípio da fungibilidade;
O recurso ordinário possui efeito suspensivo, quando interposto da decisão do Juiz Eleitoral para
o TRE e do TRE para o TSE, nas hipóteses de cassação de registro, afastamento do titular e perda de
mandato eletivo.
São preclusivos os prazos para interposição de recursos, salvo quando discutirem matéria
constitucional.
RECURSO PARCIAL
Não inclui os recursos que versem sobre registro de candidatos.
Tem por objetivo reunir para julgamento único, todos os recursos do mesmo município (nas
eleições municipais) e todo os recursos do mesmo estado (nas eleições gerais).
ESPÉCIES DE RECURSOS
Das decisões da Junta Eleitoral na condução do processo no dia das eleições cabe o
denominado recurso parcial relativo a determinado ato específico praticado durante o processo
de apuração das eleições.
Governador e vice-Governador
Deputados Estaduais
Embargos de Declaração
Os embargos de declaração são dirigidos diretamente ao relator, que inserirá o processo para
julgamento na sessão seguinte.
• Os embargos de declaração não interrompem o prazo para interposição dos demais recursos se
forem manifestamente protelatório.
Recurso Ordinário
decisão que anular diploma ou decretar a perda de mandatos eletivos nas eleições
estaduais/gerais
decisões que denegam habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de
injunção
Cabe recurso especial eleitoral contra decisões do TRE proferidas contra expressa disposição
de lei ou quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais TREs.
Não cabe recurso especial eleitoral para simples reexame do conjunto fático-probatório (Súmula
- TSE nº 24).
Não se conhece de recurso especial eleitoral por dissídio jurisprudencial, quando a decisão
recorrida estiver em conformidade com a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral. (Súmula -
TSE nº 30)
Não cabe recurso especial eleitoral contra acórdão que decide sobre pedido de medida liminar.
(Súmula - TSE nº 31)
É inadmissível o recurso especial eleitoral quando a questão suscitada não foi debatida na
decisão recorrida e não foi objeto de embargos de declaração. (Súmula-TSE nº 72).
Agravo de Instrumento
Prazo: 3 dias
Peças obrigatórias:
Agravo Regimental
Prazo: 3 dias
Apresentado o recurso
distribuídos em 24 horas;
encaminhado ao MP para parecer em 5 dias (se permanecer inerte, fará parecer oral);
conclusão ao relator.
Sustentação Oral
regra: 10 minutos
Recursos TSE
Recurso Ordinário
Recurso Extraordinário
De acordo com a CF, no art. 121, §3º, é cabível o recurso extraordinário de decisão do TSE contrária à
Constituição.
Prazo: 3 dias
COMPETÊNCIA
Fixa-se a competência da Justiça Eleitoral em razão da matéria, ou seja, quando envolver crimes
eleitorais e conexos.
O STF entende que é da competência da JE todos os delitos conexos com o crime eleitoral em
razão do princípio da especialidade.
A ÇÃO PENAL
A regra é a adoção da ação penal pública, contudo, nada impede o ajuizamento de ação penal
privada, caso a pública não seja intentada no prazo legal.
POLÍCIA J UDICIÁRIA
O exercício das funções de polícia judiciária será realizado pela Polícia Federal.
INVESTIGAÇÃO
Se verbal, a autoridade judicial mandará reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por
duas testemunhas, e a remeterá ao órgão do Ministério Público local, que procederá na forma
deste Código.
INQUÉRITO POLICIAL
O inquérito policial poderá ser instaurado de ofício pela autoridade policial, por requisição
do Ministério Público ou por determinação da Justiça Eleitoral (Res. TSE 23.640/2021).
Há previsão para prisão em flagrante pela prática de crime eleitoral, salvo quando se tratar de
infração penal de menor potencial ofensivo. Com a prisão, em 24 horas:
Encaminhar ao juiz o auto de prisão em flagrante e caso o autuado não informe o nome
de seu advogado encaminhar cópia integral para a defensoria pública.
Após receber o auto de prisão em flagrante o juiz deverá, no prazo de 24 horas, promover a
audiência de custódia com a presença do investigado, seu advogado ou defensor público e do
membro do MP. O juiz poderá na audiência de custódia:
Entre 5 dias antes das eleições e 48 horas após não é admitida a prisão, salvo:
Flagrante delito
Desrespeito a salvo-conduto
Veda-se a prisão de membros de mesas receptoras e fiscais, exceto em caso de flagrante delito.
Em relação aos candidatos, a vedação estende-se pelo período que antecede 15 DIAS DAS
ELEIÇÕES, a não ser na hipótese de flagrante delito.
O inquérito policial eleitoral deve ser concluído em ATÉ 10 DIAS, na hipótese de o indiciado estar
preso, em flagrante ou preventivamente. O prazo é contado a partir do dia em que foi executada a ordem
de prisão. Caso esteja solto, o prazo para conclusão do inquérito é de 30 DIAS.
A RQUIVAMENTO
oferecerá a denúncia;
qualificação do acusado
classificação do crime
rol de testemunhas
O órgão do Ministério Público terá prazo para oferecer a denúncia. Caso não o faça no prazo
estipulado, é possível o ajuizamento da ação penal privada subsidiária da pública com fundamento
constitucional.
PROCEDIMENTO
1 - Denúncia
rol de testemunhas.
3 – Instrução.
Resumo do procedimento
1. testemunhas de acusação
2. testemunhas de defesa
3. diligências
4 - Alegações finais (5 dias)
5 – Decisão.
6 – Recurso.
Da decisão do juiz caberá recurso para o TRE respectivo a ser interposto no prazo de 10 dias.
Em caso de sentença condenatória, os Autos baixarão à instância inferior para execução da
sentença no prazo de 5 dias.
No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhes forem conexos, assim como
nos recursos e na execução, que lhes digam respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária ou supletiva, o
Código de Processo Penal.
CRIMES ELEITORAIS
INTRODUÇÃO
Temos tipos penais previstos no Código Eleitoral, na Lei 9.504/1997, da Lei Complementar
64/1990, na Lei 6.091/1974 e na Lei 7.021/1982 (modelo de cédula oficial).
CORRUPÇÃO ELEITORAL
TIPO OBJETIVO Dar, oferecer, solicitar e até mesmo receber dinheiro, dádiva ou qualquer
outra vantagem para obter ou dar voto ou abstenção.
BEM JURÍDICO Livre exercício do voto ou abstenção do eleitor.
TIPO SUBJETIVO Dolo específico, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO Estado, o eleitor e os demais candidatos.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Não há necessidade de aceitação da vantagem, a mera incidência em uma
das condutas indicadas no tipo já é suficiente.
TENTATIVA Não é admitida.
PENA Reclusão: até 4 anos
e
Multa: 5 a 15 dias-multa.
Lembre-se que, no caso de reclusão, a pena mínima é de 1 ano.
A configuração da corrupção eleitoral não exige pedido expresso de voto, mas sim a
comprovação da finalidade de obter ou de dar voto ou prometer abstenção (ED-REspe nº
58245, do TSE).
O TSE tem entendido que, para a configuração do crime de corrupção eleitoral é necessário
o dolo específico que exige o tipo penal, qual seja, a finalidade de obter ou dar voto ou
prometer abstenção.
De acordo com o TSE, o crime de corrupção eleitoral é crime formal que não admite a forma
tentada, sendo o resultado mero exaurimento da conduta criminosa (Ag nº 8.905).
O TSE entende que para a configuração do ilícito penal exige-se que o corruptor eleitoral
passivo seja pessoa que possa votar.
COAÇÃO ELEITORAL
COAÇÃO ELEITORAL
TIPO OBJETIVO Coagir alguém a votar, ou não, em determinado candidato, valendo-se, o
servidor público, de sua autoridade.
BEM JURÍDICO Liberdade de voto.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO Estado e o eleitor que sofre a coação.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO O servidor Público, observe-se que pode ou não integrar a Justiça Eleitoral.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e formal, pois não
é necessário que haja o voto.
Ao contrário do padrão dos tipos penais, nesse caso foi fixada a pena
mínima.
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo.
Ademais, a pena será agravada se o crime for cometido pela imprensa, rádio
ou televisão ou por meio de internet ou se envolver menosprezo ou
discriminação à mulher, à cor, raça ou etnia.
O TSE não exige que os fatos tenham potencial para definir a eleição basta que seja capaz de
exercer influência perante o eleitorado.
O TSE entende que somente propaganda paga veiculada em confronto com o dispositivo
acima é capaz de gerar a tipificação penal.
CALÚNIA ELEITORAL
CALÚNIA ELEITORAL
TIPO OBJETIVO Caluniar alguém na propaganda eleitoral imputando falsamente fato definido
como crime.
BEM JURÍDICO Honra objetiva do indivíduo.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO Estado e o ofendido.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Consuma-se com a divulgação da propaganda e com o conhecimento por
terceiros.
TENTATIVA É admitida, exceto pela forma verbal.
PENA Detenção: 6 meses a 2 anos.
ou
Multa: 10 a 40 dias-multa.
Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido
contra:
1. Presidente da República;
2. Chefe de Governo Estrangeiro;
3. Funcionário público em razão de suas funções;
4. Na presença de várias pessoas;
5. Utilizando-se de meios que facilitem a divulgação da ofensa.
se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado
por sentença irrecorrível;
se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.
Também incorre em calúnia eleitoral aquele que, sabendo ser falsa a imputação, a propalar
ou a divulgar.
DIFAMAÇÃO ELEITORAL
DIFAMAÇÃO ELEITORAL
TIPO OBJETIVO Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda,
imputando-lhe fato ofensivo a sua reputação.
BEM JURÍDICO Honra objetiva do indivíduo.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO Estado e o ofendido.
PASSIVO
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa.
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal.
CONSUMAÇÃO Consuma-se o delito com a divulgação da informação difamatória na
propaganda visando à propaganda eleitoral, desde que chegue ao
conhecimento de terceiros.
TENTATIVA É admitida, exceto se realizada de forma verbal.
PENA Detenção: de 3 meses a 1 ano.
e
Multa: 5 a 30 dias-multa.
Infração de menor potencial ofensivo.
Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido
contra:
1. Presidente da República;
2. Chefe de Governo Estrangeiro;
3. Contra funcionário público em razão de suas funções;
4. Na presença de várias pessoas;
5. Utilizando-se de meios que facilite a divulgação da ofensa.
A conduta não precisa ser praticada contra candidato, deverá apenas ser veiculada com
finalidade de propaganda eleitoral.
INJÚRIA ELEITORAL
INJÚRIA ELEITORAL
TIPO OBJETIVO Injuriar alguém em propaganda político-eleitoral ou visando à propaganda
eleitoral, com ofensa à dignidade ou ao decoro.
BEM JURÍDICO Honra subjetiva do indivíduo.
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa.
SUJEITO Estado e o ofendido.
PASSIVO
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, omissivo (na conduta de
omitir) e comissivo (na conduta de inserir ou de fazer inserir informações) e
formal.
CONSUMAÇÃO Consuma-se o delito com a expedição do documento falso.
TENTATIVA É admitida tentativa na hipótese de início de elaboração de documento, mas
interrupção antes de finalizá-lo.
PENA Se o documento for público Reclusão: até 5 anos e Multa: 5 a 15 dias-
multa.
Se o documento for privado Reclusão: até 3 anos e Multa: 3 a 10 dias-
multa.
Segundo TSE, eventuais omissões em declaração de bens para fins de registro de candidatura
não configuram a hipótese típica versada nesse artigo (REspe nº 36.417/2010).
Não se aplica aos veículos de uso militar, bem como aos veículos e embarcações
indispensáveis aos serviços públicos essenciais que não podem ser interrompidos.
A utilização de bens particulares somente ocorre caso não sejam suficientes os bens
públicos.
A Administração Pública direta e indireta dos três poderes deverá informar os veículos
que possui até 50 dias antes das eleições.
A Justiça Eleitoral oficiará informando quais necessitará, até 30 dias antes das eleições.
Os veículos e embarcações ficam disponíveis até 24 horas antes das eleições, com o
dístico “A Serviço da Justiça Eleitoral”.
A Justiça Eleitoral divulgará, 15 dias antes das eleições, as rotas para o transporte
dos eleitores, que serão informadas também aos partidos políticos.
• candidato
• partido político
veículos próprios;
O eleitor que não votar e não se justificar no prazo de 60 dias incorrerá em multa.
É facultado aos partidos exercer fiscalização nos locais onde houver transporte e
fornecimento de refeições a eleitores.
Crimes:
A repartição pública que não informar, em anos eleitorais, até 50 dias antes do pleito, a relação
de veículos que possui à disposição, indicando e justificando os que não poderão ser utilizados
(serviços essenciais) incorre em crime eleitoral. Pena: detenção de 15 dias a seis meses e
pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Pessoa privada que não atender à requisição da Justiça Eleitoral para fornecer seus veículos e
embarcações para o transporte de eleitores das áreas rurais. Pena: pagamento de 200 a 300
dias-multa e apreensão do veículo para utilização no dia da eleição.
Utilização de transporte que não seja um dos disponibilizados à Justiça Eleitoral, coletivos
regulares, uso de transporte individual ou utilização regular de veículos de aluguel. Pena:
reclusão de quatro a seis anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa.