Você está na página 1de 184

DIREITO ELEITORAL

Direitos Políticos – Aspectos Gerais


Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

DIREITOS POLÍTICOS – ASPECTOS GERAIS

Também chamado de “Princípios Constitucionais Aplicáveis aos Direitos Políticos”, este


tema está inserido nos arts. 14 a 16 da Constituição Federal.
O art. 1º, caput da Constituição traz a previsão de que a República Federativa do Brasil
constitui-se em Estado democrático de direito. Um dos princípios fundamentais previstos na
Constituição é de que no Brasil houve a adoção do regime democrático de governo, o que
significa que o governo é do povo, exercido pelo povo e para o povo.
Uma análise etimológica da palavra “democracia” revela que demo significa povo e cracia
significa governo. Em razão de o Brasil ser uma democracia, o art. 1º, inciso II da Constitui-
ção reconheceu a cidadania como um dos fundamentos da República. Observe:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
(...)
II – A cidadania;

Cidadão é o titular de direitos políticos. O cidadão só é desrespeitado quando é impedido


de exercer os seus direitos políticos. Assim, existe uma imprecisão terminológica quando se
diz que é um desrespeito ao cidadão as longas filas nos postos de saúde. Nesses casos,
ocorre um desrespeito à pessoa, e não ao cidadão.
A cidadania, por sua vez, garante ao povo o direito de interferir na formação da vontade
política do Estado e de participar na tomada de decisões políticas fundamentais. É o reco-
nhecimento de que o povo deve participar na tomada das decisões.
5m
Considerando que a cidadania é um fundamento da República, isso significa que existe
soberania popular, ou seja, a fonte de legitimação do poder no Brasil é o povo. Não por outra
razão, o art. 1º, parágrafo único da Constituição prevê:

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Assim, diante da possibilidade de o povo interferir na formação da vontade política do


Estado, a fonte de legitimação do poder é o povo. Adota-se no Brasil o regime democrático
participativo, em que o povo ora irá participar da tomada de decisões de forma direta, ora de
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos – Aspectos Gerais
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

forma indireta. Neste caso, as decisões serão exaradas pelos seus representantes popula-
res eleitos.
Um dos exemplos da manifestação direta da vontade do povo no passado recente ocor-
reu em 2005, quando o povo foi chamado a concordar ou discordar sobre uma decisão polí-
tica tomada pelo Congresso Nacional. Nas deliberações do Estatuto do Desarmamento (Lei
n. 10.826/2003), o Congresso definiu que, atendidas as condições legais, é possível que os
cidadãos possuam armas e, em certas circunstâncias, portem armas de fogo. Dada a impor-
tância e repercussão dessa decisão, o Congresso decidiu submeter a sua opção a um refe-
rendo popular. Em 2005, o povo foi chamado a dizer sim ou não ao desarmamento. Ao final, o
povo decidiu pela manutenção do Estatuto, ou seja, atendidas as condições legais, ter direito
a adquirir armas de fogo.
A interferência do povo de forma direta ocorre por meio de plebiscito, referendo, iniciativa
popular de leis e propositura de ação popular. De forma indireta, o povo participa por meio de
representantes eleitos.
10m

Princípios Fundamentais (arts. 1º a 4º da Constituição Federal)

• Regime democrático de governo (art. 1º, caput)


• Cidadania (art. 1º, inciso II)
• Soberania popular (art. 1º, parágrafo único)

Se não houvesse a previsão dos instrumentos de exercício do poder, esses princípios


seriam uma mera declaração formal. Os instrumentos de exercício do poder estão inscritos
no art. 14, caput da Constituição Federal. Observe a íntegra desse dispositivo:

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

Em outras palavras, a forma de exercício da soberania popular ocorre por meio dos direi-
tos políticos.
15m
Os direitos políticos são tratados nos arts. 14 a 16 da Constituição Federal.
Os direitos fundamentais são um dos elementos da tríade do Direito Constitucional, ao lado
da organização do Estado e da organização dos poderes. As constituições modernas tratam
dos direitos fundamentais dentro do próprio texto, pois se trata de uma forma de limitação do
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos – Aspectos Gerais
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

poder do Estado e de previsão de deveres estatais que devem ser cumpridos para que exista o
respeito à dignidade da pessoa humana. O tratamento dos direitos fundamentais está no Título
II da Constituição Federal, e compõe-se dos arts. 5º ao 17.
A Constituição Federal adotou uma classificação das espécies de direitos fundamentais,
adotada pelo próprio legislador constituinte. São elas:

• Capítulo I – Direitos Individuais e Coletivos (art. 5º)


• Capítulo II – Direitos Sociais (arts. 6º a 11)
• Capítulo III – Da Nacionalidade (arts. 12 e 13)
• Capítulo IV – Dos Direitos Políticos (arts. 14 a 16)
• Capítulo V – Dos Partidos Políticos (art. 17)
20m

Assim, os direitos políticos são uma das espécies de direitos fundamentais. Diante de
normas restritivas de direitos políticos, o art. 15 da Constituição elenca as hipóteses de perda
ou suspensão dos direitos políticos.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Como se está diante de normas restritivas dos direitos fundamentais, isso significa que
essas normas recebem uma interpretação restritiva. Não é possível atribuir interpretação
ampliativa ou extensiva a essas normas. Exemplo de aplicação da interpretação restritiva:
art. 71 do Código Eleitoral, que trata das hipóteses de cancelamento da inscrição eleitoral.
Por outro lado, diante de normas que atribuem ou reconhecem direitos políticos, essas normas
receberão interpretação extensiva ou ampliativa. Essa é uma das razões pelas quais se conclui
que o rol de direitos políticos previstos no art. 14 da Constituição é meramente exemplificativo.
25m
Assim, qualquer outro meio que permita ao povo manifestar a sua vontade e interferir na
tomada das decisões (exemplos: tuitaços, manifestações em redes sociais e manifestações popu-
lares a partir do exercício do direito de reunião, previsto no art 5º, inciso XVI) serão consideradas
formas legítimas de exercício da cidadania, ainda que não previstas expressamente no art. 14.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos – Aspectos Gerais II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

DIREITOS POLÍTICOS – ASPECTOS GERAIS II

RELEMBRANDO
Os direitos políticos constituem instrumentos para o exercício da soberania popular. O
povo exerce a sua soberania popular de duas formas, segundo o art. 1º, parágrafo único
da Constituição:

• Direta, sem intermediação, por meio de


– voto (possibilidade de escolher entre as opções submetidas, é pessoal e intransferível);
– plebiscito (manifestação popular efetuada antes da edição de um ato legislativo);
– referendo (manifestação popular efetuada após a edição de um ato legislativo);
– iniciativa popular de leis.

• Indireta, a partir de representantes populares que exercerão o poder em nome do povo.


– Poder Executivo: presidente, vice-presidente, governador, vice-governador, prefeito,
vice-prefeito.
– Poder Legislativo: senador da República, deputado federal, deputado estadual
e vereador.

Essas formas de exercício da soberania popular pelo povo indicam que o Brasil é uma
democracia participativa, em que há instrumentos tanto para que o povo possa interferir na
formação da vontade política do Estado de forma direta quanto de forma indireta, a partir
dos representantes eleitos.

DIREITOS POLÍTICOS

Soberania popular – instrumento de exercício

Em primeiro lugar, a soberania popular será exercida por meio de sufrágio.


5m
Segundo a doutrina majoritária, sufrágio é uma outra designação para direitos políticos.
A partir do sufrágio decorrem os instrumentos de exercício da soberania popular. Como no
Brasil houve a edição de uma constituição cidadã, esta previu que o sufrágio terá uma carac-
terística: será universal. Reconhece-se ao maior número possível de cidadãos o direito de
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos – Aspectos Gerais II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

participar das escolhas e interferir na tomada das decisões. Contudo, o sufrágio universal
não significa que qualquer pessoa será titular de direitos políticos. Na verdade, qualquer
pessoa que preencher os requisitos mínimos será titular de direitos políticos. Os dois requisi-
tos são nacionalidade e idade.
O sufrágio universal é uma contraposição ao sufrágio restritivo. Como espécies de sufrá-
gio restritivo havia o sufrágio censitário (baseado na capacidade financeira ou formação aca-
dêmica) e o sufrágio capacitário. O sufrágio universal é gênero, e como espécies há o voto,
o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de leis.
O voto tem algumas características. É direto e sem intermediação (para efeito de compa-
ração, o sistema eleitoral dos Estados Unidos, em que o povo escolhe os delegados que vão
votar). Em regra, as eleições no Brasil são diretas, mas nas hipóteses previstas na Consti-
tuição ou em lei, é possível a realização de eleições indiretas (exemplo: dupla vacância no
segundo biênio do mandato de presidente e vice-presidente, por motivo de morte, renúncia
ou cassação).
10m
Os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e o presidente do STF
não viram presidentes da República automaticamente em caso de vacância. O Congresso
Nacional deve convocar novas eleições em 30 dias, que serão indiretas se a dupla vacância
ocorrer no segundo biênio do mandato. Neste caso, o Congresso irá escolher o novo presi-
dente e o vice-presidente da República.
No art. 224, §§ 3º e 4º do Código Eleitoral, existe a previsão de realização de eleições
indiretas em caso de indeferimento do registro, cassação do registro, decretação de perda
do diploma e decretação de perda de mandato pela Justiça Eleitoral de quem tem cargo de
chefe do Poder Executivo estadual e municipal. Essa eleição será indireta se a decretação
de perda de mandato ocorrer nos últimos seis meses do mandato.
Outra característica do voto é a sua pessoalidade. Isso significa que não se admite voto
por procuração, ainda que haja uma justa razão. Para efeito de comparação, no Brasil é pos-
sível dar entrada no pedido de casamento por procuração.
15m
Devido ao fato de o voto ser secreto, adota-se uma série de mecanismos para garantir a sua
sigilosidade. Quando o eleitor vai votar, o voto ocorre em uma cabine indevassável. A urna ele-
trônica é dotada de mecanismos de criptografia para evitar revelar em quem cada eleitor votou.
Com base na sigilosidade do voto, o STF declarou a inconstitucionalidade do voto impresso
no Brasil. Por duas vezes, na Lei n. 10.408/2002 e na Lei n. 13.165/2015, o Congresso adotou
o voto híbrido no Brasil, em que o eleitor poderia comparecer à urna eletrônica e digitar o seu
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos – Aspectos Gerais II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

voto; após a confirmação, a descrição deste voto seria impressa e o papel depositado em um
receptáculo. Nas duas vezes, o STF declarou a inconstitucionalidade do modelo. No entanto,
o voto impresso não é inconstitucional, pois de acordo com o próprio STF cabe ao Congresso
prever o modelo de voto a ser adotado no Brasil. O que a Corte decidiu é que os modelos pre-
vistos pelas Leis n. 10.408/2002 e n. 13.165/2015 fragilizam a sigilosidade do voto.
Outra característica do voto é que ele tem valor igual para todos, com base no princípio
da isonomia formal. Não importa se é um analfabeto ou alguém com pós-doutorado, se é um
milionário ou alguém que esteja na categoria da miséria: para cada cidadão brasileiro, o voto
tem o mesmo valor. Vale a máxima “um homem, um voto”.
20m
O art. 14, inciso I prevê que o plebiscito é outra forma de exercício da soberania popular.
O plebiscito nada mais é do que uma consulta popular. Para a criação de novos entes fede-
rativos e territórios federais, o art. 18, § 3º da Constituição prevê, dentre outros requisitos,
a realização de um plebiscito com a população diretamente interessada. Em 2011, surgiu
na pauta brasileira a discussão para a criação de dois novos entes federativos: o estado de
Tapajós e o estado de Carajás, a partir do desmembramento do estado do Pará. A popula-
ção do estado do Pará votou pelo não desmembramento do estado, decisão que vinculou o
Congresso Nacional, que sequer pôde discutir a pauta. Assim, o plebiscito é uma espécie de
consulta popular na qual o povo se manifesta antes da edição do ato legislativo ou adminis-
trativo (exemplo: a edição de um decreto). O tema plebiscito, referendo e iniciativa popular
de leis é tratado pela Lei n. 9.709/1998.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos – Aspectos Gerais III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

DIREITOS POLÍTICOS – ASPECTOS GERAIS III

RELEMBRANDO
Na última aula, tratamos sobre as espécies de sufrágio, voto e suas características e
plebiscito.
O plebiscito, regulado pela Lei n. 9.709/1998, se constitui como uma consulta popular
realizada antes da edição de um ato legislativo ou administrativo. O plebiscito é exigido
expressamente na Constituição para os processos de criação de novos entes federativos.
Temos como espécie de direitos políticos, espécie de sufrágio, o referendo, que também
se caracteriza como uma consulta popular. Diferentemente do plebiscito, o referendo se
dá após a edição do ato legislativo, ato administrativo, podendo o povo ratificar ou rejeitar
esse ato. Referendo é uma das formas de manifestação dos direitos políticos, uma das
formas de exercício da soberania popular.

DIREITOS POLÍTICOS – ASPECTOS GERAIS

Soberania popular – instrumento de exercício:

• Art. 14 da CF
• Referendo
• Iniciativa popular de leis
• Ação popular

 Obs.: Além do referendo, tem-se como uma das formas da soberania popular, a iniciativa
popular de leis, que nada mais é do que a possibilidade de apresentação de um pro-
jeto de lei pelo povo ao Poder Legislativo.

Dentre as etapas de formação de uma lei, há a etapa da proposição, a etapa em que há


a apresentação do projeto de lei. Esse projeto de lei pode ser de iniciativa do chefe do Poder
Executivo; de iniciativa parlamentar ou de iniciativa popular. Quando o povo apresenta um
projeto de lei, há um tipo de manifestação, uma espécie de sufrágio – quando o povo pro-
voca o Poder Legislativo, fazendo a apresentação de uma proposta de edição de uma lei.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos – Aspectos Gerais III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Exemplos de leis decorrentes da iniciativa popular: Lei n. 9.840/1999 e Lei Complementar n.


135/2010 – Lei da Ficha Limpa.
5m
Para que o povo possa apresentar uma proposta de iniciativa popular de leis, é exigível
que exista, no âmbito federal, o preenchimento de alguns requisitos de admissibilidade (pre-
vistos no art. 61, § 2º, da Constituição Federal):
• Esse projeto de lei deverá ser assinado, subscrito por 1% (um por cento) do eleito-
rado nacional;
• As assinaturas deverão ser buscadas em, pelo menos, 5 (cinco) unidades federativas,
ou 4 (quatro) unidades federativas mais o Distrito Federal;
• Em cada uma dessas unidades federativas em que se buscar o apoio ao projeto de lei,
deve-se buscar 0,3% (três décimos por cento) do eleitorado de cada um deles.

Ao cumprir os requisitos, esse projeto de lei de iniciativa popular deverá ser apresentado
à Câmara dos Deputados (casa iniciadora do projeto de lei). Caso aprovado na Câmara dos
Deputados, o projeto será encaminhado ao Senado Federal, que atuará, no âmbito do projeto
de lei, como casa revisora.
10m
Dentre as formas estabelecidas para os exercícios dos direitos políticos, há a ação popu-
lar, prevista no art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal.
A Constituição prevê a ação popular enquanto forma de o povo fiscalizar e buscar a anu-
lação de atos lesivos, forma de o povo interferir na tomada de decisões.

ATENÇÃO
A ação popular, conforme previsto na Constituição Federal, só poderá ser proposta por
cidadão. Ou seja, a CF dispõe que qualquer cidadão poderá propor ação popular, não é
qualquer pessoa (diferentemente do manejo do habeas corpus). A ação popular só poderá
ser manejada por um titular da cidadania, por um titular de direitos políticos; apenas as pes-
soas inscritas perante a Justiça Eleitoral e integrantes do rol de eleitores brasileiros estarão
aptos ao ajuizamento da ação popular, conforme se vê na CF.

 Obs.: Como as demais formas de exercício da cidadania, a ação popular não tem custas:
os atos são gratuitos. A propositura de uma ação popular é uma manifestação da
cidadania, logo é gratuita. Salvo se houver má-fé.
15m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos – Aspectos Gerais III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Quem tem competência para estabelecer a forma de exercício do escrutínio?

• Legitimidade do Congresso Nacional para adoção de sistemas e procedimentos de


escrutínio eleitoral com observância das garantias de sigilosidade e liberdade do voto
(CF, arts. 14 e 60, § 4º, II). Modelo híbrido de votação previsto pelo art. 59-A da Lei
n. 9.504/1997. Potencialidade de risco na identificação do eleitor configuradora de
ameaça à sua livre escolha. Inconstitucionalidade. [ADI 5.889, rel. min. Gilmar Mendes,
j. 16-9- 2020, P, DJE de 5-10-2020.]

 Obs.: Na Constituição Federal há a previsão para que exista a sigilosidade do voto, o escru-
tínio (forma de fazer uma eleição) é secreto.

A tomada de decisão sobre a forma do escrutínio, se é manual, exclusivamente eletrônico


ou híbrido, a competência para a tomada dessa decisão é do Congresso Nacional. Não com-
pete ao Supremo Tribunal Federal substituir-se ao Poder Legislativo e fixar qualquer outra
forma de escrutínio.
20m
O modelo híbrido de votação, previsto na Lei n. 9.504/1997 e inserido pela Lei n.
13.165/2015, tem o risco ou potencial de expor a livre escolha, o sigilo do voto. Dessa forma,
o STF declarou a inconstitucionalidade do art. 59-A, não porque não pode haver voto híbrido,
mas sim pois o procedimento previsto para a implantação do voto híbrido colocaria em risco
o sigilo do voto.

Admite-se a exigência da apresentação de documento oficial com foto e do título


eleitoral para o exercício do direito ao voto?

• A inovação legislativa trazida pelo art. 91-A da Lei n. 9.504/1997, com redação dada
pela Lei n. 12.034/2009, a partir da qual exigida a apresentação concomitante do título
eleitoral e de documento oficial com foto para identificação do eleitor no dia da vota-
ção, embora pensada para combater a fraude no processo eleitoral, instituiu óbice
desnecessário ao exercício do voto pelo eleitor. Questão equacionada sob o viés do
princípio da proporcionalidade, ante a suficiência de documento oficial com foto para
identificação do eleitor, revelando-se medida adequada e necessária para garantir a
autenticidade do voto. [ADI 4.467, rel. min. Rosa Weber, j. 20-10-2020, P, DJE de
29-10-2020.]
25m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Direitos Políticos – Aspectos Gerais III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

A sigilosidade da votação protege o parlamentar nas votações nas Casas Legisla-


tivas?

• A cláusula tutelar inscrita no art. 14, caput, da Constituição tem por destinatário espe-
cífico e exclusivo o eleitor comum, no exercício das prerrogativas inerentes ao status
activae civitatis. Essa norma de garantia não se aplica, contudo, ao membro do Poder
Legislativo nos procedimentos de votação parlamentar, em cujo âmbito prevalece, como
regra, o postulado da deliberação ostensiva ou aberta. As deliberações parlamentares
regem-se, ordinariamente, pelo princípio da publicidade, que traduz dogma do regime
constitucional democrático. A votação pública e ostensiva nas Casas Legislativas cons-
titui um dos instrumentos mais significativos de controle do poder estatal pela socie-
dade civil. [ADI 1.057 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 20-4-1994, P, DJ de 6-4-2001.]

ATENÇÃO
Em regra, nas votações parlamentares, o escrutínio deve se dar de forma aberta, deve ser
voto aberto, voto ostensivo. Isso porque o parlamentar tem o dever de prestação de con-
tas à sociedade. Excepcionalmente, é possível que exista, quando assim a CF o prever,
voto secreto.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Alistamento Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ALISTAMENTO ELEITORAL

Obs.: Majoritariamente, diz-se que o exercício da cidadania depende do cumprimento de


uma formalidade chamada alistamento eleitoral. Para que alguém possa titularizar
direitos políticos e exercê-los, é indispensável que tenhamos o alistamento eleitoral.

Alistamento eleitoral → ato por meio do qual alguém se credencia perante a Justiça
Eleitoral para se tornar um eleitor. Nesse caso, a Justiça Eleitoral, por meio de sua função
administrativa (de gerir os eleitores e o cadastro eleitoral) habilitará aqueles cidadãos que
preencherem os requisitos constitucionais para que então possam exercê-los. A partir do alis-
tamento eleitoral, temos a inclusão desse cidadão no hall de eleitores brasileiros. Quem não
se registrou não pode votar, pois não consta como eleitor, automaticamente, seus dados não
são inseridos na urna eletrônica. No Brasil, para participar das eleições ou concorrer à cargos
eletivos, é indispensável o alistamento eleitoral.

Direitos Políticos – Alistamento Eleitoral

• Constitui o ato no qual o eleitor se credencia na Justiça Eleitoral.

Obs.: Antes do alistamento eleitoral temos uma pessoa, após o alistamento eleitoral, te-
mos um cidadão.

Pessoa é o titular de direitos e obrigações da ordem civil.


Cidadão é o titular de direitos políticos e que, em razão da sua cidadania, pode interferir
na vontade política do Estado.

• Ato de reconhecimento do direito de votar.


5m
• Necessidade de preenchimento dos requisitos legais e constitucionais.
• De acordo com o art. 42 do CE, o alistamento faz-se mediante qualificação e inscrição.

Obs.: Na primeira etapa (qualificação do eleitor), identifica-se o eleitor, seus dados pes-
soais, para que então possamos aferir se ele preenche os requisitos constitucionais.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Alistamento Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ATENÇÃO
No Brasil, não existe alistamento eleitoral de ofício. Apenas se o eleitor procurar a Justiça
Eleitoral e apresentar um pedido de alistamento eleitoral, será possível que tenhamos o alis-
tamento. Ainda que o alistamento seja obrigatório, sempre será exigido que o eleitor compa-
reça à Justiça Eleitoral e, então, teremos a observância dessa primeira etapa de qualificação.

Obs.: Se o eleitor preencher todos os requisitos, teremos a segunda etapa que é a inscrição.

Na inscrição, estamos diante de um ato da atribuição do juiz eleitoral.


No Brasil, para a titularização da cidadania brasileira, há a exigência da nacionalidade
brasileira – estrangeiros não podem titularizar direitos políticos, pois o cidadão interferirá na
tomada de decisões políticas; o cidadão interfere na ação da vontade política do Estado.
A nacionalidade brasileira é um pressuposto para a aquisição da cidadania brasileira.
10m

Direitos Políticos – Alistamento Eleitoral

Nacionalidade Brasileira

• Brasileiro nato
• Brasileiro naturalizado

Obs.: A Constituição Federal, no art. 19, prevê que nós não podemos admitir a existência
ou a concessão de tratamento diferenciado entre brasileiros. A distinção entre brasi-
leiros natos e naturalizados não é admitida (em caso de alistamento eleitoral), salvo
se aparecer na própria Constituição.

• Português

Obs.: Será que o português pode titularizar direitos políticos no Brasil?

A previsão que está no art. 12, § 1º, da CF dispõe que aos portugueses com residência
permanente no Brasil e se houver reciprocidade, em favor de brasileiros em Portugal, garan-
te-se os mesmos direitos inerentes ao brasileiro.
15m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Alistamento Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Se o português preencher os requisitos, receberá a equiparação de direitos do brasileiro


naturalizado. O português, enquanto estrangeiro, é o único que pode adquirir direitos políti-
cos no Brasil. Para ele não é exigido o processo de naturalização para que possa se tornar
cidadão brasileiro.

Direitos Políticos – Alistamento Eleitoral

Requisitos para o Alistamento

• Idade mínima de 16 anos.

Obs.: A Resolução n. 23.659/2021 trata do alistamento eleitoral e prevê a possibilidade do


menor de 16 (dezesseis) anos se alistar, preenchidos alguns requisitos.
20m

Ainda que preenchidos os requisitos de nacionalidade brasileira e requisito etário, o juiz


eleitoral não pode alistar ninguém de ofício.

• Não existe alistamento de ofício.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ALISTAMENTO ELEITORAL II

Obs.: A Constituição Federal prevê o alistamento obrigatório, facultativo e o alistamento


eleitoral proibido, proscrito.

DIREITOS POLÍTICOS – ALISTAMENTO ELEITORAL

Espécies de alistamento

• Alistamento obrigatório:
– Brasileiro maior de 18 anos e menor de 70 anos.

ATENÇÃO
Se o examinador reproduzir esse quesito em sua prova, afirmando que o alistamento elei-
toral e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 (dezoito) anos, é preciso considerar
como fato verdadeiro. Se houver a reprodução da literalidade dessa disposição constitucio-
nal, estará correto. Entretanto, é preciso entender que não basta ser maior de 18 (dezoito)
anos para que o alistamento e o voto sejam obrigatórios. É preciso estar diante de alguém
que seja maior de 18 (dezoito) anos, menor de 70 (setenta) anos e alfabetizado (já que
para o analfabeto de qualquer idade, o alistamento é facultativo). Preenchidos esses requi-
sitos, estaremos diante de uma obrigação constitucional.
5m

Alfabetizado

Obs.: O não exercício de direito ao voto ou o não alistamento eleitoral de quem se amolda a essa
situação gerará uma multa eleitoral, além de uma série de outras consequências como:
• Não poder retirar o passaporte;
• Não poder tirar a carteira de identidade (RG);
• Não poder fazer empréstimos em Caixas Econômicas Federais;
• Não poder ser empossado em cargos públicos;
• Não poder receber remuneração, soldo, subsídio (decorrente do exercício de função
pública); e
• Não poder se inscrever ou se matricular em estabelecimentos oficiais de ensino.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Alistamento facultativo:
– Maior de 16 anos e menor de 18 anos;
– Maiores de 70 anos;
– Analfabetos.

Obs.: Até a Constituição Federal, havia uma proibição para o alistamento dos analfabetos.
No entanto, veio a Constituição com a finalidade de ampliar a participação do povo
no exercício do poder, com a finalidade de amplificar o exercício da cidadania pelo
povo brasileiro. A Constituição informa que o analfabeto poderá votar, ainda que ele
se aliste, o voto é facultativo. Para fins eleitorais, analfabeto é aquele que não sabe
ler nem escrever minimamente.
10m

O analfabeto poderá exercer a cidadania ativa, ou seja, poderá votar.


Sobre os maiores de 70 (setenta) anos:
Pergunta: O que os maiores de 70 (setenta) anos de idade têm de diferente em relação
aos demais cidadãos, que essa situação foi levada em consideração pelo legislador consti-
tuinte para prever expressamente que o voto é facultativo?
Resposta: A natural dificuldade de locomoção em razão da idade. Diante das circunstân-
cias, na maior parte das cidades brasileiras, encontramos problemas de acessibilidade, logo
facilitando ao legislador tomar essa decisão.
Pergunta: Para as pessoas com deficiência, será que o voto e o alistamento são
facultativos?
15m
Resposta: Não é qualquer espécie de deficiência que provoca dificuldade de locomoção.
Diante disso, pode-se chegar à conclusão de que o alistamento e voto da pessoa com defici-
ência é obrigatório (desde que preencha os requisitos anteriores para voto obrigatório).
Pergunta: A pessoa que tenha paraplegia ou alguma espécie de má formação cerebral
que, como consequência, provoque a paralisação de sua movimentação corporal, será con-
siderada facultativa?
Resposta: A Constituição não trata dessa situação.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Sobre esse tema surgiram duas correntes doutrinárias:


1ª: Representada por Thales Tácito Pontes Luz de Pádua Cerqueira → Para ele só o
legislador constituinte poderá estabelecer hipóteses de alistamento, de voto facultativo. Não
se admite a criação de outras hipóteses de alistamento, de voto facultativo por meio de inter-
pretação constitucional.
2ª: Representada por Gilmar Pereira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco, no
livro Direito Constitucional da Editora Saraiva → Eles dizem que existe na Constituição
Federal a elevação da categoria de princípio constitucional pelo princípio da isonomia mate-
rial, ou seja, precisamos tratar os “iguais” de forma igual e os “desiguais” de forma desi-
gual, na medida de sua desigualdade. Para esses doutrinadores, inclusive o ministro Gilmar
Pereira Mendes, à época da discussão desse tema, no âmbito do TSE, ele era um dos mem-
bros e levou esse debate ao TSE.
20m
Para o ministro Gilmar Mendes, para pessoas com excessiva dificuldade de locomoção o
alistamento e o voto são facultativos.
A Resolução n. 21.920/2004, expedida pelo TSE, previu que o alistamento e o voto das
pessoas com deficiência são obrigatórios, porém, nesse caso, não haverá sanção. Essa
resolução foi revogada pelo TSE e, atualmente, esse tema é tratado pela Resolução n.
23.659/2021.

Espécies de Alistamento – Alistamento Facultativo:

• E o alistamento da pessoa com deficiência?

Art. 15. Não estará sujeita às sanções legais decorrentes da ausência de alistamento e do não
exercício do voto a pessoa com deficiência para quem seja impossível ou demasiadamente onero-
so o cumprimento daquelas obrigações eleitorais.
25m § 1º A pessoa nas condições do caput deste artigo poderá, pessoalmente ou por meio de curador
/curadora, apoiador/apoiadora ou procurador/procuradora devidamente constituído(a) por instru-
mento público ou particular, requerer:
a) a expedição da certidão prevista no inciso VII do art. 3º desta Resolução, com prazo de validade
indeterminado, se ainda não houver se alistado eleitora; ou
b) caso já possua inscrição eleitoral, o lançamento da informação no Cadastro Eleitoral, mediante
comando próprio que a isentará da sanção por ausência às urnas ou aos trabalhos eleitorais.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Espécies de Alistamento

• Alistamento proibido
• Estrangeiros
• Conscritos
• CF – art. 14, § 2º – Fim!

Obs.: Para o estrangeiro, não se admite o alistamento eleitoral, pois a nacionalidade brasi-
leira é o pressuposto para a cidadania brasileira. Salvo o caso do português. Para os
outros estrangeiros, o alistamento é proibido.

Para o conscrito, o alistamento também é proibido. Conscrito é a classe de pessoas que


estão incorporadas à prestação do serviço militar obrigatório. O militar pode se tornar cidadão
brasileiro, salvo o conscrito.
Pergunta: O que acontece com os direitos políticos do conscrito já alistado?
30m
Resposta: O art. 15 da Constituição dispõe que é vedada a cassação dos direitos políti-
cos, cujos casos de perda ou suspensão só se dará nos casos de:
• Cancelamento da naturalização por sentença judicial transitada e julgada;
• Incapacidade civil absoluta;
• Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
• Recusa do cumprimento da obrigação legal a todos imposta ou da prestação alternativa;
• Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º, da Constituição Federal.

Ele não sofre suspensão dos direitos políticos, ficando apenas impedido de votar e de ser
votado, mas os demais deveres políticos poderão ser por ele exercidos, conforme entendi-
mento firmado pelo TSE desde 1989.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Elegibilidade
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ELEGIBILIDADE

Os princípios constitucionais aplicáveis aos direitos políticos são disposições constan-


tes nos arts. 14-16 da Constituição Federal de 1988. Destaca-se dos direitos políticos, para
compor tema deste bloco, o direito à elegibilidade.
No que tange ao direito à elegibilidade, a Constituição Federal, em seu art. 1º, parágrafo
único, dispõe que todo o poder pertence ao povo, que o exerce diretamente ou por meio de
representantes eleitos em termos constitucionais. Esses representantes são escolhidos em
uma eleição. Para participar da eleição, o cidadão que quer se habilitar para se tornar um
representante popular deve exercer o seu direito à elegibilidade.
O direito à elegibilidade pode ser definido como direito de participar das eleições, direito
de ser votado, ius honorum, direito político passivo ou capacidade eleitoral passiva. Todas
essas expressões são sinônimas e referem-se ao direito de alguém de participar das eleições
e de concorrer a cargos eletivos.
A Constituição Federal também dá tratamento normativo ao direito à elegibilidade em seu
art. 14, § 3º, regulando os requisitos para o exercício do direito à elegibilidade.
5m

REQUISITOS

O exercício do direito à elegibilidade depende do preenchimento de todas as condições


de elegibilidade e da não incidência em nenhuma das hipóteses de inelegibilidade. As condi-
ções podem ser classificadas em condições de elegibilidade constitucionais ou condições de
elegibilidade infraconstitucionais.
As condições de elegibilidade constitucionais estão estabelecidas no art. 14, § 3º, da
Constituição. Por sua vez, as condições de elegibilidade infraconstitucionais atualmente
estão estabelecidas em lei infraconstitucional.
Se se deseja criar hipóteses ou condições para o exercício do direito, as novas condições
de elegibilidade devem ser criadas por meio de lei ordinária. É o que se apreende do § 3º do
art. 14 da Constituição, por força dos termos “na forma da lei” no texto empregados. Somente
há exigência de edição de lei complementar em Direito Eleitoral em duas situações: a de
organização e competências da Justiça Federal e a de criação de inelegibilidades.
As condições de elegibilidade estabelecidas no art. 14, § 3º, da Constituição são as
seguintes:
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Elegibilidade
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Nacionalidade brasileira;
• Pleno gozo dos direitos políticos;
• Alistamento eleitoral;
• Domicílio eleitoral na circunscrição;
• Filiação partidária; e
• Idade mínima.

No art. 9º da Lei n. 9.504/1997, há especificações para duas condições constitucionais.


A lei dispõe que a filiação partidária deve ter sido iniciada há pelo menos seis meses da data
das eleições (art. 9º). Além disso, estabelece que o domicílio eleitoral deve ter sido iniciado
há pelo menos seis meses da data das eleições (art. 9º).
10m
Além das condições constitucionais, há as condições de elegibilidade infraconstitucio-
nais, também chamadas de condições de elegibilidade impróprias, estabelecidas na Lei
n. 9.504/1997. A primeira delas é a escolha em convenção partidária (arts. 7º e 8º, Lei n.
9.504/1997). Para que alguém participe das eleições, a pessoa deve ser escolhida como
candidata por um partido político, ainda que ela tenha filiação partidária. Dessa forma, não
há que se falar em candidatura avulsa: a pessoa que deseja concorrer deve ser filiada em um
partido político e, por meio de convenção desse partido, deve ser escolhida para se eleger.
A segunda condição é a quitação eleitoral (art. 11, § 7º, Lei n. 9.504/1997). Para que alguém
participe das eleições, é exigível que a pessoa esteja em dia com suas obrigações eleitorais.
A saber, estar em dia com as obrigações eleitorais envolve ter votado quando o voto é obri-
gatório; ter pago a multa quando tiver sofrido multa eleitoral pela prática de ilícitos eleitorais;
ter atendido às convocações da Justiça Eleitoral (como recadastramento, por exemplo); e ter
apresentado as contas de campanha.
15m

CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE E DE INELEGIBILIDADE

Conforme disposto, para que alguém possa exercer o seu direito à elegibilidade, a pessoa
deve preencher todas as condições de elegibilidade e não incidir em nenhuma das hipóteses
de inelegibilidade.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Elegibilidade
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Inelegibilidade é a ausência ou negação da legibilidade. Assim, inelegibilidade pode ser


definida como causa que impede o exercício do direito à elegibilidade. Desse modo, ainda
que a pessoa tenha direito à legibilidade, se ela incidir em alguma das hipóteses de inelegi-
bilidade, ela não poderá participar das eleições.
Uma das causas de inelegibilidade é o analfabetismo. O art. 14, § 4º, da Constituição
dispõe que são inelegíveis os analfabetos. Assim, a pessoa analfabeta, mesmo que preen-
cha as seis condições de elegibilidade constitucionais, não pode participar das eleições.
Por outro lado, as condições de elegibilidade são requisitos que devem ser preenchidos
para o exercício do direito à elegibilidade.
Essa distinção é importante para a criação de condições de elegibilidade.
20m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Elegibilidade II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ELEGIBILIDADE II

Elegibilidade é o direito de o cidadão participar das eleições e concorrer a cargos públicos


eletivos. O cidadão que tiver a sua capacidade eleitoral passiva poderá participar das elei-
ções e concorrer a cargos eletivos, desde que preencha todas as condições de elegibilidade
e não incida em nenhuma das hipóteses de inelegibilidade.
A Constituição Federal de 1988 prevê que são condições de elegibilidade, na forma da
lei: nacionalidade brasileira; pleno gozo dos direitos políticos; alistamento eleitoral; domicílio
eleitoral na circunscrição; filiação partidária; e idade mínima.

NACIONALIDADE BRASILEIRA

Para que o cidadão possa participar das eleições, ele deve ter nacionalidade brasi-
leira. Isso significa que somente brasileiros poderão participar das eleições e concorrer a
cargos eletivos, porque a nacionalidade brasileira é um pressuposto da cidadania brasileira.
Estrangeiros não podem participar das eleições, porque não são titulares de direitos políticos
brasileiros.
Para fins de exercício do direito de elegibilidade, a Constituição, em seu art. 12, § 3º,
estabelece distinção entre brasileiros natos e brasileiros naturalizados, dispondo de cargos
privativos de brasileiros natos. Os cargos privativos de brasileiros natos são: Presidente da
República; Vice-Presidente da República; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente
do Senado Federal; Ministro do Supremo Tribunal Federal; integrantes das carreiras diplo-
máticas; oficiais das Forças Armadas; e Ministro de Estado da Defesa. Dentre esses cargos,
dois deles são eletivos: Presidente e Vice-Presidente da República, e somente brasileiros
natos podem concorrer a esses cargos.
5m
Ainda que brasileiros naturalizados possam concorrer aos cargos de Deputado Federal e
de Senador da República, se eleitos, não poderão integrar a Mesa Diretora na qualidade de
presidente de uma das Casas Legislativas.
Nos termos do art. 12, § 1º, da Constituição Federal, aos portugueses com residência
permanente no Brasil, se houver reciprocidade, são garantidos os mesmos direitos ineren-
tes aos brasileiros. Desse modo, portugueses podem participar das eleições, nos termos
dispostos.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Elegibilidade II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

PLENO GOZO DOS DIREITOS POLÍTICOS

A plenitude do exercício da cidadania implica que somente podem participar das eleições
aqueles cidadãos que não incidirem em uma das hipóteses de perda ou de suspensão dos
direitos políticos.
As hipóteses de perda ou de suspensão dos direitos políticos, por decorrente perda de
cidadania brasileira, são: cancelamento da naturalização por sentença judicial transitada em
julgado; incapacidade civil absoluta; condenação criminal transitada em julgado enquanto
durarem seus efeitos; recusa do cumprimento da obrigação legal a todos imposta ou da pres-
tação alternativa, observado o art. 15, VIII, da Constituição; improbidade administrativa, nos
termos do art. 37, § 4º, da Constituição.
Há outra forma de restrição da cidadania brasileira: quem incide nas hipóteses de inele-
gibilidade fica impedido de exercer o direito à legibilidade. Convém observar, no entanto, que
o inelegível não perde o pleno gozo dos direitos políticos. Ele pode votar, pode participar de
referendo, de plebiscito, de iniciativa popular de leis e pode propor ação popular. Isso signi-
fica que o inelegível não participa das eleições por causa da inelegibilidade, mas não por que
deixou de atender à condição de elegibilidade.
10m

ALISTAMENTO ELEITORAL

Somente pode participar das eleições o cidadão que estiver previamente inscrito perante
a Justiça Eleitoral. Então, deve alistar-se, inscrever-se como eleitor e integrar o rol de eleito-
res para que possa participar das eleições. Por isso, no momento do pedido de registro de
candidatura, o eleitor deve comprovar que é eleitor.

DOMICÍLIO ELEITORAL

Quanto aos cargos eletivos, há três circunscrições: município, circunscrição dos cargos
eletivo de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador; estados e Distrito Federal, circunscrição dos
cargos de Deputado Federal, Senador da República, Deputado Estadual, Deputado Distri-
tal, Governador e Vice-Governador; país, circunscrição dos cargos eletivos de Presidente e
Vice-Presidente.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Elegibilidade II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Para que possa participar das eleições e concorrer aos cargos de Prefeito, Vice-Prefeito
e Vereador, o cidadão deve ter domicílio eleitoral no município do cargo. Por exemplo, se
alguém deseja participar das eleições para Prefeito do município de Crato, Ceará, a pessoa
deve ter domicílio eleitoral na zona eleitoral correspondente ao município de Crato, sob pena
de não poder participar das eleições.
Por outro lado, para participar das eleições para Deputado Federal, Senador da Repú-
blica, Deputado Estadual, Deputado Distrital, Governador e Vice-Governador, o cidadão deve
ter como domicílio eleitoral uma das zonas eleitorais do respectivo estado ou do Distrito
Federal. Por exemplo, se alguém deseja participar das eleições para Deputado Federal no
estado de Pernambuco, a pessoa deve ter domicílio eleitoral em qualquer uma das zonas
eleitorais do estado de Pernambuco, e não necessariamente em Recife. Isso porque não é
exigível que o cidadão, para participar das eleições estaduais e distritais, tenha domicílio elei-
toral na capital; ele pode ter em qualquer uma das zonas eleitorais daquele respectivo estado
ou do Distrito Federal.
Para participar das eleições para Presidente ou Vice-Presidente da República, o cidadão
deve ter domicílio eleitoral em qualquer zona eleitoral do país.
15m
A Constituição Federal exige o domicílio eleitoral na circunscrição do cargo como forma
de fazer com que aqueles que participarão das eleições tenham vínculos com a comunidade
que desejem representar. É necessário ressaltar que o eleito para um cargo eletivo deve
representar uma determinada parcela da população. Por isso, pressupõe-se que o represen-
tante conheça as necessidades, os anseios e os valores da parcela do povo que representam.
É importante notar: domicílio eleitoral por si só não é suficiente para a elegibilidade. O
art. 9º da Lei n. 9.504/1997 estabelece que, para participar das eleições, o cidadão deve ter
domicílio eleitoral na circunscrição do cargo há pelo menos seis meses antes da data das
eleições. A disposição surge das alterações promovidas pela Lei n. 13.487/2017 e pela Lei
n. 13.488/2017.
Quanto aos conceitos de domicílio, há dois: o conceito legal (art. 43, Parágrafo único,
Código Eleitoral) e o conceito jurisprudencial.
O Código Eleitoral, ao tratar do conceito de domicílio eleitoral, dispõe que é considerado
domicílio eleitoral o local onde o eleitor tem residência ou moradia. O conceito de residência
é estabelecido pelo art. 70 do Código Civil: domicílio local é o local onde a pessoa tem a sua
residência com ânimo de permanecer naquela determinada residência. Em outros termos,
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Elegibilidade II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

residência é onde uma pessoa permanece de forma habitual. Por outro lado, moradia é onde
alguém está por um determinado tempo.
20m
Isto posto, segundo o Código Eleitoral, moradia é suficiente para configuração de domi-
cílio eleitoral. Além disso, caso o cidadão tenha mais de uma moradia, considerar-se-á domi-
cílio eleitoral qualquer uma delas, e não todas elas. Isto é, observa-se que não existe plurali-
dade de domicílio eleitoral: cada eleitor somente pode optar por um único domicílio eleitoral.
Para alterar o domicílio eleitoral, é exigível o procedimento da transferência eleitoral.
Não há que confundir domicílio eleitoral com domicílio civil. O domicílio civil poderá ou
não ser equivalente ao domicílio eleitoral. Diante da fluidez do conceito de moradia, a juris-
prudência do TSE construiu o conceito de domicílio eleitoral. Estabelece que domicílio eleito-
ral é o local onde o eleitor tem vínculos políticos, sociais, patrimoniais ou familiares. É impres-
cindível observar que os vínculos não precisam ser todos preenchidos na mesma feita.

Domicílio Eleitoral

É o lugar em que a pessoa mantém vínculos políticos, sociais e econômicos. A residência é a ma-
terialização desses atributos. (Ac. n. 4.769, TSE)
(...) I – O conceito de domicílio eleitoral não se confunde com o de domicílio do direito comum,
regido pelo Direito Civil. Mais flexível e elástico, identifica-se com a residência e o lugar onde o
interessado tem vínculos políticos e sociais. (Ac. n. 16.397, TSE)
25m

Além disso, o TSE dispõe que a residência é uma mera materialização dos atributos vin-
culativos (Ac. n. 4.769, TSE). Ainda, dispõe que o conceito de domicílio eleitoral não se con-
funde com o conceito de domicílio civil. Isso se dá porque o conceito de domicílio eleitoral é
mais flexível – a ver, até mesmo a moradia pode ser utilizada como parâmetro para fixação
do domicílio eleitoral – e é mais elástico (Ac. n. 16.397, TSE).

Exemplo: foi levado a julgamento, perante o TSE, o caso de uma filha que mantinha uma
relação conflituosa com seu pai e morava no interior. Ao adquirir a maioridade, ela foi para
a capital estudar e lá desenvolveu sua carreira profissional. Por mais de 30 anos, ela nunca
voltou para visitar sua família. Ou seja, houve um rompimento sentimental e de contato, e
então ela manteve o seu domicílio civil na capital do estado. Trinta anos depois, o seu pai,
que havia exercido cargo eletivo nesse município do interior, faleceu. A filha então decidiu
voltar para o município do interior para continuar a vida política de seu pai, e pretendia par-
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Elegibilidade II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ticipar das eleições para o cargo de vereadora. Ela então promoveu a transferência eleitoral
no prazo, tendo fixado domicílio eleitoral 6 meses antes da data das eleições. O Ministério
Público então propôs uma ação de impugnação ao registro de candidatura, afirmando que
ela não tinha vínculos com o município, pois por mais de 30 anos teve o seu domicílio na
capital. O caso então chegou ao TSE, que entendeu que para que alguém participe das elei-
ções, basta que tenha vínculos políticos, sociais, patrimoniais ou familiares. Quando o pai
faleceu, a filha se tornou sucessora dele, pois o pai tinha imóveis nesse município do interior.
Então ela tinha vínculos patrimoniais, bem como vínculos sociais com o município. O registro
de candidatura foi então deferido para que ela pudesse participar das eleições.
30m

Filiação Partidária

Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo
menos seis meses antes da data fixada para as eleições.
Candidatura avulsa?
O nacional, no gozo dos seus direitos políticos, poderá filiar-se a partido político.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
ANOTAÇÕES

parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.


A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

www.grancursosonline.com.br 5
DIREITO ELEITORAL
Elegibilidade III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ELEGIBILIDADE III

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA

O art. 14, § 3º, da Constituição Federal de 1988 dispõe que, para participar das eleições,
o cidadão deve ser filiado a um partido político. Desse modo, não há que se falar em candi-
datura avulsa no Brasil.
Filiação partidária é um vínculo jurídico existente entre o cidadão e um partido político.
De acordo com o entendimento do TSE, firmado no julgamento da Consulta n. 755-35, para
configurar filiação partidária, devem compor as partes um cidadão e um partido político regis-
trado no TSE. Logo, o vínculo jurídico entre um partido político em formação e um cidadão
reflete associação civil, e não filiação partidária.
5m
Ademais, convém ressaltar que o cidadão, neste contexto, deve estar em pleno gozo
de seus direitos políticos. O art. 16 da Lei n. 9.906 (Lei dos Partidos Políticos) dispõe que
somente o cidadão que esteja no pleno gozo de seus direitos políticos poderá se filiar a par-
tido político. Em outras palavras, em interpretação a contrario sensu, cidadão que incidir em
uma das hipóteses de perda ou de suspensão dos direitos políticos, estabelecidas no art. 15
da Constituição, não pode se filiar a partido político.
A filiação partidária, requisito constitucional, por si só não é suficiente para que alguém
participe das eleições. O art. 9º da Lei n. 9.504 estabeleceu como condição de elegibilidade
que o cidadão esteja filiado a um partido político há pelo menos seis meses antes da data
das eleições.
Apesar dessa previsão, é possível que o partido político, em seu estatuto, estabeleça
prazo de filiação partidária diverso. Todo partido político, no exercício da sua autonomia par-
tidária, tem o direito de tratar de prazo de filiação partidária de forma diferente. O prazo deve
estar estabelecido no estatuto do partido e deve ser superior ao prazo legal de filiação parti-
dária. Por fim, não pode ocorrer alteração no estatuto quanto à previsão de prazo de filiação
partidária diverso do previsto em lei em ano eleitoral.
10m
Convém observar, ainda, que a Constituição Federal proíbe ao militar da ativa a filiação
partidária. O art. 142, § 3º, inciso V, dispõe que militares não pode se filiar a um partido polí-
tico. Isso não significa que militares não possam participar das eleições. O art. 14, § 8º, da
Constituição estabelece que o militar alistável é elegível. Em oposição, o militar conscrito é
considerado inelegível. Então, do militar da ativa não é exigível filiação partidária; basta que
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Elegibilidade III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

seja escolhido em convenção partidária. Assim, dentre outros cidadãos aquele que pode par-
ticipar das eleições sem prévia filiação partidária é o militar.
No que se refere à necessidade da avaliação da elegibilidade do militar, a Constituição
estabelece duas situações fáticas: ao militar que tem menos de dez anos de serviço e ao
militar que tem mais de dez anos de serviço. O militar que tenha menos de dez anos de ser-
viço, para que possa participar das eleições, deve se afastar de suas atividades – isto é, deve
deixar a carreira militar. Caso ele não seja eleito, o candidato poderá reintegrar a corporação
militar mediante realização de novo concurso, nos termos do concurso. Por outro lado, o mili-
tar que tenha mais de dez anos de serviço, para participar das eleições, deve ser agregado
à autoridade superior. Nesse contexto, se eleito, ao ser diplomado pela Justiça Eleitoral, o
militar passará à inatividade (art. 14, § 8º, II, CF/88).
15m

IDADE MÍNIMA

A idade mínima é exigência estabelecida pela Constituição para que o cidadão participe
das eleições. Há quatro idades mínimas idades mínimas constitucionais: 18 anos; 21 anos;
30 anos; e 35 anos. Aos 35 anos de idade, todo cidadão adquire a capacidade eleitoral. Mais
especificamente,

• Aos 18 anos de idade, o cidadão poderá concorrer ao cargo de Vereador;


• Aos 21 anos de idade, o cidadão poderá concorrer aos cargos de Deputado Federal,
Deputado Estadual, Deputado Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz;
• Aos 30 anos de idade, o cidadão poderá concorrer aos cargos de Governador e de
Vice-Governador; e
• Aos 35 anos de idade, o cidadão poderá concorrer aos cargos de Presidente da Repú-
blica, Vice-Presidente da República e Senador.
20m

Para que alguém possa participar das eleições, uma primeira corrente dispôs que a pessoa
deve ter a idade mínima estabelecida na data do registro de candidatura; uma segunda, que
a pessoa deve ter a idade mínima estabelecida no dia da eleição; e, ainda, uma terceira
corrente dispôs que a pessoa deve ter a idade mínima estabelecida no dia de sua posse. O
art. 11, § 2º, da Lei n. 9.504 pôs fim à divergência: a idade mínima deve ser preenchida na
data da posse, salvo para os cargos cuja idade mínima é 18 anos. No contexto da ressalva,
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Elegibilidade III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

a idade mínima deverá ser preenchida até o dia do registro de candidatura, sob pena de
ocorrer quebra de igualdade e de oportunidades; mais especificamente, caso o eleito cometa
crime eleitoral e seja menor de 18 anos de idade, ele não poderá ser eventualmente preso, o
que não corresponde ao cenário daquele que possui mais de 18 anos. A disposição foi intro-
duzida pela Reforma Eleitoral de 2017, por força da Lei n. 13.165/2015, que alterou a reda-
ção do art. 11, § 2º, da Lei n. 9.504.
25m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

INELEGIBILIDADE

Consiste em um dos tópicos mais controvertidos no âmbito da jurisprudência do Tribunal


Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal.
As disposições contidas no art. 14, §§ 4º-7º, da Constituição Federal de 1988 referem-se
aos termos.
A doutrina classificou os direitos políticos em direitos políticos positivos e direitos políticos
negativos.
Os direitos políticos positivos são normas que atribuem a alguém o exercício da cidada-
nia – isto é, o direito de participar da tomada de decisões e o direito de interferir na formação
da vontade política do Estado. São exemplos de direitos políticos positivos: voto, elegibili-
dade, participação em plebiscito, participação em referendo, proposição de iniciativa popular
de leis e proposição de ação popular.
5m
As normas que atribuem a cidadania merecem interpretação extensiva. Quando houver
dúvida na interpretação de uma norma que reconheça ao eleitor o exercício da soberania
popular, a dúvida é resolvida em favor do exercício da cidadania. Por outro lado, as normas
restritivas da cidadania são classificadas como direitos políticos negativos. As normas insti-
tuidoras de restrição de direitos políticos merecem interpretação restritiva.
Em relação aos direitos políticos negativos, há a incidência do princípio da tipicidade:
somente é admitida a limitação da cidadania nas hipóteses expressamente previstas na
Constituição e em lei. Isso ocorre porque a regra é um exercício de poder pelo povo.
Há quatro institutos de limitação da cidadania: cassação dos direitos políticos, perda dos
direitos políticos, suspensão dos direitos políticos e inelegibilidade.
A cassação dos direitos políticos é uma limitação imotivada, arbitrária e política da cida-
dania. O art. 15, caput, da Constituição Federal dispõe que é vedada a cassação de direitos
políticos. Não se confunde com a cassação de mandato, disposta no art. 45 da Constituição.
Também no art. 15 da Constituição, há a previsão das hipóteses de perda dos direitos
políticos e o estabelecimento das hipóteses de suspensão dos direitos políticos. A Constitui-
ção, ao instituir as hipóteses de perda e de suspensão dos direitos políticos, esclarece que
há a aplicação do princípio da tipicidade.
10m
O último instituto classificado como direito político negativo é a inelegibilidade, cujas hipó-
teses estão estabelecidas na Constituição Federal ou em lei complementar. Quem incide em
uma dessas hipóteses não pode participar das eleições.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Inelegibilidade é uma causa impeditiva para que alguém participe das eleições e concorra
a cargo eletivo. O inelegível, ainda que preencha todas as condições de elegibilidade, não
pode participar das eleições, porque está impedido.
Inelegibilidade nem sempre decorre de um fato ilícito. Por exemplo, o art. 14, § 4º, da
Constituição dispõe que são inelegíveis os analfabetos. Quem é analfabeto não pode con-
correr às eleições. Analfabetismo não é uma característica ilícita, mas um problema social.
Outra hipótese de inelegibilidade é a seguinte: são inelegíveis, no território de jurisdição
do titular, o cônjuge, bem como os parentes consanguíneos ou afins do Presidente da Repú-
blica, dos Governadores dos estados e do Distrito Federal e dos Prefeitos e de quem os
houver substituído nos seis meses antes da data das eleições (art. 14, § 7º, CF/88). Consiste
em outra hipótese em que não há que se falar em ilicitude.
15m
As inelegibilidades objetivam: resguardar a igualdade de oportunidades nas eleições;
exigir um conhecimento mínimo para o exercício do cargo eletivo; garantir a normalidade e a
legitimidade das eleições; e garantir a moralidade.
Inelegibilidades não decorrem, necessariamente, de fatos ilícitos, ainda que alguns fatos
ilícitos acarretem inelegibilidade.
Para o TSE, inelegibilidade é um impedimento temporário para que alguém possa exer-
cer a sua capacidade eleitoral passiva; ou seja, o inelegível não pode exercer o direito à ele-
gibilidade, mas pode votar, participar de referendo e participar de manifestações populares,
por exemplo (Ac. n. 4.598, TSE).
A pessoa inelegível pode se filiar a um partido político, porque mantém o pleno gozo de
seus direitos políticos. Para ser filiada a um partido político, a pessoa não pode ter sofrido
limitação na plenitude dos direitos políticos. Os dois institutos que geram a restrição da ple-
nitude dos direitos políticos são: a suspensão dos direitos políticos e a perda dos direitos
políticos.
As normas que instituem hipóteses de inelegibilidade devem ser interpretadas restritiva-
mente. Quanto à sua extensão, as inelegibilidades podem ser classificadas em absolutas e
20m
em relativas.
As inelegibilidades absolutas impedem o cidadão de participar das eleições, indepen-
dentemente do cargo a que pretenda concorrer. De outro lado, as inelegibilidades relativas
impedem o cidadão de concorrer a alguns cargos eletivos.
Analfabetos e militares inalistáveis não podem participar das eleições; são exemplos de
inelegibilidade absoluta.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Inelegibilidade reflexa – parente do chefe do Poder Executivo não pode participar das
eleições no território em que o chefe exerce seu mandato – é um exemplo de inelegibilidade
relativa. Outro caso de inelegibilidade relativa é a reeleição em terceiro mandato consecutivo
do chefe do Poder Executivo para o mesmo cargo que exerceu por dois mandatos consecu-
tivos. Ainda, a incompatibilidade é uma inelegibilidade relativa: o chefe do Poder Executivo,
enquanto chefe do Executivo, não pode participar das eleições para outros cargos eletivos,
mas pode participar da reeleição (art. 14, § 6º, CF/88).
Quanto à norma instituidora, as inelegibilidades podem ser classificadas em constitucio-
nais e infraconstitucionais.
As inelegibilidades constitucionais são aquelas estabelecidas na Constituição Federal. As
hipóteses de inelegibilidade estão listadas no art. 14, nos §§ 4º (analfabetismo e inalistabili-
dade), 5º (reeleição para o terceiro mandato consecutivo do chefe do Executivo), 6º (incom-
patibilidade) e 7º (inelegibilidade reflexa).
25m
Por outro lado, é possível a criação de inelegibilidade por norma infraconstitucional (art.
14, § 9º, CF/88). Há, portanto, uma exigência para tanto: somente pode ser criada inelegibi-
lidade por meio de lei complementar. A autorização para a criação de inelegibilidades infra-
constitucionais consta do art. 14, 9º, da Constituição. Esse dispositivo estabelece que lei
complementar irá dispor sobre outros casos de inelegibilidade e de prazos de sua cessação.
Atualmente, as inelegibilidades infraconstitucionais estão estabelecidas na Lei Comple-
mentar n. 64/1990 (Lei das Inelegibilidades). Essa lei foi alterada pela Lei da Ficha Limpa e
pela Lei n. 184/2021.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade II – Inalistabilidade e Analfabetismo
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

INELEGIBILIDADE II – INALISTABILIDADE E ANALFABETISMO

INELEGIBILIDADES

As inelegibilidades são causas impeditivas para o exercício do direito à elegibilidade.


Dessa forma, aquele que incidir em uma hipótese de inelegibilidade não pode participar
das eleições.
Algumas inelegibilidades decorrem de fatos ilícitos; é o caso da inelegibilidade decorrente
da vida pregressa, a qual se verifica quando alguém sofre uma condenação criminal por um
dos crimes inscritos no art. 1º, I, e, da Lei Complementar n. 64/1990.
Entretanto, diversas inelegibilidades decorrem de fatos lícitos; por exemplo, a inelegibili-
dade decorrente do analfabetismo. Não é um fato ilícito ser analfabeto, mas o analfabetismo
impede o exercício da capacidade eleitoral passiva.
Quanto à classificação, as inelegibilidades podem ser absolutas ou relativas. As inele-
gibilidades absolutas são aquelas que impedem o cidadão de participar das eleições para
qualquer cargo eletivo. Por outro lado, as inelegibilidades relativas impedem o cidadão de
participar das eleições para alguns cargos eletivos.

INELEGIBILIDADES CONSTITUCIONAIS

O art. 14, § 4º, da Constituição Federal de 1988 dispõe que são inelegíveis os analfabe-
tos e os inalistáveis.

INALISTABILIDADE

Inalistabilidade constitui as hipóteses proibitivas para o alistamento eleitoral. É uma ine-


legibilidade absoluta. Há duas classes de cidadãos que estão proibidos ao alistamento elei-
toral: estrangeiros e conscritos.
Estrangeiro não pode titularizar direitos políticos no Brasil. O estrangeiro não se torna
cidadão brasileiro, já que a nacionalidade brasileira é um pressuposto para a aquisição da
cidadania brasileira.
5m
Como estrangeiros sequer têm direitos políticos, surgiu a indagação: como impedir aos
estrangeiros o exercício de um direito que eles não possuem? Diante do exposto, Adriano
Soares da Costa, um doutrinador de Direito Eleitoral, estabelece que para os inalistáveis a
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade II – Inalistabilidade e Analfabetismo
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

inelegibilidade é inata. Isto é, consiste em uma causa de ausência do direito à elegibilidade.


Para as demais hipóteses de inelegibilidade, a inelegibilidade pode ser definida como uma
causa impeditiva para o exercício do direito à elegibilidade, mas para os inalistáveis a inele-
gibilidade é uma causa de ausência do direito à elegibilidade.
Quanto à situação específica dos portugueses, se houver reciprocidade e se tiverem resi-
dência permanente no Brasil, os portugueses poderão titularizar direitos políticos, poderão se
tornar cidadãos brasileiros e, consequentemente, poderão participar das eleições e concorrer
a cargos públicos eletivos.
A segunda categoria de pessoas consideradas inalistáveis contempla os conscritos.
Conscrito é o militar incorporado à prestação do serviço militar obrigatório. Durante a presta-
ção do serviço militar obrigatório, o conscrito não pode se alistar; isto é, não pode participar
das eleições e concorrer a cargos públicos eletivos.
Consiste em mais um caso de inelegibilidade inata aqueles que sequer podem titularizar
a cidadania brasileira.
Convém observar que, segundo a Constituição, não há proibição para o exercício do
direito à elegibilidade dos demais militares. Portanto, os demais militares podem participar
das eleições. É necessário constatar, ainda, que os militares integram o rol dos cidadãos
para os quais não é exigível a prévia filiação partidária para concorrer às eleições, basta que
sejam escolhidos em convenção partidária. É o que está disposto no art. 142, § 3º, da Cons-
tituição.
10m

ANALFABETISMO

Analfabetos podem se alistar e podem votar. O alistamento e o voto para os analfabetos


são facultativos, conforme termos do art. 14, § 1º, II, da Constituição. Assim, eles podem
exercer a capacidade eleitoral ativa.
Contudo, eles não podem participar das eleições, porque incidem em uma inelegibilidade
absoluta que os impede de concorrer a qualquer cargo público eletivo.
Isto posto, fez-se necessário definir o que é alfabetizado e o que é analfabeto. A juris-
prudência do Tribunal Superior Eleitoral, em primeira tentativa, definiu da seguinte maneira:
considera-se alfabetizado aquele que sabe ler, sabe escrever e tem capacidade de interpre-
tação da escrita; a partir dessa definição, considera-se analfabeto o analfabeto funcional, que
sabe ler e sabe escrever, mas não possui capacidade interpretativa de forma rudimentar (não
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade II – Inalistabilidade e Analfabetismo
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

consegue minimamente compreender o que está escrito). Trata de uma definição em que se
exige maior rigor para que se possa considerar alguém alfabetizado ou analfabeto.
A definição decorrente da primeira tentativa consiste em uma disposição problemática,
uma vez que sua aplicação implicaria uma elitização da política: somente quem integrasse
a elite de determinada comunidade local conseguiria participar das eleições. Há diversos
municípios brasileiros em que grande parte dos eleitores são analfabetos, em especial nas
regiões Norte e Nordeste. Haveria, portanto, prejuízo ao exercício do direito à elegibilidade.
Por conta disso, o Tribunal Superior Eleitoral constatou que a definição era inadequada.
15m
Então, pensou-se em um segundo conceito, que quis permitir a exigência de maior grau
de alfabetização naquelas localidades em que há maior grau e a exigência de menor rigor
na análise da alfabetização naquelas localidades em que há maior grau de analfabetismo.
Porém, essa forma de interpretação conflita com a disposição da Constituição de que não se
admite tratamento normativo diferente entre brasileiros (art. 19). Além disso, a Constituição
Federal, em seu art. 12, estabelece que tratamento diferenciado a brasileiros só é possível
quando o tratamento normativo diferenciado estiver especificado na própria Constituição. Por
isso, a Justiça Eleitoral julgou o conceito inadequado.
Por fim, chegou-se a um conceito para a aferição da alfabetização em que há menor
rigor, de que se extraiu a seguinte definição: para que se considere alguém alfabetizado para
fins eleitorais, basta que a pessoa saiba ler e escrever razoavelmente (disposição oriunda
do julgamento do RO n. 060247518, TSE). Dessa forma, ao alfabetizado, para fins eleitorais,
não é exigível correção ortográfica nem atendimento a regras gramaticais. Em termos práti-
cos, para que alguém seja considerado alfabetizado para fins eleitorais, basta que a pessoa
compareça perante um cartório eleitoral e escreva na presença de um servidor eleitoral a
seguinte sentença: “Eu declaro que, para fins eleitorais, sei ler e escrever”.
A declaração de próprio punho surge da observação do fato de que muitos brasileiros não
foram submetidos a processos formais de alfabetização; foram alfabetizados por suas famí-
lias, por comunidades religiosas ou por projetos sociais que atuam no interior do Brasil, por
exemplo. Como não foram educados por instituições de ensino formais, não têm como com-
provar por meio de documentos formais sua alfabetização. Para contemplar essa expressiva
parcela da população, a Justiça Eleitoral passou a admitir uma declaração de próprio punho
(disposição oriunda do julgamento do PA n. 5371, TSE).
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade II – Inalistabilidade e Analfabetismo
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Outra forma de comprovação da alfabetização é a apresentação do diploma escolar ou


da declaração de escolaridade, em níveis fundamental, médio ou superior. Tendo esses com-
provantes formais, o cidadão será considerado alfabetizado.
20m
Há, ainda, outra forma de aferição da alfabetização de determinado candidato: teste de
alfabetização. Anteriormente, os juízes eleitorais, que têm prazo curto para analisar todos os
registros de candidatura, separavam os processos de registro da candidatura dos candidatos
em relação aos quais tinham dúvida sobre a alfabetização; em seguida, convocavam esses
candidatos para uma audiência regida pelo princípio da publicidade, publicando a convoca-
ção no Diário Oficial, com o intuito de aplicar um teste de alfabetização. O teste consistia
na transcrição de um ditado oral. A audiência era coletiva: todos os candidatos cuja alfabe-
tização era duvidosa participavam. Quem obtivesse sucesso na transcrição era considerado
alfabetizado; quem não obtivesse sucesso era considerado analfabeto. Contudo, como a
audiência contava com a presença da imprensa, de advogados e de membros do Ministé-
rio, além de um juiz, a realização de um teste coletivo de alfabetização colocava em risco a
imagem e a honra dos candidatos. A partir da observação de que a realização desse teste
coletivo de alfabetização consistia em fator de exposição indevida da imagem e da honra dos
candidatos, a Justiça Eleitoral firmou o entendimento de que não se admite a realização de
teste coletivo de alfabetização. Por isso, atualmente é possível a aplicação de um teste de
alfabetização de forma individual e reservada.

“[...] Analfabetismo. Aferição. Teste coletivo. Aplicação. Juiz eleitoral. Impossibilidade. Comprovan-
te de escolaridade. Art. 28, VII, da Res.-TSE n. 21.608. Exigência. Atendimento. 1. Consoante
decidido por esta Corte Superior, não é facultada a aplicação de teste coletivo para aferir a alfabe-
tização de candidato.” (Ac. 22.884, TSE)
25m

Convém observar que o fato de o candidato estar no exercício, ter exercido cargo eletivo
ou ter participado das eleições não o desobriga da demonstração da alfabetização. O Tribu-
nal Superior Eleitoral, a fim de evitar evasão dos testes sob o argumento de que outrora a
Justiça Eleitoral havia aprovado determinada candidatura, dispôs o seguinte:

“[...] o fato de o pré-candidato estar no exercício de mandato eletivo, ou tê-lo exercido, não com-
prova a condição de alfabetizado. [...]” (Ac. 22.436, TSE)
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade II – Inalistabilidade e Analfabetismo
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Súmula do TSE n. 15: “O exercício de cargo eletivo não é circunstância suficiente para em re-
curso especial. determinar-se a reforma da decisão mediante a qual o candidato foi considerado
analfabeto”.

Então, todas as vezes que alguém quiser participar das eleições, terá de juntar uma
das formas de comprovação da alfabetização – comprovante de escolaridade, declaração
de próprio punho ou teste de alfabetização – sob pena de indeferimento do seu registro de
candidatura.
Dispõe a Justiça Eleitoral o seguinte:

“[...] A assinatura em documentos é insuficiente para provar a condição de alfabetizado do candi-


dato. [...]” (Ac. 21.958, TSE)

A Justiça Eleitoral, dessa forma, entende que a assinatura é semelhante a um desenho e


que há pessoas que conseguem subscrever seu nome por meio da posição de uma imagem,
o que não indica alfabetização.
30m
No entanto, a Carteira Nacional de Habilitação é um documento de identidade que com-
prova alfabetização do candidato. Caso o candidato a apresente, dispensa-se outros tipos de
comprovação de alfabetização. Sobre isso, dispôs o Tribunal Superior Eleitoral:

Súmula n. 55 do TSE – A Carteira Nacional de Habilitação gera a presunção da escolaridade ne-


cessária ao deferimento do registro de candidatura.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 5
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade III – Reeleição e Reflexa
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

INELEGIBILIDADE III – REELEIÇÃO E REFLEXA

A inelegibilidade decorrente da reeleição para o terceiro mandato consecutivo está ins-


crita no art. 14, § 5º, da Constituição Federal de 1988. Consiste em inelegibilidade relativa;
assim, quem incidir nessa hipótese de inelegibilidade não pode participar das eleições para
o cargo eletivo que já exerceu por dois mandatos consecutivos, mas pode participar das elei-
ções para outros cargos eletivos.
Inicialmente, a Constituição Federal proibia a reeleição para o Chefe do Poder Executivo.
Assim, o Presidente, o Governador e o Prefeito não poderiam se reeleger; somente poderiam
exercer um único mandato. Posteriormente, na década de 1990, poucos anos após a promul-
gação da Constituição, surgiu a afirmação de que o período de quatro anos seria insuficiente
para a implantação e a consolidação de um projeto de governo.
À época, o então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso afirmava que
quatro anos seria muito pouco para que pudesse implementar todo seu projeto de governo. A
partir daí, começou-se a defender no Brasil a necessidade de reeleição para a continuidade
político-administrativa. A defesa ganhou força com o argumento de que alguns projetos e
obras públicas não eram concluídos pelos sucessores porque o sucessor queria evitar que
o seu antecessor recebesse o benefício político. Então, com base na defesa do princípio da
continuidade político-administrativa, houve a reforma constitucional promovida pela Emenda
à Constituição n. 16/1997, que passou a estabelecer o seguinte:

Art. 14, § 5º, CF/88: O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal,
os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser ree-
leitos para um único período subsequente.
5m

Convém ressaltar que o dispositivo não trata de ocupantes de cargos eletivos do Poder
Legislativo. Portanto, não há proibição para que Deputado Federal, Deputado Estadual,
Deputado Distrital e Vereador se reelejam por vários mandatos consecutivos.
A limitação da Constituição quanto à reeleição para um único mandato subsequente
dá-se por força da adoção da forma republicana de governo. A palavra “república” é originá-
ria da combinação “res” e “pública”, que significa “coisa pública”, “coisa do povo”. Da signifi-
cação extrai-se que o poder não é do governante, mas é do povo. Logo, a forma de gestão
da máquina administrativa deve levar em consideração que a coisa é pública; o interesse
público deve ser buscado e o Chefe do Poder Executivo poderá ser responsabilizado.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade III – Reeleição e Reflexa
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Em uma república, o mandato é periódico. Dessa forma, ninguém é eleito para o exer-
cício de um cargo de forma vitalícia. Os cargos de juiz e de promotor não são eletivos; por
isso, a vitaliciedade é possível. Assim, quem é eleito para um cargo eletivo não é eleito para
o exercício do cargo de forma vitalícia. O art. 60, § 4º, II, da Constituição prevê como cláusula
pétrea o voto periódico.
10m
Outra característica de uma república é a alternância de poder. Há a necessidade de
mudança do titular do cargo de Chefe do Poder Executivo para evitar uma pessoalização
da coisa pública; para evitar que haja confusão entre aquele que exerce o cargo público e o
cargo exercido. Isto é, a admissão da perpetuação de uma mesma pessoa no poder poderia
afrontar o princípio da impessoalidade.
O Supremo Tribunal Federal, ao analisar a compatibilidade do art. 14, § 5º, da Constitui-
ção com a forma republicana de governo, entendeu que não há violação do princípio republi-
cano em razão da autorização de reeleição para um único mandato.
A Lei Complementar n. 64/1990 – Lei das Inelegibilidades – previu que alguns ocupantes
de cargos ou funções, para participar das eleições, precisariam se afastar de seus cargos ou
de suas funções a fim de evitar o uso da máquina pública ou do poder econômico em favor
de campanhas eleitorais, evitando assim a quebra da igualdade de oportunidade. Em har-
monia, o art. 14, § 6º, da Constituição dispõe que o Presidente, os Governadores dos esta-
dos e do Distrito Federal e os Prefeitos, para participarem das eleições para outros cargos
eletivos, devem renunciar aos seus mandatos até seis meses antes da data das eleições.
Em razão desse dispositivo, do Chefe do Executivo, se quiser participar das eleições para
outros cargos eletivos, é exigida a desincompatibilização (renúncia) no prazo de até seis
meses antes da data das eleições. O Chefe de Estado que não renunciar ao seu mandato
nos termos dispostos será considerado inelegível.
15m
É importante destacar que a definição do conceito de reeleição é o seguinte: reeleição
é uma eleição para o mesmo cargo eletivo. Assim, quem concorre à reeleição está concor-
rendo a uma nova eleição para o mesmo cargo. Em exemplo concreto, considera-se que um
Governador está no fim do seu mandato. Caso ele deseje concorrer a outros cargos eletivos,
será exigível a desincompatibilização. Nesse caso, ele pode concorrer, mediante renúncia,
ao cargo de Presidente, Vice-Presidente, Deputado Federal, Senador da República etc. No
entanto, se ele desejar concorrer à reeleição – isto é, concorrer a um segundo mandato –,
não é exigível a desincompatibilização.
20m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade III – Reeleição e Reflexa
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Convém, ainda, explorar a questão da quebra de igualdade de oportunidades entre can-


didatos. Considera-se, a título de exemplificação, a hipótese de reeleição de um Presidente
da República, no cenário de campanha eleitoral. O então Presidente conta com um aparato
de segurança para realizar a viagem até o local do debate: ele viaja no avião da FAB; tem
seguranças do Gabinete de Segurança Institucional ao seu entorno; entre outros recursos.
Em comparação, os outros candidatos não contam com o mesmo aparato, uma vez que não
são Chefes do Executivo. Nesse caso específico, não há que se falar em quebra de igual-
dade de oportunidades, uma vez que não é exigida do então Presidente a desincompatibiliza-
ção; por estar concorrendo ao segundo mandato subsequente e por não precisar renunciar,
ele continua com o aparato dedicado ao cargo de Presidente.
25m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade IV – Reeleição e Reflexa II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

INELEGIBILIDADE IV – REELEIÇÃO E REFLEXA II

O art. 14, § 5º, da Constituição Federal de 1988 dispõe que o Presidente, os Governado-
res dos estados e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído
no curso do mandato poderão ser reeleitos para um único mandato subsequente. Consiste
em um dispositivo introduzido à Constituição por força da Emenda Constitucional n. 16/1997.
A título de exemplificação, um candidato é eleito ao cargo de Presidente da República
para exercer o mandato pelo período de 2019-2022. Em 2022, ele pretende concorrer à ree-
leição, usando do direito constitucional. Encerrado o seu mandato, portanto, ele concorre à
reeleição e é reeleito. Exerce, então, novo mandato de 2023 até 2026. Encerrado o segundo
mandato, ele não pode mais participar das eleições; ele está inelegível para participar da
eleição para o cargo por ele ocupado no mandato imediatamente subsequente. Depois do
transcurso do prazo de quatro anos, ele poderá ser novamente eleito Presidente da Repú-
blica. Em seguida, se eleito Presidente da República, ele pode ser reeleito para o segundo
mandato consecutivo. Convém ressaltar que a Constituição não proíbe o exercício de mais
de dois mandatos; o que a Constituição proíbe é mais de dois mandatos consecutivos.
5m
Essa norma é aplicável ao chefe do Executivo e a quem o suceder. Em regra, a sucessão
do chefe do Executivo é feita pelo Vice. Sucessão é uma alteração definitiva na chefia do
Executivo. A sucessão ocorre quando há uma perda de mandato, seja por morte, por renún-
cia ou por cassação. Alguém sai do mandato e o sucessor é convocado para manutenção do
exercício do mandato. O sucessor natural do Presidente da República é o Vice-Presidente da
República e o do Governador é o Vice-Governador, e assim adiante. Quando o Vice sucede,
ele se torna titular do cargo eletivo.
A título de exemplificar a regra acima, o Governador faleceu no meio de seu segundo
mandato subsequente. O Vice-Governador o sucede, para exercer um período de mandato
de um ano e seis meses, o que é chamado de mandato tampão. Ao término dessa legislatura,
o sucessor tem o direito de concorrer à reeleição. Se for reeleito, poderá exercer seu man-
dato de quatro anos. Ele não poderá, no entanto, concorrer a novo mandato de quatro anos
ao término de seu mandato anterior. Isso porque o mandato-tampão tem status de mandato;
logo, nessa situação, o período máximo que o sucessor poderá exercer o cargo de chefe
do Executivo é de cinco anos e seis meses (um ano e seis meses do mandato-tampão mais
quatro anos do mandato de reeleição).
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade IV – Reeleição e Reflexa II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

A norma disposta também é aplicável em caso de substituto. Substituto é aquele que


exerce a chefia do Executivo de forma esporádica, nos casos de licença, férias e afastamento
do titular. A saber, o Presidente da República, quando necessitar de substituição esporádica,
será substituído pelo Vice-Presidente; adiante, caso o Vice necessite de substituição, este
será substituído pelo Presidente da Câmara dos Deputados; caso ele necessite de substitui-
ção, será substituído pelo Presidente do Senado Federal; por sua vez, se for necessária a
substituição, o Presidente do Supremo Tribunal Federal assumirá o posto temporariamente.
Esse período da substituição é considerado o primeiro mandato; então, feita a substi-
tuição do primeiro mandato, o substituto tem o direito de concorrer à reeleição para o único
mandato subsequente.
10m
Nesse sentido, é importante relatar o caso de Geraldo Alckmin. Na década de 1990,
Mário Covas foi eleito Governador do Estado de São Paulo, junto de seu Vice Geraldo Alck-
min. À época, Mário Covas precisou submeter-se a um tratamento de um tumor maligno;
por diversas vezes, precisou se licenciar para tratar da sua saúde. Quando de licença, era
substituído pelo Vice-Governador Geraldo Alckmin. Posteriormente, Mário Covas conseguiu
restabelecer sua saúde e participou de sua reeleição, sendo reeleito para o segundo man-
dato como Governador do Estado de São Paulo, juntamente com Geraldo Alckmin como
Vice-Presidente. Durante o curso do segundo mandato, Mário Covas morreu em razão do
tumor maligno. Então, Geraldo Alckmin sucedeu Mário Covas, tornando-se Governador do
Estado de São Paulo. Ao término do mandato tampão, Geraldo Alckmin pretendeu concorrer
à reeleição. Começou-se a discutir no Brasil a adequação dessa inscrição: como Geraldo
Alckmin já havia substituído previamente Mário Covas, em mandato anterior, a dúvida era
se era possível que ele concorresse a uma reeleição. Segundo entendimento firmado pelo
Supremo Tribunal Federal, a substituição apta a atrair a incidência da regra da inelegibili-
dade para o terceiro mandato consecutivo deve ocorrer dentro dos seis meses antes da data
das eleições. Então, se houver substituições fora do período de seis meses antes da data
das eleições, não há que se falar em primeiro mandato; não há que se falar em incidência
da regra da reeleição. Como Geraldo Alckmin não havia substituído Mário Covas dentro
dos seis meses antes da data das eleições, não ficou configurado o primeiro mandato. Alck-
min concorreu à reeleição e tornou-se Governador do Estado de São Paulo, exercendo seu
segundo mandato.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade IV – Reeleição e Reflexa II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Mais uma vez, convém observar que a inelegibilidade decorrente da reeleição é aplicável
a chefes do Poder Executivo; não é aplicável a membros do Poder Legislativo. É possível,
portanto, um Deputado Federal exercer diversos mandatos consecutivos. Vale a nota de que,
nessa matéria, é aplicável a regra da interpretação restritiva. Então, se a Constituição lista
Presidente, Governador e Prefeito, não é possível estender a aplicação dessa norma para
outros titulares de mandatos eletivos, sob pena de uma interpretação extensiva proibida em
matéria de restrição de direitos fundamentais.
15m
O mero fato de alguém estar no seu primeiro mandato não gera direito incondicional de
concorrer à reeleição. Para que exerça o direito, o candidato deve preencher todas as condi-
ções de elegibilidade. Por exemplo, o Presidente da República está em seu primeiro mandato
e quer concorrer à reeleição para o seu segundo mandato consecutivo. Ele somente poderá
participar das eleições para o segundo mandato consecutivo se preencher todas as condi-
ções de elegibilidade, o que inclui ser escolhido em convenção partidária. Isto é, ele somente
poderá participar da reeleição se o partido ao qual ele é filiado o escolher como candidato.
Logo, o direito a concorrer à reeleição não é absoluto.
O motivo da criação da reelegibilidade deu-se para garantir a observância do princípio
da continuidade político-administrativa. De um lado, há a harmonização entre o princípio da
continuidade político-administrativa e o princípio republicano. Uma das marcas da república
é a alternância de Poder; por isso, há eleições periódicas. No entanto, o princípio republicano
não é incompatível com o princípio da continuidade político-administrativa; é entendida como
constitucional a possibilidade de reeleição do chefe do Poder Executivo para um único man-
dato subsequente.
Dentre os entendimentos jurisprudenciais está a relação entre a inelegibilidade e a ree-
leição de grupos familiares. Considera-se, a título de exemplificação, que um Governador,
ao término de seu primeiro mandato, não deseje concorrer à reeleição; deseja concorrer, em
vez disso, ao cargo de Presidente da República. No entanto, sua esposa deseja concorrer
em seu lugar à reeleição para o cargo de Governadora. Nesse caso, deve haver a compati-
bilização entre o princípio da continuidade político-administrativa e o princípio republicano.
Não é compatível com uma república a patrimonialização de um cargo público eletivo. Assim,
um cargo eletivo não pertence a uma família, mas ao público. Logo, grupos familiares não
podem se perpetuar no poder.
20m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade IV – Reeleição e Reflexa II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

O entendimento firmado, em que de um lado se compatibiliza a continuidade adminis-


trativa e de outro lado o princípio republicano, é o seguinte: quando o parente paradigma
for reelegível para o período imediatamente subsequente, qualquer membro de seu grupo
familiar também poderá participar da reeleição para o período imediatamente subsequente.
Então, se o Governador do exemplo do parágrafo acima estava em seu primeiro mandato,
ao final do seu mandato ele ou qualquer membro de seu grupo familiar tem o direito de par-
ticipar da reeleição. Convém destacar que o conceito de grupo familiar para fins de incidên-
cia dessa regra de reeleição consta no art. 14, § 7º, da Constituição. A Constituição define o
conceito da seguinte maneira: são inelegíveis no território de jurisdição do titular o cônjuge,
bem como os parentes consanguíneos ou afins até o segundo grau ou por adoção. Assim,
ainda no exemplo do Governador e sua esposa, sua esposa pode participar da reeleição; no
entanto, se eleita Governadora do Estado, nenhum outro membro dessa família (parentes até
o segundo grau ou por adoção) poderia participar da reeleição, sob pena de terceiro mandato
consecutivo.
25m
Ainda considerando o exemplo acima, é importante observar que a esposa do Governa-
dor somente poderá participar da reeleição caso o Governador renuncie ao seu mandato no
prazo de até seis meses antes da data da eleição. Isso porque, para viabilizar a campanha e
a eleição de seu membro do grupo familiar, é exigível a desincompatibilização, sob pena de
incidência da inelegibilidade reflexa, inscrita no art. 15, § 7º, da Constituição Federal.
Esse exemplo foi extraído do caso do ex-Governador do Estado do Rio de Janeiro Anthony
Garotinho, cuja reeleição foi concorrida e ganha por sua esposa Rosinha.
30m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade V – Reeleição e Reflexa III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

INELEGIBILIDADE V – REELEIÇÃO E REFLEXA III

RELEMBRANDO
Nas aulas anteriores, foram vistas as inelegibilidades decorrentes de:
• Inalistabilidade;
• Analfabetismo;
• Eleição para o terceiro mandato consecutivo.

Direitos Políticos: Inelegibilidade – Reelegibilidade

A perda do mandato em razão da prática de ilícitos eleitorais afasta a configuração do


exercício de mandato eletivo para fins de reeleição:
Ac.-TSE, de 1º.7.2016, na Cta n. 11726: a cassação do titular ante a prática de ilícitos
eleitorais, independentemente do momento em que venha a ocorrer, não tem o condão de
descaracterizar o efetivo desempenho de mandato, circunstância que deve ser considerada
para fins de incidência das inelegibilidades constitucionais encartadas neste parágrafo e no
§ 7º deste artigo.

Situação hipotética:

“A” foi eleito e durante o seu mandato praticou abuso de poder e corrupção e, como
consequência, teve o mandato cassado no segundo ano. O candidato B, então, é eleito no
mesmo município para exercer um mandato tampão.
5m
Na eleição para o período subsequente, o candidato C (filho do candidato A que havia
sido cassado) é eleito como prefeito do município A.
Encerrado o mandato de C, ele não poderá se candidatar à reeleição, pois o primeiro
mandato do pai, ainda que cassado, é considerado para fins de reeleição.

Aplica-se ao vice?

O vice será regido pela regra da reeleição quando ele substituir o Chefe do Executivo
dentro dos 6 meses que antecedem as eleições.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade V – Reeleição e Reflexa III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Ac.-TSE, de 14.12.2016, no REspe n. 10975: A substituição do chefe do Executivo


pelo vice ou por outro da cadeia sucessória, quando ocorre fora do período dos seis
meses anteriores ao pleito, não tem o condão de configurar o exercício efetivo de man-
dato para efeito de reeleição.
• Ac.-TSE, de 30.10.2012, no REspe n. 13759 e Res.-TSE n. 22757/2008: O vice-pre-
feito que substituir o titular nos seis meses anteriores ao pleito e for eleito prefeito no
período subsequente é inelegível para novo período consecutivo.
10m

Profissão Prefeito

No Brasil, no início dos anos 2000, alguns prefeitos, após ocuparem dois mandatos con-
secutivos, alteravam o seu domicílio eleitoral para o município vizinho para concorrerem
novamente ao cargo de prefeito nesse novo município.

Situação hipotética:

“A” foi eleito no município X por dois mandatos consecutivos. Após o término do segundo
mandato, “A” muda o seu domicílio eleitoral objetivando concorrer ao cargo de prefeito do
município Y. Nessa situação, a regra da reeleição leva em consideração o cargo ou o território?
15m
Para o TSE e o STF, o que importa é o cargo ocupado. O prefeito tem o direito de con-
correr à reeleição para um único mandato subsequente como prefeito. Quando ele estiver no
seu segundo mandato, ainda que altere o seu município eleitoral, ele não poderá disputar o
cargo de prefeito. A mesma regra vale para os governadores.
Na linha da atual jurisprudência desta Corte, o exercício de dois mandatos subsequentes
como prefeito de determinado município torna o agente político inelegível para o cargo da
mesma natureza.
Consoante já decidiu este Tribunal Superior, é vedado ao prefeito, no exercício do segundo
mandato, se candidatar ao cargo de vice-prefeito, ainda que haja renunciado anteriormente
ao cargo, tendo em vista a possibilidade de assunção da titularidade do cargo nas hipóteses
de sucessão ou substituição. (CTA 3951-51.2017, Dje de 23.5.2018)
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade V – Reeleição e Reflexa III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Situação hipotética:

“A” é eleito prefeito do município X e foi reeleito prefeito do mesmo município, no entanto,
antes dos 6 meses do término do mandato, “A” renuncia ao cargo. Nessa situação, ele não
poderá disputar as próximas eleições como prefeito, nem mesmo como vice-prefeito.

Membro do MP, no exercício de cargo eletivo, pode se candidatar à reeleição?


20m

Desde a reforma do Judiciário, promovida pela Emenda n. 45/2004, membros do Minis-


tério Público não podem exercer atividade político-partidária.
Até 2004, os membros do MP exerciam o direito à elegibilidade e à filiação em partidos
políticos. Alguns, no ano de 2004, foram eleitos prefeitos. Nessa situação, como já haviam
sido eleitos, os prefeitos exerceram o mandato até 2008, podendo, inclusive, concorrer à ree-
leição subsequente.
Não há, efetivamente, direito adquirido do membro do Ministério Público a candidatar-se
ao exercício de novo mandato político. O que socorre a recorrente é o direito atual – não
adquirido no passado, mas atual – a concorrer a nova eleição e ser reeleita, afirmado pelo art.
14, § 5º, da Constituição do Brasil. Não há contradição entre os preceitos contidos no § 5º do
art. 14 e no art. 128, § 5º, II, e, da Constituição do Brasil, linha da atual jurisprudência desta
Corte, o exercício de dois mandatos subsequentes como prefeito de determinado município
torna o agente político inelegível para o cargo da mesma natureza. [RE 597.994, rel. p/ o ac.
min. Eros Grau, j. 4-6-2009, P, DJE de 28-8-2009, Tema 172.]
25m

Caso Alckmin?

Vice-governador eleito duas vezes para o cargo de vice-governador. No segundo man-


dato de vice, sucedeu o titular. Certo que, no seu primeiro mandato de vice, teria substituído
o governador. Possibilidade de reeleger-se ao cargo de governador, porque o exercício da
titularidade do cargo dá-se mediante eleição ou por sucessão. Somente quando sucedeu o
titular é que passou a exercer o seu primeiro mandato como titular do cargo. Inteligência do
disposto no § 5º do art. 14 da CF.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade V – Reeleição e Reflexa III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

[RE 366.488, rel. min. Carlos Velloso, j. 4-10-2005, 2ª T, DJ de 28-10-2005.]


Como a substituição não ocorreu dentro dos 6 meses antes da data das eleições, não foi
considerada como primeiro mandato.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade VI – Reeleição e Reflexa IV
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

INELEGIBILIDADE VI – REELEIÇÃO E REFLEXA IV

RELEMBRANDO
Assuntos vistos anteriormente:
• O que são as inelegibilidades
– Inelegibilidade decorrente da inalistabilidade
– Inelegibilidade decorrente de analfabetismo
– Inelegibilidade reflexa
– Inelegibilidade decorrente da incompatibilidade ou exigência da desincompatibilização.

Inelegibilidade Reflexa

Para evitar uma possível afronta à normalidade das eleições, a Constituição em seu
art.14, § 7º, dispõe:

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado
ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
5m

Essa inelegibilidade incide na circunscrição em que o chefe do executivo atuar:

• Prefeito: município
– O parente não poderá concorrer aos cargos no mesmo município.

• Governador: estados/DF
– O parente não poderá concorrer aos cargos no mesmo estado.

• Presidente: país
– O parente não poderá concorrer aos cargos no país. A inelegibilidade para os paren-
tes do presidente da República é absoluta, ou seja, não é possível a candidatura
para qualquer cargo político.
10m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade VI – Reeleição e Reflexa IV
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Direitos Políticos: Inelegibilidade – Desincompatibilização

Art. 14, § 6º, CF: Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respecti-
vos mandatos até seis meses antes do pleito.

Direitos Políticos: Inelegibilidade – Desincompatibilização

Art. 1º, § 2º da LC n. 64/90: O vice-presidente, o vice-governador e o vice-prefeito pode-


rão candidatar-se a outros cargos, preservando os seus mandatos respectivos, desde que,
nos últimos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, não tenham sucedido ou substituído o titular.
O presidente da Câmara que, nos seis meses antes da data das eleições, exercer as fun-
ções de Chefe do Poder Executivo, pode participar das eleições?

• Presidente da câmara municipal que substitui ou sucede o prefeito nos seis meses
anteriores ao pleito é inelegível para o cargo de vereador. CF, art. 14, § 6º. Inaplicabi-
lidade das regras dos § 5º e § 7º do art. 14, CF. [RE 345.822, rel. min. Carlos Velloso,
j. 18-11- 2003, 2ª T, DJ de 12-12-2003.]

Direitos Políticos: Inelegibilidade – Desincompatibilização

Art. 14, § 7º, CF: São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os paren-
tes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo
e candidato à reeleição.

Direitos Políticos: Inelegibilidade Reflexa


15m

Condições para a configuração da inelegibilidade:

• O titular paradigma deve ser ocupante de cargo eletivo no Poder Executivo.


– E de quem o substituir nos 6 meses antes da data das eleições.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade VI – Reeleição e Reflexa IV
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Parentes de até segundo grau, consanguíneos ou afins.


– Vale também para cônjuge, decorrente de casamento ou de união estável (de forma
equiparada).

A desincompatibilização no prazo de até 6 meses antes da data das eleições pode alcan-
çar duas finalidades:

• O Chefe do Poder executivo afasta a sua inelegibilidade para outros cargos.


• Afasta a inelegibilidade de seus parentes.

Obs.: a inelegibilidade reflexa é válida para s chefes do executivo e para aqueles que os
substituírem dentro dos 6 meses antes da data das eleições.
20m

A relação de parentesco no Brasil é contada até o quarto grau:

• Pai e mãe: parente em primeiro grau


• Avós: parente em segundo grau
• Bisavós: parente em terceiro grau
• Filho: parente em primeiro grau
• Neto: parente em segundo grau
• Bisneto: parente em terceiro grau
• Pai e mãe: primeiro grau
• Irmãos: parente em segundo grau
• Sobrinho: parente em terceiro grau (não há inelegibilidade)
• Primo: parente em quarto grau (não há inelegibilidade)

A inelegibilidade reflexa atinge até o segundo grau de parentes consanguíneos ou por


afinidade (sogra, genro, cunhado).
25m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade VII – Reeleição e Reflexa V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

INELEGIBILIDADE VII – REELEIÇÃO E REFLEXA V

RELEMBRANDO
Inelegibilidade decorrente do parentesco:
• Segundo o art. 14, § 7º são inelegíveis no território de jurisdição do titular o cônjuge/
companheiro, bem como os parentes consanguíneos, afins ou por adoção, até o segundo
grau dos chefes do executivo e de quem os houver substituído nos 6 meses anteriores à
data das eleições, salvo se for candidato à reeleição.
Para afastar a inelegibilidade reflexa, basta a desincompatibilização do chefe do executivo
no prazo de até 6 meses antes da data das eleições.
Não há que se falar em inelegibilidade reflexa quando o candidato estiver concorrendo à
reeleição para o mesmo cargo.
5m

Direitos Políticos: Inelegibilidade Reflexa

Condições para a configuração:

• desejam concorrer a qualquer cargo eletivo no âmbito territorial em que o titular exerça
o seu mandato
• aplica-se a quem houver substituído o Chefe do Executivo nos seis meses anteriores
ao pleito (período de desincompatibilização)

Direitos Políticos: Inelegibilidade Reflexa

• Súmula Vinculante n. 18 do STF: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no


curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da CF.
– Situação hipotética: se, em 2019, o Presidente da República assumisse o mandato
e em 2021 se divorciasse de sua esposa, a então ex-esposa não poderá participa
das eleições durante o curso do mandato em que ocorreu a dissolução da socie-
dade conjugal.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade VII – Reeleição e Reflexa V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• O que orientou a edição da Súmula Vinculante 18 e os recentes precedentes do STF


foi a preocupação de inibir que a dissolução fraudulenta ou simulada de sociedade
conjugal seja utilizada como mecanismo de burla à norma da inelegibilidade reflexa
prevista no § 7º do art. 14 da Constituição. Portanto, não atrai a aplicação do entendi-
mento constante da referida súmula a extinção do vínculo conjugal pela morte de um
dos cônjuges. [RE 758.461, rel. min. Teori Zavascki, j. 22-5-2014, P, DJE de 30-10-
2014, Tema 678.

Obs.: a dissolução da sociedade conjugal por morte do cônjuge ou companheiro afasta a


inelegibilidade reflexa, o divórcio não.
10m

Inelegibilidade Reflexa

• Súmula Vinculante n. 18 do STF: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no


curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da CF.
• Ac.-TSE, de 1º.7.2021, no REspEl n. 060012772: afasta a inelegibilidade reflexa pre-
vista neste parágrafo e na Súv.-STF n. 18/2009, a separação de fato ocorrida antes do
curso do mandato que antecedeu aquele para o qual a candidata pretendeu se eleger,
devidamente comprovada e sem ocorrência de fraude.
– Situação hipotética 1: A, casado com B, foi eleito para exercer o mandato de Chefe
do Executivo no período de 2019 a 2022. No curso de seu mandato, em 2021, A se
divorcia de B. Em outubro de 2022 B não poderá concorrer a cargos eletivos nas
eleições subsequentes.
– Situação hipotética 2: A, casado com B, foi eleito para exercer o mandato de Chefe
do Executivo no período de 2019 a 2022. No curso de seu mandato, em 2021, A se
divorcia de B. Nas eleições subsequentes, A é reeleito para exercer as funções de
chefe do executivo, no período de 2023 a 2026. Nas eleições de 2026, B poderá se
candidatar a cargo eletivo.
15m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade VII – Reeleição e Reflexa V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Inelegibilidade Reflexa

• Súmula 6 do TSE: São inelegíveis para o cargo de chefe do Executivo o cônjuge e os


parentes, indicados no § 7º do art. 14 da Constituição Federal, do titular do mandato,
salvo se este, reelegível, tenha falecido, renunciado ou se afastado definitivamente do
cargo até seis meses antes do pleito.
– Situação hipotética: A é Presidente da República e casado com B. Caso A venha a
falecer, renuncie ou seja afastado de seu caro no prazo de até 6 meses antes da
data das eleições, não há que se falar em inelegibilidade.

• Súmula 12 do TSE – São inelegíveis, no município desmembrado, e ainda não ins-


talado, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por
adoção, do prefeito do município-mãe, ou de quem o tenha substituído, dentro dos seis
meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo.
– Situação hipotética: o município A é desmembrado restando em município A e
município B. Fulano, que era prefeito no território inteiro, com o desmembramento,
passou a ser prefeito apenas do município A. No novo ente federativo (B), haverá
eleições para a escolha dos ocupantes de cargo eletivo. Os parentes do chefe do
executivo do território A não poderão concorrer a cargo eletivo na primeira eleição do
território B.
20m

Inelegibilidade Reflexa

• “Os sujeitos de uma relação homossexual, à semelhança do que ocorre com os de


relação estável, de concubinato e de casamento, submetem-se à regra de inelegibili-
dade prevista no art. 14, § 7º, da Constituição Federal” (REspe 24654, TSE)
• “A união estável atrai a incidência da inelegibilidade por parentesco, com a ressalva de
que o mero namoro não se enquadra nessa hipótese” (Respe 24672)

Inelegibilidade Reflexa

• O parentesco com o Vice não gera inelegibilidade, a menos que ele tenha substituído
ou sucedido o titular dentro dos seis meses anteriores ao pleito.
• Não gera a inelegibilidade o parentesco com os auxiliares do titular.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade VII – Reeleição e Reflexa V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Basta que o Chefe do Poder executivo se desincompatibilize no prazo de até 6 meses


antes da data das eleições para que a inelegibilidade dos seus parentes seja afastada.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade VIII – Inelegibilidade Infraconstitucional
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

INELEGIBILIDADE VIII – INELEGIBILIDADE INFRACONSTITUCIONAL

RELEMBRANDO
Inelegibilidade:
• O que é?
• Inelegibilidade decorrente de analfabetismo
• Inelegibilidade decorrente de inalistabilidade
• Inelegibilidade decorrente de reeleição para terceiro mandato definitivo
• Inelegibilidade decorrente de incompatibilidade
• Inelegibilidade decorrente de parentesco

Além das inelegibilidades constitucionais, há a possibilidade de novas inelegibilidades


por meio de criação de norma infraconstitucional, o que significa dizer que a Constituição
Federal não esgota o rol de inelegibilidades.
A competência legislativa privativa de legislar sobre direito eleitoral é da União e o órgão
que exerce as competências privativas da União é o Congresso Nacional. Assim, a instituição
de novas inelegibilidades dá-se por atuação do Congresso Nacional.
A espécie normativa que deve ser utilizada pelo congresso quando este decidir criar uma
nova hipótese de inelegibilidade é, de acordo com o art. 14 a lei complementar.

Art. 14
15m § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação,
a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada
vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do
poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou
indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão n. 4, de 1994)

Razões para criação de novas inelegibilidades infraconstitucionais

• Proteger os princípios da probidade administrativa (art.37, caput, CF)


– A suspensão dos direitos políticos em razão da condenação por improbidade admi-
nistrativa, é motivo de inelegibilidade se preenchidos outros requisitos.
– A rejeição de contas, em razão de má gestão de recursos configurado ato doloso,
também é motivo de inelegibilidade.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Inelegibilidade VIII – Inelegibilidade Infraconstitucional
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Proteger a moralidade para o exercício do cargo eletivo.


10m
– Refere-se à análise da vida pregressa.
– Segundo o STF, o § 9º do art. 14 é uma norma constitucional de eficácia limitada, ou
seja, para que a ficha suja possa ser considerada uma causa impeditiva do exercício
do direito à elegibilidade, é indispensável a atuação do legislador infraconstitucional.
Ou seja, enquanto o Congresso Nacional não editar uma lei prevendo que a ficha
suja tira alguém das eleições, o cidadão não poderá sem impedido de participar das
eleições. O assunto foi resolvido com a instituição da Lei da Ficha Limpa (Lei Com-
plementar n. 135/2010)

• Proteger a normalidade e a legitimidade das eleições.


– Deve-se evitar a prática de condutas ilícitas tendentes a manipular e a corromper a
vontade do eleitorado.
15m
– Afetam a normalidade e a legitimidade das eleições: o abuso do poder econômico e
o abuso do exercício do cargo, emprego ou função pública, tal como o uso excessivo
de recursos financeiros em campanhas eleitorais e o uso da máquina pública em
favor de campanhas eleitorais.
– Aquele que for condenado em decisão transitada em julgado pela pratica de auso de
poder econômico ou político, fica inelegível para a eleição que concorreu, bem como
para as eleições que se realizarem nos 8 anos seguintes.

Não se admite a criação de inelegibilidades infraconstitucionais com o prazo de incidên-


cia indeterminado. Segundo a Constituição, lei complementar disporá sobre outros casos de
inelegibilidade e os prazos de sua cessação.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Elegibilidade do Militar
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ELEGIBILIDADE DO MILITAR

Inelegibilidades Infraconstitucionais

Art. 14. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato,
considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na adminis-
tração direta ou indireta.

Elegibilidade do Militar

Segundo o § 8º do art. 14, o militar alistável é elegível, o que significa dizer que o único
militar inelegível é o inalistável (o conscrito).

Art. 14. Omissis


§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito,
passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

A proibição de filiação partidária não impede o militar de participar das eleições, visto que
para essa classe não é exigida a condição de filiação partidária.
A distinção entre militares leva em consideração o tempo de serviço:

• Menos de 10 anos de serviço: o militar deve se afastar das suas atividades como mili-
tar de forma definitiva.
• Mais de 10 anos de serviço: o militar será agregado à autoridade superior (como uma
espécie de licença). Se não for eleito, o militar retorna às suas atividades militares. Se
for eleito, o militar passa para a inatividade.
5m

Qual o momento de afastamento do militar de suas atividades?

Consulta respondida na linha de que o militar elegível que não ocupe função de comando
deverá estar afastado do serviço ativo no momento em que for requerido o seu Registro de
Candidatura. (CTA n. 60106664, Dje de 14.3.2018)
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Elegibilidade do Militar
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

O militar deve cumprir o prazo fixado para o domicílio eleitoral?

Consoante a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, a exigência de domicílio elei-


toral na circunscrição do pleito pelo prazo mínimo de um ano antes da eleição também se
aplica aos servidores públicos militares. (RESPE n. 1013-17, 2014, Dje de 18.9.2014)

Obs.: o prazo mínimo de domicílio passou a ser de 6 meses.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
AIME e Consultas Populares
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

AIME E CONSULTAS POPULARES


A Constituição Federal previu, no art. 14, §§ 10 e 11, uma ação eleitoral de índole consti-
tucional. Dentre as diversas ações eleitorais, essa é a única ação prevista no texto constitu-
cional e é chamada de Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME).
Por meio da AIME, a Justiça Eleitoral é provocada a cassar um mandato.
Quando alguém, durante a campanha eleitoral, pratica ilícitos que são tão graves a ponto
de quebrar os princípios eleitorais, como a normalidade e a legitimidade, esse alguém poderá
ter o seu mandato cassado.

• Prazo para a propositura da AIME: 15 dias, a contar da data da diplomação.


– A diplomação é a ação por meio da qual a Justiça reconhece que o candidato foi
validamente eleito e está apto a ser empossado.
5m
– O prazo é de 15 dias corridos.

• Competência: Justiça Eleitoral.


• Causa de pedir: os ilícitos que justificam a propositura da ação são três:
– Abuso de poder econômico
- Uso excessivo de recursos financeiros em campanhas eleitorais.
- O uso indevido da estrutura estatal em favor de campanha eleitoral é conside-
rado abuso de poder político (e não é causa de propositura da AIME). No entanto,
se o abuso do poder político tiver conotação eleitoral, o ato abusivo, por conta de
sua conotação econômica, justifica a propositura da AIME.

Ex.: se o chefe do Executivo, com a finalidade de prejudicar ou beneficiar candidaturas,


exonerar vários servidores, não caberá propositura da AIME, visto que não houve emprego
de recursos financeiros, ou seja, não há conotação econômica. Se, por outro lado, o chefe do
Executivo instituir programa social por meio de decreto, no ano das eleições, isso configurará
um ato abusivo com conotação econômica, visto que demandará recursos financeiros.
– Corrupção
- Doar, prometer, oferecer vantagem em troca de votos.
- Para haver AIME, a conduta deve ser considerada grave.
– Fraude
- Uso de meio enganoso para trazer benefícios eleitorais.
10m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
AIME e Consultas Populares
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

A ação somente pode ser proposta para impugnar mandatos, o que significa que o réu
deve ter sido eleito.

AIME

Fraude: conceito de fraude para os fins deste parágrafo: Ac.-TSE, de 8.8.2019, no AgR-
-REspe n. 55749: deve ser interpretado de forma ampla, não se limitando às questões atinen-
tes ao processo de votação.
Rito aplicável: Ac.-TSE, de 14.2.2006, no REspe n. 25443: o rito ordinário previsto na LC
n. 64/1990 para registro de candidatura é aplicado até a sentença, observando-se subsidia-
riamente o CPC.

• Aplica-se o rito aplicável para a AIRC (Ação de Impugnação do Registro de Candida-


tura) previsto no art. 3º e seguintes da LC n. 64/1990 e, de forma subsidiária, o CPC.

AIME

Tramitação: o art.14, § 11 da Constituição Federal prevê que a AIME deve tramitar em


segredo de justiça para evitar uma instabilidade institucional.

E o julgamento?

Ac.-TSE, de 24.3.2011, no AgR-REspe n. 872384929: “a mera divulgação da propositura


de AIME e de sua peça inicial em sítios de notícias, por si só, não acarreta nulidade proces-
sual e nem ofensa a este dispositivo, se não houver demonstração de prejuízo”.
15m

• A tramitação não é pública, mas o julgamento sim.


• Segundo o TSE, a divulgação da petição inicial não é considerada nulidade processual.
• Segundo a Constituição Federal, a AIME é gratuita, salvo se for proposta de forma
irresponsável, com o uso de má-fé. Nesse caso, o autor responderá pela ação temerá-
ria ou de má-fé.

Consultas populares concomitantes às eleições

A Emenda n. 111/2021, dentre outras modificações, inseriu dois parágrafos no art. 14 da


Constituição Federal, os quais previram a possibilidade de realização de consultas populares
simultaneamente às eleições.
A Constituição Federal prevê duas espécies de consultas populares, as quais são trata-
das na Lei n. 9.709/1998:

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
AIME e Consultas Populares
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Plebiscito
– Consulta popular realizada antes da aprovação de uma lei ou de determinado ato
administrativo.

• Referendo
– Consulta popular realizada depois da aprovação de uma lei ou de determinado ato
administrativo.

Art. 14
§ 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares sobre
questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90
(noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites operacionais relativos ao número
de quesito.
20m

• Os limites operacionais serão regulados posteriormente pelo TSE.

§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas populares


nos termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda
gratuita no rádio e na televisão.

• Durante a campanha eleitoral, os candidatos podem se manifestar contrários ou a


favor das consultas populares, no entanto, eles não podem usar o espaço destinado à
propaganda gratuita do rádio e de televisão para se manifestarem sobre isso.

ATENÇÃO
Não há previsão de realização dessas consultas populares simultaneamente às elei-
ções gerais.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Restrição a Direitos Políticos
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

RESTRIÇÃO A DIREITOS POLÍTICOS

Dentre as classificações dos direitos políticos, há os direitos positivos, os quais podem


ser definidos como as normas de atribuição do exercício de cidadania brasileira, ou seja, o
conjunto de normas que reconhecem aos cidadãos o direito de interferir, participar e manifes-
tar a sua vontade (voto, referendo, plebiscito, ação popular, entre outros).

Por outro lado, há institutos classificados como direitos políticos negativos:

• Cassação dos direitos políticos


– Limitação da cidadania arbitrária, política, imotivada.
– A cassação dos direitos políticos é vedada na ordem jurídica brasileira.

• Perda dos direitos políticos


– Limitação definitiva da cidadania.
– Mantidas as circunstâncias fáticas, a restrição da cidadania será mantida. Alteradas
as circunstâncias fáticas geradoras da perda, retorna-se à cidadania.

Ex.: o cidadão que perder a nacionalidade brasileira, perde o pressuposto da cidadania.


Caso no futuro venha a adquirir a nacionalidade brasileira, poderá readquirir a cidadania
brasileira.
5m

• Suspensão dos direitos políticos


– É uma limitação temporária do exercício da cidadania brasileira.

• Inelegibilidades
– São causas impeditivas para o exercício do direito à elegibilidade.

Quem incidir nas hipóteses de perda ou suspensão não poderá votar, ser votado, nem
participar de referendos, plebiscitos, iniciativa popular, entre outros.

Obs.: o inelegível apenas não pode ser votado; ele pode, sim, exercer os demais direitos
políticos.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Restrição a Direitos Políticos
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Obs.: lei infraconstitucional não pode criar novas hipóteses de perda ou suspensão dos
direitos políticos.
10m

O legislador infraconstitucional pode criar hipóteses de inelegibilidade, mas não pode


criar novas hipóteses de perda ou suspensão dos direitos políticos.
Como a Constituição não pontuou quais seriam as hipóteses de perda e quais seriam as
de suspensão, coube à doutrina interpretar da seguinte forma:

Perda – Hipóteses

• Cancelamento da naturalização ou sentença judicial transitada em julgado


– Brasileiro naturalizado que pratica ato nocivo ao interesse nacional.
– Com o cancelamento da naturalização, o sujeito torna-se estrangeiro e, portanto,
sem direitos políticos.
– O brasileiro que optar voluntariamente pela nacionalidade estrangeira também será
considerado estrangeiro e perderá os direitos políticos.
– A perda dos direitos políticos por cancelamento de naturalização decorre do simples
trânsito em julgado da sentença que decretar o cancelamento, conforme se infere do
art. 15, I, da CF. Não há exigência de menção específica na sentença à perda dos
direitos políticos.

• A recusa de cumprimento de obrigação legal a todos imposta ou da prestação alterna-


tiva (art. 5º, inc. VIII)
15m
– É direito de alguém recursar-se a cumprir obrigação legal a todos imposta em razão
de escusa de crença religiosa ou convicção filosófica e política. No entanto, se
houver a recusa, será exigível, se previsto em lei, a submissão deste que se recusou
ao cumprimento da prestação alternativa. Nessa situação, o cidadão que se recusa
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Restrição a Direitos Políticos
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

a cumprir obrigação a todos imposta e também se recusa a cumprir a prestação


alternativa terá como consequência a restrição da cidadania.
– Para o Direito Constitucional, essa é uma hipótese de perda dos direitos políticos, no
entanto, para o Direito Eleitoral, o TSE adotou o entendimento de que essa é uma
hipótese de suspensão dos direitos políticos.

Suspensão – Hipóteses:

• Incapacidade civil absoluta


20m
– No plano civil, há a pessoa capaz, a relativamente capaz e o absolutamente incapaz
(este precisa ser representado para a prática dos atos da vida civil).
– A capacidade civil é condição para aquisição e manutenção da capacidade política.

Art. 3º do Código Civil (Lei n. 10.406/2002). A suspensão dos direitos políticos ocorre enquanto
perdurar a incapacidade civil absoluta.

– A Lei n. 13.146/2015 alterou o art. 3º do Código Civil para estabelecer que o único
absolutamente incapaz é o menor de 16 anos. Assim, a hipótese constitucional
passou a não produzir mais efeito.

• Condenação criminal transitada em julgado enquanto durarem seus efeitos


– A norma do art. 15, III, da Constituição Federal tem eficácia plena, ou seja, inde-
pende de regulação.
– A suspensão dos direitos políticos não é pena acessória, mas, sim, consubstancia
consequência da condenação criminal.
25m
– Qualquer condenação criminal transitada em julgado tem como efeito automático a
suspensão dos direitos políticos, independente de qual for a pena.
– Válido para crimes dolosos ou culposos de alto, médio ou baixo potencial ofensivo.
– É válido também para contravenções.
– Súmula n. 9 do Tribunal Superior Eleitoral: “A suspensão de direitos políticos decor-
rente de condenação criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento
ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de reparação
dos danos”.
– Cessada a pena, cessa também a suspensão dos direitos políticos.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Restrição a Direitos Políticos
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º, da CF/88


– Na condenação criminal, a suspensão dos direitos políticos é um efeito automático,
já nos casos de condenação pela prática de improbidade administrativa, a suspen-
são dos direitos políticos é uma das sanções a serem impostas àquele que praticou
a improbidade.
30m
– A suspensão de direitos políticos em face de ato de improbidade não é ato de com-
petência da Justiça Eleitoral, mas sim da Justiça Comum.
– Há apenas o reconhecimento – no processo de registro – dessa causa de suspen-
são dos direitos políticos.

Direitos Políticos: Perda e Suspensão

Res.-TSE n. 23241/2010: Impossibilidade de expedição de certidão de quitação elei-


toral para que sentenciados que cumprem penas nos regimes semiaberto e aberto obte-
nham emprego.
Ac.-TSE, de 23.4.2015, no PA n. 93631: A pendência de pagamento de pena de multa ou
sua cominação isolada nas sentenças criminais transitadas em julgado enseja a suspensão
dos direitos políticos.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Princípio da Anterioridade Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL

DIREITOS POLÍTICOS: PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL

Tem a finalidade de estabilizar, pelo período mínimo de 1 ano, normas processuais-


-eleitorais

Art. 16, CF. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 4, de 1993)

Vale para leis e emendas à Constituição que alterarem o processo eleitoral.


O princípio da anterioridade eleitoral permite que os atores do processo eleitoral (can-
didatos, eleitores e partidos) conheçam com antecedência as ações que serão aplicadas
às eleições.
O princípio da anterioridade eleitoral também promove a segurança jurídica, pois permite
que todos conheçam as regras eleitorais com antecedência.

São espécies legislativas, de acordo com o art. 59:

• Emenda constitucional;
• Lei ordinária;
• Lei complementar;
• Lei delegada;
– Não pode tratar sobre Direito Eleitoral.

• Medida provisória;
• Resoluções;
5m
• Decretos legislativos.

Pode uma emenda constitucional excepcionar o princípio da anualidade?

No ano de 2006, o Congresso Nacional aprovou uma emenda à Constituição que alterou
o art.17, § 1º da CF. Até então, em razão de uma decisão tomada pelo TSE, os partidos polí-
ticos na formação das coligações deveriam obedecer à coerência partidária, o que significa
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Princípio da Anterioridade Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

dizer que se os partidos formassem coligação nas eleições para a Presidência da República,
poderiam participar das eleições estaduais e municipais de forma isolada ou formando coli-
gação com os mesmos partidos, respeitando a coligação realizada em âmbito nacional.
Isso trouxe uma série de inconveniências políticas aos partidos e o Congresso Nacional,
em 2006, em reação legislativa a essa decisão do TSE, aprovou uma emenda (n. 52) a qual,
ao alterar o art.17, § 1º da CF, passou a prever que no Brasil os partidos teriam autonomia
para definir os critérios e o regime de suas coligações, sem a obrigatoriedade de filiações em
âmbito nacional, distrital ou municipal.

• A Emenda n. 52/2006 foi editada a menos de 7 meses da data das eleições. A dúvida
que surgiu era se essa emenda à Constituição poderia ser aplicada nas eleições de
2006. Segundo o STF, o princípio da anterioridade eleitoral é um direito fundamental
do eleitor, ademais, o princípio da anterioridade eleitoral vincula a atividade do poder
constituinte derivado reformador, ou seja, as emendas à Constituição também estão
sujeitas ao princípio da anterioridade eleitoral.
10m
• A anualidade constitui restrição ao poder constituinte derivado reformador? Sim!
• Nem todas as leis eleitorais são regidas pelo princípio da anterioridade eleitoral,
somente aquelas que alterarem o processo eleitoral.
– Segundo o STF, considera-se processo eleitoral o conjunto de atos organizados e
relacionados à realização de uma eleição, tais como escolha e convenção partidária,
registro de candidatura, campanha eleitoral, financiamento de campanha, sistemas
eleitorais, votação, diplomação dos eleitos etc.

• As leis eleitorais que alterem o processo eleitoral possuem vigência imediata, ou seja,
não possuem vacatio legis.
– Vacatio legis é o período entre a publicação de uma lei e o início da produção de
seus efeitos.
15m

• Dentro do período de 1 ano antes das eleições, leis que alterem o processo eleitoral
podem ser editadas. Porém, se uma lei que altere o processo eleitoral for publicada
dentro desse período, a lei estará apta a produzir efeitos, no entanto, não será aplicada
nas eleições que ocorram até um ano dentro de sua vigência.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Princípio da Anterioridade Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

É possível que uma lei, publicada há menos de 1 ano das eleições, possa ter seus efei-
tos aplicados às eleições do ano em curso, desde que não se tenha a ocorrência de um dos
pressupostos abaixo:

• Rompimento da igualdade de oportunidade entre partidos e candidatos;


– Não havendo a quebra da isonomia, não há que se falar na incidência do princípio
da anterioridade eleitoral.

• Criação de deformação que afete a normalidade das eleições;


• Introdução de fatos de perturbação no pleito;
• Promoção de alteração motivada por propósito casuístico.
20m

Não se submetem à restrição da anterioridade:

• Alteração do número de cadeiras das Câmaras municipais e a emancipação de


municípios;
– Emenda Constitucional n. 58/2009.

• Crimes eleitorais
– Não alteram as eleições.

• Processo penal eleitoral


– Não altera as eleições.

• Resoluções do TSE
– Quando o TSE exerce função regulamentar, ele não pode inovar na ordem jurídica.
– Para as resoluções do TSE sobre eleições, há um marco temporal diferenciado, con-
forme o art. 105 da Lei n. 9.504/1997:

Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao cará-
ter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei,
poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em
audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos. (Redação dada pela Lei
n. 12.034, de 2009)
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Princípio da Anterioridade Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Mudança de jurisprudência no curso das eleições sofre os efeitos do princípio da anterio-


ridade eleitoral?
25m
(...) as decisões do TSE que, no curso do pleito eleitoral (ou logo após o seu encerra-
mento), impliquem mudança de jurisprudência (e dessa forma repercutam sobre a segurança
jurídica), não têm aplicabilidade imediata ao caso concreto e somente terão eficácia sobre
outros casos no pleito eleitoral posterior.
[RE 637.485, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-8-2012, P, DJE de 21-5- 2013, Tema 564.]

• A mudança de jurisprudência não pode ser aplicada às eleições do ano em curso.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Partidos Políticos na Constituição Federal – Princípio da Liberdade Partidária
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

PARTIDOS POLÍTICOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – PRINCÍPIO DA


LIBERDADE PARTIDÁRIA

A Constituição Federal cuida dos direitos e garantias fundamentais em seu título II, que é
dividido em cinco capítulos:
I – Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Artigo 5º;
II – Direitos Sociais – Artigos 6º a 11;
III – Nacionalidade – Artigos 12 e 13;
IV – Direitos Políticos – Artigos 14 a 16;
V – Partidos Políticos – Artigo 17.
Observa-se a distinção realizada pela CF entre os direitos políticos (o direito de partici-
par da formação política do Estado, votar etc) e o direito de criar, organizar e participar de
partidos políticos. Essa distinção marca a competência da Justiça Eleitoral, especializada no
julgamento da matéria eleitoral, no julgamento dos litígios, causas e processos que envolvam
o exercício dos direitos políticos.
Em regra, a Justiça Eleitoral não julga litígios partidários, ou seja, aqueles que envolvam
partidos políticos, filiados, ou a discussão sobre o exercício de direitos partidários.
A distinção entre os direitos políticos e os partidos políticos impacta na definição da com-
petência desse ramo especializado do Poder Judiciário da União.

Natureza Jurídica dos Partidos Políticos

Apesar do direito de criar, organizar ou participar de partidos políticos ser previsto cons-
titucionalmente, os partidos políticos são uma pessoa jurídica de direito privado. Segundo o
art. 1º da Lei n. 9.096/1995, as agremiações partidárias são definidas como uma espécie de
pessoa jurídica de direito privado.
Apesar de sua função pública, definida pela CF, ressalta-se que os partidos políticos são
pessoas jurídicas de direito privado, não integrantes da Administração Pública, direta ou indi-
reta, não sendo considerados entidades paraestatais, desta forma, distintas do Estado e da
Administração Pública.
5m
Assegura-se constitucionalmente o direito de se organizar em agremiações partidárias,
ou criar novas. Desta forma, a CF não define um quantitativo de partidos políticos existentes,
sendo livre a criação, fusão (agremiações partidárias se unem a fim de criarem uma nova
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Partidos Políticos na Constituição Federal – Princípio da Liberdade Partidária
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

agremiação), incorporação (ao fim da incorporação, um partido mantém a sua personalidade


política, enquanto os outros envolvidos se extinguem) e extinção de partidos políticos.
A relatividade dos direitos fundamentais é uma característica da teoria geral dos direitos
fundamentais; desta forma, o direito à criação, fusão, incorporação e extinção de partidos
políticos não é absoluto, contando com restrições previstas na CF. Segundo o artigo 17:

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes preceitos:
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de
subordinação a estes;
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
10m

Assim, pode-se perceber que as restrições ao direito de criação, fusão, incorporação e


extinção de partidos políticos incluem:

• Soberania nacional

O regime democrático brasileiro não funciona sem a intermediação partidária, de forma


que os partidos políticos são imprescindíveis ao funcionamento da democracia do país,
sendo a filiação partidária um dos requisitos para a participação nas eleições (bem como
financiamento de campanha pelo fundo partidário, distribuição do tempo no horário eleitoral
etc.). Partidos políticos, apesar de sua importância, não podem, em seu papel, fazer com
que interesses externos (interesses alienígenas) sejam observados na confecção de leis e
decisões internas.
15m

• Regime democrático

Em razão do respeito ao regime democrático, recentemente o STF declarou a inconstitu-


cionalidade do artigo 3º, § 3º da Lei n. 9.096/1995. Desta forma, a formação dos órgãos do
partido político deve decorrer de uma escolha democrática realizada por seus filiados, não
cabendo ao diretório nacional impor os integrantes da comissão provisória e esta durar oito
anos e ter contorno de permanência (sendo essa duração com contorno de permanência
vista pelo STF como uma violação ao regime democrático).

• Pluripartidarismo

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Partidos Políticos na Constituição Federal – Princípio da Liberdade Partidária
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

A organização de partidos políticos deve observar o pluripartidarismo, que trata da pre-


sença de vários partidos políticos, todos igualmente relevantes. Admitindo-se a criação de
vários partidos e a não limitação dessa quantidade, ou a imposição de impedimentos para a
criação de novos partidos. O conceito não deve ser confundido com o pluralismo político, que
trata da diversidade da sociedade, das diferenças de crenças, de filosofias e convicções polí-
ticas, sendo todas tratadas com a mesma relevância. O pluralismo político tem relação com
a segmentação da sociedade brasileira e suas diferenças ideológicas que devem coexistir.
20m

• Caráter nacional

Os partidos políticos devem observar o caráter nacional na sua organização, não se admite
a criação de partidos com caráter estadual, distrital, regional, municipal ou zonal. Em razão do
caráter nacional, há mecanismos na Lei dos Partidos Políticos destinados a aferir seu caráter
nacional. Por exemplo, há a exigência de que, para que seja registrado no TSE, um partido pre-
cisa demonstrar seu apoio por parte de eleitores em ao menos 1/3 das unidades federativas.
O caráter nacional também exige que o registro do partido político em cartório deve ser subs-
crito por, pelo menos, 101 fundadores com domicílio eleitoral em pelo menos um terço dos estados.

• Direitos fundamentais da pessoa humana


• Proibição de recebimento de recursos
– Em razão da soberania nacional, é proibido o recebimento de recursos estrangeiros.

• Prestação de contas
– Os partidos políticos não prestam contas ao TCU, mas à Justiça Eleitoral.

• Funcionamento parlamentar
– Os partidos políticos formam bancadas, constituem lideranças e atuam a partir
dessas bancadas e lideranças nas casas legislativas, mas o direito ao funciona-
mento parlamentar será exercido de acordo com a lei.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Partidos Políticos na CF – Disposições Finais
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

PARTIDOS POLÍTICOS NA CF – DISPOSIÇÕES FINAIS

Neste bloco, será vista uma previsão contida na Constituição Federal, que se refere a um
dever inscrito no art. 17, § 2º.
De acordo com a Constituição Federal, há uma exigência de registro do partido político no
Tribunal Superior Eleitoral. Esse registro do partido no TSE não tem o efeito de conferir per-
sonalidade jurídica, ou seja, o partido político não passa a existir após o seu registro no TSE.
Após adquirirem personalidade jurídica na forma da lei civil, os partidos políticos regis-
tram os seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. Primeiro, o partido político é levado a
registro no cartório de registro civil de pessoas jurídicas do local de sua sede e passa a exis-
tir. Depois, ele é registrado no TSE.
A CF, no seu art. 14, § 3º, dispõe sobre os direitos dos partidos políticos. Os partidos polí-
ticos têm direito de participar do rateio de recursos do fundo partidário. Há um fundo constitu-
ído de recursos públicos, destinado a dar assistência financeira aos partidos políticos. Esse
fundo é tratado no art. 38 da Lei n. 9.096/1995. No ano de 2022, ele foi constituído por mais
de um bilhão de reais.
Os partidos políticos também têm o direito de acessar gratuitamente o rádio e a televi-
são e transmitir a propaganda partidária e eleitoral gratuita. Contudo, para que os partidos
políticos possam exercer o direito de participar do rateio dos recursos do fundo partidário e
acessar gratuitamente o rádio e a televisão, exige-se que eles alcancem alguns requisitos,
chamados de cláusula de barreira ou de desempenho.
5m
No ano de 2006, o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da cláu-
sula de barreira prevista no art. 13 da Lei n. 9.096/1995. À época, na primeira vez que a
cláusula de barreira fosse aplicada, ela faria com que, dos 27 partidos políticos registrados
no TSE até então, apenas 7 alcançassem a cláusula de barreira. Essa cláusula violava o plu-
ripartidarismo e a isonomia partidária.
Atualmente, com a edição da Emenda à Constituição n. 97/2017, a cláusula de barreira
para o exercício de forma mais intensa do fundo partidário e do direito de antena está prevista
no art. 17, § 3º, da Constituição Federal, que garante que somente terão acesso gratuito ao
rádio e à televisão e participarão da distribuição dos recursos do fundo partidário os partidos
políticos que, alternativamente, alcancem ou a cláusula de barreira prevista no inciso I ou a
cláusula de barreira prevista no inciso II.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Partidos Políticos na CF – Disposições Finais
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Ou o partido político, nas eleições para a CD, alcança, no mínimo, 3% dos votos válidos,
distribuídos em 1/3 das UFs, com um mínimo de 2% em cada uma delas, ou elege, pelo
10m
menos, quinze deputados federais, distribuídos em, pelo menos, um terço das UFs.
Os partidos políticos estão proibidos de exercer organização paramilitar, segundo o art.
17, § 4º. Eles precisam alcançar o poder de forma legítima.
Os eleitos para cargos proporcionais devem ter fidelidade partidária, isto é, não podem se
desfiliar do partido político pelo qual foram eleitos para uma nova agremiação partidária, sob
pena de perda do mandato. Contudo, admite-se a troca do partido se houver uma justa causa.
As hipóteses que justificam a troca de partido político sem perda do mandato estão pre-
vistas no art. 22 da Lei dos Partidos Políticos.
Além das hipóteses legalmente estabelecidas, que justificam a troca de partido político
sem justa causa, na Constituição Federal, há dois parágrafos do artigo 17 que preveem hipó-
teses de justa causa para troca de partido. A primeira delas está prevista no § 5º; a segunda
delas, no § 6º do art. 17 da CF.
A primeira é quando um parlamentar, deputado federal, deputado estadual, deputado
distrital ou vereador é eleito por um partido político que não tenha alcançado a cláusula de
desempenho do art. 17, § 3º. Nesse caso, a Constituição Federal autoriza que ele se desfi-
lie de seu partido político e se filie a um partido que tenha alcançado a cláusula de barreira.
Essa nova filiação não afetará a distribuição dos recursos do FP e do acesso gratuito ao
rádio e à TV.
15m
A Emenda à Constituição n. 111/2021 criou uma nova hipótese de desfiliação partidária
sem perda de mandato, prevista no art. 17, § 6º. É uma permissão para que ocupantes de
cargos proporcionais possam migrar dos partidos políticos pelos quais foram eleitos sem que
percam seus mandatos.
O entendimento que fundamentou essa nova jurisprudência é o de que os cargos obtidos
nas eleições proporcionais são do partido. Se alguém quer se desfiliar do partido pelo qual
foi eleito, pode se desfiliar, mas perderá o mandato, porque o mandato é do partido. Nesse
sentido, o partido político ao qual o parlamentar é eleito pode autorizar a troca de partido.

Justa causa para desfiliação partidária:

§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores


que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos casos
de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computa-
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Partidos Políticos na CF – Disposições Finais
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

da, em qualquer caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos do fundo parti-
dário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à televisão.
20m

Finalmente, em 2022, houve uma nova EC, a 117/2022, que inseriu os §§ 7º e 8º, segundo
os quais o partido político tem o dever de aplicar no mínimo 5% dos recursos do fundo par-
tidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação
política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários.
O § 8º, por sua vez, previu um percentual mínimo de recursos que devem ser aplicados
no financiamento das campanhas das mulheres. O art. 10, § 3º, da Lei 9.504, previu que,
nas eleições proporcionais, do total de candidatos apresentados, os partidos políticos devem
apresentar no mínimo 30 e no máximo 70% de candidaturas de cada sexo. Os partidos cum-
priam essa parte, mas, para financiar a campanha das mulheres, destinava somente 1, 2 ou
3% dos recursos dos fundos públicos, dos recursos do fundo partidário e dos recursos do
fundo especial de financiamento de campanha.
25m
Por esse motivo, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento de uma ação de controle
concentrado, instituiu que os partidos políticos devem aplicar no financiamento da campa-
nha de mulheres o percentual correspondente ao número de candidaturas de mulheres. Por
exemplo, se um partido político tiver 35% de candidaturas femininas, elas devem receber
pelo menos 35% dos recursos dos fundos públicos, 35% do fundo partidário aplicado em
campanha e 35% dos recursos do fundo especial de financiamento de campanha.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Partidos Políticos na Constituição Federal – Princípio da Autonomia Partidária
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

PARTIDOS POLÍTICOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL –


PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PARTIDÁRIA

Autonomia Partidária

A auto(próprias)nomia(regras) refere-se à liberdade dos partidos para definirem sua


estrutura interna: presidência, diretoria, secretarias etc. A lei não pode interferir na estrutura,
no funcionamento ou na organização dos partidos políticos, devido à autonomia partidária.
Segundo o artigo 17, § 1º:

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer
regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações
nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatorie-
dade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal,
devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 97, de 2017)

A autonomia partidária assegura aos partidos o poder para que tratem sobre a estrutura
interna, órgãos permanentes e provisórios, organização e funcionamento. Esses temas só podem
ser tratados pelos partidos políticos em seus estatutos, e a lei não pode tratar dessas matérias.
5m
Apesar da autonomia partidária, o STF, por entender uma possível violação ao regime
democrático já estabeleceu condições para que um órgão provisório interno não tenha dura-
ção e status de órgão permanente, sendo esse, além disso, uma imposição do diretório
nacional, sem escolha democrática realizada pelos filiados ao partido. Assim, o artigo 3º, § 3º
da Lei n. 9.096/1995 foi declarado inconstitucional pelo STF.
Em razão da autonomia partidária, os partidos políticos receberam o poder para dispor
de critérios de escolha e formação de suas coligações. Em 2002, o TSE entendeu que os
partidos políticos deveriam possuir uma coerência partidária, em caso de participação nas
eleições de forma coligada, aqueles partidos em uma coligação de candidato à presidência
deveriam manter a coligação com os mesmos partidos à nível estadual ou distrital, existindo
a verticalização das coligações.
A coligação é uma união de partidos a fim de disputar as eleições, é uma união efêmera,
temporária e vinculada apenas à realização das eleições. Diferenciam-se das federações,
que duram, no mínimo, quatro anos.
10m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Partidos Políticos na Constituição Federal – Princípio da Autonomia Partidária
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

A partir da nova redação do art. 17, § 1º, o Congresso Nacional decidiu que as coligações
passam a ser livres, não mais precisando atender à verticalização (Emenda Constitucional n.
52, de 2006). Seguindo o princípio da liberdade de formação de coligação uma nova emenda
(EC n. 97, 2007) determinou a manutenção da EC n. 56, com a ressalva de que as coligações
são livres, mas válidas apenas em eleições majoritárias, ou seja, aquelas para presidente,
senador, governador e prefeito.
Apesar da autonomia partidária, segundo a CF, todo partido deve tratar em seu estatuto
de regras sobre disciplina e fidelidade partidária. A disciplina trata do dever de um filiado a
um partido político se sujeitar aos deveres, impedimentos e proibições partidárias previstas
no estatuto daquele partido.
As violações a esses deveres constituem atos de indisciplina partidária, passíveis de apli-
cação de sanções também previstas no estatuto (como advertência, suspensão, multa e até
a expulsão do filiado). Os atos de indisciplina, apesar de poderem gerar a expulsão do filiado,
não ocasionam a perda de mandato.
15m
A fidelidade partidária é o dever de lealdade entre o filiado e seu partido político. O ato de
infidelidade ao partido pode acarretar na perda de mandato político. Segundo o TSE e o STF,
aquele eleito por um partido político deve manter a sua filiação partidária sob pena de perder
o mandato (excetuam-se os casos onde houver justa causa para a troca), visto que a viabiliza-
ção da candidatura se dá através do partido, seja pela força do partido e do voto de legenda ou
por diferentes investimentos, dentre eles o fundo partidário e o tempo de propaganda eleitoral.
Segundo o STF, a infidelidade partidária gera a perda de mandato para aqueles eleitos a
cargos proporcionais, ou seja, vereadores e deputados. A perda de mandato não ocorre em
casos de cargos majoritários.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Justiça Eleitoral – Aspectos Gerais
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – JUSTIÇA ELEITORAL – ASPECTOS GERAIS

Justiça eleitoral (art. 12 a 41 do Código Eleitoral – art. 118 a art. 121 da Constitui-
ção Federal).
Segundo o art. 92, inc. V – a justiça eleitoral faz parte do Poder Judiciário da União.
*Os órgãos do Poder Judiciário têm como função típica a função jurisdicional – cabe ao
Poder Judiciário resolver litígios – e têm como função atípica a função administrativa e função
normativa – promover a gestão dos seus serviços e seus servidores.
5m

• Função típica de administrar – Executivo


• Função típica de normatizar – Legislativo

Entretanto, no Brasil, considerada a sua realidade, atribuiu-se a Justiça Eleitoral tipica-


mente quatro funções:
I – Jurisdicional
II – Administrativa
10m
III – Consultiva
IV – Regulamentar
Os órgãos da justiça eleitoral, no exercício da função administrativa, podem agir de ofício
– súmula 18 do TSE.

Art. 84, inc. IV, da CF – função regulamentar do Presidente da República.


15m
A justiça eleitoral no exercício da sua função regulamentar não pode criar obrigações,
restringir direitos, criar uma pena.

Art. 5º, inc. II, da CF – ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, se
não em virtude de lei.

Art. 1º, parágrafo único, do Código Eleitoral – o tribunal superior eleitoral expedirá instru-
ções sobre a execução do código eleitoral.

Art. 105 da Lei n. 9.504 – As instruções sobre as eleições devem ser expedidas até o dia
5 de março do ano das eleições.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Justiça Eleitoral – Aspectos Gerais
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

O TSE não pode inovar na ordem jurídica, só pode regulamentar considerando as dispo-
sições legais.
O TSE, ao expedir instruções, não pode dispor sobre organizações partidárias.
20m
CF – art. 17, § 1º – a fixação de norma sobre a organização de partidos políticos deve ser
tratada pelo partido no exercício da sua função de adição de um estatuto.
*STF declarou a institucionalidade uma resolução expedida pelo TSE que redistribuiu
as vagas na Câmara dos Deputados.

O número de deputados federais não será menor que 8, nem maior que 70. Estabelecido
pelo Congresso Nacional, por meio de lei complementar, com base no número de habitantes
fornecido pelo IBGE.
25m
No exercício da função consultiva, a justiça eleitoral não pode responder dúvidas sobre
casos concretos.
Só é possível formular consultas sobre direito eleitoral.
30m
*Infidelidade partidária gera perda de mandato eletivo? Sim, pois o mandato é do parti-
do, e não do parlamentar.

Uma lei sobre processo eleitoral, para ser aplicada, deve ser publicada pelo menos um
ano antes da data das eleições.
TSE teve o entendimento de que a Lei da Ficha Limpa deveria ser aplicada as eleições
de 2010. No entanto, passado o período de eleição, o STF teve o entendimento de que não
poderia ocorrer a aplicação.

• Jurisdicional – litígios eleitorais.


• Administrativa – executar as leis eleitorais – quem faz eleições e quem promove a
organização dos eleitores brasileiros.
• Consultiva – responde perguntas, em tese, sobre direito eleitoral.
• Regulamentar – regulamentação da aplicação das leis eleitorais.
35m
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Justiça Eleitoral – Aspectos Gerais II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – JUSTIÇA ELEITORAL – ASPECTOS GERAIS II

Órgãos da Justiça Eleitoral (art. 118, CF/1988)

• Tribunal Superior Eleitoral


• Tribunais Regionais Eleitorais
• Juízes Eleitorais
• Juntas Eleitorais
• Juízes e Juntas Eleitorais (1º grau da justiça eleitoral)
• Tribunais Regionais Eleitorais (2º grau da justiça eleitoral)
• Tribunal Superior Eleitoral (Instância especial ou extraordinária da justiça eleitoral)
• O STF, apesar de ter competência para julgar os recursos interpostos contra os acór-
dãos do TSE.

Segundo o art. 121, § 3º, da CF, quando acórdão do TSE viola a CF, denega a ordem de
habeas corpus ou mandado, é competência do STF julgar estes recursos.
*O STF não entrega a justiça eleitoral.

• TSE – art. 119 da CF


• TRE – art. 120 da CF
• Juízes eleitorais – art. 32 do Código Eleitoral
• Juntas eleitorais – art. 36 do Código Eleitoral
• TSE, TRE e Juntas Eleitorais – são órgãos colegiados da justiça eleitoral
5m
• TSE, TRE e Juízes Eleitorais – são considerados órgãos permanentes da justiça elei-
toral e têm função definidas na legislação eleitoral independentemente de se estar ou
não no período eleitoral.
• Juntas Eleitorais – 60 dias antes da data das eleições.

CARACTERÍSTICAS DA JUSTIÇA ELEITORAL


a. Adoção do sistema jurisdicional; (definitividade – litígios eleitorais – executa suas pró-
prias decisões)
b. Justiça Especializada; (aplicação do direito eleitoral)
10m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Justiça Eleitoral – Aspectos Gerais II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

c. Inexistência de magistratura (ou promotoria) própria na Justiça Eleitoral: composi-


ção híbrida
15m
d. Periodicidade da investidura dos Juízes: princípio da temporariedade e princípio
da imparcialidade (exercício de um mandato)
20m
*Litigio partidário não compete à justiça eleitoral.

De forma excepcional, a justiça eleitoral julgará litígios partidários, no caso da fidelidade


partidária e também em casos que tenham reflexo no processo eleitoral.
STF (no julgamento do MS n. 26.602, 26.604, 26.603, ADI n. 399) – quem julga litígio
partidário é a justiça eleitoral.
Art. 121, § 2º, da CF – salvo motivo justificado, os membros dos tribunais eleitorais ser-
virão por, no mínimo, 2 anos, e nunca por mais de dois biênios consecutivos.
Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento
nem mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença especial.
25m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Justiça Eleitoral – Aspectos Gerais II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – JUSTIÇA ELEITORAL – ASPECTOS GERAIS II

Justiça Eleitoral – composta por TSE, TRE, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais.
5m Especificidades em virtude de suas funções jurisdicional, administrativa, consultiva e
regulamentar:
Temporariedade do exercício das funções eleitorais – De acordo com a CF (art. 121,
§ 2º), salvo motivo justificado, os membros de tribunais eleitorais servirão por, no mínimo, 2
anos, e nunca por mais de dois biênios consecutivos.
Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento
nem mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença especial.
*Da homologação da respectiva conv. partid. até a diplomação e nos feitos decorrentes
do processo eleitoral, não poderão servir como juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como
juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de
candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição.

O caso mencionado é o único que impacta na contagem do biênio, que é paralisado no


período do afastamento.
10m

JUSTIÇA ELEITORAL

• Organização e Competência – LC
• Garantias da Magistratura Eleitoral – art. 121, § 1º, da CF – independência funcional.
• Mandato

Art. 95 da CF – os juízes têm as seguintes garantias:


15m

• vitaliciedade (proteção contra a perda do cargo);


• irredutibilidade de subsídios (não se admite a diminuição do valor subsídios pagos
aos membros do Poder Judiciário); e
• inamovibilidade (os membros do Poder Judiciário não podem ser removidos, salvo
se ele quiser).

Art. 121, § 1º, da CF – os membros de tribunais eleitorais no exercício de suas funções e


no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.
20m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Justiça Eleitoral – Aspectos Gerais II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Os membros de tribunais eleitorais no exercício de suas funções e no que lhes for aplicá-
vel, para as demais garantias, há a necessidade de se avaliar a sua compatibilidade com a
natureza da justiça eleitoral.
Na Justiça Eleitoral não há vitaliciedade.
Também não é recebido um subsídio, mas sim uma gratificação pelo exercício das fun-
ções eleitorais
25m
Mandato – 2 anos (pode ser reconduzido para mais um biênio mediante escolha)

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Justiça Eleitoral – TSE
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – JUSTIÇA ELEITORAL – TSE

O TSE é uma Instância Especial e tem sede em Brasília. No entanto, apesar de fisica-
mente sediado em Brasília, o TSE exerce sua função jurisdicional sobre todo o território
nacional, quando for uma hipótese da sua competência.
TREs - exercem as suas funções nos Estados em que sediados.
Art. 16 do Código Eleitoral e Art. 118 e Art. 119 da CF - composição do TSE.
Art. 119. O TSE compor-se-á por, no mínimo, 7 membros. (é possível aumentar)
O TSE faz parte da justiça eleitoral e esta é um ramo especializado do poder judiciário da
União - o Congresso Nacional é quem trata sobre a composição do TSE.
Art. 59 da CF.
O processo legislativo compreende a edição de: emendas à constituição, lei complemen-
tar, lei ordinária, lei delegada, medida provisória, decreto legislativo e resoluções.
Decreto legislativo, resoluções, medida provisória e lei delegada não podem tratar de
direito eleitoral.
O tipo legislativo que necessita ser editado para aumentar o TSE – o legislador infra-
constitucional está autorizado a aumentar a composição do TSE - não há a necessidade de
emenda à constituição.
5m
Art. 121, caput, da CF – a lei complementar disporá sobre a organização e competências
da justiça eleitoral.

Composição do TSE

• No mínimo 7 juízes.
• O aumento da composição é feito por meio de Lei Complementar.
• Não é possível por meio de lei completar diminuir o número de membros do TSE.
• Sede: Brasília/DF
• Jurisdição: Nacional

Membros do TSE
10m
Art. 119 da CF.
3 ministros do STF (escolhidos entre os 11 ministros do STF – possibilidade de acumula-
ção de cargos públicos - atuarão simultaneamente).
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Justiça Eleitoral – TSE
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

2 ministros do STJ (escolhidos entre os 33 ministros do STJ – possibilidade de acumula-


ção de cargos públicos - atuarão simultaneamente).
2 advogados.
Exemplo: um ministro do TSE (da classe dos ministros do supremo) está afastado do tri-
bunal (está de licença médica ou de férias) e há a necessidade de convocação de um substi-
tuto - um membro de uma classe só pode ser substituído por um membro da mesma classe.
O TSE não participa do processo de escolha dos seus membros.
Os Ministros do STF que comporão o TSE são eleitos por meio de voto secreto em uma
eleição realizada no STF.
Os Ministros do STJ que comporão o TSE são eleitos por meio de voto secreto em uma
eleição realizada no STJ.
Advogados – 1º fase – lista tríplice (competência do STF) / 2º fase – nomeação (compe-
tência do Presidente da República)
15m
Art. 119, inc. II – O TSE compor-se-á por, no mínimo, 7 membros, dentre os quais dois
juízes nomeados pelo PR dentre seis advogados indicados pelo STF.
A CF não diz que se forma uma lista sêxtupla para escolher simultaneamente dois juízes
- há a formação de uma lista tríplice para a composição de uma vaga, que é enviada ao
Presidente da República e ele nomeia - depois forma-se outra lista tríplice e o processo se
repete. O Presidente da República tem discricionariedade regrada - ele recebe a lista tríplice
e poderá escolher um dentre os três. Ainda que haja vacância simultânea, a formação é de
listas tríplices - não há formação de lista sêxtupla.
O TSE possui 7 membros substitutos em igual classe e número para cada categoria,
conforme previamente mencionado, a substituição sempre observa a classe. O processo de
escolha dos substitutos é o mesmo processo dos efetivos.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Justiça Eleitoral – TSE II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – JUSTIÇA ELEITORAL – TSE II

O TSE é composto por, no mínimo, 7 membros – 3 ministros do STF (voto secreto dentro
do STF), 2 ministros do STJ (voto secreto dentro do STJ) e 2 advogados (indicados em lista
tríplice pelo STF e nomeados pelo Presidente da República)
Requisitos que um advogado precisa preencher para participar da lista tríplice.

• É necessário estar regularmente inscrito na OAB.


• Precisa ter notório saber jurídico. (conhecimento amplo)
• Precisa ter reputação ilibada/Idoneidade moral.

Impeditivos para um advogado participar da lista tríplice.


5m

• Não pode exercer mandato eletivo (Federal, Estadual, Municipal, Distrital)


• Não pode ocupar cargo em Comissão (Ministro de Estado, Secretário de Estado, etc.)

Na expressão utilizada pelo Código Eleitoral, o advogado não pode ocupar cargo público
que seja demissível ad nutum - cargo de livre nomeação e livre exoneração.

• Não pode ser diretor, sócio ou proprietário de uma pessoa jurídica que mantenha um
contrato com a administração pública e que, em razão desse contrato, seja beneficiado
com subvenção, privilégio ou isenção legal.

Não há proibição que o advogado seja sócio de uma pessoa jurídica que mantenha con-
trato com o poder público, se essa pessoa participou de uma licitação e foi escolhida como
a melhor proposta/melhor ofertante, a pessoa poderá ser contratada e esse contrato (man-
tido pela PJ da qual o advogado é diretor, sócio ou proprietário) não o impedirá de integrar a
lista tríplice.
É uma causa impeditiva a todos os membros do TSE: entre os ministros do TSE não pode
existir relação de parentesco de até 4º grau.
Se houver relação de parentesco (até 2º grau) de um juiz de tribunal eleitoral com um
candidato a cargo eletivo, na circunscrição em que ele exerce a função, ele fica afastado do
tribunal eleitoral desde a convenção partidária até a diplomação dos eleitos.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Justiça Eleitoral – TSE II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Se a relação de parentesco surgir depois da investidura, exclui-se do TSE o mais moderno


(o mais novo – tempo de exercício, tempo de posse, tempo de nomeação).
10m
Cargos de direção do TSE: presidente, vice-presidente, corregedor geral eleitoral – a
escolha dos ocupantes desses cargos de direção é da competência do próprio TSE - art. 119,
parágrafo único.
O cargo de presidente e de vice-presidente são cargos privativos de ministros do STF - O
TSE fará uma eleição com 3 candidatos (ministros do STF) e 7 eleitores (os ministros do TSE).
O cargo de corregedor geral eleitoral será preenchido por um ministro do STJ - eleição
também realizada pelo TSE.
A autonomia de escolha do TSE é dentro das classes.
O TSE é um órgão colegiado - os processos da competência do TSE são submetidos ao
seu julgamento e as decisões são tomadas de forma colegiada pelos membros do TSE.
O TSE possui dois quorums (Art. 19 do Código Eleitoral) – quorum de instalação de uma
sessão de julgamento (quorum para que o TSE possa julgar um processo - maioria absoluta
- pelo menos 4 ministros)
Quórum de julgamento – número de membros que devem se manifestar de uma ou de
outra forma. (maioria relativa - maioria dos presentes)
15m
Art. 19 do Código Eleitoral.
O TSE delibera por maioria de votos, em sessão pública (aplicação do princípio da publi-
cidade), com a presença da maioria de seus membros.
Se houver arguição no controle difuso de constitucionalidade (por exemplo, alguma das
partes diz que a lei é inconstitucional), é exigível o voto da maioria absoluta de seus membros
para que o TSE declare a inconstitucionalidade - art. 97 da CF.
Exige-se quórum completo (Art. 19 do Código Eleitoral) :
20m

• Para a Interpretação do Código Eleitoral em face da Constituição (controle difuso de


constitucionalidade).

O TSE não exerce controle concentrado de constitucionalidade (não julga ADI, ação
declaratória de constitucionalidade, arguição de descumprimento de preceito fundamental).

• Para a Cassação de registro de partidos políticos (art. 28 da Lei dos Partidos).


• Para recursos que importem anulação geral de eleições ou perda de diplomas.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Justiça Eleitoral – TSE II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Exemplo: processo em que a consequência do julgamento mais de 50% dos votos de


uma eleição são considerados nulos - ocorre a anulação geral das eleições.
Qualquer candidato eleito, após a eleição, recebe da justiça eleitoral um documento cha-
mado diploma - é um documento que declara que o candidato foi validamente eleito e está
apto a ser empossado. Há alguns ilícitos eleitorais (captação ilícita de sufrágios (compra de
votos), abuso de poder econômico, conduta vedada a agente público, entre outros) que acar-
retam na perda do diploma.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Justiça Eleitoral – TRE
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – JUSTIÇA ELEITORAL – TRE

JUSTIÇA ELEITORAL

Conforme dispõe a CF, haverá um Tribunal Regional Eleitoral em cada capital e no Dis-
trito Federal. Embora a localização seja municipal (na capital), esse TRE exercerá as atribui-
ções na jurisdição do Estado.
A composição do TSE se dará por, no mínimo, 7 membros, podendo haver o aumento.
Porém, no caso do TRE, a CF estabeleceu 2 desembargadores do Tribunal de Justiça, um
Juiz membro da Justiça Federal ou do TRF, 2 juízes de Direito e 2 advogados. Desse modo,
inexiste, na constituição, a autorização para o aumento da composição.
Assim, questionando a possibilidade de aumento dessa composição, há duas correntes:

• Uma que defende que a composição é fixa e não se admite o aumento.


5m

Essa corrente defende que quando a CF quis permitir o aumento, trouxe expressamente
“no mínimo”. Para essa corrente, trata-se de um silêncio eloquente. Assim, seria possível o
aumento somente mediante emenda constitucional.

Obs.: Quando o CEBRASPE cobrou esse tema, em 2012, no TER-BA, considerou-se


essa posição.

• A segunda corrente defende que é possível, uma vez que a CF define que lei com-
plementar disporá sobre organização e competência da Justiça Eleitoral. Assim, entre
outras matérias, essa LC poderia aumentar a composição. Inclusive, estabelece, no
artigo 13, do código eleitoral, de forma expressa, que a composição pode ser aumen-
tada para 9 membros.

Obs.: Já houve questões nesse sentido e considerou-se correta a possibilidade de aumen-


tar para 9 membros. A questão foi da banca Fundação Carlos Chagas. O CEBRAS-
PE, no entanto, adota a posição de que a composição é fixa.
10m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Justiça Eleitoral – TRE
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Desemb.
TJ
Desemb. J - JF
TJ

JD JD

Advog. Advog.

Nas unidades federativas em que há sede do TRF, o membro da justiça federal é o próprio
membro do TRF. Quando não houver, o membro será o Juiz Federal de primeira instância.
15m
Assim, com essa composição, são 4 classes de membros:

Desemb. Escolhido
TJ
Desemb. eleição, voto J - JF
TJ secreto
eleição, voto
JD JD
secreto
Advog. Advog.

Além disso, para cada efetivo, há um substituto.


20m
A eleição do desembargador e do juiz de direito ocorre por meio de voto secreto e é
realizada pelo Tribunal de Justiça. A eleição do membro da justiça federal não é descrita pela
constituição, que apenas dispõe que ele será escolhido pelo TRE. Assim, os critérios ficarão
estabelecidos pelo regimento interno do próprio TRE.
A Constituição não dispõe sobre o processo de escolha do juiz membro na justiça fede-
ral. A CF, em seu artigo 120, § 1°, inciso II, dispõe que esse juiz, do TRF, onde houver, ou da
primeira instância, onde não houver, será escolhido pelo respectivo TRF.
Os advogados são escolhidos em processo complexo. Forma-se uma lista tríplice e é
feita a nomeação desses advogados pelo Presidente da República.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Justiça Eleitoral – TRE
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ATENÇÃO
Não existe lista sêxtupla. Para cada vaga, forma-se a lista tríplice.
25m

O Código Eleitoral previu uma terceira etapa, que é a homologação da lista, feita pelo TSE.

Obs.: O TSE não tem competência para escolher ou substituir nomes, apenas homolo-
gar ou não.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Juiz e Junta Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

JUSTIÇA ELEITORAL – JUIZ E JUNTA ELEITORAL

Membros do TRE

• 2 Desembargadores do TJ do respectivo Estado.


• 2 Juízes de Direito.
• 1 Juiz do TRF, onde houver, ou da 1º instância da Justiça Federal.
• 2 Advogados - escolhidos em complexo processo dividido em três fases: 1º fase - o TJ
forma uma lista tríplice que é encaminhada para o TSE - 2º fase - o TSE afere o cumpri-
mento dos requisitos e da inexistência das causas impeditivas - 3º fase - homologada
a lista tríplice, está é encaminhada para a nomeação pelo Presidente da República.

REQUISITOS E CAUSAS IMPEDITIVAS PARA QUE OS ADVOGADOS POSSAM


INTEGRAR O TRE

• Advogado inscrito regularmente na OAB.


• Notório saber jurídico (conhecimento amplo).
• Reputação Ilibada (Idoneidade Moral).
• 10 anos de exercício de atividade advocatícia - TJ e TRF - aplicação por simetria (prin-
cípio do paralelismo das formas) para o TRE (art. 94, CF).
5m

A OAB, na regra do quinto constitucional, tem o direito líquido e certo de formar uma lista
sêxtupla (6 advogados que preenchem os requisitos - lista enviada para o TJ, que forma uma
lista tríplice e encaminha ao chefe do Poder Executivo) e intervir no processo de escolha dos
advogados do quinto constitucional - princípio da simetria, do paralelismo das formas, já que
na justiça comum estadual e na justiça comum federal a OAB participa.
Mandado de Segurança (21070) – A OAB dizia que tem direito líquido e certo de intervir
no processo de escolha dos advogados da Justiça Eleitoral.
10m
Segundo o STF, a OAB não tem direito líquido e certo a intervir no processo de escolha
dos advogados da Justiça Eleitoral. No que se refere à participação da OAB, há um silên-
cio eloquente - A Constituição não previu a participação da OAB no processo de escolha
porque não quis.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Juiz e Junta Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Impeditivos

• Ocupar Cargo Eletivo - Mandato Eletivo (Federal, Estadual, Distrital ou Municipal - por
exemplo, Presidente, Senador, Deputado, Governador)
• Ocupar Cargo em Comissão - Cargo Demissível Ad Nutum - Cargo de Livre Nomeação
e Livre Exoneração (Código Eleitoral).
• Sócio/Diretor/Proprietário de uma pessoa jurídica que mantenha um contrato com a
administração pública e que lhe garanta subvenção, privilégio, isenção ou favor legal.

Não há proibição de que esse advogado seja sócio/diretor/proprietário de PJ que tenha


contrato com a administração pública - o que não se admite é que, em virtude desse contrato,
a PJ da qual o advogado é sócio, diretor ou proprietário seja beneficiada com subvenção,
privilégio, isenção ou favor legal.
15m
Exemplo: se esse contrato é submetido a cláusulas uniformes - contrato com a empresa
pública ou a sociedade de economia mista prestadora do serviço de fornecimento de energia
elétrica - ou a PJ participou de uma licitação e após uma disputa venceu a licitação e firmou
contrato com a administração pública - não há impeditivo ao advogado nesses casos. A lista
tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça será enviada ao TSE. A lista não poderá conter
nome de Magistrado Aposentado ou de membro do Ministério Público (CE, art. 25, § 2º).
Princípio da diversidade na composição dos órgãos colegiados da Justiça Eleitoral.

Causa impeditiva para todos os membros do TRE

• Não pode existir relação de parentesco de até 4º grau - cônjuges, irmãos, pai-filho,
avô-neto, sobrinho-tio, primos, etc.

Obs.: relação posterior ao ingresso no cargo – exclui-se o mais moderno (em tempo de
exercício).
20m

Decisões dos TRE

Modificação da matéria promovida pela Lei 13165/15 – mudou a redação do art. 28, §
4º, do Código Eleitoral – Em regra, o TRE delibera por maioria de votos presentes a maioria
absoluta de seus membros.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Juiz e Junta Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Quórum de instalação – quórum mínimo de membros que devem estar presentes para
que se inicie uma sessão de julgamento. (maioria absoluta - 4 membros)
Quórum de julgamento – julgar de uma ou outra forma. (maioria relativa - maioria dos
presentes)
Modificação da matéria promovida pela Lei n. 13.165/2015 – Em algumas circunstâncias,
para que o TRE possa julgar algumas matérias, é exigida a presença de todos os membros.
Exige-se quórum completo :
25m

• Cassação de registro (art. 28, § 4º) - qualquer candidato que queira participar das
eleições deve formular um pedido de registro de candidatura - deferido o pedido de
registro de candidatura, há alguns ilícitos eleitorais que têm como consequência a cas-
sação do registro de candidatura - por exemplo, a captação ilícita de sufrágio (compra
de votos).
• Anulação geral de eleições
• Perda de diplomas (documento que reconhece que o candidato foi validamente eleito
e pode ser empossado - dependendo da prática de alguns ilícitos eleitorais - por exem-
plo, abuso de poder econômico, abuso de poder político, conduta vedada a agente
público, captação ilícita de sufrágios, etc. - a consequência é a perda do diploma)

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Juiz e Junta Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

JUSTIÇA ELEITORAL – JUIZ E JUNTA ELEITORAL II

1ª INSTÂNCIA – JUÍZES E JUNTAS ELEITORAIS

TSE – Exerce a sua função jurisdicional em todo o Território Nacional.


TRE – Circunscrição de exercício das funções jurisdicionais – limites territoriais de cada
estado-membro.

Obs.: há um TRE na capital de cada estado e no DF.

Zonas eleitorais – Circunscrição em que um juiz/junta eleitoral exerce suas funções –


limite territorial análogo ao chamado na Justiça Comum estadual de comarca, e na Justiça
Federal de seção judiciária.

Quem pode ser designado a juiz eleitoral

Obs.: não há concurso para juiz eleitoral.

• A função será exercida por um juiz de direito, designado pelo TRE (membro da 1ª ins-
tância da Justiça Comum estadual). Havendo mais de um juiz de direito, ocorre um
rodízio com cada um exercendo as funções eleitorais por um período de 2 anos.

Obs.: a Justiça Eleitoral faz parte do Poder Judiciário da União.

É possível designar um juiz federal para o cargo?


5m

Obs.: os juízes federais alegaram que, por serem juízes do Poder Judiciário da União, onde
houvesse um juiz federal, o juiz eleitoral deveria ser um juiz federal.

Art. 32 do Código Eleitoral – será juiz eleitoral um juiz de direito (vitalício) que goze das prerro-
gativas do art. 95 da CF.

Obs.: o art. 32, ao se referir ao art. 95 da CF, o fez em relação à constituição de 1946, mas
a redação é a mesma do artigo atual.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Juiz e Junta Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Ac.-TSE, de 29.3.2012, na Pet. n. 33275: impossibilidade de juízes federais integrarem a


jurisdição eleitoral de primeiro grau.
Ac.-TSE, de 1º.3.2001, no REspe n. 19260 e, de 20.4.1999, no REspe n. 15277: possibili-
dade de juiz de direito substituto exercer as funções de juiz eleitoral, mesmo antes de adquirir
a vitaliciedade.

Obs.: onde houver mais de uma Vara, o Tribunal Regional designará aquela ou aquelas, a
que incumbe o serviço eleitoral.

Juízes Eleitorais

• Cabe a jurisdição de cada uma das zonas eleitorais a um juiz de direito em efetivo
exercício.
• Trata-se de um juiz que integra a Justiça Estadual e que será designado para exercer
as funções eleitorais.
• Recursos contra as suas decisões (TRE).
10m

Obs.: o juiz não julga recurso contra decisão da junta – a junta não decide recurso contra
decisão do juiz.

JUNTAS ELEITORAIS (1ª INSTÂNCIA)

Até os anos 2000, eram importantes na apuração dos votos no Brasil (período de voto
em cédula). Atualmente, têm menor expressão na apuração dos votos, em virtude do método
eletrônico. Atuavam também na resolução das impugnações e na expedição dos boletins
de apuração.
Os membros das Juntas Eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dias antes da eleição,
depois da aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também
designar-lhes a sede – competências intimamente relacionadas à apuração, à totalização
dos votos e à diplomação dos eleitos.
As Juntas Eleitorais têm uma composição de 3 ou 5 membros:
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Juiz e Junta Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Obs.: os juízes de direito, dos 4 órgãos da Justiça Eleitoral, podem integrar 3 deles: Nos
TREs, das 7 vagas, 2 delas são ocupadas por juízes de direito; o juiz eleitoral é um
juiz de direito designado para o exercício das funções eleitorais e nas Juntas Eleito-
rais um dos membros (está em toda junta) é o juiz de direito.

• Juiz de direito – presidente.


• 2 ou 4 cidadãos de notória idoneidade.

Processo de escolha

• Indicação dos cidadãos de notória idoneidade – Aprovação do TRE.


15m
• Ao preencherem os requisitos de notória idoneidade, o presidente do TRE faz
a nomeação.

Não podem fazer parte das Juntas Eleitorais (Art. 36, § 3º, CE):

• Os candidatos e seus parentes, consanguíneos ou afins (até o 2º grau);


• Os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados;

Obs.: não há impedimento para que filiado a partido político integre uma Junta Eleitoral.

• As autoridades e os agentes policiais (delegado de polícia, investigador, agente de


polícia, PM), bem como os funcionários no desempenho de cargos de confiança do
Executivo;
20m

Obs.: não há proibição para aquele que exerça cargo em comissão no Poder Legislativo e
no Poder Judiciário.

• Os que pertencerem ao serviço eleitoral;


• Lei n. 9.504/1997, art. 64: é vedada a participação de parentes em qualquer grau ou de
servidores da mesma repartição pública ou empresa privada na mesma mesa, turma
ou Junta Eleitoral.

Poderão ser organizadas tantas Juntas quantas permitir o número de juízes de direito,
mesmo que não sejam juízes eleitorais.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Juiz e Junta Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Obs.: o juiz de direito escolhido para ser o juiz eleitoral também pode ser escolhido como
presidente da Junta.

Nas zonas em que for necessário organizar mais de uma Junta, ou quando estiver vago o
cargo de juiz eleitoral ou estiver este impedido, o presidente do TRE, com a aprovação deste,
designará juízes de direito da mesma ou de outras comarcas, para presidirem as Juntas
Eleitorais.
25m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula prepa-
rada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
ANOTAÇÕES

A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo


ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva
deste material.

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TSE
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

JUSTIÇA ELEITORAL – COMPETÊNCIAS – TSE

COMPETÊNCIAS

Dica: baixe no site do TSE o Código Eleitoral Anotado.


TSE (Art. 22 e Art. 23 do Código Eleitoral)
TRE (Art. 29 e Art 30 do Código Eleitoral)
JUIZ ELEITORAL (Art. 35 do Código Eleitoral)
JUNTAS ELEITORAIS (ART. 40 do Código Eleitoral)
Competência Originária – quando um determinado processo/ação é proposta diretamente
perante o TSE - alguns casos julgados pelo TSE o são em grau de recurso .
5m
Compete ao Tribunal Superior Eleitoral:
I – Processar e julgar originariamente:
a) O registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus diretórios nacionais
e de candidatos à Presidência e vice-presidência da República;
10m

Obs.: qualquer partido político para ser constituído passa por um processo complexo de or-
ganização - aquisição da personalidade jurídica - o surgimento de um partido político
se dá com o registro de seus atos constitutivos no cartório de registro civil de pessoas
jurídicas do local da sua sede - após a aquisição da personalidade jurídica, passa-
-se para a etapa em que o partido político tem que demonstrar seu caráter nacional
(busca do apoio mínimo de eleitores - assinatura de eleitores) - tendo conseguido as
assinaturas, o partido vai ao TSE e requere o registro do partido e do diretório nacio-
nal do partido político.
Obs.: a exigência de registro do partido político no TSE está inscrita no art. 17, § 2º, CF
- após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, os partidos políticos
registrarão seus estatutos no TSE.
Obs.: o TSE tem competência para o registro do partido político (estatuto e do programa do
partido) e para o registro do diretório nacional do partido político.
Obs.: o TSE não tem competência para o registro do diretório estadual e do diretório muni-
cipal do partido político.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TSE
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Obs.: além de promover o registro do partido e do seu diretório nacional, nas hipóteses
previstas no art. 28 da Lei 9096/96, o TSE tem competência para cassar o registro
do partido político - o partido político que receber recurso de entidade ou governo
estrangeiro, o partido político que subordinar a sua atuação a uma entidade ou go-
verno estrangeiro, o partido político que deixar de prestar contas à justiça eleitoral,
entre outras.
10m
Obs.: qualquer candidato que queira participar das eleições deve formular um pedido de
registro de candidatura perante à justiça eleitoral - precisa demonstrar que preenche
as condições de elegibilidade.
Obs.: o TSE não tem competência para o registro e cassação do registro dos candidatos
ao cargo de Senador da República.
Obs.: o Senador da República integra uma das casas do poder legislativo da União - O
Congresso Nacional.
Obs.: a jurisdição é um poder uno - um poder atribuído a todos os órgãos do poder judiciá-
rio e o que se distingue é a competência - A jurisdição exercida pelo STF é a mesma
exercida pelo Juiz de Direito.
Obs.: apesar de tecnicamente ser adequado o uso da expressão conflito de competência,
o Código Eleitoral usou a expressão conflito de jurisdição.
Obs.: conflito de Competência - dois ou mais órgãos declaram-se competentes para julgar
um determinado processo - O juiz 1 diz que é competente e o Juiz 2 não é ou o Juiz
2 se diz competente e diz que o Juiz 1 não é competente - trata-se de um conflito
positivo de competência. Mais comumente, dois ou mais órgãos dizem não ter com-
petência para julgar o processo - conflito negativo de competência.
15m
Obs.: conflito de competência entre juízes eleitorais do mesmo Estado – não é competên-
cia do TSE, mas do TRE.

b) Os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e juízes eleitorais de Estados


diferentes;
c) A suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador Geral e aos funcioná-
rios da sua Secretaria;
20m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TSE
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Obs.: com o intuito de evitar casos em que poderia haver a quebra da imparcialidade (pro-
cessos de interesse próprio ou de parentes), criou-se a suspeição/impedimento.

Exemplo: propositura de uma ação perante um juiz e o autor do processo é o irmão dele.
O juiz/relator deve declarar (de ofício) a sua suspeição ou seu impedimento para atuar
em um determinado processo. Se o magistrado não reconhecer o seu impedimento ou sus-
peição, é possível a oposição de um instrumento processual chamado exceção de impe-
dimento ou suspeição, em que se busca o reconhecimento da suspeição ou impedimento
daquele membro do Poder Judiciário.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TSE II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

JUSTIÇA ELEITORAL – COMPETÊNCIAS – TSE II

Competências do Tribunal Superior Eleitoral - Estabelecidas no Art. 22 do Código Eleitoral


- Competências Originárias - Os processos começam a sua tramitação diretamente no TSE.
O Código Eleitoral prevê que o TSE vai julgar crimes cometidos por algumas autoridades.
No Brasil, há o estabelecimento de competências de tribunais para o julgamento de certas
autoridades. Para que essas autoridades tenham independência para o exercício de suas
funções, criou-se o Foro por Prerrogativa de Função. A partir do Foro por Prerrogativa de
Função, fixa-se a competência de tribunais para o julgamento de certas autoridades quando
cometerem crimes.
Exemplo: o cometimento de um crime por um prefeito em razão do exercício de sua
função - Art. 29, inc. X – compete ao Tribunal de Justiça julgar o prefeito.
Art. 22, inc. I.
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus pró-
prios juízes e pelos juízes dos Tribunais Regionais; (ministro do TSE ou membro do TRE)
- competência revogada - o TSE não julga crimes de forma originária - o TSE só julgará
crimes quando houver a interposição de recursos contra as decisões dos TRE’s.

Obs.: os crimes eleitorais, para fins de definição da competência do STF e da competência


do STJ, são uma espécie de crime comum.

Art. 102, inc. I, alínea C – compete ao STF processar e julgar originariamente nos crimes
comuns os membros de tribunais superiores. (por exemplo, ministro do TSE)
5m
Art. 105, inc. I, alínea A – compete ao STJ processar e julgar originariamente nos crimes
comuns os membros dos tribunais regionais eleitorais. (por exemplo, ministro do TRE)
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos do
Presidente da República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o
habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente
possa prover sobre a impetração; (Vide suspensão de execução pela RSF n. 132, de 1984)

Obs.: compete originariamente ao TSE julgar o Habeas Corpus quando a autoridade co-
autora - a autoridade que está praticando o ato ilegal - estiver abusando do poder e
violando o direito de liberdade e locomoção.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TSE II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

STF - RE 163727 - declarou a inconstitucionalidade dessa previsão da competência do


TSE quando se referir a Presidente da República e Ministros de estado.

Obs.: Quando o mandado de segurança for contra ato do TRE, é preciso distinguir entre
mandado de segurança em matéria eleitoral (O TSE julga) e em matéria administra-
tiva - licitações, contratos, servidor público, etc. (O TRE julga).
10m
Obs.: Situação em que a autoridade competente para o julgamento do Habeas Corpus
seja um TRE e o Sistema Operacional para o processamento de feitos eletrônicos
está indisponível (ataque hacker). Com isso, alguém está sob ameaça ao seu direito
de liberdade e locomoção - É possível a impetração do Habeas Corpus preventi-
vo pelo TSE.

f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à
sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;
g) as impugnações à apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição
de diploma na eleição de Presidente e Vice-Presidente da República;
15m
Exemplo: após as eleições de 2014, em que a vitoriosa foi Dilma Rousseff, houve uma
impugnação ao resultado das eleições para Presidente e Vice-Presidente da República.

Obs.: Impugnação contra a expedição de diploma de Senador da República e Deputado


Federal é feita no TRE.

h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro
de trinta dias da conclusão ao relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou
parte legitimamente interessada. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 1966)

Obs.: Desaforamento - determinada ação foi proposta contra um determinado candidato e


está tramitando no TRE/A e o processo está há 30 dias concluso para o relator no
TRE/A - apto a ser julgado -, mas o TRE/A não julga - É cabível a formulação de um
pedido de desaforamento para que o TSE determine que este processo da compe-
tência do TRE/A seja julgado por um outro TRE. O pedido de desaforamento visa o
deslocamento da competência para o julgamento de um determinado processo que
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TSE II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

é da competência de um TRE, mas em que o princípio da duração razoável do pro-


cesso esteja sendo violado.

i) as reclamações contra os seus próprios juízes que, no prazo de trinta dias a contar
da conclusão, não houverem julgado os feitos a eles distribuídos. (Incluído pela Lei n.
4.961, de 1966)

Obs.: Quando da edição do Código Eleitoral, o TSE não tinha competência para julgar
ações rescisórias - uma ação em que se formula um pedido para desconstituição do
trânsito em julgado.
Obs.: Art. 5º, inc. XXXVI, CF - a lei não pode prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada (característica das decisões judiciais contra as quais não
cabe mais recurso).
20m
Obs.: A legislação processual prevê hipóteses de desconstituição da coisa julgada.
Obs.: O único órgão da justiça eleitoral que tem competência para o julgamento de ação
rescisória é o TSE.

j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro de cento e
vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu
trânsito em julgado. (Incluído pela LCP n. 86, de 1996)
Em resumo, cabe ação rescisória no TSE nos seguintes casos: próprios julgados que
versarem sobre condições de inelegibilidade (causa impeditiva para o exercício do direito
à elegibilidade - analfabetismo, reeleição para o terceiro mandato consecutivo de chefe do
poder executivo, parentesco, entre outras) e a ação rescisória deve ser proposta no prazo de
até 120 dias do trânsito em julgado.

Obs.: A mera propositura da ação rescisória vai possibilitar o exercício do mandato eletivo
- isso fragiliza a coisa julgada - Foi declarado inconstitucional pela ADI 1459
25m

STF – ADI 1459 – não é porque uma ação rescisória foi proposta que os efeitos de uma
decisão do TSE automaticamente deixarão de ser produzidos - é preciso demonstrar a pro-
babilidade do direito invocado e o perigo do dano, ou seja, a plausibilidade das alegações.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TSE II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

II – Julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais nos termos do
Art. 276 inclusive os que versarem matéria administrativa.
Exemplo: situação em que um acórdão do TRE viola a CF - não é cabível recurso contra
esse acórdão diretamente ao STF - o recurso é julgado pelo TSE.
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior são irrecorríveis, salvo nos casos
do Art. 281.
Art. 121, § 3º, da CF – as decisões do TSE são irrecorríveis, salvo duas situações:
quando o acórdão do TSE violar a CF ou quando o acórdão do TSE denegar a ordem de
habeas corpus ou a ordem de mandado de segurança .
30m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TSE III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

JUSTIÇA ELEITORAL – COMPETÊNCIAS – TSE III


Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,
I – elaborar o seu regimento interno; (autonomia)

Obs.: documento normativo que contém as regras sobre: organização interna do tribunal,
o funcionamento, a estrutura interna, a economia interna, etc.
Obs.: o Poder Judiciário tem como garantia para o exercício das suas funções a indepen-
dência/separação dos poderes.

II – organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral, propondo ao Congresso Nacional a criação


ou extinção dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos, provendo-os na
forma da lei;
III – conceder aos seus membros licença e férias assim como afastamento do exercício dos car-
gos efetivos;
IV – aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juízes dos Tribunais Regionais
Eleitorais;

Obs.: o TRE tem 2 desembargadores do TJ, 2 juízes de direito e 1 juiz da justiça federal ou
do TRF, onde houver, ou da 1º instância da justiça federal - podem ser afastados dos
seus cargos efetivos, dos seus cargos na justiça comum estadual para se dedicarem
exclusivamente à justiça eleitoral - o ônus deste afastamento (o pagamento do sub-
sídio devido a esses membros) será da justiça eleitoral.
5m

Exemplo: Inaugurado o tempo eleitoral, tem-se um período para o julgamento de todos os


processos - o TRE entende que há necessidade que seus membros magistrados (oriundos
de cargos da justiça comum) precisem se dedicar exclusivamente à jurisdição eleitoral para
que consigam julgar os feitos.

V – propor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer dos Territórios;

Obs.: parcela da doutrina entende que a competência do inc. V está revogada, não foi re-
cepcionada pela CF, de acordo com o previsto no art. 120, caput, CF - há um tribunal
regional eleitoral na capital de cada Estado e no DF - não há previsão de criação de
TRE em território.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TSE III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

VI – propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juízes de qualquer Tribunal Eleitoral,
indicando a forma desse aumento;

Obs.: também há uma discussão sobre a recepção do inc. VI - em relação ao TSE, é possí-
vel o aumento de sua composição - art. 119, CF - o TSE compor-se-á por, no mínimo,
7 membros.
Obs.: Se o TSE entender que é o caso de aumentar sua composição, é necessário elabo-
rar o projeto de lei complementar e o apresentar ao Congresso Nacional - iniciativa
privativa.
Obs.: há duas posições doutrinárias a respeito do aumento da composição dos TRE’s -
uma que entende que não se admite o aumento da composição dos TRE’s - para
esse grupo, o TSE não teria legitimidade para apresentar um projeto de lei comple-
mentar para aumentar a composição dos TRE’s. Por outro lado, há um grupo que en-
tende ser possível o aumento da composição dos TRE’s, se for o caso de aumentar
a composição, a iniciativa privativa é do TSE.
10m
Obs.: para tratar da organização/composição de tribunal eleitoral é exigível lei complemen-
tar (art. 121, caput, CF - lei complementar disporá sobre organização e competências
da justiça eleitoral).

VII – fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presidente da República, senadores e


deputados federais, quando não o tiverem sido por lei:

Obs.: art. 77, CF - a eleição para Presidente da República ocorrerá no 1º domingo de ou-
tubro do último ano do mandato, em primeiro turno, e em segundo turno, se houver,
no último domingo de outubro.
Obs.: art. 1º da Lei das Eleições - teremos no Brasil eleições gerais simultâneas para pre-
sidente, vice-presidente, governador, vice-governador, deputado federal, deputado
estadual e deputado distrital.

Exemplo: Primeiro biênio do mandato e o presidente e o vice-presidente da república


falecem, são cassados, renunciam aos seus mandatos - dupla vacância. Em caso de dupla
vacância, deve se fazer (quando isso acontecer no primeiro biênio do mandato) novas elei-
ções diretas em até 90 dias.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TSE III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Obs.: o TSE fixa a data das eleições para cargos federais (senador da república, deputado
federal, presidente e vice-presidente da república).
15m

VIII – aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais ou a criação de novas zonas;

Obs.: Estado-Membro - limite territorial para o exercício da função jurisdicional por um TRE.
Obs.: o juiz eleitoral e a junta eleitoral exercem suas funções em zonas eleitorais (divisão
territorial do Estado-Membro). Em cada zona eleitoral, tem-se a atuação de um juiz
eleitoral, de uma junta eleitoral - Quem divide o Estado em zonas e cria novas zonas
eleitorais é o TRE - a competência do TSE é homologatória (verificar o cumprimento
dos requisitos).

IX – expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código; (função regulamen-
tar/função normativa)

Obs.: a justiça eleitoral exerce função normativa ou regulamentar disciplinando sobre a


aplicação das leis eleitorais.
Obs.: no âmbito federal, a competência para a regulamentação das leis, para a disciplina
de como se dá a execução de uma lei (art. 84, inc. IV, CF) é do Presidente da Repú-
blica. No entanto, o Presidente da República não tem competência para disciplinar a
aplicação das leis eleitorais, que são do TSE.
Obs.: art. 1º, parágrafo único, do Código Eleitoral - compete ao TSE expedir instruções
sobre a execução do Código Eleitoral.
Obs.: art. 105 da Lei 9504 - O TSE, até o dia 5 de março do ano das eleições, expedirá ins-
truções sobre as eleições, não podendo criar obrigações ou sanções, nem restringir
direitos, atendendo ao caráter regulamentar das resoluções.
20m
Obs.: art. 23-A, CE - quando o TSE exercer a competência do inc. IX, este não pode tratar
sobre organização de partidos políticos - quem trata sobre a organização de partidos
políticos é o próprio partido - o TSE só pode exercer a sua função regulamentar nas
matérias expressamente autorizadas em lei.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TSE III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Obs.: há alguns anos, o TSE expediu resoluções sobre funcionamento, estrutura, organiza-
ção de partido político - por exemplo, afirmando que determinado partido político não
poderia ter um diretório provisório com tempo de duração maior do que x dias.

X – fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligência


fora da sede;
XI – enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos Tribunais de Justiça nos
termos do art. 25;

Obs.: para cada uma das vagas, há a formação de uma lista tríplice (pelo TJ), que é en-
caminhada ao TSE para fins de homologação (preenchimentos dos requisitos e não
incidência nas causas impeditivas) e envia ao Presidente da República para fins de
nomeação.
25m

XII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade
com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político; (competência consultiva para respon-
der perguntas - o objetivo é garantir segurança jurídica e previsibilidade sobre a atuação da justiça
eleitoral)

Obs.: legitimados - perante o tribunal TSE, tem-se dois legitimados a formular consulta no
TSE: partidos políticos (diretório nacional) e autoridade pública federal (autoridade
pública com jurisdição federal).
Obs.: o cidadão não tem legitimidade para fazer consultas perante o TSE.
Obs.: o objeto da consulta é o direito eleitoral e a consulta precisa ser feita em tese - não
se admite antecipação de julgamento - O TSE não pode responder consultas sobre
caso concreto - A consulta serve para a demonstração aos atores do processo elei-
toral (partido político, candidato, cidadão) como que a justiça eleitoral aplicará as
normas eleitorais ou como que eventuais casos serão resolvidos pela justiça eleitoral
se forem apresentados.

XIII – autorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras nos Estados em que essa provi-
dência for solicitada pelo Tribunal Regional respectivo; (quem apura as eleições são as juntas
eleitorais)
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TSE III
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Exemplo: seção eleitoral instalada em um local distante e a 7 dias de barco da sede de


um município (da zona eleitoral) - algo que ocorre, por exemplo, no Amazonas - o TRE pode
solicitar ao TSE a autorização para que, ao invés da junta eleitoral apurar, a mesa recep-
tora apure.

XIV – requisitar a força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou
das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e para garantir a votação e a apuração;
(Redação dada pela Lei n. 4.961, de 1966)

Obs.: requisição – força pública (o próprio TRE requisita – garantia da necessidade de suas
decisões - por exemplo, há um mandado de busca e apreensão, uma determinada
ordem expedida pelo TRE e para que essa ordem seja cumprida haja a necessidade
de atuação da PF) e força federal (intervenção das forças armadas nas eleições - ga-
rantia da liberdade do voto, da normalidade de uma eleição - o TRE solicita ao TSE).
30m

Exemplo: força federal - em um município (17º zona eleitoral), na eleição de 2020, houve,
pelo TRE, uma solicitação de força federal para garantia da normalidade das eleições - estava
ocorrendo acirramento de ânimos de grupos políticos e isso poderia gerar uma instabilidade,
insegurança e prejuízo à liberdade para o exercício do voto.

XV – organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência;


XVI – requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigir o acúmulo ocasional
do serviço de sua Secretaria;
XVII – publicar um boletim eleitoral;
XVIII – tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à execução da legislação
eleitoral.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 5
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TRE
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

JUSTIÇA ELEITORAL – COMPETÊNCIAS – TRE

RELEMBRANDO
As competências do Tribunal Superior Eleitoral estão dispostas nos arts. 22 e 23 do Código
Eleitoral.

Os arts. 29 e 30 prescrevem as competências dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).


Uma delas é a competência do TRE para o registro do partido político e de candidatura. No
processo de criação de partidos políticos, há o registro dos diretórios na Justiça Eleitoral. Os
TREs possuem competência para o registro dos diretórios estaduais e municipais.

ATENÇÃO
O juízo eleitoral não tem competência para o registro de diretório de partido. Apenas o TRE
e o TSE possuem essa competência. O TSE tem competência para o registro do estatuto
do programa do partido e do diretório nacional. Já os Tribunais Regionais Eleitorais regis-
tram os diretórios estaduais e municipais dos partidos políticos.

Em relação ao partido político, o TRE atua nos estaduais (regionais) e municipais (locais).
No que se refere ao registro de candidatura, qualquer candidato que queira participar das
eleições deve formular um pedido de registro de candidatura à Justiça Eleitoral. Os TREs
possuem competência para os registros de candidatura nas eleições estaduais e nas elei-
ções federais. Posto de outro modo, quem pretender participar das eleições para Deputado
Federal, Senador da República (Federais) e para Governador, Vice-Governador e Deputado
Estadual deve apresentar um pedido de registro de candidatura ao TRE do respectivo estado.

Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais:


I – processar e julgar originariamente:
a) o registro e o cancelamento do registro dos diretórios estaduais e municipais de partidos políti-
cos, bem como de candidatos a Governador, Vice-Governadores, e membro do Congresso Nacio-
nal e das Assembleias Legislativas;

Conforme é possível observar no seguinte esquema, o TRE possui competência para o


registro dos diretórios estaduais e municipais (em relação a partidos políticos) e para o regis-
tro de candidatura dos cargos eletivos estaduais e federais:
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TRE
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

(Reg. = Registro; Part. = Partidos políticos; Reg. Cand. = Candidatura; Dir. Est. = Dire-
tórios Estaduais; Dir. Mun. = Diretórios Municipais; Est. = Cargos eletivos Estaduais; Fed. =
Cargos eletivos Federais; G = Governador; VG = Vice-Governador; DE = Deputado Estadual;
DF = Deputado Federal; e SR = Senador da República).
Outra competência do TRE é julgar o conflito de competência (conflito de jurisdição).
Enquanto o TSE julga o conflito de competência quando instaurado entre TRE x TRE, ou
entre juízes eleitorais de estados diferentes, o TRE julga conflito de competência quando ins-
taurado entre juízes eleitorais do respectivo estado (local de atuação do TRE).
5m

b) os conflitos de jurisdição entre juízes eleitorais do respectivo Estado;

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TRE
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Há também a competência do TRE para o julgamento do incidente instaurado a partir da


oposição de uma exceção de suspeição e impedimento. O TSE possui competência para o
julgamento desse conflito quando for oposto contra seus próprios ministros, contra o Pro-
curador-Geral Eleitoral (PGE) ou contra os servidores da secretaria do TSE. Por sua vez, o
TRE tem competência mais ampla, pois julga a exceção de suspeição e impedimento quando
oposta contra seus próprios juízes, contra o Procurador Regional Eleitoral (PRE), os servido-
res da secretaria do TRE, os juízes eleitorais e o chefe de cartório eleitoral.

c) a suspeição ou impedimentos aos seus membros ao Procurador Regional e aos funcionários da


sua Secretaria assim como aos juízes e escrivães eleitorais;

ATENÇÃO
Quando a exceção de suspeição e impedimento for oposta contra o Procurador-Geral Elei-
toral, que é um membro do Ministério Público que oficia perante o TSE, a competência
para o julgamento recairá sobre o TSE. Sendo contra o Procurador Regional Eleitoral, que
é membro do Ministério Público que oficia no TRE, o julgamento ficará a cargo do TRE.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TRE
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

A extinção dos escrivães eleitorais é recente. Na zona, há um cartório e o chefe do cartó-


rio é o chefe de cartório eleitoral.
10m

d) os crimes eleitorais cometidos pelos juízes eleitorais;

Outra competência diz respeito ao julgamento de crimes eleitorais. O TSE tinha com-
petência para julgar os crimes eleitorais e os crimes comuns conexos aos crimes eleitorais
quando praticados por seus próprios ministros ou pelos juízes membros dos Tribunais Regio-
nais Eleitorais. No entanto, essa competência do TSE está revogada. Nesses casos, o julga-
mento é feito pelo Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 102, inciso I, alínea “c” da
Constituição Federal.
Por outro lado, no caso de crime eleitoral ou crime comum conexo praticado por juiz
membro do TRE, é o Superior Tribunal da Justiça quem realiza o processo e julgamento do
crime, segundo o disposto no art. 105, inciso I, alínea “a” da Constituição.

ATENÇÃO
O juiz eleitoral é o juiz de direito, o qual, ao praticar crime comum, é julgado pelo Tribunal
de Justiça (art. 96, inciso III da Constituição). Por conta disso, a competência do TRE para
julgar esses juízes em caso de crime eleitoral ou crime comum conexo está mantida.

e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, contra ato de autoridades que
respondam perante os Tribunais de Justiça por crime de responsabilidade e, em grau de recurso,
os denegados ou concedidos pelos juízes eleitorais; ou, ainda, o habeas corpus quando houver
perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a impetração;
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua con-
tabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;

Compete ao TRE julgar, em matéria eleitoral, quando o ato coator for praticado por auto-
ridade que responda perante o Tribunal de Justiça por crime de responsabilidade. Caso, em
primeira instância, tenha sido impetrado mandado de segurança ou de habeas corpus, o juiz
pode conceder ou denegar a ordem, a qual é passível de receber recurso. O TRE, em grau
recursal, julga a sentença do juiz eleitoral. (art. 265 do Código Eleitoral)
15m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TRE
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ATENÇÃO
Caso alguém esteja ameaçado em seu direito de liberdade de locomoção em matéria elei-
toral, ainda que o TRE não tenha competência para julgar o habeas corpus, em caso de
demora para o processo ser submetido para o juízo eleitoral, o TRE pode julgar o habeas
corpus para evitar a consumação do direito da liberdade de locomoção.

g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos juízes eleitorais em trinta dias da
sua conclusão para julgamento, formulados por partido candidato, Ministério Público ou parte le-
gitimamente interessada sem prejuízo das sanções decorrentes do excesso de prazo. (Redação
dada pela Lei n. 4.961, de 1966)

O TSE tem competência para o julgamento do pedido de desaforamento, assim como o


TRE. O pedido de desaforamento é a alteração da competência para o julgamento de deter-
minado feito, que, na Justiça Eleitoral, é motivado pela demora na prestação jurisdicional.
Caso haja a conclusão dos autos de um processo ao relator do TRE por mais de 30 dias, é
possível a formulação de um pedido de desaforamento para que o TSE determine que o pro-
cesso da competência de um TRE seja julgado por outro TRE. Quando os autos estiverem
conclusos por mais de 30 dias para o juiz eleitoral do respectivo estado, o TRE tem compe-
tência para determinar o desaforamento desse processo, fazendo com que ele seja julgado
por outro juiz eleitoral.
20m

II – julgar os recursos interpostos:


a) dos atos e das decisões proferidas pelos juízes e juntas eleitorais.
b) das decisões dos juízes eleitorais que concederem ou denegarem habeas corpus ou mandado
de segurança.
Parágrafo único. As decisões dos Tribunais Regionais são irrecorríveis, salvo nos casos do Art. 276.

ATENÇÃO
Juiz eleitoral não é instância revisora das decisões das Juntas Eleitorais, bem como as
Juntas Eleitorais não são instâncias revisoras das decisões do juiz eleitoral. Em ambas as
situações, havendo uma decisão do juiz ou da Junta, é cabível recurso, o qual será julgado
pelo Tribunal Regional Federal do respectivo estado.

O colegiado do TRE pode proferir duas espécies de decisão:


ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 5
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TRE
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Acórdão; e
• Resolução.

Como regra, as resoluções são expedidas no exercício da função regulamentar, e os


acórdãos, nos demais casos. Caso haja um acórdão (decisão colegiada do TRE), em regra,
essas decisões são irrecorríveis, conforme disposto no art. 121, § 4º, da Constituição Federal.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 6
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TRE II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

JUSTIÇA ELEITORAL – COMPETÊNCIAS – TRE II


Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:
I – elaborar o seu regimento interno;

Essa competência está relacionada à autonomia constitucional do TRE. Por conta disso,
compete ao próprio TRE dispor sobre sua organização, funcionamento e estrutura interna. A
matéria inerente à economia interna do tribunal deve ser tratada pelo regimento interno, con-
forme disposto no art. 96, inciso I, alínea “a”, da Constituição Federal.

II – organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Regional provendo-lhes os cargos na forma da lei,


e propor ao Congresso Nacional, por intermédio do Tribunal Superior a criação ou supressão de
cargos e a fixação dos respectivos vencimentos;

Para garantir seu próprio funcionamento, o TRE pode prover os cargos públicos (de pro-
vimento efetivo, de provimento em comissão). Tendo necessidade de criação de mais cargos
públicos, o TRE tem competência para, por meio do TSE, encaminhar o projeto de lei para o
aumento do número de cargos do tribunal. Em outros termos, é o TSE que encaminha para
o Congresso Nacional a solicitação para criação de mais cargos.

III – conceder aos seus membros e aos juízes eleitorais licença e férias, assim como afastamento
do exercício dos cargos efetivos submetendo, quanto aqueles, a decisão à aprovação do Tribunal
Superior Eleitoral;

RELEMBRANDO
Ao tratar sobre as competências do TSE, observou-se a possibilidade dos membros ma-
gistrados do TRE (os desembargadores do Tribunal de Justiça, os juízes de direito e o juiz
membro da Justiça Federal) serem afastados de seus cargos efetivos para se dedicarem
exclusivamente ao exercício da jurisdição eleitoral. Nesse caso, o TRE concede o afasta-
mento, decisão sujeita à aprovação do TSE.
5m

IV – fixar a data das eleições de Governador e Vice-Governador, deputados estaduais, prefeitos,


vice-prefeitos, vereadores e juízes de paz, quando não determinada por disposição constitucio-
nal ou legal;
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TRE II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

O juiz eleitoral e a Junta Eleitoral não possuem competência para a fixação de data de
eleições. Enquanto o TSE tem competência para fixar as datas das eleições federais (Pre-
sidente, Vice-Presidente, Deputado Federal e Senador da República), o TRE pode fixar as
datas para as eleições para os cargos estaduais (Governador, Vice-Governador e Deputado
Estadual) e municipais (Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador).

V – constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição;

Na primeira instância da Justiça Eleitoral, há os juízes e as Juntas. Nas Juntas, há um


juiz de direito, que é seu presidente, e dois ou quatro cidadãos de notória idoneidade. Os
TREs possuem competência para designar os membros das Juntas Eleitorais. Enquanto o
TRE aprova os nomes dos cidadãos de notória idoneidade, o presidente da Junta realiza a
nomeação dessas pessoas.
10m

VI – indicar ao tribunal Superior as zonas eleitorais ou seções em que a contagem dos votos deva
ser feita pela mesa receptora;

O TSE autoriza a contagem dos votos nas eleições manuais pelas mesas receptoras e
o TRE indica ao tribunal em quais zonas eleitorais a contagem dos votos deve ser feita pela
mesa receptora.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TRE II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

VII – apurar com os resultados parciais enviados pelas juntas eleitorais, os resultados finais das
eleições de Governador e Vice-Governador de membros do Congresso Nacional e expedir os
respectivos diplomas, remetendo dentro do prazo de 10 (dez) dias após a diplomação, ao Tribunal
Superior, cópia das atas de seus trabalhos;

Obs.: a competência para a diplomação (expedição de diplomas) pode ser dividida em três:

• TSE: expede diploma para os cargos de Presidente e Vice-Presidente;


• TREs: expedem diplomas para as eleições estaduais (Governador, Vice-Governador e
Deputado Estadual) e federais (Deputado Federal e Senador da República); e
• Juntas Eleitorais: observaremos suas características em outro momento.

ATENÇÃO
O TRE é quem expede o diploma para os eleitos para o Senado Federal, não o TSE. O juiz
eleitoral não tem competência para a expedição de diploma.

VIII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade
pública ou partido político;

Os juízes e as Juntas Eleitorais não possuem competência para responder às consultas.


Apenas o TRE e o TSE possuem essa competência. Quando o consulente (quem formula
uma consulta) for partido político e autoridade pública, o TRE tem competência para respon-
der às perguntas.
15m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – TRE II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ATENÇÃO
O TRE não responde a perguntas sobre Direito Penal, Constitucional etc. Apenas perguntas
em tese sobre Direito Eleitoral, ou seja, não responde a perguntas sobre casos concretos.

IX – dividir a respectiva circunscrição em zonas eleitorais, submetendo essa divisão, assim como
a criação de novas zonas, à aprovação do Tribunal Superior;
X – aprovar a designação do Ofício de Justiça que deva responder pela escrivania eleitoral duran-
te o biênio;

Atualmente, cada zona eleitoral deve ter um cartório eleitoral. Houve a extinção da escri-
vania eleitoral.

XI – (Revogado pela Lei n. 8.868, de 1994)


XII – requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisões solicitar ao Tribunal Superior
a requisição de força federal;

O TRE pode requisitar diretamente força pública necessária ao cumprimento de suas


decisões. Nesse sentido, pode requisitar diretamente a polícia federal ou a polícia militar. No
entanto, precisando de requisição de força federal, é necessário solicitar ao TSE, que ava-
liará e, sendo o caso, o TSE requisitará a força federal ao Ministério da Defesa.
20m

XIII – autorizar, no Distrito Federal e nas capitais dos Estados, ao seu presidente e, no interior, aos
juízes eleitorais, a requisição de funcionários federais, estaduais ou municipais para auxiliarem os
escrivães eleitorais, quando o exigir o acúmulo ocasional do serviço;
XIV – requisitar funcionários da União e, ainda, no Distrito Federal e em cada Estado ou Território,
funcionários dos respectivos quadros administrativos, no caso de acúmulo ocasional de serviço de
suas Secretarias;
XV – aplicar as penas disciplinares de advertência e de suspensão até 30 (trinta) dias aos juízes
eleitorais;
XVI – cumprir e fazer cumprir as decisões e instruções do Tribunal Superior;
XVII – determinar, em caso de urgência, providências para a execução da lei na respectiva cir-
cunscrição;
XVIII – organizar o fichário dos eleitores do Estado.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
ANOTAÇÕES

A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo


ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – Juízes e Juntas
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

JUSTIÇA ELEITORAL – COMPETÊNCIAS – JUÍZES E JUNTAS


Art. 35. Compete aos juízes:
I – cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do Tribunal Superior e do Regional;
II – processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a com-
petência originária do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais;

Obs.: No Brasil, em regra, os crimes eleitorais são julgados pelos juízes eleitorais. Isso
não se aplica quando a autoridade acusada pela prática criminosa possuir foro com
prerrogativa de função.

Suponha que um candidato pratique corrupção eleitoral. Para comprar o voto do eleitor,
ele pratica peculato (apropria-se de bens e valores que possui em razão de seu cargo, art.
312 do Código Penal). Nesse caso, a Justiça Eleitoral tem competência mais forte, atraindo
a competência também para o crime comum conexo.

ATENÇÃO
Em caso de crime doloso contra a vida conectado a um crime eleitoral, a Justiça Eleitoral
julgará o crime eleitoral e o Tribunal do Júri julgará o crime doloso contra a vida (art. 5º, inci-
so XXXVIII da Constituição). Nos demais casos, a Justiça Eleitoral julga ambos os crimes.
5m

III – decidir habeas corpus e mandado de segurança, em matéria eleitoral, desde que essa compe-
tência não esteja atribuída privativamente à instância superior.

Não sendo de competência do TSE, TRE ou STJ, o julgamento é feito pelo juiz eleitoral.

IV – fazer as diligências que julgar necessárias a ordem e presteza do serviço eleitoral;


V – tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas verbalmente ou por escrito, redu-
zindo-as a termo, e determinando as providências que cada caso exigir;
VI – indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a serventia de justiça que deve ter o anexo da
escrivania eleitoral;

Não há mais escrivania eleitoral, mas cartório eleitoral, o qual possui um chefe.

VII – (Revogado pela Lei n. 8.868, de 1994)


VIII – dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão de eleitores;
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – Juízes e Juntas
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Obs.: A exclusão de eleitores pode ocorrer em caso de falecimento, evitando-se que al-
guém vote no lugar de quem morreu.

IX – expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor;

Obs.: A transferência de eleitor ocorre quando se precisa mudar de zona eleitoral.

ATENÇÃO
O TRE, mediante aprovação do TSE, realiza a divisão do estado em zonas eleitorais (cor-
respondentes aos limites geográficos de atuação do juiz e de uma Junta Eleitoral). São os
juízes que dividem as zonas eleitorais em seções (forma de organização eleitoral para o
fim de direito ao voto). A seção eleitoral é instalada em um local de votação, possuindo uma
mesa receptora de voto habilitada para receber o eleitor, aferir sua identidade e habilitá-lo
para fins de exercício de direito ao voto.
10m

X – dividir a zona em seções eleitorais;


XI – mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos eleitores de cada seção, para remessa a
mesa receptora, juntamente com a pasta das folhas individuais de votação;
XII – ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais e
comunicá-los ao Tribunal Regional;

Em relação ao registro de candidatura, as Juntas Eleitorais não possuem competência


para realizar o registro de candidatura. O TSE possui competência para o registro das elei-
ções presidenciais; os TREs possuem competência para o registro e cassação de registro de
candidatura nas eleições estaduais (Governadores, Vice-Governadores e Deputados Estadu-
ais) e nas federais (Deputado Federal e Senador da República); e os juízes eleitorais atuam
no registro de candidatura das eleições municipais (Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador).
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – Juízes e Juntas
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

XIII – designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições, os locais das seções;
XIV – nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com pelo me-
nos 5 (cinco) dias de antecedência, os membros das mesas receptoras;

ATENÇÃO
A constituição das Juntas Eleitorais é de competência dos Tribunais Regionais Eleitorais.
Já a composição da mesa receptora de votos é do juiz eleitoral.

XV – instruir os membros das mesas receptoras sobre as suas funções;


XVI – providenciar para a solução das ocorrências que se verificarem nas mesas receptoras;

Apenas o juiz eleitoral pode solucionar as ocorrências nas mesas receptoras.

XVII – tomar todas as providências ao seu alcance para evitar os atos viciosos das eleições;
XVIII – fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não alistados, por dispensados
do alistamento, um certificado que os isente das sanções legais;
XIX – comunicar, até às 12 horas do dia seguinte à realização da eleição, ao Tribunal Regional e
aos delegados de partidos credenciados, o número de eleitores que votarem em cada uma das
seções da zona sob sua jurisdição, bem como o total de votantes da zona.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – Juízes e Juntas
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

As competências das Juntas Eleitorais estão intimamente relacionadas ao processo de


apuração das eleições. Quando as eleições eram manuais, as Juntas Eleitorais possuíam um
papel extremamente relevante, pois a apuração das eleições é competência das Juntas Elei-
torais. Com a adoção do sistema eletrônico de votação, houve um esvaziamento da impor-
tância das Juntas Eleitorais. No entanto, elas ainda possuem competência para apuração
das eleições quando forem manuais.
15m

Art. 40. Compete à Junta Eleitoral:


I – apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição.
II – resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da contagem e
da apuração;
III – expedir os boletins de apuração mencionados no Art. 178;

O boletim de urna é emitido automaticamente pela urna ao fim da votação, contendo


informações sobre os eleitores da seção eleitoral. Na apuração manual, o boletim é expedido
pela Junta Eleitoral.
20m

IV – expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.

O juiz eleitoral não tem competência para diplomação. O TSE diploma os eleitos nas
eleições presidenciais; os TREs expedem o diploma para os cargos eletivos estaduais e
federais; e as Juntas Eleitorais expedem os diplomas para os eleitos nas eleições municipais.

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Justiça Eleitoral – Competências – Juízes e Juntas
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Parágrafo único. Nos municípios onde houver mais de uma junta eleitoral a expedição dos diplo-
mas será feita pelo que for presidida pelo juiz eleitoral mais antigo, à qual as demais enviarão os
documentos da eleição.

ATENÇÃO
É possível que, em um município, haja mais de uma zona eleitoral, como o caso de
São Paulo.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 5
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – RESOLUÇÃO N. 23.659/2021 – ALISTAMENTO


ELEITORAL

• Tema tratado no art. 42 e seguintes do Código Eleitoral e regulamentado pelo TSE a


partir da edição da Resolução n. 23.659/2021.
• Havia uma resolução do TSE, acerca do alistamento eleitoral, expedida no ano de
2003. Porém, a Resolução n. 21.538/2003 foi revogada e houve a edição de uma nova
resolução para dispor sobre o alistamento eleitoral.
• O TSE, no exercício de sua função regulamentar, dispôs como se dá a operacionaliza-
ção do alistamento eleitoral.
• Nos termos do art. 1º, parágrafo único, do Código Eleitoral, define-se que o Tribunal
Superior Eleitoral expedirá instruções sobre a execução do Código Eleitoral (como se
dá a aplicação e a execução das normas contidas no Código Eleitoral).
• Dentre as características de uma lei, está a sua generalidade e a sua abstração. Então,
a fim de viabilizar, ou seja, a fim de fazer com que haja a aplicação das determinações
legais, existe a necessidade da intermediação regulamentar, isto é, da atuação de um
órgão que estabeleça: como, quem, procedimento, quando, se é de ofício, se não é de
ofício. Em suma, é necessário que um órgão discipline a aplicação da lei – como regra,
a aplicação das leis é regulamentada pelo chefe do Poder Executivo.
• No âmbito federal, o art. 84, IV, da CF, atribui a competência para regulamentação das
leis ao Presidente da República, mas este não tem competência para regulamentação
das leis eleitorais, pois estas são regulamentadas pelo TSE, o qual tem esse papel
regulamentar.
• No exercício do seu papel regulamentar, o Tribunal Superior Eleitoral, no que se refere
ao alistamento eleitoral, expediu a Resolução n. 23.659/2021 para disciplinar o proce-
dimento do alistamento eleitoral.
• Então, ao longo das aulas sobre alistamento eleitoral, serão vistas as disposições con-
tidas no Código Eleitoral e as disposições contidas na Resolução TSE n. 23.659/2021.
Além disso, serão abordadas as disposições constitucionais sobre o alistamento elei-
toral, já que os §§ 1º e 2º do art. 14, da CF, também dizem respeito a isso.
• No Código Eleitoral, trata-se do alistamento eleitoral no art. 42 e seguintes.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• O TSE regulamentou essas disposições a partir da Resolução TSE n. 23.659/2021. É


importante baixá-la por meio do site do TSE, pois, em concursos públicos, quando há
a inserção do alistamento eleitoral no conteúdo programático do Direito Eleitoral, este
é um dos temas mais solicitados. Dito de outro modo, grande parte das questões de
concursos públicos sobre Direito Eleitoral dizem respeito ao alistamento eleitoral, anti-
gamente regulado pela Resolução TSE n. 21.538/2003.
5m
• É necessário ter cuidado ao realizar questões de concursos anteriores sobre alista-
mento eleitoral, pois, se forem anteriores a 2021, foram elaboradas com base na antiga
e revogada Resolução TSE n. 21.538/2003. Atualmente, este tema tem um tratamento
muito diferente dado pelo TSE na nova resolução do alistamento eleitoral.

Mas, afinal, o que é o alistamento eleitoral?

• O alistamento é um procedimento administrativo desenvolvido pela Justiça Eleito-


ral para aferir se o cidadão preenche os requisitos constitucionais para se tornar um
eleitor. A partir desse processo administrativo, a Justiça Eleitoral os confere e, se o
cidadão estiver apto a se tornar um eleitor, ocorre a determinação de inscrição eleitoral
desse eleitor, ou seja, a determinação de inclusão desse eleitor no rol dos eleitores, no
cadastro eleitoral brasileiro.
• A competência para o alistamento eleitoral é da Justiça Eleitoral, a qual tem função
administrativa.
• No exercício da sua função administrativa, a Justiça Eleitoral realiza o alistamento elei-
toral no Brasil.
• Alistamento eleitoral não é manifestação do exercício da função jurisdicional. Quando
o juiz eleitoral atua no alistamento, recebe o pedido, afere o preenchimento dos requi-
sitos e determina a inscrição do eleitor, ele não está a julgar uma ação ou a exercer
jurisdição, na verdade, está no exercício de uma função administrativa da Justiça Elei-
toral para gerir o cadastro eleitoral. Então, apesar de a competência para o alistamento
e para a transferência eleitoral ser do juiz eleitoral (art. 35 do Código Eleitoral), o alis-
tamento não faz com que o juiz exerça sua função jurisdicional, mas, sim, ocorre a
manifestação da função administrativa da Justiça Eleitoral.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

E para a doutrina, o que é o alistamento eleitoral? Qual é o conceito que se pode


dar a ele?

O alistamento é um processo administrativo desenvolvido perante a Justiça Eleitoral, a


partir do qual se afere se um cidadão preenche os requisitos eleitorais e constitucionais para
se tornar um eleitor. Preenchidos os requisitos, determina-se a inscrição do eleitor no cadas-
tro eleitoral.
A doutrina, especificamente, define que se trata do procedimento administrativo-eleito-
ral pelo qual se qualificam e se inscrevem os eleitores (conceito diretamente relacionado à
inscrição legal contida no art. 42 do Código Eleitoral). Nele, se verifica o preenchimento de
requisitos constitucionais e legais indispensáveis à inscrição do eleitor. Uma vez deferido, o
indivíduo é integrado ao corpo de eleitores, podendo exercer direitos políticos (...). Em outras
palavras, adquire cidadania.

• Art. 42 do Código Eleitoral: define que o alistamento eleitoral se desenvolve mediante


a qualificação e a inscrição do eleitor.
– Tanto a qualificação quanto a inscrição são etapas do alistamento eleitoral, integran-
tes do procedimento administrativo denominado alistamento eleitoral.

• Este procedimento administrativo é desenvolvido perante a Justiça Eleitoral com a


finalidade de aferir se o indivíduo preenche os requisitos constitucionais e legais para
que se torne um eleitor brasileiro. Se os requisitos forem preenchidos, determinar-se-á
a inscrição eleitoral deste eleitor, ou seja, a sua inclusão no cadastro eleitoral.
10m

O alistamento eleitoral tem natureza jurídica declaratória ou constitutiva?

• Possibilidade I

Se o alistamento eleitoral tem natureza jurídica meramente declaratória, isso quer dizer
que, independentemente do alistamento e de alguém ter sido inserido no cadastro eleitoral,
pelo mero preenchimento dos requisitos, ele já é um eleitor.
Se o alistamento eleitoral for um ato meramente declaratório, a partir do momento em que
o brasileiro completar 16 anos de idade, independentemente de quaisquer circunstâncias e
do alistamento eleitoral, ele já seria eleitor.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Possibilidade II

Por outro lado, se se pensar que o alistamento eleitoral tem natureza jurídica constitutiva,
isso quer dizer que a cidadania surge depois do alistamento. Nessa perspectiva, antes do
alistamento há uma pessoa e, depois dele, há um cidadão brasileiro, um eleitor brasileiro.

• Síntese

Majoritariamente, reconhece-se que o alistamento eleitoral tem natureza jurídica consti-


tutiva, ou seja, alguém se torna titular da cidadania brasileira e dos direitos políticos a partir
do alistamento eleitoral. Logo, antes do alistamento, não há que se falar em cidadania nem
em eleitor.
Portanto, o termo “eleitor” e a condição jurídica desse cidadão só surge a partir do alista-
mento eleitoral.
A palavra “cidadão” utilizada como termo técnico é diferente do seu uso corrente corres-
pondente ao senso comum.
Ex.: repórter entrevistando uma mãe com o seu filho aguardando, há horas, por um aten-
dimento médico em um hospital. A mãe é entrevistada e, quando a palavra volta para o
âncora do telejornal, ele diz “isso é uma vergonha, o cidadão está sendo desrespeitado”. Do
ponto de vista técnico, isso está equivocado, pois, nesse caso, a pessoa titular do direito à
saúde está sendo desrespeitada, pois o cidadão é o titular de direitos políticos.
Tem-se o desrespeito do cidadão, no sentido técnico do termo do Direito Eleitoral, quando
os seus direitos políticos são obstados, restringidos, limitados, ou seja, quando, em relação
ao exercício dos direitos políticos há criação de barreiras, impedimentos e óbices.
Então, quando há óbice, barreira ou impedimento para o exercício da cidadania, o cida-
dão está sendo desrespeitado. Quando há desrespeito de outros direitos (saúde, moradia,
trabalho, lazer, direitos fundamentais), a pessoa está sendo desrespeitada.
Portanto, no Direito Eleitoral, o termo “cidadão” é um termo técnico e a cidadania surge
com o alistamento eleitoral, em razão do entendimento de que este tem natureza jurídica
constitutiva (antes do alistamento eleitoral, há uma pessoa; a partir do alistamento eleitoral,
surge uma nova condição jurídica: o cidadão, o eleitor).
15m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Requisitos para o alistamento

Para o alistamento eleitoral, é exigido o preenchimento de dois requisitos.


Os requisitos estão estabelecidos na Constituição Federal.

• Nacionalidade brasileira: é um pressuposto para a cidadania brasileira, é indispensá-


vel à aquisição da cidadania brasileira, mas por quê?
• Art. 1º, parágrafo único da Constituição Federal: todo poder pertence ao povo, que o
exerce diretamente nos termos da Constituição ou por meio de representantes eleitos.
Em razão de o povo ser o titular do poder, ele participa da tomada das decisões. Mas
quem é o povo? Os cidadãos – quem interfere, participa de forma direta ou da escolha
dos representantes que, em seu nome, tomarão as decisões políticas e interferirão na
definição da vontade do Estado.

Logo, como se trata do exercício do poder, da tomada das decisões, da definição das
políticas públicas a serem implementadas, das regras que serão seguidas a partir de sua
previsão em lei dentro da ordem jurídica brasileira, dentro da República Federativa do Brasil,
só quem pode participar da tomada dessas decisões são os brasileiros. Então, não pode-
mos permitir que alienígenas (termo indicativo de alguém estranho, estrangeiro, não nascido
no Brasil) participem da tomada das decisões do Brasil, sob pena de esse estrangeiro, na
tomada das decisões, levar em consideração interesses externos.
Lembre-se de que somos um país soberano, de modo que a soberania é um dos fun-
damentos da República Federativa do Brasil. Assim, para a efetivação e para a garantia
dessa soberania nacional, reconhece-se que apenas brasileiros podem participar da tomada
das decisões, somente os brasileiros são titulares da soberania popular exercida a partir
do sufrágio.
Então, o primeiro requisito indispensável à aquisição da cidadania brasileira é a naciona-
lidade brasileira.
Síntese: a nacionalidade brasileira é o pressuposto para a aquisição da cidadania brasi-
leira – só pode ser cidadão brasileiro quem for brasileiro, quem tiver a nacionalidade brasileira.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 5
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Brasileiro nato e brasileiro naturalizado


20m

A Constituição Federal, no art. 12, reconhece duas formas de atribuição da nacionalidade


brasileira:
I – nacionalidade originária: circunstâncias fáticas que farão com que se tenha um brasi-
leiro nato/hipóteses geradoras de nacionalidade originária.
II – nacionalidade derivada: há outras circunstâncias fáticas e outras hipóteses que
permitem que um estrangeiro se torne um brasileiro, ou seja, que se torne um brasileiro
naturalizado.
Há relevância em distinguirmos o brasileiro nato do brasileiro naturalizado para fins de
aquisição da cidadania brasileira?

• Art. 12, § 3º da CF: há cargos privativos de brasileiros natos.

Nesse caso, não se trata de exercício de cargos, mas de alguém que vai requerer a sua
inscrição como cidadão brasileiro, para votar, participar de referendos, plebiscitos, propor
ações populares e, eventualmente, participar das eleições.
Então, será que, para adquirir a condição de eleitor, para que alguém possa se tornar um
cidadão brasileiro, é importante diferenciar o brasileiro nato do brasileiro naturalizado?
Resposta: nesse sentido, a diferenciação é irrelevante. Os brasileiros natos e os brasilei-
ros naturalizados podem adquirir a cidadania brasileira por meio do alistamento.
Síntese: para fins de requerimento do alistamento eleitoral, é irrelevante a distinção entre
brasileiro nato e brasileiro naturalizado.
Em relação ao tempo para o alistamento como forma de evitar a imposição de uma multa,
o Código Eleitoral e a Resolução TSE n. 21.538 distinguiram o tempo de alistamento:
I – Quem é brasileiro nato deve requerer o alistamento eleitoral até o centésimo quinqua-
gésimo primeiro dia anterior à data da eleição do ano em que completar 19 anos.
II – O brasileiro naturalizado deve requerer o seu alistamento eleitoral até um ano após a
aquisição da nacionalidade derivada.
Trata-se de uma diferenciação voltada à evitação da aplicação de uma multa, à evitação
da perda da quitação eleitoral. Porém, para fins de requerimento e para fins de atribuição da
cidadania brasileira, é irrelevante a distinção entre o brasileiro nato e o brasilerio naturalizado.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 6
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Cuidado: os estrangeiros não podem se tornar cidadãos brasileiros.

Art. 14, § 2º, da Constituição Federal: proíbe, veda e proscreve o alistamento eleitoral do estrangeiro.

Os estrangeiros são considerados inalistáveis.

O PULO DO GATO
Em um concurso anterior, a banca solicitou a seguinte questão:
José, boliviano, naturalizado brasileiro, não pode requerer o seu alistamento eleitoral.
25m
Resposta: a afirmação está incorreta.
Explicação: estrangeiro não pode adquirir a cidadania brasileira, mas José não é estran-
geiro, pois é naturalizado brasileiro. No Brasil, José é um brasileiro naturalizado. Em suma,
estrangeiros naturalizados brasileiros não são estrangeiros, mas brasileiros naturalizados.

O português, enquanto português, pode adquirir a cidadania brasileira?

• O que se pode ouvir corriqueiramente:

Resposta I (incorreta): ele é estrangeiro e os estrangeiros não podem adquirir a cidadania


brasileira.
Resposta II (incorreta): a Constituição Federal, em seu art. 12, determinou um trata-
mento normativo diferenciado para os estrangeiros oriundos de países de língua portuguesa.
A Constituição Federal, considerando os laços históricos que temos com Portugal, já que
fomos uma colônia de exploração, define que, para aqueles oriundos de países de língua
portuguesa, há critérios diferenciados para a atribuição da nacionalidade brasileira.

• Resposta correta: é irrelevante o fato de alguém ser oriundo de um país de língua


portuguesa. Mas e quanto ao português? Será que o português, enquanto português,
pode adquirir a cidadania brasileira?
• Resposta correta:
– Art. 12, § 1º da Constituição Federal: aos portugueses, com residência permanente
no país e, se houver reciprocidade, serão garantidos os mesmos direitos inerentes
ao brasileiro.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 7
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Portanto, segundo a Constituição Federal, se houver um português que preencha os dois


requisitos (residência permanente no Brasil e reciprocidade), ele terá os mesmos direitos
inerentes ao brasileiro.
Reciprocidade: reconhecimento de que os mesmos direitos reconhecidos aos brasileiros
em Portugal serão reconhecidos aos portugueses no Brasil. Logo, o que o brasileiro puder
em Portugal o português poderá no Brasil.

• O português que preencha esses dois requisitos constitucionais é equiparado ao bra-


sileiro (tem os mesmos direitos inerentes ao brasileiro), mas ele é equiparado a qual
brasileiro? O português que preencha os requisitos é equiparado ao brasileiro natura-
lizado, ou seja, tem os mesmos direitos inerentes ao brasileiro naturalizado.
• Brasileiro naturalizado pode se tornar cidadão brasileiro? Pode. Assim, português, se
tiver residência permanente no Brasil e havendo reciprocidade (a qual existe), poderá
titularizar a cidadania brasileira.

Síntese: o português é o único estrangeiro que, enquanto estrangeiro, pode titularizar


a cidadania brasileira. Brasil e Portugal são signatários de um tratado internacional deno-
minado Tratado da Amizade, em que, dentre outros temas, há o reconhecimento de que
brasileiros em Portugal e portugueses no Brasil podem adquirir a cidadania portuguesa em
Portugal e a brasileira no Brasil.
30m

Resumo:

Para o alistamento eleitoral, é exigida:


I – A nacionalidade brasileira

 Obs.: estrangeiros não podem se tornar cidadãos brasileiros, mas o português, enquan-
to estrangeiro, poderá titularizar a cidadania brasileira desde que tenha residência
permanente no Brasil, já que o Tratado da Amizade reconheceu a reciprocidade de
brasileiros em Portugal e de portugueses no Brasil, no que se refere à titularização
de direitos políticos.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 8
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Requisitos para o alistamento

• Idade mínima de 16 anos;


• Não existe alistamento de ofício;
• Exigência de língua portuguesa?
– Na prestação do serviço eleitoral, é direito fundamental da pessoa indígena ter con-
siderados sua organização social, seus costumes e suas línguas, crenças e tradi-
ções, consoante dispõe o caput do art. 13 da novíssima Res. –TSE n. 23.659/2021.
Exemplo desse tratamento diferenciado é a não exigência da fluência na língua por-
tuguesa para fins de alistamento, assegurando-se a cidadãos e cidadãs indígenas,
o uso de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem, conforme
determina o art. 13, § 3º, da Res. –TSE n. 23.659/2021.

A incidência em hipóteses de suspensão dos direitos políticos impede o alista-


mento?

• Art. 11, § 1º da Res. –TSE n. 23.659/2021;


• Admite-se o alistamento durante o período de suspensão e, após a inscrição, anota-se
o impedimento de exercício dos direitos políticos.

Espécies de Alistamento

A obrigatoriedade e a facultatividade do alistamento eleitoral e do exercício do voto são


determinadas pelas regras constitucionais, não se aplicando eventuais disposições legais em
contrário (art. 12, caput, da Res. –TSE n. 23.659/2021).

Alistamento Obrigatório

Nos termos do art. 14 da CF/1988, o alistamento e o voto serão obrigatórios desde que
preenchidos os seguintes requisitos cumulativos:

• ser brasileiro;
• ter idade entre 18 e 70 anos;
• alfabetizado

Caso não o façam nos prazos legais, ficam sujeitos à multa prevista no art. 8º do CE, cuja
cobrança no valor de 3 a 10 por cento do salário mínimo, será realizada no ato da inscrição.
Essa multa, todavia, não será aplicada ao não alistado que requerer sua inscrição elei-
toral até o centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior à eleição subsequente à data em
que completar 19 anos.

www.grancursosonline.com.br 9
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Alistamento Facultativo

Consoante dispõe o art. 14 da CF/1988, o alistamento será facultativo para pessoas nas
seguintes situações:

• maior de 16 anos e menor de 18 anos;


• maior de 70 anos;
• analfabeto.

E em caso das pessoas com deficiência?


A pessoa com deficiência para quem seja impossível ou demasiadamente oneroso o
cumprimento daquelas obrigações eleitorais não estará sujeita às sanções legais decorren-
tes da ausência de alistamento e do não exercício do voto, ou seja, não estará sujeita à multa
eleitoral.
Garante-se às pessoas com deficiência:
a. escolher, no ato de alistamento, transferência ou revisão, local de votação que permita
sua vinculação a seção eleitoral com acessibilidade, dentro da zona eleitoral;
b. indicar, no prazo estipulado pela Justiça Eleitoral para cada pleito, local de votação,
diverso daquele em que está sua seção de origem, no qual prefere exercer o voto, desde que
dentro dos limites da circunscrição do pleito; e
c. ser auxiliada, no ato de votar, por pessoa de sua escolha, ainda que não o tenha reque-
rido antecipadamente ao juízo eleitoral. É vedada a criação de seções eleitorais exclusivas
para pessoas com deficiência.

E em caso dos brasileiros fora do Brasil?

O alistamento deverá ser realizado pessoalmente no consulado ou na sede da embai-


xada brasileira, por meio do Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE).
O requerimento é, então, encaminhado ao Cartório Eleitoral do Exterior, situado em Bra-
sília, para apreciação do juiz eleitoral.

E para os menores de 16 anos?

Admite-se o alistamento a partir da data em que a pessoa completar 15 anos. É facultado


o seu alistamento eleitoral.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 10
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Nos anos em que se realizarem eleições ordinárias, o alistamento de que trata o caput
deste artigo deverá ser solicitado até o encerramento do prazo fixado para requerimento de
operações do cadastro.
O alistamento será requerido diretamente pela pessoa menor de idade e independe de
autorização ou assistência de seu/sua representante legal.
O título eleitoral emitido nas condições deste artigo somente surtirá o efeito quando a
pessoa completar 16 anos.

Alistamento vedado

Os estrangeiros, com exceção do português e desde que haja reciprocidade em Portugal


do direito aqui concedido (art. 14, § 2º, da CF/1988).
Os conscritos, durante o período de serviço militar obrigatório (art. 14, § 2º, da CF/1988).
Os médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que não prestaram o serviço mili-
tar obrigatório em virtude de adiamento de incorporação para a realização dos respectivos
cursos superiores e, uma vez concluídos os seus cursos de graduação, venham a prestar o
serviço militar obrigatório; alunos dos órgãos de formação de reserva, tais como o Centro de
Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) e o Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva
(NPOR) (Cta n. 10.471, rel. Min. Roberto Ferreira Rosas, DJ de 21/11/1989).

O conscrito já alistado, poderá votar?

Alistamento eleitoral – impossibilidade de ser efetuado por aqueles que prestam o ser-
viço militar obrigatório – manutenção do impedimento ao exercício do voto pelos conscritos
anteriormente alistados perante a Justiça Eleitoral, durante o período da conscrição. (PA n.
1331-43/GO, rel. Min. Nilson Naves, DJ de 14/05/1998).

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

www.grancursosonline.com.br 11
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – RESOLUÇÃO N. 23.659/2021 – ALISTAMENTO


ELEITORAL II

Resolução TSE n. 23.659/2021 – expedida no exercício da função regulamentar.

O que é alistamento eleitoral?

• O procedimento administrativo-eleitoral pelo qual se qualificam e se inscrevem os


eleitores. Neles, se verifica o preenchimento de requisitos constitucionais e legais
indispensáveis à inscrição do eleitor. Uma vez deferido, o individuo é integrado ao
corpo de eleitores, podendo exercer direitos políticos (...). Em outras palavras, adquire
cidadania.

Nacionalidade brasileira: Brasileiro Nato; Brasileiro Naturalizado; Português.


Requisitos para o alistamento: Idade mínima de 16 anos; não existe alistamento de oficio;
Exigência de língua portuguesa? -> o termo técnico “capacidade civil” não é importante, o
que importa é o limite etário.
Imputabilidade penal é a possibilidade de ser reconhecida a prática de um crime por uma
determinada pessoa. Um dos requisitos integrantes para a culpabilidade é exigir que o ato
seja imputável a alguém.

• Quem tem menos de 18 anos não responde pela prática de crime no Brasil.
• Tal conceito é irrelevante para o alistamento eleitoral. .
5m

Um brasileiro maior de 16 anos, para se tornar cidadão brasileiro, precisa do alistamento


eleitoral. Quando um juiz eleitoral atua no alistamento, ele exerce a função administrativa da
justiça eleitoral.
O juiz eleitoral, tendo um brasileiro maior de 16 anos que ainda não é eleitor, não pode
determinar a inscrição eleitoral de ofício, pois não existe alistamento eleitoral de oficio. Caso
a pessoa queira se tornar o eleitor, devera procurar a justiça eleitoral e requerer o alistamento
eleitoral.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Para o alistamento eleitoral, não é requisito exprimir-se em língua portuguesa, basta


apenas ser brasileiro e ter mais de 16 anos. A exigência de que alguém se exprima em língua
nacional não foi recepcionada pela constituição federal.
10m
O TSE, em uma resolução, facultou o alistamento eleitoral para quem tem menos de 16
anos (15 anos).

• É possível desde que a pessoa tenha 15 anos de idade e é irrelevante se estiver em


ano eleitoral;
• Sendo pedido em ate 150 dias antes das eleições.
15m

Requisitos para o alistamento

Na prestação do serviço eleitoral, é direito fundamental da pessoa indígena ter conside-


rados sua organização social, seus costumes e suas línguas, crenças e tradições, consoante
dispõe do caput do art. 13 da novíssima Res.-TSE n. 23.659/2021.

• A Justiça Eleitoral deve considerar a organização social, língua, cultura, entre outros
fatores da pessoa indígena.
20m

Exemplo desse tratamento diferenciado é a não exigência da fluência na língua portu-


guesa para fins de alistamento, assegurando-se a cidadãos e cidadãs indígenas, o uso de
suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem, conforme determina o art. 13,
§ 3º, da Res.-TSE n. 23.659/2021.
A incidência em hipóteses de suspensão dos direitos políticos impede o alistamento?

• Art. 11, § 1º da Res.-TSE n. 23.659/2021


• Admite-se o alistamento durante o período de suspensão e, após a inscrição, anota-se
o impedimento de exercício dos direitos políticos.

Espécies de Alistamento

A obrigatoriedade e a facultatividade do alistamento eleitoral e do exercício do voto são


determinadas pelas regras constitucionais, não se aplicando eventuais disposições legais em
contrário (art. 12, caput, da Res.-TSE n. 23.659/2021).
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Alistamento Obrigatório

Nos termos do art. 14 da CF/1988, o alistamento e o voto serão obrigatórios desde que
preenchidos os seguintes requisitos cumulativos: ser brasileiro; ter idade entre 18 e 70 anos;
alfabetizado.
Caso não o façam nos prazos legais, ficam sujeitos à multa prevista no art. 8º do CE, cuja
cobrança no valor de 3 a 10 por cento do salário-mínimo, será realizada no ato da inscrição.
Essa multa, todavia, não será aplicada ao não alistado que requerer sua inscrição elei-
toral até o centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior à eleição subsequente à data em
que completar 19 anos.

Alistamento Facultativo

Consoante dispõe o art. 14 da CF/1988, o alistamento sera facultativo para pessoas nas
seguintes situações: maior de 16 anos e menor de 18 anos; Maior de 70 anos; Analfabeto.

E em casos de pessoas com deficiência?

A pessoa com deficiência para quem seja impossível ou demasiadamente oneroso o


cumprimento daquelas obrigações eleitorais não estará sujeito às sanções legais decorren-
tes da ausência de alistamento e do não exercício do voto, ou seja, não estará sujeita à multa
eleitoral.
Garante-se às pessoas com deficiência:
a) Escolher, no ato de alistamento, transferência ou revisão, local de votação que permita
sua vinculação a seção eleitoral com acessibilidade, dentro da zona eleitoral;
b) Indicar, no prazo estipulado pela Justiça Eleitoral para cada pleito, local de votação,
diverso daqueles em que está sua seção de origem, no qual prefere exercer o voto, desde
que dentro dos limites da circunscrição do pleito; e
c) Ser auxiliada, no ato de votar, por pessoa de sua escolha, ainda que não o tenha
requerido antecipadamente ao juízo eleitoral.

É vedada a criação de secoes eleitorais exclusivas para pessoas com deficiência.


E em caso de brasileiros fora do Brasil?
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

O alistamento devera ser realizado pessoalmente no consulado ou na sede da embai-


xada brasileira, por meio do Requerimento de Alistamento Eleitoral (ERA).
O requerimento é, então, encaminhado ao Cartório Eleitoral do Exterior, situado em Bra-
sília, para apreciação do juiz eleitoral.

E para os menores de 16 anos? Admite-se o alistamento.


A partir da data em que a pessoa completar 15 anos, é facultativo o seu alistamento
eleitoral.
Nos anos em que se realizarem eleições ordinárias, o alistamento de que trata o caput
deste artigo devera ser solicitado ate o encerramento do prazo fixado para requerimento de
operações do cadastro.
O alistamento será requerido diretamente pela pessoa menos de idade e independe de
autorização ou assistência de seu/sua representante legal.
O título eleitoral emitido nas condições deste artigo somente surtirá o efeito quando a
pessoa completar 16 anos.

Alistamento Vedado

Os estrangeiros, com exceção do português e desde que haja reciprocidade em Portugal


do direito aqui concedido (art. 14, § 2º, da CF/1988).
Os conscritos, durante o período de serviço militar obrigatório (art. 14, §2º, da CF/1988).
Os médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que não prestaram o serviço mili-
tar obrigatório em virtude de adiamento de incorporação para a realização dos respectivos
cursos superiores e, uma vez concluídos os seus cursos de graduação, venham a prestar o
serviço militar obrigatório; alunos dos órgãos de formação de reserva, tais como o Centro de
Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) e o Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva
(NPOR) (Cta n. 10.471, rel Min. Roberto Ferreira Rosas, DJ de 21.11.1989).
O conscrito já alistado, poderá votar?
Alistamento eleitoral – impossibilidade de ser efetuado por aqueles que prestam o ser-
viço militar obrigatório – manutenção do impedimento ao exercício do voto pelos conscritos
anteriormente alistados perante a Justiça Eleitoral, durante o período da conscrição. (PA n.
1331-43/GO, rel. Min. Nilson Naves, DJ de 14.5.1998).

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – RESOLUÇÃO N. 23.659/2021 – ALISTAMENTO


ELEITORAL II

Descrição de hipóteses restritivas do exercício da cidadania: é vedada a cassação de


direitos políticos cujos casos de perda ou suspensão só se dará nos casos de: 1 – cance-
lamento da naturalização por sentença judicial transitada em julgado; 2 – incapacidade civil
absoluta; 3 – condenação criminal transitada em julgado enquanto durarem seus efeitos;
4- recusa do cumprimento da obrigação legal a todos imposta ou da prestação alternativa;
5- improbidade administrativa.
Haverá perda dos direitos políticos no caso do inciso 1 citado anteriormente, visto que
estrangeiro não pode interferir na formação da vontade política do Estado Brasileiro.
A incidência em hipóteses de suspensão dos direitos políticos impede o alistamento?

• Art. 11, § 1º da Res.-TSE n. 23.659/2021 .


5m
• Admite-se o alistamento durante o período de suspensão e, após a inscrição, anota-se
o impedimento de exercício dos direitos políticos. -> não será possível o exercício dos
direitos políticos.

Não se admite o alistamento da pessoa que incidir na hipótese de perda dos direitos polí-
ticos (cancelamento da naturalização).

Espécies de Alistamento

O código eleitoral previu hipóteses de alistamento (obrigatório e facultativo).


A obrigatoriedade e a facultatividade do alistamento eleitoral e do exercício do voto são
determinadas pelas regras constitucionais, não se aplicando eventuais disposições legais em
contrário (art. 12, caput, da Res.-TSE n. 23.659/2021).
10m
Legislador Infraconstitucional não tem autorização para estabelecer obrigatoriedade ou
facultatividade do alistamento eleitoral.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Alistamento Obrigatório

Nos termos do art. 14 da CF/1988, o alistamento e o voto serão obrigatórios desde que
preenchidos os seguintes requisitos cumulativos: ser brasileiro; ter idade entre 18 e 70 anos;
alfabetizado.

• A CF, no Art. 18, diz que o Alistamento Eleitoral e o voto são obrigatórios para os maio-
res de 18 anos. Essa literalidade estará correta caso apareça em prova. Entretanto,
existem outros requisitos, como já apresentados.

Caso não o façam nos prazos legais, ficam sujeitos à multa prevista no art. 8º do CE, cuja
cobrança no valor de 3 a 10 por cento do salário-mínimo, será realizada no ato da inscrição.
Essa multa, todavia, não será aplicada ao não alistado que requerer sua inscrição elei-
toral até o centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior à eleição subsequente à dará em
que completar 19 anos.

Alistamento Facultativo

Consoante dispõe o art. 14 da CF/1988, o alistamento será facultativo para pessoas nas
seguintes situações: maior de 16 anos e menor de 18 anos; Maior de 70 anos; Analfabeto.
O alistamento entre 16 e 18 anos não torna o voto obrigatório para essa faixa etária.
15m
É irrelevante o conceito de idoso. O Estatuto do Idoso considera o idoso uma pessoa que
tem mais de 60 anos de idade. Para o voto esse conceito é irrelevante, sendo utilizado o cri-
tério etário (+70 anos).
Foi revogada a proibição do alistamento eleitoral de analfabetos. Se o analfabeto for alis-
tado, ele não é obrigado a votar. Os analfabetos são inelegíveis.

• E em casos de pessoas com deficiência?


20m

Nos locais de votação há restrições de acessibilidade, não havendo observância das regras
de acessibilidade. Por isso, quem tem mais de 70 anos não tem obrigatoriedade em votar.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Há duas classes de pessoas (maiores de 70 anos e pessoas com deficiência). Não são
todas as pessoas com deficiência que possuem dificuldade de locomoção. A deficiência pode
gerar uma onerosidade.
Havendo uma excessiva onerosidade, terá isenção das sanções legais para as pessoas
com deficiência.
25m
A pessoa com deficiência para quem seja impossível ou demasiadamente oneroso o
cumprimento daquelas obrigações eleitorais não estará sujeito às sanções legais decorren-
tes da ausência de alistamento e do não exercício do voto, ou seja, não estará sujeita à multa
eleitoral.
Garante-se às pessoas com deficiência:
a) Escolher, no ato de alistamento, transferência ou revisão, local de votação que permita
sua vinculação a seção eleitoral com acessibilidade, dentro da zona eleitoral;
b) Indicar, no prazo estipulado pela Justiça Eleitoral para cada pleito, local de votação,
diverso daqueles em que está sua seção de origem, no qual prefere exercer o voto, desde
que dentro dos limites da circunscrição do pleito; e
c) Ser auxiliada, no ato de votar, por pessoa de sua escolha, ainda que não o tenha
requerido antecipadamente ao juízo eleitoral.

É vedada a criação de seções eleitorais exclusivas para pessoas com deficiência.

• E em caso de brasileiros fora do Brasil?

O alistamento devera ser realizado pessoalmente no consulado ou na sede da embai-


xada brasileira, por meio do Requerimento de Alistamento Eleitoral (ERA).
O requerimento é, então, encaminhado ao Cartório Eleitoral do Exterior, situado em Bra-
sília, para apreciação do juiz eleitoral.

• E para os menores de 16 anos? Admite-se o alistamento.

A partir da data em que a pessoa completar 15 anos, é facultativo o seu alistamento


eleitoral.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Nos anos em que se realizarem eleições ordinárias, o alistamento de que trata o caput
deste artigo devera ser solicitado ate o encerramento do prazo fixado para requerimento de
operações do cadastro.
O alistamento será requerido diretamente pela pessoa menos de idade e independe de
autorização ou assistência de seu/sua representante legal.
O título eleitoral emitido nas condições deste artigo somente surtirá o efeito quando a
pessoa completar 16 anos.

Alistamento Vedado

Os estrangeiros, com exceção do português e desde que haja reciprocidade em Portugal


do direito aqui concedido (art. 14, § 2º, da CF/1988).
Os conscritos, durante o período de serviço militar obrigatório (art. 14, §2º, da CF/1988).
Os médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que não prestaram o serviço mili-
tar obrigatório em virtude de adiamento de incorporação para a realização dos respectivos
cursos superiores e, uma vez concluídos os seus cursos de graduação, venham a prestar o
serviço militar obrigatório; alunos dos órgãos de formação de reserva, tais como o Centro de
Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) e o Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva
(NPOR) (Cta n. 10.471, rel Min. Roberto Ferreira Rosas, DJ de 21.11.1989).

• O conscrito já alistado poderá votar?

Alistamento eleitoral – impossibilidade de ser efetuado por aqueles que prestam o ser-
viço militar obrigatório – manutenção do impedimento ao exercício do voto pelos conscritos
anteriormente alistados perante a Justiça Eleitoral, durante o período da conscrição. (PA n.
1331-43/GO, rel. Min. Nilson Naves, DJ de 14.5.1998).

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – RESOLUÇÃO N. 23.659/2021 – ALISTAMENTO


ELEITORAL II

ALISTAMENTO ELEITORAL

Critérios para o alistamento obrigatório: Maior de 18 anos e menor de 70; alfabetizado.


Critérios para o alistamento facultativo: maiores de 16 anos e menores de 18; maiores de
70 anos; analfabetos.
O alistamento e voto para a pessoa com deficiência é obrigatório se preenchidos os
requisitos constitucionais. Porém, há isenção das obrigações legais quando houver impossi-
bilidade ou onerosidade demasiada para o exercício das obrigações eleitorais.
Garante-se às pessoas com deficiência:
a) Escolher, no ato de alistamento, transferência ou revisão, local de votação que permita
sua vinculação a seção eleitoral com acessibilidade, dentro da zona eleitoral; o eleitor com
deficiência tem o direito de escolher o local de votação que tenha acessibilidade.
b) Indicar, no prazo estipulado pela Justiça Eleitoral para cada pleito, local de votação,
diverso daqueles em que está sua seção de origem, no qual prefere exercer o voto, desde
que dentro dos limites da circunscrição do pleito; e, ainda, que seja vinculado a uma seção
específica, ele pode escolher o direito ao voto em um local diverso, desde que dentro dos
limites da circunscrição do pleito.
5m
c) Ser auxiliada, no ato de votar, por pessoa de sua escolha, ainda que não o tenha
requerido antecipadamente ao juízo eleitoral. Chegar no local de votação já acompanhado
por uma pessoa de sua escolha que pode auxiliá-lo no direito ao voto.

É vedada a criação de seções eleitorais exclusivas para pessoas com deficiência para
evitar a discriminação.

• E em caso de brasileiros fora do Brasil?

O alistamento deverá ser realizado pessoalmente no consulado ou na sede da embai-


xada brasileira, por meio do Requerimento de Alistamento Eleitoral (ERA). O Embaixador não
tem competência para deferir a inscrição eleitoral, pois não são membros da justiça eleitoral.
Tal ato é de competência do Juiz Eleitoral.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

O pedido é apresentado no consulado, mas a decisão será submetida a julgamento


perante um Juiz Eleitoral.
10m
O requerimento é, então, encaminhado ao Cartório Eleitoral do Exterior, situado em Bra-
sília, para apreciação do juiz eleitoral.

• E para os menores de 16 anos?

Admite-se o alistamento desde que tenha 15 anos de idade, estando ou não em ano
eleitoral.
A partir da data em que a pessoa completar 15 anos, é facultativo o seu alistamento
eleitoral.
Nos anos em que se realizarem eleições ordinárias, o alistamento de que trata o caput
deste artigo deverá ser solicitado até o encerramento do prazo fixado para requerimento de
operações do cadastro.
O alistamento será requerido diretamente pela pessoa menos de idade e independe de
autorização ou assistência de seu/sua representante legal. O menor de 18 anos e maior de
16 é considerado relativamente incapaz no âmbito civil, e o menor de 16 é considerado abso-
lutamente incapaz. A validade do negócio jurídico precisa da assistência do seu represen-
tante legal para os menores de 18 anos e maiores de 16. O alistamento eleitoral pelo brasi-
leiro com 15 anos é realizado por ele próprio, independente de autorização.
O título eleitoral emitido nas condições deste artigo somente surtirá o efeito quando a
pessoa completar 16 anos.

Alistamento Vedado

• Quais são as circunstâncias fáticas que tornam proibido o alistamento eleitoral?

Inalistabilidade.
Os estrangeiros, com exceção do português e desde que haja reciprocidade em Portugal
do direito aqui concedido (art. 14, § 2º, da CF/1988).
15m
Os conscritos, durante o período de serviço militar obrigatório (art. 14, §2º, da CF/1988).
Para o conscrito, enquanto perdurar o serviço militar obrigatório, é proibido o alistamento
eleitoral. A conscrição ocorre aos 18 anos de idade. Um conscrito já alistado não é suspenso
de seus direitos políticos, apenas há o impedimento para votar e ser votado.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral II
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Os médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que não prestaram o serviço mili-


tar obrigatório em virtude de adiamento de incorporação para a realização dos respectivos
cursos superiores e, uma vez concluídos os seus cursos de graduação, venham a prestar o
serviço militar obrigatório; alunos dos órgãos de formação de reserva, tais como o Centro de
Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) e o Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva
(NPOR) (Cta n. 10.471, rel Min. Roberto Ferreira Rosas, DJ de 21.11.1989)

• O conscrito já alistado poderá votar?

Alistamento eleitoral – impossibilidade de ser efetuado por aqueles que prestam o ser-
viço militar obrigatório – manutenção do impedimento ao exercício do voto pelos conscritos
anteriormente alistados perante a Justiça Eleitoral, durante o período da conscrição. (PA n.
1331-43/GO, rel. Min. Nilson Naves, DJ de 14.5.1998).
20m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – RESOLUÇÃO N. 23.659/2021 – ALISTAMENTO


ELEITORAL V

RELEMBRANDO
O alistamento eleitoral é o procedimento administrativo desenvolvido, perante a Justiça
Eleitoral, com a finalidade de aferir se o alistando preenche os requisitos constitucionais
ao alistamento eleitoral. Caso preenchidos, determina-se a inscrição daquele eleitor no
cadastro eleitoral.
Esse procedimento administrativo é competência do juiz eleitoral.
O seu desenvolvimento ocorre em etapas. Isto é, há atos que integram o alistamento elei-
toral. Nesse sentido, segundo o art. 42, do Código Eleitoral, o alistamento eleitoral se de-
senvolve a partir da qualificação e da inscrição.

QUALIFICAÇÃO E INSCRIÇÃO

Qualificação

• É a primeira etapa do alistamento eleitoral.


• Nesta etapa, o eleitor deve demonstrar que preenche os requisitos constitucionais.
Para isso, ele deve ir ao cartório eleitoral ou pode iniciar um pré-cadastro no sítio ele-
trônico da Justiça Eleitoral.
– No cartório eleitoral, o eleitor terá o preenchimento do requerimento de alistamento
eleitoral, em que deve informar o seu nome, nome de sua mãe, nome de seu pai,
onde mora, quando nasceu e a sua nacionalidade. Nesse sentido, ele apresenta à
Justiça Eleitoral os seus dados, qualificando-se e demonstrando, por meio de decla-
rações e documentação, que é um eleitor apto a ser inscrito no rol de eleitores.

• Nesta etapa, o responsável principal é o próprio eleitor.


• Desenvolve-se, perante a Justiça Eleitoral, a possibilidade de ela se desenvolver ini-
cialmente por meio da internet, exigindo, posteriormente, comparecimento do eleitor
à Justiça Eleitoral para comprovar as suas alegações (isto é, que é brasileiro e possui
mais de 16 anos de idade).
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Consubstancia-se na demonstração, perante a Justiça Eleitoral, dos dados que habili-


tam o eleitor a integrar o corpo eleitoral.

Inscrição
5m

• A inscrição eleitoral é um ato privativo do juiz eleitoral. Isto é, somente o juiz eleitoral
pode determinar a inscrição eleitoral.
• Depende, pois, de uma decisão judicial.
• É o ato por meio do qual o eleitor é inserido no corpo de eleitores.
• A competência para a emissão da decisão da inscrição eleitoral é do juiz eleitoral
(art. 35, CE).
• Haverá determinação da inscrição eleitoral caso o eleitor comprove ao juiz eleitoral o
preenchimento dos requisitos eleitorais.
• É a introdução do nome do eleitor no corpo de eleitores, por meio de decisão do juiz
eleitoral após a verificação do preenchimento dos requisitos.
• O eleitor dever comparecer na zona eleitoral do seu domicílio eleitoral para requerer a
sua inscrição.

Domicílio Eleitoral

Trata-se do local onde o eleitor deve formular o seu pedido de alistamento eleitoral, uma
vez que esse pedido deve ser apresentado ao juiz da zona eleitoral do domicílio eleitoral do
eleitor.
10m
Domicílio eleitoral é o lugar de residência ou de moradia do requerente, e verificado
ter o alistando mais de uma considerar-se-á domicílio qualquer delas (art. 42, parágrafo
único, CE).

• O Código Civil utiliza o conceito de “residência” como sendo uma das exigências para
configuração do domicílio civil. Nesse sentido, de forma resumida, residência pode ser
definida como o local onde alguém mora. Além disso, caso a pessoa more com von-
tade de permanecer de forma definitiva, tem-se a configuração do domicílio civil.
• Domicílio civil, pois, é residência somada à vontade de permanecer de forma definitiva
no local. No entanto, o domicílio eleitoral não exige essa definitividade.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Enquanto a residência possui um maior grau de perenidade, a moradia é o local onde


uma pessoa se encontra naquele determinado momento. Dessa forma, moradia é
15m
algo eventual.

No direito eleitoral, a pluralidade de domicílio eleitoral não é possível. Nesse sentido, uma
vez escolhido o domicílio eleitoral, quando o eleitor possui mais de uma moradia ou residên-
cia, ele é único. Dessa forma, não é possível que uma pessoa seja vinculada a mais de um
domicílio eleitoral. O Código Eleitoral, portanto, apenas permite a possibilidade, do eleitor
escolher dentre os locais que possui moradia ou residência.
A alteração do domicílio eleitoral ocorre somente por meio da transferência eleitoral.
Segundo o art. 70, do Código Civil, para que se tenha o domicílio civil, o indivíduo deve ter
20m residência (requisito objetivo) e o ânimo definitivo de permanecer no local (requisito subjetivo).
De acordo com o Código Eleitoral, para configuração do domicílio eleitoral, basta que o
indivíduo tenha uma moradia ou residência.
Nota-se, dessa forma, uma distinção legal entre domicílio civil e domicílio eleitoral.
“É o lugar em que a pessoa mantém vínculos políticos, sociais e econômicos. A residên-
cia é a materialização desses atributos.” (Ac. n. 4.769, TSE) .
“(...) I – O conceito de domicílio eleitoral não se confunde com o de domicílio do direito
comum, regido pelo Direito Civil. Mais flexível e elástico, identifica-se com a residência e o
lugar onde o interessado tem vínculos políticos e sociais”. (Ac. n. 16.397, TSE)
Para a configuração do domicílio eleitoral, exige-se que o indivíduo possua apenas vín-
culos sociais, patrimoniais, familiares ou econômicos.
25m
A fixação do domicílio eleitoral depende de comprovação. Para isso, pode-se apresentar
um contrato de aluguel, a escritura de seu imóvel, comprovante de residência de seus fami-
liares etc. ou, ainda, firmar uma declaração.

Obs.: caso o eleitor se inscreva de forma fraudulenta, ou seja, fizer uma declaração falsa,
isso se configura como um crime eleitoral (art. 289, CE).

O domicílio retroagirá à data do requerimento do alistamento ou da transferência.


30m
Na revisão e na segunda via, a data de fixação do domicílio eleitoral não será alterada.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Obs.: revisão é a mudança do domicílio dentro da mesma circunscrição. Isto é, trata-se


de quando o eleitor é vinculado a uma zona eleitoral e requer uma mudança do seu
domicílio eleitoral dentro do mesmo município.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral VI
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – RESOLUÇÃO N. 23.659/2021 – ALISTAMENTO


ELEITORAL VI

PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS ELEITORAIS

• Pedidos de informações sobre dados constantes no cadastro devem ser encaminha-


dos à presidência do TRE.
• Administração direta do TRE e supervisão e orientação do TSE.
– O juiz eleitoral atua na execução dos serviços eleitorais do alistamento eleitoral sob
a administração do TRE e a supervisão do TSE.

• O cadastro eleitoral e as informações resultantes de sua utilização serão administra-


dos e utilizados exclusivamente pela Justiça Eleitoral.

Coleta e Atualização de Dados


5m

• Para que o cadastro eleitoral seja mantido atual, ele passa por um processo de coleta
e atualização de dados.
• No alistamento, revisão e transferência, deve-se coletar dados biométricos, fotografia
e assinatura digitalizada.

RELEMBRANDO
Alistamento é quando, de forma originária, o eleitor requer o seu alistamento eleitoral.
Sendo assim, é um procedimento administrativo para determinação de inscrição de eleito-
res ainda não alistados.
Na revisão, há uma mudança de domicílio eleitoral sem mudança de município. Isto é, o
eleitor muda a zona, mas se mantém no mesmo município.
Transferência é a mudança de domicílio eleitoral com mudança de domicílio.

• Na revisão, transferência e segunda via, dispensa-se a coleta de dados biométricos da


pessoa já digitalmente identificada.
• O voto não será impedido em razão de eventual defeito ou não recepção dos arquivos
de impressões digitais. .
10m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral VI
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Admite-se a atualização de dados do cadastro eleitoral, por meio da inclusão ou alte-


ração, de dados geridos por órgãos públicos.
– Nesse sentido, há um convênio entre TSE e Receita Federal do Brasil, em que esta
possui os dados fiscais de todos os contribuintes brasileiros. Assim, há uma troca de
informações sigilosas.

• Admite-se a coleta de informações sobre endereços.


• Não haverá a transferência eleitoral ou a revisão com base na atualização de endereço
sem expressa indicação da pessoa titular da inscrição eleitoral.
– Para que o eleitor possa mudar o seu domicílio eleitoral, ele deve mostrar que possui
vínculos sociais, patrimoniais, familiares e econômicos com o novo domicílio.

Do Acesso às Informações do Cadastro Eleitoral


15m

• TSE expedirá instrução sobre acesso a dados constantes dos sistemas informatizados
da Justiça Eleitoral.
• O acesso a informações constantes do Cadastro Eleitoral por instituições públicas e
privadas e por pessoas físicas se dará conforme a Lei Geral de Proteção de Dados.

Obs.: apenas as informações personalizadas são protegidas pela inviolabilidade da intimi-


dade da vida privada.

• A CGE editará provimento com a fixação dos níveis de acessos.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral VII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – RESOLUÇÃO N. 23.659/2021 – ALISTAMENTO


ELEITORAL VII

Nesta aula, veremos as disposições relativas ao Alistamento Eleitoral, de acordo com a


Constituição Federal, o Código Eleitoral e a Resolução N. 23.659/2021 do TSE.

Da Aquisição e do Exercício dos Direitos Políticos

• Os direitos políticos são adquiridos mediante o alistamento eleitoral;


• Garante-se às seguintes pessoas:

a) aos brasileiros que atingiram a idade mínima, salvo os conscritos

Obs.: é irrelevante a distinção de brasileiro nato e naturalizado.

Para os conscritos, durante o período de serviço militar obrigatório é vedado o alista-


mento eleitoral.
b) aos portugueses

Obs.: os portugueses são os únicos estrangeiros que, enquanto estrangeiros, podem ad-
quirir cidadania brasileira se tiverem residência permanente no Brasil.

Para o TSE, o alistamento eleitoral não é proibido para aquele que esteja com seus direi-
tos políticos suspensos. As hipóteses de perda ou de suspensão estão inscritas no art. 15 da
Constituição:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

Obs.: essa é a única hipótese de perda dos direitos políticos para o TSE. Quem incidir nas
demais hipóteses de suspensão dos Direitos Políticos pode se alistar.
5m

II – incapacidade civil absoluta;


III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral VII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• A suspensão dos direitos políticos não obsta a realização das operações do Cadastro
Eleitoral.

Da Aquisição dos Direitos Políticos

A perda dos direitos políticos, decorrente da perda da nacionalidade brasileira, impede o


alistamento eleitoral e as demais operações do Cadastro Eleitoral, acarretando, se for o caso,
o cancelamento da inscrição já existente.
Uma vez perdida a nacionalidade, a pessoa se torna estrangeira, de modo que não é pos-
sível se alistar, pedir revisão e transferir seu domicílio eleitoral. Já na suspensão dos direitos
políticos, é possível o alistamento, a transferência e a revisão.
A aquisição do gozo de direitos políticos por pessoa brasileira em Portugal não acarreta
a suspensão de direitos políticos ou o cancelamento da inscrição eleitoral e não impede o
alistamento eleitoral ou as demais operações do Cadastro Eleitoral
Essa suspensão está prevista no Tratado da Amizade para prevenir que um sujeito vote
no Brasil e em Portugal ao mesmo tempo. Porém, segundo o TSE, todas as hipóteses de
perda ou suspensão estão no art. 15 da Constituição, como vimos anteriormente. Logo, é
entendido que essa previsão de um tratado internacional não é compatível com a Constitui-
ção Federal.
10m
Os militares que não pertençam à classe dos conscritos são alistáveis, nos termos da
Constituição.

Obs.: pela Constituição Federal, o único militar que sofre limitação em sua cidadania é o
conscrito, durante o período do serviço militar obrigatório. Encerrado esse período,
cessa-se a proibição para o alistamento.

Restrições a Direitos Políticos e sua Regularização

• Registro no Cadastro Eleitoral de ofício em caso de fato gerador de suspensão dos


direitos políticos ou impedimento ao voto
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral VII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ATENÇÃO
Há uma contradição entre o Código Eleitoral e a Resolução 23.659 do TSE.
O Código, de forma expressa, ordena que, quando ocorrer uma das hipóteses de suspen-
são dos Direitos Políticos, deve ser feito o cancelamento da inscrição eleitoral.
Já o TSE, no exercício de sua função regulamentar, prevê em sua resolução que, em caso
de suspensão dos Direitos Políticos, não haverá o cancelamento de inscrição eleitoral.
Assim, mantém-se a inscrição eleitoral apenas com o registro do impedimento para o exer-
cício da cidadania brasileira.
15m

Dever de Comunicação em Caso de Ausência de Competência

Qualquer juiz de direito que não tenha a competência para alterar o cadastro eleitoral
deve comunicar a justiça eleitoral para que ela possa registrar no cadastro a suspensão dos
direitos políticos.
E quem não é inscrito? A anotação deve ser feita na base de perda e de suspensão dos
direitos políticos pela CRE

Obs.: em regra, o registro da suspensão dos direitos políticos é feito pelo juiz eleitoral da
zona em que o eleitor é inscrito. Mas, se houver uma comunicação de uma hipótese
de suspensão dos direitos políticos relativa a alguém que não é eleitor, essa comu-
nicação é enviada ao Corregedor-Regional Eleitoral e este, por sua vez, deve anotar
na base de perda e de suspensão dos direitos políticos tal hipótese.

• Regularização pode ocorrer de ofício?


20m

ATENÇÃO
Não existe regularização de ofício. Com o fim da pena, o eleitor apenado deve pegar uma
certidão da justiça comum comprovando esse fim da pena para a justiça eleitoral e reque-
rer o reestabelecimento dos efeitos de sua cidadania.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral VII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Para a anotação e para o registro da suspensão dos direitos políticos o juiz age de ofício.
No alistamento eleitoral o juiz também age do ofício, pois há o exercício da função admi-
nistrativa.

Restrições a Direitos Políticos e sua Regularização

• Documentos comprobatórios da reaquisição ou restabelecimento:

I – nos casos de perda:

Obs.: a única hipótese de perda dos Direitos Políticos, segundo o TSE, é a perda da na-
cionalidade. Nesse caso, o eleitor deve requerer a reaquisição dos Direitos Políticos.
Para isso, deve levar:

a) decreto ou portaria;

Obs.: com a atribuição da nacionalidade. Se houver a perda da nacionalidade, ele deve


demonstrar que a obteve de volta.

b) comunicação do Ministério da Justiça;


II – nos casos de suspensão:

Obs.: nesse caso, o eleitor deve requerer o reestabelecimento dos efeitos da sua cidadania.

a) para condenados: sentença judicial, certidão do juízo competente ou outro documento


que comprove o cumprimento ou a extinção da pena ou sanção imposta, independentemente
da reparação de danos;

Obs.: se o fato gerador dessa suspensão for condenação criminal ou condenação por ato
de improbidade, os documentos acima são os aptos ao pedido de reestabelecimento
dos direitos políticos.
25m

b) para conscritos ou pessoas que se recusaram à prestação do serviço militar obriga-


tório: Certificado de Reservista, Certificado de Isenção, Certificado de Dispensa de Incorpo-
ração, Certificado do Cumprimento de Prestação Alternativa ao Serviço Militar Obrigatório,
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral VII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Certificado de Conclusão do Curso de Formação de Sargentos, Certificado de Conclusão de


Curso em Órgão de Formação da Reserva ou similares.
Por outro lado, se o caso for de perda dos direitos políticos decorrente da recusa do cum-
primento da obrigação legal a todos imposta e recusa do cumprimento da prestação alter-
nativa fixada em lei, a pessoa deve levar um documento que demonstre a quitação com o
serviço militar.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 5
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral VIII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – RESOLUÇÃO N. 23.659/2021 – ALISTAMENTO


ELEITORAL VIII

ALISTAMENTO ELEITORAL

Nesta aula, começaremos avaliando quais as operações desempenhadas pela justiça


eleitoral no alistamento.

Operações no Cadastro Eleitoral

Serão efetivadas no Cadastro Eleitoral as seguintes operações:


I – alistamento;

Obs.: é a inserção no Cadastro Eleitoral de quem ainda não é eleitor.

II – transferência;

Obs.: mudança de domicílio eleitoral por mudança de município.

III – revisão; e

Obs.: mudança do local de votação dentro do mesmo município.

IV – segunda via.

Situação do Cadastro Eleitoral

No que se refere à inscrição eleitoral do cadastro eleitoral do eleitor, temos as seguintes


situações:
I – regular, quando a inscrição não estiver envolvida em duplicidade ou pluralidade e
estiver disponível para o exercício do voto e habilitada para a transferência, a revisão e a
segunda via;

Obs.: é a que está liberada e pode ser utilizada para o exercício do direito ao voto.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral VIII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

II – suspensa, quando, em razão de conscrição ou de suspensão de direitos políticos, a


inscrição estiver temporariamente indisponível para o exercício do voto, mas habilitada para
a transferência, a revisão e a segunda via;

Obs.: quando o eleitor incide nas hipóteses de suspensão dos direitos políticos (sofrer con-
denação criminal ou por improbidade ou recusar o cumprimento da obrigação legal),
ou quando um eleitor já alistado ingressa no serviço militar obrigatório e adquire a
condição de conscrito.

III – cancelada, quando a pessoa houver incorrido em uma das causas de cancelamento
previstas na legislação eleitoral, ficando a inscrição indisponível para o exercício do voto e
somente habilitada para a transferência ou a revisão nos casos previstos nesta Resolução;

Obs.: quando o eleito incidir em uma das hipóteses previstas no art. 71 do Código Eleitoral.
5m

IV – coincidente, quando estiver agrupada em decorrência de semelhança de dados bio-


métricos ou biográficos identificada em batimento, e até a decisão da autoridade judiciária,

Obs.: quando há semelhança de identidade ou de dados biométricos de duas inscrições


distintas. Nesse caso, instaura-se um procedimento de batimento e, até que haja
uma decisão judicial, a inscrição permanece em situação de coincidência.

É vedada a transferência e a revisão de inscrição envolvida em coincidência ou cance-


lada em decorrência de perda de direitos políticos ou por decisão de autoridade judiciária.

Obs.: no caso de inscrição eleitoral cancelada é possível a revisão e a transferência, mas


se o cancelamento for decorrente da perda da nacionalidade brasileira, não se admi-
te transferência e revisão ­– ou quando houver uma ordem do juiz eleitoral.

Será admitida transferência e revisão com reutilização do número de inscrição cancelada


por motivo de falecimento, duplicidade ou pluralidade, não exercício do voto em três eleições
consecutivas e revisão de eleitorado, desde que comprovada a inexistência de outra inscri-
ção liberada, não liberada, regular ou suspensa, em nome da pessoa.
10m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral VIII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Obs.: os casos de duplicidade e pluralidade são casos em que uma mesma pessoa possui
mais de uma inscrição eleitoral. Nesse caso, assim como nos demais casos acima,
essas inscrições são canceladas e é possível reutilizar esses números de inscrição.

ATENÇÃO
O Código Eleitoral expressamente dispõe que, dentro dos 100 dias antes da data das elei-
ções não se admite transferência, alistamento e revisão. Essa decisão, porém, foi revoga-
da. Agora, o art. 92 da Lei 9.504 prevê um período de estabilização do cadastro no período
de 150 dias antes da data das eleições. Isso acontece para que a justiça eleitoral tenha um
período para regularizar todas as informações e se preparar para as eleições.

Dentro dos 150 dias anteriores à data da eleição, não serão recebidos requerimentos de
alistamento, transferência ou revisão.

Obs.: nesse período, não há proibição para segunda via do título.

ALISTAMENTO

O alistamento será realizado quando a pessoa requerer inscrição e:


I – em seu nome não for identificada inscrição em nenhuma zona eleitoral do país ou no
exterior; ou
15m
II – a única inscrição localizada em seu nome estiver cancelada por determinação de
autoridade judiciária.

Obs.: neste caso, o eleitor que estiver com sua inscrição cancelada também deve pedir
alistamento.

Do Alistamento

Obs.: toda vez que um eleitor requer o alistamento eleitoral, seja o que não tem inscrição,
seja o que tem inscrição cancelada, é necessário demonstrar à justiça eleitoral que
preenche os requisitos constitucionais para se tornar um cidadão brasileiro.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral VIII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Para o alistamento, a pessoa requerente apresentará um ou mais dos seguintes docu-


mentos de identificação:
I – carteira de identidade ou carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, contro-
ladores do exercício profissional;

Obs.: a carteira da OAB, ou de um Conselho Médico expedida pelo Conselho de Medicina,


por exemplo.

II – certidão de nascimento ou de casamento expedida no Brasil ou registrada em repar-


tição diplomática brasileira e transladada para o registro civil, conforme a legislação própria.
III – documento público do qual se infira ter a pessoa requerente a idade mínima de 15
anos, e do qual constem os demais elementos necessários à sua qualificação;

Obs.: a Constituição prevê a idade mínima de 16 anos. Mas, segundo a Resolução, é pos-
sível o alistamento de quem tem 15 anos. Desse modo, seu título eleitoral só passará
a produzir efeitos quando completar os 16 anos de idade.

IV – documento congênere ao registro civil, expedido pela FUNAI;


V – documento do qual se infira a nacionalidade brasileira, originária ou adquirida, da
pessoa requerente;
VI – publicação oficial da Portaria do Ministro da Justiça e o documento de identidade,
para as pessoas portuguesas que tenham obtido o gozo dos direitos políticos no Brasil.

Obs.: para os brasileiros homens, com mais de 18 anos de idade, é exigível ainda a apre-
sentação de um documento que indique que as obrigações militares estão em dia.

A apresentação de certificado de quitação militar somente é obrigatória para alistandos


do gênero masculino que pertençam à classe dos conscritos.
Pode se alistar eleitor, independentemente da apresentação do certificado de quitação
correspondente, o brasileiro para o qual:
a) ainda não tenha se iniciado o período de conscrição, ainda que, completados 18 anos,
esteja em curso o prazo de apresentação ao órgão de alistamento militar; e
20m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral VIII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

b) após 31 de dezembro do ano que completar 45 anos, tenha findado o período de cons-
crição, mesmo que permaneça sujeito ao serviço militar obrigatório, nos termos da legisla-
ção militar.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 5
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral IX
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – RESOLUÇÃO N. 23.659/2021 – ALISTAMENTO


ELEITORAL IX

ALISTAMENTO ELEITORAL

Hoje, veremos um tema muito cobrado em questões de concurso de Direito Eleitoral: a


Transferência Eleitoral.
Todas as vezes que um eleitor alistado fixa seu domicílio eleitoral – essa eleição se dá no
ato do alistamento, uma vez que o requerimento alistamento eleitoral é apresentado perante
o juiz eleitoral do domicilio eleitoral em questão – sua alteração depende do procedimento
chamado transferência eleitoral.
Assim, segundo a Resolução n. 23.659 do TSE:

Da Transferência Eleitoral

Obs.: a transferência eleitoral é uma mudança de domicilio eleitoral que envolva a mudan-
ça de município. Caso o pedido seja de alteração de local de votação, ou seja, dentro
do mesmo município, chamamos de revisão.

A transferência só será admitida se satisfeitas as seguintes exigências:


I – apresentação do requerimento perante a unidade de atendimento da Justiça Eleitoral
do novo domicílio no prazo estabelecido pela legislação vigente;

Obs.: o prazo, como vimos, é até o 151º dia antes da data das eleições, visto que há o pe-
ríodo de 150 dias de estabilização do cadastro eleitoral.

II – transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência;

Obs.: isso acontece para garantir uma maior perenidade ao cadastro eleitoral e evitar cons-
tantes modificações.

III – tempo mínimo de três meses de vínculo com o município;


5m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral IX
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Obs.: o conceito de domicílio eleitoral está diretamente relacionado à existência de víncu-


los sociais, patrimoniais e familiares entre os políticos, o requerente e o município.
Não é sequer necessário morar em um município para lá estabelecer seu domicílio
eleitoral, pois isso depende dos vínculos anteriormente citados.

IV – quitação eleitoral.

Obs.: esse conceito está contido no art. 11, § 7º da Lei N. 9.504/97, a Lei das Eleições.
Ela estabelece que a quitação eleitoral é entendida como o eleitor comparecer às
votações (quando obrigatórias), ter sua ausência justificada, ter comparecido às con-
vocações da Justiça Eleitoral e ter pago multas Eleitorais ou requerido seu parcela-
mento e estar em dia com tal.

Assim, para pedir a transferência eleitoral, os quatro requisitos acima citados devem ser
preenchidos cumulativamente. Existem, porém, algumas exceções onde há a flexibilização
desses requisitos.
10m
Nos casos que serão listados a seguir, a transferência depende apenas da quitação elei-
toral e do pedido ser formulado dentro do prazo de até 151 dias antes da eleição.
Os prazos previstos nos incisos II e III deste artigo não se aplicam à transferência
eleitoral de:
a) servidora ou servidor público civil e militar ou de membro de sua família, por motivo de
remoção, transferência ou posse (Lei n. 6.996/1982, art. 8º, parágrafo único); e
b) indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, trabalhadoras e trabalhadores rurais
safristas e pessoas que tenham sido forçadas, em razão de tragédia ambiental, a mudar sua
residência.

Obs.: esta segunda hipótese não existia anteriormente e foi criada pelo TSE com base na
isonomia material.

Da Revisão

Obs.: é uma mudança do local de votação na qual não há a mudança de município. Ou


seja, ela ocorre dentro de um mesmo território.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral IX
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Será realizada a operação de revisão quando a pessoa necessitar:


I – alterar o local de votação no mesmo município, ainda que não haja mudança de zona
eleitoral;
15m

Obs.: alguns municípios, em razão de sua extensão ou do grande número de eleitores, são
divididos em mais de uma zona eleitoral, como São Paulo, por exemplo. Nesse caso,
alterar o local de votação de uma zona para outra também é chamado de revisão,
assim como também seria se a alteração se desse para outro local dentro da mesma
zona eleitoral.

II – retificar os dados pessoais; ou,

Obs.: quando alguém quer mudar seus dados pessoais.

III – nas hipóteses em que for permitida a reutilização do número de inscrição, regularizar
a situação de inscrição cancelada.

A revisão poderá ser processada independentemente da existência de pendência relativa


à quitação eleitoral.

Obs.: na Transferência, por exemplo, caso o eleitor não preencha o requisito da quitação,
seu pedido será indeferido. Já na revisão, ainda que o eleitor não esteja em dia com
suas pendências eleitorais, seu pedido será processado.

Da Segunda Via

Obs.: é a última operação que veremos. É uma nova emissão do título eleitoral.

No caso de perda, extravio, inutilização ou dilaceração do título eleitoral, a pessoa que


possuir inscrição regular ou suspensa poderá requerer ao juízo de seu domicílio eleitoral a
expedição de segunda via do título eleitoral.
20m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral IX
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ATENÇÃO
Até os eleitores que estão com a inscrição suspensa podem requerer a emissão da segun-
da via do título eleitoral.

Alternativamente à segunda via, poderá ser emitida a via digital do título eleitoral por meio
de aplicativo da Justiça Eleitoral ou reimpresso o documento a partir do sítio eletrônico do
tribunal eleitoral.

Obs.: ou seja, a emissão da segunda via dispensa a ida ao Cartório Eleitoral. O eleitor pode
utilizar o app de celular da Justiça Eleitoral ou reimprimir seu próprio título.

A emissão de segunda via se dará a qualquer tempo e poderá ser efetivada mesmo se
existir pendência relativa à quitação eleitoral, hipótese na qual não se inativará o comando
ASE respectivo.

ATENÇÃO
A segunda via pode ser pedida a qualquer tempo, diferentemente dos outros pedidos que
devem ser feitos no prazo de 150 dias antes da data da eleição.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução Nº 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral X
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – RESOLUÇÃO Nº 23.659/2021 – ALISTAMENTO


ELEITORAL X

LEGITIMIDADE PARA IMPUGNAR

“Transferência de Domicílio. (...) 3. Nos termos da Lei 6.992, de 1982 e do art. 18, § 5º
da Res. TSE n. 21.538, de 2003, da decisão que defere a transferência de domicilio eleito-
ral ‘poderá recorrer qualquer delegado de partido político no prazo de dez dias, contados da
colocação da respectiva listagem à disposição dos partidos, o que deverá ocorrer nos dias
1º e 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham sido exibidas ao
requerente antes dessas datas e mesmo que os partidos não as consultem (Lei n. 6.996/82,
art. 8º)’.”

RECURSO

Art. 57. Qualquer partido político e o Ministério Público Eleitoral poderão interpor
recurso contra o deferimento do alistamento ou da transferência, no prazo de 10 dias, con-
tados da disponibilização da listagem prevista no art. 54 desta Resolução.

Art. 58. Indeferido o alistamento ou a transferência, poderão interpor recurso, no prazo


de 5 dias:
a) o eleitor ou a eleitora, contando-se o prazo respectivo a partir da data em que for rea-
lizada a notificação sob uma das formas previstas no art. 55 desta Resolução;
b) o Ministério Público Eleitoral, fluindo o prazo respectivo da disponibilização da lista-
gem prevista no art. 54 desta Resolução.

Obs.: notam-se pequenas distinções entre o recurso a ser interposto quando o alistamento
ou transferência é deferido e quando não é. É indispensável a apresentação de um
documento oficial com foto, além do título de eleitor, na hora de votar.
5m

TÍTULO ELEITORAL

Art. 68. A via impressa do título eleitoral será confeccionada com informações, caracte-
rísticas, formas e especificações constantes do modelo Anexo I.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução Nº 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral X
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Parágrafo único. Nos títulos eleitorais expedidos em decorrência da utilização da siste-


mática de coleta de dados biométricos constará a expressão “identificação biométrica”.

Art. 69. A via digital do título eleitoral será expedida por meio de aplicativo da Justiça
Eleitoral (“e-título” ou outro que venha a substituí-lo) e deverá observar as normas de acessi-
bilidade, na forma da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência e dos protocolos
técnicos aplicáveis.

Obs.: o aplicativo e-Título está presente tanto na AppStore quanto na PlayStore.

Art. 71. A validação da via digital do título de eleitor poderá ser realizada nas páginas do
Tribunal Superior Eleitoral e dos tribunais regionais eleitorais na internet, ou pela leitura do
QR Code disponível no próprio aplicativo.

Art. 72. O eleitor ou a eleitora que tenha biometria registrada na Justiça Eleitoral poderá
utilizar a via digital do título de eleitor como identificação para fins de votação, devendo res-
peitar a vedação legal ao porte de aparelho de telefonia celular dentro da cabine de votação.
10m

Obs.: o e-Título é um documento oficial com foto e pode ser utilizado na hora de votar

Art. 74. O eleitor ou a eleitora que possua inscrição eleitoral regular ou suspensa poderá
solicitar, a qualquer tempo:

Obs.: antes havia um prazo para a obtenção da segunda via. Todavia, o Código Eleitoral
exige um prazo para que o cidadão solicite uma segunda via ao Juiz de direito elei-
toral da sua região. A via digital do título, entretanto, pode se dar a qualquer tempo,
desde que se tenha a posse de um smartphone. A data de emissão do título é o dia
da última operação eleitoral efetivada.

I – a impressão do título eleitoral; e


II – a via digital do título eleitoral, por meio do aplicativo.
§ 1º Constará como data de emissão do título, seja a via impressa ou digital, a do reque-
rimento da última operação eleitoral efetivada.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução Nº 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral X
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Obs.: é possível a emissão do título mesmo para quem não está quite com a Justiça Elei-
toral, inclusive para quem incide nas hipóteses de suspensão do direito político.
15m

§ 2º O título eleitoral impresso ou digital comprova o alistamento e a existência de inscri-


ção regular ou suspensa na data de sua emissão, mas não faz prova da quitação eleitoral ou
da regularidade de obrigações eleitorais específicas.
§ 3º A via impressa do título somente será entregue pela(o) atendente da Justiça Eleitoral
à pessoa eleitora, vedada a interferência ou intermediação de terceiros.

FISCALIZAÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 75. Os partidos políticos, por suas delegadas e seus delegados, poderão:

Obs.: partido político pode ser definido como uma entidade formada pela livre associa-
ção de pessoas, com uma ideologia em comum, cujas finalidades são assegurar,
no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e
defender os direitos humanos fundamentais. Os partidos políticos são entidades de
direito privado.

I – acompanhar os requerimentos de alistamento, transferência, revisão, segunda via e


quaisquer outros, bem como a emissão e entrega de via física de títulos eleitorais, previstos
nesta Resolução;
II – requerer cancelamento de inscrição eleitoral com fundamento em inobservância de
requisito legal, observado o procedimento previsto nos arts. 63 a 65 desta Resolução;
20m
III – examinar, mediante assinatura de termo de confidencialidade dos dados pessoais
a que tenha acesso, sem perturbação dos serviços e na presença de servidor ou servidora,
os documentos relativos às operações de alistamento, transferência, revisão, segunda via e
revisão de eleitorado, deles podendo requerer cópia, de forma fundamentada à autoridade
judiciária, sem ônus para a Justiça Eleitoral.

Art. 76. Para os fins do art. 75 desta Resolução, os partidos políticos poderão manter até
quatro delegados ou delegadas perante o tribunal regional eleitoral e até três delegados ou
delegadas em cada zona eleitoral, que se revezarão, não sendo permitida a atuação simul-
tânea de mais de um(a) de cada partido.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução Nº 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral X
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

§ 1º As indicações de delegados e delegas serão feitas pela respectiva esfera partidária


por meio de anotação em sistema próprio da Justiça Eleitoral de gerenciamento de informa-
ções relativas a partidos políticos.
§ 2º O delegado ou a delegada indicado(a) para atuar perante o tribunal regional eleitoral
poderão representar o partido, na circunscrição, diante de qualquer juízo eleitoral.
§ 3º Havendo a solicitação de permanência de delegados ou delegadas de mais de três
partidos em um cartório eleitoral, o juízo eleitoral poderá instituir escala de revezamento, a
fim de não prejudicar os trabalhos cartorários.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução Nº 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral XI
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – RESOLUÇÃO Nº 23.659/2021 – ALISTAMENTO


ELEITORAL XI

PROCESSAMENTO DAS INCONFORMIDADES

Art. 87. Identificada situação em que a mesma pessoa possua duas ou mais inscrições
eleitorais liberadas ou regulares, agrupadas ou não pelo batimento de dados biográficos, o
cancelamento recairá, preferencialmente, na seguinte ordem:

Obs.: este artigo faz referência ao art. 75 do Código Eleitoral.

I – na inscrição mais recente, efetuada contrariamente às instruções em vigor;

Obs.: estas instruções estão contidas nesta mesma Resolução. Já houveram concursos
da FCC em que, inicialmente, foi apontada como alternativa correta para uma regra
preferencial para o problema das moralidades e duplicidades o cancelamento mais
recente, em contrariedade às instruções em vigor.
5m

II – na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral do eleitor ou da eleitora;

Obs.: em casos de vínculos com mais de uma Zona Eleitoral, utiliza-se a regra que está
contida no inciso III.

III – na inscrição que não foi utilizada para o exercício do voto pela última vez;
IV – na mais antiga.

APURAÇÃO DE ILÍCITO ELEITORAL

Art. 91. Confirmada a existência de duas ou mais inscrições em cada grupo relativas a
uma mesma pessoa e afastada a hipótese de evidente falha dos serviços eleitorais, o Minis-
tério Público Eleitoral será comunicado para avaliar a existência de indícios de ilícito penal
eleitoral e, se for o caso, requisitar à Polícia Federal a instauração de inquérito policial.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução Nº 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral XI
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Obs.: quando um eleitor possuir mais de duas inscrições eleitorais, é necessário que se
investigue a possibilidade de crime, como em uma expedição fraudulenta de título de
eleitor, havendo necessidade de dolo para configurar crime.

§ 1º O disposto no caput deste artigo não prejudica a requisição da instauração do inqué-


rito por iniciativa de autoridade judiciária.
10m
§ 2º Quando no local da infração não existirem órgãos da Polícia Federal, a Polícia do
respectivo Estado terá atuação supletiva.
§ 3º Concluído o inquérito ou requerida a dilação de prazo para a sua conclusão, a autori-
dade policial que o presidir encaminhará os autos ao juízo eleitoral ao qual couber a decisão
na esfera penal, que os remeterá ao Ministério Público Eleitoral para, conforme o caso, mani-
festar-se sobre o pedido de dilação do prazo, oferecer denúncia ou requerer o arquivamento
do inquérito.
§ 4º Arquivado o inquérito ou julgada a ação penal, o juízo eleitoral, comunicará a deci-
são à autoridade judiciária competente para adoção de medidas cabíveis na esfera admi-
nistrativa.

COMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO DAS INCONFORMIDADES

Art. 92. A decisão administrativa das duplicidades e pluralidades de inscrições identifica-


das pelo batimento biográfico, agrupadas ou não pelo batimento, inclusive quando relaciona-
das a pessoas que estão com seus direitos políticos suspensos, caberá:
I – no tocante às duplicidades, ao juízo da zona eleitoral a que estiver vinculada a inscri-
ção mais recente (Tipo 1D), ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1º a 3º deste artigo;
II – no tocante às pluralidades:
a) ao juízo da zona eleitoral, quando envolver inscrições efetuadas em uma mesma
zona eleitoral (Tipo 1P);
b) à corregedoria regional eleitoral, quando envolver inscrições efetuadas entre zonas
eleitorais de um mesmo Estado ou do Distrito Federal (Tipo 2P);
c) à Corregedoria-Geral Eleitoral, quando envolver inscrições efetuadas em zonas elei-
torais de Estados diversos (Tipo 3P).
15m

Art. 94. Contra as decisões administrativas de que tratam os arts. 92 e 93 desta Resolu-
ção será cabível recurso, no prazo de 3 dias, sendo competente para sua apreciação:
I – a corregedoria regional eleitoral, quando a decisão recorrida houver sido proferida por
juiz eleitoral de sua circunscrição;
II – a Corregedoria-Geral Eleitoral, quando a decisão recorrida houver sido proferida pela
corregedoria regional.

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução Nº 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral XI
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CORREIÇÃO DE ELEITORADO

Art. 102. A correição de eleitorado poderá ser determinada, observada a conveniência e


a disponibilidade de recursos:

Obs.: havendo denúncia fundamentada de fraude no alistamento de uma zona ou mu-


nicípio, o Tribunal Regional Eleitoral poderá determinar a realização de correição
e, provada a fraude em proporção comprometedora, ordenará a revisão do eleito-
rado, obedecidas as instruções do Tribunal Superior Eleitoral, com o cancelamento
de ofício das inscrições correspondentes aos títulos que não forem apresentados
à revisão.

I – pela Corregedoria-Geral Eleitoral, quando:


a) o total de transferências ocorridas no ano em curso seja 10% superior ao do ano anterior;
b) o eleitorado for superior ao dobro da população entre dez e quinze anos, somada à de
idade superior a setenta anos do território daquele município; e
20m

Obs.: E > 2 x (10 e 15 anos + 70 anos ou mais).

c) o eleitorado for superior a 65% e menor ou igual a 80% da população projetada para
aquele ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
II – pela corregedoria regional, quando houver indícios consistentes ou denúncia funda-
mentada de fraude ou outras irregularidades no alistamento em zona ou município.

Obs.: a disposição sobre a correição do eleitorado após a Res. 23.659/2021 passou a ser
discricionária, sendo que esta era um ato vinculado de ofício na Lei 9.504/97 e passa
a ser um ato discricionário quando há disponibilidade de recursos para o TCE. A Lei
9.504/97 também estabelece que a revisão só deve ocorrer quando o eleitorado for
superior a 65%, não dispondo nada sobre a porcentagem igual a 80% da população.
25m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução Nº 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral XI
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

REVISÃO DE ELEITORADO

Art. 104. Se na correição do eleitorado for comprovada a fraude em proporção que com-
prometa a higidez do Cadastro Eleitoral, o tribunal regional eleitoral, comunicando a decisão
ao Tribunal Superior Eleitoral, ordenará a revisão do eleitorado, obedecidas as instruções
contidas nesta Resolução e as recomendações que subsidiariamente baixar.
§ 1º A execução da revisão de eleitorado com fundamento no caput deste artigo depen-
derá da existência de dotação orçamentária, a ser avaliada após já destacados os recursos
para as revisões de ofício.

Art. 105. O Tribunal Superior Eleitoral poderá, de ofício, determinar a revisão do eleito-
rado do município, observada a conveniência e a disponibilidade de recursos, quando:
I – o total de transferências ocorridas no ano em curso seja 10% superior ao do ano anterior;
II – o eleitorado for superior ao dobro da população entre dez e quinze anos, somada à
de idade superior a setenta anos do território daquele município; e
III – o eleitorado for superior a 80% da população projetada para aquele ano pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
30m

Art. 107. Não será realizada revisão de eleitorado:


I – em ano eleitoral, salvo se iniciado o procedimento revisional no ano anterior ou se,
verificada situação excepcional, o Tribunal Superior Eleitoral autorizar que a ele se dê início; e
II – que abranja apenas parcialmente o território do município, ainda que seja este divi-
dido em mais de uma zona eleitoral.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução Nº 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral XII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – RESOLUÇÃO Nº 23.659/2021 – ALISTAMENTO


ELEITORAL XII

OBRIGATORIEDADE DO VOTO

A obrigatoriedade do voto nas eleições é um tema recorrente nas discussões de direito,


uma vez que há um fundamento ideológico que sustenta a quebra do princípio da liberdade
de ir e vir dos cidadãos. O cidadão, na verdade, não decide se quer ou não votar, se quer ou
não expressar sua vontade política.
A obrigatoriedade de votação decorre da opção constitucional de manter esse caráter,
que foi instituído ainda na Constituição de 1932 e está consubstanciada na Lei n. 4.737, de
15 de julho de 1965, especificamente no seu artigo 6º que dispõe:

Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo, salvo:
I – quanto ao alistamento:
a) os inválidos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os que se encontrem fora do país.
II – quanto ao voto:
a) os enfermos;
b) os que se encontrem fora do seu domicílio;
c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar.

AUSÊNCIA ÀS URNAS

Art. 126. Incorrerá em multa a ser arbitrada pelo juiz ou pela juíza eleitoral e cobrada na
forma prevista na legislação eleitoral e nas normas do Tribunal Superior Eleitoral que dispu-
serem sobre a matéria o eleitor ou a eleitora que deixar de votar e:
I – não se justificar, nos seguintes prazos:
a) 60 dias, contados do dia da eleição; e

Obs.: para os eleitores que estão dentro do país.


ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução Nº 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral XII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

b) 30 dias, contados do seu retorno ao país, no caso de se encontrar no exterior na data


do pleito, salvo se lhe for mais benéfico o prazo da alínea a deste inciso.

Obs.: para os eleitores que estão fora do país.


5m

II – tiver o processamento de seu pedido de justificativa rejeitado pelo sistema, em razão


do preenchimento com dados insuficientes ou inexatos, que impossibilitem sua identificação
no cadastro eleitoral;

Obs.: a justificativa é válida somente para o turno ao qual o eleitor não compareceu por
estar fora de seu domicílio eleitoral. Assim, caso tenha deixado de votar no primeiro e
no segundo turno da eleição, terá de justificar a ausência a cada um, separadamen-
te, obedecendo aos mesmos requisitos e prazos de cada turno.

III – tiver seu pedido de justificativa indeferido pelo juiz ou pela juíza da zona a que per-
tence sua inscrição eleitoral.

Obs.: o eleitor pode justificar a ausência às eleições tantas vezes quantas forem necessá-
rias, mas deve estar atento a eventual revisão do eleitorado no município onde for
inscrito, visto que o não atendimento à convocação da Justiça Eleitoral para esse
levará ao cancelamento de seu título eleitoral. Além disso, o formulário RJE preenchi-
do com dados incorretos, que não permitam a identificação do eleitor, não será hábil
para justificar a ausência na eleição (Res. TSE n. 23.611, de 2019, art. 127, § 3º).
10m

Art. 127. A fixação da multa observará a variação entre o mínimo de 3% e o máximo de


10% do valor utilizado como base de cálculo, podendo ser decuplicado em razão da situação
econômica do eleitor ou da eleitora.

Obs.: há uma vedação expressa na Constituição Federal para a fixação de porcentagens


de multas e afins baseadas no valor do salário-mínimo.

§ 1º Para fins de fixação da multa, considera-se como uma eleição cada um dos turnos
do pleito, inclusive em caso de renovação das eleições, bem como o dia de votação em ple-
biscito ou referendo.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução Nº 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral XII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Obs.: portanto, deixando de votar nos dois turnos, o indivíduo em questão irá receber duas
multas, sendo que a sua situação econômica também será levada em conta em am-
bas as sanções aplicadas.
15m

§ 2º Antes de arbitrada a multa pelo juízo competente, o eleitor ou a eleitora que preten-
der obter certidão de quitação ou requerer operação por meio do serviço disponibilizado no
sítio do Tribunal Superior Eleitoral poderá quitá-la pelo pagamento do valor máximo, corres-
pondente a 10% do valor utilizado como base de cálculo.
§ 3º A pessoa que declarar, sob as penas da lei, perante qualquer juízo eleitoral, seu
estado de pobreza ficará isento do pagamento da multa por ausência às urnas.

Obs.: caso está declaração seja falsa, caracterizar-se-á o crime de falsidade ideológica
eleitoral, havendo de ser aplicadas as devidas sanções criminais.

Art. 129. A pessoa que deixar de se apresentar aos trabalhos eleitorais para os quais foi
convocada e não se justificar perante o juízo eleitoral nos 30 dias seguintes ao pleito incor-
rerá em multa.
§ 1º A fixação da multa a que se refere o caput observará a variação entre o mínimo de
10% e o máximo de 50% do valor utilizado como base de cálculo, podendo ser decuplicada
em razão da situação econômica do eleitor ou eleitora, ficando o valor final sujeito a duplica-
ção em caso de:
20m

Obs.: “decuplicada” significa multiplicada por dez.

a) a mesa receptora deixar de funcionar por sua culpa; ou


b) a pessoa abandonar os trabalhos no decurso da votação sem justa causa, hipótese na
qual o prazo aplicável para a apresentação de justificativa será de 3 dias após a ocorrência.
§ 2º A aplicação da multa de que trata este artigo observará, no que couber, o disposto
nos §§ 1º a 3º do art. 127 desta Resolução. § 3º Recolhida a multa, será observado o previsto
no art. 128 desta Resolução.

Obs.: para o eleitor que não votar, justificar e pagar as multas por três eleições consecu-
tivas terá o cancelamento da sua inscrição eleitoral, presumindo-se a sua morte ou
desaparecimento.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução Nº 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral XII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

AUSÊNCIA A TRÊS ELEIÇÕES CONSECUTIVAS

Art. 130. Será cancelada a inscrição do eleitor ou da eleitora que se abstiver de votar em
três eleições consecutivas, salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado
o pagamento de multa.
25m

Obs.: consideram-se de forma isolada cada um dos turnos de votação como sendo uma
eleição por si só.

§ 1º Para fins de contagem das três eleições consecutivas, considera-se como uma elei-
ção cada um dos turnos do pleito.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput deste artigo às pessoas para as quais:
a) o exercício do voto seja facultativo;
b) em razão de deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o exercí-
cio do voto, tenha sido lançado o comando a que se refere a alínea b do § 1º do art. 15 desta
Resolução; ou

Obs.: este eleitor ou seu representante irá comparecer à Justiça Eleitoral antes da eleição,
comprovando a deficiência que impossibilita o voto.

c) em razão da suspensão de direitos políticos, o exercício do voto esteja impedido.


30m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral XIII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CÓDIGO ELEITORAL – RESOLUÇÃO N. 23.659/2021 – ALISTAMENTO


ELEITORAL XIII

Cancelamento − retirada do nome do cidadão do rol dos eleitores.

• Art. 78, CE

Exclusão − processo através do qual se realiza o cancelamento da inscrição eleitoral.

• Art. 177, CE

Pode ser iniciado de ofício, ou por iniciativa de qualquer interessado, mediante comuni-
cação por escrito ao juiz eleitoral (art. 73, CE).
Após o cancelamento, uma vez cessada a causa, não há o restabelecimento automático.
De acordo com o entendimento doutrinário, o cancelamento da inscrição eleitoral é uma
decisão do juiz eleitoral de reconhecimento de que o eleitor incidiu em algumas hipóteses
previstas no art. 71 do Código Eleitoral. No cancelamento da inscrição eleitoral, o eleitor dei-
xará de ter uma inscrição liberada e regular no cadastro eleitoral.
Um exemplo de hipótese que leva ao cancelamento é o falecimento do eleitor. Nesse
caso, como meio de evitar que essa inscrição seja usada indevidamente para alguém votar,
a inscrição do eleitor falecido perde a sua qualidade de inscrição regular e liberada. Por outro
lado, há também a exclusão. Segundo a doutrina, exclusão é o procedimento administrativo
instaurado quando ocorrer uma das hipóteses de cancelamento da inscrição. Logo, a Justiça
Eleitoral, sendo noticiada da ocorrência de uma das hipóteses de cancelamento, instaura o
processo de exclusão. É garantido ao eleitor o contraditório, ou seja, a possibilidade de se
defender dentro do processo. Ao final do processo de exclusão, há a decisão do juiz eleitoral,
que poderá ser uma decisão de cancelamento da inscrição eleitoral.
Por estar diante de uma manifestação da função administrativa da Justiça Eleitoral, o juiz
eleitoral, todas as vezes que tiver ciência da ocorrência de uma das causas de cancelamento
da inscrição eleitoral, deve de ofício determinar a instauração do processo de exclusão.
5m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral XIII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Quando não houver mais a causa que motivou o cancelamento da inscrição eleitoral, não
existe restabelecimento de ofício para o reestabelecimento de uma inscrição eleitoral cance-
lada. Nesse caso, o eleitor deve formular um pedido de reestabelecimento da sua inscrição
para que o juiz eleitoral a regularize.

Causas de Cancelamento

• Suspensão ou perda dos direitos políticos; (art. 15, CF);


• Falta no recadastramento eleitoral; (art. 71, § 4º, in fine, CE);
• Deixar de votar em 3 eleições consecutivas;
• Falecimento;
• Pluralidade e duplicidade de alistamento.

De acordo com o art. 71 do Código Eleitoral, a primeira hipótese que leva ao cancela-
mento ocorre quando houver uma infração aos arts. 5º e 42 do Código Eleitoral. O art. 5º
trata do alistamento proibido e o art. 42 trata do domicílio eleitoral. Logo, com a aplicação
da primeira regra contida no art. 71, inciso I, quando alguém proibido de se alistar possui
inscrição eleitoral, é preciso instaurar um processo de exclusão e ser determinado o cance-
lamento. Exemplos de inscrições eleitorais indevidas são o alistamento de estrangeiro ou
quando um eleitor requer a sua inscrição eleitoral na zona não correspondente ao seu domi-
cílio eleitoral.
10m
O Código Eleitoral define que, quando o eleitor incidir em uma das hipóteses de perda ou
de suspensão dos direitos políticos, deve-se cancelar a sua inscrição eleitoral. No entanto, o
art. 15 da Constituição Federal afirma que é vedada a cassação de direitos políticos e que os
casos de perda ou de suspensão desses direitos só se darão nos casos de cancelamento da
naturalização por sentença judicial transitada em julgado; incapacidade civil absoluta; con-
denação criminal transitada em julgado, enquanto durarem os seus efeitos; recusa do cum-
primento da obrigação legal a todos imposta e da prestação alternativa, observado o art. 5,
inciso VIII da Constituição Federal; e improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º
da Constituição Federal. Para o Código Eleitoral, em qualquer uma dessas cinco hipóteses, é
preciso cancelar a inscrição eleitoral. No entanto, o TSE, na resolução n. 23.659/2021, afirma
que o eleitor que incidir nas hipóteses de suspensão de direitos políticos pode requerer a sua
inscrição eleitoral. Logo, de acordo com essa resolução, a suspensão dos direitos políticos
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral XIII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

não é mais uma causa de cancelamento da inscrição eleitoral, mas só haverá cancelamento
da inscrição se houver perda dos direitos políticos, ou seja, perda da nacionalidade.
A contradição entre as leis acima podem causar confusão no momento da prova. Logo,
diante de questões genéricas, que não expressam a base normativa na qual se pautam, utili-
za-se o Código Eleitoral como base para respondê-las. No entanto, se o examinador expres-
samente usar como parâmetro a resolução n. 23.659/2021, é preciso usar a resolução para
resolver a questão.
15m
Outra hipótese que leva ao cancelamento da inscrição eleitoral ocorre quando um eleitor
faltar ao recadastramento eleitoral. Apesar de não estar previsto expressamente no art. 71,
se o eleitor for convocado a participar de um recadastramento eleitoral e deixa de compare-
cer, deve-se cancelar de ofício a sua inscrição eleitoral.
A próxima hipótese ocorre quando o eleitor deixar de votar em 3 eleições consecutivas.
Conforme o Código Eleitoral é causa de cancelamento deixar de votar em 3 eleições con-
secutivas, mas, para ocorrer o cancelamento, o eleitor deve deixar de votar, não justificar a
ausência e não pagar a multa. Essa hipótese de cancelamento foi criada com a finalidade de
extirpar do cadastro as restrições eleitorais atribuídas a eleitores falecidos.
20m
A aplicação dessa hipótese de cancelamento não é aplicável para os eleitores cujo voto
é facultativo.
Entre as hipóteses de cancelamento da inscrição eleitoral está o falecimento. Os oficiais
do registro civil são obrigados a comunicar à Justiça Eleitoral, até o dia 15 de cada mês,
todos os óbitos ocorridos de eleitores alistáveis, na circunscrição em que atua. Se o oficial
do cartório descumprir com essa obrigação, estará cometendo crime previsto no art. 293 do
Código Eleitoral.
A próxima hipótese de cancelamento é o caso de pluralidade e duplicidade de alista-
mento eleitoral. A pluralidade ocorre quando o eleitor tem mais de duas inscrições eleitorais
liberadas irregularmente no cadastro. A duplicidade, por sua vez, ocorre quando o eleitor tem
mais de duas inscrições liberadas de modo irregular. Para cada eleitor só se admite uma
inscrição eleitoral. Se for descoberto que há duplicidade ou pluralidade, deve-se instaurar
um procedimento para definir quais serão as inscrições eleitorais canceladas e qual será a
inscrição eleitoral mantida. A resolução n. 23.659/2021 e o Código Eleitoral estabeleceram
regras preferencias que devem ser utilizadas na da definição de quais inscrições devem ser
canceladas.
25m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral XIII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Cancelamento e Exclusão

• Suspensão ou perda dos direitos políticos;


• Art. 15 da CF/88;
• A autoridade que impuser essa pena providenciará para que o fato seja comunicado
ao Juiz Eleitoral da circunscrição que residir o réu;
• Nas hipóteses de perda ou suspensão dos direitos políticos, o juiz que impuser a pena
comunicará o fato ao juiz eleitoral da circunscrição em que residir o réu para que o pro-
cesso de exclusão possa ser instaurado (art. 71, § 2º, do CE) Alistamento Eleitoral;
• Falecimento do eleitor;
• Os oficiais do registro civil, sob pena de sanção penal, deve enviar, até o dia 15 de
cada mês, devem comunicar os óbitos ocorridos no mês anterior ao Juiz Eleitoral;
• A não comunicação de óbitos ao juiz eleitoral enseja a possibilidade de responsabiliza-
ção criminal.
• Pluralidade e Duplicidade − o cancelamento recairá sobre:
– A inscrição mais recente, efetuada contrariamente às instruções em vigor;
– A inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral;
– Naquela cujo título não tenha sido entregue ao eleitor;
– Naquela cujo título não tiver sido utilizado para o exercício do voto na última eleição;
– Na mais antiga.

A inscrição mais recente, em caso pluralidade ou da duplicidade da inscrição eleito-


ral, será cancelada se contrariar as regras do alistamento, ou seja, se violar a resolução n.
3.659/2021 do TSE. Contudo, se a inscrição mais recente foi realizada com a observância
das regras, não será cancelada.
Caso não tenha sido possível resolver o problema de duplicidade ou de pluralidade com
a primeira regra, passa-se então para a próxima regra: cancelar a inscrição que não cor-
responde ao domicílio eleitoral. Caso o eleitor tenha vínculos com todas as zonas eleitorais
nas quais é inscrito ou, até mesmo, se a duplicidade corresponder à mesma zona eleitoral,
então é preciso buscar a terceira regra, uma vez que a segunda não auxiliou a resolução
da questão.
A terceira regra não existe na resolução do alistamento eleitoral, mas apenas no Código
Eleitoral, trata-se da regra de que o título não foi entregue ao eleitor. Novamente, se essa
regra não resolver, parte-se para a quarta regra.
A quarta regra prevê o cancelamento do título que não tiver sido usado na última eleição.
Caso o eleitor não tenha exercido o seu direito de voto na última eleição ou usou todos os
seus títulos, parte-se para a última regra.
A quinta e última regra, por fim, propõe o cancelamento da inscrição eleitoral mais antiga.

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO ELEITORAL
Código Eleitoral – Resolução n. 23.659/2021 – Alistamento Eleitoral XIII
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

• Deixar de votar em três eleições consecutivas;


• Assegurado pela CF ao eleitor maior de 70 anos o exercício facultativo do voto, não se
pode impor, por resolução, ao eleitor com idade superior a 80 anos obrigação visando
preservar a regularidade de sua inscrição eleitoral;
• A depuração do cadastro, com a finalidade de excluir inscrições atribuídas a pessoas
falecidas, deverá ser promovida em procedimentos específicos a partir das comunica-
ções mensais de óbitos a que estão obrigados os cartórios de registro civil ou defla-
grada de ofício pela Corregedoria Geral, observados, em qualquer caso, o contraditó-
rio e a ampla defesa;
• (RP n. 649; Rel. Min. Francisco Peçanha Martins);
• Inscrição eleitoral de inalistável.
• Conscritos;
• Estrangeiros;
• Inscrição eleitoral feita em local diverso do domicílio eleitoral do cidadão;
• Legitimidade para a propositura do cancelamento;
• Partidos políticos;
• Qualquer eleitor;
• Ministério Público; e
• Ex officio.

A instauração do processo de exclusão não impede o eleitor de votar.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 5

Você também pode gostar