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DIREITO TRIBUTÁRIO

IMUNIDADE

Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Imunidade
Maria Christina

Sumário
Aula 2: Imunidade Tributária............................................................................................3
1. Conceito de Imunidade.................................................................................................3
2. Diferenças Primordiais entre Imunidade Tributária e Isenções. . ...................................5
2.1. Criação......................................................................................................................5
2.2. Regulamentação......................................................................................................6
2.3. Não Haverá.............................................................................................................. 7
2.4. Cumprimento das Obrigações Acessórias................................................................8
2.5. Interpretação...........................................................................................................9
3. Erros no Texto Constitucional/Falsas Isenções. . ........................................................ 12
3.1. Art. 184, § 5º, CF.................................................................................................... 12
3.2. Art. 195, § 7º, CF. ................................................................................................... 13
4. Espécies de Imunidade Tributária.............................................................................. 14
4.1. Imunidades Previstas no Art. 150, VI, CF.. ............................................................... 15
4.2. Imunidade de Taxas................................................................................................44
4.3. Imunidade de Cide..................................................................................................45
4.4. Imunidade de Contribuição para Seguridade Social. . ...............................................46
4.5. Imunidades Específicas de ICMS.............................................................................49
4.6. Imunidade Específica de ITR................................................................................... 51
4.7. Imunidade Específica de ITBI. ..................................................................................52
Questões de Concurso...................................................................................................55
Gabarito....................................................................................................................... 58
Gabarito Comentado. .....................................................................................................59

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Imunidade
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AULA 2: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA


1. Conceito de Imunidade
Os princípios, assim como as imunidades tributárias, se configuram como uma Limita-
ção ao Poder de Tributar do Estado. Em que sentido? A Constituição tem como uma de suas
funções primordiais a realização da distribuição de competência legislativas, administrativas,
orçamentárias, financeiras, tributárias entre os quatro Entes Federativos.

Exemplo
A Constituição, em seu art. 156, I, atribuiu aos Municípios a competência para legislar sobre o
Imposto sobre a Propriedade Predial e territorial Urbana – IPTU. Dessa forma, se a União editar
uma lei instituindo o IPTU no Município X, essa lei será necessariamente inconstitucional haja
vista que não há hierarquia entre os Entes Federativos e trata-se, no caso, de um quesito de
competência atribuída pela Constituição aos Municípios.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I – propriedade predial e territorial urbana;

Exemplo
A Constituição, em seu art. 153, III, atribuiu à União a competência para legislar sobre o Impos-
to sobre a Renda e Proventos de qualquer natureza– IR. Assim, a União pode legislar, fiscalizar
e arrecadar o IR.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


III – renda e proventos de qualquer natureza;

No entanto, ao mesmo tempo que a Constituição atribuiu Poder de Tributar à União com
relação ao IR, o texto constitucional também nos traz regras de imunidade que visam delimitar
o exercício desta competência.
De que forma? A União possui competência para arrecadar imposto de renda com relação ao
faturamento auferido pela Padaria localizada em seu bairro. No entanto, caso deseje arrecadar
imposto de renda sobre os Templos de qualquer culto, a competência prevista constitucionalmen-
te não poderá ser exercida tendo em vista a regra de imunidade prevista no art. 150, VI, b, da CF.

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Ao passo que, se a União editar uma lei instituindo o IPTU no Município X, essa lei será
necessariamente inconstitucional haja vista que não há hierarquia entre os Entes Federativos
e trata-se, no caso, de um quesito de competência atribuída pela Constituição aos Municípios.
Por essa razão, Eduardo Sabbag conceitua as imunidades como sendo “uma delimitação
negativa da competência”1. Ou seja, as  regras de imunidades impedem que aquela compe-
tência inicialmente prevista na Constituição possa ser exercida barrando o início da relação
jurídica tributária que não poderá ser deflagrada.
Segundo Amílcar de Araújo Falcão imunidade é

Uma forma qualificada ou especial de não incidência, por supressão, na Constituição, da compe-
tência impositiva ou do poder de tributar, quando se configurem certos pressupostos, situações ou
circunstâncias previstas pelo estatuto supremo2.

Dessa forma, vemos que as regras de imunidade, traçadas constitucionalmente, impedem


que a competência seja exercida impedindo a incidência da lei em sentido formal sobre deter-
minado fato (imunidade musical) ou pessoa (imunidade dos templos).
Outro ponto de suma importância que deve ser analisado é que para o STF as imunidades
e os princípios tributários, por serem considerados limitações ao poder de tributar do Estado,
são elevados ao patamar de direitos e garantias individuais do contribuinte, portanto, matéria
de cláusula pétrea conforme disposto no artigo 60, § 4º, IV, da CF.
Desse modo, é inconcebível que se cogite uma extinção do instituto das imunidades sob
pena de flagrante violação ao artigo 60 da CF.

Art. 60.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
IV – os direitos e garantias individuais.

Questão 1 (CESPE/2019/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNI-


CIPAL) As imunidades recíprocas são limitações constitucionais ao poder de tributar e têm
status de cláusulas pétreas.3

1
SABBAG, Eduardo. Manual de Direto Tributário. 11 ed. 2019. Ed Saraiva. P. 304.
2
FALCÃO, Amilcar de Araújo. Fato gerador da obrigação tributária, 6 ed., p. 64.
3
Certo.

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2. Diferenças Primordiais entre Imunidade Tributária e Isenções

2.1. Criação

As imunidades tributárias, por serem consideradas direitos e garantias individuais do con-


tribuinte, portanto, matéria de cláusula pétrea, devem ser criadas, necessariamente, por uma
norma constitucional.
Por tal motivo, é inconcebível que se cogite uma extinção do instituto das imunidades sob
pena de flagrante violação ao artigo 60 da CF.

Contribuição Provisória sobre Movimentação ou CPMF (arts. 84 e 85, acrescentados ao


ADCT pelo art. 3º da EC 37, de 12-6-2002). Ausência de inconstitucionalidade material.
O § 4º, IV, do art. 60 da Constituição veda a deliberação quanto à proposta de emenda
tendente a abolir os direitos e garantias individuais. Proibida, assim, estaria a deliberação
de emenda que se destinasse a suprimir do texto constitucional o § 6º do art. 195, ou
que excluísse a aplicação desse preceito a uma hipótese em que, pela vontade do cons-
tituinte originário, devesse ele ser aplicado.

[ADI 2.666, rel. min. Ellen Gracie, j. 3-10-2002, P, DJ de 6-12-2002.]

As isenções, por sua vez, por serem causas de exclusão do crédito tributário conforme dis-
posto no artigo 175 do CTN, somente serão criadas por meio de lei em sentido formal, leia-se
por meio de lei ordinária – art. 176 do CTN.

Julgamento do STF:

O plenário do STF, 20/08/2014, julgou procedente a ADI de n. 773/RJ acerca do disposto


no art. 193 VI d referente a Constituição do estado do RJ que acrescentava a expressão
“e veículo de radiodifusão” a imunidade objetiva/imprensa prevista no artigo 150 VI d da
CF e Súmula 657 do STF.

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A vedação prevista no texto, atinente à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni-
cípios, limita-se aos impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão. Em matéria de imunidade, para os fins versados pelo constituinte, a norma do
art. 150, VI, ‘d’, há de ser observada na integralidade pelo Estado-membro.
A norma insculpida no art. 150, VI, ‘d’, da Constituição Federal, já foi reconhecida por esta
Corte como dotada de status de garantia de ordem instrumental, estando, dessarte, estri-
tamente vinculada à realização de postulados fundamentais da Carta Política.
É o que se nota de voto do Min. Celso de Mello no julgamento da ADI 939, Rel. Min. Sydney
Sanches, Pleno, DJ 18.3.94: “Não se pode desconhecer, dentro desse contexto, que as
imunidades tributárias de natureza política [art. 150, VI, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, da CF] destinam-se
a conferir efetividade a determinados direitos e garantias fundamentais reconhecidos e
assegurados às pessoas e às instituições.
É de se notar que a norma estadual, ao criar hipótese diferenciada de imunidade tributária,
restrita ao âmbito estadual, fere frontalmente o princípio da isonomia tributária (art. 150,
II, da CF). Eis que a imunidade tributária genérica concedida aos veículos de radiodifusão
pela Carta Estadual cria tratamento diferenciado a contribuintes do ente estadual sem
que haja qualquer situação fática diferenciada a justificá-lo.
A previsão de imunidade tributária outra que não a do art. 150, VI, ‘d’, da Constitui-
ção Federal, viola frontalmente o núcleo de distinta cláusula pétrea constitucional,
qual seja, o princípio da isonomia tributária (art. 150, II, da CF) violando, também,
o princípio federativo, ao afetar tributos regulamentados por legislação municipal e
federal.
Assim, é com essas premissas que afirmo serem os referidos dispositivos constitucio-
nais (art. 150, VI, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, da CF) verdadeiras normas de reprodução obrigatória.

2.2. Regulamentação

Conforme visto na aula de n. 1 – Princípios em Direito Tributário –, as normas gerais, expli-


cações, regulamentações, interpretações devem ser legisladas por meio de Lei Complementar
conforme disposto no artigo 146, III, da CF.

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Exemplo
A Constituição, em seu artigo 150, VI, alínea b, instituiu as imunidades sobre os templos de
qualquer culto e, caso seja necessário regulamentá-las para melhor o alcance do instituto,
deverá ser editada uma Lei Complementar para regular o Poder de Tributar do Estado confor-
me artigo 146, II, da CF.

Art. 146. Cabe à lei complementar:


II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

Exemplo
As isenções, como dito anteriormente, são instituídas por meio de Lei Ordinária. No entanto,
caso seja necessário regulamentá-las para melhor o alcance do instituto, deverá ser editada
uma Lei Complementar.

2.3. Não Haverá

As imunidades tributárias, limitadores do Poder de Tributar do Estado, são consideradas


uma forma de não incidência constitucional barrando o início da relação jurídica tributária que
sequer chegará a ser iniciada/deflagrada por estarem fora do campo de incidência do tributo.
As isenções, causas de exclusão do crédito tributário, são consideradas uma forma de
não incidência legal que, segundo o STF, faz nascer a ocorrência do fato gerador, bem como
a obrigação tributária, impedindo, no entanto, a ocorrência do lançamento para que o crédito
tributário não seja constituído.
Resumindo, as imunidades representam uma dispensa constitucional do tributo, enquanto
as isenções, uma dispensa legal.

Plenário conclui julgamento sobre imunidade tributária de entidades beneficentes: O


Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta quarta-feira (18) o julgamento
dos embargos de declaração no Recurso Extraordinário (RE) 566622, com repercussão
geral reconhecida, e nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 2028, 2036, 2228
e 2621, que discutem isenção tributária de entidades filantrópicas. Por maioria de votos,
os ministros acolheram os embargos no RE para esclarecer que apenas lei complemen-

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tar, que exige aprovação por maioria absoluta (metade mais um dos membros de cada
casa parlamentar), pode estabelecer as contrapartidas para que as entidades usufruam
da imunidade tributária prevista na Constituição Federal (artigo 195, parágrafo 7º).
De acordo com a decisão, os aspectos procedimentais da imunidade, relacionados à cer-
tificação, à fiscalização e ao controle das entidades beneficentes de assistência social
podem ser regulamentados por lei ordinária.
Em relação às ADIs 2028 e 2036, os embargos foram acolhidos por unanimidade apenas
para retirar a expressão que remetia a uma divergência, pois o julgamento nestes proces-
sos foi unânime.
No RE 566622, os  embargos foram acolhidos para assentar a constitucionalidade do
artigo 55, inciso II, da Lei n. 8.212/1991 na redação original e nas redações dadas pos-
teriormente pelo artigo 5º da Lei n. 9.429/1996 e pelo artigo 3º da Medida Provisória
2187/2001. A tese de repercussão geral foi reformulada no seguinte sentido: “A lei com-
plementar é forma exigível para a definição do modo beneficente de atuação das enti-
dades de assistência social contempladas pelo art. 195, parágrafo 7º, da Constituição
Federal, especialmente no que se refere à instituição de contrapartidas a serem por elas
observadas”.
18/12/2019

2.4. Cumprimento das Obrigações Acessórias

É importante deixar claro que tanto as imunidades quanto as isenções só atingem a obri-
gação tributária principal não atingindo as obrigações acessórias, ou seja, os deveres instru-
mentais do contribuinte.

Exemplo
Uma entidade de educação, sem fins lucrativos, possui imunidade de impostos sobre patrimô-
nio, rendas e serviços desde que todo o dinheiro auferido seja revestido nas finalidades essen-
ciais da instituição. No entanto, tal benefício não a exime do cumprimento das obrigações

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acessórias, como, por exemplo, emissão de notas fiscais e registro nos livros contábeis da
empresa sob pena de suspensão do benefício e muito menos afastam os atos de fiscalização
do Poder Público que configuram medida regular do Poder de Polícia.

Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes


requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades ca-
pazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade compe-
tente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os direta-
mente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos
nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.

Exemplo
A Lei n. 7.713/1988 determina em seu artigo 6º, XIV e XXI, que os aposentados e pensionistas
serão isentos do pagamento de Imposto de Renda sobre os proventos da aposentadoria ou da
pensão caso tenha alguma das doenças listadas no rol dos incisos, como no caso de cardio-
patia. Dessa forma, João, aposentado por invalidez em decorrência de cardiopatia grave, será
isento do pagamento de imposto de renda sobre os proventos recebidos a título de aposenta-
doria, mas não estará desobrigado do cumprimento das obrigações acessórias devendo efetu-
ar anualmente o ajuste anual de imposto de renda.

CTN
Art. 175.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações aces-
sórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.

2.5. Interpretação
Conforme disposto no artigo 111 do CTN, as causas de suspensão da exigibilidade do cré-
dito (art. 151 do CTN), as obrigações acessórias (art. 113, § 2º, CTN) e as causas de exclusão
do crédito tributário (art. 175 do CTN), entre elas, as isenções e anistias, devem ser interpreta-
das de forma literal.

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CTN
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

As imunidades, por sua vez, conforme entendimento do STF, admitem interpretação exten-
siva face aos princípios constitucionais consagrados no texto constitucional4.

QUADRO ESQUEMÁTICO
IMUNIDADE ISENÇÃO
Criação Texto Constitucional Lei Ordinária
Regulamentação Lei Complementar Lei Complementar
Não há Relação Jurídica Crédito Tributário
Obrigações Acessórias Deve ser cumprida Deve ser cumprida
Interpretação Extensiva Literal

Questão 2 (VUNESP/2018/PAULIPREV-SP/CONTROLADOR INTERNO) Sobre imunidades


e isenções, é correto afirmar que
a) não há diferenças tributárias entre imunidades, isenções e casos de não incidência, não ha-
vendo a formação do crédito tributário em qualquer dos casos.
b) as imunidades tributárias consistem em casos de não incidência qualificada constitucional-
mente, não se podendo falar, nesses casos, de formação do crédito tributário.
c) as isenções constituem hipótese de extinção do crédito tributário, devendo-se reconhecer,
portanto, que, diferentemente dos casos de não incidência, na isenção, o crédito tributário é
formado e posteriormente extinto por força da legislação isentiva.
d) do ponto de vista conceitual, os casos de não incidência são idênticos à situação de defini-
ção de alíquota de zero por cento para determinado tributo.

4
SABBAG, Eduardo. Manual de Direto Tributário. 11 ed. 2019. Ed Saraiva. P. 309.

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e) as imunidades tributárias podem estar previstas em lei, tratados internacionais ou decretos


executivos.5

5
Letra c.

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3. Erros no Texto Constitucional/Falsas Isenções

3.1. Art. 184, § 5º, CF

O artigo supramencionado nos traz em seu texto literal uma hipótese de falsa isenção em
que vemos um claro equívoco do legislador na utilização de termos conceituais em direito
tributário.
Como dito anteriormente, isenções como forma de exclusão do crédito só poderão ser
concedidas mediante previsão legal, e não constitucional.
Dessa forma, onde se lê no artigo 184, § 5º, da CF, “são isentas”, deve ser compreendida
como “são imunes”.

Art. 184.
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de
imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.

Nesse sentido vemos o julgamento do Recurso Extraordinário n. 168.110, que dispõe:

Ementa: Recurso extraordinário. Alcance da imunidade tributária relativa aos títulos da


dívida agrária. Há pouco, em 28.09.99, a  Segunda Turma desta Corte, ao  julgar o RE
169.628, relator o eminente Ministro Maurício Corrêa, decidiu, por unanimidade de votos,
que o § 5º do artigo 184 da Constituição, embora aluda a isenção de tributos com relação
às operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária,
não concede isenção, mas, sim, imunidade, que, por sua vez, tem por fim não onerar o
procedimento expropriatório ou dificultar a realização da reforma agrária, sendo que os
títulos da dívida agrária constituem moeda de pagamento da justa indenização devida
pela desapropriação de imóveis por interesse social e, dado o seu caráter indenizatório,
não podem ser tributados. Essa imunidade, no entanto, não alcança terceiro adquirente
desses títulos, o qual, na verdade, realiza com o expropriado negócio jurídico estranho
à reforma agrária, não sendo assim também destinatário da norma constitucional em
causa. (RE 168.110 – 04/04/2000.

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3.2. Art. 195, § 7º, CF

O artigo supramencionado nos traz em seu texto literal uma hipótese de falsa isenção em

que vemos um claro equívoco do legislador na utilização de termos conceituais em direito tri-

butário como no item acima.

Como dito anteriormente, isenções como forma de exclusão do crédito só poderão ser

concedidas mediante previsão legal, e não constitucional.

Dessa forma, onde se lê no artigo 195, § 7º, da CF “são isentas”, deve ser compreendida

como “são imunes”.

Art. 195.
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência
social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

Plenário conclui julgamento sobre imunidade tributária de entidades beneficentes:


O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta quarta-feira (18) o jul-
gamento dos embargos de declaração no Recurso Extraordinário (RE) 566622, com
repercussão geral reconhecida, e  nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs)
2028, 2036, 2228 e 2621, que discutem isenção tributária de entidades filantrópicas.
Por maioria de votos, os ministros acolheram os embargos no RE para esclarecer que
apenas lei complementar, que exige aprovação por maioria absoluta (metade mais um
dos membros de cada casa parlamentar), pode estabelecer as contrapartidas para que
as entidades usufruam da imunidade tributária prevista na Constituição Federal (artigo
195, parágrafo 7º).
De acordo com a decisão, os aspectos procedimentais da imunidade, relacionados à cer-
tificação, à fiscalização e ao controle das entidades beneficentes de assistência social
podem ser regulamentados por lei ordinária.
Em relação às ADIs 2028 e 2036, os embargos foram acolhidos por unanimidade apenas
para retirar a expressão que remetia a uma divergência, pois o julgamento nestes proces-
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No RE 566622, os embargos foram acolhidos para assentar a constitucionalidade do


artigo 55, inciso II, da Lei n. 8.212/1991 na redação original e nas redações dadas pos-
teriormente pelo artigo 5º da Lei n. 9.429/1996 e pelo artigo 3º da Medida Provisória
2187/2001. A  tese de repercussão geral foi reformulada no seguinte sentido: “A lei
complementar é forma exigível para a definição do modo beneficente de atuação das
entidades de assistência social contempladas pelo art. 195, parágrafo 7º, da Consti-
tuição Federal, especialmente no que se refere à instituição de contrapartidas a serem
por elas observadas”.
18/12/2019

4. Espécies de Imunidade Tributária

Existem diversas imunidades previstas no texto constitucional que abarcam diversas es-
pécies de tributos, e  não apenas os impostos. No entanto, no capítulo das Limitações ao
Poder de Tributar previsto especificamente no artigo 150 da CF, temos a discriminação de
imunidades que nesse caso específico se aplicam tão somente aos impostos.

Questão 3 (JUIZ/MT/2014) As imunidades constam em diversos artigos do texto cons-


titucional e, conforme o dispositivo, dizem respeito a impostos, contribuições ou mesmo a
taxa, não se podendo, onde a imunidade é relativa a impostos, pretender estendê-la as outras
espécies tributárias.6

Podemos afirmar que o texto constitucional nos traz diversos tributos atingidos pelo ins-
tituto da imunidade tributária, tais como impostos, taxas, contribuições sociais, mas que em
hipótese alguma incidirão sobre as contribuições de melhoria nem sobre os empréstimos
compulsórios.

6
Certo.

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4.1. Imunidades Previstas no Art. 150, VI, CF

O artigo 150, VI, da Constituição, descreve de forma expressa que tais imunidades previs-
tas nesse dispositivo vedam tão somente a cobrança de impostos, e não de tributos.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:

Questão 4 (INÉDITA) A imunidade prevista no artigo 150 inciso VI da Constituição veda aos
quatro entes federativos a cobrança de tributos uns dos outros.

Errado.
Apenas impostos.

Questão 5 (CESPE/2018/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) Acerca


de crédito tributário, competência tributária e Sistema Tributário Nacional, julgue o próximo
item. Os  estados e os municípios estão imunes à instituição de contribuições sociais, pela
União, sobre os seus serviços.

Errado.
Abarca apenas os impostos, e não as contribuições.

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Julgamento:

NÃO SE APLICA A CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS– ADI 2.024, rel. min. Sepúlveda


Pertence, j. 3-5-2007, P, DJ de 22-6-2007. É da jurisprudência do Supremo Tribunal que
o princípio da imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, a) – ainda que se discuta
a sua aplicabilidade a outros tributos, que não os impostos – não pode ser invocado na
hipótese de contribuições previdenciárias.

4.1.1. Imunidade Recíproca

A imunidade recíproca tem como fundamento o princípio federativo previsto como matéria
de cláusula pétrea no artigo 60, § 4º, I, da CF, que prevê uma convivência harmônica entre os
Entes Políticos.

a) Administração Pública Direta

A Administração Pública Direta, composta pelos quatro Entes Federativos (União, estados,
DF e municípios), possui imunidade recíproca sendo vedada a cobrança de impostos sobre
patrimônio, rendas e serviços uns dos outros.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

Desse modo, por força de imunidade, é inconstitucional a cobrança de IPTU, ITR, IPVA, IT-
CMD, ITBI por serem impostos incidentes sobre patrimônio, IR por ser imposto incidente sobre
a renda e o ISS por ser imposto sobre os serviços dispostos no rol da LC n. 116 de 2003.
É importante deixar claro que tal imunidade não se aplica sobre os impostos do comércio
como é o caso do II e IE, nem sobre os impostos incidentes sobre a produção e circulação
como no caso do ICMS e IPI.

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AI 671.412 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 1º-4-2008, 2ª T, DJE de 25-4-2008. A jurisprudên-
cia do Supremo firmou-se no sentido de que a imunidade de que trata o art. 150, VI, a, da
CF/1988 somente se aplica a imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do
próprio Município. Esta Corte firmou entendimento no sentido de que o Município não é
contribuinte de direito do ICMS, descabendo confundi-lo com a figura do contribuinte de
fato e a imunidade recíproca não beneficia o contribuinte de fato.

Não se aplica também à imunidade as contribuições de melhoria, nem as contribuições so-


ciais, empréstimos compulsórios ou taxas sendo restrita tão somente aos impostos conforme
julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
Apesar dessa interpretação literal do dispositivo constitucional, temos alguns julgamentos
do STF que abarcam uma verdadeira interpretação extensiva dos dispositivos de imunidades,
como é o caso da extensão da imunidade ao IOF nas operações financeiras realizadas pelo
município em que o STF achou por bem estender o instituto da imunidade por se tratar de ren-
da produzida por bens patrimoniais do ente público.

Ementa: TRIBUTÁRIO. IOF. APLICAÇÃO DE RECURSOS DA PREFEITURA MUNICIPAL NO


MERCADO FINANCEIRO. IMUNIDADE DO ART. 150, VI, A, DA CONSTITUIÇÃO. À ausência
de norma vedando as operações financeiras da espécie, é de reconhecer-se estarem elas
protegidas pela imunidade do dispositivo constitucional indicado, posto tratar-se, no caso,
de rendas produzidas por bens patrimoniais do ente público. Recurso não conhecido.

O Supremo Tribunal Federal também se posicionou sobre a incidência de IPTU sobre o


imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido ou arrendado a pessoa jurídica de direito
privado que mantenha a exploração da atividade econômica por haver desvio das finalidades
essenciais restando, portanto, afasta a imunidade.

INCIDÊNCIA DE IPTU NO IMÓVEL DE PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO CEDIDO


A PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO: Está em jogo definir se a imunidade prevista
na alínea a do inciso VI do art. 150 da CF alcança, ou não, bem imóvel de propriedade
da União cedido a empresa privada que explora atividade econômica. (…) Mostra-se ine-

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quívoco ser o imóvel da União empregado, por particular, em atividade de fins exclusiva-
mente privados e com intuito lucrativo. Não há base a justificar o gozo de imunidade nos
termos assentados pelo Tribunal de origem. (…) Fixo a seguinte tese: “Incide o IPTU con-
siderado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa jurídica de direito
privado, devedora do tributo – RE 601.720, voto do rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 19-4-
2017, P, DJE de 5-9-2017, Tema 437.
INCIDE IPTU EM IMÓVEL DE PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO ARRENDADO A
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO: (…) cumpre definir se, à luz do art. 150, VI, a, da
CF, a imunidade tributária recíproca alcança, ou não, sociedade de economia mista arren-
datária de terreno localizado em área portuária pertencente à União. (…) Mostra-se ine-
quívoco ser o imóvel da União empregado em atividade de sociedade de economia mista
que atua no mercado com fins lucrativos. Não há base a justificar o gozo de imunidade
nos termos pretendidos. (…) Fixo a seguinte tese: “Incide o IPTU considerado imóvel de
pessoa jurídica de direito público arrendado a pessoa jurídica de direito privado, devedora
do tributo.”. RE 594.015, voto do rel. min. Marco Aurélio, j. 6-4-2017, P, DJE de 25-8-2017,
Tema 385.

Em contrapartida, nossa Corte Constitucional entendeu que a Ordem dos Advogados do


Brasil, nem como a Caixa de Assistência dos Advogados, um dos órgãos pertencentes a OAB,
possui status de ente público, desempenhando atividade típica de Estado, pois, como bem pre-
ceituado no artigo 44 do EOAB, tem por finalidade a defesa da Constituição, da ordem jurídica
do Estado Democrático de Direito, dos Direitos Humanos, da Justiça Social bem como zelar
pela correta aplicação da Legislação.

EOAB
Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço público, dotada de personalidade jurídica
e forma federativa, tem por finalidade:
I – defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos,
a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo
aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas;
II – promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados
em toda a República Federativa do Brasil.

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Dessa forma, por não possuir qualquer viés de exploração de atividade econômica, sem
qualquer finalidade de lucro e ser totalmente ligada às finalidades essenciais do Estado, é de-
tentora do instituto da imunidade recíproca sendo vedada a cobrança de impostos sobre pa-
trimônio, rendas e serviços.

EOAB
Art. 45.
§ 5º A OAB, por constituir serviço público, goza de imunidade tributária total em relação a seus bens,
rendas e serviços.

RE 405.267, rel. min. Edson Fachin, j. 6-9-2018, P, DJE de 18-10-2018: A imunidade tribu-
tária gozada pela OAB é da espécie recíproca (art. 150, VI, a, da Constituição), na medida
em que a OAB desempenha atividade própria de Estado (defesa da Constituição, da ordem
jurídica do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem
como a seleção e controle disciplinar dos advogados). A imunidade tributária recíproca
alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da
imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de exami-
nar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de fina-
lidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de tomar
as demais medidas legais cabíveis. Natureza plenamente vinculada do lançamento tribu-
tário, que não admite excesso de carga.
RE 405.267, rel. min. Edson Fachin, j. 6-9-2018, P, DJE de 18-10-2018: As Caixas de
Assistências dos Advogados prestam serviço público delegado, possuem status jurídico
de ente público e não exploram atividades econômicas em sentido estrito com intuito
lucrativo. A Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais encontra-se tutelada
pela imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, a, do Texto Constitucional, tendo em
vista a impossibilidade de se conceder tratamento tributário diferenciado a órgãos da
OAB, de acordo com as finalidades que lhe são atribuídas por lei.

As escolas de magistratura espelhadas pelos diversos tribunais do País também são abar-
cadas pelo instituto da imunidade recíproca por serem consideradas órgãos públicos que com-
põem a estrutura do Poder Judiciário local.

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ACO 602, rel. min. Dias Toffoli, j. 6-6-2018, P, DJE de 6-8-2018: Escola da Magistratura do
Rio Grande do Norte. CPMF. Movimentação financeira. (…) A Escola da Magistratura do
Rio Grande do Norte, criada por meio da Resolução TJ 5/1988, é considerada órgão des-
concentrado do Poder Judiciário, na forma do art. 42 da Lei estadual 6.370/1993. Carac-
teriza-se como ente de natureza pública, sem personalidade jurídica própria, e, portanto,
compõe o próprio Estado do Rio Grande do Norte, dentro do corpo do Poder Judiciário
local. (…) O STF, ao delinear os contornos da denominada imunidade recíproca, estam-
pada no art. 150, VI, inciso a, da Constituição Federal, firmou jurisprudência no sentido
de sua inaplicabilidade às contribuições sociais, porque a regra negativa de competência
tributária se destina exclusivamente à instituição e à cobrança de impostos. (…) Contudo,
a própria Lei n. 9.311/1996, que instituiu a contribuição, afastou sua cobrança em rela-
ção aos entes federados, instituindo hipótese legal de não incidência tributária (art. 3º,
inciso I).

Dentro da linha de raciocínio, é de suma importância destacar que os bens e direitos que
integram o patrimônio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial são imu-
nes ao pagamento de impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda e aos serviços uma vez
que a Caixa Econômica Federal é mera gestora do fundo que pertence à União.

RE 928.902, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 17-10-2018, P, DJE de 12-9-2019, Tema


884: Os fatores subjetivo e finalístico da imunidade recíproca em relação ao Programa
de Arrendamento Residencial estão presentes, bem como a estratégia de organização
administrativa utilizada pela União – com a utilização instrumental da Caixa Econômica
Federal – não implica qualquer prejuízo ao equilíbrio econômico; pelo contrário, está
diretamente ligada à realização e à efetividade de uma das mais importantes previsões
de Direitos Sociais, no caput do artigo 6º, e em consonância com um dos objetivos fun-
damentais da República consagrados no artigo 3º, III, ambos da Constituição Federal: o
direito de moradia e erradicação da pobreza e a marginalização com a redução de desi-
gualdades sociais. O Fundo de Arrendamento Residencial possui típica natureza fiduci-
ária: a União, por meio da integralização de cotas, repassa à Caixa Econômica Federal
os recursos necessários à consecução do PAR, que passam a integrar o FAR, cujo patri-
mônio, contudo, não se confunde com o da empresa pública e está afetado aos fins da

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Lei n. 10.188/2001, sendo revertido ao ente federal ao final do programa. O patrimônio


afetado à execução do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) é mantido por um
fundo cujo patrimônio não se confunde com o da Caixa Econômica Federal, sendo for-
mado por recursos da União e voltado à prestação de serviço público e para concretude
das normas constitucionais anteriormente descritas. Recurso extraordinário provido
com a fixação da seguinte tese: TEMA 884: Os bens e direitos que integram o patrimô-
nio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial – PAR, criado pela
Lei n. 10.188/2001, beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da
Constituição Federal.
RE 599.176, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 5-6-2014, P, DJE de 30-10-2014, Tema 224.
A imunidade tributária recíproca não exonera o sucessor das obrigações tributárias rela-
tivas aos fatos jurídicos tributários ocorridos antes da sucessão (aplicação “retroativa”
da imunidade tributária).

b) Autarquias, Fundações, Agências Reguladoras e Executivas e os Consór-


cios Públicos

As Autarquias e Fundações, sejam elas públicas por um regime público ou privado, bem
como as Agências Reguladoras e Executivas e os Consórcios Públicos, possuem a mesma
imunidade concedida aos Entes Federativos sendo vedada, portanto, a cobrança de impostos
sobre patrimônio, rendas e serviços vinculados às suas finalidades essenciais.

CF
Art. 150.
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finali-
dades essenciais ou às delas decorrentes.

RE 831.381 AgR-AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 9-3-2018, 1ª T, DJE de 21-3-2018: A


imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da CF – extensiva às autarquias
e fundações públicas – tem aplicabilidade restrita a impostos, não se estendendo, em
consequência, a outras espécies tributárias, a exemplo das contribuições sociais.

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O artigo 150, § 2º, da Constituição, prevê que as Autarquias e Fundações somente terão
direito à aplicação do instituto da imunidade recíproca se comprovarem que estão exercendo
atividades dentro das finalidades essenciais para as quais tenham sido criadas. No entanto, tal
ônus não se aplica aos Entes Federativos conforme julgamento do STF.

RE 635.012, rel. min. Dias Toffoli, j. 7-2-2013, dec. monocrática, DJE de 14-2-2013. O jul-
gado recorrido contempla a conclusão de que a União não está condicionada ao ônus de
comprovar vinculação do bem tributado a uma finalidade pública, o que somente ocorre
nos casos das autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo poder público no
que se refere à tributação do patrimônio, renda e serviços vinculados a suas finalidades
essenciais. Esse entendimento está em consonância com a jurisprudência desta Corte
que tem se posicionado no sentido de reconhecer a imunidade recíproca constante do
art. 150, VI, a, da Carta Magna aos entes da administração direta e, somente no que refere
ao alcance da imunidade recíproca às autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo
poder público é que aparece a restrição concernente à vinculação do imóvel às suas fina-
lidades essenciais ou às delas decorrentes, na exata dicção da norma constitucional.

Questão 6 (SEFAZ-DF/2020) A imunidade tributária recíproca dos entes federativos não é


extensível às respectivas autarquias e fundações públicas.7

c) Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista

As Empresa Públicas e as Sociedades de Economia Mista são criadas, como regra, para
que o Estado possa atuar de forma direta na economia, ou seja, para explorar atividade econô-
mica conforme previsão do próprio artigo 173 da Constituição.

CF
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade eco-
nômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou
a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

7
Certo.

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§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de
suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou
de prestação de serviços, dispondo sobre:
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.

Por tal motivo, a imunidade recíproca prevista no artigo 150 VI a da nossa Constituição
não se aplica a tais entidades administrativa conforme disposto no artigo 150 § 3º da Carta
Constitucional.

Art. 150.
§ 3º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e
aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas apli-
cáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou
tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativa-
mente ao bem imóvel.

Exemplo
A Caixa Econômica Federal (Empresa Pública) e o Banco do Brasil (Sociedade de Economia
Mista) foram criadas com o objetivo primordial de explorar atividade econômica assim como
acontece com o Bancos Privados. Dessa forma, diante de sua atividade principal, não serão
contemplados com o benefício constitucional de imunidade recíproca.

Mas, se excepcionalmente uma Empresa Pública ou uma Sociedade de Economia Mista


for criada com o objetivo primordial de prestação de serviço público, nesse caso, será devida
a concessão do benefício da imunidade recíproca prevista no artigo 150, VI, a, da CF, conforme
diversos julgamento do Supremo.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

O Supremo Tribunal Federal, dentro dessa ótica, em julgamento de pleno, determinou a


extensão da imunidade recíproca à Empresa de Correios e Telégrafos por ser uma Empresa
Pública prestadora de serviço público essencial.

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RE 627.051, rel. min. Dias Toffoli, j. 12-11-2014, P, DJE de 11-2-2015, Tema 402. Imu-
nidade recíproca. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Peculiaridades do serviço
postal. Exercício de atividades em regime de exclusividade e em concorrência com par-
ticulares. Irrelevância. ICMS. Transporte de encomendas. Indissociabilidade do serviço
postal. Incidência da Imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição. Condição de sujeito
passivo de obrigação acessória. Legalidade. (…) O transporte de encomendas está inse-
rido no rol das atividades desempenhadas pela ECT, que deve cumprir o encargo de alcan-
çar todos os lugares do Brasil, não importa o quão pequenos ou subdesenvolvidos. Não
há comprometimento do status de empresa pública prestadora de serviços essenciais
por conta do exercício da atividade de transporte de encomendas, de modo que essa ati-
vidade constitui conditio sine qua non para a viabilidade de um serviço postal contínuo,
universal e de preços módicos.
RE 601.392, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 28-2-2013, P, DJE de 5-6-2013. Imuni-
dade recíproca. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. (…) Exercício simultâneo de
atividades em regime de exclusividade e em concorrência com a iniciativa privada. Irrele-
vância. Existência de peculiaridades no serviço postal. Incidência da imunidade prevista
no art. 150, VI, a, da CF.
No mesmo sentido, o  STF também determinou a extensão da imunidade recíproca às
sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital
social seja majoritariamente estatal (RE 580.264 – 16/12/2010).
RE 610.517 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 3-6-2014, 2ª T, DJE de 23-6-2014. Casa da
Moeda do Brasil (CMB). Empresa governamental delegatária de serviços públicos. Emis-
são de papel moeda, cunhagem de moeda metálica, fabricação de fichas telefônicas e
impressão de selos postais. Regime constitucional de monopólio (CF, art. 21, VII). Outorga
de delegação à CMB, mediante lei, que não descaracteriza a estatalidade do serviço
público, notadamente quando constitucionalmente monopolizado pela pessoa política
(a União Federal, no caso) que é dele titular. A delegação da execução de serviço público,
mediante outorga legal, não implica alteração do regime jurídico de direito público, inclu-
sive o de direito tributário, que incide sobre referida atividade. Consequente extensão,
a essa empresa pública, em matéria de impostos, da proteção constitucional fundada na
garantia da imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, a).

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Questão 7 (FUNDATEC/2019/PREFEITURA DE PORTO ALEGRE-RS/AUDITOR-FISCAL DA


RECEITA MUNICIPAL) Com base no que estabelece o Art. 150, inc. VI, da Constituição Federal,
bem como na interpretação do referido dispositivo pelo Supremo Tribunal Federal, quanto à
imunidade recíproca dos entes federados, analise as assertivas abaixo:
I – A imunidade tributária recíproca, extensiva às autarquias e fundações públicas, não tem
aplicabilidade restrita a impostos, se estendendo, em consequência, a outras espécies tributá-
rias, a exemplo das contribuições previdenciárias.
II – A jurisprudência do STF entende que a sociedade de economia mista prestadora de servi-
ço público de água e esgoto não é abrangida pela imunidade tributária recíproca, uma vez que
realiza exploração econômica em sua atividade.
III  – A  imunidade tributária recíproca não exonera o sucessor das obrigações tributárias re-
lativas aos fatos jurídicos tributários ocorridos antes da sucessão (aplicação “retroativa” da
imunidade tributária).
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.

Letra c.
I – Falsa. A imunidade tributária estendida às autarquias abarca tão somente impostos inci-
dentes sobre patrimônio, rendas e serviços ligados às atividades essenciais.

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II – Falsa.

AgReg no RE 905.129 BAHIA. Ementa: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO


COM AGRAVO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO. COMPANHIA DE ÁGUA E ESGOTO. INCIDÊNCIA DO
ART. 150, § 3º, DA CARTA MAGNA.

III – Verdadeira, conforme julgado do STF no RE 599.176.

Questão 8 (INSTITUTO CONSULPLAN/2019/PREFEITURA DE SUZANO-SP/PROCURADOR


JURÍDICO) “É vedado aos Entes Federativos, bem como às fundações públicas e autarquias
vinculadas a estas entidades políticas, que desenvolvam atividade preponderantemente rela-
cionada à atuação estatal, que tributem patrimônio, renda e serviços uns dos outros.” O conte-
údo desta assertiva representa:
a) A imunidade recíproca.
b) O princípio da isonomia.
c) A discricionariedade tributária.
d) A isenção das entidades públicas.8

Questão 9 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/PROCURA-


DOR) A imunidade recíproca consiste na limitação ao poder de tributar que se impõe aos entes
tributantes. A esse respeito, é correto afirmar que
a) veda a instituição de tributos uns dos outros.
b) é extensiva às autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que
se refere aos impostos aos quais se aplica, vinculados a suas finalidades essenciais ou delas
decorrentes.
c) veda a instituição de todos os impostos vinculados às suas respectivas atividades.
d) exonera o promitente comprador de bem imóvel, desde que de propriedade de qualquer das
pessoas da administração direta, da obrigação de pagar o IPTU, enquanto não lhe for transmi-
tida a propriedade.
8
Letra a.

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e) aplica-se ao patrimônio, renda ou serviços das empresas estatais, relacionados com a ex-
ploração de atividades econômicas, ainda que regidas pelas normas aplicáveis a empreendi-
mentos privados.

Letra b.
Art. 150, § 2º, da CF.

Questão 10 (FCC/2019/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/AGENTE ADMINISTRATIVO) Ao se


referir às limitações do poder de tributar, a Constituição Federal veda à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns
dos outros. Sobre esta “imunidade recíproca”, analise as frases:
I – A imunidade recíproca é extensiva às entidades da Administração Indireta dos referidos
entes federados, ou seja, às autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades
de economia mista.
II – A Constituição estende a referida imunidade aos demais tributos, assim como às taxas e
à contribuição de melhoria.
III – A imunidade recíproca não se aplica ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados
com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimen-
tos privados.
IV – Embora a imunidade recíproca se refira aos impostos sobre o patrimônio, o promitente
comprador não fica exonerado de pagar imposto relativamente ao bem imóvel adquirido de
um ente federado.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) II, III e IV.
d) I, III e IV.
e) III e IV.

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Imunidade
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Letra e.
I – Falso. Como regra, as empresas públicas e as sociedades de economia mista não pos-
suem imunidade por serem exploradoras da atividade econômica conforme artigo 150,
§ 3º, da CF, salvo se forem prestadoras de serviços públicos.
II – Falso. A imunidade recíproca veda tão somente a cobrança de impostos sobre patri-
mônio, rendas e serviços.
III – Verdadeiro. Art. 150, § 3º, da CF.
IV – Verdadeiro. Tendo em vista que a imunidade é do Ente Federativo não estendendo ao
promitente comprador.

4.1.2. Imunidade sobre Templos

A República Federativa do Brasil é baseada na laicidade mantendo uma total indepen-


dência entre as instituições públicas e civis com relação aos dogmas religiosos.
No entanto, a liberdade religiosa e a proteção aos locais de culto são protegidas pelo
ordenamento jurídico constitucional dando embasamento para a imunidade religiosa.
Tal prerrogativa é concedida aos templos partindo da premissa de que as atividades
religiosas não visam ao lucro, ou não deveriam visar. Por isso, a necessidade de reversão
integral do dinheiro auferido pelas instituições religiosas dentro de suas finalidades es-
senciais.

CF
Art.  150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é  vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
§ 4º) As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimô-
nio, a  renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas
mencionadas.

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Exemplo
Uma igreja, ao receber doações e dízimos de seus fiéis, deve aplicar tais receitas, por exemplo,
para abertura de um programa de alfabetização de idosos que não tiveram a oportunidade de
estudar, ou realizar um programa da reabilitação para alcoólatras.

Os templos de qualquer culto possuem imunidade apenas de impostos incidentes sobre


patrimônio, rendas e serviços desde que todo o dinheiro auferido seja revertido integralmente
em suas finalidades essenciais.
A imunidade se aplica tão somente aqueles templos religiosos que sejam estruturados de
forma hierarquizada para proferir sua fé, crença e dogmas religiosos sobre um grupo social
que possua a mesma crença. Temos como exemplos: catolicismo, protestante, espírita, mes-
siânico, budista entre outros.
Desse modo, o Supremo Tribunal Federal se manifestou no sentido de que a maçonaria não
terá direito a tal benefício constitucional por não professar fé religiosa. Vejamos:
RE 562.351, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 4-9-2012, 1ª T, DJE de 14-12-2012. A imunidade tributária confe-

rida pelo art. 150, VI, b, é restrita aos templos de qualquer culto religioso, não se aplicando à maçonaria, em cujas

lojas não se professa qualquer religião.

Outro ponto de suma relevância é a necessidade de reversão integral do dinheiro auferido


dentro das finalidades da instituição. Caso o requisito não seja cumprido, cabe ao Poder Públi-
co comprovar o desvio e suspender o benefício conforme preceitua o artigo 14, § 1º, do CTN.

ARE 800.395 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 28-10-2014, 1ª T, DJE de 14-11-2014.
O STF consolidou o entendimento de que não cabe à entidade religiosa demonstrar que
utiliza o bem de acordo com suas finalidades institucionais. Ao contrário, compete à admi-
nistração tributária demonstrar a eventual tredestinação do bem gravado pela imunidade.

CTN
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes
requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;

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II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades ca-
pazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º) Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade com-
petente pode suspender a aplicação do benefício.

RE 325.822, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 18-12-2002, P, DJ de 14-5-2004. Institui-


ção religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram alugados. A imu-
nidade prevista no art. 150, VI, b, da CF deve abranger não somente os prédios destinados
ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços “relacionados com as finalida-
des essenciais das entidades nelas mencionadas”. O § 4º do dispositivo constitucional
serve de vetor interpretativo das alíneas b e c do inciso VI do art. 150 da CF. Equiparação
entre as hipóteses das alíneas referidas.

Questão 11 (IBFC/2018/PREFEITURA DE DIVINÓPOLIS-MG/FISCAL DE RENDAS) A Igreja


XYZ alugou parte de uma de suas instalações para uma escola particular pelo valor de R$
1.500,00 por mês. O produto do aluguel é todo destinado para a manutenção das atividades
religiosas da Igreja XYZ. A prefeitura do município onde se localiza a Igreja XYZ, notificou-a
para que fosse promovido o pagamento do imposto predial e territorial urbano da área locada.
A cobrança de IPTU nesse caso é […]. Assinale a alternativa correta.
a) indevida porque, ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU do imóvel
pertencente a igreja, na medida em que o valor dos aluguéis é aplicado nas atividades para as
quais foi constituída
b) devida, pois a locação é atividade regida pelo direito privado que em nada se confunde com
as atividades essenciais da igreja
c) devida porque, na medida em que a igreja celebrou contrato de locação, a imunidade de que
gozava em relação ao imposto deixa de se justificar
d) indevida porque quem deve arcar com o imposto é a escola locatária em razão do contrato
celebrado com a igreja

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Letra a.
Súmula Vinculante n. 52 e Súmula n. 724 do STF.

4.1.3. Imunidade sobre Patrimônio, Renda e Serviços

O artigo 150, VI, alínea c, da Constituição, dispõe sobre a imunidade apenas de impostos
incidentes sobre patrimônio, renda e serviços concedida aos partidos políticos, sindicatos dos
empregados, instituição de educação e assistência social, sem fins lucrativos, desde que todo
dinheiro auferido seja revertido nas finalidades essenciais.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei;
§  4º) As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio,
a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

Os partidos políticos possuem a imunidade prevista no artigo 150, VI, alínea c, de nossa
Carta Constitucional, tendo em vista que o pluralismo político é um dos fundamentos da Repú-
blica previsto no artigo 1º da CF.
O artigo 134 da Lei n. 1.164/1950 dispõe que os partidos políticos são classificadas como
pessoas jurídicas de direito público com personalidade jurídica própria e pela necessidade de
autonomia visando coibir qualquer tipo de violação a liberdade de pensamento em um Estado
Democrático de Direito é que se revestem da imunidade desde que haja o integral cumprimen-
to dos requisitos constitucionais.
No caso dos Sindicatos, a imunidade abarca tão somente aqueles que estiverem ligados à
defesa dos direitos dos Empregados, do obreiro, da parte hipossuficiente da relação não sendo
aplicado o benefício constitucional ao Sindicato dos Empregadores.

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O objetivo primordial dos Sindicatos dos Empregados é primar pela melhoria das condi-
ções de trabalho, defesa dos direitos e interesses coletivos mediante acordo ou convenções
coletivas de trabalho dando aplicabilidade aos dispositivos constitucionais.

Exemplo
Quem terá imunidade: o Sindicato da Escolas Particulares ou o Sindicato dos Professores? O
Sindicato dos professores, pois como visto a imunidade abarca tão somente o sindicato dos
empregados.

Questão 12 (QUADRIX/2019/CREA-GO/ANALISTA/ADVOGADO) Acerca do Sistema Tribu-


tário Nacional, julgue o item.
Suponha‐se que, em uma situação eventual, o sindicato dos trabalhadores X tenha vendido um
imóvel acima do valor de compra. Nesse caso, considerando‐se que o resultado da operação
será aplicado nas suas finalidades essenciais, não haverá incidência de imposto de renda so-
bre o ganho de capital, pois o patrimônio do sindicato é imune a esse tributo.9

No caso das Instituições de Educação, para serem enquadradas como instituições sem
fins de lucro, devem fazer requerimento aos órgãos públicos informando a situação e, assim,
passarão a ter imunidade de impostos sobre patrimônio, renda e serviços devendo realizar a
reversão do dinheiro na finalidade da instituição.
Por tal motivo, tais Instituições, mesmo que com imóveis de sua propriedade locados a
terceiro, poderão continuar imunes ao pagamento do IPTU desde que o valor dos aluguéis seja
revertido integralmente em suas finalidades.

Súmula vinculante n. 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU
o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF, desde
que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram
constituídas.

9
Certo.

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Súmula 724 do STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição, desde
que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.

No entanto, caso tais Instituições de Educação não informem aos órgãos públicos a sua
condição, poderão requerer, a qualquer momento, a condição de instituição sem fins de lucro
de forma retroativa desde que comprovem a total reversão do dinheiro em suas finalidades
como bem preceitua a Súmula n. 612 do STJ.

Súmula n. 612 do STJ: O certificado de entidade beneficente de assistência social (CEBAS),


no prazo de sua validade, possui natureza declaratória para fins tributários, retroagindo
seus efeitos à data em que demonstrado o cumprimento dos requisitos estabelecidos
por lei complementar para a fruição da imunidade.

O Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS) é um certificado con-


cedido pelo Governo Federal, por intermédio dos Ministérios da Educação, do Desenvolvimento
Social e Agrário e da Saúde, às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reco-
nhecidas como entidades beneficentes de assistência social que prestem serviços nas áreas
de educação, assistência social ou saúde conforme previsão na Lei n. 12.101/2009.
Tal certificado possui efeito ex tunc, pois tem por finalidade declarar a entidade como fi-
lantrópica possuindo direito ao benefício da imunidade desde o momento que comprovem
preencher os requisitos de reversão do dinheiro na finalidade da instituição.

(AGR-RE 357.175 23/10/2007) Ante o exposto, manifesto-me pela existência de reper-


cussão geral da questão constitucional debatida e pela reafirmação da jurisprudência
desta Corte, de modo a fixar o entendimento no sentido de que a imunidade tributária,
prevista no art. 150, VI, c, da CF/88, abarca os lotes vagos pertencentes às instituições de
educação e de assistência social, que não tenham fins lucrativos, para, assim, afastar a
incidência de IPTU na espécie.

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Questão 13 (CESPE/2019/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA) À luz da juris-


prudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente, acerca de imunidade e obrigação tri-
butárias. Partido político perde a imunidade de IPTU sobre imóvel de sua propriedade caso o alugue
para terceiro, ainda que o valor dos aluguéis seja investido, por exemplo, em propaganda partidária.10

Questão 14 (FUNDEP/2020/CÂMARA DE PATROCÍNIO-MG/ADVOGADO) Considere a se-


guinte situação hipotética: Determinada instituição social, entidade assistencial imune ao pa-
gamento de tributos, aluga um de seus imóveis a estacionamento de veículos, não sendo a
locação a sua atividade típica. Nesse caso, é correto afirmar que
a) ainda que alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente à instituição
social, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tal entidade.
b) como o caso configura exploração da atividade empresarial, a entidade está sujeita ao pa-
gamento do IPTU sobre o imóvel alugado a terceiros, uma vez que a imunidade não alcança a
renda do beneficiário.
c) para que tenha garantida a imunidade em favor da instituição social e, por conseguinte, não
se veja obrigada ao pagamento do IPTU, é necessário que o imóvel esteja integralmente desti-
nado a sua atividade-fim.
d) permanece a imunidade quanto à cobrança de IPTU do imóvel destinado a estacionamento,
independentemente da destinação dada à renda obtida com a exploração do imóvel, em razão
da força vinculante de sua decisão concessiva.

Letra a.
a) Certa. Súmula Vinculante n. 52 e Súmula n. 724 do STF.
b) Errada. Ver comentário do item A.
c) Errada. Ver comentário do item A.
d) Errada. Ver comentário do item A.

10
Errado.

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Súmula n. 730 do STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistên-


cia social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança
as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos
beneficiários.

Questão 15 (CESPE/2019/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA) À luz da


jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente, acerca de imunidade e obri-
gação tributárias. A imunidade tributária das instituições de assistência social sem fins lucrati-
vos está condicionada à inexistência de contribuição por parte de seus beneficiários.11

IMUNIDADE INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL SEM FINS LUCRA-


TIVOS IMÓVEIS ESCRITÓRIO E RESIDÊNCIA DE MEMBROS. O fato de os imóveis esta-
rem sendo utilizados como escritório e residência de membros da entidade não afasta
a imunidade prevista no artigo 150, inciso VI, alínea “c”, § 4º da Constituição Federal (RE
221.395, Rel. Min. Marco Aurélio, Segunda Turma, DJ 12.5.2000).
(AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 661.713 SÃO PAULO– 19/03/2013) IMU-
NIDADE – INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO – IMÓVEIS LOCADOS E NÃO EDIFICADOS
– INEXISTÊNCIA. Consoante dispõe o artigo 150, §  4º, da Constituição Federal,
as  instituições de educação apenas gozam de imunidade quando o patrimônio,
a renda e os serviços estão relacionados a finalidades essenciais da entidade. Imó-
veis locados e lotes não edificados ficam sujeitos ao Imposto Predial e Territorial
Urbano – IPTU.

11
Errado.

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RE 608.872, rel. min. Dias Toffoli, j. 23-2-2017, P, DJE de 27-9-2017, Tema 342: Imuni-
dade do art. 150, VI, c, CF. Entidade beneficente de assistência social. ICMS. Aquisição
de insumos e produtos no mercado interno na qualidade de contribuinte de fato. Bene-
plácito reconhecido ao contribuinte de direito. Repercussão econômica. Irrelevância.
(…) “A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de con-
tribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante para
a verificação da existência do beneplácito constitucional a repercussão econômica do
tributo envolvido.”
RE 767.332 RG, rel. min. Gilmar Mendes, j. 31-10-2013, P, DJE de 22-11-2013, Tema
693. Imunidade tributária. Instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei. IPTU. Lote vago. Não incidência. A imunidade
tributária, prevista no art. 150, VI, c, da CF/1988, aplica-se aos bens imóveis, temporaria-
mente ociosos, de propriedade das instituições de educação e de assistência social sem
fins lucrativos que atendam os requisitos legais.
AI 746.263 AgR-ED, rel. min. Dias Toffoli, j. 12-11-2013, 1ª T, DJE de 16-12-2013.
A vedação à instituição de impostos sobre o patrimônio e a renda das entidades reconhe-
cidamente de assistência social que estejam vinculados às suas finalidades essenciais
é uma garantia constitucional. Por seu turno, existe a presunção de que o imóvel da enti-
dade assistencial esteja afetado a destinação compatível com seus objetivos e finalida-
des institucionais. O afastamento da imunidade só pode ocorrer mediante a constituição
de prova em contrário produzida pela administração tributária.
RE 470.520, rel. min. Dias Toffoli, j. 17-9-2013, 1ª T, DJE de 21-11-2013. No caso do
ITBI, a destinação do imóvel às finalidades essenciais da entidade deve ser pressuposta,
sob pena de não haver imunidade para esse tributo. A condição de um imóvel estar vago
ou sem edificação não é suficiente, por si só, para destituir a garantia constitucional da
imunidade. A  regra da imunidade se traduz numa negativa de competência, limitando,
a  priori, o  poder impositivo do Estado. Na regra imunizante, como a garantia decorre
diretamente da Carta Política, mediante decote de competência legislativa, as  presun-
ções sobre o enquadramento originalmente conferido devem militar a favor das pessoas
ou das entidades que apontam a norma constitucional. Quanto à imunidade prevista no
art. 150, VI, c, da CF, o ônus de elidir a presunção de vinculação às atividades essenciais
é do fisco.

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RE 562.351, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 4-9-2012, 1ª T, DJE de 14-12-2012. O reco-


nhecimento da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da CF exige o cumprimento
dos requisitos estabelecidos em lei. Assim, para se chegar à conclusão se o recorrente
atende aos requisitos da lei para fazer jus à imunidade prevista neste dispositivo, neces-
sário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. Incide, na espé-
cie, o teor da Súmula 279 do STF. (…) A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b,
é restrita aos templos de qualquer culto religioso, não se aplicando à maçonaria, em cujas
lojas não se professa qualquer religião.
RE 491.574 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 21-8-2012, 1ª T, DJE de 6-9-2012. A imu-
nidade prevista no art. 150, VI, c, do Diploma Maior, a impedir a instituição de impostos
sobre patrimônio, renda ou serviços das entidades sindicais dos trabalhadores, das ins-
tituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, está umbilicalmente
ligada ao contribuinte de direito, não abarcando o contribuinte de fato.

Questão 16 (VUNESP/2019/CÂMARA DE MAUÁ-SP/PROCURADOR LEGISLATIVO) É cor-


reto afirmar, com base em entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal, que
a) a imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pela
Constituição somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não
houver contribuição dos beneficiários.
b) perde a imunidade relativa ao IPTU, quando alugado a terceiros, o imóvel pertencente a en-
tidades religiosas, ainda que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de
tais entidades.
c) é constitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem ainda que a base
de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural.
d) é constitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial urbano em
função do número de imóveis do contribuinte.
e) o imposto sobre serviços incide sobre os depósitos, as comissões e taxas de desconto, co-
brados pelos estabelecimentos bancários.

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Letra a.
a) Certa. Súmula n. 730 do STF.
b) Errada.

Súmula Vinculante n. 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o
imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constitui-
ção Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais
tais entidades foram constituídas e Súmula 724 do STF: Ainda quando alugado a tercei-
ros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas
pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades essenciais de tais entidades.

c) Errada.

Súmula Vinculante n. 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou


mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja
integral identidade entre uma base e outra.

d) Errada.

Súmula n. 589 do STF: É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto


predial e territorial urbano em função do número de imóveis do contribuinte.

e) Errada.

Súmula n. 588 do STF: O imposto sobre serviços não incide sobre os depósitos, as comis-
sões e taxas de desconto, cobrados pelos estabelecimentos bancários.

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Questão 17 (VUNESP/2019/TJ-RO/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Instituição de ensino


superior, sem fins lucrativos, deixa de recolher os impostos sobre a renda, sobre o patrimônio
e sobre os serviços prestados, sob o entendimento de ser imune a essa tributação, nos termos
da Constituição Federal. A referida instituição mantém escrituração de suas receitas e despe-
sas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão e aplica integral-
mente, no País, os seus resultados positivos na manutenção dos seus objetivos institucionais.
Em auditoria realizada na escrituração fiscal da instituição, o Fisco Municipal observou o paga-
mento de valores a empresas controladas pelos administradores dessa instituição, a título de
despesas de aluguel de prédios comerciais ocupados com a sede administrativa da instituição
e com salas de aulas. O Auditor-Fiscal responsável pela auditoria considerou inusual o fato de
o valor do aluguel pago por metro quadrado estar muito acima da média para a região e tam-
bém o fato de a instituição ser locatária desses imóveis apesar de ser proprietária de outros
imóveis na mesma região alugados a terceiros.
Considerando essa situação hipotética e a legislação nacional, é correto afirmar que
a) caso o Auditor-Fiscal municipal entenda indevida a manutenção da imunidade tributária por
parte da instituição, ele poderá lançar os impostos municipais que entenda devidos e também
os impostos de competência da União.
b) apenas as instituições de ensino infantil são imunes à cobrança de impostos, de maneira
que é equivocado o entendimento da administração da instituição que levou ao não recolhi-
mento dos impostos sobre a renda e sobre a prestação de serviços.
c) caso o Fisco constate que o pagamento do aluguel em valor muito superior ao preço de
mercado foi utilizado para a distribuição disfarçada de lucros, poderá considerar como des-
cumprido um dos requisitos necessários ao gozo da imunidade tributária.
d) não podem ser considerados imunes à cobrança de IPTU os imóveis de propriedade da ins-
tituição alugados a terceiros, uma vez que a imunidade atinge apenas os imóveis destinados
diretamente às finalidades da instituição de ensino.
e) instituições superiores de ensino, por serem imunes à cobrança de tributos, não estão obri-
gadas à manutenção de escrituração contábil, de maneira que o Fisco não teria poder de exigir
tais documentos, caso a instituição se negasse a apresentá-los.

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Imunidade
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Letra c.
a) Errada. Deverá suspender o benefício – art. 14, § 1º, do CTN.
b) Errada. Todas as instituições de ensino que comprovarem os requisitos previstos no artigo
14 do CTN, em especial, a reversão do dinheiro nas finalidades da instituição, serão beneficia-
das com o instituto da imunidade.
c) Certa. Caso o Fisco constate indicativa de fraude, como no caso tentativa disfarçada de dis-
tribuição de lucros, poderá suspender o benefício conforme disposto no artigo 14, parágrafo
único, do CTN.
d) Errada. Caso os imóveis estejam locados a terceiros, poderão continuar imunes ao paga-
mento do IPTU desde que revertam integralmente o valor dos aluguéis nas finalidades essen-
ciais da instituição. Súmula Vinculante n. 52.
e) Errada. As instituições de educação, sem fins lucrativos, mesmo imunes são estão dispen-
sadas do cumprimento das obrigações acessórias – art. 14, III, do CTN.

Questão 18 (FEPESE/2019/PREFEITURA DE BOMBINHAS-SC/PROCURADOR) Assinale a


alternativa correta acerca da natureza e dos efeitos da decisão que reconhece a imunidade
tributária.
a) De natureza constitutiva, produzirá efeitos futuros a partir da decisão que reconheceu esta-
rem preenchidos os requisitos legais para a concessão do benefício.
b) Possui natureza declaratória, produzindo efeitos futuros a partir da decisão que reconheceu
estarem preenchidos os requisitos legais para a concessão do benefício.
c) Possui natureza declaratória e produz efeitos retroativos ao momento em que forem preen-
chidos os requisitos legais para a concessão do benefício.
d) Possui natureza constitutiva e produz efeitos retroativos ao momento em que foram preen-
chidos os requisitos legais para a concessão do benefício.
e) Possui natureza mandamental e produz efeitos futuros a partir do momento em que foram
preenchidos os requisitos legais para a concessão do benefício.

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Imunidade
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Letra c.
A decisão que reconhecer retroativamente a imunidade tributária em decorrência da compro-
vação dos requisitos da reversão por meio do cumprimento das obrigações acessórias possui
natureza declaratória conforme Súmula n. 612 do STJ.

4.1.4. Imunidade Objetiva/Cultural


a) Imunidade de Imprensa

Os papéis e filmes fotográficos destinados à elaboração de livros, jornais e periódicos


são imunes ao pagamento de impostos incidentes sobre sua fabricação abarcando, inclusive,
os álbuns de figurinha e revistas em quadrinho.
Pelo entendimento do STF, é terminantemente proibido estender a imunidade a outros in-
sumos que não estejam elencados no dispositivo legal e na Súmula n. 657 do STF, tais como:
importação de insumos gráficos, tintas, maquinários e peças de produção dentre outros.

Súmula n. 657 do STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e


papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.

Vale destacar que tal imunidade dos livros físicos foi estendida por julgamento do Supre-
mo aos livros digitais e aos livros eletrônicos.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

STF decide que livros digitais têm imunidade tributária: Em votação unânime, o Plenário
do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que livros eletrônicos e os suportes próprios
para sua leitura são alcançados pela imunidade tributária do artigo 150, inciso VI, alínea
“d”, da Constituição Federal. Os ministros negaram provimento aos Recursos Extraordi-

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Imunidade
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nários (REs) 330817 e 595676, julgados em conjunto na sessão desta quarta-feira (8).
Para o colegiado, a imunidade tributária a livros, jornais, periódicos e ao papel destinado
a sua impressão deve abranger os livros eletrônicos, os suportes exclusivos para leitura e
armazenamento, além de componentes eletrônicos que acompanhem material didático.
No RE 330817, com repercussão geral reconhecida, o Estado do Rio de Janeiro questio-
nava decisão do Tribunal de Justiça local (TJ-RJ) que, em mandado de segurança impe-
trado pela editora, reconheceu a existência da imunidade prevista no artigo 150 (inciso
VI, alínea “d”) da Constituição Federal ao software denominado Enciclopédia Jurídica Ele-
trônica e ao disco magnético (CD ROM) em que as informações culturais são gravadas.
Para o estado, o livro eletrônico, como meio novo de difusão, é distinto do livro impresso
e que, por isso, não deve ter o benefício da imunidade.
Para o relator da ação, ministro Dias Toffoli, a  imunidade constitucional debatida no
recurso alcança também o livro digital. Segundo o ministro, tanto a Carta Federal de 1969
quanto a Constituição de 1988, ao considerarem imunes determinado bem, livro, jornal
ou periódico, voltam o seu olhar para a finalidade da norma, de modo a potencializar a
sua efetividade. “Assim foi a decisão de se reconhecerem como imunes as revistas técni-
cas, a lista telefônica, as apostilas, os álbuns de figurinha, bem como mapas impressos e
atlas geográficos”, disse em seu voto.
Ainda de acordo com o relator, o  argumento de que a vontade do legislador histórico
foi restringir a imunidade ao livro editado em papel não se sustenta. O vocábulo “papel”
constante da norma não se refere somente ao método impresso de produção de livros,
afirmou. “O suporte das publicações é apenas o continente, o corpus mechanicum que
abrange o seu conteúdo, o corpus misticum das obras. Não sendo ele o essencial ou, de
um olhar teleológico, o condicionante para o gozo da imunidade”, explicou.
Nesse contexto, para o relator, a  regra da imunidade igualmente alcança os aparelhos
leitores de livros eletrônicos ou e-readers, confeccionados exclusivamente para esse fim,
ainda que eventualmente estejam equipados com funcionalidades acessórias que auxi-
liem a leitura digital como acesso à internet para download de livros, possibilidade de
alterar tipo e tamanho de fonte e espaçamento. “As mudanças históricas e os fatores
políticos e sociais presentes na atualidade, seja em razão do avanço tecnológico, seja em
decorrência da preocupação ambiental, justificam a equiparação do papel aos suportes
utilizados para a publicação dos livros”, destacou.

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Imunidade
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RE 630.462 AgR, rel. min. Ayres Britto, j. 7-2-2012, 2ª T, DJE de 7-3-2012. A imunidade
tributária prevista no art. 150, VI, d, da CF não abrange os serviços prestados por empre-
sas que fazem a distribuição, o transporte ou a entrega de livros, jornais, periódicos e do
papel destinado a sua impressão. Precedentes. O STF possui entendimento no sentido de
que a imunidade em discussão deve ser interpretada restritivamente.
RE 179.893, rel. min. Menezes Direito, j. 15-4-2008, 1ª T, DJE de 30-5-2008. “Álbum de
figurinhas”. Admissibilidade. A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o
papel destinado à sua impressão tem por escopo evitar embaraços ao exercício da liber-
dade de expressão intelectual, artística, científica e de comunicação, bem como facilitar
o acesso da população à cultura, à informação e à educação. O constituinte, ao instituir
esta benesse, não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou didático, à relevância das
informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publicação. Não cabe ao aplica-
dor da norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal instituído para proteger
direito tão importante ao exercício da democracia, por força de um juízo subjetivo acerca
da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação destinada ao público
infantojuvenil.
RE 330.817, rel. min. Dias Toffoli, j. 8-3-2017, P, DJE de 31-8-2017, Tema 593. A imu-
nidade tributária constante do art.  150, VI, d, da CF/1988 aplica-se ao livro eletrônico
(e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo.
RE 595.676, rel. min. Marco Aurélio, j. 8-3-2017, P, DJE de 18-12-2017, Tema 259. A imu-
nidade prevista no art. 150, VI, da CF alcança componentes eletrônicos, quando destina-
dos, exclusivamente, a integrar a unidade didática com fascículos periódicos impressos.

Questão 19 (IBADE/2018/CÂMARA DE VILHENA-RO/ANALISTA DE LICITAÇÃO/DIREITO)


No tocante aos limites ao poder de tributar, a Constituição Federal determina que, sem prejuízo
de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado
a sua impressão. Essa hipótese trata do(da):
a) imunidade tributária cultural.

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b) imunidade tributária recíproca.


c) princípio do não confisco.
d) isenção gráfica.
e) isenção por alíquota zero.12

b) Imunidade Musical

A Emenda Constitucional n. 75 de 2013 instituiu uma nova imunidade de impostos sobre


fonogramas (obra artística de produção de som) e videofonogramas (obra artística de pro-
dução de som e imagem), musicais ou literomusicais, produzidos no Brasil, sem prejuízo da
extensão da imunidade tributária aos suportes ou arquivos que os contenha.
Desse modo, a imunidade abarca os CDs, DVDs, Blue-Rays, celulares, tablets etc.
No entanto, o disposto no artigo 150, VI, e, da CF, nos traz uma ressalva quanto à aplicação
da imunidade no que tange à etapa de replicação industrial de mídias óticas de leitura a laser,
ou seja, a imunidade atinge a produção da mídia original não sendo aplicada a etapa de repro-
dução em larga escala.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou litero-
musicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como
os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial
de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 75, de 15.10.2013)

4.2. Imunidade de Taxas

Conforme explicitado no início da aula, vemos que as imunidades previstas no artigo 150,
VI, da Constituição, vedam apenas a cobrança de impostos.
No entanto, ao longo do texto constitucional, vemos outras imunidades abarcando outras
espécies tributárias, como é o caso das previstas no artigo 5º, incisos XXXIV, LXXIII, LXXIV,
LXXVI e LXXVII, da CF. São verdadeiras imunidades de taxas.

12
Letra a.

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Art. 5º
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV – O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiên-
cia de recursos;
LXXVI – São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos neces-
sários ao exercício da cidadania.

Questão 20 (JUIZ DE DIREITO/RS/2016) É imune de taxa o exercício do direito de obtenção


de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimentos de situações
de interesse pessoal.13

4.3. Imunidade de Cide


Conforme dispositivo constitucional, não incidirá Contribuição de Intervenção no Domínio
Econômico sobre as receitas decorrentes de exportação em face da existência de uma imu-
nidade objetiva, ou seja, não interessa para a aplicação do instituto a pessoa do contribuinte,
mas tão somente o objeto, que no caso são as receitas decorrentes de exportação as quais
não poderá ser tributas pelas Contribuições Sociais e nem pelas Contribuições de Intervenção
no Domínio Econômico.

Art. 149.
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste
artigo:
I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;

13
Certo.

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No entanto, o  STF em julgamento de plano, admitiu a incidência da Contribuição Social


sobre o Lucro Líquido – CSLL – sobre as receitas de exportação por entender que o conceito
de lucro não se confunde com o de receita, o que particularmente não concordamos, tendo
em vista que o dispositivo constitucional dispõe claramente sobre a vedação de tributação de
Contribuições sobre as receitas de exportação.

EMENTA: “Recurso extraordinário. 2. Contribuições sociais. Contribuição Social sobre o


Lucro Líquido (CSLL) e Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de
Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF). 3. Imunidade. Receitas
decorrentes de exportação. Abrangência. 4. A imunidade prevista no art. 149, § 2º, I, da
Constituição, introduzida pela Emenda Constitucional n. 33/2001, não alcança a Contribui-
ção Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), haja vista a distinção ontológica entre os conceitos
de lucro e receita. 6. Vencida a tese segundo a qual a interpretação teleológica da mencio-
nada regra de imunidade conduziria à exclusão do lucro decorrente das receitas de expor-
tação da hipótese de incidência da CSLL, pois o conceito de lucro pressuporia o de receita,
e a finalidade do referido dispositivo constitucional seria a desoneração ampla das expor-
tações, com o escopo de conferir efetividade ao princípio da garantia do desenvolvimento
nacional (art. 3º, I, da Constituição). 7. A norma de exoneração tributária prevista no art. 149,
§ 2º, I, da Constituição também não alcança a Contribuição Provisória sobre Movimentação
ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF), pois o
referido tributo não se vincula diretamente à operação de exportação. A exação não incide
sobre o resultado imediato da operação, mas sobre operações financeiras posteriormente
realizadas. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento.” (RE 474132/SC, Rel. Min.
Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgado em 12/08/2010, DJe 30/11/2010).

4.4. Imunidade de Contribuição para Seguridade Social


A Seguridade Social é composta pela saúde, assistência social e previdência conforme
redação dada pelo artigo 194 da Constituição e, nesse contexto, vemos a aplicação de duas
espécies de imunidades: a imunidade das entidades de assistência social com previsão no
artigo 195, § 7º, da CF, e a imunidade sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime
Geral de Previdência Social conforme disposto no artigo 195, II, da CF.

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4.4.1. Imunidade das Entidades de Assistência Social

O STF no acórdão proferido na ADI 2028/DF, publicado em 8 de maio de 2017, especi-


ficou a diferença entre entidades de assistência social para fins de aplicação do art. 150,
VI, da Constituição, e as entidades beneficentes de assistência social previstas no artigo
195, § 7º, da CF.
Como a Constituição não é clara e não reúne elementos suficientes para realizar tal diferen-
ça, é indispensável que, para que a entidade beneficente tenha a imunidade prevista no artigo
195, § 7º, da CF, precisa cumprir a finalidade que lhe é designada pelo texto constitucional.
Tal tarefa é dada ao legislador infraconstitucional, que deverá fazê-lo por meio de lei comple-
mentar visando definir o modo beneficente de atuação de tais entidades em especial nas suas
contrapartidas.
No entanto, os procedimentos referentes à mera certificação, fiscalização e controle admi-
nistrativo continuam sendo tratados em sede de lei ordinária.
As Entidades de Assistência Social podem ser certificadas para que possam, de forma
segura, usufruir das imunidades de contribuições sociais para seguridade patronal, como, por
exemplo, a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento (art. 195, I, a, da CF), Con-
tribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS (art. 195, I, b, da CF) e Contri-
buição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL (art. 195, I, c, da CF).
O Ministério da Cidadania é o órgão competente para concessão ou renovação da Certifica-
ção de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS) às organizações que possuem
atuação exclusiva ou preponderante na área de assistência social e tal reconhecimento pode
ser declarado retroativamente desde que sejam comprovados os requisitos para concessão do
benefício conforme Súmula n. 612 do STJ.
O artigo 195, § 7º, da Constituição, dispõe que as entidades de assistência social são isen-
tas do pagamento de contribuições para seguridade social. Ocorre que vemos mais uma vez
uma falsa isenção prevista no texto constitucional e que, por próprio julgamento do STF, tal
expressão deve ser compreendida como uma causa de imunidade.

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As Entidades de Assistência Social, além da imunidade de contribuição para seguridade


social patronal, também possuem, como já visto anteriormente, imunidade de impostos sobre
patrimônio, rendas e serviços (art. 150, VI, c, da CF).

CF
Art. 195.
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência
social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

4.4.2. Imunidade sobre as Aposentadorias e Pensões Concedidas pelo Regime


Geral de Previdência Social

O primeiro ponto que deve ser levado em consideração é que tal imunidade só incide sobre
as aposentadorias e pensões do Regime Geral de Previdência Social gerido pelo INSS.
Outro ponto de suma importância é que, apesar de a Constituição de 1988 discriminar a
imunidade sobre as aposentadorias e pensões, a maioria dos benefícios previdenciários não
sofre a incidência de contribuição salvo no que diz respeito ao salário-maternidade que se en-
contra em discussão no Recurso Extraordinário n. 576.967.
O ministro Luís Roberto Barroso considera a cobrança inconstitucional fundamentando
seu entendimento na alegação de que o salário-maternidade não pode ser considerado como
remuneração para fins de tributação, pois no período a empregada que o recebe está afastada
do trabalho e a utilização da parcela na base de cálculo para fins de cobrança previdenciária
caracteriza nova fonte de custeio para a seguridade social.
Barroso entende que o salário-maternidade é um benefício, e não contraprestação ao tra-
balho, e  não tem caráter habitual. Para se criar uma nova fonte de custeio para seguridade
social, por exemplo, incluindo o salário-maternidade, deveria ser editada uma lei complementar
conforme disposto no artigo 195, § 4º, da CF.
A União, por sua vez, argumenta que a empregada continua a fazer parte da folha de
salários mesmo durante o afastamento e que cabe ao empregador remunerá-la conforme
a legislação.

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Por fim, a imunidade deve incidir sobre o benefício, e não sobre o beneficiário, e é por tal
razão que o aposentado que volta ou que continua exercendo atividade remunerada deve con-
tribuir, mas, por lógica, tal contribuição não incidirá sobre o benefício (por força da imunidade),
mas, sim, sobre os rendimentos do trabalho.

CF
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;

4.5. Imunidades Específicas de ICMS


a) Exportação
CF
Art. 155.
§ 2º
X – Não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a des-
tinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobra-
do nas operações e prestações anteriores;

Não incide nas exportações o IPI (art. 153, § 3º, III, da CF), o PIS/PASEP e a COFINS (art. 149,
§ 2º, I) e o ICMS (art. 155, § 2º, X, a, CF). A nossa Constituição ainda garante que o exportador
receba créditos tributários sobre os tributos pagos na aquisição dos insumos que serão utili-
zados na produção de produtos exportados, dado pelo regime de Drawback.
Drawback é um regime de incentivo às exportações por meio da isenção, suspensão ou
restituição dos tributos envolvidos na importação de insumos, maquinário e outros materiais,
destinados à produção de bens que tem como destino a exportação.

b) Não incidência de ICMS nas operações que destinem combustível a ou-


tros estados da Federação
Art. 155.
§ 2º
X – Não incidirá:
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;

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A imunidade é uma categoria jurídica de natureza constitucional, ao passo que a isenção e


a não incidência são categorias jurídicas de natureza legal. Aquela atua no campo de definição
de competência tributária, estas atuam no campo de aplicação da legislação tributária.
É noção corrente na doutrina especializada e, também, na jurisprudência de nossos tribu-
nais, que a não incidência constitucionalmente qualificada configura hipótese de imunidade
tributária, uma garantia constitucional do contribuinte, protegida em nível da cláusula pétrea.
Por isso, autores acoimam de inconstitucional o inciso III do § 1º do art. 2º da Lei Com-
plementar n. 87/1996, que determina a incidência do ICMS sobre a entrada, no território do
Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificante e combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados, e de energia elétrica.
De fato, se a saída para outro Estado desses produtos configurasse uma imunidade ob-
jetiva, obviamente, eles não poderiam ser tributados por ocasião da entrada no território do
Estado destinatário.
De acordo com julgamento do STF, o disposto no artigo 155, § 2º, X, alínea b, da CF, não traz
uma regra de imunidade constitucional, mas, sim, uma verdadeira hipótese de não incidência
do ICMS visando favorecer o Estado destinatário, o Estado consumidor, e não o de favorecer o
consumidor de combustível.
Caso é uma imunidade objetiva, o consumidor se beneficiaria na compra do combustível
de outro Estado, hipótese em que seria inconstitucional a tributação na entrada.
No entanto, o disposto na Constituição limita-se tão somente a prever a não incidência na
saída para outro Estado, a fim de propiciar ao Estado em que ocorre o consumo uma tributação
mais vantajosa.

c) Imunidade de ICMS sobre serviços de comunicação gratuitos

Art. 155.
§ 2º
X – Não incidirá:
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e
imagens de recepção livre e gratuita;

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Imunidade
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Não incidirá ICMS nem o ISS sobre os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens
de recepção livre e gratuita, como é o caso da TV aberta, só incidindo o ICMS sobre os serviços
de comunicação prestados de forma onerosa, tais como os canais fechados de televisão.

4.6. Imunidade Específica de ITR

Imunidade

O ITR não incide sobre pequenas glebas rurais, quando as explore, só ou com sua família,
o proprietário que não possua outro imóvel.

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área igual
ou inferior a:
I – 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-
-grossense e sul-mato-grossense;
II – 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Orien-
tal;
III – 30 ha, se localizado em qualquer outro município.

O artigo 153, § 4º, II, da Constituição, dispõe que as pequenas glebas rurais que sejam ex-
ploradas em regime de subsistência serão imunes ao pagamento do IR.

Art. 153.
§ 4º
II – não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que
não possua outro imóvel;

Vale dizer que Compete à União a regulamentação sobre o conceito de pequena gleba rural
conforme já realizado pelo artigo 2º da Lei n. 93.939 de 1996:

Art. 2º Nos termos do art. 153, § 4º, in fine, da Constituição, o imposto não incide sobre pequenas
glebas rurais, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área igual
ou inferior a:
I – 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal
mato-grossense e sul-mato-grossense;
II – 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental;
III – 30 ha, se localizado em qualquer outro município.

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Até o advento da Emenda Constitucional n. 42 de 2003, a imunidade só seria concedida


àquelas pequenas glebas que fossem exploradas por um único proprietário e desde que fosse
sua única propriedade. Hoje em dia, no entanto, não há mais essa restrição, podendo ser con-
cedida a imunidade para as propriedades que sejam exploradas com a ajuda de funcionários
ou terceiros, desde que atuem como auxiliares do proprietário.

4.7. Imunidade Específica de ITBI

O artigo 156, § 2º, I, da Constituição, dispõe acerca da imunidade de ITBI nos casos de
integralização e aumento do capital social de empresas, fusão, incorporação, cisão, extinção
ou desincorporação salvo se a atividade preponderante da empresa for relacionada a compra,
venda e locação de tais bens.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


§ 2º O imposto previsto no inciso II:
I – não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídi-
ca em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incor-
poração, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do
adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento
mercantil;
CTN
Art. 36. Ressalvado o disposto no artigo seguinte, o imposto não incide sobre a transmissão dos
bens ou direitos referidos no artigo anterior:
I  – quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica em pagamento de
capital nela subscrito;
II – quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma pessoa jurídica por outra ou com outra.
Parágrafo único. O  imposto não incide sobre a transmissão aos mesmos alienantes, dos bens e
direitos adquiridos na forma do inciso I deste artigo, em decorrência da sua desincorporação do
patrimônio da pessoa jurídica a que foram conferidos.

O final do artigo 156, § 2º, I, da CF, bem como, o disposto no artigo 37 do CTN acaba por
afastar a imunidade de ITBI quando a atividade preponderante da empresa referir a compra,
venda e locação de bens.
A atividade preponderante resta configurada quando mais de 50% da receita da pessoa
jurídica em uma análise dos dois anos anteriores e posterior ocorrer de tais transações.

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Diante disso, pode ocorrer que empresas que tentem forçar a aplicação da imunidade pos-
sam vir a ser autuadas futuramente pelo fisco diante da análise de tais rendimentos referentes
às atividades da empresa.
Quando a empresa tiver sido criada recentemente, o  critério de atividade preponderante
será analisado levando em consideração o período dos três anos seguintes à transferência do
imóvel destinado à integralização do seu capital conforme disposto na redação do artigo 37,
§ 2º, do CTN.
Por fim, vale deixar claro que o Ente Municipal não poderá exigir o ITBI antes de restar con-
figurada a existência de atividade preponderante de compra, venda, locação ou arrendamento
mercantil de imóveis.

CTN
Art. 37. O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica adquirente tenha como
atividade preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária ou a cessão de direitos rela-
tivos à sua aquisição.
§  1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo quando mais de
50% (cinquenta por cento) da receita operacional da pessoa jurídica adquirente, nos 2 (dois) anos
anteriores e nos 2 (dois) anos subsequentes à aquisição, decorrer de transações mencionadas nes-
te artigo.
§ 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a aquisição, ou menos de 2 (dois)
anos antes dela, apurar-se-á a preponderância referida no parágrafo anterior levando em conta os 3
(três) primeiros anos seguintes à data da aquisição.
§ 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido o imposto, nos termos da
lei vigente à data da aquisição, sobre o valor do bem ou direito nessa data.
§ 4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de bens ou direitos, quando realizada em
conjunto com a da totalidade do patrimônio da pessoa jurídica alienante.

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Espécies de imunidades:

Recíproca (U / E / DF / M) Autarquias, Fundações, Empresas


Públicas e Sociedades de Economia Mista que prestem
serviços públicos. Imunidade SÓ de impostos sobre patrimô-
Cultos nio, rendas e serviços desde que o dinheiro
seja revertido nas finalidades essenciais.
Partidos Políticos, Sindicato dos Empregados, Entidades de
Educação (sem fins de lucro).

Imunidade de impostos sobre patrimônio,


Assistência Social rendas e serviços desde que o dinheiro seja
(sem fins de lucro) revertido nas finalidades essenciais + contri-
buições para seguridade patronal.
– Papel, filme fotográfico.
Livro, jornal, periódico – Livro digital e eletrônico
imunidade só de impostos.
Objetiva
Musical
Imunidade SÓ de impostos.
+
Não atinge a etapa de replicação industrial.
Brasileiro
– Pequena gleba rural – Lei n. 9.393/1996.
Imunidade de ITR – Único imóvel.
– Regime de subsistência.
Imunidade de CIDE,
Exportação.
IPI e ICMS
ICMS – Imunidade sobre os serviços de comunicação gratuitos.
ICMS – Imunidade sobre
ITBI Art. 156, § 2º, I, CF.
Taxas Art. 5º, XXXIV, da CF.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (IX EXAME DE ORDEM) O procurador do município Gama decide contestar judi-
cialmente a cobrança do ICMS discriminada na fatura da conta de luz do imóvel onde funciona
a sede da prefeitura, alegando a condição de ente político para livrar-se da exação. A demanda
da municipalidade deverá ser
a) acolhida, em razão da imunidade recíproca, que impede que os entes da federação instituam
impostos sobre bens e serviços uns dos outros.
b) rejeitada, pois na situação apresentada o município se apresenta na condição de contribuin-
te de direito do ICMS.
c) acolhida, pois a empresa concessionária prestadora do serviço de fornecimento de energia
não tem competência para cobrar ICMS.
d) rejeitada, pois o município não goza de imunidade com relação a imposto que incide apenas
indiretamente sobre seus bens e serviços.

Questão 2 (X EXAME DE ORDEM) Uma autarquia federal, proprietária de veículos automo-


tores adquiridos recentemente, foi surpreendida com a cobrança de IPVA pelo Estado respon-
sável pelos respectivos licenciamentos, não obstante vincular a utilização desses veículos às
suas finalidades essenciais. Com base na hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta.
a) A cobrança é constitucional, por se tratar de fato gerador do IPVA.
b) A cobrança é constitucional, por se aplicar o princípio da capacidade contributiva.
c) A cobrança é inconstitucional, por se tratar de isenção fiscal.
d) A cobrança é inconstitucional, por tratar de hipótese de imunidade tributária.

Questão 3 (XI EXAME DE ORDEM) Determinada editora de livros, revistas e outras publi-
cações foi autuada pela fiscalização de certo Estado, onde mantém a sede da sua indústria
gráfica, pela falta de recolhimento de ICMS incidente sobre álbum de figurinhas. Nessa linha,
à luz do entendimento do STF sobre a matéria em pauta, tal cobrança é
a) inconstitucional, por força da aplicação da isenção tributária.
b) inconstitucional, por força da aplicação da imunidade tributária.
c) constitucional, por força da inaplicabilidade da imunidade tributária.
d) inconstitucional, por estar o referido tributo adstrito à competência tributária da União Federal.

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Questão 4 (XX EXAME DE ORDEM) Fulano de Tal prometeu adquirir de uma autarquia fede-
ral um imóvel residencial urbano. O sinal e parte substancial do preço são pagos no momento
da lavratura da escritura pública de promessa de compra e venda, que é prontamente regis-
trada no Registro Geral de Imóveis (RGI) competente. O saldo do preço será pago em várias
parcelas. Após o registro da promessa de compra e venda
a) passa a incidir o IPTU, a ser pago pela autarquia.
b) continua a não incidir o IPTU, por força da imunidade da autarquia (cujo nome continua
vinculado ao imóvel no RGI, ainda que agora a autarquia figure como promitente vendedora).
c) passa a incidir o IPTU, a ser pago solidariamente pela autarquia e por Fulano de Tal.
d) passa a incidir o IPTU, a ser pago por Fulano de Tal, uma vez que registrada no RGI a promes-
sa de compra e venda do imóvel.

Questão 5 (XXII EXAME DE ORDEM) O Município X instituiu taxa a ser cobrada, exclusiva-
mente, sobre o serviço público de coleta, remoção e tratamento de lixo e resíduos provenientes
de imóveis. A igreja ABC, com sede no Município X, foi notificada da cobrança da referida taxa.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) As Igrejas são imunes; portanto, não devem pagar a taxa instituída pelo Município X.
b) A taxa é inconstitucional, pois não é específica e divisível.
c) A taxa é inconstitucional, uma vez que os Municípios não são competentes para a institui-
ção de taxas de serviço público.
d) A taxa é constitucional e as Igrejas não são imunes.

Questão 6 (XXIII EXAME DE ORDEM) O reitor de uma faculdade privada sem fins lucrativos
(cujas receitas, inclusive seus eventuais superavit, são integralmente reinvestidas no estabele-
cimento de ensino) deseja saber se está correta a cobrança de impostos efetuada pelo fisco,
que negou a pretendida imunidade tributária, sob o argumento de que a instituição de ensino
privada auferia lucros. Na hipótese, sobre a atuação do fisco, assinale a afirmativa correta.
a) O fisco agiu corretamente, pois a imunidade tributária apenas alcança instituições de ensino
que não sejam superavitárias.

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b) O fisco agiu corretamente, pois a imunidade tributária apenas alcança instituições públicas
de ensino.
c) O fisco não agiu corretamente, pois não há impedimento à distribuição de lucro pelo estabe-
lecimento de ensino imune.
d) O fisco não agiu corretamente, pois, para que seja concedida tal imunidade, a instituição não
precisa ser deficitária, desde que o superavit seja revertido para suas finalidades.

Questão 7 (XXVIII EXAME DE ORDEM) O Estado Y lavrou auto de infração em face da pes-
soa jurídica PJ para cobrança de créditos de Impostos sobre a Circulação de Mercadorias e
Prestação de Serviços (ICMS), decorrentes da produção e venda de livros eletrônicos. Adicio-
nalmente aos créditos de ICMS, o Estado Y cobrou o pagamento de multa em decorrência do
descumprimento de obrigação acessória legalmente prevista. Tendo isso em vista, assinale a
afirmativa correta.
a) Há imunidade tributária em relação aos livros eletrônicos; por outro lado, é incorreta a co-
brança da multa pelo descumprimento da obrigação acessória.
b) Há imunidade tributária em relação aos livros eletrônicos; no entanto, tendo em vista a pre-
visão legal, é correta a cobrança de multa pelo descumprimento da obrigação acessória.
c) É correta a cobrança do ICMS, uma vez que a imunidade tributária somente abrange o papel
destinado à impressão de livros, jornais e periódicos; da mesma forma, é correta a cobrança de
multa pelo descumprimento da obrigação acessória, em vista da previsão legal.
d) É correta a cobrança do ICMS, uma vez que a imunidade tributária somente abrange o papel
destinado à impressão de livros, jornais e periódicos; no entanto, é  incorreta a cobrança da
multa pelo descumprimento da obrigação acessória.

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GABARITO
1. d
2. d
3. b
4. d
5. d
6. d
7. b

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (IX EXAME DE ORDEM) O procurador do município Gama decide contestar judi-
cialmente a cobrança do ICMS discriminada na fatura da conta de luz do imóvel onde funciona
a sede da prefeitura, alegando a condição de ente político para livrar-se da exação. A demanda
da municipalidade deverá ser
a) acolhida, em razão da imunidade recíproca, que impede que os entes da federação instituam
impostos sobre bens e serviços uns dos outros.
b) rejeitada, pois na situação apresentada o município se apresenta na condição de contribuin-
te de direito do ICMS.
c) acolhida, pois a empresa concessionária prestadora do serviço de fornecimento de energia
não tem competência para cobrar ICMS.
d) rejeitada, pois o município não goza de imunidade com relação a imposto que incide apenas
indiretamente sobre seus bens e serviços.

Letra d.
a) Errada. Não há que se falar em imunidade recíproca de impostos que incidem apenas indi-
retamente sobre o bem, como é o caso do ICMS e do IPI.
b) Errada. O Município, no caso posto, se encontra na qualidade de mero contribuinte de fato
suportando no preço do produto o valor já pago de ICMS e repassado indiretamente no preço
do produto.
c) Errada. A empresa possui mero cometimento para arrecadar o imposto estadual.
d) Certa. Não há que se falar em imunidade recíproca de ICMS, já que o Município se encontra
na condição de mero consumidor final, portanto, mero contribuinte de fato.

Questão 2 (X EXAME DE ORDEM) Uma autarquia federal, proprietária de veículos automo-


tores adquiridos recentemente, foi surpreendida com a cobrança de IPVA pelo Estado respon-
sável pelos respectivos licenciamentos, não obstante vincular a utilização desses veículos às
suas finalidades essenciais. Com base na hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta.
a) A cobrança é constitucional, por se tratar de fato gerador do IPVA.

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b) A cobrança é constitucional, por se aplicar o princípio da capacidade contributiva.


c) A cobrança é inconstitucional, por se tratar de isenção fiscal.
d) A cobrança é inconstitucional, por tratar de hipótese de imunidade tributária.

Letra d.
a) Errada. A autarquia possui imunidade tributária recíproca sendo inconstitucional a cobrança
de IPVA.
b) Errada. Comentário dos itens A e D.
c) Errada. Comentário dos itens A e D.
d) Certa. A  União, os  Estados-Membros, os  Municípios, o  Distrito Federal, as  Autarquias e
Fundações, bem como as Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista que prestem
serviços públicos possuem imunidade recíproca sendo vedada, portanto, a cobrança de im-
postos sobre patrimônio, rendas e serviços uns dos outros como no caso do IPVA – art. 150,
VI, a, § 2º, da CF.

Questão 3 (XI EXAME DE ORDEM) Determinada editora de livros, revistas e outras publi-
cações foi autuada pela fiscalização de certo Estado, onde mantém a sede da sua indústria
gráfica, pela falta de recolhimento de ICMS incidente sobre álbum de figurinhas. Nessa linha,
à luz do entendimento do STF sobre a matéria em pauta, tal cobrança é
a) inconstitucional, por força da aplicação da isenção tributária.
b) inconstitucional, por força da aplicação da imunidade tributária.
c) constitucional, por força da inaplicabilidade da imunidade tributária.
d) inconstitucional, por estar o referido tributo adstrito à competência tributária da União Fe-
deral.

Letra b.
a) Errada. Não se trata de uma isenção, e sim de uma imunidade tributária. Vale destacar que
as isenções são causas de exclusão do crédito tributário e configuram como uma dispensa
legal do tributo enquanto as imunidades são dispensas constitucionais.

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b) Certa. Os livros, jornais e periódicos possuem imunidade de impostos incidentes sobre os


papéis e filmes fotográficos destinados à sua elaboração conforme art. 150, VI, d, CF, e Súmula
n. 657 do STF. Vale ressaltar que tal imunidade objetiva foi estendida aos livros digitais e aos
livros eletrônicos.
c) Errada. Comentário dos itens A e B.
d) Errada. Comentário dos itens A e B.

Questão 4 (XX EXAME DE ORDEM) Fulano de Tal prometeu adquirir de uma autarquia fede-
ral um imóvel residencial urbano. O sinal e parte substancial do preço são pagos no momento
da lavratura da escritura pública de promessa de compra e venda, que é prontamente regis-
trada no Registro Geral de Imóveis (RGI) competente. O saldo do preço será pago em várias
parcelas. Após o registro da promessa de compra e venda
a) passa a incidir o IPTU, a ser pago pela autarquia.
b) continua a não incidir o IPTU, por força da imunidade da autarquia (cujo nome continua
vinculado ao imóvel no RGI, ainda que agora a autarquia figure como promitente vendedora).
c) passa a incidir o IPTU, a ser pago solidariamente pela autarquia e por Fulano de Tal.
d) passa a incidir o IPTU, a ser pago por Fulano de Tal, uma vez que registrada no RGI a promes-
sa de compra e venda do imóvel.

Letra d.
a) Errada. Como haverá uma transferência de titularidade do imóvel da Autarquia para Fulano
de Tal, pessoa física, não há mais que se falar em imunidade tributária recíproca de impostos
incidentes sobre patrimônio, rendas e serviços. Portanto, passará a incidir o IPTU, mas a ser
pago por Fulano de Tal.
b) Errada. Ver comentários dos itens A e D.
c) Errada. Ver comentários dos itens A e D.
d) Certa. Súmula n. 583 do STF: Promitente-Comprador de imóvel residencial transcrito em
nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano.

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IPTU e promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia:


“Relativamente ao IPTU, a Constituição de 1988 não trouxe inovação. Compete aos muni-
cípios instituí-lo, considerada a propriedade predial e territorial urbana. Pois bem, sob tal
aspecto, há muito encontra-se em vigor o Código Tributário Nacional, mais precisamente o
artigo 32 desse diploma, no que revela como fato gerador do tributo a propriedade, o domí-
nio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, conforme definido na
lei civil, localizado na zona urbana do município. Mais do que isso, o Código define como
contribuinte do imposto o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título.
Essas balizas levaram a Corte a editar, tendo em vista os casos concretos, o Verbete n. 583
da Súmula: ‘Promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia
é contribuinte do imposto predial territorial urbano’. Ora, não se afigura como fato gerador
do imposto em comento apenas a propriedade, o que desaguaria na convicção de ser con-
tribuinte de direito, sempre e sempre, o proprietário. Requer-se a existência física do imóvel,
mas admissível é que se tome como fato gerador não só a propriedade, como também o
domínio útil ou a posse quando esses fenômenos não estão na titularidade daquele que
normalmente os tem, ou seja, o proprietário. Pois bem, a União realmente é a proprietária
do imóvel, mas, ante a concessão de obras e serviços, o domínio útil cabe à Companhia
Docas do Estado de São Paulo, sociedade de economia mista. A regra da imunidade da
alínea a do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal está restrita a instituição de
imposto sobre patrimônio ou renda ou serviços das pessoas jurídicas de direito público.
Sendo pacífico como fato imponível o domínio e a posse e como contribuintes aqueles que
os detenham em patrimônio e envolvida sociedade de economia mista a explorar atividade
econômica, não é dado, por verdadeiro empréstimo, cogitar da imunidade. Vale frisar que o
§ 3º do referido artigo 150 revela que as vedações do inciso VI, alínea a, do mesmo artigo
não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com a exploração de ati-
vidades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em
que haja contraprestação e pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exoneram o
promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. Ora,
no caso, a recorrente possui o domínio útil do imóvel e atua na exploração de atividade
econômica, sujeitando-se, ante o disposto no § 2º do artigo 173 da Constituição Federal,
à incidência tributária. Conheço do recurso e o desprovejo.” (RE 253472, Relator Ministro
Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julgamento em 25.8.2010, DJe de 1.2.2011)

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Questão 5 (XXII EXAME DE ORDEM) O Município X instituiu taxa a ser cobrada, exclusiva-
mente, sobre o serviço público de coleta, remoção e tratamento de lixo e resíduos provenientes
de imóveis. A igreja ABC, com sede no Município X, foi notificada da cobrança da referida taxa.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) As Igrejas são imunes; portanto, não devem pagar a taxa instituída pelo Município X.
b) A taxa é inconstitucional, pois não é específica e divisível.
c) A taxa é inconstitucional, uma vez que os Municípios não são competentes para a institui-
ção de taxas de serviço público.
d) A taxa é constitucional e as Igrejas não são imunes.

Letra d.
a) Errada. A imunidade tributária incidente sobre os templos de qualquer culto impede a co-
brança de impostos incidentes sobre patrimônio, rendas e serviços desde que o dinheiro au-
ferido pelas instituições religiosas seja destinado e aplicado em suas respectivas atividades
essenciais não abarcando, nesse caso, as taxas – art. 150, VI, b, § 4º, da CF.
b) Errada. O STF entendeu que a taxa de coleta de lixo residencial, ou seja, aquela dissociada
de qualquer serviço de limpeza de logradouros públicos, é constitucional por se tratar de um
serviço público específico e divisível conforme redação da Súmula Vinculante n. 19.

Súmula Vinculante n. 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos
de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imó-
veis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
A jurisprudência deste Tribunal já firmou o entendimento no sentido de que o serviço de
coleta de lixo domiciliar deve ser remunerado por meio de taxa, uma vez que se trata de
atividade específica e divisível, de utilização efetiva ou potencial, prestada ao contribuinte
ou posta à sua disposição. Ao inverso, a taxa de serviços urbanos, por não possuir tais
características, é inconstitucional.
[AI 702.161 AgR, voto do rel. min. Roberto Barroso, 1ª T, j. 15-12-2015, DJE 25 de 12-2-
2016.]

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c) Errada. As taxas são de competência comum dada aos quatro Entes Federativos. Ou seja,
pelo disposto no artigo 145, III, da CF, as taxas podem ser instituídas tanto pela União, como
pelos Estados, DF e Municípios.
d) Certa. Comentário dos itens A e B.

Questão 6 (XXIII EXAME DE ORDEM) O reitor de uma faculdade privada sem fins lucrativos
(cujas receitas, inclusive seus eventuais superavit, são integralmente reinvestidas no estabele-
cimento de ensino) deseja saber se está correta a cobrança de impostos efetuada pelo fisco,
que negou a pretendida imunidade tributária, sob o argumento de que a instituição de ensino
privada auferia lucros. Na hipótese, sobre a atuação do fisco, assinale a afirmativa correta.
a) O fisco agiu corretamente, pois a imunidade tributária apenas alcança instituições de ensino
que não sejam superavitárias.
b) O fisco agiu corretamente, pois a imunidade tributária apenas alcança instituições públicas
de ensino.
c) O fisco não agiu corretamente, pois não há impedimento à distribuição de lucro pelo estabe-
lecimento de ensino imune.
d) O fisco não agiu corretamente, pois, para que seja concedida tal imunidade, a instituição não
precisa ser deficitária, desde que o superavit seja revertido para suas finalidades.

Letra d.
a) Errada. Ver comentário do item D.
b) Errada. As instituições públicas de ensino possuem imunidade recíproca baseada no artigo
150, VI, a, CF.
c) Errada. As instituições de ensino superior sem fins lucrativo estão impedidas de distribuir
os lucros auferidos, pois devem obrigatoriamente realizar a reversão integral do dinheiro nas
finalidades da instituição sob pena de suspensão do benefício – art. 14, § 1º, CTN.
d) Certa. As instituições de educação possuem imunidade tributária com relação aos impos-
tos incidentes sobre o patrimônio, rendas e serviços desde que todo o lucro que venham auferir
sejam destinados integralmente às finalidades essenciais da empresa. Dessa forma, a ideia é
que tais instituições sejam superavitárias exatamente para que tenham maior quantidade de
dinheiro para ser revertido em suas finalidades – art. 150, VI, c, § 4º, da CF, art. 14, do CTN.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
Imunidade
Maria Christina

Questão 7 (XXVIII EXAME DE ORDEM) O Estado Y lavrou auto de infração em face da pes-
soa jurídica PJ para cobrança de créditos de Impostos sobre a Circulação de Mercadorias e
Prestação de Serviços (ICMS), decorrentes da produção e venda de livros eletrônicos. Adicio-
nalmente aos créditos de ICMS, o Estado Y cobrou o pagamento de multa em decorrência do
descumprimento de obrigação acessória legalmente prevista. Tendo isso em vista, assinale a
afirmativa correta.
a) Há imunidade tributária em relação aos livros eletrônicos; por outro lado, é incorreta a co-
brança da multa pelo descumprimento da obrigação acessória.
b) Há imunidade tributária em relação aos livros eletrônicos; no entanto, tendo em vista a pre-
visão legal, é correta a cobrança de multa pelo descumprimento da obrigação acessória.
c) É correta a cobrança do ICMS, uma vez que a imunidade tributária somente abrange o papel
destinado à impressão de livros, jornais e periódicos; da mesma forma, é correta a cobrança de
multa pelo descumprimento da obrigação acessória, em vista da previsão legal.
d) É correta a cobrança do ICMS, uma vez que a imunidade tributária somente abrange o papel
destinado à impressão de livros, jornais e periódicos; no entanto, é  incorreta a cobrança da
multa pelo descumprimento da obrigação acessória.

Letra b.
a) Errada. Ver o comentário do item B.
b) Certa. Os livros, jornais e periódicos possuem imunidade de impostos incidentes sobre os pa-
péis e filmes fotográficos destinados à sua elaboração conforme art. 150, VI, d, CF, e Súmula n.
657 do STF. Essa imunidade, no entanto, foi estendida aos livros digitais e aos livros eletrônicos.

O Plenário aprovou, também por unanimidade, duas teses de repercussão geral para o
julgamento dos recursos. O texto aprovado no julgamento do RE 330817 foi: A imunidade
tributária constante do artigo 150, VI, “d”, da Constituição Federal, aplica-se ao livro ele-
trônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo. Para o RE
595676 os ministros assinalaram que “a imunidade tributária da alínea “d” do inciso VI do
artigo 150 da Constituição Federal alcança componentes eletrônicos destinados exclusi-
vamente a integrar unidades didáticas com fascículos”. (08/03/2017).

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Imunidade
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Cumpre deixar claro que o instituto da imunidade não exime o contribuinte do cumprimento
das obrigações acessórias conforme disposto no artigo 14, III, do CTN.

Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes


requisitos pelas entidades nele referidas:
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades ca-
pazes de assegurar sua exatidão.

c) Errada. Ver o comentário do item B.


d) Errada. Ver o comentário do item B.

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