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IMPOSTOS FEDERAIS
Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Federais
Maria Christina Barreiros D Oliveira
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DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Federais
Maria Christina Barreiros D Oliveira
IMPOSTOS FEDERAIS
O princípio constitucional da não afetação ou não vinculação das receitas dos impostos
previsto no artigo 167 IV da Constituição proíbe que as receitas de impostos sejam vincu-
ladas a órgão, fundo ou despesa já que são tributos não vinculados a uma atuação estatal
específica (art. 16 do CTN).
Vale deixar claro que apesar da proibição literal do texto constitucional tal princípio com-
porta algumas exceções tais como:
a) repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159;
b) a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde;
c) para manutenção e desenvolvimento do ensino;
d) para realização de atividades da administração tributária;
e) a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita.
Imposto de Importação – II
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Impostos Federais
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Competência
Princípio da Legalidade
Art. 153.
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, al-
terar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
Exemplo
Diante da Pandemia do COVID-19 o Presidente da República pode baixar um Decreto para
baixar a alíquota do Imposto de Importação como forme de estimular a compra de máscaras.
No mesmo sentido, também poderá editar outro decreto como forma de elevar a alíquota caso
haja a necessidade de desestimular determinado setor da economia desde que dentro dos
limites estabelecidos em lei.
Após tal explicação surge uma dúvida muito comum entre os alunos sobre a redação do
artigo 21 do Código Tributário Nacional que nos traz a possibilidade de alteração das alíquo-
tas e base de cálculo do tributo por meio de ato do poder executivo. No entanto, tal dispositivo
foi recepcionado parcialmente pela Constituição permitindo apenas a alteração das alíquotas
e não da base de cálculo por ato de poder executivo.
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Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do
comércio exterior.
Função
Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do
comércio exterior.
Conforme doutrina, os tributos podem ser classificados em três funções básicas: a) fiscal;
b) extrafiscal; e c) parafiscal.
A função meramente fiscal tem como objetivo puro e simples arrecadar valores para fi-
nanciar as atividades do Estado, sejam elas específicas ou gerais.
A função extrafiscal é utilizada quando o tributo visa incentivar ou desincentivar determi-
nadas ações do contribuinte buscando intervir na sociedade e economia como é o caso do
imposto de importação, exportação, operações financeiras e o imposto sobre produtos indus-
trializados onde o tributo é utilizado como forma de controle da balança comercial.
Por fim, alguns tributos possuem função parafiscal visando financiar atividades de en-
tidades diversas daquelas que o instituíram como ocorre no caso das contribuições sociais
que irão custear, por exemplo, as atividades exercidas pelos conselhos profissionais.
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Art. 150.
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V;
e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
Fato Gerador
O artigo 19 do Código Tributário Nacional dispõe que o fato gerador do imposto de impor-
tação ou também conhecido como tarifa aduaneira será a entrada do produto em território
nacional e, para fins de incidência do imposto, considerar-se-á também estrangeira, a merca-
doria nacional ou nacionalizada, que exportada retorna ao país.
A entrada em território nacional poderá ser real quando a entrada de produtos estrangei-
ros ocorre nas bagagens de pessoas físicas, ou de produtos apreendidos ou abandonados ou
poderá ser ficta quando a mercadoria é despachada onde será considerado ocorrido o fato
gerador na data do registro, na repartição aduaneira, da declaração feita para fins de desem-
baraço aduaneiro – Registro da Declaração de Importação.
Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem
como fato gerador a entrada destes no território nacional.
O Decreto n. 91.030/85 nos traz alguns regimes especiais aduaneiros onde não haverá o
recolhimento do imposto de importação.
1. TRÂNSITO ADUANEIRO DE PASSAGEM: Permite o transporte de mercadorias, sob con-
trole aduaneiro, de um ponto alfandegado para outro, do território aduaneiro, do território na-
cional, com suspensão de tributos.
2. ADMISSÃO TEMPORÁRIA: Permite a entrada no País de certas mercadorias com finali-
dade específica e por um período certo de tempo, com a suspensão total ou parcial do paga-
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Impostos Federais
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Exemplos: Bens para participação em eventos de natureza cultural, artística, científica, comer-
cial e esportiva, dentre outros.
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Contribuinte
Alíquota
Como dito no tópico 1.1. o artigo 153 parágrafo 1º da Constituição nos traz a possibilida-
de do imposto de importação ter SOMENTE as suas alíquotas alteradas por um ato do poder
executivo (decreto, regulamento, portaria, instrução normativa, resolução da CAMEX – Câma-
ra de Comércio Exterior) em decorrência de seu caráter nitidamente extrafiscal (regulatória de
mercado) vendo claramente a recepção parcial do artigo 21 do CTN.
Art. 153, § 1º da CF: É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabele-
cidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
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Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do
comércio exterior.
As alíquotas poderão ser específicas quando se trate de uma importância em dinheiro que
incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, por exemplo, metragem, peso etc. ou ad
valorem indicando um percentual a ser aplicado sobre a base de cálculo.
Base de Cálculo
A base de cálculo é o preço normal do produto, ou seja, o preço pelo qual a mercadoria ou
similar é vendida no mercado do seu país de origem, somado as despesas de frete e seguro.
Quando a alíquota for específica a base de cálculo será a quantidade de mercadoria ex-
pressa na unidade de medida indicada na Tarifa Aduaneira do Brasil (TAB), quando a alíquota
for ad valorem, o valor da base de cálculo será apurado segundo as normas do Acordo Geral
sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT) e, quando a mercadoria for abandonada ou apre-
endida a base de cálculo será o preço do produto adquirido em licitação
Lançamento
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Imposto de Exportação – IE
Base Legal: Art.153 II e § 1º CF, arts. 23 ao 28 do CTN, DL 1.578/77 e Decreto 4.543/02
(Regulamento Aduaneiro).
Competência
Princípio da Legalidade
Exemplo
Diante da Calamidade Pública decretada no Município de Brumadinho-MG o governo fede-
ral, por meio do Presidente da República pode baixar um Decreto para baixar ou aumentar a
alíquota do Imposto de Exportação de determinado gênero alimentício produzido na região
como forma de estímulo.
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Após tal explicação surge uma dúvida muito comum entre os alunos sobre a redação do
artigo 26 do Código Tributário Nacional que nos traz a possibilidade de alteração das alíquo-
tas e base de cálculo do tributo por meio de ato do poder executivo. No entanto, tal dispositivo
foi recepcionado parcialmente pela Constituição permitindo apenas a alteração das alíquotas
e não da base de cálculo por ato de poder executivo.
Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e
do comércio exterior.
Função
Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e
do comércio exterior.
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Impostos Federais
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Art. 150, § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I,
II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
Fato Gerador
Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos
nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do território nacional.
Art. 28. A receita líquida do imposto destina-se à formação de reservas monetárias, na forma da lei.
Art. 1º O Imposto sobre a Exportação, para o estrangeiro, de produto nacional ou nacionalizado tem
como fato gerador a saída deste do território nacional.
• Julgamento do STF:
AI 578.372 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 9-2-2010, 2ª T, DJE de 12-3-2010. Não é qualquer registro
no Siscomex [Sistema Integrado de Comércio Exterior] que corresponde à expedição do documento
equivalente à guia de exportação prevista no § 1º, in fine, do art. 1º do DL 1.578/1977, como determi-
nante da ocorrência do fato gerador do tributo. Somente o Registro de Exportação corresponde e se
equipara à Guia de Exportação. Editada a Resolução 2.112/1994 do Banco Central do Brasil depois
dos registros de venda, mas antes dos registros de exportação, submetem-se as operações respec-
tivas às alíquotas nelas fixadas, visto que tal fixação se dera antes da ocorrência do fato gerador.
Art. 1º § 3º do DL 1.578/77: O Poder Executivo relacionará os produtos sujeitos ao imposto.
Não será efetivada a exportação quando houver o retorno da mercadoria e, neste caso,
será devido a restituição dos valores pagos.
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Art. 6º DL 1.578/77: Não efetivada a exportação do produto ou ocorrendo o seu retorno na forma do
artigo 11 do Decreto-lei n. 491, de 05/03/1969, a quantia paga a título de imposto será restituída a
requerimento do interessado acompanhado da respectiva documentação comprobatória.
Art. 4º DL 1.578/77: O pagamento do imposto será realizado na forma e no momento fixados pelo
Ministro da Fazenda, que poderá determinar sua exigibilidade antes da efetiva saída do produto a
ser exportado.
Parágrafo único. Poderá ser dispensada a cobrança do imposto em função do destino da mercado-
ria exportada, observadas normas editadas pelo Ministro de Estado da Fazenda.
Art. 8º DL 1.578/77: No que couber, aplicar-se-á, subsidiariamente, ao imposto de exportação a
legislação relativa ao imposto de importação.
Art. 9º DL 1.578/77: O produto da arrecadação do imposto de exportação constituirá reserva mo-
netária, a crédito do Banco Central do Brasil, a qual só poderá ser aplicada na forma estabelecida
pelo Conselho Monetário Nacional.
Art. 10. DL 1.578/77: A CAMEX expedirá normas complementares a este Decreto-Lei, respeitado o
disposto no § 2º do art. 1º, caput e § 2º do art. 2º, e arts. 3º e 9º.
Art. 11. DL 1.578/77: Este Decreto-Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas a Lei
n. 5.072, de 12/08/1966, e demais disposições em contrário.
Contribuinte
Alíquota
Como dito no tópico 2.1. o artigo 153 parágrafo 1º da Constituição nos traz a possibilida-
de do imposto de importação ter SOMENTE as suas alíquotas alteradas por um ato do poder
executivo (decreto, regulamento, portaria, instrução normativa dentre outros) em decorrência
de seu caráter nitidamente extrafiscal (regulatória de mercado) vendo claramente a recepção
parcial do artigo 26 do CTN.
Art. 153, § 1º da CF: É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabele-
cidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
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Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e
do comércio exterior.
As alíquotas poderão ser específicas quando se trate de uma importância em dinheiro que
incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, por exemplo, metragem, peso etc. ou ad
valorem indicando um percentual a ser aplicado sobre a base de cálculo.
Segundo o disposto no artigo 3 do DL 1.578 de 1977 a alíquota do imposto de exportação
será de 30% podendo ser aumentada por ato do Poder Executivo em até 5 vezes o percentual
fixado, ou seja, podendo chegar até 150%.
Art. 3º A alíquota do imposto é de trinta por cento, facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou au-
mentá-la, para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
Parágrafo único. Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser superior a cinco vezes
o percentual fixado neste artigo.
Base de Cálculo
A base de cálculo é o preço normal do produto, ou seja, o preço pelo qual a mercadoria ou
similar é vendida no mercado do seu país de origem, somado as despesas de frete e seguro.
Quando a alíquota for específica a base de cálculo será a unidade de medida adotada
pela lei deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre o valor da exportação e, quando
a alíquota for ad valorem, será o preço normal que a mercadoria alcançaria em condições de
venda em livre concorrência.
CTN
Art. 24 A base de cálculo do imposto é:
I – quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;
II – quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao
tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência.
Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega como efetuada no porto ou
lugar da saída do produto, deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre a operação de ex-
portação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado internacional o custo
do financiamento.
Art. 25. A lei pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do preço, referidos no artigo
anterior, excedente de valor básico, fixado de acordo com os critérios e dentro dos limites por ela
estabelecidos.
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Art. 2º DL 1.578/77: A base de cálculo do imposto é o preço normal que o produto, ou seu similar,
alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no merca-
do internacional, observadas as normas expedidas pelo Poder Executivo, mediante ato da CAMEX
– Câmara de Comércio Exterior.
§ 1º) O preço à vista do produto, FOB ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal.
§ 2º) Quando o preço do produto for de difícil apuração ou for susceptível de oscilações bruscas
no mercado internacional, o Poder Executivo, mediante ato da CAMEX, fixará critérios específicos
ou estabelecerá pauta de valor mínimo, para apuração de base de cálculo.
§ 3º) Para efeito de determinação da base de cálculo do imposto, o preço de venda das merca-
dorias exportadas não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição ou produção, acrescido dos
impostos e das contribuições incidentes e de margem de lucro de quinze por cento sobre a soma
dos custos, mais impostos e contribuições.
Lançamento
Imposto de Renda
Competência
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Ocorre que temos uma situação extremamente específica no que diz respeito ao endere-
çamento das ações de repetição de indébito visando a restituição do imposto de renda retido
na fonte dos servidores estaduais, distritais e municipais.
Em que sentido: na aula 06 estudaremos as repartições de receitas tributárias e no artigo
157, I, e 158, I, da Constituição está disposto que 100% do produto da arrecadação do imposto
de renda retido na fonte dos servidores estaduais, distritais e municipais serão repassados
para o respectivo estado, DF e Município.
Ou seja, a União não fica com nenhuma parcela da arrecadação do imposto de renda des-
te seguimento específico: imposto de renda retido na fonte do SERVIDOR estadual, distrital e
municipal.
Por tal motivo, caso ocorra um desconto indevido de imposto de renda na remuneração
do servidor do estado do Acre o valor a ser restituído sairá dos cofres do Acre e não dos co-
fres da União e a ação de repetição de indébito deverá ser proposta contra o próprio estado
e tramitará na justiça estadual e não na justiça federal conforme redação da Súmula 447 do
STJ.
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Súmula 447 do STJ: Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de res-
tituição de imposto retido na fonte proposta por seus servidores.
Princípio da Legalidade
O imposto de renda deve obediência ao princípio da legalidade e para ser instituído, extin-
to, alterada a sua base de cálculo, alíquotas ou concedido incentivos fiscais deve ser editada
uma Lei Ordinária sob pena de padecer de inconstitucionalidade.
Caso haja a necessidade de concessão de isenção deverá ser editada uma lei ordinária
como ocorre com a Lei n. 7.713/88 que em seu artigo 6º concede a isenção do imposto para
pessoas físicas.
O artigo 6º, incisos XIV e XXI da referida Lei concede isenção de Imposto de Renda para
os aposentados ou pensionistas que tenham alguma das doenças listadas no rol dos incisos
no que diga respeito aos proventos de aposentadoria e pensões.
Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas
físicas:
XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos
pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla,
neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave,
doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, esta-
dos avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome
da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a
doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma;
XXI – os valores recebidos a título de pensão quando o beneficiário desse rendimento for portador
das doenças relacionadas no inciso XIV deste artigo, exceto as decorrentes de moléstia profissio-
nal, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída
após a concessão da pensão.
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Súmula 598 do STJ: É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reco-
nhecimento judicial da isenção do Imposto de Renda, desde que o magistrado entenda
suficientemente demonstrada a doença grave por outros meios de prova.
Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que
tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei n. 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação
dada pelo art. 47 da Lei n. 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada
mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios.
Neste diapasão, vamos supor que José, aposentado, tenha sido diagnosticado com ne-
oplasia maligna (Câncer). Para conseguir a obtenção do benefício anexou diversos laudos
médicos particulares na ação ao qual pleiteia o reconhecimento da isenção tendo tido ganho
de causa (Súmula n. 598 do STJ).
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Função
O imposto de renda tem função predominantemente fiscal tendo como objetivo arrecadar
valores para financiar as atividades do Estado, sejam elas específicas ou gerais incidindo
sobre toda a renda e proventos do contribuinte e de forma mais gravosa sobre maiores ren-
dimentos.
No entanto, vemos claramente uma função extrafiscal na aplicação do tributo com o intui-
to de minimizar as desigualdades sociais prismando por uma melhor redistribuição de rendas
ao aumentar gradativamente as suas alíquotas de acordo com a capacidade econômica do
contribuinte e, isentando dessa forma, os que não tem condições econômicas de suportar a
tributação sem ofenda seu mínimo existencial.
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Art. 150. § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I,
II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
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Impostos Federais
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disponível a renda desde a publicação dos balanços patrimoniais das empresas coliga-
das e controladas no estrangeiro. 10. Recurso especial provido.
Ocorrerá o fato gerador do imposto de renda mesmo que não ocorra o efetivo recebimen-
to, bastando que ocorra o acréscimo patrimonial (crédito ou direito ao recebimento).
A renda pode derivar do produto do capital (aluguéis, dividendos, juros), do produto do tra-
balho (salário, honorários, vencimentos, soldo, remuneração do servidor) ou ainda, da combi-
nação de ambos (atividade empresarial) e os proventos de qualquer natureza são os demais
acréscimos patrimoniais como, por exemplo, ganhos em loteria, descobertas de tesouros etc.
Para que a renda seja tributável não é necessário que o recebimento ocorra periodica-
mente como ocorre com a percepção do salário. Basta que ocorra um ganho ocasionalmente
ou esporádico como no caso de ganho advindo de um jogo ou pela descoberta de um tesouro
em sua propriedade.
Outro ponto que merece destaque é aplicação dos princípios da universalidade e genera-
lidade previstos no artigo 153, § 2º, da Constituição Federal.
O princípio da generalidade diz que a tributação deve recair sobre todas as pessoas que
incidam no fato gerador do imposto de renda independente de raça, sexo, credo, cor religião
exceto as que possuam imunidade tributária.
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O princípio da universalidade por sua vez significa a tributação sobre toda e qualquer si-
tuação, independente da origem pecuniária da renda que resultou no fato gerador do imposto
de renda sem levar em consideração a origem lícita ou ilícita dessa renda.
É exatamente neste ponto que vemos claramente a aplicação do princípio da pecúnia non
olet apesar da não referência expressa do texto constitucional.
Tal princípio significa dizer que o dinheiro e consequentemente o tributo não tem cheiro e,
desta forma, pouco importa para o Fisco se os rendimentos tributáveis tiveram ou não fonte
lícita ou moral.
CTN
Art. 43. § 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da
localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção.
O instituto teve origem em Roma quando o Imperador Vespasiano resolveu instituir nova-
mente a taxa para a utilização de banheiros públicos e quando Tito, seu filho, resolveu ques-
tioná-lo o Imperador Vespasiano pegou uma moeda de ouro e disse Non olet (não tem cheiro).
Embora o fato gerador do tributo só possa decorrer de atividade lícita já que pela leitura
do artigo 3º do CTN não podem ter caráter de sanção isso não significa dizer que a renda
auferida por uma atividade ilícita (tráfico) não possa ser tributada.
Veja que auferir renda não é ilícito o que é ilegal é apenas a forma como foi obtida.
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dencial firmada nesta Corte e no Pretório Excelso, é possível a tributação sobre rendimen-
tos auferidos de atividade ilícita, seja de natureza civil ou penal; o pagamento de tributo
não é uma sanção (art. 4º do CTN -”que não constitui sanção por ato ilícito”), mas uma
arrecadação decorrente de renda ou lucro percebidos, mesmo que obtidos de forma ilícita
HC 7.444/RS”> HC 7.444/RS, 5ª Turma, Rel. Min. Edson Vidigal, DJ de 03.08.1998). A exo-
neração tributária dos resultados econômicos de fato criminoso – antes de ser corolário do
princípio da moralidade – constitui violação do princípio de isonomia fiscal, de manifesta
inspiração ética HC 77.530/RS”> HC 77.530/RS, Primeira Turma, Rel. Min. Sepúlveda Per-
tence, DJU de 18/09/1998). Ainda, de acordo com o art. 118 do Código Tributário Nacional
a definição legal do fato gerador é interpretada com abstração da validade jurídica dos atos
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis ou terceiros, bem como da natu-
reza do seu objeto ou dos seus efeitos REsp 182.563/RJ”> REsp 182.563/RJ, 5ª Turma, Rel.
Min José Arnaldo da Fonseca, DJU de 23/11/1998). Habeas corpus denegado.
Ementa: Habeas corpus. Penal. Processual penal. Crime contra a ordem tributária. Artigo
1º, inciso I, da Lei n. 8.137 /90. Desclassificação para tipo previsto no art. 2º, inciso I,
da indigitada lei. Questão não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça. Supressão
de instância. Inadmissibilidade. Precedentes. Alegada atipicidade da conduta baseada
na circunstância de que os valores movimentados nas contas bancárias do paciente
seriam provenientes de contravenção penal. Artigo 58 do Decreto-Lei n. 6.259 /44 –
Jogo do Bicho. Possibilidade jurídica de tributação sobre valores oriundos de prática
ou atividade ilícita. Princípio do Direito Tributário do non olet. Precedente. Ordem par-
cialmente conhecida e denegada. A jurisprudência da Corte, à luz do art. 118 do Código
Tributário Nacional, assentou entendimento de ser possível a tributação de renda obtida
em razão de atividade ilícita, visto que a definição legal do fato gerador é interpretada
com abstração da validade jurídica do ato efetivamente praticado, bem como da natu-
reza do seu objeto ou dos seus efeitos. Princípio do non olet. Vide o HC n. 77.530/RS,
Primeira Turma, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 18/9/98. 3. Ordem parcial-
mente conhecida e denegada.
• Julgamento do STF:
ADI 2.588, rel. p/ o ac. min. Joaquim Barbosa, j. 10-4-2013, P, DJE de 11-2-2014. =
RE 611.586, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 10-4-2013, P, DJE de 10-10-2014, Tema 537.
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Contribuinte é aquele que tem relação pessoal e direta com a ocorrência do fato gerador
(art. 121, § único, I, do CTN) e responsável é aquele que tem relação indireta com o fato gera-
dor mediante atribuição legal (art. 121, § único, II, do CTN).
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dispo-
sição expressa de lei.
No caso do imposto de renda, o artigo 45 do CTN dispõe que contribuinte é titular da dis-
ponibilidade econômica ou jurídica e a lei poderá atribuir a responsabilidade pelo pagamento
a fonte pagadora.
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Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem pre-
juízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda
ou dos proventos tributáveis.
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a con-
dição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.
Exemplo
João trabalha com carteira assina na Padaria Doce Pão. Ao final do mês João receberá seu
salário já com todos os descontos efetuados pela fonte pagadora inclusive no que diz respei-
to ao imposto de renda. Pergunta-se: Quem é o contribuinte e o responsável do tributo? João
será o contribuinte por ser ele que tem relação direta com o fato gerador adquirir a disponibi-
lidade econômica e a lei atribui a fonte pagadora (empregador, Pessoa Jurídica) a responsa-
bilidade por lei em reter na fonte os valores do tributo.
Alíquotas Progressivas
O Imposto de Renda é um dos quatro impostos que possuem alíquotas progressivas con-
forme disposto, no caso, no artigo 153, § 2º, I, da Constituição.
A progressividade fiscal está diretamente ligada a capacidade contributiva que cada cida-
dão possui prismando pela aplicabilidade do princípio da isonomia.
O imposto progressivo é aquele em que a alíquota aumenta à proporção que os valores
sobre os quais incide são maiores. No caso do imposto de renda, por exemplo, conforme au-
menta a faixa salarial aumentará alíquota a ser aplicada.
O imposto proporcional, por sua vez, é aquele em que a alíquota é fixa e o resultado só
aumenta à proporção em que aumenta o valor da base de cálculo.
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Base de Cálculo
Pessoa Física: A base de cálculo do imposto de renda de pessoa física é a renda líquida,
ou seja, a totalidade do que for auferido por renda e proventos de qualquer natureza recebidos
pelo contribuinte durante o período base, por exemplo, 2020 excluídos as deduções, isenções
e abatimentos autorizados por lei.
Pessoa Jurídica: Lucro real, arbitrado ou presumido.
A base de cálculo do imposto de renda de pessoa jurídica é definida pelo lucro real, pre-
sumido ou arbitrado.
Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos
proventos tributáveis.
O lucro real Lucro Real é a regra geral para a apuração do Imposto de Renda (IRPJ) e da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) da pessoa jurídica sendo determinado a
partir do lucro contábil, apurado pela pessoa jurídica, acrescido de ajustes (positivos e nega-
tivos) requeridos pela legislação fiscal.
Lucro arbitrado aplica-se somente às situações em que a mensuração da base de cálculo
real do imposto mostra-se prejudicada em razão da omissão ou ausência de fé dos esclareci-
mentos prestados, declarações apresentadas ou documentos expedidos pelo sujeito passivo
ou terceiro obrigado obrigando o lançamento por arbitramento previsto no artigo 148 do CTN.
O lucro presumido para ser escolhido pelo contribuinte depende de uma autorização para
seu enquadramento gerando a aplicação de um percentual sobre a receita bruta da pessoa
jurídica, variável conforme a atividade desenvolvida.
Indenização é uma forma de compensar, de recompor alguém por um dano, por um preju-
ízo que tenha suportado seja ele moral, material, estético ou a imagem.
Quando alguém recebe uma indenização não há que se falar em aumento do patrimônio,
pelo contrário, o sujeito suportou um dano, suportou uma queda, um prejuízo em seu patrimô-
nio e a indenização visa tão somente restaurar, minimizar os estragos suportados.
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Por tais motivos, por não haver acréscimo patrimonial, ou seja, aquisição de disponibili-
dade econômica que represente riqueza, mas, tão somente, mera recomposição dos danos
causados não há que se falar em incidência de imposto de renda sobre as verbas de cunho
indenizatório.
Segundo lição de Leandro Paulsen (2007, p. 288): “Verbas efetivamente indenizatórias
apenas reparam uma perda, não constituindo acréscimo patrimonial. Não dão ensejo, pois, à
incidência de Imposto de Renda”.
As Súmulas ns. 125 e 386 do STJ dispõem que não incidirá imposto de renda sobre os
valores recebidos a título de férias e seu respectivo terço não usufruídos por configurarem
verbas indenizatórias. Em que sentido?
Súmula n. 125 do STJ: O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço
não está sujeito a incidência do Imposto de Renda.
Súmula n. 386 do STJ: São isentas de imposto de renda as indenizações de férias pro-
porcionais e o respectivo adicional.
Exemplo
João foi contratado com carteira assinada na data de hoje. Deverá aguardar 12 meses para
ter direito ao seu primeiro período aquisitivo de férias e o empregador após esse lapso de
tempo ainda terá mais 12 meses para conceder as férias, no interesse do empregador, período
concessivo. Caso as férias venham a vencer e não possam ser usufruídas por João, o empre-
gador deverá pagar o valor em dobro como forma de indenizá-lo pelas férias que teria direito,
mas não usufruiu e, por tal motivo, não incidirá imposto de renda.
A matéria sumulada pelo STJ tem como um de seus precedentes os Recurso Especial de
n. 52208/SP julgado em 10/10/1994 em que atribui ao pagamento de férias não gozadas em
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Seguindo a mesma lógica de julgamento o STJ entendeu que caso o servidor não consiga
usufruiu da licença prêmio e venha a recebê-la em pecúnia não haverá que se falar em inci-
dência de imposto de renda por restar caracterizado o intuito meramente indenizatório.
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Vale relembrar que caso um servidor de determinado estado, DF ou município tenha des-
contado imposto de renda sobre o pagamento da licença prêmio não usufruída será cabível
ação de repetição de indébito a ser ajuizada respectivamente contra o estado, DF e município
como tramitação na própria justiça estadual conforme súmula 447 do STJ.
A Súmula 215 do STJ dispõe que não incide imposto de renda sobre os indenização re-
cebida por adesão ao programa de demissão voluntária – PDV e programa de aposentadoria
voluntária – PAV por serem ambas situações de verbas indenizatórias.
Vale destacar que o entendimento sumulado do STJ não faz distinção entre empregados
do setor público ou do setor privado.
Por fim, temos ainda a Súmula n. 498 do STJ que fala claramente sobre a não incidência
de imposto de renda sobre os valores recebidos a título de dano moral, indenizações recebi-
das por violação a honra objetivo de um indivíduo.
Súmula n. 498 do STJ: Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos
morais.
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Impostos Federais
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Vale destacar que a primeira turma do STJ o STJ entendeu que a não incidência de im-
posto de renda não depende da natureza do dano a ser reparado, ou seja, qualquer espécie
de dano (material, moral, à imagem, estético, por ato legal ou ilegal) indenizado está livre da
incidência do imposto.
CUIDADO: A Súmula n. 463 do STJ dispõe ser devida a incidência de imposto de renda
recebido a título de indenização por horas extras trabalhas configurando uma verdadeira e
excepcional exceção ao conceito até então trabalhado.
Súmula n. 463 do STJ: Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a título
de indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo
coletivo.
Lançamento
O imposto de renda é lançado por homologação conforme disposto no artigo 150 do CTN
também chamado por alguns de autolançamento.
No imposto de renda, o contribuinte apura o montante devido e antecipa o pagamento que
deverá ser homologado pela autoridade administrativa, dentro do prazo de 5 anos.
Caso a autoridade administrativa, ao analisar as informações prestadas pelo contribuinte,
perceba qualquer erro na declaração não haverá a homologação até que seja sanado a falha
e que haja inconsistência no pagamento só haverá extinção do crédito tributário após homo-
logação da autoridade competente.
Competência
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Princípio da Legalidade
Exemplo
Diante da Calamidade Pública decretada em razão da Pandemia do COVID-19 foi editado o
Decreto de n. 10.285 de 2020 determinando a redução temporária das alíquotas do IPI inci-
dentes sobre os produtos destinados ao combate do coronavírus.
Art. 1º do Decreto 10.285 de 2020: Ficam reduzidas a zero as alíquotas do Imposto sobre Produ-
tos Industrializados -IPI incidentes sobre os produtos classificados nos códigos relacionados no
Anexo a este Decreto, conforme a Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados
-TIPI, aprovada pelo Decreto n. 8.950, de 29 de dezembro de 2016.
Art. 2º do Decreto 10.285 de 2020: A partir de 1º de outubro de 2020, ficam restabelecidas as alí-
quotas do IPI anteriormente incidentes sobre os produtos a que se referem o art. 1º.
Função
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Art. 150. § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I,
II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
CUIDADO: Art. 3º do Decreto n. 10.285 de 2020 que reduz a alíquota zero os valores de
IPI sobre produtos destinados ao combate do COVID 19 entrará em vigor na da data de sua
publicação. Pergunta-se: Isso é possível? Sim. Os princípios da anterioridade anual e nona-
gesimal devem ser respeitados diante da instituição ou majoração de tributos e na revogação
de isenções tendo em vista ser vedado a surpresa do contribuinte conforme artigo 150 III b
e c da CF. No entanto, a redução da carga tributária por ser benéfica ao contribuinte pode ser
feita de imediato.
Fato Gerador
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CTN
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato
gerador:
I – o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II – a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51;
III – a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
Contribuinte
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a) o importador ou que a lei a ele equiparar. Foi com base nessa expressão que o STF em
fevereiro de 2016 decidiu sobre a incidência do IPI na importação de carro para uso próprio;
b) o industrial ou quem a lei a ele se equiparar;
c) o comerciante;
d) o Arrematante.
CTN
Art. 51. Contribuinte do imposto é:
I – o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II – o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
III – o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no
inciso anterior;
IV – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer es-
tabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.
Alíquotas
As alíquotas do IPI como dito anteriormente podem ser alteradas por ato pode poder exe-
cutivo haja vista sua função extrafiscal, regulatória de mercado.
Mas o ponto de maior importância é aplicação do princípio da seletividade.
O princípio da seletividade está diretamente ligado a essencialidade do produto, ou seja,
uma variação da alíquota conforme a importância do produto para subsistência humana.
O fisco ao se deparar com um produto de maior essencialidade deverá, obrigatoriamen-
te, no caso do IPI, estabelecer uma alíquota menor como forma de estimular o seu consumo.
Isto foi visto claramente na redução das alíquotas do IPI a zero nos produtos destinados ao
combate e prevenção do COVID-19.
Do mesmo modo, se o bem de menor essencialidade, como no caso de cigarros, a alí-
quota necessariamente deverá ser mais elevada como forma de desestimular o consumo.
A seletividade nos tributos indiretos, aqueles que tem sua carga tributária repassada
no preço do produto até atingir o consumidor final, como é o caso do IPI e do ICMS visam
promover justiça fiscal e inibir os efeitos negativos provocados por esses impostos, que
tendem a regressividade, ou seja, quem ganha menos suporta uma maior carga tributária.
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PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE
IPI ICMS
Deve / Vinculado Pode / Facultativo
Base de Cálculo
CTN
Art. 47. A base de cálculo do imposto é:
I – no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no inciso II do artigo 20,
acrescido do montante:
a) do imposto sobre a importação;
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País;
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis;
II – no caso do inciso II do artigo anterior:
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria;
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar,
no mercado atacadista da praça do remetente;
III – no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação.
O artigo 153, § 3º, II, da Constituição Federal diz que o IPI será não cumulativo, compen-
sando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores.
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RIPI
Art. 225. A não cumulatividade é efetivada pelo sistema de crédito do imposto relativo a produtos
entrados no estabelecimento do contribuinte, para ser abatido do que for devido pelos produtos
dele saídos, num mesmo período, conforme estabelecido neste Capítulo (Lei n. 5.172, de 1966, art.
49).
O princípio da não cumulatividade também pode ser entendido como uma técnica de com-
pensação, de abatimento de créditos com débitos de IPI evitando, desta forma, o efeito casca-
ta. Tal princípio opera-se por um sistema de créditos escriturais que viabiliza a compensação
do imposto nas etapas anteriores representando um crédito ao contribuinte que será utilizado
como forme de abatimento nas operações posteriores.
Entende-se por não cumulatividade a qualidade do imposto e o princípio segundo o qual em cada
operação o contribuinte deduz o valor do imposto correspondente a saída dos produtos o valor
que incidiu na operação anterior, de sorte que reste tributado somente o valor acrescido. Em outras
palavras, do valor do imposto que incide na saída dos produtos, deduz-se o valor do imposto que
incidiu nas operações anteriores sobre os respectivos insumos. (machado, 2007, P.522).
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Nova Súmula Vinculante n. 58: Inexiste direito a crédito presumido de IPI relativamente
à entrada de insumos isentos, sujeitos à alíquota zero ou não tributáveis, o que não con-
traria o princípio da não cumulatividade.
Não incidirá IPI nos produtos que estejam sejam exportados em razão de regra de imuni-
dade prevista no artigo 153, § 3º, III, da CF.
No dia 3 de fevereiro de 2016 o STF decidiu pela extensão da incidência do IPI sobre im-
portação de automóveis por pessoa física mesmo que para uso próprio.
A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 723651, com reper-
cussão geral reconhecida, no qual um contribuinte questionou decisão do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF-4) que manteve a cobrança do tributo.
O julgamento teve por base a interpretação do artigo 51, inciso I do Código Tributário
Nacional, que dispõe ser contribuinte do IPI o importador ou qualquer pessoa que a lei a ele
equiparar, no caso, inclusive as pessoas físicas na qualidade de consumidor final.
O STF também entendeu que a cobrança do IPI na importação não afronta o princípio
da não cumulatividade nem implica bitributação. A manutenção de sua incidência, por outro
lado, preserva o princípio da isonomia, uma vez que promove igualdade de condições tribu-
tárias entre o fabricante nacional, já sujeito ao imposto em território nacional, e o fornecedor
estrangeiro.
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O contribuinte irá apurar o montante devido e antecipar o pagamento que deverá ser ho-
mologado pela autoridade administrativa, dentro do prazo de 5 anos.
Caso a autoridade administrativa, ao analisar as informações prestadas pelo contribuinte,
perceba qualquer erro na declaração não haverá a homologação até que seja sanado a falha
e que haja inconsistência no pagamento só haverá extinção do crédito tributário após homo-
logação da autoridade competente.
Competência
Princípio da Legalidade
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Após tal explicação surge uma dúvida muito comum entre os alunos sobre a redação do
artigo 65 do Código Tributário Nacional que nos traz a possibilidade de alteração das alíquo-
tas e base de cálculo do tributo por meio de ato do poder executivo. No entanto, tal dispositivo
foi recepcionado parcialmente pela Constituição permitindo apenas a alteração das alíquotas
e não da base de cálculo por ato de poder executivo.
CTN
Art. 65. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política monetária.
Função
CTN
Art. 65. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política monetária.
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No entanto, o imposto sobre operações financeiras diante de seu caráter nitidamente ex-
trafiscal é exceção a ambos os princípios e desta forma poderá ser cobrado de imediato.
Lembre-se: Poderá ser de imediato e não deverá ser.
Art. 150. § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I,
II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
Fato Gerador
Art. 153, § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-
-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do “caput” deste artigo, devido
na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do
montante da arrecadação nos seguintes termos:
I – trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;
II – setenta por cento para o Município de origem.
CTN
Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre
operações relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador:
I – quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou
do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado;
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II – quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangei-
ra, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante
equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este;
III – quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento
equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável;
IV – quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, paga-
mento ou resgate destes, na forma da lei aplicável.
Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso IV, e reciprocamente,
quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de uma mesma operação de
crédito.
Contribuinte
Alíquota
Como dito anteriormente o artigo 153 parágrafo 1º da Constituição nos traz a possibilida-
de do imposto sobre operações financeiras ter SOMENTE as suas alíquotas alteradas por um
ato do poder executivo (decreto, regulamento, portaria, instrução normativa) em decorrência
de seu caráter nitidamente extrafiscal (regulatória de mercado) vendo claramente a recepção
parcial do artigo 65 do CTN.
Base de Cálculo
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CTN
Art. 64. A base de cálculo do imposto é:
I – quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os
juros;
II – quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue
ou posto à disposição;
III – quanto às operações de seguro, o montante do prêmio;
IV – quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários:
a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver;
b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a
lei;
c) no pagamento ou resgate, o preço.
Art. 67. A receita líquida do imposto destina-se a formação de reservas monetárias, na forma da lei.
Lançamento
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Base legal: Art. 153, VI, e § da CF e Artigos 29 ao 31 do CTN, Lei n. 9.393/96 e DL 4.382/02
Competência
Princípio da Legalidade
Função
Exemplo: Quanto mais produtiva for a propriedade menor será o valor da alíquota de ITR e
quando mais improdutiva for maior será o valor.
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III – cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;
Exemplo 1: Suponha que o ITR seja majorado na data de 15/07/2030. Neste caso, por dever
obediência a ambos os princípios, pela anterioridade anula teremos a data de 01/01/2031 e
pela anterioridade nonagesimal a data de outubro de 2030. Assim, a nova majoração somente
poderá produzir efeitos em 01 de janeiro de 2031 por ser a data mais distante e benéfica ao
contribuinte.
Exemplo 2: Suponha que o ITR seja majorada na data de 15/12/2030. Neste caso, por ser
uma situação de regra a ambos os princípios, pela anterioridade anual teremos a data de
01/01/2031 e pela anterioridade nonagesimal teremos 16/03/2031. Deste modo, a lei terá
vigência na data de 16/03/2031, mas só poderá ser aplicada ao fato gerador de 2032 tendo
em vista que o fato gerador do ITR é anual e acontece no dia primeiro de janeiro de cada ano.
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O fato gerador do ITR é a propriedade, o domínio útil ou a posse (inclusive por usufruto)
de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada
ano.
CTN
Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato
gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil,
localização fora da zona urbana do Município.
Propriedade segundo o artigo 1.228 do Código Civil concede poderes ao proprietário para
usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a
possua ou detenha. O domínio útil é caracterizado por ser um dos elementos de gozo jurídico
da propriedade plena e a posse domínio fático que a pessoa exerce sobre a coisa.
O professor Eduardo Sabbag em seu livro Manual de Direito Tributário, chama a atenção
para situação em que exista um possuidor e um proprietário. Neste caso o contribuinte será
o proprietário já que o CTN elegeu a propriedade como fator gerador.
Outro ponto que merece destaque é que a posse para ser fato gerador do ITR deve ser uma
posse mansa, legítima e pacífica. Assim, se houver uma invasão dos sem terras na proprie-
dade de João este estará livre do pagamento do ITR já que não conseguirá usufruir do bem.
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tributário sobre imóvel expropriado por particulares (proibição do venire contra factum
proprium). 4. A propriedade plena pressupõe o domínio, que se subdivide nos poderes
de usar, gozar, dispor e reinvidicar a coisa. Em que pese ser a propriedade um dos fatos
geradores do ITR, essa propriedade não é plena quando o imóvel encontra-se invadido,
pois o proprietário é tolhido das faculdades inerentes ao domínio sobre o imóvel. 5. Com
a invasão do movimento “sem terra”, o direito da recorrida ficou tolhido de praticamente
todos seus elementos: não há mais posse, possibilidade de uso ou fruição do bem; con-
sequentemente, não havendo a exploração do imóvel, não há, a partir dele, qualquer tipo
de geração de renda ou de benefícios para a proprietária. 6. Ocorre que a função social
da propriedade se caracteriza pelo fato do proprietário condicionar o uso e a explora-
ção do imóvel não só de acordo com os seus interesses particulares e egoísticos, mas
pressupõe o condicionamento do direito de propriedade à satisfação de objetivos para
com a sociedade, tais como a obtenção de um grau de produtividade, o respeito ao meio
ambiente, o pagamento de impostos etc. 7. Sobreleva nesse ponto, desde o advento da
Emenda Constitucional n. 42/2003, o pagamento do ITR como questão inerente à função
social da propriedade. O proprietário, por possuir o domínio sobre o imóvel, deve atender
aos objetivos da função social da propriedade; por conseguinte, se não há um efetivo
exercício de domínio, não seria razoável exigir desse proprietário o cumprimento da sua
função social, o que se inclui aí a exigência de pagamento dos impostos reais. 8. Na
peculiar situação dos autos, ao considerar-se a privação antecipada da posse e o esva-
ziamento dos elementos de propriedade sem o devido êxito do processo de desapro-
priação, é inexigível o ITR diante do desaparecimento da base material do fato gerador e
da violação dos referidos princípios da propriedade, da função social e da proporciona-
lidade. 9. Recurso especial não provido. (REsp.1.144982/PR, rel. Min. Mauro Campbell
Marques, 2º T.,j. em 13-10-2009).
Contribuinte
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CTN
Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu
possuidor a qualquer título.
Alíquotas Progressivas
O Imposto sobre a propriedade territorial rural é o segundo impostos que vamos estudar
que possui alíquotas progressivas com o objetivo de desestimular a manutenção de proprie-
dades improdutivas e prismar pelo cumprimento da função social.
CF
Art. 153, § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
I – será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de pro-
priedades improdutivas;
Base de Cálculo
A base de cálculo do ITR é o valor fundiário, ou seja, o valor da terra nua tributável assim
entendido apenas os imóveis por natureza sem considerar os imóveis por acessão física.
CTN
Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário.
O artigo 153, § 4º, II, da Constituição dispõe que as pequenas glebas rurais que sejam
explorada em regime de subsistência serão imunes ao pagamento do IR.
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Vale dizer que Compete a União a regulamentação sobre o conceito de pequena gleba
rural conforme já realizado pelo artigo 2º da Lei n. 93.939 de 1996.
Art. 2º Nos termos do art. 153, § 4º, in fine, da Constituição, o imposto não incide sobre pequenas
glebas rurais, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imó-
vel.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área
igual ou inferior a:
I – 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal ma-
to-grossense e sul-mato-grossense;
II – 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Orien-
tal;
III – 30 ha, se localizado em qualquer outro município.
Art. 153, § 4º III da CF: Será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da
lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.
Lançamento
O Imposto sobre a propriedade territorial rural também é lançado por homologação exi-
gindo-se o pagamento antecipado do tributo antes de qualquer procedimento de fiscalização
– Art. 150 CTN.
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Competência
Princípio da Legalidade
Caso o imposto sobre grandes fortunas venha a ser criado deverá necessariamente ser
editada uma Lei Complementar.
CF
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (VIII EXAME DE ORDEM) Mário inscreveu-se no programa de incentivo à apo-
sentadoria mediante indenização, promovido pela empresa em que trabalha. A respeito do
caso proposto, assinale a afirmativa correta.
a) Mário pagará imposto de renda, já que o valor recebido tem natureza salarial.
b) Mário não pagará imposto de renda, já que se trata de verba especial.
c) Mario não pagará imposto de renda, já que o valor recebido tem caráter indenizatório.
d) Mário pagará imposto de renda, em homenagem ao princípio da isonomia.
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Questão 4 (XXVII EXAME DE ORDEM) A União concedeu isenção de Imposto sobre a Renda
aos portadores da doença Beta. João e Maria são portadores da referida doença, sendo João
servidor público do Estado ABC e Maria, servidora pública do Município XYZ. Em razão de re-
tenção indevida do tributo, João e Maria desejam propor ação de restituição de Imposto sobre
a Renda retido na fonte. Com base nesse relato, assinale a afirmativa correta.
a) João e Maria devem ajuizar ação em face da União, sendo a competência da Justiça Federal.
b) João deve ajuizar ação em face do Estado ABC, enquanto Maria deve ajuizar ação em face
do Município XYZ, sendo a competência da Justiça Estadual.
c) João deve ajuizar ação em face da União e do Estado ABC e Maria, em face da União e do
Município XYZ, sendo a competência da Justiça Federal.
d) João e Maria devem ajuizar ação em face do respectivo ente empregador, sendo a compe-
tência da Justiça Federal, tendo em vista o interesse da União.
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GABARITO
1. c
2. a
3. a
4. b
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (VIII EXAME DE ORDEM) Mário inscreveu-se no programa de incentivo à apo-
sentadoria mediante indenização, promovido pela empresa em que trabalha. A respeito do
caso proposto, assinale a afirmativa correta.
a) Mário pagará imposto de renda, já que o valor recebido tem natureza salarial.
b) Mário não pagará imposto de renda, já que se trata de verba especial.
c) Mario não pagará imposto de renda, já que o valor recebido tem caráter indenizatório.
d) Mário pagará imposto de renda, em homenagem ao princípio da isonomia.
Letra c.
Não incide imposto de renda sobre verbas de cunho indenizatório por não ser configurado
como acréscimo patrimonial, mas mera recomposição de patrimônio. Súmula 215 do STJ.
Letra a.
a) Certa. O IPI é um imposto ordinário por ter sido criado na competência ordinária da União
e não na competência residual ou extraordinária e seletivo pela essencialidade do produto
conforme previsão Constitucional.
b) Errada. O IPI é um imposto indireto repercutindo no preço do produto e repassado ao con-
sumidor final.
c) Errada. É um imposto indireto, seletivo e não cumulativo exigindo nas operações futuras a
compensação com os valores das operações passadas.
d) Errada. É um imposto lançado por homologação.
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Letra a.
Segundo disposto no artigo do CTN, a base de cálculo do IPI, por ocasião do desembaraço
aduaneiro de produtos de procedência estrangeira, é a soma dos seguintes valores:
• Preço normal e não 150% do preço corrente do equipamento no mercado atacadista da
praça do remetente +
• O valor do imposto de importação +
• O valor das taxas exigidas para entrada do produto no País +
• O valor dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis.
Questão 4 (XXVII EXAME DE ORDEM) A União concedeu isenção de Imposto sobre a Renda
aos portadores da doença Beta. João e Maria são portadores da referida doença, sendo João
servidor público do Estado ABC e Maria, servidora pública do Município XYZ. Em razão de re-
tenção indevida do tributo, João e Maria desejam propor ação de restituição de Imposto sobre
a Renda retido na fonte. Com base nesse relato, assinale a afirmativa correta.
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a) João e Maria devem ajuizar ação em face da União, sendo a competência da Justiça Federal.
b) João deve ajuizar ação em face do Estado ABC, enquanto Maria deve ajuizar ação em face
do Município XYZ, sendo a competência da Justiça Estadual.
c) João deve ajuizar ação em face da União e do Estado ABC e Maria, em face da União e do
Município XYZ, sendo a competência da Justiça Federal.
d) João e Maria devem ajuizar ação em face do respectivo ente empregador, sendo a compe-
tência da Justiça Federal, tendo em vista o interesse da União.
Letra b.
Súmula n. 447 do STJ: “Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de resti-
tuição de imposto retido na fonte proposta por seus servidores”.
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