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DIREITO TRIBUTÁRIO

IMPOSTOS FEDERAIS

Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Federais
Maria Christina Barreiros D Oliveira

Impostos Federais. ..........................................................................................................3


Imposto de Importação – II..............................................................................................3
Imposto de Exportação – IE. .......................................................................................... 10
Imposto de Renda. ......................................................................................................... 15
Impostos sobre Produtos Industrializados – IPI.............................................................32
Imposto sobre Operações Financeiras – IOF................................................................. 40
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR......................................................45
Imposto sobre Grandes Fortunas – IGF........................................................................ 50
Questões de Concurso...................................................................................................52
Gabarito........................................................................................................................54
Gabarito Comentado. .....................................................................................................55

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Impostos Federais
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IMPOSTOS FEDERAIS
O princípio constitucional da não afetação ou não vinculação das receitas dos impostos
previsto no artigo 167 IV da Constituição proíbe que as receitas de impostos sejam vincu-
ladas a órgão, fundo ou despesa já que são tributos não vinculados a uma atuação estatal
específica (art. 16 do CTN).

Art. 167. São vedados:


IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do
produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recur-
sos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino
e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente,
pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por anteci-
pação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Vale deixar claro que apesar da proibição literal do texto constitucional tal princípio com-
porta algumas exceções tais como:
a) repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159;
b) a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde;
c) para manutenção e desenvolvimento do ensino;
d) para realização de atividades da administração tributária;
e) a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita.

PRINCÍPIO DA NÃO AFETAÇÃO SALVO a) Repartição de receitas tributárias


DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS b) Serviços de Saúde
Regra (art. 167 IV da CF)
c) Serviços de Educação
d) Atividades da Administração Tributária
e) Operações de crédito por antecipação de
receitas

Imposto de Importação – II

Base Legal: Art. 153 I e § 1º CF, arts. 19 ao 22 do CTN e DL 37/66.

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Competência

O imposto de importação é um tributo de competência privativa da União conforme dis-


posto no artigo 153 I da Constituição e no artigo 19 do Código Tributário Nacional.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


I – importação de produtos estrangeiros;

Princípio da Legalidade

O imposto de importação deve obediência ao princípio da legalidade e para ser instituído,


extinto, alterada a sua base de cálculo ou concedido incentivos fiscais deve ser editada uma
Lei Ordinária.
Ocorre que o artigo 153 parágrafo 1º da Constituição nos traz a possibilidade do imposto
de importação ter SOMENTE as suas alíquotas alteradas por um ato do poder executivo (de-
creto, regulamento, portaria, instrução normativa, resolução da CAMEX – Câmara de Comér-
cio Exterior) em decorrência de seu caráter nitidamente extrafiscal (regulatória de mercado).

Art. 153.
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, al-
terar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

Exemplo
Diante da Pandemia do COVID-19 o Presidente da República pode baixar um Decreto para
baixar a alíquota do Imposto de Importação como forme de estimular a compra de máscaras.
No mesmo sentido, também poderá editar outro decreto como forma de elevar a alíquota caso
haja a necessidade de desestimular determinado setor da economia desde que dentro dos
limites estabelecidos em lei.

Após tal explicação surge uma dúvida muito comum entre os alunos sobre a redação do
artigo 21 do Código Tributário Nacional que nos traz a possibilidade de alteração das alíquo-
tas e base de cálculo do tributo por meio de ato do poder executivo. No entanto, tal dispositivo
foi recepcionado parcialmente pela Constituição permitindo apenas a alteração das alíquotas
e não da base de cálculo por ato de poder executivo.

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Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do
comércio exterior.

Função

O imposto de importação tem função nitidamente extrafiscal, regulatória de mercado vi-


sando estimular ou desestimular a compra de determinados produtos.

Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do
comércio exterior.

Conforme doutrina, os tributos podem ser classificados em três funções básicas: a) fiscal;
b) extrafiscal; e c) parafiscal.
A função meramente fiscal tem como objetivo puro e simples arrecadar valores para fi-
nanciar as atividades do Estado, sejam elas específicas ou gerais.
A função extrafiscal é utilizada quando o tributo visa incentivar ou desincentivar determi-
nadas ações do contribuinte buscando intervir na sociedade e economia como é o caso do
imposto de importação, exportação, operações financeiras e o imposto sobre produtos indus-
trializados onde o tributo é utilizado como forma de controle da balança comercial.
Por fim, alguns tributos possuem função parafiscal visando financiar atividades de en-
tidades diversas daquelas que o instituíram como ocorre no caso das contribuições sociais
que irão custear, por exemplo, as atividades exercidas pelos conselhos profissionais.

Princípios da Anterioridade Anual e Nonagesimal

O princípio da Anterioridade Anual ou de Exercício determinar que o Estado só poderá co-


brar tributos que tenham sido instituídos ou majorados no primeiro dia do exercício seguinte
– Art. 150 III b da CF.
O princípio da Anterioridade Nonagesimal ou também chamado de Noventena determinar
que o Estado só poderá cobrar tributos que tenham sido instituídos ou majorados após 90
dias da data da publicação da lei – Art. 150 III c da CF.

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No entanto, o imposto de importação diante de seu caráter nitidamente extrafiscal é exce-


ção a ambos os princípios e desta forma poderá ser cobrado de imediato. Lembre-se: Poderá
ser de imediato e não deverá ser.

Art. 150.
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V;
e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

Fato Gerador

O artigo 19 do Código Tributário Nacional dispõe que o fato gerador do imposto de impor-
tação ou também conhecido como tarifa aduaneira será a entrada do produto em território
nacional e, para fins de incidência do imposto, considerar-se-á também estrangeira, a merca-
doria nacional ou nacionalizada, que exportada retorna ao país.
A entrada em território nacional poderá ser real quando a entrada de produtos estrangei-
ros ocorre nas bagagens de pessoas físicas, ou de produtos apreendidos ou abandonados ou
poderá ser ficta quando a mercadoria é despachada onde será considerado ocorrido o fato
gerador na data do registro, na repartição aduaneira, da declaração feita para fins de desem-
baraço aduaneiro – Registro da Declaração de Importação.

Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem
como fato gerador a entrada destes no território nacional.

Regimes Aduaneiros Especiais

O Decreto n. 91.030/85 nos traz alguns regimes especiais aduaneiros onde não haverá o
recolhimento do imposto de importação.
1. TRÂNSITO ADUANEIRO DE PASSAGEM: Permite o transporte de mercadorias, sob con-
trole aduaneiro, de um ponto alfandegado para outro, do território aduaneiro, do território na-
cional, com suspensão de tributos.
2. ADMISSÃO TEMPORÁRIA: Permite a entrada no País de certas mercadorias com finali-
dade específica e por um período certo de tempo, com a suspensão total ou parcial do paga-

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mento de tributos aduaneiros incidentes na sua importação, com o compromisso de serem


reexportadas.

Exemplos: Bens para participação em eventos de natureza cultural, artística, científica, comer-
cial e esportiva, dentre outros.

3. DRAWBACK: Suspensão ou eliminação de tributos incidentes sobre insumos importa-


dos para utilização em produto exportado como forme de reduzir os custos de produção de
produtos exportáveis, tornando-os mais competitivos no mercado internacional.
4. ENTREPOSTO ADUANEIRO: Art. 356 do Regulamento Aduaneiro: “O regime de Entrepos-
to Aduaneiro é o que permite a armazenagem de mercadoria estrangeira em recinto alfande-
gado de uso público, com suspensão do pagamento dos impostos incidentes na importação”.
5. EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA: Permite a saída de mercadorias do País sem pagamento
do imposto desde haja o seu retorno dentro do prazo determinado, no mesmo estado em que
foram exportadas.

RE 429.306, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 1º-2-2011, 2ª T, DJE de 16-3-2011. Recurso


extraordinário em que se argumenta a não incidência do Imposto de Importação e do
IPI sobre operação de importação de sistema de tomografia computadorizada, ampa-
rada por contrato de arrendamento mercantil. Alegada insubmissão do arrendamento
mercantil, quer seria um serviço, ao fato gerador do imposto de importação (art. 153, I,
da Constituição). Inconsistência. Por se tratar de tributos diferentes, com hipóteses de
incidência específicas (prestação de serviços e importação, entendida como a entrada
de bem em território nacional – art. 19 do CTN), a incidência concomitante do II e do
ISS não implica bitributação ou de violação de pretensa exclusividade e preferência de
cobrança do ISS.
RE 187.321, rel. min. Ilmar Galvão, j. 25-2-1997, 1ª T, DJ de 30-5-1997. Importação de
automóveis usados. Proibição ditada pela Portaria 8, de 13-5-1991, do Ministério da
Fazenda. Alegada afronta ao princípio constitucional da legalidade. Entendimento do
STF no sentido da legalidade da portaria que editou lista dos bens de consumo passíveis
de importação e, ao mesmo tempo, proibiu a importação de bens de consumo usados
(RE 203.954-3).

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SS 775 AgR, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 5-10-1995, P, DJ de 23-2-1996. Imposto de


importação: automóveis de passeio: aumento da alíquota (CF, art. 153, I e § 1º): incidência so-
bre mercadorias já adquiridas, quando da edição do decreto: pedido de suspensão de liminar
em mandado de segurança impetrado sob a alegação de ofensa ao ato jurídico perfeito: de-
ferimento da suspensão, com base na relevância da tese contrária da União e da necessidade
de salvaguardar os efeitos extrafiscais da medida: suspensão que se mantém, dado que ditos
efeitos não foram definitivamente prejudicados pela remessa das divisas correspondentes à
aquisição de mercadoria, dadas as providências governamentais tomadas para viabilizar a
reexportação.

Contribuinte

O contribuinte do Imposto de Importação segundo disposto no artigo 22 do Código Tribu-


tário Nacional é o importador ou quem a lei a ele equiparar, podendo ser uma pessoa física ou
jurídica importando produtos para revenda ou para consumo próprio ou até mesmo o arrema-
tante de produtos apreendidos ou abandonados.

Art. 22. Contribuinte do imposto é:


I – o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados.

Alíquota

Como dito no tópico 1.1. o artigo 153 parágrafo 1º da Constituição nos traz a possibilida-
de do imposto de importação ter SOMENTE as suas alíquotas alteradas por um ato do poder
executivo (decreto, regulamento, portaria, instrução normativa, resolução da CAMEX – Câma-
ra de Comércio Exterior) em decorrência de seu caráter nitidamente extrafiscal (regulatória de
mercado) vendo claramente a recepção parcial do artigo 21 do CTN.

Art. 153, § 1º da CF: É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabele-
cidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

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Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do
comércio exterior.

As alíquotas poderão ser específicas quando se trate de uma importância em dinheiro que
incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, por exemplo, metragem, peso etc. ou ad
valorem indicando um percentual a ser aplicado sobre a base de cálculo.

Base de Cálculo

A base de cálculo é o preço normal do produto, ou seja, o preço pelo qual a mercadoria ou
similar é vendida no mercado do seu país de origem, somado as despesas de frete e seguro.
Quando a alíquota for específica a base de cálculo será a quantidade de mercadoria ex-
pressa na unidade de medida indicada na Tarifa Aduaneira do Brasil (TAB), quando a alíquota
for ad valorem, o valor da base de cálculo será apurado segundo as normas do Acordo Geral
sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT) e, quando a mercadoria for abandonada ou apre-
endida a base de cálculo será o preço do produto adquirido em licitação

Art. 20. A base de cálculo do imposto é:


I – quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;
II – quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao
tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou
lugar de entrada do produto no País;
III – quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrema-
tação.

Lançamento

O lançamento é o procedimento administrativo pelo qual a autoridade administrativa


constitui o crédito tributário apurando quem é o sujeito passivo, a origem e o valor do crédito
tendo como objetivo tornar o valor líquido e certo para o Estado.
O imposto de importação, como regra, tem o lançamento efetuado por homologação con-
forme disposto no artigo 150 do CTN onde se exige o pagamento antecipado do tributo antes
de qualquer procedimento de fiscalização.

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No entanto, no caso da incidência do imposto de importação incidente sobre a bagagem


acompanhada quando o contribuinte chega de viagem do estrangeiro falar-se-á em lança-
mento por declaração.

Imposto de Exportação – IE
Base Legal: Art.153 II e § 1º CF, arts. 23 ao 28 do CTN, DL 1.578/77 e Decreto 4.543/02
(Regulamento Aduaneiro).

Competência

O imposto de exportação é um tributo de competência privativa da União conforme dis-


posto no artigo 153 II da Constituição e no artigo 23 do Código Tributário Nacional.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


II – exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;

Princípio da Legalidade

O imposto de exportação deve obediência ao princípio da legalidade e para ser instituído,


extinto, alterada a sua base de cálculo ou concedido incentivos fiscais deve ser editada uma
Lei Ordinária.
Ocorre que o artigo 153 parágrafo 1º da Constituição nos traz a possibilidade de o impos-
to de exportação ter SOMENTE as suas alíquotas alteradas por um ato do poder executivo
(decreto, regulamento, portaria, instrução normativa) em decorrência de seu caráter nitida-
mente extrafiscal (regulatória de mercado).

Art. 153, § 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em


lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

Exemplo
Diante da Calamidade Pública decretada no Município de Brumadinho-MG o governo fede-
ral, por meio do Presidente da República pode baixar um Decreto para baixar ou aumentar a
alíquota do Imposto de Exportação de determinado gênero alimentício produzido na região
como forma de estímulo.

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Após tal explicação surge uma dúvida muito comum entre os alunos sobre a redação do
artigo 26 do Código Tributário Nacional que nos traz a possibilidade de alteração das alíquo-
tas e base de cálculo do tributo por meio de ato do poder executivo. No entanto, tal dispositivo
foi recepcionado parcialmente pela Constituição permitindo apenas a alteração das alíquotas
e não da base de cálculo por ato de poder executivo.

Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e
do comércio exterior.

Função

O imposto de exportação tem função nitidamente extrafiscal, regulatória de mercado vi-


sando estimular ou desestimular a compra de determinados produtos.

Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e
do comércio exterior.

A função extrafiscal é utilizada quando o tributo visa incentivar ou desincentivar determi-


nadas ações do contribuinte buscando intervir na sociedade e economia como é o caso do
imposto de importação, exportação, operações financeiras e o imposto sobre produtos indus-
trializados onde o tributo é utilizado como forma de controle da balança comercial.

Princípios da Anterioridade Anual e Nonagesimal

O princípio da Anterioridade Anual ou de Exercício determinar que o Estado só poderá co-


brar tributos que tenham sido instituídos ou majorados no primeiro dia do exercício seguinte
– Art. 150 III b da CF.
O princípio da Anterioridade Nonagesimal ou também chamado de Noventena determinar
que o Estado só poderá cobrar tributos que tenham sido instituídos ou majorados após 90
dias da data da publicação da lei – Art. 150 III c da CF.
No entanto, o imposto de exportação diante de seu caráter nitidamente extrafiscal é exce-
ção a ambos os princípios e desta forma poderá ser cobrado de imediato. Lembre-se: Poderá
ser de imediato e não deverá ser.

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Art. 150, § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I,
II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

Fato Gerador

O artigo 23 do Código Tributário Nacional e o artigo 1º do DL 1.578/77 dispõe que o fato


gerador do imposto de exportação é a saída do produto nacional ou nacionalizado do território
nacional e que a receita líquida arrecadada será destinada a formação de reservas monetárias.
Produto Nacional é aquele que suportou alguma forma de industrialização no país ao pas-
so que o produto nacionalizado é aquele de procedência estrangeira, objeto de importação e
que foi submetido ao desembaraço aduaneiro no País.

Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos
nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do território nacional.
Art. 28. A receita líquida do imposto destina-se à formação de reservas monetárias, na forma da lei.
Art. 1º O Imposto sobre a Exportação, para o estrangeiro, de produto nacional ou nacionalizado tem
como fato gerador a saída deste do território nacional.

No entanto, o fato gerador do imposto de exportação somente será concretizado com a


expedição da guia de exportação ou documento equivalente.

Art. 1º, § 1º do DL 1.578/77: Considera-se ocorrido o fato gerador no momento da expedição da


Guia de Exportação ou documento equivalente.

• Julgamento do STF:

AI 578.372 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 9-2-2010, 2ª T, DJE de 12-3-2010. Não é qualquer registro
no Siscomex [Sistema Integrado de Comércio Exterior] que corresponde à expedição do documento
equivalente à guia de exportação prevista no § 1º, in fine, do art. 1º do DL 1.578/1977, como determi-
nante da ocorrência do fato gerador do tributo. Somente o Registro de Exportação corresponde e se
equipara à Guia de Exportação. Editada a Resolução 2.112/1994 do Banco Central do Brasil depois
dos registros de venda, mas antes dos registros de exportação, submetem-se as operações respec-
tivas às alíquotas nelas fixadas, visto que tal fixação se dera antes da ocorrência do fato gerador.
Art. 1º § 3º do DL 1.578/77: O Poder Executivo relacionará os produtos sujeitos ao imposto.

Não será efetivada a exportação quando houver o retorno da mercadoria e, neste caso,
será devido a restituição dos valores pagos.

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Art. 6º DL 1.578/77: Não efetivada a exportação do produto ou ocorrendo o seu retorno na forma do
artigo 11 do Decreto-lei n. 491, de 05/03/1969, a quantia paga a título de imposto será restituída a
requerimento do interessado acompanhado da respectiva documentação comprobatória.
Art. 4º DL 1.578/77: O pagamento do imposto será realizado na forma e no momento fixados pelo
Ministro da Fazenda, que poderá determinar sua exigibilidade antes da efetiva saída do produto a
ser exportado.
Parágrafo único. Poderá ser dispensada a cobrança do imposto em função do destino da mercado-
ria exportada, observadas normas editadas pelo Ministro de Estado da Fazenda.
Art. 8º DL 1.578/77: No que couber, aplicar-se-á, subsidiariamente, ao imposto de exportação a
legislação relativa ao imposto de importação.
Art. 9º DL 1.578/77: O produto da arrecadação do imposto de exportação constituirá reserva mo-
netária, a crédito do Banco Central do Brasil, a qual só poderá ser aplicada na forma estabelecida
pelo Conselho Monetário Nacional.
Art. 10. DL 1.578/77: A CAMEX expedirá normas complementares a este Decreto-Lei, respeitado o
disposto no § 2º do art. 1º, caput e § 2º do art. 2º, e arts. 3º e 9º.
Art. 11. DL 1.578/77: Este Decreto-Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas a Lei
n. 5.072, de 12/08/1966, e demais disposições em contrário.

Contribuinte

O contribuinte do Imposto de exportação segundo disposto no artigo 27 do Código Tribu-


tário Nacional é o exportador ou quem a lei a ele equiparar, podendo ser uma pessoa física ou
jurídica.

Art. 27. Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele equiparar.


Art. 5º DL 1.578/77– O contribuinte do imposto é o exportador, assim considerado qualquer pes-
soa que promova a saída do produto do território nacional.

Alíquota

Como dito no tópico 2.1. o artigo 153 parágrafo 1º da Constituição nos traz a possibilida-
de do imposto de importação ter SOMENTE as suas alíquotas alteradas por um ato do poder
executivo (decreto, regulamento, portaria, instrução normativa dentre outros) em decorrência
de seu caráter nitidamente extrafiscal (regulatória de mercado) vendo claramente a recepção
parcial do artigo 26 do CTN.

Art. 153, § 1º da CF: É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabele-
cidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

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Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e
do comércio exterior.

As alíquotas poderão ser específicas quando se trate de uma importância em dinheiro que
incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, por exemplo, metragem, peso etc. ou ad
valorem indicando um percentual a ser aplicado sobre a base de cálculo.
Segundo o disposto no artigo 3 do DL 1.578 de 1977 a alíquota do imposto de exportação
será de 30% podendo ser aumentada por ato do Poder Executivo em até 5 vezes o percentual
fixado, ou seja, podendo chegar até 150%.

Art. 3º A alíquota do imposto é de trinta por cento, facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou au-
mentá-la, para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
Parágrafo único. Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser superior a cinco vezes
o percentual fixado neste artigo.

Base de Cálculo

A base de cálculo é o preço normal do produto, ou seja, o preço pelo qual a mercadoria ou
similar é vendida no mercado do seu país de origem, somado as despesas de frete e seguro.
Quando a alíquota for específica a base de cálculo será a unidade de medida adotada
pela lei deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre o valor da exportação e, quando
a alíquota for ad valorem, será o preço normal que a mercadoria alcançaria em condições de
venda em livre concorrência.

CTN
Art. 24 A base de cálculo do imposto é:
I – quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;
II – quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao
tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência.
Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega como efetuada no porto ou
lugar da saída do produto, deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre a operação de ex-
portação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado internacional o custo
do financiamento.
Art. 25. A lei pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do preço, referidos no artigo
anterior, excedente de valor básico, fixado de acordo com os critérios e dentro dos limites por ela
estabelecidos.

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Art. 2º DL 1.578/77: A base de cálculo do imposto é o preço normal que o produto, ou seu similar,
alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no merca-
do internacional, observadas as normas expedidas pelo Poder Executivo, mediante ato da CAMEX
– Câmara de Comércio Exterior.
§ 1º) O preço à vista do produto, FOB ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal.
§ 2º) Quando o preço do produto for de difícil apuração ou for susceptível de oscilações bruscas
no mercado internacional, o Poder Executivo, mediante ato da CAMEX, fixará critérios específicos
ou estabelecerá pauta de valor mínimo, para apuração de base de cálculo.
§ 3º) Para efeito de determinação da base de cálculo do imposto, o preço de venda das merca-
dorias exportadas não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição ou produção, acrescido dos
impostos e das contribuições incidentes e de margem de lucro de quinze por cento sobre a soma
dos custos, mais impostos e contribuições.

Lançamento

O lançamento é o procedimento administrativo pelo qual a autoridade administrativa


constitui o crédito tributário apurando quem é o sujeito passivo, a origem e o valor do crédito
tendo como objetivo tornar o valor líquido e certo para o Estado.
O imposto de exportação, como regra, tem o lançamento efetuado por homologação con-
forme disposto no artigo 150 do CTN onde se exige o pagamento antecipado do tributo antes
de qualquer procedimento de fiscalização.

Imposto de Renda

Base Legal: Art. 153, III, e § 2º CF, arts. 43 ao 45 do CTN.

Competência

O imposto de renda é um tributo de competência privativa da União conforme disposto no


artigo 153 III da Constituição e no artigo 43 do Código Tributário Nacional compondo o rol dos
tributos direitos já que incide diretamente na renda ou nos proventos de qualquer natureza do
contribuinte.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


III – renda e proventos de qualquer natureza;

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Deste modo, as ações interpostas para questionamento do imposto de renda e proventos


de qualquer natureza serão endereçadas, como regra, a justiça federal haja vista o interesse
da União e o disposto no artigo 109, I, da CF.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:


I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas
na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

Ocorre que temos uma situação extremamente específica no que diz respeito ao endere-
çamento das ações de repetição de indébito visando a restituição do imposto de renda retido
na fonte dos servidores estaduais, distritais e municipais.
Em que sentido: na aula 06 estudaremos as repartições de receitas tributárias e no artigo
157, I, e 158, I, da Constituição está disposto que 100% do produto da arrecadação do imposto
de renda retido na fonte dos servidores estaduais, distritais e municipais serão repassados
para o respectivo estado, DF e Município.

Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:


I – o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas
fundações que instituírem e mantiverem;
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I – o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas
fundações que instituírem e mantiverem;

Ou seja, a União não fica com nenhuma parcela da arrecadação do imposto de renda des-
te seguimento específico: imposto de renda retido na fonte do SERVIDOR estadual, distrital e
municipal.
Por tal motivo, caso ocorra um desconto indevido de imposto de renda na remuneração
do servidor do estado do Acre o valor a ser restituído sairá dos cofres do Acre e não dos co-
fres da União e a ação de repetição de indébito deverá ser proposta contra o próprio estado
e tramitará na justiça estadual e não na justiça federal conforme redação da Súmula 447 do
STJ.

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Súmula 447 do STJ: Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de res-
tituição de imposto retido na fonte proposta por seus servidores.

Princípio da Legalidade

O imposto de renda deve obediência ao princípio da legalidade e para ser instituído, extin-
to, alterada a sua base de cálculo, alíquotas ou concedido incentivos fiscais deve ser editada
uma Lei Ordinária sob pena de padecer de inconstitucionalidade.
Caso haja a necessidade de concessão de isenção deverá ser editada uma lei ordinária
como ocorre com a Lei n. 7.713/88 que em seu artigo 6º concede a isenção do imposto para
pessoas físicas.
O artigo 6º, incisos XIV e XXI da referida Lei concede isenção de Imposto de Renda para
os aposentados ou pensionistas que tenham alguma das doenças listadas no rol dos incisos
no que diga respeito aos proventos de aposentadoria e pensões.

Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas
físicas:
XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos
pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla,
neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave,
doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, esta-
dos avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome
da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a
doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma;
XXI – os valores recebidos a título de pensão quando o beneficiário desse rendimento for portador
das doenças relacionadas no inciso XIV deste artigo, exceto as decorrentes de moléstia profissio-
nal, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída
após a concessão da pensão.

Como as isenções são interpretadas de maneira literal apenas cumprindo os requisitos


cumulativos, quais sejam, ser aposentado ou pensionistas + ter uma das doenças listas no
rol terá direito ao benefício.
Ocorre que sobre tal tema o Superior Tribunal de Justiça editou duas Súmulas.
A primeira delas é a Súmula n. 598 do STJ que dispõe:

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Súmula 598 do STJ: É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reco-
nhecimento judicial da isenção do Imposto de Renda, desde que o magistrado entenda
suficientemente demonstrada a doença grave por outros meios de prova.

Ocorre que a Administração Pública quando se depara com um contribuinte, aposentado,


que tenha, por exemplo, cardiopatia grave e venha a requerer a concessão da isenção acaba
por indeferir o pedido tendo em vista a redação do artigo 30 da Lei n. 9.250/95 que dispõe
sobre a necessidade de laudo médico oficial.

Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que
tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei n. 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação
dada pelo art. 47 da Lei n. 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada
mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios.

No entanto, com a redação da Súmula 598 do STJ se o contribuinte ingressar no judiciário


pleiteando o reconhecimento de seu direito à isenção com base nos laudos médicos particu-
lares que constatam sua cardiopatia o magistrado poderá reconhecer o direito à isenção do
Imposto de Renda de que trata o art. 6º XIV da Lei n. 7.713/88.
O STJ entendeu que a norma prevista no art. 30 da Lei n. 9.250/95 é aplicável apenas para
a Administração Pública (laudo médico oficial) mas não vincula o magistrado no momento de
seu julgamento em face do princípio basilar do “livre convencimento”.
A segunda súmula e tão importante quanto acerca do tema é a 627 também do Superior
Tribunal de Justiça que dispõe:

Súmula n. 627 do STJ: O contribuinte faz jus à concessão ou à manutenção da isenção


do imposto de renda, não se lhe exigindo a demonstração da contemporaneidade dos
sintomas da doença nem da recidiva da enfermidade.

Neste diapasão, vamos supor que José, aposentado, tenha sido diagnosticado com ne-
oplasia maligna (Câncer). Para conseguir a obtenção do benefício anexou diversos laudos
médicos particulares na ação ao qual pleiteia o reconhecimento da isenção tendo tido ganho
de causa (Súmula n. 598 do STJ).

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José após longo tratamento de quimioterapia encontra-se aparamente curado da doença


e sem qualquer sinal de recidiva da doença.
Neste caso, a Receita Federal poderá cancelar o benefício de José? Não. Mesmo aparen-
temente curado é devida a isenção do imposto de renda em favor dos aposentados portado-
res de tais doenças com o objetivo aliviar os gastos financeiros que terá para o resto de sua
vida em virtude de acompanhamentos médicos e medicações.

Função

O imposto de renda tem função predominantemente fiscal tendo como objetivo arrecadar
valores para financiar as atividades do Estado, sejam elas específicas ou gerais incidindo
sobre toda a renda e proventos do contribuinte e de forma mais gravosa sobre maiores ren-
dimentos.
No entanto, vemos claramente uma função extrafiscal na aplicação do tributo com o intui-
to de minimizar as desigualdades sociais prismando por uma melhor redistribuição de rendas
ao aumentar gradativamente as suas alíquotas de acordo com a capacidade econômica do
contribuinte e, isentando dessa forma, os que não tem condições econômicas de suportar a
tributação sem ofenda seu mínimo existencial.

Princípios da Anterioridade Anual e Nonagesimal

O princípio da Anterioridade Anual ou de Exercício determinar que o Estado só poderá co-


brar tributos que tenham sido instituídos ou majorados no primeiro dia do exercício seguinte
– Art. 150, III, b, da CF.
O princípio da Anterioridade Nonagesimal ou também chamado de Noventena determinar
que o Estado só poderá cobrar tributos que tenham sido instituídos ou majorados após 90
dias da data da publicação da lei – Art. 150, III, c, da CF.
No entanto, o imposto de renda e proventos de qualquer natureza deve obediência tão
somente ao princípio da anterioridade anual (aguarda o dia 01 de janeiro do próximo ano) não
sendo necessário aguarda 90 dias após a publicação da lei para ser cobrado por ser exceção
ao princípio da Anterioridade Nonagesimal.

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Art. 150. § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I,
II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

Fato Gerador

O fato gerador do imposto de renda e proventos de qualquer natureza é a aquisição da


disponibilidade econômica ou jurídica.
O primeiro ponto que merece destaque é que o CTN não trouxe a expressão disponibi-
lidade econômica E jurídica e sim como possibilidade alternativa econômica OU jurídica.
A disponibilidade econômica é a possibilidade de ganho de rendas ou proventos de
qualquer natureza com origem lícita ou não.
A disponibilidade econômica pode ser jurídica ou não pois pode advir de acréscimos
patrimoniais amparados ou não por lei. Um bom exemplo é a renda auferida pelo tráfico
de drogas que não estará livre da tributação por imposto de renda já que o fato gerador do
tributo é analisado abstraindo-se a validade jurídica dos atos (art. 118 I do CTN).
A disponibilidade jurídica por sua vez advém, normalmente, de regulamentação legal
ou de um contrato de trabalho como ocorre com a percepção do salário.

RECURSO ESPECIAL N. 983.134 – RS (2007/0207124-7) RELATOR: MINISTRO CASTRO


MEIRA RECORRENTE: FAZENDA NACIONAL PROCURADOR: LUIZ FERNANDO JUCÁ
FILHO E OUTRO(S) RECORRIDO: ARNALDO ULMANN – PARTICIPAÇÕES E ADMINIS-
TRAÇÃO LTDA E OUTROS ADVOGADO: TÚLIO FREITAS DO EGITO COELHO E OUTRO(S)
EMENTA TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO.
EMPRESAS CONTROLADAS SITUADAS NO EXTERIOR. DISPONIBILIDADE ECONÔMICA
E JURÍDICA DA RENDA. ARTS. 43, § 2º, DO CTN E 74 DA MP 2.158-35/2001. 1. O art. 43
do CTN, sobretudo o seu § 2º, determina que o imposto de renda incidirá sobre a dispo-
nibilidade econômica ou jurídica da renda e que a lei fixará o momento em que se torna
disponível no Brasil a renda oriunda de investimento estrangeiro. 2. Atendendo à previ-
são contida no § 2º do art. 43 do CTN, a Medida Provisória 2.158-35/2001 dispôs, no art.
74, que “os lucros auferidos por controlada ou coligada no exterior serão considerados
disponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil na data do balanço no qual

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tiverem sido apurados”. 3. Em outras palavras, o art. 74 da MP 2.158-35/2001 consi-


dera ocorrido o fato gerador no momento em que a empresa controlada ou coligada no
exterior publica o seu balanço patrimonial positivo. 4. Não se deve confundir disponi-
bilidade econômica com disponibilidade financeira da renda ou dos proventos de qual-
quer natureza. Enquanto esta última se refere à imediata “utilidade” da renda, a segunda
está atrelada ao simples acréscimo patrimonial, independentemente da existência de
recursos financeiros. 5. Não é necessário que a renda se torne efetivamente disponível
(disponibilidade financeira) para que se considere ocorrido o fato gerador do imposto de
renda, limitando-se a lei a exigir a verificação do acréscimo patrimonial (disponibilidade
econômica). No caso, o incremento patrimonial verificado no balanço de uma empresa
coligada ou controlada no exterior representa a majoração, proporcionalmente à parti-
cipação acionária, do patrimônio da empresa coligada ou controladora no Brasil. 6. Sob
esse prisma, parece razoável que o patrimônio da empresa brasileira já se considere
acrescido desde a divulgação do balanço patrimonial da empresa estrangeira. Nesse
caso, há disponibilidade econômica. O que não há é disponibilidade financeira, que se
fará presente apenas quando do aumento nominal do valor das ações ou do número de
ações representativas do capital social. 7. É conveniente salientar que o Supremo está
examinando a tese Documento: 3849091 – EMENTA / ACORDÃO – Site certificado –
DJe: 17/04/2008 Página 1 de 2 Superior Tribunal de Justiça de inconstitucionalidade
do § 2º do art. 43 do CTN, acrescentado pela LC 104/2001, e do art. 74, caput e pará-
grafo único, da MP 2.158-35/2001, em razão da ADIn 2.588, proposta pela Confederação
Nacional da Indústria-CNI. 8. Pelos votos já proferidos na ADIn, tem-se uma noção de
como é tormentosa a questão em torno da constitucionalidade do disposto no art. 74
da MP 2.158-35/2001. Há voto no sentido da inconstitucionalidade apenas quanto às
empresas coligadas (Min. Ellen Gracie); votos pela total constitucionalidade do disposi-
tivo (Ministros Nelson Jobim e Eros Grau); e votos pela sua total inconstitucionalidade
(Ministros Marco Aurélio, Sepúlveda Pertence e Ricardo Lewandowski). 9. A par de dis-
cussões de ordem constitucional, o certo é que o dispositivo ainda não foi retirado do
ordenamento nem suspenso por liminar, e o recurso especial surgiu tão-somente para
exame da ilegalidade do art. 7º da IN SRF 213/2001. Sob o prisma infraconstitucional,
como visto, nada há de ilegal na Instrução Normativa, que encontra amparo nas regras
dos arts. 43, § 2º, do CTN e 74 da MP 2.158-35/2001, que permitem seja considerada

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disponível a renda desde a publicação dos balanços patrimoniais das empresas coliga-
das e controladas no estrangeiro. 10. Recurso especial provido.

Ocorrerá o fato gerador do imposto de renda mesmo que não ocorra o efetivo recebimen-
to, bastando que ocorra o acréscimo patrimonial (crédito ou direito ao recebimento).
A renda pode derivar do produto do capital (aluguéis, dividendos, juros), do produto do tra-
balho (salário, honorários, vencimentos, soldo, remuneração do servidor) ou ainda, da combi-
nação de ambos (atividade empresarial) e os proventos de qualquer natureza são os demais
acréscimos patrimoniais como, por exemplo, ganhos em loteria, descobertas de tesouros etc.

FATO GERADOR DO IMPOSTO DE RENDA


RENDA PROVENTOS DE
PRODUTO DO CAPITAL PRODUTO DO TRABALHO COMBINAÇÃO DE AMBOS QUALQUER NATUREZA

– Aluguel – Salário – Atividade empresarial – Loteria


– Dividendos – Honorários – Jogo do bicho
– Juros – Vencimentos – Dinheiro com tráfico

Para que a renda seja tributável não é necessário que o recebimento ocorra periodica-
mente como ocorre com a percepção do salário. Basta que ocorra um ganho ocasionalmente
ou esporádico como no caso de ganho advindo de um jogo ou pela descoberta de um tesouro
em sua propriedade.
Outro ponto que merece destaque é aplicação dos princípios da universalidade e genera-
lidade previstos no artigo 153, § 2º, da Constituição Federal.

Art. 153, § 2º O imposto previsto no inciso III:


I – será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na for-
ma da lei;

O princípio da generalidade diz que a tributação deve recair sobre todas as pessoas que
incidam no fato gerador do imposto de renda independente de raça, sexo, credo, cor religião
exceto as que possuam imunidade tributária.

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O princípio da universalidade por sua vez significa a tributação sobre toda e qualquer si-
tuação, independente da origem pecuniária da renda que resultou no fato gerador do imposto
de renda sem levar em consideração a origem lícita ou ilícita dessa renda.
É exatamente neste ponto que vemos claramente a aplicação do princípio da pecúnia non
olet apesar da não referência expressa do texto constitucional.
Tal princípio significa dizer que o dinheiro e consequentemente o tributo não tem cheiro e,
desta forma, pouco importa para o Fisco se os rendimentos tributáveis tiveram ou não fonte
lícita ou moral.

CTN
Art. 43. § 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da
localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção.

O instituto teve origem em Roma quando o Imperador Vespasiano resolveu instituir nova-
mente a taxa para a utilização de banheiros públicos e quando Tito, seu filho, resolveu ques-
tioná-lo o Imperador Vespasiano pegou uma moeda de ouro e disse Non olet (não tem cheiro).
Embora o fato gerador do tributo só possa decorrer de atividade lícita já que pela leitura
do artigo 3º do CTN não podem ter caráter de sanção isso não significa dizer que a renda
auferida por uma atividade ilícita (tráfico) não possa ser tributada.
Veja que auferir renda não é ilícito o que é ilegal é apenas a forma como foi obtida.

HC 77.530/RS – EMENTA: Sonegação fiscal de lucro advindo de atividade criminosa:


“non olet”. Drogas: tráfico de drogas, envolvendo sociedades comerciais organizadas,
com lucros vultosos subtraídos à contabilização regular das empresas e subtraídos à
declaração de rendimentos: caracterização, em tese, de crime de sonegação fiscal, a
acarretar a competência da Justiça Federal e atrair pela conexão, o tráfico de entorpe-
centes: irrelevância da origem ilícita, mesmo quando criminal, da renda subtraída à tri-
butação. A exoneração tributária dos resultados econômicos de fato criminoso – antes
de ser corolário do princípio da moralidade – constitui violação do princípio de isonomia
fiscal, de manifesta inspiração ética.
Ementa: PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 1º, I, DA LEI N. 8.137 /90. SONEGAÇÃO FISCAL DE
LUCRO ADVINDO DE ATIVIDADES ILÍCITAS. “NON OLET”. Segundo a orientação jurispru-

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dencial firmada nesta Corte e no Pretório Excelso, é possível a tributação sobre rendimen-
tos auferidos de atividade ilícita, seja de natureza civil ou penal; o pagamento de tributo
não é uma sanção (art. 4º do CTN -”que não constitui sanção por ato ilícito”), mas uma
arrecadação decorrente de renda ou lucro percebidos, mesmo que obtidos de forma ilícita
HC 7.444/RS”> HC 7.444/RS, 5ª Turma, Rel. Min. Edson Vidigal, DJ de 03.08.1998). A exo-
neração tributária dos resultados econômicos de fato criminoso – antes de ser corolário do
princípio da moralidade – constitui violação do princípio de isonomia fiscal, de manifesta
inspiração ética HC 77.530/RS”> HC 77.530/RS, Primeira Turma, Rel. Min. Sepúlveda Per-
tence, DJU de 18/09/1998). Ainda, de acordo com o art. 118 do Código Tributário Nacional
a definição legal do fato gerador é interpretada com abstração da validade jurídica dos atos
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis ou terceiros, bem como da natu-
reza do seu objeto ou dos seus efeitos REsp 182.563/RJ”> REsp 182.563/RJ, 5ª Turma, Rel.
Min José Arnaldo da Fonseca, DJU de 23/11/1998). Habeas corpus denegado.
Ementa: Habeas corpus. Penal. Processual penal. Crime contra a ordem tributária. Artigo
1º, inciso I, da Lei n. 8.137 /90. Desclassificação para tipo previsto no art. 2º, inciso I,
da indigitada lei. Questão não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça. Supressão
de instância. Inadmissibilidade. Precedentes. Alegada atipicidade da conduta baseada
na circunstância de que os valores movimentados nas contas bancárias do paciente
seriam provenientes de contravenção penal. Artigo 58 do Decreto-Lei n. 6.259 /44 –
Jogo do Bicho. Possibilidade jurídica de tributação sobre valores oriundos de prática
ou atividade ilícita. Princípio do Direito Tributário do non olet. Precedente. Ordem par-
cialmente conhecida e denegada. A jurisprudência da Corte, à luz do art. 118 do Código
Tributário Nacional, assentou entendimento de ser possível a tributação de renda obtida
em razão de atividade ilícita, visto que a definição legal do fato gerador é interpretada
com abstração da validade jurídica do ato efetivamente praticado, bem como da natu-
reza do seu objeto ou dos seus efeitos. Princípio do non olet. Vide o HC n. 77.530/RS,
Primeira Turma, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 18/9/98. 3. Ordem parcial-
mente conhecida e denegada.

• Julgamento do STF:

ADI 2.588, rel. p/ o ac. min. Joaquim Barbosa, j. 10-4-2013, P, DJE de 11-2-2014. =
RE 611.586, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 10-4-2013, P, DJE de 10-10-2014, Tema 537.

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Imposto de renda e proventos de qualquer natureza. Participação de empresa controla-


dora ou coligada nacional nos lucros auferidos por pessoa jurídica controlada ou coli-
gada sediada no exterior. Legislação que considera disponibilizados os lucros na data
do balanço em que tiverem sido apurados (“31 de dezembro de cada ano”). Alegada
violação do conceito constitucional de renda. Aplicação da nova metodologia de apu-
ração do tributo para a participação nos lucros apurada em 2001. Violação das regras
da irretroatividade e da anterioridade. MP 2.158-35/2001, art. 74. Lei 5.720/1966, art.
43, § 2º (LC 104/2000). (…) 2. Orientada pelos pontos comuns às opiniões majoritárias,
a composição do resultado reconhece: 2.1 A inaplicabilidade do art. 74 da MP 2.158-35
às empresas nacionais coligadas a pessoas jurídicas sediadas em países sem tributa-
ção favorecida, ou que não sejam “paraísos fiscais”; 2.2 A aplicabilidade do art. 74 da
MP 2.158-35 às empresas nacionais controladoras de pessoas jurídicas sediadas em
países de tributação favorecida, ou desprovidos de controles societários e fiscais ade-
quados (“paraísos fiscais”, assim definidos em lei); 2.3 A inconstitucionalidade do art.
74, parágrafo único, da MP 2.158-35/2001, de modo que o texto impugnado não pode
ser aplicado em relação aos lucros apurados até 31 de dezembro de 2001. Ação direta
de inconstitucionalidade conhecida e julgada parcialmente procedente, para dar inter-
pretação conforme ao art. 74 da MP 2.158-35/2001, bem como para declarar a incons-
titucionalidade da cláusula de retroatividade prevista no art. 74, parágrafo único, da MP
2.158/2001.
RE 545.796, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 25-10-2019, P, DJE de 22-11-2019, Tema
298. É constitucional a sistemática estabelecida no artigo 3º, inciso I, da Lei 8.200/1991
para a compensação tributária decorrente da correção monetária das demonstrações
financeiras de pessoas jurídicas no ano-base 1990. Tese: “ É constitucional a sistemá-
tica estabelecida no artigo 3º, inciso I, da Lei 8.200/1991 para a compensação tributária
decorrente da correção monetária das demonstrações financeiras de pessoas jurídicas
no ano-base 1990.”
RE 591.340, rel. min. Marco Aurélio, j. 27-6-2019, P, Informativo 945, Tema 117. É cons-
titucional a limitação do direito de compensação de prejuízos fiscais do Imposto de
Renda sobre Pessoa Jurídica (IRPJ) e da base de cálculo negativa da Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL). Com base nessa orientação, o Plenário, em conclusão de
julgamento e por maioria, negou provimento a recurso extraordinário, com repercussão

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geral reconhecida (Tema 117), em que se questionava a constitucionalidade dos arts. 42


e 58 da Lei 8.981/1995 e dos arts. 15 e 16 da Lei 9.065/1995.
RE 221.142, rel. min. Marco Aurélio, j. 20-11-2013, P, DJE de 30-10-2014, Tema 311.
Imposto de renda. Balanço patrimonial. Atualização. OTN. Arts. 30 da Lei 7.730/1989
e 30 da Lei 7.799/1989. Mostra-se inconstitucional a atualização prevista no art. 30 da
Lei 7.799/1989 no que, desconsiderada a inflação, resulta na incidência do imposto de
renda sobre lucro fictício.
RE 582.525, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 9-5-2013, P, DJE de 7-2-2014, Tema 75. O valor
pago a título de CSLL não perde a característica de corresponder a parte dos lucros ou
da renda do contribuinte pela circunstância de ser utilizado para solver obrigação tribu-
tária. É constitucional o art. 1º e parágrafo único da Lei 9.316/1996, que proíbe a dedu-
ção do valor da CSLL para fins de apuração do lucro real, base de cálculo do Imposto
sobre a Renda das Pessoas Jurídicas.

Contribuintes e/ou Responsáveis

Contribuinte é aquele que tem relação pessoal e direta com a ocorrência do fato gerador
(art. 121, § único, I, do CTN) e responsável é aquele que tem relação indireta com o fato gera-
dor mediante atribuição legal (art. 121, § único, II, do CTN).

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dispo-
sição expressa de lei.

No caso do imposto de renda, o artigo 45 do CTN dispõe que contribuinte é titular da dis-
ponibilidade econômica ou jurídica e a lei poderá atribuir a responsabilidade pelo pagamento
a fonte pagadora.

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Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem pre-
juízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda
ou dos proventos tributáveis.
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a con-
dição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.

Exemplo
João trabalha com carteira assina na Padaria Doce Pão. Ao final do mês João receberá seu
salário já com todos os descontos efetuados pela fonte pagadora inclusive no que diz respei-
to ao imposto de renda. Pergunta-se: Quem é o contribuinte e o responsável do tributo? João
será o contribuinte por ser ele que tem relação direta com o fato gerador adquirir a disponibi-
lidade econômica e a lei atribui a fonte pagadora (empregador, Pessoa Jurídica) a responsa-
bilidade por lei em reter na fonte os valores do tributo.

Alíquotas Progressivas

O Imposto de Renda é um dos quatro impostos que possuem alíquotas progressivas con-
forme disposto, no caso, no artigo 153, § 2º, I, da Constituição.

Art. 153, § 2º O imposto previsto no inciso III:


I – será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na for-
ma da lei;

A progressividade fiscal está diretamente ligada a capacidade contributiva que cada cida-
dão possui prismando pela aplicabilidade do princípio da isonomia.
O imposto progressivo é aquele em que a alíquota aumenta à proporção que os valores
sobre os quais incide são maiores. No caso do imposto de renda, por exemplo, conforme au-
menta a faixa salarial aumentará alíquota a ser aplicada.
O imposto proporcional, por sua vez, é aquele em que a alíquota é fixa e o resultado só
aumenta à proporção em que aumenta o valor da base de cálculo.

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Base de Cálculo

Pessoa Física: A base de cálculo do imposto de renda de pessoa física é a renda líquida,
ou seja, a totalidade do que for auferido por renda e proventos de qualquer natureza recebidos
pelo contribuinte durante o período base, por exemplo, 2020 excluídos as deduções, isenções
e abatimentos autorizados por lei.
Pessoa Jurídica: Lucro real, arbitrado ou presumido.
A base de cálculo do imposto de renda de pessoa jurídica é definida pelo lucro real, pre-
sumido ou arbitrado.

Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos
proventos tributáveis.

O lucro real Lucro Real é a regra geral para a apuração do Imposto de Renda (IRPJ) e da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) da pessoa jurídica sendo determinado a
partir do lucro contábil, apurado pela pessoa jurídica, acrescido de ajustes (positivos e nega-
tivos) requeridos pela legislação fiscal.
Lucro arbitrado aplica-se somente às situações em que a mensuração da base de cálculo
real do imposto mostra-se prejudicada em razão da omissão ou ausência de fé dos esclareci-
mentos prestados, declarações apresentadas ou documentos expedidos pelo sujeito passivo
ou terceiro obrigado obrigando o lançamento por arbitramento previsto no artigo 148 do CTN.
O lucro presumido para ser escolhido pelo contribuinte depende de uma autorização para
seu enquadramento gerando a aplicação de um percentual sobre a receita bruta da pessoa
jurídica, variável conforme a atividade desenvolvida.

Da Não Incidência de Imposto de Renda sobre Verbas de Cunho Indenizatório

Indenização é uma forma de compensar, de recompor alguém por um dano, por um preju-
ízo que tenha suportado seja ele moral, material, estético ou a imagem.
Quando alguém recebe uma indenização não há que se falar em aumento do patrimônio,
pelo contrário, o sujeito suportou um dano, suportou uma queda, um prejuízo em seu patrimô-
nio e a indenização visa tão somente restaurar, minimizar os estragos suportados.

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Por tais motivos, por não haver acréscimo patrimonial, ou seja, aquisição de disponibili-
dade econômica que represente riqueza, mas, tão somente, mera recomposição dos danos
causados não há que se falar em incidência de imposto de renda sobre as verbas de cunho
indenizatório.
Segundo lição de Leandro Paulsen (2007, p. 288): “Verbas efetivamente indenizatórias
apenas reparam uma perda, não constituindo acréscimo patrimonial. Não dão ensejo, pois, à
incidência de Imposto de Renda”.

a) Não Incidência de Ir sobre os Valores Férias e o Respectivo Terço Não


Usufruídos

As Súmulas ns. 125 e 386 do STJ dispõem que não incidirá imposto de renda sobre os
valores recebidos a título de férias e seu respectivo terço não usufruídos por configurarem
verbas indenizatórias. Em que sentido?

Súmula n. 125 do STJ: O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço
não está sujeito a incidência do Imposto de Renda.
Súmula n. 386 do STJ: São isentas de imposto de renda as indenizações de férias pro-
porcionais e o respectivo adicional.

Exemplo
João foi contratado com carteira assinada na data de hoje. Deverá aguardar 12 meses para
ter direito ao seu primeiro período aquisitivo de férias e o empregador após esse lapso de
tempo ainda terá mais 12 meses para conceder as férias, no interesse do empregador, período
concessivo. Caso as férias venham a vencer e não possam ser usufruídas por João, o empre-
gador deverá pagar o valor em dobro como forma de indenizá-lo pelas férias que teria direito,
mas não usufruiu e, por tal motivo, não incidirá imposto de renda.

A matéria sumulada pelo STJ tem como um de seus precedentes os Recurso Especial de
n. 52208/SP julgado em 10/10/1994 em que atribui ao pagamento de férias não gozadas em

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virtude da necessidade do serviço natureza indenizatória, não constituindo, assim, espécie


de remuneração, mas, mero ressarcimento. Dessarte, para fins de tributação, não havendo
acréscimo patrimonial, inexiste renda.

Ementa. Tributário. Funcionário público. Férias não gozadas. Indenização. Incidência do


imposto de renda. Impossibilidade. (…) o pagamento (in pecúnia) de férias não gozadas
– por necessidade do serviço – ao servidor público, tem a natureza jurídica de indeni-
zação, não constituindo espécie de remuneração, mas, mera reparação do dano econô-
mico sofrido pelo funcionário. (…) A percepção dessa quantia indenizatória não induz
em acréscimo patrimonial e nem em renda tributável, na definição da legislação perti-
nente. O tributo, na disciplina da lei, só deve incidir sobre ganhos que causem aumento
de patrimônio, ou, em outras palavras: sobre numerário que se venha a somar àquele
que já seja propriedade do contribuinte. Também, é este o entendimento do E. Tribu-
nal Regional Federal da 4.ª Região, conforme se vê em julgado da Apelação em Man-
dado de Segurança dos autos n. 2004.71.00.008238-5, cuja decisão foi publicada em
19/09/2007 Detém natureza indenizatória e não remuneratória o pagamento feito pelo
empregador a seu empregado a título de licença prêmio e férias não gozadas, (…) não
configurando acréscimo patrimonial, o pagamento não materializa a hipótese de inci-
dência do imposto de renda. (…) Da mesma forma que STJ, o TRF da 4.ª Região afasta
a possibilidade de incidência do imposto de renda sobre os valores percebidos pelo tra-
balhador a título de indenização, porquanto estes não configurarem forma de acréscimo
patrimonial. Conclusão Ante a abordagem sistêmica e teleológica ora feita, nos parece
naturalmente lógico que, devido à existência de uma regra-matriz constitucional perfei-
tamente concebida, a qual delimita a atividade do legislador ordinário acerca do imposto
de renda, para fins de tributação, conceber definição de renda e proventos de qualquer
natureza.

b) Não Incidência de Ir sobre o Valor da Licença Prêmio Não Gozada

Seguindo a mesma lógica de julgamento o STJ entendeu que caso o servidor não consiga
usufruiu da licença prêmio e venha a recebê-la em pecúnia não haverá que se falar em inci-
dência de imposto de renda por restar caracterizado o intuito meramente indenizatório.

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Súmula n. 136 do STJ: O pagamento de licença-prêmio não gozada por necessidade do


serviço não está sujeito ao imposto de renda.

Vale relembrar que caso um servidor de determinado estado, DF ou município tenha des-
contado imposto de renda sobre o pagamento da licença prêmio não usufruída será cabível
ação de repetição de indébito a ser ajuizada respectivamente contra o estado, DF e município
como tramitação na própria justiça estadual conforme súmula 447 do STJ.

c) Não Incidência de Ir sobre os Valores Recebidos no Programa de Demis-


são Voluntária – PDV

A Súmula 215 do STJ dispõe que não incide imposto de renda sobre os indenização re-
cebida por adesão ao programa de demissão voluntária – PDV e programa de aposentadoria
voluntária – PAV por serem ambas situações de verbas indenizatórias.
Vale destacar que o entendimento sumulado do STJ não faz distinção entre empregados
do setor público ou do setor privado.

Súmula n. 215 do STJ: A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à


demissão voluntária não está sujeita à incidência do Imposto de Renda.

d) Não Incidência de Imposto de Renda sobre os Valores Recebidos a Título


de Dano Moral

Por fim, temos ainda a Súmula n. 498 do STJ que fala claramente sobre a não incidência
de imposto de renda sobre os valores recebidos a título de dano moral, indenizações recebi-
das por violação a honra objetivo de um indivíduo.

Súmula n. 498 do STJ: Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos
morais.

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Vale destacar que a primeira turma do STJ o STJ entendeu que a não incidência de im-
posto de renda não depende da natureza do dano a ser reparado, ou seja, qualquer espécie
de dano (material, moral, à imagem, estético, por ato legal ou ilegal) indenizado está livre da
incidência do imposto.
CUIDADO: A Súmula n. 463 do STJ dispõe ser devida a incidência de imposto de renda
recebido a título de indenização por horas extras trabalhas configurando uma verdadeira e
excepcional exceção ao conceito até então trabalhado.

Súmula n. 463 do STJ: Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a título
de indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo
coletivo.

Lançamento

O imposto de renda é lançado por homologação conforme disposto no artigo 150 do CTN
também chamado por alguns de autolançamento.
No imposto de renda, o contribuinte apura o montante devido e antecipa o pagamento que
deverá ser homologado pela autoridade administrativa, dentro do prazo de 5 anos.
Caso a autoridade administrativa, ao analisar as informações prestadas pelo contribuinte,
perceba qualquer erro na declaração não haverá a homologação até que seja sanado a falha
e que haja inconsistência no pagamento só haverá extinção do crédito tributário após homo-
logação da autoridade competente.

Impostos sobre Produtos Industrializados – IPI

Base legal: Art. 153, IV, e § 3º da CF, arts. 46 ao 51 do CTN.

Competência

O imposto sobre produtos industrializados é um tributo de competência privativa da


União conforme disposto no artigo 153, IV, da Constituição e no artigo 46 do Código Tribu-
tário Nacional.

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Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


IV – produtos industrializados;

Princípio da Legalidade

O imposto sobre produtos industrializados deve obediência ao princípio da legalidade e


para ser instituído, extinto, alterada a sua base de cálculo ou concedido incentivos fiscais
deve ser editada uma Lei Ordinária.
Ocorre que o artigo 153 parágrafo 1º da Constituição nos traz a possibilidade de o IPI ter
SOMENTE as suas alíquotas alteradas por um ato do poder executivo (decreto, regulamento,
portaria, instrução normativa) em decorrência de seu caráter nitidamente extrafiscal (regula-
tória de mercado).

Art. 153, § 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em


lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

Exemplo
Diante da Calamidade Pública decretada em razão da Pandemia do COVID-19 foi editado o
Decreto de n. 10.285 de 2020 determinando a redução temporária das alíquotas do IPI inci-
dentes sobre os produtos destinados ao combate do coronavírus.

Art. 1º do Decreto 10.285 de 2020: Ficam reduzidas a zero as alíquotas do Imposto sobre Produ-
tos Industrializados -IPI incidentes sobre os produtos classificados nos códigos relacionados no
Anexo a este Decreto, conforme a Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados
-TIPI, aprovada pelo Decreto n. 8.950, de 29 de dezembro de 2016.
Art. 2º do Decreto 10.285 de 2020: A partir de 1º de outubro de 2020, ficam restabelecidas as alí-
quotas do IPI anteriormente incidentes sobre os produtos a que se referem o art. 1º.

Função

O imposto sobre produtos industrializados tem função nitidamente extrafiscal, regulató-


ria de mercado visando estimular ou desestimular a compra de determinados produtos. Por
tal motivo, o Presidente da República editou o decreto de n. 10.285 de 2020 determinando
a redução imediata das alíquotas do IPI nos produtos de primeira linha para o combate da

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pandemia do COVID-19 como forma de ajustá-los a política cambial e a situação excepcional


em que o mundo se encontra.

Princípios da Anterioridade Anual e Nonagesimal

O princípio da Anterioridade Anual ou de Exercício determinar que o Estado só poderá co-


brar tributos que tenham sido instituídos ou majorados no primeiro dia do exercício seguinte
– Art. 150, III, b, da CF.
O princípio da Anterioridade Nonagesimal ou também chamado de Noventena determinar
que o Estado só poderá cobrar tributos que tenham sido instituídos ou majorados após 90
dias da data da publicação da lei – Art. 150, III, c, da CF.
No entanto, o imposto sobre produtos industrializados é exceção ao princípio da ante-
rioridade anual devendo obediência tão somente ao princípio da anterioridade nonagesimal,
ou seja, só pode ser cobrado após 90 dias da data da publicação da lei que o instituiu ou
aumentou.

Art. 150. § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I,
II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

CUIDADO: Art. 3º do Decreto n. 10.285 de 2020 que reduz a alíquota zero os valores de
IPI sobre produtos destinados ao combate do COVID 19 entrará em vigor na da data de sua
publicação. Pergunta-se: Isso é possível? Sim. Os princípios da anterioridade anual e nona-
gesimal devem ser respeitados diante da instituição ou majoração de tributos e na revogação
de isenções tendo em vista ser vedado a surpresa do contribuinte conforme artigo 150 III b
e c da CF. No entanto, a redução da carga tributária por ser benéfica ao contribuinte pode ser
feita de imediato.

Fato Gerador

O imposto sobre produtos industrializados tem como fato gerador:


a) o desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;

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Desembaraço aduaneiro é o procedimento onde se verificam os dados declarados, os


documentos apresentados e a conformidade com a legislação brasileira gerando a liberação
final de uma mercadoria pela alfândega para a entrada ou sua saída pelo qual o órgão federal.
b) a saída dos estabelecimentos;
c) a arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.

CTN
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato
gerador:
I – o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II – a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51;
III – a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.

Segundo o artigo 46 § único do Código Tributário Nacional caracteriza industrialização


qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresen-
tação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tais como os previstos no
artigo 4º I ao V do Regulamento Geral do IPI:
a) a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe na obten-
ção de espécie nova (transformação);
b) a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento,
a utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento);
c) a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo pro-
duto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem);
d) a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação de embalagem,
ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine ape-
nas ao transporte do produto (acondicionamento ou reacondicionamento); ou
e) a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou
inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (renovação ou recondicionamento).

Contribuinte

O Contribuinte do IPI poderá ser:

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a) o importador ou que a lei a ele equiparar. Foi com base nessa expressão que o STF em
fevereiro de 2016 decidiu sobre a incidência do IPI na importação de carro para uso próprio;
b) o industrial ou quem a lei a ele se equiparar;
c) o comerciante;
d) o Arrematante.

CTN
Art. 51. Contribuinte do imposto é:
I – o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II – o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
III – o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no
inciso anterior;
IV – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer es-
tabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.

Alíquotas

As alíquotas do IPI como dito anteriormente podem ser alteradas por ato pode poder exe-
cutivo haja vista sua função extrafiscal, regulatória de mercado.
Mas o ponto de maior importância é aplicação do princípio da seletividade.
O princípio da seletividade está diretamente ligado a essencialidade do produto, ou seja,
uma variação da alíquota conforme a importância do produto para subsistência humana.
O fisco ao se deparar com um produto de maior essencialidade deverá, obrigatoriamen-
te, no caso do IPI, estabelecer uma alíquota menor como forma de estimular o seu consumo.
Isto foi visto claramente na redução das alíquotas do IPI a zero nos produtos destinados ao
combate e prevenção do COVID-19.
Do mesmo modo, se o bem de menor essencialidade, como no caso de cigarros, a alí-
quota necessariamente deverá ser mais elevada como forma de desestimular o consumo.
A seletividade nos tributos indiretos, aqueles que tem sua carga tributária repassada
no preço do produto até atingir o consumidor final, como é o caso do IPI e do ICMS visam
promover justiça fiscal e inibir os efeitos negativos provocados por esses impostos, que
tendem a regressividade, ou seja, quem ganha menos suporta uma maior carga tributária.

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Impostos Federais
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Art. 153. § 3º da CF: O imposto previsto no inciso IV:


I – será seletivo, em função da essencialidade do produto;
IV – terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto,
na forma da lei.
CTN
Art. 48. O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos.

PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE
IPI ICMS
Deve / Vinculado Pode / Facultativo

Base de Cálculo

A) preço normal + – Imposto de Importação


– Taxas exigidas para entrada do produto no País;
– Encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis

C) Preço corrente da mercadoria


D) Preço da arrematação

CTN
Art. 47. A base de cálculo do imposto é:
I – no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no inciso II do artigo 20,
acrescido do montante:
a) do imposto sobre a importação;
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País;
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis;
II – no caso do inciso II do artigo anterior:
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria;
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar,
no mercado atacadista da praça do remetente;
III – no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação.

Princípio da Não Cumulatividade

O artigo 153, § 3º, II, da Constituição Federal diz que o IPI será não cumulativo, compen-
sando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores.

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RIPI
Art. 225. A não cumulatividade é efetivada pelo sistema de crédito do imposto relativo a produtos
entrados no estabelecimento do contribuinte, para ser abatido do que for devido pelos produtos
dele saídos, num mesmo período, conforme estabelecido neste Capítulo (Lei n. 5.172, de 1966, art.
49).

O princípio da não cumulatividade também pode ser entendido como uma técnica de com-
pensação, de abatimento de créditos com débitos de IPI evitando, desta forma, o efeito casca-
ta. Tal princípio opera-se por um sistema de créditos escriturais que viabiliza a compensação
do imposto nas etapas anteriores representando um crédito ao contribuinte que será utilizado
como forme de abatimento nas operações posteriores.

Entende-se por não cumulatividade a qualidade do imposto e o princípio segundo o qual em cada
operação o contribuinte deduz o valor do imposto correspondente a saída dos produtos o valor
que incidiu na operação anterior, de sorte que reste tributado somente o valor acrescido. Em outras
palavras, do valor do imposto que incide na saída dos produtos, deduz-se o valor do imposto que
incidiu nas operações anteriores sobre os respectivos insumos. (machado, 2007, P.522).

O contribuinte deve escriturar em livros fiscais os valores de entradas (créditos) e de saí-


das (débitos) dos produtos e realizar o abatimento ao fim do período de apuração para saber
o real valor do IPI devido.
Assim, se o montante do crédito for maior que o do débito, o contribuinte não tem nada a
recolher a título do IPI, devendo transferir para o período seguinte o saldo credor. Porém, se o
débito for maior que o crédito, o contribuinte deve recolher o valor devido.

Art. 153, § 3º da CF: O imposto previsto no inciso IV:


II – será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante
cobrado nas anteriores;
CTN
Art. 49. O imposto é não cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devido resulte da
diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do esta-
belecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados.
Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte transfere-se
para o período ou períodos seguintes.
Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, quando remetidos de um para outro Estado, ou do ou
para o Distrito Federal, serão acompanhados de nota fiscal de modelo especial, emitida em séries
próprias e contendo, além dos elementos necessários ao controle fiscal, os dados indispensáveis à
elaboração da estatística do comércio por cabotagem e demais vias internas.

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Nova Súmula Vinculante n. 58: Inexiste direito a crédito presumido de IPI relativamente
à entrada de insumos isentos, sujeitos à alíquota zero ou não tributáveis, o que não con-
traria o princípio da não cumulatividade.

Imunidade de IPI nas Exportações

Não incidirá IPI nos produtos que estejam sejam exportados em razão de regra de imuni-
dade prevista no artigo 153, § 3º, III, da CF.

Art. 153, § 3º O imposto previsto no inciso IV:


III – não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

Incide o IPI na Importação

No dia 3 de fevereiro de 2016 o STF decidiu pela extensão da incidência do IPI sobre im-
portação de automóveis por pessoa física mesmo que para uso próprio.
A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 723651, com reper-
cussão geral reconhecida, no qual um contribuinte questionou decisão do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF-4) que manteve a cobrança do tributo.
O julgamento teve por base a interpretação do artigo 51, inciso I do Código Tributário
Nacional, que dispõe ser contribuinte do IPI o importador ou qualquer pessoa que a lei a ele
equiparar, no caso, inclusive as pessoas físicas na qualidade de consumidor final.
O STF também entendeu que a cobrança do IPI na importação não afronta o princípio
da não cumulatividade nem implica bitributação. A manutenção de sua incidência, por outro
lado, preserva o princípio da isonomia, uma vez que promove igualdade de condições tribu-
tárias entre o fabricante nacional, já sujeito ao imposto em território nacional, e o fornecedor
estrangeiro.

Lançamento

O imposto sobre produtos industrializados é lançado por homologação conforme dispos-


to no artigo 150 do CTN também chamado por alguns de autolançamento.

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O contribuinte irá apurar o montante devido e antecipar o pagamento que deverá ser ho-
mologado pela autoridade administrativa, dentro do prazo de 5 anos.
Caso a autoridade administrativa, ao analisar as informações prestadas pelo contribuinte,
perceba qualquer erro na declaração não haverá a homologação até que seja sanado a falha
e que haja inconsistência no pagamento só haverá extinção do crédito tributário após homo-
logação da autoridade competente.

Imposto sobre Operações Financeiras – IOF

Base Legal: Art.153, V, e § 1º CF, arts. 63 ao 67 do CTN.

Competência

O imposto sobre operações financeiras é um tributo de competência privativa da União con-


forme disposto no artigo 153 V da Constituição e no artigo 63 do Código Tributário Nacional.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


V – operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

Princípio da Legalidade

O imposto sobre operações financeiras deve obediência ao princípio da legalidade e para


ser instituído, extinto, alterada a sua base de cálculo ou concedido incentivos fiscais deve ser
editada uma Lei Ordinária.
Ocorre que o artigo 153 parágrafo 1º da Constituição nos traz a possibilidade de o impos-
to de exportação ter SOMENTE as suas alíquotas alteradas por um ato do poder executivo
(decreto, regulamento, portaria, instrução normativa) em decorrência de seu caráter nitida-
mente extrafiscal (regulatória de mercado).

Art. 153, § 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em


lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

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Após tal explicação surge uma dúvida muito comum entre os alunos sobre a redação do
artigo 65 do Código Tributário Nacional que nos traz a possibilidade de alteração das alíquo-
tas e base de cálculo do tributo por meio de ato do poder executivo. No entanto, tal dispositivo
foi recepcionado parcialmente pela Constituição permitindo apenas a alteração das alíquotas
e não da base de cálculo por ato de poder executivo.

CTN
Art. 65. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política monetária.

Função

O imposto sobre operações financeiras tem função nitidamente extrafiscal, regulatória de


mercado visando estimular ou desestimular determinadas operações de mercado.

CTN
Art. 65. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí-
quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política monetária.

A função extrafiscal é utilizada quando o tributo visa incentivar ou desincentivar determi-


nadas ações do contribuinte buscando intervir na sociedade e economia como é o caso do
imposto de importação, exportação, operações financeiras e o imposto sobre produtos indus-
trializados onde o tributo é utilizado como forma de controle da balança comercial.

Princípios da Anterioridade Anual e Nonagesimal

O princípio da Anterioridade Anual ou de Exercício determinar que o Estado só poderá co-


brar tributos que tenham sido instituídos ou majorados no primeiro dia do exercício seguinte
– Art. 150, III, b, da CF.
O princípio da Anterioridade Nonagesimal ou também chamado de Noventena determinar
que o Estado só poderá cobrar tributos que tenham sido instituídos ou majorados após 90
dias da data da publicação da lei – Art. 150, III, c, da CF.

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No entanto, o imposto sobre operações financeiras diante de seu caráter nitidamente ex-
trafiscal é exceção a ambos os princípios e desta forma poderá ser cobrado de imediato.
Lembre-se: Poderá ser de imediato e não deverá ser.

Art. 150. § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I,
II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

Fato Gerador

Os fatos geradores do IOF são:


a) Operações de crédito  efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou sua
colocação à disposição do interessado; Exemplo: cartão de crédito.
b) Operações de câmbio  efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira,
ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado. Exemplo:
troca de real em dólar.
c) Operações de seguro  efetivação pela emissão da apólice ou do documento equiva-
lente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; Exemplo: Seguro de vida, de casa,
de carro.
d) Operações relativas a títulos e valores mobiliários  emissão, transmissão, pagamento
ou resgate destes. Exemplo: Cessão de precatórios.
e) Ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial.

Art. 153, § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-
-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do “caput” deste artigo, devido
na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do
montante da arrecadação nos seguintes termos:
I – trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;
II – setenta por cento para o Município de origem.
CTN
Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre
operações relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador:
I – quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou
do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado;

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II – quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangei-
ra, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante
equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este;
III – quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento
equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável;
IV – quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, paga-
mento ou resgate destes, na forma da lei aplicável.
Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso IV, e reciprocamente,
quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de uma mesma operação de
crédito.

Contribuinte

Segundo disposto no artigo 66 do Código Tributário Nacional o contribuinte do imposto é


qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.
Pela legislação são contribuintes do IOF (relação direta com o fato gerador – Art. 121, §
único, I, do CTN) as pessoas físicas e as pessoas jurídicas que efetuarem operações de crédi-
to, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários. No entanto, cabe aos respon-
sáveis tributários (relação indireta com o fato gerador atribuída por lei – art. 121, § único, II,
do CTN) a cobrança e o recolhimento, quais sejam, as seguradoras, instituições autorizadas a
operar em câmbio, a operar na compra e venda de títulos ou valores mobiliários.

Alíquota

Como dito anteriormente o artigo 153 parágrafo 1º da Constituição nos traz a possibilida-
de do imposto sobre operações financeiras ter SOMENTE as suas alíquotas alteradas por um
ato do poder executivo (decreto, regulamento, portaria, instrução normativa) em decorrência
de seu caráter nitidamente extrafiscal (regulatória de mercado) vendo claramente a recepção
parcial do artigo 65 do CTN.

Base de Cálculo

a) Operações de crédito  Valor da obrigação + principal e os juros.

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b) Operações de câmbio  Valor da moeda nacional, recebido, entregue ou posto à dis-


posição.
c) Operações de seguro  montante do prêmio.
d) Operações relativas a títulos e valores mobiliários:
• Emissão  Valor nominal + ágio, se houver;
• Transmissão  preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como deter-
minar a lei;
• Pagamento ou resgate  o preço.

CTN
Art. 64. A base de cálculo do imposto é:
I – quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os
juros;
II – quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue
ou posto à disposição;
III – quanto às operações de seguro, o montante do prêmio;
IV – quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários:
a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver;
b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a
lei;
c) no pagamento ou resgate, o preço.
Art. 67. A receita líquida do imposto destina-se a formação de reservas monetárias, na forma da lei.

Não incide IOF:

Súmula n. 664 do STF: É inconstitucional o inciso V do art. 1º da Lei n. 8.033/1990,


que instituiu a incidência do imposto nas operações de crédito, câmbio e seguros – IOF
sobre saques efetuados em caderneta de poupança.
Súmula n. 185 do STJ: Nos depósitos judiciais, não incide o Imposto sobre Operações
Financeiras.

Lançamento

O lançamento é o procedimento administrativo pelo qual a autoridade administrativa


constitui o crédito tributário apurando quem é o sujeito passivo, a origem e o valor do crédito
tendo como objetivo tornar o valor líquido e certo para o Estado.

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O imposto sobre operações financeiras tem o lançamento efetuado por homologação


conforme disposto no artigo 150 do CTN onde se exige o pagamento antecipado do tributo
antes de qualquer procedimento de fiscalização.

Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR

Base legal: Art. 153, VI, e § da CF e Artigos 29 ao 31 do CTN, Lei n. 9.393/96 e DL 4.382/02

Competência

O imposto sobre a propriedade territorial rural é um tributo de competência privativa da


União conforme disposto no artigo 153 VI da Constituição e no artigo 29 do Código Tributário
Nacional compondo o rol dos tributos direitos já que incide diretamente sobre a propriedade.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


VI – propriedade territorial rural;

Princípio da Legalidade

O imposto sobre a propriedade predial e territorial rural deve obediência ao princípio da


legalidade e para ser instituído, extinto, alterada a sua base de cálculo, alíquotas ou concedido
incentivos fiscais deve ser editada uma Lei Ordinária sob pena de padecer de inconstitucio-
nalidade.

Função

O imposto sobre a propriedade territorial rural tem função predominantemente extrafiscal


visando desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. Ou seja, alíquotas inver-
samente proporcionais ao grau de utilização de sua função social.

Exemplo: Quanto mais produtiva for a propriedade menor será o valor da alíquota de ITR e
quando mais improdutiva for maior será o valor.

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Princípios da Anterioridade Anual e Nonagesimal

O princípio da Anterioridade Anual ou de Exercício determinar que o Estado só poderá co-


brar tributos que tenham sido instituídos ou majorados no primeiro dia do exercício seguinte
– Art. 150, III, b, da CF.
O princípio da Anterioridade Nonagesimal ou também chamado de Noventena determinar
que o Estado só poderá cobrar tributos que tenham sido instituídos ou majorados após 90
dias da data da publicação da lei – Art. 150, III, c, da CF.
No entanto, o imposto sobre a propriedade territorial rural deve obediência a ambos os
princípios, ou seja: deve aguardar o primeiro dia do exercício seguinte e 90 dias da data da
publicação da lei para que possa ser cobrado.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III – cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;

Exemplo 1: Suponha que o ITR seja majorado na data de 15/07/2030. Neste caso, por dever
obediência a ambos os princípios, pela anterioridade anula teremos a data de 01/01/2031 e
pela anterioridade nonagesimal a data de outubro de 2030. Assim, a nova majoração somente
poderá produzir efeitos em 01 de janeiro de 2031 por ser a data mais distante e benéfica ao
contribuinte.
Exemplo 2: Suponha que o ITR seja majorada na data de 15/12/2030. Neste caso, por ser
uma situação de regra a ambos os princípios, pela anterioridade anual teremos a data de
01/01/2031 e pela anterioridade nonagesimal teremos 16/03/2031. Deste modo, a lei terá
vigência na data de 16/03/2031, mas só poderá ser aplicada ao fato gerador de 2032 tendo
em vista que o fato gerador do ITR é anual e acontece no dia primeiro de janeiro de cada ano.

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FG: Propriedade/Domínio Útil/Posse de Imóvel por Natureza

O fato gerador do ITR é a propriedade, o domínio útil ou a posse (inclusive por usufruto)
de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada
ano.

CTN
Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato
gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil,
localização fora da zona urbana do Município.

Propriedade segundo o artigo 1.228 do Código Civil concede poderes ao proprietário para
usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a
possua ou detenha. O domínio útil é caracterizado por ser um dos elementos de gozo jurídico
da propriedade plena e a posse domínio fático que a pessoa exerce sobre a coisa.
O professor Eduardo Sabbag em seu livro Manual de Direito Tributário, chama a atenção
para situação em que exista um possuidor e um proprietário. Neste caso o contribuinte será
o proprietário já que o CTN elegeu a propriedade como fator gerador.
Outro ponto que merece destaque é que a posse para ser fato gerador do ITR deve ser uma
posse mansa, legítima e pacífica. Assim, se houver uma invasão dos sem terras na proprie-
dade de João este estará livre do pagamento do ITR já que não conseguirá usufruir do bem.

EMENTA: TRIBUTÁRIO. ITR. INCIDÊNCIA SOBRE IMÓVEL. INVASÃO DO MOVIMENTO “SEM


TERRA”. PERDA DO DOMÍNIO E DOS DIREITOS INERENTES À PROPRIEDADE. IMPOSSIBI-
LIDADE DA SUBSISTÊNCIA DA EXAÇÃO TRIBUTÁRIA. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALI-
DADE. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. Conforme salientado no acórdão recorrido,
o Tribunal a quo, no exame da matéria fática e probatória constante nos autos, expli-
citou que a recorrida não se encontraria na posse dos bens de sua propriedade desde
1987. 2. Verifica-se que houve a efetiva violação ao dever constitucional do Estado em
garantir a propriedade da impetrante, configurando-se uma grave omissão do seu dever
de garantir a observância dos direitos fundamentais da Constituição. 3. Ofende os prin-
cípios básicos da razoabilidade e da justiça o fato do Estado violar o direito de garan-
tia de propriedade e, concomitantemente, exercer a sua prerrogativa de constituir ônus

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tributário sobre imóvel expropriado por particulares (proibição do venire contra factum
proprium). 4. A propriedade plena pressupõe o domínio, que se subdivide nos poderes
de usar, gozar, dispor e reinvidicar a coisa. Em que pese ser a propriedade um dos fatos
geradores do ITR, essa propriedade não é plena quando o imóvel encontra-se invadido,
pois o proprietário é tolhido das faculdades inerentes ao domínio sobre o imóvel. 5. Com
a invasão do movimento “sem terra”, o direito da recorrida ficou tolhido de praticamente
todos seus elementos: não há mais posse, possibilidade de uso ou fruição do bem; con-
sequentemente, não havendo a exploração do imóvel, não há, a partir dele, qualquer tipo
de geração de renda ou de benefícios para a proprietária. 6. Ocorre que a função social
da propriedade se caracteriza pelo fato do proprietário condicionar o uso e a explora-
ção do imóvel não só de acordo com os seus interesses particulares e egoísticos, mas
pressupõe o condicionamento do direito de propriedade à satisfação de objetivos para
com a sociedade, tais como a obtenção de um grau de produtividade, o respeito ao meio
ambiente, o pagamento de impostos etc. 7. Sobreleva nesse ponto, desde o advento da
Emenda Constitucional n. 42/2003, o pagamento do ITR como questão inerente à função
social da propriedade. O proprietário, por possuir o domínio sobre o imóvel, deve atender
aos objetivos da função social da propriedade; por conseguinte, se não há um efetivo
exercício de domínio, não seria razoável exigir desse proprietário o cumprimento da sua
função social, o que se inclui aí a exigência de pagamento dos impostos reais. 8. Na
peculiar situação dos autos, ao considerar-se a privação antecipada da posse e o esva-
ziamento dos elementos de propriedade sem o devido êxito do processo de desapro-
priação, é inexigível o ITR diante do desaparecimento da base material do fato gerador e
da violação dos referidos princípios da propriedade, da função social e da proporciona-
lidade. 9. Recurso especial não provido. (REsp.1.144982/PR, rel. Min. Mauro Campbell
Marques, 2º T.,j. em 13-10-2009).

Contribuinte

O contribuinte é o proprietário, o titular do domínio útil e o possuidor desde que possua


expectativa em se tornar proprietário, ou seja, uma posse com animus domini.

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CTN
Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu
possuidor a qualquer título.

Alíquotas Progressivas

O Imposto sobre a propriedade territorial rural é o segundo impostos que vamos estudar
que possui alíquotas progressivas com o objetivo de desestimular a manutenção de proprie-
dades improdutivas e prismar pelo cumprimento da função social.

CF
Art. 153, § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
I – será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de pro-
priedades improdutivas;

Relembrando que o imposto progressivo é aquele em que a alíquota aumenta à proporção


que o descumprimento da função social da área rural se tornar mais acentuado e diminui
conforme sua destinação é cumprida.

Base de Cálculo

A base de cálculo do ITR é o valor fundiário, ou seja, o valor da terra nua tributável assim
entendido apenas os imóveis por natureza sem considerar os imóveis por acessão física.

CTN
Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário.

Imunidade sobre Pequenas Glebas Rurais

O artigo 153, § 4º, II, da Constituição dispõe que as pequenas glebas rurais que sejam
explorada em regime de subsistência serão imunes ao pagamento do IR.

Art. 153, § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:


II – não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário
que não possua outro imóvel;

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Vale dizer que Compete a União a regulamentação sobre o conceito de pequena gleba
rural conforme já realizado pelo artigo 2º da Lei n. 93.939 de 1996.

Art. 2º Nos termos do art. 153, § 4º, in fine, da Constituição, o imposto não incide sobre pequenas
glebas rurais, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imó-
vel.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área
igual ou inferior a:
I – 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal ma-
to-grossense e sul-mato-grossense;
II – 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Orien-
tal;
III – 30 ha, se localizado em qualquer outro município.

Até o advento da Emenda Constitucional n. 42 de 2003 a imunidade só seria concedida


aquela pequenas glebas que fossem exploradas por um único proprietário e desde que fosse
sua única propriedade. Hoje em dia, no entanto, não há mais essa restrição, podendo ser con-
cedida a imunidade para as propriedades que porventura sejam exploradas com a ajuda de
funcionários ou terceiros, desde que atuem como auxiliares do proprietário.

Repartição de Receitas Tributárias do ITR

Art. 153, § 4º III da CF: Será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da
lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.

Lançamento

O Imposto sobre a propriedade territorial rural também é lançado por homologação exi-
gindo-se o pagamento antecipado do tributo antes de qualquer procedimento de fiscalização
– Art. 150 CTN.

Imposto sobre Grandes Fortunas – IGF


Base legal: Art. 153, VII, da CF.

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Competência

O imposto sobre grandes fortunas é um tributo de competência privativa da União confor-


me disposto no artigo 153, VII, da Constituição apesar de não ter sido ainda instituído.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

Princípio da Legalidade

Caso o imposto sobre grandes fortunas venha a ser criado deverá necessariamente ser
editada uma Lei Complementar.

CF
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

QUADRO COMPARATIVO DOS IMPOSTOS FEDERAIS


II IE IR IPI IOF ITR IGF
Base legal Art. 153 I da Art. 153 I da Art. 153 I da Art. 153 I da Art. 153 I da Art. 153 I da Art. 153 VII
CF CF CF CF CF CF da CF
Competên- União União União União União União União
cia
Legalidade -Regra: LO -Regra: LO LO -Regra: LO -Regra: LO LO LC
-Alíquota -Alíquota -Alíquota -Alíquota
Decreto Decreto Decreto Decreto
Função Extrafiscal Extrafiscal Fiscal Extrafiscal Extrafiscal Extrafiscal Fiscal
Fato Gera- Entrada Saída Renda e Transfor- Operações Propriedade, Fortuna
dor Proventos mação domínio útil
e posse

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (VIII EXAME DE ORDEM) Mário inscreveu-se no programa de incentivo à apo-
sentadoria mediante indenização, promovido pela empresa em que trabalha. A respeito do
caso proposto, assinale a afirmativa correta.
a) Mário pagará imposto de renda, já que o valor recebido tem natureza salarial.
b) Mário não pagará imposto de renda, já que se trata de verba especial.
c) Mario não pagará imposto de renda, já que o valor recebido tem caráter indenizatório.
d) Mário pagará imposto de renda, em homenagem ao princípio da isonomia.

Questão 2 (IX EXAME DE ORDEM) Acerca do Imposto sobre Produtos Industrializados, de


competência da União, assinale a afirmativa que contempla duas de suas características.
a) É imposto ordinário e caracterizado pela seletividade.
b) É imposto real e caracterizado por ser direto.
c) É imposto monofásico e qualificado como indireto.
d) É imposto interno e lançado por declaração.

Questão 3 (XXIII EXAME DE ORDEM) O laboratório de análises clínicas X realizou a impor-


tação de equipamento eletrônico necessário para a realização de alguns exames. Por ocasião
do desembaraço aduaneiro, foi-lhe exigido o pagamento de Imposto sobre Produtos Indus-
trializados (IPI), cuja base de cálculo correspondia a 150% do preço corrente do equipamento
no mercado atacadista da praça do remetente, acrescido do Imposto de Importação (II), das
taxas exigidas para a entrada do produto no país e dos encargos cambiais efetivamente pa-
gos pelo laboratório. Sobre a exigência feita, assinale a afirmativa correta.
a) É ilegal, pois, além dos acréscimos, a base de cálculo está sendo de 150% do preço corrente
do equipamento no mercado atacadista da praça do remetente.
b) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o montante correspondente ao imposto de
importação.
c) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o montante correspondente às taxas exigidas
para a entrada do produto no país.
d) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o montante correspondente aos encargos
cambiais efetivamente pagos pelo laboratório.

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Questão 4 (XXVII EXAME DE ORDEM) A União concedeu isenção de Imposto sobre a Renda
aos portadores da doença Beta. João e Maria são portadores da referida doença, sendo João
servidor público do Estado ABC e Maria, servidora pública do Município XYZ. Em razão de re-
tenção indevida do tributo, João e Maria desejam propor ação de restituição de Imposto sobre
a Renda retido na fonte. Com base nesse relato, assinale a afirmativa correta.
a) João e Maria devem ajuizar ação em face da União, sendo a competência da Justiça Federal.
b) João deve ajuizar ação em face do Estado ABC, enquanto Maria deve ajuizar ação em face
do Município XYZ, sendo a competência da Justiça Estadual.
c) João deve ajuizar ação em face da União e do Estado ABC e Maria, em face da União e do
Município XYZ, sendo a competência da Justiça Federal.
d) João e Maria devem ajuizar ação em face do respectivo ente empregador, sendo a compe-
tência da Justiça Federal, tendo em vista o interesse da União.

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GABARITO
1. c
2. a
3. a
4. b

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (VIII EXAME DE ORDEM) Mário inscreveu-se no programa de incentivo à apo-
sentadoria mediante indenização, promovido pela empresa em que trabalha. A respeito do
caso proposto, assinale a afirmativa correta.
a) Mário pagará imposto de renda, já que o valor recebido tem natureza salarial.
b) Mário não pagará imposto de renda, já que se trata de verba especial.
c) Mario não pagará imposto de renda, já que o valor recebido tem caráter indenizatório.
d) Mário pagará imposto de renda, em homenagem ao princípio da isonomia.

Letra c.
Não incide imposto de renda sobre verbas de cunho indenizatório por não ser configurado
como acréscimo patrimonial, mas mera recomposição de patrimônio. Súmula 215 do STJ.

Questão 2 (IX EXAME DE ORDEM) Acerca do Imposto sobre Produtos Industrializados, de


competência da União, assinale a afirmativa que contempla duas de suas características.
a) É imposto ordinário e caracterizado pela seletividade.
b) É imposto real e caracterizado por ser direto.
c) É imposto monofásico e qualificado como indireto.
d) É imposto interno e lançado por declaração.

Letra a.
a) Certa. O IPI é um imposto ordinário por ter sido criado na competência ordinária da União
e não na competência residual ou extraordinária e seletivo pela essencialidade do produto
conforme previsão Constitucional.
b) Errada. O IPI é um imposto indireto repercutindo no preço do produto e repassado ao con-
sumidor final.
c) Errada. É um imposto indireto, seletivo e não cumulativo exigindo nas operações futuras a
compensação com os valores das operações passadas.
d) Errada. É um imposto lançado por homologação.

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tação de equipamento eletrônico necessário para a realização de alguns exames. Por ocasião
do desembaraço aduaneiro, foi-lhe exigido o pagamento de Imposto sobre Produtos Indus-
trializados (IPI), cuja base de cálculo correspondia a 150% do preço corrente do equipamento
no mercado atacadista da praça do remetente, acrescido do Imposto de Importação (II), das
taxas exigidas para a entrada do produto no país e dos encargos cambiais efetivamente pa-
gos pelo laboratório. Sobre a exigência feita, assinale a afirmativa correta.
a) É ilegal, pois, além dos acréscimos, a base de cálculo está sendo de 150% do preço corrente
do equipamento no mercado atacadista da praça do remetente.
b) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o montante correspondente ao imposto de
importação.
c) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o montante correspondente às taxas exigidas
para a entrada do produto no país.
d) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o montante correspondente aos encargos
cambiais efetivamente pagos pelo laboratório.

Letra a.
Segundo disposto no artigo do CTN, a base de cálculo do IPI, por ocasião do desembaraço
aduaneiro de produtos de procedência estrangeira, é a soma dos seguintes valores:
• Preço normal e não 150% do preço corrente do equipamento no mercado atacadista da
praça do remetente +
• O valor do imposto de importação +
• O valor das taxas exigidas para entrada do produto no País +
• O valor dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis.

Questão 4 (XXVII EXAME DE ORDEM) A União concedeu isenção de Imposto sobre a Renda
aos portadores da doença Beta. João e Maria são portadores da referida doença, sendo João
servidor público do Estado ABC e Maria, servidora pública do Município XYZ. Em razão de re-
tenção indevida do tributo, João e Maria desejam propor ação de restituição de Imposto sobre
a Renda retido na fonte. Com base nesse relato, assinale a afirmativa correta.

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a) João e Maria devem ajuizar ação em face da União, sendo a competência da Justiça Federal.
b) João deve ajuizar ação em face do Estado ABC, enquanto Maria deve ajuizar ação em face
do Município XYZ, sendo a competência da Justiça Estadual.
c) João deve ajuizar ação em face da União e do Estado ABC e Maria, em face da União e do
Município XYZ, sendo a competência da Justiça Federal.
d) João e Maria devem ajuizar ação em face do respectivo ente empregador, sendo a compe-
tência da Justiça Federal, tendo em vista o interesse da União.

Letra b.
Súmula n. 447 do STJ: “Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de resti-
tuição de imposto retido na fonte proposta por seus servidores”.

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