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CENTRO UNIVERSITÁRIO UGV

CURSO DE DIREITO

Prof.
NATHAN DE F. FERNANDES

DIREITO TRIBUTÁRIO II
Classroom: nlixlll

UNIÃO DA VITÓRIA – PARANÁ


2023
DIREITO TRIBUTÁRIO I

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
- Competência tributária é a habilidade constitucionalmente atribuída ao ente
político para que, com base na lei, proceda à instituição de tributo, visando a
arrecadação de recurso sua manutenção;

- A competência tributária como ser conceituada como sendo a aptidão para criar
tributos;

- A atribuição competências tributárias aos entes subnacionais se trata de um dos


instrumentos do Federalismo Fiscal (sendo a outra a repartição de receitas), prevista
nos artigos 153 a 156 da Constituição Federal;

- A Competência Tributária, na condição de poder de instituição de tributo,


coincide com a respectiva Competência Legislativa, mas não se confunde com a
competência para legislar de forma plena sobre Direito Tributário;

- FEDERALISMO FISCAL.
DIREITO TRIBUTÁRIO I

DETELAHAMENTO DA COMEPTÊNCIA TRIBUTÁRIA

- A competência tributária dos entes federativos pode ser classificada da seguinte


forma:

i) privativa;

ii) comum;

iii) cumulativa;

iv) especial;

v) residual; e

vi) extraordinária
DIREITO TRIBUTÁRIO I

i) COMPETÊNCIA PRIVATIVA

- Trata-se da competência dos entes federativos para instituir os impostos


exaustivamente enumerados na Constituição Federal;

- A competência privativa coincide com a competência legislativa dos entes


tributantes quanto à criação de tributos;

- Dessa forma, a competência privativa dos entes federativos é assim instituída pela
CF, vejamos:
i) o art. 153 da CF enumera os impostos federais, de competência privativa da
União;
ii) o art. 155 da CF enumera os impostos estaduais, de competência privativa dos
Estados e Distrito Federal; e
iii) os arts. 156 e 147, parte final, ambos da CF, enumeram os impostos
municipais, de competência privativa dos Municípios e Distrito Federal.
DIREITO TRIBUTÁRIO I

ii) COMPETÊNCIA COMUM

- Trata-se de competência tributária relacionada aos tributos chamados vinculados


ou contraprestacionais (v.g. taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais,
etc);
- A competência comum indica que, “de modo comum”, União, Estados,
Municípios ou Distrito Federal, poderão ser os sujeitos ativos das taxas ou
contribuições de melhoria, desde que realizem os fatos geradores de tais gravames
contraprestacionais;
- O ente que executa a atividade que caracteriza o fato gerador será a competência
para instituição e cobrança do tributo;
- Como leciona Ricardo Lobo Torres:
A competência comum é a atribuída a cada ente político para impor os mesmos
tributos, guardado, entretanto, o vínculo entre o tributo e o serviço prestado ou a
atividade exercida. A competência comum se restringe aos tributos
contraprestacionais.
DIREITO TRIBUTÁRIO I

iii) COMPETÊNCIA CUMULATIVA

- A competência cumulativa (ou múltipla) encontra previsão no art. 147, da CF, que
dispõe acerca do poder de instituição de impostos de competência municipal e
estadual pela União, nos Territórios Federais, e pelo Distrito Federal, em seu
território, vejamos:

Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o


Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao
Distrito Federal cabem os impostos municipais.

- A despeito de fazer menção aos impostos, entende a doutrina que é o comando


plenamente aplicável às demais espécies tributárias;

- Compete à União, nos Territórios, os impostos federais, estaduais e os municipais,


desde que os Territórios não sejam divididos em municípios.
DIREITO TRIBUTÁRIO I

iv) COMPETÊNCIA ESPECIAL

- Trata-se do poder da União para instituição de empréstimos compulsórios (art.


148, CF) e as contribuições especiais (art. 149, CF);

- Os EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS são espécies tributárias autônomas,


que se diferenciam das demais pela previsão de restituição dos valores arrecadados,
por meio de lei complementar, em face de três pressupostos fáticos: i) calamidade
pública; ii) guerra externa (ou sua iminência); e iii) investimento público de caráter
urgente e relevante interesse nacional;

- As CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS (arts. 149 e 195, da CF) se dividem em: i)


contribuições profissionais ou corporativas; ii) contribuições interventivas ou
CIDEs; e iii) contribuições social-previdenciárias (art. 195 da CF);

- Ademais, o art. 149, § 1º, da CF, prevê a possibilidade de contribuições sociais


estaduais ou municipais, para fins de custeio de Regime Próprio de Previdência
Social (RPPS) de servidores públicos dos Estados, Distrito Federal e Municípios.
DIREITO TRIBUTÁRIO I

v) COMPETÊNCIA RESIDUAL

- A competência residual (ou remanescente) encontra guarida em dois dispositivos


do texto constitucional: o art. 154, I (impostos residuais) e o art. 195, § 4º
(contribuições residuais para custeio da seguridade social);

- A União é o único ente dotado de competência residual;

- Trata do poder de instituir tributo diverso daqueles já constantes da Constituição


Federal, daí porque se diz competência residual, no sentido de “aquilo que resta,
além do já instituído”;
Consoante prega Luciano Amaro, “diz -se residual a competência (atribuída à
União) atinente aos outros impostos que podem ser instituídos sobre situações não
previstas”.

- O art. 154, I, da CF trata da competência residual para os impostos; o art. 195, §


4º, da CF dispõe acerca da competência remanescente para as contribuições para a
seguridade social.
DIREITO TRIBUTÁRIO I

v) COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA

- Trata-se do poder da União para instituição do Imposto Extraordinário de


Guerra (IEG), por lei ordinária federal, conforme se depreende do art. 154, II, da
CF c/c o art. 76 do CTN;

- A instituição por lei ordinária não inviabiliza a possível criação por medida
provisória, uma vez que esta, como se sabe, é vedada tão só para os casos adstritos
à lei complementar (ver art. 62, § 1º, III, CF).

- O Imposto Extraordinário de Guerra se trata de imposto que demanda para sua


instituição a verificação de pressuposto fático autorizador, consistente no estado de
beligerância, ou sua iminência, e visa a geração de receitas extras para manutenção
das forças armadas;

- Assim o pressuposto fático autorizar da instituição do IEG se trata da “guerra


externa, iminente ou eclodida”, e não uma mera “guerra civil” ou “comoção
intestina”.
DIREITO TRIBUTÁRIO I
DIREITO TRIBUTÁRIO I

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

TEORIA ESPÉCIES DEFENSORES


Alfredo Augusto Becker e Pontes
BIPARTITE Impostos e Taxas
de Miranda
Paulo de Barros Carvalho, Geraldo
Impostos, Taxas e Contribuição de
TRIPARTITE Ataliba e Roque Carraza, CF/88 e
Melhoria
CTN
Impostos, Taxas, Contribuição de Ricardo Lobo Torres
QUADRIPARTITE
melhoria e Empréstimo Compulsório
Impostos, Taxas, Contribuição de Luciano Amaro, Paulo Ayres da
PENTAPARTITE Melhoria, Empréstimo Compulsório e Barreto, Vittorio Cassone, Hugo de
Contribuições Brito Machado e STF

A TEORIA MAIS ACEITA ATUALMENTE É A PENTAPARTITE, ADOTADA


PELO STF

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