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BANCA: ESAF
CARGO: Auditor Fiscal
Direito Tributário
Soberania
D
Poder de Tributar
Poder de
Tributar
Poder absoluto dentro de
um território; Poder de fato de Poder de tributar,
exigir uma juridicamente
contraprestação. delimitado.
Competência
Soberania
Tributária
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“Ao poder tributário juridicamente delimitado e, sendo o caso, dividido dá-se o nome de
competência tributária.”*
* Hugo de Brito Machado. Curso de Direito Tributário
Soberania
Poder de Tributar
Constituição Federal de 1988
Direito Tributário.
Competência Tributária
DD Competência
“Competência para instituir
tributária é a prerrogativa atribuída Tributos é diferente
pela Constituição de
às entidades da Federação
Diego
para instituírem
Degrazia seus respectivos tributos.”*
Competência para LEGISLAR sobre tributos.
* Francisco Leite. Direito Tributário. Teoria e Prática. Revista dos Tribunais.
Competência para instituir Tributos é diferente de Competência para LEGISLAR sobre tributos.
...
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Direito Tributário.
Receita Federal VIP (Auditor Fiscal) – Direito Tributário – Prof. Diego Degrazia
Competência para instituir Tributos é diferente de
Competência para LEGISLAR sobre tributos.
CF delimita a competência para a instituição dos tributos
Competência para instituir Tributos é diferente de Competência para LEGISLAR sobre tributos.
...
CTN
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do
artigo 18 da Constituição.
2) Imprescritível. Mesmo que o ente tributante não exerça a competência tributária ele não
perde o direito de exercê-la.
3) Facultativa. No âmbito do direito tributário, o exercício da competência é uma faculdade
do ente. Ele pode instituir ou não os tributos de sua competência.*
LRF:
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão
e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da federação.
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Competência para instituir Tributos.
1) Competência Comum.
2) Competência Privativa.
3) Competência Residual.
4) Competência Extraordinária.
Direito Tributário.
ESTADOS e DF MUNICÍPIOS
UNIÃO
II, IE, IPI, IOF, ITR, IR e IGF ICMS, IPVA e ITCMD ISS, IPTU e ITBI
DD
Diego
Degrazia
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Só para impostos?
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
...
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
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II – na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou
não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as
causas de sua criação.
Competência para instituir Tributos.
Competência Cumulativa – DF e União – artigo 147.
Competência Cumulativa.
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for
dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os
impostos municipais.
Competência tributária
x
Capacidade Tributária Ativa
CTN
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do
artigo 18 da Constituição.
Capacidade tributária: capacidade de figurar no polo ativo da relação jurídico tributária.
Cobro, fiscalizo e tenho privilégios processuais.
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Direito Tributário.
Atribuída pela CF
Competência
Tributária Instituição do tributo
Indelegável
Direito Tributário.
DD
Diego
Degrazia
Função de cobrar e fiscalizar
Capacidade
Figurar no polo ativo da relação
Tributária
DD
Diego
Degrazia
A função de arrecadar pode ser atribuída a pessoa jurídica de direito privado?
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do
§ 3º do artigo 18 da Constituição.
...
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado,
do encargo ou da função de arrecadar tributos.
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Direito Tributário.
COMPETÊNCIA CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVIDADE DE
TRIBUTÁRIA ATIVA ARRECADAÇÃO
§ Outorgada pela § Atividade administrativa § Mera atividade de
Constituição § Pode ser delegada a PJ de recebimento
§ Atividade legislativa Direito Público § Não integra a relação
§ Indelegável § Pode revogar por ato tributária
§ Apenas entes políticos unilateral § Pode ser exercida por PJ
§ Exercício facultativo. § Compreende os privilégios de Direito Privado
processuais
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Questões
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3. (Auditor-Fiscal da Receita Federal – 2012) c) o não exercício da competência pode
acarretar sua transferência a outro ente
Sobre competência concorrente da União, político independentemente de acordo
Estados, Distrito Federal e Municípios, assi- prévio nesse sentido.
nale a opção incorreta. d) a competência para a instituição do im-
a) A competência, privativa ou concor- posto extraordinário é exclusiva dos es-
rente, para legislar sobre determinada tados e dos municípios.
matéria, não implica automaticamente e) no tocante aos impostos, o exercício da
a competência para a instituição de tri- competência é partilhado entre os en-
butos. tes políticos.
b) Os entes federativos somente podem
instituir os impostos e as contribuições 5. (Procurador da Fazenda Nacional – 2015)
que lhes foram expressamente outorga- Sobre a competência tributária prevista no
dos pela Constituição. CTN, assinale a opção incorreta.
c) Os Estados-membros podem instituir
apenas contribuição que tenha por fi- a) Os tributos cuja receita seja distribuída,
nalidade o custeio do regime de previ- no todo ou em parte, a outras pessoas
dência de seus servidores. jurídicas de direito público pertencem à
d) Norma que pretendesse fixar alíquota competência legislativa daquela a que
mínima igual à da contribuição dos ser- tenham sido atribuídos.
vidores titulares de cargos efetivos na b) A competência tributária, salvo exce-
União, para a contribuição a ser cobra- ções, é indelegável, podendo a atri-
da pelos Estados, pelo Distrito Federal buição das funções de arrecadar ou
e pelos Municípios de seus servidores, fiscalizar tributos, ou de executar leis,
para o custeio, em benefício destes, do serviços, atos ou decisões administrati-
regime previdenciário, seria inconstitu- vas em matéria tributária, ser conferida
cional por contrariar o pacto federativo. de uma pessoa jurídica de direito públi-
e) A expressão “regime previdenciário” de co a outra.
seus servidores, a ensejar a instituição c) A atribuição da função de arrecadar ou
de contribuição pelos Estados-mem- fiscalizar tributos, conferida por uma
bros, não abrange a prestação de servi- pessoa jurídica de direito público a ou-
ços médicos, hospitalares, odontológi- tra, pode ser revogada, a qualquer tem-
cos e farmacêuticos. po e unilateralmente, pela pessoa que a
tenha conferido.
4. (Especialista em regulação Civil – 2016) d) A atribuição das funções de arrecadar
tributos pode ser cometida a pessoas
A Constituição Federal estabelece taxati- jurídicas de direito privado.
vamente a competência tributária de cada e) A atribuição das funções de executar
ente político, dessa forma, relativamente ao leis, serviços, atos ou decisões adminis-
assunto, podemos dizer: trativas em matéria tributária, conferi-
a) o exercício por um ente político de com- da por uma pessoa jurídica de direito
petência atribuída constitucionalmente público a outra, também confere as ga-
a outro é possível havendo acordo en- rantias e os privilégios processuais que
tre os entes políticos envolvidos. competem à pessoa jurídica de direito
b) a competência pode ser exercida a público que a cometeu.
qualquer tempo, não sendo limitada a
prazo.
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Tranquilinho?
Gabarito: 1. B 2. D 3. D 4. B 5. B 6. D
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Conceito de Tributo
Estudo da Constituição é necessário
pois é ela que traz a autorização para Constituição
a instituição de tributos.
D
Art. 3º D Diegoé toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
Tributo
Degrazia
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Tributo é GÊNERO.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Imposto;
Taxa;
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Sistema Constitucional Tributário
I - impostos;
Fato do Contribuinte
I - impostos;
FG
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão instituir os seguintes tributos:
Concreto Fato da vida
DD
Diego
Degrazia Não vinculado- Atividade Específica
Imposto
Extrafiscal
DD
Diego
Degrazia
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Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
instituir os seguintes tributos:
Tributo
DD
Diego Vinculado – Atividade Específica
Degrazia
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.
Note-se que só se pode cobrar taxa de polícia pelo efetivo exercício desse poder.
Entretanto, o STF tem presumido o exercício do poder de polícia quando existente órgão
fiscalizador, mesmo sem a realização da efetiva fiscalização in loco.
Algumas taxas de polícia Constitucionais, na avaliação do STF:
1) Taxa de Fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários;
2) Taxa de fiscalização e controle de serviços públicos Delegados;
3) Taxa de Fiscalização de Anúncios.
Súmula 665
É constitucional a Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e Valores Mobiliários instituída
pela Lei 7.940/89.
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EMENTA: (1) Ação Direta de Inconstitucionalidade. (2) Art. 1º, II, da Lei nº 11.073, de 30.12.1997,
que acrescentou os §§ 7º e 8º ao art. 6º da Lei nº 8.109, de 1985, do Estado do Rio Grande do
Sul; Art. 1º, VI, da Lei nº 11.073, de 1997, que inseriu o inciso IX na Tabela de Incidência da Lei
nº 8.109, de 1985; Decreto estadual nº 39.228, de 29.12.1998, que regulamentou a incidência
da taxa impugnada. (3) Alegada violação aos arts. 145, II e 145, § 2º, da Constituição. (4) Taxa
de Fiscalização e Controle de Serviços Públicos Delegados, instituída em favor da Agência
Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul – AGERGS,
autarquia estadual. (5) O faturamento, no caso, é apenas critério para incidência da taxa, não
havendo incidência sobre o faturamento. Precedente (RE 177.835, Rel. Min. Carlos Velloso) (6)
Improcedência da ação direta quanto aos dispositivos legais e não conhecimento quanto ao
Decreto nº 39.228, de 1988.
(ADI 1948, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 04/09/2002, DJ 07-
02-2003 PP-00020 EMENT VOL-02097-02 PP-00394)
EMENTA: TRIBUTÁRIO. MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE. TAXA DE FISCALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS
(TFA). CONSTITUCIONALIDADE. De presumir-se a efetividade da fiscalização exercida pelos
agentes da Municipalidade de Belo Horizonte, uma das maiores do País, no controle da
exploração e utilização da publicidade na paisagem urbana, com vista a evitar prejuízos à
estética da cidade e à segurança dos munícipes. De outra parte, não há confundir as dimensões
do anúncio, critério estabelecido para o cálculo da taxa devida, com a área do imóvel de sua
localização, elemento componente da base de cálculo do IPTU, para fim de identificação do bis
in idem vedado pela Constituição. Recurso conhecido e provido.
(RE 216207, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 02/03/1999, DJ 25-
06-1999 PP-00030 EMENT VOL-01956-06 PP-01259 RTJ VOL-00170-01 PP-00351)
Sistema Constitucional Tributário
Serviços públicos;
Ou colocados à disposição.
DD
Diego
Degrazia
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I – utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
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b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição
mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II – específicos, quando possam ser destacados em unidades
autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III – divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários.
SÚMULA VINCULANTE 41
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Art. 145. (...)
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
Art. 77. ..
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a impôsto nem ser calculada em função do capital das emprêsas.
SÚMULA 595
É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo
seja idêntica à do imposto territorial rural.
Súmula Vinculante 19
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento
ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da
Constituição Federal
Súmula Vinculante nº 29
É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de
cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma
base e outra.
SÚMULA 549
A Taxa de Bombeiros do Estado de Pernambuco é constitucional, revogada a Súmula nº 274.
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Tese
A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se, no campo
da atividade precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem como a
viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de
Sistema Constitucional Tributário
obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada
e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Valorizar
Despesa da Obra
Limite
Valor acrescido
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Natureza Jurídica do Tributo
CTN
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é
determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
Não
Imposto
Como O FG é
atividade Sim
definir a específica
Sim
natureza A atividade é Taxa
relacionada ao
exercício de
jurídica? contribuinte?
poder de
polícia?
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Constituição Federal de 1988: Sistema Constitucional Tributário
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, “b”.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. ↓
Anterioridade
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Contribuições sociais e
D
anterioridade mitigada
Contribuições de
Contribuições
Contribuições Intervenção no
Corporativas – Art. COSIP – Art. 149-A
Sociais – Art. 149 Domínio Econômico
149
– Art. 149
DD
Diego
Degrazia
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150,
I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de
consumo de energia elétrica.
Imposto;
Taxa;
Contribuição de
Melhoria;
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Questões
QUESTÕES ESAF
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c) as espécies tributárias são, legal e cons- 11. (Analista de Comércio Exterior – 2012)
titucionalmente, imposto, taxa, contri-
buição de melhoria, contribuição social, Segundo a definição de tributo presente no
contribuição de intervenção no domínio Código Tributário Nacional, uma de suas
econômico, contribuição de interesse características é a de não constituir sanção
de categoria econômica ou profissional por ato ilícito. Assim sendo, julgue como
e contribuição de iluminação pública. Falso (F) ou Verdadeiro (V) os itens a seguir
d) a espécie tributária “taxa” pode ter e assinale a opção correta.
como fato gerador, legal e constitucio- I – Ainda no caso de furto de sinal por “clo-
nalmente, o exercício regular do poder nagem”, o ICMS – Imposto sobre Circulação
de polícia ou a utilização, efetiva ou po- de Mercadorias e Serviços – é devido sobre
tencial, de serviço público específico e o serviço de telefonia móvel onerosamente
divisível, prestado ao contribuinte ou contratado de operadora por usuário.
posto à sua disposição, desde que, em
qualquer caso, a respectiva base de cál- II – A renda obtida com o tráfico de drogas
culo não seja idêntica àquelas que cor- deve ser tributada, já que o que se tributa
respondam a qualquer espécie de im- é o aumento patrimonial, e não o próprio
posto. tráfico.
e) denomina-se como tributo indireto
III – No caso de importação ilícita, reconhe-
aquele que comporte, por sua nature-
cida a ilicitude e aplicada a pena de perdi-
za, transferência do respectivo encargo
mento, não poderá ser cobrado o imposto
financeiro da tributação desde o deno-
de importação, já que “importar mercado-
minado contribuinte de fato para sobre
rias” é elemento essencial do tipo tributá-
o denominado contribuinte de direito.
rio.
10. (MI – Geólogo – 2012) IV – As vendas inadimplidas equivalem às
vendas canceladas para fins de incidência
Com relação a aspectos jurídicos de defesa tributária, eis que no sistema tributário na-
civil, indique qual espécie tributária permi- cional, embora tenha consagrado o regime
te, mediante lei complementar, atender a de competência como a regra geral de apu-
despesas extraordinárias decorrentes de ca- ração dos resultados, o inadimplemento
lamidade pública. constitui hipótese de cancelamento de ven-
a) Imposto. da, e não tendo ingressado a receita de ven-
b) Taxa. da, não há que se falar em tributação.
c) Empréstimo Compulsório. a) F, V, V, F
d) Contribuição e Intervenção no Domínio b) V, V, V, F
Econômico. c) F, V, V, V
e) Contribuição Social. d) V, F, V, F
e) V, V, F, F
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5. A legislação do imposto de importação consagra a tese no art. 1º, § 4º, III, do Decreto-
Lei 37/66, ao determinar que “o imposto não incide sobre mercadoria estrangeira (...) que
tenha sido objeto de pena de perdimento”.
6. Os demais tributos que incidem sobre produtos importados (IPI, PIS e COFINS) não ensejam
o mesmo tratamento, já que o fato de ser irregular a importação em nada altera a incidência
desses tributos, que têm por fato gerador o produto industrializado e o faturamento,
respectivamente.
7. O art. 622, § 2º, do Regulamento Aduaneiro (Decreto 4.543/02) deixa claro que a “aplicação
da pena de perdimento” (...) “não prejudica a exigência de impostos e de penalidades
pecuniárias”.
8. O imposto sobre produtos industrializados tem regra específica no mesmo sentido (art.
487 do Decreto 4.544/02 – Regulamento do IPI), não dispensando, “em caso algum, o
pagamento do imposto devido”.
9. O depósito que o acórdão recorrido determinou fosse convertido em renda abrange, além
do valor das mercadorias apreendidas, o montante relativo ao imposto de importação (II),
ao imposto sobre produtos industrializados (IPI), à contribuição ao PIS e à COFINS.
10. O valor das mercadorias não pode ser devolvido ao contribuinte, já que a pena de
perdimento foi aplicada e as mercadorias foram liberadas mediante o depósito do valor
atualizado. Os valores relativos ao IPI, PIS e COFINS devem ser convertidos em renda, já
que a regra geral é de que a aplicação da pena de perdimento não afeta a incidência do
tributo devido sobre a operação.
11. O recurso deve ser provido somente para possibilitar a liberação ao contribuinte do valor
relativo ao imposto de importação.
12. Recurso especial provido em parte.
(REsp 984.607/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/10/2008,
DJe 05/11/2008)
EMENTA TRIBUTÁRIO. CONSTITUCIONAL. COFINS/PIS. VENDAS INADIMPLIDAS. ASPECTO
TEMPORAL DA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA. REGIME DE COMPETÊNCIA. EXCLUSÃO DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE EQUIPARAÇÃO COM AS HIPÓTESES DE CANCELAMENTO DA
VENDA. ...
3. No âmbito legislativo, não há disposição permitindo a exclusão das chamadas vendas
inadimplidas da base de cálculo das contribuições em questão. As situações posteriores
ao nascimento da obrigação tributária, que se constituem como excludentes do crédito
tributário, contempladas na legislação do PIS e da COFINS, ocorrem apenas quando fato
superveniente venha a anular o fato gerador do tributo, nunca quando o fato gerador
subsista perfeito e acabado, como ocorre com as vendas inadimplidas.
4. Nas hipóteses de cancelamento da venda, a própria lei exclui da tributação valores que,
por não constituírem efetivos ingressos de novas receitas para a pessoa jurídica, não são
dotados de capacidade contributiva.
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Questões
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Direito Tributário.
Soberania
Poder de Tributar.
Constituição
Competência Tributária.
Imunidades / Princípios
IMUNIDADES
Não há FG;
Não há
Incidência;
Imunidade
Não há
competência.
CF/88
DD
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
Diego
Degrazia
(...)
I – propriedade de veículos automotores.
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Lei nº 8.115/85
Art. 1º Fica instituído o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), nos termos
desta Lei
Art. 2º O imposto, devido anualmente ao Estado, tem como fato gerador a propriedade de veículo
automotor.
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Universo
Lançamento
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
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Universo
Não incidência
Não incidência
Incidência
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Não
incidência
Incidência
Isenção
Não incidência
Incidência Imunidade
Isenção
São elas, nas palavras de Francisco Leite Duarte: “assim, quanto ao seu destinatário, as
imunidades podem ser objetivas, subjetivas ou mistas; quanto ao fato de decorrerem ou não de
princípios (origem), se classificam em imunidades ontológicas e imunidades políticas; quanto
à dependência de norma para lhe dar completude, são condicionadas ou incondicionadas.
Quanto ao alcance são classificadas em imunidades gerais e específicas.”
Duarte, Francisco Leite. Direito Tributário: teoria e prática – 2.
Ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. Página 272.
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É o caso da imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado à sua impressão (art.
150, VI, d) por exemplo:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
De outra banda, na imunidade subjetiva ou pessoal a tributação é afastada em razão do sujeito
que realiza o ato.
É o caso, por exemplo, da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a) onde os entes públicos
estão com seus patrimônios, rendas e serviços imunes à instituição de impostos.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Já as imunidades mistas combinam características das duas anteriores, sendo determinante
para sua implementação não só a característica do sujeito como também o fato, bem ou
situação previstos na norma imunizante.
Tome-se como exemplo a imunidade do ITR sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei,
quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel (art. 153,
§ 4º).
Temos um critério objetivo, a pequena gleba rural mas também um critério subjetivo, qual seja,
a exploração pelo proprietário.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
...
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
...
II – não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando
as explore o proprietário que não possua outro imóvel;
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Imunidades quanto à origem
Ontológicas ou políticas
Se necessariamente decorrentes de princípios constitucionais, as imunidades são classificadas
como ontológicas.
Por serem corolários desses princípios constitucionais, as imunidades ontológicas não
decorrem necessariamente de dispositivos expressos, podendo estar, inclusive, implícitas no
corpo constitucional.
Tome-se como exemplo a imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a) onde pelo próprio
conceito de Federação, ou seja, pela necessária realização do princípio federativo há o
impedimento da instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços dos entes
políticos.
Se, por outro lado, as imunidades são instituídas para proteger determinado princípio, serão
consideradas imunidades políticas, razão pela qual a doutrina considera as imunidades dos
templos de qualquer culto, das entidades sindicais de trabalhadores, entre outras, nesta
categoria.
Nesse aspecto decorrem de normas necessariamente expressas no texto constitucional.
Note que a diferença reside especificamente na decorrência necessária ou não de um princípio.
Condicionadas ou incondicionadas
As imunidades são classificadas nesse ponto, segundo a doutrina tradicional, como
condicionadas pois necessitam de lei integrativa infraconstitucional para fruição de alguns de
seus aspectos ou incondicionadas quando autoaplicáveis, sem qualquer necessidade de lei
para sua total implementação.
Assim, normas incondicionadas seriam de eficácia plena e de aplicabilidade imediata,
enquanto as normas condicionadas seriam de eficácia limitada, de acordo com a posição do
STF em julgado antigo no qual analisou a fruição do benefício no que tange ao imposto de
renda:
EMENTA: IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. PROVENTOS. BENEFICIÁRIOS COM IDADE SUPERIOR
A SESSENTA E CINCO ANOS. ART. 153, § 2º, INC. II, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. LEI Nº 7.713/88. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Mandado de
Segurança 22.584 (Sessão do dia 17.04.97), proclamou entendimento no sentido de que o art.
153, § 2º, II, da Constituição Federal, ao estabelecer que o imposto de renda “não incidirá, nos
termos e limites fixados em lei, sobre rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão,
pagos pela previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
a pessoa com idade superior a sessenta e cinco anos, cuja renda total seja constituída,
exclusivamente, de rendimentos do trabalho”, não é auto-aplicável, estando a depender de lei
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que fixará os termos e os limites dessa não-incidência. E, até que advenha a lei regulamentando
o exercício desse direito, continuam válidos os limites e restrições fixados na Lei nº 7.713/88
com suas posteriores alterações. Recurso extraordinário conhecido, mas improvido.
(RE 200485, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 09/12/1997, DJ 20 –
03 – 1998 PP – 00011 EMENT VOL – 01903 – 06 PP – 01087)
Temos como exemplo de normas imunizatórias condicionadas a referente à vedação da
instituição de impostos sobre as instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos,
expressa no art. 150, VI, c da Constituição Federal, o qual impõe para a concessão do benefício
que sejam atendidos os requisitos da lei.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições
de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
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Tal imunidade, como se vê, além de genérica é eminentemente subjetiva, ontológica,
Direito
Tributário
incondicionada e relacionada aos Entes Políticos da Federação.
Imunidade Recíproca
Na dicção do STF “a referência a patrimônio, renda ou serviços uns dos outros, contida na alínea
em comento, tem o alcance de afastar a cobrança de todo e qualquer imposto”.
IMPOSTO – IMUNIDADE RECIPROCA – Imposto sobre Operações Financeiras. A norma da
alinea “a” do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal obstaculiza a incidencia reciproca
de impostos, considerada a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Descabe
introduzir no preceito, a merce de interpretação, exceção não contemplada, distinguindo os
ganhos resultantes de operações financeiras.
(AI 175133 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 05/03/1996, DJ
26 – 04 – 1996 PP – 13128 EMENT VOL – 01825 – 05 PP – 01021)
ADI 939
2. – o princípio da imunidade tributaria reciproca (que veda a União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios a instituição de impostos sobre o patrimônio, rendas ou serviços uns
dos outros) e que é garantia da Federação (art. 60, par. 4., inciso I,e art. 150, VI, “a”, da C.F.);
Não obstante tudo, não se pode confundir aqui a incidência relativa ao contribuinte de fato
com aquela atrelada ao contribuinte de direito.
A imunidade protege os entes políticos no que diz com impostos diretos e quando este é
contribuinte de direito de impostos indiretos:
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRI-
BUTÁRIO. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA PARA ILUMINAÇÃO
PÚBLICA. ICMS. IMUNIDADE INVOCADA PELO MUNICÍPIO.
IMPOSSIBILIDADE. 2. A jurisprudência do Supremo firmou-se no
sentido de que a imunidade de que trata o artigo 150, VI, a, da CB/88,
somente se aplica a imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou
renda do próprio Município. 3. Esta Corte firmou entendimento no
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Autarquias;
+
Administração
Administração
Fundações;
Pública
Direta
-‐
Pública
Indireta
Órgãos
-‐
En=dades
Empresas
Públicas;
Sociedades
de
Economia
mista.
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razia
Releva destacar que a literalidade do texto constitucional não abrange outras entidades da
administração indireta como as empresas públicas e as sociedades de economia mista que
geralmente estão relacionadas com a exploração de atividades econômicas.
Essa visão decorre da redação do art. 150, § 3º que impõe que as disposições sobre a imunidade
tributária recíproca não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com
exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
§ 3º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda
e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas
aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de
preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar
imposto relativamente ao bem imóvel.
Desse modo, é curial ter em mente algumas decisões do STF que, a despeito da literal redação
constitucional, estendeu as benesses da imunidade tributária recíproca a outras entidades da
administração pública indireta, em especial às empresas públicas.
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS:
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: C.F., art. 150, VI, a. EMPRESA PÚBLICA QUE EXERCE
ATIVIDADE ECONÔMICA E EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO: DISTINÇÃO.
I. – As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das que exercem
atividade econômica. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é prestadora de serviço
público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela
imunidade tributária recíproca: C.F., art. 150, VI, a.
II. – R.E. conhecido em parte e, nessa parte, provido.
(RE 407099, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em 22/06/2004, DJ 06
– 08 – 2004 PP – 00062 EMENT VOL – 02158 – 08 PP – 01543 RJADCOAS v. 61, 2005, p. 55 – 60
LEXSTF v. 27, n. 314, 2005, p. 286 – 297)
Tal decisão, mesmo que decorrente de uma interpretação extensiva, utilizou como parâmetro
um ponto principal: a prestação de um serviço tipicamente público, obrigatório e exclusivo do
Estado a merecer a imunidade.
Partindo desse leading case, a Corte Maior adotou a mesma posição no que diz com a Casa da
Moeda do Brasil e com a INFRAERO, de acordo com os julgados relacionados:
EMENTA: Casa da Moeda do Brasil (CMB) – empresa governamental delegatária de serviços
públicos – emissão de papel moeda, cunhagem de moeda metálica, fabricação de fichas
telefônicas e impressão de selos postais – regime constitucional de monopólio (CF, art. 21,
VII) – outorga de delegação à CMB, mediante lei, que não descaracteriza a estatalidade do
serviço público, notadamente quando constitucionalmente monopolizado pela pessoa política
(a União Federal, no caso) que é dele titular – a delegação da execução de serviço público,
mediante outorga legal, não implica alteração do regime jurídico de direito público, inclusive
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o de direito tributário, que incide sobre referida atividade – consequente extensão, a essa
empresa pública, em matéria de impostos, da proteção constitucional fundada na garantia
da imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, “a”) – o alto significado político-jurídico
dessa prerrogativa constitucional, que traduz uma das projeções concretizadoras do princípio
da federação – imunidade tributária da Casa da Moeda do Brasil, em face do ISS, quanto às
atividades executadas no desempenho do encargo que, a ela outorgado mediante delegação,
foi deferido, constitucionalmente, à União Federal – doutrina (REGINA HELENA COSTA, “inter
alios”) – precedentes – recurso de agravo improvido.
(RE 610517 AGR, relator(a): min. Celso de mello, segunda turma, julgado em 03/06/2014,
acórdão eletrônico dje – 120 divulg 20 – 06 – 2014 public 23 – 06 – 2014)
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. EMPRESA
BRASILEIRA DE INFRA-ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA – INFRAERO. EMPRESA PÚBLICA.
IMUNIDADE RECÍPROCA. ARTIGO 150, VI, “A”, DA CB/88.
1. A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária – INFRAERO, empresa pública
prestadora de serviço público, está abrangida pela imunidade tributária prevista no artigo 150,
VI, “a”, da Constituição.
2. Não incide ISS sobre a atividade desempenhada pela INFRAERO na execução de serviços de
infra-estrutura aeroportuária, atividade que lhe foi atribuída pela União [artigo 21, XII, “c”, da
CB/88]. Agravo regimental a que se nega provimento.
(RE 524615 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 09/09/2008, DJe –
187 DIVULG 02 – 10 – 2008 PUBLIC 03 – 10 – 2008 EMENT VOL – 02335 – 07 PP – 01451 RTJ VOL
– 00207 – 02 PP – 00826)
Evoluindo nesse quesito, a Corte se deparou em 2013 com questão relacionada ao exercício
de atividade pelos Correios em concorrência com a iniciativa privada, anteriormente não
apreciada.
Relembre-se que o motivo principal para a imunidade tributária recíproca abarcar a empresa
pública era justamente a prestação de um serviço tipicamente público, obrigatório e exclusivo
do Estado, ou seja, o serviço postal.
Ao avaliar os argumentos trazidos, a Corte entendeu que as atividades em concorrência com a
iniciativa privada proporcionavam uma espécie de “subsídio cruzado” a financiar as atividades
exclusivamente públicas de serviço postal e imunizou de forma integral as atividades da
empresa pública:
Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos. 3. Distinção, para fins de tratamento normativo, entre empresas públicas
prestadoras de serviço público e empresas públicas exploradoras de atividade. Precedentes.
4. Exercício simultâneo de atividades em regime de exclusividade e em concorrência com a
iniciativa privada. Irrelevância. Existência de peculiaridades no serviço postal. Incidência da
imunidade prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal. 5. Recurso extraordinário
conhecido e provido.
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(RE 601392, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR
MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 28/02/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO
GERAL – MÉRITO DJe – 105 DIVULG 04 – 06 – 2013 PUBLIC 05 – 06 – 2013)
Não bastasse a avaliação extensiva dada aos correios, seguindo na mesma linha de raciocínio,
o STF tem estendido o beneplácito da imunidade tributária recíproca também a algumas
sociedades de economia mista, em especial àquelas que se revelam como “instrumentalidades
estatais”, ou seja, instrumentos de atuação do estado em área exclusiva de serviços públicos;
sem fins lucrativos e com a composição do capital social majoritariamente público.
Em 2011 reconheceu a condição à CODESP e traçou ali os paradigmas necessários ao
deferimento do benefício a casos similares:
EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
CONTROLADA POR ENTE FEDERADO. CONDIÇÕES PARA APLICABILIDADE DA PROTEÇÃO
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA. COMPANHIA DOCAS DO ESTADO
DE SÃO PAULO (CODESP). INSTRUMENTALIDADE ESTATAL. ARTS. 21, XII, f, 22, X, e 150,
VI, a DA CONSTITUIÇÃO. DECRETO FEDERAL 85.309/1980. 1. IMUNIDADE RECÍPROCA.
CARACTERIZAÇÃO. Segundo teste proposto pelo ministro-relator, a aplicabilidade da imunidade
tributária recíproca (art. 150, VI, a da Constituição) deve passar por três estágios, sem prejuízo
do atendimento de outras normas constitucionais e legais: 1.1. A imunidade tributária recíproca
se aplica à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais
imanentes do ente federado, cuja tributação poderia colocar em risco a respectiva autonomia
política. Em conseqüência, é incorreto ler a cláusula de imunização de modo a reduzi-la a
mero instrumento destinado a dar ao ente federado condições de contratar em circunstâncias
mais vantajosas, independentemente do contexto. 1.2. Atividades de exploração econômica,
destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser
submetidas à tributação, por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a
salvo a autonomia política. 1.3. A desoneração não deve ter como efeito colateral relevante
a quebra dos princípios da livre-concorrência e do exercício de atividade profissional ou
econômica lícita. Em princípio, o sucesso ou a desventura empresarial devem pautar-se por
virtudes e vícios próprios do mercado e da administração, sem que a intervenção do Estado
seja favor preponderante. 2. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. EXPLORAÇÃO DE SERVIÇOS DE
ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA. CONTROLE ACIONÁRIO MAJORITÁRIO DA UNIÃO. AUSÊNCIA DE
INTUITO LUCRATIVO. FALTA DE RISCO AO EQUILÍBRIO CONCORRENCIAL E À LIVRE-INICIATIVA.
Segundo se depreende dos autos, a Codesp é instrumentalidade estatal, pois: 2.1. Em uma
série de precedentes, esta Corte reconheceu que a exploração dos portos marítimos, fluviais e
lacustres caracteriza-se como serviço público. 2.2. O controle acionário da Codesp pertence em
sua quase totalidade à União (99,97%). Falta da indicação de que a atividade da pessoa jurídica
satisfaça primordialmente interesse de acúmulo patrimonial público ou privado. 2.3. Não há
indicação de risco de quebra do equilíbrio concorrencial ou de livre-iniciativa, eis que ausente
comprovação de que a Codesp concorra com outras entidades no campo de sua atuação. 3.
Ressalva do ministro-relator, no sentido de que “cabe à autoridade fiscal indicar com precisão
se a destinação concreta dada ao imóvel atende ao interesse público primário ou à geração de
receita de interesse particular ou privado”. Recurso conhecido parcialmente e ao qual se dá
parcial provimento.
(RE 253472, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. JOAQUIM BARBOSA,
Tribunal Pleno, julgado em 25/08/2010, DJe – 020 DIVULG 31 – 01 – 2011 PUBLIC 01 – 02 –
2011 EMENT VOL – 02454 – 04 PP – 00803 RTJ VOL – 00219 – 01 PP – 00558)
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sujeita a monopólio estatal. O alcance da salvaguarda constitucional pressupõe o exame (i) da
caracterização econômica da atividade (lucrativa ou não), (ii) do risco à concorrência e à livre-
iniciativa e (iii) de riscos ao pacto federativo pela pressão política ou econômica. 3. A imunidade
tributária recíproca não se aplica à Petrobrás, pois: 3.1. Trata-se de sociedade de economia
mista destinada à exploração econômica em benefício de seus acionistas, pessoas de direito
público e privado, e a salvaguarda não se presta a proteger aumento patrimonial dissociado
de interesse público primário; 3.2. A Petrobrás visa a distribuição de lucros, e, portanto,
tem capacidade contributiva para participar do apoio econômico aos entes federados; 3.3.
A tributação de atividade econômica lucrativa não implica risco ao pacto federativo. Agravo
regimental conhecido, mas ao qual se nega provimento.
(RE 285716 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 02/03/2010,
DJe – 055 DIVULG 25 – 03 – 2010 PUBLIC 26 – 03 – 2010 EMENT VOL – 02395 – 04 PP – 00892)
Para finalizar o ponto, ainda convém ressaltar que importante decisão do STF quanto à
imunidade recíproca, a qual versa sobre sua aplicação à OAB:
EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.
IMUNIDADE RECÍPROCA. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. SECCIONAL. APLICAÇÕES
FINANCEIRAS. INVESTIMENTOS. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS – IOF.
ABRANGÊNCIA. DEVER DE FISCALIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO.
PLENA VINCULAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 1. A imunidade tributária
gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil é da espécie recíproca (art. 150, VI, a da
Constituição), na medida em que a OAB desempenha atividade própria de Estado (defesa
da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de direito, dos direitos humanos,
da justiça social, bem como a seleção e controle disciplinar dos advogados). 2. A imunidade
tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O
reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade
fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado
desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário
e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza plenamente vinculada do lançamento
tributário, que não admite excesso de carga. Agravo regimental ao qual se nega provimento.
(RE 259976 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 23/03/2010,
DJe – 076 DIVULG 29 – 04 – 2010 PUBLIC 30 – 04 – 2010 EMENT VOL – 02399 – 07 PP – 01409
De toda forma, não confunda a imunidade conferida a OAB como autarquia de regime especial,
com base no art. 150, VI, a, à sua Caixa de Assistência dos Advogados.
Por não se revelar instrumentalidade estatal, mas sim de entidade destinada a prover benefícios
pecuniários e assistenciais a seus associados a Caixa, ne visão do STF, não goza de imunidade.
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150, VI, A DA
CONSTITUIÇÃO. CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS. INAPLICABILIDADE. 1. A Caixa de
Assistência dos Advogados, instituída nos termos dos arts. 45, IV e 62 da Lei 8.906/1994, não
desempenha as atividades inerentes à Ordem dos Advogados do Brasil (defesa da Constituição,
da ordem jurídica do Estado democrático de direito, dos direitos humanos, da justiça social
Também não lhe compete privativamente promover a representação, a defesa, a seleção e
a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil). Trata-se de entidade
destinada a prover benefícios pecuniários e assistenciais a seus associados. 2. Por não se revelar
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instrumentalidade estatal, a Caixa de Assistência dos Advogados não é protegida pela imunidade
tributária recíproca (art. 150, VI, a da Constituição). 3. A circunstância de a Caixa de Assistência
integrar a estrutura maior da OAB não implica na extensão da imunidade, dada a dissociação
entre as atividades inerentes à atuação da OAB e as atividades providas em benefício individual
dos associados. Recurso extraordinário conhecido e ao qual se dá provimento.
(RE 233843, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 01/12/2009, DJe
– 237 DIVULG 17 – 12 – 2009 PUBLIC 18 – 12 – 2009 EMENT VOL – 02387 – 06 PP – 01011 RT v.
99, n. 893, 2010, p. 162 – 164 LEXSTF v. 32, n. 373, 2010, p. 161 – 165)
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Tese
A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição não se estende a empresa
privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica
com fins lucrativos.
Nessa hipótese é constitucional a cobrança do IPTU pelo Município.
IPTU – BEM PÚBLICO – CESSÃO – PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO. Incide o imposto
Predial e Territorial Urbano considerado bem público cedido a pessoa jurídica de direito
privado, sendo esta a devedora.
(RE 601720, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO,
Tribunal Pleno, julgado em 19/04/2017, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL –
MÉRITO DJe – 200 DIVULG 04 – 09 – 2017 PUBLIC 05 – 09 – 2017)
Tese
Incide o IPTU, considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa jurídica
de direito privado, devedora do tributo.
Mesmo sendo laico, o estado brasileiro assegura, como direito fundamental inserto art. 5º, VI,
o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de cultos e suas liturgias.
Assim, por opção política, o disposto no art. 150, VI, b, veda à União, aos Estados, ao DF e aos
Municípios a instituição de impostos sobre templos de qualquer culto.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto;
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política,
incondicionada e relacionada aos templos de qualquer culto.
De acordo com o magistério de Francisco Leite Duarte, “a tributação do patrimônio, da renda e
dos serviços relacionados às entidades religiosas se constituiria numa política fiscal incompatível
com o direito e garantia individual que é a liberdade do exercício de cultos religiosos, razão
porque a imunidade estabelecida para os templos de qualquer culto, estabelecida no art.
150, VI, b, não se resume somente aos prédios destinados ao culto e liturgias (templo), mas
também a todos os impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda e serviços relacionados
com as finalidades essenciais daquelas entidades, sendo, igualmente uma imunidade
subjetiva.”
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Duarte, Francisco Leite. Direito Tributário: teoria e prática – 2. Ed. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2015.
Como dito acima, da redação do art. 150, § 4º da Constituição Federal, retira-se que a
imunidade compreende apenas o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as
atividades essenciais dos templos de qualquer culto.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio,
a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas
mencionadas.
Entretanto, isso não impede a imunidade das rendas obtidas de imóveis alugados, desde que
direcionadas ao financiamento de suas atividades essenciais.
EMENTA: Recurso extraordinário. 2. Imunidade tributária de templos de qualquer culto.
Vedação de instituição de impostos sobre o patrimônio, renda e serviços relacionados com as
finalidades essenciais das entidades. Artigo 150, VI, “b” e § 4º, da Constituição. 3. Instituição
religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram alugados. 4. A imunidade
prevista no art. 150, VI, “b”, CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto,
mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços “relacionados com as finalidades essenciais
das entidades nelas mencionadas”. 5. O § 4º do dispositivo constitucional serve de vetor
interpretativo das alíneas “b” e “c” do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. Equiparação
entre as hipóteses das alíneas referidas. 6. Recurso extraordinário provido
(RE 325822, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES,
Tribunal Pleno, julgado em 18/12/2002, DJ 14 – 05 – 2004 PP – 00033 EMENT VOL – 02151 – 02
PP – 00246)
Também nessa alínea do inciso VI do artigo 150, o STF acabou adotando uma posição extensiva,
ao entender que a imunidade ali prevista abrangeria os cemitérios que se organizam como
extensões das entidades religiosas, desde que se dediquem exclusivamente às atividades
funerárias ou religiosas e não tenham fim lucrativo.
Por óbvio, se tais entidades objetivarem finalidade lucrativa, afastada estará a benesse.
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IPTU.
ARTIGO 150, VI, “B”, CB/88. CEMITÉRIO. EXTENSÃO DE ENTIDADE DE CUNHO RELIGIOSO. 1. Os
cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos
pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da
incidência de IPTU em relação a eles. 2. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de
qualquer culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da Constituição
é, sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI, “b”. 3. As áreas da incidência e da
imunidade tributária são antípodas. Recurso extraordinário provido.
(RE 578562, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 21/05/2008, DJe – 172
DIVULG 11 – 09 – 2008 PUBLIC 12 – 09 – 2008 EMENT VOL – 02332 – 05 PP – 01070 RTJ VOL –
00206 – 02 PP – 00906 LEXSTF v. 30, n. 358, 2008, p. 334 – 340)
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Há, ainda, caso onde o STF entendeu que se a entidade não professa qualquer religião os
simples encontros para tratar de assuntos específicos, como é o caso da maçonaria, não atrai a
proteção da imunidade.
Ementa: CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150,
VI, C, DA CARTA FEDERAL. NECESSIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO – PROBATÓRIO.
SÚMULA 279 DO STF. ART. 150, VI, B, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. ABRANGÊNCIA DO
TERMO “TEMPLOS DE QUALQUER CULTO”. MAÇONARIA. NÃO CONFIGURAÇÃO. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO EM PARTE E, NO QUE CONHECIDO, DESPROVIDO. I – O
reconhecimento da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição Federal exige
o cumprimento dos requisitos estabelecidos em lei. II – Assim, para se chegar-se à conclusão se
o recorrente atende aos requisitos da lei para fazer jus à imunidade prevista neste dispositivo,
necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. Incide, na
espécie, o teor da Súmula 279 do STF. Precedentes. III – A imunidade tributária conferida pelo
art. 150, VI, b, é restrita aos templos de qualquer culto religioso, não se aplicando à maçonaria,
em cujas lojas não se professa qualquer religião. IV – Recurso extraordinário parcialmente
conhecido, e desprovido na parte conhecida.
(RE 562351, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 04/09/2012,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe – 245 DIVULG 13 – 12 – 2012 PUBLIC 14 – 12 – 2012)
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, condicionada
e relacionada aos partidos políticos, suas fundações, às entidades sindicais dos trabalhadores e
às instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos.
De acordo com o disposto no art. 150, § 4º, compreende apenas o patrimônio, a renda e os
serviços quando relacionados com as atividades essenciais das entidades.
Na visão da jurisprudência, tal disposição não afeta a imunidade das entidades desde que,
como mencionado, os recursos obtidos pelas entidades sejam destinados a suas finalidades
essenciais.
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SÚMULA VINCULANTE 52
Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer
das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos
aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.
EMENTA: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIÇÃO. INSTITUIÇÃO DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE SERVIÇO CALCULADO SOBRE O
PREÇO COBRADO EM ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS NO PÁTIO INTERNO DA ENTIDADE.
Ilegitimidade. Eventual renda obtida pela instituição de assistência social mediante cobrança de
estacionamento de veículos em área interna da entidade, destinada ao custeio das atividades
desta, está abrangida pela imunidade prevista no dispositivo sob destaque. Precedente da
Corte: RE 116.188 – 4. Recurso conhecido e provido.
(RE 144900, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 22/04/1997, DJ 26 –
09 – 1997 PP – 47494 EMENT VOL – 01884 – 02PP – 00412)
Não bastasse isso, o STF possui entendimento no qual exonera a incidência inclusive de
impostos indiretos, se a entidade imune é o contribuinte de direito do tributo.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE 210.251 – EDv/SP, fixou entendimento
segundo o qual as entidades de assistência social são imunes em relação ao ICMS incidente
sobre a comercialização de bens por elas produzidos, nos termos do art. 150, VI, “c” da
Constituição. Embargos de divergência conhecidos, mas improvidos.
(RE 186175 ED – EDv, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 23/08/2006,
DJ 17 – 11 – 2006 PP – 00048 EMENT VOL – 02256 – 04 PP – 00642 RT v. 96, n. 857, 2007, p. 185
– 187 LEXSTF v. 29, n. 337, 2007, p. 227 – 232 RDDT n. 137, 2007, p. 166 – 168)
Imunidade Condicionada
Em que pese toda a excepcionalidade das situações anteriormente estudadas, o principal ponto
de controvérsia do dispositivo está na necessidade de regulamentação, por lei, de requisitos
para sua obtenção.
É que, por ser imunidade condicionada, requer para sua fruição plena integração
infraconstitucional por meio de lei.
Como se sabe, a visão do Supremo, no que diz com a reserva de lei complementar, passa
necessariamente pela previsão no texto constitucional de tal espécie normativa, caso que,
como se observa, não ocorre na parte final do dispositivo ora estudado.
Menciona-se no art. 150, VI, c os requisitos da lei.
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
Por outro lado, quando a Constituição fala em regulamentação de imunidades – como espécie
de limitação ao poder de tributar – exige, expressamente, a norma complementar, ao talante
do disposto em seu art. 146, II:
Art. 146. Cabe à lei complementar:
...
II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
Tendo isso por base, muito se discutiu se as entidades beneficentes deveriam observar
requisitos de lei ordinária ou complementar para fins de obtenção da imunidade.
IMUNIDADE – DISCIPLINA – LEI COMPLEMENTAR. Ante a Constituição Federal, que a todos
indistintamente submete, a regência de imunidade faz-se mediante lei complementar.
(RE 566622, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 23/02/2017,
PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe – 186 DIVULG 22 – 08 – 2017
PUBLIC 23 – 08 – 2017)
Tema
32 – Reserva de lei complementar para instituir requisitos à concessão de imunidade tributária
às entidades beneficentes de assistência social.
Tese
Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei complementar.
Superada a questão, resta saber qual é a lei complementar aplicável ao tema da materialidade.
Com efeito, na inexistência de norma complementar específica, adotaram-se as regulações
do Código Tributário Nacional, que, como se sabe, recepcionado foi pela ordem de 1998 com
estatura de lei complementar.
“Importa, ademais, reafirmar que a imunidade tributária deferida às entidades de assistência
social sem fins lucrativos somente compreende o patrimônio, a renda e os serviços relacionados
com as suas finalidade essenciais (CF, artigo 150, VI, “c”). Mesmo assim, o reconhecimento
desse direito está condicionado à observância dos preceitos contidos no incisos I a III do artigo
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14 do Código Tributário Nacional. Resulta desse modo que o favor constitucional não é absoluto
e o seu deferimento, mesmo em face dos objetivos institucionais da entidade, previstos em
seus atos constitutivos (CTN, artigo 14, § 2º), poderá ser suspenso quando não cumpridas as
disposições legais (CTN, artigo 14, § 1º).” (excerto do voto condutor do Min. Mauricio Correa,
por ocasião do julgamento, pelo Plenário do STF, do RE 202.700 – DF, em 08/11/2001)
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes
requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer capítulo;
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos
institucionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades
capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade
competente pode suspender a aplicação do benefício.
Por derradeiro, convém enfrentar ainda a situação das entidades fechadas de previdência
complementar.
Com efeito, a imunidade conferida às instituições de assistência social, sem fins lucrativos, não
alcança todas as entidades privadas de previdência social.
Para que o ponto fique claro, é curial entender a distinção entre Seguridade Social e Previdência
Social.
A Seguridade Social é termo mais amplo que abarca não só a previdência social, mas também a
assistência social e a saúde.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social.
Com se vê, o artigo 150, VI, c da Constituição apenas menciona, para fins de imunidade, as
entidades de assistência social. Note que são conceitos distintos.
Até por isso, o STF entende que, regra geral, as entidades de previdência social não estão
abrangidas pela imunidade ali explicitada, mantendo posição delimitada anteriormente à
promulgação da Constituição de 1988:
– Entidade de previdência privada. Sendo mantida por expressiva contribuição dos empregados,
ao lado da satisfeita pelos patrocinadores, não lhe assiste o direito ao reconhecimento
da imunidade tributária, prevista no art. 19, III, “c”, da Constituição de 1967, visto não se
caracterizar, então, como instituição de assistência social. Recurso extraordinário de que, por
maioria, não se conhece.
(RE 136332, Relator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTI, Primeira Turma, julgado em 24/11/1992, DJ
25 – 06 – 1993 PP – 12641 EMENT VOL – 01709 – 03 PP – 00493 RTJ VOL – 00150 – 02 PP –
00597)
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Reavaliando a disciplina com base na Lei Maior vigente, o Supremo manteve o entendimento
anterior mas com uma exceção: igualou as entidades fechadas de previdência complementar
privada às entidades de assistência social quando cobertos alguns requisitos que as
equiparariam, qual sejam,
1) finalidade não lucrativa;
2) sem qualquer contribuição do empregado.
Note o seguinte julgado a seguir:
IMUNIDADE – ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. Na dicção da ilustrada maioria,
entendimento em relação ao qual guardo reservas, o fato de mostrar-se onerosa a participação
dos beneficiários do plano de previdência privada afasta a imunidade prevista na alínea “c” do
inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal. Incide o dispositivo constitucional, quando os
beneficiários não contribuem e a mantenedora arca com todos os ônus. Consenso unânime do
Plenário, sem o voto do ministro Nelson Jobim, sobre a impossibilidade, no caso, da incidência
de impostos, ante a configuração da assistência social
(RE 259756, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 28/11/2001, DJ 29
– 08 – 2003 PP – 00021 EMENT VOL – 02121 – 17 PP – 03493)
Imunidade estabelecida no art. 150, VI, d, define que é vedado à União, aos Estados, ao DF e
aos Municípios instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua
impressão.
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente objetiva, política, incondicionada
e relacionada aos livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
A base valorativa de tal imunidade política é a proteção da livre manifestação do pensamento e
da expressão da atividade intelectual, artística e científica; da livre comunicação e do acesso à
informação, todos direitos fundamentais elencados no art. 5º da Constituição Federal.
Por estar classificada como imunidade objetiva, não se cobra o imposto em face de operações
realizadas com seus objetos, como em uma saída de livros por exemplo. Aí não irá incidir o
ICMS.
Ademais, como está o objeto abrangido pela imunidade, não pode o intérprete restringir a sua
aplicação em face de qualquer valoração de seu conteúdo.
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Ademais,
como
está
o
objeto
Limitações
abrangido
pela
Receita Federal
ao
poder
VIP i(Auditor
de
Tributar
munidade,
não
pTributário
Fiscal) – Direito ode
o
–intérprete
Prof. Diego Degrazia
restringir
a
sua
aplicação
em
face
de
qualquer
valoração
de
seu
conteúdo.
ICMS
IPI
II
D
D
Diego
Degrazia
RE 221.239/SP
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ART. 150, VI, “D” DA CF/88. “ÁLBUM DE
FIGURINHAS”. ADMISSIBILIDADE.
1. A imunidade tributária sobre livros, jor-
nais, periódicos e o papel destinado à sua im-
pressão tem por escopo evitar embaraços ao
exercício da liberdade de expressão intelectu-
al, artística, científica e de comunicação, bem
como facilitar o acesso da população à cultu-
ra, à informação e à educação.
2. O Constituinte, ao instituir esta benesse,
não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou
didático, à relevância das informações divul-
gadas ou à qualidade cultural de uma publica-
ção.
3. Não cabe ao aplicador da norma constitu-
cional em tela afastar este beneficio fiscal ins-
tituído para proteger direito tão importante
ao exercício da democracia, por força de um
juízo subjetivo acerca da qualidade cultural
ou do valor pedagógico de uma publicação
destinada ao público infanto-juvenil. 4. Re-
curso extraordinário conhecido e provido.
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IMUNIDADE – LISTAS TELEFÔNICAS – ANÚNCIO E PUBLICIDADE.
O fato de as edições das listas telefônicas
veicularem anúncios e publicidade não
afasta o benefício constitucional da imuni-
dade. A inserção visa a permitir a divulga-
ção das informações necessárias ao servi-
ço público a custo zero para os assinantes,
consubstanciando acessório que segue a
sorte do principal.
Precedentes: Recurso Extraordinário
nº 101.441/ RS, Pleno, Relator Ministro
Sydney Sanches, RTJ nº 126, página 216 à
257, Recurso Extraordinário nº 118.228/SP,
Primeira Turma, Relator Ministro Moreira
Alves, RTJ nº 131, página 1.328 à 1.335, e
Recurso Extraordinário nº 134.071 – 1/SP,
Primeira Turma, Relator Ministro Ilmar Gal-
vão, Diário da Justiça de 30 de outubro de
1992.
RE 183403 / SP – SÃO PAULO IMUNIDADE – IMPOSTOS –
LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E PAPEL DESTINADO À
IMPRESSÃO – APOSTILAS.
O preceito da alínea “d” do inciso VI do artigo 150 da Carta da
República alcança as chamadas apostilas, veículo de transmissão de
cultura simplificado.
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Receita Federal VIP (Auditor Fiscal) – Direito Tributário – Prof. Diego Degrazia
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jurisprudência desta Corte. Recurso extraordinário não conhecido.(RE 216857, Relator(a): Min.
MOREIRA ALVES, Primeira Turma, julgado em 05/12/1997, DJ 27-03-1998 PP-00025 EMENT
VOL-01904-09 PP-01892)
Súmula 657
A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal abrange os filmes e papéis
fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Extraia-se da Constituição Federal, em interpretação teleológica e
integrativa, a maior concretude possível. IMUNIDADE – “LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E O
PAPEL DESTINADO A SUA IMPRESSÃO” – ARTIGO 150, INCISO VI, ALÍNEA “D”, DA CARTA DA
REPÚBLICA – INTELIGÊNCIA. A imunidade tributária relativa a livros, jornais e periódicos é
ampla, total, apanhando produto, maquinário e insumos. A referência, no preceito, a papel
é exemplificativa e não exaustiva.(RE 202149, Relator(a): Min. MENEZES DIREITO, Relator(a)
p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 26/04/2011, DJe-195 DIVULG
10-10-2011 PUBLIC 11-10-2011 EMENT VOL-02605-01 PP-00101 RTJ VOL-00220-01 PP-00510
RDDT n. 198, 2012, p. 194-199)
EMENTA: EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA – PRESSUPOSTOS FORMAIS DE SUA UTILIZAÇÃO –
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUE SE CONSOLIDOU, POSTERIORMENTE,
EM SENTIDO OPOSTO AO DO ACÓRDÃO EMBARGADO – DIVERGÊNCIA DE TESES CONFIGURADA
– CONSIDERAÇÕES EM TORNO DO SIGNIFICADO E ALCANCE DO INSTITUTO DA IMUNIDADE
TRIBUTÁRIA (CF, ART. 150, VI, “d”) – LIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL AO PODER DE TRIBUTAR –
INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA DO PRECEITO EM REFERÊNCIA (PRECEDENTES) – ADMISSIBILIDADE
DOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA – SUCUMBÊNCIA RECURSAL (CPC, ART. 85, § 11) – NÃO
DECRETAÇÃO, NO CASO, ANTE A INADMISSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO EM VERBA HONORÁRIA,
POR TRATAR-SE DE PROCESSO DE MANDADO DE SEGURANÇA (SÚMULA 512/STF E LEI Nº
12.016/2009, ART. 25) – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO.(RE 202149 EDv-AgR, Relator(a):
Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 04/06/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-
123 DIVULG 20-06-2018 PUBLIC 21-06-2018)
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Vencido o ministro Marco Aurélio (relator), que negou provimento ao agravo. Para o relator,
a imunidade tributária não alcança somente o papel destinado à impressão, mas também os
insumos utilizados.
(1) CF: “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] VI – instituir impostos sobre: [..] d)
livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.”
ARE 1100204/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgamento em 29.5.2018. (ARE-1100204)
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Como dito acima, em que pese essa visão, tendo em conta a atual situação fática existente,
com o incremento e a evolução dos meios virtuais de propagação da cultura, o STF acabou por
reavaliar o tema em repercussão geral:
EMENTA DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO.
PRETENDIDA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA A RECAIR SOBRE LIVRO ELETRÔNICO. NECESSIDADE
DE CORRETA INTERPRETAÇÃO DA NORMA CONSTITUCIONAL QUE CUIDA DO TEMA (ART. 150,
INCISO IV, ALÍNEA D).
MATÉRIA PASSÍVEL DE REPETIÇÃO EM INÚMEROS PROCESSOS, A REPERCUTIR NA ESFERA DE
INTERESSE DE TODA A SOCIEDADE. TEMA COM REPERCUSSÃO GERAL.
(RE 330817 RG, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 20/09/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
DJe – 192 DIVULG 28 – 09 – 2012 PUBLIC 01 – 10 – 2012)
A nova posição jurisprudencial se coaduna com uma visão teleológica da norma imunizatória.
E, até por isso, atribui imunidade também aos suportes exclusivos para a leitura e
armazenamento de livros eletrônicos, como o CD e o e-reader. Note a redação extraída do
sítio do STF sobre o recente julgado:
Em votação unânime, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que livros
eletrônicos e os suportes próprios para sua leitura são alcançados pela imunidade tributária
do artigo 150, inciso VI, alínea “d”, da Constituição Federal. Os ministros negaram provimento
aos Recursos Extraordinários (REs) 330817 e 595676, julgados em conjunto na sessão desta
quarta-feira (8). Para o colegiado, a imunidade tributária a livros, jornais, periódicos e ao
papel destinado a sua impressão deve abranger os livros eletrônicos, os suportes exclusivos
para leitura e armazenamento, além de componentes eletrônicos que acompanhem material
didático.
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Imunidades específicas
Sobre o tema em questão, apenas iremos estudar algumas das imunidades assim classificadas.
Inobstante isso, convém apenas apontar no quadro resumo as diversas imunidades tratadas
pela Constituição Federal.
De qualquer forma é curial estar ciente que mesmo quando a Constituição menciona “isenção”,
“não incidência” e outros termos similares, diante da desoneração constitucional temos que
classifica-la como imunidade.
Base Tributo
Imunidade
Constitucional alcançado
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
Art. 5º, XXXIV b) a obtenção de certidões em repartições públicas, Taxas
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
interesse pessoal;
Custas judiciais,
Art. 5º, LXXIII Ação Popular, salvo comprovada má-fé com natureza de
taxa.
a) o registro civil de nascimento para os reconhecidamente Emolumentos,
Art. 5º, LXXVI pobres. com natureza de
b) a certidão de óbito para os reconhecidamente pobres. taxa.
Custas judiciais
Ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, e emolumentos,
Art. 5º, LXXVII
os atos necessários ao exercício da cidadania com natureza de
taxas.
Contribuições
sociais e de
Art. 149, §2º, I Receitas decorrentes de exportação. intervenção no
domínio econô-
mico
Art. 153, §3º, III. Exportação de produtos industrializados IPI
Pequenas glebas rurais, assim definidas em lei, desde que
Art. 153, §4º, II exploradas pelo proprietário e que este não possua outro ITR
imóvel
Todos os Tributos
Ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou
Art. 153, §5º salvo IOF e a
instrumento cambial
extinta CPMF
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Questões
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a) a imunidade tributária gozada pela Or- c) a imunidade constitucional recíproca al-
dem dos Advogados do Brasil não é da cança as empresas públicas prestadoras
espécie recíproca, na medida em que a de serviço público, bem como as em-
OAB desempenha atividade própria de presas públicas que exercem atividade
Estado. econômica em sentido estrito.
b) no caso de sociedades de economia d) a imunidade tributária recíproca diz res-
mista controladas pela União, é rele- peito aos impostos, não alcançando as
vante para definição da aplicabilidade contribuições.
da imunidade tributária recíproca a cir- e) a imunidade tributária recíproca aplica-
cunstância de a atividade desempenha- -se às operações de importação de bens
da pela empresa estar ou não sujeita a realizadas por municípios, quando o
monopólio estatal. ente público for o importador do bem
c) a imunidade tributária recíproca não é (identidade entre o ‘contribuinte de di-
extensiva às autarquias, no que se refe- reito’ e o ‘contribuinte de fato’)
re ao patrimônio, à renda e aos serviços
vinculados a suas finalidades essenciais 19. (SMF-RJ – Agente de Fazenda – 2010)
ou às delas decorrentes.
d) as sociedades de economia mista pres- Analisando os institutos da imunidade e da
tadoras de ações e serviços de saúde, isenção, julgue os itens a seguir:
cujo capital social seja majoritariamen- I. a isenção é uma limitação legal do âmbi-
te estatal, gozam da imunidade tributá- to de validade da norma jurídica tributária,
ria recíproca. que impede que o tributo nasça ou faz com
e) a imunidade tributária recíproca aplica- que surja de modo mitigado (isenção par-
-se, inclusive, às taxas. cial);
18. (SMF-RJ – Fiscal de Rendas – 2010) II. a imunidade é o obstáculo criado por
uma norma da Constituição que impede a
Sobre a imunidade constitucional recípro- incidência de lei ordinária de tributação so-
ca, que veda a instituição e a cobrança de bre determinado fato, ou em detrimento de
impostos pelos entes tributantes sobre o determinada pessoa, ou categoria de pesso-
patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos as;
outros, é incorreto afirmar que:
III. ambos os institutos, imunidade e isen-
a) a imunidade tributária recíproca alcan- ção, levam ao mesmo resultado: o não pa-
ça apenas as finalidades essenciais da gamento de tributo. Porém, os meios pelos
entidade protegida. O reconhecimento quais isso ocorre são totalmente diferentes.
da imunidade tributária às operações A imunidade dá-se por meio da Constitui-
financeiras não impede a autoridade ção, a isenção por meio de lei (ordinária ou
fiscal de examinar a correção do pro- complementar);
cedimento adotado pela entidade imu-
ne. Constatado desvio de finalidade, a IV. a violação de dispositivo que contém
autoridade fiscal tem o poderdever de isenção importa em ilegalidade e não em in-
constituir o crédito tributário e de to- constitucionalidade;
mar as demais medidas legais cabíveis
V. é incorreto afirmar-se que a imunidade é
b) a imunidade tributária recíproca é ex-
uma forma qualificada de não incidência.
tensiva às autarquias, no que se refere
ao patrimônio, à renda e aos serviços Estão corretos apenas os itens:
vinculados a suas finalidades essenciais
ou às delas decorrentes. a) I e II.
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