DIREITO TRIBUTÁRIO - Josiane Minardi
24, CF/88 - competência
Conceito de tributo: ​Art. 3º, CTN.
Prestação pecuniária
Regra - pagamento do tributo em dinheiro
Exceção - dação em pagamento de bem imóvel
de propriedade do devedor, desde que haja
previsão em lei que autorize esse tipo de
pagamento.
Compulsória
A partir da prática do fato gerador, o pagamento
do tributo será obrigatório. Ex: IPVA, cujo fato
gerador é ser proprietário de veículo automotor.
Não pode constituir sanção de ato ilícito
Não é pena, castigo, sanção. Ao contrário, o
devedor age em conformidade com a lei.
Nenhuma atividade ilícita está sujeita à tributação
(ex.: tráfico de drogas). Mas, os frutos de
atividade ilícita podem ser objetos de tributação.
Ex.: a renda auferida por traficante de drogas é
sujeita à tributação. Isso decorre:
a) Da aplicação do princípio da pecunia non olet,
segundo o qual “o dinheiro não tem cheiro”;
b) Art. 118, I, CTN. Extrai-se o conteúdo
axiológico do valor de justiça, direcionando a
exigibilidade da exação sobre quem possui
capacidade contributiva, ainda que o rendimento
provenha de atividade ilícita;
c) Aplicação dos princípios da isonomia (art. 150,
I, CF) e da capacidade tributária (art. 145, § 1º,
CTN).
Espécies tributárias (STF): ​Impostos (CTN);
Taxas (CTN); Contribuições de melhoria (CTN);
Empréstimos compulsórios (CF); Contribuições
(CF)
Art. 4º, CTN: natureza jurídica do tributo.
Competência tributária - criação e majoração
de tributos
É a outorga de poder conferida pela
CF/88 aos entes federativos (U, E, DF e M), para
eles criarem e majorarem tributos.
A CF não cria os tributos. Ela dá aos
entes federativos a competência para criar e
majorar.
Competência legislativa tributária
Decorre da competência da
competência tributária. É a outorga concedida
pela CF para editar leis sobre relações jurídicas
oriundas dos tributos já instituídos.
Art.
concorrente entre União, Estados e DF.
União - cria normas gerais
E e DF - suplementação das normas
gerais da U
Obs.: quando a U deixa de exercer a
competência geral, os E e DF terão competência
plena no ponto omisso. Ex.: IPVA, no qual cada E
tem competência legislativa plena. Se houver lei
federal superveniente, as normas elaboradas
pelos E e DF, que sejam diferentes da nova
norma federal, a eficácia das normas do E e do
DF ficará suspensa.
Art. 30, CF/88. Os municípios têm
competência para legislar sobre assuntos de
interesses local e de forma suplementar.
Características da competência tributária
1. Indelegável / intransferível ​- o ente
federativo recebe a competência e não
pode delegar a outro. A CF diz qual
tributo é de competência de cada ente (o
que é da U, é só da U, e assim por
diante). Isso porque, a CF entende que o
ente, além de ter autonomia política, deve
ter autonomia econômica.
Competência comum: ​Taxas e Contribuições de
melhoria (U, E, DF e M).
Competência privativa:
Impostos - de cada ente
Empréstimo compulsório - União por LC
Impostos residuais - U por LC
Imposto extraordinário guerra - U
Contribuições - regra geral, é da União
a) Sociais
b) CIDE (contribuições de intervenção no
domínio econômico)
c) Categoria de interesse de categoria
profissional ou econômica
d) COSIP/CIP (contribuição de iluminação
pública)
Exceção 1 (art. 149, § 1º, CF): contribuição social
previdenciária de servidor público. A competência
tributária será do ente federativo ao qual o
servidor pertencer. Ex: servidor público municipal,
a contribuição previdenciária será criada pelo
município.
Exceção 2 (art. 149-A, CF): a COSIP será criada
apenas pelos municípios e DF.
Obrigatoriedade da competência tributária
CF - não é obrigatório
LRF - é obrigatório
Conflito? A CF prevalece
LRF, art. 11, § único - o STF decidiu que não é
inconstitucional.
1
Criação dos tributos - leis
- Regra geral, todos os tributos podem ser
criados por leis ordinárias. Exceção:
empréstimo compulsório, IGF, a o tributo também depende de lei (ordinária, LC ou
contribuição social residual, imposto
residual, que só poderão ser criados por
lei complementar.
- Medida provisória pode criar e majorar
tributos? Art. 62, § 2º da CF/88. A medida
provisória pode criar e majorar impostos
desde que:
- a) o imposto possa ser instituído por meio
de lei ordinária, pois medida provisória
não pode tratar de matéria de lei
complementar;
- b) observado o princípio da anterioridade
(toda vez que um tributo for instituído ou
majorado, ele só poderá ser cobrado no
próximo exercício financeiro), de modo
que a MP seja convertida em lei até o
final do exercício financeiro em que ela foi
editada, para que o tributo possa ser
cobrado. Se, por exemplo, a MP que
cria/majora imposto for editada em 2016,
mas só for convertida em lei em 2017, o
imposto só poderá ser cobrado/majorado
em 2018. Exceção: o Imposto de
Importação, Imposto de Exportação, IPI,
Imposto extraordinário guerra e o IOF,
uma vez instituídos ou majorados,
poderão ser cobrados antes da
conversão da medida provisória em lei.
Obs.: IOF, IEG, II, IE são cobrados
imediatamente, mas o IPI precisa
aguardar 90 dias.
- A medida provisória só pode criar
imposto? Não. Segundo o STF, a MP
pode criar qualquer espécie tributária
desde que obedecidos os 02 requisitos
citados: que o tributo possa ser criado ou
majorado por lei ordinária e que a MP
seja convertida em lei até o final do
exercício financeiro em que foi editada.
Limites ao poder de tributar (todos os entes
devem respeitar)
1. Limites gerais - implica em respeitar toda
a CF/8, inclusive o ADCT.
2. Limites específicos - respeitar o art. 145,
§ 1º e arts. 150 a 152 da CF/88
(princípios tributários e imunidade
tributária).
Princípio da legalidade - art. 150, I, CF/88 e art.
97, CTN. Os tributos serão instituídos ou
majorados por lei. Para ser excluído ou reduzido
EC), tendo em vista o princípio do paralelismo
das formas, segundo o qual, quando uma matéria
é tratada por ato normativo, ela só poderá ser
alterado por ato de igual hierarquia ou de
hierarquia superior.
Regra matriz de incidência tributária: critérios
1) material: fato gerador, sempre
representado por verbo + complemento.
É extraído da CF/88.
2) temporal: data eleita pelo legislador como
sendo de ocorrência do fato gerador
3) espacial: local eleito pelo legislador em
que ele considera que ocorreu o fato
gerador.
4) quantitativo: refere-se ao quanto se deve
pagar, compreendendo a alíquota e a
base de cálculo.
5) pessoal: compreende o sujeito ativo e o
sujeito passivo.
Impostos municipais
1. IPTU
Art. 156. Compete aos Municípios instituir
impostos sobre: I - propriedade predial e territorial
urbana.
Art. 32. O imposto, de competência dos
Municípios, sobre a propriedade predial e
territorial urbana tem como fato gerador a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bem
imóvel por natureza ou por acessão física, como
definido na lei civil, localizado na zona urbana do
Município.
Qual a norma a ser aplicada? Pelo critério da
hierarquia, será a CF. Entretanto, os dispositivos
convivem, e o art. 32 foi recepcionado pela
Constituição, de modo que o possuidor e detentor
de domínio útil, que tenham ​animus domini (o
ânimo de ser dono da coisa)​, deverão pagar o
IPTU. Ex.: o promitente comprador que esteja na
posse do imóvel deverá pagar o IPTU. O mero
locatário, arrendatário, comodatário, usuário não
estão obrigados a pagar IPTU, pela lei tributária.
- Como diferenciar o imóvel urbano do
imóvel rural? A regra é pela localização.
Imóvel em área urbana: IPTU. Imóvel em
área rural: ITR.
- É a lei municipal que definirá o que é
zona urbana.
2

Art. 32, § 1º Para os efeitos deste imposto,
entende-se como zona urbana a definida em lei
municipal; observado o requisito mínimo da
existência de melhoramentos indicados em pelo
menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos
ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou
calçamento, com canalização de águas pluviais; II
- abastecimento de água; III - sistema de esgotos
sanitários; IV - rede de iluminação pública, com
ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma
distância máxima de 3 (três) quilômetros do
imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as
áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana,
constantes de loteamentos aprovados pelos
órgãos competentes, destinados à habitação, à
indústria ou ao comércio, mesmo que localizados
fora das zonas definidas nos termos do parágrafo
anterior.
Exceção: se o imóvel contiver os melhoramentos
do art. 32, § 1º (ao menos 2), mas sua destinação
econômica for rural, terá de ser recolhido o ITR.
Art 15 do Decreto n. 57/66. O disposto no art. 32
da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não
abrange o imóvel de que, comprovadamente, seja
utilizado em exploração extrativa vegetal,
agrícola, pecuária ou agro-industrial, incidindo
assim, sobre o mesmo, o ITR e demais tributos
com o mesmo cobrados. (Revogação suspensa
pela RSF nº 9, de 2005)
Progressividade do IPTU
Trata-se do aumento da base de cálculo e da
alíquota. Duas progressividades: para
cumprimento da função social do imóvel; em
razão do valor venal do imóvel.
Primeira progressividade: Art. 182, § 4º, CF. É
facultado ao Poder Público municipal, mediante
lei específica para área incluída no plano diretor,
exigir, nos termos da lei federal, do proprietário
do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente,
de:
II - imposto sobre a propriedade predial e
territorial urbana progressivo no tempo;
Segunda progressividade: Art. 156, § 1º Sem
prejuízo da progressividade no tempo a que se
refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto
no inciso I poderá: I – ser progressivo em razão
do valor do imóvel;
Alíquotas diferenciadas: ​Art. 156, § 1º, II – ter
alíquotas diferentes de acordo com a localização
e o uso do imóvel.
Regra matriz de incidência tributária
1.Critério material do IPTU: ser proprietário de
imóvel urbano, ou possuidor ou detentor de
domínio útil com ​animus domini​. Promitente
comprador deverá pagar o IPTU. Não são
obrigados a pagar IPTU: locatário, arrendatário,
comodatário, cessionário de uso de bem público,
contrato de direito real de concessão de uso, o
mero detentor.
Superficiário deve pagar IPTU? De acordo com o
CC sim. No entanto, a escolha do contribuinte
deveria ser disciplinada por LC, e o CC é lei
ordinária.
Usufrutuário também deve recolher o IPTU,
segundo o entendimento do STJ.
Proprietário esbulhado pelo poder público não é
obrigado a pagar IPTU.
APP: se lei municipal nada falar sobre isenção, o
proprietário com APP deverá pagar IPTU.
2. Critério temporal do IPTU: ​1º de janeiro de
todo ano.
3. Critério espacial: município em que está
localizado o imóvel.
4. Critério pessoal: sujeito ativo (município no
qual está situado o bem) e sujeito passivo
(proprietário, possuidor ou detentor de domínio
útil com animus domini).
5. Critério quantitativo: ​base de cálculo e
alíquota (variável). Art. 33. A base do cálculo do
imposto é o valor venal do imóvel.
Parágrafo único. Na determinação da base de
cálculo, não se considera o valor dos bens
móveis mantidos, em caráter permanente ou
temporário, no imóvel, para efeito de sua
utilização, exploração, aformoseamento ou
comodidade.
2. ITBI
Art. 156, II, CF - transmissão "inter vivos", a
qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis,
por natureza ou acessão física, e de direitos reais
sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como
cessão de direitos a sua aquisição;
Arts. 35 a 42 do CTN
Nota: por ser o CTN anterior à CF/88, quando da
sua edição, o ITBI e o ITCMD foram tratados de
forma conjunta, como sendo ambos os tributos de
competência dos estados. Hoje, os artigos 35 a
42 devem interpretados à luz da Constituição, de
3
modo a entender o ITBI e o ITCMD como
impostos distintos: o primeiro, de competência
dos municípios e DF; o segundo, de competência
dos estados e DF.
Hipóteses de incidência
Art. 156, CF, II - transmissão "inter vivos", a
qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis,
por natureza ou acessão física, e de direitos reais
sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como
cessão de direitos a sua aquisição.
Obs.: ITBI é sempre relativo a bens imóveis e a
título oneroso
Exemplo de cessão de direitos a sua
aquisição:
1. Dação de bens imóveis: pagamento de
dívida, que deveria ser feito em dinheiro,
porém é feito com a entrega de um bem
imóvel.
2. Arrematação de bem imóvel: o
entendimento pacífico do STJ é que
incide ITBI na arrematação.
Imunidade específica: art. 156, § 2º, I, CF. Não
incide sobre a transmissão de bens ou direitos
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em
realização de capital, nem sobre a transmissão
de bens ou direitos decorrente de fusão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoa
jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for a compra e
venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil.
Atividade preponderante:
Art. 37, CF. O disposto no artigo anterior não se
aplica quando a pessoa jurídica adquirente tenha
como atividade preponderante a venda ou
locação de propriedade imobiliária ou a cessão
de direitos relativos à sua aquisição.
§ 1º Considera-se caracterizada a atividade
preponderante referida neste artigo quando mais
de 50% (cinqüenta por cento) da receita
operacional da pessoa jurídica adquirente, nos 2
(dois) anos anteriores e nos 2 (dois) anos
subseqüentes à aquisição, decorrer de
transações mencionadas neste artigo (se a
sociedade já existe).
§ 2º ​Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas
atividades após a aquisição​, ou menos de 2 (dois)
anos antes dela, apurar-se-á a preponderância
referida no parágrafo anterior levando em conta
os 3 (três) primeiros anos seguintes à data da
aquisição.
Regra matriz de incidência tributária: ITBI
1. Critério material: fato gerador, sempre
representado por verbo + complemento.
quando realizado o fato gerador, que é a
transmissão do bem. A transmissão
ocorre com o registro em cartório. Não
incide ITBI no contrato de compra e
venda, ainda que levado a cartório de
registros (entendimento pacífico do STJ) .
2. Critério temporal: data eleita pelo
legislador como sendo de ocorrência do
fato gerador. No ITBI, ocorre no momento
da transmissão do bem imóvel (registro
em cartório).
3. Critério espacial: local eleito pelo
legislador em que ele considera que
ocorreu o fato gerador. Local da situação
do bem.
4. Critério quantitativo: r​efere-se a quanto
se deve pagar, compreendendo a
alíquota e a base de cálculo. Incide sobre
o valor venal do imóvel - art. 38, CTN: A
base de cálculo do imposto é o valor
venal dos bens ou direitos transmitidos.
5. Critério pessoal: compreende o sujeito
ativo e o sujeito passivo. Sujeito passivo:
a lei municipal é quem determina, e
geralmente é o comprador do bem. Art.
42, CTN. Contribuinte do imposto é
qualquer das partes na operação
tributada, como dispuser a lei.
3. ISS
Art. 156, III, CF - serviços de qualquer natureza,
não compreendidos no art. 155, II, definidos em
lei complementar. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993).
LC n. 116/2003: alterada pela LC n. 157, de 30 de
dezembro de 2016. Inclui, na lista de serviços
tributáveis com ISS, realização de tatuagens,
colocação de piercings.
É necessário para a incidência do ISS,
cumulativamente:
- A ocorrência de prestação de serviço
(obrigação de fazer). ​Se for obrigação de
dar, não incidirá o ISS, e sim, o ICMS.
Por esse motivo, não incide ISS sobre a
locação de bens móveis. ​Vide S.V. 31: “é
inconstitucional a incidência do imposto
sobre serviços de qualquer natureza - ISS
sobre operações de locação de bens
móveis”.
4
 - Não pode ser serviço fato gerador de
ICMS. ​Serviços intermunicipais e
interestaduais têm incidência do ICMS.
Da mesma forma, incide ICMS sobre
serviços de comunicação.
- Previsão em LC (116/2003).
Critério espacial do ISS: qual o município que
irá arrecadar o imposto?
Regra - o município no qual está situado o
estabelecimento do prestador de serviço. Se o
prestador de serviço não possuir
estabelecimento, será o município onde é
domiciliado.
Alíquotas do ISS: mínima de 2% e máxima de 5%
(município que fixará).
Impostos Estaduais e distritais: ITCMD, ICMS
e IPVA
1. ITCMD
Previsão: art. 155, I, CF e arts. 35 a 42, CTN.
Art. 155, I, CF - transmissão causa mortis e
doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).
Assim, inclui bens móveis e imóveis.
- Incide sobre bem de herança.
- Incide sobre doações.
independemente de ser transmitido por causa
mortis ou doação, o ITCMD será arrecadado pelo
Estado onde estiver situado o bem. Em se
tratando de bem móvel, títulos e créditos,
compete ao Estado onde se processar o
inventário ou arrolamento (causa mortis), ou tiver
domicílio o doador (doação), ou ao Distrito
Federal;
III - terá competência para sua instituição
regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no
exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou
domiciliado ou teve o seu inventário processado
no exterior;
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo
Senado Federal (por Resolução). Nesse sentido,
há a Resolução n. 09/1992, fixando que a
alíquota máxima do ITCMD é de 8%, cabendo a
cada estado fixar o percentual dentro desse
limite. STF: decidiu que o ITCMD pode ser
progressivo (aumento de base de cálculo e
alíquota).
Obs.: de acordo com a S. 656 do STF, o ITBI não
pode ser progressivo. Entretanto, com o novo
entendimento do Supremo acerca do ITCMD, a
tendência é que a súmula 656 seja cancelada.

2. ICMS
ITCMD ITBI
Previsão: art. 155, II, CF e LC 87/96
Competência: Competência: Critério material (fato gerador):
Estados e DF Municípios e DF a) Realizar operações de circulação de
mercadorias. A operação deve ser
Incide apenas sobre Incide apenas na jurídica e com transferência de
transmissões a título transmissão a título titularidade.
gratuito oneroso
Súmula 166 - STJ. Não constitui fato gerador do
Incide sobre bem Incide apenas sobre ICMS o simples deslocamento de mercadoria de
móvel e bem imóvel bem imóvel um para outro estabelecimento do mesmo
contribuinte.
b) Prestar serviços de transporte
Súmulas importantes:
intermunicipal e interestadual.
SÚMULA 112 - STF
c) Prestar serviço de comunicação. Não
O imposto de transmissão causa mortis é devido
incide sobre a atividade meio à prestação
pela alíquota vigente ao tempo da abertura da
do serviço de comunicação, como
sucessão (com a morte do sucedido).
habilitação de celular e provedor de
SÚMULA 113 - STF
internet. Incide sobre o serviço de TV por
O imposto de transmissão causa mortis é
assinatura.
calculado sôbre o valor dos bens na data da
d) Sobre energia elétrica. Art. 155, § 3º, CF.
avaliação.
À exceção dos impostos de que tratam o
SÚMULA 114 - STF
inciso II do caput deste artigo e o art. 153,
O impôsto de transmissão causa mortis não é
I e II, nenhum outro imposto poderá
exigível antes da homologação do cálculo.
incidir sobre operações relativas a
Qual o Estado que deve arrecadar o ITCMD? Art.
energia elétrica, serviços de
155, § 1º, CF. Se for bem imóvel,

5
 telecomunicações, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais do País.
(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001).
Súmula 391 do STJ: "O ICMS incide sobre o valor
da tarifa de energia elétrica correspondente à
demanda de potência efetivamente utilizada ".
e) Sobre a importação de bens. Art.155, §
2º, IX, “a”, CF - incidirá também sobre a
entrada de bem ou mercadoria
importados do exterior por pessoa física
ou jurídica, ainda que não seja
contribuinte habitual do imposto, qualquer
que seja a sua finalidade, assim como
sobre o serviço prestado no exterior,
cabendo o imposto ao Estado onde
estiver situado o domicílio ou o
estabelecimento do destinatário da
mercadoria, bem ou serviço. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 33,
de 2001). Recentemente, o dispositivo
inserido pela EC 33 foi objeto de análise
do STF, que concluiu pela sua
constitucionalidade, com a ressalva de
que, para a arrecadação do tributo, deve
haver LC e previsão na lei estadual.
Imunidades tributárias do ICMS: art. 155, § 2º,
IX, “a” a “d”, CF.
Não incidirá o ICMS:
a) Sobre operações que destinem
mercadorias para o exterior, nem sobre
serviços prestados a destinatários no
exterior, assegurada a manutenção e o
aproveitamento do montante do imposto
cobrado nas operações e prestações
anteriores; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
b) Sobre operações que destinem a outros
Estados petróleo, inclusive lubrificantes,
combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados, e energia elétrica. Atenção: o
pagamento do ICMS para a prestação do
serviço de energia elétrica é em relação
ao contribuinte pessoa física ou jurídica
de direito privado. A imunidade é para os
Estados (pessoa jurídica de direito
público).
c) Sobre o ouro, nas hipóteses definidas no
art. 153, § 5º. Trata-se do ouro ativo
financeiro (ouro papel). Assim, a
imunidade não compreende o ouro jóia,
incidindo o ICMS sobre este.
d) Nas prestações de serviço de
comunicação nas modalidades de
radiodifusão sonora e de sons e imagens
de recepção livre e gratuita; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003). É o caso da TV aberta:
Globo, SBT, etc.
Súmula 432, STJ: As empresas de construção
civil não estão obrigadas a pagar ICMS sobre
mercadorias adquiridas como insumos em
operações interestaduais.
Princípios norteadores do ICMS
a) Não cumulatividade. Na cadeia de
operações de circulação da mercadoria,
pode o contribuinte descontar o valor de
ICMS já recolhido em operação anterior,
ao repassar o produto. Ex.: A vende um
produto para B, no valor de R$ 100,00.
Supondo-se que devem ser recolhidos
10% de ICMS, o produto sai para B a R$
110,00. Quando B vai revender o produto,
digamos, por R$ 150,00, devendo ser
recolhidos mais 10% de ICMS, deverão
ser descontados os R$ 10,00 de ICMS já
pagos, sendo devido o recolhimento de
apenas R$ 5,00.
b) Seletividade. Tributação de acordo com a
essencialidade do bem: quanto mais
essencial, menor a tributação; quanto
menos essencial, maior a tributação. O
ICMS não é obrigatoriamente seletivo.
Cabe à Resolução do SF fixar as alíquotas
mínimas ou máximas do ICMS.
3. IPVA
Previsão: art. 155, III, CF - propriedade de
veículos automotores.
STF: o IPVA só incide sobre os veículos
terrestres. Por enquanto, não incide sobre
embarcações, aeronaves, mas há projeto de
reforma tributária para incluir a propriedade estes
veículos como fato gerador.
Cabe à Resolução do Senado Federal fixar as
suas alíquotas mínimas.
Conforme previsão constitucional, no art. 155, §
6º, I e II, o IPVA:
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado
Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)
6
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função
do tipo e utilização.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Impostos Federais - arts. 153 3 154, CF
1. Imposto de Renda
- Fato gerador: Art. 43, CTN. Requisitos
“auferir renda” e ter “disponibilidade
econômica”.
O imposto, de competência da União, sobre a
renda e proventos de qualquer natureza tem
como fato gerador a aquisição da disponibilidade
econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do
capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim
entendidos os acréscimos patrimoniais não
compreendidos no inciso anterior.
Obs.: não incide IR sobre verbas indenizatórias
porque não ocasionam acréscimo patrimonial.
Nesse sentido, há a S. 498 do STJ: Não incide
imposto de renda sobre a indenização por danos
morais.
SÚMULA 386 - STJ: São isentas de imposto de
renda as indenizações de férias proporcionais e o
respectivo adicional.
SÚMULA 215 - STJ: A indenização recebida pela
adesão a programa de incentivo à demissão
voluntária não está sujeita à incidência do
imposto de renda.
SÚMULA 125 - STJ: O pagamento de férias não
gozadas por necessidade do serviço não está
sujeito à incidência do Imposto de Renda.
SÚMULA 463 - STJ: Incide imposto de renda
sobre os valores percebidos a título de
indenização por horas extraordinárias
trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo
coletivo.
2. IPI (imposto sobre produtos
industrializados)
- Só deve respeitar a anterioridade
nonagesimal (90 dias) para ser cobrado.
- Não incide quando o produto é destinado
ao exterior, mas incide na importação de
produtos industrializados, ainda que o
produto seja para consumo próprio (ex.:
carro), conforme entendimento mais
recente do STF (fevereiro de 2016).
- Segue dois princípios essenciais:
não-cumulatividade e seletividade.
Não-cumulatividade: é possível
compensar o que foi pago na cadeia
anterior com o que vai ser pago com a
cadeia posterior. Seletividade obrigatória:
tributação de acordo com a
essencialidade do bem: quanto maior a
essencialidade do bem, menor a
tributação; quanto menor, maior a
tributação.
3. Imposto de Importação, imposto e
exportação e IOF
II, IE e IOF: características comum.
- São impostos regulatórios de mercado.
Art. 153, § 1º, CF. É facultado ao Poder
Executivo, por meio de decreto, atendidas
as condições e os limites estabelecidos
em lei, alterar as alíquotas dos impostos
enumerados nos incisos I (imposto de
importação), II (imposto de exportação),
IV (IPI) e V (IOF).
- Não precisam respeitar a anterioridade
nonagesimal (90 dias) e a anterioridade
do exercício financeiro (01 ano).
4. ITR
- Incide sobre a propriedade de imóvel
rural.
- Vide art. 15 do 57/66.
- Progressividade: quanto maior a base de
cálculo, maior a alíquota. A finalidade é
desestimular a manutenção de terras
improdutivas.
Art. 153, § 4º, CF. O imposto previsto no inciso VI
do caput: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas
de forma a desestimular a manutenção de
propriedades improdutivas; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Imunidade específica: II - não incidirá sobre
pequenas glebas rurais, definidas em lei (Lei n.
9393/96), quando as explore o proprietário que
não possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios
que assim optarem, na forma da lei, desde que
não implique redução do imposto ou qualquer
outra forma de renúncia fiscal.(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
(Regulamento)
5. Impostos sobre Grandes Fortunas
Art. 153, VII, CF - grandes fortunas, nos termos
de lei complementar.
6. Imposto Residual - ​art. 154, I, CF -
mediante lei complementar, impostos não
previstos no artigo anterior, desde que
sejam não-cumulativos e não tenham fato
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 gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição.
Para que possa ser instituído, deverá preencher
os seguintes requisitos:
a) Só pode ser criado pela União
b) Mediante LC
c) Não pode ser cumulativo
d) Deve ter fato gerador e base de cálculo
diferentes dos impostos já instituídos no
ordenamento jurídico.
7. IEG - art. 154, II, CF
II - na iminência ou no caso de guerra externa,
impostos extraordinários, compreendidos ou não
em sua competência tributária, os quais serão
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas
de sua criação.