ORDEM DO GR

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SO
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E

Ordem dos Advogados do Brasil

SIMULADO PREPARATÓRIO

1ª FASE DO EXAME 39º

Tipo – GRAN

a F rova
SUA PROVA INFORMAÇÕES GERAIS

As questões objetivas têm cinco alternativas de Verifique se seu caderno está completo, sem repe-
tição de questões ou falhas. Caso contrário, noti-

GV
resposta (A, B, C, D) e somente uma delas

ba de p
está correta; fique imediatamente o Fiscal da Sala, para que
sejam tomadas as devidas providências;
Além deste caderno de questões, contendo
setenta questões objetivas, você receberá do Confira seus dados pessoais, especialmente nome,
Fiscal de Sala: número de inscrição e documento de identidade
ela to
nc e leia atentamente as instruções para preencher
o cartão-resposta das questões objetivas.
o cartão-resposta;
ma

Use somente caneta esferográfica, fabricada em

material transparente, com tinta preta ou azul;
ad o for

Assine seu nome apenas no(s) espaço(s)

reservado(s);
TEMPO
Confira sua cor e tipo do caderno de questões.
op

Caso tenha recebido caderno de cor ou tipo

on

Você dispõe de 4h para a realização da prova, já

diferente do impresso em seu cartão-resposta,
incluído o tempo para a marcação do cartão-res-
o fiscal deve ser obrigatoriamente informado
posta e preenchimento da folha de texto definitivo;
ad

para o devido registro na Ata da Sala;

3 horas após o início da prova é possível retirar-se
Reserve tempo suficiente para o preenchimento
lic

da sala, sem levar o caderno de questões;

se

do seu material. O preenchimento é de sua res-

Faltando 30 minutos para o final da prova é ponsabilidade e não será permitida a troca do
ap

possível retirar-se da sala levando o caderno cartão-resposta ou folha de texto definitivo em

Ba

de questões. caso de erro;

Para fins de avaliação, serão levadas em considera-
ção apenas as marcações realizadas no cartão-
-resposta e na folha de texto definitivo;
Os candidatos serão submetidos ao sistema de
detecção de metais quando do ingresso e
NÃO SERÁ PERMITIDO
da saída de sanitários durante a realização
das provas.
Qualquer tipo de comunicação entre os candidatos
durante a aplicação da prova; Boa sorte!

Levantar da cadeira sem autorização do

Fiscal de Sala;
Usar o sanitário ao término da prova, após
deixar a sala.
 FOLHA DE ROSTO ORIENTATIVA PARA PROVA OBJETIVA
LEIA AS ORIENTAÇÕES COM CALMA E ATENÇÃO!

INSTRUÇÕES GERAIS

● Atenção ao tempo de duração da prova, que já inclui o preenchimento da folha de respostas.

● Cada uma das questões da prova objetiva está vinculada ao comando que imediatamente
a antecede e contém orientação necessária para resposta. Para cada questão, existe
apenas UMA resposta válida e de acordo com o gabarito.
● Faltando uma hora para o término do simulado, você receberá um e-mail para preencher
o cartão-resposta, a fim de avaliar sua posição no ranking. Basta clicar no botão vermelho
de PREENCHER GABARITO, que estará no e-mail, ou acessar a página de download da
prova. Você deve fazer o cadastro em nossa plataforma para participar do ranking. Não se
preocupe: o cadastro é grátis e muito simples de ser realizado.
– Se a sua prova for estilo Certo ou Errado (CESPE/CEBRASPE):
marque o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo
designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. Se optar por não responder
a uma determinada questão, marque o campo “EM BRANCO”. Lembrando que, neste
estilo de banca, uma resposta errada anula uma resposta certa.
Obs.: Se não houver sinalização quanto à prova ser estilo Cespe/Cebraspe, apesar de
ser no estilo CERTO e ERRADO, você não terá questões anuladas no cartão-resposta
em caso de respostas erradas.
– Se a sua prova for estilo Múltipla Escolha:
marque o campo designado com a letra da alternativa escolhida (A, B, C, D ou E). É
preciso responder a todas as questões, pois o sistema não permite o envio do cartão
com respostas em branco.
● Uma hora após o encerramento do prazo para preencher o cartão-resposta, você receberá um
e-mail com o gabarito para conferir seus acertos e erros. Caso você seja aluno da Assinatura
Ilimitada, você receberá, com o gabarito, a prova completa comentada – uma vantagem
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FICHA TÉCNICA DO MATERIAL
grancursosonline.com.br

CÓDIGO:
992023506

TIPO DE MATERIAL:
Simulado Preparatório

NUMERAÇÃO:
1° Simulado

NOME DO ÓRGÃO:
OAB
1ª Fase do Exame 39º

MODELO/BANCA:
FGV

EDITAL:
Pós-Edital

DATA DE APLICAÇÃO:
9/2023

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
9/2023
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Ética Profissional
Maria Christina
1 (A) A consultoria jurídica é ato privativo de advogado
Joana foi secretária de um grande escritório de advo-
cacia no centro do Distrito Federal. Ao longo de seus
estudos para o exame de ordem escutava do dono do
escritório que jamais passaria de uma “secretariazinha”,
gerando um grande mal-estar junto aos demais colegas.
Ao ser aprovada no Exame de Ordem, continuava sen-
do humilhada diariamente com piadas de mal gosto de
seu chefe, entrando em quadro habitual de ansiedade e
depressão. Não suportando mais tal situação, Joana aca-
bou pedindo demissão e realizou uma denúncia junto
ao tribunal de ética e disciplina da seccional. Diante dos
fatos, assinale a alternativa correta.
(A) O dono do escritório de advocacia responderá a um
processo administrativo disciplinar visando à aplica-
ção de penalidade de censura.
(B) O dono do escritório de advocacia responderá a um
processo administrativo disciplinar visando à aplica-
ção de penalidade de suspensão.
(C) O dono do escritório de advocacia responderá a um
processo administrativo disciplinar visando à aplica-
ção de penalidade de exclusão.
(D) O dono do escritório de advocacia responderá a um
processo administrativo disciplinar visando à aplica-
ção de penalidade de advertência.
2 por tentativa de feminicídio somente pode ocorrer
João, advogado recém aprovado no Exame de Ordem,
decidiu exercer a advocacia em Portugal. Diante da situ-
ação posta, assinale a opção correta.
(A) Diante da reciprocidade existente entre ambos os
países, João poderá advogar em Portugal sem a ne-
cessidade de revalidação do diploma e aprovação no
exame de ordem.
(B) João, para poder advogar em Portugal, deverá revali-
dar seu diploma e ser aprovado no Exame de Ordem
de Portugal.
(C) João, para poder advogar em Portugal, precisa sim-
plesmente estar vinculado a um advogado português
por 3 anos.
(D) João, para poder advogar em Portugal, deverá cursar
a faculdade de direito no país.
3
Sobre os atos privativos de advogado, assinale a op-
ção correta.
que somente poderá ser exercida mediante a assina-
tura de procuração e contrato de honorários.
(B) A assessoria jurídica é ato privativo de advogado que
poderá ser exercida independentemente de assina-
tura de procuração e contrato de honorários.
(C) A consultoria jurídica é ato privativo de advogado,
que pode ser exercida de forma verbal ou por escri-
to, desde que seja assinada procuração e contrato de
honorários.
(D) A assessoria jurídica é ato privativo de advogado,
que pode ser exercida somente de forma escrita,
desde que seja assinada procuração e contrato de
honorários.
4
Sobre os requisitos para se inscrever como advogado,
assinale a opção correta.
(A) O exame de ordem deve ser regulamentado por pro-
vimento do Conselho Federal da OAB e aplicado por
cada uma das seccionais.
(B) O compromisso pode ser prestado por terceiro me-
diante a apresentação de procuração devidamente
registrada em cartório.
(C) O impedimento de ingresso nos quadros da OAB por
pessoa que esteja respondendo a processo criminal
após o trânsito em julgado do processo criminal.
(D) Somente será deferido o ingresso nos quadros da
OAB mediante apresentação de diploma.
5
Sobre os direitos das gestantes, lactantes, puérperas e
adotantes, assinale a opção correta.
(A) A gestante terá o direito de não ser submetida a
raio-x e a detector de metal, bem como a vagas prio-
ritárias.
(B) A lactante terá o direito de não ser submetida a raio-x
e a detector de metal, bem como a vagas prioritárias.
(C) A puérpera terá o direito de não ser submetida a
raio-x e a detector de metal, bem como a vagas prio-
ritárias.
(D) A adotante terá o direito de não ser submetida a
raio-x e a detector de metal, bem como a vagas prio-
ritárias.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
6 Filosofia do Direito
Sobre as competências dos órgãos da OAB, assinale a al-
ternativa correta.
(A) Compete ao CFOAB alterar o regulamento geral pelo
voto da maioria simples.
(B) Compete ao CFOAB intervir nas seccionais pelo voto
da maioria simples.
(C) Compete às Seccionais intervir nas subseções pelo
voto de 2/3 de seus membros.
(D) Compete às Subseções intervir na Caixa de Assistên-
cia pelo voto de 2/3 de seus membros.
7 que não o limita a um mero sistema de normas.
Sobre o processo eleitoral da OAB, assinale a alternati-
va correta.
(A) As chapas devem ser compostas por no mínimo 50%
de ambos os sexos como forma de paridade.
(B) O voto nas eleições é obrigatório, sob pena de mul-
ta de 30% em caso de não comparecimento injus-
tificado.
(C) As seccionais devem tomar posse no dia 02 de janei-
ro do primeiro ano de mandato e o Conselho Fede-
ral, em 02/02 do primeiro ano de mandato.
(D) As eleições das seccionais ocorrem no 3° ano de
mandato na primeira quinzena de novembro.
8 espaço público.
Sobre o direito a voz e voto no pleno do Conselho Fede-
ral da OAB, assinale a opção correta.
(A) Os conselheiros federais têm direito a voz e voto nas
sessões do pleno do Conselho Federal da OAB.
(B) O atual presidente do Conselho Federal tem direito a
voz e voto nas sessões do pleno do Conselho Federal
da OAB.
(C) Os ex-presidentes do Conselho Federal têm direito a
voz e voto nas sessões do pleno do Conselho Federal
da OAB.
(D) O agraciado com a medalha Rui Barbosa presidente
do Conselho Federal tem direito a voz e voto nas ses-
sões do pleno do Conselho Federal da OAB.
Odair José
9
“O direito é um sistema entendido como um texto reple-
to de proposições e interpretações normativas ou como
uma instituição, isto é, como um complexo de regulati-
vos da ação”.
HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: entre factici-
dade e validade. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
O filósofo alemão Jürgen Habermas tem uma concepção
de direito que vai além da definição juspostivista, por-
Assinale a alternativa que, segundo a obra em referên-
cia, apresenta a correta compreensão do direito no pen-
samento de Habermas.
(A) O Direito é um comando para ação, age organizando
os mecanismos de interação do convívio social, mo-
dulando os encontros entre subjetividades e interes-
se de cunho social.
(B) A legalidade é o elemento central e mais importan-
te para legitimação do direito, porque determina as
condições de validade na aplicação da norma.
(C) A moral é determinadora do direito, porque esta-
belece as condições de existência da normatividade
jurídica e o modo como as relações são reguladas no
(D) O Direito se resume à vontade legislativa do Estado
e se realiza mediante os mecanismos de coerção que
se encontram à sua disposição.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
10
“Se existe uma diferença entre ordenamento internacio-
nal e outros ordenamentos, como por exemplo, o orde-
namento estatal, ela não reside na ausência de uma san-
ção regulada, porém, quando muito, somente no modo
como é regulada”.
BOBBIO, Norberto. Teoria da Norma Jurídica. São Paulo:
Edipro, 2016, p. 169).
A partir da análise de N. Bobbio acerca das especificida-
des da sanção de uma ordem jurídica internacional, assi-
nale a alternativa que faz correta afirmação, nos termos
da obra em referência.
(A) Nos ordenamentos jurídicos internacionais, inexis-
tem sanções, porque os Estados são dotados de so-
berania, o que é impeditivo a determinação de san-
ção por uma ordem jurídica externa.
(B) Todo ordenamento internacional é fundado sobre os
mesmos princípios definidores das sanções estatais.
(C) A sanção jurídica de um ordenamento internacional
se diferencia da sanção regulada por uma ordem
estatal, porque a sanção da ordem internacional se
fundamenta no princípio da autotutela ou da hete-
rotutela.
(D) A soberania dos Estados não admite a submissão a
qualquer tipo de sanção de uma jurídica externa.
Direito Constitucional
Ana Paula Blazute
11
Laura, servidora do TRT, ocupante do cargo efetivo de
analista judiciário, foi eleita prefeita de determinado
município. Nessa situação hipotética, segundo as dis-
posições constitucionais aplicáveis ao servidor público
ocupante de mandato eletivo, Laura
(A) não será afastada de seu cargo efetivo.
(B) não poderá permanecer filiada ao regime próprio de
previdência social.
(C) será afastada do seu cargo efetivo e terá a faculdade
de optar pela remuneração de um ou outro.
(D) perceberá as vantagens de seu cargo efetivo, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, desde que
haja compatibilidade de horários.
12
O Presidente da República editou medida provisória so-
bre matéria (I) reservada a lei complementar e (II)que
vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança po-
pular ou qualquer outro ativo financeiro e sobre (III) na-
cionalidade. De acordo com a Constituição Federal,
(A) a edição de medida provisória é permitida nos
três casos.
(B) a edição de medida provisória é vedada nos
três casos.
(C) a edição de medida provisória é permitida nos três
casos, desde que haja relevância e urgência.
(D) a edição de medida provisória é permitida vedada
nos dois primeiros casos, mas permitida no últi-
mo caso.
13
Pedro quer obter uma certidão junto ao INSS, declaran-
do não existir nenhum benefício atual em seu nome. No
entanto, o INSS, sem qualquer justificativa, negou o pe-
dido de emissão de certidão. Nesse caso, assinale qual a
medida judicial que Pedro pode ajuizar:
(A) Habeas data.
(B) Mandado de injunção.
(C) Habeas corpus.
(D) Mandado de segurança.
14
Pedro é brasileiro naturalizado. De acordo com a Cons-
tituição Federal, Pedro NÃO poderá ocupar, dentre ou-
tros, os cargos de
(A) Ministro de Estado da Defesa; de Prefeito; e de ofi-
cial das Forças Armadas.
(B) Presidente e Vice-Presidente da República; de Go-
vernador de Estado; e de Prefeito.
(C) Ministro do Supremo Tribunal Federal; de Ministro
de Estado da Defesa; e da carreira diplomática.
(D) Ministro de Estado da Defesa; de Prefeito; e de ofi-
cial das Forças Armadas.
15
O Poder Judiciário aumentou os vencimentos dos servi-
dores públicos federais sob o fundamento de isonomia.
Para combater o ato ilegal praticado, cabe ao interessa-
do ajuizar:
(A) ação civil pública.
(B) mandado de segurança.
(C) mandado de injunção.
(D) reclamação.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
16
A Lei Estadual n. 123/2023 fixou o prazo para pagamento
das mensalidades escolares com vencimento no último
dia do mês da prestação do serviço. De acordo com a
jurisprudência do STF e a Constituição Federal, marque
a alternativa correta.
(A) A lei estadual é constitucional.
(B) A lei estadual é inconstitucional, por se tratar da
competência privativa da União legislar sobre Direito
Civil (relação contratual), cabendo o ajuizamento de
uma ADI.
(C) A lei estadual é inconstitucional, por se tratar da
competência privativa da União legislar sobre Direito
Civil (relação contratual), cabendo o ajuizamento de
uma ADPF.
(D) A lei estadual é inconstitucional, por se tratar da
competência privativa da União legislar sobre Direito
Civil (relação contratual), cabendo o ajuizamento de
uma ADO.
Direitos Humanos
Alice Rocha
17
Em um estado brasileiro, houve uma grave violação dos
direitos humanos em um caso envolvendo crimes de tor-
tura e execuções extrajudiciais cometidos por policiais
locais contra membros de uma comunidade vulnerável.
Diante da repercussão nacional e internacional do caso
e da preocupação com a impunidade dos envolvidos,
uma organização não governamental (ONG) de direitos
humanos solicitou seu parecer como especialista em di-
reitos humanos sobre a possibilidade de federalização
de crimes por violação de direitos humanos
Com base na Constituição Federal de 1988, qual é o órgão
competente para autorizar a federalização nesse caso:
(A) Congresso Nacional.
(B) Supremo Tribunal Federal.
(C) Ministério da Justiça e Segurança Pública.
(D) Superior Tribunal de Justiça.
18
Em uma comunidade carente chamada Favela Nova Bra-
sília, localizada em uma grande cidade brasileira, ocorre-
ram frequentes violações de direitos humanos, incluin-
do falta de acesso a serviços básicos, como educação e
saúde, além de confrontos violentos entre moradores e
forças de segurança. Muitos moradores vivem em con-
dições precárias e enfrentam ameaças constantes. In-
dignados com o apoio precário do Estado, os líderes da
comunidade buscam apoio no Sistema Interamericano
de proteção dos Direitos Humanos.
Considerando a situação hipotética descrita, o principal
instrumento de direitos humanos que pode ser invocado
para defender os direitos dos moradores da Favela Nova
Brasília é:
(A) Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais
e Culturais.
(B) Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pac-
to de São José da Costa Rica).
(C) Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação Racial.
(D) Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou
Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes.
Direito Internacional
Alice Rocha
19
Uma empresa brasileira deseja firmar um contrato co-
mercial com uma empresa alemã para a compra e ven-
da de produtos eletrônicos. Buscando segurança para
o estabelecimento do contrato, a empresa contrata
você como advogado especializado em contratos in-
ternacionais.
Com base no Direito Internacional Privado, qual dos
seguintes critérios pode ser considerado um elemento
de conexão relevante para determinar a lei aplicável ao
contrato em questão:
(A) A nacionalidade do representante legal da empresa
brasileira.
(B) A nacionalidade da empresa alemã.
(C) O local de celebração do contrato.
(D) O local de residência do representante legal da em-
presa brasileira.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
20
Maria, uma cidadã estrangeira, obteve um visto de tra-
balho temporário para o Brasil e passou a residir e tra-
balhar no país legalmente. Durante sua estadia, Maria
cometeu um crime no Brasil e foi condenada à prisão. Os
familiares de Maria contratam você como advogado (a)
para auxiliar na defesa de Maria.
Com base no Direito Internacional Público e na condi-
ção jurídica do estrangeiro no Brasil você deve infor-
má-los que:
(A) Maria deve ser imediatamente deportada, indepen-
dentemente da gravidade do crime.
(B) Maria deve cumprir sua pena no Brasil, de acordo
com as leis brasileiras.
(C) Maria pode solicitar asilo político no Brasil para evi-
tar a prisão.
(D) Maria deve ser julgada em seu país de origem, inde-
pendentemente do crime cometido no Brasil.
Direito Tributário
Maria Christina
21
O Presidente da República editou uma medida provisó-
ria, instituindo o Imposto sobre Grandes Fortunas, tendo
em vista a necessidade de aumentar a arrecadação tri-
butária do País com vigência imediata. Diante da situa-
ção, assinale a opção correta.
(A) O tributo é constitucional.
(B) O tributo é inconstitucional por violação à com-
petência.
(C) O tributo é constitucional, pois, por ser matéria re-
servada à lei ordinária, admite a criação mediante
medida provisória.
(D) O tributo é inconstitucional por violação aos princí-
pios da anterioridade anual e nonagesimal.
22
O ministério da fazenda editou uma portaria aumentan-
do a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializa-
dos de 5% para 110%, como forma de desestimular o
consumo de determinado tributo. Tal medida passou a
produzir efeitos de imediato. Diante dos fatos, assinale
a opção correta.
(A) O imposto sobre produtos industrializados só pode
ter alíquotas alteradas por decreto, e não por
portaria.
(B) O tributo é inconstitucional, pois, apesar de as alí-
quotas poderem ser alteradas por portaria, somente
poderiam produzir efeitos após 90 dias da publica-
ção do ato.
(C) O tributo é inconstitucional, pois as alíquotas somen-
te podem ser alteradas por decreto podendo, no en-
tanto, produzir efeitos de imediato.
(D) O tributo é inconstitucional, pois as alíquotas somen-
te podem ser alteradas por decreto podendo, no en-
tanto, produzir efeitos após 90 dias da publicação
do ato.
23
Joana efetuou a doação de um bem imóvel para um Pro-
jeto do Poder Executivo de seu município que desenvol-
ve atividades de preservação do meio ambiente. Diante
dos fatos, assinale a opção correta.
(A) Joana terá imunidade de ITCMD nas doações ligadas
ao meio ambiente.
(B) Joana terá imunidade de ITCMD nas doações ligadas
ao meio ambiente somente quando a legislação es-
tadual expressamente determinar.
(C) Joana terá imunidade de ITCMD somente nas doa-
ções ligadas ao meio ambiente para Instituições de
Ensino Superior.
(D) Joana não terá imunidade de ITCMD.
24
O estado do Mato Grosso editou uma lei ordinária ins-
tituindo um novo imposto sobre veículos não motori-
zados de duas rodas com efeitos imediatos. Diante dos
fatos, assinale a opção correta.
(A) O tributo é inconstitucional, pois o estado não tem
competência para criar tal tributo.
(B) O tributo é inconstitucional por violação à compe-
tência, mas poderia ser criado por lei ordinária.
(C) O tributo é inconstitucional por violação à legalida-
de, mas poderia ser criado pelo estado.
(D) O tributo é constitucional e poderia produzir efeitos
de imediato por ser exceção aos princípios da ante-
rioridade anual e nonagesimal.
25
João possui dívidas com a União e, na tentativa de qui-
tá-las, resolveu realizar um pedido de parcelamento
fiscal, o qual foi indeferido. Diante do caso, assinale a
opção correta.
(A) O mero pedido de parcelamento interrompe o prazo
de decadência.
(B) O mero pedido de parcelamento interrompe o prazo
de prescrição.
(C) O mero pedido de parcelamento suspende o prazo
de decadência.
(D) O mero pedido de parcelamento suspende o prazo
de decadência.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito Administrativo
Gustavo Brígido
26
A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Me-
trô-DF), sociedade de economia mista do Distrito Fede-
ral, presta serviço essencial em regime de exclusividade
e sem intuito lucrativo. Você, advogado especialista em
Direito Administrativo, foi procurado pelo jurídico do
Metrô-DF para emitir parecer acerca da possibilidade
de os débitos desta sociedade de economia mista serem
pagos pelo regime de precatórios. A orientação correta
a ser apresentada é no sentido de que
(A) mesmo sociedades de economia mista, como o Me-
trô-DF, submetem-se ao regime de precatórios (arti-
go 100 da Constituição Federal) para a satisfação de
seus débitos, desde que prestem serviço essencial
em regime de exclusividade e sem intuito lucrativo.
(B) mesmo sociedades de economia mista, como o Me-
trô-DF, por possuírem personalidade jurídica de di-
reito público, submetem-se ao regime de precatórios
(artigo 100 da Constituição Federal) para a satisfação
de seus débitos, desde que prestem serviço essencial
em regime de exclusividade e sem intuito lucrativo.
(C) apenas entidades autárquicas, com personalidade
jurídica de direito público, submetem-se ao regime
de precatórios (artigo 100 da Constituição Federal)
para a satisfação de seus débitos.
(D) todas as entidades administrativas pertencentes à
Administração Indireta podem pagar seus débitos
por meio do regime de precatórios (artigo 100 da
Constituição Federal), independentemente de seu
objeto social.
27
Os Tribunais de Contas são órgãos independentes, de
natureza administrativa, que auxiliam o Poder Legislati-
vo na tarefa de fiscalizar. João e Maria, estudantes do
último período do Curso de Direito, suscitaram perante
seu Grupo de Estudo de Direito Administrativo a dúvi-
da acerca da possibilidade de os Tribunais de Contas, no
exercício de suas atribuições, poderem apreciar a cons-
titucionalidade das leis e dos atos do poder público. A
orientação correta a ser apresentada é no sentido de que
(A) o afastamento incidental da aplicação de leis e atos
normativos, em julgamento no âmbito de um Tribu-
nal de Contas, condiciona-se à existência de jurispru-
dência do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria.
(B) o afastamento abstrato da aplicação de leis e atos
normativos, em julgamento no âmbito de um Tribu-
nal de Contas, condiciona-se à existência de jurispru-
dência do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria.
(C) os Tribunais de Contas têm ampla competência para
exercer os mecanismos de Controle de Constitucio-
nalidade, tanto de forma incidental, quanto de forma
abstrata.
(D) os Tribunais de Contas não possuem competência,
sob nenhuma hipótese, para exercer os mecanismos
de Controle de Constitucionalidade, pois se trata de
reserva de jurisdição do Poder Judiciário.
28
João foi aprovado em recente concurso público federal.
No momento de sua posse e exercício, foi exigido que
apresentasse declaração de imposto de renda e proven-
tos de qualquer natureza à Secretaria Especial da Recei-
ta Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço
de pessoal competente. João não aceitou tal exigência
e procurou você, na qualidade de advogado especia-
lista em Direito Administrativo, para orientá-lo nesta
demanda. A orientação correta a ser apresentada é no
sentido de que
(A) João está obrigado, nos termos da Lei de Improbi-
dade Administrativa, a apresentar a declaração de
imposto de renda exigida, cuja finalidade é permitir
que o patrimônio de todo servidor público seja igual-
mente examinado, sem lacunas ou distinções.
(B) João não está obrigado a apresentar a declaração de
imposto de renda exigida, sob pena de ofensa à pro-
teção constitucional ao sigilo de dados pessoais.
(C) João está obrigado, nos termos da Nova Lei de Lici-
tações e Contratos Administrativos, a apresentar a
declaração de imposto de renda exigida, cuja finali-
dade é permitir que o patrimônio de todo servidor
público seja igualmente examinado, sem lacunas ou
distinções.
(D) João está obrigado, nos termos da Lei de Improbi-
dade Administrativa, a apresentar a declaração de
imposto de renda exigida, cuja finalidade é permitir
que se realize tratamento diferenciado entre os ser-
vidores, pois apenas alguns devem ser submetidos a
tal exigência.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
29
João, servidor público civil federal, foi demitido em face
de Processo Administrativo Disciplinar (PAd), nos termos
da Lei n. 8.112/1990, pela prática de ato de Improbidade
Administrativa. Antes da apresentação do relatório final,
João mudou de advogado de defesa, contratando os ser-
viços de seu escritório, especializado em Processos Ad-
ministrativos Disciplinares. João alega violação aos prin-
cípios do contraditório e da ampla defesa, em razão de,
entre outros, não haver intimação dos novos causídicos
acerca dos atos posteriores à juntada do substabeleci-
mento, especialmente quando da apresentação do rela-
tório final. A orientação correta a ser apresentada é no
sentido de que
(A) a falta de intimação do servidor público, após a apre-
sentação do relatório final pela comissão processan-
te, em processo administrativo disciplinar, não confi-
gura ofensa às garantias do contraditório e da ampla
defesa, ante a ausência de previsão legal.
(B) a falta de intimação do servidor público, após a apre-
sentação do relatório final pela comissão processan-
te, em processo administrativo disciplinar, não confi-
gura ofensa às garantias do contraditório e da ampla
defesa, em razão de expressa previsão legal.
(C) a falta de intimação do servidor público, após a apre-
sentação do relatório final pela comissão processan-
te, em processo administrativo disciplinar, configura
ofensa às garantias do contraditório e da ampla defe-
sa, ante a ausência de previsão legal.
(D) a falta de intimação do servidor público, após a apre-
sentação do relatório final pela comissão processan-
te, em processo administrativo disciplinar, configura
ofensa às garantias do contraditório e da ampla defe-
sa, em razão de expressa previsão legal.
30
Maria era servidora pública estadual e pediu exoneração
do cargo efetivo que ocupava. Mais de três anos após
o pedido de exoneração, Maria procura seu escritório,
especializado em Direito Administrativo, alegando vício
de consentimento na manifestação da vontade, na in-
tenção de conseguir a reintegração ao cargo de origem.
Neste período, Maria exerceu diferentes atividades re-
muneradas na iniciativa privada. Maria consegue que
a Reintegração determinada pela Corte local, com su-
porte em perícia oficial realizada. Maria questiona você
acerca da possibilidade de recebimento de indenização
pelo período de afastamento. A orientação correta a ser
apresentada é no sentido de que
(A) servidora pública que pede exoneração e fica inerte
por mais de 3 anos até ingressar com ação judicial re-
querendo declaração de nulidade do ato administra-
tivo e a consequente reintegração ao cargo, não tem
direito à indenização de valores retroativos à exone-
ração, por configurar enriquecimento sem causa.
(B) servidora pública que pede exoneração e fica inerte
por mais de 3 anos até ingressar com ação judicial
requerendo declaração de nulidade do ato adminis-
trativo e a consequente reintegração ao cargo, tem
direito à indenização de valores retroativos à exone-
ração, sem configurar enriquecimento sem causa.
(C) servidora pública que pede exoneração e fica inerte
por mais de 3 anos até ingressar com ação judicial
requerendo declaração de nulidade do ato adminis-
trativo e a consequente reintegração ao cargo, não
tem direito à indenização de valores retroativos à
exoneração, por não configurar enriquecimento
sem causa.
(D) servidora pública que pede exoneração e fica inerte
por mais de 3 anos até ingressar com ação judicial
requerendo declaração de nulidade do ato admi-
nistrativo e a consequente reintegração ao cargo,
sempre tem direito à indenização de valores retro-
ativos à exoneração, por configurar enriquecimento
sem causa.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

Direito Ambiental Direito Civil

Nilton Coutinho Roberta Queiroz

31 33
Antônio foi eleito deputado estadual graças ao seu tra- Jozenifro ajuizou ação de cobrança em face de Tiago em
balho na área ambiental. virtude de um contrato de mútuo estabelecido entre
Para agradecer seus eleitores, resolveu atuar intensa- eles no valor de R$ 100.000,00. A sentença foi proceden-
mente na aprovação de uma lei estadual sobre: te e o trânsito em julgado foi operado. Jozenifro, então,
(A) jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia. iniciou o procedimento de cumprimento de sentença,
(B) florestas, caça, pesca, fauna, conservação da nature- contudo, a localização de bens penhoráveis foi infrutu-
za, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção osa. Jozenifro, então, ciente de que a esposa de Tiago
do meio ambiente, populações indígenas e controle ostentava uma vida de luxo, requereu ao magistrado a
da poluição. penhora online de 50% dos valores em dinheiro existen-
(C) desapropriação e proteção ao patrimônio histórico, tes na conta de Maria, esposa do devedor, já que são
cultural, artístico, turístico e paisagístico. casados no regime comunhão universal de bens. Consi-
(D) responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao derando o caso narrado, marque a alternativa correta.
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, esté- (A) O magistrado não poderá permitir a penhora dos va-
tico, histórico, turístico e paisagístico. lores, pois o cônjuge não responde pela dívida.
(B) O magistrado, independente do regime de bens, pode-
32 rá ordenar a penhora dos valores na conta do cônjuge.
Adriano comprou uma grande fazenda no interior do Es- (C) O magistrado poderá ordenar a penhora de metade dos
tado de Goiás com o objetivo de criar gado. valores encontrados nas contas da esposa do devedor.
Preocupado com a escassez de água, construiu um gran- (D) Somente seria possível penhora nas contas da esposa
de reservatório artificial (açude) que captaria água da caso ela tivesse sido ré no processo, em litisconsórcio.
chuva e poderia atender as necessidades do rebanho
durante o período de seca.
Preocupado com a questão ambiental, Adriano pro-
cura um advogado especialista na área, o qual lhe
informa que:
(A) Adriano deverá manter uma área de reserva legal ao
redor do reservatório.
(B) Adriano deverá manter uma área de preservação
permanente de 30 metros ao redor do açude.
(C) Adriano deverá manter uma área de preservação
permanente de 50 metros ao redor do açude.
(D) Adriano não precisará manter uma área de preserva-
ção permanente no entorno do reservatório, já que
não houve o barramento ou represamento de cursos
d’água naturais.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
34
Marcos é um pequeno proprietário rural de uma fazen-
da que faz divisa com outra fazenda de propriedade de
Maria. Em 2021, Marcos contratou técnicos para fazer
uma medição de sua fazenda para ter certeza de que o
tamanho da fazenda era correspondente àquelas cons-
tantes do título registrado no Cartório de Imóveis. Após
dias de trabalho, os técnicos notaram que havia uma di-
ferença de área e que o imóvel de Marcos, segundo o
tamanho que consta na matrícula do imóvel, deveria ser
2 hectares maior, pois a divisa do imóvel de Maria esta-
va no local errado e, com isso, acabou “ganhando” os
exatos 2 hectares do terreno de Marcos. Após inúmeras
tentativas de demarcação amigável sem sucesso, Mar-
cos ajuizou ação demarcatória contra Maria requerendo
a declaração judicial da divisa, bem como a condena-
ção de restituição da porção de terra. Maria foi citada
na demanda e contestou alegando que possui a posse
mansa e pacífica da área por mais de 40 anos, tendo,
portanto, adquirido da propriedade dessa área pela usu-
capião. Considerando o caso narrado, marque a alterna-
tiva correta.
(A) Maria cumpriu o prazo da usucapião ordinária e, por-
tanto, adquiriu a propriedade.
(B) Maria cumpriu o prazo de 10 anos da usucapião rural
e, portanto, adquiriu a propriedade.
(C) Não houve incidência de usucapião, pois o prazo de
usucapião somente poderia começar a ser contado
em 2021, com a ciência da violação do direito.
(D) Qualquer que seja a modalidade de usucapião, o pra-
zo para aquisição foi operado.
35
Mirna estava grávida de seu primeiro filho, Juninho.
Sempre muito atenta aos cuidados com sua gestação,
marcou para ter seu filho na Maternidade Nasce Bem,
em São Paulo. Contudo, por complicações, precisou ser
encaminhada com urgência para um parto de emergên-
cia. Juninho nasceu prematuro e precisou ficar internado
na UTI neonatal. Durante o período em que ficou inter-
nado teve uma severa infecção hospitalar e, por conta
disso, ficou com sequelas. Na mesma oportunidade, vá-
rias crianças também pegaram a mesma infecção. Com
o caso, Mirna e Juninho ajuizaram ação de indenização
por danos morais e materiais. Citado, o hospital contes-
tou alegando que a prematuridade e o baixo peso do
Juninho foram causas que contribuíram para a infecção.
Considerando o caso narrado e as regras sobre respon-
sabilidade civil, marque a alternativa correta.
(A) A prematuridade e baixo peso são causas que rom-
pem o nexo de causalidade, não havendo, portanto,
dever de indenizar.
(B) A prematuridade e o baixo peso são causas que ex-
cluem a ilicitude, não havendo, portanto, dever de
indenizar.
(C) A responsabilidade dos hospitais e clínicas é subjeti-
va, devendo haver comprovação da culpa.
(D) A responsabilidade dos hospitais e clínicas é objetiva.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
36
Jorgina e Alfredo são casados e sócios da empresa “Tem
Tudo Tem LTDA”. Essa empresa pediu empréstimo jun-
to ao GRANBANK, no valor de R$ 1.000,000,00. O casal
tinha um apartamento, residência do casal, e deram
este imóvel em garantia do contrato de mútuo. Assim,
houve uma alienação fiduciária desse imóvel em garan-
tia com o objetivo de favorecer a pessoa jurídica. Mas
antes da alienação fiduciária em garantia, o imóvel es-
tava no nome do casal. Em razão do inadimplemento, o
banco deu início a um procedimento para consolidar a
propriedade do referido imóvel em seu nome a fim de,
posteriormente, poder aliená-lo e quitar a dívida. Com
isso, Jorgina e Alfredo promoveram demanda judicial no
sentido de não fosse efetivada a propriedade do imóvel,
pois trata-se de bem de família. Considerando o caso
narrado, marque a alternativa correta.
(A) O argumento do casal poderia ser admitido caso
houvesse o registro do bem como bem de família
convencional, no cartório.
(B) O argumento do casal irá prosperar, pois na hipótese
de oferecimento de imóvel em garantia hipotecária,
a impenhorabilidade do bem de família somente es-
tará comprometida se a dívida objeto dessa garantia
tiver sido assumida em benefício da própria entidade
familiar.
(C) A oferta voluntária de seu único imóvel residencial
em garantia a um contrato de mútuo, favorecedor
de pessoa jurídica em alienação fiduciária, não conta
com a proteção irrestrita do bem de família, portanto
a alegação do casal não irá prosperar.
(D) A alegação do casal irá prosperar, pois a proteção
conferida ao bem de família pela Lei n. 8.009/1990
importa em sua inalienabilidade.
37
Raquel resolve deixar a totalidade de seus bens para
Patrícia, sua amiga de escola, já que a mãe de Raquel
é falecida e ela não possui filhos, tampouco notícias de
seu pai. Feito o testamento, Raquel falece em virtude de
um acidente de carro. Ocorre que, no dia do enterro de
Raquel, apareceu uma prima, Ana Paula. Considerando
a situação, marque a alternativa correta.
(A) Patrícia tem direito à totalidade dos bens de Raquel.
(B) O testamento está rompido somente em parte, po-
dendo Patrícia pleitear metade dos bens testados, a
título de legítima, sendo a outra metade do pai de
Raquel.
(C) Raquel não poderia fazer testamento, visto a existên-
cia do pai e da prima.
(D) O testamento é válido, mas deve sofrer uma redução
testamentária.
38
Lorraine, Roberta e Raquel adquirem um imóvel de
herança do falecimento do pai, João. As três tiveram,
mediante formal de partilha, o reconhecimento de que
cada uma tem a propriedade de um terço do imóvel. Ra-
quel manifesta vontade em alienar o bem, mas Lorraine
sempre se mostrou resistente, pois era o imóvel onde o
pai viveu a vida toda, havendo ali uma carga emocional
muito grande. Raquel, então, aliena onerosamente sua
quota para José, amigo da família. Lorraine, indignada,
procura informações com um advogado. Marque alter-
nativa que corresponda à explicação de acordo com a
lei civil.
(A) Antes de alienar a cota, Raquel deveria ter oferecido
o bem para Lorraine e Roberta.
(B) Não é possível alienar bem que esteja em con-
domínio.
(C) Lorraine poderá tomar o bem para si depositando o
valor correspondente à cota no prazo de 1 ano con-
tado da alienação.
(D) Raquel não tinha obrigação de oferecer a alienação
de sua cota para Lorraine.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Estatuto da Criança e do Adolescente
Patrícia Dreyer
39
Renata e Roberto se conheceram na faculdade e, quatro
meses após o início do namoro, ela engravidou. Todavia, o
casal faz uso abusivo de substâncias entorpecentes e, por
isso, foi destituído do poder familiar de seu primeiro filho,
tendo em vista graves violações dos deveres inerentes ao po-
der familiar. O relacionamento de Renata e Roberto continua
e Renata engravida novamente. Nilson, amigo do casal, se
apresenta como pai da criança e a registra, juntamente com
Renata. Roberto não se opõe ao registro. O casal, cada vez
mais dependente de substâncias entorpecentes, vende tudo
o que tem e passa a viver nas ruas em busca de mais entor-
pecentes. Nilson leva o segundo filho do casal, com poucos
dias de vida, para a sua própria casa e sua esposa, que não
consegue engravidar, aceita criar o filho como se seu fosse.
Os vizinhos do casal Nilson e esposa estranham as novidades
e noticiam o fato ao Conselho Tutelar e ao Ministério Públi-
co. O casal Nilson e esposa procura você como advogado(a)
que acertadamente responde que:
(A) Houve adoção consensual da criança por Nilson, já
que sua esposa, bem como Renata e Roberto con-
sentiram com isso.
(B) Nilson praticou crime previsto no Código Penal e o
juiz da Infância e Juventude poderá determinar a
busca e apreensão da criança recém-nascida.
(C) inexiste irregularidade no ato praticado por Nilson,
que poderia adotar o filho de Renata independente-
mente de habilitação à adoção, em razão dos víncu-
los de afinidade e afetividade existentes entre eles.
(D) Renata praticou o crime previsto no art. 238 do ECA
pois entregou seu filho a outrem, ainda que sem
paga ou recompensa.
40
Ricardo, quando tinha 18 anos, tirou fotos de seu namo-
rado, Pedro, com 17 anos em atos e posições sexuais. O
relacionamento terminou e Ricardo, 2 anos depois, re-
solve publicar as fotos em um aplicativo de mensagens.
Junior, um dos integrantes do grupo, armazena a foto-
grafia encaminhada por Ricardo em seu hd externo, para
poder ver novamente as imagens sempre que quiser. Já
Roberto, outro integrante do grupo, consegue na Inter-
net a imagem de um ator de filmes pornográficos em
cena de sexo explícito e, com o uso de inteligência artifi-
cial, adultera as imagens, faz a sobreposição do rosto do
ator e coloca a face de Pedro. Em seguida, compartilha
a montagem no mesmo grupo. Nesse contexto, assinale
quem praticou crime:
(A) Apenas Ricardo.
(B) Apenas Ricardo e Junior.
(C) Apenas Junior e Roberto.
(D) Ricardo, Junior e Roberto.
Código de Defesa do Consumidor
Patrícia Dreyer
41
Na última sexta-feira (18), a agência de viagens 123 Mi-
lhas informou que suspendeu os pacotes e a emissão
de passagens de sua linha promocional (com datas fle-
xíveis) e que tenham embarques previstos de setembro
a dezembro de 2023. De acordo com a companhia, a
decisão não afetaria os demais produtos ofertados. "A
decisão deve-se à persistência de fatores econômicos e
de mercado adversos, entre eles, a alta pressão da de-
manda por voos, que mantém elevadas as tarifas mes-
mo em baixa temporada, e a taxa de juros elevada. A
123 milhas ressalta que a linha PROMO representa 7%
dos embarques de 2023 da companhia", informou a em-
presa na época.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/08/29/123-
-milhas-entra-com-pedido-de-recuperacao-judicial.ghtml
Diante da notícia que movimentou o mês de agosto de
2023, Rafael e Lara que haviam comprado passagens aé-
reas para conhecer as Maldivas em setembro de 2023,
pelo valor global de R$ 3.100,00 (três mil e cem reais)
procura você como advogado(a) que, acertadamen-
te, responde:
(A) Trata-se de propaganda abusiva entendida como a
modalidade de informação ou comunicação de cará-
ter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por
qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de
induzir em erro o consumidor a respeito da natureza,
características, qualidade, quantidade, proprieda-
des, origem, preço e quaisquer outros dados sobre
produtos e serviços.
(B) Nesse caso, é direito do casal consumidor exigir o
cumprimento forçado da obrigação, nos termos da
oferta, apresentação ou publicidade.
(C) Nos termos do CDC, toda informação ou publicidade,
suficientemente precisa, veiculada por qualquer for-
ma ou meio de comunicação com relação a produtos
e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o for-
necedor que a fizer veicular. Por isso, toda a publici-
dade utilizada vincula a empresa, a despeito de não
integrar o contrato que venha a ser celebrado.
(D) Qualquer cláusula posta no contrato que impossibi-
lite, exonere ou atenue a responsabilidade da em-
presa por vícios de qualquer natureza dos produtos
e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de
direitos deve ser considerada ineficaz.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
42
Simone precisou fazer um financiamento para aquisição
de um veículo e descobriu que seu nome foi inscrito em
cadastro restritivo de crédito a pedido de Lojas Leal.,
onde a consumidora adquiriu produtos no valor de R$
2.950,00 sem realizar o pagamento. Simone não rece-
beu qualquer carta em seu endereço comunicando por
escrito a inscrição. Ao entrar em contato com a entidade
que realizou a inscrição, recebeu uma resposta que dizia
que a loja não é obrigada a comunicar a inscrição, que o
envio de correspondência escrita é facultativo, e que a
consumidora deve sabe que está inadimplente. Indigna-
da, Simone procura você como advogado(a) que, corre-
tamente, responde que:
(A) Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida
em nome do devedor no cadastro de inadimplentes
no prazo de quinze dias úteis, a partir do integral e
efetivo pagamento do débito.
(B) Da anotação irregular em cadastro de proteção ao
crédito, não cabe indenização por dano moral, quan-
do preexistente legítima inscrição, ressalvado o direi-
to ao cancelamento.
(C) Cabe à loja proceder à notificação do devedor antes
de proceder à inscrição.
(D) É necessário o aviso de recebimento (AR) na carta de
comunicação ao consumidor sobre a negativação de
seu nome em bancos de dados e cadastros.
Direito Empresarial
Renato Borelli
43
João da Silva, conhecido em sua cidade pelos dotes
culinários, dirigiu-se à administração municipal com o
intuito de obter orientação para iniciar sua atividade
empresarial no ramo alimentício. Chegando no local,
foi orientado pelo fiscal da prefeitura de que bastava
entrar em funcionamento que a prefeitura concedia a
permissão. Nos termos do Código Civil, assinale a alter-
nativa correta:
(A) O fiscal orientou corretamente pois, João da Silva,
no momento da informação, avisou seu intuito em-
presarial.
(B) O fiscal orientou incorretamente, pois, segundo o
Código Civil, não é obrigatória a inscrição do empre-
sário no Registro Público de Empresas Mercantis da
respectiva sede, depois do início de sua atividade.
(C) O fiscal orientou corretamente, pois, segundo o Có-
digo Civil, é obrigatória a inscrição do empresário no
Registro Público de Empresas Mercantis da respecti-
va sede, depois do início de sua atividade.
(D) O fiscal orientou incorretamente, pois, segundo o
Código Civil, é obrigatória a inscrição do empresário
no Registro Público de Empresas Mercantis da res-
pectiva sede, antes do início de sua atividade.
44
Carlos Alberto fundou no município de São Paulo, em
1987, a empresa Nossa Praça/SA, pioneira no ramo de
veículos automotores movidos a energia elétrica. Dentre
os desafios do mercado, conseguiu manter a empresa
até os dias atuais e, de 2015 em diante, presenciou um
crescimento astronômico no valor de sua empresa o
que motivou a construção de nova filial no município de
Santo André, lugar sujeito à jurisdição de outro Registro
Público de Empresas Mercantis, no estado de São Paulo.
Diante da situação narrada, assinale a alternativa corre-
ta nos termos do Código Civil:
(A) Como a empresa não mudará de estado, basta Carlos
Alberto se dirigir ao Cartório de Registro de Empre-
sas da capital de São Paulo e comunicar a construção
de nova filial.
(B) É facultado à Carlos Alberto inscrever a filial no Re-
gistro Público de Empresas Mercantis da cidade de
Santo André, com a prova da inscrição originária.
(C) O empresário que instituir filial em lugar sujeito à
jurisdição de outro Registro Público de Empresas
Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a
prova da inscrição originária.
(D) O empresário que instituir filial em lugar sujeito à ju-
risdição de outro Registro Público de Empresas Mer-
cantis, neste deverá também inscrevê-la, não neces-
sitando da prova da inscrição originária.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
45
Dentre os requisitos da inscrição do empresário, assinale
a alternativa incorreta.
(A) O capital.
(B) A Certidão Negativa de Antecedentes Criminais.
(C) O nome, nacionalidade e domicílio.
(D) O regime de bens, se casado.
46
No que tange ao Empresário Rural e ao Pequeno Em-
presário, assinale a alternativa correta nos termos do
Código Civil:
(A) A lei assegurará tratamento favorecido, diferencia-
do e simplificado ao empresário rural e ao pequeno
empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí de-
correntes.
(B) A lei não assegurará tratamento favorecido, diferen-
ciado e simplificado ao empresário rural ou pequeno
empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí de-
correntes.
(C) A lei assegurará tratamento igualitário a todos os
empresários.
(D) A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado
e simplificado ao empresário rural e ao pequeno em-
presário, somente quanto à inscrição.
Direito Processual Civil
Raquel Bueno
47
Lurdes ajuizou ação de guarda, cumulada com regula-
mentação dos períodos de convivência com o filho Hei-
tor, de oito meses, em face do pai Heráclito. Nos pedidos
requereu a guarda compartilhada, estabelecendo-se o
lar materno como lar de referência. O réu foi devida-
mente citado/intimado para a audiência de mediação.
Todavia, em virtude da dificuldade de comunicação do
casal, a mãe comunicou ao seu advogado que gostaria
de alterar o pedido de guarda compartilhada para guar-
da unilateral materna, mantendo-se os mesmos perío-
dos de convivência. A partir deste contexto, assinale a
alternativa correta.
(A) Lurdes precisa do consentimento de Heráclito para
alterar seu pedido.
(B) Lurdes poderá alterar o pedido independentemente
de consentimento do réu, uma vez que ele ainda não
apresentou contestação.
(C) Lurdes pode desistir da ação independentemente
de consentimento do requerido, e ajuizar nova ação,
com pedido de guarda unilateral, a ser distribuída
aleatoriamente.
(D) Lurdes pode desistir da ação, desde que haja consen-
timento do requerido, e ajuizar nova ação, com pe-
dido de guarda unilateral, a ser distribuída perante o
mesmo juízo da primeira ação.
48
Zuleica e seus irmãos Zeno e Zander são coproprietários
de uma casa de praia no litoral de João Pessoa. Ocorre
que o referido imóvel foi invadido por Amadeu. Como
Zuleica também mora em João Pessoa, ao tomar conhe-
cimento do ocorrido, ajuizou uma ação de reintegração
de posse em face do invasor, na defesa da coisa comum.
Posteriormente comunicou as providências tomadas
com os irmãos. Zeno, recém-formado em Direito, ficou
preocupado com a atuação do advogado de Zuleica,
achando-o inexperiente. Então deseja participar do pro-
cesso. A partir deste cenário, marque a assertiva correta:
(A) O caso contempla hipótese de chamamento ao
processo.
(B) O caso contempla hipótese de denunciação da lide.
(C) Zeno pode requerer sua intervenção na condição de
assistente simples.
(D) Zeno pode requerer sua intervenção na condição de
assistente litisconsorcial.
49
Emanuel estava advogando em causa própria contra
uma empresa de turismo. Assim, na petição inicial in-
formou o número de sua inscrição na OAB, bem como
seu endereço físico e eletrônico. Durante a tramitação
processual, Emanuel entregou a sala comercial que alu-
gava, em virtude de dificuldades financeiras iniciadas na
fase da COVID-19, passando a fazer atendimento de seus
clientes em sua casa. Todavia, não informou no proces-
so a mudança de endereço. A partir destas informações,
assinale a opção correta.
(A) A intimação eventualmente enviada para o advoga-
do no antigo endereço é válida.
(B) A intimação eventualmente enviada para o advoga-
do no antigo endereço é nula.
(C) Quando o advogado atua em causa própria, vencen-
do a causa, não são devidos os honorários advocatí-
cios de sucumbência.
(D) Quando o advogado atua em causa própria, vencen-
do a causa, serão devidos os honorários advocatícios
de sucumbência, desde que fixados por apreciação
equitativa.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
50
Manoela propôs uma ação de obrigação de fazer, cumu-
lada com indenização por danos morais, em face de
determinada empresa do ramo de telefonia. Após dis-
tribuição da petição inicial e juízo positivo de admissibi-
lidade do juízo, foi designada audiência de conciliação/
mediação. A autora e seu advogado não compareceram,
bem como não foi apresentada justificativa, culminando
na aplicação de uma multa, por meio de decisão interlo-
cutória. Após o devido processo legal, a sentença julgou
improcedentes todos os pedidos da autora. Após tais fa-
tos, assinale a opção correta.
(A) Contra a decisão interlocutória que fixou a multa de-
veria ter sido interposto agravo de instrumento, no
prazo de quinze dias.
(B) A autora pode apresentar recurso de apelação para
impugnar a sentença e a decisão interlocutória que
fixou a multa.
(C) A decisão interlocutória que fixou a multa é irre-
corrível.
(D) Caso não queira impugnar a sentença, a autora não
pode utilizar o recurso de apelação para questio-
nar apenas a decisão interlocutória não agravável
da multa.
51
Miriam promoveu uma ação indenizatória em face do
Município de São Paulo. Após o devido processo legal,
o ente foi condenado, com base em uma Súmula do STJ.
Não houve recurso. Após o trânsito em julgado, foi ini-
ciado o cumprimento de sentença, com a consequente
intimação do ente, por meio da procuradoria municipal.
A partir destas informações, assinale a opção correta.
(A) Neste caso a sentença estava sujeita à remessa ne-
cessária.
(B) Neste caso há dispensa da remessa necessária.
(C) Neste caso a representação judicial do requerido de-
veria se dar na pessoa do prefeito, havendo um vício
processual a ser sanado.
(D) Na etapa de cumprimento da sentença, o ente deve-
rá ser intimado para efetuar o pagamento do débito
em 15 dias.
52
Lindemberg formulou um pedido de tutela provisória de
urgência cautelar antecedente. Após juízo de admissibili-
dade positivo, foi concedida a tutela provisória requerida
após audiência de justificação prévia. A referida medida
cautelar foi posteriormente efetivada. Ocorre que, após
apresentação do pedido principal e tramitação processu-
al, os pedidos do autor foram julgados improcedentes. A
partir desta realidade, assinale a opção correta.
(A) Caso o juiz entendesse que o pedido cautelar formu-
lado era, na verdade, uma tutela antecipada, deveria
extinguir o processo sem resolução de mérito.
(B) Caso a parte ré não recorra da decisão interlocutória
que concedeu a tutela provisória de urgência caute-
lar, haverá o fenômeno da estabilização.
(C) Como os pedidos principais foram julgados impro-
cedentes, cessarão os efeitos da tutela antecedente
concedida, com a consequente responsabilização ob-
jetiva do autor em caso de danos à parte contrária.
(D) O prazo para apresentação do pedido principal é de
30 dias corridos, a contar da efetivação da medida
cautelar.
Direito Penal
Michelle Tonon
53
Tobias, 25 anos, de posse de um pedaço de cano metáli-
co que encontrou em uma caçamba com restos de obra,
vê Maria, 16 anos, na parada de ônibus, sozinha, às 21h.
Tobias, com dolo de subtração, decide abordar Maria,
simulando, com o cano metálico debaixo da camiseta,
estar armado. Maria se assusta e, muito amedrontada,
entrega sua mochila, contendo livros e cadernos e um
celular já bastante velho. Cerca de dez minutos depois,
a Polícia Militar prende Tobias em flagrante, ainda com
os pertences de Maria. Na Delegacia de Polícia, Tobias
telefona para você, advogado/a, para pedir ajuda. Nessa
situação, na orientação jurídica de Tobias, você deverá
esclarecer que:
(A) Tobias praticou crime de furto simples, já que não
portava arma de fogo e não empregou violência con-
tra Maria.
(B) Tobias praticou crime de furto tentado e majorado
pelo repouso noturno, considerando que abordou
Maria às 21h.
(C) Tobias praticou crime de roubo consumado, já que a
simulação do porte de arma de fogo caracteriza gra-
ve ameaça.
(D) Tobias poderá ser beneficiado com a aplicação do
princípio da insignificância, já que os bens subtraídos
de Maria não tinham valor econômico expressivo.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
54
No dia 26 de abril de 2023, José, 50 anos, funcionário
público, responsável pelo atendimento aos cidadãos de
determinado órgão estadual, sente-se aborrecido pelas
perguntas feitas por Marina, 32 anos. Marina, então, diz
a José que, como funcionário público, ele tem o dever
de atender as demandas dos cidadãos, ao que José se
enfurece, vai até a copa da repartição, pega uma penca
de bananas que servia de lanche para os funcionários, e
entrega a Marina, dizendo: “vá embora com sua comida,
volte para o zoológico, de onde não deveria ter saído.”
Imediatamente, Marina aciona a Polícia e afirma ter sido
vítima de crime, em razão de discriminação, pela cor de
sua pele. Acerca da conduta de José, assinale a alterna-
tiva correta.
(A) José praticou crime de injúria qualificada, delito con-
tra a honra previsto no Código Penal, já que tinha a
intenção de ofender Marina, pessoa determinada,
pela sua raça e cor.
(B) José praticou crime de injúria racial, tipificado na
mesma lei que trata dos crimes de racismo, e tal con-
duta é inafiançável e imprescritível.
(C) José, caso condenado pelo crime, perderá automati-
camente seu cargo público, já que a ofensa a Marina
se deu no exercício das funções.
(D) A persecução penal de José dependerá de represen-
tação de Marina, já que a injúria racial é crime de
ação penal pública condicionada.
55
Timóteo é preso em flagrante com 50 gramas da droga co-
nhecida como cocaína, acondicionada em vários pequenos
tubos de plástico, em conhecido ponto de tráfico da cidade.
No momento da prisão, Timóteo estava entregando dois
tubinhos a Alexandre, adolescente de 17 anos, o qual infor-
mou ser usuário de entorpecentes desde os 15 anos e com-
prador assíduo de Timóteo, que sabia de sua menoridade.
Na delegacia de polícia, são checados os dados de Timó-
teo e se verifica que essa é sua primeira passagem policial,
sendo primário e de bons antecedentes. Preocupada com
a situação, a família de Timóteo procura você, advogado(a).
Nessa situação, a correta orientação jurídica é:
(A) Para que Timóteo seja condenado pelo crime de trá-
fico de drogas, o laudo pericial da substância deverá
indicar, obrigatoriamente, o grau de pureza do entor-
pecente apreendido.
(B) A quantidade expressiva de droga apreendida, soma-
da ao alto poder viciante da cocaína, impedem que
Timóteo seja beneficiado pela causa de diminuição
de pena do tráfico privilegiado.
(C) O fato de Timóteo ter vendido entorpecente a um
adolescente é irrelevante para fins de dosimetria da
pena, já que Alexandre declarou ser usuário contu-
maz de drogas.
(D) Caso confirmadas a primariedade, os bons antece-
dentes, a não dedicação a atividades criminosas e a
não participação em organização criminosa, Timóteo
deverá ser beneficiado com a causa de diminuição de
pena conhecida como tráfico privilegiado, e o crime
deixará de ter natureza hedionda.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
56
Cláudia, assistindo ao telejornal, fica sabendo que a Po-
lícia Civil de sua cidade está investigando uma série de
furtos a comércio, durante a madrugada, que estão sen-
do praticados por uma mulher misteriosa, que se utiliza
de diferentes disfarces e perucas para praticar os crimes.
Com o intuito de prejudicar Clarice, uma antiga rival,
Cláudia dirige-se ao distrito policial e, mesmo sabendo
da inocência de Clarice, aponta-a como autora dos fur-
tos, relatando, inclusive, que Clarice coleciona perucas e
adereços de carnaval em sua casa. A partir do relato mi-
nucioso e verossímil de Cláudia, a autoridade policial faz
diligências investigatórias em face de Clarice e a indicia
em inquérito policial. Diante dessa situação, nos termos
do Código Penal, a conduta de Cláudia se tipifica como:
(A) falsidade ideológica.
(B) comunicação falsa de crime.
(C) denunciação caluniosa.
(D) calúnia majorada.
57
Luís, extremamente aborrecido com seu vizinho Carlos,
que fazia festas ruidosas todos os finais de semana, re-
solve aplicar uma surra em Carlos e, para isso, dirige-se
à casa do vizinho com um cabo de vassoura, com a in-
tenção de provocar lesões corporais. Lá chegando, Luís
encontra Carlos deitado na rede e ligeiramente embria-
gado. De surpresa, Luís inicia os golpes contra as pernas
de Carlos, que cai ao chão rapidamente. Entendendo
que os golpes não haviam sido suficientes para dar uma
lição em Carlos, Luís passa a desferir fortes golpes na
cabeça e no tronco da vítima, enfurecendo-se cada vez
mais e com nítido dolo de matar. Quando fica cansado
e sem forças para novos golpes, Luís se retira e, no dia
seguinte, é preso em sua casa, em razaão da morte de
Carlos. Acerca da situação hipotética narrada, é correto
afirmar que:
(A) Luís praticou crime de homicídio qualificado pelo
motivo fútil e pelo recurso que dificultou a defesa
da vítima, que estava deitada na rede e ligeiramente
embriagada, observando-se no caso um exemplo de
progressão criminosa.
(B) Luís praticou os crimes de lesão corporal e homicídio
qualificado, em concurso material, verificando-se na
hipótese crime progressivo.
(C) Luís praticou o crime de lesão corporal seguida de
morte e será julgado pelo Tribunal do Júri.
(D) Luís praticou crime de lesão corporal e homicídio cul-
poso, em continuidade delitiva.
58
Roberval, 43 anos, entra no banheiro masculino da casa
noturna em que se encontrava e lá visualiza Jonas, 18
anos, utilizando o mictório. Roberval, então, decide tran-
car a porta do banheiro para que ninguém mais entrasse
e aborda Jonas, com um pequeno canivete, ordenando
que o rapaz nele pratique sexo oral. Jonas, porém, é pro-
fundo conhecedor de técnicas de defesa pessoal e con-
segue retirar o canivete de Roberval e o imobiliza com
um golpe. Roberval é preso em flagrante e conduzido
ao IML para o exame de corpo de delito ad cautelam. O
laudo pericial esclarece que Roberval sofreu lesões con-
tusas em razão do golpe de Jonas. Diante dessa situação
hipotética, assinale a alternativa correta.
(A) Roberval deverá responder pelo crime de estupro na
forma tentada, já que constrangeu Jonas, median-
te grave ameaça, à prática de ato libidinoso, o qual
não se consumou por circunstâncias alheias à sua
vontade.
(B) Roberval deverá responder pelo crime de importu-
nação sexual, já que não praticou nenhum ato libidi-
noso com Jonas.
(C) Roberval deverá responder pelo crime de estupro na
forma consumada, já que basta a grave ameaça para
a consumação do delito.
(D) Jonas, apesar de vítima do delito sexual, deverá res-
ponder pelo crime de lesão corporal, já que ofendeu
a integridade física de Roberval com o golpe.
Direito Processual Penal
Lorena Ocampos
59
João foi condenado à pena de 4 anos de reclusão em ra-
zão da prática do crime de roubo contra a vítima Marcos.
No prazo legal, o Ministério Público interpôs apelação
recorrendo de todo o conteúdo da sentença pugnando,
inclusive, o agravamento da pena. Quanto a Marcos,
vítima do crime e que está habilitado nos autos como
assistente de acusação, este:
(A) poderá interpor recurso de apelação, no prazo de
quinze dias, após o recurso do Ministério Público.
(B) não poderá interpor recurso de apelação, mas pode-
rá interpor recurso em sentido estrito após o prazo
de recurso do Ministério Público.
(C) poderá interpor recurso de apelação, no prazo de
cinco dias após o prazo de recurso do Ministério
público.
(D) não poderá interpor recurso de apelação, tendo em
vista que o Ministério Público já recorreu.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
60
Bianca contratou advogado e ajuizou ação penal de ini-
ciativa privada contra Roberto pela suposta prática do
crime de injúria. Após regular instrução do processo,
em suas alegações finais, Bianca deixou de formular o
pedido de condenação contra Roberto, tendo apenas
reforçado as provas produzidas e os fatos descritos na
peça inicial acusatória. Na hipótese, é correto afirmar
que ocorreu:
(A) a decadência do direito de queixa-crime, com a con-
sequente declaração de extinção da punibilidade de
Roberto.
(B) perempção, com a consequente declaração de extin-
ção da punibilidade de Roberto.
(C) perdão, com a consequente declaração de extinção
da punibilidade de Roberto.
(D) renúncia, com a consequente declaração de extinção
da punibilidade de Roberto.
61
Marcelo é investigado pela suposta prática de crime de
homicídio doloso. Você, como advogado do Marcelo, im-
petra habeas corpus, junto ao tribunal do júri competen-
te, visando ao trancamento das investigações perpetra-
das pelo Delegado de Polícia. A ordem de trancamento
é denegada pelo juiz que atua no tribunal do júri. Consi-
derando as disposições do Código de Processo Penal, da
decisão que nega a ordem de habeas corpus,
(A) é cabível a interposição de recurso de apelação.
(B) é cabível a interposição de recurso ordinário consti-
tucional.
(C) é cabível a interposição de recurso em sentido
estrito.
(D) não é cabível a interposição de recurso, mas sim de
novo habeas corpus junto ao Tribunal.
62
O Ministério Público ofereceu denúncia buscando a res-
ponsabilização de Pedro pela suposta prática do crime
de extorsão mediante sequestro. O processo tramitou
observando as regras do procedimento comum ordi-
nário, tendo em vista a pena máxima em abstrato co-
minada ao delito. Diante desse cenário e considerando
as disposições do Código de Processo Penal, é correto
afirmar que
(A) a defesa técnica, em alegações finais, terá o prazo
de quinze minutos, prorrogáveis por mais quinze
minutos.
(B) a defesa técnica poderá arrolar no máximo cinco tes-
temunhas.
(C) o juiz poderá indeferir as provas consideradas irrele-
vantes, impertinentes ou protelatórias.
(D) o juiz começará a inquirição com as perguntas às tes-
temunhas e passará a palavra, em seguida, à parte
que as arrolou.
63
Rômulo é investigado pela suposta prática de infração
de menor potencial ofensivo. Consta dos autos que Rô-
mulo foi condenado, em outro processo, pela prática de
crime de roubo, mas que ainda não transitou em julga-
do. Consta, ainda, que Rômulo já foi beneficiado com a
transação penal há 7 anos e que não há informações nos
autos sobre a conduta social ou personalidade do agen-
te. Considerando as disposições da Lei n. 9.099/1995, é
correto afirmar que o Ministério Público
(A) não pode oferecer o benefício da transação penal a
Rômulo, tendo em vista que este possui condenação
pela prática de crime.
(B) não pode oferecer o benefício da transação penal a
Rômulo, considerando que este já foi beneficiado,
anteriormente, com o benefício.
(C) pode oferecer o benefício da transação penal a Rô-
mulo. Acolhendo a proposta do Ministério Público,
será aplicado o benefício, que não importará em
reincidência, sendo registrado, apenas, para impedir
o mesmo benefício no prazo legal.
(D) pode oferecer o benefício da transação penal a Rô-
mulo. Acolhendo a proposta do Ministério Público,
será aplicado o benefício, que não importará em
reincidência, mas constará de certidão de antece-
dentes criminais para caracterização de maus ante-
cedentes.
64
Breno responde a processo por suposta receptação (art.
180 do Código Penal). NO curso do processo, o Ministé-
rio Público ofereceu a Breno a medida despenalizadora
da suspensão condicional do processo, prevista no art. 89
da Lei n. 9.099/1995. No entanto, no curso do prazo de 2
anos da suspensão condicional do processo, Breno veio a
ser processado pela prática do crime previsto no art. 28
da Lei n. 11.343/2006 (posse de drogas para consumo
pessoal). Diante do exposto e considerando a jurispru-
dências dos Tribunais Superiores, é correto afirmar que
(A) a suspensão condicional do processo poderá ser
revogada.
(B) a suspensão condicional do processo poderá ser re-
vogada, após a oitiva do réu em audiência.
(C) a suspensão condicional do processo deverá ser
revogada.
(D) a suspensão condicional do processo deverá ser re-
vogada após a oitiva do réu em audiência.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

Direito do Trabalho
Rogério Dias
65
Samuel era sócio da empresa Alfa Ltda., tendo se retira-
do em outubro de 2022, após a averbação da modifica-
ção no contrato. Em janeiro de 2023, reconheceu-se, ju-
dicialmente, que a retirada era fraudulenta, pois Samuel
continuava representando a empresa. Nessa situação,
(A) Samuel tem responsabilidade subsidiária.
(B) não há que se falar em responsabilização de Samuel.
(C) Samuel tem responsabilidade solidária.
(D) a retirada do sócio não poderia ser declarada frau-
dulenta.
66
Ingrid foi dispensada, sem justa causa, no dia 2 de abril
de 2021, pela empresa Zetta Ltda. No dia 31 de março de
2023, Ingrid ajuizou ação trabalhista requerendo indeni-
zação por danos morais, em decorrência de suposto as-
sédio sofrido. Ocorre que a referida ação foi arquivada,
pois a empregada não compareceu à audiência. No dia 3
de maio de 2023, ajuizou, novamente, ação trabalhista,
requerendo indenização por danos morais e integração
das comissões recebidas. Na condição de advogado da
empresa, você deverá alegar
(A) prescrição da integração das comissões.
(B) decadência da indenização por danos morais.
(C) prescrição de todos os pedidos.
(D) decadência da integração das comissões.
68
Patrick entabulou acordo com a empresa Dreyer Ltda.,
em junho de 2023. Em julho de 2023, ainda receoso,
pois a empresa o informou que ele não teria direito ao
seguro-desemprego, procurou o seu escritório para re-
ceber orientação sobre o seu caso. Nesse caso,
(A) a informação do empregador está incorreta.
(B) não é possível acordo para extinguir o contrato de
trabalho.
(C) está correta a informação.
(D) a legislação não trata do assunto.
69
A empresa Bueno Ltda. dispensou Patrícia, sem justa
causa. A empregada foi informada que o aviso prévio
seria trabalhado. Dez dias após o início do aviso prévio,
a empresa decidiu continuar com a empregada. Cien-
tificada, Patrícia não tem interesse na reconsideração.
Nessa situação,
(A) a reconsideração é um ato unilateral do empregador.
(B) Maria deverá continuar trabalhando como se o aviso
prévio não tivesse existido.
(C) o aviso prévio pode ser reconsiderado até o décimo
quinto dia de sua ciência.
(D) a reconsideração é um ato bilateral.

67
A empresa BRW Ltda. estabeleceu, unilateralmente, um
Plano de Demissão Voluntária para seus empregados. O
referido PDV era vantajoso e com isso, João fez sua ade-
são. Ocorre que, dois meses depois, o empregado ajui-
zou ação trabalhista em face da empresa, requerendo
diversos direitos. Nessa situação,
(A) não é possível o ajuizamento de ação trabalhista.
(B) a adesão ensejou quitação plena e irrevogável.
(C) a adesão não ensejou quitação plena e irrevogável.
(D) o empregador não poderia regulamentar o PDV.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito Processual do Trabalho
Aryanna Linhares
70
Naldo trabalhava como caseiro na chácara de Laura. Al-
gum tempo depois de ser dispensado sem justa causa,
ajuizou reclamação trabalhista contra a ex-emprega-
dora. O reclamante postulou férias acrescidas de 1/3 e
décimos terceiros salários relativos aos 3 anos em que
perdurou o contrato.
O juiz julgou procedente o pedido de férias acrescidas
de 1/3 e improcedente o pedido dos décimos terceiros
salários. No prazo de 8 dias úteis contados da publicação
da sentença, apenas o reclamante recorreu, postulando
a reforma da sentença quanto aos décimos terceiros sa-
lários. A reclamada foi intimada acerca da interposição
do recurso ordinário pelo reclamante. Indique a alter-
nativa correta acerca da(s) medidas judiciais que podem
ser adotadas pela reclamada.
(A) a reclamada poderá apresentar apenas as contrarra-
zões ao recurso ordinário no prazo de 8 dias úteis.
(B) a reclamada poderá interpor apenas o recurso ordi-
nário adesivo.
(C) a reclamada poderá interpor o recurso ordinário
adesivo no prazo das contrarrazões ao recurso ordi-
nário, ficando dispensada da realização do preparo.
(D) a reclamada poderá apresentar contrarrazões e in-
terpor o recurso ordinário adesivo no prazo das con-
trarrazões ao recurso ordinário do reclamante, de-
vendo realizar o preparo.
71
Hagrid ingressou com reclamação trabalhista em face
de sua ex-empregadora, a Escola Hogwarts, postulando
o pagamento de férias vencidas e horas extraordinárias
com a respectiva projeção nas parcelas contratuais e
rescisórias especificadas na inicial. No momento da au-
diência, compareceram Hagrid com seu procurador e
apenas o advogado da empresa, com a procuração e a
defesa escrita, tendo em vista que o preposto da recla-
mada estava retido no trânsito havia mais de uma hora,
devido ao tráfego intenso na cidade por causa das notó-
rias obras que estavam sendo realizadas no entorno da
Vara do Trabalho. Com base no exposto, assinale qual
deve ser a conduta do juiz.
(A) Diante da ausência do preposto no momento da au-
diência, ainda que estivesse a caminho, o juiz deve
recusar a defesa e os documentos apresentados pelo
advogado da reclamada.
(B) Considerando que as obras são notórias e que, por
causa delas, o preposto ficou retido no tráfego, o juiz
deve remarcar a audiência e, somente nesta nova
data, receber a defesa e os documentos apresenta-
dos pela reclamada.
(C) Embora a ausência do preposto importe em revelia,
o juiz deve receber a defesa e os documentos apre-
sentados pelo advogado da reclamada.
(D) O juiz deve conceder 15 minutos de tolerância, uma
vez que o preposto está a caminho.
72
Aladim propôs reclamação trabalhista em face de Tape-
tes Turbinados do Gênio Ltda., sua ex-empregadora. Na
petição, formulou pedido de verbas rescisórias, férias
vencidas e horas extras. Quarenta dias depois do des-
ligamento de Aladim, já ocorreu a primeira audiência.
Nesta, devido à ausência de suas testemunhas, a re-
clamada requereu o seu adiamento e reconheceu que
não pagou as verbas rescisórias devidas. O juiz designou
uma 2ª audiência. No dia marcado, as testemunhas da
empresa compareceram. Além disso, logo no início da
sessão, a reclamada ofereceu o pagamento das verbas
rescisórias incontroversas adicionadas da multa do art.
477, § 8º, da CLT. Diante do exposto, assinale a alternati-
va correta no que diz respeito ao pagamento das verbas
rescisórias incontroversas.
(A) A reclamada já ofertou o pagamento logo no início
da audiência e, por isso, não fica sujeita a qualquer
outro pagamento adicional em relação às verbas da
ruptura contratual.
(B) Considerando que a parte incontroversa não foi qui-
tada já na 1ª audiência, a reclamada fica sujeita ao
pagamento das verbas rescisórias com o acréscimo
de 50%.
(C) Embora essas verbas não tenham sido quitadas logo
na 1ª audiência, a reclamada já pagará a multa do
art. 477, § 8º, CLT, e, por isso, não fica sujeita a ne-
nhuma outra penalidade.
(D) Considerando que a parte incontroversa não foi qui-
tada já na 1ª audiência, a reclamada fica sujeita ao
pagamento em dobro das verbas rescisórias devidas
ao reclamante.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
73
Super Vigia Ltda. presta serviços para o banco Cofre For-
te, sendo responsável por parte da equipe de vigilantes
que atualmente trabalha nas agências do banco. Thor e
Hulk são colegas e trabalhavam juntos, como vigilantes,
na agência do banco na cidade de Ijuí/RS. Enquanto Thor
fazia parte da Super Vigia Ltda., Hulk havia sido contra-
tado diretamente pelo banco. No mês de maio, Thor foi
dispensado sem justa causa. No mês de julho, foi a vez
de Hulk, também dispensado sem justa causa. Thor in-
gressou com uma reclamação trabalhista ainda no mês
de maio e Hulk, vinte dias depois de sua dispensa. Am-
bos pleiteiam o pagamento do adicional de periculosida-
de não pago durante a vigência do contrato de trabalho,
dentre outras coisas. Diante dessa situação, no que se
refere ao pedido do adicional de periculosidade, indique
a alternativa correta.
(A) Tanto Thor quanto Hulk devem realizar prova pericial
quanto à periculosidade.
(B) Como Hulk foi contratado diretamente pelo banco,
é considerado bancário e não faz jus ao adicional de
periculosidade.
(C) Na ação de Thor, é desnecessária a realização de pe-
rícia, pois, como vigilante, tem direito ao adicional de
periculosidade em razão de preceito legal, porém, na
ação de Hulk, a perícia deve ser realizada, já que foi
contratado diretamente pelo banco, não sendo con-
siderado vigilante propriamente dito.
(D) Em ambas as reclamações trabalhistas, a realização
de perícia para provar a periculosidade é desneces-
sária, porque o vigilante tem direito ao adicional de
periculosidade em razão de preceito legal.
74
Um auditor fiscal do trabalho lavrou auto de infração
aplicando penalidade administrativa à empresa Ferros
D´Ouro por não cumprir os percentuais mínimos de em-
pregados com deficiência. Inconformada, a empresa ar-
gumentou que tentou de todas as formas encontrar pes-
soas com deficiência com as qualificações necessárias
para o trabalho, mas não obteve êxito. No entanto, con-
tratou vários aprendizes com deficiência e a quantidade
deles hoje presentes na empresa supera a quota exigida
de empregados com deficiência. Diante dessa situação,
considerando o que vigora no ordenamento jurídico bra-
sileiro e supondo que você fosse contratado como advo-
gado da empresa, indique a alternativa correta.
(A) Proporia uma ação na justiça comum para tentar
anular o auto de infração lavrado pelo órgão de fisca-
lização da relação de trabalho.
(B) Embora o número de aprendizes com deficiência su-
pere a quantidade exigida para a contratação de em-
pregados com deficiência, não é possível o cômputo
do aprendiz na cota de deficiente, pois a legislação
em vigor veda tal prática.
(C) Como o número de aprendizes com deficiência supe-
ra a quota exigida de empregados com deficiência, é
possível o cômputo do aprendiz na cota de deficien-
te, sendo indevida a aplicação da penalidade.
(D) É condição de admissibilidade de recurso administra-
tivo o depósito prévio da multa.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito do Previdenciário
Fernando Maciel
75
Após trabalhar como empregado de uma empresa de
construção civil por exatos 18 meses, oportunidade em
que vinha recebendo remuneração mensal equivalente
ao salário-mínimo, Júlio Mendes foi preso em regime
fechado pela prática do crime de estelionato. Em virtu-
de disso, a esposa e o filho recém-nascido de Júlio, na
condição de dependentes previdenciários, formalizaram
perante o INSS o pedido de auxílio-reclusão. Referido
benefício será:
(A) Deferido, pois o auxílio-reclusão dispensa a carência
previdenciária.
(B) Indeferido, pois o auxílio-reclusão exige 12 meses de
carência previdenciária.
(C) Deferido, pois o auxílio-reclusão exige 18 meses de
carência previdenciária.
(D) Indeferido, pois o auxílio-reclusão exige 24 meses de
carência previdenciária
76
Marcus Sampaio é aposentado do INSS desde
17/06/2018, data em que passou a receber a sua apo-
sentadoria por idade. Após dois anos da concessão do
seu benefício Marcus iniciou a sofrer de Alzheimer, o que
fez com que passasse a depender permanentemente do
auxílio de uma terceira pessoa. Considerando a situação
de Marcus, assinale a alternativa correta em matéria de
adicional de 25% (auxílio-acompanhante):
(A) Marcus fará jus ao adicional de 25%, desde que a su-
perveniente dependência de um acompanhante seja
constatada pela perícia médica federal.
(B) Marcus não terá direito ao adicional de 25%, pois
esse acréscimo é extensível apenas aos aposentados
por incapacidade permanente (invalidez).
(C) Marcus fará jus ao adicional de 25%, que será incor-
porado ao valor de sua aposentadoria e, quando de
seu óbito, será acrescido ao valor da pensão de seus
dependentes.
(D) Marcus não fará jus ao adicional de 25%, pois esse
auxílio foi extinto com a EC 103/19.
Direito Financeiro
Anderson Ferreira
77
O Poder Executivo de um determinado ente federativo
elabora um projeto de Lei que compreenderá as metas
e prioridades da administração pública federal, estabe-
lecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas me-
tas, em consonância com trajetória sustentável da dívi-
da pública.
Diante do cenário, assinale a alternativa correta.
(A) A matéria tratada em tal projeto de Lei é destinada a
uma Lei complementar.
(B) O quórum para aprovação da supracitada Lei é de
maioria simples do parlamento.
(C) O quórum para aprovação da supracitada Lei é de
2/3 do parlamento.
(D) O referido projeto de Lei é relativo ao orçamento
anual do ente federativo.
78
Acerca das disposições da Lei n. 4.320/1964 sobre a lei
orçamentária anual, assinale a afirmativa correta.
(A) Todas as receitas e despesas constarão do orçamen-
to pelos seus totais, permitidas deduções em caso de
emenda parlamentar.
(B) Integrarão a Lei do orçamento o quadro demons-
trativo do programa anual de trabalho do governo,
em termos de realização de obras e de prestação de
serviços.
(C) É vedada autorização no orçamento para a abertura
de créditos adicionais especiais.
(D) O orçamento não pode conter autorização para o
Poder Executivo realizar operações de crédito para
antecipação de receita.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito Eleitoral
Odair José
79
Rogerinho, filiado ao partido Alfa, teve seu mandato de De-
putado Federal, pelo Estado Delta, cassado em razão de con-
denação judicial pelo Tribunal Superior Eleitoral pela prática
de abuso de poder econômico durante a sua campanha elei-
toral. Aquele Tribunal determinou que a primeira suplente
do partido de Rogerinho, a Sra. Roberta, fosse diplomada a
fim de tomar posse na vaga deixada por Rogerinho.
Acontece que o Tribunal Regional Eleitoral do Estado
Delta (TRE-Delta) diplomou a candidata Raquel do parti-
do Beta, sob a alegação de que Roberta não havia alcan-
çado votação nominal mínima determinada pelo Código
Eleitoral, no seu artigo 108.
Diante do fato narrado, Roberta consulta um advogado a
fim de saber qual medida a ser tomada contra a decisão
do TRE-Delta. Tendo como referência a jurisprudência e
a legislação eleitoral vigente, o advogado consultado de-
verá informar que
(A) caberá Apelação para o TRE-Delta, com fundamento
no art. 112, parágrafo único, do Código Eleitoral.
(B) Roberta deverá interpor Recurso Especial junto ao
Tribunal Superior eleitoral, com fundamento no art.
112, parágrafo único do Código Eleitoral, que dispen-
sa a votação nominal mínima ao Suplente.
(C) o parágrafo único do art. 112 do Código Eleitoral, de-
clarado constitucional pelo Supremo Tribunal Fede-
ral, dispensa a necessidade de votação mínima para
posse de suplente.
(D) Roberta não poderá ser diplomada por não atender
exigência expressa de votação nominal mínima pres-
crita pelo Código Eleitoral.
80
Nas eleições municipais da Cidade Gama, o partido Alfa
elegeu 2 vereadores, Maria e João. Acontece que restou
comprovada fraude à cota de gênero promovida pelo
partido Alfa, com a anuência de Maria e do presidente
do partido.
João, que não participou da fraude e não tinha qualquer
conhecimento acerca dela, consultou um advogado a
fim de saber sobre os riscos da perda do seu mandato
de vereador.
O advogado consultado respondeu corretamente que
(A) João não perderá o mandato, porque não participou
da fraude.
(B) todos os eleitos pelo partido Alfa perderão o manda-
to e ficarão inelegíveis pelo prazo de oito anos.
(C) Maria perderá o mandato de vereadora e ficará ine-
legível pelo prazo de oito anos; o presidente do parti-
do ficará inelegível pelo prazo de oito anos; João não
perderá o mandato.
(D) João e Maria perderão os seus mandatos de verea-
dores; Maria e o presidente do partido Alfa ficarão
inelegíveis por oitos a contar da eleição em que ocor-
reu a fraude à cota de gênero.
 1° Simulado
OAB
1ª Fase do Exame 39º

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
B B B A A C A A A C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C B D C D B D B C B
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
D B D A B A A A A A
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
D D C D D C A A B D
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
B B D C B A A D A B
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
B C C B D C A A D B
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
C C C A C A C C D D
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
C B D B D B B C C D
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1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Ética Profissional
Maria Christina
1 ação posta, assinale a opção correta.
Joana foi secretária de um grande escritório de advo-
cacia no centro do Distrito Federal. Ao longo de seus
estudos para o exame de ordem escutava do dono do
escritório que jamais passaria de uma “secretariazinha”,
gerando um grande mal-estar junto aos demais colegas.
Ao ser aprovada no Exame de Ordem, continuava sen-
do humilhada diariamente com piadas de mal gosto de
seu chefe, entrando em quadro habitual de ansiedade e
depressão. Não suportando mais tal situação, Joana aca-
bou pedindo demissão e realizou uma denúncia junto
ao tribunal de ética e disciplina da seccional. Diante dos
fatos, assinale a alternativa correta.
(A) O dono do escritório de advocacia responderá a um
processo administrativo disciplinar visando à aplica-
ção de penalidade de censura.
(B) O dono do escritório de advocacia responderá a um
processo administrativo disciplinar visando à aplica-
ção de penalidade de suspensão.
(C) O dono do escritório de advocacia responderá a um
processo administrativo disciplinar visando à aplica-
ção de penalidade de exclusão.
(D) O dono do escritório de advocacia responderá a um
processo administrativo disciplinar visando à aplica-
ção de penalidade de advertência.
Letra b.
Assunto abordado: Penalidades
(a) Errada. Penalidade de suspensão – art. 34,
XXX, do EOAB.
(b) Certa. O assédio moral, sexual ou qualquer discrimi-
nação gera aplicação de penalidade de suspensão. Art.
34, XXX, do EOAB.
(c) Errada. Penalidade de suspensão – art. 34,
XXX, do EOAB.
(d) Errada. Penalidade de suspensão – art. 34,
XXX, do EOAB.
2
João, advogado recém aprovado no Exame de Ordem,
decidiu exercer a advocacia em Portugal. Diante da situ-
(A) Diante da reciprocidade existente entre ambos os
países, João poderá advogar em Portugal sem a ne-
cessidade de revalidação do diploma e aprovação no
exame de ordem.
(B) João, para poder advogar em Portugal, deverá revali-
dar seu diploma e ser aprovado no Exame de Ordem
de Portugal.
(C) João, para poder advogar em Portugal, precisa sim-
plesmente estar vinculado a um advogado português
por 3 anos.
(D) João, para poder advogar em Portugal, deverá cursar
a faculdade de direito no país.
Letra b.
Assunto abordado: Requisitos para inscrição
como advogado
(a) Errada. A reciprocidade foi cancelada de forma unila-
teral por Portugal em junho de 2023.
(b) Certa. Precisa revalidar o diploma brasileiro e ser
aprovado no Exame de Ordem em Portugal.
(c) Errada. Não existe tal requisito.
(d) Errada. Precisa revalidar o diploma brasileiro e ser
aprovado no Exame de Ordem em Portugal.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
3 4
Sobre os atos privativos de advogado, assinale a op-
ção correta.
(A) A consultoria jurídica é ato privativo de advogado
que somente poderá ser exercida mediante a assina-
tura de procuração e contrato de honorários.
(B) A assessoria jurídica é ato privativo de advogado que
poderá ser exercida independentemente de assina-
tura de procuração e contrato de honorários.
(C) A consultoria jurídica é ato privativo de advogado,
que pode ser exercida de forma verbal ou por escri-
to, desde que seja assinada procuração e contrato de
honorários.
(D) A assessoria jurídica é ato privativo de advogado,
que pode ser exercida somente de forma escrita,
desde que seja assinada procuração e contrato de
honorários.
Letra b.
Assunto abordado: Atos privativos do advogado
(a) Errada. Independentemente de procuração e contra-
to de honorários.
(b) Certa. Consultoria e assessoria jurídica são atos pri-
vativos de advogado que podem ser exercidos verbal-
mente ou por escrito, independentemente de procura-
ção ou contrato de honorários.
(c) Errada. Independentemente de procuração e contra-
to de honorários.
(d) Errada. Verbal ou por escrito.
Sobre os requisitos para se inscrever como advogado,
assinale a opção correta.
(A) O exame de ordem deve ser regulamentado por pro-
vimento do Conselho Federal da OAB e aplicado por
cada uma das seccionais.
(B) O compromisso pode ser prestado por terceiro me-
diante a apresentação de procuração devidamente
registrada em cartório.
(C) O impedimento de ingresso nos quadros da OAB por
pessoa que esteja respondendo a processo criminal
por tentativa de feminicídio somente pode ocorrer
após o trânsito em julgado do processo criminal.
(D) Somente será deferido o ingresso nos quadros da
OAB mediante apresentação de diploma.
Letra a.
Assunto abordado: Requisitos para se inscrever
como advogado
(a) Certa. Art. 8° do EOAB.
(b) Errada. O compromisso é ato pessoal, não admitindo
que seja feito por procuração.
(c) Errada. Não é necessário o trânsito em julgado, pois
as instâncias são independentes.
(d) Errada. Diploma ou certificado de conclusão de curso
com histórico escolar autenticado.
5
Sobre os direitos das gestantes, lactantes, puérperas e
adotantes, assinale a opção correta.
(A) A gestante terá o direito de não ser submetida a
raio-x e a detector de metal, bem como a vagas prio-
ritárias.
(B) A lactante terá o direito de não ser submetida a raio-x
e a detector de metal, bem como a vagas prioritárias.
(C) A puérpera terá o direito de não ser submetida a
raio-x e a detector de metal, bem como a vagas prio-
ritárias.
(D) A adotante terá o direito de não ser submetida a
raio-x e a detector de metal, bem como a vagas prio-
ritárias.
Letra a.
Assunto abordado: Direitos das gestante
(a) Certa. Direito único da gestante previsto no art. 7°,
A, I, do EOAB.
(b) Errada. Direito único da gestante.
(c) Errada. Direito único da gestante.
(d) Errada. Direito único da gestante.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

6 8
Sobre as competências dos órgãos da OAB, assinale a al-
ternativa correta.
(A) Compete ao CFOAB alterar o regulamento geral pelo
voto da maioria simples.
(B) Compete ao CFOAB intervir nas seccionais pelo voto
da maioria simples.
(C) Compete às Seccionais intervir nas subseções pelo
voto de 2/3 de seus membros.
(D) Compete às Subseções intervir na Caixa de Assistên-
cia pelo voto de 2/3 de seus membros.
Letra c.
Assunto abordado: Órgãos da OAB
Sobre o direito a voz e voto no pleno do Conselho Fede-
ral da OAB, assinale a opção correta.
(A) Os conselheiros federais têm direito a voz e voto nas
sessões do pleno do Conselho Federal da OAB.
(B) O atual presidente do Conselho Federal tem direito a
voz e voto nas sessões do pleno do Conselho Federal
da OAB.
(C) Os ex-presidentes do Conselho Federal têm direito a
voz e voto nas sessões do pleno do Conselho Federal
da OAB.
(D) O agraciado com a medalha Rui Barbosa presidente
do Conselho Federal tem direito a voz e voto nas ses-
sões do pleno do Conselho Federal da OAB.

(a) Errada. Voto de 2/3. Letra a.

(b) Errada. Voto de 2/3. Assunto abordado: Órgãos da OAB
(c) Certa. As seccionais podem intervir em suas subse-
ções e caixa de assistência pelo voto de 2/3. (a) Certa. Os conselheiros têm direito a voz e voto.
(d) Errada. A seccional que intervém em sua caixa de (b) Errada. O atual presidente só vota para desempatar
assistência. (voto de minerva).
(c) Errada. Os ex-presidente só votam se forem anterio-
7 res a 1994.
Sobre o processo eleitoral da OAB, assinale a alternati- (d) Errada. Só tem direito a voz.
va correta.
(A) As chapas devem ser compostas por no mínimo 50%
de ambos os sexos como forma de paridade.
(B) O voto nas eleições é obrigatório, sob pena de mul-
ta de 30% em caso de não comparecimento injus-
tificado.
(C) As seccionais devem tomar posse no dia 02 de janei-
ro do primeiro ano de mandato e o Conselho Fede-
ral, em 02/02 do primeiro ano de mandato.
(D) As eleições das seccionais ocorrem no 3° ano de
mandato na primeira quinzena de novembro.

Letra a.
Assunto abordado: Processo eleitoral

(a) Certa. 50% de ambos os sexos sob pena de indeferi-

mento da chapa.
(b) Errada. Multa de 20%.
(c) Errada. Seccional toma posse em 01/01 e o CFOAB,
no dia 01/02.
(d) Errada. Na segunda quinzena de novembro.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Filosofia do Direito
Odair José
9 namento estatal, ela não reside na ausência de uma san-
“O direito é um sistema entendido como um texto reple-
to de proposições e interpretações normativas ou como
uma instituição, isto é, como um complexo de regulati-
vos da ação”.
HABERMAS, Jürgen. Direito e democracia: entre factici-
dade e validade. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
O filósofo alemão Jürgen Habermas tem uma concepção
de direito que vai além da definição juspostivista, por-
que não o limita a um mero sistema de normas.
Assinale a alternativa que, segundo a obra em referên-
cia, apresenta a correta compreensão do direito no pen-
samento de Habermas.
(A) O Direito é um comando para ação, age organizando
os mecanismos de interação do convívio social, mo-
dulando os encontros entre subjetividades e interes-
se de cunho social.
(B) A legalidade é o elemento central e mais importan-
te para legitimação do direito, porque determina as
condições de validade na aplicação da norma.
(C) A moral é determinadora do direito, porque esta-
belece as condições de existência da normatividade
jurídica e o modo como as relações são reguladas no
espaço público.
(D) O Direito se resume à vontade legislativa do Estado
e se realiza mediante os mecanismos de coerção que
se encontram à sua disposição.
Letra a.
Assunto abordado: Teoria habermasiana do Direito/Di-
reito e moral
(a) Certa. Para Habermas, o direito não se resume a um
sistema de normas, ele define procedimentos para o agir
comunicativo na esfera pública, o direito modula inte-
resses sociais, o que proporciona melhores condições
para as relações intersubjetivas.
(b) Errada. A alternativa traz uma concepção juspositivis-
ta do direito, entra em contradição com o próprio enun-
ciado da questão.
(c) Errada. Habermas admite que o direito absorve ele-
mentos da moral, mas não é defensor da ideia de que a
moral determine o direito, ao contrário, o direito é autô-
nomo em relação a moral.
(d) Errada. A alternativa está fundamentada no positi-
vismo kelseniano, diferencia-se do postulado por Haber-
mas, conforme se observa desde logo no próprio enun-
ciado da questão.
10
“Se existe uma diferença entre ordenamento internacio-
nal e outros ordenamentos, como por exemplo, o orde-
ção regulada, porém, quando muito, somente no modo
como é regulada”.
BOBBIO, Norberto. Teoria da Norma Jurídica. São Paulo:
Edipro, 2016, p. 169).
A partir da análise de N. Bobbio acerca das especificida-
des da sanção de uma ordem jurídica internacional, assi-
nale a alternativa que faz correta afirmação, nos termos
da obra em referência.
(A) Nos ordenamentos jurídicos internacionais, inexis-
tem sanções, porque os Estados são dotados de so-
berania, o que é impeditivo a determinação de san-
ção por uma ordem jurídica externa.
(B) Todo ordenamento internacional é fundado sobre os
mesmos princípios definidores das sanções estatais.
(C) A sanção jurídica de um ordenamento internacional
se diferencia da sanção regulada por uma ordem
estatal, porque a sanção da ordem internacional se
fundamenta no princípio da autotutela ou da hete-
rotutela.
(D) A soberania dos Estados não admite a submissão a
qualquer tipo de sanção de uma jurídica externa.
Letra c.
Assunto abordado: Teoria da norma de Norberto Bob-
bio/Direito internacional/Sanção jurídica
(a) Errada. A soberania não é impeditiva à submissão de
um Estado à uma sanção de uma ordem jurídica inter-
nacional, ademais, a afirmação é contraditória em rela-
ção ao enunciado, porque Bobbio admite a existência de
sanção jurídica de uma ordem internacional.
(b) Errada. A afirmação entra em contradição com a afir-
mação de Bobbio transcrita no enunciado da questão,
porque ali já se admite de pronto a existência de dife-
renças entre a sanção estatal e a sanção de uma ordem
internacional.
(c) Certa. Reproduz o que Bobbio afirma acerca da san-
ção de uma ordem internacional, ela se fundamenta na
autotutela ou na heterotutela.
(d) Errada. Reproduz o que já havia sido afirmado na al-
ternativa A.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito Constitucional
Ana Paula Blazute
11
Laura, servidora do TRT, ocupante do cargo efetivo de
analista judiciário, foi eleita prefeita de determinado
município. Nessa situação hipotética, segundo as dis-
posições constitucionais aplicáveis ao servidor público
ocupante de mandato eletivo, Laura
(A) não será afastada de seu cargo efetivo.
(B) não poderá permanecer filiada ao regime próprio de
previdência social.
(C) será afastada do seu cargo efetivo e terá a faculdade
de optar pela remuneração de um ou outro.
(D) perceberá as vantagens de seu cargo efetivo, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, desde que
haja compatibilidade de horários.
Letra c.
Assunto abordado: Servidores Públicos
Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar
pela sua remuneração.
12
O Presidente da República editou medida provisória so-
bre matéria (I) reservada a lei complementar e (II)que
vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança po-
pular ou qualquer outro ativo financeiro e sobre (III) na-
cionalidade. De acordo com a Constituição Federal,
(A) a edição de medida provisória é permitida nos
três casos.
(B) a edição de medida provisória é vedada nos
três casos.
(C) a edição de medida provisória é permitida nos três
casos, desde que haja relevância e urgência.
(D) a edição de medida provisória é permitida vedada
nos dois primeiros casos, mas permitida no últi-
mo caso.
Letra b.
Assunto abordado: Processo Legislativo
Art. 62. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias
sobre matéria:
I - relativa a:
nacionalidade
II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de pou-
pança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
III - reservada a lei complementar;
13
Pedro quer obter uma certidão junto ao INSS, declaran-
do não existir nenhum benefício atual em seu nome. No
entanto, o INSS, sem qualquer justificativa, negou o pe-
dido de emissão de certidão. Nesse caso, assinale qual a
medida judicial que Pedro pode ajuizar:
(A) Habeas data.
(B) Mandado de injunção.
(C) Habeas corpus.
(D) Mandado de segurança.
Letra d.
Assunto abordado: Remédio Constitucional
Quando houver negativa de certidão caberá Mandado
de Segurança.
Art. 5º, LXIX, CF - conceder-se-á mandado de segu-
rança para proteger direito líquido e certo, não am-
parado por habeas corpus ou habeas data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público.
14
Pedro é brasileiro naturalizado. De acordo com a Cons-
tituição Federal, Pedro NÃO poderá ocupar, dentre ou-
tros, os cargos de
(A) Ministro de Estado da Defesa; de Prefeito; e de oficial
das Forças Armadas.
(B) Presidente e Vice-Presidente da República; de Go-
vernador de Estado; e de Prefeito.
(C) Ministro do Supremo Tribunal Federal; de Ministro
de Estado da Defesa; e da carreira diplomática.
(D) Ministro de Estado da Defesa; de Prefeito; e de oficial
das Forças Armadas.
Letra c.
Assunto abordado: Nacionalidade
Art. 12, § 3º São privativos de brasileiros natos os
cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

15 Letra b.
O Poder Judiciário aumentou os vencimentos dos servi- Assunto abordado: Repartição de competências
dores públicos federais sob o fundamento de isonomia.
Para combater o ato ilegal praticado, cabe ao interessa- ADI 1.007 – PE Lei estadual que fixa prazo para paga-
do ajuizar: mento das mensalidades escolares com vencimento
(A) ação civil pública. no último dia do mês da prestação do serviço – In-
(B) mandado de segurança. constitucional – Direito Civil (relação contratual).
(C) mandado de injunção.
(D) reclamação. É cabível a ADI em conformidade com o art. 102,
I, a, da CF:
Letra d.
Assunto abordado: Súmula Vinculante Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, pre-
cipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
Segundo a Súmula Vinculante 37 - Não cabe ao Poder I - processar e julgar, originariamente:
Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou
vencimentos de servidores públicos sob o fundamento ato normativo federal ou estadual
de isonomia.
Quando há violação à Súmula Vinculante, caberá Recla- Direitos Humanos
mação Constitucional, conforme o art. 103, § 3º, CF:
Alice Rocha
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que
17
contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente
Em um estado brasileiro, houve uma grave violação dos
a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Fe-
direitos humanos em um caso envolvendo crimes de tor-
deral que, julgando-a procedente, anulará o ato ad-
tura e execuções extrajudiciais cometidos por policiais
ministrativo ou cassará a decisão judicial reclamada,
locais contra membros de uma comunidade vulnerável.
e determinará que outra seja proferida com ou sem a
Diante da repercussão nacional e internacional do caso
aplicação da súmula, conforme o caso.
e da preocupação com a impunidade dos envolvidos,
uma organização não governamental (ONG) de direitos
16 humanos solicitou seu parecer como especialista em di-
A Lei Estadual n. 123/2023 fixou o prazo para pagamento
reitos humanos sobre a possibilidade de federalização
das mensalidades escolares com vencimento no último
de crimes por violação de direitos humanos
dia do mês da prestação do serviço. De acordo com a
Com base na Constituição Federal de 1988, qual é o órgão
jurisprudência do STF e a Constituição Federal, marque
competente para autorizar a federalização nesse caso:
a alternativa correta.
(A) Congresso Nacional.
(A) A lei estadual é constitucional.
(B) Supremo Tribunal Federal.
(B) A lei estadual é inconstitucional, por se tratar da
(C) Ministério da Justiça e Segurança Pública.
competência privativa da União legislar sobre Direito
(D) Superior Tribunal de Justiça.
Civil (relação contratual), cabendo o ajuizamento de
uma ADI.
Letra d.
(C) A lei estadual é inconstitucional, por se tratar da
Assunto abordado: Incidente de deslocamento de
competência privativa da União legislar sobre Direito
competência
Civil (relação contratual), cabendo o ajuizamento de
uma ADPF.
Art. 109, § 5º, (CF) “Nas hipóteses de grave violação
(D) A lei estadual é inconstitucional, por se tratar da
de direitos humanos, o Procurador-Geral da Repúbli-
competência privativa da União legislar sobre Direito
ca, com a finalidade de assegurar o cumprimento de
Civil (relação contratual), cabendo o ajuizamento de
obrigações decorrentes de tratados internacionais de
uma ADO.
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, pode-
rá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal.”
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
18
Em uma comunidade carente chamada Favela Nova Bra-
sília, localizada em uma grande cidade brasileira, ocorre-
ram frequentes violações de direitos humanos, incluin-
do falta de acesso a serviços básicos, como educação e
saúde, além de confrontos violentos entre moradores e
forças de segurança. Muitos moradores vivem em con-
dições precárias e enfrentam ameaças constantes. In-
dignados com o apoio precário do Estado, os líderes da
comunidade buscam apoio no Sistema Interamericano
de proteção dos Direitos Humanos.
Considerando a situação hipotética descrita, o principal
instrumento de direitos humanos que pode ser invocado
para defender os direitos dos moradores da Favela Nova
Brasília é:
(A) Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais
e Culturais.
(B) Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pac-
to de São José da Costa Rica).
(C) Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação Racial.
(D) Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou
Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes.
Letra b.
Assunto abordado: Convenção Americana de Direi-
tos Humanos
Como principal instrumento de defesa dos Direitos Hu-
manos no Sistema Interamericano, a Convenção Ame-
ricana deve ser utilizada como ponto de partida para a
defesa dos membros desta comunidade. Todas as de-
mais alternativas versam sobre Convenções do sistema
internacional de proteção.
Direito Internacional
Alice Rocha
19
Uma empresa brasileira deseja firmar um contrato co-
mercial com uma empresa alemã para a compra e ven-
da de produtos eletrônicos. Buscando segurança para
o estabelecimento do contrato, a empresa contrata
você como advogado especializado em contratos in-
ternacionais.
Com base no Direito Internacional Privado, qual dos
seguintes critérios pode ser considerado um elemento
de conexão relevante para determinar a lei aplicável ao
contrato em questão:
(A) A nacionalidade do representante legal da empresa
brasileira.
(B) A nacionalidade da empresa alemã.
(C) O local de celebração do contrato.
(D) O local de residência do representante legal da em-
presa brasileira.
Letra c.
Assunto abordado: Elemento de conexão
Com base no art. 9 da LINDB: “Para qualificar e re-
ger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se
constituirem.”
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
20
Maria, uma cidadã estrangeira, obteve um visto de tra-
balho temporário para o Brasil e passou a residir e tra-
balhar no país legalmente. Durante sua estadia, Maria
cometeu um crime no Brasil e foi condenada à prisão. Os
familiares de Maria contratam você como advogado (a)
para auxiliar na defesa de Maria.
Com base no Direito Internacional Público e na condi-
ção jurídica do estrangeiro no Brasil você deve infor-
má-los que:
(A) Maria deve ser imediatamente deportada, indepen-
dentemente da gravidade do crime.
(B) Maria deve cumprir sua pena no Brasil, de acordo
com as leis brasileiras.
(C) Maria pode solicitar asilo político no Brasil para evi-
tar a prisão.
(D) Maria deve ser julgada em seu país de origem, inde-
pendentemente do crime cometido no Brasil.
Letra b.
Assunto abordado: Saída compulsória de estrangeiro
Nos termos do Direito Internacional Público, um estran-
geiro que comete um crime em um país deve ser pro-
cessado e cumprir sua pena de acordo com as leis desse
país. No caso de Maria, que cometeu um crime no Brasil,
ela deve ser julgada e, se condenada, cumprir sua pena
de acordo com as leis brasileiras.
Direito Tributário
Maria Christina
21
O Presidente da República editou uma medida provisó-
ria, instituindo o Imposto sobre Grandes Fortunas, tendo
em vista a necessidade de aumentar a arrecadação tri-
butária do País com vigência imediata. Diante da situa-
ção, assinale a opção correta.
(A) O tributo é constitucional.
(B) O tributo é inconstitucional por violação à com-
petência.
(C) O tributo é constitucional, pois, por ser matéria re-
servada à lei ordinária, admite a criação mediante
medida provisória.
(D) O tributo é inconstitucional por violação aos princí-
pios da anterioridade anual e nonagesimal.
Letra d.
Assunto abordado: Legalidade
(a) Errada. O tributo é inconstitucional por violação ao prin-
cípio da legalidade por ser matéria reservada à lei comple-
mentar (art. 153, VII, da CF) e por violação aos princípios da
anterioridade anual e nonagesimal, já que não pode produ-
zir efeitos de imediato (art. 150, III, b e c, da CF).
(b) Errada. Não há violação à competência, já que o IGF
é da União.
(c) Errada. O tributo é inconstitucional por violação ao
princípio da legalidade por ser matéria reservada à lei
complementar (art. 153, VII, da CF).
(d) Certa. O tributo é inconstitucional por violação ao
princípio da legalidade por ser matéria reservada à lei
complementar (art. 153, VII, da CF) e por violação aos
princípios da anterioridade anual e nonagesimal, já que
não pode produzir efeitos de imediato (art. 150, III, b e
c, da CF).
22
O ministério da fazenda editou uma portaria aumentan-
do a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializa-
dos de 5% para 110%, como forma de desestimular o
consumo de determinado tributo. Tal medida passou a
produzir efeitos de imediato. Diante dos fatos, assinale
a opção correta.
(A) O imposto sobre produtos industrializados só pode
ter alíquotas alteradas por decreto, e não por
portaria.
(B) O tributo é inconstitucional, pois, apesar de as alí-
quotas poderem ser alteradas por portaria, somente
poderiam produzir efeitos após 90 dias da publica-
ção do ato.
(C) O tributo é inconstitucional, pois as alíquotas somen-
te podem ser alteradas por decreto podendo, no en-
tanto, produzir efeitos de imediato.
(D) O tributo é inconstitucional, pois as alíquotas somen-
te podem ser alteradas por decreto podendo, no en-
tanto, produzir efeitos após 90 dias da publicação
do ato.
Letra b.
Assunto abordado: Legalidade e anterioridade
(a) Errada. O IPI pode ter as alíquotas alteradas por ato
do poder executivo (decreto, portaria, instrução norma-
tiva...) art. 153, § 1°, da CF.
(b) Certa. As alíquotas do IPI podem ser alteradas por
portaria, mas somente podem produzir efeitos após 90
dias – art. 150, § 1°, da CF.
(c) Errada. Certa. As alíquotas do IPI podem ser alteradas
por portaria, mas somente podem produzir efeitos após
90 dias – art. 150, § 1°, da CF.
(d) Errada. Certa. As alíquotas do IPI podem ser altera-
das por portaria, mas somente podem produzir efeitos
após 90 dias – art. 150, § 1°, da CF.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
23
Joana efetuou a doação de um bem imóvel para um Pro-
jeto do Poder Executivo de seu município que desenvol-
ve atividades de preservação do meio ambiente. Diante
dos fatos, assinale a opção correta.
(A) Joana terá imunidade de ITCMD nas doações ligadas
ao meio ambiente.
(B) Joana terá imunidade de ITCMD nas doações ligadas
ao meio ambiente somente quando a legislação es-
tadual expressamente determinar.
(C) Joana terá imunidade de ITCMD somente nas doa-
ções ligadas ao meio ambiente para Instituições de
Ensino Superior.
(D) Joana não terá imunidade de ITCMD.
Letra d.
Assunto abordado: Imunidade
(a) Errada. Somente para o Poder Executivo da União.
(b) Errada. Não precisa de legislação estadual.
(c) Errada. A imunidade de ITCMD somente se aplica às
doações ligadas ao Poder Executivo da União ligadas a
projetos ambientais ou a Instituições de Ensino Superior.
(d) Certa. A imunidade de ITCMD somente se aplica às
doações ligadas ao Poder Executivo da União ligadas a
projetos ambientais ou a Instituições de Ensino Superior
– art. 155, § 1°, V, da CF.
24
O estado do Mato Grosso editou uma lei ordinária ins-
tituindo um novo imposto sobre veículos não motori-
zados de duas rodas com efeitos imediatos. Diante dos
fatos, assinale a opção correta.
(A) O tributo é inconstitucional, pois o estado não tem
competência para criar tal tributo.
(B) O tributo é inconstitucional por violação à compe-
tência, mas poderia ser criado por lei ordinária.
(C) O tributo é inconstitucional por violação à legalida-
de, mas poderia ser criado pelo estado.
(D) O tributo é constitucional e poderia produzir efeitos
de imediato por ser exceção aos princípios da ante-
rioridade anual e nonagesimal.
Letra a.
Assunto abordado: Imposto residual
(a) Certa. A criação de novos impostos residuais é de
competência exclusiva da União – art. 154, I, da CF.
(b) Errada. Houve violação à competência por ser da
União e por violação ao princípio da legalidade pois deve
ser criado por lei complementar – art. 154, I, da CF.
(c) Errada. Houve violação à competência por ser da
União e por violação ao princípio da legalidade pois deve
ser criado por lei complementar – art. 154, I, da CF.
(d) Errada. Houve violação à competência por ser da
União, por violação ao princípio da legalidade pois deve
ser criado por lei complementar e violação aos princí-
pios da anterioridade anual e nonagesimal já que não
pode produzir efeitos de imediato – art. 154, I, da CF.
25
João possui dívidas com a União e, na tentativa de qui-
tá-las, resolveu realizar um pedido de parcelamento
fiscal, o qual foi indeferido. Diante do caso, assinale a
opção correta.
(A) O mero pedido de parcelamento interrompe o prazo
de decadência.
(B) O mero pedido de parcelamento interrompe o prazo
de prescrição.
(C) O mero pedido de parcelamento suspende o prazo
de decadência.
(D) O mero pedido de parcelamento suspende o prazo
de decadência.
Letra b.
Assunto abordado: Parcelamento
(a) Errada. A decadência não pode ser interrompida
nem suspensa.
(b) Certa. Súmula 653 do STJ. O mero pedido de parce-
lamento gera reconhecimento de dívida e interrompe o
prazo de prescrição.
(c) Errada. Súmula 653 do STJ.
(d) Errada. A decadência não pode ser interrompida
nem suspensa.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito Administrativo
Gustavo Brígido
26
A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Me-
trô-DF), sociedade de economia mista do Distrito Fede-
ral, presta serviço essencial em regime de exclusividade
e sem intuito lucrativo. Você, advogado especialista em
Direito Administrativo, foi procurado pelo jurídico do
Metrô-DF para emitir parecer acerca da possibilidade
de os débitos desta sociedade de economia mista serem
pagos pelo regime de precatórios. A orientação correta
a ser apresentada é no sentido de que
(A) mesmo sociedades de economia mista, como o Me-
trô-DF, submetem-se ao regime de precatórios (arti-
go 100 da Constituição Federal) para a satisfação de
seus débitos, desde que prestem serviço essencial
em regime de exclusividade e sem intuito lucrativo.
(B) mesmo sociedades de economia mista, como o Me-
trô-DF, por possuírem personalidade jurídica de di-
reito público, submetem-se ao regime de precatórios
(artigo 100 da Constituição Federal) para a satisfação
de seus débitos, desde que prestem serviço essencial
em regime de exclusividade e sem intuito lucrativo.
(C) apenas entidades autárquicas, com personalidade
jurídica de direito público, submetem-se ao regime
de precatórios (artigo 100 da Constituição Federal)
para a satisfação de seus débitos.
(D) todas as entidades administrativas pertencentes à
Administração Indireta podem pagar seus débitos
por meio do regime de precatórios (artigo 100 da
Constituição Federal), independentemente de seu
objeto social.
Letra a.
Assunto abordado: Atividade e estrutura administrativa.
Organização administrativa brasileira/Terceiro setor
Em recente julgado, o STF confirmou o entendimento
de que, mesmo sociedades de economia mista, como o
Metrô-DF, submetem-se ao regime de precatórios (ar-
tigo 100 da Constituição Federal) para a satisfação de
seus débitos, desde que prestem serviço essencial em
regime de exclusividade e sem intuito lucrativo. Além
disso, verificou-se que as operações do Metrô-DF são
deficitárias e dependem de investimento público para
se viabilizar economicamente. A decisão foi tomada no
julgamento da Arguição de Descumprimento de Precei-
to Fundamental (ADPF) 524, ajuizada pelo Governo do
Distrito Federal.
27
Os Tribunais de Contas são órgãos independentes, de
natureza administrativa, que auxiliam o Poder Legislati-
vo na tarefa de fiscalizar. João e Maria, estudantes do
último período do Curso de Direito, suscitaram perante
seu Grupo de Estudo de Direito Administrativo a dúvi-
da acerca da possibilidade de os Tribunais de Contas, no
exercício de suas atribuições, poderem apreciar a cons-
titucionalidade das leis e dos atos do poder público. A
orientação correta a ser apresentada é no sentido de que
(A) o afastamento incidental da aplicação de leis e atos
normativos, em julgamento no âmbito de um Tribu-
nal de Contas, condiciona-se à existência de jurispru-
dência do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria.
(B) o afastamento abstrato da aplicação de leis e atos
normativos, em julgamento no âmbito de um Tribu-
nal de Contas, condiciona-se à existência de jurispru-
dência do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria.
(C) os Tribunais de Contas têm ampla competência para
exercer os mecanismos de Controle de Constitucio-
nalidade, tanto de forma incidental, quanto de forma
abstrata.
(D) os Tribunais de Contas não possuem competência,
sob nenhuma hipótese, para exercer os mecanismos
de Controle de Constitucionalidade, pois se trata de
reserva de jurisdição do Poder Judiciário.
Letra a.
Assunto abordado: Controle da Administração Pública:
controle administrativo, controle legislativo, controle ex-
terno a cargo do Tribunal de Contas, controle judiciário.
O afastamento incidental da aplicação de leis e atos nor-
mativos, em julgamento no âmbito de um Tribunal de
Contas, condiciona-se à existência de jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal sobre a matéria. O entendi-
mento foi fixado no julgamento de agravo da Petróleo
Brasileiro S.A. (Petrobras) no Mandado de Segurança
(MS) 25.888/DF, na sessão virtual finalizada em 21/8. O
julgamento era aguardado pela comunidade jurídica, em
razão de nele ser discutida a recepção, pela Constituição
de 1988, da Súmula 347 do STF. Aprovada em 1963, o
verbete diz que “o Tribunal de Contas, no exercício de
suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade
das leis e dos atos do poder público”.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
28
João foi aprovado em recente concurso público federal.
No momento de sua posse e exercício, foi exigido que
apresentasse declaração de imposto de renda e proven-
tos de qualquer natureza à Secretaria Especial da Recei-
ta Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço
de pessoal competente. João não aceitou tal exigência
e procurou você, na qualidade de advogado especia-
lista em Direito Administrativo, para orientá-lo nesta
demanda. A orientação correta a ser apresentada é no
sentido de que
(A) João está obrigado, nos termos da Lei de Improbi-
dade Administrativa, a apresentar a declaração de
imposto de renda exigida, cuja finalidade é permitir
que o patrimônio de todo servidor público seja igual-
mente examinado, sem lacunas ou distinções.
(B) João não está obrigado a apresentar a declaração de
imposto de renda exigida, sob pena de ofensa à pro-
teção constitucional ao sigilo de dados pessoais.
(C) João está obrigado, nos termos da Nova Lei de Lici-
tações e Contratos Administrativos, a apresentar a
declaração de imposto de renda exigida, cuja finali-
dade é permitir que o patrimônio de todo servidor
público seja igualmente examinado, sem lacunas ou
distinções.
(D) João está obrigado, nos termos da Lei de Improbi-
dade Administrativa, a apresentar a declaração de
imposto de renda exigida, cuja finalidade é permitir
que se realize tratamento diferenciado entre os ser-
vidores, pois apenas alguns devem ser submetidos a
tal exigência.
Letra a.
Assunto abordado: Improbidade administrativa: Lei n.
8.429/1992, com alterações da Lei n. 14.230/2021
O Supremo Tribunal Federal (STF) validou trechos da
Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992),
considerando válido o artigo 13, que obriga todo agente
público a apresentar declaração de Imposto de Renda e
proventos de qualquer natureza para posse e exercício
do cargo. A finalidade é permitir que o patrimônio de
todo servidor público seja igualmente examinado, “sem
lacunas ou distinções”.
Da Declaração de Bens
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam
condicionados à apresentação de declaração de im-
posto de renda e proventos de qualquer natureza,
que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da
Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no
serviço de pessoal competente. (Redação dada pela
Lei n. 14.230, de 2021)
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput
deste artigo será atualizada anualmente e na data em
que o agente público deixar o exercício do mandato,
do cargo, do emprego ou da função. (Redação dada
pela Lei n. 14.230, de 2021)
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem pre-
juízo de outras sanções cabíveis, o agente público que
se recusar a prestar a declaração dos bens a que se
refere o caput deste artigo dentro do prazo determi-
nado ou que prestar declaração falsa. (Redação dada
pela Lei n. 14.230, de 2021)
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
29
João, servidor público civil federal, foi demitido em face
de Processo Administrativo Disciplinar (PAd), nos termos
da Lei n. 8.112/1990, pela prática de ato de Improbidade
Administrativa. Antes da apresentação do relatório final,
João mudou de advogado de defesa, contratando os ser-
viços de seu escritório, especializado em Processos Ad-
ministrativos Disciplinares. João alega violação aos prin-
cípios do contraditório e da ampla defesa, em razão de,
entre outros, não haver intimação dos novos causídicos
acerca dos atos posteriores à juntada do substabeleci-
mento, especialmente quando da apresentação do rela-
tório final. A orientação correta a ser apresentada é no
sentido de que
(A) a falta de intimação do servidor público, após a apre-
sentação do relatório final pela comissão processan-
te, em processo administrativo disciplinar, não confi-
gura ofensa às garantias do contraditório e da ampla
defesa, ante a ausência de previsão legal.
(B) a falta de intimação do servidor público, após a apre-
sentação do relatório final pela comissão processan-
te, em processo administrativo disciplinar, não confi-
gura ofensa às garantias do contraditório e da ampla
defesa, em razão de expressa previsão legal.
(C) a falta de intimação do servidor público, após a apre-
sentação do relatório final pela comissão processan-
te, em processo administrativo disciplinar, configura
ofensa às garantias do contraditório e da ampla defe-
sa, ante a ausência de previsão legal.
(D) a falta de intimação do servidor público, após a apre-
sentação do relatório final pela comissão processan-
te, em processo administrativo disciplinar, configura
ofensa às garantias do contraditório e da ampla defe-
sa, em razão de expressa previsão legal.
Letra a.
Assunto abordado: Poderes administrativos: poderes e
deveres do administrador público, uso e abuso do po-
der, vinculação e discricionariedade/Poder hierárquico/
Poder disciplinar e processo administrativo disciplinar/
Poder regulamentar/Poder de polícia
Segundo o STJ, a falta de intimação do servidor públi-
co, após a apresentação do relatório final pela comissão
processante, em processo administrativo disciplinar, não
configura ofensa às garantias do contraditório e da am-
pla defesa, ante a ausência de previsão legal, nos termos
do Informativo n. 784:
29 de agosto de 2023. O Impetrante alega violação aos
princípios do contraditório e da ampla defesa, em razão
de, entre outros, não haver intimação dos novos causí-
dicos acerca dos atos posteriores à juntada do substabe-
lecimento, especialmente quando da apresentação do
relatório final.
O Supremo Tribunal Federal também assentou orienta-
ção no sentido de que, ante a ausência de previsão legal,
a falta de intimação do servidor público, após a apresen-
tação do relatório final pela comissão processante, em
processo administrativo disciplinar, não configura ofensa
às garantias do contraditório e da ampla defesa.
Inexiste previsão na Lei n. 8.112/1990 de intimação do
acusado após a elaboração do relatório final da comis-
são processante, sendo necessária a demonstração do
prejuízo causado pela falta de intimação, o que não ocor-
reu no presente caso. [...]" (RMS n. 28.774, Relator(a):
Ministro MARCO AURÉLIO, Relator(a) para acórdão:
Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, julgado em
22/9/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-180 DIVULG
24/8/2016 PUBLIC 25/8/2016).
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
30
Maria era servidora pública estadual e pediu exoneração
do cargo efetivo que ocupava. Mais de três anos após
o pedido de exoneração, Maria procura seu escritório,
especializado em Direito Administrativo, alegando vício
de consentimento na manifestação da vontade, na in-
tenção de conseguir a reintegração ao cargo de origem.
Neste período, Maria exerceu diferentes atividades re-
muneradas na iniciativa privada. Maria consegue que
a Reintegração determinada pela Corte local, com su-
porte em perícia oficial realizada. Maria questiona você
acerca da possibilidade de recebimento de indenização
pelo período de afastamento. A orientação correta a ser
apresentada é no sentido de que
(A) servidora pública que pede exoneração e fica inerte
por mais de 3 anos até ingressar com ação judicial re-
querendo declaração de nulidade do ato administra-
tivo e a consequente reintegração ao cargo, não tem
direito à indenização de valores retroativos à exone-
ração, por configurar enriquecimento sem causa.
(B) servidora pública que pede exoneração e fica inerte
por mais de 3 anos até ingressar com ação judicial
requerendo declaração de nulidade do ato adminis-
trativo e a consequente reintegração ao cargo, tem
direito à indenização de valores retroativos à exone-
ração, sem configurar enriquecimento sem causa.
(C) servidora pública que pede exoneração e fica inerte
por mais de 3 anos até ingressar com ação judicial
requerendo declaração de nulidade do ato adminis-
trativo e a consequente reintegração ao cargo, não
tem direito à indenização de valores retroativos à
exoneração, por não configurar enriquecimento
sem causa.
(D) servidora pública que pede exoneração e fica inerte
por mais de 3 anos até ingressar com ação judicial
requerendo declaração de nulidade do ato admi-
nistrativo e a consequente reintegração ao cargo,
sempre tem direito à indenização de valores retro-
ativos à exoneração, por configurar enriquecimento
sem causa.
Letra a.
Assunto abordado: Agentes públicos: espécies, regime
jurídico, direitos, deveres e responsabilidades/Teto re-
muneratório.
Segundo o STJ, servidora pública que pede exoneração
e fica inerte por mais de 3 anos até ingressar com ação
judicial requerendo declaração de nulidade do ato ad-
ministrativo e a consequente reintegração ao cargo, não
tem direito à indenização de valores retroativos à exone-
ração, por configurar enriquecimento sem causa.
Direito Ambiental
Nilton Coutinho
31
Antônio foi eleito deputado estadual graças ao seu tra-
balho na área ambiental.
Para agradecer seus eleitores, resolveu atuar intensa-
mente na aprovação de uma lei estadual sobre:
(A) jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia.
(B) florestas, caça, pesca, fauna, conservação da nature-
za, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção
do meio ambiente, populações indígenas e controle
da poluição.
(C) desapropriação e proteção ao patrimônio histórico,
cultural, artístico, turístico e paisagístico.
(D) responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, esté-
tico, histórico, turístico e paisagístico.
Letra d.
Assunto abordado: Competência legislativa na
área ambiental
Art. 22. Compete privativamente à União legis-
lar sobre:
II - desapropriação;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e me-
talurgia;
XIV - populações indígenas;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito
Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da na-
tureza, defesa do solo e dos recursos naturais, prote-
ção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artísti-
co, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente,
ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico;
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
32
Adriano comprou uma grande fazenda no interior do Es-
tado de Goiás com o objetivo de criar gado.
Preocupado com a escassez de água, construiu um gran-
de reservatório artificial (açude) que captaria água da
chuva e poderia atender as necessidades do rebanho
durante o período de seca.
Preocupado com a questão ambiental, Adriano pro-
cura um advogado especialista na área, o qual lhe
informa que:
(A) Adriano deverá manter uma área de reserva legal ao
redor do reservatório.
(B) Adriano deverá manter uma área de preservação
permanente de 30 metros ao redor do açude.
(C) Adriano deverá manter uma área de preservação
permanente de 50 metros ao redor do açude.
(D) Adriano não precisará manter uma área de preserva-
ção permanente no entorno do reservatório, já que
não houve o barramento ou represamento de cursos
d’água naturais.
Letra d.
Assunto abordado:
Lei n. 12.651/2012. Art. 4º, § 1º Não será exigida Área
de Preservação Permanente no entorno de reserva-
tórios artificiais de água que não decorram de bar-
ramento ou represamento de cursos d’água naturais.
Direito Civil
Roberta Queiroz
33
Jozenifro ajuizou ação de cobrança em face de Tiago em
virtude de um contrato de mútuo estabelecido entre
eles no valor de R$ 100.000,00. A sentença foi proceden-
te e o trânsito em julgado foi operado. Jozenifro, então,
iniciou o procedimento de cumprimento de sentença,
contudo, a localização de bens penhoráveis foi infrutu-
osa. Jozenifro, então, ciente de que a esposa de Tiago
ostentava uma vida de luxo, requereu ao magistrado a
penhora online de 50% dos valores em dinheiro existen-
tes na conta de Maria, esposa do devedor, já que são
casados no regime comunhão universal de bens. Consi-
derando o caso narrado, marque a alternativa correta.
(A) O magistrado não poderá permitir a penhora dos va-
lores, pois o cônjuge não responde pela dívida.
(B) O magistrado, independente do regime de bens, pode-
rá ordenar a penhora dos valores na conta do cônjuge.
(C) O magistrado poderá ordenar a penhora de metade dos
valores encontrados nas contas da esposa do devedor.
(D) Somente seria possível penhora nas contas da esposa
caso ela tivesse sido ré no processo, em litisconsórcio.
Letra c.
Assunto abordado: Regime de bens
Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa
a comunicação de todos os bens presentes e futuros
dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções
do artigo seguinte.
“Através da comunhão universal forma-se uma massa
patrimonial única para o casal, estabelecendo uma unici-
dade de bens, atingindo créditos e débitos e comunican-
do os bens pretéritos e futuros. Cessa a individualidade
do patrimônio de cada um, formando-se uma univer-
salidade patrimonial entre os consortes, agregando to-
dos os bens, os créditos e as dívidas de cada um. É uma
verdadeira fusão de acervos patrimoniais, constituindo
um condomínio. Cada participante terá direito à meação
sobre todos os bens componentes dessa universalidade
formada, independentemente de terem sido adquiridos
antes ou depois das núpcias, a título oneroso ou gratui-
to” (Cristiano Chaves de Farias, Nelson Rosenvald e Feli-
pe Braga Neto. Manual de Direito Civil – Volume único.
5ª ed - Salvador: Juspodivm, 2020, p. 1236-1237).
É possível a constrição judicial de bens de cônjuge de
devedor, casados sob o regime da comunhão univer-
sal de bens, ainda que não tenha sido parte no pro-
cesso, resguardada a sua meação. STJ. 3ª Turma. REsp
1.830.735-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado
em 20/6/2023 (Info 780).
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
34
Marcos é um pequeno proprietário rural de uma fazen-
da que faz divisa com outra fazenda de propriedade de
Maria. Em 2021, Marcos contratou técnicos para fazer
uma medição de sua fazenda para ter certeza de que o
tamanho da fazenda era correspondente àquelas cons-
tantes do título registrado no Cartório de Imóveis. Após
dias de trabalho, os técnicos notaram que havia uma di-
ferença de área e que o imóvel de Marcos, segundo o
tamanho que consta na matrícula do imóvel, deveria ser
2 hectares maior, pois a divisa do imóvel de Maria esta-
va no local errado e, com isso, acabou “ganhando” os
exatos 2 hectares do terreno de Marcos. Após inúmeras
tentativas de demarcação amigável sem sucesso, Mar-
cos ajuizou ação demarcatória contra Maria requerendo
a declaração judicial da divisa, bem como a condena-
ção de restituição da porção de terra. Maria foi citada
na demanda e contestou alegando que possui a posse
mansa e pacífica da área por mais de 40 anos, tendo,
portanto, adquirido da propriedade dessa área pela usu-
capião. Considerando o caso narrado, marque a alterna-
tiva correta.
(A) Maria cumpriu o prazo da usucapião ordinária e, por-
tanto, adquiriu a propriedade.
(B) Maria cumpriu o prazo de 10 anos da usucapião rural
e, portanto, adquiriu a propriedade.
(C) Não houve incidência de usucapião, pois o prazo de
usucapião somente poderia começar a ser contado
em 2021, com a ciência da violação do direito.
(D) Qualquer que seja a modalidade de usucapião, o pra-
zo para aquisição foi operado.
Letra d.
Assunto abordado: Usucapião
O termo inicial da prescrição aquisitiva é o do exercício
da posse ad usucapionem, não da ciência do titular do
imóvel da violação ao seu direito de propriedade, ainda
que constatada somente após ação demarcatória, de-
vendo ser afastada a aplicação da teoria da actio nata
em seu viés subjetivo. STJ. 3ª Turma. REsp 1.837.425-PR,
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/6/2023
(Info 779).
35
Mirna estava grávida de seu primeiro filho, Juninho.
Sempre muito atenta aos cuidados com sua gestação,
marcou para ter seu filho na Maternidade Nasce Bem,
em São Paulo. Contudo, por complicações, precisou ser
encaminhada com urgência para um parto de emergên-
cia. Juninho nasceu prematuro e precisou ficar internado
na UTI neonatal. Durante o período em que ficou inter-
nado teve uma severa infecção hospitalar e, por conta
disso, ficou com sequelas. Na mesma oportunidade, vá-
rias crianças também pegaram a mesma infecção. Com
o caso, Mirna e Juninho ajuizaram ação de indenização
por danos morais e materiais. Citado, o hospital contes-
tou alegando que a prematuridade e o baixo peso do
Juninho foram causas que contribuíram para a infecção.
Considerando o caso narrado e as regras sobre respon-
sabilidade civil, marque a alternativa correta.
(A) A prematuridade e baixo peso são causas que rom-
pem o nexo de causalidade, não havendo, portanto,
dever de indenizar.
(B) A prematuridade e o baixo peso são causas que ex-
cluem a ilicitude, não havendo, portanto, dever de
indenizar.
(C) A responsabilidade dos hospitais e clínicas é subjeti-
va, devendo haver comprovação da culpa.
(D) A responsabilidade dos hospitais e clínicas é objetiva.
Letra d.
Assunto abordado: Responsabilidade civil
Segundo a jurisprudência desta Corte Superior, a res-
ponsabilidade dos hospitais e clínicas (fornecedores de
serviços) é objetiva, dispensando a comprovação de cul-
pa, notadamente nos casos em que os danos sofridos
resultam de infecção hospitalar. STJ. 4ª Turma. AgInt no
AREsp 608.350/SP, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, jul-
gado em 7/12/2020.
A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro deve ser
cabalmente comprovada pelo fornecedor de serviços,
a fim de romper o nexo de causalidade e, consequen-
temente, ilidir a sua responsabilidade objetiva. STJ. 3ª
Turma. AgInt no AREsp 1.604.779/SP, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 20/4/2020.
A infecção hospitalar que, reconhecidamente tem liame
causal com os danos sofridos por recém-nascido, impõe
o afastamento das concausas - a prematuridade e o baixo
peso do bebê recém-nascido -, atraindo assim a respon-
sabilidade do hospital pelo pagamento integral das inde-
nizações, à luz da teoria da causalidade adequada (dano
direto e imediato). STJ. 4ª Turma. REsp 2.069.914/DF,
Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 6/6/2023 (Info 778).
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

36
Jorgina e Alfredo são casados e sócios da empresa “Tem
Tudo Tem LTDA”. Essa empresa pediu empréstimo jun-
to ao GRANBANK, no valor de R$ 1.000,000,00. O casal
tinha um apartamento, residência do casal, e deram
este imóvel em garantia do contrato de mútuo. Assim,
houve uma alienação fiduciária desse imóvel em garan-
tia com o objetivo de favorecer a pessoa jurídica. Mas
antes da alienação fiduciária em garantia, o imóvel es-
tava no nome do casal. Em razão do inadimplemento, o
banco deu início a um procedimento para consolidar a
propriedade do referido imóvel em seu nome a fim de,
posteriormente, poder aliená-lo e quitar a dívida. Com
isso, Jorgina e Alfredo promoveram demanda judicial no
sentido de não fosse efetivada a propriedade do imóvel,
pois trata-se de bem de família. Considerando o caso
narrado, marque a alternativa correta.
(A) O argumento do casal poderia ser admitido caso
houvesse o registro do bem como bem de família
convencional, no cartório.
(B) O argumento do casal irá prosperar, pois na hipótese
de oferecimento de imóvel em garantia hipotecária,
a impenhorabilidade do bem de família somente es-
tará comprometida se a dívida objeto dessa garantia
tiver sido assumida em benefício da própria entidade
familiar.
(C) A oferta voluntária de seu único imóvel residencial
em garantia a um contrato de mútuo, favorecedor
de pessoa jurídica em alienação fiduciária, não conta
com a proteção irrestrita do bem de família, portanto
a alegação do casal não irá prosperar.
(D) A alegação do casal irá prosperar, pois a proteção
conferida ao bem de família pela Lei n. 8.009/1990
importa em sua inalienabilidade.
37
Raquel resolve deixar a totalidade de seus bens para
Patrícia, sua amiga de escola, já que a mãe de Raquel
é falecida e ela não possui filhos, tampouco notícias de
seu pai. Feito o testamento, Raquel falece em virtude de
um acidente de carro. Ocorre que, no dia do enterro de
Raquel, apareceu uma prima, Ana Paula. Considerando
a situação, marque a alternativa correta.
(A) Patrícia tem direito à totalidade dos bens de Raquel.
(B) O testamento está rompido somente em parte, po-
dendo Patrícia pleitear metade dos bens testados, a
título de legítima, sendo a outra metade do pai de
Raquel.
(C) Raquel não poderia fazer testamento, visto a existên-
cia do pai e da prima.
(D) O testamento é válido, mas deve sofrer uma redução
testamentária.
Letra a.
Assunto abordado: Testamento
A prima que apareceu não é considerada herdeira ne-
cessária para ocasionar rompimento de testamento ou
redução testamentária.

Letra c.
Assunto abordado: Bem de família

A oferta voluntária de seu único imóvel residencial em

garantia a um contrato de mútuo, favorecedor de pes-
soa jurídica em alienação fiduciária, não conta com
a proteção irrestrita do bem de família. STJ. 2ª Seção.
EREsp 1.559.348-DF, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado
em 24/5/2023 (Info 776).
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
38
Lorraine, Roberta e Raquel adquirem um imóvel de
herança do falecimento do pai, João. As três tiveram,
mediante formal de partilha, o reconhecimento de que
cada uma tem a propriedade de um terço do imóvel. Ra-
quel manifesta vontade em alienar o bem, mas Lorraine
sempre se mostrou resistente, pois era o imóvel onde o
pai viveu a vida toda, havendo ali uma carga emocional
muito grande. Raquel, então, aliena onerosamente sua
quota para José, amigo da família. Lorraine, indignada,
procura informações com um advogado. Marque alter-
nativa que corresponda à explicação de acordo com a
lei civil.
(A) Antes de alienar a cota, Raquel deveria ter oferecido
o bem para Lorraine e Roberta.
(B) Não é possível alienar bem que esteja em con-
domínio.
(C) Lorraine poderá tomar o bem para si depositando o
valor correspondente à cota no prazo de 1 ano con-
tado da alienação.
(D) Raquel não tinha obrigação de oferecer a alienação
de sua cota para Lorraine.
Letra a.
Assunto abordado: Compra e venda imóvel em co-
-propriedade
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisí-
vel vender a sua parte a estranhos, se outro consorte
a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não
se der conhecimento da venda, poderá, depositando
o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se
o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena
de decadência.
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, pre-
ferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na
falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as par-
tes forem iguais, haverão a parte vendida os compro-
prietários, que a quiserem, depositando previamente
o preço.
Estatuto da Criança e do Adolescente
Patrícia Dreyer
39
Renata e Roberto se conheceram na faculdade e, quatro
meses após o início do namoro, ela engravidou. Todavia, o
casal faz uso abusivo de substâncias entorpecentes e, por
isso, foi destituído do poder familiar de seu primeiro filho,
tendo em vista graves violações dos deveres inerentes ao po-
der familiar. O relacionamento de Renata e Roberto continua
e Renata engravida novamente. Nilson, amigo do casal, se
apresenta como pai da criança e a registra, juntamente com
Renata. Roberto não se opõe ao registro. O casal, cada vez
mais dependente de substâncias entorpecentes, vende tudo
o que tem e passa a viver nas ruas em busca de mais entor-
pecentes. Nilson leva o segundo filho do casal, com poucos
dias de vida, para a sua própria casa e sua esposa, que não
consegue engravidar, aceita criar o filho como se seu fosse.
Os vizinhos do casal Nilson e esposa estranham as novidades
e noticiam o fato ao Conselho Tutelar e ao Ministério Públi-
co. O casal Nilson e esposa procura você como advogado(a)
que acertadamente responde que:
(A) Houve adoção consensual da criança por Nilson, já
que sua esposa, bem como Renata e Roberto con-
sentiram com isso.
(B) Nilson praticou crime previsto no Código Penal e o
juiz da Infância e Juventude poderá determinar a
busca e apreensão da criança recém-nascida.
(C) inexiste irregularidade no ato praticado por Nilson,
que poderia adotar o filho de Renata independente-
mente de habilitação à adoção, em razão dos víncu-
los de afinidade e afetividade existentes entre eles.
(D) Renata praticou o crime previsto no art. 238 do ECA
pois entregou seu filho a outrem, ainda que sem
paga ou recompensa.
Letra b.
Assunto abordado: Adoção, poder familiar e crimes con-
tra criança/adolescente
(a) Errada. Houve crime por parte de Nilson que regis-
trou como seu filho de outrem, bem como houve ato
ilícito de entregar irregularmente um filho para adoção.
(b) Certa. A conduta de Nilson está prevista no Código
Penal. Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar
como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou
substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao
estado civil: Pena - reclusão, de dois a seis anos. Pará-
grafo único - Se o crime é praticado por motivo de reco-
nhecida nobreza: Pena - detenção, de um a dois anos,
podendo o juiz deixar de aplicar a pena.
(c) Errada. A adoção deve obedecer aos requisitos es-
tampados no art. 197-A e seguintes do ECA.
(d) Errada. O art. 238 do ECA estabelece como crime a
promessa ou efetivação da entrega de filho ou pupilo a
terceiro, mediante paga ou recompensa, e gera reclusão
de um a quatro anos, e multa.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
40
Ricardo, quando tinha 18 anos, tirou fotos de seu namo-
rado, Pedro, com 17 anos em atos e posições sexuais. O
relacionamento terminou e Ricardo, 2 anos depois, re-
solve publicar as fotos em um aplicativo de mensagens.
Junior, um dos integrantes do grupo, armazena a foto-
grafia encaminhada por Ricardo em seu hd externo, para
poder ver novamente as imagens sempre que quiser. Já
Roberto, outro integrante do grupo, consegue na Inter-
net a imagem de um ator de filmes pornográficos em
cena de sexo explícito e, com o uso de inteligência artifi-
cial, adultera as imagens, faz a sobreposição do rosto do
ator e coloca a face de Pedro. Em seguida, compartilha
a montagem no mesmo grupo. Nesse contexto, assinale
quem praticou crime:
(A) Apenas Ricardo.
(B) Apenas Ricardo e Junior.
(C) Apenas Junior e Roberto.
(D) Ricardo, Junior e Roberto.
Letra d.
Assunto abordado: Crimes contra criança/adolescente
Observe que são condutas diferentes.
Crime praticado por Ricardo:
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,
distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio,
inclusive por meio de sistema de informática ou te-
lemático, fotografia, vídeo ou outro registro que con-
tenha cena de sexo explícito ou pornográfica envol-
vendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Crime praticado por Roberto:
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qual-
quer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de regis-
tro que contenha cena de sexo explícito ou porno-
gráfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído
pela Lei n. 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Crime praticado por Junior:
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou ado-
lescente em cena de sexo explícito ou pornográfica
por meio de adulteração, montagem ou modifica-
ção de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
representação visual: (Incluído pela Lei n. 11.829,
de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Código de Defesa do Consumidor
Patrícia Dreyer
41
Na última sexta-feira (18), a agência de viagens 123 Mi-
lhas informou que suspendeu os pacotes e a emissão
de passagens de sua linha promocional (com datas fle-
xíveis) e que tenham embarques previstos de setembro
a dezembro de 2023. De acordo com a companhia, a
decisão não afetaria os demais produtos ofertados. "A
decisão deve-se à persistência de fatores econômicos e
de mercado adversos, entre eles, a alta pressão da de-
manda por voos, que mantém elevadas as tarifas mes-
mo em baixa temporada, e a taxa de juros elevada. A
123 milhas ressalta que a linha PROMO representa 7%
dos embarques de 2023 da companhia", informou a em-
presa na época.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/08/29/123-
-milhas-entra-com-pedido-de-recuperacao-judicial.ghtml
Diante da notícia que movimentou o mês de agosto de
2023, Rafael e Lara que haviam comprado passagens aé-
reas para conhecer as Maldivas em setembro de 2023,
pelo valor global de R$ 3.100,00 (três mil e cem reais)
procura você como advogado(a) que, acertadamen-
te, responde:
(A) Trata-se de propaganda abusiva entendida como a
modalidade de informação ou comunicação de cará-
ter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por
qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de
induzir em erro o consumidor a respeito da natureza,
características, qualidade, quantidade, proprieda-
des, origem, preço e quaisquer outros dados sobre
produtos e serviços.
(B) Nesse caso, é direito do casal consumidor exigir o
cumprimento forçado da obrigação, nos termos da
oferta, apresentação ou publicidade.
(C) Nos termos do CDC, toda informação ou publicidade,
suficientemente precisa, veiculada por qualquer for-
ma ou meio de comunicação com relação a produtos
e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o for-
necedor que a fizer veicular. Por isso, toda a publici-
dade utilizada vincula a empresa, a despeito de não
integrar o contrato que venha a ser celebrado.
(D) Qualquer cláusula posta no contrato que impossibi-
lite, exonere ou atenue a responsabilidade da em-
presa por vícios de qualquer natureza dos produtos
e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de
direitos deve ser considerada ineficaz.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Letra b.
Assunto abordado: Proteção contratual e publicida-
de enganosa
(a) Errada. Esse conceito é de propaganda enganosa,
conforme art. 37, parágrafo 1º, do CDC: É enganosa
qualquer modalidade de informação ou comunicação
de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou,
por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz
de induzir em erro o consumidor a respeito da nature-
za, características, qualidade, quantidade, propriedades,
origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos
e serviços.
(b) Certa. Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou ser-
viços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e
à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos
termos da oferta, apresentação ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço
equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de
quantia eventualmente antecipada, monetariamente
atualizada, e a perdas e danos.
(c) Errada. Nos termos do art. 30 do CDC, toda informa-
ção ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada
por qualquer forma ou meio de comunicação com rela-
ção a produtos e serviços oferecidos ou apresentados,
obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utili-
zar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
(d) Errada. A cláusula seria NULA, nos termos do art. 51
do CDC: São nulas de pleno direito, entre outras, as cláu-
sulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos
e serviços que: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem
a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer
natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia
ou disposição de direitos. Nas relações de consumo en-
tre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a inde-
nização poderá ser limitada, em situações justificáveis.
42
Simone precisou fazer um financiamento para aquisição
de um veículo e descobriu que seu nome foi inscrito em
cadastro restritivo de crédito a pedido de Lojas Leal.,
onde a consumidora adquiriu produtos no valor de R$
2.950,00 sem realizar o pagamento. Simone não rece-
beu qualquer carta em seu endereço comunicando por
escrito a inscrição. Ao entrar em contato com a entidade
que realizou a inscrição, recebeu uma resposta que dizia
que a loja não é obrigada a comunicar a inscrição, que o
envio de correspondência escrita é facultativo, e que a
consumidora deve sabe que está inadimplente. Indigna-
da, Simone procura você como advogado(a) que, corre-
tamente, responde que:
(A) Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida
em nome do devedor no cadastro de inadimplentes
no prazo de quinze dias úteis, a partir do integral e
efetivo pagamento do débito.
(B) Da anotação irregular em cadastro de proteção ao
crédito, não cabe indenização por dano moral, quan-
do preexistente legítima inscrição, ressalvado o direi-
to ao cancelamento.
(C) Cabe à loja proceder à notificação do devedor antes
de proceder à inscrição.
(D) É necessário o aviso de recebimento (AR) na carta de
comunicação ao consumidor sobre a negativação de
seu nome em bancos de dados e cadastros.
Letra b.
Assunto abordado: Cobrança de dívidas
(a) Errada. Súmula 548 do STJ: Incumbe ao credor a ex-
clusão do registro da dívida em nome do devedor no ca-
dastro de inadimplentes no prazo de cinco dias úteis, a
partir do integral e efetivo pagamento do débito.
(b) Certa. Súmula 385 do STJ: Da anotação irregular em
cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização
por dano moral, quando preexistente legítima inscrição,
ressalvado o direito ao cancelamento.
(c) Errada. Súmula 359 do STJ: Cabe ao órgão mantene-
dor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do
devedor antes de proceder à inscrição
(d) Errada. Súmula 404 do STJ: É dispensável o aviso de
recebimento (AR) na carta de comunicação ao consu-
midor sobre a negativação de seu nome em bancos de
dados e cadastros.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito Empresarial
Renato Borelli
43
João da Silva, conhecido em sua cidade pelos dotes
culinários, dirigiu-se à administração municipal com o
intuito de obter orientação para iniciar sua atividade
empresarial no ramo alimentício. Chegando no local,
foi orientado pelo fiscal da prefeitura de que bastava
entrar em funcionamento que a prefeitura concedia a
permissão. Nos termos do Código Civil, assinale a alter-
nativa correta:
(A) O fiscal orientou corretamente pois, João da Silva,
no momento da informação, avisou seu intuito em-
presarial.
(B) O fiscal orientou incorretamente, pois, segundo o
Código Civil, não é obrigatória a inscrição do empre-
sário no Registro Público de Empresas Mercantis da
respectiva sede, depois do início de sua atividade.
(C) O fiscal orientou corretamente, pois, segundo o Có-
digo Civil, é obrigatória a inscrição do empresário no
Registro Público de Empresas Mercantis da respecti-
va sede, depois do início de sua atividade.
(D) O fiscal orientou incorretamente, pois, segundo o
Código Civil, é obrigatória a inscrição do empresário
no Registro Público de Empresas Mercantis da res-
pectiva sede, antes do início de sua atividade.
Letra d.
Assunto abordado: Teoria geral da Empresa – Registro
A questão aborda o tempo de inscrição da empresa,
neste sentido, o registro de uma empresa é requisito
necessário para o regular funcionamento, assim como o
registro de uma pessoa natural é fundamental para sua
vida, e, de acordo, com o artigo 967 do Código Civil, a
orientação do fiscal foi incorreta.
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no
Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva
sede, antes do início de sua atividade.
44
Carlos Alberto fundou no município de São Paulo, em
1987, a empresa Nossa Praça/SA, pioneira no ramo de
veículos automotores movidos a energia elétrica. Dentre
os desafios do mercado, conseguiu manter a empresa
até os dias atuais e, de 2015 em diante, presenciou um
crescimento astronômico no valor de sua empresa o
que motivou a construção de nova filial no município de
Santo André, lugar sujeito à jurisdição de outro Registro
Público de Empresas Mercantis, no estado de São Paulo.
Diante da situação narrada, assinale a alternativa corre-
ta nos termos do Código Civil:
(A) Como a empresa não mudará de estado, basta Carlos
Alberto se dirigir ao Cartório de Registro de Empre-
sas da capital de São Paulo e comunicar a construção
de nova filial.
(B) É facultado à Carlos Alberto inscrever a filial no Re-
gistro Público de Empresas Mercantis da cidade de
Santo André, com a prova da inscrição originária.
(C) O empresário que instituir filial em lugar sujeito à
jurisdição de outro Registro Público de Empresas
Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a
prova da inscrição originária.
(D) O empresário que instituir filial em lugar sujeito à ju-
risdição de outro Registro Público de Empresas Mer-
cantis, neste deverá também inscrevê-la, não neces-
sitando da prova da inscrição originária.
Letra c.
Assunto abordado: Teoria geral – Definição de empresa
Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la,
não necessitandoda prova da inscrição originária.
Para que funcione regularmente a atividade empresa-
rial, o ato de constituição da filial deve ser registrado na
Junta Comercial de sua sede.
A questão trata dos requisitos da criação de filial em lo-
cal com órgão de Registro de Empresa diverso da sede.
Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou
agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Regis-
tro Público de Empresas Mercantis, neste deverá tam-
bém inscrevê-la, com a prova da inscrição originária.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
45
Dentre os requisitos da inscrição do empresário, assinale
a alternativa incorreta.
(A) O capital.
(B) A Certidão Negativa de Antecedentes Criminais.
(C) O nome, nacionalidade e domicílio.
(D) O regime de bens, se casado.
Letra b.
Assunto abordado: Inscrição do empresário na Jun-
ta Comercial
O exercício de empresário pode ser efetuado pelas pes-
soas que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e
não forem legalmente impedidas.
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante
requerimento que contenha:
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil
e, se casado, o regime de bens;
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa
que poderá ser substituída pela assinatura autentica-
da com certificação digital ou meio equivalente que
comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto
no inciso I do § 1 o do art. 4º da Lei Complementar n.
123, de 14 de dezembro de 2006 ; (Redação dada pela
Lei Complementar n.147, de 2014)
III - o capital;
IV - o objeto e a sede da empresa.
46
No que tange ao Empresário Rural e ao Pequeno Em-
presário, assinale a alternativa correta nos termos do
Código Civil:
(A) A lei assegurará tratamento favorecido, diferencia-
do e simplificado ao empresário rural e ao pequeno
empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí de-
correntes.
(B) A lei não assegurará tratamento favorecido, diferen-
ciado e simplificado ao empresário rural ou pequeno
empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí de-
correntes.
(C) A lei assegurará tratamento igualitário a todos os
empresários.
(D) A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado
e simplificado ao empresário rural e ao pequeno em-
presário, somente quanto à inscrição.
Letra a.
Assunto abordado: Empresário rural
A facilidade se justifica com a finalidade de estímulo eco-
nômico e de organização da atividade.
Nos termos do artigo 970 do Código Civil.
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, di-
ferenciado e simplificado ao empresário rural e ao
pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos
daí decorrentes.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

Direito Processual Civil

Raquel Bueno

47
Lurdes ajuizou ação de guarda, cumulada com regulamentação dos períodos de convivência com o filho Heitor, de oito
meses, em face do pai Heráclito. Nos pedidos requereu a guarda compartilhada, estabelecendo-se o lar materno como
lar de referência. O réu foi devidamente citado/intimado para a audiência de mediação. Todavia, em virtude da dificul-
dade de comunicação do casal, a mãe comunicou ao seu advogado que gostaria de alterar o pedido de guarda com-
partilhada para guarda unilateral materna, mantendo-se os mesmos períodos de convivência. A partir deste contexto,
assinale a alternativa correta.
(A) Lurdes precisa do consentimento de Heráclito para alterar seu pedido.
(B) Lurdes poderá alterar o pedido independentemente de consentimento do réu, uma vez que ele ainda não apresen-
tou contestação.
(C) Lurdes pode desistir da ação independentemente de consentimento do requerido, e ajuizar nova ação, com pedido
de guarda unilateral, a ser distribuída aleatoriamente.
(D) Lurdes pode desistir da ação, desde que haja consentimento do requerido, e ajuizar nova ação, com pedido de guar-
da unilateral, a ser distribuída perante o mesmo juízo da primeira ação.

Letra a.
Assunto abordado: Procedimento comum

ADITAMENTO DA PETIÇÃO INICIAL DESISTÊNCIA DA AÇÃO

CPC - Art. 329. O autor poderá:
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa
de pedir, independentemente de consentimento do réu;
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o
pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu,
assegurado o contraditório mediante a possibilidade
de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze)
dias, facultado o requerimento de prova suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à re-
convenção e à respectiva causa de pedir.
CPC - Artigo 485 (...) § 5º A desistência da ação pode ser
apresentada até a sentença.
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo
por abandono da causa pelo autor depende de reque-
rimento do réu.
Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas
de qualquer natureza: (...)
II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução
de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litiscon-
sórcio com outros autores ou que sejam parcialmente
alterados os réus da demanda;
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
48
Zuleica e seus irmãos Zeno e Zander são coproprietários
de uma casa de praia no litoral de João Pessoa. Ocorre
que o referido imóvel foi invadido por Amadeu. Como
Zuleica também mora em João Pessoa, ao tomar conhe-
cimento do ocorrido, ajuizou uma ação de reintegração
de posse em face do invasor, na defesa da coisa comum.
Posteriormente comunicou as providências tomadas
com os irmãos. Zeno, recém-formado em Direito, ficou
preocupado com a atuação do advogado de Zuleica,
achando-o inexperiente. Então deseja participar do pro-
cesso. A partir deste cenário, marque a assertiva correta:
(A) O caso contempla hipótese de chamamento ao
processo.
(B) O caso contempla hipótese de denunciação da lide.
(C) Zeno pode requerer sua intervenção na condição de
assistente simples.
(D) Zeno pode requerer sua intervenção na condição de
assistente litisconsorcial.
Letra d.
Assunto abordado: Intervenção de terceiros
CPC – Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou
mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado
em que a sentença seja favorável a uma delas poderá
intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qual-
quer procedimento e em todos os graus de jurisdição,
recebendo o assistente o processo no estado em que
se encontre.
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal
o assistente sempre que a sentença influir na relação
jurídica entre ele e o adversário do assistido.
Zeno poderia ter proposto a ação junto com Zuleica, em
litisconsórcio facultativo, uma vez que também sofreu o
esbulho praticado por Amadeu. Ele tem interesse jurí-
dico e é um colegitimado, sendo, portanto, hipótese de
assistência litisconsorcial.
49
Emanuel estava advogando em causa própria contra
uma empresa de turismo. Assim, na petição inicial in-
formou o número de sua inscrição na OAB, bem como
seu endereço físico e eletrônico. Durante a tramitação
processual, Emanuel entregou a sala comercial que alu-
gava, em virtude de dificuldades financeiras iniciadas na
fase da COVID-19, passando a fazer atendimento de seus
clientes em sua casa. Todavia, não informou no proces-
so a mudança de endereço. A partir destas informações,
assinale a opção correta.
(A) A intimação eventualmente enviada para o advoga-
do no antigo endereço é válida.
(B) A intimação eventualmente enviada para o advoga-
do no antigo endereço é nula.
(C) Quando o advogado atua em causa própria, vencen-
do a causa, não são devidos os honorários advocatí-
cios de sucumbência.
(D) Quando o advogado atua em causa própria, vencen-
do a causa, serão devidos os honorários advocatícios
de sucumbência, desde que fixados por apreciação
equitativa.
Letra a.
Assunto abordado: Sujeitos do processo – Procuradores
e honorários advocatícios de sucumbência
CPC - Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar
honorários ao advogado do vencedor.
§ 1º São devidos honorários advocatícios na recon-
venção, no cumprimento de sentença, provisório ou
definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recur-
sos interpostos, cumulativamente.
§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de
dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da
condenação, do proveito econômico obtido ou, não
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado
da causa, atendidos: I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e
a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo
advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o
proveito econômico ou, ainda, quando o valor da cau-
sa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários
por apreciação equitativa, observando o disposto nos
incisos do § 2º.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
§ 8º-A. Na hipótese do § 8º deste artigo, para fins de
fixação equitativa de honorários sucumbenciais, o juiz
deverá observar os valores recomendados pelo Con-
selho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil a
título de honorários advocatícios ou o limite mínimo
de 10% (dez por cento) estabelecido no § 2º deste
artigo, aplicando-se o que for maior. (Incluído pela Lei
n. 14.365, de 2022)
§ 17. Os honorários serão devidos quando o advoga-
do atuar em causa própria.
Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe
ao advogado:
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o en-
dereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advo-
gados do Brasil e o nome da sociedade de advogados
da qual participa, para o recebimento de intimações;
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de
endereço.
§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I,
o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5
(cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob
pena de indeferimento da petição.
§ 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso II,
serão consideradas válidas as intimações enviadas
por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço
constante dos autos.
50
Manoela propôs uma ação de obrigação de fazer, cumu-
lada com indenização por danos morais, em face de
determinada empresa do ramo de telefonia. Após dis-
tribuição da petição inicial e juízo positivo de admissibi-
lidade do juízo, foi designada audiência de conciliação/
mediação. A autora e seu advogado não compareceram,
bem como não foi apresentada justificativa, culminando
na aplicação de uma multa, por meio de decisão interlo-
cutória. Após o devido processo legal, a sentença julgou
improcedentes todos os pedidos da autora. Após tais fa-
tos, assinale a opção correta.
(A) Contra a decisão interlocutória que fixou a multa de-
veria ter sido interposto agravo de instrumento, no
prazo de quinze dias.
(B) A autora pode apresentar recurso de apelação para
impugnar a sentença e a decisão interlocutória que
fixou a multa.
(C) A decisão interlocutória que fixou a multa é irre-
corrível.
(D) Caso não queira impugnar a sentença, a autora não
pode utilizar o recurso de apelação para questio-
nar apenas a decisão interlocutória não agravável
da multa.
Letra b.
Assunto abordado: Recursos
CPC - Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. § 1º As
questões resolvidas na fase de conhecimento, se a
decisão a seu respeito não comportar agravo de ins-
trumento, não são cobertas pela preclusão e devem
ser suscitadas em preliminar de apelação, eventual-
mente interposta contra a decisão final, ou nas con-
trarrazões.
A decisão interlocutória que fixa a multa do artigo 334,
§ 8º, do CPC não é agravável de imediato (não previsão
no artigo 1015 do CPC, e não se encaixa no contexto da
taxatividade mitigada do STJ).
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
51
Miriam promoveu uma ação indenizatória em face do
Município de São Paulo. Após o devido processo legal,
o ente foi condenado, com base em uma Súmula do STJ.
Não houve recurso. Após o trânsito em julgado, foi ini-
ciado o cumprimento de sentença, com a consequente
intimação do ente, por meio da procuradoria municipal.
A partir destas informações, assinale a opção correta.
(A) Neste caso a sentença estava sujeita à remessa ne-
cessária.
(B) Neste caso há dispensa da remessa necessária.
(C) Neste caso a representação judicial do requerido de-
veria se dar na pessoa do prefeito, havendo um vício
processual a ser sanado.
(D) Na etapa de cumprimento da sentença, o ente deve-
rá ser intimado para efetuar o pagamento do débito
em 15 dias.
Letra b.
Assunto abordado: Requisitos de validade processual/
Remessa necessária e cumprimento de sentença
CPC - Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e
passivamente:
III - o Município, por seu prefeito, procurador ou As-
sociação de Representação de Municípios, quando
expressamente autorizada;
§ 5º A representação judicial do Município pela As-
sociação de Representação de Municípios somente
poderá ocorrer em questões de interesse comum dos
Municípios associados e dependerá de autorização
do respectivo chefe do Poder Executivo municipal,
com indicação específica do direito ou da obrigação a
ser objeto das medidas judiciais. (Incluído pela Lei nº
14.341, de 2022)
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não
produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Fe-
deral, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público; (...)
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo
quando a sentença estiver fundada em: I - súmula de
tribunal superior;
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa
de seu representante judicial, por carga, remessa ou
meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trin-
ta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução,
podendo arguir: (...)
52
Lindemberg formulou um pedido de tutela provisória de
urgência cautelar antecedente. Após juízo de admissibili-
dade positivo, foi concedida a tutela provisória requerida
após audiência de justificação prévia. A referida medida
cautelar foi posteriormente efetivada. Ocorre que, após
apresentação do pedido principal e tramitação processu-
al, os pedidos do autor foram julgados improcedentes. A
partir desta realidade, assinale a opção correta.
(A) Caso o juiz entendesse que o pedido cautelar formu-
lado era, na verdade, uma tutela antecipada, deveria
extinguir o processo sem resolução de mérito.
(B) Caso a parte ré não recorra da decisão interlocutória
que concedeu a tutela provisória de urgência caute-
lar, haverá o fenômeno da estabilização.
(C) Como os pedidos principais foram julgados impro-
cedentes, cessarão os efeitos da tutela antecedente
concedida, com a consequente responsabilização ob-
jetiva do autor em caso de danos à parte contrária.
(D) O prazo para apresentação do pedido principal é de
30 dias corridos, a contar da efetivação da medida
cautelar.
Letra c.
Assunto abordado: Tutelas provisórias
TPU-AA (Tutela provisória de urgência antecipada antece-
dente) é a única que pode estabilizar se o réu não agravar.
Art. 302. Independentemente da reparação por dano
processual, a parte responde pelo prejuízo que a
efetivação da tutela de urgência causar à parte ad-
versa, se:
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qual-
quer hipótese legal;
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação
de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a
lide e seu fundamento, a exposição sumária do direi-
to que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se
refere o caput tem natureza antecipada, o juiz obser-
vará o disposto no art. 303.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido prin-
cipal terá de ser formulado pelo autor no prazo de
30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos
mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela
cautelar, não dependendo do adiantamento de novas
custas processuais. (prazo processual é contado em
dias úteis, conforme artigo 219 do CPC)
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em
caráter antecedente, se: (...) III - o juiz julgar impro-
cedente o pedido principal formulado pelo autor ou
extinguir o processo sem resolução de mérito.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito Penal
Michelle Tonon
53
Tobias, 25 anos, de posse de um pedaço de cano metáli-
co que encontrou em uma caçamba com restos de obra,
vê Maria, 16 anos, na parada de ônibus, sozinha, às 21h.
Tobias, com dolo de subtração, decide abordar Maria,
simulando, com o cano metálico debaixo da camiseta,
estar armado. Maria se assusta e, muito amedrontada,
entrega sua mochila, contendo livros e cadernos e um
celular já bastante velho. Cerca de dez minutos depois,
a Polícia Militar prende Tobias em flagrante, ainda com
os pertences de Maria. Na Delegacia de Polícia, Tobias
telefona para você, advogado/a, para pedir ajuda. Nessa
situação, na orientação jurídica de Tobias, você deverá
esclarecer que:
(A) Tobias praticou crime de furto simples, já que não
portava arma de fogo e não empregou violência con-
tra Maria.
(B) Tobias praticou crime de furto tentado e majorado
pelo repouso noturno, considerando que abordou
Maria às 21h.
(C) Tobias praticou crime de roubo consumado, já que a
simulação do porte de arma de fogo caracteriza gra-
ve ameaça.
(D) Tobias poderá ser beneficiado com a aplicação do
princípio da insignificância, já que os bens subtraídos
de Maria não tinham valor econômico expressivo.
Letra c.
Assunto abordado: Direito Penal/Parte Especial/Crimes
contra o patrimônio/furto/roubo
Tobias praticou crime de roubo consumado, nos termos
do art. 157, caput, do Código Penal, pois a simulação
do porte de arma de fogo caracteriza a grave ameaça,
elementar do roubo. O crime restou consumado, já que
Tobias inverteu a posse dos bens, ainda que por breve
tempo, conforme dispõe a Súmula 582 do STJ. Como o
roubo é delito pluriofensivo, que envolve violência ou
grave ameaça à pessoa, não se admite a aplicação do
princípio da insignificância.
54
No dia 26 de abril de 2023, José, 50 anos, funcionário
público, responsável pelo atendimento aos cidadãos de
determinado órgão estadual, sente-se aborrecido pelas
perguntas feitas por Marina, 32 anos. Marina, então, diz
a José que, como funcionário público, ele tem o dever
de atender as demandas dos cidadãos, ao que José se
enfurece, vai até a copa da repartição, pega uma penca
de bananas que servia de lanche para os funcionários, e
entrega a Marina, dizendo: “vá embora com sua comida,
volte para o zoológico, de onde não deveria ter saído.”
Imediatamente, Marina aciona a Polícia e afirma ter sido
vítima de crime, em razão de discriminação, pela cor de
sua pele. Acerca da conduta de José, assinale a alterna-
tiva correta.
(A) José praticou crime de injúria qualificada, delito con-
tra a honra previsto no Código Penal, já que tinha a
intenção de ofender Marina, pessoa determinada,
pela sua raça e cor.
(B) José praticou crime de injúria racial, tipificado na
mesma lei que trata dos crimes de racismo, e tal con-
duta é inafiançável e imprescritível.
(C) José, caso condenado pelo crime, perderá automati-
camente seu cargo público, já que a ofensa a Marina
se deu no exercício das funções.
(D) A persecução penal de José dependerá de represen-
tação de Marina, já que a injúria racial é crime de
ação penal pública condicionada.
Letra b.
Assunto abordado: Direito Penal/Legislação especial/Lei
n. 7.716/89/ Racismo/Injúria racial
Desde 11 de janeiro de 2023, a injúria em razão de raça,
cor, etnia ou procedência nacional passou a ser tipifi-
cada na Lei n. 7.716/89, que prevê os crimes de racis-
mo. Assim sendo, a injúria racial passa a ter as mesmas
características do racismo, isto é, crime imprescritível,
inafiançável e de ação penal pública incondicionada. As
penas em abstrato da injúria racial também foram au-
mentadas. Portanto, tratando-se de lei nova mais grave,
não se aplica retroativamente. A perda do cargo públi-
co, embora efeito da condenação pelos crimes previs-
tos na Lei n. 7.716/89, não é automática, devendo ser
motivadamente declarada na sentença, conforme prevê
o art. 18.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
55
Timóteo é preso em flagrante com 50 gramas da droga co-
nhecida como cocaína, acondicionada em vários pequenos
tubos de plástico, em conhecido ponto de tráfico da cidade.
No momento da prisão, Timóteo estava entregando dois
tubinhos a Alexandre, adolescente de 17 anos, o qual infor-
mou ser usuário de entorpecentes desde os 15 anos e com-
prador assíduo de Timóteo, que sabia de sua menoridade.
Na delegacia de polícia, são checados os dados de Timó-
teo e se verifica que essa é sua primeira passagem policial,
sendo primário e de bons antecedentes. Preocupada com
a situação, a família de Timóteo procura você, advogado(a).
Nessa situação, a correta orientação jurídica é:
(A) Para que Timóteo seja condenado pelo crime de trá-
fico de drogas, o laudo pericial da substância deverá
indicar, obrigatoriamente, o grau de pureza do entor-
pecente apreendido.
(B) A quantidade expressiva de droga apreendida, soma-
da ao alto poder viciante da cocaína, impedem que
Timóteo seja beneficiado pela causa de diminuição
de pena do tráfico privilegiado.
(C) O fato de Timóteo ter vendido entorpecente a um
adolescente é irrelevante para fins de dosimetria da
pena, já que Alexandre declarou ser usuário contu-
maz de drogas.
(D) Caso confirmadas a primariedade, os bons antece-
dentes, a não dedicação a atividades criminosas e a
não participação em organização criminosa, Timóteo
deverá ser beneficiado com a causa de diminuição de
pena conhecida como tráfico privilegiado, e o crime
deixará de ter natureza hedionda.
Letra d.
Assunto abordado: Direito Penal/Legislação especial/Lei
n. 11.343/2006 – Tráfico de drogas
Timóteo praticou o crime descrito no art. 33 da Lei n.
11.343/2006 (tráfico de drogas). Considerando que ven-
deu entorpecente a um adolescente, incorrerá também
na causa de aumento de pena prevista no art. 40, inc.
VI, da Lei de Drogas (VI - sua prática envolver ou visar
a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por
qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade
de entendimento e determinação).
Segundo entendimento da jurisprudência, para a confi-
guração do delito de tráfico de drogas é desnecessária
a aferição do grau de pureza da substância apreendida.
Se o agente for primário, de bons antecedentes, não se
dedicar às atividades criminosas nem integrar organiza-
ção criminosa, poderá ser beneficiado com a causa de
diminuição de pena de 1/6 a 2/3, nos termos do art. 33,
§ 4º, da Lei n. 11.343/2006. Os requisitos legais são uni-
camente os acima descritos, não se cogitando de valora-
ção do poder viciante da droga ou da quantidade para o
afastamento da benesse. Quando verificada a figura do
art. 33, § 4º, o delito não será equiparado a hediondo,
conforme o art. 112, § 5º, da LEP (Lei n. 7.210/1984).
56
Cláudia, assistindo ao telejornal, fica sabendo que a Po-
lícia Civil de sua cidade está investigando uma série de
furtos a comércio, durante a madrugada, que estão sen-
do praticados por uma mulher misteriosa, que se utiliza
de diferentes disfarces e perucas para praticar os crimes.
Com o intuito de prejudicar Clarice, uma antiga rival,
Cláudia dirige-se ao distrito policial e, mesmo sabendo
da inocência de Clarice, aponta-a como autora dos fur-
tos, relatando, inclusive, que Clarice coleciona perucas e
adereços de carnaval em sua casa. A partir do relato mi-
nucioso e verossímil de Cláudia, a autoridade policial faz
diligências investigatórias em face de Clarice e a indicia
em inquérito policial. Diante dessa situação, nos termos
do Código Penal, a conduta de Cláudia se tipifica como:
(A) falsidade ideológica.
(B) comunicação falsa de crime.
(C) denunciação caluniosa.
(D) calúnia majorada.
Letra c.
Assunto abordado: Direito Penal/Parte Especial/Denun-
ciação caluniosa
Cláudia praticou o delito de denunciação caluniosa, pre-
visto no art. 339 do Código Penal:
“Dar causa à instauração de inquérito policial, de proce-
dimento investigatório criminal, de processo judicial, de
processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou
de ação de improbidade administrativa contra alguém,
imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato
ímprobo de que o sabe inocente:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.”
Não se trata de calúnia, pois na denunciação caluniosa o
agente não apenas imputa falsamente à vítima a prática
de fato definido como crime, como também o leva ao
conhecimento da autoridade, dando ensejo à instaura-
ção de investigação ou processo criminal. Há uma mobi-
lização do aparato estatal de persecução penal.
Também não se trata de comunicação falsa de crime
(art. 340 do CP), já que, nessa figura, provoca-se a ação
de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime
ou de contravenção que sabe não se ter verificado, sem
imputar a autoria do delito a pessoa específica.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
57
Luís, extremamente aborrecido com seu vizinho Carlos,
que fazia festas ruidosas todos os finais de semana, re-
solve aplicar uma surra em Carlos e, para isso, dirige-se
à casa do vizinho com um cabo de vassoura, com a in-
tenção de provocar lesões corporais. Lá chegando, Luís
encontra Carlos deitado na rede e ligeiramente embria-
gado. De surpresa, Luís inicia os golpes contra as pernas
de Carlos, que cai ao chão rapidamente. Entendendo
que os golpes não haviam sido suficientes para dar uma
lição em Carlos, Luís passa a desferir fortes golpes na
cabeça e no tronco da vítima, enfurecendo-se cada vez
mais e com nítido dolo de matar. Quando fica cansado
e sem forças para novos golpes, Luís se retira e, no dia
seguinte, é preso em sua casa, em razaão da morte de
Carlos. Acerca da situação hipotética narrada, é correto
afirmar que:
(A) Luís praticou crime de homicídio qualificado pelo
motivo fútil e pelo recurso que dificultou a defesa
da vítima, que estava deitada na rede e ligeiramente
embriagada, observando-se no caso um exemplo de
progressão criminosa.
(B) Luís praticou os crimes de lesão corporal e homicídio
qualificado, em concurso material, verificando-se na
hipótese crime progressivo.
(C) Luís praticou o crime de lesão corporal seguida de
morte e será julgado pelo Tribunal do Júri.
(D) Luís praticou crime de lesão corporal e homicídio cul-
poso, em continuidade delitiva.
Letra a.
Assunto abordado: Direito Penal/Parte Especial/crimes
contra a vida/homicídio/progressão criminosa
Luís praticou crime de homicídio qualificado, nos termos
do art. 121, § 2º, incisos II e IV, do Código Penal e a hipó-
tese é de progressão criminosa.
Na progressão criminosa, o agente inicia um comporta-
mento que caracteriza um crime menos grave, porém,
ainda no iter criminis, evolui no dolo e resolve praticar
uma infração mais grave, que pressupõe a primeira.
Na progressão criminosa descrita na questão, o agente
inicialmente queria o resultado menos grave (a lesão
corporal), mas, no meio do caminho, passa a desejar o
resultado mais grave, a morte. Dessa maneira, a lesão
corporal resta absorvida pelo homicídio.
Já no crime progressivo não há modificação do dolo, que
desde o princípio é o de praticar a conduta mais grave,
que pressupõe a passagem por um delito menos grave.
58
Roberval, 43 anos, entra no banheiro masculino da casa
noturna em que se encontrava e lá visualiza Jonas, 18
anos, utilizando o mictório. Roberval, então, decide tran-
car a porta do banheiro para que ninguém mais entrasse
e aborda Jonas, com um pequeno canivete, ordenando
que o rapaz nele pratique sexo oral. Jonas, porém, é pro-
fundo conhecedor de técnicas de defesa pessoal e con-
segue retirar o canivete de Roberval e o imobiliza com
um golpe. Roberval é preso em flagrante e conduzido
ao IML para o exame de corpo de delito ad cautelam. O
laudo pericial esclarece que Roberval sofreu lesões con-
tusas em razão do golpe de Jonas. Diante dessa situação
hipotética, assinale a alternativa correta.
(A) Roberval deverá responder pelo crime de estupro na
forma tentada, já que constrangeu Jonas, median-
te grave ameaça, à prática de ato libidinoso, o qual
não se consumou por circunstâncias alheias à sua
vontade.
(B) Roberval deverá responder pelo crime de importu-
nação sexual, já que não praticou nenhum ato libidi-
noso com Jonas.
(C) Roberval deverá responder pelo crime de estupro na
forma consumada, já que basta a grave ameaça para
a consumação do delito.
(D) Jonas, apesar de vítima do delito sexual, deverá res-
ponder pelo crime de lesão corporal, já que ofendeu
a integridade física de Roberval com o golpe.
Letra a.
Assunto abordado: Direito Penal/Parte Especial/crimes
contra a dignidade sexual/estupro
Roberval praticou a conduta descrita no art. 213, caput,
c.c. art. 14, inc. II, ambos do Código Penal:
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ame-
aça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que
com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.”
O delito de estupro é material. Assim, como Roberval
não atingiu o resultado naturalístico por circunstâncias
alheias à sua vontade (o golpe de Jonas), o crime se ca-
racterizou na forma tentada.
Jonas não responderá pela lesão corporal, pois agiu em
legítima defesa, causa excludente de ilicitude, nos exa-
tos termos do art. 25 do Código Penal.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

Direito Processual Penal 60

Lorena Ocampos
59
João foi condenado à pena de 4 anos de reclusão em ra-
zão da prática do crime de roubo contra a vítima Marcos.
No prazo legal, o Ministério Público interpôs apelação
recorrendo de todo o conteúdo da sentença pugnando,
inclusive, o agravamento da pena. Quanto a Marcos,
vítima do crime e que está habilitado nos autos como
assistente de acusação, este:
(A) poderá interpor recurso de apelação, no prazo de
quinze dias, após o recurso do Ministério Público.
(B) não poderá interpor recurso de apelação, mas pode-
rá interpor recurso em sentido estrito após o prazo
de recurso do Ministério Público.
(C) poderá interpor recurso de apelação, no prazo de
cinco dias após o prazo de recurso do Ministério
público.
(D) não poderá interpor recurso de apelação, tendo em
vista que o Ministério Público já recorreu.
Bianca contratou advogado e ajuizou ação penal de ini-
ciativa privada contra Roberto pela suposta prática do
crime de injúria. Após regular instrução do processo,
em suas alegações finais, Bianca deixou de formular o
pedido de condenação contra Roberto, tendo apenas
reforçado as provas produzidas e os fatos descritos na
peça inicial acusatória. Na hipótese, é correto afirmar
que ocorreu:
(A) a decadência do direito de queixa-crime, com a con-
sequente declaração de extinção da punibilidade de
Roberto.
(B) perempção, com a consequente declaração de extin-
ção da punibilidade de Roberto.
(C) perdão, com a consequente declaração de extinção
da punibilidade de Roberto.
(D) renúncia, com a consequente declaração de extinção
da punibilidade de Roberto.
Letra b.
Assunto abordado: Ação penal privada

Letra d. Trata-se de hipótese de perempção, conforme disposi-

Assunto abordado: Recursos criminais – assistente ção expressa do Código de Processo Penal:
de acusação
Art. 60. Nos casos em que somente se procede me-
(a) Errada. Tendo em vista que o Ministério Público re- diante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal
correu, a vítima não poderá fazê-lo. A possibilidade de a III - quando o querelante deixar de comparecer, sem
vítima recorrer só existe no caso de o Ministério Público motivo justificado, a qualquer ato do processo a que
não ter recorrido. É uma atribuição supletiva. deva estar presente, ou deixar de formular o pedido
(b) Errada. Tendo em vista que o Ministério Público re- de condenação nas alegações finais;
correu, a vítima não poderá fazê-lo. A possibilidade de a
vítima recorrer só existe no caso de o Ministério Público Atenção para a prova da OAB, é recorrente a cobrança
não ter recorrido. É uma atribuição supletiva. dos institutos da renúncia, perdão e perempção.
(c) Errada. Tendo em vista que o Ministério Público re-
correu, a vítima não poderá fazê-lo. A possibilidade de a
vítima recorrer só existe no caso de o Ministério Público
não ter recorrido. É uma atribuição supletiva.
(d) Certa. A vítima, habilitada ou não como assistente
de acusação, pode interpor recurso. No entanto, esse
recurso tem caráter SUBSIDIÁRIO, ou seja, só pode ser
interposto se o Ministério Público não tiver recorrido. É
o que se extrai da leitura do art. 598 do CPP.

Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do

Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for inter-
posta apelação pelo Ministério Público no prazo legal,
o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no
art. 31, ainda que não se tenha habilitado como as-
sistente, poderá interpor apelação, que não terá, po-
rém, efeito suspensivo.
Parágrafo único. O prazo para interposição desse re-
curso será de quinze dias e correrá do dia em que ter-
minar o do Ministério Público.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
61
Marcelo é investigado pela suposta prática de crime de
homicídio doloso. Você, como advogado do Marcelo, im-
petra habeas corpus, junto ao tribunal do júri competen-
te, visando ao trancamento das investigações perpetra-
das pelo Delegado de Polícia. A ordem de trancamento
é denegada pelo juiz que atua no tribunal do júri. Consi-
derando as disposições do Código de Processo Penal, da
decisão que nega a ordem de habeas corpus,
(A) é cabível a interposição de recurso de apelação.
(B) é cabível a interposição de recurso ordinário consti-
tucional.
(C) é cabível a interposição de recurso em sentido
estrito.
(D) não é cabível a interposição de recurso, mas sim de
novo habeas corpus junto ao Tribunal.
Letra c.
Assunto abordado: Recursos criminais
O trancamento do inquérito policial por meio do habeas
corpus é medida excepcional somente passível de ado-
ção quando houver inequívoca comprovação da atipici-
dade da conduta, da incidência de causa de extinção da
punibilidade ou da ausência de indícios de autoria ou de
prova sobre a materialidade.
Da denegação da ordem de habeas corpus pelo juízo de
primeiro grau (no caso, o Tribunal do Júri) cabe a inter-
posição de recurso em sentido estrito, nos termos do
art. 581, X, CPP.
Art. 581 do CPP - Caberá recurso, no sentido estrito,
da decisão, despacho ou sentença:
(...)
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
62
O Ministério Público ofereceu denúncia buscando a res-
ponsabilização de Pedro pela suposta prática do crime
de extorsão mediante sequestro. O processo tramitou
observando as regras do procedimento comum ordi-
nário, tendo em vista a pena máxima em abstrato co-
minada ao delito. Diante desse cenário e considerando
as disposições do Código de Processo Penal, é correto
afirmar que
(A) a defesa técnica, em alegações finais, terá o prazo
de quinze minutos, prorrogáveis por mais quinze
minutos.
(B) a defesa técnica poderá arrolar no máximo cinco tes-
temunhas.
(C) o juiz poderá indeferir as provas consideradas irrele-
vantes, impertinentes ou protelatórias.
(D) o juiz começará a inquirição com as perguntas às tes-
temunhas e passará a palavra, em seguida, à parte
que as arrolou.
Letra c.
Assunto abordado: Procedimento comum ordinário
(a) Errada. Nos termos do art. 403, do CPP, as alegações
finais serão oferecidas no prazo de 20 (vinte) minutos,
respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogá-
veis por mais 10 (dez) minutos.
(b) Errada. Nos termos do art. 401, do CPP, no procedi-
mento comum ordinário podem ser arroladas até 8 tes-
temunhas pela acusação e 8 testemunhas pela defesa.
(c) Certa. Nos termos do art. 400, § 1ª, do CPP, as pro-
vas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz
indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou
protelatórias.
(d) Errada. Adota-se o sistema do Cross Examination, ou
seja, as perguntas são feitas diretamente pelo promotor
ou advogado às testemunhas, interferindo o juiz somen-
te para indeferir as impertinentes, protelatórios e que
induzam à resposta.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
63
Rômulo é investigado pela suposta prática de infração
de menor potencial ofensivo. Consta dos autos que Rô-
mulo foi condenado, em outro processo, pela prática de
crime de roubo, mas que ainda não transitou em julga-
do. Consta, ainda, que Rômulo já foi beneficiado com a
transação penal há 7 anos e que não há informações nos
autos sobre a conduta social ou personalidade do agen-
te. Considerando as disposições da Lei n. 9.099/1995, é
correto afirmar que o Ministério Público
(A) não pode oferecer o benefício da transação penal a
Rômulo, tendo em vista que este possui condenação
pela prática de crime.
(B) não pode oferecer o benefício da transação penal a
Rômulo, considerando que este já foi beneficiado,
anteriormente, com o benefício.
(C) pode oferecer o benefício da transação penal a Rô-
mulo. Acolhendo a proposta do Ministério Público,
será aplicado o benefício, que não importará em
reincidência, sendo registrado, apenas, para impedir
o mesmo benefício no prazo legal.
(D) pode oferecer o benefício da transação penal a Rô-
mulo. Acolhendo a proposta do Ministério Público,
será aplicado o benefício, que não importará em
reincidência, mas constará de certidão de antece-
dentes criminais para caracterização de maus ante-
cedentes.
Letra c.
Assunto abordado: Transação penal
(a) Errada. Cabe o oferecimento de transação penal a
Rômulo, pois preenche os requisitos do art. 76 da Lei
n. 9.099/1995. O fato de possuir condenação por crime
não impede o benefício, sobretudo levando em conside-
ração que a condenação não transitou em julgado.
(b) Errada. Cabe o oferecimento de transação penal a
Rômulo, pois preenche os requisitos do art. 76 da Lei n.
9.099/1995. O fato de ter sido beneficiado há 7 anos não
impede o benefício. O dispositivo legal apenas impede
a concessão da transação penal quando o agente tiver
sido beneficiado nos últimos 5 anos.
(c) Certa. Nos termos do art. 76, § 4º, da Lei n.
9.099/1995, acolhendo a proposta do Ministério Públi-
co aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena
restritiva de direitos ou multa, que não importará em
reincidência, sendo registrada apenas para impedir no-
vamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
(d) Errada. Conforme art. 76, § § 4º e 5º, a aplicação da
proposta de transação penal não importará em rein-
cidência nem constará de certidão de antecedentes
criminais.
64
Breno responde a processo por suposta receptação (art.
180 do Código Penal). NO curso do processo, o Ministé-
rio Público ofereceu a Breno a medida despenalizadora
da suspensão condicional do processo, prevista no art. 89
da Lei n. 9.099/1995. No entanto, no curso do prazo de 2
anos da suspensão condicional do processo, Breno veio a
ser processado pela prática do crime previsto no art. 28
da Lei n. 11.343/2006 (posse de drogas para consumo
pessoal). Diante do exposto e considerando a jurispru-
dências dos Tribunais Superiores, é correto afirmar que
(A) a suspensão condicional do processo poderá ser
revogada.
(B) a suspensão condicional do processo poderá ser re-
vogada, após a oitiva do réu em audiência.
(C) a suspensão condicional do processo deverá ser
revogada.
(D) a suspensão condicional do processo deverá ser re-
vogada após a oitiva do réu em audiência.
Letra a.
Assunto abordado: suspensão condicional do processo
Prevê o art. 89, § 3º, da Lei n. 9.099/1995, que a sus-
pensão condicional do processo será revogada se, no
curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a
reparação do dano. Ainda, prevê o art. 89, § 4º, que a
suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser
processado, no curso do prazo, por contravenção, ou
descumprir qualquer outra condição imposta.
Inicialmente, ao ler a questão, o candidato considerará
que a suspensão condicional do processo deve ser re-
vogada, tendo em vista que o art. 28 da Lei de Drogas é
crime e se encaixaria na previsão do art. 89, § 3º, da Lei
n. 9.099/1995.
No entanto, trata-se de causa facultativa (poderá) de
revogação da suspensão condicional do processo e que
não existe oitiva em audiência. É preciso lembrar do jul-
gamento importante do STJ em 2020:
Mostra-se desproporcional que o mero processamento
do réu pela prática do crime previsto no artigo 28 da Lei
n. 11.343/2006 torne obrigatória a revogação da sus-
pensão condicional do processo (art. 89, § 3º, da Lei n.
9.099/1995), enquanto o processamento por contraven-
ção penal (que tem efeitos primários mais deletérios)
ocasione a revogação facultativa (art. 89, § 4º, da Lei n.
9.099/1995). Assim, é mais razoável que o fato de o re-
corrente estar sendo processado pela prática do crime
previsto no artigo 28 da Lei n. 11.343/2006 seja analisa-
do como causa facultativa de revogação do benefício da
suspensão condicional do processo (STJ, REsp 1.795.962,
Rel. Min. Ribeiro Dantas, 5ª Turma, j. 10.03.2020).
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito do Trabalho
Rogério Dias
65
Samuel era sócio da empresa Alfa Ltda., tendo se retira-
do em outubro de 2022, após a averbação da modifica-
ção no contrato. Em janeiro de 2023, reconheceu-se, ju-
dicialmente, que a retirada era fraudulenta, pois Samuel
continuava representando a empresa. Nessa situação,
(A) Samuel tem responsabilidade subsidiária.
(B) não há que se falar em responsabilização de Samuel.
(C) Samuel tem responsabilidade solidária.
(D) a retirada do sócio não poderia ser declarada frau-
dulenta.
Letra c.
Assunto abordado: Responsabilidades do empregador
O sócio retirante responderá solidariamente com os de-
mais quando ficar comprovada fraude na alteração so-
cietária decorrente da modificação do contrato, confor-
me disposto no art. 10-A, parágrafo único, da CLT.
66
Ingrid foi dispensada, sem justa causa, no dia 2 de abril
de 2021, pela empresa Zetta Ltda. No dia 31 de março de
2023, Ingrid ajuizou ação trabalhista requerendo indeni-
zação por danos morais, em decorrência de suposto as-
sédio sofrido. Ocorre que a referida ação foi arquivada,
pois a empregada não compareceu à audiência. No dia 3
de maio de 2023, ajuizou, novamente, ação trabalhista,
requerendo indenização por danos morais e integração
das comissões recebidas. Na condição de advogado da
empresa, você deverá alegar
(A) prescrição da integração das comissões.
(B) decadência da indenização por danos morais.
(C) prescrição de todos os pedidos.
(D) decadência da integração das comissões.
Letra a.
Assunto abordado: Prescrição
A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajui-
zamento de reclamação trabalhista, mesmo que em juízo
incompetente, ainda que venha a ser extinta sem reso-
lução do mérito, produzindo efeitos apenas em relação
aos pedidos idênticos, com base no art. 11, § 3º, da CLT.
67
A empresa BRW Ltda. estabeleceu, unilateralmente, um
Plano de Demissão Voluntária para seus empregados. O
referido PDV era vantajoso e com isso, João fez sua ade-
são. Ocorre que, dois meses depois, o empregado ajui-
zou ação trabalhista em face da empresa, requerendo
diversos direitos. Nessa situação,
(A) não é possível o ajuizamento de ação trabalhista.
(B) a adesão ensejou quitação plena e irrevogável.
(C) a adesão não ensejou quitação plena e irrevogável.
(D) o empregador não poderia regulamentar o PDV.
Letra c.
Assunto abordado: Extinção do contrato de trabalho
Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dis-
pensa individual, plúrima ou coletiva, previsto em con-
venção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja
quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da
relação empregatícia, salvo disposição em contrário es-
tipulada entre as partes, de acordo com o art. 477-B da
CLT. No presente caso, o PDV não foi criado por CCT ou
ACT, logo não enseja quitação plena e irrevogável.
68
Patrick entabulou acordo com a empresa Dreyer Ltda.,
em junho de 2023. Em julho de 2023, ainda receoso,
pois a empresa o informou que ele não teria direito ao
seguro-desemprego, procurou o seu escritório para re-
ceber orientação sobre o seu caso. Nesse caso,
(A) a informação do empregador está incorreta.
(B) não é possível acordo para extinguir o contrato de
trabalho.
(C) está correta a informação.
(D) a legislação não trata do assunto.
Letra c.
Assunto abordado: Seguro-desemprego
A extinção do contrato por acordo, não autoriza o ingres-
so no Programa de Seguro-Desemprego, segundo prevê
o art. 484-A, § 2º, da CLT.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º

69 (A) a reclamada poderá apresentar apenas as contrarra-

A empresa Bueno Ltda. dispensou Patrícia, sem justa zões ao recurso ordinário no prazo de 8 dias úteis.
causa. A empregada foi informada que o aviso prévio (B) a reclamada poderá interpor apenas o recurso ordi-
seria trabalhado. Dez dias após o início do aviso prévio, nário adesivo.
a empresa decidiu continuar com a empregada. Cien- (C) a reclamada poderá interpor o recurso ordinário
tificada, Patrícia não tem interesse na reconsideração. adesivo no prazo das contrarrazões ao recurso ordi-
Nessa situação, nário, ficando dispensada da realização do preparo.
(A) a reconsideração é um ato unilateral do empregador. (D) a reclamada poderá apresentar contrarrazões e in-
(B) Maria deverá continuar trabalhando como se o aviso terpor o recurso ordinário adesivo no prazo das con-
prévio não tivesse existido. trarrazões ao recurso ordinário do reclamante, de-
(C) o aviso prévio pode ser reconsiderado até o décimo vendo realizar o preparo.
quinto dia de sua ciência.
(D) a reconsideração é um ato bilateral. Letra d.
Assunto abordado: Recurso Ordinário Adesivo/Contrar-
Letra d. razões ao Recurso Ordinário/Prazo Recurso Ordinário
Assunto abordado: Aviso prévio
(a) Apresentar as contrarrazões não é a única opção da
Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois reclamada, pois ela pode optar por apresentar recurso
de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notifi- ordinário adesivo.
cante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra (b) Apresentar o recurso ordinário adesivo não é a única
parte é facultado aceitar ou não a reconsideração, con- opção da reclamada, pois ela pode optar por apresentar
soante disposto no art. 489 da CLT. Assim, trata-se de as contrarrazões ao recurso ordinário.
ato bilateral. (c) A reclamada pode interpor o recurso ordinário adesi-
vo no mesmo prazo das contrarrazões ao recurso ordiná-
Direito Processual do Trabalho rio, porém deve realizar o preparo.
(d) A reclamada pode apresentar contrarrazões ao recur-
Aryanna Linhares
so ordinário do reclamante e, no mesmo prazo (8 dias),
interpor o recurso ordinário adesivo, devendo, para isso,
70
realizar o preparo, conforme art. 997, § 2º, CPC e Súmula
Naldo trabalhava como caseiro na chácara de Laura. Al-
283 do TST.
gum tempo depois de ser dispensado sem justa causa,
ajuizou reclamação trabalhista contra a ex-emprega-
dora. O reclamante postulou férias acrescidas de 1/3 e
décimos terceiros salários relativos aos 3 anos em que
perdurou o contrato.
O juiz julgou procedente o pedido de férias acrescidas
de 1/3 e improcedente o pedido dos décimos terceiros
salários. No prazo de 8 dias úteis contados da publicação
da sentença, apenas o reclamante recorreu, postulando
a reforma da sentença quanto aos décimos terceiros sa-
lários. A reclamada foi intimada acerca da interposição
do recurso ordinário pelo reclamante. Indique a alter-
nativa correta acerca da(s) medidas judiciais que podem
ser adotadas pela reclamada.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
71
Hagrid ingressou com reclamação trabalhista em face
de sua ex-empregadora, a Escola Hogwarts, postulando
o pagamento de férias vencidas e horas extraordinárias
com a respectiva projeção nas parcelas contratuais e
rescisórias especificadas na inicial. No momento da au-
diência, compareceram Hagrid com seu procurador e
apenas o advogado da empresa, com a procuração e a
defesa escrita, tendo em vista que o preposto da recla-
mada estava retido no trânsito havia mais de uma hora,
devido ao tráfego intenso na cidade por causa das notó-
rias obras que estavam sendo realizadas no entorno da
Vara do Trabalho. Com base no exposto, assinale qual
deve ser a conduta do juiz.
(A) Diante da ausência do preposto no momento da au-
diência, ainda que estivesse a caminho, o juiz deve
recusar a defesa e os documentos apresentados pelo
advogado da reclamada.
(B) Considerando que as obras são notórias e que, por
causa delas, o preposto ficou retido no tráfego, o juiz
deve remarcar a audiência e, somente nesta nova
data, receber a defesa e os documentos apresenta-
dos pela reclamada.
(C) Embora a ausência do preposto importe em revelia,
o juiz deve receber a defesa e os documentos apre-
sentados pelo advogado da reclamada.
(D) O juiz deve conceder 15 minutos de tolerância, uma
vez que o preposto está a caminho.
Letra c.
Assunto abordado: Audiência/Preposto/Revelia
(a) O § 5º do art. 844 da CLT determina que ainda que
ausente o reclamado, presente o advogado na audiên-
cia, serão aceitos a contestação e os documentos even-
tualmente apresentados.
Letras B e D: Não existem dispositivos legais que corro-
borem essas duas condutas.
(c) É a resposta correta. O juiz deve receber a defesa e os
documentos apresentados pelo advogado da reclama-
da, pois, nos termos do art. 844, § 5º, da CLT, ainda que
ausente o reclamado, estando presente o advogado na
audiência, serão aceitos a contestação e os documentos
eventualmente apresentados.
72
Aladim propôs reclamação trabalhista em face de Tape-
tes Turbinados do Gênio Ltda., sua ex-empregadora. Na
petição, formulou pedido de verbas rescisórias, férias
vencidas e horas extras. Quarenta dias depois do des-
ligamento de Aladim, já ocorreu a primeira audiência.
Nesta, devido à ausência de suas testemunhas, a re-
clamada requereu o seu adiamento e reconheceu que
não pagou as verbas rescisórias devidas. O juiz designou
uma 2ª audiência. No dia marcado, as testemunhas da
empresa compareceram. Além disso, logo no início da
sessão, a reclamada ofereceu o pagamento das verbas
rescisórias incontroversas adicionadas da multa do art.
477, § 8º, da CLT. Diante do exposto, assinale a alternati-
va correta no que diz respeito ao pagamento das verbas
rescisórias incontroversas.
(A) A reclamada já ofertou o pagamento logo no início
da audiência e, por isso, não fica sujeita a qualquer
outro pagamento adicional em relação às verbas da
ruptura contratual.
(B) Considerando que a parte incontroversa não foi qui-
tada já na 1ª audiência, a reclamada fica sujeita ao
pagamento das verbas rescisórias com o acréscimo
de 50%.
(C) Embora essas verbas não tenham sido quitadas logo
na 1ª audiência, a reclamada já pagará a multa do
art. 477, § 8º, CLT, e, por isso, não fica sujeita a ne-
nhuma outra penalidade.
(D) Considerando que a parte incontroversa não foi qui-
tada já na 1ª audiência, a reclamada fica sujeita ao
pagamento em dobro das verbas rescisórias devidas
ao reclamante.
Letra b.
Assunto abordado: Verbas Rescisórias
As verbas rescisórias incontroversas deveriam ter sido
pagas já na primeira audiência, quando ambas as partes
compareceram à Justiça do Trabalho. Considerando que
isso não ocorreu, a reclamada fica sujeita ao pagamento
de das verbas rescisórias acrescidas de 50%, conforme
prevê o art. 467 da CLT.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
73
Super Vigia Ltda. presta serviços para o banco Cofre For-
te, sendo responsável por parte da equipe de vigilantes
que atualmente trabalha nas agências do banco. Thor e
Hulk são colegas e trabalhavam juntos, como vigilantes,
na agência do banco na cidade de Ijuí/RS. Enquanto Thor
fazia parte da Super Vigia Ltda., Hulk havia sido contra-
tado diretamente pelo banco. No mês de maio, Thor foi
dispensado sem justa causa. No mês de julho, foi a vez
de Hulk, também dispensado sem justa causa. Thor in-
gressou com uma reclamação trabalhista ainda no mês
de maio e Hulk, vinte dias depois de sua dispensa. Am-
bos pleiteiam o pagamento do adicional de periculosida-
de não pago durante a vigência do contrato de trabalho,
dentre outras coisas. Diante dessa situação, no que se
refere ao pedido do adicional de periculosidade, indique
a alternativa correta.
(A) Tanto Thor quanto Hulk devem realizar prova pericial
quanto à periculosidade.
(B) Como Hulk foi contratado diretamente pelo banco,
é considerado bancário e não faz jus ao adicional de
periculosidade.
(C) Na ação de Thor, é desnecessária a realização de pe-
rícia, pois, como vigilante, tem direito ao adicional de
periculosidade em razão de preceito legal, porém, na
ação de Hulk, a perícia deve ser realizada, já que foi
contratado diretamente pelo banco, não sendo con-
siderado vigilante propriamente dito.
(D) Em ambas as reclamações trabalhistas, a realização
de perícia para provar a periculosidade é desneces-
sária, porque o vigilante tem direito ao adicional de
periculosidade em razão de preceito legal.
Letra d.
Assunto abordado: Perícia/Adicional de Periculosidade/
Vigilante/Bancário
É desnecessária a realização de perícia, porque o vigilan-
te tem direito ao adicional de periculosidade em razão
de preceito legal, consoante preceitua o art. 193, inci-
so II, da CLT. Apesar de ter sido contratado diretamente
pelo banco, Hulk é vigilante da mesma forma como Thor
(art. 3º, II, Lei n. 7.102/1983).
74
Um auditor fiscal do trabalho lavrou auto de infração
aplicando penalidade administrativa à empresa Ferros
D´Ouro por não cumprir os percentuais mínimos de em-
pregados com deficiência. Inconformada, a empresa ar-
gumentou que tentou de todas as formas encontrar pes-
soas com deficiência com as qualificações necessárias
para o trabalho, mas não obteve êxito. No entanto, con-
tratou vários aprendizes com deficiência e a quantidade
deles hoje presentes na empresa supera a quota exigida
de empregados com deficiência. Diante dessa situação,
considerando o que vigora no ordenamento jurídico bra-
sileiro e supondo que você fosse contratado como advo-
gado da empresa, indique a alternativa correta.
(A) Proporia uma ação na justiça comum para tentar
anular o auto de infração lavrado pelo órgão de fisca-
lização da relação de trabalho.
(B) Embora o número de aprendizes com deficiência su-
pere a quantidade exigida para a contratação de em-
pregados com deficiência, não é possível o cômputo
do aprendiz na cota de deficiente, pois a legislação
em vigor veda tal prática.
(C) Como o número de aprendizes com deficiência supe-
ra a quota exigida de empregados com deficiência, é
possível o cômputo do aprendiz na cota de deficien-
te, sendo indevida a aplicação da penalidade.
(D) É condição de admissibilidade de recurso administra-
tivo o depósito prévio da multa.
Letra b.
Assunto abordado: Aprendiz/Deficiente
(a) A ação deve ser proposta na Justiça do Trabalho, por-
que a penalidade foi aplicada por órgão da fiscalização
da relação de trabalho, conforme institui o art. 114, in-
ciso VII, da CF/88.
(b) Não é possível o cômputo do aprendiz na cota de de-
ficiente, pois a Lei veda tal prática, à luz do art. 93, § 3º,
da Lei n. 8.213/1991.
(c) Não é possível o cômputo do aprendiz na cota de de-
ficiente, pois a Lei veda tal prática, à luz do art. 93, § 3º,
da Lei n. 8.213/1991.
(d) De acordo com a Súmula Vinculante 21 do STF, é in-
constitucional a exigência de depósito ou arrolamento
prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de re-
curso administrativo.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito do Previdenciário
Fernando Maciel
75
Após trabalhar como empregado de uma empresa de
construção civil por exatos 18 meses, oportunidade em
que vinha recebendo remuneração mensal equivalente
ao salário-mínimo, Júlio Mendes foi preso em regime
fechado pela prática do crime de estelionato. Em virtu-
de disso, a esposa e o filho recém-nascido de Júlio, na
condição de dependentes previdenciários, formalizaram
perante o INSS o pedido de auxílio-reclusão. Referido
benefício será:
(A) Deferido, pois o auxílio-reclusão dispensa a carência
previdenciária.
(B) Indeferido, pois o auxílio-reclusão exige 12 meses de
carência previdenciária.
(C) Deferido, pois o auxílio-reclusão exige 18 meses de
carência previdenciária.
(D) Indeferido, pois o auxílio-reclusão exige 24 meses de
carência previdenciária
Letra d.
Assunto abordado: Auxílio-reclusão
Correta a letra D, pois de acordo com o art. 25, IV, da Lei
8.213/91, o benefício de auxílio-reclusão exige 24 contri-
buições mensais de carência previdenciária.
76
Marcus Sampaio é aposentado do INSS desde
17/06/2018, data em que passou a receber a sua apo-
sentadoria por idade. Após dois anos da concessão do
seu benefício Marcus iniciou a sofrer de Alzheimer, o que
fez com que passasse a depender permanentemente do
auxílio de uma terceira pessoa. Considerando a situação
de Marcus, assinale a alternativa correta em matéria de
adicional de 25% (auxílio-acompanhante):
(A) Marcus fará jus ao adicional de 25%, desde que a su-
perveniente dependência de um acompanhante seja
constatada pela perícia médica federal.
(B) Marcus não terá direito ao adicional de 25%, pois
esse acréscimo é extensível apenas aos aposentados
por incapacidade permanente (invalidez).
(C) Marcus fará jus ao adicional de 25%, que será incor-
porado ao valor de sua aposentadoria e, quando de
seu óbito, será acrescido ao valor da pensão de seus
dependentes.
(D) Marcus não fará jus ao adicional de 25%, pois esse
auxílio foi extinto com a EC 103/19.
Letra b.
Assunto abordado: Aposentadoria por incapacidade
permanente
Correta a letra B, pois de acordo com o art. 45 da Lei n.
8.213/1991, apenas a aposentadoria por invalidez (atu-
al aposentadoria por incapacidade permanente) é que
pode receber o adicional de 25% nos casos em que o
aposentado precisar de um auxílio permanente de uma
terceira pessoa. Considerando que Marcus foi aposen-
tado por idade, não fará jus a esse acréscimo, o que evi-
dencia o erro das letras A e C. Por fim, a letra D está er-
rada pois o “auxílio-acompanhante” não foi extinto com
a EC 103/2019.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito Financeiro
Anderson Ferreira
77
O Poder Executivo de um determinado ente federativo
elabora um projeto de Lei que compreenderá as metas
e prioridades da administração pública federal, estabe-
lecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas me-
tas, em consonância com trajetória sustentável da dívi-
da pública.
Diante do cenário, assinale a alternativa correta.
(A) A matéria tratada em tal projeto de Lei é destinada a
uma Lei complementar.
(B) O quórum para aprovação da supracitada Lei é de
maioria simples do parlamento.
(C) O quórum para aprovação da supracitada Lei é de
2/3 do parlamento.
(D) O referido projeto de Lei é relativo ao orçamento
anual do ente federativo.
Letra b.
Assunto abordado: PPA, LDO e LOA
(a) Errada. A matéria tratada no referido projeto é desti-
nada à lei de diretrizes orçamentárias, nos termos do §
2º do art. 165 da Constituição. Veja:
Art. 165. (...)
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá
as metas e prioridades da administração pública fede-
ral, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e res-
pectivas metas, em consonância com trajetória sus-
tentável da dívida pública, orientará a elaboração da
lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na
legislação tributária e estabelecerá a política de apli-
cação das agências financeiras oficiais de fomento.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 109,
de 2021)
(b) Certa. O quórum para aprovação é de maioria sim-
ples, haja vista que a Constituição não menciona o ter-
mo “lei complementar” quando se refere à LDO. Portan-
to, a LDO é lei específica ordinária.
(c) Errada. Vide explicação do item anterior.
(d) Errada. Como mencionado anteriormente, o projeto
de Lei é relativo à LDO, e não ao orçamento anual.
78
Acerca das disposições da Lei n. 4.320/1964 sobre a lei
orçamentária anual, assinale a afirmativa correta.
(A) Todas as receitas e despesas constarão do orçamen-
to pelos seus totais, permitidas deduções em caso de
emenda parlamentar.
(B) Integrarão a Lei do orçamento o quadro demons-
trativo do programa anual de trabalho do governo,
em termos de realização de obras e de prestação de
serviços.
(C) É vedada autorização no orçamento para a abertura
de créditos adicionais especiais.
(D) O orçamento não pode conter autorização para o
Poder Executivo realizar operações de crédito para
antecipação de receita.
Letra c.
Assunto abordado: Lei n. 4.320/1964
(a) Errada. A alternativa contraria o princípio do or-
çamento bruto, nos termos do art. 6º da Lei n.
4.320/1964. Veja:
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da
Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quais-
quer deduções.
(b) Errada. Na verdade, tal conteúdo acompanhará a lei
do orçamento, nos termos do art. 2º, § 2º, inciso III, da
Lei n. 4.320/1964. Veja:
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação
da receita e despesa de forma a evidenciar a política
econômica financeira e o programa de trabalho do
Governo, obedecidos os princípios de unidade uni-
versalidade e anualidade. (...)
§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento: (...)
III - Quadro demonstrativo do programa anual de tra-
balho do Governo, em termos de realização de obras
e de prestação de serviços.
(c) Certo. Exatamente, pois o princípio da exclusividade
não tem como exceção a autorização para a abertura de
créditos especiais. As exceções são a abertura de crédi-
tos suplementares e a realização de operações de crédi-
to, ainda que por antecipação de receita.
(d) Errada. Está em contradição com o inciso II do art. 7º
da Lei n. 4.320/1964. Veja:
Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização
ao Executivo para: (...)
II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro,
operações de crédito por antecipação da receita, para
atender a insuficiências de caixa.
1° Simulado – OAB – 1ª Fase do Exame 39º
Direito Eleitoral
Odair José
79
Rogerinho, filiado ao partido Alfa, teve seu mandato de De-
putado Federal, pelo Estado Delta, cassado em razão de con-
denação judicial pelo Tribunal Superior Eleitoral pela prática
de abuso de poder econômico durante a sua campanha elei-
toral. Aquele Tribunal determinou que a primeira suplente
do partido de Rogerinho, a Sra. Roberta, fosse diplomada a
fim de tomar posse na vaga deixada por Rogerinho.
Acontece que o Tribunal Regional Eleitoral do Estado
Delta (TRE-Delta) diplomou a candidata Raquel do parti-
do Beta, sob a alegação de que Roberta não havia alcan-
çado votação nominal mínima determinada pelo Código
Eleitoral, no seu artigo 108.
Diante do fato narrado, Roberta consulta um advogado a
fim de saber qual medida a ser tomada contra a decisão
do TRE-Delta. Tendo como referência a jurisprudência e
a legislação eleitoral vigente, o advogado consultado de-
verá informar que
(A) caberá Apelação para o TRE-Delta, com fundamento
no art. 112, parágrafo único, do Código Eleitoral.
(B) Roberta deverá interpor Recurso Especial junto ao
Tribunal Superior eleitoral, com fundamento no art.
112, parágrafo único do Código Eleitoral, que dispen-
sa a votação nominal mínima ao Suplente.
(C) o parágrafo único do art. 112 do Código Eleitoral, de-
clarado constitucional pelo Supremo Tribunal Fede-
ral, dispensa a necessidade de votação mínima para
posse de suplente.
(D) Roberta não poderá ser diplomada por não atender
exigência expressa de votação nominal mínima pres-
crita pelo Código Eleitoral.
Letra c.
Assunto abordado: Eleições proporcionais/Cláusula de
desempenho individual/Reclamação
(a) Errada. Uma vez que se trata de violação de uma deci-
são do STF, que na ADI 6657 julgou a constitucionalidade
do parágrafo único do art. 112 do Código Eleitoral, a ação
correta é Reclamação a ser dirigida diretamente ao STF.
(b) Errada. No caso em tela não cabe Recurso Especial,
mas Reclamação perante o STF, conforme destacado na
explicação acima.
(c) Certa. O parágrafo único do art. 112 do Código Elei-
toral dispensa a obrigatoriedade de votação nominal mí-
nima para que o suplente de vereador ou de deputado
tome posse. O dispositivo em comento foi objeto da ADI
6657, julgado constitucional pelo STF.
(d) Errada. Ao suplente de vereador e de deputado não
há exigência de votação nominal mínima (Código Eleito-
ral, art. 112, parágrafo único; ADI 6657).
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Nas eleições municipais da Cidade Gama, o partido Alfa
elegeu 2 vereadores, Maria e João. Acontece que restou
comprovada fraude à cota de gênero promovida pelo
partido Alfa, com a anuência de Maria e do presidente
do partido.
João, que não participou da fraude e não tinha qualquer
conhecimento acerca dela, consultou um advogado a
fim de saber sobre os riscos da perda do seu mandato
de vereador.
O advogado consultado respondeu corretamente que
(A) João não perderá o mandato, porque não participou
da fraude.
(B) todos os eleitos pelo partido Alfa perderão o manda-
to e ficarão inelegíveis pelo prazo de oito anos.
(C) Maria perderá o mandato de vereadora e ficará ine-
legível pelo prazo de oito anos; o presidente do parti-
do ficará inelegível pelo prazo de oito anos; João não
perderá o mandato.
(D) João e Maria perderão os seus mandatos de verea-
dores; Maria e o presidente do partido Alfa ficarão
inelegíveis por oitos a contar da eleição em que ocor-
reu a fraude à cota de gênero.
Letra d.
Assunto abordado: Eleições proporcionais/
Cota de gênero
(a) Errada. todos os eleitos, independentemente de
terem ou não participado da fraude, perderão o man-
dato (Acórdão-TSE, de 4.5.2023, no AgR-REspEl n.
060031166).
(b) Errada. apenas quem concorreu para fraude fica-
rá inelegível (Acórdão-TSE, de 20.4.2023, no AREspE n.
060052128).
(c) Errada. ainda que não tenha participado da fraude,
João perderá o seu mandato (Acórdão-TSE, de 4.5.2023,
no AgR-REspEl n. 060031166).
(d) Certa. João e Maria terão seus mandatos cassados,
mas apenas Maria e o presidente do partido, que atu-
aram na fraude à cota de gênero, ficarão inelegíveis
(Aplica-se o disposto no art. 22, inc. XIV da LC 64/1990;
Acórdão-TSE, de 20.4.2023, no AREspE n. 060052128).