2º Simulado

Ordem dos Advogados do Brasil

1ª FASE DO 38º EXAME DE ORDEM

Tipo – GRAN

a F rova
SUA PROVA INFORMAÇÕES GERAIS

As questões objetivas têm cinco alternativas de Verifique se seu caderno está completo, sem repe-

GV
ba de p
resposta (A, B, C, D, E) e somente uma delas tição de questões ou falhas. Caso contrário, noti-
está correta; fique imediatamente o Fiscal da Sala, para que
sejam tomadas as devidas providências;
Além deste caderno de questões, contendo
setenta questões objetivas, você receberá do Confira seus dados pessoais, especialmente nome,
ela to
Fiscal de Sala: nc número de inscrição e documento de identidade
e leia atentamente as instruções para preencher
o cartão-resposta das questões objetivas.
ma

o cartão-resposta;
Use somente caneta esferográfica, fabricada em
material transparente, com tinta preta ou azul;
ad o for

Assine seu nome apenas no(s) espaço(s)

reservado(s);
TEMPO
Confira sua cor e tipo do caderno de questões.
op
on

Caso tenha recebido caderno de cor ou tipo

Você dispõe de 4h para a realização da prova, já
diferente do impresso em seu cartão-resposta,
incluído o tempo para a marcação do cartão-res-
o fiscal deve ser obrigatoriamente informado
ad

posta e preenchimento da folha de texto definitivo;

para o devido registro na Ata da Sala;
3 horas após o início da prova é possível retirar-se
lic

Reserve tempo suficiente para o preenchimento

se

da sala, sem levar o caderno de questões;

do seu material. O preenchimento é de sua res-
Faltando 30 minutos para o final da prova é ponsabilidade e não será permitida a troca do
ap
Ba

possível retirar-se da sala levando o caderno cartão-resposta ou folha de texto definitivo em

de questões. caso de erro;
Para fins de avaliação, serão levadas em considera-
ção apenas as marcações realizadas no cartão-
-resposta e na folha de texto definitivo;
Os candidatos serão submetidos ao sistema de
detecção de metais quando do ingresso e
NÃO SERÁ PERMITIDO
da saída de sanitários durante a realização
das provas.
Qualquer tipo de comunicação entre os candidatos
durante a aplicação da prova; Boa sorte!

Levantar da cadeira sem autorização do

Fiscal de Sala;
Usar o sanitário ao término da prova, após
deixar a sala.
 FOLHA DE ROSTO ORIENTATIVA PARA PROVA OBJETIVA
LEIA AS ORIENTAÇÕES COM CALMA E ATENÇÃO!

INSTRUÇÕES GERAIS

● Atenção ao tempo de duração da prova, que já inclui o preenchimento da folha de respostas.

● Cada uma das questões da prova objetiva está vinculada ao comando que imediatamente
a antecede e contém orientação necessária para resposta. Para cada questão, existe
apenas UMA resposta válida e de acordo com o gabarito.
● Faltando uma hora para o término do simulado, você receberá um e-mail para preencher
o cartão-resposta, a fim de avaliar sua posição no ranking. Basta clicar no botão vermelho
de PREENCHER GABARITO, que estará no e-mail, ou acessar a página de download da
prova. Você deve fazer o cadastro em nossa plataforma para participar do ranking. Não se
preocupe: o cadastro é grátis e muito simples de ser realizado.
– Se a sua prova for estilo Certo ou Errado (CESPE/CEBRASPE):
marque o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo
designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. Se optar por não responder
a uma determinada questão, marque o campo “EM BRANCO”. Lembrando que, neste
estilo de banca, uma resposta errada anula uma resposta certa.
Obs.: Se não houver sinalização quanto à prova ser estilo Cespe/Cebraspe, apesar de
ser no estilo CERTO e ERRADO, você não terá questões anuladas no cartão-resposta
em caso de respostas erradas.
– Se a sua prova for estilo Múltipla Escolha:
marque o campo designado com a letra da alternativa escolhida (A, B, C, D ou E). É
preciso responder a todas as questões, pois o sistema não permite o envio do cartão
com respostas em branco.
● Uma hora após o encerramento do prazo para preencher o cartão-resposta, você receberá um
e-mail com o gabarito para conferir seus acertos e erros. Caso você seja aluno da Assinatura
Ilimitada, você receberá, com o gabarito, a prova completa comentada – uma vantagem
exclusiva para assinantes, com acesso apenas pelo e-mail e pelo ambiente do aluno.
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FICHA TÉCNICA DO MATERIAL

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CÓDIGO:
452023636

TIPO DE MATERIAL:
Simulado Preparatório

NUMERAÇÃO:
2º Simulado

NOME DO ÓRGÃO:
Ordem dos Advogados do Brasil
OAB

EXAME:
1ª Fase do 38º Exame de Ordem

MODELO/BANCA:
OAB/FGV

EDITAL:
Pós-Edital

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
05/2023

DATA DE APLICAÇÃO:
05/2023
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Ética Profissional
Maria Christina
1 (A) É defeso ao advogado expor os fatos em Juízo ou na
Maria Cecília recém-aprovada no exame de ordem dese-
ja saber quais são os requisitos necessários para poder
se inscrever como advogada. Assinale a alternativa que
apresenta esses requisitos.
(A) Diploma de graduação e serviço militar obrigatório
para todos.
(B) Aprovação no exame de ordem regulado por sua
seccional.
(C) Prestação do compromisso por meio de procuração.
(D) Certificado de conclusão de curso com histórico es-
colar devidamente autenticado.
2
Sobre os deveres dos advogados, assinale a alternativa
incorreta.
(A) Preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a
dignidade da profissão, zelando pelo caráter de es-
sencialidade e indispensabilidade da advocacia.
(B) Atuar com temor, independência, honestidade, de-
coro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé.
(C) Velar por sua reputação pessoal e profissional.
(D) Empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoa-
mento pessoal e profissional.
3 confiança recíproca. Sentindo o advogado que essa
Sobre o Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a
alternativa correta.
(A) O advogado deve ter consciência de que o Direito é
um meio de mitigar as desigualdades para o encon-
tro de soluções justas e que a lei é um instrumento
para garantir a igualdade das minorias.
(B) O advogado, ainda que vinculado ao cliente ou cons-
tituinte, mediante relação empregatícia ou por con-
trato de prestação permanente de serviços, ou como
integrante de departamento jurídico, ou de órgão
de assessoria jurídica, público ou privado, deve zelar
pela sua liberdade e independência.
(C) É ilegítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio
de causa e de manifestação, no âmbito consultivo,
de pretensão concernente a direito que também lhe
seja aplicável ou contrarie orientação que tenha ma-
nifestado anteriormente.
(D) O exercício da advocacia é compatível com procedi-
mentos moderados de mercantilização.
4
Sobre as normas descritas no Código de Ética e Discipli-
na da OAB, assinale a alternativa correta.
via administrativa falseando deliberadamente a ver-
dade e utilizando de má-fé.
(B) É vedado o oferecimento de serviços profissionais
que implique, direta ou indiretamente, angariar ou
captar clientela sob pena de suspensão.
(C) As disposições do Código de Ética obrigam igualmen-
te os órgãos de advocacia pública, e advogados pú-
blicos, salvo aqueles que ocupem posição de chefia e
direção jurídica.
(D) O advogado público exercerá suas funções com de-
pendência técnica, contribuindo para a solução ou
redução de litigiosidade, sempre que possível.
5
Sobre as normas do Código de Ética e Disciplina da OAB,
assinale a alternativa correta.
(A) O advogado deve informar o cliente, de modo cla-
ro e inequívoco, quanto a eventuais riscos da sua
pretensão, e das consequências que poderão advir
da demanda. Deve, igualmente, denunciar, após 30
dias, a quem lhe solicite parecer ou patrocínio, qual-
quer circunstância que possa influir na resolução de
submeter-lhe a consulta ou confiar-lhe a causa.
(B) As relações entre advogado e cliente baseiam-se na
confiança lhe falta, é recomendável que externe ao
cliente sua impressão e, não se dissipando as dúvi-
das existentes, promova, em seguida, o substabele-
cimento com reserva de poder.
(C) O advogado, no exercício do mandato, atua como
patrono da parte, cumprindo-lhe, por isso, imprimir
à causa orientação que lhe pareça mais adequada,
sem se subordinar às intenções contrárias do cliente,
mas, antes, procurando esclarecê-lo quanto à estra-
tégia traçada.
(D) A conclusão ou desistência da causa, tenha havido, ou
não, extinção do mandato, obriga o advogado a de-
volver ao cliente bens, valores e documentos que lhe
hajam sido confiados e ainda estejam em seu poder,
bem como a prestar-lhe contas em 3 anos, pormenori-
zadamente, sem prejuízo de esclarecimentos comple-
mentares que se mostrem pertinentes e necessários.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem

6 (C) O advogado, ao postular em nome de terceiros, con-

Sobre as normas do Código de Ética e Disciplina da OAB, tra ex-cliente ou ex-empregador, judicial e extrajudi-
assinale a alternativa incorreta. cialmente, deve resguardar o sigilo profissional em
(A) Concluída a causa ou arquivado o processo, presu- todas as situações.
me-se cumprido e extinto o mandato. (D) Ao advogado cumpre abster-se de patrocinar causa
(B) O advogado não deve aceitar procuração de quem contrária à validade ou legitimidade de ato jurídico
já tenha patrono constituído, sem prévio conheci- em cuja formação haja colaborado ou intervindo de
mento deste, salvo por motivo plenamente justificá- qualquer maneira, salvo se houver conflito de inte-
vel ou para adoção de medidas judiciais urgentes e resses motivado por intervenção anterior no trato de
inadiáveis. assunto que se prenda ao patrocínio solicitado.
(C) O advogado não deve deixar ao abandono ou ao de-
samparo as causas sob seu patrocínio, sendo reco- Filosofia do Direito
mendável que, em face de dificuldades insuperáveis
Odair José
ou inércia do cliente quanto a providências que lhe
tenham sido solicitadas, renuncie ao mandato.
9
(D) A renúncia ao patrocínio deve ser feita com menção
“Sendo o Direito um bem cultural, nele há sempre uma
do motivo que a determinou, fazendo cessar a res-
exigência axiológica atualizando-se na condicionalidade
ponsabilidade profissional pelo acompanhamento
histórica, de maneira que a objetividade do vínculo jurí-
da causa, uma vez decorrido o prazo de 10 dias.
dico está sempre ligada às circunstâncias de cada socie-
dade, aos processos de opção ou de preferência entre os
7 múltiplos caminhos que, como vimos, se entreabrem no
Sobre as normas do Código de Ética, assinale a alterna-
momento de qualquer realização de valores”.
tiva correta.
(A) A renúncia ao mandato exclui responsabilidade por da- (REALE, Miguel. Filosofia do Direito. São Paulo: Saraiva,
2000. p. 702).
nos eventualmente causados ao cliente ou a terceiros.
(B) O advogado será responsabilizado por omissão do
Buscando se afastar da concepção normativista de Di-
cliente quanto a documento ou informação que lhe
reito, Miguel Reale propõe uma leitura tridimensional,
devesse fornecer para a prática oportuna de ato pro-
levando-o a concluir que:
cessual do seu interesse.
(A) o Direito, enquanto fenômeno cultural, não se define
(C) A revogação do mandato judicial por vontade do clien-
pelo Poder Estatal, elemento este indiferente à Teo-
te o desobriga do pagamento das verbas honorárias
ria Tridimensional.
contratadas, assim como não retira o direito do advo-
(B) a sociedade é condição do Direito, a Justiça deve ser
gado de receber o quanto lhe seja devido em eventual
o fim último, a bilateralidade atributiva é a forma or-
verba honorária de sucumbência, calculada proporcio-
denatória específica e o Poder é a garantia de sua
nalmente em face do serviço efetivamente prestado.
atualização.
(D) O mandato judicial ou extrajudicial não se extingue
(C) a Teoria Tridimensional atribui papel secundário à
pelo decurso de tempo, salvo se o contrário for con-
Cultura, porque sua condição de existência está vin-
signado no respectivo instrumento.
culada ao Poder estatal.
(D) o Direito tem sua existência condicionada pela lógica
8
transcendental jusnaturalista.
Sobre as normas do Código de Ética, assinale a alterna-
tiva correta.
(A) Os advogados integrantes da mesma sociedade pro-
fissional, ou reunidos em caráter permanente para
cooperação recíproca, podem representar, em juízo
ou fora dele, clientes com interesses opostos.
(B) Sobrevindo conflitos de interesse entre seus consti-
tuintes e não conseguindo o advogado harmonizá-
-los, caber-lhe-á optar, com prudência e discrição,
por um dos mandatos, renunciando aos demais, res-
guardado sempre o sigilo profissional.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
10 (D) O Supremo Tribunal Federal compõe-se de dez Minis-
“O meu objetivo é produzir uma teoria da justiça que
represente uma alternativa ao pensamento utilitário em
geral e, portanto, às suas diversas versões.”
(RAWLS, John. Uma Teoria da Justiça. São Paulo: Martins
Fontes, 1993. p. 40).
John Rawls, ao mesmo tempo em que rejeita o utilita-
rismo como princípio de justiça, posiciona-se como um
crítico daquela teoria, porque entende que seus postu-
lados não respondem à necessidade de se pensar a jus-
tiça social.
Com base na teoria de John Rawls, assinale a alternati-
va correta.
(A) Uma doutrina da economia política tem de incluir
uma concepção de bem público que seja baseada na
concepção da justiça.
(B) A justiça se realiza na medida em que proporciona
o acesso aos bens econômicos aos mais habilitados
socialmente.
(C) O Estado deve limitar-se à proteção da propriedade e
à garantia da segurança, e não deve gerar sobrecar-
gas tributárias aos empreendedores econômicos.
(D) O mercado é o espaço onde se realiza a justiça, por-
que proporciona o consumo e a liberdade empre-
endedora.
Direito Constitucional
Ana Paula Blazute
11
Júlia e Ana, estudantes de direito, estavam discutindo
acerca das disposições constitucionais sobre o Poder
Judiciário. Diante do exposto, assinale a alternativa que
está em conformidade com a Constituição Federal.
(A) O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Mi-
nistros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta
e cinco e menos de setenta anos de idade, de notável
saber jurídico e reputação ilibada, sendo nomeados
pelo Presidente da República, depois de a escolha ser
aprovada pela maioria absoluta do Senado Federal.
(B) O Supremo Tribunal Federal compõe-se de dez Minis-
tros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e
cinco e menos de setenta anos de idade, de notável
saber jurídico e reputação ilibada, sendo nomeados
pelo Presidente da República, depois de a escolha ser
aprovada pela maioria absoluta do Senado Federal.
(C) O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze
Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de
trinta e menos de setenta anos de idade, de notável
saber jurídico e reputação ilibada, sendo nomeados
pelo Presidente da República, depois de a escolha ser
aprovada pela maioria absoluta do Senado Federal.
tros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e
cinco e menos de sessenta e cinco anos idade, de no-
tável saber jurídico e reputação ilibada, sendo nomea-
dos pelo Presidente da República, depois de a escolha
ser aprovada pela maioria absoluta do Senado Federal.
12
Miguel, inconformado com o pagamento de imposto
na comercialização de seus e-books (livros eletrônicos),
quer saber qual a medida judicial cabível, visto que tal
exigência viola a Súmula Vinculante 57.
(A) Recurso Extraordinário.
(B) Reclamação Constitucional.
(C) Ação Direta de Inconstitucionalidade.
(D) Habeas data.
13
Ana decidiu ingressar com uma ação em face do INSS,
autarquia federal, que gere o Regime Geral de Previdên-
cia Social. Ao consultar o seu advogado sobre qual seria
o órgão competente para processar e julgar o feito, foi-
-lhe corretamente informado que, nesse caso, é:
(A) necessariamente a Justiça Federal, o que não pode
ser excepcionado pela lei.
(B) a Justiça Federal, mas, se a comarca de domicílio de
Ana não for sede de vara federal, a competência será
da Justiça Estadual.
(C) a Justiça Federal, mas a lei pode autorizar que a cau-
sa tramite perante a Justiça Estadual, se a comarca
de domicílio de Ana não for sede de vara federal.
(D) a Justiça Estadual, tratando-se de exceção à previsão
geral de que as ações ajuizadas em face de autarquia
federal são de competência da Justiça Federal.
14
Larissa foi impedida de entrar em uma determinada loja,
sendo-lhe dito que naquele estabelecimento era proibi-
da a entrada de pessoas negras. Larissa, indignada com
tal situação, acionou imediatamente a polícia, por enten-
der ter sido vítima de crime de racismo. A Constituição
Federal traz os chamados mandados de criminalização
e, dentre eles, considera a prática do racismo um crime:
(A) prescritível e afiançável
(B) imprescritível e afiançável.
(C) imprescritível e inafiançável.
(D) imprescritível e insuscetível de graça ou anistia.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
15 (D) apresentar denúncia por ato homofóbico em ana-
O Presidente da República, no Palácio do Planalto, deu
um tiro na cabeça do Ministro da Economia, seu inimigo
político de longa data. Diante do que dispõe a Consti-
tuição Federal, pela prática do crime referido, ele deve
ser julgado:
(A) pelo Superior Tribunal de Justiça, órgão competen-
te para processar e julgar as autoridades de governo
nos casos de crimes comuns e de responsabilidade.
(B) pelo Senado Federal, após admissão pela Câmara
dos Deputados, sob a presidência do presidente do
Supremo Tribunal Federal.
(C) pelo Supremo Tribunal Federal, órgão competente
para processar e julgar o Presidente da República em
infração penal comum.
(D) pelo Tribunal do Júri, órgão com previsão constitu-
cional, cuja competência é o julgamento dos crimes
dolosos contra a vida.
16 hipótese de violação de direitos humanos.
O embaraço ao exercício do direito de reunião, por par-
te de autoridade pública específica, constitui ofensa a
direito constitucionalmente previsto, sendo passível de
ser corrigido mediante o manejo do “remédio constitu-
cional” denominado:
(A) Habeas data.
(B) Habeas corpus.
(C) Ação popular.
(D) Mandado de segurança.
Direitos Humanos
Alice Rocha
17 gem, assim como proteger os interesses deste e dos
Guilherme e Bruce são dois jovens casados e que dese-
jam constituir uma família com muitos filhos e um gato.
Recentemente, começaram a frequentar parques e lo-
gradouros próximos de sua residência para terem cer-
teza de suas decisões. No último domingo, enquanto
passeavam por um parque público de mãos dadas, um
guarda os abordou e solicitou que se retirassem, alegan-
do que existiam muitas crianças no local e que a pre-
sença deles estaria constrangendo os demais usuários
do parque. Indignados com a situação, o casal procura
Carolina, jovem advogada de uma ONG de combate à
homofobia e transfobia, que deve orientá-los a:
(A) deixar de frequentar o parque e respeitar o espaço
de convivência das famílias incomodadas.
(B) apresentar denúncia por impedimento de acesso a
local público, não cabendo a alegação da discrimina-
ção homofóbica por não terem sido abordados pelos
particulares e sim por um agente do Estado.
(C) apresentar denúncia por ato homofóbico o equipa-
rando à forma contemporânea de racismo social.
logia ao crime de racismo estabelecido na Lei n.
7.716/1989.
18
Como forma de evitar a responsabilização do Estado
brasileiro por violação de Direitos Humanos, foram esta-
belecidos alguns mecanismos constitucionais, tal como
o Incidente de Deslocamento de Competência, também
conhecido como Incidente de “federalização dos crimes
contra os direitos humanos”. Sobre tal mecanismo, a
Constituição Federal prevê expressamente que:
(A) somente é admitido o incidente durante o curso do
inquérito policial.
(B) apenas o Procurador-Geral da República é legitimado
para a propositura do incidente.
(C) a competência para o julgamento do incidente é do
Supremo Tribunal Federal.
(D) o incidente pode ser proposto em toda e qualquer
Direito Internacional
Alice Rocha
19
Por causa de relações diplomáticas e consulares os Esta-
dos estabelecem ou mantêm relações mútuas, comuni-
cam-se uns com os outros ou interagem politicamente
ou juridicamente, sempre por meio dos seus represen-
tantes autorizados. Para o exercício de suas funções, os
representantes recebem um tratamento diferenciado. A
respeito de tal tratamento, é incorreto afirmar que:
(A) é função do diplomata representar o Estado de ori-
seus nacionais perante o Estado estrangeiro.
(B) é função do consulado fomentar o desenvolvimen-
to das relações comerciais, econômicas, culturais e
cientificas entre o Estado que envia e o Estado recep-
tor e, ainda, promover relações amistosas entre eles.
(C) a imunidade de jurisdição dos funcionários consula-
res não se aplica para o caso de ação civil proposta
por terceiro como consequência de danos causados
por acidente de veículo, ocorrido no Estado receptor.
(D) os agentes diplomáticos e os membros da repartição
consular não estão obrigados a prestar depoimento
como testemunha.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem

20 23
Anthony é ex-assessor do presidente de Caxamandu,
país ao norte da África, e, com a troca do regime de go-
verno, tem sido alvo de perseguição por razões políticas
e resolve buscar asilo no Brasil. Para isso, Anthony con-
trata Helton, consultor de instituto de apoio a asilados,
que deve informá-lo, com base nas regras brasileiras e
em especial na Lei n. 13.445/2017, que:
(A) o Brasil oferece exclusivamente asilo territorial, não
considerando seguro a concessão de tal proteção em
embaixadas localizadas em outros Estados.
(B) a saída do asilado do País sem prévia comunicação
não implica renúncia ao asilo.
(C) o asilo político será outorgado como instrumento de
proteção à pessoa.
(D) não se concederá asilo a quem tenha cometido crime
de genocídio, crime contra a humanidade, crime de
guerra, crime de agressão ou crimes hediondos.
Direito Tributário
Maria Christina
21
Diante da nova pandemia instalada a nível mundial e te-
mendo déficit de orçamento, o Presidente da República
editou Medida Provisória em decorrência da urgência da
situação para instituir o Empréstimo Compulsório com
vigência em 90 dias. Diante dos fatos, assinale a alter-
nativa correta.
(A) O tributo é inconstitucional, pois deverá produzir
efeitos de imediato.
(B) O tributo é inconstitucional por violação à compe-
tência para sua instituição.
(C) O tributo é inconstitucional por violação ao princípio
da legalidade.
(D) O tributo é constitucional.
Sobre o imposto de renda, é correto afirmar que:
(A) não incidirá imposto de renda sobre o valor da hora
extra recebida.
(B) incidirá imposto de renda sobre as verbas recebidas
a título de programa de demissão voluntária.
(C) não incidirá imposto de renda sobre os valores rece-
bidos a título de dano moral.
(D) incidirá imposto de renda sobre o valor das férias
não usufruídas.
24
O município de Guarapari instituiu uma taxa de preven-
ção de incêndio sobre um serviço prestado pelo estado
do Espírito Santo. Diante do exposto, assinale a alterna-
tiva correta.
(A) O tributo é constitucional, conforme dispositivo
constitucional.
(B) O tributo é inconstitucional por violação à com-
petência.
(C) O tributo é inconstitucional, pois somente a União
pode instituir taxas.
(D) O tributo é constitucional por ser um serviço di-
visível.
25
Sobre as causas de suspensão da exigibilidade do crédi-
to, assinale a alternativa correta.
(A) O mero pedido de parcelamento configura reconhe-
cimento de dívida e interrompe a prescrição.
(B) O mero pedido de moratória configura reconheci-
mento de dívida e interrompe a prescrição.
(C) O depósito do montante integral e em dinheiro exclui
o crédito tributário.
(D) O processo administrativo fiscal poderá tramitar si-
multaneamente com o judicial.

22
A União instituiu contribuição previdenciária sobre os
proventos dos servidores ativos, inativos e pensionistas.
Diante do caso, assinale a alternativa correta.
(A) A contribuição só pode incidir sobre os proventos
dos servidores ativos.
(B) A União não possui competência para instituir tal
contribuição sobre os servidores estaduais.
(C) A contribuição previdenciária deve obediência
aos princípios da anterioridade, que anula a nona-
gesimal.
(D) As contribuições previdenciárias não poderão ter alí-
quotas progressiva.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Direito Administrativo
Gustavo Brígido
26 rá constar do respectivo polo passivo.
João, estudante do Curso de Direito da Faculdade Gama,
procurou você, advogado especialista em direito admi-
nistrativo, para elucidar uma dúvida relacionada à obri-
gatoriedade de prestação de contas ao TCU por parte da
OAB, tanto por parte do Conselho Federal quanto por
parte das seccionais nos estados e no Distrito Federal.
Respaldado pelo entendimento consolidado pelo Supre-
mo Tribunal Federal, você respondeu corretamente que:
(A) o Conselho Federal e os Conselhos Seccionais da Or-
dem dos Advogados do Brasil não estão obrigados a
prestar contas ao Tribunal de Contas da União nem a
qualquer outra entidade externa.
(B) o Conselho Federal e os Conselhos Seccionais da
Ordem dos Advogados do Brasil estão obrigados a
prestar contas ao Tribunal de Contas da União e a
qualquer outra entidade externa.
(C) o Conselho Federal está obrigado a prestar contas ao
Tribunal de Contas da União, mas os Conselhos Sec-
cionais da Ordem dos Advogados do Brasil não estão
obrigados a prestar contas ao Tribunal de Contas da
União nem a qualquer outra entidade externa.
(D) o Conselho Federal não está obrigado a prestar con-
tas perante o TCU, mas os Conselhos Seccionais da
Ordem dos Advogados do Brasil estão obrigados a
prestar contas ao Tribunal de Contas da União, bem
como a qualquer outra entidade externa.
27 (C) o excesso de prazo para a conclusão do processo ad-
Maria é servidora pública ocupante do cargo efetivo de
médica do município de Fortaleza, que, por estar exauri-
da após diversos plantões seguidos, cometeu grave erro
médico no exercício de suas atribuições em hospital mu-
nicipal, na medida em que amputou um braço saudável
de João, em lugar daquele que estava enfermo e neces-
sitava de tal intervenção cirúrgica.
João procurou você, na qualidade de advogado especia-
lista em direito administrativo, com a intenção de ajuizar
ação de responsabilização civil em decorrência do trági-
co evento, sendo correto afirmar, à luz da orientação do
Supremo Tribunal Federal, que ele:
(A) poderá optar entre ajuizar a ação em face de Maria
ou do município de Fortaleza, na medida em que am-
bos respondem objetivamente pelas lesões causadas.
(B) deverá ajuizar ação em face de Maria e do município
de Fortaleza, situação em que terá que demonstrar
que a servidora atuou com dolo ou culpa no exercício
de suas atribuições.
(C) poderá ajuizar ação exclusivamente em face de Ma-
ria, que responde objetivamente pelo exercício de sua
prática profissional na qualidade de servidora pública.
(D) deverá ajuizar a ação apenas em face do município
de Fortaleza, que responderá objetivamente pelos
danos causados, na medida em que Maria não pode-
28
Havendo denúncia anônima, João, autoridade compe-
tente do Distrito Federal, tomou conhecimento de que
Maria, servidora pública ocupante de cargo efetivo dis-
trital, cometera falta gravíssima no exercício de suas
atribuições. Após investigação, foi instaurado o processo
administrativo disciplinar, cuja portaria de instauração
não detalhou todos os fatos a ela imputados. Na fase
instrutória, foi utilizada prova emprestada de processo
criminal, autorizada pelo juízo competente, e a defesa
técnica foi apresentada por Aline, a servidora mais anti-
ga constituída por Maria, que não é advogada. Após ex-
trapolar o prazo previsto em lei para conclusão e garantir
a ampla defesa e o contraditório, o processo resultou na
aplicação da pena de demissão de Maria.
Diante dos fatos narrados, João procurou você, na quali-
dade de advogado especialista em Direito Administrati-
vo, para orientá-lo acerca dos aspectos jurisprudenciais
do tema. Dessa forma, é correto afirmar que a orien-
tação sumulada pelos Tribunais Superiores é no sen-
tido de que:
(A) o processo administrativo disciplinar não poderia ter
sido instaurado em decorrência de denúncia anônima.
(B) a utilização da mencionada prova emprestada é per-
mitida, uma vez que autorizada pelo juízo competen-
te e respeitados o contraditório e a ampla defesa.
ministrativo em questão enseja a nulidade da deci-
são, independentemente de prejuízo para a defesa.
(D) a portaria de instauração é nula, pois era imprescin-
dível que contivesse a exposição detalhada dos fatos.
29
João foi eleito prefeito do município de Fortaleza. Na
composição da sua equipe de governo, nomeou a sua
filha para o cargo de Secretária Municipal de Saúde, ten-
do em vista que ela é médica com experiente atuação
na área da saúde pública. Diante do exposto e com base
nas alterações promovidas pela Lei n. 14.230/2021 na
Lei n. 8.429/1992, é correto afirmar que, em tese, a con-
duta de João:
(A) caracteriza ato de improbidade que causa prejuízo
ao erário.
(B) caracteriza ato de improbidade que importa em enri-
quecimento sem causa.
(C) caracteriza ato de improbidade que viola os princí-
pios da Administração Pública.
(D) não caracteriza, em princípio, ato de improbidade,
pois versa sobre cargo político.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
30 32
O Estado do Ceará recebeu um imóvel fruto de dação
em pagamento como forma de quitação de dívida de
particular. Em seguida, o ente federativo decide vender
o referido imóvel. Para tanto, nos termos da doutrina,
da jurisprudência e da Lei n. 14.133/2021, é correto
afirmar que:
(A) a Administração Pública pode optar pela realização
de avaliação do imóvel, caso seja demonstrada a hi-
pótese de dispensa de licitação.
(B) a Administração Pública deverá proceder à avaliação
do imóvel, não sendo possível dispensar a licitação.
(C) a autorização legislativa é exigível apenas nos pro-
cessos de alienação de bem imóvel público derivado
de procedimento judicial.
(D) a alienação de bem público derivado de dação em
pagamento dispensa licitação.
Direito Ambiental
Nilton Coutinho
31 33
Juliano foi aprovado em um concurso público para fiscal
municipal junto à secretaria do meio ambiente.
Após iniciar o trabalho, recebeu uma denúncia formula-
da por um munícipe, a qual relatava que uma empresa
automotiva estava jogando pneus velhos em um Parque
Nacional existente naquela cidade.
Como Juliano tinha iniciado as suas atividades há poucos
dias, entrou em contato com um advogado especialista
na área, o qual lhe informou que:
(A) como o Parque Nacional é de domínio da União, Julia-
no deveria pedir ao munícipe que procurasse o Ibama.
(B) compete ao órgão estadual responsável pelo licen-
ciamento lavrar auto de infração ambiental e instau-
rar processo administrativo para a apuração de infra-
ções à legislação ambiental.
(C) nos casos de iminência ou ocorrência de degradação
da qualidade ambiental, o ente federativo que tiver
conhecimento do fato deverá determinar medidas
para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunican-
do imediatamente ao órgão competente para as pro-
vidências cabíveis.
(D) como o Parque Nacional é uma unidade de conserva-
ção federal, Juliano não poderá realizar a fiscalização
da conformidade de empreendimentos e atividades
efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores
de recursos naturais com a legislação ambiental em vi-
gor, devendo comunicar o órgão federal competente.
A empresa Água Limpa S/A possuía outorga do direito
de uso de recursos hídricos. Preocupada com a regulari-
dade da sua atividade, a empresa consulta um advogado
especialista na área, o qual lhe informa que a outorga de
direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa
parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo deter-
minado, nas seguintes circunstâncias, exceto:
(A) não cumprimento pelo outorgado dos termos da
outorga.
(B) ausência de uso por dois anos consecutivos.
(C) necessidade premente de água para atender a situa-
ções de calamidade, inclusive as decorrentes de con-
dições climáticas adversas.
(D) necessidade de se atender a usos prioritários, de in-
teresse coletivo, para os quais não se disponha de
fontes alternativas.
Direito Civil
Roberta Queiroz
Lenda Selvagem da Silva, agora com 37 anos, nunca teve
apreço pelo nome registrado por seus pais. Desde os 20
anos de idade, vem frequentando uma religião de ori-
gem na cultura da Indonésia, na qual cultua o espírito
da natureza, incluindo montanhas e grandes árvores.
Com isso, Lenda decidiu ajuizar ação para alterar o nome
completo para Henda Andi Indra. Considerando o caso
narrado, assinale a alternativa correta.
(A) Tendo em vista a evolução da função do nome e a
dignidade da pessoa humana, Lenda terá êxito em
seu pleito, independentemente de decisão judicial.
(B) Lenda apenas conseguirá alterar o nome completo
mediante decisão judicial em processo judicial no qual
deverá comprovar ausência de prejuízo a terceiro.
(C) Não é possível, no ordenamento jurídico, a supres-
são e substituição total do nome registral.
(D) É possível apenas a alteração do prenome, mediante
processo judicial.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
34 36
Adelícia de Carvalho permitiu, por 18 anos, que Analgesi-
na Costa Pinto, vizinha da fazenda ao lado, passasse pela
sua fazenda para chegar mais fácil e mais rapidamente
à rodovia que dá acesso ao centro do município de Jar-
dim de Piranhas, no Rio Grande do Norte. Analgesina,
durante esse tempo, fez algumas obras de pavimenta-
ção simples no local que serve de passagem, para passar
com veículo de transporte de funcionários. Contudo, há
pouco tempo, Adelícia, por arbitrariedade, proibiu que
Analgesina permanecesse passando pelo local. Conside-
rando o caso narrado, assinale a alternativa correta.
(A) Trata-se do caso de passagem forçada, devendo ha-
ver o registro de imóveis para que produza efeitos.
(B) Trata-se do caso de servidão não aparente.
(C) O caso relata uma situação de servidão aparente, po-
dendo Analgesina usucapir a servidão.
(D) Trata-se o caso do direito de superfície, devendo
Analgesina pagar o solarium para permanecer no uso
da passagem.
35 que o pagamento do empréstimo deveria ser feito no dia
Aleluia Sarango e Além-mar Paranhos são casados no
regime de comunhão parcial de bens. Casaram-se em
2015. Embora desnecessário, o pacto antenupcial cons-
tou expressamente que Aleluia tem um apartamento,
considerado bem particular, posto que foi adquirido no
ano de 2010. Em fevereiro de 2023, Aleluia resolveu ven-
der o imóvel para comprar um outro apartamento. Con-
siderando as regras relacionadas aos regimes de bens no
Código Civil, assinale a alternativa correta.
(A) Para alienar o imóvel, Aleluia deve ter o consenti-
mento de Além-mar.
(B) Para alienação do bem imóvel, por se tratar de bem parti-
cular, não haverá necessidade de autorização do cônjuge.
(C) Caso Aleluia aliene o apartamento para aquisição de
outro, o segundo imóvel passará a ser bem comum,
devendo ser partilhado em caso de divórcio.
(D) A venda do imóvel sem consentimento do cônjuge é
nula de pleno direito.
Angústias Árias, Antenor da Cotinha e Antônio America-
no do Brasil Mineiro são irmãos, filhos de Alma de Veras
com Amado Amoroso, casados no regime da comunhão
universal de bens. No dia 04/08/2021, Angústias faleceu
em um acidente de carro, deixando dois filhos peque-
nos. Amado Amoroso faleceu em fevereiro de 2023.
Considerando a partilha dos bens deixados pelo faleci-
mento de Amado, assinale a alternativa correta.
(A) A herança deve ser partilhada entre os filhos vivos
de Amado.
(B) Alma de Veras tem direito a uma cota referente a
metade dos bens que cada filho vivo receberá.
(C) Alma de Veras deverá concorrer com os filhos, divi-
dindo o acervo hereditário por cabeça.
(D) A herança deixada pelo falecimento de Amado deve
ser partilhada em 3 cotas, apenas.
37
Carabino Tiro Certo emprestou R$ 50.000,00 para João
Bebe Água e Juana Mula. No contrato, ficou consignado
10 de maio de 2022. Além disso, João entregou um re-
lógio de família em garantia. O pagamento, no entanto,
não ocorreu. Considerando os fatos narrados, assinale a
alternativa correta.
(A) Em caso de inadimplemento, poderá o credor ficar
com o bem dado em garantia.
(B) Trata-se de obrigação solidária, na qual Carabino po-
derá cobrar o todo de qualquer um dos devedores.
(C) A devolução do bem empenhado, antes do pagamen-
to da obrigação, não significa remissão da dívida.
(D) Caso Carabino ajuíze demanda judicial em face de
João, poderá este promover o chamamento ao pro-
cesso em face de Juana.
38
José Marciano Verdinho das Antenas Longas deve o va-
lor de R$ 35.000,00 para Luiz Tripador. Contudo, como
não tem dinheiro para quitar a dívida, José oferece o car-
ro como forma de pagamento. Luiz prontamente aceita.
Assinale a alternativa que corresponde à forma de paga-
mento ocorrida neste caso.
(A) Dação em pagamento.
(B) Novação objetiva.
(C) Imputação do pagamento.
(D) Remissão.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Estatuto da Criança e do Adolescente
Patrícia Dreyer
39 41
A autoridade policial tomou conhecimento de que Maria
Luiza, 15 anos, havia praticado ato infracional e empre-
endeu fuga para sua casa. A autoridade policial, infor-
mando somente à autoridade judiciária competente, en-
trou em sua casa, com autorização da sua família, expôs
a situação e interrogou Maria Luiza sobre o ocorrido. Em
seguida, sem qualquer resistência da adolescente, ele a
algemou e a levou, em compartimento fechado da via-
tura, para a delegacia. Considerando o caso hipotético, é
correto afirmar que a ação da autoridade policial:
(A) estaria correta somente se a adolescente tivesse 16
anos completos.
(B) é incorreta, mas não constitui crime em espécie ou
infração administrativa.
(C) é correta, pois a adolescente foi capturada em
flagrante.
(D) é crime previsto no Estatuto da Criança e do Ado-
lescente.
40 tação do peso ou medida; ou a substituição do pro-
Simone, maior e capaz, namorou Osvaldo por 6 meses.
Após o término do relacionamento, descobriu que es-
tava grávida. Simone, então, mudou de cidade e escon-
deu, até quando pôde, a novidade da gestação. Quando
a criança nasceu, Simone decidiu fazer a entrega respon-
sável da criança logo no hospital. Considerando o direito
à proteção integral da criança e o direito da gestante,
assinale a alternativa correta.
(A) Simone não tem direito de exigir sigilo sobre o nasci-
mento, e tem a obrigação de comunicar os seus fami-
liares e o pai da criança sobre o nascimento.
(B) Simone só poderia entregar a criança depois da com-
provação de sua incapacidade ou inabilidade para
criá-la, especificamente em casos de violência do-
méstica e dificuldades financeiras.
(C) Simone pode entregar a criança para adoção ali mes-
mo no hospital, em unidades de saúde, públicas ou
particulares, Conselhos Tutelares, escolas e demais
órgãos do sistema de garantia de direitos, antes ou
logo após o nascimento. Ela será obrigatoriamen-
te encaminhada, sem qualquer constrangimento, à
Justiça da Infância e da Juventude para formalizar o
processo de manifestação de consentimento e para
atendimento junto à equipe interprofissional da
unidade.
(D) A entrega pode ser realizada sem intervenção do
Poder Judiciário, de forma verbal ou por documento
escrito, seja por instrumento particular ou escritura
pública.
Direito do Consumidor
Patrícia Dreyer
Carolina foi ao supermercado Casa e Comida Ltda. e ad-
quiriu dez quilogramas de carne da marca Carne Fres-
ca. O produto foi vendido em embalagem lacrada com
o rótulo da produtora. Horas após a compra, porém, ao
preparar e consumir o produto, Carolina sentiu-se muito
mal e precisou ser hospitalizada, tendo-se então verifi-
cado que sofreu intoxicação alimentar em decorrência
de a carne estar estragada. Além dos valores gastos com
o tratamento médico, o prejuízo de Carolina se agravou
porque ela é motorista de aplicativo e precisou ficar sem
trabalhar por alguns dias, o que lhe trouxe impacto fi-
nanceiro. Diante do caso, é correto afirmar que:
(A) o supermercado Casa e Comida Ltda. não poderá ser
responsabilizado pelo infortúnio ocorrido com Carolina.
(B) se Carolina tivesse pagado pelos dez quilos de carne
e, ao chegar em casa, percebesse que, em verdade,
só adquirira oito quilos, ela poderia exigir em solida-
riedade do supermercado e da marca Carne Fresca o
abatimento proporcional do preço; ou complemen-
duto por outro da mesma espécie, marca ou modelo,
sem os aludidos vícios; ou a restituição imediata da
quantia paga, monetariamente atualizada, sem pre-
juízo de eventuais perdas e danos.
(C) se Carolina tiver dificuldades em alcançar o paga-
mento da indenização, terá de pedir a falência do
supermercado Casa e Comida, porque a desconsi-
deração só é permitida nas hipóteses de abuso da
personalidade jurídica, caracterizados pelo desvio de
finalidade ou pela confusão patrimonial.
(D) o prazo decadencial para Carolina requerer a indeni-
zação é de 5 anos contados a partir do dia em que ela
ingeriu o produto.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem

42 (C) o pedido de anulação da deliberação pela autoriza-

João realizou a contratação de plano de saúde há 60 dias.
O plano de saúde previa cláusula contratual de carência
de 180 dias para cirurgias eletivas e internações de um
modo geral. Contudo, João sofreu um infarto logo após
a contratação completar 30 dias e foi para a emergência
de hospital particular que constava na rede referenciada
de cobertura do plano de saúde. Ao chegar no hospital,
teve a notícia de que o plano não cobriria o atendimento
em razão do período de carência. Nesse caso, de acordo
com entendimento sumulado do STJ, é correto afirmar
que a conduta do plano é:
(A) ilícita, porque, em situações de urgência ou emer-
gência, a carência máxima deve ser de 24 horas da
contratação.
(B) lícita, apesar de não aplicável o Código de Defesa do
Consumidor.
(C) ilícita, porque não é vedada por lei a imposição pelo
plano de qualquer período de carência para casos de
emergência ou urgência.
(D) lícita, porque, em situações de urgência ou emergên-
cia, a carência máxima deve ser de 72 horas da con-
tratação.
Direito Empresarial
Renato Borelli
43
Pedro, acionista da Companhia Pedras Azuis, ajuizou
ação para anular a deliberação da assembleia geral, sob
argumento de ilegalidade da aprovação de aquisição de
debêntures de emissão da própria companhia e por valor
inferior ao nominal. Também constou do pedido a inva-
lidação de outra deliberação, tomada na mesma assem-
bleia, em que foi aprovada nova emissão de debêntures
cujo vencimento somente ocorra em caso de inadim-
plência da obrigação da companhia de pagar juros.
Provados os fatos narrados, cabe ao juiz da causa, ob-
servando a legislação pertinente, decidir, quanto ao
mérito, que:
(A) o pedido de anulação da deliberação pela autorização
de aquisição de debêntures pela companhia é proce-
dente, pois somente as ações podem ser adquiridas
pela companhia dessa forma; o pedido de emissão de
debêntures sob condição suspensiva é improcedente,
pois a companhia pode emitir debêntures perpétuas,
ou seja, cujo vencimento somente ocorra em caso de
inadimplemento do pagamento de juros.
(B) ambos os pedidos são improcedentes, pois é faculta-
do à companhia adquirir debêntures de sua própria
emissão, ainda que por valor inferior ao nominal,
bem como emitir debêntures perpétuas, ou seja,
cujo vencimento somente ocorra em caso de inadim-
plemento do pagamento de juros.
ção de aquisição de debêntures pela companhia é
improcedente, pois é facultado à companhia adqui-
rir debêntures de sua própria emissão, ainda que por
valor inferior ao nominal; o pedido de emissão de
debêntures sob condição suspensiva é procedente,
pois a companhia não pode emitir debêntures per-
pétuas, devendo a data de vencimento ser certa.
(D) ambos os pedidos são procedentes, pois é vedado à
companhia adquirir debêntures de sua própria emis-
são, seja por valor inferior ou superior ao nominal,
bem como a companhia não pode emitir debêntures
perpétuas, devendo a data de vencimento ser certa.
44
Os advogados de quinze sociedades empresariais inte-
grantes de grupo econômico, todas em recuperação ju-
dicial, pleitearam ao juiz da recuperação, em nome de
suas representadas, que fosse autorizada a consolidação
dos ativos e passivos das devedoras, em unidade patri-
monial, de modo que fossem tratados como se perten-
cessem a um único devedor.
Considerando-se a existência de parâmetros legais para
análise e eventual deferimento do pedido, é correto
afirmar que:
(A) a consolidação pretendida pelas recuperandas po-
derá ser apreciada pelo juiz após a homologação do
pedido pela assembleia de credores, que deverá ser
convocada em até trinta dias para deliberar exclusi-
vamente sobre essa matéria.
(B) a consolidação dos ativos e passivos para fins de vo-
tação do plano único de recuperação judicial é medi-
da excepcional e exclusiva para devedores integran-
tes do mesmo grupo econômico que estejam em
recuperação judicial sob consolidação processual.
(C) o juiz está autorizado a assentir no pedido de conso-
lidação de ativos e passivos das recuperandas apenas
quando constatar a ausência de conexão entre eles e a
separação patrimonial, de modo que seja possível iden-
tificar sua titularidade em cada uma das devedoras.
(D) dentre as hipóteses legais a serem verificadas e que
autorizam o deferimento da consolidação de patri-
mônios de sociedades em recuperação judicial para
efeito de votação de plano único, estão a inexistência
de garantias cruzadas e a relação de controle ou de
dependência entre as sociedades.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
45 Direito Processual Civil
O administrador judicial da massa falida da sociedade
empresária Alfa, em cumprimento a seus deveres legais,
foi obrigado a contrair despesas para ultimar a arreca-
dação, como pagamento de custas da expedição de cer-
tidões de registro de imóveis, extraídas posteriormente
à decretação da falência. Diante do exposto, é correto
afirmar que essa despesa com a arrecadação consti-
tui crédito:
(A) extraconcursal.
(B) fiscal, de titularidade da União.
(C) subordinado.
(D) com privilégio geral.
46 ternativa correta.
Após a protocolização do título ou documento de dívida,
mas antes da lavratura e registro do protesto, o tabelião
deverá proceder à intimação do devedor.
Acerca da intimação do devedor e sua realização, de
acordo com a Lei n. 9.492/1997, é correto afirmar que:
(A) quando a intimação for efetivada excepcionalmente
no último dia do prazo ou além dele, por motivo de
força maior, o protesto será tirado até o segundo dia
útil subsequente.
(B) o registro do protesto e seu instrumento deverão
conter a certidão das intimações feitas e das respos-
tas eventualmente oferecidas.
(C) o tabelião de protesto providenciará a intimação ao
devedor, no endereço fornecido pelo apresentante
do título ou documento, considerando-se cumprida
no momento da expedição.
(D) a intimação deverá conter nome e endereço do de-
vedor, elementos de identificação do título e prazo
limite de três dias úteis para cumprimento da obriga-
ção no tabelionato.
Raquel Bueno
47
Maria propôs uma ação em face de Lúcia. Na petição
inicial, requereu o depoimento pessoal da ré e a oitiva
de duas testemunhas. Quanto à parte requerida, em sua
peça contestatória requereu o depoimento pessoal da
autora e a oitiva de uma testemunha. Com o desenvol-
vimento do procedimento comum, foi designada uma
audiência de instrução e julgamento. Nesta oportuni-
dade, o advogado da parte ré não compareceu, apesar
de devidamente intimado, muito embora Lúcia estivesse
presente. Acerca desta etapa processual, assinale a al-
(A) O juiz poderá dispensar a produção das provas orais
requeridas pela ré, diante do não comparecimento
de seu advogado.
(B) Nesta audiência, as provas orais serão produzidas se-
gundo uma ordem obrigatória: depoimento pessoal
da autora e depois da ré, seguindo-se a oitiva das tes-
temunhas da autora e depois da ré.
(C) Encerrada a instrução, as alegações finais serão apre-
sentadas oralmente, no prazo de trinta minutos para
cada parte.
(D) Caso Maria queira gravar a audiência, a partir de seu
celular, poderá fazê-lo, desde que haja autorização
judicial.
48
Marcelo foi citado em uma ação reivindicatória, tendo
como objeto um veículo, proposta por Eduardo. Após
a citação, Marcelo alienou o mencionado veículo para
Francisco. Ao tomar conhecimento da referida ação,
Francisco ficou temeroso do resultado da ação e consul-
tou Lúcio, seu primo e advogado, acerca das providên-
cias que poderiam ser tomadas, uma vez que ele tem
interesse de participar do processo, a fim de que o autor
não obtenha êxito na pretensão reivindicatória. A partir
deste cenário, assinale a alternativa correta.
(A) Francisco pode requerer sua participação como as-
sistente simples de Marcelo.
(B) Francisco pode requerer sua participação como as-
sistente litisconsorcial de Marcelo.
(C) Neste caso, haverá a automática alteração do polo
passivo da demanda, passando a figurar como réu
apenas Francisco, real e atual titular do bem litigioso.
(D) Francisco não precisa ficar temeroso, uma vez que,
como não é parte do processo, os efeitos da eventual
sentença proferida não lhe atingirão.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
49 51
Catarina foi citada/intimada por edital em uma ação
proposta por Margareth, em virtude de a autora desco-
nhecer a real localização da ré, mesmo após várias ten-
tativas frustradas de citação pelo correio e por oficial de
justiça, em diferentes endereços. Tendo transcorrido o
prazo de dilação do edital, não foi apresentada contes-
tação pela ré, bem como não foi constituído advogado
pela parte demandada. Diante do exposto, assinale a al-
ternativa correta.
(A) Neste caso, o juiz deverá reconhecer a revelia de Ca-
tarina, aplicando-se a confissão ficta em relação aos
fatos narrados pela autora na petição inicial.
(B) Nesta hipótese, diante do não comparecimento da
ré na audiência de conciliação/mediação, ser-lhe-á
aplicada multa de até 2% da vantagem econômica
pretendida ou do valor da causa.
(C) Apesar da revelia da ré, não haverá a incidência de
seu efeito material, sendo-lhe nomeado um curador
especial para apresentação de resposta.
(D) A Defensoria Pública será nomeada como curadora
especial de Catarina, devendo atender ao princípio
da concentração da defesa e ao ônus da impugnação
especificada.
50 52
Magnólia promoveu uma ação de obrigação de fazer,
cumulada com pedido de danos morais e pedido de tu-
tela provisória de urgência antecipada, em face de uma
pessoa jurídica de direito privado. Tendo a liminar sido
indeferida, a autora interpôs agravo de instrumento,
com pedido de tutela antecipada recursal. Todavia, tal
pedido foi também indeferido pelo relator, monocrati-
camente. Inconformado, o advogado de Magnólia opôs
embargos de declaração tempestivamente. Consideran-
do tal realidade fática, assinale a alternativa correta.
(A) Tal recurso não merece sequer ser conhecido, por
falta de cabimento.
(B) Nesta situação, poderá ser aplicado o princípio da
fungibilidade recursal, podendo os embargos de
declaração ser acolhidos como agravo interno, dis-
pensando-se qualquer ajuste na petição do recurso
inicialmente interposto.
(C) Nesta situação, poderá ser aplicado o princípio da
fungibilidade recursal, podendo os embargos de de-
claração ser acolhidos como agravo interno, desde
que, feitos os necessários ajustes na petição do re-
curso interposto, no prazo de cinco dias a contar da
intimação do recorrente.
(D) Não poderá ser aplicado o princípio da fungibilidade, dian-
te do erro grosseiro cometido pelo advogado de Magnólia.
Adalberto promoveu a execução de um contrato as-
sinado pelo devedor Leonardo e duas testemunhas.
Considerando que o executado não efetuou o cumpri-
mento voluntário da obrigação pecuniária, no valor de
R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), foi iniciada a execu-
ção forçada, com a consequente penhora de um imóvel
registrado em nome de Leonardo e seu irmão Leandro.
Considere que não foi apresentada qualquer resistência
pelo executado e o bem foi avaliado em R$ 500.000,00
(quinhentos mil reais). Ressalte-se que o executado e
seu irmão, coproprietário do bem em questão, foram
intimados da penhora. A partir destes fatos, assinale a
alternativa correta.
(A) Em caso de expropriação do bem, deverá ser repas-
sado a Leandro o valor correspondente a 50% do va-
lor de avaliação do bem.
(B) Em caso de expropriação do bem, por metade do valor
da avaliação, deverá ser resguardado a Leandro o valor
correspondente a 50% do valor de arrematação do bem.
(C) Leandro poderá opor embargos de terceiro no prazo
de quinze dias, a contar da intimação da penhora.
(D) Leandro poderá opor embargos à execução no prazo
de quinze dias, a contar da intimação da penhora.
Lurdes faleceu deixando duas filhas de 12 anos, o esposo
Ivan, além de um testamento cerrado. O patrimônio dei-
xado pela falecida é de aproximadamente 1 (um) milhão
de reais. Considere que já se passaram seis meses da
morte de Lurdes, mas nenhuma providência foi tomada
em relação à partilha do acervo hereditário. Diante da
hipótese apresentada e de acordo com o Código de Pro-
cesso Civil, é correto afirmar que:
(A) os herdeiros poderão optar entre o procedimento de
inventário judicial ou extrajudicial.
(B) Ivan poderá promover a abertura do inventário junto
com as filhas, representando-as.
(C) poderá ser aplicada multa pela não instauração do
inventário no prazo determinado legalmente.
(D) o Ministério Público não possui legitimidade para re-
querer o inventário.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Direito Penal
Michelle Tonon
53 maio de 2022, Larissa, em razão de ciúmes, agrediu Jés-
No dia 26 de março de 2023, João, 23 anos, portando
um revólver, com dolo de subtração, abordou Valter, 42
anos, que estava indo para casa, depois do trabalho, em
sua bicicleta recém-adquirida. João exigiu a entrega da
bicicleta, mas Valter se recusou a entregar o bem, ale-
gando ser seu único meio de transporte. João, irritado,
decidiu disparar a arma de fogo, que atingiu Valter no
peito. Após o disparo, João fugiu com a bicicleta e Valter
foi levado, por populares, ao hospital. A vítima passou
por cirurgia e ficou uma semana internada, mas não re-
sistiu e faleceu no hospital. João foi preso no dia seguin-
te, após rápida atuação da Polícia Civil, que conseguiu
identificá-lo a partir de imagens extraídas do circuito de
câmeras de uma casa próxima ao local do crime. A partir
dos fatos narrados, sobre a conduta de João, é correto
afirmar que ele praticou:
(A) os crimes de roubo majorado pelo emprego de arma
de fogo e homicídio consumado, em concurso mate-
rial, e será julgado pelo Tribunal do Júri.
(B) o crime de latrocínio tentado, de competência do ju-
ízo singular.
(C) o crime de latrocínio consumado, de competência
do Tribunal do Júri, tendo em vista a morte superve-
niente de Valter.
(D) o crime de latrocínio consumado, de competência
do juízo singular, verificando-se nexo causal entre a
subtração patrimonial e o resultado morte.
54
Larissa manteve, por três anos, relacionamento íntimo
de afeto com Jéssica. Após o término da relação, em
sica com tapas e socos, que caracterizaram lesão corpo-
ral. Diante do episódio e com receio de que algo mais
grave ocorresse, Jéssica registrou boletim de ocorrência
e fez requerimento de medidas protetivas de urgência,
com fundamento na Lei Maria da Penha. O juízo compe-
tente deferiu o pleito de Jéssica e Larissa foi intimada a
manter uma distância mínima de 300 metros, não se co-
municar por qualquer meio, nem frequentar os mesmos
locais que Jéssica. Passados dez dias da intimação acerca
da vigência das medidas protetivas, Larissa decide pro-
curar Jéssica novamente em sua residência, para discutir
a relação e sugerir que fosse perdoada. Jéssica aciona a
polícia, que prende Larissa em flagrante. Procurado por
familiares de Larissa, na condição de advogado, assinale
a alternativa que contém a correta orientação jurídica
acerca dos fatos.
(A) Larissa poderá ser criminalmente responsabiliza-
da pelo crime de desobediência a decisão judicial,
previsto no Código Penal. A Lei Maria da Penha não
pode ser aplicada ao caso, considerando o fato da
agressora ser mulher.
(B) Larissa poderá ser criminalmente responsabilizada
pelo crime de descumprimento de medida protetiva
de urgência, previsto na Lei Maria da Penha, a qual
encontra aplicação também a relações homoafetivas
entre mulheres.
(C) Larissa não praticou crime algum, mas poderá ser
responsabilizada, na esfera cível, pelos danos morais
que causou a Jéssica.
(D) Larissa praticou a contravenção penal de perturba-
ção da tranquilidade, podendo ser a ela ofertados
os benefícios despenalizadores da Lei n. 9.099/1995
(Lei dos Juizados Especiais).
55
Flávia praticou, em junho de 2021, um crime de furto
qualificado. Em setembro do mesmo ano, praticou o
delito de estelionato. Em dezembro de 2021, foi conde-
nada pela prática do furto qualificado e, inconformada,
apelou. Em março de 2022, Flávia foi condenada pelo
estelionato. Na sentença, o juiz, considerando a con-
denação anterior pelo furto, considerou-a reincidente,
aumentando em 1/6 a pena na segunda fase da dosime-
tria. A apelação interposta contra a sentença do furto
qualificado, até o momento, não foi julgada pelo Tribu-
nal de Justiça. Procurado por Flávia, você, como advoga-
do, deverá esclarecer a ela que:
(A) a sentença proferida quanto ao crime de estelionato
está equivocada. Em recurso de apelação, deverá ser
pleiteado o afastamento da agravante da reincidên-
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
cia, considerando que a condenação anterior, pelo
furto qualificado, ainda não transitou em julgado.
(B) a sentença proferida quanto ao crime de estelionato está
equivocada. A condenação anterior pelo crime de furto
qualificado somente poderia ser considerada na primei-
ra fase da dosimetria, como conduta social negativa.
(C) a sentença proferida quanto ao crime de estelionato
está correta, sendo considerado proporcional, pela
jurisprudência, o aumento de 1/6 na segunda fase da
dosimetria, em virtude da reincidência.
(D) a sentença proferida quanto ao crime de estelionato
está equivocada, devendo a defesa apelar para dimi-
nuir a fração de aumento, em virtude da reincidên-
cia, para o patamar de 1/8.
56 Natália, analista administrativa de um órgão público, pri-
Marcelo tem desentendimentos antigos com Pablo.
Determinado dia, Marcelo vai lanchar com a namorada
e avista Pablo trabalhando na lanchonete fast food da
cidade em que residem, usando o conhecido uniforme
da empresa e um boné. Dois dias depois, Marcelo, por-
tando uma arma de fogo, decide esperar Pablo na saída
da lanchonete, para um acerto de contas. Já era tarde
da noite, a rua estava escura, e Marcelo visualiza um
rapaz de uniforme e boné saindo da lanchonete. Imagi-
nando se tratar de Pablo, já que as características físicas
eram as mesmas, Marcelo efetua três disparos de arma
de fogo contra o rapaz e sai correndo. No dia seguinte,
escondido em sua casa, Marcelo, ao ouvir o noticiário
na televisão, fica sabendo que o rapaz alvejado e morto
na frente da lanchonete não era Pablo, mas sim Caio,
funcionário que havia começado a trabalhar naquele dia
e pessoa desconhecida de Marcelo. Preocupado com as
consequências jurídicas de sua conduta, Marcelo tele-
fona para você, advogado. Aponte a alternativa com a
orientação jurídica correta sobre o caso.
(A) A hipótese é de erro de proibição e Marcelo poderá
ter sua pena atenuada.
(B) A hipótese é de erro de tipo permissivo, pois Mar-
celo tinha antigas desavenças com Pablo e agiu com
intenção de evitar futuro ataque do desafeto.
(C) A hipótese é de erro na execução e Marcelo respon-
derá pela tentativa de homicídio contra Pablo.
(D) A hipótese é de erro sobre a pessoa e Marcelo res-
ponderá pelo crime de homicídio consumado, tal
como se tivesse atingido, de fato, Pablo.
57
Reinaldo praticou, em dezembro de 2022, roubo ma-
jorado pelo emprego de arma de fogo. André praticou,
em janeiro de 2023, roubo majorado pelo concurso de
agentes. Marcos praticou, em março de 2023, latrocínio
tentado. Com base na classificação dos crimes pratica-
dos e de acordo com a legislação vigente, assinale a al-
ternativa correta.
(A) Reinaldo, André e Marcos praticaram crimes he-
diondos.
(B) Somente Marcos praticou crime hediondo.
(C) Reinaldo e Marcos praticaram crimes hediondos.
(D) Apenas Reinaldo praticou crime hediondo.
58
mária e de bons antecedentes, foi condenada pela prá-
tica do crime de falsificação de documento público, com
causa de aumento de pena em razão de sua condição de
servidora pública (Art. 297. Falsificar, no todo ou em par-
te, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro: Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta
parte). Na dosimetria, o juiz sentenciante, na primeira
fase da individualização, aumentou a pena base de Na-
tália, por considerar a culpabilidade da agente elevada,
já que é servidora pública concursada, que se valeu do
cargo para praticar ilícitos. Na segunda fase, não consi-
derou atenuantes nem agravantes e, na terceira e última
fase, aumentou a pena de 1/6, considerando a previsão
do § 1º do art. 297. Intimada da sentença, Natália procu-
ra você, como advogado. No recurso de apelação, entre
outras teses defensivas, você deverá alegar que:
(A) a sentença merece reforma, já que a condição pesso-
al de Natália, funcionária pública, foi considerada em
seu desfavor em duas oportunidades, o que repre-
senta bis in idem.
(B) a sentença merece reforma, pois o aumento em ra-
zão da condição pessoal de funcionária pública deve-
ria ter sido feito apenas na primeira fase da dosime-
tria, na circunstância atinente à conduta social.
(C) a sentença não merece reforma, pois a individualiza-
ção da pena não é mero cálculo aritmético, podendo
o magistrado agir de forma discricionária na avalia-
ção do caso concreto.
(D) a sentença merece reforma, pois o aumento no pata-
mar de 1/6, previsto no § 1º do art. 297, deveria ter
sido feito na segunda fase da dosimetria.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Direito Processual Penal
Lorena Ocampos
59 constatou que o tipo penal correspondente à infração
Glauber, aproveitando-se da distração de Lucas, sub-
traiu para si uma mala de roupa a ele pertencente. Lucas
pretendia viajar no dia seguinte para o exterior e levar
a mala que possuía 20kg. Lucas foi perseguido e preso
em flagrante delito por policiais que presenciaram o
ato. Concluída a investigação pela autoridade policial, o
Ministério Público não ofereceu denúncia nem praticou
qualquer ato no prazo legal. Lucas procura você, como
advogado, para a adoção das providências cabíveis. Con-
siderando a situação hipotética descrita, assinale a alter-
nativa correta.
(A) Nada poderá ser feito, tendo em vista que o Ministé-
rio Público é o titular da ação penal pública.
(B) Será possível o oferecimento da chamada ação penal
privada personalíssima.
(C) Será possível o oferecimento da chamada ação penal
privada subsidiária da pública.
(D) Será possível o oferecimento da chamada ação penal
privada propriamente dita.
60 lândia/DF. Considerando apenas a situação narrada, é
A autoridade policial recebeu denúncia anônima sobre a
existência de associação para o tráfico que se destinava
a realizar tráfico de drogas na região central de Brasília.
Imediatamente após receber a notícia, a autoridade po-
licial instaurou inquérito policial. Quatro pessoas inves-
tigadas contrataram você como advogado. No caso em
questão, com base no entendimento dos Tribunais Supe-
riores, você deverá esclarecer que a autoridade policial:
(A) possui discricionariedade para a instauração ou não
do inquérito policial.
(B) não podia adotar nenhuma medida, por tratar-se de
denúncia anônima.
(C) possui o dever de instaurar imediatamente inquérito
policial após o recebimento da denúncia anônima.
(D) deveria ter realizado diligências preliminares para
averiguação, antes de instaurar o inquérito policial.
61
Por ter praticado infração penal contra Jonas, Letícia
foi detida e conduzida à delegacia de polícia, onde se
praticada por ela possui pena máxima em abstrato de
dois anos de detenção e multa. Letícia, então, contrata
você como advogado. Com base nessa situação hipotéti-
ca, você deverá esclarecer para Letícia que a autoridade
policial irá:
(A) exigir o pagamento da fiança.
(B) necessariamente lavrar auto de prisão em flagrante.
(C) converter a prisão em flagrante em prisão preventiva.
(D) lavrar termo circunstanciado de ocorrência.
62
Giovani, após intensa perseguição policial, foi preso em
flagrante na cidade de Águas Lindas de Goiás/GO. De
acordo com o que consta no procedimento do inquérito
policial, Giovani praticou um crime de extorsão qualifica-
da (pena: reclusão, de 6 a 12 anos, e multa) em Brasília/
DF e, enquanto fugia dos agentes da lei em perseguição,
realizou mais dois crimes de furto simples (pena: reclu-
são, de 1 a 4 anos, e multa) e um de dano qualificado
(pena: detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa) em Cei-
correto afirmar que será competente para a instrução e
julgamento deste caso o juízo criminal de:
(A) Brasília em relação a todos os crimes, em razão da co-
nexão e pelo fato de a pena da extorsão ser mais alta.
(B) Águas Lindas de Goiás em relação a todos os delitos,
pois, diante da conexão, prevalece o local da prisão
em flagrante.
(C) Ceilândia em relação a todos os delitos, pois, diante
da conexão, prevalece o local da prática do maior nú-
mero de infrações penais.
(D) Brasília em relação ao crime de extorsão qualificada
e Ceilândia em relação aos demais delitos, pois não
há conexão na situação narrada;
63
Paulo, vítima de delito de tentativa de homicídio prati-
cado por Jorge, deseja contratar advogado e se habilitar
como assistente de acusação do Ministério Público. Para
tanto, constitui você, como advogado, para representar
seus interesses como assistente de acusação. Você po-
derá praticar os atos listados nas alternativas a seguir,
com exceção de uma, que não é uma atividade que pode
ser praticada pelo assistente de acusação. Assinale-a.
(A) Propor meios de prova.
(B) Requerer a decretação da prisão preventiva do réu.
(C) Formular perguntas às testemunhas, posteriormente
ao Ministério Público.
(D) Aditar a denúncia formulada pelo Ministério Público.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
64 67
Tadeu está sendo processado criminalmente pela supos-
ta prática de crime de furto e, em resposta à acusação
apresentada por sua defesa, alega ser improcedente a
acusação, uma vez que discute na seara cível, em ação
por ele proposta, a ilegitimidade da posse da res pela
suposta vítima. Considerando a situação retratada, assi-
nale a alternativa correta.
(A) O juiz poderá suspender a ação penal a depender tão so-
mente da prévia propositura da ação cível pelo acusado.
(B) O juiz deverá suspender a ação penal até que se diri-
ma no juízo cível a questão da legitimidade da posse.
(C) O juiz criminal pode resolver a questão da posse sem
que seja necessária a suspensão da ação penal.
(D) Não há possibilidade de suspensão da ação penal.
Direito do Trabalho
Rogério Dias
65
Juliano foi contratado pela empresa Zetta Ltda. para
prestar serviços em regime de teletrabalho. Em março
de 2023, o empregador determinou que o empregado
passasse ao regime presencial, no prazo máximo de 30
dias. Inconformado, Juliano lhe procura. Nessa situação,
é correto afirmar que:
(A) não há qualquer irregularidade.
(B) somente poderá haver a mudança de regime com o
consentimento do empregado.
(C) não se admite a troca do regime de teletrabalho para
o presencial.
(D) pode haver a mudança de regime, desde que se con-
ceda prazo mínimo de 60 dias.
66 69
A empresa Dreyer Ltda. concede a seus empregados as
seguintes vantagens: prêmios, ajuda de custo, gratifica-
ções legais, abonos e diárias para viagem. Dentre essas
vantagens, assinale a alternativa que apresenta uma que
integrará a remuneração do empregado.
(A) Prêmios.
(B) Ajuda de custo.
(C) Gratificações legais.
(D) Abonos.
Eugênio foi contratado pela empresa Bueno Ltda., de
forma intermitente. A empregadora convocou Eugênio
para trabalhar por 20 dias, para receber R$ 1.000,00. O
empregado consentiu. No dia de início das atividades,
o empregado não compareceu, nem justificou sua au-
sência. Levando em consideração que o empregado não
compareceu nos dias acertados, é correto afirmar que
a empresa:
(A) poderá cobrar de Eugênio multa integral, calculada
sobre a remuneração que seria devida.
(B) poderá cobrar de Eugênio metade da remuneração
que seria devida, a título de multa.
(C) não poderá cobrar qualquer multa de Eugênio.
(D) poderá cobrar de Eugênio 80% da remuneração que
seria devida, a título de multa.
68
Roberta e Raquel trabalham para a empresa Dias Ltda.
Ocorre que Raquel recebe salário 25% inferior ao de Ro-
berta. Raquel entende que estão presentes os requisitos
para a equiparação salarial, pois o seu trabalho é feito
com igual produtividade e mesma perfeição técnica.
Irresignada, Raquel o procura para saber mais sobre o
assunto. Nessa situação, é correto afirmar que:
(A) deve-se verificar, ainda, a inexistência de diferença
de tempo de função superior a 2 anos, apenas.
(B) não há outros requisitos a serem observados.
(C) deve-se verificar, também, a inexistência de diferen-
ça de tempo de serviço superior a 4 anos, nem na
função superior a 2 anos.
(D) deve-se verificar, somente, a inexistência de diferen-
ça de tempo de serviço superior a 4 anos.
Bruna é empregada da empresa Maciel Ltda, trabalhava
em condições insalubres e recebia adicional de insalu-
bridade, em grau médio. Bruna encontra-se em licença-
-maternidade por 120 dias. Diante do exposto, é correto
afirmar que, quando do seu retorno, Bruna:
(A) poderá voltar a exercer a atividade anteriormente
exercida.
(B) deverá ser afastada das funções, sem receber o refe-
rido adicional.
(C) poderá, mediante atestado médico, ser afastada das
funções.
(D) deverá ser afastada das funções, com recebimento
do referido adicional.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Direito Processual do Trabalho
Aryanna Linhares
70 de finalizado o contrato, ajuizou reclamação trabalhista
Sam foi contratado para a função de auxiliar de produ-
ção em 10/08/2018 pela Fábrica de Produtos de Limpeza
Winchester Ltda., sendo dispensado sem justa causa em
02/03/2023. Em 03/12/2023, ajuizou ação trabalhista
em face do ex-empregador requerendo a condenação
da reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, das
férias, que alega nunca ter usufruído, acrescidas de 1/3
e do adicional de insalubridade pelo contato com pro-
dutos químicos nocivos à saúde. Em razão desse pedi-
do, requereu a produção da prova pericial. Ocorre que o
juiz negou a realização de perícia para a constatação da
insalubridade na empresa, apesar dos protestos do re-
clamante, e julgou improcedente o pedido do adicional
de insalubridade. Diante desse cenário, assinale a alter-
nativa correta.
(A) O juiz decidiu incorretamente, pois é devido o adicio-
nal de periculosidade.
(B) Sam não poderá requerer a revisão da decisão judi-
cial, pois, por mais que o juiz tenha agido de forma
contrária à lei, as decisões interlocutórias no proces-
so do trabalho são irrecorríveis de imediato, logo não
há qualquer meio para impugnar o ato.
(C) Incorreta a decisão do juiz. Sam poderá interpor Re-
curso Ordinário no prazo de 8 (oito) dias úteis, uma
vez que a sentença já foi prolatada
(D) Incorreta a decisão do juiz. Sam só poderá impetrar
mandado de segurança no prazo de 120 (cento e vin-
te) dias, uma vez que se trata de decisão interlocutó-
ria que fere direito líquido e certo sem a possibilida-
de de recurso de imediato.
71
Julian trabalhou na empresa Madagascar Materiais de
Construção Ltda. de 10/10/2018 a 10/02/2020. Depois
em face de sua ex-empregadora requerendo horas ex-
tras e os décimos terceiros salários não percebidos du-
rante o período contratual. Seus pedidos foram julgados
procedentes e nenhuma das partes recorreu. A empresa
foi notificada do prosseguimento da ação e não garan-
tiu o juízo. A realização de buscas de bens e valores em
nome da empresa restaram infrutíferas, assim o juiz de-
terminou a desconsideração da personalidade jurídica e
a penhora dos bens dos sócios.
Diante da decisão do juiz, assinale a alternativa que apre-
senta a medida processual cabível em face da decisão.
(A) A medida processual cabível seria o mandado de se-
gurança no prazo de 120 (cento e vinte) dias, uma
vez que a decisão é interlocutória e fere direito líqui-
do e certo do executado.
(B) A medida processual cabível, desde que garantido o
juízo, é o Recurso Ordinário no prazo de 8 (oito) dias
úteis, uma vez que que se trata de decisão terminati-
va do feito.
(C) Não há medida processual cabível de imediato, por-
que a decisão que determina a desconsideração da
personalidade jurídica da empresa, mesmo na fase
de execução, é uma decisão interlocutória.
(D) A medida processual cabível para recorrer da decisão
que determina a desconsideração da personalidade
jurídica na fase de execução é o agravo de petição,
independentemente da garantia do juízo.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
72 73
John foi contratado para realizar o trabalho de soldador
subaquático para a empresa Outer Banks Extratora de
Minérios Ltda. na data de 08/04/2018. Em 01/10/2022,
foi dispensado por justa causa sob a alegação de desvio
de minério de ouro para comercialização, ou seja, ato de
improbidade. John, então, ajuizou ação trabalhista em
face de seu antigo empregador na data de 25/10/2022.
Na reclamação, requereu a reversão da dispensa de jus-
ta causa em dispensa sem justa causa e danos morais
por anotação desabonadora em sua carteira, dando à
causa o valor correspondente a 23 salários mínimos.
Para a audiência, o reclamante levou 4 testemunhas
com a finalidade de corroborar tudo o que estava re-
querendo. Ocorre que o juiz da ação determinou que ele
dispensasse uma dessas testemunhas, pois apenas três
seriam ouvidas.
Nesse caso, julgue a decisão do juiz.
(A) O juiz agiu de forma correta ao dispensar a teste-
munha sobressalente, pois a causa tramita pelo rito
ordinário, no qual só é permitida a oitiva de, no má-
ximo, 3 testemunhas.
(B) A decisão do juiz não merece ser mantida, uma vez
que a causa tramita pelo rito sumaríssimo, no qual só é
permitida a oitiva de 2 testemunhas, assim o juiz deve-
ria ter dispensado duas testemunhas ao invés de uma.
(C) Uma vez que a causa tramita pelo rito sumário, em
que são permitidas 3 testemunhas no máximo, o juiz
agiu corretamente ao dispensar a quarta, já que ex-
cederia o permitido.
(D) A decisão do juiz merece ser revista, já que a causa
tramita pelo rito sumaríssimo e, para esse, a legisla-
ção não prevê o número de testemunhas, podendo-
-se aplicar subsidiariamente as regras do inquérito
judicial para apuração de falta grave, em que é per-
mitida a oitiva de até 6 testemunhas.
 
Luana, empregada doméstica, ajuíza reclamação tra-
balhista contra seu ex-empregador, Reinaldo Cordeiro,
postulando horas extras, férias, décimo terceiro salário
e aviso-prévio. A reclamação trabalhista foi distribuída
para a 1ª Vara do Trabalho de Curitiba, Paraná. No dia
da audiência compareceram a reclamante e sua advo-
gada, Maryana, e o advogado do reclamado, Reinaldo
Cordeiro Filho. Diante da ausência do reclamado, o juiz
decretou a revelia e se recusou a receber a contestação
e os documentos. Diante do caso apresentado, assinale
a alternativa correta.
(A) Por se tratar de reclamação trabalhista proposta por
empregada doméstica, é desnecessário o compareci-
mento do reclamado em audiência, razão pela qual o
juiz não poderia ter decretado a sua revelia.
(B) Uma vez que o reclamado não compareceu em au-
diência, o juiz agiu corretamente ao decretar a sua
revelia, mas deveria ter recebido a contestação e os
documentos, já que seu advogado estava presente.
(C) Uma vez que o reclamado não compareceu em au-
diência, o juiz agiu corretamente ao decretar sua re-
velia e não receber a contestação e os documentos,
pois não basta o comparecimento do advogado em
audiência, o reclamado também deve estar presente
para evitar o ocorrido.
(D) O juiz deveria ter arquivado o processo em razão do
não comparecimento do reclamado em audiência.
74
Tatyana trabalhou 10 anos para Insanidade Corporativa
Ltda. como psicóloga. Cumpria jornada de segunda-feira
a sexta-feira, fazendo, em média, 4 horas extras por dia,
sem jamais ter recebido qualquer valor por elas. Ao ser
dispensada, avisou que queria receber suas horas extras
e que, se fosse necessário, ajuizaria uma reclamação tra-
balhista para cobrá-las, muito embora acreditasse que
tudo poderia ser resolvido com o “bom e velho diálo-
go” entre as partes. A reclamada prontamente concor-
dou e a convidou para uma reunião no departamento
de recursos humanos. O gerente do setor explicou que,
embora Tatyana realizasse 4 horas extras diárias, teria
direito de receber apenas 2, pois esse era o limite máxi-
mo previsto em lei. Tatyana acreditou no que lhe foi dito.
As partes, então, fizeram um acordo, que foi assinado
exclusivamente pelo advogado da empresa, pois tudo
havia sido consensualmente combinado, e submeteram-
-no ao juiz simplesmente para que fosse homologado.
Diante do caso narrado, assinale a alternativa correta.
(A) Tatyana foi enganada, pois, embora a lei limite a 2 o
número de horas extras diárias, não exime o empre-
gador de pagar todas as horas trabalhadas. Apesar
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
disso, o pedido de homologação de acordo é valido,
pois as partes poderiam ter advogado comum.
(B) Tatyana foi enganada, pois, embora a lei limite a 2
o número de horas extras diárias, não exime o em-
pregador de pagar todas as horas trabalhadas. Além
disso, no processo de homologação de acordo extra-
judicial, cada parte deve ter seu próprio advogado.
(C) Por ter diploma de nível superior, Tatyana pode es-
colher propor o pedido de homologação de acordo
extrajudicial com ou sem advogado.
(D) É incabível na Justiça do Trabalho o processo de ho-
mologação de acordo extrajudicial.
Direito Previdenciário
Fernando Maciel
75
Em 19/01/2022, Brenda da Costa foi contratada pela
empresa Alcatel Ltda. para trabalhar como empregada
na função de auxiliar administrativa. Por ocasião do exa-
me admissional, Brenda informou o seu estado gravídi-
co, o que não foi impeditivo para viabilizar a sua con-
tratação. No dia 22/09/2022, Brenda deu à luz ao seu
filho, comunicando tal fato ao seu empregador. Assinale
a alternativa correta em relação ao benefício de salário-
-maternidade.
(A) Brenda não fará jus ao salário-maternidade, pois não
cumpriu o requisito de carência previdenciária de 10
contribuições mensais.
(B) Brenda fará jus ao salário-maternidade, o qual terá
duração de 180 dias após o parto.
(C) Brenda não fará jus ao salário-maternidade, pois a
sua gravidez se deu em momento anterior à sua con-
tratação para o vínculo de emprego.
(D) Brenda fará jus ao salário-maternidade, pois a sua
condição de segurada empregada dispensa o cum-
primento da carência previdenciária.
76
Ao realizar um serviço de manutenção hidráulica na re-
sidência de um cliente, o segurado Lucas Vargas sofreu
um acidente que lhe acarretou uma incapacidade parcial
e permanente para o trabalho (sequela), decorrente do
esmagamento do seu dedo mínimo da mão direita. Con-
siderando que Lucas contribui para a Previdência Social
há 7 anos na condição de contribuinte individual, assi-
nale a alternativa correta em matéria dos seus direitos
previdenciários.
(A) Lucas terá direito a receber o benefício de aposenta-
doria por incapacidade permanente.
(B) Lucas terá direito a receber o benefício de auxílio-
-acidente.
(C) Lucas não terá direito a receber o benefício de auxí-
lio-acidente.
(D) Lucas terá direito a receber o benefício de auxílio-
-acidente, desde que atenda ao requisito da carência
previdenciária de 12 contribuições mensais.
Direito Financeiro
Anderson Ferreira
77
Nos termos da Lei n. 4.320/1964, que é uma lei ordiná-
ria federal recepcionada pela atual Constituição como lei
complementar e que estipula as Normas Gerais de Direi-
to Financeiro, assinale a alternativa correta.
(A) Os créditos adicionais suplementares são os destina-
dos a despesas para as quais não haja dotação orça-
mentária específica.
(B) O pagamento da despesa só será efetuado quando
ordenado após sua regular liquidação.
(C) O superávit financeiro é o saldo positivo das diferen-
ças acumuladas mês a mês entre a arrecadação pre-
vista e a realizada.
(D) É permitido o empenho por estimativa de despesas
contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.
78
Com relação ao orçamento público, a Lei n. 4.320/1964
define as receitas públicas correntes e as de capital. É
correto afirmar que são receitas correntes:
(A) o superávit do orçamento corrente
(B) a operação de crédito.
(C) as receitas de contribuições.
(D) as provenientes da conversão, em espécie, de bens e
direitos.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Direito Eleitoral
Odair José
79 nos termos do art. 1º, inciso I, alínea “j”, da LC n. 64/1990,
Nilton é um estudante secundarista muito conhecido
no município onde mora em razão da sua militância no
movimento ambientalista da cidade. Com as eleições
municipais de 2024 se aproximando, o presidente do Di-
retório Municipal do Partido Alfa convidou Nilton para
ingressar na vida pública concorrendo a uma das vagas
de vereador daquele município. Ocorre que o jovem se-
cundarista ainda não atingiu a maioridade, pois irá com-
pletar 18 anos apenas no dia 10 de agosto de 2024.
Diante desse fato, Nilton procurou você, na condição
de advogado, para saber se poderia concorrer às elei-
ções municipais de 2024. Você deverá responder corre-
tamente que:
(A) ele não dispõe das condições de elegibilidade, uma
vez que a idade mínima para concorrer a qualquer
cargo eletivo é de 21 anos.
(B) a idade mínima exigida para qualquer cargo eletivo
deverá ser constatada no ato da diplomação.
(C) ele não poderá concorrer ao cargo de vereador, porque
a comprovação da idade mínima de 18 anos deverá ser
constatada até seis meses antes da data da eleição.
(D) a comprovação da idade mínima para o cargo de ve-
reador é exigida na data-limite para registro da can-
didatura, razão pela qual será possível a candidatura
de Nilton.
80
Rogério foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral do
estado Delta pela prática de captação ilícita de sufrágio,
quando da sua participação nas eleições de 2012. Naque-
la ocasião, ele se candidatou ao cargo de vereador do mu-
nicípio Beta. Em razão da condenação, Rogério ficou ine-
legível pelo prazo de 8 anos, a contar do dia 07/10/2012,
data do primeiro turno das eleições municipais.
Uma vez que a sua inelegibilidade se encerrará no ano
de 2020, Rogério pretende concorrer novamente para
vereador da sua cidade, mas está com dúvidas quanto à
exata cessação da inelegibilidade e às possibilidades de
registro da sua candidatura, sobretudo pela alteração da
data da eleição para o dia 15/11/2020 (EC 107/2020) em
razão da crise provocada pela Covid-19.
Assim, você, na condição de especialista em Direito Elei-
toral, deverá sanar a dúvida de Rogério respondendo
corretamente que:
(A) as causas de inelegibilidades deverão ser aferidas
no momento do registro da candidatura, razão pela
qual Rogério não poderá se candidatar ao cargo de
vereador.
(B) o encerramento do prazo de inelegibilidade antes do
dia da eleição constitui fato superveniente que afas-
ta a inelegibilidade, nos termos do art. 11, § 10, da
Lei n. 9.504/1997.
(C) a cessação das causas de inelegibilidades deverá ser
atestada até seis meses antes da data da eleição.
(D) os prazos de inelegibilidade têm termo inicial no dia
do primeiro turno da eleição e termo final no dia do
primeiro turno do oitavo ano seguinte.
 2º Simulado
Ordem dos Advogados do Brasil
1ª Fase do 38º Exame de Ordem (Pós-Edital)

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
D B B A C D D B B A
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
A B C C C D C B D C
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
C B C B A A D B D D
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
C B C C A D C A D C
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
B A B B A B A B C C
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
A C D B A D C A C D
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
D A D C A C B C D C
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
D B B B D C B C D B
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2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Ética Profissional
Maria Christina
1 (A) O advogado deve ter consciência de que o Direito é
Maria Cecília recém-aprovada no exame de ordem dese-
ja saber quais são os requisitos necessários para poder
se inscrever como advogada. Assinale a alternativa que
apresenta esses requisitos.
(A) Diploma de graduação e serviço militar obrigatório
para todos.
(B) Aprovação no exame de ordem regulado por sua
seccional.
(C) Prestação do compromisso por meio de procuração.
(D) Certificado de conclusão de curso com histórico es-
colar devidamente autenticado.
Letra d.
(A) Errado. Serviço militar é obrigatório somente para
os homens.
(B) Errado. O exame de ordem é regulamentado
pelo CFOAB.
(C) Errado. Não pode por procuração por ser per-
sonalíssimo.
(D) Certo. De acordo com o art. 23 do Regula-
mento da OAB.
2 o encontro de soluções justas e que a lei é um ins-
Sobre os deveres dos advogados, assinale a alternativa
incorreta.
(A) Preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a
dignidade da profissão, zelando pelo caráter de es-
sencialidade e indispensabilidade da advocacia.
(B) Atuar com temor, independência, honestidade, de-
coro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé.
(C) Velar por sua reputação pessoal e profissional.
(D) Empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoa-
mento pessoal e profissional.
Letra b.
(A) Certo. Conforme art. 2º, parágrafo único, I, do CED.
(B) Errado. Deve-se atuar com destemor, conforme art.
2º, parágrafo único, II, do CED.
(C) Certo. Conforme art. 2º, parágrafo único, III, do CED.
(D) Certo. Conforme art. 2º, parágrafo único, IV, do CED.
3
Sobre o Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a
alternativa correta.
um meio de mitigar as desigualdades para o encon-
tro de soluções justas e que a lei é um instrumento
para garantir a igualdade das minorias.
(B) O advogado, ainda que vinculado ao cliente ou cons-
tituinte, mediante relação empregatícia ou por con-
trato de prestação permanente de serviços, ou como
integrante de departamento jurídico, ou de órgão
de assessoria jurídica, público ou privado, deve zelar
pela sua liberdade e independência.
(C) É ilegítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio
de causa e de manifestação, no âmbito consultivo,
de pretensão concernente a direito que também lhe
seja aplicável ou contrarie orientação que tenha ma-
nifestado anteriormente.
(D) O exercício da advocacia é compatível com procedi-
mentos moderados de mercantilização.
Letra b.
(A) Errado.
CED, Art. 3º O advogado deve ter consciência de que
o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para
trumento para garantir a igualdade de todos. (grifos
nossos)
(B) Certo.
CED, Art. 4º O advogado, ainda que vinculado ao clien-
te ou constituinte, mediante relação empregatícia ou
por contrato de prestação permanente de serviços,
ou como integrante de departamento jurídico, ou de
órgão de assessoria jurídica, público ou privado, deve
zelar pela sua liberdade e independência.
(C) Errado.
CED, Art. 4º, Parágrafo único. É legítima a recusa, pelo
advogado, do patrocínio de causa e de manifestação,
no âmbito consultivo, de pretensão concernente a
direito que também lhe seja aplicável ou contrarie
orientação que tenha manifestado anteriormente.
(grifos nossos)
(D) Errado.
CED, Art. 5º O exercício da advocacia é incompatível
com qualquer procedimento de mercantilização.
(grifos nossos)
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
4 5
Sobre as normas descritas no Código de Ética e Discipli-
na da OAB, assinale a alternativa correta.
(A) É defeso ao advogado expor os fatos em Juízo ou na
via administrativa falseando deliberadamente a ver-
dade e utilizando de má-fé.
(B) É vedado o oferecimento de serviços profissionais
que implique, direta ou indiretamente, angariar ou
captar clientela sob pena de suspensão.
(C) As disposições do Código de Ética obrigam igualmen-
te os órgãos de advocacia pública, e advogados pú-
blicos, salvo aqueles que ocupem posição de chefia e
direção jurídica.
(D) O advogado público exercerá suas funções com de-
pendência técnica, contribuindo para a solução ou
redução de litigiosidade, sempre que possível.
Letra a.
(A) Certo.
CED, Art. 6º É defeso ao advogado expor os fatos em
Juízo ou na via administrativa falseando deliberada-
mente a verdade e utilizando de má-fé.
(B) Errado.
CED, Art. 7º É vedado o oferecimento de serviços pro-
fissionais que implique, direta ou indiretamente, an-
gariar ou captar clientela sob pena de penalidade de
censura. (grifos nossos)
(C) Errado.
CED, Art. 8º As disposições deste Código obrigam
igualmente os órgãos de advocacia pública, e advoga-
dos públicos, incluindo aqueles que ocupem posição
de chefia e direção jurídica. (grifos nossos)
(D) Errado.
CED, Art. 8º, § 1º O advogado público exercerá suas
funções com independência técnica, contribuindo
para a solução ou redução de litigiosidade, sempre
que possível. (grifos nossos)
Sobre as normas do Código de Ética e Disciplina da OAB,
assinale a alternativa correta.
(A) O advogado deve informar o cliente, de modo cla-
ro e inequívoco, quanto a eventuais riscos da sua
pretensão, e das consequências que poderão advir
da demanda. Deve, igualmente, denunciar, após 30
dias, a quem lhe solicite parecer ou patrocínio, qual-
quer circunstância que possa influir na resolução de
submeter-lhe a consulta ou confiar-lhe a causa.
(B) As relações entre advogado e cliente baseiam-se na
confiança recíproca. Sentindo o advogado que essa
confiança lhe falta, é recomendável que externe ao
cliente sua impressão e, não se dissipando as dúvi-
das existentes, promova, em seguida, o substabele-
cimento com reserva de poder.
(C) O advogado, no exercício do mandato, atua como
patrono da parte, cumprindo-lhe, por isso, imprimir
à causa orientação que lhe pareça mais adequada,
sem se subordinar às intenções contrárias do cliente,
mas, antes, procurando esclarecê-lo quanto à estra-
tégia traçada.
(D) A conclusão ou desistência da causa, tenha havido, ou
não, extinção do mandato, obriga o advogado a de-
volver ao cliente bens, valores e documentos que lhe
hajam sido confiados e ainda estejam em seu poder,
bem como a prestar-lhe contas em 3 anos, pormenori-
zadamente, sem prejuízo de esclarecimentos comple-
mentares que se mostrem pertinentes e necessários.
Letra c.
(A) Errado.
CED, Art. 9º O advogado deve informar o cliente, de
modo claro e inequívoco, quanto a eventuais riscos
da sua pretensão, e das consequências que poderão
advir da demanda. Deve, igualmente, denunciar,
desde logo, a quem lhe solicite parecer ou patrocínio,
qualquer circunstância que possa influir na resolução
de submeter-lhe a consulta ou confiar-lhe a causa.
(grifos nossos)
(B) Errado.
CED, Art. 10. As relações entre advogado e cliente ba-
seiam-se na confiança recíproca. Sentindo o advoga-
do que essa confiança lhe falta, é recomendável que
externe ao cliente sua impressão e, não se dissipando
as dúvidas existentes, promova, em seguida, o subs-
tabelecimento sem reserva de poder do mandato ou
a ele renuncie. (grifos nossos)
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
(C) Certo.
CED, Art. 11. O advogado, no exercício do mandato,
atua como patrono da parte, cumprindo-lhe, por isso,
imprimir à causa orientação que lhe pareça mais ade-
quada, sem se subordinar a intenções contrárias do
cliente, mas, antes, procurando esclarecê-lo quanto à
estratégia traçada.
(D) Errado.
CED, Art. 12. A conclusão ou desistência da causa, te-
nha havido, ou não, extinção do mandato, obriga o
advogado a devolver ao cliente bens, valores e docu-
mentos que lhe hajam sido confiados e ainda estejam
em seu poder, bem como a prestar-lhe contas em 5
anos (art. 25-A do EOAB), pormenorizadamente, sem
prejuízo de esclarecimentos complementares que se
mostrem pertinentes e necessários. (grifos nossos)
6 (A) A renúncia ao mandato exclui responsabilidade por da-
Sobre as normas do Código de Ética e Disciplina da OAB,
assinale a alternativa incorreta.
(A) Concluída a causa ou arquivado o processo, presu-
me-se cumprido e extinto o mandato.
(B) O advogado não deve aceitar procuração de quem
já tenha patrono constituído, sem prévio conheci-
mento deste, salvo por motivo plenamente justificá-
vel ou para adoção de medidas judiciais urgentes e
inadiáveis.
(C) O advogado não deve deixar ao abandono ou ao de-
samparo as causas sob seu patrocínio, sendo reco-
mendável que, em face de dificuldades insuperáveis
ou inércia do cliente quanto a providências que lhe
tenham sido solicitadas, renuncie ao mandato.
(D) A renúncia ao patrocínio deve ser feita com menção
do motivo que a determinou, fazendo cessar a res-
ponsabilidade profissional pelo acompanhamento
da causa, uma vez decorrido o prazo de 10 dias.
Letra d.
(A) Certo.
CED, Art. 13. Concluída a causa ou arquivado o pro-
cesso, presume-se cumprido e extinto o mandato.
(B) Certo.
CED, Art. 14. O advogado não deve aceitar procura-
ção de quem já tenha patrono constituído, sem pré-
vio conhecimento deste, salvo por motivo plenamen-
te justificável ou para adoção de medidas judiciais
urgentes e inadiáveis.
(C) Certo.
CED, Art. 15. O advogado não deve deixar ao aban-
dono ou ao desamparo as causas sob seu patrocínio,
sendo recomendável que, em face de dificuldades
insuperáveis ou inércia do cliente quanto a provi-
dências que lhe tenham sido solicitadas, renuncie ao
mandato.
(D) Errado.
CED, Art. 16. A renúncia ao patrocínio deve ser feita
sem menção do motivo que a determinou, fazendo
cessar a responsabilidade profissional pelo acompa-
nhamento da causa, uma vez decorrido o prazo pre-
visto em lei (EAOAB, art. 5º, § 3º). (grifos nossos)
7
Sobre as normas do Código de Ética, assinale a alterna-
tiva correta.
nos eventualmente causados ao cliente ou a terceiros.
(B) O advogado será responsabilizado por omissão do
cliente quanto a documento ou informação que lhe
devesse fornecer para a prática oportuna de ato pro-
cessual do seu interesse.
(C) A revogação do mandato judicial por vontade do clien-
te o desobriga do pagamento das verbas honorárias
contratadas, assim como não retira o direito do advo-
gado de receber o quanto lhe seja devido em eventual
verba honorária de sucumbência, calculada proporcio-
nalmente em face do serviço efetivamente prestado.
(D) O mandato judicial ou extrajudicial não se extingue
pelo decurso de tempo, salvo se o contrário for con-
signado no respectivo instrumento.
Letra d.
(A) Errado.
CED, Art. 16, § 1º A renúncia ao mandato não exclui
responsabilidade por danos eventualmente causa-
dos ao cliente ou a terceiros. (grifos nossos)
(B) Errado.
CED, Art. 16, § 2º O advogado não será responsabili-
zado por omissão do cliente quanto a documento ou
informação que lhe devesse fornecer para a prática
oportuna de ato processual do seu interesse. (grifos
nossos)
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem

(C) Errado. discrição, por um dos mandatos, renunciando aos de-

mais, resguardado sempre o sigilo profissional.
CED, Art. 17 A revogação do mandato judicial por
vontade do cliente não o desobriga do pagamento (C) Errado.
das verbas honorárias contratadas, assim como não
retira o direito do advogado de receber o quanto lhe CED, Art. 21. O advogado, ao postular em nome de
seja devido em eventual verba honorária de sucum- terceiros, contra ex-cliente ou ex-empregador, judicial
bência, calculada proporcionalmente em face do ser- e extrajudicialmente, deve resguardar o sigilo profis-
viço efetivamente prestado. (grifos nossos) sional, salvo se houver violação a vida ou honra. (gri-
fos nossos)
(D) Certo.
(D) Errado.
CED, Art. 18. O mandato judicial ou extrajudicial não
se extingue pelo decurso de tempo, salvo se o contrá- CED, Art. 22. Ao advogado cumpre abster-se de pa-
rio for consignado no respectivo instrumento. trocinar causa contrária à validade ou legitimidade
de ato jurídico em cuja formação haja colaborado ou
8 intervindo de qualquer maneira; da mesma forma,
Sobre as normas do Código de Ética, assinale a alterna- deve declinar seu impedimento ou o da sociedade
tiva correta. que integre quando houver conflito de interesses mo-
(A) Os advogados integrantes da mesma sociedade pro- tivado por intervenção anterior no trato de assunto
fissional, ou reunidos em caráter permanente para que se prenda ao patrocínio solicitado. (grifos nossos)
cooperação recíproca, podem representar, em juízo
ou fora dele, clientes com interesses opostos. Filosofia do Direito
(B) Sobrevindo conflitos de interesse entre seus consti-
Odair José
tuintes e não conseguindo o advogado harmonizá-
-los, caber-lhe-á optar, com prudência e discrição,
9
por um dos mandatos, renunciando aos demais, res-
“Sendo o Direito um bem cultural, nele há sempre uma
guardado sempre o sigilo profissional.
exigência axiológica atualizando-se na condicionalidade
(C) O advogado, ao postular em nome de terceiros, con-
histórica, de maneira que a objetividade do vínculo jurí-
tra ex-cliente ou ex-empregador, judicial e extrajudi-
dico está sempre ligada às circunstâncias de cada socie-
cialmente, deve resguardar o sigilo profissional em
dade, aos processos de opção ou de preferência entre os
todas as situações.
múltiplos caminhos que, como vimos, se entreabrem no
(D) Ao advogado cumpre abster-se de patrocinar causa
momento de qualquer realização de valores”.
contrária à validade ou legitimidade de ato jurídico
em cuja formação haja colaborado ou intervindo de (REALE, Miguel. Filosofia do Direito. São Paulo: Saraiva,
2000. p. 702).
qualquer maneira, salvo se houver conflito de inte-
resses motivado por intervenção anterior no trato de
Buscando se afastar da concepção normativista de Di-
assunto que se prenda ao patrocínio solicitado.
reito, Miguel Reale propõe uma leitura tridimensional,
levando-o a concluir que:
Letra b.
(A) o Direito, enquanto fenômeno cultural, não se define
(A) Errado.
pelo Poder Estatal, elemento este indiferente à Teo-
ria Tridimensional.
CED, Art. 19. Os advogados integrantes da mesma so-
(B) a sociedade é condição do Direito, a Justiça deve ser
ciedade profissional, ou reunidos em caráter perma-
o fim último, a bilateralidade atributiva é a forma or-
nente para cooperação recíproca, não podem repre-
denatória específica e o Poder é a garantia de sua
sentar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses
atualização.
opostos. (grifos nossos)
(C) a Teoria Tridimensional atribui papel secundário à
Cultura, porque sua condição de existência está vin-
(B) Certo.
culada ao Poder estatal.
(D) o Direito tem sua existência condicionada pela lógica
CED, Art. 20. Sobrevindo conflitos de interesse entre
transcendental jusnaturalista.
seus constituintes e não conseguindo o advogado
harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com prudência e
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Letra b.
(A) Errado. O Poder não é indiferente à Teoria Tridimen-
sional, apenas não se reduz a ele, uma vez que outros
elementos, como a cultura, também têm papel relevan-
te na definição do Direito.
(B) Certo. É o resumo da concepção tridimensional do
Direito. Ele é condicionado pela sociedade, ao mesmo
tempo que tem como valor a justiça, e refere-se, nes-
se sentido, às relações intersubjetivas, razão pela qual
o Direito lida com a bilateralidade atributiva, mas se im-
põe porque dispõe das garantias para sua realização, o
que é possível em razão do Poder que condiciona suas
operações.
(C) Errado. A Teoria Tridimensional é uma teoria cultura-
lista exatamente por reconhecer o papel relevante que a
cultura possui na determinação do que é o direito.
(D) Errado. A Teoria Tridimensional do Direito não é
jusnaturalista e não se reduz à lógica transcenden-
tal kantiana.
10 está em conformidade com a Constituição Federal.
“O meu objetivo é produzir uma teoria da justiça que
represente uma alternativa ao pensamento utilitário em
geral e, portanto, às suas diversas versões.”
(RAWLS, John. Uma Teoria da Justiça. São Paulo: Martins
Fontes, 1993. p. 40).
John Rawls, ao mesmo tempo em que rejeita o utilita-
rismo como princípio de justiça, posiciona-se como um
crítico daquela teoria, porque entende que seus postu-
lados não respondem à necessidade de se pensar a jus-
tiça social.
Com base na teoria de John Rawls, assinale a alternati-
va correta.
(A) Uma doutrina da economia política tem de incluir
uma concepção de bem público que seja baseada na
concepção da justiça.
(B) A justiça se realiza na medida em que proporciona
o acesso aos bens econômicos aos mais habilitados
socialmente.
(C) O Estado deve limitar-se à proteção da propriedade e
à garantia da segurança, e não deve gerar sobrecar-
gas tributárias aos empreendedores econômicos.
(D) O mercado é o espaço onde se realiza a justiça, por-
que proporciona o consumo e a liberdade empre-
endedora.
Letra a.
(A) Certo. A teoria de Rawls compreende um papel re-
levante ao Estado na estruturação de políticas públicas
voltadas para a garantia da realização da justiça, visto
que, conforme a sua teoria, uma sociedade justa é aque-
la que garante acesso aos bens essenciais.
(B) Errado. A afirmativa baseia-se numa noção de merito-
cracia, o que é rechaçado pela teoria da justiça de Rawls,
na medida em que o mérito nunca é totalmente individu-
al e atribuir os bens aos “mais habilitados” seria admitir
que a conquista individual não tem participação social.
(C) Errado. Trata-se da concepção defendida pelos li-
bertários, corrente mais radical do liberalismo, e que se
opõe ao liberalismo igualitário de Rawls.
(D) Errado. O mercado carece de algum grau de regula-
ção, pois a sua ação sem o devido estabelecimento de
princípios de equidade conduz a distorções e geram
injustiças.
Direito Constitucional
Ana Paula Blazute
11
Júlia e Ana, estudantes de direito, estavam discutindo
acerca das disposições constitucionais sobre o Poder
Judiciário. Diante do exposto, assinale a alternativa que
(A) O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Mi-
nistros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta
e cinco e menos de setenta anos de idade, de notável
saber jurídico e reputação ilibada, sendo nomeados
pelo Presidente da República, depois de a escolha ser
aprovada pela maioria absoluta do Senado Federal.
(B) O Supremo Tribunal Federal compõe-se de dez Minis-
tros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e
cinco e menos de setenta anos de idade, de notável
saber jurídico e reputação ilibada, sendo nomeados
pelo Presidente da República, depois de a escolha ser
aprovada pela maioria absoluta do Senado Federal.
(C) O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze
Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de
trinta e menos de setenta anos de idade, de notável
saber jurídico e reputação ilibada, sendo nomeados
pelo Presidente da República, depois de a escolha ser
aprovada pela maioria absoluta do Senado Federal.
(D) O Supremo Tribunal Federal compõe-se de dez Minis-
tros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e
cinco e menos de sessenta e cinco anos idade, de notá-
vel saber jurídico e reputação ilibada, sendo nomeados
pelo Presidente da República, depois de a escolha ser
aprovada pela maioria absoluta do Senado Federal.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Letra a.
A alternativa “a” está em conformidade com a Constitui-
ção Federal.
CF/1988, Art. 101. O Supremo Tribunal Federal com-
põe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos
com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos
de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal
Federal serão nomeados pelo Presidente da Repúbli-
ca, depois de aprovada a escolha pela maioria absolu-
ta do Senado Federal. (grifos nossos)
12 de domicílio de Ana não for sede de vara federal.
Miguel, inconformado com o pagamento de imposto
na comercialização de seus e-books (livros eletrônicos),
quer saber qual a medida judicial cabível, visto que tal
exigência viola a Súmula Vinculante 57.
(A) Recurso Extraordinário.
(B) Reclamação Constitucional.
(C) Ação Direta de Inconstitucionalidade.
(D) Habeas data.
Letra b.
Súmula Vinculante 57. A imunidade tributária cons-
tante do art. 150, VI, d, da CF/88, aplica-se à impor-
tação e comercialização, no mercado interno, do livro
eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrô-
nicos (e-readers), ainda que possuam funcionalida-
des acessórias.
CF/1988, Art. 103-A, § 3º Do ato administrativo ou
decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou
que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao
Supremo Tribunal Federal que, julgando-a proceden-
te, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão
judicial reclamada, e determinará que outra seja pro-
ferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o
caso. (grifo nosso)
13
Ana decidiu ingressar com uma ação em face do INSS,
autarquia federal, que gere o Regime Geral de Previdên-
cia Social. Ao consultar o seu advogado sobre qual seria
o órgão competente para processar e julgar o feito, foi-
-lhe corretamente informado que, nesse caso, é:
(A) necessariamente a Justiça Federal, o que não pode
ser excepcionado pela lei.
(B) a Justiça Federal, mas, se a comarca de domicílio de
Ana não for sede de vara federal, a competência será
da Justiça Estadual.
(C) a Justiça Federal, mas a lei pode autorizar que a cau-
sa tramite perante a Justiça Estadual, se a comarca
(D) a Justiça Estadual, tratando-se de exceção à previsão
geral de que as ações ajuizadas em face de autarquia
federal são de competência da Justiça Federal.
Letra c.
CF/1988, Art. 109, § 3º Lei poderá autorizar que as
causas de competência da Justiça Federal em que fo-
rem parte instituição de previdência social e segurado
possam ser processadas e julgadas na justiça estadu-
al quando a comarca do domicílio do segurado não
for sede de vara federal. (grifos nossos)
14
Larissa foi impedida de entrar em uma determinada loja,
sendo-lhe dito que naquele estabelecimento era proibi-
da a entrada de pessoas negras. Larissa, indignada com
tal situação, acionou imediatamente a polícia, por enten-
der ter sido vítima de crime de racismo. A Constituição
Federal traz os chamados mandados de criminalização
e, dentre eles, considera a prática do racismo um crime:
(A) prescritível e afiançável
(B) imprescritível e afiançável.
(C) imprescritível e inafiançável.
(D) imprescritível e insuscetível de graça ou anistia.
Letra c.
CF/1988, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos se-
guintes:
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançá-
vel e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei; (grifos nossos)
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
15 Direitos Humanos
O Presidente da República, no Palácio do Planalto, deu
um tiro na cabeça do Ministro da Economia, seu inimigo
político de longa data. Diante do que dispõe a Consti-
tuição Federal, pela prática do crime referido, ele deve
ser julgado:
(A) pelo Superior Tribunal de Justiça, órgão competen-
te para processar e julgar as autoridades de governo
nos casos de crimes comuns e de responsabilidade.
(B) pelo Senado Federal, após admissão pela Câmara
dos Deputados, sob a presidência do presidente do
Supremo Tribunal Federal.
(C) pelo Supremo Tribunal Federal, órgão competente
para processar e julgar o Presidente da República em
infração penal comum.
(D) pelo Tribunal do Júri, órgão com previsão constitu-
cional, cuja competência é o julgamento dos crimes
dolosos contra a vida.
Letra c.
CF/1988, Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal
Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da Re-
pública, o Vice-Presidente, os membros do Congresso
Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Ge-
ral da República; (grifos nossos)
16 parque, visto que o acesso é livre, e não deve admitir
O embaraço ao exercício do direito de reunião, por par-
te de autoridade pública específica, constitui ofensa a
direito constitucionalmente previsto, sendo passível de
ser corrigido mediante o manejo do “remédio constitu-
cional” denominado:
(A) Habeas data.
(B) Habeas corpus.
(C) Ação popular.
(D) Mandado de segurança.
Letra d.
O mandado de segurança serve para proteger direito lí-
quido e certo.
CF/1988, Art. 5º, XVI – Todos podem reunir-se paci-
ficamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não
frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio avi-
so à autoridade competente;
Alice Rocha
17
Guilherme e Bruce são dois jovens casados e que dese-
jam constituir uma família com muitos filhos e um gato.
Recentemente, começaram a frequentar parques e lo-
gradouros próximos de sua residência para terem cer-
teza de suas decisões. No último domingo, enquanto
passeavam por um parque público de mãos dadas, um
guarda os abordou e solicitou que se retirassem, alegan-
do que existiam muitas crianças no local e que a pre-
sença deles estaria constrangendo os demais usuários
do parque. Indignados com a situação, o casal procura
Carolina, jovem advogada de uma ONG de combate à
homofobia e transfobia, que deve orientá-los a:
(A) deixar de frequentar o parque e respeitar o espaço
de convivência das famílias incomodadas.
(B) apresentar denúncia por impedimento de acesso a
local público, não cabendo a alegação da discrimina-
ção homofóbica por não terem sido abordados pelos
particulares e sim por um agente do Estado.
(C) apresentar denúncia por ato homofóbico o equipa-
rando à forma contemporânea de racismo social.
(D) apresentar denúncia por ato homofóbico em ana-
logia ao crime de racismo estabelecido na Lei n.
7.716/1989.
Letra c.
(A) Errado. O casal não tem que deixar de frequentar o
discriminação de caráter homofóbico.
(B) Errado. Independente da fonte do ato discriminató-
rio, a denúncia pode ser apresentada.
(C) Certo. De acordo com a jurisprudência do STF:
A configuração de atos homofóbicos e transfóbicos
como formas contemporâneas do racismo objetiva
preservar a incolumidade dos direitos da personali-
dade, como a essencial dignidade da pessoa humana.
Busca inibir, desse modo, comportamentos abusivos
que possam, impulsionados por motivações subalter-
nas, disseminar criminosamente o ódio público con-
tra outras pessoas em razão de sua orientação sexual
ou de sua identidade de gênero.
(D) Errado. Não se trata de analogia. Para o Min. Celso
de Mello, a construção que foi feita, ou seja, a aplicação
da Lei n. 7.716/1989 às condutas homofóbica e transfó-
bicas, não é aplicação analógica. Para ele, houve apenas
interpretação conforme a Constituição. Veja:
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Na verdade, a solução ora proposta limita-se à mera
subsunção de condutas homotransfóbicas aos diversos
preceitos primários de incriminação definidos em le-
gislação penal já existente (Lei n. 7.716/1989), pois os
atos de homofobia e de transfobia constituem concre-
tas manifestações de racismo, compreendido em sua
dimensão social, ou seja, o denominado racismo social.
18 tantes autorizados. Para o exercício de suas funções, os
Como forma de evitar a responsabilização do Estado
brasileiro por violação de Direitos Humanos, foram esta-
belecidos alguns mecanismos constitucionais, tal como
o Incidente de Deslocamento de Competência, também
conhecido como Incidente de “federalização dos crimes
contra os direitos humanos”. Sobre tal mecanismo, a
Constituição Federal prevê expressamente que:
(A) somente é admitido o incidente durante o curso do
inquérito policial.
(B) apenas o Procurador-Geral da República é legitimado
para a propositura do incidente.
(C) a competência para o julgamento do incidente é do
Supremo Tribunal Federal.
(D) o incidente pode ser proposto em toda e qualquer
hipótese de violação de direitos humanos.
Letra b.
Com base no art. 109, § 5º, da CF/1988:
Art. 109, § 5º Nas hipóteses de grave violação de
direitos humanos, o Procurador-Geral da Repúbli-
ca, com a finalidade de assegurar o cumprimento de
obrigações decorrentes de tratados internacionais de
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, pode-
rá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Fede-
ral. (grifos nossos)
Logo:
(A) Errado. O incidente pode ser admitido em qualquer
fase do inquérito ou processo.
(B) Certo. O único legitimado para entrar com o instru-
mento é o Procurador-Geral da República.
(C) Errado. A competência é do Superior Tribunal
de Justiça.
(D) Errado. O incidente só pode ser proposto em casos
de grave violação de direitos humanos.
Direito Internacional
Alice Rocha
19
Por causa de relações diplomáticas e consulares os Esta-
dos estabelecem ou mantêm relações mútuas, comuni-
cam-se uns com os outros ou interagem politicamente
ou juridicamente, sempre por meio dos seus represen-
representantes recebem um tratamento diferenciado. A
respeito de tal tratamento, é incorreto afirmar que:
(A) é função do diplomata representar o Estado de ori-
gem, assim como proteger os interesses deste e dos
seus nacionais perante o Estado estrangeiro.
(B) é função do consulado fomentar o desenvolvimen-
to das relações comerciais, econômicas, culturais e
cientificas entre o Estado que envia e o Estado recep-
tor e, ainda, promover relações amistosas entre eles.
(C) a imunidade de jurisdição dos funcionários consula-
res não se aplica para o caso de ação civil proposta
por terceiro como consequência de danos causados
por acidente de veículo, ocorrido no Estado receptor.
(D) os agentes diplomáticos e os membros da repartição
consular não estão obrigados a prestar depoimento
como testemunha.
Letra d.
(A) Certo. De acordo com o art. 3º da Convenção de Vie-
na sobre Relações Diplomáticas:
Art. 3º As funções de uma Missão diplomática consis-
tem, entre outras, em:
a) representar o Estado acreditante perante o Estado
acreditado;
b) proteger no Estado acreditado os interesses do
Estado acreditante e de seus nacionais, dentro dos
limites permitidos pelo direito internacional.
(B) Certo. De acordo com o art. 5º da Convenção de Vie-
na sobre Relações Consulares:
Art. 5º As funções consulares consistem em:
b) fomentar o desenvolvimento das relações comer-
ciais, econômicas, culturais e científicas entre o Esta-
do que envia e o Estado receptor e promover ainda
relações amistosas entre eles, de conformidade com
as disposições da presente Convenção.
(C) Certo. De acordo com o art. 43 da Convenção de Vie-
na sobre Relações Consulares:
Art. 43, 1. Os funcionários consulares e os empre-
gados consulares não estão sujeitos à Jurisdição das
autoridades judiciárias e administrativas do Estado
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem

receptor pelos atos realizados no exercício das fun- Art. 27. O asilo político, que constitui ato discricio-
ções consulares. nário do Estado, poderá ser diplomático ou territorial
2. As disposições do parágrafo 1 do presente artigo e será outorgado como instrumento de proteção à
não se aplicarão entretanto no caso de ação civil: pessoa. (grifos nossos)
a) que resulte de contrato que o funcionário ou em-
pregado consular não tiver realizado implícita ou ex- (D) Errado. O art. 28 da Lei n. 13.445/2017 não mencio-
plicitamente como agente do Estado que envia; ou na os crimes hediondos.
b) que seja proposta por terceiro como consequên-
cia de danos causados por acidente de veículo, navio Art. 28. Não se concederá asilo a quem tenha cometi-
ou aeronave, ocorrido no Estado receptor. do crime de genocídio, crime contra a humanidade,
crime de guerra ou crime de agressão, nos termos do
(D) Errado. O agente diplomático não é obrigado a pres- Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de
tar depoimento (art. 31 da CVRD), mas os membros de 1998, promulgado pelo Decreto nº 4.388, de 25 de
uma repartição consular poderão ser chamados a depor setembro de 2002. (grifos nossos)
como testemunhas no decorrer de um processo judiciá-
rio ou administrativo. Direito Tributário
Maria Christina
20
Anthony é ex-assessor do presidente de Caxamandu,
21
país ao norte da África, e, com a troca do regime de go-
Diante da nova pandemia instalada a nível mundial e te-
verno, tem sido alvo de perseguição por razões políticas
mendo déficit de orçamento, o Presidente da República
e resolve buscar asilo no Brasil. Para isso, Anthony con-
editou Medida Provisória em decorrência da urgência da
trata Helton, consultor de instituto de apoio a asilados,
situação para instituir o Empréstimo Compulsório com
que deve informá-lo, com base nas regras brasileiras e
vigência em 90 dias. Diante dos fatos, assinale a alter-
em especial na Lei n. 13.445/2017, que:
nativa correta.
(A) o Brasil oferece exclusivamente asilo territorial, não
(A) O tributo é inconstitucional, pois deverá produzir
considerando seguro a concessão de tal proteção em
efeitos de imediato.
embaixadas localizadas em outros Estados.
(B) O tributo é inconstitucional por violação à compe-
(B) a saída do asilado do País sem prévia comunicação
tência para sua instituição.
não implica renúncia ao asilo.
(C) O tributo é inconstitucional por violação ao princípio
(C) o asilo político será outorgado como instrumento de
da legalidade.
proteção à pessoa.
(D) O tributo é constitucional.
(D) não se concederá asilo a quem tenha cometido crime
de genocídio, crime contra a humanidade, crime de
Letra c.
guerra, crime de agressão ou crimes hediondos.
(A) Errado. Poderá produzir efeitos de imediato.
(B) Errado. Não houve violação à competência por
Letra c.
ser da União.
(A) Errado. De acordo com o art. 27 da Lei n. 13.445/2017,
(C) Certo. O empréstimo compulsório somente pode
o asilo pode ser diplomático ou territorial.
ser criado por lei complementar, segundo o art. 148
da CF/1988.
Art. 27. O asilo político, que constitui ato discricioná-
(D) Errado. O tributo é inconstitucional por violação à
rio do Estado, poderá ser diplomático ou territorial e
legalidade.
será outorgado como instrumento de proteção à pes-
soa. (grifos nossos)

(B) Errado. De acordo com o art. 29 da Lei n. 13.445/2017:

Art. 29. A saída do asilado do País sem prévia comuni-

cação implica renúncia ao asilo. (grifos nossos)

(C) Certo. A assertiva está em conformidade com o art.

27 da Lei n. 13.445/2017.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
22 24
A União instituiu contribuição previdenciária sobre os
proventos dos servidores ativos, inativos e pensionistas.
Diante do caso, assinale a alternativa correta.
(A) A contribuição só pode incidir sobre os proventos
dos servidores ativos.
(B) A União não possui competência para instituir tal
contribuição sobre os servidores estaduais.
(C) A contribuição previdenciária deve obediência
aos princípios da anterioridade, que anula a nona-
gesimal.
(D) As contribuições previdenciárias não poderão ter alí-
quotas progressiva.
Letra b.
(A) Errado. A contribuição pode incidir sobre ativos, ina-
tivos e pensionistas.
(B) Certo. As contribuições previdenciárias dos servido-
res estaduais são de competência do próprio estado,
conforme art. 149, § 1º, da CF/1988.
(C) Errado. As contribuições só devem obediência ao
princípio da anterioridade nonagesimal, conforme art.
195, § 6º, da CF/1988.
(D) Errado. As contribuições, desde a reforma da previ-
dência, poderão ter arquivos progressivas, conforme art.
149, § 1º, da CF/1988.
23 (B) O mero pedido de moratória configura reconheci-
Sobre o imposto de renda, é correto afirmar que:
(A) não incidirá imposto de renda sobre o valor da hora
extra recebida.
(B) incidirá imposto de renda sobre as verbas recebidas
a título de programa de demissão voluntária.
(C) não incidirá imposto de renda sobre os valores rece-
bidos a título de dano moral.
(D) incidirá imposto de renda sobre o valor das férias
não usufruídas.
Letra c.
(A) Errado. O imposto de renda incide sobre hora extra,
conforme Súmula 463 do STJ.
(B) Errado. Não incide sobre esse valor por ser verba in-
denizatória, conforme Súmula 215 do STJ.
(C) Certo. Exatamente! Não incide por ser verba indeni-
zatória, conforme Súmula 498 do STJ.
(D) Errado. Não incide por ser verba indenizatória, con-
forme Súmula 125 do STJ.
O município de Guarapari instituiu uma taxa de preven-
ção de incêndio sobre um serviço prestado pelo estado
do Espírito Santo. Diante do exposto, assinale a alterna-
tiva correta.
(A) O tributo é constitucional, conforme dispositivo
constitucional.
(B) O tributo é inconstitucional por violação à com-
petência.
(C) O tributo é inconstitucional, pois somente a União
pode instituir taxas.
(D) O tributo é constitucional por ser um serviço di-
visível.
Letra b.
(A) Errado. Inconstitucional por violação à competência.
(B) Certo. Se o serviço foi prestado pelo estado, então,
por ele deveria ser criado, e não pelo município.
(C) Errado. Os 4 entes federativos podem criar taxas.
(D) Errado. Prevenção de incêndio é um serviço
indivisível.
25
Sobre as causas de suspensão da exigibilidade do crédi-
to, assinale a alternativa correta.
(A) O mero pedido de parcelamento configura reconhe-
cimento de dívida e interrompe a prescrição.
mento de dívida e interrompe a prescrição.
(C) O depósito do montante integral e em dinheiro exclui
o crédito tributário.
(D) O processo administrativo fiscal poderá tramitar si-
multaneamente com o judicial.
Letra a.
(A) Certo. Teor da Súmula 653 do STJ.
(B) Errado. A Súmula 653 do STJ somente se aplica ao
parcelamento.
(C) Errado. Depósito é causa de suspensão da exigibili-
dade do crédito.
(D) Errado. O ingresso no judiciário equivale à renúncia
do poder se recorrer na esfera administrativo.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Direito Administrativo
Gustavo Brígido
26 da após diversos plantões seguidos, cometeu grave erro
João, estudante do Curso de Direito da Faculdade Gama,
procurou você, advogado especialista em direito admi-
nistrativo, para elucidar uma dúvida relacionada à obri-
gatoriedade de prestação de contas ao TCU por parte da
OAB, tanto por parte do Conselho Federal quanto por
parte das seccionais nos estados e no Distrito Federal.
Respaldado pelo entendimento consolidado pelo Supre-
mo Tribunal Federal, você respondeu corretamente que:
(A) o Conselho Federal e os Conselhos Seccionais da Or-
dem dos Advogados do Brasil não estão obrigados a
prestar contas ao Tribunal de Contas da União nem a
qualquer outra entidade externa.
(B) o Conselho Federal e os Conselhos Seccionais da
Ordem dos Advogados do Brasil estão obrigados a
prestar contas ao Tribunal de Contas da União e a
qualquer outra entidade externa.
(C) o Conselho Federal está obrigado a prestar contas ao
Tribunal de Contas da União, mas os Conselhos Sec-
cionais da Ordem dos Advogados do Brasil não estão
obrigados a prestar contas ao Tribunal de Contas da
União nem a qualquer outra entidade externa.
(D) o Conselho Federal não está obrigado a prestar con-
tas perante o TCU, mas os Conselhos Seccionais da
Ordem dos Advogados do Brasil estão obrigados a
prestar contas ao Tribunal de Contas da União, bem
como a qualquer outra entidade externa.
Letra a.
A OAB não é obrigada a prestar contas ao TCU, conforme
decisão do STF em 24/04/2023.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu,
por maioria, que o Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) e suas seccionais nos esta-
dos e no Distrito Federal não são obrigadas a prestar
contas ao Tribunal de Contas da União (TCU) nem a
qualquer outra entidade externa. A decisão foi to-
mada na sessão virtual concluída em 24/4, no julga-
mento do Recurso Extraordinário (RE) 1182189, com
repercussão geral reconhecida (Tema 1.054). (grifos
nossos)
27
Maria é servidora pública ocupante do cargo efetivo de
médica do município de Fortaleza, que, por estar exauri-
médico no exercício de suas atribuições em hospital mu-
nicipal, na medida em que amputou um braço saudável
de João, em lugar daquele que estava enfermo e neces-
sitava de tal intervenção cirúrgica.
João procurou você, na qualidade de advogado especia-
lista em direito administrativo, com a intenção de ajuizar
ação de responsabilização civil em decorrência do trági-
co evento, sendo correto afirmar, à luz da orientação do
Supremo Tribunal Federal, que ele:
(A) poderá optar entre ajuizar a ação em face de Maria
ou do município de Fortaleza, na medida em que am-
bos respondem objetivamente pelas lesões causadas.
(B) deverá ajuizar ação em face de Maria e do município
de Fortaleza, situação em que terá que demonstrar
que a servidora atuou com dolo ou culpa no exercício
de suas atribuições.
(C) poderá ajuizar ação exclusivamente em face de Ma-
ria, que responde objetivamente pelo exercício de sua
prática profissional na qualidade de servidora pública.
(D) deverá ajuizar a ação apenas em face do município
de Fortaleza, que responderá objetivamente pelos
danos causados, na medida em que Maria não pode-
rá constar do respectivo polo passivo.
Letra d.
Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e
as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direi-
to de regresso contra o responsável nos casos de dolo
ou culpa. (grifos nossos)
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
28 (C) Errado.
Havendo denúncia anônima, João, autoridade compe-
tente do Distrito Federal, tomou conhecimento de que
Maria, servidora pública ocupante de cargo efetivo dis-
trital, cometera falta gravíssima no exercício de suas
atribuições. Após investigação, foi instaurado o processo
administrativo disciplinar, cuja portaria de instauração
não detalhou todos os fatos a ela imputados. Na fase
instrutória, foi utilizada prova emprestada de processo
criminal, autorizada pelo juízo competente, e a defesa
técnica foi apresentada por Aline, a servidora mais anti-
ga constituída por Maria, que não é advogada. Após ex-
trapolar o prazo previsto em lei para conclusão e garantir
a ampla defesa e o contraditório, o processo resultou na
aplicação da pena de demissão de Maria.
Diante dos fatos narrados, João procurou você, na quali-
dade de advogado especialista em Direito Administrati-
vo, para orientá-lo acerca dos aspectos jurisprudenciais
do tema. Dessa forma, é correto afirmar que a orien-
tação sumulada pelos Tribunais Superiores é no sen-
tido de que:
(A) o processo administrativo disciplinar não poderia ter
sido instaurado em decorrência de denúncia anônima.
(B) a utilização da mencionada prova emprestada é per-
mitida, uma vez que autorizada pelo juízo competen-
te e respeitados o contraditório e a ampla defesa.
(C) o excesso de prazo para a conclusão do processo ad-
ministrativo em questão enseja a nulidade da deci-
são, independentemente de prejuízo para a defesa.
(D) a portaria de instauração é nula, pois era imprescin-
dível que contivesse a exposição detalhada dos fatos.
Letra b.
(A) Errado.
Súmula 611-STJ. Desde que devidamente motivada e
com amparo em investigação ou sindicância, é permi-
tida a instauração de processo administrativo disci-
plinar com base em denúncia anônima, em face do
poder-dever de autotutela imposto à Administração.
(grifos nossos)
(B) Certo.
Súmula 591-STJ. É permitida a “prova emprestada” no
processo administrativo disciplinar, desde que devi-
damente autorizada pelo juízo competente e respei-
tados o contraditório e a ampla defesa.
Súmula 592-STJ. O excesso de prazo para a conclusão
do processo administrativo disciplinar só causa nuli-
dade se houver demonstração de prejuízo à defesa.
(grifos nossos)
(D) Errado.
Súmula 641-STJ. A portaria de instauração do proces-
so administrativo disciplinar prescinde da exposição
detalhada dos fatos a serem apurados. (grifos nossos)
29
João foi eleito prefeito do município de Fortaleza. Na
composição da sua equipe de governo, nomeou a sua
filha para o cargo de Secretária Municipal de Saúde, ten-
do em vista que ela é médica com experiente atuação
na área da saúde pública. Diante do exposto e com base
nas alterações promovidas pela Lei n. 14.230/2021 na
Lei n. 8.429/1992, é correto afirmar que, em tese, a con-
duta de João:
(A) caracteriza ato de improbidade que causa prejuízo
ao erário.
(B) caracteriza ato de improbidade que importa em enri-
quecimento sem causa.
(C) caracteriza ato de improbidade que viola os princí-
pios da Administração Pública.
(D) não caracteriza, em princípio, ato de improbidade,
pois versa sobre cargo político.
Letra d.
Lei n. 8.429/1992, Art. 11, § 5º Não se configurará
improbidade a mera nomeação ou indicação política
por parte dos detentores de mandatos eletivos, sen-
do necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita
por parte do agente. (grifos nossos)
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem

30 do imediatamente ao órgão competente para as pro-

O Estado do Ceará recebeu um imóvel fruto de dação
em pagamento como forma de quitação de dívida de
particular. Em seguida, o ente federativo decide vender
o referido imóvel. Para tanto, nos termos da doutrina,
da jurisprudência e da Lei n. 14.133/2021, é correto
afirmar que:
(A) a Administração Pública pode optar pela realização
de avaliação do imóvel, caso seja demonstrada a hi-
pótese de dispensa de licitação.
(B) a Administração Pública deverá proceder à avaliação
do imóvel, não sendo possível dispensar a licitação.
(C) a autorização legislativa é exigível apenas nos pro-
cessos de alienação de bem imóvel público derivado
de procedimento judicial.
(D) a alienação de bem público derivado de dação em
pagamento dispensa licitação.
Letra d.
vidências cabíveis.
(D) como o Parque Nacional é uma unidade de conserva-
ção federal, Juliano não poderá realizar a fiscalização
da conformidade de empreendimentos e atividades
efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores
de recursos naturais com a legislação ambiental em vi-
gor, devendo comunicar o órgão federal competente.
Letra c.
(A) Errado. Juliano precisa agir.
LC n. 140/2011, Art. 17, § 2º Nos casos de iminência
ou ocorrência de degradação da qualidade ambien-
tal, o ente federativo que tiver conhecimento do
fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer
cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente
ao órgão competente para as providências cabíveis.
(grifos nossos)

Lei n. 14.133/2021, Art. 76. A alienação de bens da
Administração Pública, subordinada à existência de
interesse público devidamente justificado, será pre-
cedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I – tratando-se de bens imóveis, inclusive os perten-
centes às autarquias e às fundações, exigirá autori-
zação legislativa e dependerá de licitação na modali-
dade leilão, dispensada a realização de licitação nos
casos de:
a) dação em pagamento; (grifos nossos)
(B) Errado. Nesse caso, o órgão competente seria federal.
(C) Certo. De acordo com o art. 17, § 2º, da LC
n. 140/2011.
LC n. 140/2011, Art. 17, § 2º Nos casos de iminência
ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental,
o ente federativo que tiver conhecimento do fato de-
verá determinar medidas para evitá-la, fazer cessá-la
ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão
competente para as providências cabíveis.

Direito Ambiental (D) Errado.

Nilton Coutinho
LC n. 140/2011, Art. 17, § 3º O disposto no caput des-
te artigo não impede o exercício pelos entes fede-
31
rativos da atribuição comum de fiscalização da con-
Juliano foi aprovado em um concurso público para fiscal
formidade de empreendimentos e atividades efetiva
municipal junto à secretaria do meio ambiente.
ou potencialmente poluidores ou utilizadores de re-
Após iniciar o trabalho, recebeu uma denúncia formula-
cursos naturais com a legislação ambiental em vigor,
da por um munícipe, a qual relatava que uma empresa
prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado
automotiva estava jogando pneus velhos em um Parque
por órgão que detenha a atribuição de licenciamento
Nacional existente naquela cidade.
ou autorização a que se refere o caput. (grifos nossos)
Como Juliano tinha iniciado as suas atividades há poucos
dias, entrou em contato com um advogado especialista
na área, o qual lhe informou que:
(A) como o Parque Nacional é de domínio da União, Julia-
no deveria pedir ao munícipe que procurasse o Ibama.
(B) compete ao órgão estadual responsável pelo licen-
ciamento lavrar auto de infração ambiental e instau-
rar processo administrativo para a apuração de infra-
ções à legislação ambiental.
(C) nos casos de iminência ou ocorrência de degradação
da qualidade ambiental, o ente federativo que tiver
conhecimento do fato deverá determinar medidas
para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunican-
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
32 Direito Civil
A empresa Água Limpa S/A possuía outorga do direito
de uso de recursos hídricos. Preocupada com a regulari-
dade da sua atividade, a empresa consulta um advogado
especialista na área, o qual lhe informa que a outorga de
direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa
parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo deter-
minado, nas seguintes circunstâncias, exceto:
(A) não cumprimento pelo outorgado dos termos da
outorga.
(B) ausência de uso por dois anos consecutivos.
(C) necessidade premente de água para atender a situa-
ções de calamidade, inclusive as decorrentes de con-
dições climáticas adversas.
(D) necessidade de se atender a usos prioritários, de in-
teresse coletivo, para os quais não se disponha de
fontes alternativas.
Letra b.
Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hí-
dricos poderá ser suspensa parcial ou totalmente, em
definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes
circunstâncias:
I – não cumprimento pelo outorgado dos termos da
outorga;
II – ausência de uso por três anos consecutivos;
III – necessidade premente de água para atender a
situações de calamidade, inclusive as decorrentes de
condições climáticas adversas;
IV – necessidade de se prevenir ou reverter grave de-
gradação ambiental;
V – necessidade de se atender a usos prioritários, de
interesse coletivo, para os quais não se disponha de
fontes alternativas;
VI – necessidade de serem mantidas as características
de navegabilidade do corpo de água. (grifos nossos)
Roberta Queiroz
33
Lenda Selvagem da Silva, agora com 37 anos, nunca teve
apreço pelo nome registrado por seus pais. Desde os 20
anos de idade, vem frequentando uma religião de ori-
gem na cultura da Indonésia, na qual cultua o espírito
da natureza, incluindo montanhas e grandes árvores.
Com isso, Lenda decidiu ajuizar ação para alterar o nome
completo para Henda Andi Indra. Considerando o caso
narrado, assinale a alternativa correta.
(A) Tendo em vista a evolução da função do nome e a
dignidade da pessoa humana, Lenda terá êxito em
seu pleito, independentemente de decisão judicial.
(B) Lenda apenas conseguirá alterar o nome completo
mediante decisão judicial em processo judicial no qual
deverá comprovar ausência de prejuízo a terceiro.
(C) Não é possível, no ordenamento jurídico, a supres-
são e substituição total do nome registral.
(D) É possível apenas a alteração do prenome, mediante
processo judicial.
Letra c.
Não é possível a completa supressão e substituição
total do nome registral, por pessoa autoidentificada
como indígena, por ausência de previsão legal, bem
como por respeito ao princípio da segurança jurídica
e das relações jurídicas a serem afetadas. (STJ. 4ª Tur-
ma. REsp 1.927.090-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
Rel. para acórdão Ministro Raul Araújo, julgado em
21/3/2023 – INFORMATIVO 768.) (grifos nossos)
Ademais, temos:
Lei de Registro Público
Art. 56. A pessoa registrada poderá, após ter atingido
a maioridade civil, requerer pessoalmente e imotiva-
damente a alteração de seu prenome, independente-
mente de decisão judicial, e a alteração será averbada
e publicada em meio eletrônico.
§ 1º A alteração imotivada de prenome poderá ser
feita na via extrajudicial apenas 1 (uma) vez, e sua
desconstituição dependerá de sentença judicial.
§ 2º A averbação de alteração de prenome conterá,
obrigatoriamente, o prenome anterior, os números
de documento de identidade, de inscrição no Cadas-
tro de Pessoas Físicas (CPF) da Secretaria Especial da
Receita Federal do Brasil, de passaporte e de título de
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
eleitor do registrado, dados esses que deverão cons-
tar expressamente de todas as certidões solicitadas.
§ 3º Finalizado o procedimento de alteração no as-
sento, o ofício de registro civil de pessoas naturais no
qual se processou a alteração, a expensas do reque-
rente, comunicará o ato oficialmente aos órgãos ex-
pedidores do documento de identidade, do CPF e do
passaporte, bem como ao Tribunal Superior Eleitoral,
preferencialmente por meio eletrônico.
§ 4º Se suspeitar de fraude, falsidade, má-fé, vício de
vontade ou simulação quanto à real intenção da pes-
soa requerente, o oficial de registro civil fundamenta-
damente recusará a retificação.
34 (C) Caso Aleluia aliene o apartamento para aquisição de
Adelícia de Carvalho permitiu, por 18 anos, que Analgesi-
na Costa Pinto, vizinha da fazenda ao lado, passasse pela
sua fazenda para chegar mais fácil e mais rapidamente
à rodovia que dá acesso ao centro do município de Jar-
dim de Piranhas, no Rio Grande do Norte. Analgesina,
durante esse tempo, fez algumas obras de pavimenta-
ção simples no local que serve de passagem, para passar
com veículo de transporte de funcionários. Contudo, há
pouco tempo, Adelícia, por arbitrariedade, proibiu que
Analgesina permanecesse passando pelo local. Conside-
rando o caso narrado, assinale a alternativa correta.
(A) Trata-se do caso de passagem forçada, devendo ha-
ver o registro de imóveis para que produza efeitos.
(B) Trata-se do caso de servidão não aparente.
(C) O caso relata uma situação de servidão aparente, po-
dendo Analgesina usucapir a servidão.
(D) Trata-se o caso do direito de superfície, devendo
Analgesina pagar o solarium para permanecer no uso
da passagem.
Letra c.
Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de
uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do
art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu
nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como títu-
lo a sentença que julgar consumado a usucapião.
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o pra-
zo da usucapião será de vinte anos.
35
Aleluia Sarango e Além-mar Paranhos são casados no
regime de comunhão parcial de bens. Casaram-se em
2015. Embora desnecessário, o pacto antenupcial cons-
tou expressamente que Aleluia tem um apartamento,
considerado bem particular, posto que foi adquirido no
ano de 2010. Em fevereiro de 2023, Aleluia resolveu ven-
der o imóvel para comprar um outro apartamento. Con-
siderando as regras relacionadas aos regimes de bens no
Código Civil, assinale a alternativa correta.
(A) Para alienar o imóvel, Aleluia deve ter o consenti-
mento de Além-mar.
(B) Para alienação do bem imóvel, por se tratar de bem parti-
cular, não haverá necessidade de autorização do cônjuge.
outro, o segundo imóvel passará a ser bem comum,
devendo ser partilhado em caso de divórcio.
(D) A venda do imóvel sem consentimento do cônjuge é
nula de pleno direito.
Letra a.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, ne-
nhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro,
exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II – pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens
ou direitos;
III – prestar fiança ou aval;
IV – fazer doação, não sendo remuneratória, de bens
comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais fei-
tas aos filhos quando casarem ou estabelecerem eco-
nomia separada. (grifos nossos)
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antece-
dente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a
denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível
concedê-la.
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo
juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável
o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe
a anulação, até dois anos depois de terminada a so-
ciedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, des-
de que feita por instrumento público, ou particular,
autenticado. (grifos nossos)
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
36 Letra c.
Angústias Árias, Antenor da Cotinha e Antônio America-
no do Brasil Mineiro são irmãos, filhos de Alma de Veras
com Amado Amoroso, casados no regime da comunhão
universal de bens. No dia 04/08/2021, Angústias faleceu
em um acidente de carro, deixando dois filhos peque-
nos. Amado Amoroso faleceu em fevereiro de 2023.
Considerando a partilha dos bens deixados pelo faleci-
mento de Amado, assinale a alternativa correta.
(A) A herança deve ser partilhada entre os filhos vivos
de Amado.
(B) Alma de Veras tem direito a uma cota referente a
metade dos bens que cada filho vivo receberá.
(C) Alma de Veras deverá concorrer com os filhos, divi-
dindo o acervo hereditário por cabeça.
(D) A herança deixada pelo falecimento de Amado deve
ser partilhada em 3 cotas, apenas.
Letra d.
Em consonância com art. 1.829 e seguintes do CC, a he-
rança deve ser partilhada em 3 cotas, sendo que os filhos
de Angústias representam o pai pré-morto na herança
do avô. A esposa de Amado, como casou-se no regime
da comunhão universal, não concorre com os filhos.
37
Carabino Tiro Certo emprestou R$ 50.000,00 para João
Bebe Água e Juana Mula. No contrato, ficou consignado
que o pagamento do empréstimo deveria ser feito no dia
10 de maio de 2022. Além disso, João entregou um re-
lógio de família em garantia. O pagamento, no entanto,
não ocorreu. Considerando os fatos narrados, assinale a
alternativa correta.
(A) Em caso de inadimplemento, poderá o credor ficar
com o bem dado em garantia.
(B) Trata-se de obrigação solidária, na qual Carabino po-
derá cobrar o todo de qualquer um dos devedores.
(C) A devolução do bem empenhado, antes do pagamen-
to da obrigação, não significa remissão da dívida.
(D) Caso Carabino ajuíze demanda judicial em face de
João, poderá este promover o chamamento ao pro-
cesso em face de Juana.
Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor
pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o
objeto da garantia, se a dívida não for paga no ven-
cimento.
Parágrafo único. Após o vencimento, poderá o deve-
dor dar a coisa em pagamento da dívida.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da
lei ou da vontade das partes.
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenha-
do prova a renúncia do credor à garantia real, não a
extinção da dívida.
38
José Marciano Verdinho das Antenas Longas deve o va-
lor de R$ 35.000,00 para Luiz Tripador. Contudo, como
não tem dinheiro para quitar a dívida, José oferece o car-
ro como forma de pagamento. Luiz prontamente aceita.
Assinale a alternativa que corresponde à forma de paga-
mento ocorrida neste caso.
(A) Dação em pagamento.
(B) Novação objetiva.
(C) Imputação do pagamento.
(D) Remissão.
Letra a.
Art. 356. O credor pode consentir em receber presta-
ção diversa da que lhe é devida.
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pa-
gamento, as relações entre as partes regular-se-ão
pelas normas do contrato de compra e venda.
Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em paga-
mento, a transferência importará em cessão.
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em
pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva,
ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os
direitos de terceiros.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Estatuto da Criança e do Adolescente
Patrícia Dreyer
39 tava grávida. Simone, então, mudou de cidade e escon-
A autoridade policial tomou conhecimento de que Maria
Luiza, 15 anos, havia praticado ato infracional e empre-
endeu fuga para sua casa. A autoridade policial, infor-
mando somente à autoridade judiciária competente, en-
trou em sua casa, com autorização da sua família, expôs
a situação e interrogou Maria Luiza sobre o ocorrido. Em
seguida, sem qualquer resistência da adolescente, ele a
algemou e a levou, em compartimento fechado da via-
tura, para a delegacia. Considerando o caso hipotético, é
correto afirmar que a ação da autoridade policial:
(A) estaria correta somente se a adolescente tivesse 16
anos completos.
(B) é incorreta, mas não constitui crime em espécie ou
infração administrativa.
(C) é correta, pois a adolescente foi capturada em
flagrante.
(D) é crime previsto no Estatuto da Criança e do Ado-
lescente.
Letra d.
A conduta da autoridade policial é ilícita e está em de-
sacordo com o disposto no art. 178 do ECA e da Súmula
Vinculante n. 11 do STF. E o crime está previsto no art.
230 do ECA:
ECA, Art. 178. O adolescente a quem se atribua au-
toria de ato infracional não poderá ser conduzido ou
transportado em compartimento fechado de veículo
policial, em condições atentatórias à sua dignidade,
ou que impliquem risco à sua integridade física ou
mental, sob pena de responsabilidade. (grifos nossos)
ECA, Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de
sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar
em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem
escrita da autoridade judiciária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que
procede à apreensão sem observância das formali-
dades legais. (grifos nossos)
Súmula Vinculante n. 11. Só é lícito o uso de algemas
em casos de resistência e de fundado receio de fuga
ou de perigo à integridade física própria ou alheia,
por parte do preso ou de terceiros, justificada a ex-
cepcionalidade por escrito, sob pena de responsabili-
dade disciplinar, civil e penal do agente ou da autori-
dade e de nulidade da prisão ou do ato processual a
que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil
do Estado. (grifos nossos)
40
Simone, maior e capaz, namorou Osvaldo por 6 meses.
Após o término do relacionamento, descobriu que es-
deu, até quando pôde, a novidade da gestação. Quando
a criança nasceu, Simone decidiu fazer a entrega respon-
sável da criança logo no hospital. Considerando o direito
à proteção integral da criança e o direito da gestante,
assinale a alternativa correta.
(A) Simone não tem direito de exigir sigilo sobre o nasci-
mento, e tem a obrigação de comunicar os seus fami-
liares e o pai da criança sobre o nascimento.
(B) Simone só poderia entregar a criança depois da com-
provação de sua incapacidade ou inabilidade para
criá-la, especificamente em casos de violência do-
méstica e dificuldades financeiras.
(C) Simone pode entregar a criança para adoção ali mes-
mo no hospital, em unidades de saúde, públicas ou
particulares, Conselhos Tutelares, escolas e demais
órgãos do sistema de garantia de direitos, antes ou
logo após o nascimento. Ela será obrigatoriamen-
te encaminhada, sem qualquer constrangimento, à
Justiça da Infância e da Juventude para formalizar o
processo de manifestação de consentimento e para
atendimento junto à equipe interprofissional da
unidade.
(D) A entrega pode ser realizada sem intervenção do
Poder Judiciário, de forma verbal ou por documento
escrito, seja por instrumento particular ou escritura
pública.
Letra c.
(A) Errado. Simone tem, por lei, direito ao sigilo das in-
formações, conforme art. 166, § 3º, do ECA:
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido
destituídos ou suspensos do poder familiar, ou hou-
verem aderido expressamente ao pedido de coloca-
ção em família substituta, este poderá ser formulado
diretamente em cartório, em petição assinada pelos
próprios requerentes, dispensada a assistência de
advogado.
§ 3º São garantidos a livre manifestação de vontade
dos detentores do poder familiar e o direito ao sigilo
das informações. (grifos nossos)
(B) Errado. Conforme o art. 19-A do ECA, é permitida a
entrega voluntária:
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse
em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após
o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância
e da Juventude.
§ 1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe in-
terprofissional da Justiça da Infância e da Juventude,
que apresentará relatório à autoridade judiciária,
considerando inclusive os eventuais efeitos do estado
gestacional e puerperal.
(C) Certo. A resposta está de acordo com os arts. 13 e
19-A do ECA:
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de cas-
tigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de
maus-tratos contra criança ou adolescente serão
obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar
da respectiva localidade, sem prejuízo de outras pro-
vidências legais.
§ 1º As gestantes ou mães que manifestem interesse
em entregar seus filhos para adoção serão obrigato-
riamente encaminhadas, sem constrangimento, à Jus-
tiça da Infância e da Juventude.
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse
em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após
o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância
e da Juventude.
§ 1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe in-
terprofissional da Justiça da Infância e da Juventude,
que apresentará relatório à autoridade judiciária,
considerando inclusive os eventuais efeitos do estado
gestacional e puerperal.
§ 2º De posse do relatório, a autoridade judiciária po-
derá determinar o encaminhamento da gestante ou
mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pú-
blica de saúde e assistência social para atendimento
especializado.
(D) Errado. Será necessária a atuação do Judiciário.
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido
destituídos ou suspensos do poder familiar, ou hou-
verem aderido expressamente ao pedido de coloca-
ção em família substituta, este poderá ser formulado
diretamente em cartório, em petição assinada pelos
próprios requerentes, dispensada a assistência de
advogado.
§ 4º O consentimento prestado por escrito não terá
validade se não for ratificado na audiência a que se
refere o § 1º deste artigo. (grifos nossos)
Direito do Consumidor
Patrícia Dreyer
41
Carolina foi ao supermercado Casa e Comida Ltda. e ad-
quiriu dez quilogramas de carne da marca Carne Fres-
ca. O produto foi vendido em embalagem lacrada com
o rótulo da produtora. Horas após a compra, porém, ao
preparar e consumir o produto, Carolina sentiu-se muito
mal e precisou ser hospitalizada, tendo-se então verifi-
cado que sofreu intoxicação alimentar em decorrência
de a carne estar estragada. Além dos valores gastos com
o tratamento médico, o prejuízo de Carolina se agravou
porque ela é motorista de aplicativo e precisou ficar sem
trabalhar por alguns dias, o que lhe trouxe impacto fi-
nanceiro. Diante do caso, é correto afirmar que:
(A) o supermercado Casa e Comida Ltda. não poderá ser
responsabilizado pelo infortúnio ocorrido com Carolina.
(B) se Carolina tivesse pagado pelos dez quilos de carne
e, ao chegar em casa, percebesse que, em verdade,
só adquirira oito quilos, ela poderia exigir em solida-
riedade do supermercado e da marca Carne Fresca o
abatimento proporcional do preço; ou complemen-
tação do peso ou medida; ou a substituição do pro-
duto por outro da mesma espécie, marca ou modelo,
sem os aludidos vícios; ou a restituição imediata da
quantia paga, monetariamente atualizada, sem pre-
juízo de eventuais perdas e danos.
(C) se Carolina tiver dificuldades em alcançar o paga-
mento da indenização, terá de pedir a falência do
supermercado Casa e Comida, porque a desconsi-
deração só é permitida nas hipóteses de abuso da
personalidade jurídica, caracterizados pelo desvio de
finalidade ou pela confusão patrimonial.
(D) o prazo decadencial para Carolina requerer a indeni-
zação é de 5 anos contados a partir do dia em que ela
ingeriu o produto.
Letra b.
(A) Errado. O comerciante, nesse caso, tem responsabili-
dade em razão de o produto ser perecível:
CDC, Art. 13. O comerciante é igualmente responsá-
vel, nos termos do artigo anterior, quando:
III – não conservar adequadamente os produtos pe-
recíveis. (grifos nossos)
(B) Certo. A hipótese seria de responsabilidade pelo ví-
cio na quantidade do produto, conforme art. 19 do CDC:
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente
pelos vícios de quantidade do produto sempre que,
respeitadas as variações decorrentes de sua natureza,
seu conteúdo líquido for inferior às indicações cons-
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
I – o abatimento proporcional do preço;
II – complementação do peso ou medida;
III – a substituição do produto por outro da mesma
espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
IV – a restituição imediata da quantia paga, moneta-
riamente atualizada, sem prejuízo de eventuais per-
das e danos. (grifos nossos)
(C) Errado. O CDC adota a teoria menor, estampada no
art. 28 do CDC, especialmente no § 5º:
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade
jurídica da sociedade quando, em detrimento do con-
sumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,
infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos esta-
tutos ou contrato social. A desconsideração também
será efetivada quando houver falência, estado de
insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa
jurídica provocados por má administração.
§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa ju-
rídica sempre que sua personalidade for, de alguma
forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos cau-
sados aos consumidores.
(D) Errado. O prazo é prescricional, conforme art. 27 do
CDC, sendo contado a partir do conhecimento do dano e
de sua autoria:
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à repa-
ração pelos danos causados por fato do produto ou
do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, inician-
do-se a contagem do prazo a partir do conhecimento
do dano e de sua autoria. (grifos nossos)
42
João realizou a contratação de plano de saúde há 60 dias.
O plano de saúde previa cláusula contratual de carência
de 180 dias para cirurgias eletivas e internações de um
modo geral. Contudo, João sofreu um infarto logo após
a contratação completar 30 dias e foi para a emergência
de hospital particular que constava na rede referenciada
de cobertura do plano de saúde. Ao chegar no hospital,
teve a notícia de que o plano não cobriria o atendimento
em razão do período de carência. Nesse caso, de acordo
com entendimento sumulado do STJ, é correto afirmar
que a conduta do plano é:
(A) ilícita, porque, em situações de urgência ou emer-
gência, a carência máxima deve ser de 24 horas da
contratação.
(B) lícita, apesar de não aplicável o Código de Defesa do
Consumidor.
(C) ilícita, porque não é vedada por lei a imposição pelo
plano de qualquer período de carência para casos de
emergência ou urgência.
(D) lícita, porque, em situações de urgência ou emergên-
cia, a carência máxima deve ser de 72 horas da con-
tratação.
Letra a.
(A) Certo. A conduta é ilícita e está estampada na Súmu-
la 597 do STJ.
Súmula 597. A cláusula contratual de plano de saú-
de que prevê carência para utilização dos serviços de
assistência médica nas situações de emergência ou
de urgência é considerada abusiva se ultrapassado o
prazo máximo de 24 horas contado da data da con-
tratação.
(B) Errado. A aplicação do CDC é prevista na Súmula
608 do STJ.
Súmula 608. Aplica-se o Código de Defesa do Consu-
midor aos contratos de plano de saúde, salvo os admi-
nistrados por entidades de autogestão. (grifos nossos)
(C) Errado. Não é que não pode haver carência, ela só
não pode ser superior a 24 horas para urgência e emer-
gência, conforme Súmula 597 do STJ.
Súmula 597. A cláusula contratual de plano de saúde
que prevê carência para utilização dos serviços de as-
sistência médica nas situações de emergência ou de
urgência é considerada abusiva se ultrapassado o prazo
máximo de 24 horas contado da data da contratação.
(D) Errado. Repita-se o que está escrito na Súmula
597 do STJ.
Súmula 597. A cláusula contratual de plano de saú-
de que prevê carência para utilização dos serviços de
assistência médica nas situações de emergência ou
de urgência é considerada abusiva se ultrapassado o
prazo máximo de 24 horas contado da data da con-
tratação.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Direito Empresarial
Renato Borelli
43 fundos de amortização e reservar-se o direito de resgate
Pedro, acionista da Companhia Pedras Azuis, ajuizou
ação para anular a deliberação da assembleia geral, sob
argumento de ilegalidade da aprovação de aquisição de
debêntures de emissão da própria companhia e por valor
inferior ao nominal. Também constou do pedido a inva-
lidação de outra deliberação, tomada na mesma assem-
bleia, em que foi aprovada nova emissão de debêntures
cujo vencimento somente ocorra em caso de inadim-
plência da obrigação da companhia de pagar juros.
Provados os fatos narrados, cabe ao juiz da causa, ob-
servando a legislação pertinente, decidir, quanto ao
mérito, que:
(A) o pedido de anulação da deliberação pela autorização
de aquisição de debêntures pela companhia é proce-
dente, pois somente as ações podem ser adquiridas
pela companhia dessa forma; o pedido de emissão de
debêntures sob condição suspensiva é improcedente,
pois a companhia pode emitir debêntures perpétuas,
ou seja, cujo vencimento somente ocorra em caso de
inadimplemento do pagamento de juros.
(B) ambos os pedidos são improcedentes, pois é faculta-
do à companhia adquirir debêntures de sua própria
emissão, ainda que por valor inferior ao nominal,
bem como emitir debêntures perpétuas, ou seja,
cujo vencimento somente ocorra em caso de inadim-
plemento do pagamento de juros.
(C) o pedido de anulação da deliberação pela autoriza-
ção de aquisição de debêntures pela companhia é
improcedente, pois é facultado à companhia adqui-
rir debêntures de sua própria emissão, ainda que por
valor inferior ao nominal; o pedido de emissão de
debêntures sob condição suspensiva é procedente,
pois a companhia não pode emitir debêntures per-
pétuas, devendo a data de vencimento ser certa.
(D) ambos os pedidos são procedentes, pois é vedado à
companhia adquirir debêntures de sua própria emis-
são, seja por valor inferior ou superior ao nominal,
bem como a companhia não pode emitir debêntures
perpétuas, devendo a data de vencimento ser certa.
Letra b.
A questão tem por objeto tratar das debêntures, as quais
são reguladas pela Lei n. 6.404/1976. As debêntures são
valores mobiliários emitidos pela companhia com a fina-
lidade de captação de recursos, tratando-se de um “mú-
tuo”. Se a companhia necessita de dinheiro para investir,
em vez de pegar um empréstimo no banco com taxas de
juros altas, ela emite as debêntures para captar recursos.
Nada impede, porém, que ela também seja emitida com
outro objetivo, como a novação, o penhor, entre outros.
A época do vencimento da debênture deverá constar da
escritura de emissão e do certificado, podendo a compa-
nhia estipular amortizações parciais de cada série, criar
antecipado, parcial ou total, dos títulos da mesma série.
Nos termos do art. 55, § 3ª, da LSA, é facultado à compa-
nhia adquirir debêntures de sua emissão:
I – por valor igual ou inferior ao nominal, devendo o
fato constar do relatório da administração e das de-
monstrações financeiras; ou
II – por valor superior ao nominal, desde que observe
as regras expedidas pela Comissão de Valores Mobili-
ários. (grifos nossos)
Já o art. 55, § 4º, da LSA, autoriza à companhia emitir
debêntures cujo vencimento somente ocorra nos casos
de inadimplência da obrigação de pagar juros e disso-
lução da companhia, ou de outras condições previstas
no título.
ATENÇÃO!
As debêntures podem ser de quatro espécies diferentes:
a) garantia real;
b) garantia flutuante;
c) não gozar de preferência; e
d) subordinada aos demais credores da companhia.
44
Os advogados de quinze sociedades empresariais inte-
grantes de grupo econômico, todas em recuperação ju-
dicial, pleitearam ao juiz da recuperação, em nome de
suas representadas, que fosse autorizada a consolidação
dos ativos e passivos das devedoras, em unidade patri-
monial, de modo que fossem tratados como se perten-
cessem a um único devedor.
Considerando-se a existência de parâmetros legais para
análise e eventual deferimento do pedido, é correto
afirmar que:
(A) a consolidação pretendida pelas recuperandas po-
derá ser apreciada pelo juiz após a homologação do
pedido pela assembleia de credores, que deverá ser
convocada em até trinta dias para deliberar exclusi-
vamente sobre essa matéria.
(B) a consolidação dos ativos e passivos para fins de vo-
tação do plano único de recuperação judicial é medi-
da excepcional e exclusiva para devedores integran-
tes do mesmo grupo econômico que estejam em
recuperação judicial sob consolidação processual.
(C) o juiz está autorizado a assentir no pedido de conso-
lidação de ativos e passivos das recuperandas apenas
quando constatar a ausência de conexão entre eles e a
separação patrimonial, de modo que seja possível iden-
tificar sua titularidade em cada uma das devedoras.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
(D) dentre as hipóteses legais a serem verificadas e que
autorizam o deferimento da consolidação de patri-
mônios de sociedades em recuperação judicial para
efeito de votação de plano único, estão a inexistência
de garantias cruzadas e a relação de controle ou de
dependência entre as sociedades.
Letra b.
A questão tem por objeto tratar da Recuperação Judicial,
a qual é regulada pela Lei n. 11.101/2005. A referida lei
foi alterada em 2020 e passou a regulamentar a possibi-
lidade de consolidação processual e substancial.
Na consolidação processual, os devedores que aten-
dam aos requisitos previstos na Lei n. 11.101/2005 e
que integrem um grupo sob controle societário comum
poderão requerer recuperação judicial. A consolidação
processual acarreta a coordenação de atos processuais,
sendo garantida a independência dos devedores, dos
seus ativos e dos seus passivos. A consolidação proces-
sual não impede que alguns devedores obtenham a con-
cessão da recuperação judicial e outros tenham a falên-
cia decretada.
Já na consolidação substancial, os ativos e passivos de
devedores serão tratados como se pertencessem a um
único devedor. A rejeição do plano unitário implicará a
convolação da recuperação judicial em falência dos de-
vedores sob consolidação substancial.
O art. 69-J da Lei n. 11.101/2005 dispõe o seguinte:
Art. 69-J. O juiz poderá, de forma excepcional, inde-
pendentemente da realização de assembleia-geral,
autorizar a consolidação substancial de ativos e pas-
sivos dos devedores integrantes do mesmo grupo
econômico que estejam em recuperação judicial sob
consolidação processual, apenas quando constatar
a interconexão e a confusão entre ativos ou passivos
dos devedores, de modo que não seja possível iden-
tificar a sua titularidade sem excessivo dispêndio de
tempo ou de recursos, cumulativamente com a ocor-
rência de, no mínimo, 2 (duas) das seguintes hipóte-
ses: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
I – existência de garantias cruzadas;
II – relação de controle ou de dependência
III – identidade total ou parcial do quadro societário; e
IV – atuação conjunta no mercado entre os postu-
lantes. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020). (grifos
nossos)
45
O administrador judicial da massa falida da sociedade
empresária Alfa, em cumprimento a seus deveres legais,
foi obrigado a contrair despesas para ultimar a arreca-
dação, como pagamento de custas da expedição de cer-
tidões de registro de imóveis, extraídas posteriormente
à decretação da falência. Diante do exposto, é correto
afirmar que essa despesa com a arrecadação consti-
tui crédito:
(A) extraconcursal.
(B) fiscal, de titularidade da União.
(C) subordinado.
(D) com privilégio geral.
Letra a.
Os créditos na falência podem ser classificados como
concursais (credores do devedor), constituídos antes da
falência, e extraconcursais (credores da massa), cons-
tituídos após a decretação da falência. Os créditos ex-
traconcursais (art. 84, Lei n. 11.101/2005) são aqueles
oriundos após a decretação da falência. São credores da
massa falida e não do falido (os credores concursais).
Serão considerados créditos extraconcursais e serão pa-
gos com precedência sobre os créditos concursais (art.
83, Lei n. 11.101/2005).
Os credores concursais são credores do falido. A falência
não transforma os direitos materiais dos credores. Não
lhes retira nem altera, dessa forma, as garantias legais
e convencionais legitimamente fundadas. Apenas mo-
difica o exercício dos direitos. O concurso de credores
vem pautado em critérios de preferências, justificadas
pela qualidade ou causa do crédito. Com a providência
se busca evitar tratamentos iníquos e assegurar a par
conditio creditorum.
Os créditos extraconcursais são aqueles constituídos
após a decretação da falência. Estão previstos no art.
84 da LRF.
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais
e serão pagos com precedência sobre os menciona-
dos no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles
relativos:
III – às despesas com arrecadação, administração, re-
alização do ativo, distribuição do seu produto e custas
do processo de falência; (grifos nossos)
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
46 Direito Processual Civil
Após a protocolização do título ou documento de dívida,
mas antes da lavratura e registro do protesto, o tabelião
deverá proceder à intimação do devedor.
Acerca da intimação do devedor e sua realização, de
acordo com a Lei n. 9.492/1997, é correto afirmar que:
(A) quando a intimação for efetivada excepcionalmente
no último dia do prazo ou além dele, por motivo de
força maior, o protesto será tirado até o segundo dia
útil subsequente.
(B) o registro do protesto e seu instrumento deverão
conter a certidão das intimações feitas e das respos-
tas eventualmente oferecidas.
(C) o tabelião de protesto providenciará a intimação ao
devedor, no endereço fornecido pelo apresentante
do título ou documento, considerando-se cumprida
no momento da expedição.
(D) a intimação deverá conter nome e endereço do de-
vedor, elementos de identificação do título e prazo
limite de três dias úteis para cumprimento da obriga-
ção no tabelionato.
Letra b.
O protesto é regulado pela Lei n. 9.492/1997. Trata-se de
ato cartorário formal e solene no qual se prova a inadim-
plência e o descumprimento de obrigação originada em
títulos e outros documentos.
Segundo o art. 21 da Lei n. 9.492/1997, o protesto deve-
rá ser realizado quando houver: a) falta de pagamento
(todos os títulos); b) recusa de aceite (duplicata ou letra
de câmbio); ou c) falta de devolução (retenção indevida)
do título (art. 21, § 3º, Lei n. 9.492/1997).
Nesse sentido, dispõe o art. 22 da Lei n. 9.492/1997:
Art. 22. O registro do protesto e seu instrumento de-
verão conter:
IV – certidão das intimações feitas e das respostas
eventualmente oferecidas;
Raquel Bueno
47
Maria propôs uma ação em face de Lúcia. Na petição
inicial, requereu o depoimento pessoal da ré e a oitiva
de duas testemunhas. Quanto à parte requerida, em sua
peça contestatória requereu o depoimento pessoal da
autora e a oitiva de uma testemunha. Com o desenvol-
vimento do procedimento comum, foi designada uma
audiência de instrução e julgamento. Nesta oportuni-
dade, o advogado da parte ré não compareceu, apesar
de devidamente intimado, muito embora Lúcia estivesse
presente. Acerca desta etapa processual, assinale a al-
ternativa correta.
(A) O juiz poderá dispensar a produção das provas orais
requeridas pela ré, diante do não comparecimento
de seu advogado.
(B) Nesta audiência, as provas orais serão produzidas se-
gundo uma ordem obrigatória: depoimento pessoal
da autora e depois da ré, seguindo-se a oitiva das tes-
temunhas da autora e depois da ré.
(C) Encerrada a instrução, as alegações finais serão apre-
sentadas oralmente, no prazo de trinta minutos para
cada parte.
(D) Caso Maria queira gravar a audiência, a partir de seu
celular, poderá fazê-lo, desde que haja autorização
judicial.
Letra a.
(A) Certo.
CPC, Art. 362, § 2º O juiz poderá dispensar a produção
das provas requeridas pela parte cujo advogado ou
defensor público não tenha comparecido à audiência,
aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público.
(B) Errado.
CPC, Art. 361. As provas orais serão produzidas em au-
diência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente:
I – o perito e os assistentes técnicos, que responde-
rão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no
prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos
anteriormente por escrito;
II – o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoi-
mentos pessoais;
III – as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu,
que serão inquiridas. (grifos nossos)
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
(C) Errado.
CPC, Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a pala-
vra ao advogado do autor e do réu, bem como ao
membro do Ministério Público, se for o caso de sua
intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vin-
te) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez)
minutos, a critério do juiz. (grifos nossos)
(D) Errado.
CPC, Art. 367, § 5º A audiência poderá ser integral-
mente gravada em imagem e em áudio, em meio digi-
tal ou analógico, desde que assegure o rápido acesso
das partes e dos órgãos julgadores, observada a le-
gislação específica.
§ 6º A gravação a que se refere o § 5º também pode
ser realizada diretamente por qualquer das partes,
independentemente de autorização judicial. (grifos
nossos)
48 fatos narrados pela autora na petição inicial.
Marcelo foi citado em uma ação reivindicatória, tendo
como objeto um veículo, proposta por Eduardo. Após
a citação, Marcelo alienou o mencionado veículo para
Francisco. Ao tomar conhecimento da referida ação,
Francisco ficou temeroso do resultado da ação e consul-
tou Lúcio, seu primo e advogado, acerca das providên-
cias que poderiam ser tomadas, uma vez que ele tem
interesse de participar do processo, a fim de que o autor
não obtenha êxito na pretensão reivindicatória. A partir
deste cenário, assinale a alternativa correta.
(A) Francisco pode requerer sua participação como as-
sistente simples de Marcelo.
(B) Francisco pode requerer sua participação como as-
sistente litisconsorcial de Marcelo.
(C) Neste caso, haverá a automática alteração do polo
passivo da demanda, passando a figurar como réu
apenas Francisco, real e atual titular do bem litigioso.
(D) Francisco não precisa ficar temeroso, uma vez que,
como não é parte do processo, os efeitos da eventual
sentença proferida não lhe atingirão.
Letra b.
CPC, Art. 109. A alienação da coisa ou do direito liti-
gioso por ato entre vivos, a título particular, não alte-
ra a legitimidade das partes.
§ 1º O adquirente ou cessionário não poderá ingres-
sar em juízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem
que o consinta a parte contrária. (havendo consen-
timento, restará configurada a sucessão processual
inter vivos)
§ 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no
processo como assistente litisconsorcial do alienan-
te ou cedente.
§ 3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida en-
tre as partes originárias ao adquirente ou cessionário.
(grifos nossos)
49
Catarina foi citada/intimada por edital em uma ação
proposta por Margareth, em virtude de a autora desco-
nhecer a real localização da ré, mesmo após várias ten-
tativas frustradas de citação pelo correio e por oficial de
justiça, em diferentes endereços. Tendo transcorrido o
prazo de dilação do edital, não foi apresentada contes-
tação pela ré, bem como não foi constituído advogado
pela parte demandada. Diante do exposto, assinale a al-
ternativa correta.
(A) Neste caso, o juiz deverá reconhecer a revelia de Ca-
tarina, aplicando-se a confissão ficta em relação aos
(B) Nesta hipótese, diante do não comparecimento da
ré na audiência de conciliação/mediação, ser-lhe-á
aplicada multa de até 2% da vantagem econômica
pretendida ou do valor da causa.
(C) Apesar da revelia da ré, não haverá a incidência de
seu efeito material, sendo-lhe nomeado um curador
especial para apresentação de resposta.
(D) A Defensoria Pública será nomeada como curadora
especial de Catarina, devendo atender ao princípio
da concentração da defesa e ao ônus da impugnação
especificada.
Letra c.
A questão contempla uma hipótese de citação ficta (por
edital). Neste caso, apesar da revelia inicial, por ausência
de resposta da ré, o CPC estabelece que será nomeado
um curador especial para o réu revel citado por edital,
enquanto não constituído advogado. Assim, não haverá
a incidência dos efeitos materiais e processuais tradicio-
nais da revelia.
CPC, Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:
II – réu preso revel, bem como ao réu revel citado por
edital ou com hora certa, enquanto não for constitu-
ído advogado. Parágrafo único. A curatela especial
será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da
lei. (grifos nossos)
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se pre-
cisamente sobre as alegações de fato constantes da
petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não im-
pugnadas, salvo se:
I – não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II – a petição inicial não estiver acompanhada de ins-
trumento que a lei considerar da substância do ato;
III – estiverem em contradição com a defesa, conside-
rada em seu conjunto.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada
dos fatos não se aplica ao defensor público, ao ad-
vogado dativo e ao curador especial. (grifos nossos)
Enunciado 26 da I Jornada de Direito Processual Ci-
vil – A multa do § 8º do art. 334 do CPC não incide
no caso de não comparecimento do réu intimado por
edital.
50 mento voluntário da obrigação pecuniária, no valor de
Magnólia promoveu uma ação de obrigação de fazer,
cumulada com pedido de danos morais e pedido de tu-
tela provisória de urgência antecipada, em face de uma
pessoa jurídica de direito privado. Tendo a liminar sido
indeferida, a autora interpôs agravo de instrumento,
com pedido de tutela antecipada recursal. Todavia, tal
pedido foi também indeferido pelo relator, monocrati-
camente. Inconformado, o advogado de Magnólia opôs
embargos de declaração tempestivamente. Consideran-
do tal realidade fática, assinale a alternativa correta.
(A) Tal recurso não merece sequer ser conhecido, por
falta de cabimento.
(B) Nesta situação, poderá ser aplicado o princípio da
fungibilidade recursal, podendo os embargos de
declaração ser acolhidos como agravo interno, dis-
pensando-se qualquer ajuste na petição do recurso
inicialmente interposto.
(C) Nesta situação, poderá ser aplicado o princípio da
fungibilidade recursal, podendo os embargos de de-
claração ser acolhidos como agravo interno, desde
que, feitos os necessários ajustes na petição do re-
curso interposto, no prazo de cinco dias a contar da
intimação do recorrente.
(D) Não poderá ser aplicado o princípio da fungibilidade, dian-
te do erro grosseiro cometido pelo advogado de Magnólia.
Letra c.
CPC, Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator
caberá agravo interno para o respectivo órgão cole-
giado, observadas, quanto ao processamento, as re-
gras do regimento interno do tribunal.
Art. 1.024, § 3º O órgão julgador conhecerá dos em-
bargos de declaração como agravo interno se enten-
der ser este o recurso cabível, desde que determine
previamente a intimação do recorrente para, no pra-
zo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recur-
sais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021,
§ 1º. (grifos nossos)
51
Adalberto promoveu a execução de um contrato as-
sinado pelo devedor Leonardo e duas testemunhas.
Considerando que o executado não efetuou o cumpri-
R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), foi iniciada a execu-
ção forçada, com a consequente penhora de um imóvel
registrado em nome de Leonardo e seu irmão Leandro.
Considere que não foi apresentada qualquer resistência
pelo executado e o bem foi avaliado em R$ 500.000,00
(quinhentos mil reais). Ressalte-se que o executado e
seu irmão, coproprietário do bem em questão, foram
intimados da penhora. A partir destes fatos, assinale a
alternativa correta.
(A) Em caso de expropriação do bem, deverá ser repas-
sado a Leandro o valor correspondente a 50% do va-
lor de avaliação do bem.
(B) Em caso de expropriação do bem, por metade do valor
da avaliação, deverá ser resguardado a Leandro o valor
correspondente a 50% do valor de arrematação do bem.
(C) Leandro poderá opor embargos de terceiro no prazo
de quinze dias, a contar da intimação da penhora.
(D) Leandro poderá opor embargos à execução no prazo
de quinze dias, a contar da intimação da penhora.
Letra a.
CPC, Art. 674. Quem, não sendo parte no processo,
sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens
que possua ou sobre os quais tenha direito incompa-
tível com o ato constritivo, poderá requerer seu des-
fazimento ou sua inibição por meio de embargos de
terceiro.
Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer
tempo no processo de conhecimento enquanto não
transitada em julgado a sentença e, no cumprimen-
to de sentença ou no processo de execução, até 5
(cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre
antes da assinatura da respectiva carta.
Parágrafo único. Caso identifique a existência de ter-
ceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz
mandará intimá-lo pessoalmente.
Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível,
o equivalente à quota-parte do coproprietário ou do
cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da
alienação do bem.
§ 1º É reservada ao coproprietário ou ao cônjuge não
executado a preferência na arrematação do bem em
igualdade de condições.
§ 2º Não será levada a efeito expropriação por preço
inferior ao da avaliação na qual o valor auferido seja
incapaz de garantir, ao coproprietário ou ao cônjuge
alheio à execução, o correspondente à sua quota-par-
te calculado sobre o valor da avaliação. (grifos nossos)
Enunciado 641 do FPPC – O exequente deve provi-
denciar a intimação do coproprietário no caso da
penhora de bem imóvel indivisível ou de direito real
sobre bem imóvel indivisível.
52 do do início ou da ultimação do inventário.
Lurdes faleceu deixando duas filhas de 12 anos, o esposo
Ivan, além de um testamento cerrado. O patrimônio dei-
xado pela falecida é de aproximadamente 1 (um) milhão
de reais. Considere que já se passaram seis meses da
morte de Lurdes, mas nenhuma providência foi tomada
em relação à partilha do acervo hereditário. Diante da
hipótese apresentada e de acordo com o Código de Pro-
cesso Civil, é correto afirmar que:
(A) os herdeiros poderão optar entre o procedimento de
inventário judicial ou extrajudicial.
(B) Ivan poderá promover a abertura do inventário junto
com as filhas, representando-as.
(C) poderá ser aplicada multa pela não instauração do
inventário no prazo determinado legalmente.
(D) o Ministério Público não possui legitimidade para re-
querer o inventário.
Letra c.
CPC, Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:
I – incapaz, se não tiver representante legal ou se os
interesses deste colidirem com os daquele, enquanto
durar a incapacidade; (...)
Art. 610. Havendo testamento ou interessado inca-
paz, proceder-se-á ao inventário judicial.
§ 1º Se todos forem capazes e concordes, o inventá-
rio e a partilha poderão ser feitos por escritura públi-
ca, a qual constituirá documento hábil para qualquer
ato de registro, bem como para levantamento de im-
portância depositada em instituições financeiras.
§ 2º O tabelião somente lavrará a escritura pública se
todas as partes interessadas estiverem assistidas por
advogado ou por defensor público, cuja qualificação e
assinatura constarão do ato notarial.
Art. 611. O processo de inventário e de partilha deve
ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da
abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze)
meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses
prazos, de ofício ou a requerimento de parte.
Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha
incumbe a quem estiver na posse e na administração
do espólio, no prazo estabelecido no art. 611.
Parágrafo único. O requerimento será instruído com a
certidão de óbito do autor da herança.
Art. 616. Têm, contudo, legitimidade concorrente:
I – o cônjuge ou companheiro supérstite;
VII – o Ministério Público, havendo herdeiros inca-
pazes; (grifos nossos)
STF, Súmula 542. Não é inconstitucional a multa insti-
tuída pelo Estado-membro, como sanção pelo retar-
Direito Penal
Michelle Tonon
53
No dia 26 de março de 2023, João, 23 anos, portando
um revólver, com dolo de subtração, abordou Valter, 42
anos, que estava indo para casa, depois do trabalho, em
sua bicicleta recém-adquirida. João exigiu a entrega da
bicicleta, mas Valter se recusou a entregar o bem, ale-
gando ser seu único meio de transporte. João, irritado,
decidiu disparar a arma de fogo, que atingiu Valter no
peito. Após o disparo, João fugiu com a bicicleta e Valter
foi levado, por populares, ao hospital. A vítima passou
por cirurgia e ficou uma semana internada, mas não re-
sistiu e faleceu no hospital. João foi preso no dia seguin-
te, após rápida atuação da Polícia Civil, que conseguiu
identificá-lo a partir de imagens extraídas do circuito de
câmeras de uma casa próxima ao local do crime. A partir
dos fatos narrados, sobre a conduta de João, é correto
afirmar que ele praticou:
(A) os crimes de roubo majorado pelo emprego de arma
de fogo e homicídio consumado, em concurso mate-
rial, e será julgado pelo Tribunal do Júri.
(B) o crime de latrocínio tentado, de competência do ju-
ízo singular.
(C) o crime de latrocínio consumado, de competência
do Tribunal do Júri, tendo em vista a morte superve-
niente de Valter.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
(D) o crime de latrocínio consumado, de competência
do juízo singular, verificando-se nexo causal entre a
subtração patrimonial e o resultado morte.
Letra d.
João praticou o crime de latrocínio consumado, previsto
no art. 157, § 3º, inciso II, do Código Penal, visto que tan-
to a subtração quanto a morte restaram consumadas. O
latrocínio é o roubo qualificado pelo resultado morte.
Não se cogita em crime de homicídio, pois a morte de
Valter ocorreu no contexto da subtração patrimonial e
João tinha dolo de subtrair a bicicleta. O latrocínio é cri-
me contra o patrimônio e, por isso, a competência para o
julgamento é do juízo singular, e não do Tribunal do Júri.
54 Flávia praticou, em junho de 2021, um crime de furto
Larissa manteve, por três anos, relacionamento íntimo
de afeto com Jéssica. Após o término da relação, em
maio de 2022, Larissa, em razão de ciúmes, agrediu Jés-
sica com tapas e socos, que caracterizaram lesão corpo-
ral. Diante do episódio e com receio de que algo mais
grave ocorresse, Jéssica registrou boletim de ocorrência
e fez requerimento de medidas protetivas de urgência,
com fundamento na Lei Maria da Penha. O juízo compe-
tente deferiu o pleito de Jéssica e Larissa foi intimada a
manter uma distância mínima de 300 metros, não se co-
municar por qualquer meio, nem frequentar os mesmos
locais que Jéssica. Passados dez dias da intimação acerca
da vigência das medidas protetivas, Larissa decide pro-
curar Jéssica novamente em sua residência, para discutir
a relação e sugerir que fosse perdoada. Jéssica aciona a
polícia, que prende Larissa em flagrante. Procurado por
familiares de Larissa, na condição de advogado, assinale
a alternativa que contém a correta orientação jurídica
acerca dos fatos.
(A) Larissa poderá ser criminalmente responsabiliza-
da pelo crime de desobediência a decisão judicial,
previsto no Código Penal. A Lei Maria da Penha não
pode ser aplicada ao caso, considerando o fato da
agressora ser mulher.
(B) Larissa poderá ser criminalmente responsabilizada
pelo crime de descumprimento de medida protetiva
de urgência, previsto na Lei Maria da Penha, a qual
encontra aplicação também a relações homoafetivas
entre mulheres.
(C) Larissa não praticou crime algum, mas poderá ser
responsabilizada, na esfera cível, pelos danos morais
que causou a Jéssica.
(D) Larissa praticou a contravenção penal de perturba-
ção da tranquilidade, podendo ser a ela ofertados
os benefícios despenalizadores da Lei n. 9.099/1995
(Lei dos Juizados Especiais).
Letra b.
Larissa praticou o crime previsto no art. 24-A da Lei n.
11.340/2006, a Lei Maria da Penha. Trata-se do delito de
descumprimento de medida protetiva de urgência, um
tipo especial de desobediência, que prevalece em rela-
ção ao crime do art. 330 do Código Penal, em razão do
princípio da especialidade. Vale lembrar que a Lei Maria
da Penha aplica-se também a relações homoafetivas en-
tre mulheres, nos termos do art. 5º, parágrafo único, da
LMP, o qual estabelece:
Art. 5º, Parágrafo único. As relações pessoais enun-
ciadas neste artigo independem de orientação sexual.
55
qualificado. Em setembro do mesmo ano, praticou o
delito de estelionato. Em dezembro de 2021, foi conde-
nada pela prática do furto qualificado e, inconformada,
apelou. Em março de 2022, Flávia foi condenada pelo
estelionato. Na sentença, o juiz, considerando a con-
denação anterior pelo furto, considerou-a reincidente,
aumentando em 1/6 a pena na segunda fase da dosime-
tria. A apelação interposta contra a sentença do furto
qualificado, até o momento, não foi julgada pelo Tribu-
nal de Justiça. Procurado por Flávia, você, como advoga-
do, deverá esclarecer a ela que:
(A) a sentença proferida quanto ao crime de estelionato
está equivocada. Em recurso de apelação, deverá ser
pleiteado o afastamento da agravante da reincidên-
cia, considerando que a condenação anterior, pelo
furto qualificado, ainda não transitou em julgado.
(B) a sentença proferida quanto ao crime de estelionato está
equivocada. A condenação anterior pelo crime de furto
qualificado somente poderia ser considerada na primei-
ra fase da dosimetria, como conduta social negativa.
(C) a sentença proferida quanto ao crime de estelionato
está correta, sendo considerado proporcional, pela
jurisprudência, o aumento de 1/6 na segunda fase da
dosimetria, em virtude da reincidência.
(D) a sentença proferida quanto ao crime de estelionato
está equivocada, devendo a defesa apelar para dimi-
nuir a fração de aumento, em virtude da reincidên-
cia, para o patamar de 1/8.
Letra a.
Flávia não pode ser considerada reincidente, visto que
a condenação pelo crime de furto qualificado ainda não
transitou em julgado, conforme se extrai do art. 63 do
Código Penal:
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem

Art. 63. Verifica-se a reincidência quando o agente 57

comete novo crime, depois de transitar em julgado
a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha
condenado por crime anterior. (grifos nossos)
Também não é possível utilizar a condenação pelo furto
na primeira fase da dosimetria, para aumentar a pena-
-base, pelo mesmo fundamento.
56 diondos.
Marcelo tem desentendimentos antigos com Pablo.
Determinado dia, Marcelo vai lanchar com a namorada
e avista Pablo trabalhando na lanchonete fast food da
cidade em que residem, usando o conhecido uniforme
da empresa e um boné. Dois dias depois, Marcelo, por-
tando uma arma de fogo, decide esperar Pablo na saída
da lanchonete, para um acerto de contas. Já era tarde
da noite, a rua estava escura, e Marcelo visualiza um
rapaz de uniforme e boné saindo da lanchonete. Imagi-
nando se tratar de Pablo, já que as características físicas
eram as mesmas, Marcelo efetua três disparos de arma
de fogo contra o rapaz e sai correndo. No dia seguinte,
escondido em sua casa, Marcelo, ao ouvir o noticiário
na televisão, fica sabendo que o rapaz alvejado e morto
na frente da lanchonete não era Pablo, mas sim Caio,
funcionário que havia começado a trabalhar naquele dia
e pessoa desconhecida de Marcelo. Preocupado com as
consequências jurídicas de sua conduta, Marcelo tele-
fona para você, advogado. Aponte a alternativa com a
orientação jurídica correta sobre o caso.
(A) A hipótese é de erro de proibição e Marcelo poderá
ter sua pena atenuada.
(B) A hipótese é de erro de tipo permissivo, pois Mar-
celo tinha antigas desavenças com Pablo e agiu com
intenção de evitar futuro ataque do desafeto.
(C) A hipótese é de erro na execução e Marcelo respon-
derá pela tentativa de homicídio contra Pablo.
(D) A hipótese é de erro sobre a pessoa e Marcelo res-
ponderá pelo crime de homicídio consumado, tal
como se tivesse atingido, de fato, Pablo.
Reinaldo praticou, em dezembro de 2022, roubo ma-
jorado pelo emprego de arma de fogo. André praticou,
em janeiro de 2023, roubo majorado pelo concurso de
agentes. Marcos praticou, em março de 2023, latrocínio
tentado. Com base na classificação dos crimes pratica-
dos e de acordo com a legislação vigente, assinale a al-
ternativa correta.
(A) Reinaldo, André e Marcos praticaram crimes he-
(B) Somente Marcos praticou crime hediondo.
(C) Reinaldo e Marcos praticaram crimes hediondos.
(D) Apenas Reinaldo praticou crime hediondo.
Letra c.
Nos termos do art. 1º da Lei n. 8.072/1990 – Lei dos Cri-
mes Hediondos:
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes cri-
mes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 – Código Penal, consumados
ou tentados:
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo
(art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma
de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou
morte (art. 157, § 3º);
Assim, observa-se que o roubo majorado pelo concurso
de agentes, praticado por André, não integra o rol de cri-
mes hediondos.

Letra d.
A hipótese é de erro sobre a pessoa, conforme art. 20, §
3º, do Código Penal, que estabelece:

§ 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime

é praticado não isenta de pena. Não se consideram,
neste caso, as condições ou qualidades da vítima, se-
não as da pessoa contra quem o agente queria prati-
car o crime. (grifos nossos)

Assim sendo, Marcelo responderá pelo crime tal como

se tivesse atingido a vítima pretendida, Pablo.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
58 Direito Processual Penal
Natália, analista administrativa de um órgão público, pri-
mária e de bons antecedentes, foi condenada pela prá-
tica do crime de falsificação de documento público, com
causa de aumento de pena em razão de sua condição de
servidora pública (Art. 297. Falsificar, no todo ou em par-
te, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro: Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta
parte). Na dosimetria, o juiz sentenciante, na primeira
fase da individualização, aumentou a pena base de Na-
tália, por considerar a culpabilidade da agente elevada,
já que é servidora pública concursada, que se valeu do
cargo para praticar ilícitos. Na segunda fase, não consi-
derou atenuantes nem agravantes e, na terceira e última
fase, aumentou a pena de 1/6, considerando a previsão
do § 1º do art. 297. Intimada da sentença, Natália procu-
ra você, como advogado. No recurso de apelação, entre
outras teses defensivas, você deverá alegar que:
(A) a sentença merece reforma, já que a condição pesso-
al de Natália, funcionária pública, foi considerada em
seu desfavor em duas oportunidades, o que repre-
senta bis in idem.
(B) a sentença merece reforma, pois o aumento em ra-
zão da condição pessoal de funcionária pública deve-
ria ter sido feito apenas na primeira fase da dosime-
tria, na circunstância atinente à conduta social.
(C) a sentença não merece reforma, pois a individualiza-
ção da pena não é mero cálculo aritmético, podendo
o magistrado agir de forma discricionária na avalia-
ção do caso concreto.
(D) a sentença merece reforma, pois o aumento no pata-
mar de 1/6, previsto no § 1º do art. 297, deveria ter
sido feito na segunda fase da dosimetria.
Letra a.
A sentença incorreu em indevido bis in idem, isto é, pu-
niu duplamente Natália pela mesma circunstância fáti-
ca, por ser funcionária pública e ter praticado o crime
no exercício da função. Logo, em recurso de apelação,
deverá ser afastado o aumento na primeira fase da dosi-
metria, mantendo-se, apenas, o aumento decorrente da
majorante expressamente prevista em lei (art. 297, § 1º).
Lorena Ocampos
59
Glauber, aproveitando-se da distração de Lucas, sub-
traiu para si uma mala de roupa a ele pertencente. Lucas
pretendia viajar no dia seguinte para o exterior e levar
a mala que possuía 20kg. Lucas foi perseguido e preso
em flagrante delito por policiais que presenciaram o
ato. Concluída a investigação pela autoridade policial, o
Ministério Público não ofereceu denúncia nem praticou
qualquer ato no prazo legal. Lucas procura você, como
advogado, para a adoção das providências cabíveis. Con-
siderando a situação hipotética descrita, assinale a alter-
nativa correta.
(A) Nada poderá ser feito, tendo em vista que o Ministé-
rio Público é o titular da ação penal pública.
(B) Será possível o oferecimento da chamada ação penal
privada personalíssima.
(C) Será possível o oferecimento da chamada ação penal
privada subsidiária da pública.
(D) Será possível o oferecimento da chamada ação penal
privada propriamente dita.
Letra c.
Na ação penal pública, o Ministério Público não pode
se omitir. Dessa forma, se no prazo legal o Ministério
Público não requerer diligências imprescindíveis (art.
16, CPP), não promover o arquivamento nem oferecer
denúncia, será constatada uma situação de inércia que
permite que a vítima ofereça a queixa-crime subsidiária
(ação penal privada subsidiária da pública).
60
A autoridade policial recebeu denúncia anônima sobre a
existência de associação para o tráfico que se destinava
a realizar tráfico de drogas na região central de Brasília.
Imediatamente após receber a notícia, a autoridade po-
licial instaurou inquérito policial. Quatro pessoas inves-
tigadas contrataram você como advogado. No caso em
questão, com base no entendimento dos Tribunais Supe-
riores, você deverá esclarecer que a autoridade policial:
(A) possui discricionariedade para a instauração ou não
do inquérito policial.
(B) não podia adotar nenhuma medida, por tratar-se de
denúncia anônima.
(C) possui o dever de instaurar imediatamente inquérito
policial após o recebimento da denúncia anônima.
(D) deveria ter realizado diligências preliminares para
averiguação, antes de instaurar o inquérito policial.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Letra d.
O STF entende que:
As notícias anônimas (“denúncias anônimas”) não
autorizam, por si sós, a propositura de ação penal
ou mesmo, na fase de investigação preliminar, o em-
prego de métodos invasivos de investigação, como
interceptação telefônica ou busca e apreensão. En-
tretanto, elas podem constituir fonte de informação e
de provas que não podem ser simplesmente descar-
tadas pelos órgãos do Poder Judiciário. STF. 1ª Turma.
HC 106152/MS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em
29/3/2016 (Info 819).
Diante de uma denúncia anônima, deve a autoridade
policial, antes de instaurar o inquérito policial, verifi-
car a procedência e veracidade das informações por
ela veiculadas. Recomenda-se, pois, que a autoridade
policial, antes de proceder à instauração formal do
inquérito policial, realize uma investigação prelimi-
nar a fim de constatar a plausibilidade da denúncia
anônima. Afigura-se impossível a instauração de pro-
cedimento criminal baseado única e exclusivamente
em denúncia anônima, haja vista a vedação constitu-
cional do anonimato e a necessidade de haver parâ-
metros próprios à responsabilidade, nos campos cível
e penal. (Renato Brasileiro, Código de Processo Penal
Comentado, 2021.)
61 trato de 6 a 12 anos e multa), sendo seguro afirmar que
Por ter praticado infração penal contra Jonas, Letícia
foi detida e conduzida à delegacia de polícia, onde se
constatou que o tipo penal correspondente à infração
praticada por ela possui pena máxima em abstrato de
dois anos de detenção e multa. Letícia, então, contrata
você como advogado. Com base nessa situação hipotéti-
ca, você deverá esclarecer para Letícia que a autoridade
policial irá:
(A) exigir o pagamento da fiança.
(B) necessariamente lavrar auto de prisão em flagrante.
(C) converter a prisão em flagrante em prisão preventiva.
(D) lavrar termo circunstanciado de ocorrência.
Letra d.
Nos termos do art. 69, parágrafo único, da Lei n.
9.099/1995, ao autor do fato (no caso, Letícia) que, após
a lavratura do termo circunstanciado de ocorrência, for
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o
compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão
em flagrante, nem se exigirá fiança.
62
Giovani, após intensa perseguição policial, foi preso em
flagrante na cidade de Águas Lindas de Goiás/GO. De
acordo com o que consta no procedimento do inquérito
policial, Giovani praticou um crime de extorsão qualifica-
da (pena: reclusão, de 6 a 12 anos, e multa) em Brasília/
DF e, enquanto fugia dos agentes da lei em perseguição,
realizou mais dois crimes de furto simples (pena: reclu-
são, de 1 a 4 anos, e multa) e um de dano qualificado
(pena: detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa) em Cei-
lândia/DF. Considerando apenas a situação narrada, é
correto afirmar que será competente para a instrução e
julgamento deste caso o juízo criminal de:
(A) Brasília em relação a todos os crimes, em razão da co-
nexão e pelo fato de a pena da extorsão ser mais alta.
(B) Águas Lindas de Goiás em relação a todos os delitos,
pois, diante da conexão, prevalece o local da prisão
em flagrante.
(C) Ceilândia em relação a todos os delitos, pois, diante
da conexão, prevalece o local da prática do maior nú-
mero de infrações penais.
(D) Brasília em relação ao crime de extorsão qualificada
e Ceilândia em relação aos demais delitos, pois não
há conexão na situação narrada;
Letra a.
Trata-se de espécie de conexão, conforme art. 76 do CPP.
No presente caso, o crime mais grave foi praticado em
Brasília (extorsão qualificada – pena cominada em abs-
a competência deste juízo criminal atrai os demais pro-
cessos, pela regra contida no art. 78, II, a, do CPP.
CPP, Art. 78. Na determinação da competência por
conexão ou continência, serão observadas as seguin-
tes regras:
Il – no concurso de jurisdições da mesma categoria:
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for co-
minada a pena mais grave;
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
63 64
Paulo, vítima de delito de tentativa de homicídio prati-
cado por Jorge, deseja contratar advogado e se habilitar
como assistente de acusação do Ministério Público. Para
tanto, constitui você, como advogado, para representar
seus interesses como assistente de acusação. Você po-
derá praticar os atos listados nas alternativas a seguir,
com exceção de uma, que não é uma atividade que pode
ser praticada pelo assistente de acusação. Assinale-a.
(A) Propor meios de prova.
(B) Requerer a decretação da prisão preventiva do réu.
(C) Formular perguntas às testemunhas, posteriormente
ao Ministério Público.
(D) Aditar a denúncia formulada pelo Ministério Público.
Letra d.
(A) Certo. É o que dispõe o art. 271 do CPP:
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios
de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar
o libelo e os articulados, participar do debate oral e
arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Pú-
blico, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º,
e 598. (grifos nossos)
(B) Certo. É o que dispõe o art. 311 do CPP:
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou
do processo penal, caberá a prisão preventiva decre-
tada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público,
do querelante ou do assistente, ou por representação
da autoridade policial. (grifos nossos)
(C) Certo. É o que dispõe o art. 473 do CPP:
Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será
iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente,
o Ministério Público, o assistente, o querelante e o
defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamen-
te, as declarações do ofendido, se possível, e inquiri-
rão as testemunhas arroladas pela acusação. O mes-
mo ocorre nos demais procedimentos. (grifos nossos)
(D) Errado. Não há permissão no CPP para o assistente
de acusação aditar a denúncia formulada pelo Minis-
tério Público. O assistente de acusação apenas poderá
se habilitar após o recebimento da denúncia, ou seja,
quando efetivamente existir processo contra o réu.
Tadeu está sendo processado criminalmente pela supos-
ta prática de crime de furto e, em resposta à acusação
apresentada por sua defesa, alega ser improcedente a
acusação, uma vez que discute na seara cível, em ação
por ele proposta, a ilegitimidade da posse da res pela
suposta vítima. Considerando a situação retratada, assi-
nale a alternativa correta.
(A) O juiz poderá suspender a ação penal a depender tão so-
mente da prévia propositura da ação cível pelo acusado.
(B) O juiz deverá suspender a ação penal até que se diri-
ma no juízo cível a questão da legitimidade da posse.
(C) O juiz criminal pode resolver a questão da posse sem
que seja necessária a suspensão da ação penal.
(D) Não há possibilidade de suspensão da ação penal.
Letra c.
(A) Errado. O Juiz poderá suspender a ação penal desde
que já tenha sido proposta ação para resolvê-la e “desde
que essa questão seja de difícil solução”, conforme art.
93 do Código de Processo Penal.
(B) Errado. A suspensão da ação penal no caso em análi-
se é facultativa, conforme art. 93 do Código de Processo
Penal. A suspensão obrigatória ocorrerá nas hipóteses
citadas no art. 92 do Código de Processo Penal, quando
versar sobre o estado civil das pessoas.
(C) Certo. Nesse caso, se o Juiz entender que não se tra-
ta de questão de difícil solução, ele deverá conhecer a
questão prejudicial e analisá-la, conforme descrito na
presente alternativa.
(D) Errado. Há a possibilidade de suspensão da ação
penal desde que haja ação cível discutindo a matéria
(como no caso hipotético) e o Juiz entenda que se trate
de questão judicial de difícil solução, tudo conforme o
art. 93 do Código de Processo Penal.
Direito do Trabalho
Rogério Dias
65
Juliano foi contratado pela empresa Zetta Ltda. para
prestar serviços em regime de teletrabalho. Em março
de 2023, o empregador determinou que o empregado
passasse ao regime presencial, no prazo máximo de 30
dias. Inconformado, Juliano lhe procura. Nessa situação,
é correto afirmar que:
(A) não há qualquer irregularidade.
(B) somente poderá haver a mudança de regime com o
consentimento do empregado.
(C) não se admite a troca do regime de teletrabalho para
o presencial.
(D) pode haver a mudança de regime, desde que se con-
ceda prazo mínimo de 60 dias.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Letra a.
Poderá ser realizada a alteração do regime de teletraba-
lho para o presencial por determinação do empregador,
garantido prazo de transição mínimo de 15 (quinze) dias,
com correspondente registro em aditivo contratual, con-
soante disposto no art. 75-C, § 2º, da CLT.
66 assunto. Nessa situação, é correto afirmar que:
A empresa Dreyer Ltda. concede a seus empregados as
seguintes vantagens: prêmios, ajuda de custo, gratifica-
ções legais, abonos e diárias para viagem. Dentre essas
vantagens, assinale a alternativa que apresenta uma que
integrará a remuneração do empregado.
(A) Prêmios.
(B) Ajuda de custo.
(C) Gratificações legais.
(D) Abonos.
Letra c.
Integram o salário a importância fixa estipulada, as gra-
tificações legais e as comissões pagas pelo empregador,
segundo dispõe o art. 457, § 1º, da CLT. Com isso, as gra-
tificações legais têm natureza salarial.
67 to no art. 461, §1º, da CLT.
Eugênio foi contratado pela empresa Bueno Ltda., de
forma intermitente. A empregadora convocou Eugênio
para trabalhar por 20 dias, para receber R$ 1.000,00. O
empregado consentiu. No dia de início das atividades,
o empregado não compareceu, nem justificou sua au-
sência. Levando em consideração que o empregado não
compareceu nos dias acertados, é correto afirmar que
a empresa:
(A) poderá cobrar de Eugênio multa integral, calculada
sobre a remuneração que seria devida.
(B) poderá cobrar de Eugênio metade da remuneração
que seria devida, a título de multa.
(C) não poderá cobrar qualquer multa de Eugênio.
(D) poderá cobrar de Eugênio 80% da remuneração que
seria devida, a título de multa.
Letra b.
Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a
parte que descumprir, sem justo motivo, pagará a outra
parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta
por cento) da remuneração que seria devida, permitida
a compensação em igual prazo, de acordo com o art.
452-A, § 4º, da CLT.
68
Roberta e Raquel trabalham para a empresa Dias Ltda.
Ocorre que Raquel recebe salário 25% inferior ao de Ro-
berta. Raquel entende que estão presentes os requisitos
para a equiparação salarial, pois o seu trabalho é feito
com igual produtividade e mesma perfeição técnica.
Irresignada, Raquel o procura para saber mais sobre o
(A) deve-se verificar, ainda, a inexistência de diferença
de tempo de função superior a 2 anos, apenas.
(B) não há outros requisitos a serem observados.
(C) deve-se verificar, também, a inexistência de diferen-
ça de tempo de serviço superior a 4 anos, nem na
função superior a 2 anos.
(D) deve-se verificar, somente, a inexistência de diferen-
ça de tempo de serviço superior a 4 anos.
Letra c.
Trabalho de igual valor, para os fins de equiparação sala-
rial, será o que for feito com igual produtividade e com
a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferen-
ça de tempo de serviço para o mesmo empregador não
seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na
função não seja superior a dois anos, consoante dispos-
69
Bruna é empregada da empresa Maciel Ltda, trabalhava
em condições insalubres e recebia adicional de insalu-
bridade, em grau médio. Bruna encontra-se em licença-
-maternidade por 120 dias. Diante do exposto, é correto
afirmar que, quando do seu retorno, Bruna:
(A) poderá voltar a exercer a atividade anteriormente
exercida.
(B) deverá ser afastada das funções, sem receber o refe-
rido adicional.
(C) poderá, mediante atestado médico, ser afastada das
funções.
(D) deverá ser afastada das funções, com recebimento
do referido adicional.
Letra d.
Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o va-
lor do adicional de insalubridade, a empregada deverá
ser afastada de atividades consideradas insalubres em
qualquer grau, durante a lactação, de acordo com o art.
394-A, III, da CLT.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
Direito Processual do Trabalho
Aryanna Linhares
70 de finalizado o contrato, ajuizou reclamação trabalhista
Sam foi contratado para a função de auxiliar de produ-
ção em 10/08/2018 pela Fábrica de Produtos de Limpeza
Winchester Ltda., sendo dispensado sem justa causa em
02/03/2023. Em 03/12/2023, ajuizou ação trabalhista
em face do ex-empregador requerendo a condenação
da reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, das
férias, que alega nunca ter usufruído, acrescidas de 1/3
e do adicional de insalubridade pelo contato com pro-
dutos químicos nocivos à saúde. Em razão desse pedi-
do, requereu a produção da prova pericial. Ocorre que o
juiz negou a realização de perícia para a constatação da
insalubridade na empresa, apesar dos protestos do re-
clamante, e julgou improcedente o pedido do adicional
de insalubridade. Diante desse cenário, assinale a alter-
nativa correta.
(A) O juiz decidiu incorretamente, pois é devido o adicio-
nal de periculosidade.
(B) Sam não poderá requerer a revisão da decisão judi-
cial, pois, por mais que o juiz tenha agido de forma
contrária à lei, as decisões interlocutórias no proces-
so do trabalho são irrecorríveis de imediato, logo não
há qualquer meio para impugnar o ato.
(C) Incorreta a decisão do juiz. Sam poderá interpor Re-
curso Ordinário no prazo de 8 (oito) dias úteis, uma
vez que a sentença já foi prolatada
(D) Incorreta a decisão do juiz. Sam só poderá impetrar
mandado de segurança no prazo de 120 (cento e vin-
te) dias, uma vez que se trata de decisão interlocutó-
ria que fere direito líquido e certo sem a possibilida-
de de recurso de imediato.
Letra c.
(A) Errado. Por ser nocivo à saúde, mas não causar ris-
co iminente à vida do afetado, o contato com produtos
químicos não se enquadra nas hipóteses de adicional de
periculosidade.
(B) Errado. A última decisão proferida na causa é uma
sentença e o meio próprio para revertê-la é o recurso
ordinário, nos termos do art. 895, I, da CLT.
(C) Certo. Visto que a sentença já foi proferida, a medida
processual cabível para reverter a decisão é o recurso
ordinário, nos termos do art. 895, I, da CLT.
(D) Errado. O mandado de segurança é incabível quando
há recurso próprio para reverter a decisão, nos termos
do art. 5º da Lei n. 12.016/2009; da OJ 92 da SDI-2 do
TST; e, da Súmula 267 do STF.
71
Julian trabalhou na empresa Madagascar Materiais de
Construção Ltda. de 10/10/2018 a 10/02/2020. Depois
em face de sua ex-empregadora requerendo horas ex-
tras e os décimos terceiros salários não percebidos du-
rante o período contratual. Seus pedidos foram julgados
procedentes e nenhuma das partes recorreu. A empresa
foi notificada do prosseguimento da ação e não garan-
tiu o juízo. A realização de buscas de bens e valores em
nome da empresa restaram infrutíferas, assim o juiz de-
terminou a desconsideração da personalidade jurídica e
a penhora dos bens dos sócios.
Diante da decisão do juiz, assinale a alternativa que apre-
senta a medida processual cabível em face da decisão.
(A) A medida processual cabível seria o mandado de se-
gurança no prazo de 120 (cento e vinte) dias, uma
vez que a decisão é interlocutória e fere direito líqui-
do e certo do executado.
(B) A medida processual cabível, desde que garantido o
juízo, é o Recurso Ordinário no prazo de 8 (oito) dias
úteis, uma vez que que se trata de decisão terminati-
va do feito.
(C) Não há medida processual cabível de imediato, por-
que a decisão que determina a desconsideração da
personalidade jurídica da empresa, mesmo na fase
de execução, é uma decisão interlocutória.
(D) A medida processual cabível para recorrer da decisão
que determina a desconsideração da personalidade
jurídica na fase de execução é o agravo de petição,
independentemente da garantia do juízo.
Letra d.
(A) Errado. Uma vez que há uma medida processu-
al própria para recorrer da decisão (Art. 5º da Lei n.
12.016/2009; OJ 92 da SDI-2 do TST; e, da Súmula
267 do STF).
(B) Errado. Por não se tratar de decisão terminativa do
feito, como previsto no art. 895, I e II, da CLT.
(C) Errado. Apesar de se tratar de decisão interlocutória,
o art. 855-A, II, da CLT, prevê o agravo de petição como
recurso cabível em caso de decisão interlocutória em
incidente de desconsideração da personalidade jurídica
na execução.
(D) Certo. Conforme o art. 855-A, II, da CLT, em face das
decisões interlocutórias que determinam a desconsi-
deração da personalidade jurídica na fase de execução,
cabe agravo de petição independentemente da garan-
tia do juízo.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
72 73
John foi contratado para realizar o trabalho de soldador
subaquático para a empresa Outer Banks Extratora de
Minérios Ltda. na data de 08/04/2018. Em 01/10/2022,
foi dispensado por justa causa sob a alegação de desvio
de minério de ouro para comercialização, ou seja, ato de
improbidade. John, então, ajuizou ação trabalhista em
face de seu antigo empregador na data de 25/10/2022.
Na reclamação, requereu a reversão da dispensa de jus-
ta causa em dispensa sem justa causa e danos morais
por anotação desabonadora em sua carteira, dando à
causa o valor correspondente a 23 salários mínimos.
Para a audiência, o reclamante levou 4 testemunhas
com a finalidade de corroborar tudo o que estava re-
querendo. Ocorre que o juiz da ação determinou que ele
dispensasse uma dessas testemunhas, pois apenas três
seriam ouvidas.
Nesse caso, julgue a decisão do juiz.
(A) O juiz agiu de forma correta ao dispensar a teste-
munha sobressalente, pois a causa tramita pelo rito
ordinário, no qual só é permitida a oitiva de, no má-
ximo, 3 testemunhas.
(B) A decisão do juiz não merece ser mantida, uma vez
que a causa tramita pelo rito sumaríssimo, no qual só é
permitida a oitiva de 2 testemunhas, assim o juiz deve-
ria ter dispensado duas testemunhas ao invés de uma.
(C) Uma vez que a causa tramita pelo rito sumário, em
que são permitidas 3 testemunhas no máximo, o juiz
agiu corretamente ao dispensar a quarta, já que ex-
cederia o permitido.
(D) A decisão do juiz merece ser revista, já que a causa
tramita pelo rito sumaríssimo e, para esse, a legisla-
ção não prevê o número de testemunhas, podendo-
-se aplicar subsidiariamente as regras do inquérito
judicial para apuração de falta grave, em que é per-
mitida a oitiva de até 6 testemunhas.
Letra b.
A alternativa correta é a “b”, conforme art. 852-H, § 2º,
da CLT. Como o valor da causa não ultrapassa 40 salá-
rios mínimos, o procedimento do caso em questão é o
sumaríssimo (art. 852-A, CLT). Neste, o número máximo
de testemunhas é de 2 para cada parte. Logo, 2 das 4
testemunhas deveriam ter sido dispensadas.
Luana, empregada doméstica, ajuíza reclamação tra-
balhista contra seu ex-empregador, Reinaldo Cordeiro,
postulando horas extras, férias, décimo terceiro salário
e aviso-prévio. A reclamação trabalhista foi distribuída
para a 1ª Vara do Trabalho de Curitiba, Paraná. No dia
da audiência compareceram a reclamante e sua advo-
gada, Maryana, e o advogado do reclamado, Reinaldo
Cordeiro Filho. Diante da ausência do reclamado, o juiz
decretou a revelia e se recusou a receber a contestação
e os documentos. Diante do caso apresentado, assinale
a alternativa correta.
(A) Por se tratar de reclamação trabalhista proposta por
empregada doméstica, é desnecessário o compareci-
mento do reclamado em audiência, razão pela qual o
juiz não poderia ter decretado a sua revelia.
(B) Uma vez que o reclamado não compareceu em au-
diência, o juiz agiu corretamente ao decretar a sua
revelia, mas deveria ter recebido a contestação e os
documentos, já que seu advogado estava presente.
(C) Uma vez que o reclamado não compareceu em au-
diência, o juiz agiu corretamente ao decretar sua re-
velia e não receber a contestação e os documentos,
pois não basta o comparecimento do advogado em
audiência, o reclamado também deve estar presente
para evitar o ocorrido.
(D) O juiz deveria ter arquivado o processo em razão do
não comparecimento do reclamado em audiência.
Letra b.
O não comparecimento do reclamado em audiência
gera a sua revelia, nos termos do art. 844 da CLT. Entre-
tanto, se o advogado estiver presente, o juiz deve rece-
ber a contestação e os documentos, nos termos do art.
844, § 5º, da CLT.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
74 Direito Previdenciário
Tatyana trabalhou 10 anos para Insanidade Corporativa
Ltda. como psicóloga. Cumpria jornada de segunda-feira
a sexta-feira, fazendo, em média, 4 horas extras por dia,
sem jamais ter recebido qualquer valor por elas. Ao ser
dispensada, avisou que queria receber suas horas extras
e que, se fosse necessário, ajuizaria uma reclamação tra-
balhista para cobrá-las, muito embora acreditasse que
tudo poderia ser resolvido com o “bom e velho diálo-
go” entre as partes. A reclamada prontamente concor-
dou e a convidou para uma reunião no departamento
de recursos humanos. O gerente do setor explicou que,
embora Tatyana realizasse 4 horas extras diárias, teria
direito de receber apenas 2, pois esse era o limite máxi-
mo previsto em lei. Tatyana acreditou no que lhe foi dito.
As partes, então, fizeram um acordo, que foi assinado
exclusivamente pelo advogado da empresa, pois tudo
havia sido consensualmente combinado, e submeteram-
-no ao juiz simplesmente para que fosse homologado.
Diante do caso narrado, assinale a alternativa correta.
(A) Tatyana foi enganada, pois, embora a lei limite a 2 o
número de horas extras diárias, não exime o empre-
gador de pagar todas as horas trabalhadas. Apesar
disso, o pedido de homologação de acordo é valido,
pois as partes poderiam ter advogado comum.
(B) Tatyana foi enganada, pois, embora a lei limite a 2
o número de horas extras diárias, não exime o em-
pregador de pagar todas as horas trabalhadas. Além
disso, no processo de homologação de acordo extra-
judicial, cada parte deve ter seu próprio advogado.
(C) Por ter diploma de nível superior, Tatyana pode es-
colher propor o pedido de homologação de acordo
extrajudicial com ou sem advogado.
(D) É incabível na Justiça do Trabalho o processo de ho-
mologação de acordo extrajudicial.
Letra b.
Tatyana foi enganada, pois, embora o art. 59 da CLT li-
mite a 2 o número de horas extras diárias, não exime o
empregador de pagar todas as horas trabalhadas. Nesse
sentido, temos a Súmula 376, I, do TST. Quanto ao pe-
dido de homologação de acordo extrajudicial, é vedado
que as partes tenham advogado em comum, sendo obri-
gatório que cada uma delas tenha o seu próprio advoga-
do (art. 855-B, caput e § 1º, da CLT).
Fernando Maciel
75
Em 19/01/2022, Brenda da Costa foi contratada pela
empresa Alcatel Ltda. para trabalhar como empregada
na função de auxiliar administrativa. Por ocasião do exa-
me admissional, Brenda informou o seu estado gravídi-
co, o que não foi impeditivo para viabilizar a sua con-
tratação. No dia 22/09/2022, Brenda deu à luz ao seu
filho, comunicando tal fato ao seu empregador. Assinale
a alternativa correta em relação ao benefício de salário-
-maternidade.
(A) Brenda não fará jus ao salário-maternidade, pois não
cumpriu o requisito de carência previdenciária de 10
contribuições mensais.
(B) Brenda fará jus ao salário-maternidade, o qual terá
duração de 180 dias após o parto.
(C) Brenda não fará jus ao salário-maternidade, pois a
sua gravidez se deu em momento anterior à sua con-
tratação para o vínculo de emprego.
(D) Brenda fará jus ao salário-maternidade, pois a sua
condição de segurada empregada dispensa o cum-
primento da carência previdenciária.
Letra d.
(A) Errado. Pois, de acordo com o art. 26, VI, da Lei n.
8.213/1991, independe de carência a concessão do salá-
rio-maternidade para as seguradas empregadas, que é a
situação de Brenda.
(B) Errado. Conforme o art. 71 da Lei n. 8.213/1991, a
duração do salário-maternidade será de 120 dias.
(C) Errado. Considerando que as seguradas empregadas
estão dispensadas de cumprir a carência (art. 26, VI, da
Lei n. 8.213/1991), o fato de estarem grávidas por oca-
sião da contratação do vínculo de emprego não é impe-
ditivo para o salário-maternidade.
(D) Certo. Por ser uma segurada empregada, Brenda
está dispensada de cumprir a carência (art. 26, VI, da Lei
n. 8.213/1991). Portanto, fará jus a receber o benefício
de salário-maternidade.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem
76 Direito Financeiro
Ao realizar um serviço de manutenção hidráulica na re-
sidência de um cliente, o segurado Lucas Vargas sofreu
um acidente que lhe acarretou uma incapacidade parcial
e permanente para o trabalho (sequela), decorrente do
esmagamento do seu dedo mínimo da mão direita. Con-
siderando que Lucas contribui para a Previdência Social
há 7 anos na condição de contribuinte individual, assi-
nale a alternativa correta em matéria dos seus direitos
previdenciários.
(A) Lucas terá direito a receber o benefício de aposenta-
doria por incapacidade permanente.
(B) Lucas terá direito a receber o benefício de auxílio-
-acidente.
(C) Lucas não terá direito a receber o benefício de auxí-
lio-acidente.
(D) Lucas terá direito a receber o benefício de auxílio-
-acidente, desde que atenda ao requisito da carência
previdenciária de 12 contribuições mensais.
Letra c.
(A) Errado. Pois, conforme o art. 42 da Lei n. 8.213/1991,
o benefício de aposentadoria por invalidez, atualmente
denominado aposentadoria por incapacidade perma-
nente, pressupõe uma incapacidade total e permanente
para o trabalho, sendo que a incapacidade de Lucas foi
apenas parcial (sequela).
(B) Errado. Pois, de acordo com o art. 18, § 1º, da Lei n.
8.213/1991, o benefício de auxílio-acidente somente é
concedido aos segurados empregado, doméstico, traba-
lhador avulso e segurado especial.
(C) Certo. Pois, conforme referido anteriormente, o
art. 18, § 1º, da Lei n. 8.213/1991 restringe o direito do
auxílio-acidente aos segurados empregado, doméstico,
trabalhador avulso e segurado especial. Como Lucas é
um contribuinte individual, não fará jus a receber o auxí-
lio-acidente.
(D) Errado. Além de Lucas não ter direito ao auxílio-aci-
dente por ser um contribuinte individual, esse benefício
previdenciário dispensa a carência previdenciária, con-
forme previsto no art. 26, I, da Lei n. 8.213/1991.
Anderson Ferreira
77
Nos termos da Lei n. 4.320/1964, que é uma lei ordiná-
ria federal recepcionada pela atual Constituição como lei
complementar e que estipula as Normas Gerais de Direi-
to Financeiro, assinale a alternativa correta.
(A) Os créditos adicionais suplementares são os destina-
dos a despesas para as quais não haja dotação orça-
mentária específica.
(B) O pagamento da despesa só será efetuado quando
ordenado após sua regular liquidação.
(C) O superávit financeiro é o saldo positivo das diferen-
ças acumuladas mês a mês entre a arrecadação pre-
vista e a realizada.
(D) É permitido o empenho por estimativa de despesas
contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.
Letra b.
(A) Errado. Na verdade, os créditos suplementares são
destinados ao reforço de dotação orçamentária já con-
templada no orçamento, nos termos do inciso I do art.
41 da Lei n. 4.320/1964. Veja:
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:
I – suplementares, os destinados a reforço de dota-
ção orçamentária; (grifos nossos)
(B) Certo. É a literalidade do art. 62 da Lei n.
4.320/1964. Veja:
Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado
quando ordenado após sua regular liquidação.
(C) Errado. Essa é a definição do excesso de arrecadação,
uma das fontes para créditos adicionais, nos termos do §
3º do art. 43 da Lei n. 4.320/1964. Veja:
Art. 43, § 3º Entende-se por excesso de arrecadação,
para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferen-
ças acumuladas mês a mês entre a arrecadação pre-
vista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendên-
cia do exercício. (Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
(Vide Lei nº 6.343, de 1976) (grifos nossos)
(D) Errado. Na verdade, a modalidade correta é o em-
penho global, nos termos do § 3º do art. 60 da Lei n.
4.320/1964. Veja:
Art. 60, § 3º É permitido o empenho global de des-
pesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.
(grifos nossos)
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem

78 (D) Errado. Alienação de bens é receita de capital, nos

Com relação ao orçamento público, a Lei n. 4.320/1964 termos do § 2º do art. 11 da Lei n. 4.320/1964. Veja:
define as receitas públicas correntes e as de capital. É
correto afirmar que são receitas correntes: Art. 11, § 2º São Receitas de Capital as provenien-
(A) o superávit do orçamento corrente tes da realização de recursos financeiros oriundos de
(B) a operação de crédito. constituição de dívidas; da conversão, em espécie,
(C) as receitas de contribuições. de bens e direitos; os recursos recebidos de outras
(D) as provenientes da conversão, em espécie, de bens e pessoas de direito público ou privado, destinados a
direitos. atender despesas classificáveis em Despesas de Ca-
pital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.
Letra c. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982)
(A) Errado. Superávit do orçamento corrente é recei- (grifos nossos)
ta de capital, nos termos do § 2º do art. 11 da Lei n.
4.320/1964. Veja: Direito Eleitoral
Odair José
Art. 11, § 2º São Receitas de Capital as provenien-
tes da realização de recursos financeiros oriundos de
79
constituição de dívidas; da conversão, em espécie,
Nilton é um estudante secundarista muito conhecido
de bens e direitos; os recursos recebidos de outras
no município onde mora em razão da sua militância no
pessoas de direito público ou privado, destinados a
movimento ambientalista da cidade. Com as eleições
atender despesas classificáveis em Despesas de Ca-
municipais de 2024 se aproximando, o presidente do Di-
pital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.
retório Municipal do Partido Alfa convidou Nilton para
(Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982)
ingressar na vida pública concorrendo a uma das vagas
(grifos nossos)
de vereador daquele município. Ocorre que o jovem se-
cundarista ainda não atingiu a maioridade, pois irá com-
(B) Errado. Operação de crédito é receita de capital, nos
pletar 18 anos apenas no dia 10 de agosto de 2024.
termos do § 2º do art. 11 da Lei n. 4.320/1964. Veja:
Diante desse fato, Nilton procurou você, na condição
de advogado, para saber se poderia concorrer às elei-
Art. 11, § 2º São Receitas de Capital as provenientes
ções municipais de 2024. Você deverá responder corre-
da realização de recursos financeiros oriundos de
tamente que:
constituição de dívidas; da conversão, em espécie,
(A) ele não dispõe das condições de elegibilidade, uma
de bens e direitos; os recursos recebidos de outras
vez que a idade mínima para concorrer a qualquer
pessoas de direito público ou privado, destinados a
cargo eletivo é de 21 anos.
atender despesas classificáveis em Despesas de Ca-
(B) a idade mínima exigida para qualquer cargo eletivo
pital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.
deverá ser constatada no ato da diplomação.
(Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982)
(C) ele não poderá concorrer ao cargo de vereador, porque
(grifos nossos)
a comprovação da idade mínima de 18 anos deverá ser
constatada até seis meses antes da data da eleição.
(C) Certo. Exatamente! Receita de contribuições é consi-
(D) a comprovação da idade mínima para o cargo de ve-
derada receita corrente, nos termos do art. 11, § 1º da
reador é exigida na data-limite para registro da can-
Lei n. 4.320/1964.
didatura, razão pela qual será possível a candidatura
de Nilton.
Art. 11, § 1º São Receitas Correntes as receitas tri-
butária, de contribuições, patrimonial, agropecuária,
Letra d.
industrial, de serviços e outras e, ainda, as prove-
(A) Errado. A idade mínima para o cargo de vereador é
nientes de recursos financeiros recebidos de outras
de 18 anos, conforme art. 14, § 3º, VI, d, da CF/1988.
pessoas de direito público ou privado, quando desti-
(B) Errado. A constatação da idade é realizada no ato
nadas a atender despesas classificáveis em Despesas
da posse, exceto vereador, que deverá comprovar até a
Correntes. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939,
data-limite do registro de candidatura, conforme art. 11,
de 1982) (grifos nossos)
§ 2º, da Lei n. 9.504/1997.
(C) Errado. A constatação da idade é realizada no ato
da posse, exceto vereador, que deverá comprovar até a
data-limite do registro de candidatura, conforme art. 11,
§ 2º, da Lei n. 9.504/1997.
2º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem

(D) Certo. Conforme art. 11, § 2º, da Lei n. 9.504/1997: Letra b.

(A) Errado. A afirmação suprimiu a última parte do § 10
Art. 11, § 2º A idade mínima constitucionalmente do art. 11 da Lei n. 9.504/1997: “... ressalvadas as altera-
estabelecida como condição de elegibilidade é ve- ções, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que
rificada tendo por referência a data da posse, salvo afastem a inelegibilidade”.
quando fixada em 18 anos, hipótese em que será (B) Certo. Trata-se de transcrição literal da Súmula n.
aferida na data-limite para o pedido de registro. (gri- 70 do TSE.
fos nossos) (C) Errado. A cessação da inelegibilidade deverá ser
comprovada na data do registro de candidatura, ressal-
80 vadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes
Rogério foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral do ao registro que afastem a inelegibilidade. É o que esta-
estado Delta pela prática de captação ilícita de sufrágio, belece o art. 11, § 10, da Lei n. 9.504/1997.
nos termos do art. 1º, inciso I, alínea “j”, da LC n. 64/1990, (D) Errado. Os prazos de inelegibilidade previstos no art.
quando da sua participação nas eleições de 2012. Naque- 1º, I, “j” e “h”, da LC n. 64/1990, têm termo inicial no
la ocasião, ele se candidatou ao cargo de vereador do mu- dia do primeiro turno da eleição e termo final no dia de
nicípio Beta. Em razão da condenação, Rogério ficou ine- igual número no oitavo ano.
legível pelo prazo de 8 anos, a contar do dia 07/10/2012,
data do primeiro turno das eleições municipais.
Uma vez que a sua inelegibilidade se encerrará no ano
de 2020, Rogério pretende concorrer novamente para
vereador da sua cidade, mas está com dúvidas quanto à
exata cessação da inelegibilidade e às possibilidades de
registro da sua candidatura, sobretudo pela alteração da
data da eleição para o dia 15/11/2020 (EC 107/2020) em
razão da crise provocada pela Covid-19.
Assim, você, na condição de especialista em Direito Elei-
toral, deverá sanar a dúvida de Rogério respondendo
corretamente que:
(A) as causas de inelegibilidades deverão ser aferidas
no momento do registro da candidatura, razão pela
qual Rogério não poderá se candidatar ao cargo de
vereador.
(B) o encerramento do prazo de inelegibilidade antes do
dia da eleição constitui fato superveniente que afas-
ta a inelegibilidade, nos termos do art. 11, § 10, da
Lei n. 9.504/1997.
(C) a cessação das causas de inelegibilidades deverá ser
atestada até seis meses antes da data da eleição.
(D) os prazos de inelegibilidade têm termo inicial no dia
do primeiro turno da eleição e termo final no dia do
primeiro turno do oitavo ano seguinte.