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Direito Processual Penal MERGEF
ORMAT
(Ponto 01)
Princípios. Sistemas Processuais. Aplicação da Lei
Processual Penal. Inquérito Policial.
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MENSAGEM DO MEGE
ATENÇÃO
Vamos começar nossa matéria com dois dos assuntos mais importantes para a
carreira de delegado de polícia, que são sistemas processuais e inquérito. Frisamos
nesse primeiro momento também alguns temas que necessitam de atenção, como por
exemplo lei processual no tempo e no espaço, e indiciamento. Você precisa ler várias
vezes a lei seca do processo penal até a prova, com a resolução das questões jurídicas
relacionadas a cada um dos temas do edital para Delegado de São Paulo que se avizinha.
Bons estudos!
Equipe Mege.
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SUMÁRIO
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1. DOUTRINA (RESUMO)
1.1. PRINCÍPIOS
1.1.1. CONCEITO E FUNÇÕES
(...)
- O direito à prova; e
Provas ilícitas são aquelas obtidas por meios que afrontam direta ou
indiretamente garantias constitucionais e legais.
Até 2009, o STF entendia ser possível a execução provisória da pena desde a
prolação da sentença condenatória em primeiro grau. Depois, em 05/02/09 (HC 84.078),
o STF passou a entender que a execução provisória da pena era inconstitucional,
devendo ser aguardado o trânsito em julgado em razão do princípio da presunção de
inocência. Esse entendimento prevaleceu até 2016, quando no HC 126.292 o STF decidiu
que era possível a execução provisória da pena, desde que proferido acórdão
condenatória em 2º grau (em sede de recurso ou em ações penais originárias).
Revisando seu entendimento sobre o tema, o STF decidiu na ADC 43/DF, ADC
44/DF e ADC 54/DF, em 07/11/19, por maioria (6x5), que a execução provisória da pena
ofende o princípio da presunção de inocência.
Este é o entendimento atual e que deve ser utilizado para a sua prova.
Além do mais, o art. 492, § 4º, afirma que a referida apelação não terá efeito
suspensivo, salvo nos casos excepcionados pelo § 5.
Em outras palavras, se o réu for condenado no Tribunal do Júri a uma pena igual
ou superior a 15 anos de reclusão, ele terá que iniciar o cumprimento da pena privativa
de liberdade, mesmo que ele tenha interposto apelação contra essa sentença, ou seja,
mesmo antes do trânsito em julgado da condenação.
Vale lembrar que o STF, até então, tinha entendimento divergente sobre o
tema entre as suas turmas. De um lado, a 1ª Turma do STF entendia que “a prisão de
réu condenado por decisão do Tribunal do Júri, ainda que sujeita a recurso, não viola o
princípio constitucional da presunção de inocência ou não-culpabilidade.” (STF. 1ª
Turma. HC 118.770, Relator p/ Acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 07/03/2017).
Essa decisão, no entanto, foi publicada antes do julgamento das ADC 43/DF, ADC 44/DF
e ADC 54/DF, em 7/11/2019, por meio das quais o STF, por 6x5, decidiu que é
inconstitucional a execução provisória da pena. A 2ª Turma do STF, por sua vez, entendia
que não era possível a execução provisória da pena mesmo em caso de condenações
pelo Tribunal do Júri.
Essa linha é reforçada pelo legislador no art. 312, § 2º, do CPP, quando diz:
Consiste na proibição de que o réu seja julgado novamente por fato que já foi
apreciado pelo Poder Judiciário.
Nesse sistema, cabe a um só órgão acusar e julgar. O juiz dá início à ação penal PAGE \*
e, ao final, ele mesmo profere a sentença. 14
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O acusado é mero objeto do processo, não sendo considerado sujeito de
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direitos.
Esse sistema foi reforçado pela Lei nº 13.964/19 (Lei Anticrime), que proibiu
expressamente o juiz de decretar prisão preventiva e outras medidas cautelares de
ofício. Confira:
Esse tema será tratado com mais minúcias no material sobre prisões!
O art. 1º do CPP elenca hipóteses em que este não terá aplicação, ainda que o
fato tenha ocorrido no território nacional. Vejamos:
É o que ocorre, por exemplo, com agentes diplomáticos aqui acreditados, como
embaixadores, secretários de embaixadas, bem como seus familiares, além dos
funcionários de organizações internacionais, tal qual a ONU. A Convenção de Viena,
aprovada pelo Decreto Legislativo nº 103/64, prevê imunidade diplomática a esses
agentes, de forma que não estão sujeitos à lei processual penal brasileira, pois terão a
aplicação da lei material do seu respectivo país, e, por via de consequência, o processo
lá tramitará.
O art. 5º, § 4º, da CF, prevê que “o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal
Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão”. Assim, ainda que um
delito seja cometido no território brasileiro, havendo denúncia ao TPI, o agente poderá
ser entregue à jurisdição estrangeira.
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1.3.2. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO.
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Regra geral – Princípio do efeito imediato ou princípio da aplicação imediata ou
sistema do isolamento dos atos processuais. ORMAT
1.3.2.1. Exceção
A. Normas heterotópicas
Tendo em conta que os elementos de informação não são colhidos sob a égide
do contraditório e da ampla defesa, deduz-se que o inquérito policial tem valor
probatório relativo, e, de forma isolada, não podem os elementos de informação servir
de fundamento para um decreto condenatório, mas podem, de forma subsidiária, influir
na formação do livre convencimento do juiz para a decisão da causa quando
complementam outros indícios e provas que passam pelo crivo do contraditório em
juízo.
1.4.5. CARACTERÍSTICAS
A. Procedimento escrito
De acordo com o art. 9º do CPP, todas as peças do inquérito policial serão, num
só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela
autoridade.
B. Procedimento dispensável
D. Procedimento inquisitorial
O inciso XXI do art. 7º do Estatuto da OAB, incluído pela Lei 13.245/2016, prevê
que o advogado tem direito de assistir a seus clientes investigados durante a apuração
de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou
depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios
dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso
da respectiva apuração apresentar razões e quesitos.
Prevalece que sim. Com efeito, ante a impossibilidade de aplicação de uma PAGE \*
sanção como resultado imediato das investigações criminais, como ocorre, por exemplo, 22
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em um processo administrativo disciplinar, não se pode exigir a observância do
contraditório e da ampla defesa nesse momento inicial da persecução penal. Ora, se não ORMAT
há necessidade de um defensor no curso de um processo administrativo disciplinar, do
qual pode resultar a aplicação de sanções relativamente severas (v.g., suspensão,
exoneração, perda de função, etc.), é de se estranhar a obrigatoriedade de defensor
durante a realização de um interrogatório policial, do qual jamais será possível a
aplicação imediata de uma sanção.
E. Procedimento discricionário
G. Procedimento oficioso
H. Procedimento indisponível
Se, diante de uma circunstância fática, o delegado percebe que não houve
crime, não deve iniciar o inquérito policial, mas, uma vez iniciado, deve levá-lo até o
final, não podendo arquivá-lo. E, no relatório, não poderá fazer considerações acerca da
existência de excludentes de ilicitude ou de culpabilidade, cabendo-lhe simplesmente
relatar as diligências investigatórias realizadas e apontar a tipificação do fato apurado.
I. Procedimento temporário
Apesar de o art. 10, § 3º, do CPP, permitir que a autoridade policial possa
requerer ao juiz a devolução dos autos para ulteriores diligências, quando o fato for de
difícil elucidação e o indiciado estiver solto, o princípio constitucional da duração
razoável do processo (art. 5º, LXXVIII, CF) impede que o inquérito policial tenha seu
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prazo de conclusão prorrogado indefinitivamente.
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1.4.6. FORMAS DE INSTAURAÇÃO
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1.4.6.1. Crimes de ação penal pública incondicionada
Nos crimes de ação penal pública incondicionada, o inquérito policial pode ser
instaurado das seguintes formas:
1.4.7.2. Momento
1.4.7.3. Pressupostos
1.4.7.4. Desindiciamento
De acordo com o art. 10, caput, do CPP, o inquérito deverá terminar no prazo
de 10 (dez) dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante ou estiver preso
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a
ordem de prisão, ou no prazo de 30 (trinta) dias, quando estiver solto, mediante fiança
ou sem ela.
Segundo o art. 10, § 3º, do CPP, quando o fato for de difícil elucidação e o
indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para
ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
PRESO SOLTO
JUSTIÇA ESTADUAL
10 30+30
(art. 10 do CPP)
JUSTIÇA FEDERAL
15 + 15 30 + 30
(art. 66 da Lei nº 5.010/66)
LEI DE DROGAS
30 + 30 90 + 90
(art. 51 da Lei nº 11.343/06)
ECONOMIA POPULAR
10 10
(art. 10 da Lei nº 1.521/51)
INQUÉRITO MILITAR
20 40 + 20
(art. 20 CPPM)
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1.4.8.2. Relatório 30
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O relatório é uma peça elaborada pela autoridade policial, de conteúdo ORMAT
eminentemente descritivo, em que deve ser feito um esboço das principais diligências
levadas a efeito na fase investigatória, justificando-se até mesmo a razão pela qual
algumas não tenham sido realizadas.
Pela leitura do art. 10, § 1º, do CPP, percebe-se que, uma vez concluída a
investigação policial, os autos do inquérito policial devem ser encaminhados
primeiramente ao Poder Judiciário e, somente depois, ao Ministério Público.
Por outro lado, em decisão mais recente, o STJ decidiu que, enquanto a
Resolução nº 63/2009 do CJF não for declarada inconstitucional, é legal a portaria
editada por Juiz Federal que estabelece a tramitação direta de IP entre a PF e o MPF.
Por força dessa Resolução, atualmente, no âmbito da JF, se o DPF pede a dilação do
prazo para as investigações ou apresenta o relatório final, o IP não precisa ir para o Juiz
Federal e depois ser remetido ao MPF. O caminho é direto entre a PF e o MPF, sendo o
próprio membro do Parquet quem autoriza a dilação do prazo (5ª T, RMS 46.165, em
19/11/2015).
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OBSERVAÇÃO: A Resolução nº 063/2009-CJF também foi impugnada no STF por 31
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meio da ADI nº 4.305, mas não há previsão de julgamento.
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Dispõe o art. 19 do CPP que, nos crimes em que não couber ação pública, os
autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, no qual aguardarão a iniciativa
do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o
pedir, mediante traslado. Na prática, todavia, os autos acabam sendo remetidos ao
Ministério Público, para que analise se há elementos de informação quanto a eventual
crime de ação penal pública.
- Requisição de diligências;
- Declinação de competência;
- Conflito de competência.
ATENÇÃO! No entanto, vale destacar que a Lei nº 13.964/19 (Lei Anticrime) foi
publicada no dia 24/12/2019, com uma vacatio legis de 30 (trinta) dias de duração.
Na véspera de sua entrada em vigor, no dia 22/02/20, o Min. Luiz Fux, no bojo da
ADI 6.300 6.305 6.299 e 6.298, decidiu suspender até o julgamento do mérito da
ação penal, além de outros dispositivos da novel legislação, o novo art. 28 do CPP
que versam sobre o arquivamento do inquérito policial. O fundamento principal
é que o STF precisa discutir a constitucionalidade desses dispositivos antes que se
implemente a sua efetivação. Assim, para fins de provas de concursos, vale a
redação anterior do art. 28 sem a alteração promovida pela Lei Anticrime. Vamos
ficar atentos aos próximos passos do STF.
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1.4.9.1. Fundamentos do arquivamento 33
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O CPP não dispõe sobre as causas que dão ensejo ao arquivamento do inquérito
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policial. Assim, a doutrina afirma que o arquivamento do IP deve ser requerido nas
mesmas hipóteses de rejeição da inicial acusatória, previstas no art. 395 (inépcia da
inicial, ausência de pressupostos ou condições da ação e ausência de justa causa) e com
base nas causas que autorizam a absolvição sumária, previstas no art. 397 (excludentes
de culpabilidade ou de ilicitude, atipicidade e causas extintivas da punibilidade).
Por outro lado, sendo desconhecida a autoria, não há que se falar em renúncia
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tácita, hipótese em que há de se admitir o pedido de arquivamento do inquérito policial
feito pelo ofendido. 35
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1.4.9.8. Surgimento de novas provas ORMAT
ATENÇÃO! Súmula 524 do STF arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz,
a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem
novas provas.
OBSERVAÇÃO: Com o advento do Pacote Anticrime, caso a medida cautelar seja
revogada (ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6.305), resta prejudicada a expressão “pela
autoridade judiciária” constante no art. 18 do CPP. Sem embargo, há de persistir
em vigor o texto remanescente. Logo, uma vez arquivado o inquérito policial ou
outros elementos informativos da mesma natureza, a retomada das investigações
pela autoridade policial e o próprio ajuizamento da ação penal contra os mesmos
investigados e em relação aos mesmos fatos condicionam-se a que surjam
elementos que produzam modificação no panorama probatório dentro do qual foi
realizado o arquivamento do inquérito.
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2. JURISPRUDÊNCIA
e) o princípio da verdade real constitui princípio supremo no processo penal, tendo valor
absoluto, inclusive para conhecimento e para valoração das provas ilícitas.
a) O processo não é nulo, pois, ainda que ao tempo da propositura da inicial, a ação
penal fosse condicionada à representação, ao tempo do crime, a ação era de iniciativa
privada, não se aplicando a Lei nº 12.015/2009, de 07 de agosto de 2009, nesta parte.
b) O juiz, em sede penal, não pode ordenar a realização de provas, pois não há mais
espaço para poderes instrutórios, reminiscência do sistema inquisitorial.
b) é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurada a
competência para o julgamento, exclusivamente, dos crimes dolosos contra a vida.
c) a garantia do juiz natural é contemplada, mas não só, na previsão de que ninguém PAGE \*
será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. 40
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d) a garantia da duração razoável e os meios que garantam a celeridade da tramitação ORMAT
aplicam-se exclusivamente ao processo judicial.
c) de acordo com o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, com nova redação dada
pela EC 45/2004, os atos processuais serão públicos, sob pena de nulidade, cabendo ao
juiz limitar a presença, nas audiências, de partes e advogados.
d) a publicidade restrita é regra geral dos atos processuais, ao passo que a publicidade
ampla é exceção e ocorre nas situações expressas em lei, dependendo de decisão
judicial no caso concreto.
e) a publicidade ampla é regra geral dos atos processuais, ao passo que a publicidade
restrita é exceção e ocorre nas situações expressas em lei, dependendo de decisão
judicial no caso concreto.
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8. A lei processual penal brasileira:
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a) admite interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos
princípios gerais de direito.
b) aplica-se desde logo, em prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei
anterior.
c) retroage no tempo para obrigar a refeitura dos atos processuais, caso seja mais
benéfica ao réu.
e) será aplicada nos atos processuais praticados em outro território que não o brasileiro,
em casos de extraterritorialidade da lei penal.
9. Antônio está sendo processado pela prática do delito de furto qualificado. É correto
dizer que, caso haja mudança nas normas que regulamentam o procedimento comum
ordinário:
d) a nova lei se aplica ao processo no estágio em que se encontra, apenas se ainda não
recebida a denúncia contra Antônio.
e) os atos praticados sob a vigência da lei anterior precisam ser ratificados, caso
contrário não serão considerados válidos.
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
c) contraditório e impulso oficial; e adequação social e favor rei (ou in dubio pro reo).
d) não culpabilidade (ou presunção de inocência) e duração razoável do processo; e não
autoacusação (ou nemo tenetur se detegere) e paridade de armas.
d) o procedimento disciplinar tem caráter inquisitivo e, por isso, não é exigida a atuação
do defensor.
b) o civilmente identificado jamais pode ser submetido a identificação criminal, sob pena
de caracterização de constrangimento ilegal.
c) o preso tem direito à identificação do responsável por sua prisão, mas nem sempre
por seu interrogatório policial.
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4. GABARITO COMENTADO
1. D.
(D) CORRETA. Gustavo Henrique Righi Ivahy Badaró afirma que “toda violação da regra
de correlação entre acusação e sentença implica em um desrespeito ao princípio do
contraditório. O desrespeito ao contraditório poderá trazer a violação do direito de
defesa, quando prejudique as posições processuais do acusado, ou estará ferindo a
inércia da jurisdição, com a correlativa exclusividade da ação penal conferida ao
Ministério Público, quando o juiz age de ofício. Em suma, sempre haverá violação do
contraditório, sejam suas implicações com a defesa ou com a acusação”.
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(E) INCORRETA. O princípio da verdade real não é supremo e absoluto, inclusive porque,
em regra, não se admite a valoração das provas ilícitas.
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2. D.
(C) INCORRETA. A alternativa descreve o recurso necessário, que não se confunde com
o princípio do duplo grau de jurisdição.
(B) INCORRETA. O direito ao silêncio não impede de forma absoluta que o acusado
colabore com a formação da prova. Por exemplo, o art. 4º, § 14, da Lei nº 12.850/2013,
dispõe que nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu
defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.
O inquérito policial é inquisitorial, de forma que nesta fase da persecução penal não é
obrigatória a participação de advogado.
4. A.
(A) CORRETA. A Lei nº 12.015/2009 é uma norma híbrida cuja parte material é
prejudicial ao réu, de forma que não deve retroagir. No caso, deve ser aplicado o PAGE \*
regramento anterior, em que a ação penal é privada. 46
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(B) INCORRETA. Há previsão de casos em que o juiz pode determinar a produção de ORMAT
provas, inclusive de ofício. Ex.: art. 156 do CPP.
(D) INCORRETA. Não há ilegitimidade de parte, pois a ação penal é privada, não se
aplicando a Lei nº 12.015/2009 ao caso.
(E) INCORRETA. No processo penal, a culpa não se presume. Cabe àquele que faz a
alegação o ônus de prová-la. Além disso, o acusado está acobertado pelo princípio nemo
tenetur se detegere.
5. C.
(A) INCORRETA. De acordo com o art. 5º, LX, da CF, a lei só poderá restringir a
publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o
exigirem.
(B) INCORRETA. Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes dolosos contra a
vida e os que lhes são conexos (art. 5º, XXXVIII, ‘d’, da CF c/c art. 78, I, do CPP).
(C) CORRETA. Além de consagrar a garantia de que ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente (art. 5º, LIII, da CF), o princípio do juiz
natural veda a criação de juízos ou tribunais de exceção (art. 5º, XXXVII, da CF).
(D) INCORRETA. De acordo com o art. 5º, LXXVIII, da CF, a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação.
(E) INCORRETA. De acordo com o art. 5º, LXXVIII, da CF, o civilmente identificado não
será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.
6. D.
(A), (B) e (E) INCORRETAS. De acordo com o art. 3º do CPP, a lei processual penal admite
interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios
gerais de direito.
(C) INCORRETA. De acordo com o art. 2º do CPP, a lei processual penal aplicar-se-á desde
logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
(B) INCORRETA. De acordo com o art. 93, IX, da CF, a lei pode prever casos de
publicidade restrita.
(C) INCORRETA. De acordo com o art. 93, IX, da CF, cabe à lei, e não ao juiz, limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo
não prejudique o interesse público à informação.
(D) INCORRETA.
(E) CORRETA. De acordo com o art. 93, IX, da CF, a regra é a publicidade ampla, sendo
exceção a publicidade restrita.
8. A.
(B) e (C) INCORRETAS. De acordo com o art. 2º do CPP, não há prejuízo da validade dos
atos realizados sob a vigência da lei anterior.
(D) INCORRETA. A previsão de aplicação imediata não impossibilita que novas leis
processuais passem por vacatio legis.
9. C.
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
De acordo com o art. 2º do CPP, a lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem
prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
(D) INCORRETA.
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(E) INCORRETA. 48
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10. A.
(I) CORRETO. O item está correto, pois os três princípios elencados possuem berço
constitucional:
(...)
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
(II) CORRETO.
(III) INCORRETO.
A assertiva começa correta quanto à submissão do Brasil ao Tribunal Penal
Internacional, mas termina incorreta quanto à impossibilidade absoluta de extradição
do brasileiro naturalizado. Confira:
(...)
(IV) INCORRETO.
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos
realizados sob a vigência da lei anterior.
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11. D. ORMAT
(A) INCORRETA. O princípio da identidade física do juiz está expresso no CPP:
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência,
ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o
caso, do querelante e do assistente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008).
(B) INCORRETA. O princípio da intervenção mínima (ou ultima ratio) é de Direito Penal,
e não de Direito Processual Penal.
(C) INCORRETA. O princípio do impulso oficial não está expresso no CPP, mas sim no CPC
(art. 2º). Em que pese possa haver discussão se esta previsão supre o enunciado,
entende-se que o princípio do in dubio pro reo está expresso no seguinte dispositivo:
Art. 5º, LVII, da CF - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
Art. 5º. LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
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12. A. 50
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Entendemos que a referida questão deveria ter sido anulada, mas não foi. Seguem os ORMAT
comentários.
(B) INCORRETA. Outra assertiva com péssima redação, e que não deixa claro o qual
conhecimento se está querendo abordar do candidato. Se o sindicado tem defensor
constituído, ele não é o seu advogado? Não existe uma compreensão mínima para se
analisar a assertiva.
(C) INCORRETA. Incorreta, segundo o gabarito preliminar, mas, ao nosso ver, está
correta, devendo a questão ser anulada. Vejamos:
3. Diante dessa nova orientação traçada pelo Supremo Tribunal Federal, esta Corte tem
entendido que a Súmula n. 533 do STJ, que reputa obrigatória a prévia realização de
procedimento administrativo disciplinar para o reconhecimento de falta praticada pelo
condenado durante a execução penal, deve ser relativizada, sobretudo em casos nos
quais o reeducando pratica falta grave durante o cumprimento de pena extra muros,
ocasiões em que a realização de audiência de justificação em juízo, com a presença da
defesa técnica e do Parquet, é suficiente para a homologação da falta, não havendo que
se falar em prejuízo para o executado, visto que atendidas as exigências do contraditório
e da ampla defesa, assim como os princípios da celeridade e da instrumentalidade das
formas. Isso porque a sindicância realizada por meio do PAD somente se revelaria útil e
justificável para averiguar fatos vinculados à casa prisional, praticados no interior da PAGE \*
cadeia ou sujeitos ao conhecimento e à supervisão administrativa da autoridade 51
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penitenciária.
ORMAT
Precedentes: HC 581.854/PR, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, DJe de 19/6/2020; HC
585.769/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, DJe de 30/06/2020; HC 582.486/PR, Rel.
Ministro ROGÉRIO SCHIETTI, DJe de 28/05/2020; HC 577.233/PR, Rel. Ministro
REYNALDO SOARES DA FONSECA, Quinta Turma do STJ, unânime, julgado em
18/08/2020, DJe de 24/08/2020.
STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 579.647/PR, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado
em 08/09/2020.
(A) INCORRETA. Art. 93, IX, da CF/88, dispõe que todos os julgamentos dos órgãos do
Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de
nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e
a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação
(B) INCORRETA. Art. 5º, LVIII, da CF/88 - o civilmente identificado não será submetido à
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.
(C) INCORRETA. Art. 5º, LXIV, da CF/88 - o preso tem direito à identificação dos
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
(D) INCORRETA. Art. 5º, LXXVIII, da CF/88 - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade
de sua tramitação.
(E) CORRETA. Art. 5º, LIII, da CF/88 - ninguém será processado nem sentenciado senão
pela autoridade competente; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
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(A) CORRETA.
ORMAT
PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
Artigo 14
(...)
(B) CORRETA.
ARTIGO 8
Garantias Judiciais
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto
não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito,
em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
c) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados para a preparação de sua
defesa;
(C) CORRETA.
(D) INCORRETA.
ARTIGO 8
Garantias Judiciais
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto
não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito,
em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
(E) INCORRETA.
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DECRETO Nº 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992 - Convenção Americana sobre Direitos
Humanos (Pacto de São José da Costa Rica)
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MERGEF
ARTIGO 8 ORMAT
Garantias Judiciais
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto
não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito,
em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas: